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O Secretário Científico da SBCT, José de Jesus Peixoto Camargo, fala sobre Ivan Leite Faria Correa, renomado cirurgião torácico gaúcho. Nascido em Porto Alegre e formado em Medicina pela UFRGS, Correa se revelou um exímio cirur- gião com formação em cirurgia geral e treinamento em cirurgia cardiovascular. Mas do que um profissional tecnicamente brilhante, sem nenhuma tolerância com a incompetên- cia e a mediocridade, soube viver com uma voracidade incontida os seus 52 anos, que se justificaram pela intensidade. Pág. 4 Em reconhecimento... Avanços Tecnológicos..... JORNAL Ano 3 - Edição 2 - Junho de 2012 XVIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Torácica O presidente da Comissão Organizadora do Congresso, Rogério Ignacio de Oliveira, confirma a parcipação de dois grandes nomes da cirurgia torácica mundial, os doutores Robert J. Cerfolio e Weder Walter, ambos escolhidos através de votação pelo site da SBCT. A ideia é aproveitar ao máximo estes dois expoentes da cirurgia torácica durante todo o evento, através de conferências, discussão de casos clínicos, e do clássico quadro “desafiando o professor”. Pág. 10 O futuro promissor da tecnologia aplicada à Medicina em consequência do crescimento exponencial do conhecimento já está presente. Na área da Cirurgia Torácica mais especificamente, uma das grandes inovações é a possibilidade de procedimentos cirúrgicos realizados por meio da operação robótica, procedimentos minimamente invasivos que oferecem ao doente a menor agressividade e a melhora da qualidade de vida. Ricardo Sales dos Santos apresenta alguns desses aspectos . Pág. 5 jornal SBCT A4 trimestral_edição8.indd 1 16/07/12 09:03

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O Secretário Científico da SBCT, José de Jesus Peixoto Camargo, fala sobre Ivan Leite Faria Correa, renomado cirurgião torácico gaúcho. Nascido em Porto Alegre e formado em Medicina pela UFRGS, Correa se revelou um exímio cirur-

gião com formação em cirurgia geral e treinamento em cirurgia cardiovascular. Mas do que um profissional tecnicamente brilhante, sem nenhuma tolerância com a incompetên-cia e a mediocridade, soube viver com uma voracidade incontida os seus 52 anos, que se justificaram pela intensidade. Pág. 4

Em reconhecimento...

Avanços Tecnológicos.....

JORNALAno 3 - Edição 2 - Junho de 2012

XVIII Congresso Brasileiro de Cirurgia TorácicaO presidente da Comissão Organizadora do Congresso, Rogério Ignacio de Oliveira, confirma a participação de dois grandes nomes da cirurgia torácica mundial, os doutores Robert J. Cerfolio e Weder Walter, ambos escolhidos através de votação pelo site da SBCT. A ideia é aproveitar ao máximo estes dois expoentes da cirurgia torácica durante todo o evento, através de conferências, discussão de casos clínicos, e do clássico quadro “desafiando o professor”. Pág. 10

O futuro promissor da tecnologia aplicada à Medicina em consequência do crescimento exponencial do conhecimento já está presente. Na área da Cirurgia Torácica mais especificamente, uma das grandes inovações é a possibilidade

de procedimentos cirúrgicos realizados por meio da operação robótica, procedimentos minimamente invasivos que oferecem ao doente a menor agressividade e a melhora da qualidade de vida. Ricardo Sales dos Santos apresenta alguns desses aspectos. Pág. 5

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA TORÁCICA

DIRETORIA - Presidente: ROBERTO SAAD JÚNIOR - Vice- Presidente: RUI HADDAD - Secretário Geral: MÁRIO COSTA GESTEIRA -

Tesoureiro: JORGE MONTESSI - Secretário Científico: JOSÉ DE JESUS PEIXOTO CAMARGO - Secretário de Assuntos Internacionais: JOSÉ

RIBAS MILANEZ DE CAMPOS

JORNAL DA SBCT - Editor Responsável: LUIS CARLOS LOSSO - Editor Adjunto: MARIO CLAUDIO GHEFTER - Editor Adjunto: LUIZ

CARLOS FILGUEIRAS LEIRO - Jornalista Responsável: ANA ELISA NOVO m.t.b 41871/SP - Assistente Editorial e Diagramação: FELIPE

MESTIERI ONOFRIO

Secretaria: Av. Paulista 2073 Horsa I cj. 518 São Paulo/SP - CEP 01311-300 Fone/fax: (11) 3253-0202

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Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da SBCT.

Impressão: Editora Atheneu Periodicidade: Trimestral Tiragem: 1.000 exemplares

E d i t o r i a l - a n o 3 e d i ç ã o 2

Página 2 - Junho de 2012

Caros colegas,

Para este número do nosso Jornal da SBCT, achamos bastante apropriado trazer para a superfície a discussão de temas que, de uma forma ou de outra, ocupam o dia a dia, não só do cirurgião torácico, mas também do médico em geral. Um deles certamente é o avanço da tecnologia, que vêm propiciando procedimentos cada vez mais precisos e menos invasivos. É o caso da videocirurgia e da cirurgia robótica, por exemplo, que chegaram para minimizar a agressão ao paciente e diminuir o número de complicações. Também não pudemos deixar de fora o debate sobre a polêmica questão da educação médica. Com a criação indiscriminada de escolas de medicina no Brasil, será que os profissionais estão recebendo formação de qualidade? E a pós-graduação, vem atingindo seus objetivos, considerando que cada vez mais a produção científica é voltada para publicação externa? Longe de esgotar esses assuntos, o que quisemos foi trazer, nas próximas páginas, algumas opiniões e posicionamentos de colegas que têm vivência para responder a essas questões, permitindo que façamos um exercício cada vez mais raro na nossa rotina: parar e refletir. Por fim, agradecemos a participação de profissionais, como do Dr. Abrão Rappoport e o Dr. Moisés Cohen, que não são cirurgiões torácicos, mas gentilmente aceitaram o convite para participar desse jornal. E a vocês, leitores, sem os quais não teríamos razão de existir.

Os Editores

COTA BRONZE

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Mensagem do

Presidente

Junho de 2012 - Página 3

Roberto Saad Jr.

Sucesso científico. Sucesso de público. Com uma programação de nível internacional,

aconteceu em Caxias do Sul (RS), entre os dias 12 e 14 de abril do corrente ano, o VI Congresso Sul-Brasileiro de Cirurgia Torácica, organizado pela SOCITORS (Sociedade de Cirurgia Torácica do Rio Grande do Sul) e coordenado pelo Dr. Darcy Pinto.

A SBCT esteve presente, não só na solenidade de abertura, como também teve a grata satisfação de prestar contas aos sócios gaúchos, paranaen-ses e de Santa Catarina a respeito do andamen-to da entidade através da discussão do tema: “Onde estamos e para onde vamos”. E mais, durante o intervalo para o almoço, discutimos sobre honorários médicos, cooperativas, etc. Vários colegas questionaram, colocaram dúvidas importantes sobre este tema. Esta reunião estava encabeçada pelo Dr. Miguel Lia Tedde e pelo Dr. Sérgio Tadeu, todos perseguindo uma solução para esta questão tão importante.

Além de vários convidados brasileiros, conta-mos com a participação de dois palestrantes estrangeiros: Dr. Thomas Weddel e Dr.Marcelo Cype, ambos de Toronto, Canadá. O Dr. Marcelo Cype é brasileiro, fez residência médica na PUC

de Porto Alegre (RS) e há sete anos mora no Canadá.

Todos os temas discutidos nestes três dias per-mitiram ótimas oportunidades para atualização, com excelentes apresentações por parte dos pa-lestrantes. Os temas abordados por eles foram: “State of the art em pulmão artificial”, “VATS lobectomy: how and when to do?”, “Experiência e inovações no TX de pulmão após 1200 proce-dimentos”, “Update on Pulmonary metastatic disease”, “Endobronchial Ultrasound (EUS)”, “Lung Ramp lung câncer rapid assesment and mangement program”, “Stage of lung câncer: treatment options for inoperable patients”.

O VI Congresso Sul Brasileiro de Cirurgia Torá-cica representa a nossa Sociedade, motivo pelo qual podemos nos sentir orgulhosos por este feito! Também temos certeza absoluta de que o Congresso Norte Nordeste de Cirurgia Torácica, que ocorrerá entre os dias 23 e 25 de agosto deste ano, será do mesmo nível científico. Já antevemos o seu sucesso!

Roberto Saad Jr.Presidente da SBCT

VI CONGRESSO SUL-BRASILEIRO DE CIRURGIA TORÁCICA

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Ivan Faria Correa E M R E C O N H E C I M E N T O . . .

Página 4 - Junho de 2012

Ivan Leite Faria Correa nasceu na cidade de Porto Alegre em 1925, filho de uma família

tradicional com raízes no pampa gaúcho. Formado em Medicina pela UFRGS em 1949, se revelou um exímio cirurgião com formação em cirurgia geral e treinamento em cirurgia cardiovascular com o Professor Mario Degni, figura de quem falava com grande admiração.

Depois de uma investida demasiado audaciosa pela cirurgia cardíaca, no final de década de 50, fixou-se na cirurgia torácica, naqueles tempos em que a tuberculose crônica ainda era a principal indicação cirúrgica.

Técnico perfeccionista, fazia do tempo cirúrgico um ritual esteticamente deslumbrante. Execrava campos operatórios ensanguentados e gostava de repetir que “cirurgia suja complica, e operação muito complicada, está errada”. Exageros à parte, quase sempre estava certo.

Habilidoso e rápido, debochava dos lentos com uma frase que ficou famosa: “Quando uma cirurgia demora mais de 4 horas está ocorrendo uma de duas coisas: ou o paciente é inoperável ou o cirurgião é inoperante!”

No quinto ano da faculdade, eu tinha me transformado em rato de enfermaria cirúrgica, auxiliando um cirurgião geral de grande conceito. Numa noite de domingo servindo como estagiário no Pronto Socorro Municipal, auxiliei uma toracotomia de urgência, experiência que mudou minha vida. Habituado ao convívio desagradável com epíplons inconformados em permanecer no abdome, de repente, me deparei com a elegância anatômica do tórax e aguardei ansiosamente que amanhecesse para descobrir onde se fazia cirurgia torácica na cidade, porque soube com certeza que aquela seria a minha especialidade.

Com este nível de ansiedade cheguei ao Pavilhão Pereira Filho e fui apresentado ao mestre Ivan, que depois de ouvir meu depoimento emocionado, foi ao limite da crueldade com um jovem inocente e eufórico: “E tens ideia do quanto não sabes nada? Posso garantir que chegaste ao lugar ideal para descobrir isso rapidamente!!”

Admitido como aluno interno do Pavilhão, passei a acompanhar suas cirurgias, e encantado com sua habilidade e maestria, me dediquei a treinar seus gestos e a repetir incansavelmente, com qualquer coisa que se parecesse com um fio, os pontos que ele dava magistralmente com um dedo só.

Três meses depois, o Dr Percy Sherek, que estava completando a residência em cirurgia torácica, viajou para visitar uma cidade onde possivelmente trabalharia e o Mestre me colocou como primeiro auxiliar de uma pneumonectomia esquerda. Lembro do meu espanto quanto ele passou um fio na

artéria pulmonar e, imprudentemente, pediu que eu fizesse a ligadura proximal. Com uma audácia juvenil lasquei o supertreinado nó com um dedo só, e o Mestre fez um discurso, dizendo ser essa a maneira de se dar nó em cirurgia torácica, não como esses nós de três dedos que se usam nas baixezas cirúrgicas subdiafragmáticas.

Claro que o discurso era exagerado e tendencioso, mas fez bem ao meu coração e me valeu a condição de titular como auxiliar de cirurgia dali por diante.

Mordaz, debochado e inteligente, Ivan Faria Correa era um convívio extremamente instigante. A relação dele com o Professor Carneiro, por exemplo, era sempre irreverente. Lembro de um episódio em que o R1 de cirurgia e eu como estudante, ajudávamos o Mestre a fazer uma biópsia de um gânglio cervical de um paciente querido do Professor. Quando o Dr. Ivan soube que o Professor Carneiro estava na porta do bloco para saber como andava o procedimento, ele começou a gritar e a gemer, para desespero do Professor Carneiro que lá da porta bradava: “Anestesie esse homem, seu açougueiro medieval!”. Lembro que o residente e eu morríamos de rir enquanto um gemia, outro esbravejava, e o paciente profundamente sedado, dormia placidamente.

Aprendi com o Dr. Ivan que existem 3 tipos de pessoas: “as que gostam da gente de qualquer jeito, as que não gostam de jeito nenhum e não há nada a ser feito com elas, e as que ainda não se decidiram. Cuidado com essas últimas que são muito perigosas”

Um fatalista nato, acreditava no destino e, na metafísica do imponderável.Com ele aprendi que o mais excitante da vida é sairmos de casa todas as manhãs sem saber o quanto cada dia pode ser definitivo no alinhamento do futuro não planejável.

Meu dia especial, foi uma segunda feira de julho de 1972. Estava marcada um lobectomia superior esquerda de Darcy Silva um mulato forte com um tumor aderido à parede torácica. Cheguei cedo para fazer a toracotomia e preparar tudo para o Mestre. Ele chegou atrasado e apressado, lavou-se rapidamente, entrou em campo, palpou o tumor fixado à parede e disse, “Inoperável, pode fechar” e foi embora.

Depois que ele saiu decidi explorar um pouco mais e na minha inexperiência concluí que afora a invasão das costelas não havia nada que impedisse a retirada do tumor. Com grande ansiedade e taquicardia, decidi me aventurar e três horas depois a lobectomia com toracectomia estava completada. Quando o Mestre voltou ao hospital percebeu que havia luz no bloco e entrou agitado para saber o que tinha ocorrido de complicação. Quando ele viu a operação

terminada e o lobo na bandeja, teve uma crise de fúria e esbravejou: “Quando eu disser que é inoperável é inoperável!” e deu um chute num balde que explodiu na parede do bloco. Ainda tentei argumentar que não era inoperável, mas ele virou as costas e sumiu. Por azar ou sorte, nos dias que se seguiram não havia nenhum procedimento grande agendado, assim que ele não apareceu.

Por isso meu calvário durou uma semana, na qual eu não sabia se festejava a boa evolução do Darcy ou empacotava minha mudança. Na segunda feira seguinte, enquanto eu fazia um procedimento cirúrgico menor o Mestre gritou da porta do bloco: “Dr. Camargo, às 3 horas na minha sala!” Quando me apresentei com o coração na mão, ele fechou a porta e disse que tinha duas coisas para falar: “Primeiro quero pedir desculpas porque naquele dia, com meu orgulho atropelado, esqueci do paciente, que afinal é tudo o que interessa no que fazemos como médicos. Em segundo lugar, quero te dizer que se na minha vida eu tivesse tido a metade da coragem que você mostrou na segunda feira, eu teria sido muito mais feliz!”

Choramos abraçados durante um tempo, e eu soube naquele dia o quanto o meu Mestre querido, tinha uma alma grande e generosa. Ivan Faria Correa foi um cirurgião tecnicamente brilhante, sem nenhuma tolerância com a incompetência e a mediocridade, que viveu com uma voracidade incontida e que, apesar de ter vivido apenas 52 anos, se justificou pela intensidade.

Fiel e generoso com seus amigos, irritou seus desafetos com seu estilo de vida irreverente e perdulário, mas principalmente com sua inteligência luminosa e debochada. Nunca conheci quem lhe fosse indiferente!

José J. Camargo Professor de Cirurgia Torácica de Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre-RS Diretor Médico do Centro de Transplantes da Santa Casa de Porto AlegreSecretário Científico da SBCTMembro Titular da Academia Nacional de Medicina

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Há algumas semanas recebi o convite para escrever nesta coluna sobre a cirurgia robótica, “tentando evitar comparações com a cirurgia videoassistida”. Acho que a dica era para evitar polarização da discussão.

Não enxergo, entretanto, nenhum risco para que isso ocorra, pois nossos leitores são, na grande maioria, cirurgiões torácicos acostumados com um novo desafio a cada uso do bisturi, e a cirurgia robótica é um grande adjunto para enfrentar desafios na cirurgia torácica.

A experiência no Brasil, e também no mundo, da cirurgia com auxílio robótico no tórax é ainda pequena, mas ao avaliarmos o avanço da técnica no conjunto das especialidades, vemos que o recurso veio para ficar. Novos investimentos da indústria e dos hospitais no cenário local e internacional ratificam essa impressão.

Entre 2008 e 2012, pouco mais de 1.200 cirurgias robóticas foram realizadas no Hospital Albert Einstein. Destas, 30 foram feitas na área cardiotorácica a partir de 2010. Realizamos, com sucesso, as primeiras lobectomias, timectomias (para tumores de até 7 cm), ressecção de tumor neurogênico e, há alguns dias, a primeira bilobectomia para bronquiectasias de lobo médio e inferior. Nesse conjunto de casos temos também as primeiras cirurgias cardíacas robóticas da América Latina, com mais de 80% dos pacientes em suas casas, em menos de 5 dias após o procedimento.

Após 20 anos de cirurgia torácica vídeo assistida no Brasil, os desafios de custo e treinamento ainda são enormes. Entretanto, o maior desafio da nossa especialidade reside no diagnóstico precoce e na seleção adequada dos pacientes para cirurgia. Nesse cenário, novos métodos de intervenção guiada por imagem e radioterapia, apesar de não terem os mesmos resultados da cirurgia, vem ganhando adeptos e simpatia geral.

O futuro é imprevisível, mas o presente inclui a robótica como recurso aliado do cirurgião, oferecendo e demonstrando tratamento efetivo com mínima agressão e morbidade equivalente à dos métodos não cirúrgicos.

Nós, cirurgiões, devemos aprender, indicar e praticar todos os métodos intervencionistas, sejam eles guiados por imagem, pela endoscopia, com auxílio do vídeo e da robótica. Fomos treinados para intervenções cirúrgicas, e esses são os instrumentos de hoje. Mas também, e somente quando necessário: ABRIMOS E RESOLVEMOS.

Ricardo Sales dos Santos Coordenador do Centro de Cirurgia Torácica

Minimamente Invasiva e Robótica do Hospital Israelita Albert Einstein em São Paulo

Fellow em Cirurgia Minimamente Invasiva, Transplante Pulmonar e Robótica das Universidades de Pittsburgh e Boston

Junho de 2012 - Página 5

Contribuição da Cirurgia Robótica em Cirurgia Cardiotorácica

Avanços Tecnológicos

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V I S Õ E S Considerações sobre o ensino médico no Brasil

O Governo Federal anunciou recentemente um plano para aumentar em 15% o número de vagas

em cursos de medicina já existentes no Brasil. As universidades federais teriam 2/3, e as particulares, 1/3 dessas 2.415 novas vagas. Além disso, o MEC autorizou a criação de nove novos cursos de gradua-ção em medicina em instituições privadas, num total de mais 800 vagas.

As novas escolas, autorizadas no Diário Oficial de 06/06/2012 são: Universidade Salvador, Campus Salvador (BA): 100 vagas; Faculdade Santa Maria, Campus Cajazeiras (PB): 60 vagas; Centro Universi-tário Maurício de Nassau, Campus Recife (PE): 120 vagas; Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Campus Londrina (PR): 60 vagas; Faculdade de Minas BH, Campus Belo Horizonte (MG): 120 vagas; Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Campus Betim (MG): 120 vagas; Faculdade Ceres, Campus São José do Rio Preto (SP): 80 vagas; União das Faculdades dos Grandes Lagos, Campus São José do Rio Preto (SP): 80 vagas e Centro Universi-tário de Votuporanga, Campus Votuporanga (SP): 60 vagas.

As opiniões são contraditórias. O MEC diz que o Brasil precisa de mais médicos e o CFM e os Conse-lhos Regionais dizem que são necessários melhores médicos. Minha opinião, como professor há mais de 35 anos, é de que o país precisa sim de bons médicos, bem formados, bem instruídos e bem trei-nados. Qual a base para que um curso de medicina funcione a contento?

A meu ver um somatório de uma estrutura curri-cular bem desenhada e integrada, sua associação a laboratórios equipados, salas de aula informatizadas, simuladores, biblioteca completa, hospital escola bem dimensionado, mas PRINCIPALMENTE a presen-ça de bons professores, com dedicação integral ao

ensino, experiência didática e comprometimento com a estrutura curricular e com cada um dos alunos da instituição.

O regime de tutoria pode ser bastante satisfatório, mas depende do professor. Será que todas as novas faculdades que estão sendo criadas têm massa crítica de professores para assumir essa responsabi-lidade? Será que as faculdades existentes e aquelas que terão aumento de vagas podem suportar essa carga adicional de alunos? Minha resposta a essas perguntas é um claro e sonoro NÃO!

As universidades federais pagam salários de miséria aos professores de carreira, enquanto médicos contratados e nem sempre adequadamen-te titulados ganham cerca de 2,5 vezes mais pela mesma carga horária.

Há um nítido esvaziamento da carreira docente das escolas públicas no Brasil. Isso, a meu ver, com-promete toda a estrutura do ensino. Além do mais, o nível dos alunos das escolas públicas de ensino médio é muito baixo. Apesar do Brasil se gabar de ser a sexta economia do mundo, sua classificação no índice de desenvolvimento humano é 84º lugar entre 169 paises.

Em termos de educação também não temos nada para nos orgulhar, pois ficamos, na América Latina, à frente apenas do Haiti. O que fazer para melhorar esse quadro? Faltam investimentos nas áreas de saúde e educação. Faltam ainda saneamento básico, com água encanada, redes de tratamento de esgoto, eletricidade e educação sanitária. Nos meus 40 anos de formado e 35 anos de vivência acadêmica, nunca vi uma crise tão profunda. É preciso que o governo tome providencias para que nossas universidades não afundem ainda mais. Esperamos e queremos esse compromisso dos órgãos competentes.

Rui HaddadProfessor Titular de Cirurgia Torácica da Escola Médica de Pós-graduação da PUC–RioVice Presidente da SBCTMembro Titular da Academia Nacional de Medicina

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A PÓS-GRADUAÇÃO MÉDICA

A formação médica envolve um longo período que compreende a graduação e pós-graduação. A pós-gra-

duação médica pode ser latu sensu (residência médica) ou stricto sensu (mestrado e doutorado). O mestrado tem a finalidade de avaliar se um jovem graduado é capaz de escrever articuladamente, numa linguagem limpa. Examina-se até a gramática para saber se os erros de ortografia não são demasiados. Se ele é capaz de tomar informações sobre um tema e redigir de maneira legível sobre o assunto, dentro de um nível acadêmico, demons-tra que é um letrado, não um analfabeto (Ribeiro, 1980). Já o doutorado é procurado só por aqueles que pensam em se aperfeiçoar e se especializar como pesquisadores científicos.

Assim sendo, a pós-graduação pode ser vista sob duas faces. Uma delas por tornar possível o desenvolvimento científico e tecnológico e outra pela possibilidade de continuação da carreira acadêmica e capacitação profis-sional docente.

Vale a lembrança de que a graduação desempenha um papel estratégico nesta trajetória, uma vez que é nesse período que se fixarão as bases necessárias para uma carreira de sucesso futura.

Atualmente os currículos dos cursos de graduação médica tendem a privilegiar o ensino generalista na maioria das escolas, e o funcionamento deste modelo estaria, em tese, diretamente ligado a quadros de recur-sos humanos formados para o ensino da medicina, os quais são oriundos da pós-graduação stricto senso.

A pós-graduação médica stricto senso veio de uma fase onde se valorizava igualmente cursos didático-pe-dagógicos de formação de docente, aprofundamento de conhecimentos numa especialidade médica e pesquisa científica. Hoje, de modo geral, não é exigido do candi-dato conhecimento aprofundado de uma especialidade médica ou cursos de formação de docentes. Assim a tese assume importância incomparável e, além disso, a sua publicação em revista internacional com alto fator de impacto é o objetivo primordial. Busca-se a comuni-cação de um novo conhecimento, em geral altamente específico, muitas vezes só compreendido por pesquisa-dores familiarizados com o assunto.

Seria prejudicial essa preocupação excessiva com a produção científica voltada para publicação externa? As linhas de pesquisa deveriam refletir problemas de maior interesse para o país libertando-se, na medida do possível, dos modismos internacionais? Deveriam definir programas e currículos a partir das realidades brasileiras e não somente da tradição de outros países?

A pós-graduação médica atual exige domínio de técnicas laboratoriais e de bancada, ou seja, uma superespecialização. Uma reflexão a ser feita é sobre o fato de que, para clínicos, cirurgiões e médicos especialistas, tal

ambiente não é usual, porque estão acostumados a atividades assistenciais nas enfermarias, ambulatórios, centros cirúrgicos, etc. A pós-graduação stricto senso se baseia no fato de que, mais importante do que transmitir conhecimento, é produzir conhecimento e isso, sem dúvida, coloca o profissional em um novo patamar junto a seus pares, esteja ele em um ambiente assistencial ou de pesquisa pura.

Abrão RapoportDocente Livre em Cirurgia pela Faculdade de Medicina da Uni-versidade de São Paulo / Diretor Técnico de Departamento de Saúde do Hospital Heliópolis, São Paulo.

Otávio Alberto CurioneDoutor em Patologia pela Faculda-de de Medicina da Universidade de São Paulo / Chefe do Departa-mento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Heliópolis, São Paulo.

Desenvolvendo novas tecnologias em Cirurgia, Endoscopia e Endoterapia em busca de um futuro melhor.

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ESPAÇO CULTURALPágina 8 - Junho de 2012I N F O R M E - S E

PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS

Early Experience With Robotic Lung Resection Results in Similar Operative Outcomes and Morbidity When Compared With Matched Video-Assisted Thoracoscopic Surgery Cases

(Ann Thorac Surg 2012;93:1598 –1605)

Mesmo que o número de publicações seja ainda pequeno, observa-se um grande entu-siasmo pela cirurgia robótica no tratamento do câncer de pulmão em seus estágios iniciais. A possibilidade de resultados superiores da ressecção robótica em comparação à já estabelecida cirurgia torácica videoassistida, estimulou os autores a analisa-rem consecutivos casos controle dos dois métodos. Quarenta e oito ressecções robóticas e trinta e cinco ressecções videoassisti-das foram analisadas através dos seguintes parâmetros: taxa de conversão, tamanho de tumor, tempo de cirurgia, perda sanguí-nea, tempo de permanência em UTI, tempo de internação hospi-talar, morbidade, mortalidade, número de linfonodos acessados, tempo de uso de analgésicos após alta e tempo de retorno às atividades habituais. Esta pequena e recente experiência mostrou que praticamente todos os parâmetros são equiparados entre os dois métodos, havendo apenas a necessidade um pouco mais prolongada de analgésicos no pós-operatório e um retorno mais precoce às atividades habituais foram observados nos pacientes submetidos à ressec-ção robótica. de carcinoma brôn-quico potencialmente operáveis.

TECNOLOGIAS INOVATIVAS

Airway Spray Cryotherapy: Initial Outcomes From a Multiinstitu-tional Registry

(Ann Thorac Surg 2012;94:199 –204)

Uma modalidade terapêutica já testada em tumores de esôfago é utilizada para controle das obs-truções malignas das vias aéreas (OMV) e apresentada neste estudo retrospectivo e multi--institucional. Oitenta pacientes portadores de OMV foram sub-metidos à crioterapia através da instilação broncoscópica de um spray de nitrogênio líquido sobre a lesão (sem contato do cateter de aplicação com o tumor). A maioria dos pacientes apresen-tava mais de 75% do diâmetro da via aérea obstruído e somente 10% não alcançaram redução neste percentual de obstrução. Uma taxa de 19,1% de compli-cações menores (bradicardia, hipotensão e dessaturação de oxigênio), 8,8% de complicações maiores (hemoptise, pneumotó-rax) e 4,4% de mortalidade intra-operatórias foram identificadas em 114 aplicações. Ao cotejar o método com as alternativas disponíveis (laser, debridamento, crioterapia de contato, stents) os autores apontaram uma reduzida taxa de complicações maiores e consideraram o método seguro, resolutivo e capaz de ser utiliza-do na prática diária.

CIRURGIA TORÁCICA GERAL

Development of The American Association for Thoracic Surgery guidelines for low-dose computed tomography scans to screen for lung cancer in North America: Recommendations of The American Association for Thoracic Surgery Task Force for Lung Cancer Screening and Surveillance

(J Thorac Cardiovasc Surg 2012;144:25-32)

Recentes publicações (N Engl J Med. 2011; 365:395-409. Radiology. 2011; 258:243-53. J Thorac Oncol. 2012; 7: 10–19) que apontaram o impacto do screening para detecção do câncer de pulmão em seus estágios iniciais, através da utilização da tomografia com baixa dose, com redução na taxa de mortalidade pela doença (20%), estimularam a criação de uma força tarefa por parte da Associa-ção Americana de Cirurgia Torácica (AATS). Um grupo interdisciplinar foi reunido para análise crítica do método e proposição de guidelines para avaliação do risco para câncer de pulmão e acompanhamento pós-tratamento. Seis recomendações foram produzidas por este grupo:

1. Tomografia anual com baixa dose para fumante ou ex-fumantes de 30 anos/maço com idade entre 55 e 79 anos

2. Tomografia anual com baixa dose para sobreviventes do câncer de pulmão até os 79 anos

3. Tomografia anual com baixa dose para fumante ou ex-fumantes de 20 maços/ano com idade entre 50 e 79 anos, porta-dores de co-morbidades que determinam aumento do risco para a doença (ex. DPOC)

4. O sucesso do screening e do trata-mento para o câncer de pulmão no estágio precoce inclui o trabalho multidisciplinar entre cirurgiões torácicos, pneumologistas, radiologistas, oncologistas e patologistas.

5. Criação de um aplicativo on line para o paciente avaliar seu próprio risco

6. Engajamento contínuo da AATS com outras sociedade de especialidades para desenvolver e refinar futuros guidelines e screenings

Darcy Ribeiro Pinto Filho• Prof. de Cirurgia Torácica da Univer-

sidade de Caxias do Sul.• Chefe do Serviço de Cirurgia

Torácica do Hospital Geral-Fundação Universidade de Caxias do Sul.

• Cirurgião torácico titular da Socieda-de Brasileira de Cirurgia Torácica.

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ESPAÇO CULTURAL

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“ NO PAIN, NO GAIN” – QUAL O LIMITE?

A expressão em inglês “no pain, no gain” (sem dor, não há vitória) resume o pensamento de milhões de atletas

que buscam nesta afirmação uma justificativa para um comportamento esportivo no mínimo questionável.

Hoje nós indagamos se, para atletas competitivos de alto rendimento, o esporte é saúde, já que a dor pode ser uma companheira constante com a qual se habituam a conviver, muitas vezes dando a ela menos importância do que deveriam. O limiar da dor é muito variável entre os atletas e quando muito elevado pode provocar lesões músculo-esqueléticas na sobrecarga.

É praticamente impossível determinarmos o limite de cada um e, em geral, a linha divisória entre o fisiológico (normal) e o patológico (anormal) é muito tênue, fácil de ultrapassá-la e difícil de voltar. Muitas vezes o atleta associa a melhora de seu rendimento à necessidade de sentir dor nos treinamentos, entretanto cabe à equipe técnica e ao médico estabelecerem limites de atividades físicas para cada caso, o que é muito difícil.

Muitas vezes a presença de dor pode ser o fator determinante para não se alcançar marcas previamente obtidas. Porém, se olharmos pelo lado positivo, a continuidade do atleta na competição estaria aumentando o risco de lesões maiores.

Qual o limite tolerável de dor para que não haja prejuízo ao atleta? A dor no esporte é um sintoma do qual se pode intuir de que algo está errado. Nosso corpo vive em constante trabalho de adaptação às atitudes de sobrecarga relacionadas ao esporte. Porém quando a capacidade de recuperação biológica dos tecidos do organismo é menor do que a agressão sofrida no esporte, a lesão se instala e, se não tratada, pode levar a sérias consequências.

Temos acompanhado situações diversas de atletas treinando e competindo com dor para melhorar suas marcas. E o resultado disso pode ser positivo, como na conquista de resultados, ou negativo, fazendo com que o atleta abandone precocemente sua atividade esportiva.

Uma das maneiras de diminuir a frequência de lesões é o conhecimento adequado da forma de preveni-las e tratá-las. Portanto, conhecer o esporte, o atleta e o mecanismo de lesão traz um diferencial ao traumatologista e médico do esporte.

A dor, para o homem, é uma inimiga e por isso buscaram-se muitos caminhos a fim de fazê-la desaparecer, desde as invocações, sacrifícios aos deuses e as conjuras contra as forças do mal, até o uso de remédios naturais e empíricos referendados pela experiência. Também as técnicas de hipnose e sugestão, sempre tentando combater a dor, ainda que ela possa ser um sinal de alarme e preservação do indivíduo. Mas é claro que a dor persistente torna-se um hóspede incômodo e indesejável.

Por outro lado, sem a dor não existiria a virtude mais profundamente humana que é a serenidade. Às vezes é preciso pedir um pouco de calma ao que não tolera nenhum desconforto e fazê-lo perceber que no sofrimento nem tudo é mal.

Prof. Dr. Moisés CohenLivre Docente e Chefe do Departamento de Ortopedia e Traumatologia e da Medicina Esportiva da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São PauloPresidente da International Society of Arthroscopy, Knee surgery and Orthopaedic Sports Medicine – (ISAKOS) 2011-2013

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Notícias do XVIII Congresso da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica

O tempo passa de forma rápida e já estamos a menos de um ano do XVIII Congresso da SBCT. Muitas

reuniões, apoio e ideias de vários membros de nossa sociedade. Há algum tempo, a ansiedade é companhei-ra inseparável que nos faz buscar dia a dia o avanço na organização do evento. Muito progredimos, mas inú-meros detalhes ainda estão em andamento.

Além das reuniões locais, contamos com a participa-ção dos membros das comissões da SBCT, as reuniões e opiniões da diretoria, além da incansável dedicação de nosso presidente.

Hoje, temos a confirmação de dois grandes nomes da cirurgia torácica mundial, os doutores Robert J. Cerfolio e Weder Walter, ambos escolhidos por vocês colegas, através de votação pelo site da SBCT. Ainda estamos viabilizando a participação de outros cirurgiões. A ideia é aproveitar ao máximo estes dois expoentes da cirur-gia torácica, através de conferências, discussão de casos clínicos, e do clássico quadro “desafiando o professor”.

Cinco cursos pré-congresso serão realizados: trans-plante pulmonar, cirurgia torácica videoassistida, trauma torácico, oncologia torácica e abordagem en-doscópica da via aérea. Os cursos, com vertente prática e teórica, visam treinar, discutir e aprimorar técnicas, além de estimular cada vez mais os colegas a realizarem novos procedimentos e se aprofundarem em caminhos inovadores.

Como nosso congresso tradicionalmente é composto de temas livres, em breve já teremos no site a dispo-nibilidade para envio dos trabalhos e realização de

inscrição. A comissão organizadora, juntamente com a comissão científica, classificará os trabalhos para apre-sentação.

Certamente teremos um evento de total descontra-ção que será também um happy-hour musical para o qual convidamos os colegas que possuem algum talento em participar. Aguardem mais detalhes em breve no site www.torax2013.com.br.

Esperamos a sua participação, científica e social.

Rogério Ignacio de OliveiraPresidente da Comissão Organizadora

XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CIRURGIA TORÁCICA NONO VICENTINHO

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