JornalCana 246 (Julho/2014)

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Ribeirão Preto/SP Julho/2014 Série 2 Nº 246 R$ 20,00 ERA SÓ O QUE FALTAVA! Medida Provisória de Dilma exige emplacamento e licenciamento de novos tratores; setor requer que Congresso impeça este absurdo

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Era só o que Faltava!!!

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Ribeirão Preto/SP Julho/2014 Série 2 Nº 246 R$ 20,00

ERA SÓ O QUE FALTAVA!

Medida Provisória

de Dilma exige

emplacamento e

licenciamento

de novos tratores;

setor requer que

Congresso impeça

este absurdo

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Julho 2014ÍNDICE DE ANUNCIANTES4

Í N D I C E D E A N U N C I A N T E SACESSÓRIOS INDUSTRIAISFRANPAR 16 21334383 30

ACIONAMENTOSRENK ZANINI 16 35189001 27

ACOPLAMENTOSVEDACERT 16 39474732 82

AÇOSAPERAM 11 38181821 18

FRANPAR 16 21334383 30

ANTI-INCRUSTANTESALCOLINA 16 39515080 33

GASIL 81 34718543 36

ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DEINFECÇÕES BACTERIANASPROZYN 11 37320022 81

ÁREAS DE VIVÊNCIAALFATEK 17 35311075 3

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTODWYLER 11 26826633 17

AUTOMAÇÃO INDUSTRIALAUTHOMATHIKA 16 35134000 10

ENDRESS + HAUSER 11 50334333 47

METROVAL 19 21279400 54

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAISVIBROMAQ 16 39452825 82

BIG BAG'SBONSUCESSO 19 32891333 14

SOLUÇÕES 16 38182305 72

CABOS DE AÇOOKUBO 16 35149966 25

CALDEIRARIAMETALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 79

CALDEIRASENGETUBO 19 34343433 65

ENGEVAP 16 35138800 76

PROBOILER ENGENHARIA 19 34343433 65

CARRETASALFATEK 17 35311075 3

CARROCERIAS E REBOQUESRODOTREM 18 36231146 74

RONTAN 11 30937088 53

SERGOMEL 16 35132600 23

CATRACASSISPONTO 35 38510400 72

CENTRÍFUGASVIBROMAQ 16 39452825 82

COLETORES DE DADOSMARKANTI 16 39413367 4

COLHEDORAS DE CANACASE IH 41 21077400 7

JOHN DEERE 19 33188330 84

COMBATE A INCÊNDIO - EQUIPAMENTOS ESERVIÇOSARGUS 19 38266670 39

COMÉRCIO E DISTRIBUIÇÃO DECOMBUSTÍVEISSHELL BRASIL PETRÓLEO 21 21710400 15

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIALBOSCH ENGENHARIA LTDA 19 33018101 68

CONTROLE DE FLUIDOSMETROVAL 19 21279400 54

CORRENTES INDUSTRIAISPROLINK 19 34234000 13

DECANTADORESGASIL 81 34718543 36

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 79

DEFENSIVOS AGRÍCOLASARYSTA DO BRASIL 11 30545000 67

BASF 11 30432125 45

CANAVIALIS 19 35124143 55

IHARA 15 32357914 29

DESINFECÇÃO INDUSTRIALMC DESINFECÇÃO IND 16 35124310 31

DESTILARIASCONGER 19 34391101 64

EDITORAPROCANA BRASIL 16 35124300 43, 57, 63

ELETROCALHASDISPAN 19 34669300 42

ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA ESERVIÇOSPROBOILER ENGENHARIA 19 34343433 65

SANARDI 17 32282555 26

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVILCONGER 19 34391101 64

ENGEVAP 16 35138800 76

PROBOILER ENGENHARIA 19 34343433 65

ENTIDADESGERHAI 19 34562298 77

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃOANSELL 11 33563100 22

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOS APS COMP ELÉTRICOS 11 56450800 69

EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOSHIDRO AMBIENTAL 19 35729999 40

PARKER HANNIFIN 12 40093591 19

ESPECIALIDADES QUÍMICASNEOBRAX 17 33243955 66

PROZYN 11 37320022 81

EVAPORADORESMETALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 79

FEIRAS E EVENTOSPROCANA BRASIL 16 35124300 43, 57, 63

REED ALCANTARA 11 30604942 56 E 71

SINATUB 16 39111384 8

FERRAMENTASLEMAGI 19 34431400 68

FERRAMENTAS PNEUMÁTICASLEMAGI 19 34431400 68

PARKER HANNIFIN 12 40093591 19

FIBRA DE VIDROPETROFISA 41 36261531 32

FIOS E CABOSCONSTRUFIOS 11 50538383 41

SOLUÇÕES 16 38182305 72

GASES INDUSTRIAISGASIL 81 34718543 36

GEORREFERENCIAMENTOJRM GEO 14 34136856 62

GRÁFICASÃO FRANCISCO GRÁFICA 16 21014151 75

IMPLEMENTOS AGRÍCOLASDMB 16 39461800 9

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLEMETROVAL 19 21279400 54

TESTO 19 37315800 76

IRRIGAÇÃOGERMEK 19 36827070 20

INTERCAMBIÁVEISMETALQUIP 17 35319600 60

LEVEDURAS E ENZIMASPROZYN 11 37320022 81

LIMPEZA E ESTERILIZAÇÃO DE BAGSDESTAK IDEIAS 17 33611575 70

LUBRIFICANTESSHELL BRASIL PETRÓLEO 21 21710400 15

MANUTENÇÃO INDUSTRIALMETALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 79

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS CASE IH 41 21077400 7

MATERIAIS RODANTESITR SOUTH AMERICA 11 33407555 51

MOENDAS E DIFUSORESRENK ZANINI 16 35189001 27

MONTAGENS INDUSTRIAISCONGER 19 34391101 64

ENGETUBO 19 34343433 65

ENGEVAP 16 35138800 76

NUTRIENTES AGRÍCOLASIHARA 15 32357914 29

UBYFOL 34 33199500 5

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLASUNIMIL COLHEDORAS 19 21050800 24

PENEIRAS ROTATIVASVIBROMAQ 16 39452825 82

PLANTADORAS DE CANADMB 16 39461800 9

PLANTAS INDUSTRIAISBOSCH ENGENHARIA LTDA 19 33018101 68

QUÍMICA E DERIVADOSNEOBRAX 17 33243955 66

REDUTORES INDUSTRIAISRENK ZANINI 16 35189001 27

TGM 16 21052600 35

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROSSÃO FRANCISCO SAÚDE 16 08007779070 83

SINALIZADORES INDUSTRIAISRONTAN 11 30937088 53

SOLDAS INDUSTRIAISAGAPITO 16 39479222 82

COMASO ELETRODOS 16 35135230 34

MAGISTER 16 35137200 21

SUPRIMENTOS DE SOLDACOMASO ELETRODOS 16 35135230 34

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃOAGM TECH SOLINFTEC 18 36212182 59

TINTAS E REVESTIMENTOSSHERWIN-WILLIAMS 19 21228826 52

TORRES DE DESTILAÇÃOMETALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 79

TRANSBORDOSDMB 16 39461800 9

TESTON 44 33513500 2

TRATORESCASE IH 41 21077400 7

JOHN DEERE 19 33188330 84

TROCADORES DE CALORAGAPITO 16 39479222 82

TUBOS DE CONCRETOENGETUBO IND. 19 34343433 65

TUBOS E CONEXÕESARCELORMITTAL - ACESITA 11 38181821 18

FRANPAR 16 21334383 30

PETROFISA 41 36261531 32

TGM 16 21052600 35

VÁLVULAS INDUSTRIAISFOXWALL 11 46128202 16

FRANPAR 16 21334383 30

VEDAÇÕES E ADESIVOSFLUKE 19 32733999 73

PARKER HANNIFIN 12 40093591 19

VEDACERT 16 39474732 82

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Julho 2014 CARTA AO LEITOR 5

NOSSOS PRODUTOSPUBLICAÇÕES

JornalCana - O MAIS LIDO!Anuário da Cana

Brazilian Sugar and Ethanol GuideA Bíblia do Setor!JornalCana Online

www.jornalcana.com.brBIO & Sugar

International MagazineMapa Brasil de Unidades Produtoras

de Açúcar e Álcool

EVENTOS

Prêmio MasterCanaTradição de Credibilidade e Sucesso

Prêmio BestBIO BrasilUm Prêmio à Sustentabilidade

Fórum ProCanaUSINAS DE ALTA PERFORMANCE

SINATUB TecnologiaLiderança em Aprimoramento Técnico e

Atualização Tecnológica

DIRETORIAJosias Messias [email protected]� Controladoria Mateus Messias [email protected]

REDAÇÃO� Editor Luiz Montanini - [email protected] � Coordenação e FotosAlessandro Reis - [email protected]� Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur� ReportagemAndréia Moreno - [email protected]é Ricci - [email protected] Barci - [email protected] Bernardes - [email protected]� Arte Gustavo Santoro� RevisãoRegina Célia Ushicawa

ADMINISTRAÇÃO� Gerente AdministrativoLuis Paulo G. de Almeida [email protected][email protected]@procana.com.br

TIC E PLANEJAMENTOAsael Cosentino [email protected]

EVENTOS E PÓS-VENDASThaís Rodrigues [email protected]

MARKETING� Gerência Fábio Soares [email protected]� Assistente Lucas [email protected]

PUBLICIDADE� ComercialGilmar Messias 16 [email protected] Milán 16 [email protected] Giaculi 16 [email protected]

ASSINATURAS EEXEMPLARES11 3512.9456www.jornalcana.com.br/assinaturas

NOSSA MISSÃOProver o setor sucroenergético de informações

relevantes sobre fatos e atividades relacionadas àcultura da cana-de-açúcar e seus derivados, e

organizar eventos empresariais visando:� Apoiar o desenvolvimento sustentável do setor

(humano, socioeconômico, ambiental etecnológico);

� Democratizar o conhecimento, promovendo ointercâmbio e a união entre os integrantes;

� Manter uma relação custo/benefício que propicieparcerias rentáveis aos clientes e demaisenvolvidos.

O MA IS L ID O!

Fone 16 3512.4300 Fax 3512 4309Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia

14096-030 — Ribeirão Preto — [email protected]

ISSN 1807-0264

Artigos assinados (inclusive os dasseções Negócios & Oportunidades eVitrine) refletem o ponto de vista dosautores (ou das empresas citadas).JornalCana. Direitos autorais e comerciais reservados. É proibida areprodução, total ou parcial, distribuição ou disponibilização pública,por qualquer meio ou processo, sem autorização expressa. A violaçãodos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, doCódigo Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamente com buscae apreensão e indenização diversas (artigos 122, 123, 124, 126, da Lei5.988, de 14/12/1973).

10.000 exemplaresPublicação mensal

í n d i c e

www.jornalcana.com.br

c a r t a a o l e i t o rJosias Messias [email protected]

Emplacar ou empacar?Imagine a cena insólita: uma colhedora de cana que transita em direção aos talhões é

abordada por policiais rodoviários, que pedem documentos do veículo. Caso não estejaregistrada, licenciada e emplacada, será multada e recolhida ao pátio, como um veículoqualquer.

Esta cena imaginária pode se tornar real caso a Medida Provisória 646, já assinada porDilma Rousseff, seja aprovada no congresso. Ela obriga o registro, licenciamento eemplacamento dos automotores agrícolas que transitem em vias públicas fabricados a partirde 1º de agosto de 2014.

A MP será analisada por senadores e deputados em comissão mista, em seguida serávotada pelos plenários da Câmara e do Senado. Já foram apresentadas 71 emendas para amedida, o que demonstra o quanto é controversa.

Algumas questões precisam ser levantadas pelo Congresso antes de permitir que amedida entre realmente em vigor. (veja matéria completa nas páginas 29 e 30).

Qual é a motivação do governo ao instituir essa obrigatoriedade? Não pode ser outrasenão a de arrecadar mais dinheiro do contribuinte. Com isto, enche seus cofres e deixaainda mais combalido o setor agrícola como um todo. Calcula-se que no licenciamento damáquina nova, ainda que único, cerca de 3% a mais de seu valor serão gastos a mais. E maiso IPVA, este anual, cuja renovação será obrigatória. Estimativas indicam que os custos comemplacamento, vistoria e IPVA possam chegar a R$ 30 mil ao ano por máquina.

A definição do que é via pública também não está clara. Outra questão a resolver: se a medida vale apenas para máquinas novas, que entram em

circulação a partir de primeiro de agosto deste 2014, o que será das antigas? Estas poderãotransitar livremente? No mínimo isto é um contrassenso.

Mais do que todas estas questões, a do impacto econômico sobre as empresas agrícolas –em nosso caso, sobre as usinas – precisa ser levada em conta. O setor sucroenergético nãopossui apenas alguns tratores de esteira ou patrolas, mas utiliza inúmeras máquinas agrícolasmotorizadas, tratores que puxam transbordos, colhedoras e plantadoras, entre outras.

É possível e espera-se que o Senado e a Câmara recuperem o bom senso que aPresidência parece ter perdido e rejeite estes pontos nefastos. Caso insista, em vez de fazer osetor emplacar, fá-lo-á empacar.

De toda esta medida provisória, o único item que realmente beneficia o setor e toda acadeia agrícola é o da permissão para que motoristas habilitados na categoria B conduzamtratores e máquinas agrícolas.

Nossa sugestão é que o Congresso reduza esta MP apenas a este item e que ignore todo orestante. Com o não radical a esta medida estaria mostrando ao Executivo o absurdo que foicolocado em pauta.

Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8

Usina do Bem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9

Eventos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 e 11

Giro do Setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12

Mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 a 18� Setor crê que aumento da mistura é o primeiro passo para sair da crise� Setor deve ter nova temporada de fusões e aquisições

Política Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20 a 26� Plano Safra ignora cana-de-açúcar� Líderes e produtores se reúnem com presidenciáveis� Cinco perguntas para Roberto Hollanda Filho, presidente da Biosul

Homenagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28� Estiva celebra 50 anos com homenagem a colaboradores

Logística & Transporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29 e 30� Impasse sobre o licenciamento de tratores continua na câmara

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32 a 44� Agrônomos afirmam que cenário crítico do setor mudará em breve� China dobra quantidade de açúcar importado� Continente africano pode tornar-se potência futura em etanol� Centro-Sul praticamente iguala moagem passada� Clima e crise afetam produção na região nordestina

Impacto Ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46� JAVAPORCO, O TERROR!

Impacto Social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .48 e 49� “Servir é a essência do bom ambiente de trabalho”

Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . .50 a 56� Certificação de sistema de gestão aumenta controle das etapas deprodução� Premiação do MasterCana Social é apresentada na reunião do Gerhai

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .58 a 72� Ser empresário no setor é ter fé inabalável � Maior quantidade de impurezas minerais interfere na vida útil de exaustorese ventiladores� Bombas inadequadas podem provocar explosão de custos� Quantidade elevada de impurezas exige pré-tratamento do caldo� Usina São Martinho adquire CVP Bosch

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .73 a 76� Manejo adequado da irrigação gera ganhos significativos

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . . .78 a 82

ALÍVIO PARA A CRISE“Vinde a mim, todos os que estais

cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”(convite de Jesus no livro de Mateus, capítulo 11, verso 28)

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Julho 2014AGENDA8

A C O N T E C E U A C O N T E C E

GEGIS DEBATE BENEFÍCIOS FISCAIS DO SETOR

O Gegis – Grupo de Estudos emGestão Industrial do SetorSucroenergético se reuniu pelasegunda vez em Sertãozinho, SP,para debater, entre outros pontos, osbenefícios fiscais voltados ao setorsucroenergético. O encontro, queaconteceu no dia 30 de maio,abordou o decreto que regulamenta ocrédito presumido de PIS/Cofinspara produtores de álcool, conformeprevê a Lei 12.859/2013, além do“Refis da Crise”, que renegocia valorde dívidas e seus juros. O advogadoIvan Schmid foi um palestrantes doevento, que contou com cerca de 30pessoas.

TECNÓLOGOS EM BIOCOMBUSTÍVEIS O curso de graduação em

biocombustíveis da Fatec Nilo de Stéfani- Jaboticabal é gratuito, contempla aprodução de biocombustíveis sólidos(madeira e biomassa), líquidos (etanol ebiodiesel) e gasosos (biogás), além deabordar atividades que são relacionadasao setor sucroenergético como aprodução de açúcar, bioeletricidade,gestão de subprodutos, dentre outros. Ocurso é oferecido no período da manhã,das 8h20 às 11h50 e da noite, das 19h às22h30, com 40 vagas cada. Maisinformações no site www.fatecjab.edu.br.

FERSUCROA Stab Leste realiza no período de, 8

a 11 de julho de 2014, no Centro deConvenções de Maceió, AL, a 11ª ediçãoda Fersucro – Feira RegionalSucroalcooleira. Mais informaçõesatravés do site www.fersucro.com.br.

FENASUCROA Fenasucro&Agrocana acontece de

26 a 29 de agosto de 2014, emSertãozinho, SP, oferecendo aosvisitantes a oportunidade de explorartoda a cadeia de produção: preparo dosolo, plantio, tratos culturais, colheita,industrialização, mecanização eaproveitamento dos derivados da cana-de-açúcar. Mais informaçõeswww.fenasucro.com.br.

CURSO DE CALDEIRAS, VAPOR E ENERGIAAcontece nos dias 24 e 25 de julho, em

Ribeirão Preto, SP, o curso de ‘Caldeiras,Vapor e Energia’, promovido pela SinatubTecnologia, em parceria com a ProCanaBrasil. Serão abordados os principaistópicos de necessidade utilizados pelosusuários industriais, contribuindo com oaprimoramento da qualidade eprodutividade das caldeiras e dos sistemasde vapor. Mais informaçõeswww.sinatub.com.br.

FÓRUM PROCANAO Fórum ProCana 2014 – Usinas de

Alta Performance acontecerá no mesmo diado Prêmio BestBIO, 18 de setembro, emRibeirão Preto (SP). Entre outros assuntos, oevento discutirá casos que apresentamresultados comprovados, de curto prazo, noincremento da rentabilidade e dacompetitividade das usinas; além de modelosde negócios sustentáveis, compatíveis com adiversidade de desafios e a alta volatilidadedo mercado sucroenergético.

PRÊMIOS MASTERCANA Em 2014, a edição Centro-Sul do

MasterCana terá muitas novidades. Umadelas é a mudança de local, sendo realizadono dia 25 de agosto, em Ribeirão Preto, SP.Já o MasterCana Nordeste acontece em 13de novembro, em Recife, PE. Por último, em25 de novembro, será realizado oMasterCana Brasil, em São Paulo, capital.

Palestra realizada na edição 2013 do curso

BESTBIOO Prêmio BestBIO, que acontece

em 18 de setembro, em RibeirãoPreto, SP, é uma iniciativaindependente que tem por objetivocentral incentivar a sustentabilidadeatravés da divulgação ereconhecimento aos melhores cases dabioeconomia brasileira, com ênfase nodesenvolvimento e geração de energiaslimpas e renováveis. Mais informaçõesacesse www.bestbio.com.br.

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Julho 2014 USINA DO BEM 9

A Usina Delta Sucroenergia realizou oplantio de mudas e hortaliças em escolasmunicipais nas cidades onde tem parquesindustriais no Triângulo Mineiro, no iníciode junho. O objetivo foi comemorar aSemana do Meio Ambiente nas unidadesDelta, Conceição das Alagoas e Conquista.A ação consistiu em criar hortas para asescolas, que cultivarão: cheiro verde,alface, pimenta, pimentão, cebolinha e,plantarão árvores de espécies nativas daregião. Segundo a assessoria da unidade,as próprias crianças puderam plantar eaprender sobre os cuidados para que assementes cresçam e sirvam comoalimentos na refeição escolar.

Delta comemora Semana do Meio Ambiente A Usina Barralcool, de Barra do

Bugres, promoveu no dia 5 de junho, asoltura de 14 mil alevinos da espéciePiraputanga, em comemoração àSemana do Meio Ambiente. O Projetofaz parte do Programa “Viva o Peixe”,realizado pelo quarto ano consecutivo,mas o diferencial desta edição foi asoltura em um ponto de lazer da cidade.O objetivo da ação foi promover apreservação de alevinos no Lago Azul,local onde foram soltos os peixes.Segundo a assessoria de imprensa daunidade, além de comemorar o MeioAmbiente, também celebrou-se os 70anos da cidade.

Usina solta 14 mil alevinos no MT

Ação consistiu em criar hortas para escolas municipais

De 4 a 11 de junho, a UsinasItamarati promoveu a 5ª Semana deResponsabilidade Socioambiental, emNova Olímpia, MT. A empresa jápromoveu ações como uma campanhade doação de sangue. O Projeto DocePeixe, aconteceu com soltura dealevinos na represa São Lourenço.Pessoas da comunidade, familiares efuncionários da empresa,participaram dos acontecimentos.Houve ainda uma palestra sobre MeioAmbiente na Escola Estadual de 1ºGrau Jada Torres, de Tangará daSerra. Em 10 de junho, o presidente

da Itamarati, Antonio Christiano,promoveu um evento na unidade, quecontou com palestras sobre política deinvestimento social privado daempresa; setor de responsabilidadesocial e projetos próprios; indústriado conhecimento. No dia 11,aconteceu a apresentação do ProjetoKaratê, do Instituto Florescer; epalestras sobre drogas naadolescência; violência doméstica;projetos ambientais. Em paralelo, aunidade montou um ponto paraaferição da pressão arterial, controlede glicemia e cálculo de IMC.

Responsabilidade socioambientalPrograma “Viva o Peixe”, acontece

pelo quarto ano consecutivo

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10 EVENTOS Julho 2014

Premiação encerraráFórum ProCana - Usinasde Alta Performance

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

O Prêmio BestBIO está recebendo asinscrições dos cases participantes até dia30 de julho. Promovido pela ProCanaBrasil, a edição 2014 do evento quereconhece as melhores empresas eprofissionais da bioeconomia brasileira,está repleta de novidades. Ele será oevento social de encerramento do FórumProCana 2014 - Usinas de AltaPerformance e acontecerá em RibeirãoPreto, SP, no dia 18 de setembro.

O BestBIO 2014 irá destacar os casese profissionais do país nas áreas debiocombustíveis, bioenergia,bioeletricidade, biotecnologia eresponsabilidade ambiental e empresarial.Josias Messias, presidente da ProCanaBrasil, afirma que as usinas e empresasrelacionadas ao segmento devemparticipar para mostrar essa força,ressaltar os investimentos e a tecnologiaempregada.

O BestBIO conta com o apoio dasprincipais entidades da área, como aUNICA (União da Indústria de Cana-de-açúcar), APLA (Arranjo Produtivo Localdo Álcool), ANACE (Associação Nacionaldos Consumidores de Energia), Cogen(Associação da Indústria de Cogeração deEnergia), CBCN (Centro Brasileiro paraConservação da Natureza eDesenvolvimento Sustentável), RENABIO(Rede Nacional de Biomassa para Energia),Sindustrial Engenharia e SBAG (SociedadeBrasileira de Agrosilvicultura).

Em 2010, a Guarani implantou umsistema de gestão de segurança, queculminou na redução de 60% nos índicesde acidentes de trabalho. Esse trabalhorendeu à empresa o Prêmio BestBIO 2013,

na categoria “Empresa do Ano –Responsabilidade Empresarial”. “Quandofalamos na questão de acidentes detrabalhos, não analisamos somente a áreade segurança, nem apenas as liderançasque atuam neste segmento. Muitos outrosfatores influenciam no quesito redução deacidentes. O programa “Risco Zero” quedesenvolvemos na Guarani incentiva,valoriza, reconhece e premia oscolaboradores da usina. Acredito que, porisso, estamos alcançando bons resultados,que resultam em prêmios tão importantescomo este”, reforça Edilberto Bannwart,representante da Guarani em 2013, noevento de premiação.

SOBRE O FÓRUM O Fórum ProCana 2014 - Usinas de Alta

Performance é um evento desenvolvido com o

foco de apresentar aos empresários eexecutivos do setor, casos de resultadoscomprovados no incremento da rentabilidadee da competitividade das usinas. O programado Fórum, que será realizado no mesmo dia elocal do Prêmio BestBIO Brasil 2014, incluitemas como Modelos de negócios sustentáveis,compatíveis com a diversidade de desafios e aalta volatilidade do mercado sucroenergético;Alternativas inovadoras na reestruturação &capitalização das empresas; Metodologiasconsagradas na redução de custos e melhoriasde eficiência nos processos; e tecnologias emestágio comercial que permitem alcançar o pleno potencial agroindustrial da cana-de-açúcar.

Prêmio BestBIO 2014 recebe inscrições de cases

Edilberto Bannwart, representante da Guarani, em 2013, no evento de premiação

ServiçoPrêmio BestBIO Brasil 2014 e

Fórum ProCana 2014 -Usinas de Alta PerformanceData: 18/09/2014

Local: Ribeirão Preto (SP)www.bestbio.com.br/casesMais informações: fone 16

[email protected]

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Julho 2014 EVENTOS 11

Micro e pequenas empresas terão espaço exclusivo na Fenasucro Dezesseis micro e pequenas empresas

voltadas à cadeia produtiva do setorsucroenergético terão um espaço exclusivopara exporem seus serviços e produtosdurante a 22ª Fenasucro. Neste ano, oevento acontece de 26 a 29 de agosto, noCentro Empresarial Zanini, emSertãozinho, SP.

A presença dessas empresas é oresultado de uma parceria entre aorganização da Fenasucro (ReedExhibitions Alcantara Machado e CeiseBr) e o Sebrae/SP, possibilitando aparticipação delas na maior feirainternacional de tecnologiasucroenergética.

Existente desde a primeira edição daFenasucro, a parceria ainda visa àsempresas maior acesso ao mercado dosetor e a aproximação com grandesfornecedores e compradores. Aparticipação delas é viabilizada a umcusto baixo, uma vez que parte do valor ésubsidiada pelo Sebrae. “Assim, essesestabelecimentos podem reforçar suasmarcas junto ao mercado sucroenergéticoe conhecer novos clientes e fornecedores.Nosso papel é incentivar odesenvolvimento e a competitividade dasmicro e pequenas empresas e, por isso,estamos sempre presentes em grandesfeiras setoriais. Historicamente, estasações dão resultados muito positivos paraas empresas”, explica o gestor do Sebrae,SP, Fábio Menezes de Souza.

Segundo Fábio, os resultados crescema cada ano. Em 2013, foram realizados231 contatos que geraram 277 mil emnegócios imediatos e uma previsão de R$3.945.000,00 estimados para os quatromeses após a realização da feira. Opresidente do Ceise Br, Antonio EduardoTonielo Filho, afirma que esta parceria éfundamentalmente importante para o

fortalecimento do Departamento dasMicro e Pequenas Empresas, criado pelaentidade para apoiar e buscar soluçõesinovadoras para esses empreendedores,integrantes da cadeia produtivasucroenergética. “O conhecimentoestratégico e aplicado do Sebrae nos ajudaa promover o desenvolvimento sustentáveldessas empresas, inserindo-as no contexto

socioeconômico do município, com acriação de novos postos de trabalho, porexemplo, além da contribuição para ummelhor resultado da economia local”,afirma.

Reed Exhibitions Alcântara Machado16 2132.8936www.reedalcantara.com.br

Parceria com o Sebrae resultará em um espaço dedicado para 16 empresas

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Uma nova usina de açúcar em Elora,na Indonésia, começou oficialmente aoperar. A usina é apontada porespecialistas, como uma das maismodernas do país, com capacidade deprodução de 600 mil toneladas de açúcarpor dia, de acordo com o jornal “JakartaPost” da Indonésia.

Kamadjaja, presidente da unidadechamada de “PT Gendhis Multi ManisGMM”, disse que a construção começouem junho de 2011 e custou em torno de 1,8trilhões de Rúpias (152 milhões dedólares).

A usina processa cerca de 6 miltoneladas de cana-de-açúcar por dia, oequivalente a 600 toneladas de açúcar, e éconsiderada a unidade mais moderna, em

uma área onde a maioria das usinas deaçúcar estão em operação desde 1870,época da colonização holandesa.

A Indonésia possui 74 usinas,construídas no período da colonizaçãoholandesa, sendo que 11 estão localizadasna mesma região da nova unidade.

Atualmente, a demanda por açúcar naIndonésia é de 5,75 milhões de toneladaspor ano e apenas 40% vem da produçãonacional. Com a nova usina, a previsão éque o fornecimento aumente em 5%.

A nova usina se estende por 43hectares e emprega mais de 1.000trabalhadores diretos e 20 mil produtoresde cana-de-açúcar, num sistema decooperação que lhes dá participação noslucros finais.

Julho 2014GIRO DO SETOR12

O setor de açúcar na Índia estápassando por graves problemas.Existe a questão da dívida das usinascom os agricultores e há tambémincerteza, sobre a questão dosubsídio à exportação de açúcarbruto, de acordo com o “EconomicTimes” da Índia. Desde que o novogoverno assumiu o comando doMinistério das Finanças, odepartamento pode ter nova propostapara suspender o subsídio àexportação a partir de junho, devidoà diminuição dos volumesexportados. Acredita-se que, comomedida alternativa, o governo possalançar um novo programa de misturade etanol no país. Açúcar tailandês

O Paquistão terá um excedente decerca de um milhão de toneladas deaçúcar, este ano, de acordo cominformações do Jornal “DawnNews”. Ocálculo foi feito com base no consumomensal, que gira em torno de 390 miltoneladas, e dos estoques disponíveis de3,45 milhões de toneladas, espalhadas porusinas situadas em três províncias.Estoques da província de Punjab, tem 1,9milhões de toneladas de açúcar nosestoques, seguido de 1,4 milhões detoneladas em Sindh e 200 mil toneladasem Khyber Pakhtunkhwa. A produção deaçúcar, calculada de novembro de 2013 a

abril 2014, foi de 5,45 milhões detoneladas no total, das quais Punjabproduziu cerca de 3,25 milhões detoneladas: Sindh, 1,850 milhões detoneladas e Khyber Pakhtunkhwa, 350 miltoneladas. Para PSMA- Pakistan SugarMills Association, os indicadores sobre aprodução de açúcar e estoques do paísestão satisfatórios, apesar de algunsprodutores demonstrarem insatisfação como ritmo lento das exportações dacommodity. De acordo com dados do PBS-Paquistão Bureau of Statistics, asexportações de açúcar caíram 27% emquantidade e 37% no preço.

A produção de açúcar da Tailândia,segundo maior exportador do mundo depoisdo Brasil, está estimada a atingir produçãorecorde, a partir de novembro de 2014,depois do governo do país promover oaumento das plantações entre os agricultores.A produção pode subir de 6,3%, ou oequivalente a 110 milhões de toneladas decana-de-açúcar e a quantidade exportadapode ser de até 9 milhões de toneladas em2015, a partir dos 8 milhões de toneladas esteano. O crescimento da produção na Tailândiapode reduzir os preços do açúcar brutonegociado em Nova York e a demanda globalpode exceder a produção em 2014/15, depoisde um excedente nos estoques de açúcar esteano, e nos anos anteriores, de acordo com asestimativas da Kingsman SA.

O Setor pelo Mundo

INDONÉSIA

ÍNDIA

GUIANA PAQUISTÃO

TAILÂNDIA

Colheita de cana na Indonésia

Especialistas em mercado de açúcar temquestionado a real eficiência da administração portrás da Guysuco — Guyana Sugar Corporation,empresa de açúcar do governo da Guiana, no norteda América do Sul. Estimativas preliminaresapontam para produção de apenas 80 miltoneladas, desde o início da safra até o momento.A Guysuco está pressionando os produtores deuma de suas fábricas, localizada em Skeldon, paraque esta, atinja sua meta de cerca de 14 miltoneladas por dia, antes do fim da safra, de acordocom o jornal “Stabroek da Guiana”. “Foramproduzidas míseras 7 toneladas de açúcar, naquarta-feira, 28 de maio”, de acordo com umtrabalhador da fábrica, que não quis se identificarpara a imprensa local. Quando concebida, nosplanos do governo do país, a fábrica de Skeldonproduziria, no mínimo, 110 mil toneladas por ano.Ninguém do governo quis se pronunciar a respeitodo possível prejuízo, até o momento.Planta da Skeldon Sugar

Em Cuba, porta-voz da Azcuba — Organización Superior de Dirección GrupoAzucarero, disse que, cerca de uma dúzia de usinas ainda está em operação paratentar alcançar a meta de produção do setor, que apesar das dificuldadesenfrentadas por causa do mau tempo, deve ter aumento de 3%, de acordo cominformações da Prensa Latina. Entretanto, até o momento, apenas cinco provínciascubanas conseguiram iniciar a colheita de cana-de-açúcar.

CUBA

Transporte de cana no Paquistão

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Julho 2014 MERCADO 13

Governo retira texto de emenda provisória,mas pede rapidez em estudos técnicos

ANDRÉ RICCI, DE SÃO PAULO, CAPITAL

Na última edição do JornalCanainformamos que havia sido aprovado poruma comissão mista do Congresso Federal,em 14 de maio, a emenda referente aMedida Provisória (MP) 638/14,autorizando o aumento do teto depercentual do álcool anidro na gasolinapara 27,5%, desde que o órgão do governoaceitasse a viabilidade técnica do aumento.Contudo, sob atuação do governo, o textofoi retirado.

Já na primeira semana de junho, ainformação era de que o ministro-chefe daCasa Civil, Aloizio Mercadante, a mandoda Presidente Dilma, convocou líderes dosetor sucroenergético para reuniões emBrasília, DF.

De fato, o encontro aconteceu ereuniu, em 11 de junho, representantes daAnfavea — Associação Nacional dosFabricantes de Veículos Automotores e dosMinistérios de Minas e Energia e daIndústria e do Comércio. “Tenho aimpressão de que medidas serão tomadasem benefício do setor", disse Elizabeth

Farina, presidente da Unica – União daIndústria de Cana-de-Açúcar, ao sair dareunião.

Cid Caldas, coordenador geral deaçúcar e etanol do Mapa – Ministério daAgricultura, Pecuária e Abastecimento,traz detalhes do trabalho. “Existe o pedidodo setor para que o governo reavalie aquestão da mistura. Isso vem sendoestudado por um grupo técnico.Continuamos buscando aquilo que nos foipassado em um primeiro momento”,explica.

A dúvida que permanece, ao menospara o governo, é sobre a viabilidadetécnica da alteração. Especialistas apontamperda de eficiência dos carros a gasolina,além de desgaste maior do motor. Mas nãopara o setor. “Temos plena convicção deque não existe problemas nesta ordem.Estudos já encomendados pelo segmento,assim como informações da própriaAnfavea, dizem que não há empecilhos”,afirma Arnaldo Jardim, presidente daFrente Parlamentar em Defesa do SetorSucroenergético.

Mário Campos, presidente executivoda Siamig - Associação das IndústriasSucroenergéticas de Minas Gerais, temparticipado na busca pela implementaçãodo aumento. Ele explica que existem doismomento importantes neste processo eque precisam ser observados.

“Uma coisa é a questão legal e outraé a efetiva. O governo busca comprovartecnicamente que a alteração é possível,fato que nós acreditamos ser. O quedefendemos neste momento é que alegislação seja alterada, para que, nomomento em que as confirmaçõessurgirem, a mudança possa ser feitarapidamente”.

Campos corrobora a opinião deJardim de que o aumento traria fôlego aosprodutores. “Independentemente dequem vença a eleição, é preciso mudar apolítica energética do país. Acreditamosque com 1 bilhão de litros a mais para oanidro – valor estimado caso a mudançase confirme -, a situação melhoraria”.

Já Roberto Rodrigues, mais novopresidente do conselho deliberativo daUnica, afirma que a alteração nãoresolverá em definitivo a crise econômicado segmento, mas será o primeiro passo.“Seria importante, inclusive, para que opreço da gasolina diminua aoconsumidor. Sem contar as vantagensambientais, geração de empregos, enfim,tudo aquilo que temos falado hátempos”.

Setor crê que aumento da mistura é o primeiro passo para sair da crise

Roberto Rodrigues: aumento da mistura

não resolve, mas ajuda

Cid Caldas: grupo técnico reavalia

viabilidade da mistura

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Julho 2014MERCADO14

Com know-how de uma pessoa quedesde o início da década de 1970 trabalhaem prol do setor sucroenergético, MaurílioBiagi Filho atribui ao processo eleitoral asaída para o segmento. O empresário, quefoi convidado para ser vice de AlexandrePadilha (PT) na disputa pelo governo deSão Paulo, e recusou, fala com segurançasobre o atual momento.

“Existe uma grande hipocrisia em tudoque vem sendo dito. Uma condição básicapara que o setor se recupere é a mudançade governo. Ao mesmo tempo, não é certoque se mudar, vai melhorar”, explica.

A grande questão no momento é oaumento da mistura de etanol anidro na

gasolina, saindo dos atuais 25% para27,5%. “Não faz sentido ainda não tersido autorizado. É uma economia enormepara o país, para a Petrobras e aindaajuda o setor. Mostra despreparo dogoverno para lidar com o assunto”,afirma.

Para Biagi, a informação de que ogoverno convocou líderes do setor paraum diálogo mostra, mais uma vez, ademora em agir por parte dosgovernantes. “É uma conversaextremamente importante, pena quedemorou tanto para acontecer”.

Além da mudança na legendaparlamentar, o empresário acredita ser

necessário um novo modelo de negóciopara o etanol para que a curva decrescimento volte. Voltar todos os esforçosapenas para o preço da gasolina, em suaopinião, não é o caminho. “O governo nãofará isso em função do setor. Temos queinovar, apresentar soluções novas e ideiasque ainda não foram sugeridas. Se não,será difícil sair desta situação”.

Manoel Ortolan, presidente daOrplana – Organização de Plantadores deCana da Região Centro-Sul do Brasil éoutro que tem trabalhado para provar queo setor sucroenergético precisa de ajuda.

Falando como um produtor que vemsofrendo com as condições de mercado,

Ortolan defende o aumento da mistura.“Muito se fala, mas pouco se faz. Essaquestão da mistura é algo que podecontribuir para que o setor retome suasatividades, já que ajuda a regular omercado”.

Ele afirma ainda, que um programarenovável genuinamente nacional, como éo caso do etanol, não pode serdesprezado, haja visto sua importânciasocial e ambiental. “Continuamosdependendo de duas questões: da claradefinição do papel do etanol na matrizenergética brasileira, além do tratamentotributário diferenciado entre obiocombustível e a gasolina”. (AR)

Recuperação do setor depende de mudança de legenda no poder executivo

Manoel Ortolan: aumento da mistura contribui com o meio ambiente Maurílio Biagi Filho: atual governo é despreparado para lidar com setor

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Usinas em recuperaçãojudicial e que encerraramatividades despertaminteresse de investidores

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

As fusões e aquisições do setorsucroenergético que tiveram seu ápice háalguns anos, podem voltar com força naspróximas safras ou até mesmo nessatemporada, segundo analistas de mercado.Isto porque o mercado de açúcar apresentapreços mais aquecidos e o consumo doetanol poderá aumentar. Sendo assim, omercado espera um novo movimento decompra e procura por usinas emdificuldades, tanto das que pararam demoer ou hibernaram, como daquelas emrecuperação judicial. “Mas isso não seráum movimento desenfreado, tudo seráplenamente analisado”, lembra uma fontede mercado.

De 1995 a 2003, 35 usinas foramincorporadas, segundo um estudo “Fusõese aquisições das unidades produtivas e daagroindústria de cana-de-açúcar no Brasil enas distribuidoras de álcool hidratadoetílico”, de Paulo Henrique de LimaSiqueira, doutorando da UniversidadeFederal de Lavras e Luiz Gonzaga deCastro Junior, professor da UniversidadeFederal de Lavras. Dessas, 23 foramvendidas, cinco sofreram processo de fusãoe uma se tornou joint venture e outra foiarrendada.

Em 2004, o mercado registrou cincocasos de aquisição neste setor e o grupoCosan e FBA foram os principaiscompradores. Em 2006, as empresasestrangeiras respondiam por 4,5% daprodução nacional de cana, ou 18,5milhões de toneladas, e tinham 11unidades, de acordo com a Unica.

Os estudiosos relatam que de 2006,

2007, 2008 e 2009, ocorreram nove, 25,14 e seis fusões e aquisições,respectivamente, no setor. Dados da Unicademonstram que 67 grupos econômicossucroenergéticos do Centro-Sul do Paíspossuíam 154 unidades produtoras nasafra 2006/07, que processaram cerca de73,23% da produção do Centro-Sul, ou273,5 milhões de toneladas.

O estudo aponta ainda que em 2007,os principais compradores foram grandesgrupos e fundos estrangeiros, responsáveispor 70% das transações realizadas. “Depois

da forte entrada de investimentosregistrada em 2007, os negócios perderamforça em 2008, por conta da crisefinanceira global. As companhiasestrangeiras, como a multinacionalamericana Bunge, a espanhola Abengoa, oasiático Noble Group, as francesas LouisDreyfus Commodities (LDC) e Tereos,continuaram adquirindo usinas naqueleano, e o setor foi responsável por 18%dessas operações”, contam ospesquisadores.

Segundo pesquisa do repórter

Wellington Bernardes, especialista emengenharia agronômica do JornalCana,com o fechamento de três usinas em Goiás,o número de desempregados chegou a 10mil, de acordo com dados do Sifaeg.“Desde 2008, 66 unidades deixaram demoer por questões estratégicas eprincipalmente por dificuldadesfinanceiras”, diz.

Em Minas, por exemplo, a pesquisaconstatou que oito unidades foramfechadas e gerou o desemprego de 5 milpessoas. (AM)

Setor deve ter nova temporada de fusões e aquisições

Ruínas da Usina Galo Bravo, em Ribeirão Preto, que encerrou atividades em 2010

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Julho 2014 MERCADO 17

Das cinco usinas fechadas noEstado de Pernambuco, duas delas estãosendo alvo de mobilização de prefeitos,deputados estaduais e federais dePernambuco, além do Sindicape eAssociação dos Fornecedores de Canade PE, da Zona da Mata do Estado, quedefendem a reabertura. Um encontrorealizado no dia 9 de junho, emRibeirão (PE), na sede do ConsórcioPúblico dos Municípios da Mata SulPernambucana (Comsul) reuniu diversosrepresentantes que defendem a volta dasatividades da Pumaty em um primeiromomento.

Frederico Pessoa de Queiroz, vice-presidente da AFCP, e o presidente doSindicape, Gerson Carneiro Leão,participaram da reunião do Comsul. “Oobjetivo central do encontro é tratar dareativação da Usina Pumaty, fechada em2012, e que, deste então, vem provocandouma séria desestabilidade socioeconômicana mesorregião”, lembra.

O evento foi convocado pelopresidente do Comsul, José Genivaldo –Geninho (PSB), que é prefeito de Cortês.“O fechamento das usinas canavieiras trazalta taxa de desemprego à região, quedade arrecadações municipais, no comérciolocal, aumento da criminalidade e,causando à classe dos pequenosprodutores rurais e trabalhadores

canavieiros grandes transtornos, visto queas unidades industriais estão sem asmínimas condições de moagem”, conta opresidente do Comsul.

Proposta de retomada - Atualmente,há uma proposta com o governador JoãoLyra Neto, de retomada dofuncionamento da unidade industrial,mas nenhuma decisão ainda foioficializada. O projeto propõe oarrendamento da usina por meio decooperativa de produtores de cana. OEstado investiria o recurso em favor doscanavieiros, para arrendarem eadministrarem a unidade industrial,retomando a produção no local, e, emconsequência, todos os benefíciossocioeconômicos na área. A AFCP e oSindicape estimam que o valor necessáriopara a ação gira em torno de R$ 15milhões.

O projeto já tinha recebido aval doantigo governador Eduardo Campos, emmarço, antes de deixar o comando doPalácio do Campo das Princesas. Oantigo gestor também apoiou o mesmoprojeto para reativar a usina Cruangi, nacidade de Timbaúba, na Zona da MataNorte do Estado, desativada em 2013.Este projeto, que também está estimadono valor de R$ 15 milhões, também segueem avaliação por parte da nova equipe dogovernador. (AM)

Reabertura de usinas em PEmobiliza setor canavieiro

Gérson Carneiro Leão participa das conversas para reativar Usina Pumaty

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Julho 201418

USINA . . . . . . . . . . . . . . . . .ESTADO .CIDADEAlcana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .MG . . . . . . . .NanuqueAlpha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .MG . . . . . . . .CláudioSanto Hipólito . . . . . . . . . . . . . .MG . . . . . . . .Santo Hipólito CEPAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .MG . . . . . . . .São Sebastião do ParaísoFronteira . . . . . . . . . . . . . . . . . . .MG . . . . . . . .FronteiraPlanalto . . . . . . . . . . . . . . . . . . .MG . . . . . . . .AraxáTriálcool . . . . . . . . . . . . . . . . . . .MG . . . . . . . .CanápolisVale do Paranaíba . . . . . . . . .MG . . . . . . . .CapinópolisCanadá . . . . . . . . . . . . . . . . . .GO . . . . . . . .AcreúnaEnergética São Simão . . . .GO . . . . . . . .São SimãoSerrra do Caiapó . . . . . . . . .GO . . . . . . . .MontividiuDebrasa . . . . . . . . . . . . . . . .MS . . . . . . . .Três LagoasSafi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .MS . . . . . . . .Nova AlvoradaSanta Olinda . . . . . . . . . . .MS . . . . . . . .SidrolândiaAlcopan . . . . . . . . . . . . . . . .MT . . . . . . . .PoconéAraguaia . . . . . . . . . . . . . .MT . . . . . . . .ConfresaCatende . . . . . . . . . . . . . . .PE . . . . . . . .CatendeCruangi . . . . . . . . . . . . . . .PE . . . . . . . .TimbaúbaPumaty . . . . . . . . . . . . . . .PE . . . . . . . .Joaquim NabucoSalgado . . . . . . . . . . . . . .PE . . . . . . . .IpojucaSão Luiz . . . . . . . . . . . . .PE . . . . . . . .MaraialBarcelos . . . . . . . . . . . . .RJ . . . . . . . . .Campos dos GoytacazesCupim . . . . . . . . . . . . . .RJ . . . . . . . . .Ururaí Pureza . . . . . . . . . . . . . .RJ . . . . . . . . .São FidélisSanta Cruz . . . . . . . . . .RJ . . . . . . . . .Campos dos GoytacazesSapucaia . . . . . . . . . . .Rj . . . . . . . . .Campos dos GoytacazesCorol . . . . . . . . . . . . . .PR . . . . . . . .RolândiaCasquel . . . . . . . . . . . .PR . . . . . . . .CambaráGoioerê . . . . . . . . . . .PR . . . . . . . .Moreira SalesFloralcool . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .Flórida PaulistaCBAA . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .IcémTGM . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .Cerqueira CésarSão Carlos . . . . . . . .SP . . . . . . . .Jaboticabal

USINA . . . . . . . . . . . . . . . . . .ESTADO .CIDADESanta Luiza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .MotucaGalo Bravo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .Ribeirão PretoAgrest . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .Espírito Santo do TurvoAlbertina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .SertãozinhoAlvorada do Oeste . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .Santo AnastácioAralco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .S. Antônio do Aracanguá Bernardino de Campos . . . . . . . . .SP . . . . . . . .Bernardino de Campos Bertolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .PirangiBiosauro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .GuararapesCamilo Ferrari . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .TambauDecasa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .CaiuáDracena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .DracenaEverest . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .PenápolisGuaricanga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .Presidente AlvesIbirá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .Santa Rosa do ViterboJardest . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .JardinópolisMaluf . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .Santo Antônio de PosseMaringá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .AraraquaraNova União . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .SerranaOeste Paulista . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .Monte AprazívelPau D'Alho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .IbiraremaPignata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .SertãozinhoRenascença . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .IbiraremaSanta Anita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .TatuíSanta Rita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .Santa Rita do Passa QuatroSanta Fany . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .Regente FeijóSão José . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .Rio das PedrasSão Pedro do Turvo . . . . . . . . . . . . .SP . . . . . . . .São Pedro do TurvoSeragro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .SE . . . . . . . .JapoatãUruba . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .AL . . . . . . . . .AtalaiaGuaxuma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .AL . . . . . . . . .Teotônio VilelaLaginha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .AL . . . . . . . . .União dos PalmaresRoçadinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .AL . . . . . . . . .São Miguel dos Campos

Fonte: Anuário da Cana

MERCADO

As 66 usinas que interromperam a produção desde 2008

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Julho 2014POLÍTICA 20

Caio, presidente daAbag, diz que modelocontinua “distante domundo real”

ANDRÉ RICCI E WELLINGTON BERNARDES,

DA REDAÇÃO

Anunciado no dia 19 de maio, o PlanoSafra 2014/15 disponibilizará 156,1bilhões de reais em créditos para oagronegócio, valor 14,7% superior ao do

ano passado. Durante seupronunciamento, a presidenta DilmaRousseff (PT) destacou a importância deinvestir no setor agrícola. "Os númerosmostram que oferecer políticas adequadas,construídas a partir do diálogo, éfundamental. Escutar o que os produtoresacham que deve ser feito é algo essencialpara que nós saibamos como facilitar e nãocriar barreiras para o setor".

Contudo, de acordo com Luiz CarlosCorrêa Carvalho, presidente da Abag –Associação Brasileira do Agronegócio, aafirmação não se encaixa quando oassunto é cana-de-açúcar. “Há um enorme

buraco quando se pensa no setorsucroenergético. Para açúcar e etanol, oPlano Safra continua distante do mundovivido”, afirma.

Com a atual conjuntura do segmento,Carvalho explica que o acesso aos recursosindicados fica comprometido. De acordocom a Unica - União da Indústria da Cana-de-Açúcar, 30% das empresas do segmentoestão empenhando pelo menos 17% dofaturamento para cobrir endividamentos epodem deixar de produzir.

“Fazendo uma metáfora, o mundo doplanejamento pode destinar recursos paraatender a cana, mas no mundo real é o

agricultor canavieiro ou a usina que chegacom dívida e não consegue ter acesso aosrecursos. Você pode fazer plano, podeindicar os recursos, mas as usinas querealmente precisam, não terão acesso. Ésurreal”, explica.

O presidente da Abag critica, ainda, omodelo no qual não há orientação aosprodutores para buscarem umposicionamento. Porém, ressalta que háaspectos positivos, como a inclusão dasflorestas plantadas no Ministério daAgricultura, e a posição importante paraquestão do armazenamento, crucial para alogística nacional.

Plano Safra ignora a cana-de-açúcarLuiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag

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Julho 2014 POLÍTICA 21

Miguel Rubens Tranin,presidente da Alcopar - Associaçãode Produtores de Álcool e Açúcar doParaná, é outro que não estácontente com as condiçõesoferecidas. De acordo com ele, aburocracia no acesso aos recursosimpede o desenvolvimento dosegmento. “Devido ao longo períodode dificuldade do setor, nem todasas empresas conseguem obter odinheiro pela necessidade degarantias e certidões”, explica.

Questionado sobre quais áreasnecessitam de mais investimentos,ele explica: “É preciso ser feita umareforma e modernização dasindústrias, mas para isso, énecessário mais flexibilidade noacesso aos créditos. Tais medidas definanciamento deveriam ser emcaráter permanente para facilitar oplanejamento das indústrias.”,afirmou, lembrando da necessidadede aumento de produtividade.

O Plano Safra prevê adisponibilização de R$ 156,1bilhões para custeio,comercialização e investimento. Omontante é quase 15% maior nacomparação com os R$ 136 bilhõesautorizados para o ciclo 2013/14. Ataxa média de juros, no entanto,será de 6,5%, contra 5,5% no planoanterior. (AR) Miguel Rubens Tranin, presidente da Alcopar

Setor está descontente com Plano Safra

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Julho 2014POLÍTICA 22

Quatro perguntas para Elizabeth Farina

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4Elizabeth Farina: cana foi ignorada do Plano Safra

Como a senhora avalia o Plano Safra em relação ao setor?Não sei do que se trata, já que não há uma palavra sobre cana-de-açúcar

no Plano Safra. Ele foi apresentado pela presidente da República, mas nãoconsta nada em relação ao setor, mesmo sabendo que passamos por extremadificuldade financeira.

Diante disto, o que a senhora tem feito?Podemos participar de várias maneiras em busca de melhorias. Mas

tudo é demorado e, neste caso, trata-se de uma longa negociação com oMinistério da Agricultura. Mas o ministro Neri Geller tem se mostradobastante empenhado em acelerar alguns procedimentos, possíveis de seremimplementados num prazo mais curto de tempo. Estamos trabalhando paraque as coisas possam evoluir.

Quais seriam estes procedimentos?Apesar de parecer uma medida

pequena, teria um impacto muito grande.Falo da possibilidade de financiamento paraarmazéns de estocagem de açúcar. É umassunto pouco falado por aqui, mas sepensarmos que o Brasil é líder mundial naexportação da commodity, veremos quãoimportante seria termos este recurso. Somoso país com menor capacidade de estocagemem relação ao que é produzido.

E qual seria a principal vantagem? Por aqui isso ainda é pouco falado, mas

li em um jornal americano que o Brasil élíder, mas não forma o preço do mercadointernacional. Isso acontece exatamenteporque não temos capacidade de estocagemsuficientemente grande para explorar essaposição. Então, este é um dos pleitos juntoao Ministério da Agricultura.

SAIBA O QUE OFERECE O PLANO

AGRÍCOLA E PECUÁRIO 2014/2015 (Nenhum dos investimentos comtempla o setor canavieiro)

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Julho 2014POLÍTICA24

5º Prêmio Top Etanolofereceu aos trêsprincipais candidatos àpresidência da Repúblicaa chance de falar aosetor; Dilma Rousseff não compareceu

ANDRÉ RICCI, DE SÃO PAULO, SP

Durante evento realizado na cidadede São Paulo, SP, em 2 de junho, os trêsprincipais candidatos à presidência daRepública tiveram oportunidade de falara produtores e líderes do setorsucroenergético, que juntos, somaramaproximadamente 750 pessoas. AécioNeves (PSDB), Eduardo Campos (PSB) eDilma Rousseff (PT) foram convidados,mas a atual presidente, não compareceu.

O primeiro a expor seu planos foiAécio Neves. Ele afirmou que o setor foi“abandonado” pelo atual governo,caminhando, assim, na contramão dasnecessidades mundiais.

Em seu discurso, o representantelembrou o fechamento de diversas usinas,além de reiterar que outra parte está emvias de liquidação ou iniciando processosde recuperação judicial. “Nenhum setor

tem sido tão vitimizado pela incapacidadedo atual governo quanto osucroenergético”, explicou.

“A falta de regras leva um setor queacreditou no governo, foi buscar dinheiroemprestado, foi buscar parceiros, investiu,a viver hoje a situação que vivemos”. Aspalavras são do pré-candidato do PSB à

presidência da República, EduardoCampos, que fechou o 5º Prêmio TopEtanol.

Ao falar sobre suas propostasvoltadas ao segmento, o representante secomprometeu a diferenciar combustíveislimpos e fósseis. “Algo que precisaimediatamente ser resolvido é a diferença

como se tributa o combustível fóssil ecomo se tributa o biocombustível. Queroassumir o compromisso de ser opresidente que vai voltar a tratar demaneira diferente o combustível fóssil docombustível de fonte renovável”, disseCampos, bastante aplaudido pelosempresários.

Líderes e produtores se reúnem com presidenciáveis

Aécio Neves prometeu ser interlocutor direto com o setorCampos comprometeu-se em diferenciar combustíveis limpos e fósseis

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Julho 2014POLÍTICA 26

Cinco perguntas para Roberto Hollanda Filho,presidente da Biosul

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ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Qual é a expectativa do setor em relação às eleições?A política pública tem efeito de vida e morte sobre o

nosso setor e é exatamente o que estamos vendo hoje, umacrise sem precedentes. Por isso, a eleição torna-se aindamais importante. Nossa agenda é uma só e temos pressa eurgência. Independentemente do resultado das urnas,precisamos de uma política pública que nos permitarecuperar e crescer, transformando todo nosso potencial emrealidade e desenvolvimento para o país.

Como está a safra no Mato Grosso do Sul?Até a primeira quinzena de maio moemos 4,81 milhões

de toneladas de cana, valor que aponta um atraso de 17%com relação a safra passada. O mix ainda está maisorientado para o etanol, dentro do esperado. As análises declima até o momento têm afastado a perspectiva de geadas,o que é um alento aos produtores.

Qual a expectativa de produção?Esperamos crescer 6,7%, atingindo 44,3 milhões de

toneladas de cana moída em 2014/15.

O que dizer das condições climáticas nos últimosmeses? Afetaram os canaviais?

Começamos a moer com algum atraso em função dasgeadas vividas no ano passado. Essas fizeram com quealguns hectares de cana não estivessem pronto para colheita.As chuvas de abril ficaram na média mensal, no entanto,algumas unidades tiveram episódios concentrados, o quetambém atrapalhou a colheita. Foi na primeira quinzena demaio que as coisas começaram a voltar ao normal, com umdesempenho já quase igual ao da safra passada.

Qual a mensagem para os produtores que buscamalternativas no enfrentamento da crise?

A representação institucional do setor está unida eativa como nunca. Estamos perseguindo com muitadeterminação as mudanças que o nosso setor precisa. Eacredito no ditado do "copo meio cheio”, já que nossosfundamentos são bons e a sociedade enxerga que a criseque vivemos é nociva para o país. Roberto Hollanda Filho

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Julho 2014HOMENAGEM 28

Dos 63 anos de idade, Elizeu daRocha, dedicou 34 à sua atividade dentroda Usina Estiva. Ele já fez de tudo umpouco na área agrícola. Foi contratadopara ser motorista, trabalhou em umamáquina de arroz e puxava cana. Depoisfoi fiscal do barracão e trabalhou no postode combustível, da qual tem grandesrecordações. Tomou conta da oficinaagrícola, depois foi para motomecanizaçãoe hoje é encarregado de conservação depatrimônio. “Nunca sonhei que teria umcargo como esse e tudo isso foi conquistado

com muito esforço e apoio do pessoal. Ausina me deu todo apoio e confiou emmim. Eu agarrei a chance e luto até hoje.Até me arrepio ao pensar nessa empresa,pois representa tudo na minha vida. A vicrescer e se transformar no que ela é hoje.Ela representa todas as realizações da vida,pessoal e profissional e faz parte de minhafamília, não sei viver sem esse ambiente.Parabéns a todos e muita saúde”, lembra.

Um lugar marcante dentro daempresa é o antigo posto de combustível.“Na época compraram alguns caminhões e

eu me sentia orgulhoso de preparar oálcool aditivado para abastecer essesveículos. Ficava até tarde para ajudar apreparar o álcool para colocar nocaminhão. Na época colocava-se álcool,óleo de mamona e anticorrosivo para poderandar”, lembra com carinho.

Aos 67 anos e 43 deles dedicados aSão José da Estiva, Valdemar Sampronha,supervisor de moenda, admira com carinhoo local que passou mais da metade de suavida. No dia 19 de junho, o colaborador irácompletar 44 anos na empresa. Começouna empresa como torneiro mecânico,depois passou a mecânico de moenda eposteriormente assumiu o cargo desupervisor de moenda, onde está até hoje.“Recordo que no início quando aindatrabalhava no torno eu gostava de observar

as atividades, observava como oscolaboradores do setor da caldeiraalimentava os fornos com lenha. Alémdesta atividade eu também, por vezes, erachamado para ajudar em outros setores.Sempre fui uma pessoa prestativa e queprocurava melhorar as condições detrabalho para mim e para os meuscompanheiros. A empresa meproporcionou muitas realizações pessoaiscomo casas, terrenos e veículos, mas o queguardo no meu coração são os amigos.Conquistei muitos amigos na Usina e nasfornecedoras de serviços e peças. Sinto-memuito orgulhoso e feliz por isso e por estara tanto tempo nesta empresa e podercomemorar os 50 anos de sua fundação.Parabéns Estiva, continue semprecrescendo!”.

Estiva celebra 50 anos com homenagem a colaboradores

USINA ESTIVA NA DÉCADA DE 1960 — A Usina São José da Estiva foi fundada no dia 31 de março de 1964, por José Willibaldo de Freitas, Antonio Ribeiro do Vale, JucaBorges e Gino de Biasi, este último considerado um desbravador e visionário para seu tempo. A inauguração da Usina São José da Estiva foi um marco para Novo Horizonte.Naquele ano, a moagem foi de 217 toneladas de cana, para a produção de 348 sacas de açúcar. Toda a história e a evolução ao longo das últimas cinco décadas podem serconferidas no site www.estiva.com.br.

Painéis honraram colaboradores

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

A Usina São José da Estiva comemorou50 anos de existência no dia 31 de março, emNovo Horizonte (SP) com um café da manhã euma missa de ação de graças. Estiverampresentes mais de 1,3 mil pessoas entrecolaboradores de todos os setores da empresae membros da família Biasi: Nancy Machadode Biasi, Valéria de Biasi Cabrera, Joseli Magride Biasi e Lilian Maria de Biasi Gomes, e osdiretores Sandro Cabrera e Roberto de Biasi.

Além da missa, houve a apresentaçãode um vídeo sobre os 50 anos e depoimentosde alguns colaboradores sobre seu trabalhona empresa. Cada colaborador teve seunome gravado num chaveiro, que foi dadode presente. A peça tem a logocomemorativa dos 50 anos.

“O ponto mais positivo de tudo isso,nestes 50 anos, são os nossos colaboradores.Somos nós, as pessoas, que fazemos tudoisso. Não adianta investir em máquinas etecnologia, se por trás delas não houverpessoas como estas, honestas, dignas ecomprometidas”, apontou o diretor SandroCabrera aos convidados.

Roberto de Biasi também destacou aspessoas, mas começou falando dosfundadores, do avô Gino de Biasi, dos filhosdele, Gino, Walter e Jorge, e dos que ossucederam. “Esta empresa tem raiz, é forte esempre gera bons frutos. A empresa já égrande e nós não podemos deixar que elapare no tempo. Pedimos a Deus que nos dêsabedoria para que nos momentos difíceispossamos pedir aos nossos antepassados aorientação para fazermos o nosso melhor”,afirmou.

Atual fachada da Usina Estiva

Companheiros fiéis

Valdemar Sampronha,

supervisor de moenda

Elizeu da Rocha, encarregado de

conservação do patrimônio

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Julho 2014 LOGÍSTICA & TRANSPORTE 29

Impasse sobre o licenciamento de tratores continua na câmaraWELLINGTON BERNARDES, DA REDAÇÃO

No final do mês de maio, a presidenteDilma Rousseff sancionou a MedidaProvisória 646, que altera as normas parao registro e o licenciamento de tratores emáquinas agrícolas no Código de TrânsitoBrasileiro. Com a MP em vigor, osautomotores agrícolas fabricados a partirde 1º de agosto de 2014, que transitam emvias públicas, devem ser registrados,licenciados e emplacados.

A nova medida implica em mudançaspara proprietários que possam transitarcom seu maquinário por vias públicas.Para estes, o registro e licenciamento sãoobrigatórios, porém únicos. O IPVA serácobrado anualmente. O único ajustecomemorado pelo setor foi a liberação demotoristas habilitados na categoria B paraconduzirem estes veículos em vias públicas.

Os proprietários que possuemmaquinários que transitam em viaspúblicas, devem realizar o registro de seusveículos no Renavam - Registro Nacional deVeículos Automotores. Para tal, énecessário apresentar o CAT – Certificadode Adequação à Legislação de Trânsito; oCódigo de marca/modelo/versão específicoe o pré-cadastro pelo fabricante oumontadora, órgão alfandegário ou

importador do trator ou automotor agrícola.As discussões sobre o tema se

arrastam desde 1997, ano de criação daLei 9503 que institui o Código de TrânsitoBrasileiro, que exigia o registro elicenciamento de tratores. Em 2012 odeputado Alceu Moreira (PMDB-RS),apresentou a Proposta de Lei 3312, quedesobrigava tratores e veículos para otrabalho agrícola, como colhedoras, doregistro e licenciamento anual.

O deputado afirma que não écompreensível que máquinas agrícolas, quepassam 98% de suas vidas úteis no campo,sejam tratados iguais aos veículos quetransitam por vias públicas. O Projeto deLei foi vetado este ano, no dia 15 de maio,um pouco antes da apresentação da MP646. "A partir da data prevista na MP 646(1º de agosto) os produtores terão quelicenciar, emplacar, registrar, pagar IPVA etudo mais.

O projeto de minha autoria nãocobrava de ninguém, até porque, mesmocobrando para maquinários adquiridos nofuturo, a injustiça permanece", explicaAlceu Moreira. Segundo o deputado, opreço médio do emplacamento para osveículos de uso rural é estimado entre R$500 e R$ 1 mil por máquina, no RioGrande do Sul, o que pode aumentar deacordo com o valor do maquinário. Deputado Alceu Moreira

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Julho 2014LOGÍSTICA & TRANSPORTE30

MP dos tratoresjá tem 71 emendas

A MP será analisada por senadores e deputados emcomissão mista, em seguida, será votada pelos plenários daCâmara e do Senado. Já foram apresentadas 71 emendaspara a medida, uma delas, do senador Pedro Simon(PMDB-RS), que afirma que os gastos com o licenciamento,emplacamento, seguro obrigatório e a compra de outrositens de segurança corresponderão a 3% do valor damáquina. “Estimativas prévias indicam que os custos comemplacamento, vistoria e IPVA podem chegar a R$ 30 milao ano”, adverte o senador.

O setor sucroenergético já manifesta sua posiçãocontrária à medida. Segundo Wilson Agapito, gerente delogística agrícola da Usina Santa Isabel, esta medidaimplica em maiores custos para as usinas sem retornosgarantidos. “Vamos emplacar nosso maquinário e pagarmais taxas para obtermos quais benefícios? Não consigoprojetar vantagens para o setor e nem para os demaisagricultores” alerta.

Segundo Agapito, um avanço com a MP é a liberaçãode motoristas habilitados na categoria B. “O processo delogística de tratores é mais burocrático quando temos queprontificar motoristas habilitados em categorias superiores,agora será mais fácil para executarmos estas operações”,conclui.

Em debate no grupo de Mecanização Agrícola da redeLinkedIn em cana-de-açúcar, Kazuyochi Ota Junior,engenheiro de manutenção automotiva da UsinaNovAmérica, explicou que a MP não trata de forma amplao problema da circulação de tratores em vias públicas.“Medidas como maior orientação, sinalização das vias,condições de tráfegos, verificação das condições das frotas,informação sobre melhores logística de deslocamento deáreas são mais primordiais, pois um acidente não seráevitado apenas por utilização de placas nos tratores”,comentou.

A comissão mista para analisar a MP 646 foiinstalada no dia dez de junho, e será composta por quinzesenadores e quinze deputados titulares e suplentes. Apresidente da comissão é a Deputada Luci Choinacki (PT-SC), o relator é o Senador Gim (PTB-DF). O Relator e oRelator Revisor – Deputado Sandro Mabel (PMBB-GO) sãoos designados para emitir o parecer. A Câmara dará oparecer final sobre o projeto, caso haja alteração, o projetoserá enviado à Presidência da República para sanção.Caso a MP seja aprovada sem alterações será promulgadapelo congresso. (WA) Wilson Agapito, gerente de logística agrícola da Usina Santa Isabel

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Julho 2014PRODUÇÃO 32

WELLINGTON BERNARDES, DA REDAÇÃO

Os entraves da cadeia sucroenergéticasão conhecidos por seus participantes hátempos, porém previsões e ferramentas queauxiliem a tomada de decisões, podem nãoser tão acessíveis. Atentos à essa demanda,o Geca – Grupo de Estudos em Cana-de-açúcar com a supervisão do professorEdgar Gomes Ferreira de Beauclair,realizou no dia 23 de maio, em Piracicaba,SP, o simpósio “Cenários, perspectivas eprevisões de produção de cana-de-açúcar”.O evento promoveu o debate sobre a atualconjuntura do setor sucroenergético e aspossíveis soluções para os entraves dacadeia. Na primeira parte do evento, oprofessor da Esalq, Edgar Beauclairpalestrou sobre os aspectos gerais domomento sucroenergético, e suas possíveischances de recuperação nos próximosanos. Para Beauclair, o setor passou poruma série de entraves políticos eeconômicos, mas a situação não épermanente. “Não temos apenasesperança, sabemos que o cenário vaimudar. O mercado sucroenergéticonacional possui grande expressão nocenário interno e internacional”, afirma.Na parte da tarde, o atual presidente daAbag – Associação Brasileira doAgronegócio, Luiz Carlos Corrêa discorreusobre o atual cenário e as perspectivas parao setor canavieiro. Caio, como também é

chamado, comentou a atual conjuntura doagronegócio nacional, com enfoque para osetor sucroenergético e os entraves políticose econômico, responsáveis por frear seucrescimento. “Para um setor que vempassando por dificuldades, claro quequalquer gota d’água acaba tendo umaproporção extremamente negativa ou umamuito boa, depende de onde iremosdirecionar a reação”, explicou. “Quandovocê trata muito mal ou faz alguma medidanegativa com um setor que vem sofrendo jáhá alguns anos, como é o caso daagroindústria canavieira, o impacto é muitomaior e a reação normalmente possuiproporções enormes”, completou.

Fernanda Cardoso Dezani,coordenadora do Grupo de Estudos emCana-de-açúcar, afirma que o intuito doevento foi demonstrar para o público quehá boas perspectivas para safras futuras.Para isso, pesquisadores, estudantes eprofissionais devem compartilharexperiências. “Queremos ajudar o setor aentender quais caminhos traçar e qual seráo possível cenário para os próximos anos. Acompreensão do presente e entendimentodas previsões são fundamentais paradriblar as dificuldades”, conclui. O Geca éformado por estudantes de graduação emengenharia agronômica da Esalq, e realizaatividades experimentais em parceria comempresas e entidades, além de organizareventos para a comunidade acadêmica eenvolvidos com o setor.

Agrônomos afirmam que cenário crítico do setor mudará em breve

Fernanda Cardoso Dezani, coordenadora do Geca

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Julho 2014 PRODUÇÃO 33

PATRICIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO

Nos últimos anos, o rápido aumentodo consumo de açúcar para finsindustriais tem sido a principal forçamotriz do setor na China, de acordo comum dos maiores analistas de mercado domundo, o “Research and Markets”, queacabou de liberar um relatório em queanalisa o atual mercado e faz previsõesfuturas para a indústria de açúcarchinesa, entre 2013 e 2017.

De acordo com dados da Associaçãode Açúcar da China (China SugarAssociation), criada pelo Ministério daIndústria, são ao todo 458 fábricas deaçúcar, a partir de cana-de-açúcar ebeterraba, vinte e cinco institutos depesquisa para o segmento, e dezenoveempresas que desenvolvem equipamentospara sua fabricação.

Para se ter uma ideia do crescimentoda produção, as vendas de açúcar nomercado interno aumentaram 11,12%, sóem 2014, se comparado ao mesmo períodono ano passado. No auge da safra passada,a produção de açúcar da China já haviaatingido um pico, com 13.883.600toneladas, e o consumo industrial do açúcarfoi perceptivelmente o que se desenvolveumais rapidamente, atingindo de 65% a 70%de crescimento, nos últimos três anos.

Em contradição, o consumo per capitaanual de açúcar da China é inferior a 11 kg,

e este número é inferior a 2 kg em áreasrurais, o que é muito mais baixo do que onível médio dos países ocidentais com

mesmo nível de desenvolvimento, que é de24,5 kg. Quanto às perspectivas a longoprazo, o consumo de açúcar da China deve

registrar um crescimento significativo nospróximos anos, de acordo com especialistasdo setor.

China dobra quantidade de açúcar importado

Vendas de açúcar no mercado interno aumentaram 11,12%

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Julho 2014PRODUÇÃO34

A indústria açucareira da RepúblicaDominicana, segundo maior país doCaribe, recebeu este ano, investimentos deempresas chinesas, pela crescentedemanda do adoçante na sua indústria.

Em setembro passado, umrepresentante chinês que esteve no país, XuYansheng, revelou que nos últimos anos oaçúcar de cana tem ocupado importanteespaço no mercado da China.

Xu destacou que em 2012 ointercâmbio comercial entre os dois paísessomou mais de 1,439 milhões de dólares,14,3% a mais do que 2011. “A China é osegundo maior sócio comercial nasimportações da República Dominicana e oterceiro maior sócio comercial nasexportações”, disse.

O Vietnã exportará 400 mil toneladasde açúcar para a China ainda em 2014,devido a excesso em seus estoques, deacordo com informações do Ministério daIndústria e Comércio do país.

Para facilitar ainda mais asexportações de açúcar para China, aassociação responsável pelo mercado deaçúcar no Vietnã, vai permitir que asempresas vietnamitas exportem o açúcarpara a China sem restrição de quantidade elivre de licença, de acordo com notíciaveiculada no China’s Xinhua esugaronline.com.

IMPORTAÇÕESJaneiro e fevereiro de 2014 foram os

meses de maior destaque referentes àimportação, nesta safra, para a China.Dados da F. O. Licht, indicam que a Chinadobrou a quantidade de açúcar importadono segundo mês do ano, se comparado aomesmo período do ano passado. Foramimportadas 164.906 toneladas de açúcar,que mesmo abaixo dos 290.902 de janeiro,ainda é o dobro das 82.173 toneladas defevereiro do ano passado. O volume foiconsiderado novo recorde para o mês,superando as 157.446 toneladasimportadas em fevereiro de 2009.

Uma análise aponta que as

importações de açúcar da Chinasubiram17,7%, em relação à safra passada,graças a uma reserva de várioscarregamentos, feitos previamente, emtempos de preços abaixo de mercado.Acredita-se que a compra tenha sido feitano fim do mês de novembro de 2013,quando os preços do açúcar bruto caírampara 17,50 centavos de dólar por libra-peso

em NY enquanto os preços domésticosestavam muito altos. Algo parecidoaconteceu na safra anterior, quando aChina adquiriu um recorde de 4,3 milhõesde toneladas de açúcar bruto, de acordocom informações passadas por MaureenJosiah da ISO — International SugarOrganization.

“O país tem consolidado sua posição

de maior rede de importação de açúcar domundo. A ISO tem estudado o papel daChina no mercado mundial de açúcar eprevê dados recentes do mercadoaçucareiro do país, fornece indícios deprodução, consumo e importações deaçúcar crescentes até o ano de 2023”, disseMaureen Josiah da ISO- InternationalSugar Organization. (PB)

China investe em produção de açúcar em outros países

Vietnã exportará 400 mil toneladas de açúcar para a China

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Julho 2014PRODUÇÃO36

SETORAÇUCAREIRO NA CHINA

� Possui 458 fábricas deaçúcar, a partir decana-de-açúcar ebeterraba

� Possui 25 institutos depesquisa para osegmento

� Possui 19 empresasque desenvolvemequipamentos parafabricação de açúcar

� Produziu 13.883.600toneladas de açúcarem 2013

Previsões para a próxima safra

A produção de açúcar de cana-de-açúcar da China está prevista parater uma grande queda na próximasafra, com cerca de 1 milhão detoneladas a menos, devido a umadívida do setor com os agricultores dopaís, consequência dos preços baixosda commodity este ano, de acordocom a imprensa chinesa.

BiocombustíveisO mercado de biocombustíveis

na China deverá crescer a uma taxaanual média de 16,88% até 2016,de acordo com índices levantadospela indústria. Um dos principaisfatores que contribuem para ocrescimento desse mercado é orápido crescimento do setor detransportes e aumento da demandapor energia. No entanto, os elevadoscustos de capital envolvidos naprodução de biocombustíveis nopaís, sem uma política específicapara tal finalidade, poderepresentar um desafio para ocrescimento deste mercado, segundoespecialistas. (PB)

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Outubro/2013 PRODUÇÃO 37

A previsão anual da GRFA — AliançaGlobal de Combustíveis Renováveis emcooperação com F.O. Licht, prevê que aprodução global de etanol, será superior a90 bilhões de litros, em 2014. Isso equivalea um aumento de quase 2,7 % em relaçãoaos 88 bilhões de litros em 2013. NaÁfrica, as previsões de produçãosuperaram todas as expectativas. Paraespecialistas, o continente é o que temmaior potencial de expansão de produçãopara o futuro, com um crescimento demais de 136% na produção de etanol em2014, de acordo com dados dadomesticfuel.com.

Para Peter Baron, diretor executivo daISO — Organização Internacional doAçúcar, algumas regiões da África aindanão estão muito avançadas em termos deapoio do governo e confiança dosinvestidores. “A questão é a ausência deuma política favorável ao setor. De ummodo geral, a diversificação parainvestimento em produção de etanolcombustível vai depender dos preços e davontade dos produtores em abandonarparte da produção do açúcar, além deincentivos políticos mais fortes, como osmandatos de mistura, bem como algunsincentivos financeiros, tais como garantiasde empréstimo, que seriam necessáriospara que os mercados nacionais e regionaisavançassem para uma escala que sejaeconomicamente sustentável”, explica.

Historicamente, a produção de etanolafricana data de 1980, com instalações deprodução de sucesso desenvolvidas no

Zimbabwe, Malawi e Quênia. No entanto,por causa de inúmeros desafios como asegurança alimentar, disponibilidade deterras, e políticas pouco favoráveis dogoverno, alcançar a sustentabilidade foi umgrande obstáculo.

Em relação ao futuro, Baron diz queum número crescente de países estãocomeçando a implementar os mandatos deetanol, incluindo Moçambique, África doSul, e Quênia e algumas unidades

produtoras já existentes que podem seexpandir nos próximos anos, se osprodutores de biocombustíveis, governos einvestidores firmarem uma parceria eficazna criação de sistemas energéticossustentáveis para o desenvolvimento local,bem como para a exportação.

“Embora a produção de açúcar seja amaior prioridade e o principal produtocomercial a partir da cana-de-açúcar, acultura pode ter um papel muito mais

diversificado e multifuncional, para quealém de seu uso primário para a produçãode açúcar, também seja aproveitado seusignificativo potencial de uso da biomassa.Acredito que a viabilidade da indústria naÁfrica pode ser aumentada através dacriação de um amplo portfólio de produtosque podem melhorar a rentabilidade ecompetitividade, especialmente através deetanol de melaço e eletricidade porcogeração a partir do bagaço”, explica.

Continente africano pode tornar-se potência futura em etanol

Na Suazilândia, ou Reino daSuazilândia, o tempo parece que nãopassou. Consta que, não só a bruxaria éassunto levado a sério no país, comobruxas foram proibidas por lei, de voaremem suas vassouras acima de 150 metros dealtura.

Crendices à parte, o pequeno país,localizado na África Austral, limitado aleste por Moçambique e pela África do Sul,é também o quarto maior exportador deaçúcar bruto e refinado do continenteafricano, de acordo com dados da ISO e daEcobank, e está em plena expansão.

Suazilândia tem três usinas de açúcar:Mhlume, Simunye e Ubombo com umacapacidade de produção anual combinadade mais de 800.000 toneladas e para asafra de 2013/14, a produção de açúcaraumentou 3% em relação ao ano passado,com estimadas 679.934 toneladas, eexportou cerca de 374 mil toneladas deaçúcar para a União Europeia, seu maiormercado.

Para a próxima safra, as áreas decultivo de cana-de-açúcar, terão também 3%de aumento, com 61.000 hectares a mais.

Se as condições climáticas foremfavoráveis serão colhidas 6 milhões detoneladas de cana-de-açúcar. A produçãode açúcar pode alcançar até 725 000toneladas, o que seria um aumento de 6%

na produção de cana-de-açúcar, resultadoda expansão das terras cultivadas.Suazilândia pode aumentar as exportaçõesde açúcar para a EU em cerca de 3%, com385 mil toneladas na próxima safra,também resultado do aumento daprodução de açúcar. Em 2013/14 foram

exportados cerca de 373.523 toneladas deaçúcar para a UE, 4% a mais do que as340 mil toneladas exportadas na safraanterior.

As áreas de cultivo de cana-de-açúcartêm aumentado significativamente nosúltimos cinco anos, com ajuda de pesados

investimentos do governo do país, que dásubsídio aos agricultores que optam pelacultura ao invés de outras. Como resultado,a produção de cana-de-açúcar aumentou15%, atingindo seu nível mais alto de 5,6milhões de toneladas em 2012/13.

A expectativa é de que até 2016/17, aárea de cana-de-açúcar aumente para 65mil hectares e o país produza mais de 6,5milhões de toneladas de cana-de-açúcar.

A produção de açúcar é responsávelpor quase 60% da produção agrícola dopais, e engloba 35% dos empregadosassalariados na agricultura, além decontribuir com cerca de 18% para o PIB do país.

Em relação aos biocombustíveis, opaís tem uma mistura de E10 eatualmente, estima-se que mais de 70milhões de litros de etanol sejamproduzidos anualmente em Suazilândia. Eassim como o açúcar, o etanol é em suamaioria, exportado para a União Europeia.

“A indústria do país prevê que estaprodução cresça cerca de 5% nos próximoscinco anos, e o Ministério dos RecursosNaturais e Energia está atualmentetrabalhando em um novo projeto, que irápromover misturas maiores de etanol nagasolina” explica Dr. Peter Baron, diretorexecutivo da ISO- OrganizaçãoInternacional do Açúcar.

Produção açucareira da Suazilândia está em expansão

Crescimento da produção de etanol africana será de 136% em 2014

Cortadores de cana da Suazilândia

Peter Baron, diretor executivo da ISO

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Uma das principais produtorasetíopes, a Tendaho Sugar Factory, estáproduzindo açúcar e etanol de cana-de-açúcar desde janeiro de 2014. Com apenas85% da primeira fase da fábrica concluída,a unidade deverá produzir 123 miltoneladas de açúcar até o final deste mês,de acordo com anúncio do diretor decomunicações da Corporação dasIndústrias de Açúcar da Etiópia,Zemedkun Tekle.

A unidade terá capacidade para

esmagar 26 mil toneladas de cana eproduzir 619 mil toneladas de açúcar porano, além de 120 MW de energia elétrica e6 milhões de litros de etanol.

Com uma plantação de cana-de-açúcarque se estende por uma área de 50 milhectares, a indústria doou para acomunidade 12 mil hectares de terra paraatividades de desenvolvimento social,construindo postos de saúde, instalações dedistribuição de água potável e novasestradas.

Unidade terá capacidade paraesmagar 26 mil toneladas de cana

Tendaho Sugar Factory

Etiópia encontrou no setor sucroenergético uma forma de sobrepujar a miséria

Etiópia quer desenvolver

setor canavieiro Em 2011, uma delegação composta por

representantes do Ministério da Agriculturada Etiópia e de empresários etíopes visitou oBrasil para conhecer a tecnologia brasileirade produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, além de maquinários e itensrelacionados ao setor. A razão desteestreitamento nas relações com nosso país,além de agregar conhecimento aos etíopes,também já indicava que a indústria do paísafricano, estava levando a sério odesenvolvimento de seu próprio setor.

Já em 2014, pelo menos duas entre deznotícias no mundo, sobre mercado de açúcare construção de novas usinas, vem da

Etiópia. País este, que é considerado um dosmais antigos do mundo e a segunda naçãomais populosa da África, que com umvolume de investimentos crescente,encontrou no setor sucroenergético, umaforma de sobrepujar a miséria em quegrande parte de sua população ainda vive.

De acordo com a ISO - OrganizaçãoInternacional do Açúcar, a Etiópia temprodução de 18,5 milhões de litros de etanolpor ano e os etíopes das classes maisprivilegiadas, fazem uso do E10, mistura de10% de etanol na gasolina, assim comooutros países africanos com visão destacadade futuro.

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RANKING DE IMPORTAÇÃO

Maiores importadores de açúcar bruto erefinado na África na safra 2012/13

PAÍS AÇÚCAR (em toneladas)

Algéria ...........................................1.523 mil Nigéria ...........................................1.150 milEgito ..............................................1.090 milMarrocos ..........................................940 mil Sudão ...............................................590 milTunísia ...............................................500 milGana .................................................395 milAngola...............................................392 milEtiópia ...............................................387 milÁfrica do Sul....................................200 mil

Fonte: ISO e Ecobank

RANKING DE EXPORTAÇÃO

Maiores exportadores de açúcar bruto erefinado da África na safra 2012/13

PAÍS AÇÚCAR (em toneladas)

Ilhas Maurício ............400 mil (toneladas)Egito ..................................................355 milAlgéria...............................................350 milSuazilândia.......................................340 milZâmbia..............................................290 milMalawi ...............................................297 milÁfrica do Sul....................................296 milMoçambique....................................200 milZimbabwe.........................................197 milUganda .............................................110 mil

Fonte: ISO e Ecobank

Hibir Sugar SCUma das maiores empresas de distribuição de açúcar da Etiópia firmou

uma parceria com outra grande companhia do país, a Metec-Metal &Engineering Corporation, para a construção de uma usina de açúcar, comobras iniciadas em maio passado, de acordo com a imprensa local.

“Vamos construir a fábrica, preenchendo todas as lacunas e lidando comtodos os problemas que porventura surgirem dentro da Hibir", disse KinfuDagnew , diretor-geral da METEC, em razão da assinatura do contrato.

A Hibir alugou um total de 6.183 hectares de terra, por um período que seestenderá por 40 anos, em Jawi Wereda, na Zona Awi no Estado RegionalAmhara, a 610kms de Addis Abeba. O cultivo da cana-de-açúcar, em 2940hectares já teve seu início há alguns meses.

Omo-Kuraz I terácapacidade para esmagar 12 mil toneladas de cana

Primeira de sete usinas a serconstruída no Sul da Etiópia, a Omo-Kuras I já está 80% concluída e temprevisão de entrar em plenofuncionamento no ano que vem, deacordo com a Agência de Notícias dopaís. Quando estiver totalmenteoperacional, ela terá capacidade paraesmagar 12 mil toneladas de cana-de-açúcar por dia.

De acordo com o gerente geral dafábrica, Nuredin Asaro, outrostrabalhos relacionados, tais como:desvio do rio Omo, e a construção desistemas de irrigação, além deconstrução de residências para osfuncionários, cultivo de 5.000hectares de cana-de-açúcar, tambémestão sendo realizados à parte.

De acordo com a Agência deNotícias da Etiópia, a construção dausina tem ajudado as comunidadesvizinhas, dando-lhes maior infra-estrutura e novas instituição deensino.

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Kessem Sugar FactoryA Kessem Sugar Factory está para

ser concluída em breve e terá capacidadede produzir 260 mil toneladas de açúcarpor ano.

Setor açucareiro etíopeDiante dos grandes investimentos

no setor açucareiro da Etiópia, aprodução de açúcar do país estáestimada em 1,58 milhão de toneladaspara meados de 2015, de acordo coma WIC — Walta Information Center.Este valor equivale a cinco vezes ototal produzido na última safra, e esteé apenas 70% do que está sendoprojetado pelo GTB- Crescimento ePlano de Transformação do país. Deacordo com o GTB, após a finalizaçãode projetos, como o “Tana BeleseSugar Development Project”, até dozemil toneladas de açúcar serãoproduzidas por dia, e uma capacidadeestimada de quatro milhões detoneladas por ano.

EnergiaO projeto também pretende

mandar energia elétrica para oitenta esete cidades e aldeias da zona rural até2015. Além disso, a construção de umaferrovia que irá ligar a cidade de Asaitae o porto de Tadjourah, diminuirádrasticamente o custo do transporte debens e serviços.Produção de açúcar da Etiópia está estimada em 1,58 milhão de toneladas para safra 2015

Usina é financiada porgoverno de Israel

Outra unidade produtora na Etiópia, destavez financiada pelo governo de Israel, ainda emconstrução, é a Wolkayit Sugar, no Estado deTigray, e é uma das dez novas fábricas deaçúcar que a etíope Sugar Corporation pretendeconstruir em diferentes partes do país. Aunidade terá capacidade de moer 24 miltoneladas de cana-de-açúcar por dia, produzir484 mil toneladas de açúcar e 20.827 metroscúbicos de etanol por ano.

Unidade pretende expandircapacidade de produção

A Usina Fincha Sugar Factory, na regiãode Oromia, pretende expandir sua capacidadede produção, cultivando um adicional de11.700 hectares de cana-de-açúcar a partir deuma área total de 21.000 hectares, de acordocom o jornal Addis Fortune da Etiópia.

A fábrica produz atualmente 110 miltoneladas de açúcar e oito milhões de litros deetanol por ano. Após a conclusão do trabalho deexpansão, espera-se uma produção de mais de200 mil toneladas de açúcar e 20 milhões delitros de etanol por ano. Fincha produz setemegawatts de energia elétrica e após a finalizaçãodo projeto, pretende produzir 31 MW, além defornecer 10 MW para o sistema de rede nacional.Esta é a mais antiga fábrica de açúcar na Etiópiae a primeira a produzir etanol com capacidadede produção acima dos 40.000 litros por dia.

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Julho 2014PRODUÇÃO42

Project Finance

facilita aprovação de

financiamento para usinasPOR JOSÉ AMÉRICO RUBIANO

Não desconheço as razões dasdificuldades que o setor dabioenergia da cana estáenfrentando: climáticas, mudançade modelo na colheita eespecialmente conjuntural em facede uma postura nanica do governofederal.

Em contrapartida o setor vive ummomento especial na agregação devalor de sua produção. A partir denovas tecnologias atingiráimportantes novos índices deprodutividade. A colheita mecanizadadisponibiliza um volume considerávelde palha que agregará volumeimportante na produção de etanol, debioeletricidade e de pellets.

Os investimentos para implantaresta expansão são vultosos. Comoalavancar financiamentos paraapoiar estes investimentos?

Quando do lançamento doProinfa — Programa de Incentivo àsFontes Alternativas de EnergiaElétrica, ainda no GovernoFernando Henrique, assistimos, noBNDES, a palestra do NelsonSilfert, lançando o Project FinanceMisto, uma modelagem que buscavano Corporate Finance, a ampliaçãodas garantias do financiamento.

Em 1998, antes portanto desteevento no BNDES, estruturamospara um conjunto de usinas daregião de Araçatuba, financiamentoscuja garantia principal foi a vendaantecipada para entrega futura deálcool para a Petrobrás. Este

financiamento, foi agenciado peloBanco ABC.

O Project Finance estáimplantado como modelagemfinanceira nos financiamentos dasprincipais agências de fomentonacionais e multilaterais com asquais trabalhamos.

A estrutura de garantias doProject Finance não apropria osativos das empresas, reunidas emuma SPE — Sociedade de PropósitoEspecífico.

A garantia principal é a vendados produtos resultantes doempreendimento apoiado com ofinanciamento. Na fase deimplantação, a constituição dasgarantias de completion e deperformance facilitará a aprovaçãodo financiamento, nessa modelagem,se a implantação doempreendimento for feita por umaempresa epecista.

Pelas partes (parceiros)envolvidas, a modelagem de ProjectFinance, tem uma estruturaçãojurídica mais complexa, masamplamente dominada por nossosetor jurídico.

O objetivo deste artigo é trazer,sucintamente, a informação de queé possível buscar financiamentosdentro de uma modelagem cujasgarantias não exigem o esforço dosativos das empresas proponentes dosfinanciamentos.

Importante dizer, que a análisede performar os insumos (bagaço epalha) para a produção de E2G,bioeletricidade e pellets tem umaimportância fundamental.

José Américo Rubiano, diretor da FINBIO – Financiamento e Investimento

para Bioenergia e da J.A. Rubiano Consultores Associados

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Julho 2014PRODUÇÃO44

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

As condições climáticas, o mercado e acrise no setor estão impactando nosresultados da atividade sucroenergética noNordeste. Além de sentir os efeitos da faltade uma política pública, o que afeta acadeia produtiva em todo o país, a regiãonordestina convive com adversidadesclimáticas e topográficas específicas.

Com a operação de 22 usinas das 24existentes, Alagoas, por exemplo, teve nasafra 2013/14 uma produção de 21,9milhões de toneladas de cana, uma quedade 7,6% em comparação aos 23,7 milhõesprocessados no ciclo 2012/13. Dez usinastiveram aumento no total de cana

beneficiado e doze registraram redução,segundo informações do Sindaçúcar/AL –Sindicato da Indústria do Açúcar e doÁlcool no Estado de Alagoas.

A safra alagoana foipredominantemente açucareira: 18,9milhões de toneladas de cana foramdestinadas para a fabricação de açúcar eapenas três milhões para etanol. Mesmoassim, o total de açúcar produzido, de 1,7milhão de toneladas, foi 21,6% menor emrelação ao ciclo passado que teve umaprodução de 2,2 milhões de toneladas.

Em Pernambuco, a produção dasunidades sucroenergéticas na safra2013/14 ficou em 14,4 milhões detoneladas de cana conforme dadosrepassados pelas usinas, informa

Alexandre Andrade Lima, presidente daUnida – União Nordestina dos Produtoresde Cana-de-Açúcar. No ciclo 2012/13, oestado registrou uma produção de 13,1milhões.

“Houve uma pequena recuperação emdecorrência do aumento das chuvas. Mas, oestado não teve ainda uma safra normal.Historicamente, a moagem de Pernambucoé de 17 milhões”, comenta.

Na região nordestina, a produçãoficará em torno de 52 milhões, abaixo daprodução normal no Nordeste que é de 60milhões de toneladas de cana, observaAlexandre Lima. “Estamos sofrendoreflexos da seca dos anos de 2012 e 2013.Houve muita mortalidade da socaria”,constata.

Clima e crise afetam produção na região nordestina

Política pública e preço do açúcar podem mudar situação

“Para a próxima safra, estamos naexpectativa de que o governo mude a políticapara o setor de combustível para que a gentepossa ver um horizonte na frente” observa.

Segundo ele, o setor espera também queo superávit de açúcar no mundo, que estavaem torno de 9 milhões no ano passado, fiquepraticamente zerado ou negativo em 2014.“Faz três anos que estamos trabalhando comsobra de açúcar no mundo”, constata.

A tendência é começar a safra 2014/15no Nordeste com uma situação um poucomelhor em relação ao preço de açúcar – prevê.

“Deve haver uma melhoria,principalmente em relação aos preçosinternacionais. O etanol vai depender dapolítica que será adotada pelo governo”, afirma.

Na avaliação dele, não deverá ocorrer, noentanto, um aumento da produção em

Pernambuco e no Nordeste, porque o setorestá descapitalizado. “Da mesma forma queacontece no Centro-Sul, algumas usinas daregião estão fechando devido à crise. Nos doisúltimos anos, fecharam quatro unidadessomente em Pernambuco. Em Alagoas,fecharam outras quatro; na Paraíba, umausina e no Rio Grande do Norte, outra”,informa.

Por questões econômicas e climáticas,não será ainda na safra 2014/15 que oNordeste vai recuperar a sua produçãohistórica de 60 milhões de toneladas, nemPernambuco a de 17 milhões, prevêAlexandre Lima.

“É preciso recuperar a mortalidade queocorreu por causa da seca. Como está todomundo descapitalizado, essa recuperação estáacontecendo de maneira lenta”, enfatiza.

Importação de etanol geraprejuízos para a atividade

Não é somente o clima que temcriado dificuldades para o setorsucroenergético nordestino. A questãoeconômica está interferindo bastante naatividade. A importação de etanol demilho prejudicou as usinas e osprodutores de cana – avalia AlexandreLima, que preside também a Associaçãodos Fornecedores de Cana dePernambuco (AFCP).

De janeiro a abril, houve aimportação de 250 mil metros cúbicos deetanol. “Essa medida pressiona o preçopara baixo. Como o mercado já écartelizado, com 80% das vendas nasmãos de duas distribuidoras, aimportação aumenta ainda mais asdificuldades”, diz.

O presidente da Unida faz coro aos

representantes do setor: “Falta umapolítica pública de curto, médio e longoprazos”. Ele também defende anecessidade de aumento da mistura. “OBrasil diz sempre que o setor não temintervenção. Mas, tem intervenção aocontrário. Enquanto outros países fazemintervenção para proteger o setorprodutivo deles, aqui é ao contrário”,compara.

Alexandre Lima critica a maneiracomo está sendo suprida a demanda decombustível no país. “A Petrobrasimporta gasolina mais cara, vende ocombustível fóssil mais barato do queimportou, dá um rombo no seu caixa ecria essa crise sem precedentes no setorsucroenergético, que é a maior dahistória”, salienta.

Subvençãoameniza efeitosde problemasespecíficos

Além de questões nacionaise de mercado, o Nordesteenfrenta também problemasespecíficos. “A nossa topografia ébastante acidentada, tem aquestão climática”, destaca opresidente da Unida. Paraamenizar essa situação, eleobserva que o setor nordestinotem conseguido, no entanto,ajuda relativamente consideráveldo governo federal.

Alexandre Lima cita comoexemplo a subvenção de R$12,00 por tonelada de canafornecida às usinas na safra2012/13, limitado a 10 miltoneladas, para cada produtor doNordeste. As usinas receberãoR$ 0,25 por litro de etanolproduzido no período. A lei queconcede esse benefício foiassinada pela presidente DilmaRousseff em 18 de junho.

“Essa subvenção equalizaum pouco o custo de produçãoem relação ao Centro-Sul. Ealivia bastante”, comenta. AUnida foi o carro-chefe daarticulação, via CongressoNacional e, depois, a Presidênciada República, visando aobtenção desse benefício – diz.

Canaviais sentem reflexos da mortalidade da socaria causada pela forte estiagem

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Híbrido resultante docruzamento entre javali eporco devora canaviais e fere pessoas nas lavouras

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Um híbrido resultante do cruzamentoentre javali e porco está devorando canaviais eferindo pessoas nas lavouras. É o javaporco.Na década de 90, javalis foram importados daEuropa para a criação em cativeiro noUruguai de uma carne exótica, porém váriosanimais fugiram, embrenharam-se nas matase acabaram cruzando com porcos domésticosdo Brasil. O híbrido desses cruzamentos foiapelidado javaporco. Estes animais silvestresse tornaram um problema para os produtoresrurais brasileiros. Os primeiros ataques àslavouras foram observados no Rio Grande doSul, mas nos últimos anos os animaischegaram a vários estados. Por já atacar oscanaviais, começaram a preocupar osprodutores desse segmento.

Algumas regiões do Norte do Paraná, Suldo Mato Grosso do Sul e oeste paulista, maisespecificamente na região de Araçatuba e deBauru, SP, são alvo desses animais ferozesque estão trazendo medo e tirando o fôlego demuitos produtores. Áreas canavieiras daUsina Diamante, de Jaú, SP, NovAméricaAgrícola e da Usina Aralco, ambas no oestepaulista, registraram a presença destesanimais e alguns ataques a animais, comocães, e até a pessoas.

Segundo Paulo Camargo, topógrafo daAralco, os javaporcos agem como a capivara,em grandes grupos. “Eles provocam sériosprejuízos nos canaviais. Agem em grupos ecomem a cana de tal forma que estagna o seucrescimento, provocando a perda da área. Seo grupo for grande podem arrasar com 20 hade uma só vez”, lembra.

Lincoln Fernandes, do Ibama deDourados, MS, afirma que a situação dojavaporco saiu do controle e causou muitosestragos no sul daquele estado. “Ele não tempredador natural. É uma praga nociva para oser humano e para as culturas agrícolas.Sempre nos deparamos com esse animal emnossas vistorias de campo”, lembra.

Legislação - O Ibama (Instituto Brasileirodo Meio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenováveis) liberou este ano a caçacontrolada, mediante abate, da capturaseguida de eliminação e da eliminação direta,incluindo uso de arma de fogo. Mas só quemtiver inscrição junto ao Ibama poderá caçar. Ointeressado deve previamente inscrever-se noCTF (Cadastro Técnico Federal), pelowww.ibama.gov.br. Quem for caçar comarmas deve protocolar a declaração naunidade do Ibama. Mas o uso de arma de fogosó poderá ser feito com autorização doExército Brasileiro e quem for usararmadilhas deve protocolar pedido deautorização junto ao Ibama.

Aos poucos os javaporcos vãotomando conta dos canaviais. Tanto é quena região de Bauru, interior paulista,segundo relatos de fontes entrevistadaspelo JornalCana, também há registros deinvasões nas lavouras canavieiras. A UsinaDiamante, localizada em Jaú, SP, é umadas vítimas dos curiosos javaporcos.

Cesar Guandalim, mecânico decolhedora da Usina Diamante, explica quena área da Usina há muitos animais, eque se transformou numa praga. Em umasó noite de trabalho contou 22 animaisnum mesmo bando, sem contar outrosque estavam próximos. “Não tem comoespantar o javaporco porque ele épersistente e são muitos bandos.Geralmente no brejo não tem tantoalimento para eles, então vêm para o

campo. Ali tem um rio próximo ondedescansam e a noite circulam pelocanavial para se alimentarem. Pelamanhã voltam para sua área para dormir”, diz.

Segundo ele, dependendo do númerode animais, em um mês podem comer até4 ha ou até mesmo volume maior. “Se forrota de milho eles preferem. Na cana,arrancam até a raíz e se alimentam delacompleta. Então não brotam outras canasno lugar onde foi feito o estrago. Calculoque o prejuízo seja grande. Em umamesma plantação de milho próxima foiregistrada uma perda de 40% da lavoura”,lembra.

Guandalim explica que a populaçãode animais está aumentando, mas jáobserva os bichos há uns três a quatro

anos no campo. “Se ninguém conseguircombatê-los, será pior que a praga dascapivaras, pois o porco se alimenta dasplantações. Tem alguns locais em que ojavaporco atacou pessoas, pois é muitoagressivo, porém nem a cerca elétricasegura o bicho. A única coisa que poderiasegurar seria uma cerca com uns dez fiosde arames, mas são muitas áreas e seriaoneroso para os proprietários. Além disso,algumas terras são arrendadas e oinvestimento seria feito por parte dosproprietários, que também não achaminteressante cercar”, lembra.

Ele afirma ainda que os animais seposicionam do lado da máquina, pois sãoanimais muito curiosos. “Mas nunca tenteiver de perto o animal, é muito perigoso”,ressalta. (AM)

JAVAPORCO, O TERROR!

Os javaporcos agem em grupos e devoram a cana, estagnando seu crescimento

Infestação de javaporcos pode

tornar-se pior que das capivaras

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Setor incentiva práticaesportiva e descobretalentos do futebol aolevantamento de peso

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

No país da Copa do Mundo muitos deseus atuais craques foram descobertos emcampos improvisados no interior doBrasil. Muitos foram revelados noscampos de várzea, canindés, nas“peladas” de ruas ou até mesmo emescolinhas de futebol de pequenascidades. E realmente há quem apoie como coração essa nobre causa que afasta ascrianças das ruas e oferece oportunidadespara preencher sua rotina diária e mudarseu futuro. É o caso da Jalles Machado, deGoiás, através do projeto social daFundação Jalles Machado, mantém há 20anos uma escolinha de futebol, emGoianésia (GO). De lá surgiram diversosdestaques, entre eles: Elismar Dorneles daSilva, Paulo Henrique Carvalho, LucasVinícius Dias Costa “Pipoca” e GuilhermeMiranda Rosa que já são parte do elencode times profissionais de primeira esegunda divisão, como do Grêmio dePorto Alegre, RS.

As ações da Jalles Machado englobamainda projetos paralelos de incentivo aprática de esporte: como a AssociaçãoEsportiva Jalles Machado, um cluberecreativo para colaboradores edependentes; mantém o projeto Atleta doFuturo, onde a Escola Luiz César, mantidapela Fundação Jalles Machado, tem umaparceria com o Sesi para realização do

projeto. São 280 alunos matriculados quepraticam várias modalidades esportivas,como: futsal, futebol de campo, vôlei,handebol, natação, tênis, etc; a AssociaçãoEsportiva Jalles Machado mantémtambém duas equipes de futebol quedisputam campeonatos amadores emGoianésia e região, torneios internos e aempresa mantém ainda uma escolinha denatação.

São tantos talentos que foramdescobertos pela Jalles, através da equipedo professor da escolinha de futebol,Devarley Ricardo Silva, que a empresaperdeu as contas.

Atualmente o projeto de futebol contacom 320 atletas, com idades entre sete a 16anos. “Nesse período do projeto jáparticipamos do campeonato goiano defutebol em 2000, onde conquistamos o

quarto lugar, com atletas da cidade.Voltamos a participar em 2007 e 2008 nascategorias sub 15 e em 2013 nossos atletarepresentaram o Goianésia Esporte Clubena categoria sub-15, disputando ocampeonato Goiano. Participamos decompetições municipais e regionais . Por14 anos consecutivos fomos a equipe quemais vezes foi campeã. Hoje estamosparticipando do campeonato municipal debase. Na categoria sub-10 e sub-12 temosduas equipes em cada categoria e nosub-14 temos uma equipe. Desse trabalhojá colhemos vários frutos não só de atletas,mas por estar tirando essas crianças eadolescentes das ruas e trazendo paraparticipar do esporte e fazer algumaatividade física”, diz Devarley.

Segundo o professor, que fala comorgulho de sua contribuição para a vida

desses jovens, alguns jogadoresparticiparam do campeonato mundialuniversitário. Francisco Bala, e outrosjogadores fizeram avaliações em grandesclubes, como: Goiás, Vila Nova, AtléticoMineiro, América Mineiro, e não seguiramcarreira talvez por mais falta de apoio.

O futebol amador mantém duasequipes: a Master Jalles formada por atletasfuncionários da empresa e disputa a série Bdo campeonato municipal, campeã em2012. Já a Associação Esportiva JallesMachado é composta por atletasfuncionários da cidade e das cidadesvizinhas e é a atual campeã amadora dasérie A.

Outra empresa que também incentivaa prática esportiva é a Açucareira Guaíraque revelou um campeão de levantamentode peso em seu quadro de funcionários.

Projetos sociais de usinas revelam talentos esportivos

Quem pensa que em Goiás apenas hámuitos cantores revelados na atualidade,está enganado, pois o estado é tambémceleiro de grandes talentos do futebol. Aos22 anos, Elismar Dorneles da Silva, nuncadeixou de sonhar com a carreira de jogadorprofissional. Aos 16 anos iniciou naescolinha de futebol mantida pela JallesMachado. Hoje joga como volante noAmérica de Morrinhos, time da segundadivisão de Goiás. “Para mim foi ótimo oincentivo da Jalles, pois aprendi muito. Éum projeto muito especial e vem revelandobons jogadores. Estou muito satisfeito porter essa oportunidade. Sonho com a Copado Mundo, pois todo sonho de umprofissional é chegar numa Copa, mas porenquanto vou acompanhar pela televisão”,diz em tom de descontração.

Segundo o jogador, manter o esporte écaro e exige muito sacrifício, mas vale a pena.“Desde os meus 19 anos comecei a ganhardinheiro com minha profissão”, lembra.

O seu maior ídolo no futebol é oPaulinho, ex-Corinthians, que hoje joga naSeleção Brasileira e nele o atleta se inspira.“Meu maior sonho é chegar num time

grande e disputar o campeonato brasileiro.Agradeço a oportunidade a todos que meajudaram e que Deus abençoe cada umdeles”, diz.

Outro atleta, Paulo HenriqueCarvalho, terceiro goleiro do Goianésia,começou com 10 anos a treinar na

escolinha da Jalles Machado, através doincentivo de um amigo e não parou mais.Até os 17 anos treinava no projeto daUsina, partindo direto para disputar aprimeira divisão do Campeonato goiano deFutebol. Aos 18 anos, irá iniciar em julho,sua segunda participação nesse tipo de

competição.Depois de uma bateria de testes foi

selecionado pelo time da cidade natal ecomeçou a treinar no time da base doGoianésia, passou para a categoria sub-20e subiu para o profissional.

“Eu me sinto bem feliz por terrecebido aquela oportunidade edesenvolver o meu talento na escolinha defutebol da Jalles, pois foi lá que tudocomeçou. Sou grato pela oportunidade.Desde cedo meu pai me incentivou aestudar, por isso, independente da carreira,pretendo cursar uma faculdade deengenharia de software, pois gosto muitode computação”, ressalta.

Seu grande inspirador é o goleiroTafarel, o Casillas, goleiro da seleção daEspanha e atual goleiro do Real Madrid e ogoleiro da Seleção Brasileira, Júlio César.“Agradeço a Jalles pela oportunidade equem puder aproveitar deve agarrar comtudo a chance. No primeiro obstáculo nãodevemos desistir, por isso continuoinsistindo no meu sonho e se pararperderei tudo que conquistei até hoje”,finaliza. (AM)

Elismar Dorneles da Silva também integra o elenco do Grêmio, de Porto Alegre

Celeiro de promessas no futebol da cidade e da região

Jalles Machado, mantém há 20 anos uma escolinha de futebol

Devarley Ricardo Silva, descobridor de

talentos e professor da escolinha de futebol

da Jalles Machado

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Desde 2009, a paulista AçucareiraGuaíra tem patrocinado atletas nolevantamento de peso. O patrocínioconsiste na liberação do atleta paraparticipação das competições,fornecimento de suplementos, uniformes,custeio integral de viagens paraparticipação em campeonatos (transportetérreo e aéreo, alimentação, estadia, etc),além da dispensa do funcionário, semdescontos. Esse total apoio e incentivotem rendido grandes resultados nacarreira do atleta Reginaldo Rosa, o“mineiro” auxiliar de operação nafábrica de açúcar, que iniciou suatrajetória no levantamento de peso noCampeonato Paulista de 2010 de Supino,sagrando-se campeão na categoriaestreante até 90 Kg de peso corporal,com a marca de 187,5 kg. O últimocampeonato que venceu foi o Paulista nacategoria Supino, no dia 30 de abril, emSão Paulo, onde quebrou o recorde queera de 270 kg, levantando 272,50 kg,sagrando-se o melhor atleta dacompetição.

Ao longo da carreira o colaborador daGuaíra tem colecionado diversos títulos:recordista brasileiro na modalidadeSupino; campeão paulista, com recorde de240 kg; vice-campeão sulamericano delevantamento de peso “Supino”; prata nosul-americano de Supino na Colômbia ecampeão da Copa Brasil. Em 2013, oatleta e colaborador venceu o CampeonatoSul-Americano de levantamento de pesorealizado no Uruguai. O esportista que épatrocinado pela empresa foi campeão nacategoria Supino até 93 kg. Na ocasião

quebrou o recorde na modalidade, que era260 kg ao atingir a marca de 270 kg. Alémda quebra do recorde, o atleta foi premiadocomo o 2º melhor atleta do evento, que tevea participação de 250 competidores. Com aperformance, Reginaldo foi convocadopara participar do Mundial realizado naDinamarca.

O “mineiro” descobriu sua vocaçãopara o esporte ainda criança em MinasGerais, quando trabalhava com serviçosque exigiam força. Depois que percebeuseu gosto pelo esporte começou afrequentar a academia, mas somente em

Guaíra, cidade em que mora e trabalha,iniciou treinamentos no levantamento depeso e conheceu outros atletas.

Depois de sua família, diz que oesporte é a segunda coisa que mais lheagrada. “Minha vida é uma rotina diáriade treinamentos, pois chego em casa e saiopara a academia, de segunda a sábado,junto com seu filho. “No início, sem apoio,fiquei desanimado e com vontade deparar. A usina começou a me ajudar e avontade e o ânimo tomaram conta demim. Além de me liberar do serviço,recebo ajuda total, por isso, sou muito

grato à Usina Guaíra”, diz. Segundo ele, a empresa ainda

patrocina a inscrição nos campeonatos,exame antidoping, material de treino esuplementação mensal. “Às vezes fico entredez a doze dias fora, sem qualquer tipo dedesconto no salário. Com todo esse apoio,me sinto responsável por trazer bonsresultados e sei que sem o apoio da Usina játeria desistido e não teria os títulos e aevolução atual. Serei grato pelo resto davida pela ajuda, me sinto um filhoabençoado por estar recebendo esseincentivo”, afirma. (AM)

Colaborador de usina se consagra no levantamento de peso

A Jalles Machado plantou asementinha do futebol no coração demuitos jovens. Não foi diferente com ozagueiro Lucas Vinícius Dias Costa, queesteve na escolinha de futebol da empresados 12 aos 15 anos. Na cidade jogou nacategoria de base do Goianésia e depoispartiu para Votuporanga, interior de SãoPaulo, para estudar e conquistou um lugarna base do time da cidade, oVotuporanguense. Lá disputou oCampeonato Paulista na categoria sub-20 ea Copa São Paulo.

Chegou ao Grêmio de Porto Alegre,RS, no início deste ano e joga na categoriasub-19 da base, como zagueiro. Inclusivealgumas vezes por semana, treina com osjogadores profissionais. Em agostodisputará o campeonato gaúcho. “Eu mesinto privilegiado e ao mesmo tempoansioso por estreiar. Aqui aresponsabilidade é maior porque semprese espera algo a mais do jogador e além domais, representamos milhares de pessoas emeninos que queriam estar aqui”, lembra.

Segundo ele, a Usina dá muitaoportunidade para os meninos e por eles,sente gratidão pelo incentivo de treinar.“Foi uma fase muito importante na minhavida, onde fiz vários amigos, aprendi

muito, inclusive a competir mais e acreditarno meu sonho. Aprendi muita coisa com oDevarley, tanto a ter disciplina, comoalgumas técnicas e fui muito incentivado.Acho que eles deveriam continuarincentivando os meninos no esporte e atétransformar a escolinha numa categoria debase, pois tem boa estrutura para isso.Hoje me sinto realizado por estar noprofissional, mas ainda tenho muito queaprender”, reforça.

Apesar de ter que sacrificar aconvivência com a família e os amigos, ofutebol é tudo para ele, pois é de umafamília apaixonada pelo esporte. “Ter ofutebol como trabalho é um sonho”,completa.

O atleta terminou o ensino médio epretende fazer faculdade no futuro. Hoje jávive do futebol, mas ainda não o suficientepara ajudar a família. Ele vive noalojamento do Grêmio no Rio Grande doSul e tem como ídolos, Thiago Silva eCristiano Ronaldo.

Guilherme Miranda Rosa, aos 16anos, também disputa campeonatos nacategoria de base do Grêmio de PortoAlegre e tudo começou na escolinha defutebol da Jalles Machado, ainda quandoera criança. (AM)

‘Pipoca’ quer estourar no Grêmio de Porto Alegre

Lucas Costa, o “Pipoca”, formado na escolinha da Jalles

Machado, hoje é parte do elenco do Grêmio, de Porto Alegre

O atleta do levantamento de peso, Reginaldo Rosa, o “mineiro” recebe total apoio da Açucareira Guaíra

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ENTREVISTA - Silvio Luiz de Flório, psicólogo

“Servir é a essência do bom ambiente de trabalho”ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Segundo o psicólogo e professormestre, Silvio Luiz de Flório, a Gestão doServir como vantagem competitiva é umtema relevante para o mundocorporativo e um diferencial competitivoforte. O especialista em Administraçãocom ênfase em Recursos Humanos emestre pela PUC – SP em Administraçãode Recursos Humanos, nos diz ementrevista exclusiva as vantagens doServir na empresa.

JornalCana - Por que servir o outroé a essência do trabalho e das vivênciasdas pessoas?

Silvio de Flório - Porque a todo oinstante, temos a chance de servir alguém,facilitando sua vida e engrandecendo anossa. Servir é ou deveria ser a essência doser humano. Quando servimos alguém nossentimos mais seguros e confiantes, além decultivarmos uma energia positiva para nós.

Qual a importância da Gestão doServir, dentro de uma organização ecomo esta gestão pode se tornar umdiferencial competitivo?

Gestão do servir significa direcionartodos os comportamentos e competênciasdos colaboradores e dos líderes daorganização para o Servir, pois existemprofissões que naturalmente servemalguém e outras que servem por convicção,assim sendo, se aliarmos a convicção com acompetência do servir, teremos umdiferencial competitivo muito forte. Quemnão trabalha servindo, não serve paratrabalhar.

Por que servir o outro, muitasvezes, deixa de ser diferencialcompetitivo e passa a ser a própriaatividade fim da empresa?

Existem ramos que naturalmenteservem as pessoas: gastronomia, transportes,vendas, saúde, educação e outras que ofazem por convicção. Desta forma, se ocomportamento de servir sair do discurso efor incorporado ao dia a dia das empresas,determinará um grande diferencial, pois asações, comportamentos é o que sãovalorizados e não as intenções, atitudes.

O senhor explica que na gestão derecursos humanos, empresas dispostas aservir demonstram isso em sua cultura eno comportamento de seus funcionários.E isso independe do setor a quepertencem? Por quê?

Sim, a gestão de servir deve estar nocomportamento e na cultura da empresa,nos pequenos atos, na forma como aspessoas se expressam, no olhar e naconduta de cada um.

Comente algum caso real queexemplifique essa questão docomportamento.

Certa vez, fui convidado por umpresidente de uma grande empresa commais de 800 colaboradores para apresentara minha consultoria. Logo ao adentrar nasala do presidente, fui recepcionado por elee não por uma secretária, assim comoquando foi me oferecido um café, pois elemesmo preparou o café e me serviu. Depoispercebi que essa cultura do servir nospequenos detalhes, fazia parte docomportamento de todos. Era possívelperceber na empresa: simplicidade,relações leves e o ato de servir.

Fale-nos um pouco sobre Marketingde Atitude, na qual a postura daempresa e de seus colaboradores está nocentro das ações de marketing. Issoexiste no setor sucroenergético? Ouainda faltam ações nesse sentido?

O publicitário Júlio Ribeiro diz: “Areputação de sua empresa chega ao clienteantes de seu vendedor”. Essa frase ilustrabem o Marketing de Atitude. Se a empresanão se preocupa com as atitudes e oscomportamentos dos seus colaboradores,deixará a mercê das pessoas fazerem isso.Devemos como gestores, nos preocuparmoscom as condutas de todos na empresa. Namaioria das empresas não há umapreocupação com o comportamento eatitude de seus colaboradores referente aum propósito e uma conduta uniforme.Todas as ações devem ser direcionadas aum pensamento e uma forma de reagir,

mostrando através dos pequenos exemploso que se espera das pessoas.

Como uma empresa familiar poderádesenvolver o Marketing de Atitude?

As empresas familiares e todas as outraspodem se preocupar e adequar sua cultura econduta ao marketing de atitude. Para isto,basta tomar para si a responsabilidade degerir os comportamentos e atitudes dos seuscolaboradores, com exemplos e propósitos,ou seja, investindo nas lideranças e seu nodesenvolvimento; dizendo para as pessoas oque se espera delas e não só deixando queelas infiram sobre isso; oferecendo vivênciaspositivas e cooperativas às pessoas nasempresas e não só normas e procedimentospunitivos; tratando as pessoas como vocêgostaria de ser tratado; definindo um valorou propósito para sua empresa que façasentido para as pessoas; dando o exemplo deservir as pessoas naturalmente everdadeiramente.

Quais as diferenças entre servir paravaler em prol da empresa e servirapenas por si próprio?

Para que ocorra o Servir de umamaneira ampla e verdadeira devemosperceber que a liderança maior quer isso eque as lideranças menores percebam issoda liderança maior e sejam treinadas nodia a dia e nas ações de desenvolvimentoda área de recursos humanos. Assim, oscolaboradores poderão perceber, sentir e

ver na prática e não só no discurso. O serhumano só se entrega em realizar algoquando ele percebe que realmente terárespaldo e será isso que se espera dele.

Em tempos de crise no setorsucroenergético, a gestão do servirajudaria a suportar o período? De quemaneira?

Sim, imagina se já houvesse naempresa um propósito definido onde todossaberiam o que se espera deles,comportamentos uniformes de conduta, dopresidente ao colaborador de nível maisbaixo. Onde todos percebessem o caminhoque devem seguir e o que podem ajudar.Isso facilitaria o envolvimento e daria maissegurança, até o surgimento de ideias econdutas inovadoras para a crise.

Quais os primeiros passos paraimplantar a gestão de servir naempresa?

Não é necessária nenhuma mudançadrástica, aliás nem é recomendado. Acultura da empresa deve sempre serrespeitada, mas a Atitude e Comportamentodevem ser trabalhados de forma estratégica,discutida inclusive no planejamentoestratégico da empresa, definindo formas deagir nas pequenas e nas grandes ações dodia a dia, com conformidade e apresentandoisso através de planos e políticas às pessoas.A forma de agir deve ser coerente com aquiloque se espera de todos.

Silvio Luiz de Flório: gestão do servir é diferencial no mundo dos negócios

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RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A obtenção da certificação do sistema de gestão daqualidade costuma abrir novos caminhos para unidadessucroenergéticas. Além de manter e ampliar mercado nopaís e no exterior, o que já pode ser considerado um grande“negócio”, a certificação cria a chamada “cultura dequalidade” na empresa.

A mudança de hábitos é o grande salto que pode serproporcionado pela certificação. A implantação de umsistema de gestão eficiente nessa área cria condições, porexemplo, para o aumento do controle de todas as etapas daprodução. Fica instaurado um processo de melhoriacontínua, estimulado pelas auditorias periódicas erecertificações. Há uma ruptura com práticas arcaicas esuperadas.

Os processos ficam mais organizados e otimizados,gerando maior produtividade, enfatiza o administrador deempresas Fábio Rodrigo Lanza, assistente de gestão daqualidade da Usina Colombo, de Ariranha, SP, que possuicertificação nessa área desde 1999, quando obteve a ISO9002 para os setores de refinaria e empacotamento.

Com uma mudança nessa norma que passou, em suarevisão, a ser a ISO 9001, a certificação foi estendida em2002 a toda planta da fábrica – informa.

Entre os benefícios proporcionados pela implantaçãodo sistema – detalha – estão: a diminuição de retrabalho; amelhoria do atendimento aos requisitos regulamentaresaplicáveis ao produto; a otimização da logística daempresa, que possibilitou o atendimento dos pedidos emmenor tempo; a diminuição do índice de devolução.

A lista não para aí. Com o processo de certificação, asatividades operacionais passaram a estar focadas noproduto e na satisfação dos clientes internos, criando

condições para a melhoria da qualidade do produto final –relata Fábio Lanza. A melhoria do relacionamento esatisfação dos clientes externos também tornaram-seconsequências da implantação do sistema de qualidade.

Esse processo proporcionou ainda uma interaçãoentre os objetivos da alta direção e as expectativas dosfuncionários em geral – observa.

A empresa tem conseguido implantar uma cultura de

qualidade, independentemente da obtenção dessacertificação. “O foco na qualidade é muito forte no GrupoColombo”, ressalta. Segundo Fábio Lanza, mesmo nasunidades não certificadas, como o departamento agrícolada matriz localizada em Ariranha e nas filiais de Palestinae Santa Albertina, é muito perceptível o empenho ededicação, havendo sempre a busca pelo alto rendimento,baixo índice de não conformidades e melhoria contínua.

Certificação de sistema de gestão aumenta controle das etapas de produção

Treinamento realizado na Usina Colombo propõe criar cultura de qualidade

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Para implantar um sistema de gestãoda qualidade, existe a necessidade dequebrar resistências e adotar novoshábitos. Não é uma tarefa tão simples.Entre as dificuldades que surgem nesteprocesso, Fábio Lanza destaca o conflitode interesses.

Desenvolver um sistema de gestãobaseado em requisitos de uma normatécnica cria trâmites operacionais, eprincipalmente gerenciais, divergentesem relação a hábitos e costumesenraizados na organização – comenta.

“Entretanto, com os resultadosobtidos, essa barreira ‘invisível’ foiderrubada e hoje já não é mais possívelimaginar a empresa sem a manutençãodo sistema de gestão”, afirma.

A participação dos funcionários é defundamental importância na conquista emanutenção de um sistema de gestãocertificado. “Devido ao empenho,dedicação, interação e participação doscolaboradores o sistema tem melhoradocontinuamente, alinhando o interesse detodos em busca da missão da empresa,de transformar a cana-de-açúcar emenergia”, enfatiza.

De acordo com ele, não há comoimaginar um sistema de gestão daqualidade sem a capacitação edesenvolvimento dos colaboradores.

Aliás, este é um requisito da norma. “Senão for atendido, não se obtém acertificação”, observa.

Além de cumprir as exigências danorma, o desenvolvimento de pessoasgera benefícios para a empresa. Por isso,o Grupo Colombo promoveconstantemente – de acordo com FábioLanza – palestras, simpósios,treinamentos de integração, cursosespecíficos visando a reciclagem ecapacitação dos colaboradores para aexecução de suas atividades.

Segundo ele, outras medidas foramadotadas durante a implantação dosistema de gestão de qualidade, como aorganização das áreas de compras ecomercial (vendas), que melhoraram orelacionamento com fornecedores,clientes e consumidores, estabelecendograndes parcerias ao longo do tempo.

Houve também, nesse processo,maior aproximação de diversosdepartamentos, como industrial,agrícola, suprimento, comercial,recursos humanos, financeiro, detecnologia da informação, entre outros.“A prática de reuniões tornou-se umaconstante, como forma de visualizar osresultados obtidos e traçar novas metas,alinhando e conciliando o interesse detodos”, afirma. (RA) Fábio Lanza, assistente de gestão da qualidade da Usina Colombo

Sistema de gestão quebrouresistências e mudou hábitos

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A melhoria da qualidade não é aúnica preocupação da Usina Colombona administração de seus negócios. Aempresa está desenvolvendo um sistemade gestão integrada, que engloba, alémda certificação de qualidade (ISO 9001),o processo que culminou na conquistada ISO 14001 e da ISO 22000 que estásendo incorporada ao sistema, segundoinformações de Walter CésarBertoncello, coordenador da área degestão da qualidade e meio ambiente daColombo.

Algumas ações mais específicas, quefortaleceram o compromisso dessa usinacom a qualidade e o desenvolvimentosustentável, começaram em 1997 com oprocesso de certificação da ISO 9001(gestão da qualidade) por solicitação dasgrandes redes de supermercados. AColombo vislumbrou um mercadopotencial com a realização de parceriascom essas empresas, produzindo eempacotando açúcar com a marca docliente.

Para isto, havia necessidade de obteruma certificação que comprovasse aexistência de um sistema de gestãototalmente focado na qualidade e nasatisfação do cliente, fato que levou aUsina Colombo a buscar a certificação.Em 1999, essa unidade de Ariranhaobteve a ISO 9002, para os setores derefinaria e empacotamento. Em 2002,conquistou a ISO 9001, estendendo acertificação de qualidade para toda aplanta da fábrica.

O trabalho incessante e permanenteda Usina Colombo visando oaprimoramento do processo de gestãoteve outra etapa importante em 2002 como início da implantação do sistema degestão baseado na norma ISO 14001(meio ambiente) que foi obtida em 2005.A política de gestão da empresa sempreesteve voltada à conciliação de produçãocom alta eficiência e preservação do meioambiente.

O passo seguinte foi a implantação

do processo voltado à ISO 22000(segurança alimentar) – conquistada em2012 – que veio complementar e agregarvalor ao sistema de gestão integrada,observa Fábio Lanza.

“Novamente por solicitação dasgrandes redes, que estão preocupadascom riscos de contaminações graves nosalimentos, uma vez que a cadeia hoje églobal e dificilmente seria possível cercarum problema localmente, a Colombobuscou a implantação de um sistema degestão voltado à segurança alimentar”,comenta.

De acordo com Walter Bertoncello, aISO 9001 e a 14001 tiveram auditoria derecertificação – realizada pela FundaçãoVanzolini – em junho. A ISO 22000 eFSSC 22000 terão visita deacompanhamento pela SGS na segundaquinzena de agosto, passando peloprocesso de recertificação em 2015. (RA)

Segurança alimentar e preservação ambiental aprimoram processo

Usina administra seus negócios, preocupando-se com

a melhoria contínua e o desenvolvimento sustentável

CertificaçõesO escopo das certificações

ISO 9001 e 14001 da UsinaColombo abrangedesenvolvimento, produção ecomercialização de etanolanidro e hidratado combustível,etanol para outros fins, açúcarcristal, açúcar refinado amorfoespecial, e refinado granuladodas marca Caravelas, Coloniale marcas próprias de clientes.Inclui ainda produção ecomercialização de energiaelétrica.

Para as certificações FSSC22000 e ISO 22000, o escopoengloba produção de açúcarcristal especial, açúcarrefinado especial e refinadogranulado desde a recepção dacana-de-açúcar à expedição doproduto.

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MasterCana Socialoferece bolsas de estudospara vencedores

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Uma parceria entre a escola B.I.International e o Gerhai, idealizador doPrêmio MasterCana Social, com a ProCanaBrasil, estará ofertando aos vencedores doPrêmio em 2014, bolsas de estudos deMBA’s. Esse assunto foi apresentadodurante a última reunião do Grupo, no dia23 de maio, em Sertãozinho, SP.

Durante o evento, Silas Santos,diretor do B.I. unidade de Ribeirão Pretoexplicou que a vencedora na categoria“Empresa do ano em responsabilidadesocioempresarial” ganhará uma bolsa paraimersão na University of California –Berkeley, (EUA), no módulo “Innovation”,com tradução simultânea, concedida àempresa na representação do seu CEO ouPresidente (Sujeito à disponibilidade dedata e condições de viagem). Já avencedora da categoria “DesenvolvimentoHumano” receberá uma bolsa integral

para o MBA em Recursos Humanos comênfase em DesenvolvimentoOrganizacional na unidade de RibeirãoPreto, concedida à empresa, representadapelo seu executivo/gestor de RecursosHumanos.

Segundo ele, a empresa vencedora dacategoria “Sustentabilidade / MeioAmbiente” será presenteada com uma

bolsa integral para um dos seguintesMBA’s: Gestão de Empresas e Negócios,Gestão de Projetos e Inovação; Gestão emControladoria e Finanças, RecursosHumanos (concedida à empresa,representada pelo seu gestor da área deSustentabilidade/Ambiental). As demaiscategorias – Educação e Cultura,Valorização da Diversidade, Saúde

Ocupacional, Qualidade de vida,Comunidade, Comunicação eRelacionamento participarão de umsorteio para concorrer a uma bolsaintegral para um dos seguintes MBA’s:Gestão de Empresas e Negócios, Gestãode Projetos e Inovação, Gestão emControladoria e Finanças, RecursosHumanos, concedida à empresa,representada pelo seu gestor da área deSustentabilidade/Ambiental (*Empresasganhadoras nas outras categorias nãoparticiparão deste sorteio).

“A parceria pretende fortaleceroportunidades e gerar conteúdo,compartilhar conhecimento, apoiar nodesenvolvimento sociocultural, fortalecer acultura e promover o aprendizado e odesenvolvimento executivo”, afirma SilasSantos.

O Gerhai ainda apresentou durante areunião, o “Programa de DesenvolvimentoContinuado - PCD – módulo 3, e a palestra:O líder integral”, através de CarlosCasarotto, consultor e Henrique Hinz,professor doutor em Direito do Trabalho eEconomia e Juiz do Trabalho da vara deAndradina, falou da “Ação RegressivaAcidentária – Prevenção, Riscos eConsequências para as empresas”.

Premiação do MasterCana Social éapresentada na reunião do Gerhai

Público durante a última reunião do Grupo, no dia 23 de maio

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A afirmação é de AntonioGusmão, executivo dedestaque que atua há 32anos na cadeiasucroenergética

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Novas soluções e tecnologias não sãoviabilizadas por acaso. Para seremtransformadas em aliadas estratégicas doprocesso de produção agroindustrial deusinas e destilarias, precisam contar como esforço, persistência e visão deexecutivos da cadeia fornecedora de bense serviços para o setor sucroenergético.

Há muitos profissionais de destaquenessa área. Um deles é o diretor daAuthomathika, Antonio José de Gusmão,que atua há 32 anos na cadeiasucroenergética. “Vi muitas crises do setor.Aprendi muito e respeito todos osempresários que lutam e que empreendemnele. Ser empresário no Brasil é ser herói.Ser empresário no setor sucroenergético,além de heróico, é ter uma fé inabalável einquestionável”, afirma.

A Authomathika surgiu, cresceu etornou-se forte, atuando nesse mercado há15 anos – conta – por meio defornecimentos de Automação e Elétrica,Serviços de Revisões e Metrologia. Aligação dele com o setor sempre foiinclusive muito próxima. “Nasci numacolônia de usina. Com cinco anos de idade

meu pai me colocou em cima de umamoenda. E já era elétrica na época”,relata.

No momento de crise é necessárioprocurar – afirma – maior retorno, “tirarleite de pedra”. Segundo ele, a automaçãoe a tecnologia de maneira geral sãoferramentas para isto. Ajudam a empresa aser mais produtiva e, consequentemente,mais competitiva, para conseguir ganhar

um pouco mais ou deixar de perder.Com a automação industrial e

agrícola, implantada de maneira correta, oaumento da eficiência é real, indiscutível efacilmente notada, afirma AntonioGusmão. “O retorno financeiro é evidente”,enfatiza.

Na opinião dele, hoje não é concebíveluma usina operar adequadamente,objetivando lucro, sem ter um sistema de

automação. “É quase impossível ter bonsrendimentos, em todos os turnos detrabalho, dependendo apenas do operadore da sua habilidade”, comenta.

A implantação de um sistema deautomação, bem elaborado e estudadoprofissionalmente – ressalta – reduzperdas, melhora a eficiência de processos,aumenta a capacidade produtiva combaixo custo, traz mais proteção aopatrimônio, diminui problemastrabalhistas e dá mais recursos paraanálises gerenciais.

Em relação à crise, ele considera que éa maior já vivenciada pelo mercadosucroenergético. Toda empresa, que tem nasua carteira clientes desse setor, está sendoafetada. Por estar operando em outrossegmentos, a Authomathika temconseguido manter seus compromissos –observa.

”Mesmo com a crise, o setorsucroenergético ainda é uma fatiaimportante de nossas vendas, equivalente acerca de 60% neste último ano”, revela.

Na opinião de Antonio Gusmão, detodos os problemas enfrentados pelogoverno e o Brasil, os que estão mais fáceisde ser equacionados são os do setorsucroenergético. “Precisamos ter umapolítica clara e definida para os próximosanos”, afirma.

De acordo com ele, existe demandaforte latente para o etanol e a energia dabiomassa. “Temos expertise, capacidade deproduzir e de ampliar a produção”,constata.

Há uma luz no fim do túnel. Bastacaminhar na direção correta – enfatiza.

Para ser empresário no setor é preciso fé inabalável

Com 29 anos de atuação no mercado,o engenheiro mecânico Waldemar AntonioManfrin Junior, diretor da TGM, outroexecutivo com atuação destacada naindústria de base do setor, conhece de pertonão somente os efeitos da crise em toda acadeia sucroenergética. Tem tambémexperiência para propor alternativas paradriblá-la.

É fundamental as usinas buscaremsoluções tecnológicas para as áreasindustrial e agrícola visando a redução docusto fixo e o aumento da produtividade –afirma. E, por consequência, terãocondições de vender um produtocompetitivo mundialmente – comenta.

Waldemar Manfrin faz essa análisecom a “autoridade” de quem já viveu “dosdois lados do balcão”. Em 1985, ele inicioua sua carreira, trabalhando na empresaZanini, onde ficou por um ano. Em 1986,foi para a Usina Santa Elisa, atuando comogerente de manutenção industrial emoagem. “Lá fiquei até 2000 e continuo nosetor até hoje como diretor da TGM”, conta.

Na opinião dele, um dos investimentosmais importantes para as usinas,atualmente, é a cogeração de energia.“Além da rentabilidade, gera empregos nacadeia produtiva”, observa.

Terceiro produto de usinas edestilarias, a bioeletricidade tem inclusivepotencial para se tornar um fator relevantepara a sobrevivência e a elevação dacompetitividade das unidadessucroenergéticas – afirma.

“A energia torna-se o ponto deequilíbrio financeiro, pois permite que ausina tenha contratos fixos com garantiasde receitas”, ressalta.

Em relação à situação da indústria debase do setor, Waldemar Manfrin observaque a crise afeta e muito, não só a TGM,como todas as empresas da cadeiasucroenergética, reduzindo a quantidade deprojetos e, por consequência, aumentando aconcorrência, o que impacta nos preços ena margem de lucro.

Apesar de todos os problemas, o setorsucroenergético continua sendo estratégicopara a TGM, que é fabricante de turbinas avapor e redutores de velocidade.“Representa 60% do nosso faturamento”,revela.

A empresa tem procurado se fortalecerpor meio da atuação em outros mercados.Segundo ele, a exportações tem dado bonsresultados devido à qualidade dos serviços edos produtos da TGM que são bem vistospelos clientes. (RA)

A visão de quem conhece os dois lados do balcão

Antonio José de Gusmão, diretor da Authomathika

Waldemar Antonio Manfrin Junior, diretor da TGM

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Maior quantidade deimpurezas mineraisinterfere na vida útil deexaustores e ventiladores

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Mudanças no processo de produçãoagroindustrial estão acarretando tambémmodificações na concepção, funcionamentoe manutenção de acessórios de caldeiras. Autilização da palha na geração de energia ea maior quantidade de impurezas, entreoutras variáveis, provocaram mudançasnos sistemas de alimentação da biomassa,na presença do ar secundário e,consequentemente, nos ventiladores eexaustores.

O aumento das impurezas minerais,em decorrência do crescimento da colheitamecanizada de cana crua, estáinterferindo, por exemplo, nofuncionamento e na vida útil de exaustorese ventiladores. Existem diversas situaçõesque geram impactos nesses equipamentos,afirma Rodrigo Kiliam, gerente doDepartamento de Projetos da JacaréVentiladores Industriais.

No caso do lavador de gases instaladoapós o exaustor, há grande incidência dedesgaste por abrasão, o que reduzdrasticamente a vida útil desseequipamento – explica. “Quando o lavadorde gases é instalado antes do exaustor,

grande parte desses particulados acabaficando retido no lavador, o que aumenta avida útil do rotor, porém o mesmo sofreráum ataque maior por corrosão”, observa.

Para os ventiladores de insuflamento,o aumento de impurezas refletirá em maiordificuldade no balanceamento do processode queima. Dependendo da quantidade de

impurezas por tonelada de cana, poderáhaver uma certa instabilidade operacionalneste processo – afirma.

A manutenção de ventiladores eexaustores é outro aspecto importante quedeve ser considerado para o funcionamentoeficiente desses equipamentos, segundoRodrigo Kiliam. “Diversos clientes optampor realizar a manutenção na própriaunidade e acabam alterando as medidasoriginais de projeto, resultando emproblemas como vibração por ressonância,fluxo turbulento devido à distorção de raiosou medidas incoerentes”, constata.

Alguns cuidados devem ser adotadospelos usuários desses equipamentos –recomenda. Um deles é a aferição debalanceamento e limpeza, que deve ocorrerquando o nível de vibração estiver acimado indicado para determinado tamanho demáquina.

No caso da relubrificação dosrolamentos, a periodicidade deve acontecerconforme indicado na placa deidentificação da máquina. “A quantidadede graxa e tempo para relubrificaçãodepende de rotação, tamanho e tipo dorolamento”, diz o gerente de projetos.

Para a Inspeção visual em rotores dosexaustores, a recomendação é a realizaçãoda primeira verificação de desgaste em 90dias ¬– caso o índice de desgaste sejaelevado. Em seguida, as inspeções devemser realizadas em intervalos de 30 dias. “Se for constatado algo de anormal énecessário chamar um técnicoespecializado para uma melhoraveriguação”, orienta.

Lavador de gases, instalado na Usina Santa Helena

OPS!

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Questões ambientais e colheita

mecânica exigem adequaçõesAs exigências de órgãos ambientais,

como a Cetesb – Companhia Ambientaldo Estado de São Paulo, provocarammodificações nos lavadores de gases,destaca Maurício Daroz, gerente industrialda Usina Santa Maria (Grupo J. Pilon), deCerquilho, SP. Os fabricantes fizeramadequações para tornar essesequipamentos mais eficientes, ressalta.

Com o aumento das impurezasminerais e vegetais devido ao crescimentoda colheita mecanizada, houve também a

necessidade da realização de algumasmudanças internas em caldeiras, o queestá acontecendo inclusive na Usina SantaMaria – revela.

“Temos diminuído bastante avelocidade dos gases internos da caldeira”,informa. O objetivo é impedir que a maiorquantidade de impureza mineral setransforme em um jateamento, o queprovoca um maior desgaste dos tubos.

“Estamos fazendo alterações paraque a velocidade seja a menor possível”,

diz. Uma das modificações estárelacionada à redução do diâmetro datubulação para que ocorram o aumentoda vazão e a diminuição da velocidade –explica.

Com essa mudança, a Usina SantaMaria pretende criar condições para queas caldeiras tenham uma vida útil maislonga. “A grande quantidade de impurezamineral trazida do campo detona acaldeira em dois ou três anos, caso nadaseja feito”, esclarece Maurício Daroz. (RA)

Usina Santa Maria, de Cerquilho, SP

Projetos buscamsoluções parasistemas deventilação

As alterações nas concepçõesconstrutivas das caldeiras impactam deforma natural nos projetos dosventiladores, exigindo apenas um estudomais elaborado diante da formaoperacional do processo em questão,comenta Rodrigo Kiliam, gerente deprojetos da Jacaré.

Entre as principais característicasdos projetos elaborados pela empresa,inclui-se o dimensionamento de rotoresvisando a obtenção de alta eficiência, aeconomia de energia e a adequação doequipamento à aplicação, levando-se emconsideração o que será melhor para oprocesso, afirma Flávio Kiliam, diretorcomercial da Jacaré.

Os projetos desenvolvidos pelaempresa são customizados – ressalta –,havendo a verificação de todos osdetalhes para que ocorra o atendimentodas demandas de cada cliente. O trabalhode engenheiros e técnicos especializadosnessa área tem o objetivo de buscarsoluções de problemas em sistemas deventilação – diz. (RA)

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RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Elas podem não ter a mesmabadalação e destaque de moendas,difusores, caldeiras e outrosequipamentos. Mas, são consideradasvitais para o funcionamento das plantasindustriais de unidades sucroenergéticas.Utilizadas em diferentes etapas doprocesso de produção, as bombas – quesão relegadas, em diversos casos, aosegundo plano – exigem cuidadosespeciais em relação à instalação,operação e manutenção.

A preocupação com este item devecomeçar, na verdade, com a escolha deum produto de qualidade, de modelo eespecificações adequados à finalidade deuso. Nem sempre o menor preço significaque o comprador está fazendo um bomnegócio, alertam especialistas. Pelocontrário, equipamentos de qualidadeduvidosa, ou mesmo a instalação emanutenção feitas inadequadamente,podem gerar perdas e provocar uma“explosão” de custos na área industrial,principalmente no setor de manutenção.

A melhor alternativa, neste caso, éadquirir bombas de fabricantes queutilizam, por exemplo, materialconstrutivo de primeira linha, compatívelao tipo de fluido que será movimentado.É preciso observar também se ofabricante costuma testar o produto, demaneira criteriosa, de acordo com ascondições em que será utilizado.

Todo cuidado é pouco para que nãoocorra uma “implosão” do equilíbriofinanceiro, devido aos prejuízoscausados por interrupções na produçãoem decorrência da necessidade dereparos ou da substituição de bombas.

O mercado disponibiliza diversostipos de equipamentos de qualidadepara a movimentação de fluidos emusinas e destilarias. Na maioria doscasos, ocorre o uso das bombascentrífugas, de pequenas a elevadas

vazões. Existem os modelos especiais,como as bombas de alta pressãovoltadas para a alimentação de água

para as caldeiras. Há ainda as dedeslocamento positivo, de recalque demassa cozida no setor de cozimento na

produção de açúcar. Nas unidades sucroenergéticas, as

bombas são utilizadas para torres deresfriamento, caldo clarificado,carregamento de etanol, vinhaça, dornas,caldo filtrado, caldo com bagaço, águacom bagaço, água clarificada,resfriamento de mancais de moenda,condensados, caldo decantado, águabruta, água reciclada, enfim, para todalogística de fluidos industriais – detalhaCarlos Eduardo Ferreira de Souza,diretor da Century do Brasil.

Alinhamento correto evita desgastes e quebras

Além da escolha do equipamento dequalidade, profissionais da áreaindustrial de usinas e destilarias devemestar atentos ao alinhamento correto dasbombas com os seus acionamentos, paraque não ocorram desgastes e quebras.

A utilização de acoplamentos, comespecificações adequadas, também éimportante para o bom funcionamentodesses equipamentos.

O uso de acoplamentos apropriadoscorrige pequenos desalinhamentos entreas bombas e os seus motores,proporcionando também redução davibração e prolongamento da vida útil demancais e rolamentos.

As bombas e seus motores tambémdevem estar assentados em uma basebem fixada, rígida e estável, evitando-seassim desalinhamentos e vibrações.Apesar de ser uma medida básica,profissionais da área lembram que abase deve proteger o equipamento dequalquer contato com águas decorrentesda limpeza ou da chuva, para que sejamevitados danos às bombas. (RA)

Bombas inadequadas podem provocar explosão de custos

Equipamentos de qualidade duvidosa podem gerar prejuízos

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Solução pode evitarprejuízos de milhões dereais em uma safra, dizespecialista

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Integrante do portfólio do Pró-Usinas, o Kit MC permite quantificar ematé 30 minutos a contaminaçãobacteriana nos caldos do processofermentativo, como mosto, fermento(cuba tratada e não tratada) e dorna defermentação. Trata-se de umametodologia criteriosa, em uma áreasensível para a produção de etanol e queainda apresenta grande potencial demelhoria, no caso, a fermentação.

De acordo Mário César Souza e Silva,biomédico-microbiologista especializadoem desinfecção industrial e responsávelpelo desenvolvimento do produto, aquantificação ajuda a calcular o volumede antimicrobianos e antibióticos a seremaplicados corretamente. “O caldo doprocesso fermentativo possui sacarose aser convertida pelas leveduras em açúcarou etanol, mas essa sacarose tambémpode servir de alimento para outroscompetidores (bactérias contaminantes dafermentação). Com a perda dessa sacarosea usina toma prejuízo. Então, quanto maisrápido quantificar o nível decontaminação e corrigi-la, menor será aperda”, analisa o desenvolvedor do Kit.

Como exemplo, o professor cita uma

dorna de fermentação de 1 milhão delitros, nas condições normais de processode fermentação e com controlemicrobiológico. “Na média, essas levedurasproduzem 10% de etanol, então em umarodada (entre 8, 10 ou 12 horas) sãoproduzidos 100 mil litros de álcool.Quando não existe esse controle, essamesma dorna ao invés de produzir 10%,produzirá 7%. Assim, em um período de 10

horas, por exemplo, a usina terá umprejuízo de 30 mil litros. Considerando quea tendência é que esta baixa eficiênciapersista durante a maior parte da safra, oprejuízo pode alcançar alguns milhões dereais”. Soma-se ainda a este prejuízo, osgastos excessivos com a administraçãoindiscriminada, e muitas vezes abusiva, deantimicrobianos e antibióticos por falta deuma quantificação correta da

contaminação.O Kit MC é uma solução cromogênica

composta por pigmentos exógenosprecursores de cor azulada (indicadorcromogênico). A caixa contém 36 tubos de5 mL de solução cada, seis pipetas depasteur descartáveis e um gabarito decores. Cada Kit custa entre R$ 200,00 e R$300,00, dependendo da quantidadeadquirida.

Com a necessidade de aumento naprodução, além da diminuição de gastos,as usinas sucroenergéticas buscamsoluções eficientes para o dia a dia. AUsina CerradinhoBio, por exemplo, é umadas unidades que testou o Kit MC.Sidmara da Silva, analista de processosindustriais da usina, diz que a eficácia dasolução faz a diferença. “Os testes forammuito bons já que em 15 minutos conseguiquantificar o nível de contaminação da

fermentação nas dornas e nas cubas. Oresultado é muito confiável, comparandocom a microscopia e petrifilm”, lembra ela,que começa a usar o Kit mensalmente.

O produto também foi aprovado porMaria Angélica Garcia, biomédicaespecializada em microbiologia industrialda Usina Santa Adélia. Ela diz que o teste,realizado nas três unidades do grupo, foipositivo. “É muito prático e o resultado sairápido. Esse tipo de análise não pode

demorar, por isso, em poucos minutosdescobrimos o nível de contaminação dafermentação. Eu recomendaria a todas asusinas, principalmente para quem não temcondições de fazer o plaqueamento. EsseKit é uma solução maravilhosa e oresultado é preciso”, afirma.

Silvana Lima, técnica em química daUsina São Francisco (Balbo), tambémrecomenda o produto. “Foi ótimo o testecom o Kit MC, pois facilita o dia a dia dos

laboratórios. Gostei muito do sistema decores e da rapidez do resultado”, afirma.

A metodologia do Kit MC foi validadapor plaqueamentos com caldo para a sériede diluições, corrigidos de acordo com asexigências ambientais e nutricionais dasbactérias fermentadoras encontradas noprocesso industrial, originando o gabaritode cores. “Os principais grupos produtoresjá realizaram testes validando a eficiênciado Kit MC”, complementa Mário César.

Kit de diagnóstico diminui gastos no processo de fermentação

Teste do Kit MC, na Usina Vale do Tijuco: aprovado

Maria Angélica Garcia (ao fundo), da Usina Santa Adélia: “Recomendo

o kit a todas as usinas, pois é prático e o resultado é rápido e preciso”

Eficiente, Kit MC é aprovado nas usinas

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A manutenção eficiente das bombas éfundamental para o prolongamento davida útil e o funcionamento, sem maiorestranstornos, desses equipamentos. Umadas medidas recomendadas, nessa área, é arealização da manutenção preditiva, quepossibilita o monitoramento dodesempenho dos equipamentos a partir deinformações geradas pela análise devibração.

A utilização da técnica de análise devibração é fundamental para avaliar ascondições dos rolamentos das bombas derecalque e de seus acionamentos. Se o

rolamento tiver pistas, esferas ou roletescom desgaste elevado, poderá haverinclusive necessidade de ser substituído.

A manutenção preventiva tem oobjetivo de averiguar vazão, pressão, ruído,temperatura, vibração, acoplamento, entreoutros itens. Há necessidade também daavaliação das condições dos rotores e doestado dos componentes de vedação, comogaxetas e selos. Este procedimento éimportante para evitar a ocorrência devazamentos provocados por desgastes.

Entre as consequências de umamanutenção mal feita estão as paradas

desnecessárias de operações. Isto ocorrepor causa do descaso e da falta deorganização na realização da manutençãopreventiva, ressalta Carlos Eduardo deSouza, da Century.

“É necessária também a verificação detodo sistema de lubrificação doequipamento”, observa. Dependendo doresultado dessa avaliação, a recomendaçãopode ser a complementação ou asubstituição do lubrificante.

“As desmontagens e montagens comferramentas inadequadas são os casos maisfrequentes de quebras”, constata. Segundo

ele, a Century se preocupa em qualificar osmecânicos de seus clientes para que façama montagem e desmontagem doequipamento de maneira adequada.

Esse procedimento possibilita aconservação das bombas e contribui para oprolongamento da vida útil dessesequipamentos – comenta.

A realização da manutenção corretivarequer um diagnóstico preciso das falhasapresentadas pelas bombas e seuscomponentes. A partir disso, serão feitasintervenções, como substituição de peças,reparos, balanceamento e alinhamento. (RA)

Preditiva monitora desempenho de equipamentosRotores e componentes de vedação, como gaxetas e selos, devem estar em bom estado Carlos Eduardo de Souza, diretor da Century Bombas

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O mercado fornecedor tem oferecidodiversos serviços voltados aoatendimento das demandas relacionadasàs bombas, como orientação para aescolha adequada de equipamentos,instalação, montagem, operação emanutenção, incluindo a preditiva e aassistência técnica emergencial.

O “pacote” pode incluir a realizaçãode cursos e treinamentos in companypara a utilização e manutenção dessesequipamentos de forma correta.Empresas que atuam nessa áreaprocuram também avaliar quais são asmelhores soluções e indicações deequipamentos para as necessidadesespecíficas de cada cliente, realizandoum trabalho de consultoria técnica.

Existem alguns fornecedores debombas que têm inclusive forte atuaçãono setor sucroenergético. A Century doBrasil, por exemplo, que é fabricante debombas centrífugas de rotores fechados eabertos, possui uma linha de bombaspara moendas, difusores e dornas que éconsiderada referência no mercado.Além disso, fabrica as que são voltadaspara etanol, vinhaça, xarope, entreoutras.

Segundo Carlos Eduardo de Souza,a preocupação da empresa é fabricarbombas voltadas à elevação da eficiência

no processo de produção industrial.Entre os produtos oferecidos pelaCentury nessa área, ele destaca asbombas de embebição, que nãoentopem, não vazam na gaxeta e sequergotejam.

“É a única bomba ecologicamentecorreta. Entendemos que é inadmissívelo desperdício de água ou da própriamatéria-prima”, ressalta.

De acordo com ele, a Century éfocada em desenvolver bombascentrífugas. “Conseguimos, no decorrerde anos, o desenvolvimento deste tipo debomba para algumas áreas que antes sófuncionavam com bombas dedeslocamento positivo”, afirma.

Os modelos de bombas BCXvoltadas para o lodo e as BCV4X10 parao mel rico são resultantes deste trabalho.Anteriormente, para a movimentação domel com uma bomba de deslocamentopositivo, demorava-se uma hora para oabastecimento de uma carreta de60mts/3, com a BCV4X10, a mesmacarreta é abastecida em 15 minutos –compara.

Segundo ele, isso só foi possíveldepois de muito estudo técnico e testesincansáveis na própria aplicação. “Essedesenvolvimento teve grande importânciapara a produção”, enfatiza. (RA)

Empresa desenvolve modelospara o lodo e o mel rico

Bombas centrífugas tornam-se opções para a movimentação

que era feita somente com deslocamento positivo

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A implantação dosistema de limpeza decana a seco tornou-seimperativa em diversassituações, afirmaengenheiro de processos

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A ampliação do tempo de retenção docaldo no decantador rápido, o uso daautomação para o controle de diversosprocedimentos, a maior utilização do açoinox são algumas medidas que estãoajudando as unidades sucroenergéticas aenfrentar um sério problema no tratamentodo caldo: a quantidade elevada deimpurezas minerais e vegetais, que setornaram mais presentes no processo deprodução industrial com o crescimento dacolheita mecanizada.

Nos casos em que os cuidados com alimpeza da cana-de-açúcar no campo nãotêm sido satisfatórios, o total de impurezavegetal trazido com a matéria-prima para aindústria varia de 12% a 15% e o deimpureza mineral fica entre 3% e 4% –revela o engenheiro de processos MarcusMenato, que atua na área de engenharia deaplicação de açúcar e etanol da SermatecZanini. A empresa tem feito – revela – oacompanhamento da quantidade deimpurezas transportada, junto com a canapicada crua, para a indústria.

Com esses índices bastante elevados, aimplantação de um sistema de limpeza decana a seco torna-se imperativa – ressaltaMenato. A utilização dessa tecnologiavoltada à remoção de impurezasdesempenha inclusive um papel relevantepara o tratamento do caldo. “Chamamos aetapa do sistema de limpeza de cana a secode pré-tratamento do caldo”, observa. ASermatec Zanini trabalha com duas

soluções nessa área: uma para cana inteirae outra para picada.

O corte manual de cana inteira noestado de São Paulo ocorre praticamenteem área de declividade acentuada e locaispróximos à rede elétrica onde é complicadoo uso de máquinas – comenta. “Em outrosestados, no entanto, essa cana inteirachega, em algumas unidades, a 20% dototal de matéria-prima processada pelausina”, observa.

O sistema de limpeza a seco de canapicada é instalado em um equipamento

conhecido como tombador lateral, o decana inteira a sopragem ocorre na mesaalimentadora – informa.

Mesmo com a utilização do sistema delimpeza a seco em sua melhor eficiência,que proporciona redução das impurezas em70% – o índice médio é de 55% –, segundoMarcus Menato, ainda vai sobrar umagrande quantidade de impurezas. No casoda vegetal, com índice de até 15% em algunslugares, o volume ficaria ainda em 4,5%.

“Essa impureza tem que sertrabalhada no tratamento de caldo.

Infelizmente, ela já entra sobrecarregandoos sistemas de preparo e extração da cana,pois vai passar pelo picador, desfibrador epela moenda ou difusor. Concorre com amatéria-prima”, constata.

Além de reduzir a quantidade deimpurezas na cana – tanto nas operaçõesno campo e no sistema de limpeza a seco –,a preocupação e os cuidados comtratamento do caldo por meio da utilizaçãode insumos e de equipamentos eficientes éque vão contribuir com a qualidade doproduto final.

Quantidade elevada de impurezas exige pré-tratamento do caldo

Sistema de limpeza de cana a seco da Usina Equipav

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A utilização de equipamentos maiseficientes contribuem para a otimização dediferentes etapas do tratamento de caldo.Inovações tecnológicas têm, em diversos casos,agregado valor a esse processo. Com apreocupação de atender novas demandas nessaárea, a Sermatec Zanini estará inclusivelançando na Fenasucro – que acontece de 26 a29 de agosto, em Sertãozinho, SP – algumastecnologias voltadas à área de evaporação.

As novidades são o condensadorevaporativo, os evaporadores NTD – NévoaTurbulenta Descendente e o multi satélite quetem um balão de expansão no centro e ascalandras distribuídas em satélites ao redor dobalão, conforme informações de MarcusMenato. “Cada equipamento apresenta alguns

diferenciais em relação aos existentes nomercado”, afirma.

No evaporador multi satélite, com umbalão de expansão e quatro evaporadores, porexemplo, há a vantagem de parar para limpezaapenas 25% do equipamento. A SermatecZanini fabrica equipamentos com um balão equatro evaporadores e com um balão e seisevaporadores – informa.

Outro diferencial do multi satélite éconseguir uma área de troca térmica muitomaior em equipamento único – ressalta. Esseevaporador não é considerado espaçoconfinado, o que facilita a manutenção. Após aabertura da tampa do multi satélite, o operadorfaz a limpeza no ambiente, esclarece.

Entre as diversas vantagens desse

equipamento, Marcus Menato observa que omulti satélite possui instrumentação completapara operação e limpeza (se for CIP), válvulascom acesso apropriado para operação emanutenção, sistema de desvio de condensadocontaminado e peso do conjunto do evaporadorotimizado. Além disso, é um evaporadorautoportante - com saia de sustentação –, sendotambém preparado para expansões futuras.

“O NTD é um falling film de altavelocidade. O tempo de residência do caldoneste evaporador é muito menor. Com isto,ocorre menor queima de caldo, ou seja,formação de cor mais baixa no xarope e menorincrustação, o que vai resultar num produtofinal de melhor qualidade”, explica. Apresentauma distribuição uniforme do produto nos tubos

e não tem recirculação do caldo – destaca.Em relação ao condensador evaporativo,

ele afirma que a principal vantagem desteequipamento é a eliminação do uso das torresde resfriamento de água. E, em consequênciadisso, não há necessidade da instalação dasgrandes tubulações de bombeamento e dasbombas de água de resfriamento.

A água de reposição do condensadorevaporativo, em diversas situações, é o própriocondensado que é recuperado do sistema. Esseequipamento dispensa o uso de produtosquímicos, incluindo algicida, pois não hánecessidade de tratamento de água, comoocorre nas torres. Apresenta também baixo custode manutenção e gera economia significativa deenergia. (RA)

Dimensionamento do decantador e aço inox aprimoram processo“De maneira geral, o tratamento de

caldo continua o mesmo de dez anos atrás,pouco se acrescentou. Esse processo inclui asulfitação, a calagem, o aquecimento docaldo, a decantação, a filtração do caldoclarificado e do lodo, com a utilização deequipamentos específicos”, detalha.

Uma mudança nessa área tem sido odimensionamento do decantador para quetenha maior tempo de retenção – observa. Odo tipo rápido que decantava durante 45minutos a uma hora, está agora realizandoesse procedimento em aproximadamentenoventa minutos, o que melhora a qualidade

do caldo clarificado. Isto está ocorrendotambém por causa da maior quantidade deimpurezas minerais e vegetais que aumentamo desgaste de equipamentos – afirma.

O aumento do uso de inox no sistema detratamento é outra medida que está sendoadotada pela Sermatec Zanini devido aosproblemas em relação à qualidade damatéria-prima, informa Marcus Menato. Oinox está sendo utilizado, por exemplo, emrotores de motobombas, tubulações de caldo,parte interna do decantador e de outrosequipamentos, como o feixe tubular paratroca térmica. (RA) Sistema de tratamento de caldo da Usina Cerradinho Bio

Equipamentos eficientes agregam valor a diferentes etapas

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Para a filtração do lodo proveniente da decantação docaldo de cana, a empresa VLC disponibiliza uma soluçãoque tem apresentado resultados satisfatórios. Trata-se doSCF, um filtro horizontal tipo esteira com alimentação porgravidade.

As principais características do SCF são baixoconsumo de água e descarte da torta com pol reduzido emcomparação a outros equipamentos do mercado, afirmaJuliano Porta, gerente de marketing da empresa.

“O filtro de lodo da VLC apresenta robustez e é defácil operação”, enfatiza.

Esse equipamento tem uma relação custo-benefíciosatisfatória devido à recuperação do açúcar contido nolodo, proporcionado pela pol baixa da torta, avalia EdsonLuiz Stefano, que é representante comercial da empresa.

Além disso, gera ganhos para a cogeração de energia.

Em decorrência do baixo consumo de água obtém-se caldofiltrado com brix maior e, consequentemente, menorconsumo de vapor na evaporação deste caldo – explica.

De acordo com ele, este equipamento apresenta umaredução de 50% do consumo de água para lavagem datorta e tela quando comparado com a prensa desaguadora.Outros indicadores revelam a eficiência do SCF: 99% deretenção de sólidos suspensos, 1% de pol, 70% de umidadeda torta

Em relação à prensa desaguadora, além da economiade água, o filtro de lodo possui outras vantagens, comomenor pol e necessidade de menos instrumentação – dizEdson Stefano.

Apresenta ainda maior durabilidade da tela filtrante,pois não possui área de prensagem – compara. A estruturaé em aço inox. (RA)

Filtro de lodo proporciona

ganhos para a cogeração

Torta de filtro

Customização é fundamental para aobtenção de resultados positivos

O desenvolvimento de projeto e o dimensionamentodo tratamento de caldo de acordo com a necessidade decada usina, levando em consideração todas ascaracterísticas do processo, é fundamental para que seobtenha o melhor resultado possível nessa área, afirmaMarcus Menato.

Além de desenvolver o projeto customizado, aSermatec Zanini disponibiliza todos os equipamentos paratratamento do caldo, incluindo soluções para filtração docaldo e do lodo – informa. A empresa faz o fornecimento“turn key”, o que abrange obra civil, estruturas metálicas,equipamentos, interligações, acessórios, isolamento térmicoaté a posta em marcha do sistema. (RA)

Sistema automático controla pH,temperatura e dosagens

O uso de um sistema eficiente de automação notratamento de caldo é outro procedimento que deveser adotado para a obtenção de bons resultados nestaetapa do processo de produção industrial, segundo oengenheiro de aplicação da Sermatec Zanini, MarcusMenato. “O tratamento não deve ficar dependendodo operador, mas, do sistema automático”, afirma.Todo o controle de pH, temperatura, a dosagem deleite de cal, de enxofre e de polímeros deve ser feitopor meio do uso de recursos da automação – enfatiza– visando a obtenção de um melhor resultado . Nasusinas novas, o índice de utilização dessa tecnologia éelevado. O mesmo não ocorre, em diversos casos, emunidades mais antigas – compara. (RA)

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Trabalho feito demaneira eficiente podeaumentar em 50% aprodutividade dosprofissionais da área, dizespecialista

ANDRÉ RICCI, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

Em busca de conhecimentos paraplanejar e ter maior controle damanutenção, profissionais de diversasusinas do país se reuniram na cidade deRibeirão Preto, SP, de 19 a 21 de maio. Omotivo foi o curso de PCM –Planejamento e Controle da Manutenção,promovido pela Sinatub Tecnologia, emparceria com a ProCana Brasil.

Coube ao engenheiro mecânico ÊnioPerche, a função de instruir osparticipantes. Ao longo dos dias, além deconhecimentos teóricos, os profissionaispuderam realizar tarefas práticas, comprocedimentos que simulam problemasdo dia a dia e estimulam a tomadadecisão de maneira eficiente.“Planejamento e o controle damanutenção são fatores críticos no setorsucroenergético por estarem associadosdiretamente aos custos de produção e àdisponibilidade dos equipamentos. Casoa área de manutenção não estejaestruturada para trabalhar de formaplanejada, há perda de produtividade edesperdícios”, explica ele.

De acordo com o especialista, com acorreta programação da manutenção,pode-se aumentar em 50% aprodutividade dos profissionais demanutenção, trazendo, inclusive, reduçãonos custos. “O gerenciamento eficaz dosequipamentos beneficia a todos,melhorando produtividade, qualidade,segurança operacional e ambiental”,finaliza.

Curso de PCM atualiza profissionais do setor

Participantes durante curso PCM realizado pela Sinatub

Ênio Perche, instruiu participantes sobre

planejamento e controle de manutenção

O curso é importante para quesejam estabelecidos novosparâmetros para as empresas etambém para sistematizar o nossoconhecimento. Digo que éconfirmar o que já se sabe eangariar novos conhecimentos. Atecnologia muda a todo instante,se renova a cada dia e os cursossão importantes para nos manteratualizados. Precisamos reduzircustos e para isso, ter controletotal de cada processo éfundamental.

Leomar Gomes, supervisor dePCM da Ferrari Agroindústria

Acompanhar explicações quetrazem conhecimento técnico é muitoimportante. Hoje as mulheres estãotendo mais espaço nesta área demanutenção e precisamos nos informar.Todas as empresas precisam crescer,tanto em produção quantofinanceiramente. Sem um planejamentocorreto, isso não é possível.

Jéssica Gervásio, assistenteadministrativo da Usina Goiasa

O treinamento é muito importante,pois aqui conversamos com colegas deoutras usinas, que possuem experiênciasdiferentes para situações iguais. Sou novonesta área e ouvir profissionais com maisconhecimento ajuda muito. Trata-se deum curso especifico, que traz novosindicadores e mostra a forma correta decomo a manutenção tem que serrealizada. Mais do que consertar, épreciso saber a origem da falha para quenão volte a acontecer. Na Usina Itajobiestamos melhorando a questão damanutenção e já verificamos menosquebras. Isso é fundamental na indústria.

Luciano Zaneti, líder de PCM daUsina Itajobi

DEPOIMENTOS

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Usina São Martinho adquire CVP BoschA Usina São Martinho, localizada em

Pradópolis, interior de São Paulo, agora contacom o CVP - Cozedor Contínuo a Vácuo,produto oferecido pela Bosch Engenharia. Oequipamento, que pesa 200 toneladas, foiinstalado a oito metros acima do soloutilizando equipamentos especializados. Todoo trabalho de construção e instalação durounove meses.

Ivan Voigt, diretor da empresa BoschEngenharia, explica com detalhes ofuncionamento do equipamento. “O CVP demassa B utiliza sementes (produzidas emlaboratório) e mel proveniente dos cozedoresde massa A. Durante este processo, o açúcarcontido no mel A é cristalizado nas sementes,fazendo-as crescer e tornar-se cristais deaçúcar B. No projeto desenvolvido pelaBosch, estes cristais ficam um períodoidêntico dentro do CVP, fazendo com queeles saiam com tamanhos praticamenteiguais. A excelente qualidade dos cristais demassa B auxiliam na produção de cristais demassa A”.

Já sobre a relação ‘custo-benefício’, Voigtafirma que a utilização do CVP pode trazervantagens econômicas no decorrer do tempo.“O investidor terá os benefícios de um cristalde melhor qualidade, além de economizarenergia. Ambos trarão ganhos por muitosanos para a usina”, afirma.

Questionado sobre as condiçõesmercadológicas do setor sucroenergético, odiretor da Bosch espera que no segundosemestre o preço do açúcar melhore, fazendo

com que a produção aumente e a tecnologiaseja cada vez mais necessária. “Com o preçomais atrativo, um maior número de usinasestarão interessadas em produzir grandesquantidades de açúcar de forma rentável.Assim, o próximo passo é confiar no uso destatecnologia como já é feito em países como

Tailândia, Havaí, África do Sul, Filipinas,entre outros”.

O CVP foi fornecido em contrato deturnkey pela Bosch Engenharia, sendoprojetado, construído, instalado ecomissionado pela própria empresa. Taiscomponentes incluem a estrutura de suporte

do CVP, a sementeira, a automação e todas asbombas, tubulações e válvulas. Já a fabricaçãofoi feita pela Simisa e a automação pela DLG.

Bosch Engenharia19 3301.8101www.boschengenharia.com.br

Cozedor continuo a vácuo produzido pela Bosch Engenharia

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Além do aumento da produtividade e da longevidade, usodessa tecnologia reduzgastos com a expansãoda área de cana

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A irrigação gera ganhos significativospara as lavouras de cana-de-açúcar. ”Se forfeito o manejo adequado, a resposta ésempre positiva”, ressalta RafaelAddobbati Barros Alves, gerente agrícolada Companhia Usina São João, de SantaRita, PB.

Além da elevação de produtividadeem tonelada por hectare, proporcionadapor essa tecnologia, há também outrosbenefícios que devem ser considerados.Um deles é maior longevidade do canavial,que ocorre por causa do incremento darebrota da socaria – constata RafaelAddobbati – devido à utilização dairrigação de salvação.

Com o aumento da produção dematéria-prima para a fabricação de açúcare etanol, em decorrência do uso dairrigação, a usina deixa de adquirir ouarrendar terras e reduz gastos com o

preparo dessas novas áreas e com osprocedimentos necessários para o cultivode cana, como adubação, tratos culturais,plantio, entre outros.

Há também economia com asoperações de colheita, transbordagem etransporte de áreas arrendadas que sãolocalizadas geralmente distantes da usina.

A obtenção de resultados satisfatórioscom a utilização dessa tecnologia depende,no entanto, do desenvolvimento de umprojeto eficiente de irrigação que deveconsiderar diversos fatores. Antes dequalquer iniciativa nessa área, é preciso terconhecimento e certeza do volume de águadisponível, alerta Rafael Addobbati.

Outros procedimentos importantes sãoa escolha de variedades responsivas, arealização de estudo (análises físicas dosolo) para determinar a velocidade deinfiltração e o uso adequado do aspersorpara não provocar erosão – afirma.

Além disso, é necessário odimensionamento do equipamento deacordo com o volume a ser aplicado –observa.

A escolha do sistema de irrigação nãoestá exclusivamente vinculada à utilizaçãode um equipamento eficiente, que possuirecursos tecnológicos avançados, segundo aopinião de especialistas da área. É precisoconsiderar as características de cadaregião. A topografia do terreno e adisponibilidade hídrica, por exemplo,interferem na decisão.

Mas, não é só isto. índicepluviométrico, evapotranspiração, oferta enecessidade de mão de obra estão entre ositens que devem ser levados em conta naelaboração de um projeto. A pedologia, ouseja, o estudo dos solos, também forneceinformações essenciais. É necessário avaliarinclusive as condições químicas do solo.

Manejo adequado da irrigação gera ganhos significativos

Rafael Addobbati Barros Alves, gerente agrícola da Companhia Usina São João

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Com uma área cultivada de cana-de-açúcar de nove mil hectares, a Cia UsinaSão João utiliza a irrigação em 6.600hectares – informa Rafael Addobbati.Para isto, adota três sistemas diferentes:aspersão com equipamento semifixo;aspersão com equipamento auto-propelido (Hidro Holl) e pivô central.

“O critério adotado, para a escolhadesses sistemas, foi o da necessidade, ouseja, como não tínhamos equipamentospara irrigar toda área, elegemosinicialmente os semifixos e auto-propelidos pela sua mobilidade”, explicao gerente agrícola da São João.

Essa medida viabilizou oatendimento de diversas áreas de acordocom a demanda. ”A partir de agora, umavez que já atendemos as emergências dalavoura, estamos dimensionandoequipamentos semifixos para irrigaçãonas diversas fazendas”, comenta.

Segundo ele, o manejo da irrigação éfeito de três formas, considerando anecessidade e as possibilidades deaplicação de lâmina. A usina utiliza airrigação de salvação, a semiplena e afertirrigação, dependendo das condições

das áreas onde ocorre o emprego dessatecnologia.

Nos períodos críticos, há a utilização

da irrigação de salvação que consiste naaplicação de uma lâmina de 40milímetros, com a finalidade de garantir

a rebrota da socaria e a longevidade docanavial, informa Rafael Addobbati. Essaalternativa é adotada emaproximadamente três mil hectares.

Na semiplena – aplicada em 600hectares – a São João utiliza pivôscentrais. “Neste caso, lançamos mão deuma mini estação meteorológica quefornece diariamente informações sobre aevaporação e precipitação, o que nosproporciona um balanço hídrico doperíodo. A partir da evapotranspiraçãoda cana-de-açúcar determinamos anecessidade de água a ser aplicada”,detalha.

Essa unidade sucroenergética utilizatambém a fertirrigação em dois milhectares de plantações de cana. “Háaplicação de três lâminas de 150 metroscúbicos por hectare com intervalos de deza quinze dias. A vinhaça é diluída emágua na proporção de 1 para 7, com oobjetivo de nutrir e irrigar ao mesmotempo”, afirma.

A São João ainda irriga a área dereforma de canaviais, que é de milhectares em média, com os equipamentosque estão disponíveis – observa. (RA)

Três sistemas viabilizam uso de tecnologia em áreas de cana

Um sistema de irrigação, projetado eimplantado de maneira correta, pode gerarmuitos benefícios para a cultura de cana-de-açúcar. Mas, para que os investimentosnessa área tenham o resultado esperado énecessário trabalhar diversos aspectosagronômicos, alertam especialistas. Airrigação sozinha não faz milagres.

Aliás, é preciso fazer o básico demaneira eficiente, a chamada “lição decasa”, levando-se em conta asespecificidades do ambiente irrigado.

Nessas áreas, existe a necessidade, porexemplo, de maior atenção comdeterminadas doenças e pragas, queencontram condições mais favoráveis de sedesenvolverem em canaviais que nãoapresentam problemas de déficit hídrico.

A preocupação com o manejo corretoda cultura deve incluir cuidados redobradospara minimizar a compactação do solo,escolha de variedades com boa adaptaçãoaos ambientes irrigados e adubaçãoadequada, entre outros aspectos. (RA)

Resultado positivo depende de procedimentos específicos

Pivot de irrigação

Demanda hídrica de diferentes áreas exige diversificação de sistemas

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Um dos diferenciais da gestão dosistema de irrigação da Cia Usina São Joãotem sido a otimização dos recursosdisponíveis, incluindo a conciliação entreas demandas hídricas e o aproveitamentodos equipamentos existentes.

Além disso, essa unidadesucroenergética está inovando o conceitode Irrigação plena, desenvolvendo projetoque têm a finalidade de utilizar a energiasolar para alimentar seus equipamentos.

A São João está programando parasetembro a inauguração desse sistema deaproveitamento de energia solar, fazendouso de módulos fotovoltaicos e eletrônicade alta potência, que substitui o consumode combustível fóssil e energia elétrica defricção magnética.

Pela primeira vez foi projetada noBrasil uma “Central de Energia ElétricaFotovoltaica Híbrida e Modulada”, voltadaespecificamente para agricultura, informaRafael Addobbati. O projeto possuimódulos fotovoltaicos tipo ilha aplicadosno sistema, ou seja, com acumulação embancos de baterias, além de umaarquitetura única incluindo eletrônica dealta potência (1.2 MW) – detalha.

Segundo ele, o diferencial destatecnologia é proporcionar irrigação plenaem grandes áreas totalmente autônomas,podendo alimentar o pivô central e outrosequipamentos móveis. A automação e alógica neste sistema são gerenciadas pelaeletrônica e o monitoramento é feito à

distância por meio de radiotelemetria –observa.

O projeto tem inicialmente o objetivode criar condições para a sustentabilidadeda irrigação plena. “Pode ser utilizadodurante todo o ano de forma ininterrupta eassim oferecer a energia renovável, obtidado sol, em substituição a todas as outrasfontes de energia”, enfatiza.

O investimento nesse projeto terá um

retorno muito rápido devido a suafinalidade principal que é a irrigação plenaconforme estudo econômico realizado –afirma o gerente agrícola.

A central atenderá uma área de cincomil hectares nesta primeira fase,possibilitando um incremento em áreas desequeiro de sessenta toneladas por hectare,o que possibilitará um aumento daprodução em trezentas mil toneladas de

cana. De acordo com Rafael Addobbati, a

implantação dessa primeira fase do projetoexigiu bastante esforço e dedicação. Houvea necessidade de estudos, adaptações,retrofit de equipamentos, aquisições, alémda disponibilidade de recursos. Ele observaque essas dificuldades não deverão ocorrerem novos projetos e ampliações da centralde energia. (RA)

Central da São João possibilitará o aproveitamento da energia solar

Sistema de irrigação movido a energia solar

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A Siemens, multinacional comdestaque em fornecimento de soluções dealta tecnologia para os setores elétrico eindustrial, também é uma das líderesmundiais no fornecimento de turbinas avapor. Com mais de 100 anos deexperiência no setor, a Siemens auxilia nodesenvolvimento de novos projetos e sedestaca cada dia mais no mercado brasileirocom o fornecimento de soluções para osprojetos de cogeração em usinas de açúcar eetanol.

Nos últimos anos a fábrica de turbinasa vapor, localizada no complexo industrialda empresa em Jundiaí, SP, já passou porduas expansões, sendo uma delas ainstalação do túnel de balanceamento avácuo de rotores, um dos mais modernos domundo, aumentando assim a capacidade defabricação local de turbinas de maior porte.

No ano de 2013, a empresa fabricou noBrasil a turbina de número mil, além deatingir outras marcas, como a fabricaçãodas maiores turbinas a vapor já produzidasno Brasil, ultrapassando a barreira dos 100MW. Além disso, acaba de assinar contratopara fornecer a primeira turbina a vaporcom acionamento direto para o gerador, de73 MW de capacidade.

Essa será a maior turbina do segmentode açúcar e etanol no Brasil. “Ofornecimento de equipamentos de altaeficiência com elevado grau deconfiabilidade continua sendo prioridadedentro da nossa empresa, entretanto a

aproximação e parceria que temosdesenvolvido com nossos clientes é essencialno sucesso dos nossos projetos”, explicaAndré Garcia, gerente de vendas da área deturbinas a vapor.

“Buscamos entender as necessidadesdos nossos clientes e desenvolver emconjunto a melhor solução técnica ecomercial, agregando valor em cada projetoe consolidando parcerias de longo prazo”,explica.

Como prova desta aproximação, aSiemens tem investido na área de assistênciatécnica voltada para este mercado, comtécnicos capacitados e disponíveis paraatendimentos programados e emergenciais,além de contar com a estrutura de apoio doparque fabril de Jundiaí. “Apesar deproporcionarmos uma solução confiável,com alto índice de disponibilidade e baixonível de manutenção, sabemos que éessencial ter uma assistência técnicaespecializada e com agilidade necessáriapara atender as demandas do mercado”,conclui André.

A Siemens tem sido pioneira naimplementação de alguns conceitos no setorde açúcar e etanol, como: o fornecimento doprimeiro projeto com ciclo regenerativo,fornecimento de turbinas com escape axial,entre outros.

Siemens11 4585.4676www.siemens.com

Siemens consolida presença nos projetos de cogeração das usinas

O controle biológicoconsiste na redução dapopulação de organismosindesejáveis a sistemasagrícolas através de um oumais inimigos naturais, quepredam, parasitam oucompetem com osprimeiros.

De acordo comGustavo RanzaniHerrmann, engenheiroagrônomo e diretorcomercial da KoppertBiological Systems, a cotesia e trichogrammapara controle de broca e metarhizium paracigarrinha são os produtos biológicos maisutilizados para a cana-de-açúcar. “Esteprodutos são bons para o setor e para o meioambiente. Porém, pelo menos três pré-requisitos básicos da atividade devem serobservados para se obter resultados positivos”,explica Herrmann.

Os pré-requisitos são: tecnologia,qualidade e legalidade. De acordo com oengenheiro agrônomo, o processo fabrildemanda acurada tecnologia com vistas àpreservação do efeito natural do agente e suamultiplicação em larga escala. Praticidade deuso e viabilidade técnica devem também fazer

parte do desenvolvimentotecnológico do produto.

Quanto à qualidade, omonitoramento dosindicadores de qualidadedos produtos da indústriaaté a sua utilização nocampo permite oaproveitamento total datecnologia, já que estamoslidando com produtos vivos.

Finalmente, alegalidade é apresentadaquando os produtos à base

de agentes biológicos são classificados comodefensivos e, portanto, seguem a mesmalegislação federal de agrotóxicos. A nãoobservância desse requisito implica em sançõespenais a fabricante e usuário.

“A crescente exigência pela racionalizaçãodo uso de agrotóxicos no setor canavieiro trarágrandes oportunidades ao controle biológicoque, se adotado com profissionalismo, podecontribuir sobremaneira com a produçãosustentável de energia no Brasil”, concluiHerrmann.

Koppert do Brasil19 3124.3677www.koppert.com.br

Sucesso do controle biológicodepende de três pré-requisitos

Gustavo Ranzani Herrmann

Empresa fabricou primeira turbina a vapor com acionamento direto para o gerador

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Neste ano a Química Real completa15 anos de dedicação em oferecerferramentas tecnológicas no combate àcontaminação bacteriana nafermentação, contando com a parceriada Elanco no lançamento deantibacterianos de alto desempenho equalidade. Atualmente a empresapossui em seu portfólio, uma linha deantibacterianos à base de monensina,um dos agentes mais eficaz domercado.

Desenvolvido e lançado pela Elancoem 1993, o Kamoran é umantibacteriano à base de MSC —Monensina Sódica Cristalina, paracontrole das principais bactérias Gram(+). Eficaz contra lactobacillus, bacilluse streptococcus. Controla cerca de 80%dos principais lactobacillus. Há tambémo Kamoran WP, desenvolvido à base deMSC com ação desfloculante. Eficientecontra as bactérias Gram (+) quefloculam as células de levedura,principalmente l. fermentum, l.plantarum e l. fructosus.

Outro produto que possui comoprincípio ativo a MSC, é o Corstan, mascom excelente ação em meios maisviscosos como méis destinados àfermentação. Eficaz contra as bactériaspresentes no mel final. O HJ Gold –

desenvolvido e lançado pela QuímicaReal em 2002 — é indicado paracontrole das principais bactérias Gram(+), em especial lactobacillus, bacillus,pediococcus e streptococcus e algumasGram (-).

Já o HJ Líquido, lançado em 2013,é feito à base de monensina na formalíquida, possuindo assim melhorbiodisponibilidade no meio de ação,acelerando o combate à contaminaçãobacteriana.

Os produtos Kamoran, KamoranWP e Corstan foram formulados epatenteados pela Elanco, produzidos edistribuídos exclusivamente pelaQuímica Real. De acordo com aQuímica Real, nenhuma outra empresadomina a eficácia, modo de ação,aplicação e segurança do que estaparceria. Os produtos são à base demonensina, mas todos com açõesespecíficas e para situações diversas. Aempresa, afirma que nenhum produto àbase de monensina é igual ao outro, eaconselha que os profissionais usemprodutos de onde se possa saber aorigem.

Química Real31 3057.2000www.quimicareal.com.br

Química Real combate contaminaçãoda fermentação etanólica

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A tecnologia de monitoramento dapressão nos pneus TPMS — Tire PressureMonitor System tem ganhado importânciadesde o final da década passada. Aprocura por diminuir o desperdício decombustível e, com isso, a emissão de CO2,levou países desenvolvidos a aprovar leisque exigem dos fabricantes o uso doTPMS, tais como a Lei Tread aprovada em2008 pelos EUA, e leis similares naEuropa e Japão desde 2010.

Só como referência, o departamentode transporte dos EUA calcula no paísdesperdício de 4 milhões de litros,equivalentes a 1,3 bilhão de dólares porano devido à baixa pressão dos pneus.O TPMS proporciona uma economia decombustível para veículos novos de, nomínimo, 2%, o que aumenta até 10% paraveículos usados. Já 10% abaixo da pressãorecomendada reduz a vida útil do pneuem 11%.

Visando alcançar uma economia deaté 9% de combustível e aumentar a vidaútil dos pneus em até 15%, que por sua veztraz um benefício ao meio ambiente esegurança nas estradas, a Solinftecdesenvolveu um tag inteligente para pneus,compatível com o restante de suastecnologias de computador de bordo etelemetria. Sua aplicação também empneus de alta flutuação permite manter a

pressão correta, responsável pelo equilíbrioentre pouca compactação e vida útil dopneu.

Para isto, segurados com uma fita deaço na roda de cada pneu, se instala o tagTGP-10 comunicando sem fio com umreceptor P200 instalado na parte dianteirado veículo, que por sua vez se comunicacom o computador de bordo da cabine. Osdados são mostrados ao motorista e

transmitidos on-line até a central, onde ocliente terá em tempo real o estado elocalização de cada pneu da frota. Estainformação se integra com o sistema decontrole de pneus da usina, para umcontrole efetivo do histórico deste ativo.

Adicionalmente toda vez que oscaminhões passarem pela balança, setransmite automaticamente o status dospneus dos caminhões, assim como em

borracharia, oficina e caminhõesborracheiros para aplicativos instalados emtablet industriais MAG400S interligadoscom o sistema de controle de pneus (ativos)da usina, para atualização dasinformações.

AGM Tech Solinftec18 3441.0238www.solinftec.com

Sistema da Solinftec integra economia de

combustível e pneus com controle on-line de ativos

Este ano, a aplicação dos planetárioscompletou uma década de operação nomercado sucroenergético. Firme nestepropósito, a TGM se tornou pioneira nosetor ao desempenhar com credibilidade asinovações tecnológicas em busca daeficiência industrial e da competitividade.

Ao longo destes anos, a multinacionalbrasileira comprovou, totalmente, suaeficiência, segurança e operação nomercado para acionamento de moendas edifusores. Ao consagrar o funcionamentoem grandes plantas industriais, a aplicaçãode planetários TGM apresentou ótimosresultados e é um caminho certo, ou seja,10 safras de sucesso no setor e vida útilestendida com o G3 Full.

Em um estudo comparativo deeficiências, é possível analisar o quanto oG3 Full é mais eficiente, considerando aeficiência do conjunto relacionado àsperdas mecânicas. O planetário centralpossui eficiência energética superior aosredutores de eixos paralelos.

De acordo com o coordenadorcomercial da Unidade de Negócios deTransmissões, Vicente de Paula SilvaJunior, esta eficiência é superior erepresenta uma economia significativa eganhos energéticos. “O G3 Full, além deser uma máquina mais robusta, é maisconfiável e permite grandes aplicações. Adurabilidade também é maior nosrolamentos e a individualização de

lubrificação dá maior confiabilidade àmáquina”, descreve Junior.

Outros pontos inquestionáveis daterceira geração de redutores são: ciclo demanutenção de até 10 safras garantidaspelo dimensionamento dos rolamentospara 100 mil horas, além de possuíremtratamento superficial em black oxide, quecontribui com a redução do atrito entre oscomponentes, sistema individualizado delubrificação e a segurança commonitoramento e proteção eletrônicaatravés dos sistemas monitork e protetork,que permitem operação em elevados níveisde torque.

Nos últimos anos, o planetário foi omais vendido, comprovando sua eficiênciae segurança. “O G3 Full é superior aosdemais do mercado, é resistente e tempreços competitivos. E a redução de custoem manutenção para o cliente ao longo davida do equipamento foi o grandeatrativo”, comentou o coordenadorcomercial.

Portanto, a geração moderna ecompleta da linha G3 Full, além de serinovadora é uma opção que proporcionamaior eficiência energética da planta, vistoque esta é uma luta constante das usinas edestilarias.

TGM16 2105.2600www.tgmtransmissoes.com.br

Redutor planetário TGM G3 Full tem alto nível de controle operacional

G3 Full tem tecnologia consolidada para acionamento de difusores e moendas

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Com mais de 70 anos no mercado cervejeiro e desde2007 no mercado sucroalcooleiro, a Wallersteincontinua inovando e oferecendo aos seus clientes muitomais do que produtos. Atenta à dificuldade de avaliaçãodo custo/benefício sobre o uso de antibióticos, devido apossíveis erros de análises e até mesmo falta de mediçãode alguns parâmetros importantes, a Wallerstein fechoucom a Fermentec um pacote de análises para ofereceraos seus clientes que serve de ferramenta aos gestores dafermentação. Trata-se de um balanço de produção deácido láctico, acético e manitol na fermentação alcoólica,determinando quanto de açúcares foram desviados pelasbactérias e deixaram de produzir álcool. O manitol, porexemplo, não faz parte das análises de rotina e cadamolécula significa uma molécula de frutose que deixoude produzir álcool. Para uma destilaria que produz 800mil litros de álcool/dia, uma concentração de 0,5% demanitol no vinho significa uma perda de 25 mil litros deálcool/dia.

“Com o Betabio 45 (beta ácidos) desde 2007, aWallerstein também oferece toda uma linha de extratosde lúpulo o AlphaBio (alfa ácidos), IsoBio (Iso alfaácidos) e TetraBio (Tetra hidro iso alfa ácidos). Com essagama de produtos naturais à base de lúpulo, vematendendo às exigências das mais variadasfermentações”, afirma Fernando Feitosa, representantecomercial da Betabio.

Ainda sobre parcerias, acaba de fechar uma muitoimportante para dar melhor atendimento ao mercado.Como já é parceira da Lallemand para o mercadocervejeiro, estende essa parceria também para omercado sucroalcooleiro. Essa união de forças entre

Wallerstein e Lallemand oferece maior rapidez nassoluções dos problemas de fermentação, com tecnologiaa favor da indústria.

Betabio/Wallerstein11 3848.2900www.betabio.com.br

Wallerstein e Fermentec oferecem pacote de análises para gestores da fermentação

Fernando Feitosa

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No ano de 2005, a Neobrax descobriuem uma Usina de Pernambuco umabactéria que diminuía em torno de 20 Kgde açúcar/TC. A partir desta descoberto aempresa fez um levantamento maisminucioso e detectou que a bactéria estavaalojada no xarope. O prejuízo causado pelabactéria era tão grande que a análise daempresa foi divulgada com certa reserva.

De acordo com Teresa Cristina Vieira,diretora do laboratório de pesquisa, nasafra passada a Neobrax foi chamada poruma usina no Estado de Minas Gerais ondedescobri-se a ação de uma bactéria quecausou um prejuízo de 18 kg de açúcar/TC.“O gerente corporativo da usina nos disseque a ação da bactéria era semelhante auma tubulação de 25m3/h escoando açúcardiretamente para o esgoto”, observa TeresaCristina Vieira. “Observamos o xarope aomicroscópio e percebemos uma bactériavisualmente idêntica à da usina dePernambuco. Fizemos outros testes deconfirmação utilizando meios de culturadiversos e confirmamos que era a mesma.Avaliamos de onde estava vindo eorientamos o que deveria ser feito”, explicaa diretora do laboratório da Neobrax. Comas providências tomadas em relação a açãoda bactéria, a eficiência de recuperação emART subiu de 80 para aproximadamente

86%. Nas duas usinas a quantidade dabactéria estava a 106/mL no xarope e emoutros pontos da fábrica. “Já encontramosem mais três usinas, uma delas em MatoGrosso do Sul e as outras duas em Alagoas.O prejuízo é de acordo com a quantidadede bactérias encontradas no xarope”,afirma Teresa Cristina Vieira.

Neobrax11 2305.3000 venda@neobrax

Neobrax detecta bactéria que diminui20 kg de açúcar/tc da produção

A Rodobin Implementos tem 30 anosde experiência no mercado, sendo quedestes, 15 voltados para o setorsucroenergético, fabricando diversosimplementos para o setor, como transbordoreboque, transbordo plantio, transbordosobre chassi, e outros, bem como projetospersonalizados para o cliente. Agora, aempresa está lançando um equipamento quevem auxiliar bastante no transporte do setor,como o semirreboque prancha carrega tudoretrátil, de dois eixos, com capacidade para34 toneladas brutas, tendo a eficiência delevar apenas vinte minutos para carregaruma colhedora de cana. Com 16.700 mm decomprimento e dois eixos, facilita muito asmanobras operacionais. Sempre investindoem tecnologia, a Rodobin se aplica nodesenvolvimento de seus produtos. Maisinformação podem ser obtidas em nosso site.

SOBRE A EMPRESAComo segmento na linha de

mecanização da colheita e plantio de cana-de-açúcar, em conjunto com usinas daregião onde está localizada, desenvolveuprojeto para suprir e abastecer asplantadoras de cana picada; projeto estebatizado na fabricação, como RT-CP19500, ou seja reboque transbordo canaplantio para cana picada, onde articula 3cestos individualmente, de 6,5 toneladascada, com capacidade total de 19.5toneladas na cana plantio, podendotambém com simples adaptaçõestransformá-lo em transbordo paratransporte de torta de filtro.

Rodobin18 3608.3400www.rodobin.com.br

Rodobin lança SemirreboquePrancha Carrega Tudo retrátil

Semirreboque tem capacidade para 34 toneladas brutas

Teresa Cristina Vieira, diretora do

laboratório de pesquisa da Neobrax

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