Jornal Opinião 11 de março de 2013

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MILTON FERNANDO Rafael Fontana candidato a prefeito? Página 5 Tradicionalismo Os planos do novo patrão do GAN Anita Página 17 RATINHO ESTÁ SOLTO DE NOVO Jovens de Encantado organizam caminhada Página 8 ENCANTADO ESPORTE Campeonato de Futebol Amador de Encantado começa em abril Página 26 VENILTON VALANDRO Cadeira de rodas na roça Páginas 10 e 11 série Superação Rejane Bicca Suspeito dos diversos furtos no centro da ci- dade nas últimas semanas, Jonathan Flobes da Silva, 18 anos, foi preso na terça-feira (5) pela Brigada Militar. No dia seguinte, ele já havia escapado do Centro de Atendimento Sócio-Educativo de Santa Cruz do Sul. PÁGINA 20 Especial Dia Internacional da Mulher Homenagens na Câmara de Vereadores A frentista e a técnica de enfermagem A Lei Maria da Penha Páginas 13 a 16 Henrique Pedersini PEDÁGIO + JUSTO EGR admite negociar isenção das placas de Encantado Página 7 Diogo Daroit Fedrizzi

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Veículo do Grupo Encantado de Comunicação

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Page 1: Jornal Opinião 11 de março de 2013

MILTON FERNANDO

Rafael Fontana candidato a

prefeito?Página 5

TradicionalismoOs planos do

novo patrão do GAN AnitaPágina 17

RATINHOESTÁ SOLTO DE NOVO

Jovens de Encantado organizam caminhada

Página 8

ENCANTADO

ESPORTECampeonato de Futebol Amador de Encantado começa em abril

Página 26

VENILTON VALANDRO

Cadeira de rodas na roça

Páginas 10 e 11

sérieSuperação

Reja

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icca

Suspeito dos diversos furtos no centro da ci-dade nas últimas semanas, Jonathan Flobes da Silva, 18 anos, foi preso na terça-feira (5) pela Brigada Militar. No dia seguinte, ele já havia escapado do Centro de Atendimento

Sócio-Educativo de Santa Cruz do Sul.

PáGINA 20

EspecialDia Internacional da Mulher

Homenagens na Câmara de Vereadores

A frentista e a técnica de enfermagem

A Lei Maria da Penha

Páginas 13 a 16

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PEDáGIO + JUSTOEGR admite negociar isenção

das placas de EncantadoPágina 7

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COLUNA 5JORNAL OPINIÃO n 08 de março de 2013

Rafael Fontana candidato a prefeito?Foi realizado há poucos dias em Carazinho um

encontro de amigos e simpatizantes do PDT, para co-memorar o aniversário do vice-presidente do Banrisul, Flavio Lammel. Um dos organizadores do evento foi o encantadense Rafael Fontana e, na ocasião, o comen-tário forte é que o partido pretende se organizar na cidade. O nome do empresário é o mais cotado para o comando da sigla em Encantado.

Além de assumir o PDT em Encantado, membros da sigla entendem que Rafael é um nome forte para ser candidato ao executivo em 2016, e sinalizam ainda os simpatizantes da sigla, se houver uma organização desde agora, é possível que nas próximas eleições seja possível a cidade ter um prefeito do partido do falecido Leonel Brizola.

Uma coisa é certa, o pleito de 2016 está em aberto, e tudo é possível. E sobre o assunto, não é a primeira vez que o colunista fala sobre ele, sempre vindo de mem-bros do partido, e sempre negado por Fontana. Onde há fumaça, com certeza pode ter fogo. A foto tirada por Juremir Versetti mostra o aniversariante Flávio Lam-mel, Fabiano Lemos, Ivo de Oliveira e Rafael Fontana, e de lá vem a notícia.Fabiano Lemos, Ivo de Oliveira, Flávio Lammel e Rafael Fontana

Porto Alegre – Aconteceu na quar-ta-feira (6) uma reunião dos prefeitos Diogo Siqueira, de Santa Tereza; Paulo Costi, de Encantado; Nélio Vuaden, de Roca Sales; e Alvimar Lisot, de Doutor Ricardo, com a Secretária Estadual do Turismo, Abigail Pereira, quando foi apresentado pelos administradores municipais o projeto Caminhos do Pão e do Vinho.

Os prefeitos fizeram uma expla-nação e mostraram a importância regional da rodovia, e o que esta obra de infraestrutura pode trazer para os municípios que serão beneficiados com a ligação asfáltica e também a necessidade para a região alta, já que o turismo pode ser a alavanca de um progresso planejado para o Vale do Taquari, principalmente com a inte-gração que vai ocorrer com a região da serra gaúcha.

Também foi colocado pelos prefeitos presentes que com a duplicação da BR 386 existe a possibilidade da Região Alta ficar à margem do desenvolvimen-to regional, e o turismo pode ser a mola propulsora do crescimento e também uma integração necessária com o Vale dos Vinhedos, e outras regiões da nossa serra, que já é amplamente visitada por turistas de todo país.

Falaram dos caminhos já percor-ridos pela comissão de prefeitos e outras autoridades, nos anos de 2011, 2012 e 2013, como reuniões com o

Ministério da Agricultura, Bancada Gaúcha no Congresso Nacional. E in-formaram à secretária que o projeto já está pronto, inclusive, com as licenças ambientais e demais necessárias para a execução.

A Secretária do Turismo do Estado, Abigail Pereira, gostou muito do pro-jeto, muito bem elaborado, dentro da filosofia trabalhada pelo órgão estadu-al, que engloba várias cidades e região, onde o turismo é uma das molas propulsoras do progresso. Alertou aos prefeitos presentes que não adianta só trabalhar a questão de infraestru-tura, sendo necessário o envolvimento da comunidade, principalmente do empresariado local, na qualificação de funcionários, novos empreendimentos no ramo hoteleiro e de gastronomia, locais de compras para turistas, não bastando apenas os atrativos naturais, tem que também ter um algo a mais para quem vai visitar o roteiro.

A Secretária Abigail Pereira se co-locou à disposição dos prefeitos, e irá pessoalmente conversar com o Minis-tro da Pasta do Turismo, para saber qual a situação do projeto no ministé-rio e se comprometeu a fazer tudo o que estiver ao alcance da secretaria es-tadual visando tirar o projeto do papel. Esta fala agradou muito aos prefeitos presentes, que saíram satisfeitos com a declaração da secretária, e com mais este passo realizado pela comissão.

Caminhos do Pão e Vinho apresentado à Secretária do Turismo

Secretária Abgail disse que vai pessoalmente conversar com o Ministro do Turismo

Paulo Costi, Diogo Siqueira, Abgail Pereira, Nélio Vuaden e Alvimar Lisot

Solange Brum

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JORNAL OPINIÃO n 08 de março de 20138

Jovens de Encantado organizam caminhada

Diogo Daroit Fedrizzi

Boletins da Jornada na Rádio Encantado AMsegundas, quartas e sextas - 8h30min e 18h30min

Rua Duque de Caxias, 1103, Encantado

Telefone 3751-3748

Matrículasabertas

A fim de preparar o clima para a Jornada Mundial da Juventude que acontece de 23 a 28 de julho, no Rio de Janeiro, e inspirados no tema da Campanha da Fraternidade de 2013 , os jovens encantadenses organizam uma Caminhada para o dia 24 de março. A iniciativa é dos grupos Juventude Scalabriniana (Ju-ves) e Jovens de Jaca (JDJ).

O roteiro já está definido. A saída está marcada para as 16h do Parque Multiesportivo, o Caminhódro-mo, no Bairro Vila Moça. O percurso segue até a Praça da Bandeira, onde estão previstas apresentações. Em seguida, os fiéis se dirigem até a Igreja Matriz São Pedro para a celebração da Missa. “É mais uma prepa-ração para a Jornada Mundial. Já começamos no ano passado com o Bota Fé e a chegada da Cruz Peregrina”, comenta Bruna Toldo, uma das encantadenses que estará no Rio de Janeiro na metade do ano.

Para ela, é importante que a JMJ motive as pessoas a se manterem mobilizadas acerca da fé. “Espero que a Jornada não seja apenas um momento para se ver o Papa de perto, mas que haja uma continuidade do tra-balho depois”, diz Bruna, que vê no envolvimento com os grupos de jovens uma forma de superar os desafios do dia a dia. “É importante acreditar em alguma coisa, principalmente o jovem, que passa por uma fase de mudanças, de muitas escolhas quanto ao seu futuro”.

Estreante em Jornadas, Bruna se mostra ansiosa para viajar ao Rio de Janeiro. Ela usa as redes sociais para acompanhar os preparativos. A saída da delega-ção da Diocese de Santa Cruz do Sul deve acontecer no dia 19 de julho, de ônibus. Os lugares para hospeda-

gem ainda não estão confirmados, mas devem ser em escolas ou ginásios. “Acredito que vai ser um momento único, de celebração da vida, da juventude. Principal-mente, nesses tempos em que a juventude anda tão criminalizada, com jovens morrendo e matando. Vai ser bom nesse sentido, de edificar os jovens na fé”.

E o novo Papa, Bruna? “Quem sabe vem um brasi-leiro por aí”, aposta.

Bruna em frente ao Ícone Mariano, um dos símbolos da Jornada, quando esteve em Encantado

Arquivo pessoal

Um dos produtos elaborados para divulgar a Jornada Mundial da Juven-tude é um livro de História em Quadrinhos. A ideia foi do designer Gabriel Cruz, que se inspirou nos discur-sos dos papas João Paulo II e Bento XVI, durante os úl-timos encontros, para fazer parte do roteiro. A história mostra um menino expli-cando aos pais a origem do evento e sua importância. As ilustrações, no estilo mangá, foram feitas pelo designer e ilustrador Sami Souza. O arquivo, que está disponível pelo site oficial do evento, possui ainda versões traduzidas para o inglês, francês, italiano, espanhol, alemão e polonês. Na última edição da Jornada, que aconteceu em 2011, em Madri, foi publicada uma história que contava a vida de Joseph Ratzinger, o Papa Bento XVI, desde sua eleição, em 2005, após a morte de João Paulo II.

A Jornada em Quadrinhos

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O governador Tarso Genro afirmou ontem (07) que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) vai recor-rer da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que manteve a data de en-cerramento da concessão da praça de pedágios de Carazinho em 28 de dezem-bro. Em entrevista coletiva no município, Tarso Genro reconheceu que a mani-festação do STJ frustrou a expectativa da população e dos trabalhadores da re-gião. Junto com o recurso da PGE, o governador pre-tende entregar um abaixo-assinado ao STJ descreven-do a situação dos pedágios.

Tarso Genro disse que a decisão contrária ao en-cerramento imediato do polo de Carazinho pode decorrer das diferentes

interpretações da justiça sobre o processo. “O Po-der Judiciário, em casos de muita complexidade, pode adotar dois caminhos:um que proteja mais os inte-resses privados, e pode adotar um caminho que defenda o interesse públi-co. Neste caso, e não é um caso de dúvida moral, mas de visão politica, é nítida a visão do presidente do STJ protegendo mais os inte-resses das empresas do que da população”.

Apesar de discordar da decisão, Tarso Genro afir-mou que o STJ entendeu que a economia pública não foi atingida. “Na visao do governo, a economia pública esta representada pelo gasto que a popula-ção tem e não pelo Estado. O Estado não vai ter mais

ou menos gastos com essa decisão”. O governador também criticou a constru-ção jurídica dos contratos. “Eles foram elaborados com pouco rigor jurídico para proteger o interesse público. São contratos que têm dubiedades como esta que estamos enfrentando”.

Ao comparar a atuação dos magistrados gaúchos e do STJ, o governador disse que os juízes do RS conhe-cem o dia a dia da comu-nidade. “Os juízes aqui do RS, que têm convicções diferentes e plurais sobre centenas de assuntos, e é normal que tenham, estão vivendo a questão dos pe-dágios. Eles estão ouvindo a população, estão lendo jornais todos os dias e ven-do o que está acontecendo. Isso interfere na opinião

dos juízes. Numa instância superior, no STJ, sabemos que a opinião pública che-ga de maneira alternada”.

Audiência em CarazinhoNa primeira audiência

pública realizada na quar-ta-feira (6) em Carazinho, o Secretário-executivo do Conselho Estadual de De-senvolvimento Econômico e Social (Cdes-RS), Marce-lo Danéris, garantiu que a ideia do Diálogos Cdes - que terá mais seis encon-tros em polos de pedágios - é reforçar a participação da comunidade e apresen-tar as condições atuais das estradas de cada região, com base no levantamento feito pela empresa Dyna-test. “O Governo vai apre-sentar propostas e dia-

logar com a comunidade para ver qual é a expecta-tiva. O valor das tarifas vai depender do tempo que a população decidir que a obra deve levar, se cinco ou dez anos, por exemplo”.

Luis Carlos Bertotto, presidente da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), apresentou estudo reali-zado pela Dynatest que aponta a necessidade de reparos imediatos em 30% das rodovias pedagiadas. O levantamento também projeta que, entre três e cinco anos, 53% das rodo-vias vão precisar de inves-timentos. “A nossa ideia é reduzir as tarifas entre 25% e 30%, além de discu-tir com a população onde serão investidos os recur-sos arrecadados”. Bertotto afirmou ainda que, com a

confirmação do encerra-mento dos pedágios nas ro-dovias federais e a retoma-da das rodovias pela União, o Governo Federal vai fazer investimentos e garantir a manutenção dos trechos.

O secretário de Infra-estrutura e Logística, Ca-leb de Oliveira, destacou o trabalho promovido pelo Conselhão-RS. “No mo-mento em que começam a se encerrar os contra-tos, o Governo volta a de-bater com a sociedade os investimentos que devem ser feitos nas estradas. O prefeito de Carazinho, Re-nato Suss, criticou os va-lores cobrados nas praças de pedágios da região. “É caro demais, deveria ser 50% mais barato. Não po-demos ser sacrificados por valores tao altos”.

Governo vai recorrer da decisão do STJ sobre pedágio de Carazinho

Região se mobiliza para a audiência do dia 14

Em Doutor Ricardo, prefeito Alvimar, Jonas e Fredi

Encantado - A convocação para as autoridades e a comunidade regional participar da Audiência Pública dos pedágios na próxima quinta-feira (14), em Encanta-do, é intensificada.

Nesta semana, o presidente da Câmara de Vereadores, Jonas Calvi, acompanhado do secretário de Administra-ção, Fredi Camargo, visitaram diversos órgãos públicos da cidade e de municípios vizinhos convidando prefeitos

e vereadores para estarem presentes no encontro.O prefeito Paulo Costi lembra que entre as propostas

que serão apresentadas está a isenção das placas de En-cantado, o menor custo das tarifas, a duplicação da rodo-via, as melhorias nos trevos e a mudança do local da praça de pedágio. “Esperamos uma grande mobilização e apoio popular de todos os municípios que utilizam essa rodovia para o escoamento de sua produção”, alerta Costi.

Divulgação

Ontem, uma comitiva en-cantadense assistiu à audiência pública realizada pelo Gabinete Digital do governo do Estado, no Palácio Piratini, em Porto Alegre. Estiveram presentes o prefeito Paulo Costi e os vereadores Jonas Calvi, Luciano Moresco e Sandra Vian. O prefeito de Roca Sales, Nélio Vuaden, também participou.

O encontro, denominado de Governo Escuta, abordou o novo modelo de pedagiamento. Além do governador Tarso Genro, participaram os jornalistas Cláu-dio Brito e Juremir Machado da Silva, o secretário executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Marcelo Da-néris, e o presidente da Empresa

Gaúcha de Rodovias (EGR), Luiz Carlos Bertotto. O público que acompanhou o debate pode participar com perguntas.

Conforme Jonas Calvi, o governo já admite negociar a isenção dos veículos emplaca-dos em Encantado. “Mostramos o convite da audiência para o Bertotto e ele nos disse que tem possibilidade de liberar nossas placas do pagamento”, salientou. “Por isso é importante que a comunidade regional se mobili-ze para participar da audiência pública do dia 14. É fundamen-tal que a região participe. Temos pleitos de interesse de vários municípios, como a terceira pista, a duplicação, a melhoria dos trevos”.

EGR admite negociar isenção de placas de Encantado

Encontro com o governador: Moresco, Tarso, Jonas, Costi, Vuaden e Sandra

Caroline Bicocchi/Palácio Piratini

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10 JORNAL OPINIÃO n 08 de março de 2013sérieSuperação

Henrique Pedersini

CADEIRA DE RODASna roça

VENILTON VALANDRO

Na quarta reportagem, o entrevistado é o encantadense Venilton Valandro. Agricultor desde a infância, sofreu

acidente de motocicleta na localidade de Linha Auxiliadora, interior de Encantado. Passou por cirurgia em Porto Alegre e

depois por tratamento no Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek na capital federal. Atualmente, vive com a

esposa Arlete Valandro em Linha São Luis.

O acidenteFaltavam poucos dias para o

Natal de 2005, quando em uma tarde de sábado, Valandro saiu para passear com a motocicleta. Em uma curva entre Encantado e Nova Bréscia, mesmo em ve-locidade normal, perdeu o con-trole do veículo e saiu da pista. O encantadense caiu sentado, não sofreu nenhuma pancada. “A moto parou do meu lado. Não tive nenhum ferimento visível. Quando caí, meu peso fez com que uma de minhas vértebras

explodisse”, lembrou. Mesmo percebendo a gravi-

dade da lesão, não entrou em desespero. “Minhas pernas es-tavam dobradas, tentei puxá-las e percebi que não se mexiam. Tentei até me beliscar, mas não senti nada. A partir daí que comecei a imaginar que o caso seria grave”, recordou.

Moradores próximos o auxi-liaram. Em menos de meia hora, já estava sob cuidados médicos. As primeiras pessoas que che-garam perto dele, ainda tenta-ram levantá-lo. Uma enfermeira

que residia nas proximidades prestou melhores cuidados.

a CirurgiaO primeiro atendimento foi

feito no Hospital Beneficente San-ta Teresinha, em Encantado. Na sequência, Venilton foi encami-nhado ao Hospital Cristo Reden-tor, em Porto Alegre. O desloca-mento entre um hospital e outro lhe ocasionou algumas dores, em razão do desconforto da viagem. “Precisei ser submetido a duas doses de morfina”, destacou.

Logo após a realização de exames na capital, veio a constatação: O agricultor não voltaria a caminhar. Os médi-cos comunicaram ainda que seria realizada uma cirurgia em caráter de urgência. “No dia após o acidente, recebi a notícia que teria de fazer uma cirurgia para ter o equilíbrio suficiente apenas para ficar sentado. Era o máximo que eu conseguiria fazer. Foram 17 dias de espera para conciliar médico e aneste-sista até ser operado”, contou.

O processo cirúrgico foi

complexo, quase 11 horas de duração. O pós-operatório ainda teve um agravante. Valandro sofreu embolia pulmonar em virtude do elevado espaço de tempo que seu pulmão ficou ex-posto ao ar condicionado, uma vez que a cirurgia foi realizada na região das costelas.

Depois, foi encaminhado para Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), onde ficou por seis dias. “Só depois do quinto dia os tubos de oxigênio foram tirados e passei a respirar por conta própria”, mencionou.

Mesmo na cadeira de rodas, Valandro consegue manusear a enxada para cuidar da horta

Rejane Bicca

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11JORNAL OPINIÃO n 08 de março de 2013

RecuperaçãoForam mais de 30 dias hospita-

lizado. Na volta para casa, precisou encarar a fase de recuperação e acima de tudo de adaptação à nova realidade. “Estava ansioso com o retorno, mesmo que uma vez por semana eu tivesse que me deslocar até Porto Alegre para consultar”, disse Valandro. Havia a necessidade de acompanhamento médico, pois a impossibilidade de locomoção era um dos problemas a ser enfrentado.

Nove meses depois de receber alta e ter as vértebras calcificadas, a nova etapa foi o tratamento junto ao centro de reabilitação Sarah Ku-bitschek, em Brasília, exatamente um ano depois do acidente.

Na primeira semana, ele fez exa-mes para identificar quais seriam as adaptações necessárias para que conseguisse fazer algumas tarefas simples sem a necessidade de aju-da. Para o agricultor, o tratamento foi um divisor de águas em sua vida pós-acidente. “São treinamentos constantes. Os terapeutas procuram aproveitar o máximo de movi-mentos que ainda pode-se fazer. Aprendi a tomar banho, a me vestir, a mudar de cadeira, a utilizar o ba-nheiro, entre outras coisas”, citou. O fortalecimento da musculatura também é uma preocupação dos profissionais do centro de reabili-tação, uma vez que o tempo parado faz com que os músculos atrofiem.

Na casa da família, em Linha São Luis, nem tudo precisou ser adaptado. Apenas o banheiro rece-beu ajustes. No restante, Venílton foi quem buscou se adequar.

Algumas funções também passaram a ser realizadas por ele, como fazer almoço e lavar louça, por exemplo.

Mesmo depois do acidente, não deixou de dirigir. O veículo adaptado também é uma conquista alcançada após a reabilitação em Porto Alegre. “Como tenho força nos braços, foi preciso modificar apenas o freio e o acelerador. O câmbio é automático. Segui sendo o motorista da casa”, brincou. É feita

uma perícia que determina quais as necessidades que o carro deve ter em relação ao condutor. Existe, inclusive, uma habilitação diferen-ciada.

NA LAVOURALiteralmente, Venilton batalha

para superar as pedras em seu caminho. Afinal, o trajeto entre a re-sidência e a lavoura, onde desempe-nha a grande maioria das atividades rurais, é de chão batido, com pedras e inúmeros buracos. Fatores que dificultam, mas não impedem que ele realize o serviço. “Desde criança trabalho no campo. Gosto do que faço. Por isso me esforço para poder cumprir todas as atividades”, comentou.

Uma lavoura com produtos para consumo familiar é o que ocupa grande parte do tempo do agri-cultor. Nesse lugar são cultivados produtos como feijão, arroz, aipim, batata, milho, abóbora, moranga, entre outros. “Um dia percebi que poderia recolher a grama que minha esposa estava cortando. Com sacrifício, consegui. A partir daque-le momento venho desempenhando essa e outras funções. Quero sem-pre ajudar minha família”, contou.

Algumas ferramentas foram adaptadas para ampliar o alcance na hora do cuidado com as planta-ções. “Desenvolvi algumas técnicas, principalmente na locomoção da cadeira de rodas e também na hora de carpir, cortar saladas e colher frutas nos arredores de casa”, frisou. A criação de vacas para produção de leite também é realizada. São cerca de 40 animais na propriedade.

Há cerca de dois anos, passou a trabalhar com a produção de mel. Todo o processo é realizado pelo próprio agricultor, desde a fabri-cação das caixinhas até a extração. “No começo, eu trabalhava com as abelhas comuns, com ferrão, mas não deu muito certo. Se eu preci-sasse fugir, por causa das picadas, não daria tempo”, disse, em tom de brincadeira. Atualmente, é realiza-

da a produção de mel com abelhas sem ferrão. O produto é medicinal e requer muito trabalho da família. Um quilo custa cerca de R$ 50,00.

Repercussão nacionalFoi no ano de 2010 que sua

história ficou conhecida no país inteiro. Valandro enviou um e-mail para produção do Globo Rural, programa exibido nas manhãs de domingo, contando tudo o que havia acontecido com ele. A história chamou a atenção e a equipe de televisão confirmou que faria uma visita ao agricultor. “Ele ficou impressionado com minha história. Acima de tudo com a superação de não largar as atividades na lavoura. Foi um dia todo de gravações. Ouvi e contei histórias. Foi um momento marcante”, ressaltou. A repercus-são foi imediata. Inúmeros e-mails e pessoas perguntando nas ruas o deixaram emocionado. Orgu-lhoso em razão de a esposa estar superando a depressão, ele relatou que a família se fortaleceu após o acidente.

Planos para o futuroEnquanto colhia alguns

produtos, Venilton falou de seus sonhos. Os projetos são audaciosos e fazem os olhos do agricultor brilhar ao serem descritos. “Estamos implantan-do uma agroindústria para o cultivo de nozes. A Emater está nos auxiliando. Temos várias nogueiras produzindo. Já foi superada a parte burocrática e estamos na expectativa. Tam-bém estou buscando adaptar um trator para que eu possa auxiliar no cuidado com a ter-ra, roçar e transportar adubos”, projetou.

Indagado sobre o que falta em nível nacional para pessoas com necessidades especiais,

ele abordou o tema da acessibilida-de. “No Brasil, os únicos lugares que tem uma acessibilidade diferencia-da são os aeroportos. Quando chega a hora de entrar no avião, a cadeira não passa e então vêm três ou quatro pessoas e acabam levando no colo”, lembrou.

Embora seu acidente tenha sido uma fatalidade, Valandro alertou que os pais devem ter maior cuida-do ao liberarem a direção aos filhos. “Eu sei que os jovens conseguem habilitação e querem andar por aí, mas os pais precisam ficar atentos, pois um acidente é muito fácil de acontecer, eu sou uma prova disso”, mencionou.

Outro comentário feito pelo cadeirante é que seja criada, em nível municipal, uma associação para integrar pessoas com deficiên-cia física.

BasqueteHá alguns anos, ele conheceu

uma equipe que pratica basque-te em Lajeado. Duas vezes por semana, Venílton treina com outros cadeirantes. “Somos considerados a segunda força do esporte no Es-tado, mesmo com poucos recursos

financeiros. Estamos batalhando para disputar campeonatos”, revelou. O esporte é recomendado pelos médicos. O objetivo é criar a integração entre cadeirantes e fortalecer a musculatura. As regras e dimensões são as mesmas do basquete convencional.

sérieSuperação

“Desenvolvi algumas técnicas,

principalmente na locomoção da

cadeira de rodas e também

na hora de carpir, cortar

saladas e colher frutas nos arredores

de casa”

Valandro cuida das abelhas e colhe frutas. Esposa Arlete é a companheira do dia a dia

Carro foi adaptado para ele poder dirigir

Fotos: Rejane Bicca

Page 12: Jornal Opinião 11 de março de 2013

JORNAL OPINIÃO n 08 de março de 201312

FERROVIA NORTE SUL

PÁGINA DO DILAMARDilamar dos Passos - [email protected]

FOTO DA VENDA SEM O NUMERO TELE-FONE

FRASE DA SEMANA: O dia em que você quiser que o outro seja perfeito, você já esqueceu todas as regras do amor .... Por que o amor nasce das imper-feições. (Pe. Fábio de Melo)

Brasil sem Miséria O governo federal lançou a última etapa do progra-

ma “Brasil sem Miséria” que contempla os brasileiros com até R$ 70,00 por pessoa. Louvável o programa se não fossem os gastos de divulgação. Algo em torno de R$ 2 milhões. O valor poderia contemplar até 28.572 pessoas.

Saúde I Durante a semana,

falando ao Grupo Encan-tado de Comunicação, o secretário municipal de saúde de Roca Sales, Gilvani Bronca, relatou que mais de 300 atendimentos são efetuados diariamen-te na Unidade Básica de saúde.

Saúde II Com o objetivo de

proporcionar atendimento digno para a população, a administração contratou mais um profissional da área de saúde. Fernando Tarter inciou o trabalho na segunda-feira (4).. Junta-se aos demais profissionais que já estão trabalhando, um médico pediatra, um ginecologsita além de dois clínicos gerais.

Saúde IIIO secretário solicitou

colaboração da comuni-dade, pois a Unidade está passando por um processo de reformas.

INDIGNADO I Durante entrevista ao Bom dia Região dos Vales,

da Rádio Encantado, o deputado federal Dionilso Marcon se mostrou indignado com o tratamento recebido junto ao DAER estadual.

INDIGNADO II O parlamentar esteve participando da audiência

junto ao órgão do estado para saber o porquê da demora na conclusão das obras de asfaltamento de Relvado para Encantado.

INDIGNADO III Segundo Marcon: “Sem querer massacrar al-

guém, mas eu estou indignado com o DAER-RS. Eu não sei se vou pedir nova audiência com os dire-tores, porque eles nunca sabem de nada, nunca sabem o que tem que fazer”. Ainda segundo Marcon: “Se tem posição política, se tem dinheiro, o que tem que a estrada não é concluida?”.

INDIGNADO IV Dionilso Marcon sugeriu, inclusive, uma manifes-

tação pública sobre o assunto.

Expodireto em Não me ToqueDuas delegações de

Muçum estiveram visitan-do a feira. Segunda-feira, vereadores. Quinta-feira um ônibus da secretaria de agricultura prestigiou o evento e a Metalúrgica Cerver que está expondo no local.

Dia D: Pedágio + justo A audiência pública visando discutir o novo

modelo de cobrança de pedágio será realizada na quinta-feira, às 14h30min, no Auditório Itália do Centro Administrativo de Encantado. A comunidade está “Convocada” a participar.

Reinvidicações Isenção das placas de Encantado no pedá-

gio de Palmas e melhorias nos trevos de acesso à cidade.

Jonas CalviSegundo o vereador, a “EGR precisa saber da força de Encantado e região”.

Muita calma Mesmo com a audiência pública, ainda vamos precisar de muita mobilização

para as melhorias dos trevos e a manutenção do asfalto. Mas este é o começo.

CondiçõesO RS, em estado falimentar, terá condições de bancar as melhorias nas estra-

das quando necessárias? Teremos o serviço de guincho e de ambulâncias? Sabe-mos que o estado não tem condições de bancar obras... Espero estar errado...

Amadorismo A liberação da Arena

para o jogo contra o Cara-cas aconteceu apenas na terça-feira, horas antes do confronto.

Ingressos Os ingressos, ah esses!,

estavavam vendidos uma semana antes. Essa vai ser a tônica da Copa das Confederações. Liberação no dia dos jogos. Viva o Brasil!

Arena Como é que um órgão

de segurança vai emitir laudo contrário e nomi-nar que o local não teria condições de jogo se tudo estava confirmado, Grê-mio, Caracas, arbitragem, Commebol...

AlbergueDepois de

um trabalho incansável e de formiguinha do “administrador” João Virgilino de Almeida e do Conselho da comunidade para assistência aos apenados, o tão sonhado Alber-gue da Comarca de Encantado será inaugurado hoje.

Missão cumprida Após cerca de 25 anos à frente da administração do presídio estadual de

Encantado, João de Almeida está deixando o cargo hoje com a solenidade de inauguração do Albergue. Assume a função Luis Carlos Garcia.

Descaso Mesmo tendo assinado o convênio, o governo do estado não cumpriu a sua

parte de reapasse dos valores, cerca de R$ 80 mil para a construção do Alber-gue. A foto de capa do Jornal Opinião de janeiro de 2012 comprova a assi-natura do convênio. Secretário Estadual de Segurança Pública Airton Michels assina o compromisso do governo do estado.

Dívida Segundo o presidente do Conselho da Comunidade para Assistência aos Ape-

nados ao Presídio de Encantado, Jandir Passaia, a dívida a ser quitada será de aproximadamente R$ 50 mil. O valor ainda será buscado junto à comunidade.

CriatividadeA foto foi me enviada por um colega e

mostra a criatividade para a venda de produtos

Encontro de Trilheiros A associação Muçunense de motociclismo realiza

dia 19 de maio o IV Encontro de trilheiros. O evento ocorre na Praça da Matriz, com show de borrachão e manobras e passeio turístico para acompanhantes dos pilotos. A comisão organizadora espera reunir mais de 250 participantes. Inscrições com Marcos 98468033 e ou Teodoro 9877 6810.

Troca O presidente do poder

legislativo de Muçum, André Vianini (PSDB), pode estar migrando para o PTB.

Cargo Por falar em Câmara

de Vereadores de Muçum, na sessão da semana, foi criado o cargo de Assessor Parlamentar. O vencimento é padrão CC1. R$ 1.075,00.

AtribuiçõesEntre as atribuições

do cargo está prestar assessoramento ao pre-sidente na condução dos trabalahos do plenário, realizar, por determinação

do presidente, estudos necessários à solução de questões de ordem.

Condições de trabalho35 horas semanais,

ensino médio completo. No recrutamento: nome-ação pelo presidente da Câmara.

NomeadaLisete Bortoletti

Servente Depois de afastamento

por questões pessoais e políticas, além da licença saúde, a servidora da Câmara de vereadores de Muçum, Marilene Inverni-ze Ulmi, está retornando aos trabalhos.

Reflexão Cazuza morreu vítima de AIDS em 1990 aos 32 anos.Renato Russo morreu vítima de AIDS aos 36 anos em 1996.Cássia Eller morreu aos 39 anos, em 2001, após três paradas cardíacas povocadas

pelo excesso de drogas.Chorão morreu nesta semana aos 42 anos por overdose.Pedro Bial chama BBBs de heróis.

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13JORNAL OPINIÃO n 08 de março de 2013PÁGINA DO DILAMAR EspecialDia Internacional da Mulher

“A Lei Maria da Penha funciona”

Jornal Opinião - Que avalia-ção a senhora faz da Lei Maria da Penha na região?

Márcia Scherer - Os órgãos de segurança da região (BM, DP, MP, Judiciário) fazem esta lei funcio-nar. Sempre fico orgulhosa dos meus colegas. Todos têm se dedi-cado muito à situação da violência doméstica. Com certeza, a Lei Ma-ria da Penha veio a ser o respaldo legal que estávamos precisando para atender com mais eficiência. Hoje, a lei nos permite prender o acusado e, uma vez que se pediu o afastamento do lar, e este cida-dão não obeceder a esta medida judicial, ele também pode ser preso preventivamente mediante representação da polícia ou até pelo próprio juiz. O instrumento legal está muito bom. A lei nos deu as medidas de caráter de urgência que podemos estar aplicando. A lei funciona, com toda certeza.

JO – E qual tem sido o comportamento das mulheres vítimas de agressão?

Márcia - Pelo que tenho ob-servado, as mulheres começam a registrar de maneira mais efetiva as ocorrências quando elas decidem se separar dos maridos ou companhei-ros. Enquanto há um casamento em andamento, elas resistem bastante em fazer registros. Só denunciam quando decidem tomar uma atitude, e aí revelam uma sequência de ocorrências, porque o homem afas-tado volta a perturbar, a ameaçar por telefone, e aí se pede a prisão. Mas para aquela mulher que quer manter o casamento, esta normal-mente registra e não quer proceder. Quando é o delito de ameaça, nós podemos acolher esta vontade. Mas quando o fato que ela nos traz é uma agressão física com lesões, não há essa possibilidade. Porque nessas circunstâncias, o delegado de polícia deve proceder prontamente, sem a colaboração da vontade da vítima. Então ainda permanece essa situação: o recurso legal é usado por aquelas que de fato querem dar

fim a esta situação. As que ainda querem permanecer num casa-mento por uma ou outra situação, seja dependência financeira, seja a incapacidade de vislumbrar outra vida, ela ainda opta por permane-cer numa situação em que é vítima de violência diária ou semanal. O que temos observado é que a lei é tão efetiva, e vem sendo tão bem aplicada, que as antigas separações de corpos produzidas na área civil dos fóruns, hoje praticamente não existem mais. Todas essas situações de afastamento imediato do agres-sor da companheira são procedidas no âmbito policial com base na Lei Maria da Penha. Mas sempre precisamos que a vítima venha comunicar e participe ativamente do trabalho, com colaboração, seja no testemunho, seja no compareci-mento a exames de lesões. A polícia fica ainda dificultada em proceder, mesmo que haja uma agressão mais grave, por exemplo, se a vítima se nega a comparecer num posto médico legal para fazer a materia-lidade dessas lesões, no sentido de o médico legista atestar os machu-cados que ela tem no corpo. Mas de maneira geral, nós delegados temos um instrumento muito poderoso. Claro, sempre a vítima desejosa disso, porque não há como impor isso de outra forma.

JO - É possível definir o perfil do marido/companheiro agressor?

Márcia – Não. A violência doméstica é característica do ser humano. Passa por todas as raças, etnias. Observo que, como esta-mos falando para Encantado, as mulheres de origem italiana são mais valentes, se impõem mais. Tenho observado isso. Se não per-passa por todas as camadas sociais, porque é do gênero. Por historica-mente, alguns homens entenderem que podem resolver seus conflitos com violência física. Porque na verdade, estamos falando de um ca-sal em que um não compreende o outro, e as suas diferenças os fazem

a evoluir para isso. Temos um homem que não sabe lidar com sua parceira, e uma parcei-ra que não compreende todo o funcionamento de uma cabeça mascu-lina. Claro, alguns real-mente são criminosos mesmos, de personali-dade perturbada. Eles entendem que devem usar da violência física para todos seus conflitos, sua autori-dade dentro da família em nenhum momento pode ser questionada. E aí, para que isso seja imposto e garantido, se impõe pelo medo e uso da violência. A maioria dos casos é um aspecto cultural, no sentido de o homem entender que ele pode impor sua vontade mediante o uso de violência. A igualdade entre os gêneros na nos-sa Constituição se consolidou em 19988. Na história da humanidade, representa um segundo atrás. Por-que temos mais de 10 mil anos de civilização, onde a família sempre se ergue no sistema patriarcal. Não considero isso conduta padrão de todos os homens. Temos famílias estruturadas, onde há convívio de-mocrático, de mútuo respeito, que é o que a gente pensa como ideal para o ser humano. A mulher gosta de resolver seus conflitos com a conversa, e o homem não é muito parceiro do diálogo. A gente nota isso em qualquer homem quando a mulher propõe: ‘Vamos discutir a relação?”.

JO – Que orientação a senhora transmite às mulheres que vivem esse dilema da agressão?

Márcia – Em Lajeado conse-guimos, com muito empenho e pressão, que o município tivesse, junto ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), um serviço qualificado de apoio a esta mulher que está em

fase de decisão. Aquela que ainda se sente enfraquecida, que precisa ser orientada, fortalecida, mostrada outras perspectivas além do que ela está vivendo. É um estímulo que a gente faz aos gestores municipais, para que tenham junto ao Creas, de fato, um lugar de apoio e orienta-ção. Uma vez esta mulher fortaleci-da e disposta a encarar tudo o que vem pela frente, deve procurar a Delegacia de Polícia. A DP é a porta de entrada dela para chegar ao sis-tema judicial para a solução de seus conflitos. Deveríamos ter essa rede. Mas aos poucos cada MP, cada Ju-diciário, cada Delegado, dentro da sua cidade, vai começando a buscar essa realidade. Se não tivermos esse aporte, a Polícia Civil acaba fa-zendo o trabalho de aconselhamen-to, de suporte psicológico, e não temos toda estrutura qualificada para isso. Os municípios deveriam ter esses serviços de orientação e apoio para essas mulheres procura-rem um atendimento psicológico e assistencial, durante uma ou duas semanas, para conseguirem encarar tudo o que vem pela frente. A vida muda 180 graus com uma separação, com um novo começo. E isso tudo elas levam em conta no momento em que decidem o que devem fazer.

“As mulheres de origem italiana são mais valentes, se impõem mais”, delegada Márcia Scherer

Jornal Antena

Delegada Márcia Scherer

A responsável pela Delegacia Regional de Polícia da Mulher, Márcia Scherer, garante que a Lei Maria da Penha funciona. Dados apresen-tados no final do ano passado, no Fórum da Violência Contra a Mulher no Vale do Taquari, em Lajeado, revelaram que das 28 mil ocor-rências feitas nas delegacias de polícia da região, mais de 3,5 mil foram de mulheres que apelaram para a Lei. Nesta entrevista ao Opi-

nião, ela ressalta que a maioria das mulheres só decide denunciar o agressor quando está disposta a se separar.

Diogo Daroit Fedrizzi

A Lei 11.340/06, conhecida com Lei Maria da Penha, ganhou este nome em homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes, que por 20 anos lutou para ver seu agressor preso.

Maria da Penha é biofarmacêutica cearense, e foi casada com o professor universitário Marco Antonio Herredia Viveros. Em 1983, ela sofreu a primeira tentativa de assassinato, quando levou um tiro nas costas enquanto dormia. Viveros foi encontrado na cozinha, gritando por socorro, alegando que tinham sido atacados por assaltantes. Desta primeira tentativa, Maria da Penha saiu paraplégica. A segunda tentativa de homicídio aconteceu meses depois, quando Viveros empurrou Maria da Penha da cadeira de rodas e tentou eletrocutá-la no chuveiro.

Apesar da investigação ter começado em junho do mesmo ano, a denúncia só foi apresentada ao Minis-tério Público Estadual em setembro do ano seguinte e o primeiro julgamento só aconteceu oito anos após os crimes. Em 1991, os advogados de Viveros conseguiram anular o julgamento. Já em 1996, Viveros foi julgado culpado e condenado a dez anos de reclusão, mas conseguiu recorrer.

Mesmo após 15 anos de luta e pressões internacionais, a justiça brasi-leira ainda não havia dado decisão ao caso, nem justificativa para a demora. Com a ajuda de ONGs, Maria da Penha conseguiu enviar o caso para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA), que, pela primeira vez, acatou uma denúncia de violência doméstica. Viveiro só foi preso em 2002, para cum-prir apenas dois anos de prisão.

O processo da OEA também conde-nou o Brasil por negligência e omissão em relação à violência doméstica. Uma das punições foi a recomendação para que fosse criada uma legislação adequada a esse tipo de violência. E esta foi a sementinha para a criação da lei. Um conjunto de entidades então se reuniu para definir um anteprojeto de lei definindo formas de violência doméstica e familiar contra as mulheres e estabele-cendo mecanismos para prevenir e redu-zir este tipo de violência, como também prestar assistência às vítimas.

Em setembro de 2006, a lei 11.340/06 finalmente entra em vigor, fazendo com que a violência contra a mulher deixe de ser tratada com um crime de menos potencial ofensivo. A lei também acaba com as penas pagas em cestas básicas ou multas, além de englobar, além da violência física e sexual, também a violência psicológica, a violência patrimonial e o assédio moral.

A LEI

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JORNAL OPINIÃO n 08 de março de 2013 EspecialDia Internacional da Mulher14

Vida dedicada ao trabalho e ao voluntariado

A Câmara de Vereadores de Encantado realizou na terça-feira (5) uma sessão especial em Homenagem ao Dia Internacio-nal da Mulher. O projeto de autoria da ex-vereadora Salete Dalla Lasta, aprovado em 2005, sugere que os vereadores indi-

quem pessoas de destaque na comunidade encantadense. Neste ano, 10 nomes receberam a distinção.Texto e Fotos: Diogo Daroit Fedrizzi

Advogada, é casada com Rogério Conzatti e mãe de Felipe. Foi presidente da APAE, membro da Comissão de Ampliação do Hospital Beneficente Santa Teresinha e integrante da diretoria do Clube Comercial. Recebeu a indicação do vereador Marcelo Deves.

“As mulheres estão tomando conta. Isso gratifica, porque é o reconhecimento do nosso

trabalho. Por exemplo, na área do Direito, são mais juízas e promotoras do que ho-

mens”, comenta Clarice.

Clarice Bós Conzatti Denise da Rosa Pretto

Pedagoga, trabalha como coordenadora pedagógica da Escola Estadual de Ensino Médio Doutor Ricardo, onde é vice-diretora. Casada com Irno Pretto, é mãe de Andréia, Diego e Clarissa. Avó de Luiza e Arthur e sogra de Gilson Conzatti e Márcio Scatola. No ano passado, participou das eleições como candidata à prefeita de Encantado. Foi indicada por Adroaldo Conzatti.

“Meu marido diz que sou a Galinha dos Ovos de Ouro. Chamo todos de ‘meu filho, minha filha’.

Tenho um sentimento maternal muito grande. Me sinto como doadora de amor. Eu gosto disso, eu vivo

isso”, diz Denise.

É a fundadora da Associação Encantadense de Defesa dos Animais (Aeda), criada em 2010. A entidade cuida de gatos e cachorros abandonados e doentes. Ela comprou uma área de terras com recursos próprios e construiu um lar temporário para que os animais possam ficar até a sua doação. A indicação foi de Gustavo Scatola.“No silêncio, eles sabem o que a gente faz e trabalha em prol da comunidade. Penso no trabalho social em defesa de animais des-

protegidos, a fim de ampará-los, adotá-los e cuidá-los”, salienta Salete.

Salete Izabel Ferreira

Vereadores com as 10 mulheres homenageadas

notícias da

Acompanhe às sessõesTerças-feiras, às 18h

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15JORNAL OPINIÃO n 08 de março de 2013EspecialDia Internacional da Mulher

Mãe de cinco filhos: Cândida, Marina, Jerônimo, Bruna e Luiza, e avó de Laura. Casada com Genor Dacroce, é Conse-lheira da Liga Feminina de Combate ao Câncer de Encanta-do desde a fundação. Celso Cauduro sugeriu o nome.“Sempre gostei de fazer trabalhos voluntários

e fazer cada vez mais. Sempre que me chamarem estou à disposição”, garante Dulce.

Dulce Fassini Dacroce Inês Teresinha Graff

É casada com Pedro Ervino Graff, mãe de quatro fi-lhos e avó de seis netos. É dona de casa e artesã. Participa da Pastoral da Saúde, da Pastoral Carcerária, da coorde-nação do Grupo de Ministros, da Pastoral Familiar, da Renovação Carismática Católica e do Coral AABB Vida e Canto. Luciano Moresco propôs a indicação.“Temos que trabalhar, nos doar, com humilda-de e com gratidão. Não só trabalhar para ter o salário. Mas para mostrar que somos uma

família, que somos irmãos perante Deus”, comenta Inês.

Iracema de Araújo Ribeiro

Mora no bairro Navegantes, é casada com Etelvino Ribeiro, mãe de Hélio e José (In memoriam). Trabalhou na Prefeitura de Encantado por 18 anos no setor de limpeza e no INSS, quando se aposentou. Atualmente é diaconisa na Igreja do Evangelho Quadrangular do Bairro Popular onde congrega há 16 anos. Waldir Grooders indicou o nome.

“Estou muito feliz, não esperava por isso. Na prefeitura, varri rua, limpei o Parque nos tem-pos de rodeio, as salas, as construções. Conheci muita gente. Depois me aposentei no INSS”,

conta Iracema. Marta Maria Pretto

Ela perdeu o marido João Carlos Pretto e o filho Eze-quiel Carlos Pretto precocemente. Hoje integra o Movi-mento dos Focolares, da Igreja Católica. É ministra da Eucaristia e integra o primeiro grupo de ministros. Val-decir Gonzatti sugeriu a indicação.“Me sinto realizada, mesmo que minha trajetó-ria de vida foi um pouco difícil. Mas mesmo as-sim me sinto bem e muito feliz”, afirma Marta.

Nair Bagatini

É casada com Vilson Bagatini, mãe de Keila e Keli, avó de João Vitor. Moradora da Linha Argola, é vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Encantado e coordenadora de mulheres trabalhadoras rurais da regional Serra Alto do Taquari. A indicação do nome foi de Sander Bertozzi.“Sou uma grande batalhadora do enfrenta-mento da violência contra a mulher. As es-tatísticas nos mostram que no meio rural a violência doméstica é maior que nos centros

urbanos”, revela Nair.

Anita Filter Somensi

A professora da Escola Farrapos é casada com Luiz José Somensi e mãe de Daniel e Gustavo. Entre as atividades, é Membro Titular do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONDICA), Vice-presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, Conselheira Fiscal da Associação Pró-Menor de Encantado (AME) e Sócia do Clube de Mães Farrapos. Jonas Calvi propôs o nome.“É uma homenagem muito significativa, não só no aspecto pessoal, mas para a classe que represento, o magistério, e que hoje precisa

de muita valorização”, constata Anita.

Clarisse Pretto

A costureira (à direita) é casada com Eloí Luiz Pretto, mãe de Jonas e Angélica Pretto, e avó de João Francisco Pretto de Macedo. Moradora do Bairro Jaca-rezinho, durante anos foi merendeira da Escola Antônio de Conto. Participa da diretoria da Igreja São Carlos, Esporte Clube Serrano, Clube de Mães e Bochas. A indi-cação foi de Sandra Vian (na foto à esquerda)

“A gente deve trabalhar sem esperar recompensa. Mas a melhor recompensa é

o reconhecimento”, diz Clarisse.

Mulher vereadoraÚnica mulher a fazer

parte da atual legislatu-ra, Sandra Vian também foi homenageada. “Fico orgulhosa de poder repre-sentar todas as mulheres de Encantado. Recebo a homenagem em nome de todas elas”.

No discurso, o prefeito Paulo Costi ressaltou que as mulheres deveriam ser amadas e respeitadas todos os dias. Já o vere-ador Luciano Moresco, que falou em nome dos colegas, afirmou que os bons exemplos dados pelas mulheres devem ser difundidos.

FuncionáriasAs três servido-

ras da Câmara de Vereadores também receberam flores em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.

Jonas e Mariane Almeida

Sander e Luiza VolkenSandra e Vanessa Lubian

Sandra e Paulo Costi

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JORNAL OPINIÃO n 08 de março de 2013 EspecialDia Internacional da Mulher16

Mais uma prova de que as mulheres cada vez mais se destacam em espaços até então ocupados pelos homens é realidade na fábrica de veículos Ford, uni-dade de Tatuí, em São Paulo. Mãe e filha são motoristas de testes de carros e caminhões.

Ângela Cândido da Silva dirige desde cedo. Casada com um caminhoneiro passou a trabalhar com o marido e tornou-se motorista profissional, guiando caminhões e carretas. Nessa época, ficou grávida da filha Bruna. Há sete anos, trocou o trânsito das ruas pelas pistas no Campo de Provas da Ford. “No início não acreditava que aceita-riam uma mulher. Fiz todos os testes como os demais candidatos e, para minha surpresa, fui contratada”, diz.

Para ela, não existe rotina no trabalho. Cada dia é uma experiência nova. E, se existia alguma resistência quanto ao sexo, ficou para trás. Ela começou dirigindo carros e se tornou a primei-ra mulher a testar carretas na Ford. “Adoro a minha profissão e a adrenalina dentro da cabine”, comenta.

A filha Bruna, 25 anos, há três segue os passos da mãe e também prefere caminhões. Ela ainda se diverte com a surpresa das pessoas ao conhecerem sua profissão. “Elas custam a acreditar, não só por ser mulher, mas também porque sou muito nova. É

emocionante poder testar carros antes de todo mun-do”, afirma.

Bruna conta que o objetivo dos testes é avaliar o funcionamento do veículo e sugerir melhorias tanto para modelos já lançados quanto para protótipos em avaliação. Não há como dizer, exatamente, quantos testes são feitos por mode-lo. Para o protótipo do Novo EcoSport, por exemplo, os testes duraram vários meses. A rotina é diferente para cada carro. “Entretan-to, o início do turno é feito conferindo o capô, óleo, motor, pneu e calibragem. Se estiver tudo controlado, então, passamos para a se-gunda fase, a rodagem. Caso exista algum problema já na primeira observação, nós chamamos o controlador e registramos o problema no relatório”, explica.

Para alguns veículos, a segunda fase (rodagem) pode ser feita no próprio Campo de Provas da Ford ou mesmo em estradas e

rodovias de todo o país. “Durante esse percurso, avalio se o motor está correspondendo com a potência, se o veículo passa segurança em alta velocidade, etc. No final do dia entregamos um relatório completo com todas as informa-ções necessárias para que os engenheiros avaliem e encontrem soluções para os pro-blemas destacados”, salienta.

A quantidade de veículos testados por dia pode variar de

acordo com os programas que estão sendo desen-volvidos pela Engenharia. Anualmente, são realizados 10 milhões de quilômetros de testes para garantir segurança, desempenho, conforto e qualidade dos veículos Ford.

Bruna enfatiza que as mulheres executam o mesmo trabalho que os homens. “Testamos carros, caminhões e carretas obedecendo a mesma rota e relatório. O nosso traba-lho é observar, sugerir e anotar qualquer problema com os veículos testados. Entretanto, se vale como uma diferença, a mulher tem mais cuidado e atenção aos pequenos detalhes na hora do teste. Também são mais dedicadas. Além disso, dependendo da demanda e do teste, nós temos a opor-tunidade de dar o “toque feminino” com sugestões pessoais que não fazem parte do relatório que deve-mos entregar”, acrescenta.

Mãe e filha no volante da Ford

Ângela e Bruna

Mulheres e suas históriasFrentistaNos postos de combustíveis, as mulheres também conquis-

taram seu espaço. No Bairro Jacarezinho, Mairi Ana Capelari desempenha as mesmas funções que os demais colegas. “Não considero esse trabalho difícil. É cansativo, mas posso dizer que é quase uma terapia a oportunidade de poder estar frequentemen-te em contato com o público”, avalia.

Desde novembro do ano passado trabalhando no local, ela garante que já conquistou o respeito dos clientes. “Outro fator que eu considero é a oportunidade de aprender coisas. Desde que comecei fiquei sabendo de coisas que jamais imaginei em ter contato”, relata.

Técnica em enfermagemDioni Daltoé é técnica em enfermagem do Samu há seis meses.

Antes disso, foram 10 temporadas como enfermeira no hospital de Encantado. “Minha atual profissão é desgastante, mas é muito satisfatória. Poder auxiliar as pessoas é uma sensação incrível”, descreve. Como trabalha em turnos, Dioni lembra que consegue conciliar muito bem o serviço com a família.

Além do trabalho, ela ainda arruma tempo para cursar cinco cadeiras de Direito na universidade. “Tanto nos treinamentos, quanto no dia a dia do trabalho acompanho várias histórias. Algu-mas felizes e outras nem tanto”, recorda. Ela ainda diz que algu-mas pessoas subestimam a força das mulheres do Samu, mas que outras reconhecem a capacidade da equipe feminina do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência.

Mairi trabalha no Posto de Combustível do Bairro Jacarezinho

Henrique Pedersini

Dioni está há seis meses no Samu

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TRADICIONALISMO 17JORNAL OPINIÃO n 08 de março de 2013

Novo comando no AnitaO Grupo de Artes Nativas Anita Garibaldi de Encan-

tado tem nova patronagem. No sábado (2), no Parque João Batista Marchese, o patrão Marcos Nunes Correa recebeu o cargo de Jerri Adriano Hammes, que ficou dois anos no comando da entidade. Também foram empossa-dos os outros integrantes (veja quadro).

Acompanharam a solenidade a vice-coordenadora da 24ª Região Tradicionalista, Margarete Hammes, o vice prefeito José Calvi, o conselheiro benemérito do Movi-mento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Jorge Moreira, a prenda regional juvenil Isabela Hammes. A programa-ção contou com diversas homenagens e manifestações

de apoio ao Anita. O Grupo de Danças Biriva também se apresentou.

Uma das primeiras ações da nova patronagem é or-ganizar o Rodeio Crioulo, marcado para os dias 16, 17 e 18 de agosto. A ideia é oferecer acampamento gratuito para os tradicionalistas.

Autoridades na cerimônia de posse Integrantes da nova patronagem

Nova PatroNagem

Patrão: Marcos Nunes Corrêa; Capataz Geral: Airton Fachini; Sota Capataz: 1ª Denise Costa e 2ª Ivane Giacobbo; Agregado das pilchas: 1ª Marinês Pertile e 2ª Jaqueline G. Pitol;

Conselho de vaqueanos: Alex Werner, Eduardo Santos, Carlos Alberto Conzatti e todos os ex-patrões, por força do Estatuto do GANAG; Capataz Campeiro: Márcio Riedi; Capataz Patrimonial: Edegar Dalberto; Capataz Artístico: Lisandra Lucca; Capataz Social: Renato Bianchi

Diogo Daroit Fedrizzi

O muçunense Marcos Nunes Correa, 39 anos, respira o tradi-cionalismo desde jovem. Acostu-mado a acompanhar a família nos rodeios em Guaporé, no CTG Última Tropeada, e em Muçum, no CTG Sentinela da Tradição, há oito anos ingressou no Grupo de Artes Nativas Anita Garibaldi, de Encantado, a convite do patrão da época, Reinaldo Cornelli.

Apaixonado pelas lidas cam-peiras, principalmente, por correr atrás de boi, como ele mesmo brinca, Correa também trabalhou com os ex-patrões Vitor Bastianel e Jairo Castoldi. Na última gestão, era vice-patrão de Jerri Adriano Hammes.

Agora, o representante comercial assume o desafio de comandar a entidade que ano que vem completa 20 anos de história. Atualmente, o Anita conta com a participação de 90 integrantes da dança e 25 campeiros, mais os competidores individuais. Ao todo são cerca de 120 famílias envolvi-das. “Sempre valorizei o trabalho comunitário. Isso me faz bem, me faz feliz poder participar de uma entidade”, diz. Nesta entrevista, o novo patrão fala dos planos para o mandato de dois anos.

Jornal Opinião – Como você encara essa missão de assumir a patronagem do Anita?

Marcos Nunes Correa – Temos grandes desafios nos próximos dois anos. O objetivo principal é conseguir, a cada dia,

agregar ao movimen-to tradicionalista novas pessoas, e que elas tenham orgulho em fazer parte disso. Outras culturas do Norte e Nordeste se orgulham muito mais do que o gaúcho, que lutou para conquistar seu próprio estado. Nosso povo gosta de cantar o hino, mas, às vezes, carece de um pouco mais de cora-gem. E o Movimento Tradicionalista Gaú-cho aproxima esse amor à pátria, a nossa terra, aquilo que é a cultura, a dança, a música, as atividades campeiras. Às vezes existe uma distância do amor ao Rio Grande e à prática. Queremos trabalhar nesse sentido, princi-palmente, de aproximar o tradi-cionalismo gaúcho da realidade dos encantadenses.

JO – Você renova muito a equipe?

Correa – Eu fazia parte da patronagem anterior. A grande maioria da atual patronagem é formada por pessoas novas, que ainda não tinham feito parte da entidade como diretoria. Preten-demos dar um fôlego novo. Até para dar um descanso às pessoas que se dedicaram há mais anos. Quando renovamos, colocamos gás novo, novas atitudes para al-cançar os objetivos. A renovação sempre é importante. O Anita é marcado por isso. O objetivo

principal é aproximar as pessoas da entidade e a entidade cada vez mais ficar de acordo com os princípios do tradicionalismo.

JO – O Anita sempre teve força nas invernadas artís-ticas. Como você pensa a participação em eventos como o Enart?

Correa – Estamos buscando alguns objetivos principais. Te-mos em maio o Rodeio Artístico Regional. O Anita, por várias vezes, se consagrou vitorioso. Trabalhamos também com vários rodeios já programados, criamos uma agenda positi-va para programar o ano nas atividades artísticas. Entre elas, estão previstas o Juvenart e o Enart em 2014. Neste ano não deveremos participar. É uma parte bem trabalhosa, não é tão fácil. Embora, o Anita sempre

tenha ficado entre os 20 melhores quando disputou o Enart. Então, precisamos valer nossa história, e vamos trabalhar para que, no mínimo, a gente iguale os períodos anteriores e quem sabe, fazer a cada dia, um trabalho melhor. É importante a participação de todos, desde o poder público até os integrantes. Neste ano haverá uma reforma no prédio onde ensaiamos no Parque João Batista Marchese. Essa re-forma é de responsabilida-de da prefeitura. Embora seja um prédio cedido pela administração, nós

usamos como sede. A prefeitura prontamente já nos disponibili-zou outro restaurante do Parque para que não tenhamos dificul-dades de ensaios. Porque não ensaiamos só danças tradicio-nais, temos também um Grupo Biriva, que são somente homens, temos chula, declamação, vocal. E o Parque também é usado para os treinos com animais e de laço. Os cavalos são treinados para a competição, caso contrário não aguentariam. Sempre tivemos o apoio da administração que nos disponibiliza o local.

JO - Se alguém tiver interes-se de participar do Anita, como faz?

Correa – É só comparecer às quintas-feiras no Parque onde nos encontramos para os ensaios. Sempre tem alguém da diretoria. Nosso instrutor de

danças é o Daniel Dalmolin e a nossa coordenadora artística é a Lisandra Lucca. Os custos não são tão altos assim. As pessoas, às vezes, criam algumas barrei-ras: ‘ah, gostaria de dançar, mas é muito caro’. Não é caro. A gente sempre busca realizar algumas atividades recreativas para arre-cadar recursos para baratear. Há custo com indumentária, deslo-camento para rodeio, mas a en-tidade sempre procura oferecer algo em troca. É só vir conversar conosco, estamos abertos a qual-quer pessoa, crianças, jovens. No mês de abril deve começar um curso de danças galponeiras, uma oportunidade para pessoas de faixa etária maior. Queremos fazer dessa nova fase, dois anos de sucesso, que possamos alcan-çar todos objetivos. Mas de nada adianta fazer parte de um grupo se não tivermos na essência o amor às coisas, aos princípios tradicionalistas, às lidas campei-ras, ao orgulho de ter nascido e ser criado no Rio Grande do Sul. Como patrão, talvez seja esta a bandeira principal: cada pessoa que venha conviver conosco tenha na sua essência um pouco mais de tradicionalista, mais amor a sua terra.

JO - Você é mais ligado à parte campeira?

Correa - Embora goste de bailar um pouco, sou muito mais campeiro do que artístico. Não tenho nenhuma atividade na artística. Gosto de laçar, ou como dizem por aí, ‘a gente corre atrás de boi’.

“Queremos aproximar o tradicionalismo dos encantadenses”ENTREVISTA: Marcos Nunes Correa, patrão do GAN Anita

Fotos: Divulgação

Correa com a esposa Fabiana

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Encantado, 08 DE MARÇO DE 2013

ESTÁ CHEGANDO A HORA!!!

AuDiêNCiA PúbliCA Pedágio Mais Justo

Dia 14 de março, às 14h30min

no Auditório itália, em Encantado

Apoio

Encantado – Um dia dedicado à diversão e ao cuida-do com a saúde é o que prometem o Festival do Sorvete e Encantado em Ação, neste sábado (9), na Praça da Ban-deira. O evento é promovido pela Associação Comercial e Industrial de Encantado (Aci-e), em parceria com a Administração Municipal e as empresas encantadenses Sabory, Ki Gostoso e Naturalle.

Durante a manhã haverá Feira de Saúde, Feira do Pei-xe Vivo, Feira do Agricultor e aula de ginástica, aberta ao público, com as professoras do Projeto Viver Bem. Na parte da tarde a diversão é garantida com os brinquedos infláveis e cama elástica para as crianças, sorteio de seis

bicicletas, uma televisão, um tablet, um aparelho de som, 150 sorvetes, kits, bolas e brinquedos.

Durante todo o dia os alunos das séries iniciais de to-das as escolas de Encantado, Roca Sales e Muçum podem retirar um picolé, mediante apresentação do cupom dis-tribuído. Haverá também a presença do mascote da Sui-nofest, o Buti, e mateada. A banda Aerowillis, que sobe ao palco no final da tarde, e a presença de comunicado-res das rádios Encantado AM e Encanto FM, prometem animar ainda mais o evento.

Em caso de chuva, o evento será transferido para o dia 16 de março.

Mais um Festival do SorveteEvento está marcado para este sábado (9) na Praça da Bandeira. Se chover, será transferido

Eliane Fachinetto/Arquivo

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