JornalCana 236 (Setembro/2013)

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Ribeirão Preto/SP Setembro/2013 Série 2 Nº 236 R$ 20,00 O SETOR VAI A BRASÍLIA! O MAIOR ÍNDICE DE EFICIÊNCIA AGRÍCOLA Gustavo Villa Gomes, diretor agrícola da Usina Guaíra Gustavo Villa Gomes, diretor agrícola da Usina Guaíra Gustavo Villa Gomes, diretor agrícola da Usina Guaíra Gustavo Villa Gomes, diretor agrícola da Usina Guaíra Gustavo Villa Gomes, diretor agrícola da Usina Guaíra Deputado Arnaldo Jardim e JornalCana mobilizam o setor para grande manifestação em setembro CIRCULAÇÃO ESPECIAL 13 MIL EXEMPLARES

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O maior índice de eficiência agrícola

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Ribeirão Preto/SP Setembro/2013 Série 2 Nº 236 R$ 20,00

O SETOR VAI

A BRASÍLIA!

O MAIOR ÍNDICE

DE EFICIÊNCIA

AGRÍCOLA

Gustavo VillaGomes, diretor

agrícola daUsina Guaíra

Gustavo VillaGomes, diretor

agrícola daUsina Guaíra

Gustavo VillaGomes, diretor

agrícola daUsina Guaíra

Gustavo VillaGomes, diretor

agrícola daUsina Guaíra

Gustavo VillaGomes, diretor

agrícola daUsina Guaíra

Deputado ArnaldoJardim e JornalCanamobilizam o setor paragrande manifestaçãoem setembro

CIRCULAÇÃO ESPECIAL

13 MIL EXEMPLARES

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Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12

Cana livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16 a 18

Política Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20 a 42� Falta estratégia para o setor voltar a brilhar� Setor pede volta da Cide sobre a gasolina� EUA ameaçam rastrear etanol brasileiro exportado

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .44 a 77� Multiplicação de máquinas na lavoura requer gestão elaborada� Eficiência coloca a Usina Guaíra como uma das melhores do país� Sistemas de plantio movimentam a agenda agrícola

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .70 a 88� Redução de custos requer avaliação da situação da empresa� Produtividade para reduzir custos

Usinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .90

Setor em Destaque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .92

Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . .94 a 118� Compra pelo menor preço a qualquer custo gera sofrimento

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .120 a 146� Transferências de tecnologias otimizam a nova indústria � Alimentador de bagaço e palha modelo Shark Teeth é novo projeto da Caldema� Inovação e otimização de custos foi tema de reunião anual da Fermentec� Brumazi comemora a venda de novos equipamentos para usinas do Centro-Sul� Gestão eficaz traz novas perspectivas para a CSJ� Usina Vertente mantém política de inovação e investe em Caldeira ZS

Logística & Transportes . . . . . . . . . . . . . . . . . .148 a 158� Obras do PAC estão paradas ou em ritmo lento� GLP entrega terceiro galpão do condomínio logístico em Ribeirão Preto� Energia da biomassa continua no banco de reservas

Mercados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .160 a 170� “Mercados de energia alternativa são complementares ao etanol”� Crescimento do mercado do diesel de cana tende a ser inevitável

Pesquisa & Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . .172 a 180� Máquina produz lenha ecológica a partir do bagaço de cana� Gigantes do mercado de etanol 2G se movimentam para construir fábricas� Aditivo natural pode acelerar escalada do biodiesel

Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .182� GSO se reúne pela terceira vez em 2013

JornalCana 25 anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .184 a 196� JornalCana dá o maior ibope

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . .197 a 222

Setembro/2013CARTA AO LEITOR6

NOSSOS PRODUTOS

Anuário da CanaBrazilian Sugar and Ethanol Guide

www.jornalcana.com.brO Portal do setor sucroalcooleiro

JornalCanaA Melhor Notícia do Setor

Prëmio BesiBio Brasil

BIO & SugarInternational Magazine

Mapa Brasil de Unidades Produtoras de

Açúcar e Álcool

Prêmio MasterCanaOs Melhores do Ano no Setor

PRESIDENTEJosias Messias - [email protected]

GERENTE DE OPERAÇÕESFábio Soares Rodrigues - [email protected]

ADMINISTRAÇÃO� Controle e PlanejamentoAsael Cosentino - [email protected]� EventosRose Messias - [email protected][email protected]@procana.com.br� Recursos HumanosAbel Martins - [email protected]

REDAÇÃO� Edição Luiz Montanini - [email protected] � Coordenação e FotosAlessandro Reis [email protected]� Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur� Consultor TécnicoFulvio Machado� ReportagemAndréia Moreno - [email protected]é Ricci - [email protected]� Arte Gustavo Santoro� RevisãoRegina Célia Ushicawa

ASSINATURAS [email protected]

MARKETING /PUBLICIDADE� ComercialGilmar Messias 16 [email protected] Milán 16 [email protected] Giaculi 16 [email protected] Michelle Freitas 16 [email protected]

NOSSA MISSÃOProver o setor sucroalcooleiro de

informações sérias e independentes sobre fatos eatividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar

e seus derivados, visando:� Apoiar o desenvolvimento sustentável, humano,

tecnológico e socioeconômico;� Democratizar o conhecimento, promovendo o

intercâmbio e a união entre seus integrantes;� Ser o porta-voz da realidade e centro de

informações do setor; e� Manter uma relação custo/benefício que propicie

parcerias rentáveis aos clientes e aos demaisenvolvidos.

O MA IS L ID O!

Fone 16 3512 4300 Fax 3512 4309Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia

14096-030 - Ribeirão Preto - [email protected]

ISSN 1807-0264

Artigos assinados (inclusive os dasseções Negócios & Oportunidades eVitrine) refletem o ponto de vista dosautores (ou das empresas citadas).JornalCana. Direitos autorais ecomerciais reservados. É proibida areprodução, total ou parcial, distribuiçãoou disponibilização pública, por qualquer meio ou processo, sem autorizaçãoexpressa. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 eparágrafos, do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamentecom busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, 123, 124, 126,da Lei 5.988, de 14/12/1973).

Tiragem auditada pelos

13.000 exemplaresPublicação mensal

í n d i c e

www.jornalcana.com.br

c a r t a a o l e i t o rJosias Messias [email protected]

Se Brasília não vem ao produtor,

o produtor vai a Brasília!A insistência do governo em conter politicamente os preços da gasolina para inibir o índice

de inflação revela-se um preço muito alto a ser pago pelo país, através de dois personagens quenada têm com isso: a Petrobras e o setor sucroenergético. As perdas da Petrobras ultrapassambilhões e crescem ainda mais com a valorização do dólar. E o setor perde tanto no etanol anidroquanto no hidratado.

Há muito que a maioria das usinas trabalha no prejuízo, cerca de quarenta estão emrecuperação judicial e trinta foram desativadas, e até mesmo as mais competitivas operam nolimite, sem margem. Sem falar da situação dos plantadores de cana, que têm que enfrentar ocrescente aumento nos custos e nas exigências legais, e das empresas fornecedoras deequipamentos e insumos, especialmente para a área industrial, que se deparam com a completafalta de novos pedidos e com altos índices de inadimplência. Toda a cadeia produtiva da cana-de-açúcar sofre com esta política do Governo Dilma.

O problema está exposto, e a revolta começa a transparecer. Em 2 de Agosto último teveinício em Piracicaba, SP, a primeira de uma série de manifestações dos produtores de cana-de-açúcar voltadas a exigir soluções efetivas do governo. O setor já não suporta medidas paliativas.Quer definições, quer receber tratamento de segmento estratégico como de fato é. Quer respeito.E exige ações.

A principal reivindicação hoje é a volta da alíquota da Cide – Contribuições de Intervençãono Domínio Econômico sobre a gasolina. Originalmente criada em 2001 para construir e manteras rodovias e garantir os diferenciais socioambientais positivos na remuneração do etanol, a Cidedeve voltar para acabar com a crise do setor e devolver a confiança do mercado, fundamentalpara a retomada dos investimentos na produção.

Líderes do segmento e economistas concordam que já não há mais como utilizar ocongelamento nos preços da gasolina como artifício na luta contra a inflação – ou pelo menos natentativa de mantê-la sob controle até a próxima eleição.

A incidência original da Cide sobre a gasolina precisa voltar. O setor decidiu que ir às ruas éo caminho, afinal esta é a única linguagem que o Governo Dilma entende. Se por motivospolíticos, o Governo é capaz de manter artificialmente baixo o preço da gasolina, sem sepreocupar com o sucateamento da Petrobras e de todo um importante setor produtivo, tambémpor motivos políticos deverá rever suas medidas.

Diversas entidades e lideranças políticas do setor, como o deputado Arnaldo Jardim, estãoarticulando uma grande onda de manifestações que culminará com a ida de todos os elos dacadeia canavieira a Brasília, no final de setembro.

Nós do JornalCana apoiamos e incentivamos esta iniciativa, pois percebemos, ainda quetardiamente, que somente a manifestação pública será capaz de mudar a percepção e otratamento que vem sendo dispensado ao agronegócio sucroenergético.

Vamos juntos a Brasília!

ANSIOLÍTICO ESPIRITUAL“Não andem ansiosos por coisa alguma, mas

em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de

graças, apresentem seus pedidos a Deus”

(conselho do apóstolo Paulo aos Filipenses, no capítulo 4, verso 6)

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8 ÍNDICE DE ANUNCIANTES Setembro/2013

ACESSÓRIOS INDUSTRIAISBGL 19 34518210 16

FRANPAR 16 21334383 36

UNIVAL 11 28589000 96

ACIONAMENTOSRENK ZANINI 16 35189001 63

SEW - EURODRIVE 11 24899078 51

TGM TURBINAS 16 21052600 23

ACOPLAMENTOSANTARES 54 32186800 221

COPABO 11 37416650 79

DPE 19 34210076 164

R.S. COMERCIAL 16 39455699 77

UNIVAL 11 28589000 96

VEDACERT 16 39474732 220

VULKAN 11 48947300 59

AÇOSCOMEFER 16 39699807 130

FRANPAR 16 21334383 36

TUPER 47 36315000 146

AÇOS INOXIDÁVEISMARC-FIL 18 39056156 133

ADVOCACIADIAS DE SOUZA 11 30694277 98

AGÊNCIAS DE PUBLICIDADEFINCO 19 30141426 82

ANTI - INCRUSTANTESARATROP INDUSTRIAL 16 36901100 153

GASIL 81 34718543 136

PRODUQUÍMICA 11 30169619 139

ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DEINFECÇÕES BACTERIANASARATROP INDUSTRIAL 16 36901100 153

BETABIO / WALLERSTEIN 11 38482900 40

PHIBRO CHEM 11 21854440 207

PRODUQUÍMICA 11 30169619 139

PROZYN 11 37320022 156

ANTI-CORROSIVOSARATROP INDUSTRIAL 16 36901100 153

ARAMES TUBULARESUNIWELD 11 40358877 222

ÁREAS DE VIVÊNCIAALFATEK 17 35311075 7

ARTIGOS DE BORRACHAANHEMBI 11 26013311 72

ASSESSORIA COMERCIALMBF AGRIBUSINESS 16 39466474 114

ASSESSORIA JUDICIALMBF AGRIBUSINESS 16 39466474 114

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTODWYLER 11 26826633 121 E 127

AUTOMAÇÃO INDUSTRIALAUTHOMATHIKA 16 35134000 11

DIMENSIONAL 19 34467400 209

ENDRESS + HAUSER 11 50334333 135

METROVAL 19 21279400 76

NOVUS 51 33233600 2

SMAR 16 39463599 198

ZANARDO 18 31171195 3

BALANÇASALEM MAR 11 32298344 174

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAISEQUILÍBRIO 16 39452433 138

VIBROMAQ 16 39452825 220

VIBROSERT 16 39427200 211

BIODIESEL- PLANTAS INDUSTRIAISDEDINI 19 34035474 157

BOMBASBOMBAS GEREMIA 51 35798400 116

CENTURY BOMBAS 11 29430688 165

GARDNER DENVER NASH 19 37658000 104

BOMBAS HIDRÁULICASAUTO PEÇAS MAURÍLIO 16 36260716 142

LEMASA 19 39358755 120

BRINDESTIP BRINDES 11 56332222 222

BRONZE E COBRE - ARTEFATOSFERRUSI 16 39464766 18

RG SERTAL 16 35134800 94

CALDEIRARIACALPORT 19 34351385 222

CSJ METALÚRGICA 19 34374242 117

GBA 16 32519900 45

MARC-FIL 18 39056156 133

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 126

CALDEIRASCALDEMA 16 39462700 9

DEDINI 19 34035474 157

ENGETUBO 19 34343433 134

ENGEVAP 16 35138800 137

HPB SIMISA 16 35110100 119

PROBOILER ENGENHARIA 19 34343433 134

SERMATEC ZANINI 16 2105442243, 97, 99 E 101

CAMINHÕESSTEFANI 16 3209 2320 55 E 58

CAMINHÕES - PEÇAS E SERVIÇOSBRN BRASIL 19 35432255 32

CAPAS DE PROTEÇÃO PARATRANSMISSORESUSICAP 18 33617224 174

CARRETASALFATEK 17 35311075 7

CARROCERIAS E REBOQUESRODOBIN 18 36083400 172

RODOTREM 18 36231146 176

RONTAN 11 30937088 33

SERGOMEL 16 35132600 107

CENTRÍFUGASRG SERTAL 16 35134800 94

VIBROMAQ 16 39452825 220

CHAPAS DE AÇOCOMEFER 16 39699807 130

COLETORES DE DADOSMARKANTI 16 39413367 9 E 129

COLHEDORAS DE CANACASE IH (COM) 41 21077400 61 E 161

SANTAL 16 21016622 5

COMBATE A INCÊNDIO - EQUIPAMENTOS ESERVIÇOSARGUS 19 38266670 83

COMBOIOS E TANQUESSAGE OIL BRASIL / IVAPE 11 29549787 131

COMÉRCIO EXTERIORMULTIMODAL 13 32236767 70

CONCESSIONÁRIASSTEFANI 16 3209 2320 55 E 58

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIALEMPRAL 19 34348866 75

IPRO DO BRASIL 19 34021100 100

SUGARSOFT 19 34023399 178 E 222

CONTROLE DE FLUÍDOSMETROVAL 19 21279400 76

CORREIAS TRANSPORTADORASCOPABO 11 37416650 79

CORRENTES INDUSTRIAISGENERAL CHAINS 19 34172800 48

LINK STEEL 19 34939600 203

PROLINK 19 34234000 13

R.S. COMERCIAL 16 39455699 77

CORRETORA DE SEGUROSAD CORRETORA 14 32355000 41

COZEDORESCITROTEC 16 33039796 73

PLANUSI 16 35139900 166

CURSOS E UNIVERSIDADESUFSCAR FAI 16 33519000 144

DECANTADORESBRUMAZI 16 39468777 151

CSJ METALÚRGICA 19 34374242 117

GASIL 81 34718543 136

GBA 16 32519900 45

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 126

VLC 19 38129119 24

DEFENSIVOS AGRÍCOLASARYSTA LIFESCIENCE 11 30545000 179

BASF 11 30432125 103, 175 E 223

DUPONT 11 41668683 181

FMC 19 37354489 65, 147 E 171

DESFIBRADORESBRUMAZI 16 39468777 151

DESTILARIASCONGER 19 34391101 94

SERMATEC ZANINI 16 21054422 43

EDITORAPROCANA BRASIL 16 35124300 29, 115 E 213

ELETROCALHASDISPAN 19 34669300 80

ELETROÍMÃSBRUMAZI 16 39468777 151

ENERGIA ELÉTRICA - COMERCIALIZAÇÃOAREVA RENEWABLES 81 21222300 27

ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA ESERVIÇOSAREVA RENEWABLES 81 21222300 27

CPFL SERVIÇOS 19 37562755 127

DIAGNERG 16 39451223 143

PROBOILER ENGENHARIA 19 34343433 134

SANARDI 17 32262555 22

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVILCONGER 19 34391101 94

ENGEVAP 16 35138800 137 E 220

PROBOILER ENGENHARIA 19 34343433 134

ENGRENAGENSGENERAL CHAINS 19 34172800 48

ENTIDADESBIOCANA 17 35229026 186

CANAOESTE 16 39463300 189

COPERCANA 16 39463300 189

COPLACANA 19 34012200 193

FEPLANA 61 33223856 192

GERHAI 19 34562298 167

SISCOOB COCRED 16 39463355 189

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃOANSELL 11 33563100 109

DIMENSIONAL 19 34467400 209

ERG 16 39421880 143

GUARDIAN DX 16 34410171 163 E 212

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOSAUTHOMATHIKA 16 35134000 11

DIMENSIONAL 19 34467400 209

EVEREST ELETRICIDADE 19 37724500 71

EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOSPARKER HANNIFIN 12 40093591 169

EQUIPAMENTOS INDUSTRIAISPLANUSI 16 35139900 166

EQUIPAMENTOS LABORATORIAISALEM MAR 11 32298344 174

EQUIPAMENTOS USÁVEISCAS 19 34217576 124

ESPECIALIDADES QUÍMICASARATROP INDUSTRIAL 16 36901100 153

FOSBRASIL 11 21870710 148

OUTOTEC 31 32280700 173

PRODUQUÍMICA 11 30169619 139

PROZYN 11 37320022 156

QUÍMICA REAL 31 30572000 44

ESTEIRASANTRACTOR 19 38783223 200

BRUMAZI 16 39468777 151

EVAPORADORESBRUMAZI 16 39468777 151

CITROTEC 16 33039796 73

CSJ METALÚRGICA 19 34374242 117

GBA 16 32519900 45

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 126

PLANUSI 16 35139900 166

FEIRAS E EVENTOSMULTIPLUS 16 21328936 123

SINATUB TECNOLOGIA 16 39111384 12

FERRAMENTASBUSSOLA 16 32219000 57

DURAFACE - DURAPARTS 19 35473539 35

LEMAGI 19 34431400 120

FERRAMENTAS INDUSTRIAISHANNA 19 34514811 124

FERRAMENTAS PNEUMÁTICASHANNA 19 34514811 124

LEMAGI 19 34431400 120

PARKER HANNIFIN 12 40093591 169

PARKITS 19 34218485 52

FERTILIZANTESCONTINENTAL AGROTEC 16 38262999 90

PRODUQUÍMICA 11 30169619 139

FIBRA DE VIDROTECNIPLAS 11 45280090 152

FILTROS INDUSTRIAISMARC-FIL 18 39056156 133

MECAT 62 35031155 15

FIOS E CABOSCONSTRUFIOS 11 50538383 30

FUNDIÇÃOFERRUSI 16 39464766 18

FUNDIÇÃO MORENO 16 39465000 177

SIMISA 16 21051200 95

GASES INDUSTRIAISGASIL 81 34718543 136

GAXETASANHEMBI 11 26013311 72

GESSO AGRÍCOLAAGRONELLI 34 33191300 118

GRÁFICA

SÃO FRANCISCO GRÁFICA 16 21014151 191

IMPLEMENTOS AGRÍCOLASDMB 16 39461800 87

ITALTRACTOR / ITM 11 44171240 25

SANTAL 16 21016622 5

SERMAG 16 39879999 10

INSPEÇÃO TÉCNICAELETROSERVICE 19 34967710 102

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLEMETROVAL 19 21279400 76

NOVUS 51 33233600 2

SMAR 16 39463599 198

INSUMOS AGRÍCOLASCOPERCANA 16 39463300 189

PRODUQUÍMICA 11 30169619 139

IRRIGAÇÃORAESA BRASIL 19 35441550 183

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Setembro/2013 ÍNDICE DE ANUNCIANTES 9

ISOLAMENTOS TÉRMICOSISOVER 11 22024814 198

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540 197

LEVEDURAS E ENZIMASPROZYN 11 37320022 156

LOGÍSTICA E TRANSPORTESOURO VERDE 41 32397000 53

TRANSESPECIALISTA 16 21057870 219

MANCAIS E CASQUEIROSBRN BRASIL 19 35432255 32

BUSSOLA 16 32219000 57

COPABO 11 37416650 79

DURAFACE - DURAPARTS 19 35473539 35, 39 E 180

MANGUEIRAS E CORREIASCONTUFLEX 11 29418044 60

MANUTENÇÃO INDUSTRIALDEDINI 19 34035474 157

ELETROSERVICE 19 34967710 102

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 126

PSV SOLUTIONS 11 29798955 86

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLASAGRIMEC 55 32227710 62

CASE IH (COM) 41 21077400 61 E 161

METAGRO - FAMA DO BRASIL16 36260029 93

SERMAG 16 39879999 10

MATERIAIS RODANTESANTRACTOR 19 38783223 200

ITR SOUTH 11 33407555 49

MECANIZAÇÃO - SERVIÇOSCONTINENTAL AGROTEC 16 38262999 90

METAISFERRUSI 16 39464766 18

METAIS PERFURADOSSTORK 19 32499571 104

METALÚRGICAEBS 45 32791122 128

MOENDASFERRUSI 16 39464766 18

RG SERTAL 16 35134800 94

MOENDAS E DIFUSORESBRUMAZI 16 39468777 151

DEDINI 19 34035474 157

FUNDIÇÃO MORENO 16 39465000 177

RENK ZANINI 16 35189001 63

SERMATEC ZANINI 16 21054422 43

SIMISA 16 21051200 95

UNI-SYSTEMS 16 35139800 89

MONTAGENS INDUSTRIAISCONGER 19 34391101 94

ENGETUBO 19 34343433 134

ENGEVAP 16 35138800 137 E 220

GBA 16 32519900 45

IPRO DO BRASIL 19 34021100 100

PLANUSI 16 35139900 166

NUTRIENTES AGRÍCOLASARATROP INDUSTRIAL 16 36901100 153

KIMBERLIT 17 32791500 108

PRODUQUÍMICA 11 30169619 139

UBYFOL 34 33199500 6 E 218

ÔNIBUS - FRETAMENTOGRUPO RAÇA 18 39189999 81

PAINÉIS ELÉTRICOSEVEREST ELETRICIDADE 19 37724500 71

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLASANTRACTOR 19 38783223 200

DURAFACE - DURAPARTS 19 35473539 35 E 39

POLICANA - FCN 19 30350921 8

SAUER-DANFOSS / VALMOVA 54 30259750 141

PENEIRAS ROTATIVASBRUMAZI 16 39468777 151

EQUILÍBRIO 16 39452433 138

VIBROMAQ 16 39452825 220

PLAINASAGRIMEC 55 32227710 62

PLANTADORAS DE CANADMB 16 39461800 87

SANTAL 16 21016622 5

SERMAG 16 39879999 10

PLANTAS INDUSTRIAISBRUMAZI 16 39468777 151

CSJ METALÚRGICA 19 34374242 117

DEDINI 19 34035474 157

PLANUSI 16 35139900 166

SERMATEC ZANINI 16 21054422 43

PNEUSSILCAR PNEUS 11 32023330 149

PONTES ROLANTESBRUMAZI 16 39468777 151

PRODUTOS QUÍMICOSARATROP INDUSTRIAL 16 36901100 153

BASEQUÍMICA 16 21011200 31

BERACA SABARÁ 11 26435000 145

BETABIO/WALLERSTEIN 11 38482900 40

CENTERQUÍMICA 18 36311313 168

OUTOTEC 31 32280700 173

PHIBRO CHEM 11 21854440 207

PRODUQUÍMICA 11 30169619 139

PROSUGAR 81 32674760 17

QUÍMICA E DERIVADOSARATROP INDUSTRIAL 16 36901100 153

REATORES QUÍMICOS

REDUTORES INDUSTRIAISBONFIGLIOLI DO BRASIL 11 43371806 84

RENK ZANINI 16 35189001 63

SEW - EURODRIVE 11 24899078 51

SUMITOMO 11 55853600 159

TGM 16 21052600 23

WEG CESTARI 16 32441000 111

REFRATÁRIOSREFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540 197

ROLAMENTOSCOPABO 11 37416650 79

INA 15 33352432 205

INTACTA 11 30858003 91

ROLIMAC 16 39797009 132

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROSSÃO FRANCISCO SAÚDE 16 08007779070 113

SECADORESPLANUSI 16 35139900 166

SEPARADORESPLANUSI 16 35139900 166

SINALIZADORES INDUSTRIAISRONTAN 11 30937088 33

SOFTWARESTOTVS 16 30276600 155

SOLDAS INDUSTRIAISAGAPITO 16 39479222 220

COMASO ELETRODOS 16 35135230 34

MAGISTER 16 35137200 47

SUPERFÍCIES - TRATAMENTO E PINTURAIRBI MÁQUINAS 18 36315000 85

SUPRIMENTOS DE SOLDACOMASO ELETRODOS 16 35135230 34

UTP BOHLER 11 56948377 215

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃOAVANZI 11 21014069 105

TELECOMUNICAÇÃO /RADIOCOMUNICAÇÃOAVANZI 11 21014069 105

DIMENSIONAL 19 34467400 209

TINTAS E REVESTIMENTOSPERFORTEX 19 35261100 180

PROSUGAR 81 32674760 17

TORRES DE DESTILAÇÃOMETALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 126

TORRES DE RESFRIAMENTOTECNIPLAS 11 45280090 152

TRADINGS - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOSBRN BRASIL 19 35432255 32

REUNION 16 36235384 78

TRANSBORDOSDMB 16 39461800 87

METAGRO - FAMA DO BRASIL16 36260029 93

SANTAL 16 21016622 5

SERMAG 16 39879999 10

TESTON 44 30189020 19

TRANSPORTADORES INTERNOSMARC-FIL 18 39056156 133

TRATAMENTO DE ÁGUA/EFLUENTESEDRA SANEAMENTO 19 35769300 46

FLUID BRASIL 11 33787500 42

OUTOTEC 31 32280700 173

TECNIPLAS 11 45280090 152

VLC 19 38129119 24

TRATORESCASE IH (COM) 41 21077400 61 E 161

VALTRA 11 47952000 224

TROCADORES DE CALORAGAPITO 16 39479222 220

BARRIQUAND DO BRASIL 16 34215145 28

MARC-FIL 18 39056156 133

TUBOS DE CONCRETOENGETUBO IND. 19 34343433 134

TUBOS E CONEXÕESCOMEGA 16 39699660 74

CONTUFLEX 11 29418044 60

FRANPAR 16 21334383 36

REPLASS 16 36335488 112

TECNIPLAS 11 45280090 152

TUPER 47 36315000 146

TURBINASSIEMENS JUNDIAÍ 11 45854676 125

TGM 16 21052600 23

UNIFORMESGUARDIAN DX 16 34410171 163 E 212

USINAS/DESTILARIASBARRÁLCOOL 65 33616601 92

CAETÉ - MATRIZ 82 32713200 185

ODEBRECHT 11 30968000 187

RAÍZEN - COSTA PINTO 19 34032000 184

VÁLVULAS DE TRANSBORDOSAUER-DANFOSS / VALMOVA 54 30259750 141

VÁLVULAS INDUSTRIAISDURCON-VICE 11 44477600 20

FOXWALL 11 46128202 110

FRANPAR 16 21334383 36

PLANUSI 16 35139900 166

RG SERTAL 16 35134800 94

UNIVAL 11 28589000 96

YGB 11 27187787 182

ZANARDO 18 31171195 3

VÁLVULAS PNEUMÁTICASAUTO PEÇAS MAURÍLIO 16 36260716 142

VEDAÇÕES E ADESIVOSANHEMBI 11 26013311 72

PARKER HANNIFIN 12 40093591 169

VEDACERT 16 39474732 220

VENTILAÇÃO INDUSTRIALEQUILÍBRIO 16 39452433 138

VLC 19 38129119 24

VULCANIZAÇÃOR.S. COMERCIAL 16 39455699 77

Í N D I C E D E A N U N C I A N T E S

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Setembro/2013AGENDA12

A C O N T E C E U A C O N T E C E

GMECEm 10 de julho, o Gmec — Grupo de

Motomecanização realizou mais uma de suasreuniões. Desta vez, o ponto de encontro foi naUsina Tarumã, da Raízen, localizada na cidade demesmo nome, no interior de São Paulo.

Os participantes debateram a “Lei da Balançae Enlonamento de Carga, focando na questão doscustos. “Nosso setor, como se já não bastasse a criseimplantada, está em vias de sofrer mais umapressão nos seus custos por conta de novasexigências legais e trabalhistas”, aponta José LuizBellini, coordenador do grupo.

O evento contou com a participação deHumberto Rampazzo, gerente de desenvolvimentoagrícola da Tarumã.

CANACAMPO TECH SHOWEm 8 de agosto, em Campo Florido, Minas

Gerais, foi realizada a 5ª edição do CanacampoTech Show, um dos maiores eventos para omercado sucroenergético da região. Os participantespoderão acompanhar a palestra, e tambémconhecer diversas tecnologias voltadas ao segmento.

SINATUBDe 13 a 16 de agosto, a Sinatub Tecnologia,

em parceria com a ProCana Brasil, realizou oCurso/Treinamento de Vasos de Pressão, emRibeirão Preto, SP. Entre os módulos apresentadosestiveram projeto de vasos de pressão: pressãointerna e externa; aberturas, bocais e flanges;fabricação de vasos de pressão e inspeção de vasosde pressão.

CURSOS SINATUB 2013SETEMBRO12 e 13 – Curso/

Treinamento de Gestão deProjetos - Ribeirão Preto/SP

26 e 27 - Curso de Moenda eDifusor – Ribeirão Preto/SP

OUTUBRO17 e 18 – Curso de

Manutenção Preditiva e Inspeçãode Equipamentos – RibeirãoPreto/SP

NOVEMBRO7 e 8 – Curso de Tubulação,

Turbinas e Bombas eEquipamentos – RibeirãoPreto/SP

A DEFINIR - 2014� Curso de Tratamento de

Caldo, Filtragem e Fermentação� Curso de Automação e

Produção Industrial

SEMINÁRIO GERHAIA cidade de Ribeirão Preto, SP, sedia no dia 27 de setembro o 12º Seminário

sobre Gestão, Pessoas e Lideranças Sustentáveis promovido pelo Gerhai – Grupode Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria. Serão debatidos temas,como: “Cenários do Setor Sucroenergético – o papel das grandes lideranças naperspectiva de evolução”; além de “Sucessão Familiar: como formar e/ou manterlideranças fortes para a longevidade do negócio”. Mais informações, acesse:www.gerhai.org.br

MASTERCANA NORTE/NORDESTEDia 26 de novembro, Recife, PE, será palco de mais uma edição do Prêmio

MasterCana Norte-Nordeste. www.mastercana.com.br ou [email protected]

MASTERCANA BRASILO evento de premiação exclusiva dos 100 Mais Influentes do Setor acontecerá

dia 21 de outubro, em São Paulo. www.mastercana.com.br [email protected]

6th SUGAR ASIAEm fevereiro de 2014, nos dias 27

e 28, Mumbai, na Índia, recebe o 6thSugar Asia, evento que tem comoobjetivo debater questõesinternacionais voltadas ao segmento.Inovações tecnológicas no setor deaçúcar, etanol e energia são alguns dosdestaques. Mais informações, acesse:nexgengroup.in/Exhibition/sugarasia/.

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Setembro/2013CANA LIVRE16

L I V R O S

ENGENHARIA DO AÇÚCAR DE CANA

O livro “Engenhariado Açúcar de Cana”, dePeter Rein, apresentainformações úteis sobreos aspectos práticos doprojeto e/ou operação deusinas e o processo deextração do caldo dacana e a posteriorcristalização do açúcar.A apresentação eredação do texto são de fácil compreensão e cobrem todosos aspectos relacionados aos processos industriais e aprodução do açúcar de cana.

100 ANOS DE HISTÓRIA EENERGIA

O livro “100 anosde história e energia”traz as transformaçõespelas quais o setor deenergia passou noperíodo indicado,quando e como tudocomeçou, as intervençõesdo capital internacionale do Estado brasileiro, eo retorno dos investimentos privados; mostrando tambémas transformações na vida e na cultura paulista.

PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO AÇÚCAR

Escrito peloengenheiro químicoFernando Medeiro deAlbuquerque, o livro“Processo de Fabricaçãodo Açúcar” é umamistura de experiênciarotineira com a parteteórica. A publicaçãochega a sua segundaedição, atualizando e ampliando os dados obtidos atravésde consultorias que o escritor exerce nas empresasaçucareiras.

Capacitar profissionais tem setornado uma importante ferramentapara as usinas sucroenergéticas. Em20 de julho, dez colaboradores daAlcoeste Destilaria Fernandópolisreceberam capacitação paraoperação de pá-carregadeira.

O objetivo do curso, que teveduração de 16 horas, sendo 8 horasde aula teórica e 8 horas de aulaprática, foi orientar e treinar osfuncionários na Operação da Pá-Carregadeira, seguindo asexigências das normasregulamentadoras NR 11 e NR 31.

A Odebrecht Agroindustrial, selecionou 38profissionais recém-formados para participar do programade trainee “Jovem Parceiro 2013”. Os indicados iniciaramas atividades na última semana.

Do total, nove estão atuando nos escritórioslocalizados na capital paulista e dois em Campinas, massão nos cinco Polos produtivos da empresa que seconcentra grande parte dos jovens selecionados. Em Goiássão 12 jovens; Mato Grosso do Sul, sete; e no Mato Grosso eem São Paulo são quatro em cada.

Para esta edição do programa, a empresa recebeuquase 10 mil inscrições, o que representa um crescimentode quase 20% em relação ao ano passado. Direcionadopara recém-formados de nível universitário, o programa,

que tem duração de dois anos, adota o sistema job rotation,que permite aos selecionados atuarem em diferentes áreasde acordo com a formação acadêmica. Os participantespoderão atuar nas áreas agrícola, industrial, demanutenção e administrativa e terão a oportunidade deaplicar conhecimentos técnicos e aprimorar habilidadesgerenciais e pessoais. “Os jovens selecionados que seidentificam com os valores da Organização Odebrecht terãoa oportunidade de conhecer diferentes etapas da cadeiaprodutiva e aprender com profissionais experientes.Queremos que se desenvolvam para atuar nas frentes denegócios da empresa”, afirma Karina Fonseca, responsávelpela área de Desenvolvimento de Pessoas da OdebrechtAgroindustrial.

Odebrecht Agroindustrial recruta participantes para o “Jovem Parceiro”

Alcoeste capacita colaboradores sobre NR´s

Botafogo apresentapromessa do tênis

O tenista Guilherme Abrahão, filho de MarcoAbrahão, gerente da Cobra Rolamentos, é a principalpromessa do tênis de Ribeirão Preto, no interior de SãoPaulo. Aos 17 anos, o jovem foi contratado pelo BotafogoFutebol Clube, que tem expandido sua marca em outrosesportes. “Estou muito feliz com a confiança que a diretoriabotafoguense depositou em mim e gostaria de agradecer atodos pela oportunidade de vestir essa camisa. Sempre fuibotafoguense. Quero demonstrar o amor pelo clube, agora,também nas quadras”, comemorou o jovem tenista.

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Setembro/2013CANA LIVRE18

A Usina Estiva, através de sua equipede Tecnologia da Informação eInfraestrutura Tecnológica, e em parceriacom o Comitê Gestor da Internet Brasileira,conquistou uma vaga no PTT Metro –Ponto de Troca de Tráfego de São Paulo.

O projeto traz diversos benefícios paraa empresa que passa a ser proprietária doseu próprio link de internet, independentede qualquer terceiro, assegurandoestabilidade, maior velocidade e autonomia.“Estamos na fase final de implantaçãodeste projeto os próximos passos serãorealizados em conjunto com a Coopersucar,

onde acordamos a interligação de nossasredes para assegurar maior velocidade eestabilidade para os usuários do SAP(sistema de faturamento) na empresa”,conta Rodrigo Verna, coordenador deInfraestrutura Tecnológica da Usina Estiva.

Desde o dia 10 de julho a empresa jáestá conectada ao PTT - SP e fisicamenteconectada, através de rede de fibra ótica, àsmaiores empresas mundiais, tais comoGoogle, Microsoft, Oracle, IBM entre outras.“Com este projeto a empresa saiu na frentee já adotou o novo protocolo de internet, oIPv6”, relata Verna.

Barralcool reúne comunidade e comemora 30 safrasNo dia 2 de agosto, o Grupo Barralcool

celebrou a importante marca de 30 safrascom um grande show aberto a todacomunidade de Barra do Bugres, no MatoGrosso. O evento contou com a participaçãodo cantor sertanejo Sérgio Reis, além daapresentação dos alunos do Projeto Socialdo Grupo Barralcool – Doce Vida. Uma

apresentação com o DJ André Valle, entreoutros, também fizeram parte daprogramação.

Os diretores do Grupo Barralcool,Agostinho Sansão e João Nicolau Petroni,agradeceram ao público presente e tambéma todos colaboradores que tornaram estas30 safras possíveis.

Coruripe profissionaliza gestão em busca de crescimento

Usina Estiva conquista acesso à rede PTT e ao protocolo IPv6

Tema muito debatido no setorsucroenergético nos últimos anos, aprofissionalização da gestão das usinas étido como item fundamental neste processode retomada do segmento. No último dia24 de julho, a presidência da UsinaCoruripe anunciou que finalizou oprocesso de profissionalização da empresacom a chegada de dois conselheiros e umdiretor de Recursos Humanos.

Henrique Übrig, ex-presidente daDupont Índia e Paquistão, vai atuar noConselho da Coruripe; assim comoEduardo Bernini, ex-presidente da AESEletropaulo. Já Fábio Moniz, que atuou emempresas como Gerdau e Volkswagen, seráo novo diretor de RH.

De acordo com Jucelino Sousa,presidente da usina, o fechamento desse

ciclo representa um processo dereestruturação da empresa pelo qual aempresa passou. “Em seis meses definimosuma nova estrutura organizacional eselecionamos interna e externamente seteexecutivos para a formação da novaDiretoria. A partir de agora, com o timecompleto, vamos focar no aumento daeficiência e da produtividade, e na reduçãode custos”, afirma.

Sousa completa dizendo que estáotimista com os diferentes perfis dosgestores. “Estou muito satisfeito com o timeque foi montado, uma mescla de pessoasjovens com profissionais experientes. Aquímica da equipe tem sido muito positiva,o que nos dá muitas esperanças quanto àsuperação das dificuldades que o setorapresenta”, finalizou.

De acordo a Revista Exame, em suapublicação dos “Melhores e Maiores 2013”,a Usina Coruripe é a maior produtora deaçúcar e etanol do Nordeste e Centro-Oestebrasileiro. A pesquisa revela ainda que noranking geral das 1000 maiores em vendas,a Usina Coruripe evoluiu da 471ª posiçãoem 2011 para o 418º lugar em 2012. Aindano quesito agronegócio, mas se inserida nocontexto geral do país, a empresa ocupa a78ª colocação, usando como critério aReceita Líquida de 2012.

Para Jucelino Sousa, presidente dogrupo sucroenergético, esses resultados sãocombustíveis para a estratégia de negócioda companhia. “Nossa boa colocaçãoreflete a forte crença dos acionistas nopotencial do segmento e na perseverançaem continuar investindo apesar dascondições desfavoráveis de mercado.Vamos realinhar os processos para produzirmais gastando menos. Certamenteestaremos em posições ainda melhores nopróximo ano”, afirma.

Coruripe se destaca em ranking nacional de empresas

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Setembro/2013POLÍTICA SETORIAL 20

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Há mais de um ano o setorsucroenergético busca auxílio do governopara retomar sua curva de crescimento.Neste período, pacotes de incentivo arenovação de canaviais, financiamento deestoques, redução do PIS/Cofins foramanunciados. Contudo, de acordo com LuizCarlos Corrêa Carvalho, presidente daAbag — Associação Brasileira deAgronegócio, a peça fundamental, para aengrenagem voltar a funcionar, que é avolta da Cide – Contribuição deIntervenção no Domínio Econômico, sobrea gasolina, não veio. Na entrevista a seguir,Caio, como é conhecido no setor, explicasuas opiniões.

JornalCana: Como o senhor avalia asituação do setor sucroenergético?

Luiz Carlos Corrêa Carvalho: Éinacreditável o que estão fazendo com opaís. A agricultura não é prioridade destegoverno e ninguém consegue entender essasituação. Todos que estão sofrendoprecisam se unir e mostrar a Presidente opeso de tudo que ela tem feito.

Então o senhor concorda que é precisose manifestar publicamente?

A única forma de obtermos resultadosé assim. Tentar uma discussão burocrática

ou enviar setores elitizados para falar coma Presidente da República não vai resolver.Precisamos ir às ruas, fazer com que aDilma sinta o peso do que está fazendo. Eesse movimento precisa unir toda a cadeiaprodutiva, ou seja, trabalhadores,agricultores, fornecedores deequipamentos, enfim, todos que estãosofrendo.

O que as manifestações devemreivindicar?

Pela volta da Cide sobre a gasolina. Oque me revolta é saber que não é precisocriar nada, só exigir o que existia quando oetanol era prioridade no país.

Este é o maior desafio já enfrentadopelo governo em relação ao setor?

Nunca foi tão fácil resolver a situaçãodo setor. Difícil foi em 2002, quandotivemos que criar a Cide e fazer com queeste projeto fosse aprovado. O governo temtudo nas mãos, não é preciso criarmecanismo nenhum, já está pronto. Nãofaz porque não quer.

Como explicar toda essa situação?Passei pelos Estados Unidos e Europa

nos últimos dias onde tive a oportunidadede discutir com especialistas o cenáriobrasileiro. Ninguém consegue entender, émuito difícil explicar. E volto a dizer.Quando olho para outros setores vejo queno canavieiro não é preciso fazer nada,apenas retomar o que foi alterado.

ENTREVISTA — Luiz Carlos Corrêa Carvalho

“Nunca foi tão fácil resolver a situação do setor”

Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag

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Setembro/2013 POLÍTICA SETORIAL 21

A paciência acabou. Em 2 de agosto,produtores de cana-de-açúcar se reuniramem Piracicaba, interior de São Paulo, dandoinício a manifestações em prol do setorsucroenergético. Cerca de mil trabalhadoresestiveram presentes na sede da Coplacana —Cooperativa dos Plantadores de Cana doEstado de São Paulo em busca de apoiogovernamental. Também participaram damanifestação, denominada “Manifesto emProl do Setor Sucroalcooleiro”, autoridadese políticos de toda a região.

Antonio Carlos Mendes Thame eArnaldo Jardim, ambos deputadosfederais, se posicionaram em favor domovimento. Jardim, inclusive, sugeriu queos manifestos se espalhem pelas váriascidades produtoras do país, chegando aoPlanalto Central, em Brasília, DF. “Deinício, temos que paralisar o centro dePiracicaba com nosso maquinário e pedir aatenção de toda a sociedade para nossacausa”, afirmou.

Já o deputado Mendes Thame apontou

alternativas para enfrentar a crise vividapelo segmento. “O primeiro passo éapresentarmos emendas, projetos, propostaspara incentivar o setor, brigando noCongresso para que possamos conseguiravanços na legislação brasileira. O segundoé solicitar ao Governador do Estado de SãoPaulo, Geraldo Alckmin, que ele faça aquiloque já foi feito por Mário Covas, quandoconseguimos aprovar o Pacto pelo Empregono Setor Sucroenergético, no final dos anos90, que salvou naquela época o setor dabancarrota. O terceiro caminho é amanifestação popular”.

O ato foi o ponto de partida para outrasmanifestações, que devem ser realizadasentre os meses de agosto e setembro. “Osetor canavieiro necessita urgentemente deum subsídio para a sobrevivência dosprodutores e de políticas públicas quevenham tornar o setor viável, uma vez que80% dos produtores de cana-de-açúcar sãomédios e pequenos”, afirma o presidente daCoplacana, Arnaldo Bortoletto.

Já o vice-presidente da cooperativa, JoséCoral, criticou a política de combustíveisadotado pelo Governo Federal. “Éimportante começarmos esse movimentopara nos organizarmos e irmos paraBrasília. Não é possível trabalhar comprejuízo. Nosso objetivo é chegar até apresidência, porque do jeito que ela estáadministrando um setor produtivo como onosso, parece o fim do mundo. Não épossível quase quebrar a Petrobrás,aumentar o diesel e segurar a gasolina”,afirmou.

Quem também esteve presente foi opresidente da Feplana — Federação dosPlantadores de Cana do Brasil, Paulo Leal,que relatou que nos últimos anos, o setorvive com o custo de produção muitosuperior ao que tem recebido. “Todos nósestamos sofrendo com isso. Cada vez maiscom empecilhos de legislações ambientais,trabalhistas e fundiárias. Nós estamossendo impedidos de praticar o que nóssabemos, que é plantar, colher e entregar

para a usina industrializar. Estamos sendopenalizados não só por este governo, mastambém pelos governos internacionais, queboicotam nosso etanol. É preciso que hajauma política a longo prazo para o nossoetanol, um combustível limpo e renovávelque, nós, brasileiros, plantamos eproduzimos”.

O engenheiro agrônomo RicardoCaiuby de Faria, diretor da Sucral, diz que omovimento não deve ser apenas dostrabalhadores ligados ao setorsucroenergético, mas sim, de toda asociedade que usufrui dos produtosoriginados da cana-de-açúcar. “O setor estámorrendo aos poucos da maneira como temsido conduzido. Nas unidades localizadasem novas fronteiras não há fornecedor decana, tamanha é a descapitalização vivida.Ao que parece, quem pressiona mais levavantagem com esse governo. Então, temosque ir para as ruas, envolver toda asociedade que usa o etanol e mostrar asdificuldades de quem produz”.

Produtores, políticos e representantes do setor encabeçam protesto em Piracicaba, SPManifestantes pedem melhoria nas políticas públicas para o mercado de etanol

O GIGANTE ACORDOU!

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Anunciada em 20 de maio, a fonte derecurso do programa de subvenção dosprodutores de cana nordestinos foi, enfim,publicada na medida provisória nº 624,em 15 de agosto, no Diário Oficial daUnião. A presidente Dilma Rousseffautorizou a liberação de R$ 148 milhõespara 17 mil agricultores prejudicados pelamaior seca dos últimos 50 anos na região.Cada produtor receberá R$ 12 portonelada de cana fornecida às usinas nasafra 2011/12.

A preocupação era com o calendário,já que os canaviais não esperam a vontadegovernamental. “Existe muita gente queperdeu cana na safra anterior e estácontando com esse auxílio para recomeçar.Então, não se pode esperar muito. Tratosculturais e plantio tem o momento certopara se fazer e temos pouco tempo parainvestir. Na Paraíba este processo aconteceem agosto”, disse Murilo Paraíso,presidente da Asplan - Associação dosPlantadores de Cana da Paraíba.

A publicação resolve um problemacriado pelo próprio governo na MP 615,originária da subvenção dos fornecedoresde cana. A fonte de recurso não havia sidoinformada, impedindo o pagamento dosubsídio. “A liberação da subvenção ésempre bem-vinda, mas o problema é quea equipe econômica do governo federaldemorou quase três meses para efetivá-la”,diz Alexandre Andrade Lima, presidenteda Unida - União Nordestina dosProdutores de Cana.

Neste intervalo, o período chuvoso naregião canavieira nordestina chegou ao seufinal. “Os recursos federais emergenciaischegaram para socorrer os produtores,porém, fora do período agrícola hábil. Issoinviabiliza investimentos nos tratosculturais e na renovação dos canaviaispara a nova safra”, pontua Lima,lembrando que os efeitos da secaassociados à falta de investimento noscanaviais provocarão outro déficitprodutivo na próxima safra.

No Nordeste, subvenção é liberadaAlexandre Andrade Lima, à direita, com produtor: governo demorou quase três meses para efetivar subvenção

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“O momento exige e éoportuno”, diz ArnaldoJardim sobremanifestações pró-setor

ANDRÉ RICCI

Lutar por melhorias para o setorsucroenergético é um dos desafios dodeputado federal Arnaldo Jardim. Oparlamentar, junto a associações ecooperativas do segmento, está à frente dasmanifestações que tem como objetivo darmaior competitividade ao etanol, já que aatual política de combustíveis adotada peloGoverno Federal tem prejudicado toda acadeia canavieira. Confira entrevistacompleta:

JornalCana: Como o senhor avalia aimportância do setor para o Brasil?

Arnaldo Jardim: Todos sabem daimportância estratégica para o país que osetor sucroenergético possui. É dele que saio etanol mais renovável do mundo, abiomassa que dá origem a uma energialimpa e o açúcar, imprescindível para asociedade. O setor nasce nos canaviais etermina na residência de cada um dosbrasileiros. É também referência dachamada “economia verde” que o mundotanto precisa.

Qual sua opinião sobre o futuro dosegmento?

Todos nós nos entusiasmamos quandoo então Presidente da República, LuizInácio Lula da Silva foi ao exteriorproclamando as virtudes do nosso etanol. Etodos nós ficamos animados quando asbarreiras para exportação aos EstadosUnidos começaram a cair. Há um mundoávido pelo nosso etanol, assim como umademanda crescente de combustíveis dentrodo nosso próprio país.

O que fazer para que o setorsucroenergético volte a crescer?

A situação é estarrecedora. Quandovemos o tamanho do segmento e a situaçãoem que se encontra é preocupante. Amaneira como a política de combustíveisvem sendo conduzida desestimula aprodução e os novos investimentos. Ogoverno, infelizmente, só se moverásignificativamente a partir de uma pressãoque o setor possa fazer com apoio dasociedade.

É preciso ir às ruas, então?Participei com muito entusiasmo da

mobilização que foi realizada emPiracicaba, interior de São Paulo, quecongregou entidades representativas dosetor. Estou confiante de que novasmanifestações ocorram e espero que tudoisso convirja em uma grande manifestação,que no meu entender, deve ser feita emBrasília, DF. Este é o caminho para

sensibilizar de uma forma integral oCongresso Nacional, as autoridades doexecutivo e em especial a presidente DilmaRousseff. Acredito que a manifestação devaser feita no fim de setembro. Vamos invadira Esplanada dos Ministérios. Vamos invadirBrasília.

O setor apoiará esta luta?Sinto que o setor está engajado em

realizar essa manifestação. Mais que isso. Asituação exige uma medida dessa natureza eo momento não poderia ser mais oportuno.Teremos uma grande adesão, com certeza.

Qual sua opinião sobre o últimopacote lançado pelo Governo Federal?

O pacote do governo foi pontual,incapaz de reverter o quadro de desânimoque vive hoje o setor. Para que isso ocorra,precisamos de uma alteraçãoparticularmente na política de preços doetanol. A revisão da sistemática de preçosprecisa ser o objetivo. É cedo para afirmarse vai ser bom para o setor ou impulsionar aprodução. A redução do PIS/COFINS (naprática foi zerado) deve ajudar nacompetitividade do etanol, mas essediferencial poderá ficar “parcialmente ouintegralmente” com outros elos da cadeia

(distribuição, varejo ou o consumidor nocaso de uma redução do preço final) e nãobeneficiará apenas o produtor. Cerca de30% das empresas do setor terãodificuldades de acesso aos créditos paraestocagem e para o Prorenova - Programade Apoio à Renovação e Implantação deNovos Canaviais em decorrência de seuselevados níveis de endividamento.

Por que o senhor defende o marcoregulatório em prol do etanol?

O marco regulatório diminui avulnerabilidade de toda a cadeia produtiva.É uma política de Estado que defendenossos produtores de ameaças externasinerentes ao nosso mercado e tambémeventuais crises. Sou um defensorintransigente de agências reguladoras emtodos os segmentos importantes eestratégicos do País, desde que embasadasna representatividade, na independência deação e na qualidade das normas e nastécnicas a serem aplicadas.

Como o etanol pode competir emigualdade com a gasolina?

Se não houver claras políticas públicaspara assegurar o valor do etanol do ponto devista ambiental e econômico – por causa da

importância da cadeia sucroenergética – nãose poderá assegurar estabilidade setorial,qualidade e crescimento da produção paraatender o mercado interno e às exportações.Não há como o etanol competir por igualcom a gasolina por causa das diferençascaracterísticas das cadeias de fabricação ecomercialização dos dois produtos. Só umapolítica de Estado, que privilegie umcombustível renovável na matriz energéticado País pode impedir que o etanol e outroscombustíveis renováveis sucumbam diantedo artificialismo dos preços que têm sidopraticados para a gasolina, que importadaem volume cada vez maior provoca oaumento da emissão de gases de efeitoestufa e pressiona o déficit da conta decombustíveis.

A volta da Cide sobre a gasolina é apeça chave?

Precisamos que ela seja utilizada deacordo com sua função, de formaregulatória. É preciso incorporar asexternalidades do etanol. O país vive hojeum grande problema na área da saúde.Imagine as condições de saúde dos grandescentros urbanos sem o etanol, como seriamais grave.

ENTREVISTA — Arnaldo Jardim

“NÓS VAMOS INVADIR BRASÍLIA”

Arnaldo Jardim: o governo só se moverá a partir de uma pressão feita pelo setor, com apoio da sociedade

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RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

O ex-ministro de Agricultura, Pecuária eAbastecimento, Roberto Rodrigues, é sempreum convidado de destaque nos principaiseventos do setor sucroenergético. Isto nãoacontece por acaso. Além de ter participado demomentos relevantes que revolucionaram aatividade ao longo de décadas, RobertoRodrigues – que é coordenador do Centro deAgronegócio da Fundação Getúlio Vargas –tem uma visão clara sobre os problemas, asnecessidades e o potencial do setor.

Entre outros assuntos, ele costumaabordar um tema com bastante ênfase: afalta de estratégia do governo brasileiro quedeveria considerar também a possibilidadede expansão do setor sucroenergético, forado Brasil, em países situados entre o Trópicode Câncer e o Trópico de Capricórnio. Nestafaixa estão todos os países da AméricaLatina, os que integram a Áfricasubsaariana e os mais pobres da Ásia, dosquais a cana-de-açúcar é originária(Indonésia, Filipinas, Índia).

Segundo o ex-ministro, a agroenergia éestratégica para o desenvolvimento dessespaíses que poderiam vender a sua produçãopara as nações mais ricas, o que possibilitariauma mudança na geopolítica mundial. E essareviravolta poderia ser comandada pelo Brasil– propõe – que tem condições de exportarknow-how, usina, legislação, variedade decana, sistema de produção, logística.

Mas, antes de fazer isto, o Brasil precisaarrumar a casa. “Quem vai procurar um setorque não é fluorescente? Quem vai se interessarpor um setor que está sendo esmagado porfalta de estratégia? - questiona. Em relação apolíticas públicas, Roberto Rodrigues destacaa necessidade de adoção de três medidas queconsidera fundamentais para a retomada docrescimento.

A principal delas é o aumento do preçoda gasolina para que seja restabelecida acompetitividade do etanol, o que gerariarentabilidade e criaria condições para arealização de investimentos. Além disso, eledefende o retorno da Contribuição deIntervenção no Domínio Econômico (Cide) e adesburocratização do acesso ao crédito.

Para voltar a “brilhar”, o setorsucroenergético brasileiro requer um conjuntode ações – detalha – que incluem, porexemplo, o fortalecimento do Consecanavisando uma relação comercial maisequilibrada entre o produtor de cana e aindústria. Ele é favorável também a umaredefinição do zoneamento agroecológico decana no país, que foi feito “a toque de caixa”para atender uma demanda imediata dogoverno. “Precisaria ser feito com mais

tranquilidade, aprofundar, ir amicrorregiões”, avalia.

De acordo com Roberto Rodrigues, énecessário investir na pesquisa agrícola,industrial e automativa. “Até hoje nós nãotemos um carro a álcool. Temos um motor agasolina adaptado para o etanol. Não houveinvestimento no motor a álcool nem no motora diesel com álcool”, constata. Ele não temdúvidas que daria para melhorar essaproporção de 70% de eficiência do etanol emrelação à gasolina caso houvesse investimentoem pesquisa.

A indústria alcoolquímica está chegandomeio aos trambolhões, com investimento deempresas privadas. Mas, fora isto, não estásendo feito nada nessa área. “É preciso investirna biorrefinaria, que é um negócio gigantesco.O céu é o limite nesse tema”, enfatiza. Outraárea que exige atenção especial – afirma – é ade recursos humanos. “Não tem gentepreparada para um crescimento explosivo daatividade. O setor precisa de um vigorosoprograma nessa área”, diz.

Roberto Rodrigues sugere ainda aimplantação de um programa de reconversãode culturas em áreas que não são apropriadaspara a mecanização da colheita de cana. Esseslocais poderiam ser utilizados para atividadefrutífera, florestal ou seringueira. São Paulotem pelo menos 200 mil hectares,inadequados para o corte mecanizado, quepoderiam – observa – ser aproveitados para oplantio de frutas.

“Se fizer, por exemplo, fruticultura naárea de cana via indústria de transformaçãonas cooperativas de produtores já existentes,cria-se um mercado gigantesco de frutas innatura ou industrializada. O açúcar e obagaço de cana estão lá. Tem tudo prontopara fazer uma indústria de alimentos, dedoces, geléias, para exportação. Há muitacoisa estratégica que precisa ser considerada”,enfatiza Roberto Rodrigues, que foi ministroda Agricultura, de 2003 a 2006, participou daelaboração de estudos para a implantação doProálcool, da criação do sistema depagamento de cana por teor de sacarose, alémde ter sido pioneiro em sua fazenda, nos anos60, da rotação de cultura de cana-de-açúcarcom soja e amendoim.

Falta estratégia para

o setor voltar a brilharDepois de arrumar a casa, Brasil pode comandarmudança na geopolítica mundial a partir daprodução de agroenergia em países tropicais

Roberto Rodrigues aponta problemas,

necessidades e potencial do setor

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RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

Apesar da importância do setor, existeuma inércia do ponto de vista público emrelação a um assunto tão relevante para asociedade brasileira, afirma RobertoRodrigues. Veja a entrevista completa nestapágina e na página 30:

JornalCana: O que significa para osetor as medidas anunciadas pelogoverno desde o início do ano, como oaumento do preço da gasolina, o retornoda mistura de 25% de anidro nagasolina, a desoneração do PIS/Cofins,as novas condições para o Prorenova epara a linha de crédito voltada àestocagem de etanol?

Roberto Rodrigues: As medidas sãoinsuficientes para haver uma retomada. Euacho que nenhuma delas representa algoconsistente, salvo a questão de renovaçãode canaviais e de estocagem de etanol quesão importantes, porque dá um oxigêniopara o setor. Só que é preciso que ocorrauma desburocratização na concessãodesses créditos. Não é um negócio universalpara o sistema como um todo, porque umaparte do setor terá dificuldades para aobtenção desses créditos.

O que precisaria ser feito pararealmente resolver a situação?

O ponto central é o reequilíbrio dopreço da gasolina. Tudo mais é, de certaforma, perfunctório. Aí é estabelecida acompetitividade que gera lucratividade quetraz investimento. A empresa terá acesso aocrédito. Fica numa posição contábil maisagradável em relação à burocracia, aoBNDES e ao sistema financeiro de maneirageral. O aumento da gasolina é de interessenacional do ponto de vista da Petrobrasque já perdeu mais de um terço do seuvalor em dois anos. É necessário paraequilibrar as contas da empresa. O governo

alega que o reajuste do preço da gasolinavai gerar um problema inflacionário eatingir o bolso do povo. Quem é que estápagando a conta da Petrobras que éempresa pública? É o povo, a mesma coisa.Vai mudar o bolso apenas. O argumentoda inflação não me convence, porque se asociedade brasileira pagaria alguma coisa amais pela inflação, já está pagando pelasperdas da Petrobras.

Quais são as outras medidas quedevem ser adotadas para alavancar osetor?

O segundo ponto é o retorno da Cide.

Isto cria um colchão adicional para acompetitividade. O terceiro tema é adesburocratização do acesso ao crédito. Seisto não ocorrer, ele torna-se inútil, umenfeite na vitrine. Fica trancado e oempresário não pode pegar. Essadesburocratização significa flexibilizar asgarantias, compreender que o processo deendividamento do setor é fruto da falta depolíticas públicas. É preciso dar umavirada em um problema causado pelogoverno brasileiro que tem quase o deverde compensar o que ele fez contra o setornos últimos anos.

O senhor defende a necessidade deser feita novamente a promoção doetanol?

Acredito que esse tema é decompetência a Petrobras. Não é umnegócio que o setor privado tem que fazersozinho. É uma coisa que é de interesse doEstado sob o ponto de vista ambiental,social, de renda coletiva, da redução dasimportações de gasolina. Têm tantasvantagens as externalidades do etanol queo crescimento do consumo é bom para oestado brasileiro. O que acontece nesseprocesso de perda de competitividade éque cria-se no inconsciente do consumidoruma preferência pela gasolina. E ainda quea competitividade seja resgatada, essapreferência demora para ter umamudança. Fazer a promoção é uma coisanecessária. Mas, as outras questõesprecisam acontecer também. Se isto nãoocorrer, não adianta fazer promoção paraum produto que não é competitivo.

Falta um planejamento, uma visãomais global?

Sim, falta um planejamento que teriaque ser feito por uma Secretaria Nacionalde Agroenergia. E não pela Petrobras ouANP (Agência Nacional do Petróleo, GásNatural e Biocombustíveis). Com três ouquatro empurrões, o setor explode de novo.Tem riqueza, emprego, renda, exportação.É um negócio formidável.

Enquanto tudo isto não acontece, oque as usinas e destilarias podem fazer?

O setor pode andar sem o Estado?Pode. Mas, vai ser um setor menor. Agora,o que é energia, o que é combustível? Équestão estratégica para qualquer nação domundo. Podemos fazer bioeletricidade emtoda usina do Brasil. Mas, isto não é feitosem crédito. Falta uma estratégia para osetor de agroenergia como um todo. Ébiocombustível, bioeletricidade,biorrefinaria. É todo um projeto gigantescoque no Brasil pode ser “capitão” daindústria, gerar empregos nos setores de

ENTREVISTA – Roberto Rodrigues

Atividade sucroenergética é sustentabilidade na veia

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equipamentos agrícolas e industriais, nasub-indústria que alimenta essessegmentos. Além disso, pode movimentar aindústria de defensivo, de fertilizante, aciência e a pesquisa de tecnologia. Enfim,tem um espaço explosivo de crescimento nosetor que é de interesse nacional. O que meassusta é haver uma inação do ponto devista público em relação a um assunto tãorelevante para a sociedade brasileira. É umprojeto de interesse mundial sob o ponto devista da emissão de CO2. É sustentabilidade na veia. Não estamosolhando esse negócio com a necessáriaatenção.

Quais são os momentos que osenhor destacaria na sua trajetóriaempresarial e institucional?

O primeiro momento marcante foientre 71 e 75 quando o meu pai era vice-governador do estado de São Paulo, e euera presidente da Coplana, de Guariba. OBrasil gastava praticamente 60% de tudoque exportava para comprar petróleo. Eupropus ao meu pai que criássemos umprograma de álcool no Brasil e ele formouum grupo de trabalho com três técnicos.Desenvolvemos um estudo nessa área. Esseprojeto foi entregue ao presidente ErnestoGeisel em 1974, um ano antes do Proálcool

ser implementado definitivamente. Tenhoimpressão que esse documento uniu-se aosdocumentos preparados pelo pessoal deRibeirão Preto, Orlândia, da Sopral eoutros que trabalharam este tema naqueletempo. Acho que ajudou a dar origem aoProálcool.

Qual foi a importância dos recursosdo Fundo Especial de Exportação para ofortalecimento dos produtores de cana?

Outra coisa importante aconteceunesse mesmo período, no começo dos anos70, quando o presidente do Instituto doAçúcar e do Álcool (IAA), o general Tavaresdo Carmo criou o Fundo Especial deExportação que era uma diferença entre odinheiro pago pelo IAA para compraraçúcar das usinas e o que o Institutoobtinha com a exportação do produto. Essedinheiro fazia parte de um enorme fundoque tinha grande peso na estruturafinanceira do governo. Eu sugeri a ele quefizesse financiamento dos produtores, apartir desse fundo, por meio dascooperativas. Essa medida fortaleceu ascooperativas de crédito dos produtores decana. Todo mundo mecanizou suasculturas, comprou máquinas, tratores,caminhões. Recebemos dinheiro tambémpara investir na ampliação do parqueagrícola. Eu acho que tive uma participaçãopara que isto se transformasse em um planode apoio aos produtores de cana.

O senhor teve também participaçãona criação do pagamento de cana por

teor de sacarose?No final dos anos 70, tornou-se

presidente do IAA, o coronel ConfúcioPamplona. Eu sugeri a ele, no dia da posse,que o Brasil criasse o pagamento de canapor teor de sacarose. Era um absurdovender tonelada de cana por hectare.Queríamos vender açúcar por hectare. Eleentendeu e criou uma comissão nacional esaiu o pagamento de cana por teor desacarose. Foi a maior revolução do setorsucroalcooleiro no século 20indiscutivelmente. Mudou o paradigma.Nisso tenho uma contribuiçãofundamental.

Como foi a sua gestão no Ministériode Agricultura?

Durante a minha gestão, eu convenci opresidente Lula que a agroenergia podiamudar a geopolítica mundial e ele setransformou no grande defensor do etanolmundialmente. Tenho a autoridade moralpara dizer que fui eu que levei esse temapara dentro do governo, criando também oprograma do biodiesel. (RA)

“Com três ou quatroempurrões, o setor explode

de novo. Tem riqueza,emprego, renda,

exportação. É um negócioformidável”

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RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

Pode ser mais um “penduricalho” deações e políticas inexpressivas fadadas aofracasso. Pode ser mais um “cabidão” quecarregue o ônus da corrupção – senão, elaprópria – e aumente a indignação nas ruas.Mas, pode ser também um passoimportante para dar uma dimensão maisjusta ao setor sucroenergético brasileiroque fica, em diversas ocasiões, mendigando

atenção nos corredores palacianos. Tudodepende de quem, quando, como e paraque criar a Secretaria Nacional deAgroenergia – que é uma propostadefendida há muitos anos pelo ex-ministroda Agricultura, Pecuária e Abastecimento,Roberto Rodrigues –, caso essa medida sejarealmente colocada em prática.

Em palestras, debates, entrevistas, elesempre costuma abordar o tema. Nãodefende a proposta para este ou aquelegoverno, nem para este ou outro momentopolítico. Roberto Rodrigues – que esteve afrente do ministério, de 2003 a 2006 – tema noção exata dos benefícios que umaSecretaria de Agroenergia podeproporcionar para o setor. Segundo ele,este órgão teria um papel importante paraa definição de uma estratégia para odesenvolvimento da atividade, que leve emconta o potencial do etanol, da

bioeletricidade e da biorrefinaria. Aestratégia deve também considerar –afirma – a possibilidade da expansão dosetor em países tropicais, sob a liderançabrasileira.

Existe a necessidade de umplanejamento para a atividadesucroenergética que deve ser feito por umaSecretaria Nacional de Agroenergia, comstatus de ministério, e não pela Petrobrasou pela Agência Nacional do Petróleo, GásNatural e Biocombustíveis (ANP), observa.“Doze ministérios estão cuidando de etanol

no Brasil. Só tem gente boa e séria. Mas,uma não conversa com a outra. Não hácoordenação, estratégia”, comenta. Deacordo com ele, com tanto ministério noBrasil, falta um órgão para um setor quetem espaço para crescer, que pode levarpara fora essa experiência exitosa. “É umnegócio formidável. Gera riqueza,emprego, renda, exportação. Com três ouquatro empurrões, essa coisa explode denovo”, enfatiza Roberto Rodrigues, que écoordenador do Centro de Agronegócio daFundação Getúlio Vargas.

Secretaria de Agroenergia pode gerar benefícios para o setor

“Secretaria de Agroenergiateria papel importante na

definição de estratégias quelevem em conta o potencialdo etanol, da bioeletricidade

e da biorrefinaria”

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A proposta de Roberto Rodriguesprovoca inquietação e reflexão. Geraapoio, aplauso e até desconfiança emrelação à eficácia da sua implementação.Luiz Carlos Corrêa Carvalho, o Caio,presidente da Associação Brasileira doAgronegócio (Abag) conhece bem ospropósitos e as intenções do ex-ministro.Ele foi presidente da Câmara Setorial daCadeia Produtiva do Açúcar e Álcoolquando Roberto Rodrigues era ministro daAgricultura. Naquela época, o assunto jácomeçava a entrar em pauta. “Acho queessa ideia é brilhante na medida em queseja imaginada num governo que quer sereficaz e trabalhe com poucos ministériosimportantes, de forma planejada”, avalia.Neste caso, toda questão energéticadeveria passar por essa secretaria comstatus de ministério, do nível da Casa Civil.

Mas, do jeito em que a situação seencontra hoje no governo federal, CaioCarvalho não acredita no êxito dainiciativa, caso houvesse a implantaçãoimediata da nova pasta. Ele tem motivospara isto. Os 39 ministérios existentes são“fechados em si mesmo, competem entresi”, opina. Pior do que isto: “Há umtiroteio” – dispara. Neste cenário, umaSecretaria de Agroenergia poderia setornar mais um degrau burocrático, depouca eficiência, analisa o presidente daAbag. Além disso, corre o risco de seratingida por “balas perdidas” ou até por“projéteis” com direção certa. “Vai ficar no

meio de um bombardeio e não haverátempo nem para respirar”, comenta. Seráque valeria a pena então a sua criação?

Para Caio Carvalho, antes dequalquer coisa, é preciso enxugarministérios. “Em um governo modernoque tenha de fato um comportamentomais democrático, que não tenha essacoisa até de intimidar, obviamente quedesempenhará um papel importante.Segundo ele, uma Secretaria devedesenhar junto com o setor privado, deforma transparente, um programa deenergia de longo prazo com uma visãogeopolítica. Deve ter muita força deplanejamento e poder de veto, dentro dogoverno, em relação a medidas quecontrariem o que democraticamente tenhasido estabelecido. Caio Carvalho – que étambém diretor do Grupo Alto Alegre e daCanaplan Consultoria Técnica – diz queesta Secretaria não necessita de umaestrutura “monstruosa” para exercer assuas atividades. (RA)

“Toda questão energéticadeveria passar por

essa secretaria comstatus de ministério,

do nível da Casa Civil”

Iniciativa é interessante em um governo moderno e eficaz

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Um órgão na área de agroenergia, comstatus de ministério, não vai ter autonomiapara resolver todos os problemasrelacionados ao setor, opina Luiz CustódioCotta Martins, presidente da CâmaraSetorial da Cadeia Produtiva do Açúcar eÁlcool, vinculada ao Ministério daAgricultura, Pecuária e Abastecimento(Mapa). “É difícil concentrar tudo numlugar”, afirma. Problema tributário temque ser resolvido no Ministério daFazenda, questões referentes ao etanoldevem ser tratadas na ANP, que é ligadaao Ministério de Minas e Energia, açúcar ecana-de-açúcar são assuntos do Ministérioda Agricultura, exemplifica. Dependendodo tema, a “peregrinação” continua pelosministérios do Trabalho e Emprego, doMeio Ambiente, entre outros.

Poderia até ser criada uma secretaria

para centralizar todas as demandas dosetor, pondera. “Mas, agora, quando asruas estão dizendo para cortar osministérios, é complicado. Isto deve serpensado no longo prazo, para o próximogoverno, estudando-se uma propostaestrutural. No curto prazo, eu não acredito.O momento não é propicio”, avalia. Ele dizque o assunto poderia fazer parte de umprocesso de reorganização de ministérios.Luiz Custódio considera como umaalternativa viável a criação de umacoordenadoria ligada à Casa Civil paraacompanhar o encaminhamento dediversas questões referentes à atividadesucroenergética. “Um ministério não podecobrar do outro. O único ministério quepode fazer isto é a Casa Civil que estáligada à Presidência da República”,comenta. (RA)

Assuntos relacionados ao setor sucroenergéticoestão dispersos em vários ministérios

Qualquer ação com a finalidade decoordenar as demandas da agroenergia épositiva, afirma André Rocha, presidente-executivo dos Sindicatos da Indústria deFabricação de Etanol e de Açúcar doEstado de Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar). Só isto,porém, não basta. O governo deve ofereceralgo mais – opina – do que um cargo e umaSecretaria. “Precisa ter vontade paraapresentar políticas públicas de incentivo aagroenergia”, alfineta. De acordo com ele,mesmo algumas medidas já anunciadas,não tinham sido totalmente implementadasaté o final de julho.

“Desde o início desse governo, nós nãotemos conseguido uma interlocuçãoefetiva”, comenta André Rocha, que étambém presidente do Fórum NacionalSucroenergético. Para ele, a criação deuma Secretaria de Agroenergia é bem-vinda – enfatiza –, mas essa medidaisoladamente não vai resolver as atuaisdemandas da atividade sucroenergética. “Ogoverno precisa chamar o setor para odiálogo, criar uma agenda, colocar uminterlocutor, que pode ter – ou não – essecargo”, diz. A criação do órgão – avalia –pode ser uma consequência de uma maioraproximação.

“Realmente os assuntos relacionadosao setor estão dispersos em váriosministérios. Falta um interlocutor”,constata. O papel que pode serdesempenhado por uma Secretariadepende – detalha – do poder e do alcanceque ela teria, de quem ocuparia esse cargo.Existe uma série de questões. “Havendovontade do governo, ela ajuda. Havendo

vontade, talvez ela não seria tão necessária.Não havendo vontade, não vai adiantarnada”, observa.

Uma Secretaria de Agroenergiaprecisa ser um órgão estratégico, deve terforça, orçamento e linha direta com aPresidência da República, afirma RenatoCunha, presidente do Sindicato do Açúcare do Álcool do Estado de Pernambuco(Sindaçúcar). “Precisa ter status elevado”,ressalta. Ele considera a ideia positiva.“Qualquer proposta que venha agregarações para a formulação de políticas emfavor do setor é importante”, diz.

Essa iniciativa não pode ser – segundoele – incompleta. “Não podemos esquecerque a cana-de-açúcar é a base primáriapara a produção de açúcar, etanol ebioeletricidade. A grande questão é como oaçúcar será tratado. Vai ficar num canto? –indaga. Uma secretaria nessa área deve terinclusive atribuições bem definidas. “Épreciso entender como vai ser o desenho. Opróprio setor teria que participar dessamodelagem”, propõe Renato Cunha queocupa também o cargo de vice-presidentedo Fórum Nacional Sucroenergético. (RA)

Coordenadoria ligada à Casa Civil é uma alternativa

Governo precisa criar agenda e definir interlocutor

Luiz Custódio Cotta Martins: “É difícil concentrar tudo num lugar”,

André Rocha

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Setembro/2013POLÍTICA SETORIAL36

ANDRÉ RICCI, DE SÃO PAULO

Biagi é um sobrenome emblemático no setorsucroenergético. Um de seus portadores, o Luiz, falou comexclusividade ao JornalCana sobre o atual cenário dosegmento. No bate-papo, o empresário fez uma análisecrítica sobre crise industrial, em especial, na região deSertãozinho, interior de São Paulo, considerada um polocanavieiro. Com experiência suficiente para apontarcaminhos, Luiz Biagi, formado em economia, revela, entreoutras coisas, que o etanol nasceu para ser coadjuvante emrelação à gasolina, além de apostar na biomassa comoimportante fonte financeira para setor sucroenergético.Confira a entrevista:

JornalCana: O setor sucroenergético passou porum período de retração em 2012, sendo que a criseafetou diretamente a área industrial. Como enxerga oatual cenário?

Luiz Biagi: Existem muitos projetos e investimentospontuais, o que é um fator positivo diante desta situação.Com o mercado de cogeração se aquecendo, muitas usinasestão reformando seus equipamentos, quando nãocomprando novos. Acredito que no futuro essa área devamovimentar bastante a economia, já que o Brasil precisa deenergia limpa. Hoje começamos a ter dificuldade nosuprimento de energia elétrica, o que me deixa otimista emrelação a biomassa.

Todos os problemas se resumem a falta de políticaspúblicas?

Não, claro que não. Muitos são decorrentes da faltade visão dos empresários. O Brasil ainda não encontrou oacolhimento verdadeiro para o etanol, isso é verdade.Certo momento a Petrobras é onerada, outrora o produtorde etanol, ou seja, não há um caminho definido. Por essasdificuldades, acredito que no futuro teremos o modeloideal de negócio, que favoreça todas as partes, inclusive aopaís. Mas esse não é um problema recente. Desde quesurgiu o Proálcool, há 40 anos, convivemos com essasalterações.

E o que o setor deve fazer?Temos muitas coisas para realizar. Existem muitos

pontos que estão sendo deixados de lado. É primordialtermos produtividades agrícola e industrial melhores. Mas,para isso, são necessários aprimoramentos que tornem osetor mais competitivo. O desafio é esse. Precisamos ter,

por exemplo, o etanol competitivo em função do aumentode produtividade, não apenas do preço. Infelizmente, essaé a realidade, não fazemos nossa parte.

Antes desta crise, o segmento vinha crescendocontinuamente, o que deixou os empresários relaxados.A queda fez com que eles retomassem o trabalhoadequado?

Acredito que sim. Passamos também por um períodode transição em relação a mecanização, tanto no plantioquanto na colheita. Isso logicamente cria problemas quedificultam a evolução. Passado esse período, tenho certezaque retomaremos a linha de crescimento mais fortes.

O senhor falou em um modelo ideal na política decombustíveis. Qual sua opinião sobre isto?

É evidente que precisamos de uma estrutura melhorneste sentido. O álcool é e sempre será coadjuvante emrelação ao petróleo. Não devemos ter a pretensão de ser aestrela, mas sim, sermos humildes e aceitar o papel decoadjuvantes. O etanol nasceu para ser um aditivo nomundo todo. Mas, hoje, já é possível ver muitos paísesutilizando etanol, o que gera um conceito mundial,fortalecendo o biocombustível.

E o açúcar, onde entra nesta história toda?A produção de açúcar está crescendo no mundo todo.

África, Tailândia, entre outros, estão evoluindo a cada anonessa área. Para nós, o açúcar tem sua grande parcela deimportância. Mas, na minha opinião, ele não vai valorizar acana. Esse papel é do etanol, então, temos que caprichar nasua produção.

Sobre biomassa, que o senhor já disse estarcrescendo. Qual o futuro brasileiro?

Nas usinas, temos que melhorar o gasto de vapor. Asunidades gastam em torno de 400 kg de vapor/tonelada decana, valor alto e que pode ser reduzido com osaprimoramentos existentes. Com isso, teremos mais vaporpara cogeração. Costumo dizer que este processo é um sorona veia do empresário, ou seja, renda que paga parteexpressiva do custo fixo. Além de melhorias na áreaagrícola, investir em cogeração é um ponto fundamental.

Com relação aos preços nos leilões de energiaelétrica. Qual sua avaliação?

Precisa aumentar para o empresário voltar a investir.Pensar em energia eólica, como o governo tem feito, é umafalha de visão que muito em breve deve ser corrigida.

ENTREVISTA - Luiz Biagi

Luiz Biagi usa experiência para apontar caminhos ao setor

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Setembro/2013POLÍTICA SETORIAL40

Ricardo Dornelles descartaalterações; Pedro Parente critica apolítica brasileira de combustíveis

ANDRÉ RICCI, DE SÃO PAULO

Governo e setor sucroenergético avançaram, mas aindanão se entendem quando o assunto é a política decombustíveis brasileira. Exemplo disso foram as declaraçõesdurante o Ethanol Summit, evento que reuniu líderes deambas as partes, colocando as opiniões em conflito.

O presidente e CEO da Bunge Brasil, Pedro Parente,entoou o coro de que um dos maiores gargalos do segmento éa forma com que o governo trata o combustível fóssil,congelando os preços nos postos e tendo como artifício adesoneração, como é o caso da cobrança da Cide -Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, retiradahá alguns meses. “Desde 2005 o governo vem repassando osreajustes da gasolina para a refinaria. Isso faz com que o preçona bomba se mantenha e o setor sucroenergético, que nãocontou com nenhum auxílio, precise segurar o valor do etanoltambém, que mês a mês, sofre com o aumento no custo deprodução. O diferencial que havia entre os preços doscombustíveis simplesmente sumiu”, afirmou.

Já Ricardo Dornelles, diretor do departamento deCombustíveis Renováveis, Ministério de Minas e Energia, nãocredita a desaceleração sofrida no setor canavieiroexclusivamente às ações governamentais. “Dizer que o preçoda gasolina tem causado os problemas do setor

sucroenergético é tapar o sol com a peneira”, enfatizou.O problema vem sendo debatido constantemente, a cada

encontro entre as partes. De um lado, os empresárioscanavieiros questionam o apoio a gasolina, combustível fóssil eque por isso causa problemas ambientais. Depois de algunsanos vivenciando uma linha ascendente de crescimento, em2012 o cenário mudou e os problemas surgiram.

Parente lembra que as ações não têm contribuído nemmesmo com a Petrobras, que segue contabilizando prejuízos.“Temos um cenário de redução de receitas e aumento doscustos. O assunto já não era prioridade no governo, agora, queoutros pontos surgiram, menos ainda. Não tenho perspectivade que, a curto prazo, mudanças ocorram”, desabafou.

Do outro, o governo brasileiro afirma estar trabalhandoem prol do país. No início do ano, medidas de incentivo aprodução canavieira foram anunciadas, como a volta damistura de etanol na gasolina em 25%, linhas de crédito paraa reforma dos canaviais, e a retirada da Cide incidida nobiocombustível.

Outros pontos, como a possibilidade de alteração nopreço da gasolina, Dornelles rechaça. “A Cide não vai voltarem curto prazo. Estamos preocupados com o crescimento dopaís, assim como com a inflação. A volta da Cide sobre agasolina é muito bom para o setor sucroenergético, mas podenão ser para a sociedade”, afirmou.

Sobre maneiras de como retomar o trilho da evolução, orepresentante fala em investimentos e mudanças de visão. “Osetor é muito heterogêneo, e assim, os interesses são muitodiversificados. Vejo que parte do segmento está no caminhocerto, voltando a investir em produtividade e eficiência.Aqueles que desenvolverem primeiro esses pontos, vãodeslanchar”, finalizou.

Setor sucroenergético reivindica

a volta da Cide sobre a gasolina

Pedro Parente: artifício da desoneração

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Por enquanto, apenas especulaçõesPATRÍCIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

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A notícia que o governo vai avaliar o reajuste de preçosde combustíveis, anunciada em 14 de agosto último peloministro de Minas e Energia, Edison Lobão, levantouespeculações no setor sucroenergético. No entanto, tudoisto nada mais é do que um factóide, acreditam osespecialistas. Para o economista e diretor do CBIE - CentroBrasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, a eventual altada gasolina melhoraria a situação da competitividade como etanol, mas esse aumento, se acontecer, será feitoexclusivamente para beneficiar a Petrobras e não o setor deetanol.

"O setor de etanol será beneficiado automaticamente,mas ninguém do governo está aumentando o preço dagasolina pensando nele. Eles vão aumentar por causa dasituação financeira muito ruim da Petrobras" disse AdrianoPires.

Muito se fala sobre a volta da Cide – Contribuição deIntervenção no Domínio Econômico sobre a gasolina, comoalternativa à crise do setor. Apesar da proposta para colocá-la até a R$ 0,50, como contribuição à redução da tarifa doônibus em R$ 1,20, o fato é que isto seria impossível naprática, observa o economista. De acordo com ele esta açãoelevaria o preço da gasolina em 40%, o que iria muito alémda meta de inflação estabelecida pelo governo. "Além dissoo cenário político não é ideal, já que aumentar o preço dagasolina tirará a popularidade do governo, que ainda lidacom as manifestações que criticam o aumento de preço deprodutos e serviços", completa.Ricardo Dornelles diz não querer tapar o sol com a peneira

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Edison Lobão, ministro de Minas e Energia

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EUA ameaçam rastrear etanolbrasileiro exportado

Petrobras pede e governo estudaaumento dos combustíveis

No último 12 de agosto, durante ainauguração da primeira fase doetanolduto, em Ribeirão Preto, SP, apresidente da Unica - União da Indústriade Cana-de-Açúcar, Elizabeth Farina,pediu à presidente Dilma Rousseff queintervenha junto ao presidente BarackObama, contra a ameaça dos EstadosUnidos de pedir a rastreabilidade doetanol brasileiro exportado àquele país.No caso, esse trabalho teria que ser feitousina por usina, o que tornaria oprocesso ainda mais oneroso.

"É mais sofisticado que uma taxação.Uma exigência de segregação de etanolusina por usina prejudica esseinvestimento – etanolduto - para reduzircusto de logística. Identificar cada umadas usinas e acompanhar o etanol atéentrar nos Estados Unidos cria custos delogística e financeiros enormes, cujoúnico objetivo é protecionista", explicouFarina.

Dilma Rousseff prometeu levar opleito a Obama durante a visita que faráaos EUA em outubro.

Não foi em decorrência do apelo dosetor sucroenergético, mas, de acordo como ministro de Minas e Energia, EdisonLobão, o governo avalia o reajuste depreços de combustíveis. A ação ocorre pelopedido da Petrobras, que mês após mês,fecha as contas no vermelho. "A Petrobrasestá permanentemente pedindo aumentosde seus preços, até porque estão defasadoshá muitos anos. Mas isso não significa quese vá acordar", afirmou Lobão.

A volta da Cide – Contribuição deIntervenção no Domínio Econômico sobre

a gasolina é um pedido recorrente do setorcanavieiro, que convive com a falta decompetitividade do etanol justamente pelocontrole do preço do combustível fóssil."Vamos examinar pelo Ministério daFazenda, pelo Conselho e pelo Ministériode Minas e Energia. Não estou dizendo quevamos atender a reivindicação daPetrobras, estamos apenas examinando."

A preocupação do governo é com oimpacto de eventuais aumentos de preçosde combustíveis para a inflação. "Nenhumaumento de preço é bom", finalizou Lobão.Farina pediu à presidente Dilma que intervenha junto a Barack Obama

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85% da colheita e 53% do plantio de canajá estão sendo feitos de maneira mecanizadano Centro-Sul

MÁRIO RIOS, DE ADAMANTINA, SP

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Cerca de 85% da colheita e 53% doplantio de cana de açúcar já estão sendorealizados de maneira mecanizada naregião Centro-Sul, que concentra o maiorvolume de produção de açúcar e álcool dopaís. Questões ambientais e trabalhistasexplicam estes percentuais, que são comoum bálsamo para as cidades que sofriamcom as queimadas durante as safras atépouquíssimo tempo atrás.

Números apresentados pelo Centro deTecnologia Canavieira (CTC) apontam queo estado de Mato Grosso do Sul é orecordista na utilização de máquinas nacolheita, atingindo um índice de 95%,seguido pelo Mato Grosso, com 90% e osestados de Goiás, Minas Gerais e São Paulovindo logo atrás, com 87%. Segundoestimativas de representantes do setor, jáforam investidos R$ 14 bilhões naaquisição de máquinas e implementos queformam o conjunto chamado de “frente decolheita” – colhedoras, caminhões, tratorese transbordos, entre outros. Uma usina demédio porte utiliza entre quatro e cincodessas frentes.

Cada colhedora chega a custar cercade R$ 800 mil, o que acaba pesando paraunidades de pequeno porte. Uma saídapara o problema tem sido a terceirização,ou seja, a contratação de empresasespecializadas neste serviço. Outraalternativa é o uso compartilhado dosimplementos pelos produtores, onde ocusto é dividido entre todos os usuários.

Para Sérgio Prado, da União da

Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), asunidades sucroenergéticas do Centro-Oeste,por terem se instalado mais recentemente,têm mais facilidade para se adaptarem àmecanização da colheita, pois foramplanejadas para isso, e portanto, lideram oprocesso. No caso de São Paulo, um dosfatores que mais fez avançar amecanização foi a assinatura do protocoloagroambiental entre os produtores e asautoridades governamentais do Estado, em2007, que prevê o fim das queimadas nasáreas mecanizáveis em 2014 e nas quaisnão é possível usar máquinas, até 2017,embora ainda estejam ocorrendo diversasdisputas na justiça visando a prorrogaçãodestes prazos.

No entanto, a transição do cortehumano para o mecanizado trouxe perdasnum primeiro momento, na chamadacurva de aprendizado. Ocorreu umaredução de 1% na produtividade média da

colheita nos canaviais, porque as facas dascolhedoras deixavam ficar no solo o toco dacana, onde há a maior concentração deaçúcar na planta.

Outros aspectos também contribuírampara que ocorresse uma perda de até 9%da colheita: terrenos mal nivelados queatrapalhavam a entrada das máquinas nocanavial e a infestação de brocas ecigarrinhas, causada pelo aumento dapalha deixada no solo, que antes eraqueimada. O problema do desnivelamentofoi resolvido com a adoção de um corte debase flutuante pela indústria de máquinas,desenvolvido pelo CTC, que regulaautomaticamente o corte, acompanhandoas irregularidades do terreno.

Porém, o desemprego é o maior efeitocolateral da mecanização, uma vez quecada colhedora substitui cerca de 60cortadores de cana. Segundo informaçõesda Unica, parte dos trabalhadores

substituídos pelas máquinas foi absorvidaem outras funções dentro das usinas, outraparte voltou para seus locais de origem,mas a maioria perdeu o emprego. Comotrata-se de uma mão de obra com poucaqualificação, as oportunidades de empregotornam-se ainda mais escassas.

Questões ambientais e trabalhistas aceleram a mecanização

Sérgio Prado, da Unica: novas

unidades lideram o processo

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Não é apenas o setor sucroenergéticoque está comprando mais máquinas eimplementos. Toda a cadeia produtiva doagronegócio está ampliando investimentosem equipamentos maiores e maissofisticados, o que tem animado as previsõesdas indústrias deste segmento. As projeçõesda Associação Nacional dos Fabricantes deVeículos Automotores (Anfavea) indicamque as vendas internas anuais de máquinasagrícolas deve dobrar na próxima década,passando dos atuais R$ 4,5 bilhões para R$9 bilhões.

Estes cálculos levam em consideraçãotambém as necessidades de renovação dafrota de pequenos e grandes produtoresrurais. A idade média das colheitadeiras emuso no Brasil é de dez anos e a de tratorescerca de 14 anos. A indústria, claro,recomenda a substituição das colheitadeirasa cada seis anos e os tratores a cada dez. Osagricultores do Paraná e Mato Grosso são osque têm a prática de renovar suas frotasmais cedo.

A tendência de modernização dosequipamentos nos campos é mundial,direcionada pelas multinacionais do setor, etende a se acelerar no país nos próximosanos, em virtude dos ganhos deprodutividade nas plantações e das boasperspectivas para o agronegócio brasileiro.Outro fator que deve acelerar a troca pormaquinário mais moderno são as exigênciasdos novos padrões ambientais no Brasil, queentrarão em vigor a partir de 2017.

Segundo dados da Empresa Brasileirade Pesquisa Agropecuária (Embrapa),ocorre uma perda média de 4% nascolheitas causada pela mecanização. Nestecenário, qualquer equipamento queprometa reduzir este percentual é muitoprocurado. E é justamente isto que asfabricantes têm procurado oferecer, ao

aumentarem seguidamente seusinvestimentos na ampliação emodernização de fábricas, em inovação ecentros de pesquisa, além do lançamento denovos produtos, mais sofisticados. Em2011, último ano com dados disponíveis, asindústrias investiram juntas cerca de R$370 milhões.

Além de ganhos de produtividade eeficiência, tratores e colheitadeirasproporcionam cada vez mais conforto paraos operadores, com cabines climatizadascom ar-condicionado e cd player. Estes itensjá equipam pelo menos metade dasmáquinas em operação nos campos do paíse a tendência é de crescimento. (MR)

Investimentos de toda a cadeia produtiva do agronegócio estão aquecidos

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Segundo dados da Anfavea, pelo menos 10% dasmáquinas e implementos agrícolas saem das fábricasbrasileiras com algum tipo de tecnologia de agricultura deprecisão embarcada. País de dimensões continentais e deimensos contrastes, algumas regiões utilizam tecnologia tãoavançada quanto a do cinturão do milho nos EstadosUnidos, enquanto outras têm desempenho semelhante a depaíses da África subsaariana.

Cerca de 15% da área plantada no Brasil utilizaalguma ferramenta da agricultura de precisão. Entre osagricultores norte-americanos este índice salta para mais de40%. O setor sucroenergético foi o primeiro a adotar estetipo de tecnologia, com o emprego do piloto automático,que evita o pisoteamento da soqueira da cana, promovendoum ganho de até 25% de produtividade nos canaviais.

A agricultura de precisão é formada por um conjuntode equipamentos, tecnologias e técnicas que permite maioreficiência, e consequente redução de custos, no plantio, nacolheita e na aplicação de insumos nas lavouras. Como setrata da introdução de novas tecnologias e de novosconceitos no campo, é necessário o emprego de mão deobra mais qualificada, cada vez mais difícil de serencontrada no país.

E poucos são os cursos formais sobre o assunto noBrasil. Um deles pode ser encontrado em Pompéia, interiorde São Paulo, na Faculdade de Tecnologia (Fatec), do

governo estadual paulista, numa parceria com a Jacto,empresa sediada no município que utiliza a agricultara deprecisão em boa parte dos implementos agrícolas queproduz. O curso de Mecanização em Agricultura dePrecisão é gratuito, tem duração de três anos e oferecedisciplinas sobre sensoriamento remoto e manipulação deequipamentos para posicionamento por satélite, porexemplo.

No nível de pós-graduação, existe uma especializaçãona Unochapecó, em Chapecó (SC), e um mestrado naUniversidade Federal de Santa Maria (UFSM), no RioGrande do Sul. Dois cursos de extensão também estãodisponíveis, um pela Esalq/USP, em Piracicaba (SP) eoutro também pela UFSM. No nível técnico, o InstitutoFederal Farroupilha, na cidade de Não-Me-Toque (RS),oferece um curso. (MR)

Tecnologias de precisãocomeçam a ser itens de série de máquinase implementos

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Setembro/2013TECNOLOGIA AGRÍCOLA48

Multiplicação de máquinas na lavoura requer gestão elaboradaFULVIO PINHEIRO MACHADO, DE SÃO CARLOS, SP

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Com a ampliação da capacidade de produção de todasas unidades industriais e a mecanização acelerada dalavoura, acompanhada de uma necessidade cada vez maiorde aumento de produtividade e redução de custos para semanter a competitividade, tornou-se imperativo o uso deferramentas de gestão que permitam não só administrarsituações e ocorrências em tempo real, mas tambémpermitir a tomada de decisões no mínimo espaço de tempopossível.

A informática fornece ferramentas adequadas a tratarde grande quantidade de dados, incluindo estratégias deação pré-definidas, que consistem nos chamados SIG –Sistemas Integrados de Gerenciamento. A adoção desses

sistemas permitem várias vantagens organizacionais, como:eliminar interfaces manuais, agilizar o fluxo e a qualidadedas informações, eliminar atividades duplicadas, facilitar oprocesso de gerenciamento e decisão, reduzir o “lead-time”e suas incertezas, e ainda incorporar práticas pré-definidasem seu código.

Assim, nos dias de hoje, é impensável a gestão dequalquer empreendimento sucroenergético sem essasferramentas. Especificamente na área agrícola os desafiosde gestão são enormes, envolvendo a identificação dasáreas quanto aos tipos de solo e declividade, manejovarietal, tratos culturais, determinação da colheita, além dagestão de frotas, que também se tornou essencial, já quenos últimos anos com a acelerada mecanização da lavourao uso de maquinários se multiplicou enormemente.

Os procedimentos de colheita, como corte,carregamento e transporte detém grande importância, pois

representam aproximadamente 25% dos custos totais deprodução.

Além disso, a correta operação da indústria édependente do fluxo constante de matéria-prima, no caso acana-de-açúcar, para que também possa ter umaperformance correspondente à produtividade desejada.

O correto equacionamento através da gestão dosrecursos existentes, como máquinas e mão de obra, sãofundamentais para o sucesso da operação, que envolvevárias frentes ao mesmo tempo e em situações de trabalhodiferentes. Isto se torna mais evidente ainda com acrescente mecanização, com suas múltiplas máquinas enecessidades logísticas.

Focando esses aspectos da lavoura canavieira, váriasempresas têm atuado no sentido de fornecer ferramentasespecíficas para essas atividades, possibilitando uma gestãoeficaz dos recursos disponíveis.

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Setembro/2013TECNOLOGIA AGRÍCOLA50

A cultura da cana-de-açúcar, tal como outrosprodutos agrícolas, está sujeitaa uma série de variáveis paraque se tenha a produtividadeadequada ao longo de todo ociclo útil da planta, que no casoda cana se estende por váriassafras.

Algumas das condiçõesnecessárias ao plenodesenvolvimento da planta,como solo, necessidade denutrientes, condições hídricassatisfatórias e manejo podemser alteradas de forma asatisfazer os requisitos daplanta. No entanto, outras,como a influência dasvariações climáticas, podem sereventualmente previsíveis, masde difícil controle.

Assim, para se obter umaexcelente produtividade, todosesses fatores devem ser levadosem conta na gestão da lavoura, como também a escolhade variedades que se prestem às condições existentes naregião de cultivo.

Além desses aspectos, um outro fator que requermuita atenção, é a ocorrência de pragas e doenças, poisqualquer descuido ou falta de atenção pode resultar emseveros prejuízos pela diminuição da produtividade, queno caso de ataques severos, podem influenciarnegativamente não só a colheita presente, mas também

todas as futuras, peladiminuição das plantasprodutivas por área.

Em recente palestrarealizada durante o 34ªEncontros Fermentec, LeilaDinardo, pesquisadora do IACexplicou que embora existamvariedades com grau maior deresistência à determinadaspragas e doenças,“Dificilmente através demelhoramentos varietais ougenéticos, se torne possívelcriar variedades que resistam atodas as pragas e doenças,possíveis de causar danos àcana-de-açúcar”.

Uma das pragas de maiorincidência e bastanteconhecida é a broca-da-cana,cujas larvas ao adentrar aoscolmos, facilitam a incidênciade doenças e pragassecundárias resultando em

grandes prejuízos.Entre as pragas de mais difícil combate estão o

Migdolus e Sphenophorus levis por se abrigarem no solojunto às raízes da planta, onde se torna difícil o controle.

Um outro aspecto a ser levado em conta, segundo apesquisadora é que com a colheita mecanizada e palhadano campo em substituição à modalidade de queima ecolheita manual, houve um favorecimento à determinadaspragas, como é o caso do Sphenophorus. (FPM)

A acelerada mecanizaçãoda lavoura de cana-de-açúcaronde a prática da queima e ocorte manual já praticamenteforam integralmentesubstituídos pela colheita decana crua e picada através decolhedoras, além do incrementoda mecanização das operaçõesde plantio em curto espaço detempo tem sido um desafio paraagrônomos e fabricantes demáquinas e implementos.

Não só há a necessidade dese planejar e adequar oscanaviais a essas novas práticas,mas também introduzirvariedades que sejam maisadequadas a essas novasmodalidades de colheita eplantio.

Um dos desafios éjustamente o maior trânsito demáquinas e equipamentos quepossam provocar danos ao solopor compactação. Em recenteexposição feita durante o 34ª Encontros Fermentec, JoséAlencar Magro, diretor da Campofértil, alertou para o fatode que “O terreno precisa estar descompactado, o que épropício para a boa infiltração da água de chuva. Adescompactação deve ocorrer em toda a extensão doterreno e não somente na faixa do plantio”.

Pensando nesse requisito, fabricantes como a DMB ea Civemasa oferecem ao mercado implementos comosubsoladores, arados e grades adequados a esses

procedimentos.Outro aspecto importante,

lembra Magro, é que “Asuperfície do terreno não deveter elevações e depressões decurta distância no sentido dossulcos para favorecer a ação docorte de base da colhedora comregulagem automática ou arégua”.

Em relação aosespaçamentos da cultura,Magro explica que “Paraatender as medidas das bitolasrodoviárias oficiais dacolhedora, dos caminhões, dostratores e dos transbordos paraevitar a “doença do pneu” énecessário aumentar oespaçamento no plantio decana em relação ao eixo detráfego de 140 ou 150cm para190cm.”

Desta forma, para que nãose tenha redução naprodutividade, o artifício usado

é o plantio da cana em linha dupla, com espaçamentosalternados de 130cm por 60cm, totalizando 190cm, o quepor si só já promove o aumento de produtividadeagrícola”, complementa Magro.

Da mesma forma que para os implementosagrícolas, os fabricantes de colhedoras já têmdisponibilizado máquinas capazes de operar emespaçamento duplo, como é o caso da colhedora A8800“Multi-row”da Case IH. (FPM)

Compactação do solo deve ser evitada

Computador de bordo comcoleta de dados via Wi-Fi

Entre as ferramentas disponibilizadas naatualidade para facilitar e promover uma melhorgestão da frota de veículos e máquinas utilizadas nalavoura canavieira estão os computadores de bordo,equipamentos versáteis que possibilitam coletartodas as informações relativas aos trabalhos nasfrentes agrícolas. Os computadores de bordo podemser instalados em caminhões e veículos agrícolas eproporcionam uma série de funcionalidades.

Um exemplo é o recente lançamento da Auteq,o CBA3200 PLM que permite reduzir custos pormeio do controle do consumo de combustível;consumo de peças e mão de obra de manutenção;tempo do veículo parado por baixa produtividadedo operador/motorista, por falhas de logística oupor acidentes e tempo gasto com registro deinformações do campo e erro nestes registros.

O CBA 3200 PLM tem como principalcaracterística eliminar a operação de coleta dasinformações dos computadores de bordo da frota deforma manual, atuando como um posto de coletamóvel, daí o sufixo PLM em seu modelo. Oequipamento geralmente é instalado em umcaminhão comboio e desta forma, enquanto ocomboio presta serviços no campo, normalmente deabastecimento dos veículos na frente de trabalho, oPLM aproveita para coletar automaticamente osregistros dos computadores dos veículos de umafrente, via Wi-Fi, eliminando a necessidade decoleta de dados via PDA, simplificandoenormemente o trabalho de obtenção dasinformações.

A transferência dos registros coletados para obanco de dados é realizada no posto deabastecimento. Para isso, o equipamento conta com4 Gb de memória não volátil e coleta totalmenteautomática, via Wi-Fi. A funcionalidade aproveita otempo de parada para abastecimento para fazer acoleta e proporciona confiabilidade da informação.

Adicionalmente o CBA3200 PLM possibilita oregistro de todos os excessos em relação aosparâmetros de operação pré-definidos pelo cliente;emissão de nota de avaliação de cadamotorista/operador, o que geralmente condiciona aremuneração variável dos motoristas e operadores;registro eletrônico semiautomático do certificadoeletrônico de carga; consistência de informaçõesregistradas no campo em dois níveis, contra tabelasdo cliente de valores válidos e consistênciasituacional (comparação do status informado,atividade ou motivo de parada, contra a informaçãocoletada pelos sensores).

O CBA 3200 PLM possui entrada para 16sensores; GPS interno de 50 canais; comunicaçãoWi-Fi e GPRS; conectividade Can e RS232; quatrosaídas para atuadores; teclado numérico de 20teclas; e display gráfico com resolução de 128 x 64pixels transflectivo com backlight. O equipamento étotalmente vedado à prova de água e poeira eresistente à vibração e trepidação, característicasessas herdadas do CBA 3200.

O respaldo de confiabilidade dosequipamentos produzidos pela Auteq é baseado emum histórico de fornecimento de mais de 16 milequipamentos instalados, sendo que a maioria delesnão requer manutenção, mesmo depois de dez anosde uso contínuo. A comercialização do CBA 3200PLM produtos Auteq é feita pelos concessionáriosJohn Deere em todo o Brasil.

Gestão adequada envolve controle de pragas

José Alencar Magro: terreno descompactado é

propício para boa infiltração da água de chuva

Leila Dinardo, pesquisadora do IAC

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Desde a RevoluçãoIndustrial, quando as máquinascomeçaram a substituir a traçãoanimal, passando pelo uso daeletricidade e dos veículosautomotores, a energia tornou-seum bem essencial à humanidade.

No mundo atual éincessante a procura por novasfontes de energia quepossibilitem atender a crescentedemanda global em substituiçãoàs fontes clássicas como o carvãoe o petróleo.

Nessa busca por novasalternativas energéticas, abiomassa participa como umadas mais importantes epromissoras fontes, porconverter e armazenardiretamente a energia solar quechega ao nosso planeta.

Usando a cana-de-açúcarcomo matéria-prima, as usinasprodutoras de açúcar e etanolpassaram a ser denominadas deunidades sucroenergéticas,justamente pelo potencial deaproveitamento dos recursosenergéticos da biomassa, querpelo uso dos carboidratoscontidos no caldo que propiciamenergia ao corpo através doaçúcar ou a produção de etanolcomo combustível a partir dafermentação, além do bagaço eagora da palha na geração devapor para o processo eeletricidade excedentecomercializável.

Em recente palestrarealizada durante o 34ªEncontros Fermentec, Sizuo

Matsuoka, pesquisador comlarga experiência emmelhoramento de cana no IAC,um dos fundadores daCanavialis e atualmente diretorda Vignis, apresentou uma novapossibilidade de obtenção deenergia a partir de outrasespécies de cana, o quedenomina de cana energia.

Segundo Matsuoka, dentretodas as espécies de cana aatenção sempre esteve voltada àSaccharum officinarum,justamente por seu maior teor desacarose, que no entantoapresenta limitações quanto àprodutividade, que normalmentenão atinge a um quarto do seupotencial que seria de 350 t/ha,por várias razões.

Assim, com a intenção de seobter maior massa verde, outrasespécies, pobres em sacarose,mas ricas em fibra e com grandepotencial produtivo que podeultrapassar as 350t/ha, podemser usadas tendo-se em mente aprodução de bagaço, que podegerar quantidades de energiamuito maiores como combustívelem caldeiras.

Além disso, variedadesprovenientes dessas outrasespécies, além de maisprodutivas em massa verde,possuem um maior nível debrotação, são mais resistentes apragas e doenças e menosexigentes em termos de solos,sendo portanto uma opçãoextremamente viável para aobtenção de energia. (FPM)

Na “Cana Energia”, espéciespobres em sacarose e ricasem fibra têm grande valor

Sizuo Matsuoka, pesquisador experiente

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FULVIO PINHEIRO MACHADO, DE GUAÍRA, SP

CONSULTOR DO JORNALCANA

Em mais uma safra a UsinaAçucareira Guaíra, uma das expoentes dosetor sucroenergético, alcançou resultadosexpressivos na produtividade agrícola.

Entre os vários parâmetros que podemexpressar a eficiência agrícola de umausina estão a área cultivada com canaplanta e soqueira, produtividade média porcorte, idade média do canavial e produçãode açúcar por tonelada de cana, entreoutros.

Desde 2005, o consultor GasparKorndorfer, professor da UniversidadeFederal de Uberlândia (UFU), vemcalculando o Índice de Eficiência Agrícola(IEF) da Usina Açucareira Guaíra baseadonesses parâmetros.

Marcelo Ulian, gerente Agrícola daUsina Açucareira Guaíra, explica, “Aprodutividade média de cana foi de 96,4t/ha na safra 2012/2013, não é recorde,mas considerando a ocorrência de chuvasabaixo do normal e uma idade médiaavançada do canavial, temos que admitirque foi um ano excepcional. No entanto, oque mais chamou a atenção nos resultadosda safra do ano passado foi a qualidade damatéria-prima.”

“O valor acumulado do ATR (AçúcarTotal Recuperável) na região de RibeirãoPreto foi de 134 kg/t, enquanto que na

Usina Açucareira Guaíra foi de 138 kg/tde cana. Este resultado positivo pode seratribuído, entre outros fatores, a um perfilvarietal mais adaptado ao tipo de solo eambiente de produção e também ao usointensivo de maturadores no início dasafra.”, complementa Ulian.

“Com a produtividade média de 96,4t/h, considerada a maior produtividade doano entre as 251 usinas quedisponibilizam seus dados ao CTC, pelaaplicação da mais alta tecnologia deprodução da cana-de-açúcar. Essereconhecimento já foi concedido à Usina

Guaíra em anos passados, inclusive nasafra 2011/12, na qual estivemosclassificados entre as 13 usinas campeãsde produtividade, mas pela primeira vezfomos classificados em primeiro lugar”,comemora Gustavo Villa Gomes, diretorAgrícola da Usina Açucareira Guaíra.

Eficiência coloca a Usina Guaíra como uma das melhores do país

Gustavo Villa Gomes, diretor Agrícola e Marcelo Ulian, gerente Agrícola da Usina Açucareira Guaíra

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A Usina Açucareira Guaíra, uma dasprincipais e mais modernas usinas deaçúcar do Brasil, está fazendo uso de umanova ferramenta tecnológica de Agriculturade Precisão, justificando mais uma vez a suacondição de pioneira no setorsucroenergético. Trata-se de um sistemafornecido pela Sisgraph para geraçãoautomática de linhas de passadas parapiloto automático.

Marcelo Ulian, gerente Agrícola daUsina, explica, “Essa tecnologia permitemaior segurança e confiabilidade no plantio,pulverização ou colheita, uma vez que autilização do piloto automático permiteaumentar as linhas de plantio por hectareem relação ao método convencional, atravésde um projeto racional, realizado noescritório e com base em um levantamentodo terreno e das características dosequipamentos.”

“Agora é possível ter uma visãoespacial de toda a área do talhão antesde iniciar os trabalhos, dispensando asgravações in loco com os tratores paragerar linhas mestres, o que gastavatempo e combustível, além deimpossibilitar simulações queotimizassem o resultado, como é o casohoje.” declara Alfredo Barbosa Neto,Coordenador de Geotecnologia naFazenda Rosário.

Entre os benefícios já obtidos com osistema implantado pela Sisgraph estão apadronização das entidades geométricas,multiplicação em massa de linhas retas oucurvas, simulação de pontos críticos decurva, inteligência na suavização de curvas,validações dos limites dos ângulos nascurvas, plotagem de mapa de orientação dotrabalho, além de acabamentos vetoriais noslimites dos talhões.

“Com esse Sistema já foram projetados

mais de 1.000 hectares de áreas de plantio.Imagine o número de plantas adicionais queessa tecnologia possibilitará em todas asfazendas”, afirma Neto.

Outro ponto importante é que oSmartAgri permite armazenar o resultadoem banco de dados geográfico, acabandocom os arquivos em pastas na rede. Aindade acordo com Neto, problemas como linhasque precisam ser estendidas ou aparadas,ou ainda que são propagadas, mas que nãoserão utilizadas, ficaram fáceis de se editar.“O processo de melhoria no trabalho degeração automática de linhas de passadasestá cada vez mais rápido. Agora temostempo para a equipe de plantio analisar osprojetos. o que antes demoraríamos muitotempo para projetar em uma fazenda, hoje,com o Sistema da Sisgraph, levamos apenasalguns minutos” conclui. (FPM)

A Usina Açucareira Guaíra nãodemonstra seu pioneirismo no setorsucroenergético somente na área agrícola,mas também o faz na área industrial, comoé o exemplo do sistema de limpeza a secopor ventilação na mesa alimentadora quefoi implantado em 2002, para retirar asimpurezas minerais e também separar apalha da cana-de-açúcar para posterioraproveitamento como combustíveladicional para as caldeiras.

A ideia pioneira surgiu do sócio-diretor Otávio Junqueira Motta Luiz eposteriormente, durante a safra de 2012,foi realizado um estudo pela própriaequipe da usina que resultou em umamodificação das instalações existentes ondeocorria a separação da palha, queretornava na esteira de alimentação damoenda.

No projeto inovador realizado pelocorpo técnico da Usina Açucareira Guaíra,a palha passou a ser enviada a um terno demoenda isolado, que atua como picador,ao invés de retornar à esteira dealimentação das moendas.

Para essa função foi adotado um ternode moenda 30” x 54”, acionado por motorelétrico governado por inversor defrequência e por um redutor do tipoplanetário.

Esse terno foi montadoseparadamente do conjunto de moagem da

usina e instalado após a moega dosadorade bagaço das caldeiras de baixa pressão,evitando desta forma a instalação deesteiras transportadoras adicionais, o quefavoreceu a diminuição dos custos deimplantação do sistema.

Outro destaque desse projeto é o modo

de condução da palha até a moendapicadora. Como o sistema de limpeza não étotalmente a seco, a água que é utilizada nacâmara de separação passou a serconduzida por gravidade a palha emconjunto com as impurezas mineraisatravés de uma tubulação de aço carbonorevestido até um separador do tipo “cushcush” que alimenta a moenda da palha.

A água mais as impurezas mineraisresultantes dessa separação sãodirecionadas por gravidade para umtratamento posterior. Como resultado, apalha picada no terno sai com umaumidade menor do que 60% e é emseguida misturada ao bagaço provenientedo último terno do conjunto de moagem decana.

Artur Alberto Ferretti, diretor adjuntoIndustrial da Usina Açucareira Guaíra,enfatiza, “Dentre os principais benefíciosgerados pelo projeto, destaca-se o ganhona capacidade de moagem, melhorextração das moendas, menormanutenção, menor desgaste e menorconsumo de eletrodos.” (FPM)

Usina Guaíra usa moenda especial para processar palha

Sistema para geração de linhas de passada poupa tempo na Usina Guaíra

Terno de moenda isolado atua como picador

Sistema Sisgraph facilita o trabalho de traçado de linhas para o campo

O Sisgraph proporciona uma melhor distribuição da lavoura

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A Usina Açucareira Guaíra, pelaposição de destaque que ocupa no setorsucroenergético por suas ações epioneirismo foi merecidamente premiadadurante o BestBIO 2013, promovido peloProCana Brasil, como “Empresa do anoem Sustentabilidade”.

O Prêmio BestBIO tem comoobjetivo incentivar a sustentabilidadeatravés do reconhecimento e divulgaçãodos melhores cases da bioeconomiabrasileira, com ênfase nodesenvolvimento e geração de energiaslimpas e renováveis, bioeletricidade,biocombustíveis e biotecnologia. As suasações voltadas ao meio ambiente foramreconhecidas por essa premiaçãoentregue no BestBIO 2013, em eventorealizado em março último, nasdependências do Hotel Tivoli, em SãoPaulo.

Eduardo Junqueira da Motta Luiz,sócio-diretor da Usina AçucareiraGuaíra, recebeu o troféu e pontuou obom trabalho desenvolvido por seuscolaboradores. “Quero agradecer a todospelo esforço em manter o ambiente doBrasil mais limpo. Nós sabemos que nãoé fácil estar em ordem com todos osórgãos ambientais. É extremamentecomplicado. Mas com muito trabalhoestamos conseguindo atingir estesobjetivos”, afirmou durante a solenidade.

Além do merecimento por suasações, essa premiação é também um

reconhecimento às ações da equipe daUsina Açucareira Guaíra e aos seusmembros individualmente, que através

da união, criatividade, esforço ededicação tem possibilitado à Usina estarem posição de destaque entre as mais

produtivas e eficientes do país no setorsucroenergético, tanto na área agrícolacomo industrial.

BestBIO reconheceu ações pioneiras da Guaíra

Eduardo Junqueira recebendo Prêmio BestBIO 2013

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O mais adequado é o que permite amecanização de 100%da área, sem causar compactação e pisoteio

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

O debate sobre as melhoresalternativas tecnológicas para diferentesetapas da produção agroindustrialcostuma mobilizar consultores,pesquisadores, profissionais de usinas e deempresas fabricantes de equipamentos.Com direito a réplicas e tréplicas, asdiscussões parecem nunca ter fim. Mas,enriquecem, de maneira saudável, o“democrático” processo de escolha datecnologia mais apropriada a cada“eleitor”, ou melhor, usuário.

Na área industrial, a disputa maisconhecida e acirrada é “moenda x difusor”,voltada para solucionar questõesrelacionadas a extração do caldo. Nocampo, a bola da vez são os sistemas deplantio mecanizado. Afinal, qual deles tema melhor “plataforma”: o convencional, oduplo alternado ou o base larga? Ou seráque vai surgir ainda um novo “candidato”que possa agradar e convencer a grandemaioria?

Pode ser politicamente mais correto outecnicamente mais estratégico, não tomarpartido por este ou aquele sistema. Impor“nomes” ou soluções já acabadas não éuma prática sintonizada com os novostempos. A sabedoria manda, nesse caso,entender cada situação. “O sistema maisadequado é aquele que permite amecanização de 100% do plantio, semcausar compactação e danos para asoqueira”, afirma Luís Antonio FerreiraBellini, coordenador do Grupo deMotomecanização do SetorSucroenergético (Gmec).

Essa posição mais conciliadora

também é seguida por Júlio Vieira deAraújo, gerente agrícola da Usina São Joséda Estiva, de Novo Horizonte, SP. Épolêmico ficar comparando sistemas –pondera –, pois cada empresa tem suaopinião e objetivo. Fica difícil, na prática,ter somente uma solução para todas asdemandas. Mas, de qualquer maneira,qual tecnologia pode proporcionar maisbenefícios?

Um tema com diversas nuances podedeixar o debate mais “acalorado”. JúlioAraújo lembra que há quem considere oplantio manual uma alternativa maisinteressante do que o mecanizado. Ele

mesmo, no entanto, observa que a baixadisponibilidade de mão de obra e o custoestão afastando essa opção dos canaviais.Apesar da postura “diplomática” deespecialistas da área, é possível perceber,entre uma declaração e outra, que osistema duplo alternado vai ganhandoespaço.

Diversas usinas saíram do plantiomanual e estão procurando se adaptar,bem ou mal, ao mecânico, relata o gerenteagrícola da Usina Estiva. Um movimentomais recente é a migração, com algumasdificuldades, do mecanizado convencional– constata – para o duplo alternado,também conhecido como combinado. Estesistema permite a canteirização, evita opisoteio e reduz custo, argumenta. Então odilema da melhor escolha pode ficar, dessaforma, resolvido? Combinado?

Não é bem assim. O plantio com sulcobase larga, pesquisado peloIAA/Planalsucar na década de 70, começaa fazer parte novamente da agendaagrícola do setor. Algumas usinas estão seinteressando por esse sistema. O base largatambém favorece a longevidade dasoqueira. Além disso, possibilita melhordistribuição dos toletes no sulco e permiteque o corte seja feito com as mesmascolhedoras utilizadas no sistemaconvencional (chamado também de sulcosimples), enfatiza Victório Laerte FurlaniNeto, diretor da Qualimec – Qualidade emMecanização Canavieira, de Araras, SP.

Sistemas de plantio movimentam a agenda agrícola

Plantio de cana no sistema base larga

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O “novo” pode gerar incertezas. Mas,quem já teve oportunidade de mostrar“serviço” e não foi aprovado, corre mesmo orisco de perder espaço. “O convencional de1,40 m ou 1,50 m é complicado. A máquinatem 1.90 m e fica derrubando cana, pisandona beirada da lavoura”, afirma Luís Bellini.As queixas não param aí, pois ele “pisa” forteem quem está embaixo. “Compacta demaisuma área difícil de descompactar”, diz.

No combinado, a situação é diferente.“A colhedora compacta exatamente naentrelinha que é uma área que pode até nãoser descompactada. Tem algumas empresasfazendo o cultivo mínimo, cultivandosomente onde vai ter cana”, afirma ocoordenador do Gmec. Há ainda outroselogios. A colhedora anda menos no duploalternado em comparação ao convencional:percorre de 35% a 38% metros lineares amenos por hectare, calcula Júlio Araújo, daUsina Estiva.

A esperança dos canaviais não atendeapenas pelo nome “combinado”. O debatesobre a melhor alternativa inclui um sistemaque já estava fora do roteiro há algumasdécadas: o base larga. Após estar “quase”aposentado, ressurgiu no setor sucroenergético.É mais uma boa opção, junto com o duploalternado, para o plantio mecanizado, garanteVictório Furlani Neto que atua como consultorna Usina São Fernando, de Dourados, MS,que programou a utilização desse sistema em4.500 hectares – informa – até o final do ano.

Base larga? A “novidade” – não tãonova assim – pode gerar dúvidas sobre a suaperformance pelo tempo em que estavaafastada do dia a dia e dos debates no setor.Com espaçamento de 1,80, 2,00 ou 2,20metros, possibilita que as máquinas eveículos trafeguem nos canaviais sem causardanos às soqueiras. O sulco desse sistemamede “trinta centímetros no fundo ecinquenta na boca”, detalha Furlani Neto.

“A distribuição é um pouco maiscomplicada. Mas, pode ser uma alternativa. Équestão de adaptar a asa do sulcador parafazer o base larga. A conformidade dessesulco é que tem que ser muito bem feita”,opina Júlio Araújo. Segundo ele, nada maisjusto do que o setor “brigar” para que asoperações tenham baixo custo e elevadaeficiência. “A gente tem que buscar isto, cadaum com a sua particularidade”, afirma.

A disputa promete. Até mesmo oconvencional, com alto índice de rejeição,ainda tem presença marcante no cenárioagrícola canavieiro. Furlani Neto lembraque diversas usinas possuem grandequantidade de colhedoras apropriadaspara o corte de cana plantada no sulcosimples. Não vão migrar, de uma hora paraoutra, para o duplo alternado que exigeinvestimento em novas máquinas.

Outras questões precisam serconsideradas. Luís Bellini, do Gmec,observa que não houve ainda nenhumareforma de canavial que utilizaespaçamento combinado. Ainda não dápara avaliar, de maneira definitiva, aperformance desse sistema. Mas, eledestaca que parte do problema de baixaprodutividade enfrentado pelo setor estávinculada à mecanização do plantio e dacolheita. Então, a situação exige que sejamtomadas as devidas providências.

“Se todo mundo reclama decompactação, de pisoteio, de danos desoqueira, é preciso adotar um espaçamentoque evite tudo isto. É o que a grandemaioria está buscando”, ressalta. O“gigante” acordou? A “voz” do campo,proveniente de manifestações técnicas eagronômicas, alerta que a situação nãopode continuar como está. Exigemudanças.

O setor esperou por muito tempomudanças nos equipamentos, diz LuísBellini, que é também diretor da BelmecConsultoria e Assessoria Agrícola, de Assis,SP. O que aconteceu de modificação –detalha – foi o aumento da bitola dacolhedora para 2,20 metros. Essa medida –técnica e cultural – criou condições para osurgimento do duplo alternado, comespaçamentos de 0,90 m x 1,50 m e 0,90 x1,60 m, os mais utilizados nesse sistema.

O caminho é por aí – sinaliza. “Játiraram o caminhão da lavoura. A bitola dotransbordo é fácil de ajustar”, comenta. Elefaz questão de ressaltar, no entanto, quenão “carrega” bandeira do sistema duploalternado, porque tem muitos especialistasno mercado que podem defendê-lo commais propriedade. “Mas, se a questão épisoteio, danos a soqueira, é precisocolocar o equipamento onde não pisa nasoqueira e não danifica”, enfatiza

Tornando-se cada vez mais umaalternativa para evitar estragos nos canaviais,o combinado mantém a sua ascensão. “Éuma tendência”, confirma Júlio Araújo, daSão José da Estiva. Essa usina de NovoHorizonte está inclusive passandogradualmente do convencional para o duploalternado. “Estamos começando. Nas áreasde expansão e de reforma, a opção tem sidoo combinado”, revela.

Opção antiga ressurge e pode virar uma nova solução

“Voz” do campo alerta sobre a necessidade de mudança

Base larga possibilita quemáquinas e veículos

trafeguem nos canaviais semcausar danos às soqueiras

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Qual opção apresenta, na prática,melhores condições de atender asdemandas? Uma resposta de bate-prontopode não retratar com fidelidade odesempenho de cada alternativa em áreasespecíficas. Os números, porém, sãoindicadores expressivos. Victório FurlaniNeto elaborou uma planilha detalhada quecompara a performance de espaçamentosusados no duplo alternado, sulco simples ebase larga.

O trabalho revela dados interessantes.No espaçamento 0,90 x 1,50 m do duploalternado, a máquina caminha 4.167metros por hectare; no sulco simples de1,50 m, percorre 6.667 metros. E no baselarga anda 5.556 m (espaçamento de 1,80m), 5.000 m (2,00 m) e 4.545 m (2,20 m).Apesar de não serem absolutos, essesnúmeros fornecem subsídios importantespara a escolha do sistema, pois quantomaior for o percurso, maiores serãotambém o consumo de combustível e odesgaste da colhedora.

O levantamento realizado por FurlaniNeto demonstra que a máquina “trabalha”45 minutos para colher um hectare noespaçamento combinado. Considerandoum rendimento médio de 86 toneladas porhectare (TCH) – que é adotado para todosos sistemas – a máquina colhe 114toneladas por hora no duplo alternado. Osulco simples sempre apresenta os pioresresultados nesse estudo: a colhedora precisade 62 minutos para fazer o corte mecânicode cana em um hectare e colhe 84toneladas por hora.

O melhor desempenho do base largaocorre no espaçamento de 2,20 metros: amáquina demora, neste caso, 50 minutospara colher um hectare. No de 2,00 m, otempo é de 55 minutos e no espaçamentode 1,80 m aumenta para 61 minutos. Emrelação a quantidade de cana colhida porhora, o resultado é 104 toneladas(espaçamento de 2,20 m), 95 t (2,00 m) e 85t (1,80 m).

Na hora de fazer as contas do custo dacolheita por tonelada de cana, os númerostêm um peso significativo. O do duplo

alternado é de R$ 4,07. No base larga, ocusto fica em R$ 4,23 (2,20 m), R$ 4,65(2,00 m) e R$ 5,17 (1,80). No sulco simples,aumenta para R$ 5,25 por tonelada decana. Em relação aos indicadores dosistema convencional, Furlani Neto temuma posição mais conclusiva: “O setorprecisa sair do sulco simples”. Persistir neleé perder dinheiro, enfatiza.

Entre o duplo alternado e o base larga,há diversos fatores – pondera – queprecisam ser considerados além dosresultados da planilha que avalia o

caminhamento da máquina. Não faz partedo cálculo, a quantidade de açúcarproduzida em cada sistema de plantio. Odiretor da Qualimec esclarece que há nobase larga uma melhor distribuição decolmos que acabam, em decorrência disso,tornando-se mais grossos e pesados e,portanto, com teor de sacarose maiselevado.

De acordo com ele, a implantação doduplo alternado requer investimento emmáquinas que fazem a colheita de duaslinhas, que têm o preço de R$ 1.100 milhãocada uma. No corte mecânico da canaplantada no base larga, dá para aproveitara colhedora utilizada no sulco simples (emtorno de R$ 900 mil cada). Se houver amigração de um sistema para outro, não hánecessidade inclusive da realização desseinvestimento

Mas, nem tudo é favorável ao baselarga. Não existe plantadora com estruturaadequada para o espaçamento de 2,00 mou 2,20 m, observa Furlani Neto. Para 1,80m, pode ser adotada – afirma – a máquinautilizada no plantio de sulco simples com1,50 m. Na Usina São Fernando, que estáimplantando o base larga com 2 metros, eleadaptou uma distribuidora de mudas – quejoga a cana em duas linhas –, fazendo aunião das bicas. Esse equipamento, quepode ser usado também nos espaçamentosde 1,80 m e 2,20 m, tem capacidade paragrande quantidade de toletes.

Para obter resultados positivos noplantio mecanizado, não basta escolher osistema mais adequado, afirma o consultor.Há diversos fatores que devem ser levadosem conta – detalha –, como o preparo dosolo, a qualidade da muda, a distância daárea da muda em relação ao local doplantio. É preciso ter também um manejovarietal correto. “Uma variedade queperfilha muito, plantada no duploalternado, vai dar problema mais tarde”,exemplifica. O planejamento tem que estarredondo. “É preciso contar com umaequipe multidisciplinar, trabalhando todasas questões”, ressalta. (RA)

Números são desfavoráveis para o sulco simples

Escolha do sistema deveconsiderar rendimento da

máquina, custo da toneladae quantidade de açúcar,

entre outros itens

Victório Furlani Neto: planilha de performance de espaçamento detalhada

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Setembro/2013TECNOLOGIA AGRÍCOLA64

Quatro usinas já estão usando o elevador de correia taliscadaPelo menos quatro usinas – Colombo, Lins, Ipê e

Branco Peres – já estão utilizando o elevador de correiataliscada criado por Manoel José Jorge Mangerino.Segundo testes realizados em uma delas, a Branco Peres,que resultou em um relatório técnico, o equipamento foiacompanhado diariamente em seu desempenho na colheitade cana picada.

Segundo Carlos Eduardo Santos Gonçalves, gerenteagrícola, e Sérgio Abraão Cervigni, supervisor de logísticada usina, que assinam o documento, os resultados obtidosforam surpreendentes. A densidade da carga por viagemteve um acréscimo de 5.203 quilos. Levando-se emconsideração que cada colhedora de cana colhe 100 miltoneladas em uma safra, isto resulta em uma redução de142 viagens, o que proporciona economia de tempo ecombustível, além de menor desgaste do veículo. Emvalores, a economia é de cerca de R$ 34.500,00.

Na avaliação sobre impureza vegetal da cana colhida

com o equipamento desenvolvido por Mangerino, houveuma redução de 2,8% em relação aos elevadoresconvencionais. Segundo os técnicos, isto reflete diretamentenum ganho significativo na quantidade de açúcar portonelada de cana. Pelos cálculos deles, o ganho ao final da

safra foi de R$ 6.100,00, aproximadamente. Só nestes doisitens, a economia por colhedora a cada safra chega a R$40.600,00.

O relatório ainda elenca as principais vantagens doelevador de correia taliscada: menor custo de manutenção,pois não ocorre atrito das taliscas e correia com a base doelevador, o que desgasta o equipamento; maior rapidez namanutenção; maior durabilidade; menor peso (800 quilosmais leve que o convencional); maior durabilidade damesa; menor consumo de óleo diesel, tanto na colhedoracomo no veículo transportador da cana; maior rendimentooperacional; maior densidade de carga – 57.900 quilos nocomum e 63.100 quilos no elevador taliscado.

Os técnicos advertem apenas quanto a cuidados emrelação a rede de alta tensão, já que o elevador Junamarfica em uma posição mais elevada na colhedora do que osconvencionais. Informações adicionais podem ser obtidasno site www.junamar.com.

O Professor Pardal da AltaPaulista volta com invençõescriativas para a área agrícola

MÁRIO RIOS, DE ADAMANTINA, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

Um elevador para colhedora e plantadeira de cana,40% mais leve, muito mais durável e com menormanutenção que os elevadores convencionais do

mercado, e que além disso, não estraga a gema da cana nahora do plantio, pois tem esteira de borracha e édeslizável, é a mais nova invenção de Manoel José Jorge,conhecido como Mangerino, ou o “professor Pardal” daAlta Paulista, em alusão ao personagem inventor dashistórias em quadrinhos.

O equipamento é resultado de um árduo trabalho depesquisa de campo que durou cerca de três anos. “Atravésda observação, percebi diversas falhas no elevadorconvencional, que possui esteira de metal e arrasta a cana,causando muito mais desgaste no equipamento, além dedanificar a gema da planta na hora do plantio”, explicaMangerino.

Com estas constatações nas mãos, ele começou adesenvolver uma máquina que fizesse o mesmo trabalhocom menor esforço e, consequentemente, menor desgastedas peças e da planta. O resultado foi um elevador decorreia taliscada com 1.200 quilos, cerca de 800 quilos maisleve que o tradicional, além de ser muito mais silencioso porutilizar esteira de borracha deslizável por roldanas erolemãs, e de não precisar parar durante a colheita paramanutenção. “A manutenção é mínima, basta aplicar graxanos rolamentos uma vez por semana. Se precisar substituiralgum rolamento, ele pode ser trocado na hora, pois oprocesso é muito simples”, garante o técnico.

Normalmente, um dos equipamentos que maisquebram no campo são justamente os elevadores. “Emuma das usinas na qual testamos nossas máquinas, osconvencionais chegaram a ficar 50% do tempo paradospor causa da terra roxa do terreno do canavial, quegrudava neles. Com nossos elevadores, isto nãoaconteceu”, garante Mangerino. Segundo ele, suasmáquinas eliminam duas reformas por ano pelas quaispassam os elevadores convencionais, o que gera umaeconomia de pelo menos R$ 70 mil a cada safra porequipamento.

Em todos os testes aos quais submeteu seuselevadores, o técnico diz que não houve necessidade deparada para manutenção durante toda a safra, ao passoque os convencionais tiveram que parar a cada quatromeses. “Eu dou garantia de um ano no meu produto, semparadas”, assegura.

Elevador para colhedora e plantadeira

de cana, 40% mais leve

Novo elevador exige menor

manutenção que os convencionais

Esteira de borracha deslizável não

estraga a gema da cana no plantio

HEUREKA!

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Setembro/2013 TECNOLOGIA AGRÍCOLA 65

ENTREVISTA Manoel José Jorge Mangerino

De avoado edesligado, esteProfessor Pardal não tem nada

Manoel José Jorge Mangerino tem um espíritoinquieto, sempre observando as coisas e tentandoencontrar uma forma de fazê-las funcionar melhor, masnem por isso tem aquele jeito desligadão, como quem estáno “mundo da lua”, estereótipo padrão de todo inventor.Pelo contrário, ele tem uma empresa, a Junamar, ondetrabalha ao lado da esposa e de mais 12 funcionários. Suatrajetória no setor sucroenergético teve início quandotrabalhou como técnico de manutenção na Usina BrancoPeres, em Adamantina, por cerca de três anos.

Prático, está constantemente à procura de aperfeiçoaros processos produtivos. E foi assim que ele fez ao pensaralém do simples conserto das máquinas e implementos dausina quebrados durante a safra. Passou a projetar e criarpeças, pensar ajustes e alterações nos equipamentos quepermitiam aumento na durabilidade e melhoravam acapacidade produtiva. Mangerino, como é conhecido, deu aseguinte entrevista ao Jornal Cana:

Jornal Cana – Como foi que você descobriu suavocação para criar coisas novas e como se deu atransição para o setor sucroenergético?

Manoel José Jorge Mangerino – Nunca tinhatrabalhado em uma usina de cana. Minha experiênciaanterior havia sido no segmento de produtos de higiene elimpeza. Fui contratado pela Usina Branco Peres comobombeiro, mas como sou observador, comecei a darsugestões na oficina de manutenção, onde ficava meu postode trabalho. Meu chefe, quando percebeu meu interesse,me transferiu de setor, para que eu pudesse desenvolvermelhor alguns projetos.

Mas você ficou apenas três anos na Branco Peres.Por que saiu?

Sai para montar minha própria empresa, para quepudesse me dedicar mais ao que gosto de fazer, que é criar,modificar processos, alterar o funcionamento dasmáquinas para melhorar a produtividade delas. Minhaempresa, a Junamar, já existe há cinco anos, e emprega 12funcionários, além de mim e minha esposa.

Qual foi o primeiro projeto que deu certo,economicamente falando?

Foi o processo que criei para recuperar os facões dascolhedoras. Eu via os facões serem eliminados e vendidoscomo sucata, depois de apenas cinco ou sete dias deutilização. Pensei se não seria possível desenvolver umprocesso para reaproveitar as peças, com a mesmadurabilidade e eficiência de uma nova. E deu certo, o queacabou por proporcionar uma boa redução de custos paraa usina.

Foi com esse projeto que você iniciou sua empresa?Foi. Fiz diversas experiências caseiras, antes de partir

para algo profissional. Usei até mesmo a bicicleta do meufilho para montar o primeiro protótipo da máquina pararecuperar os facões. Um dia, meu filho Marcelo chegou emcasa e foi logo pegar sua bicicleta para dar uma volta comos amigos. Qual não foi sua surpresa ao vê-la desmontada,com várias de suas peças servindo para dar forma à minhainvenção. Mas ele se conformou, pois foi por uma ótima

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causa. Foi a partir daí que a ideia daempresa começou a tomar forma.

No caso dos facões de colhedoras,qual a principal vantagem darecuperação?

Essa tecnologia proporciona uma boaeconomia, além de aumentar o uso dos

mesmos materiais antes de descartá-los, oque é positivo, ecologicamente falando.Cada colhedora leva oito facões, com umaduração média de sete dias de safra. Apeça recuperada tem a mesmadurabilidade e custa até 40% menos queuma nova.

Quanto ao novo produto, que vocêbatizou de elevador de correia taliscada,quais as principais vantagens emrelação ao convencional?

Meu equipamento é inovador,praticamente não ocorre desgaste nas peças.A correia é de borracha, sem emenda e com

roletes, eliminando com isso as engrenagens,correntes, etc. As taliscas não têm atrito. Elascorrem para transportar a cana, ao invés deempurrá-la. Também é muito eficaz noplantio, pois como não há atrito da cana como piso do elevador, a gema da planta não sequebra. Como ele limpa melhor a cana,retirando a palha e resíduos do solo,consegue aumentar de 5 a 12% a densidadede carga do transbordo por viagem, de 58mil quilos para 63 mil quilos, o que acarretaeconomia de combustível, pois há umadiminuição de 142 viagens por colhedorapor safra. Em valores, há uma economia deR$ 34.500,00, em média. Estes númerosforam comprovados por relatório técnicofeito pela Usina Branco Peres, deAdamantina, interior de São Paulo. Ostécnicos da usina também constataram umaredução de 2,8% de impurezas em relaçãoaos elevadores comuns, o que, segundo seuscálculos gera uma economia de mais de R$ 6mil por colhedora por safra, só neste quesito.

Quanto tempo você levou paradesenvolver o elevador e quais asperspectivas de mercado?

Foram três anos de desenvolvimentono campo, testando, melhorando. Hoje, oequipamento está patenteado e quatrousinas já estão adquirindo o produto.Como as colhedoras já vêm comelevadores, eu os substituo pelos meus. Masalgumas já estão comprando e pedindopara as fábricas entregarem sem oselevadores. (MR)

Manoel José Jorge Mangerino: da observação para as invenções

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Setembro/2013 TECNOLOGIA AGRÍCOLA 67

Farmacêutico é umdos mercados a serexplorados pela cana Professor da Unesp indica quematéria-prima pode ser exploradano tratamento até do câncer

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

É comum relacionar a cana-de-açúcar ao etanol, açúcare energia. Esses, atualmente, são os três maiores subprodutosdo setor, capaz de oferecer muito mais se estudado a fundo.

Marcos Omir Marques, professor da Faculdade deCiências Agrárias e Veterinárias da Unesp, foi um dospalestrantes da quarta reunião do Grupo Fitotécnico esteano, evento que aconteceu no Centro de Cana IAC, emRibeirão Preto, SP, e contou com a participação de cerca de200 pessoas.

Marques citou a necessidade de expansão do segmento,que precisa produzir mais com a mesma quantidade dematéria-prima. Uma das soluções é encontrar novosmercados, como o farmacêutico, apontado pelo professor.

De acordo com o especialista, a cana-de-açúcar possuicomponentes ainda pouco explorados, e que se trabalhadoscorretamente, podem auxiliar no combate a doenças como ocâncer. “Existem estudos avançados que resultam naprodução de produtos farmacêuticos a partir da cana-de-açúcar. É necessário tempo e adaptação, já que estamosfalando de uma nova vertente, que foge dos métodosconvencionais utilizados na produção de açúcar e álcool. Sãonecessários investimentos”, afirmou.

Para provar que é possível sair da teoria e chegar àprática, Marques lembra que em Cuba este processo já édesenvolvido. “Lá, a cera da cana, que reveste os tecidos, temutilidade na produção de medicamentos no combate aocâncer. Vejo que vamos evoluir para esse lado também”,finalizou.

Incumbido de falar sobre novas tecnologias, o docenteindicou que o setor sucroenergético passa por um período detransformação na área industrial, que aos poucos, vai seadaptando às novas exigências do mercado. “Precisamosproduzir uma cana-de-açúcar que vá ao encontro dosinteresses da indústria. Antigamente, era o contrário, osequipamentos se adequavam a matéria-prima. Mas hoje,para se ter ideia, existem canas sendo desenvolvidas pelosprogramas de melhoramento para a produção de etanolcelulósico. É uma cana com baixo teor de açúcar e alto teorde fibra, tornando-se uma grande produtora de biomassa”,explicou.

O professor da Unesp explicou também detalhes dasvariáveis tecnológicas existentes, já que, segundo ele, amaioria das pessoas conhecem os pontos, mas não sabemcomo utilizá-los de maneira correta.

Marcos Omir Marques, professor da

Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp

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Setembro/2013PRODUÇÃO70

Setor lidera busca por benefícios à irrigaçãoAdesão ao Reidi garantedescontos de até 9,25% na compra de equipamentos emateriais e serviços

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Se o objetivo dos agricultoresbrasileiros é aumentar a produtividade nocampo, encontrar mecanismos queacelerem este processo é o do GovernoFederal. Uma das maneiras oferecidas pelogoverno é o Reidi - Regime Especial deIncentivos para o Desenvolvimento daInfraestrutura, do Ministério da IntegraçãoNacional, que garante descontos de até9,25% na compra de equipamentos,materiais e serviços voltados à irrigação.

O setor sucroenergético tem usufruídodeste benefício. Dos 10 projetos analisadosno último ano pelo Reidi, nove são do setorcanavieiro. Os descontos oferecidos peloprograma são em virtude da suspensão daobrigatoriedade do recolhimento doPIS/Pasep (1,65%) e da Confins (7,6%).

Em comunicado, o Ministério daIntegração Nacional explicou o motivo peloqual o segmento canavieiro se destaca. “Eleé um dos setores de produção que estámais apto para se beneficiar do Reidi, poisas empresas agropecuárias eagroindustriais, em geral, têm no seuquadro pessoal técnico especializado naárea de produção sobirrigação/fertirrigação, meio ambiente,direito, planejamento, finanças econtabilidade, ou prestadores de serviçosnestas áreas, o que facilita a elaboração debons projetos visando obtenção dosbenefícios do Reidi”.

CONHEÇA O PROGRAMAO benefício possibilita a redução de

9,25% no custo de aquisição de

equipamentos, materiais e serviços paraa implantação de projetos privados deirrigação de pessoas jurídicas. No casodas usinas, além dos projetos deirrigação convencionais, o Reidi podecontemplar as infraestruturas parafertirrigação com vinhaça.

Podem ser incluídos no projetotambém casas de bombas, barragens eoutros reservatórios, canais, adutoras,linhas de energia, estradas de acesso edrenagem, entre outras infraestruturascorrelatas ao projeto.

Os projetos podem ser implantados

tanto em terras próprias como em áreas de arrendamento, comodato e outras formas legais de posse de terras.Além de projetos novos, podem serbeneficiadas as expansões emodernizações de projetos pré-existentes.

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Setembro/2013PRODUÇÃO72

Redução de ICMS para projetos de produção de etanol atrai investimentos e reaquecem o setor no Estado

ALESSANDRO REIS, DA REDAÇÃO

Na década de 80, o setor do Rio de Janeiro tinhapapel protagonista no cenário de produção nacional. Com24 usinas instaladas e cerca de 180 mil hectares — boaparte na região de Campos dos Goytacazes, orgulho dosetor fluminense, à época — a quantidade de canaesmagada era de 9 milhões de toneladas e o setor plantavamais de 180 mil hectares de cana.

Mas após uma derrocada sem precedentes, quecolocou a região entre as menos produtivas do territórionacional, moendo atualmente menos de 3 milhões detoneladas e plantando menos de 100 mil hectares, o setordo Estado do Rio de Janeiro recebe um novo alento e quermostrar que continua vivo.

"Chegamos ao fundo do poço no ano passado.Perdemos participação relativa na economia, a área deprodução de cana reduziu e unidades industriais foramdesativadas. Mas resolvemos reverter este quadro.Estruturamos um plano conjunto com a UniversidadeFederal de Viçosa, o Sebrae e a Secretaria de Agriculturado Estado do Rio de Janeiro, e criamos alternativas paraos produtores”, afirma Alberto Mofati, subsecretário deagricultura do Estado do Rio de Janeiro.

Hoje, o Rio de Janeiro consome, em média, 6% da

produção nacional de etanol, mas produz apenas 0,5% dototal. Com a medida, o governo estadual pretende chegar a2% da produção brasileira em cinco anos.

De acordo com o subsecretário de agricultura oobjetivo é que o setor volte a moer 9 milhões de toneladasaté a safra 2016/17.

“Os pecuaristas estão animados a voltar a plantarcana, preparando suas áreas de plantio para recebernovamente o cultivo. Produtores como os da CooperativaCoagro, fizeram estudos para que o plantio seja feito demodo ordenado, com tratos culturais e definindo uma rotade plantio”, exemplifica Mofati.

De acordo com o subsecretário de agricultura, oGrupo MPE - braço financeiro - juntamente com a Coagro -braço operacional – trabalham em conjunto pararecuperar a Usina Sapucaia. “Já no próximo ano, aunidade deve moer cerca de 2,2 milhões de toneladas,tornando-se a maior unidade industrial do Estado”,garante.

Três usinas do Grupo Canabrava — duas em Campose uma Quissamã —também foram enquadradas noprograma estadual. Juntas, elas totalizam R$ 490 milhõesem investimentos e terão capacidade para produzir 360milhões de litros de etanol por ano a partir de 2015.

De acordo com Alberto Mofati, subsecretário deagricultura do Estado, para alcançar estes objetivos, oconvênio, composto pela Agerio — Agência de Fomentosdo Estado, a Caixa Econômica Federal e a Coagro. vãodisponibilizar R$ 18 milhões em financiamentos para amodernização dos canaviais. A ajuda do estado incluitambém crédito para insumos e maquinário. Além disso,de acordo com a Secretaria de DesenvolvimentoEconômico, pretende-se reduzir em 50% a queima da canaaté 2014, graças à aquisição de colheitadeiras.

Dos R$ 18 milhões, R$ 6 milhões serão destinados àcompra de colheitadeiras e R$ 12 milhões serão investidosem tecnologias para o plantio e expansão de lavouras.

O RIO DE JANEIRO CONTINUA VIVO

Alberto Mofati: do fundo do poço

nada além de olhar para cima

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O coordenador do Programa deMelhoramento Genético de cana-de-açúcar, da UFRRJ/Ridesa, Jair FelipeGarcia Pereira Ramalho acredita que omomento é oportuno e que o setor cariocarenascerá. “Um dos principaisindicadores de retomada do setor carioca,é a abertura da Usina Canabrava, e as

perspectivas concretas do retorno aofuncionamento das Usinas Sapucaia eSanta Cruz, o que demandaráinvestimentos em novos canaviais,introdução e adoção de novas tecnologiasque permitirão a viabilização daexpansão da colheita mecanizada”,afirma.

“A UFRRJ através de seu Programade Melhoramento Genético ligado àRidesa continua fazendo a introdução denovas variedades RB para permitir ummanejo varietal que atenda essas novasdemandas do setor. São novas variedadespara um novo tempo”, confia Jair FelipeGarcia Pereira Ramalho, da Ridesa. (AR)

Novas variedades para um novo tempoCanavial na região de Campos dos Goytacazes

Greenfield deveentrar emoperação em 2016

O subsecretário de agricultura doEstado do Rio de Janeiro, AlbertoMofati, explica que com a medidagovernamental que baixou a alíquota doICMS para 2%, sobre o faturamento,dará um folego para que as usinas serecuperem, condicionando-as a seenquadrem em um plano deinvestimento que tenha viabilidade.“Seis unidades apresentaram seusprojetos de investimentos, que estão emanálise. Se for constatado que a usinatem condições, a unidade receberá obenefício”, explica.

De acordo com o subsecretáriodestas seis unidades, quatro estão emoperação (Cana Brava, Coagro, Paraísoe Agrisa), e uma está em processo derecuperação judicial (Santa Cruz). Hátambém um projeto um greenfield sendoinstalado no município de Quissamã. AÁlcool Química Quissamã – quepertence a um fundo de investimentos –prevê esmagar em 2016, 300 milhões detoneladas de cana. Superando a UsinaSapucaia, e tornando-se a maiorprodutora do Estado. (AR)

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Setembro/2013PRODUÇÃO76

Presidente do Sindicatoda IndústriaSucroenergética doEstado do Rio de Janeirobatalha pelo setor

ALESSANDRO REIS, DA REDAÇÃO

Geraldo Benedicto Hayen Coutinho,de 53 anos, é o presidente do Siserj —Sindicato da Indústria Sucroenergética doEstado do Rio de Janeiro, desde 2001. Nosúltimos anos, tem acompanhado de pertoas dificuldades do setor carioca. Mascomeça a enxergar, desde o últimosemestre, graças a medidas instauradaspelo governo estadual, uma luz no fim dotúnel, que traz esperança em ver osegmento no Estado do Rio de Janeiro sefortalecer. Na entrevista a seguir, Coutinhoaponta os fatores que depreciaram o setor eo que deve ser feito para retomá-lo.

JornalCana: O que desalentou osetor carioca nos últimos anos?

Geraldo Coutinho: É evidente quetodas as questões que afetaram o setor emtodo Brasil impactaram igualmente o NorteFluminense, principal região produtora doRio de Janeiro. Portanto desnecessáriocomentarmos sobre equívocos ou ausênciade políticas para o setor.

Aponte alguns pontos específicos. Nos anos 80, incentivado pelo

governo, o setor promoveu uma importanteampliação em seu parque industrial, aocontrário do que se esperava, não alcançoua área agrícola. Isto desequilíbrio a relaçãode oferta e demanda de matéria-prima,forçando uma ociosidade extremamenteonerosa às indústrias. Tivemos tambémuma variabilidade climática anormal, comíndices de pluviosidade bem abaixo da

necessidade mínima e péssimadistribuição, de forma que mesmo em anosde seca registramos perdas por excesso dechuvas concentradas em curto período detempo. Sofremos ainda com a deterioraçãodas estruturas de drenagem e irrigação

que, inoperante, não permitiram o trabalhonecessário para amenizar os efeitos dosdesajustes climáticos. Por fim, culpo nossaestrutura fundiária e modelo produtivo,onde maior parte da matéria-prima éoriginada em fundos agrícolas de

fornecedores que, em regra, sãopropriedades de pequeno tamanho. Istodificulta a inserção de práticas agrotecnológicas mais modernas como tambémimpede o necessário ganho de escala.

É possível o setor ter a pujança dopassado?

Se entendermos como pujança aretomada dos volumes que produzíamos aofinal da década de 80, quando alcançamosas maiores produções, sim é possível.Temos presentes todos os fatoresnecessários para voltarmos ao patamar quejá visitamos antes, e podemos fazer istocom melhor eficiência e economicidade doque obtínhamos à época. Some-se a isto ofato de termos na região plantas instaladasoperando na rota sucroquímica, ainda emfase de maturação mas altíssimo potencialpara o futuro próximo.

Quais fatores atuais demonstramuma retomada do setor?

O trabalho de recuperação daestrutura pública de drenagem e irrigaçãojá vem sendo implementado pelo governoestadual, com uma parte significativaconcluída e outra em fase de elaboração doprojeto e licenciamentos. Essainfraestrutura é um fator básico paraconseguir a alavancagem do nosso setor noEstado do Rio de Janeiro.

O que complementaria estaretomada?

Complementarmente, o setor aindadispõe de dois mecanismos implementadospelo governo de apoio aos projetos demodernização e expansão: regime detributação especial do açúcar e do etanol; efinanciamento pela Agência de Fomento doEstado do Rio de Janeiro.

Resta, como desafio, instalarmos naregião a cultura do condomínio deprodução de forma que proprietáriosconfrontantes possam formar um únicobloco de terras que permita escala, eprincipalmente, viabilidade de colheitamecanizada.

ENTREVISTA - Geraldo Benedicto Hayen Coutinho

“Queremos um setor mais eficiente”

Geraldo Coutinho, presidente do Siserj

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Redução de custos requer avaliação da situação da empresaCom a utilização desoftwares especializadosé possível ter visão docomportamento dosindicadores operacionais

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

A necessidade de reduzir custos paratornar-se competitivo já é bastanteconhecida e comentada no setorsucroenergético. A adoção de medidasnessa área esbarra, no entanto, na faltade um processo de gestão eficiente queleve em consideração o diagnóstico dasituação da empresa, a correção defalhas, a eliminação de perdas e atémesmo a realização de investimentos emequipamentos modernos e naqualificação de pessoas, conforme explicaIvan Chaves de Sousa, diretor da ChavesConsultoria, de Ribeirão Preto, SP.Diversas empresas confundem inclusiveredução de custos com diminuição deinvestimentos que pode – caso seja feitasem critério – afetar a competitividade.

Mas, como é possível reduzir custossem saber, com precisão, o que estáacontecendo na empresa? Ivan Chavesafirma que as agroindústrias

sucroenergéticas que buscam eficiênciana gestão dessa área precisam, antes detudo, contar com softwares modernos e

especializados. A partir da apuração deinformações originadas do campo, aempresa consegue ter uma visão efetiva –

esclarece – do comportamento dos custose indicadores operacionais relacionadosaos processos produtivos agrícola eindustrial.

Com a utilização de um sistemaespecializado, os gestores terão uma visãocrítica de cada etapa do processoprodutivo, avaliando as atividades que acompõem e os recursos utilizados,observa. Poderão questionar – detalha –quais operações se mostram maisonerosas, quais fatores de produção estãomais presentes nos custos e se osindicadores operacionais estão secomportando adequadamente.

Para ter uma gestão eficiente, nãobasta, no entanto, ter boas ferramentas.Segundo Ivan Chaves, o sistema de custosdeve estar assentado num plano de contasmuito bem delineado e com formataçãometodológica que considere todas asespecificidades de uma agroindústriacanavieira. “A empresa precisa contartambém com profissionais experientes eprofundos conhecedores da economia deprodução sucroenergética, que tenhamainda outros atributos como dinamismo ebom relacionamento interpessoal”,destaca. A prática de orçamentação econtrole dos custos exigirão – ressalta – aplena colaboração de todos os segmentosda empresa. “Avaliações constantes dosresultados, sempre com base em metasprojetadas, devem sistematicamente serrealizadas”, diz.

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Setembro/2013 PRODUÇÃO 79

Avaliação comparativa ajuda a definir medidas eestabelecer plano de ação para corrigir falhas

O diagnóstico da situação da empresa éimprescindível para o gerenciamento de custos, deacordo com Ivan Chaves. “É tão relevante que deveser repetido periodicamente e de forma sistemática”,enfatiza. De acordo com ele, as unidadessucroenergéticas devem fazer a análise interna emtodos os segmentos para a identificação de seuspontos fortes e fracos, preocupando-se emreconhecer as suas próprias falhas.

O consultor de Ribeirão Preto recomenda paraas empresas que desejam reduzir os seus custos aadoção do benchmarking. Para fazer isto énecessária – recomenda – a seleção de concorrentesque se mostrem eficientes nos segmentos ou etapasem que a empresa apresenta problemas. Após aavaliação comparativa dos resultados obtidos, ospassos seguintes são a definição de medidascorretivas e o estabelecimento de um plano de açãocom o objetivo de aprimorar ou neutralizar os pontosfracos identificados.

“A prática do benchmarking, sem grandescustos, desde que desenvolvida de forma organizadae sistemática, certamente proporcionará à empresamelhorias contínuas. Ao longo do tempo, níveis deperformance mais elevados serão alcançados e adesejada redução de custos virá naturalmente”,comenta. (RA)

Benchmarking é importante para aprimoramento de resultados

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Setembro/2013PRODUÇÃO80

A eliminação de perdas tambémcontribui, de maneira significativa para aredução de custos. Um dos desperdíciosmais frequentes no campo e na indústriarefere-se à perda de tempo na utilização deequipamentos, de acordo com Ivan Chaves.“Se uma colhedora pode colher ao longo detoda uma safra algo como 130 miltoneladas de cana, caso seja submetida aconstantes paradas por diversos motivos,terá fatalmente esta produção reduzidapara 70 mil toneladas ou até mesmo nopatamar de 60 mil toneladas decana/safra”, avalia. Ele afirma que não sãonecessários cálculos complexos paraverificar que nesta segunda situação haveráelevação significativa dos custos da colheitamecanizada.

O desperdício também ocorre na áreaindustrial. “Se a unidade tem umadeterminada quantidade de cana paraesmagar numa safra e apresentar ATM(aproveitamento de tempo de moagem)limitado a algo próximo a 65% ou 70%, aoinvés da desejável faixa de 85% a 90%, porexemplo, certamente será obrigada aexecutar a sua safra por um período bemmais longo”, constata. Nesse caso, aestrutura produtiva – incluindoequipamentos e despesas com pessoal –também não estará sendo utilizadaplenamente.

Para o melhor aproveitamento dosrecursos, tanto no campo como naindústria, Ivan Chaves defende anecessidade da adoção de tecnologiasavançadas. A utilização de equipamentos,com recursos de automação, é uma práticaimprescindível – exemplifica – para aredução de desperdícios, possibilitando aaplicação de insumos adequadamente,evitando-se o uso além do necessário. Naárea industrial, essas tecnologias permitemtambém a diminuição de perdas noprocesso de produção e ganhos de tempopor conta de significativas reduções de

paradas não programadas.“A substituição de equipamentos já

obsoletos por outros, dotados demecanismos modernos e inteligentes,certamente levará à desejada redução decustos, uma vez que as operações serãoconduzidas muito mais eficientemente”,enfatiza. O consultor de Ribeirão Pretodestaca que este fato terá outras

consequências: haverá, por exemplo, umadiminuição significativa da mão de obra.Além disso, os profissionais envolvidos nautilização desses modernos equipamentosprecisarão cada vez mais passar portreinamentos de qualificação para queocorra o aproveitamento, de maneiraadequada, dos recursos disponibilizadospor essas avançadas tecnologias. (RA)

Eliminação de desperdícios

proporciona melhoria da performance

Diminuição de gastos pode afetar acompetitividade

Para não comprometer acompetitividade da empresa, a reduçãode custos não pode ser confundida comdiminuição de gastos, esclarece IvanChaves. “O exemplo mais clássico deredução de gastos é não plantar canaem determinado ano-safra”, afirma.Uma situação menos drástica é a nãoadubação de soqueiras. “Qualquer umadestas ações proporcionará, nocurtíssimo prazo, um enganoso impactopositivo no fluxo de caixa da empresa”,observa.

Mas, na safra seguinte já poderãoser percebidos os efeitos perversos –avalia – dessas medidas, comodiminuição da produção e,consequentemente, menor quantidadede cana para moagem.

Em decorrência dessa situação,haverá aumento nos custos – por contada não diluição adequada dos custosfixos – e queda no faturamento. Estenão é o caminho, portanto, parareequilibrar as contas da empresa.Existe mesmo a necessidade de detectaronde estão os gargalos, após análisedetalhada de todas as etapas doprocesso de produção, para corrigir osproblemas para que sejam alcançadospatamares mais elevados deprodutividade e rendimentos.Produzindo bem, por meio dautilização equilibrada e adequada dosrecursos de produção, certamente aempresa – ressalta – conseguirá adiminuição dos custos e o aumento dacompetitividade. (RA)

Equipamento novo resulta em redução de custos por causa da eficiência das operações

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GESTÃO DE CUSTOSPara uma empresa ter umagestão eficiente de custos, énecessário adotar diversasmedidas e contar com algunsrecursos, entre os quais:

� Softwares modernos eespecializados;

� Plano de contas muito bem delineado;

� Profissionais experientesem economiasucroenergética;

� Diagnóstico periódico dasituação da empresa;

� Prática do benchmarking; � Identificação e correção de

pontos fracos;� Eliminação de perdas e

desperdícios;� Substituição de

equipamentos obsoletos;� Qualificação de mão de

obra;� Otimização de recursos.

Fonte: Ivan Chaves

“O açúcar se produz no campo”.Esta é a “máxima” que deve serconsiderada visando a otimização derecursos na agroindústria canavieira,conforme a opinião de Ivan Chaves.Segundo ele, o manejo varietal adequadoàs condições locais de solo e clima,utilização de maturadores, manejo dacolheita com todos os cuidados paraassegurar perdas mínimas são algumaspráticas que proporcionam maiorprodução de açúcar por hectarecultivado.

“Máquinas operando muito bem,sem ociosidade, insumos agrícolasaplicados nas doses corretas, pessoal bemtreinado para realizar as funções a eleatribuídas, sincronia no desempenho dasdiversas operações de campo,respeitando a cronologia da culturacanavieira são providências vitais paraassegurar a eficiência na alocação dosrecursos produtivos”, afirma.

Na área industrial, a otimização derecursos – diz – deve perseguir doisobjetivos: perdas mínimas em cada etapa

do processo e utilização máxima dacapacidade instalada. A integração entreas equipes é outro fator consideradofundamental. “Caberá à área agrícolaproduzir a quantidade demandada pelausina, com ótimos teores de açúcar, eoperar muito bem a logística de colheita etransporte desta matéria-prima de modoque as moendas tenham paradasmínimas. E a manutenção industrial deveser bem conduzida para que as paradaspor quebras de equipamentos tambémsejam irrelevantes”, observa. (RA)

Campo e indústria devem

buscar a otimização de recursos

O açúcar se produz no campo

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PRODUTIVIDADE PARA REDUZIR CUSTOSUsina Guaíra

Especialistas apontamnecessidade em produzirmais no mesmo espaço,para reduzir os custos

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

O que no Brasil causa preocupação,no exterior é motivo de admiração. Emvárias regiões tupiniquins é comum termossol escaldante num dia e chuva no outro.Essa variedade, além do tamanhoterritorial, favorece o cultivo de diversasculturas, como é o caso da cana-de-açúcar.Esta, por sinal, vive a necessidade de

aumento de produtividade, haja visto ademanda que se apresenta no futuro.

Paulo Uchoa, consultor em produção,operação e novos projetos em cana-de-açúcar destacou as vantagens do Brasil naprodução canavieira, lembrando de pontosque intrigam os visitantes. “Contamos comquatro programas de melhoramentogenético, que apresentam novidadesconstantemente. Neste ponto, o Brasil éprivilegiado. Em lugar nenhum do mundoexiste isso. Os estrangeiros nos questionamcomo conseguimos algumas coisas, como ocaso de plantas que não florescem. Alémdo clima, as pesquisas realizadas nospermite este avanço. Sem contar que temossol e água disponíveis praticamente 12meses por ano”, explicou.

De acordo com o pesquisador do IAC -Centro de Cana do Instituto Agronômico ,Marcos Landell, o susto vivido na últimasafra fez com que os produtores melhorassema questão do manejo agrícola, que vinhasendo feito de qualquer maneira em muitasunidades. “Em termos de produtividade,acredito que este ciclo será melhor. Digo issonão apenas pela questão climática, masporque o pessoal cuidou melhor doscanaviais. Tivemos avanços no plantio com omelhor domínio da tecnologia mecanizada,evolução na seleção de mudas onde eles têmsido mais criteriosos, enfim, tudo gera umimpacto positivo já nesta safra”

É justamente das últimas safras queRenato Cunha, vice-presidente do FórumNacional Sucroenergético, lembra ao falar

sobre a importância da produtividade.“Neste período houve retração eminvestimentos no tocante a renovação decanaviais devido a fenômenos climáticos ebaixa remuneração dos produtossucroenergéticos. Contudo, o melhorequilíbrio do fluxo de caixa das empresasestá diretamente relacionado ao aumentode produtividade nos canaviais e naindústria”, alertou.

Referência no Centro-Sul, a UsinaAçucareira Guaíra, localizada na cidade demesmo nome no interior de São Paulo, hávários anos mantém investimentos emtecnologia agrícola, além de práticassustentáveis, o que traz, ano a ano, ganhossignificativos para a empresa (veja matériaespecial sobre a Guaíra nas páginas 54 a 58).

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Se o clamor é pelo aumento daprodutividade nos canaviais, fornecermecanismos que permitam este processo éfundamental. Além de investimentos empesquisas, diversas empresas do setorsucroenergético apresentam o queconsideram o caminho para estecrescimento.

Márcio Miwa, gerente de marketing daBRN Brasil, explica a importância doscuidados com o solo, considerado amatéria-prima das usinas. “Sabemos danecessidade das unidades e passamos acomercializar o implemento PMS 2L, que éutilizado no preparo de solo de novas árease renovação do canavial. Em uma únicaoperação o produto realiza o equivalente aquatro convencionais, sendo gradagemintermediária, subsolagem pesada,gradagem pesada e gradagem leve, o quereduz significativamente os custosoperacionais”.

Já Israel de Andrade Lima Neto,gerente regional da Ubyfol, diz que aempresa desenvolveu segmentos decomplementação nutricional para a cana-de-açúcar. Um deles é o uso de nutrientes eaminoácidos pulverizados junto aosdefensivos sobre as mudas no fundo dosulco de plantio. “O objetivo é provocar,além de um estímulo inicial, um aporte demolibdênio que mantenha ativa as enzimasrelacionadas ao metabolismo do nitrogêniodurante todo o ciclo da lavoura,ocasionando incrementos significativos em

produtividade de colmos e de ATR”. Gustavo Branco, general manager da

Agrária, aponta a nutrição granular comoum diferencial do Farture Boro 7, umfertilizante de alta performance, que tornamais eficiente o processo dedisponibilização dos nutrientes para asplantas. “O produto permite maiorcrescimento radicular, maior pegamento deflorada e consequentemente, menoresterilidade, melhora a absorção e otransporte de água e nutrientes, melhora aabsorção de fósforo pelo sistema radicular,entre outros pontos fundamentais nessaárea. (AR)

Empresas buscam soluções para impulsionar aumento de produtividade

Gustavo Branco

Gotejamento

Equipamento

DMB

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Auro Pereira Pardinho, engenheiroagrônomo da DMB Máquinas eImplementos Agrícolas, explica que, com oobjetivo de facilitar a formação de viveirospara a cana-de-açúcar, diversas empresastêm investido na produção de mudas, quesão plantadas diretamente no campo.Contudo, o grande entrave neste processo éa falta de maquinário para realizar aoperação. “Tudo o que tem no mercadoestá voltado para o plantio de mudas dehortaliças, eucalipto ou mesmo café. ADMB, em conjunto com a Basf,desenvolveu uma plantadora para mudasde cana-de-açúcar com a robusteznecessária que o setor exige”, afirma.

Nutrir a planta também faz parte doprocesso visando o aumento deprodutividade. É o que diz MarceloRolim, gerente de Marketing, Pesquisa &Desenvolvimento da Kimberlit, empresaque trabalha com produtos que atuam nanutrição da cana, em seu metabolismo eno estímulo a obtenção de seu potencialprodutivo. “Tecnologia para estimularcrescimento e vigor do sistema radicular,além de melhorar o ambienterizosférico”, esse é o trabalho do ExionVida, produto feito com um balanço denutrientes que é chave para odesenvolvimento do sistema radicular dacana associado a substâncias húmicas debaixo peso molecular que vão estimular odesenvolvimento das raízes e melhorar aperformance geral da planta.

Outra importante etapa é a irrigação,que permite aumento de produção sem quehaja investimentos em novas áreas decultivo. Dos vários métodos existentes,Daniel Pedroso, agrônomo especialista em

irrigação da Netafim, afirma que ogotejamento traz melhores resultados.“Estudos mostraram que 50% danecessidade de produtividade da cultura érelacionado ao clima, que pode se entender

como chuva e temperatura. O uso dairrigação por gotejamento tem sido cadavez mais procurado, já que o sistemapermite um melhor controle da quantidadede água utilizada”. (AR)

Empresas investem na produção de mudas

Auro Pardinho, da DMB

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ENTREVISTA - Pedro Mizutani, vice-presidente da Raízen

“Aumento de produtividade traz redução de custo”A necessidade de fazer com que o

setor sucroenergético produza mais com omesmo espaço faz com que investimentosem pesquisa surjam. A demanda futurapelos produtos originados a partir da cana-de-açúcar exigirá um salto tecnológico emcurto prazo.

Estes são alguns dos pontos abordadosem uma entrevista exclusiva com PedroMizutani, vice-presidente da Raízen, queafirma que as usinas precisam investir maisna área de pesquisa para pensar em umaretomada de crescimento. Confira aentrevista:

JornalCana: Quão importante épensar no aumento de produtividade emum momento conturbadoeconomicamente?

Pedro Mizutani: Tanto na parteagrícola quanto na industrial o aumento deprodutividade traz redução de custo.Tendo em vista que temos, principalmenteno caso do etanol, um gap com relação aovalor da gasolina, aumentar aprodutividade reduz o custo por toneladade cana e faz com que o valor do litro doetanol seja reduzido também, o queaumenta sua competitividade. Nos últimosanos perdemos produtividade agrícola porconta de problemas climáticos e falta deinvestimento em renovação de lavoura.Mas, se olharmos nos últimos dez anos,veremos que o problema não é de hoje. Oganho de produtividade desta safra, porexemplo, é por conta do tempo. Vamosrecuperar o que já existia no passado. Oque precisamos é alcançar outro patamarde produtividade, que faça frente aoscustos que temos.

Esse novo patamar demanda umsalto tecnológico?

Com certeza. Tanto na área agrícolacomo na industrial. É preciso investir emtecnologia, só que nessa área de cana, nãose tem grandes avanços de uma hora paraoutra. O CTC – Centro de TecnologiaCanavieira tem trabalhado junto às usinasneste sentido, criando novas variedades decana adaptadas às regiões e suas condiçõesclimáticas. Mas, infelizmente, ainda nãochegamos a um patamar tecnológico deprodutividade que gere redução nos custos.

As tecnologias disponíveis nomercado são capazes de aumentar aprodução?

Ainda não. Mas esse crescimento levatempo. Quando começamos um trabalhode pesquisa, precisamos de pelo menoscinco anos de estudos.

O setor tem feito a lição de casa?Melhorou. Passamos a ter mais acesso

a diferentes formas de financiamento quepodem impulsionar e ganhar tempo noquesito tecnológico. Mas ainda precisamosmelhorar e muito na área.

Considerando apenas a parteagrícola, o Brasil tem condição de semanter como o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo?

Com certeza. O país conta com

condições climáticas favoráveis e ao mesmotempo a extensão territorial, considerandoa questão de área agricultável, é enorme.Seremos líderes mundiais na produção de

cana, açúcar e etanol desta matéria-primapor muito tempo.

É preciso aumentar osinvestimentos em pesquisas para que

tenhamos um salto no quesitoprodutividade?

Precisamos aumentar a produtividadepor hectare, até porque o custo da terrasubiu demais nos últimos anos. Este, porsinal é outro ponto que precisa serdiscutido, afinal, usinas e fornecedores nãoestão suportando mais pagar o preço dasterras. Então hoje, para que haja equilíbrionesta equação, precisamos de variedadesmais produtivas.

Quais os focos dos centros depesquisa atualmente?

Variedades de cana transgênicas enovos sistemas de plantio, como é o caso deum projeto do CTC – Centro de TecnologiaCanavieira, onde você planta somente asemente. Todos estes pontos visam,também, reduzir o custo de manejo dacana, tornando o sistema mais produtivo eeficiente.

Falando em aumento de produção,qual a importância do etanol celulósico?

Os testes mostram que é possívelproduzir até 50% a mais de etanol em umamesma área plantada de cana. Mas, paraevoluir nesta área, voltamos no assuntopesquisa. É preciso uma variedadeespecífica, rica em fibra, diferente do quetrabalhamos hoje, que é rica em sacarose.O processo oferece dois pontos positivos.Teremos etanol celulósico e novasvariedades de cana. Acredito no etanol desegunda geração, que já existe há algumtempo, mas ainda não é viáveleconomicamente em escala comercial.

Em suma, para crescer emprodutividade é preciso investir emtecnologia?

São pontos intrínsecos. Acredito queas usinas devam colocar mais dinheironesta área de pesquisa. Não adianta pensarapenas em reduzir custo através de corte defuncionário, isso não resolve o problema dosetor. Cruzar os braços e esperar que ogoverno resolva tudo, também não é ocaminho. Ele tem feito tudo dentro dopossível. Claro que algumas coisaspoderiam ser diferentes, como é o caso datributação na gasolina, mas temos queentender a posição presidencial, queprecisa avaliar outros pontos do país, comoé o caso da inflação. Temos que fazer anossa parte. Reduzir custos, investir emtecnologia e aumento de produtividade.

As unidades possuem recursos paraesses investimentos?

Infelizmente, muitos não vãosobreviver até que este processo se conclua.Algumas empresas fizeram loucuras emtermos de arrendamento, crescimento, equando chegou a crise de 2008, não foipossível recuperar.

Quanto a Raízen tem investidonessa área de pesquisa?

No CTC, a empresas associadasinvestiram cerca de R$ 80 milhões noúltimo ano, sendo uma delas, a Raízen.Neste ano, já estamos em outro patamar.Acredito que iremos dobrar este valorinvestido. (AR)

Pedro Mizutani, da Raizen

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Tereos Internacional credita resultados positivos à cana-de-açúcarFoi anunciado no início deste mês de

agosto os resultados alcançados noprimeiro trimestre da safra 2013/14 daTereos Internacional, uma das principaisprodutoras de cana-de-açúcar e amidos dopaís. A empresa obteve um lucro líquidoatribuído a seus controladores de R$ 8milhões. No último ano, a companhiahavia registrado prejuízo de R$ 46 milhões.

E os números positivos são fruto dosinvestimentos no Brasil. Em comunicado, aempresa apontou que sua divisão decana-de-açúcar no Brasil foi a principalresponsável pelo crescimento em virtude dosmaiores volumes processados. "Os resultadosoperacionais melhoraram em base anualdevido ao progresso na divisão de cana-de-açúcar tanto no Brasil quanto na África,apesar dos preços desafiadores dos cereais eaçúcar", disse Alexis Duval, presidente do

conselho de administração da Téreos.

MOAGEMNa Guarani, empresa controlada pela

Tereos Internacional, o processamento noperíodo alcançou 5,7 milhões de toneladasda matéria-prima, valor 34,9% maior secomparado com o mesmo período da últimasafra. Somente o Ebitda ajustado da Guaranialcançou R$ 125 milhões no trimestre.

Sobre rendimentos agrícolas, osnúmeros também são melhores. Oaumento em relação ao último ciclo foi de8%, fechando o trimestre em 95 toneladaspor hectare. O ATR - Açúcar totalrecuperável da cana também cresceu,chegando a 127,4 quilos por tonelada. Omix de produção esteve mais direcionadopara o açúcar no trimestre, quecorrespondeu a 63% do total.

A GranBio, empresa de biotecnologia100% brasileira, e a Rhodia, empresa dogrupo Solvay, assinaram acordo para acriação de uma parceria voltada àprodução de bio n-butanol. O produto seráfeito a partir de palha e bagaço de cana-de-açúcar, mesma matéria-prima utilizada nafabricação de etanol de segunda geração edisponível em abundância no país.

O objetivo da parceria é construir, noBrasil, a primeira fábrica do mundo de n-butanol feito a partir de biomassa, comprevisão de iniciar suas operações em2015. As companhias se beneficiarão deacordos já fechados com empresasdetentoras de tecnologias. “A parceria coma Rhodia está totalmente alinhada comnosso modelo associativo de negócios enossa estratégia de desenvolver soluçõescapazes de substituir combustíveis equímicos de origem fóssil por produtosrenováveis”, diz Bernardo Gradin,

presidente da GranBio.O bio n-butanol é um composto

químico essencial para a produção deacrilatos e metacrilatos, além de ser muitousado na indústria de tintas e solventes,mercado em que a Rhodia é líder noAmérica do Sul.

O investimento depende da aprovaçãodo conselho de administração dasempresas. A formação do acordo serásubmetida à avaliação do Cade - ConselhoAdministrativo de Defesa Econômica.

A Raízen, uma das cinco maioresempresas em faturamento no Brasil elicenciada da marca Shell no país, acaba deadquirir 10% de participação na STP –Serviços e Tecnologia de Pagamentos,responsável pelos sistemas de cobrançaeletrônica Sem Parar e Via Fácil. Aconclusão da aquisição de participação naSTP pela Raízen está sujeita a avaliação eaprovação do CADE - ConselhoAdministrativo de Defesa Econômica.

O valor do negócio é de R$ 250 milhõese permitirá que, no futuro, as transações decobrança nos postos de combustível da redeShell passem a usar os tags do Sem Parar.“Nosso plano é desenvolver em conjuntocom a STP um sistema de cobrançaeletrônica de combustíveis e serviços nospostos, proporcionando aos clientes Shell eSem Parar mais comodidade, facilidade erapidez”, afirma Leonardo Linden, vice-presidente de Marketing da Raízen.

Usina São José, do Grupo Guarani, controlado pelo Tereos

Raízen adquire participação emsistemas de cobrança eletrônica

GranBio sela acordo para parceriaem químicos de fonte renovável

Bagaço da cana, matéria prima

para químicos renováveis

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Setembro/2013SETOR EM DESTAQUE92

Barralcool celebra 30 safras com show gratuito para 8 mil pessoasEvento contou com aparticipação do cantorsertanejo Sérgio Reis,além da apresentaçãodos alunos do projetosocial “Doce Vida”

No último dia 2 de agosto, o GrupoBarralcool celebrou a importante marca de30 safras com um grande show aberto atoda comunidade de Barra do Bugres, MT.O evento foi realizado na Praça ÂngeloMasson e contou com show de Sérgio Reise banda, além de apresentações dos alunosdo Projeto Social Doce Vida — mantidopela Barralcool — e da dupla gospel César eThiago.

O Grupo Barralcool, além de gerarmilhares de empregos, ainda contribui como crescimento do município e com umgrande volume de arrecadação de tributos.“É uma satisfação muito grande ter umaempresa do porte da Barralcool em nossacidade. Um grupo que está cada vez maisconsolidado em Barra do Bugres e tem sidoum grande parceiro desta gestão”, destacaJúlio Florindo, prefeito da cidade. O diretorpresidente da Barralcool, João NicolauPetroni, lembrou que montar umaindústria era um sonho de muitas pessoaspara dar sustentabilidade ao município.

“Só conseguimos colocar a usina emfuncionamento graças a união de váriaspessoas e hoje tenho um orgulho muito

grande por saber que contribuímos comBarra do Bugres, o Estado e o Brasil”,comentou Petroni.

Agostinho Sansão, diretorsuperintendente da Barralcool, destacouque comemorar 30 safras junto com apopulação foi uma forma de agradecer oapoio e o respeito que a comunidadesempre teve com a usina. “A população deBarra do Bugres faz parte do dia a dia daBarralcool, assim como a Barralcool fazparte do dia a dia da população, por issodecidimos comemorar junto com acomunidade, porque ela merece”, disseSansão.

Sérgio Reis encantou o público comsua simplicidade, simpatia e carisma. Umdos momentos mais emocionantes do showfoi quando o artista sentado em umbanquinho deu seu recado pedindorespeito aos idosos e em seguida cantou“Filho Adotivo”. Ao sair do palco, o artistadeixou um gostinho de quero mais.

O evento Barralcool celebra 30 safrasreuniu mais de 8 mil pessoas de acordocom a Polícia Militar, e foi um evento degrande orgulho para todos da empresa queaguardam ansiosos por outras iniciativasque ainda acontecerão neste ano paracelebração destas 30 safras. O GrupoBarralcool, fundado em 1981, teve suaprimeira safra no ano de 1983. Naqueletempo a usina tinha como único produto oetanol hidratado. Com uma longa história eoutros produtos, este ano o Grupocompleta sua trigésima safra e produzetanol, açúcar, biodiesel, energia e levedurae é autossuficiente na geração de energia.

João Petroni, Sérgio Reis e Agostinho Sansão

Evento foi comemorado com show de Sérgio Reis

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Setembro/2013ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO94

Mais barato pode setornar mais caro quandometodologia é baseadaapenas no critérioeconômico-financeiro

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

Aperta, pressiona, espreme. Estica deum lado, puxa de outro. Chega uma horaque não tem jeito: quebra mesmo. Essapode ser a trajetória de integrantes dacadeia de suprimentos do setorsucroenergético com a utilização de umconceito, nada edificante – aplicado emtodos os segmentos da economia – que ébaseado na compra pelo menor preço, aqualquer custo.

Da mesma forma que tentam preservara sobrevida, as unidades sucroenergéticasque enfrentam dificuldades podem estarexacerbando em práticas de negociações decompras, adotando procedimentos bastanteantiquados, alerta o engenheiro mecânico eeconomista Marcos da Cunha Ribeiro,diretor geral da Santal Equipamentos –fabricante de carregadora, transbordo,plantadora e colhedora –, de RibeirãoPreto, SP, que integra a cadeiasucroenergética.

Mesmo no chamado grupo das “boassobreviventes”, com uma economia maissaudável, onde estão 70% das usinas –

conforme definição e cálculo de MarcosRibeiro –, a atividade na área desuprimentos está pautada por um processo

puramente financeiro-econômico. Nestegrupo se inserem as empresas maisprofissionalizadas, as de capital estrangeiroe as usinas de gestão mista que puxam aevolução do modelo de gestão de maneiramais veloz

A principal preocupação, nessemodelo, é também forçar ao máximo aredução de custos de insumos e bensduráveis para o ambiente produtivo,ressalta o diretor da Santal. Esse processo éreforçado pelo uso de metodologias doGlobal Sourcing e de soluções similares. OGlobal Sourcing foi desenvolvido paracompras globais, mas pode ser aplicado –esclarece – no mercado doméstico. É muitomais um processo de licitação, de tomadade preço, a partir de RFP (Request forProposal, que significa em português,requisição de proposta).

Segundo ele, no Global Sourcing existeuma sistemática de negociação, dequalificação e capacitação de fornecedores.Em seguida, a empresa entra num embatede compra de menor preço, a qualquercusto. “E isto, no médio e longo prazos,acaba se convertendo num processo decriação de ‘sofrimento’ na cadeiafornecedora. O menor preço não é o maisinteressante. Em geral, o mais barato é omais caro. E o mais caro é o mais barato”,compara. Essa situação pode ser explicada– observa – pelo conceito de posse total dobem ou serviço (em inglês, total cost ofownership, ou seja, custo total da posse).

Compra pelo menor preço a qualquer custo gera sofrimento

Marcos da Cunha Ribeiro: na dificuldade há risco de adotar procedimentos antiquados

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Setembro/2013 ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO 95

Visão, centrada no preço,torna-se destruidora devalor e afeta qualidadeno médio e longo prazos

“O empresário do setorsucroenergético reclama da percepção devalor de seu produto final, que é o açúcar, oetanol e até a energia elétrica. Mas, ele estáinserido num mercado que se estruturou naárea de commodity que coloca todo mundopraticamente na vala comum. Não existediferencial de valor”, constata Marcos daCunha Ribeiro, que é também especialistaem marketing industrial. Neste contexto, asempresas tentam obter maiores ganhos noprocesso de compras.

“Todo mundo aposta muito forte naredução de custos nessa área”, afirma. Mas,nem tudo o que setor sucroenergéticocompra é commodity. O fermento pode serchamado de commodity – exemplifica –,mas por causa da qualidade entre umproduto e outro, o resultado final para aprodução de etanol vai ser diferente. Ocusto de uma determinada marca defermento, nesse caso, torna-se menor devidoà qualidade do produto e não emdecorrência do seu preço unitário.

“O modelo de compra por menorpreço, que é o processo do Global Sourcing,afasta o comprador da possibilidade de ter

a percepção de valor. Com isto, ele perde asparticularidades e os benefícios intrínsecosque diferenciam o fornecedor A dofornecedor B”, enfatiza. Este sistemaesmaga os fornecedores, porque a médio elongo prazos ficam – comenta – totalmentesem fôlego para manter uma qualidade defornecimento.

“Existe uma decomposição de suasmargens a cada ano. Não tem ganho deprodutividade na cadeia toda que justifiqueisto, então alguém quebra no meio docaminho”, afirma. Os fornecedores do setorsucroenergético, principalmente de bensduráveis, que são máquinas agrícolas eequipamentos das unidades industriais, sãoos mais prejudicados – argumenta –,porque esses produtos têm vida útil,durabilidade. São ativos, bens de capital. Ademanda, sob o ponto de vista de escala deprodução, é muito baixa ainda. O ganho deprodutividade não ocorre por causa doganho de escala.

Se o setor sucroenergético temproblema de capitalização e rentabilidade,os principais fornecedores desse segmento –ressalta – também enfrentam o mesmoproblema. Essa visão, centrada no preço,torna-se destruidora de valor. No médio elongo prazos, afeta a qualidade. “Na cadeiade suprimentos, quando todo modelo depensamento e de relacionamento não épara construir valor, mas para redução decusto por qualquer meio, o valor vai sendodecomposto e destruído”, diz. (RA)

Modelo decompõe margens e “esmaga” fornecedores

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Setembro/2013ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO96

Sistema de comprasbaseado na troca defornecedor já está seesgotando, inclusiveconsiderando a opção da China

Quem sofre primeiramente asconsequências deste processo de compraque prioriza o preço? – indaga MarcosRibeiro. Ele mesmo responde: “O elo maisfraco dessa cadeia. E sofre com adificuldade em criar a percepção de valorno seu cliente final, porque ele está‘commoditizado’ no seu produto e, portantotem a tendência de ‘commoditizar’ tudo oque compra e o que quer comprar”.

A “commoditização” está relacionadaao que é trabalhado – ressalta – semdistinção de qualidade, sem percepção devalor. O preço, neste caso, é determinadoexclusivamente por volume e demanda,oferta e procura no mercado global. Porisso, as commodities têm preços reguladosem bolsa. “Na commodity agrícola nãoexiste distinção de qualidade. Existe grãode soja, grão de milho, farelo de soja, farelode milho, óleo de soja. Se o cliente quiserum óleo de soja melhor na sua mesa, vaipagar mais caro. Mas, é um nicho. Não émais uma commodity”, diz.

De acordo com ele, a mesma coisaacontece com o etanol e o açúcar, portanto,quem fornece para este setorsucroenergético sofre as consequênciasdesta característica que está muito forte,muito arraigada, seja por opção de modelode gestão em empresas profissionais oumultinacionais, seja por tradição e pelopróprio modelo de pensamento da gestãofamiliar. Neste caso, não é uma commodity.Este modelo é baseado no comércio antigo,na barganha.

A postura de compra pelo preçoacontece muito em empresasprofissionalizadas. Mas, com todo umaparato “bonito”, de modelo de gestão decompras e suprimentos – detalha. Há autilização do leilão reverso, leilãopresencial, RFP. E, no final desse processo,o fornecedor – que chega nessa etapa –ganha pelo preço. Toda vez que isto ocorre,a margem do fornecedor está sendo

espremida. “A sua capacidade derenovação futura está sendo prejudicada.Por isso, que é um modelo de destruição devalor. Mas, é o modelo de sobrevivênciausual”, constata.

Segundo o diretor geral da Santal,compradores querem que os fornecedoresmelhorem a qualidade do produtoinfinitamente, inclusive contratando umaredução de preço – qualquer que seja ajustificativa – com determinado percentualpor ano. E como têm um grande poder decompra, por conta de sua escala deprodução e de compra, vão pressionandoseus fornecedores até que eles não dão maisconta ou quebram, relata.

Com a utilização desse modelo, oscompradores acabam mudando defornecedor, por causa da concorrência pelopreço, até ficarem sem alternativa desubstituição. “E a dúvida que estáacontecendo hoje globalmente – e no

agronegócio não será diferente – é que estemodelo de troca de fornecedor já está seesgotando, inclusive considerando a opçãoda China. Após a China, quem vai ser abola da vez?” – questiona.

Uma nova postura no mercado estávinculada à mudança da análiseeconômico-financeira exclusivamente emfunção de custo e de preço para a avaliaçãoda construção de valor, considerando todauma questão conceitual que está por trásdisso, explica Marcos Ribeiro, que étambém executivo-professor da escola deMarketing Industrial – a única da AméricaLatina – localizada em Cotia, SP. E istonasce da percepção de valor do cliente pelodiferencial de um fornecedor em relaçãoaos concorrentes. “Ele passa a serreconhecido pelo valor que representa parao seu cliente e para os clientes do seucliente. E não exclusivamente por umarelação direta entre comprador efornecedor”, avalia.

“A visão é expandida para a cadeia devalor e não para a cadeia de suprimentos.No fundo, a cadeia é a mesma. Mas, aforma de entender, interpretar e afetar osagentes nessa cadeia é totalmente diferente.Na cadeia de suprimento, a discussão ébaseada no preço e no resultado de curtoprazo. Na cadeia de valor, a percepção étotalmente inversa: há a preocupação daconstrução de valor, de riqueza que écompartilhada num ganha-ganha em cadaelo da cadeia”, afirma. (RA)

“Commoditização” não faz distinção de valor e de qualidade

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Foco do clienteé um passo adiante na cadeiaAtividades da área de suprimentosdevem resultar em ganhoscompartilhados por todos o tempo todo

Um sistema de suprimentos, antenado com as necessidadesde todos os elos da cadeia, dever ter uma visão maisaprofundada sobre o papel desempenhado por essa atividade“O fornecedor de alguma coisa está enxergando não o que elequer para ele, nem o que é bom só para o seu cliente. Mas, juntode seu cliente, está enxergando o cliente do cliente. Por isso que,nesse momento, tanto na compra como na venda, tem queexistir a preocupação para que o foco não esteja no cliente, masajustado com o foco do seu cliente”, observa Marcos Ribeiro

A visão sobre o “foco do cliente” é um passo adiante nacadeia. “E é só enxergando dois elos para frente e dois elospara trás, que seria o fornecedor é possível interpretar umaconstrução de valor compartilhada entre todos. A grandequestão é que isto pressupõe uma visão de negócio maislongeva. Está baseada, portanto, em relações significativas eduradouras entre os agentes”, afirma.

Segundo ele, a cadeia de suprimentos está atreladaatualmente a um modo de pensamento que pode resultar emganhos de curto prazo para um ou para outro. “Mas, nuncaganhos compartilhados por todos o tempo todo”, constata. Omodelo de construção de valor tem expressão forte em poucossegmentos. “Existem algumas ‘ilhas de excelência’ que têm essapreocupação clara”, informa. (RA)

A construção de valor, levando-se em consideração o“foco do cliente”, tem sido uma das questões trabalhadasno processo de reestruturação organizacional,administrativa e de produção que está sendodesenvolvido na Santal Equipamentos, em decorrênciada aquisição parcial da empresa pela AGCO. “Estamosrevisando a nossa cadeia, desde o fornecedor dofornecedor, até o cliente do cliente”, revela MarcosRibeiro.

A Santal viveu uma fase mais introspectiva até esteano, observa. “De 2013 em diante, desde a Agrishow, éque a empresa entrou numa fase mais de expectativa eexposição ao verdadeiro mercado de nossosequipamentos, com um grau de integração com a AGCOmuito mais forte”, comenta. Ele informa que a empresaestá muito mais preocupada, nesse momento, em sereposicionar como player no mercado sucroenergético,contando com uma rede de dealears extremamente fortee tradicional, que é da Valtra e da Massey Ferguson,marcas da AGCO. A fase de transição inclui oaprimoramento dos produtos.

O impacto do momento difícil enfrentado pelo setortorna-se diferente para a Santal em relação a outrasempresas devido ao processo de mudanças, admiteMarcos Ribeiro. De acordo com ele, a Santal estápreparada para atuar nesse mercado, que passa tambémpor grandes transformações. “A tendência é continuaresse processo de consolidação com profissionalização. Ogrande segmento está se concentrando em grupos fortesque trazem uma mudança significativa de cultura naárea de suprimentos e também na área de processos”,avalia. (RA)

Santal está preparada para

novo momento do setor

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A aquisição de itensadequados no tempocerto e nas especificaçõespré-estabelecidas devenortear as negociações

Planejamento e integração entre asáreas de suprimentos, produção efinanceira são imprescindíveis para quetodos os itens, requisitados pelas áreasagrícola e industrial, sejam comprados ecolocados à disposição das equipes deprodução nas melhores condições de preço,colaborando decisivamente para a reduçãode custos das unidades e grupossucroenergéticos, de acordo com IvanChaves de Sousa, diretor da ChavesConsultoria, de Ribeirão Preto, SP.

“Se todo o processo for conduzido deforma bem planejada, com boaantecedência, as compras poderão serefetuadas com eficiência”, afirma. Aeficiência, portanto, é irmã doplanejamento. Neste caso, preços econdições negociais serão analisadas apartir de “pacotes de itens a seremadquiridos”, proporcionando muito maisforça de negociação ao comprador, ressaltaIvan Chaves. A aquisição de itensadequados no tempo certo e nasespecificações pré-estabelecidas deve

nortear as negociações, diz.Segundo ele, para evitar surpresas

negativas e com prejuízos para o bomandamento da produção, é recomendáveladotar sempre a formalização via contratosassinados por ambas as partes. O consultor

de Ribeirão Preto lembra que muitasusinas e destilarias têm passivos bancáriossignificativos em decorrência da crise queafeta o setor, que são acompanhados aindapor outro fator: o custo do dinheiro tomadode terceiros. Nesses casos, uma alternativa

– sugere – nas negociações na área decompras é obter um alongamento do prazode pagamento dentro do possível. “É umamaneira de aliviar o caixa da empresa jácombalido no curto prazo”, comenta.

A aquisição de produtos estratégicos,que têm custo mais oneroso, deve receberatenção especial da área de suprimentos,destaca Ivan Chaves. Em algumassituações, é preferível – avalia – até optarpor um fornecedor que ofereça um preçomais elevado, mas que garanta a qualidadedo produto que está sendo comprado. “Hácasos muito especiais demandando até aparticipação dos próprios gestores noprocesso de escolha do fornecedor e deseleção do item a adquirir”, afirma.

O setor de suprimentos deve utilizar osrecursos – afirma – da área de tecnologiade informação para monitorar ocomportamento dos diversos fornecedorespor segmento de produto ou serviço,considerando qualidade de atendimento,preços, atenção aos prazos de entrega doproduto ou serviço, etc. “Pode serdesenvolvido também um banco de dadospara captar periodicamente os preçospraticados e os usuais índices de inflação”,sugere. De acordo com ele, esse volume deinformações ajuda o processo decisório,não apenas em relação a qual produtoadquirir ou deixar de comprar, maspossibilita também uma interessante visãoda evolução da inflação de preços no setor,por linha de produtos ou serviços. (RA)

Planejamento melhora eficiência e gera economia

Ivan Chaves: eficiência é irmã do planejamento

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Pedidos incompletos ou com atraso elevam custos

Um dos maiores problemas na áreade compras do Grupo PedraAgroindustrial e também do setorsucroenergético está relacionado aproblemas com fornecedores queentregam pedidos incompletos ou comatraso, revela Francisco Gallo. Essasituação envolve, em diversos casos, atéum terço dos fornecedores da mesmaempresa. “Tenho relações comerciais feitascom uma gordura, despendendo umdinheiro antecipadamente por precauçãoem relação a esses riscos”, comenta ogerente corporativo de suprimentos. Orecebimento de algum produto com dataposterior – esclarece – em relação a que foiplanejada gera diversos outros custos quenão são tão tangíveis. Do total dos pedidosdo Grupo Pedra Agroindustrial, 29% sãoentregues com atraso.

“Quando o pedido é feito a umadistribuidora de peças de caminhão, porexemplo, com 30 itens que serão utilizadosna reforma de um câmbio ou de umasuspensão, se o fornecedor deixa deentregar um deles, não adianta nada.Nesse caso, é considerado atraso paraesses trinta itens. A minha conta é feitadessa forma, que eu acho que é a formacorreta”, diz. (RA)

Empresa deve ter umbom processo denegociação que tambémleve em consideraçãoqualidade econfiabilidade

Como o açúcar e o etanol têm os seuspreços controlados, uma maneira dasusinas e destilarias ampliarem seus ganhosé a gestão eficiente na área de compras,segundo Francisco Luiz Gallo, gerente desuprimentos do Grupo PedraAgroindustrial. A empresa possui quatrounidades produtoras, todas no estado deSão Paulo: Usina da Pedra, em Serrana;Buriti, em Buritizal; Ibirá, em Santa Rosade Viterbo e Ipê, em Nova Independência.

“Nos últimos três anos, os valores dosprodutos adquiridos pelos grupos e pelasusinas estão subindo a uma taxa superior aque os preços de venda têm conseguidocomo reajuste de mercado”, compara.Segundo ele, a relação de troca tem ficadocada vez menor, achatando e consumindoa margem de lucro das unidadessucroenergéticas. “Se as empresas nãotiverem um bom processo de negociação,

vão estar perdendo ainda mais a suamargem de lucro”, alerta.

Na opinião de Francisco Gallo, a áreade suprimentos pode contribuirestrategicamente para a empresa nanegociação de preços e da qualidade. “Ocomprador precisa ter uma visão completado que ele compra. Ele deve estarpreocupado com o custo e não somentecom o preço. Não tenho que comprar opneu mais barato. Tenho que comprar omeu menor custo por quilômetro”, diz.

Essa visão só tem – enfatiza – quem estámais profissionalizado.

O gerente de suprimentos da PedraAgroindustrial diz que é preciso, emprimeiro lugar, adquirir o produto compreço bom no momento adequado, porqueem muitas ocasiões há os efeitos desazonalidade, dólar, entre outros fatores.Ele destaca que é necessário tambémcomprar com qualidade e confiabilidade, oque envolve um relacionamento maisintenso com o fornecedor para que nãoocorra um comprometimento ainda maiordos custos da empresa.

“Quando a empresa tem umfornecedor que entrega algo diferente emrelação à qualidade ou com qualidadeinferior, pode estar adquirindo um produtocom um preço menor, mas tendo um customuito maior da sua operação”, detalha.Francisco Gallo cita um exemplo queretrata essa situação: a aquisição de umproduto mais barato que exija um númeromaior de substituições durante a safra.

“No momento em que é feita a somada mão de obra e o tempo parado desteequipamento para a realização desta troca,o custo acaba sendo muito maior emrelação ao pagamento por um item demelhor qualidade com um preço maiselevado. Não adianta só ter o preço menor,a qualidade é fundamental”, ressalta. (RA)

Aumento de preços achata

e consome lucro de usinas

Francisco Luiz Gallo, do Grupo Pedra: pelo

bom processo de negociação

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Métodos possibilitamidentificação eclassificação de itens de acordo com impactoque proporcionam para a empresa

Um recurso importante que deve serutilizado pela área de compras é a CurvaABC – recomenda Francisco Gallo – para aidentificação e hierarquização dos itens decompra ao longo do ano. Este método de

classificação de informações possibilita aseparação dos itens de maior importânciaou impacto, que são geralmente em menornúmero.

Outra ferramenta de destaque é acategorização dos fornecedores conforme aimportância dos produtos para a atividade,que são divididos em críticos, estratégicos,simples aquisição e de livre concorrência. Aclassificação dos itens leva em consideraçãoa dificuldade de aquisição e ocomprometimento que podem trazer paraa empresa.

Os produtos denominados comocríticos são de grande importância para oprocesso de produção agroindustrial, como

insumos industriais e fertilizantes. Osestratégicos apresentam custo elevado etambém são de extrema relevância. Nestacategoria incluem-se equipamentos, comotratores, colhedoras, plantadoras, caldeiras,moendas, entre outros.

Os itens de simples aquisição são debaixo custo e de baixo risco para aatividade, como parafusos e material deescritório, que demandam geralmentebastante tempo do comprador. Recomenda-se, nesse caso, a simplificação do processode compra. Outra categoria é compostapelos produtos de livre concorrência queapresentam alto risco e baixo custo, comomaterial siderúrgico. (RA)

Resultados tambémdependem deprevisibilidade

Se a empresa soubesse, no início doano, quais são os itens que vai precisar parasuprir as suas necessidades e tivesse essasinformações com grau de confiabilidadealta, que permitisse fazer um planejamentopara identificar o momento mais oportunopara realizar a negociação, poderia definirestrategicamente se compra de imediato,compra spot ou gradualmente. Quemafirma isto é Francisco Gallo, da PedraAgroindustrial, que considera que osresultados na área de suprimentos poderiamser, desta forma, ainda melhores.

“Para alguns itens, isto é muito fácil defazer, como fertilizantes, combustíveis,uniformes. É possível, para uma famíliagrande de produtos, forçar o seu clienteinterno a dar uma previsibilidade maior.Para outros itens, como os de manutenção,por exemplo, torna-se mais difícil”, pondera.A avaliação é baseada, nesse caso, nopassado. “É feito uma análise histórica.Normalmente, o presente e o futuro não sãoidênticos ao passado”, observa.

Se a empresa não adota a manutençãopreventiva e preditiva, trabalhando somentecom a corretiva, a situação torna-se maiscomplicada. “A urgência coloca nanegociação outra variável, que é o tempo.Por causa disso, declina-se de pegar o menorpreço, para conseguir o menor prazo deentrega”, diz. (RA)

Curva ABC e categorização são aliadas importantes

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Uso de ferramentas, de forma adequada,possibilita que hajamaior concentração de esforços nos itens mais relevantes

A Pedra Agroindustrial compra maisou menos 22.000 itens por mês. “Não dápara fazer uma análise estratégica paraessa quantidade. É preciso focar emalgumas coisas”, afirma Francisco Gallo.Uma das alternativas utilizadas é arealização da gestão por contrato.

Exemplo disso é a formação de umgrupo de itens de fixação (parafusos,pregos, arruelas, etc) – detalha –, com apromoção de uma competição, no início doano, entre diversos fornecedores. “No finaldessa negociação, é definido um contratopor um prazo de doze meses, comfidelidade para o fornecedor escolhido”,explica.

Os contratos são um recursoimportante para a área de compras paraque haja uma maior concentração deesforços nos produtos mais relevantes,enfatiza. “O uso do e-procurement, de

forma correta, também ajuda bastante. Éadequado para comprar os itens de baixarelevância”, afirma.

A aquisição de equipamentos eprodutos que se inserem no Capex, sigla daexpressão inglesa capital expenditure (quesignifica. em português, despesas de capitalou investimento em bens de capital), é feitapelo próprio gestor de suprimentos e por

pouquíssimas pessoas da estrutura dessaárea da Pedra Agroindustrial.

Esse grupo sucroenergético tem aindaparceria com duas empresas – informaFrancisco Gallo – para a projeção de preçosfuturos. Algumas ferramentas sãoutilizadas inclusive para o desenvolvimentode ações na área de “Inteligência emCompras”. (RA)

E-procurement e gestão por

contratos reduzem demandaControle deestoque evitaexcesso e faltade produtos

O aprimoramento do sistemade compras e suprimentosdepende também do controle deestoque que deve ser eficiente eequilibrado. O objetivo é evitar aexistência no almoxarifado decomponentes há muito temposem utilização – até mesmo jáobsoletos –, de itens em excesso ea ausência de materiaisimportantes para o processoprodutivo, avalia Ivan Chaves deSousa, diretor da ChavesConsultoria. Dependendo dadistância da agroindústria emrelação aos fornecedores dedeterminados itens – caso clássicoé o de componentes importantesdo conjunto de moendas – épreciso ter o bom senso de contarcom uma reserva estratégica paraevitar sobressaltos que levem àindesejável parada do processoindustrial, recomenda oconsultor. (RA)

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Auditoria externa éalternativa para que aárea de suprimentostrabalhe comtranquilidade e obtenha aconfiança dos acionistas

“O departamento de comprasnecessita de atenção especial uma vez queé o principal ‘canal’ de saída de recursosfinanceiros”, afirma Jair Cezar Pires,diretor executivo da MBF Agribusiness, deSertãozinho, SP. Segundo ele, a gestão éfundamental para que cada etapa doprocesso seja cumprida com rapidez eassertividade. “A área de compras exercefunção estratégica na empresa. Deixou deser simplesmente um setor que adquirematerial para ser uma área ‘pensante’, poisa compra de qualidade contribui com oslucros da empresa”, diz.

De acordo com ele, a interação dodepartamento de compras e suprimentoscom os outros setores é fundamental. Damesma maneira que as informaçõesfornecidas por outros departamentos sãoimportantes para o planejamento da áreade compras, o planejamento de outrossetores depende também – observa – dasinformações geradas na área de compras,como a questão de prazo de entrega de

materiais e de pagamentos.“Uma compra bem planejada e com

prazo para as negociações, seguramente faz

com que os materiais e serviços sejamadquiridos a preços mais atraentes”,ressalta. Na opinião dele, produtos

estratégicos, de alto valor, além de seremcotados com antecedência, devem ter aparticipação dos acionistas nas análises,não somente dos preços, mas também dosfornecedores envolvidos no processo decotação.

A compatibilidade do controlecontábil do estoque com os itens físicosexistentes é um fator importante – destaca– para o aprimoramento do sistema decompras e suprimentos. Ele enfatiza queesse controle dá maior confiabilidade aosetor de suprimentos, além de manter obalanço patrimonial da empresaatualizado. “A contabilidade da empresapode e deve participar ativamente doscontroles gerenciais das unidades, fato quenão ocorre com muita frequência, pois secriam controles paralelos que, às vezes,poderiam ser evitados. É o que chamamosde retrabalhos”, comenta.

Jair Pires afirma que o setor desuprimentos de qualquer empresanecessita de cuidados especiais e deprofissionais engajados na suaadministração, pois se trata de uma áreacomplexa. “Auditoria externa é umaalternativa interessante para que o setor desuprimentos trabalhe com tranquilidade eobtenha a confiança dos acionistas daempresa”, sugere o diretor executivo daMBF Agribusiness, que faz a análise dossistemas de suprimentos utilizados emunidades sucroenergéticas e propõediversas soluções nessa área. (RA)

Interação com outros departamentos é fundamental

Jair Cezar Pires: área de compras deixou de ser setor que adquire material para ser pensante

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A aquisição de cana-de-açúcar, arealização de parcerias e arrendamento deterras, além da contratação de prestadoresde serviços, são outros itens que merecematenção especial da área de compras e dosdepartamentos envolvidos nessasnegociações, segundo Jair Pires, da MBFAgribusiness.

“A maioria das unidades do setorsucroenergético adquire 50% de sua matéria-prima dos fornecedores tradicionais ou nomercado spot”, constata. Ele observa que asnegociações nessa área são complicadas emdiversos casos, pois incluem várias questões,como preparo do solo, plantio, colheita e atémesmo algumas operações de tratosculturais, entre outros itens.

Em algumas situações, cláusulas malelaboradas, ou mesmo a ausência de algumasdelas no contrato, acabam gerando açõesjudiciais. “Diante de tudo isso, é necessárioum controle formal e de confiabilidade paraque ambas as partes cumpram o que foiacordado, ou seja, a unidade industrialreceba a matéria-prima comprada e ofornecedor tenha a remuneração pelo volumefornecido, da forma combinada, seja pelocritério Consecana ou não”, diz.

A contratação de prestadores deserviços também exige – observa o diretorexecutivo da MBF – vultuosos volumesfinanceiros, pois nem todas as unidadessucroenergéticas possuem 100% daestrutura necessária para a realização, porexemplo, de todos os serviços agrícolas,

principalmente para a colheita e otransporte da cana.

As negociações nessa área geralmenterealizadas pelo setor de transportes –afirma – também envolvem diversasquestões, como benefícios concedidos pelasunidades produtoras, incluindo

fornecimento de julietas/reboques,combustível a preço subsidiado paramáquinas e caminhões utilizados notrabalho, além de acordos relacionados àmanutenção dos veículos.

Em relação a parcerias earrendamentos de terras, Jair Pires

recomenda que as negociações sejamrealizadas com antecedência, tanto paranovos contratos, como para a renovaçãodos acordos em vigência, pois aconcorrência nessa área é grande e tende aaumentar. “Este fato torna os contratosmais caros a cada ano”, comenta. (RA)

Terceirização e aquisição de cana envolvem diversas questões

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Troca de experiências de boaspráticas seria um dos objetivosdesse fórum de discussão

“Faz uma falta enorme não ter um fórum dediscussão, de troca de boas práticas, na área de compras.Sou um enorme torcedor e faço força para que istoaconteça”, afirma Francisco Gallo, gerente de suprimentosda Pedra Agroindustrial. Segundo ele, uma das coisas quepoderia acelerar muito o processo de desenvolvimento dosetor sucroenergético seria a organização de um grupo daárea de suprimentos, no mesmo formato de outros já

existentes, como o Grupo de Motomecanização (Gmec),Grupo das Áreas de Tecnologia das Usinas de Açúcar,Etanol e Energia (Gatua) e Grupo de Estudos em GestãoIndustrial do Setor Sucroalcooleiro (Gegis).

“Estive em vários eventos em que manifestei o meuinteresse para que o setor tivesse um grupo de discussãonessa área. Conseguimos organizar um na região deRibeirão Preto, chegamos a fazer duas reuniões,envolvendo algumas empresas sucroenergéticas, mas ogrupo não andou”, conta. A dificuldade para organizá-lo –avalia – está relacionada ao tratamento sigiloso dasquestões que envolvem essa atividade. Mas, ninguém quertrocar preço – avisa – ou mesmo saber de detalhes donegócio que o outro está fazendo. (RA)

Gerente defende criação de

grupo da área de suprimentos

Função estratégicaexige resgate ético eorganização de dados

O setor de suprimentos está começando a viver um novomomento. As empresas já enxergam essa área comoestratégica. “Antes, era considerada como um processovoltado para a realização de compra. Hoje, o mercado estáentendendo que a compra não é uma operaçãoconvencional. Pode ser fator relevante para o resultado daempresa no final do mês”, afirma Francisco Gallo.

Para obterem um desempenho positivo nessa atividade,unidades e grupos sucroenergéticos precisam passar por trêsfases que já foram superadas pelas empresas queapresentam uma gestão profissionalizada e eficiente nessaárea. A primeira etapa é de resgate ético. “O setor sofreu aolongo dos tempos com a conduta ética inadequada. E istomuitas vezes criou alguns estigmas negativos. O primeiromovimento é para dar serenidade, clareza”, esclarece.

Quando a empresa trabalha com ferramentas, como e-procurement, cria regras no negócio e o seu fornecedor podeentender claramente o motivo pelo qual não foi escolhido. Atransparência cria condições também – acrescenta – paraque o setor de compras demonstre para a empresa que faznegociações com dados balizados.

O segundo passo está relacionado à implantação deinfraestrutura, e de organização interna de dados. “Se a áreade suprimentos não consegue ter isto, fica difícil fazerqualquer cálculo de inflação e estatística”, diz. A terceira faseé a estratégica. Mas, se a empresa não passar pelas duasprimeiras etapas, não terá condições de tratar a área desuprimentos como estratégica, enfatiza. (RA)

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Como conciliar asnecessidadesempresariais, àsexpectativas das pessoase à legislação pertinente

Os novos rumos da remuneraçãocom foco estratégico, nos planos daRemuneração Fixa, Variável e demaiselementos do pacote de Valorização daGestão da Remuneração contemporâneatem sido o grande desafio deprofissionais que têm como missãoatrair, reter, motivar, valorizar e engajarempregados desde o nível hierárquico do“chão de fábrica” até os mais elevadosníveis de comando na organização.

As perguntas, então neste contextosão muitas, porém duas delas há temposvem sendo o “quebra-cabeça” destaequação: pagar e satisfazer X custos eresultados.

SÃO ELAS:1) O que precisa acontecer para

que as empresas tenham mais “cartas”para valorizar e reter os profissionais-

chave no mundo globalizado sem ter umaumento de custo em seu orçamento nãocondizente com o resultado do negócio?

2) Como conciliar a Legislaçãotrabalhista X Ambiente atual de negócios- qual o caminho para este cenário quese apresenta, pressionado para práticasmais flexíveis, criativas e construtivas

enquanto que a Legislação tem suasdiretrizes e não permitem muitaflexibilidade?

A solução não é mágica. Nem tãofácil de ser aplicada. Porém existemmecanismos que são aplicáveis àsdiversas classes de trabalhadores naorganização.

Em nosso setor especificamentetemos uma situação um poucodiferenciada do mercado. Seconsiderarmos que estamos numquadrante de empresas maduras, comcrescimento lento, com custo de mão deobra alto e com baixa rentabilidadedeveríamos estar com problemas decomposição da remuneração total emcima do salário-base e com satisfação naremuneração variável ou no pacotemotivacional da remuneração.

No entanto é ao contrário. Umaverdadeira “Lei de Murphy” pois temossalários-bases compatíveis com omercado com uma remuneração variávelde nível baixo, com número expressivode empresas num nível médio e umnúmero reduzido de empresas agressivasem se tratando de remuneração.

Somos produtores de commodities epor certo com nosso produto emconstantes variações de preços. Serianatural, ou até certo ponto factível quetivéssemos nossos custos atrelados a estagangorra. Porém, por mais quequeiramos fazer esta equação seequilibrar (custo x receita) existemproblemas de ordem mercadológica e deordem legal que nos impedem.

Remuneração estratégica como ferramenta

de gestão de recursos humanos estratégicos

ARTIGO

José Darciso Rui, consultor empresarial e diretor executivo do Gerhai

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ARTIGO

Recompensas

não financeirasNo que tange a mão de obra os dois problemas são

visíveis no equilíbrio desta gangorra. Se pudéssemos fazer estemovimento de salário menor e salário maior conforme o preçodo produto, certamente teríamos perdas maiores, pois aremuneração intangível estaria prejudicada tal qual aremuneração tangível.

Explicando: remuneração intangível são recompensasnão financeiras, como qualidade de vida, oportunidade decarreira e liderança, enquanto que tangível é o dinheiro que ocolaborador coloca no bolso, direta ou indiretamente. Assimestaríamos afetando o enigma mercadológico.

O segundo problema, o de ordem legal, tão estáticoquanto o primeiro, visto que tudo aquilo que se premia comoremuneração é quase que “imexível”, especialmente, quandose trata de salário fixo e prêmios que incorporam salários,como Remuneração variável mensal, bônus, prêmiosprodução, etc.

É aí que entra a estratégia de remuneração que tem comoprincípios a cultura da empresa, o mercado, a legislação e aliderança empresarial junto aos seus colaboradores.

Negociar uma remuneração estratégica dentro destesprincípios usando como regra olhar para dentro e não parafora, certamente trará elementos e alternativas de práticassaudáveis de remuneração dentro dos aspectos mercadológicose legais.

Quebrar paradigmas, ousar, ser agressivo (mas comsabedoria e respeito aos stakeholders), inovar e acima de tudoter transparencia empresarial por certo levará a organizaçãoa praticar uma remuneração mais eficaz com resultados paraos trabalhadores e para os acionistas. Tangível é o dinheiro que o colaborador coloca no bolso

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Com o tema "Os caminhos daremuneração estratégica: valorização,reconhecimento e retenção - o que faltapara caminhar? Limitações, impactos eapoios necessários", o Gerhai - Grupo deEstudos em Recursos Humanos naAgroindústria realizou seu 5º WorkshopTemático. O evento aconteceu em 26 dejulho, no CTC – Centro de TecnologiaCanavieira, em Piracicaba, SP e reuniu osmaiores especialistas em recursoshumanos do setor sucroenergético.

Na primeira parte do workshop,participaram Rodrigo Soares da Hays eCarlos Alberto Ferro, gerente deconsultoria e equipe de remuneração- HayGroup. Foram discutidos temas comogestão de remuneração contemporânea ecomo serão os novos rumos daremuneração com foco estratégico, nosplanos fixo e variável.

Os participantes tentaram antever,ainda, o que precisa acontecer para que asempresas tenham mais opções que asajudem a valorizar e reter os profissionaisque fazem parte de um grupo conhecidocomo "geração Y", já que estes chegam aomercado de trabalho a cada dia. A geraçãoY, também chamada geração da internet, éum conceito em sociologia que se refere à

parcela dos nascidos após 1980, atémeados da década de 1990.

Elias Georges e a equipe deremuneração do Grupo São Martinhofalaram sobre a implantação deremuneração estratégica dentro de suaempresa. Na segunda parte foi formadoum painel de vários especialistas no setor

de recursos humanos, oriundos de váriasempresas, entre eles: Mário Íbide(Suppra); Erotides Gil Bosshard(Abengoa); Pascoal Muniz (Mariaca); JoséAugusto Smeets (Iesa); José Darciso Rui(Caerha); Elias Georges (São Martinho);Carlos Casarotto (DHO) e Beatriz Resendede Oliveira da Usina Batatais. Os

participantes discutiram vários aspectosdentro do cenário atual de recursoshumanos, sob o ponto de vista jurídico esua importância, ainda não muitoassimilada nas empresas com visão antigade mercado, e o fato das empresas demaneira geral ainda terem graves falhasde liderança.

Workshop do Gerhai apresentaestratégias para desenvolvimento de RH

Beatriz Resende de Oliveira, da Usina Batatais, faz palestra no Gerhai

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“Empresas devem ser proativas e nãoreativas. Analisar as tendências para fazersuas políticas mais eficientes".

(Pascoal Muniz)

“A geração Y sabe reclamar, querparticipar e a legislação trabalhista nãoajuda os trabalhadores a semodernizarem."

"Acredito que 87% dos nossosproblemas estão na liderança, pois ela nãoestá compromissada com sua empresacomo deveria."

(Erotides Gil Bosshard)

"As lideranças devem estaremprenhadas na avaliação dosfuncionários, senão esse cuidado com agestão de RH é uma ilusão."

(José Augusto Smeets)

"Avaliação de desempenho quedetermina variações de salário entrefuncionários funciona quando já estava emacordo entre as partes antes. Todas asferramentas precisam estar interligadaspara dar mais segurança à empresa econtinuar evoluindo."

(Elias Georges)

"A geração Y é até 20% mais críticaque outros funcionários da empresa".

"Necessitamos de maior apoio na baseda pirâmide. Um trabalho dedesenvolvimento da equipe é essencial".

(Mario Ibide)

"A busca da eficiência deve estar empauta sempre. As empresas precisam serestratégicas, acabar com a centralização depoder e delegar mais. Competência econfiança devem andar juntas, mas no fima empresa só evolui com competência."

(Carlos Casarotto)

Encontroaborda formade lidar com asnovas gerações

Um tema recorrente de todo o 5ºWorkshop do Gerhai foi o de como asempresas procuram entender a "geração Y.

Carlos Alberto Ferro falou sobremaneiras de lidar com as novas geraçõesde colaboradores que são caracterizadaspor perfis diferenciados. "São pessoas quejá nasceram num ambiente informatizado.Não sabem o que é vida sem computador.Valorizam muito mais a questão daqualidade de vida e não tem paciênciapara esperar. Não gostam de fazer amesma coisa por muito tempo. Nãoquerem ouvir as pessoas mais antigas, têmsua própria maneira de pensar, valores econceitos, influenciados pela tecnologia.Como são a maior parte da força detrabalho, a empresa deve se preparar paraacolhê-los e enxergá-los como talentos,sem também se esquecer dos outrosconsiderados "normais", disse. OSeminário Gerhai acontece em 27 desetembro.

Para mais informações acessewww.gerhai.org.br.

OS NOTÁVEIS DO RH DO SETOR E SUAS FRASES DE EFEITO

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Setembro/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL120

FULVIO PINHEIRO MACHADO, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

CONSULTOR DO JORNALCANA

A Fermentec incluiu recentemente mais uma atividadeem seu portfólio de serviços, trata-se da execução de serviçosde engenharia, atividade há muito demandada por seusclientes. Essa nova Divisão conta com uma equipeespecializada e ferramentas apropriadas para execução deprojetos.

Guilherme Marengo, engenheiro integrante dessa novaDivisão, explica “Com a formação dessa equipe podemosaliar o conhecimento em pesquisa e transferência detecnologia da Fermentec com a área de projetos,beneficiando nossos clientes”.

Entre as atividades de engenharia de projetos queconstam do portfólio dessa nova área de atuação estão aelaboração de balanços de massa, energia e hídrico;diagnósticos para aumento da eficiência industrial;fluxogramas de processo e de instrumentação e controle;dimensionamento de equipamentos e seus acessórios,elaboração de layouts e ainda pré-projetos para efeito decotação.

Uma das ferramentas utilizadas pela Divisão deEngenharia da Fermentec é o software Balance da Sugarsoft,que incluiu também a experiência da Fermentec na área defermentação, resultando em um programa diferenciado querecebeu a denominação de Balance Fermentec.

Trata-se de um software capaz de calcular em umafração de tempo todas as implicações de quaisqueralterações decorrentes da matéria-prima, do mix deprodução de açúcar e etanol e de outros parâmetros daindústria, fornecendo resultados em termos de balanço demassa, balanço de energia e até mesmo as implicaçõesfinanceiras dessas alterações.

Desse modo é possível em curto espaço de tempo traçarcenários e obter respostas para essas variações, por mínimasque sejam, de modo a estabelecer o quanto importanteserão para o resultado final da indústria e encontrar amelhor diretriz para cada situação.

No recente Encontros Fermentec, Marengo

demonstrou a flexibilidade dessa nova ferramentaexecutando um balanço de massa e energia, onde com aalteração do grau alcoólico do vinho obtido na fermentação,pode-se determinar sua implicação no consumo de energia eem outros fatores que possibilitam a obtenção de maiorrentabilidade no processo de produção do etanol.

Transferências de tecnologias otimizam a nova indústria

Guilherme Marengo: cenários traçados em frações de minutos

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É de conhecimento geral que osevaporadores de caldo das usinassucroenergéticas necessitam de limpezaperiódica de seus tubos sob pena de haveruma grande redução no coeficiente detroca térmica, com consequente diminuiçãodo grau de evaporação e desperdício deenergia.

Assim, a maioria das usinas faz alimpeza de seus evaporadores com o uso desoda cáustica e posteriormente, de modomanual, com o auxílio de hidrojato. Essetipo de limpeza requer um longo tempo deparada do evaporador e consiste de váriasetapas que além de apresentar riscos desegurança, nem sempre são satisfatórias.

O trabalho em espaço confinado,atualmente regulamentado pela NR33, é oprincipal complicador nesse processo,principalmente pelo alto risco envolvido,pela frequência com que o procedimento énecessário e também pela necessidade derealização de procedimentos, treinamento eadequações de segurança, que visamreduzir os riscos desse processo, sem queseja possível eliminá-los por completo.

A Basf oferece uma solução quepermite eliminar todos os problemas dalimpeza convencional, denominadaLimpeza Settmill®, certificada pela Anvisapara aplicação industrial.

Nesse sistema coleta-se uma amostradas incrustações de cada evaporador, queapós serem analisadas, possibilitam geraruma receita personalizada para cada caixaou equipamento.

Portanto esse sistema de limpeza levaem conta as diferentes condições existentesem cada usina, decorrentes de diversosfatores, como solo, insumos e da própriacana-de-açúcar, além das diferenças entrecada caixa do múltiplo-efeito, permitindogerar uma receita otimizada para cadacaso.

A base da formulação é o ácidofórmico produzido pela Basf, entre outroscompostos, juntamente com o aditivoinibidor da Kebo, uma empresa químicaalemã especializada em análises deincrustações e limpeza química que atuahá várias décadas em outros segmentosindustriais.

Com a Limpeza Settmill®, torna-sedesnecessário o uso do hidrojato e comoconsequência direta, elimina-se o trabalhoem ambiente confinado e todas asimplicações de exposição ao risco existentesnos sistemas de limpeza convencionais.

Assim, além dessa vantagemsubstantiva, a Limpeza Settmill® pode serautomatizada, maximizando a eficiência ea segurança operacional. (FPM)

Limpeza eficiente de

evaporadores ainda é

tema de encontros

Etapa da Limpeza é fundamental para manter elevado o coeficiente de troca térmica

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Os trocadores de calor estão entre osequipamentos mais utilizados em umausina produtora de açúcar e etanol. Querseja no processo produtivo, ou comoacessórios de outros equipamentos ostrocadores de calor estão frequentementepresentes.

É importante salientar que em temposde maximização do aproveitamentoenergético, os trocadores de calordesempenham um papel fundamental,necessitando serem projetados e aplicadosde forma a se obter o maior coeficiente detroca térmica possível, contribuindo assimpara a eficiência global da indústria noquesito energia.

No aquecimento do caldonormalmente são usados trocadorestubulares, de duplo ou múltiplo passe,podendo ser horizontais ou verticais, sendoesse último preferido pelo pouco espaçoocupado e pela facilidade de limpeza. Nasusinas que usam difusores eles estãopresentes também para fazer oaquecimento do caldo de embebição.

Há outras modalidades construtivaspara os trocadores de calor, como asserpentinas utilizadas nas dornas defermentação, embora também se usetrocadores por placas, que apresentam umcoeficiente de troca térmica bastantesuperior.

Outro exemplo de trocadores decasco/tubo existentes nas usinas sãoaqueles empregados nos condensadoresdas destilarias, que a princípio eram dotipo vertical e abertos e que nas destilariasmais modernas foram substituídos por

modelos horizontais, fechados.Mas não é só no processo que os

trocadores estão presentes, equipamentoscomo turbinas, redutores e várias outras

máquinas similares empregam sistemas deresfriamento de óleo de lubrificaçãobaseados em trocadores de calor.

Mais recentemente começaram a ser

adotadas outras tecnologias construtivasinovadoras, como os trocadores de placassoldadas da Linha Platular®, daBarriquand.

Segundo Gabriel Godoy, gerentetécnico-comercial da Barriquand do Brasil,“A linha Platular® é composta detrocadores de calor a placas soldadas, semgaxetas nem juntas de processo,compactos, praticamente sem manutenção,com canais extremamente largos,permitindo uma passagem “free-flow” parafluidos com sólidos em suspensão, taiscomo caldo misto com bagacilho. Alémdessas características, possuem baixíssimocusto de operação, permitem limpezaquímica sem reversão de sentido de fluxo esão dotados portas de acesso para inspeçãoou eventual limpeza”.

“Por possuir uma construção robusta,a linha Platular® pode ser aplicada emvácuo ou alta pressão, tornando viáveisaproveitamentos de energias dos vaporesV4, V5, vapores de cozimento, vapores deflash, entre outros fluidos cujas energiassão normalmente desperdiçadas dentro dasusinas”, complementa Godoy.

A concepção desses trocadorespermite um alto coeficiente de trocatérmica, permitindo que além dasregenerações de energias, tambémpossam ser empregados no aquecimentodo caldo misto/dosado/clarificado, nastrocas térmicas caldo/vinhaça, caldomisto/caldo clarificado, resfriamento deefluentes, resfriamento de mosto,condensação de vapores de etanol, entreoutras aplicações. (FPM)

A conceituação das atividades do setorsucroenergético tem se alteradosignificativamente nos últimos tempos. Deunidades produtoras de açúcar e etanol,passaram também a gerar excedentes deeletricidade para comercialização.

Além dessa mudança, surgem novasopções para incremento da produçãoenergética, como o aproveitamento dosorgo para a antecipação da safraproduzindo etanol, além da palha comocomplemento ao bagaço para geração deenergia.

Ainda fruto de intensa pesquisa, aprodução de etanol a partir do bagaço,conhecido como etanol 2G logo tambémfará parte do mix de produtos das usinas.

Mas quais as implicações na geração econsumo de energia por parte da indústria?

Em palestra proferida durante orecente Curso de Caldeiras do Sinatub,José Campanari, diretor Técnico da MCEEngenharia abordou as implicações dessasmudanças no setor sucroenergético.

Segundo Campanari, para manter altaa produção de energia é necessário adotaro ciclo regenerativo na geração,principalmente em função da perspectiva

de se usar o bagaço como matéria-primapara o etanol 2G, onde calcula-se que oequilíbrio energético de consumo de vapordeverá estar situado na casa dos 340kg/tonelada de cana.

Um outro aspecto não menosimportante lembrado pelo palestrante é amudança da natureza do bagaço comocombustível decorrente da mecanização dacolheita e também pelo uso da palha, quefogem dos parâmetros tradicionais.

Segundo Campanari, essas novascondições do combustível implicam emuma revisão dos projetos das caldeiras quedevem ter suas fornalhas redimensionadaspara que se mantenha a eficiência dequeima.

Adverte ainda para o fato de que alignina resultante do processo desacarificação do bagaço requer umconceito diferente de fornalha dascaldeiras, não podendo ser simplesmentemisturado ao bagaço.

Assim, técnicos e fabricantes deverãoestar atentos para essas mudanças de talforma a adequar as caldeiras da indústria aessa nova realidade vivida pelo setorsucroenergético. (FPM)

Setor prepara-se para entrada doetanol 2G no mix de seus produtos

Trocadores de calor precisam ser sempre eficientes

Gabriel Godoy: tecnologias construtivas inovadoras

José Campanari abordou implicações na geração e consumo de energia em curso da Sinatub

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Setembro/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL124

A adoção da colheita mecanizadatrouxe muitas vantagens tanto para ocampo como para a indústria. Noentanto, como toda mudança, novasquestões decorrentes dessa novamodalidade de colheita necessitam serequacionadas e assimiladas.

Como se sabe uma das principaisvantagens desse método de colheita,principalmente no aspecto ambiental,foi a eliminação da queima e da lavagemda cana.

Porém, a colheita mecânica nãoelimina as impurezas minerais eacrescenta impurezas orgânicas, comorestos de folhas, palmitos, entre outros,que podem afetar o rendimentoindustrial de várias formas, como porexemplo, no aumento de incrustaçõesem trocadores de calor e evaporadores.

No sentido de desenvolver umequipamento de limpeza a seco para acana-de-açúcar a Dedini realizoudurante dois anos um levantamento nausina do Grupo Noble em Catanduva,SP, das características do materialcolhido mecanicamente para conhecertodas as suas características.

Marcílio Gurgel, da engenharia daDedini explica que “Nesse trabalho deamostragem procuramos determinartodas as frações resultantes da colheita

mecanizada, como palhas, palmitos eimpurezas minerais para muitasvariedades de cana”.

“Uma vez realizadas essasamostragens, passamos a um processode desenvolvimento em nossaengenharia, com o auxílio inclusive deum pessoal ligado à técnica aeronáuticana área de aerodinâmica, que resultouem um equipamento que é o maiscompacto do mercado”, complementouGurgel.

Após a descarga da cana na mesaou em esteirão, na alimentação doequipamento há um aumento davelocidade dos toletes de cana, com aduplicação da largura da esteira detransporte onde é realizada a sopragemdo material que permite a separação dasimpurezas dos colmos de cana. Para aseparação das impurezas minerais éutilizada uma peneira rotativa commoega.

Os Sistemas SLC da Dedini sãodisponíveis em cinco modelos, comcapacidades de manejo de canamáximos de 150 TCH até 1.300 TCH eapresentam uma eficiência de limpezaque varia de 63% a 86% dependente davariedade de cana processada, idadedo canavial e das condições dacolheita. (FPM)

Sistema compacto paralimpeza de cana é cogitado

Marcílio Gurgel: frações resultantes da colheita são valorizadas

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O Alimentador de bagaço e palhamodelo Shark Teeth é aplicável nasconcepções das caldeiras modernasCaldema e para projetos de caldeiras jáexistentes, inclusive de outros fabricantes,para o setor sucroenergético que utilizamcomo combustível para queima o bagaçocom fibra longa e palha de cana.

O equipamento tem como objetivoprincipal a resistência à corrosãoprovocada pela presença de cloro eenxofre no combustível em função deseu material construtivo (aço inoxidávelferrítico); a eliminação do efeito de“encabelamento” através de duplosrotores em forma de pás serrilhadas; aestabilidade operacional devido àfacilidade de passagem dobagaço/palha na alimentação dafornalha o que ocasiona porconsequência um menor consumo depotência de acionamento, além de umarranjo construtivo simplificado comcarcaça aparafusada em uma daslaterais para simplificar a montagem einspeção dos internos.

Especificamente, a construção dosalimentadores de bagaço/palha tipoShark Teeth Caldema emprega: invólucrototalmente selado construído de chapasde aço inox ferrítico 410 d; rotoresdotados de pás serrilhadas em todo seucontorno para diminuir ao atrito com ocombustível, construído em aço inoxferrítico 410 d; eixos maciços contínuos

construídos emaço SAE 1045 quenão tem contato como combustível; mancaisexternos bipartidos;sustentação por base metálicaaparafusada que proporcionarigidez ao conjunto; seu acionamentoé compacto de fácil instalação/

adaptaçãoem caldeiras

novas ou jáexistentes. O conjunto é composto

por: motorredutor com potência de

5 HP e fator de serviço mínimo de 1,5;acoplamento entre motorredutor ealimentador tipo flexível sem necessidadede lubrificação; proteção metálica doacoplamento conforme norma vigenteNR-12.

Caldema16 3946.2700www.caldema.com.br

Alimentador de bagaço e palha modelo Shark Teeth é novo projeto da CaldemaAlimentador

de bagaço e

palha modelo

Shark Teeth

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FULVIO PINHEIRO MACHADO, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

CONSULTOR DO JORNALCANA

Nos dias 17 e 18 de julho passados foi realizada maisuma Reunião Anual dos Encontros Fermentec na cidadede Ribeirão Preto-SP.

Essa tradicional Reunião, em sua 34ª edição tevecomo tema “Inovando e Otimizando Custos”, com aparticipação de palestrantes convidados e da equipetécnica da Fermentec e foi realizada no Centro deConvenções de Ribeirão Preto, sendo voltada paraengenheiros, técnicos e operadores que atuam no segmentosucroenergético.

Henrique Berbet de Amorim Neto, diretor

Operacional da Fermentec explica as áreas de atuação daFermentec, “Nós somos hoje um Centro de Tecnologiavoltado principalmente para o setor sucroenergético.Atuamos em quatro áreas distintas onde desenvolvemostecnologia, que são pesquisa em técnicas laboratoriais eprocesso, transferência de tecnologia aos nossos clientes,cursos e treinamentos para a capacitação de pessoal eagora também estamos atuando na área de engenharia,onde aproveitamos nossa experiência para oferecersoluções de projeto aos nossos clientes”.

Para a realização do todas essas tarefas a Fermentectem aplicado 20% de todo o seu faturamento na área depesquisas.

Em relação à fermentação, uma das áreas onde aFermentec atua de maneira mais incisiva, Amorim Neto,

explica “Continuamos a desenvolver leveduraspersonalizadas, pois acreditamos que no futuro todas asusinas devem ter suas próprias leveduras devidamenteadaptadas ao seu ambiente, uma vez que a introdução deleveduras de laboratório frequentemente são superadaspelas dominantes existentes na unidade industrial”.

“Outro aspecto que estamos nos empenhando é aobtenção de um maior grau alcoólico na fermentação, oque se justifica pela diminuição do volume de efluentes eeconomia de energia, condições que possibilitam melhorara rentabilidade do processo entre outras vantagens”.

Por essa atuação na área de pesquisa,desenvolvimento tecnológico e capacitação de pessoal, aFermentec tem colaborado decisivamente para o aumentode eficiência das indústrias do setor sucroenergético.

Inovação e otimização de custos foi tema de reunião anual da FermentecHenrique Berbet de Amorim Neto: centro de tecnologia

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A fermentação é sem dúvida a etapamais importante na obtenção do etanol. Pelofato de ser um processo biológico necessitade grande atenção para que se possam obteros resultados desejados em produtividade.

A evolução da tecnologia temproporcionado o surgimento deinstrumentos analíticos capazes de fazerdeterminações de compostos indicadoresdo andamento da fermentação de formasimplificada e rápida, permitindo assim aprever problemas que possam surgirdurante o processo de fermentação, comodesenvolvimento celular, nível denutrientes e contaminações.

Na recente Exposição Internacionalque foi promovida paralelamente ao ISSCT2013, a Tecnal, apresentou ao público oAnalisador Bioquímico YSI 2900,produzido pela YSI, empresa que tem sedestacado mundialmente pelos seussistemas de determinação de lactato eglicose, baseados em tecnologia patenteadade biossensores por enzimas imobilizadas.

O equipamento opera pelo princípiode que a amostra ao passar por filtrosmicroscópicos, reage com a enzimaimobilizada e o peróxido de hidrogênioresultante dessa reação é determinado porum eletrodo de platina. Todo esse processoocorre em menos de um minuto.

Com dimensões compactas, o YSI2900 pode ser utilizado no controle deprocessos fermentativos e de cultura decélulas. Tanto para uso em pesquisa, como

para produção, possibilita a execução deanálises de glicose, lactato, etanol, metanol,colina, xilose, glicerol, glutamato,glutamina, lactose, sacarose, amido egalactose, com leitura de até doisparâmetros.

Entre os benefícios proporcionadospelo equipamento estão a quantidade

pequena de amostras que por sua veznecessitam de pouco ou nenhum preparo,fornecendo resultados rápidos e precisoscom baixo custo das análises.

Adicionalmente o equipamentonecessita de pouca manutenção e éfacilmente operável através de uma tela“touchscreen” com ícones, além de

possibilitar a comunicação de dadosatravés de uma porta USB.

Esse analisador bioquímico é maisuma contribuição para o setorsucroenergético, onde a Tecnal já acumulouuma sólida tradição no fornecimento deequipamentos e acessórios paralaboratórios e controles de processo. (FPM)

Analisador bioquímico completa processo em menos de um minuto

Antenor Marconi e Fernando Carvalho: demonstração do YSI 2900

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Setembro/2013 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 131

Com o passar dos anos e o aumento da capacidadeprodutiva das usinas, quer por ampliação ou por implantaçãode unidades maiores, a vinhaça gerada na produção de etanoltornou-se um subproduto de alto custo de manejo e grandeimpacto ambiental. Com o crescimento da produção de etanol,surge a necessidade de implantação de novas tecnologias paraminimizar esses impactos.

A Citrotec, empresa sediada em Araraquara-SP,desenvolveu a partir de sua experiência acumulada na áreasucos cítricos, equipamentos que trabalham sob o efeito denévoa turbulenta descendente, sendo o resultado destatecnologia aparelhos capazes de concentrar a vinhaça geradanas destilarias.

Segundo Guilherme José Fernandes, engenheiro deAplicação da Citrotec, “O sistema de evaporação por névoaturbulenta descendente faz com que estes equipamentostrabalhem com um mínimo de incrustação, reduzindo em até10 vezes o volume de vinhaça gerado na produção de etanol.Isso possibilita que esse efluente concentrado tenha utilizaçãopara diversos fins, destacando-se o uso como adubo líquidoorgânico, utilizado na fertirrigação nos canaviais das própriasusinas”.

Com a diminuição do volume de vinhaça produzido sãoreduzidos também os custos de distribuição e manejo davinhaça na lavoura, e os custos extras de adubos e fertilizantes,pelos motivos de serem os volumes significativamente menorese possuírem quantidades maiores de potássio (K) e nitrogênio(N), por efeito de sua concentração.

“Por exemplo, enquanto a produção de vinhaça in naturade uma destilaria sem concentração de vinhaça está na ordemde 13 litros de vinhaça por litro de etanol produzido com 3Brixe seu potássio é em média 5 Kg/m³, quando concentrada avinhaça desta destilaria passará a produzir 1,3 litros devinhaça por litro de etanol, com 25Brix e 30 Kg/m³ depotássio”, explica Fernandes.

Para otimizar estes processos, a Citrotec desenvolveu doistipos de equipamentos para concentração de vinhaça: OEcovin e o Ecovin JL.

O Ecovin, é um conjunto de evaporação para aconcentração de vinhaça, que, utilizando o princípio de névoaturbulenta descendente, reduz em dez vezes o volume devinhaça produzido, possibilitando o aproveitamento do vaporde baixa pressão V1 com baixo consumo de energia.

Sua operação é simplificada pelo uso extensivo deautomatização e eliminam a necessidade de uma fonte de águaexterna por se utilizar de condensadores evaporativos.

O Ecovin JL é um sistema de concentração de vinhaçaque, acoplado às colunas de destilação, permite a produção de

etanol com a vinhaça já concentrada, sem consumo adicionalde vapor. Esse sistema pode ser adaptado à aparelhos dedestilação já existentes, e opcionalmente, pode ser dotadotambém de condensadores evaporativos autônomos,eliminando a necessidade de fontes de água externas.

Os sistemas de concentração de vinhaça da Citrotec sãoconstruídos integralmente em aço inoxidável e possuem avantagem adicional de possibilitar o uso da água retirada davinhaça na própria indústria, ou na lavoura.

A vinhaça concentrada, além da aplicação comofertirrigação, também pode ser usada para outros fins, omo aalimentação animal, solidificação, queima, biodigestão, entreoutros. (FPM)

Concentração de vinhaça reduz custos de distribuição

Concentrador de vinhaça Ecovin da Citrotec, instalado na Usina Boa Vista de Quirinópolis, GO

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Setembro/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL132

O chamado “ponto azeotrópico” é umaspecto importante na destilação que ocorrequando a concentração dos vapores geradosé igual à concentração do líquido que lhederam origem. No caso da mistura etanol-água esse ponto é correspondente a umaconcentração de 97,5°GL na temperaturade 78,15°C. Nessas condições o etanol nãopode ser separado da água por simplesdestilação, sendo necessário recorrer aartifícios para se fazer a desidratação.

Para realizar essa tarefa a JW, empresaespecializada na produção de aparelhos dedestilação oferece as tecnologias AniTec,com ciclo hexano e BSM, com monoetilenoglicol.

Com o uso de Peneira molecular,fornece a tecnologia CR, com recirculação,onde o flegma da peneira retorna para acoluna retificadora ”B” e também a SR, semrecirculação, onde a unidade dedesidratação possui sua própria colunaretificadora. Uma outra opção é a DE, comcoluna retificadora própria operando sobvácuo, sem necessidade de vapor externo.

O conceito da Peneira Molecular-DEemprega uma coluna de esgotamento eretificação da flegma, que é extraída quando

da regeneração dos vasos, saindo na baseflegmaça e no topo etanol hidratado queretorna para o tanque pulmão. Esta colunaé equipada com um evaporador, que recebecomo fonte de calor os vapores de etanolanidro dos vasos com resina,proporcionando elevada eficiência noaproveitamento das energias térmicasenvolvidas no processo.

Assim, o modelo DE tem a vantagemde atender a uma das principais demandasdo mercado sucroenergético nos dias dehoje, que é uma redução substancial noconsumo de vapor, quando comparado comos modelos CR e SR, pois opera em duplo-efeito. Neste ano, A JW já fabricou e colocouem marcha várias plantas da PeneiraMolecular DE, com capacidades de até1.000.000 litros/dia de produção em etanolanidro.

Segundo Fabiano Ruiz, gerenteComercial da JW, nesta safra entrarão emoperação Peneiras Moleculares fabricadaspela empresa na Bioenergética Aroeira,Usina Iacanga, Companhia Brasileira deEnergia Renovável-Odebrecht, Usina SantaIsabel, Usina Rio Vermelho e Agro-EnergiaSanta Luiza-Odebrecht. (FPM)

Peneiras moleculares

ampliam espaço na

produção de etanol anidro

Fabiano Ruiz: redução substancial no consumo de vapor

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Os processos produtivosexecutados em uma usina produtora deaçúcar e etanol são em sua grandemaioria de natureza física, como aextração de caldo, evaporação ecristalização.

No entanto, na produção deetanol, embora a destilação tambémseja um processo físico, sua fase maisimportante é a fermentação, que é umprocesso biológico, realizado porleveduras.

Assim, para que o processofermentativo atinja um patamaradequado de eficiência, uma série derequisitos precisam ser cumpridos paraque as leveduras executem seu trabalhoda melhor maneira possível.

Ricardo Ventura, da Química Real,em recente palestra durante o 34ªReunião Anual dos Encontros Fermentec,lembrou aos presentes os cuidados quedevem ser tomados para a obtenção deuma fermentação adequada,maximizando a produção de etanol.

Entre esses cuidados, Venturadestacou a questão da temperatura dasdornas, que deve ser mantida emvalores adequados, cuidando-se paraque o sistema de refrigeração sejaeficiente. Um outro aspecto é que aágua utilizada no resfriamento tenha

uma temperatura adequada, casocontrário não será possível manter afermentação da forma desejável.

Outros fatores que podem serimpeditivos ao sucesso da fermentaçãocitados por Ventura são a composiçãoda matéria-prima e inibidorespresentes, perda de etanol porevaporação, vazamentos e produção demetabólitos secundários pelasleveduras.

De todos esses fatores, aqueles quecostumam ser mais danosos àfermentação são a contaminaçãobacteriana e a perda de viabilidade dalevedura.

Como a multiplicação de bactériasse dá em uma velocidade duas vezesmaior do que a das leveduras, qualquerdescuido no acompanhamento doandamento da fermentação poderesultar em sérios prejuízos para aprodução de etanol.

Em continuidade a sua palestra,Ventura apresentou dados daeficiência do tratamento defermentações com o antibióticoKamoran produzido pela QuímicaReal, demonstrando que se trata deuma solução adequada à manutençãode uma baixa taxa de contaminaçãopor bactérias no mosto. (FPM)

Controlando infecções

na fermentação

Ricardo Ventura lembra cuidados a serem tomados para se obter fermentação adequada

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Esforço e dedicação naorganização dos eventossuperam dificuldadesgeradas pela grave crise

Nem mesmo a forte seca que vemcastigando a região Nordeste no últimoano e também a grave crise do setorsucroenergético diminuíram o sucesso da30ª edição do Simpósio da Agroindústriada Cana-de-açúcar de Alagoas e da 10ªFersucro, no período de 2 a 5 de julho.Durante quatro dias, o Centro deConvenções de Maceió foi palco depalestras, mesas redondas e debatessobre os temas mais atuais do setor, alémde possibilitar grande número denegócios entre visitantes e empresasexpositoras da feira.

Foram realizadas no Simpósio mais de50 palestras nas áreas comum, agrícola,industrial e administrativa com expositoresde vários Estados do país, entre elesAlagoas, Pernambuco, São Paulo, Paraná,Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Naconferência de abertura o diretor daPlataforma Agro e ex-presidente da Unica,Marcos Jank, falou sobre as perspectivas dosetor sucroenergético no cenário nacional emundial, abordando as questões daproblemática do etanol e seusdesdobramentos. Ainda durante a abertura

dos eventos o meteorologista brasileiro,professor e pesquisador da Ufal —Universidade Federal de Alagoas, LuizCarlos Molion, fez uma polêmica palestrasobre as perspectivas climáticas para ospróximos 20 anos.

O evento científico promovido pelaStab Leste em parceria com a UFALcomemorou os 30 anos de influênciapositiva do Simpósio no setorsucroenergético nacional. Nesta ediçãoforam mais de 700 participantes, entre

empresários, pesquisadores, técnicos eestudantes de todo o Brasil. Todosdestacaram a qualidade e o diferencial dostemas abordados durante o Simpósio, queeste ano contou com uma programaçãoespecial devido a data especial do evento.

Simpósio da cana de Alagoas e Fersucro movimentaram setor nordestino

Simpósio da cana

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FersucroEm um espaço amplo, moderno e

climatizado (O Centro de Convenções foiespecialmente climatizado para a Feira) osvisitantes puderam conferir durante três diasa apresentação e desenvolvimento de novastecnologias do setor, além da exposição deequipamentos, serviços e produtos, e ainda aspalestras técnico-comerciais dos expositores.Em 10 anos de existência a feira é umareferência de negócios no Norte e noNordeste, sendo considerada por especialistasa mais importante do setor nas duas regiões.

O presidente da STAB Leste eorganizador dos eventos, Cândido Carnaúba,afirmou que apesar das grandes dificuldadesdo setor o Simpósio e a Fersucro tiveramsucesso além do esperado. “Fizemos umgrande esforço este ano, foram muitasdificuldades durante o período depreparação, mas a qualidade e a variedadena programação do Simpósio e a diversidadede empresas participantes da Fersucrofizeram os eventos serem um grandesucesso”, revelou Carnaúba. Ele lembroutambém que mal acaba uma edição e apróxima já começa a ser preparada, tantoque já existe uma data definida para opróximo ano: 8 a 11 de julho de 2014. Oorganizador falou ainda que os estandes paraa 11ª Fersucro já estão sendo reservadosatravés do fone abaixo.

Stab82 3327.9632www.stableste.org.brEspaço amplo, moderno e climatizado para a feira deste ano

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Brumazi comemora a venda de novos equipamentos para usinas do Centro-SulHá quase 25 anos no mercado, a

Brumazi sempre destacou-se por suaqualidade e tecnologia, especializando-seno fornecimento de equipamentos esistemas para o setor sucroenergético.

Os clientes encontram na empresadiversas soluções, como equipamentospontuais, sistemas individuais oufornecimento de todos os sistemascompletos para administração de umaplanta.

Entre as prioridades estão acapacitação e qualificação de sua mão deobra, busca de novas tecnologias eaprimoramento, expansão física eestrutural e qualidade de vida para todosque escrevem sua história de sucesso.

Através de seus equipamentos esistemas para usinas de açúcar, etanol eenergia, a Brumazi, genuinamentecertificada desde 2003 pela ISO9001/2008 tem a sua visibilidaderedobrada por ser uma das poucasempresas que possui a capacidade defabricar e administrar toda a construção deuma planta.

Neste ano, a Brumazi forneceu 4evaporadores com área de 1.800 m², 2 pré-evaporadores com área de 4.500m² cada, 1decantador semi-rápido cap. 600m³ e 1cozedor contínuo cap. 2.500HL, além detanques de processo e bombas de massapara a Usina Cocal Unidade II.

Já para a Usina Alto Alegre, deFlorestópolis, a empresa produziu

cristalizadores de 1700 HL, cozedoresbatelada de 800 HL, evaporadores 2.500m², decantador convencional para caldo(retrofit), desaerador para caldeira eTanque de processo/armazenagem.

Também houve êxito na venda de umconjunto de decantador semirrápido comcapacidade de 550 m³ e dois conjuntos deaquecedores verticais com capacidade de

400 m² para a Destilaria Melhoramentosdo Norte do Paraná. Um dos novos clientesda Brumazi também é a GranBio, de SãoMiguel dos Campos, AL. A empresavendeu dois vasos de pressão e umreservatório para água gelada com 15, 40 e1.000 m³ para a unidade, que será aprimeira a produzir etanol 2G.

E, no mês de julho, foi vendido um

decantador semi-rápido de 1.000m³ para aUsina Guarani, do Grupo Tereos. Todosesses clientes são a comprovação daqualidade e confiança depositadas naBrumazi.

Brumazi16 3946.8777www.brumazi.com.br

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DA REDAÇÃO

Aconteceu nos dias 13 a 16 de agosto o“Curso de Vasos de Pressão”, que realizadopela ProCana Brasil e Sinatub Tecnologia,no Hotel Dan Inn, em Ribeirão Preto, SP.

O curso abordou o Projeto de Vasos dePressão de acordo com norma ASMESeção VIII Divisão 1, Edição 2007, Adendo 2009 e outros procedimentoscomplementares, e também a NormaNR13. O curso foi desenvolvido através deexemplos e acompanhado por amploMaterial Técnico de Apoio, tendo comofinalidade fornecer aos participantessubsídios para: projetar, elaborarespecificações técnicas, realizar projeto dealteração e reparos; além de elaborarprontuários de inspeções.

Entre os módulos apresentados nocurso estão: Projeto de Vasos de Pressão:Pressão Interna; Projeto de Vasos dePressão: Pressão Externa; Projeto de Vasosde Pressão: Aberturas, Bocais e Flanges;Fabricação de Vasos de Pressão e Inspeçãode Vasos de Pressão.

O engenheiro Naval, Antônio CarlosLeal, da Mixing Consultoria em ProcessosIndustriais foi o ministrante do curso. De

acordo com ele, atualmente no Brasil aregulamentação de vasos de pressão émandatória para maior parte das empresas,entretanto, existe uma grande necessidadedas empresas, sobretudo as do setorsucroenergético, se enquadrarem parautilizar equipamentos, como vasos depressão.

“Infelizmente, hoje, no Brasil, existeuma grande falta de conhecimento sobreeste tema. E este curso serve para cobriresta deficiência. Inclusive para incentivar osparticipantes a melhorar seus processos decompra nas usinas”, explica Antônio CarlosLeal. O engenheiro naval afirma que a faltade informação sobre o tema,principalmente no âmbito da NR13 se dáporque a regulamentação foi malelaborada, embora os responsáveis estejamreformulando a regulamentação paramelhorá-la. Inclusive com a participação deLeal. Nas questões que envolvem afabricação dos vasos de pressão, aregulamentação foi toda elaborada nalíngua inglesa, o que dificulta o acesso. Osetor pouco segue as normas eprocedimentos e agora estão sentindo anecessidade de se especializar nisto. Poristo, o curso é tão importante e esclarecedorpara os participantes.

Curso sobre projetos de

vasos de pressão esclarece

normas e regulamentos

MarceloZampieri,supervisor demanutençãomecânica dausina SãoFrancisco, doGrupo Raízen.“O curso émuito interessante porque além deagregar conhecimento, nos permiteaprimorar tanto em relação a fabricação,quanto as questões que envolvem oprojeto e a norma regulamentadora eseus procedimentos. Um detalhe que mechamou a atenção foi o fato de abordaras normas relacionadas a equipamentosnovos, para adquirimos dentro dasnormas, e os antigos, para podermosadequá-los”.

João CarlosDucati, diretorda PiracicabaEngenharia“O curso éfundamental,principalmenteno que serefere a NR13,porque, atualmente, as usinas,infelizmente, não possuem dosfabricantes e dos proprietários a atençãodevida sobre questões de segurança. Aregulamentação bem aplicada evitaacidentes. E estas normas já deveriamestar sendo aplicadas há muito tempo.Percebemos a necessidade de nosaprofundarmos no tema, pelas perguntasprimárias que são feitas no decorrer dasaulas. Por estas razões este curso éótimo”

EduardoOliveiraPimenta,gerente demanutençãocorporativo doGrupo JallesMachado“O curso érevelador. Estamos absorvendoinformações, que, outrora, não eracomum para nós, que trabalhamos comvasos de pressão. Há muito tempoprocuramos nos adequar às normasregulatórias, estamos até com umtrabalho avançado, para atender tanto asexigências do Ministério do Trabalho,quanto a instalação dos equipamentos.Mas embora soubéssemos quedeveríamos aplicá-las e trabalhamos paratanto, não tínhamos as informaçõescorretas. O curso mostra a realidade deoutros setores que se mostram maisavançados que o nosso. Enfim, o cursorevela que o tema é abrangente e énecessário que os profissionais da árease aprofundem nele”.

JoelSteckelberg,diretor daBramideEngenharia“Atravésdestes cursopodemosalcançar umgrau de desenvolvimento satisfatóriopara um país que evoluitecnologicamente no setor industrial.Além disso, conferimos à nossasunidades mais segurança naimplantação de novos equipamentos ena manutenção de equipamentosantigos. Parabenizo a Sinatub e aProCana Brasil pelo conteúdo singulardo curso”.

ClaudevanHerclano deOliveira,engenheiro deplanejamentodo GrupoCoruripe“O curso éimportanteporque nos faz perceber as mudanças nomercado com relação a NR13 aplicadaao setor sucroenergético. Ao longo dosanos, absorvemos os processos deinovações, mas, ao mesmo tempo, notangente a adequação, percebemos quetemos muito o que aprender”.

André Márciode Oliveira,colaborador daindústria daRaízen“Poderconhecermelhor oscódigos daAsme, é um diferencial deste curso”.

Diego Lima,engenheiromecânico daunidade Ivaté,do GrupoSantaTerezinha“Souresponsávelpor toda parte de vasos de pressão ecaldeiras da unidade. E este tema ainda édesconhecido por nós que atuamos naárea. Eu, por exemplo, tinha em mentealgo totalmente diferente do queencontrei aqui. Percebo como o tema éabrangente. Não apenas concluo estecurso capacitado a fazer projetos devasos de pressão, mas agora tenhoconhecimento do que devo cobrar demeus fornecedores”.

Participantes falam sobre a importância do curso

Participantes do Curso de Vasos de Pressão, promovido pela Sinatub e ProCana Brasil

Antônio Carlos Leal, da Mixing Consultoria, professor do curso e Luiz Claudio, da Sinatub

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Grupo promove palestrasque trazem benefícioseconômicos para asunidades produtoras

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Em 2 de agosto, na cidade de Goiânia,GO, aconteceu a 28ª reunião do Gemea -Grupo de Estudo para a Maximização dasEficiências Agroindustriais). Entre os váriostemas discutidos, destacaram-se redução decustos, aumento de eficiências e qualidadedos produtos.

Após a abertura, que contou com aparticipação de Hélio Belai, diretor demarketing do Gemea, e RicardoSteckelberg, presidente do grupo, osparticipantes acompanharam a palestrado engenheiro químico Carlos AlbertoPedrosa, que falou sobre a evolução dobalanço térmico. “Foram citadas algumasexperiências realizadas em usinas sobre aotimização energética. Apontamos seusbenefícios, pontos de melhorias, além de

explicar seu grande potencial em ganhosfuturos através da otimização dosprocessos que reduzem o consumo devapor”, disse Belai.

Mesmo em tempos de crise econômica,o diretor de marketing afirma que épossível pensar em investimentos, que naverdade, são necessários neste processo de

retomada do segmento. “O setor temgrande potencial de aumento decapacidade com investimentos marginais,propiciando aumento do lucro, redução decustos e diversificação”.

Outro tema debatido foi“Fermentação Elaborada", explanado peloengenheiro bioquímico Carlos Alberto de

Mattos Nogueira. “Em suas pesquisas,Nogueira cita que este é um novo modelode trabalho, executado com o mínimo deágua e controle de biomassa. Com estespontos é possível observar a levedurarespondendo adequadamente”, explicouBelai.

O processo consiste na utilização deum misturador estático, onde se controlavolume, densidade e massa. De acordo como engenheiro, é neste momento que seacrescenta ART conforme massadisponível, sendo que todo controle élinear. “O método encontra-se testado emlaboratório, com eficiência da fermentaçãoacima de 90%”, aponta o diretor demarketing.

Questionado sobre o intuito do grupoao promover este tipo de encontro, Belaidiz que o futuro do setor está naimplantação de novas tecnologias, assimcomo na disseminação de conhecimentodos envolvidos. “Queremos mostrar o quehá de novo, que possa trazer melhorias.Isso tudo é buscando o crescimento dosetor. Se hoje o objetivo é reduzir custo eter aumento de eficiência, são estes ospontos que vamos focar”, finalizou.

Equipamento é considerado o futuro da condensaçãoRENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

O condensador evaporativo estáampliando o seu espaço nas plantasindustriais de unidades sucroenergéticasdevido às suas características, facilidade demanutenção e vantagens que apresenta emrelação a outras tecnologias existentes nessaárea. “Com certeza, este equipamento é ofuturo da condensação em cozedores,evaporadores e turbinas de condensação”,enfatiza Paulo Henrique Sampaio, diretorda Citrotec, empresa de Araraquara, SP. Oscondensadores evaporativos instalados têminclusive apresentado desempenho bastantesatisfatório, informa.

Em evaporadores, a reposição de águaem condensadores evaporativos é zero e emturbinas, há menor reposição em relação àstorres de resfriamento, compara PauloSampaio. “Esse equipamento realiza otrabalho de condensação do vaporinternamente a um feixe tubular molhadoexposto ao ar que é movimentado por umventilador, que através de princípiostermodinâmicos faz com que a água tenha atemperatura de bulbo úmido, resfriandoassim a parede externa do tubo econsequentemente condensando os vaporesinterno aos tubos”, explica.

Um dos diferenciais deste equipamentoé o menor custo de manutenção emcomparação a outras soluções disponíveis

no mercado. É necessária anualmente amanutenção preventiva no redutor doventilador e nas bombas, além de limpezaexterna nos tubos e eliminadores de gotas,detalha o diretor da Citrotec, que é pioneirano desenvolvimento de projeto nessa área. Ocondensador evaporativo é autônomo e nãorequer a utilização de fontes externas deágua, eliminando a captação e obombeamento que fazem parte dos sistemasconvencionais. Essa característica gera,consequentemente, economia de energia ebenefícios ambientais. Torres deresfriamento, sprays, aspersores,equipamentos e instalações complementaresnão são necessários com o uso desteequipamento.

A tecnologia diferenciada docondensador evaporativo tem despertado ointeresse de unidades sucroenergéticas. AUsina Pitangueiras, de Pitangueiras, SP,estuda a possibilidade de utilizar esteequipamento para turbina de condensaçãoa partir de 2015, informa Gilmar Galon,que é gerente industrial dessa unidadeprodutora de açúcar, etanol ebioeletricidade. O condensador evaporativovai proporcionar uma economia de energiade um megawatt por hora, calcula. Alémdisso, o equipamento, que é feito em inox,não apresenta problemas de manutenção,destaca Galon, que é também coordenadordo Grupo de Estudos em Gestão Industrialdo Setor Sucroalcooleiro (Gegis).

Redução de custos e aumento de eficiência foram temas do Gemea

Diretores e associados do Gemea

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Com seu parque industrial instalado em Piracicaba, SP,a CSJ Metalúrgica, empresa que acumula tradição dequalidade em produtos para o segmento de açúcar e etanol eoutras matrizes energéticas como petróleo, eólica etermelétricas, vem alcançando resultados positivos etraçando novos rumos, desde a posse de sua nova diretoriahá um ano e meio atrás.

“Quando assumimos a direção da empresa criamosum plano de superação que envolveu a criação dediversas ações específicas, que denominamos de módulos,para trazer novas perspectivas para a empresa. Uma delasfoi reforçar nossa equipe de atuação trazendoprofissionais de mercado. Outro objetivo foi transformar aempresa de cooperativa, como anteriormente estavaconstituída, em S.A, o que foi plenamente alcançado”,explica Mário Mendes, presidente da CSJ.

Equacionamos e criamos um mecanismo de gestãopara os passivos existentes da administração anterior daempresa e também nos lançamos à busca de novosclientes — afirma Mendes — bem como a recuperação declientes tradicionais, notadamente na área de óleo e gás,onde a empresa já detinha uma tradição de atuação desdea década de 90.

“Após um ano fazendo frente a estes desafios aempresa agora está engajada em realizar captação derecursos por diversas modalidades financeiras, que incluia participação de fundos de pensão e de participação porcotas”, explica Veridiana Schmidt, diretora Financeira daCSJ.

Os resultados positivos obtidos pelas açõespromovidas pela diretoria da empresa não tardaram aaparecer, através de fornecimentos para clientes dosegmento sucroenergético, como a Raízen, Bunge,J.Pillon, Areva (Usina.Seresta), Usina Santa Adélia,Ferrari, Usina Santa Lúcia, entre outros e também para

grandes empresas de óleo e gás, como a Aker Solutions,Cameron e Fluke. Na área de geração e distribuição, aCSJ também detém uma ampla carteira de tanques paratransformadores de tensão de grande porte emfornecimento para a ABB.

De acordo com Alexandre Klefenz, diretor Comercialda CSJ, as renovações das certificações ISO 9001:2008 etambém Asme, Selo “U” para vasos de pressão, foram umpasso importante para avançarmos com as exigências de

qualidade.Klefenz comemora o fato de que além desses

fornecimentos, há um significativo volume de cotaçõestambém para o mercado externo, para países da AméricaLatina e África. “Nessa nova fase de atuação, a CSJ estátambém desenvolvendo novos produtos e aprimorandoprojetos existentes que já são reconhecidos no mercadopela performance e qualidade adquirida durante anos deexperiência”, comemora.

Gestão eficaz traz novas perspectivas para a CSJ

Veridiana Schmidt, diretora Financeira; Mário Mendes, diretor Presidente;

Alexandre Klefenz, diretor Comercial; Sílvio Moraes, diretor Industrial

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Usina Vertente mantém política de inovação e investe em Caldeira ZSConsiderada uma das mais modernas plantas industriais

de moagem de cana e sua transformação em açúcar, etanol ebioeletricidade, a Usina Vertente, com sede em Guaraci, SP, efruto de uma sociedade entre o Grupo Humus e a UsinaGuarani — 50% do capital para cada uma das partes — acabade colocar em funcionamento uma caldeira ZS, produzida pelaSermatec Zanini. O projeto, que mantém a política de inovaçãoda Usina Vertente, elevará a capacidade de produção debioeletricidade dos atuais 8MW — dos quais 3 são exportadospara o sistema de distribuição de energia — para 40MW, comprevisão de exportação de 29MW, de acordo com o diretorexecutivo e engenheiro agrônomo Hugo Cagno Filho.

“Verificamos que a queima tangencial estáproporcionando uma redução nos níveis de resíduos eaumentando a eficiência de combustão da caldeira”, afirma oengenheiro agrônomo, que destaca também o excelente nívelde automação e a redução na quantidade de resíduos emitidosna atmosfera. Para ele, um dos diferenciais percebidos nacaldeira ZS, além da combustão mais eficiente, é a quantidadede pontos de automação que melhora muito a qualidade naoperação e a facilidade de acesso aos equipamentos de controleem razão da excelente disposição das plataformas em todos ospisos da caldeira.

Hugo Cagno Filho elogia o profissionalismo e o suporteoperacional oferecido pelos técnicos da Sermatec Zanini. “Aempresa cumpriu plenamente a gestão financeira do contrato,tendo cumprido todos os acordos estabelecidos edemonstrando uma equipe de trabalho proativa com destaquepara o suporte adequado dentro das necessidades de“Operação Assistida”, conforme nosso contrato operacional”,disse.

NOVOS PASSOSHá seis anos a Usina Vertente está credenciada com a

ISO 9000 e ISO 14000 na totalidade dos processos

industriais e agrícolas. E, desde 2011, a usina estácredenciada pela ISO 22.000. Nos próximos meses ela serácertificada pela Bonsucro. Com isto estará fabricando açúcarde alta qualidade para atender aos grandes produtores dealimentos e refrigerantes. Com esta ampliação a usinaalcançará a moagem de 2,5 milhões de toneladas sendo quenesta safra moerá cerca de 2 milhões de toneladas de cana,produzindo aproximadamente 140 mil t de açúcar e 80milhões de litros de etanol.

“Desde a sua implantação – ressalta Hugo Cagno Filho –sempre nos pautamos por um rigoroso sistema de controle decustos e na inovação agrícola e industrial. Toda nossa colheitade cana é mecanizada e fomos a primeira usina no país a moer

só com difusor produzido e fornecido pela Sermatec Zanini”. O Grupo Humus produz no Estado de São Paulo em

uma área total de 15 mil hectares, 1,1 milhão de toneladas decana anualmente. Deste montante, aproximadamente 430 miltoneladas são destinadas à BioSev (Santa Elisa), 500 miltoneladas ao Grupo Colombo e o restante para a UsinaVertente. A cana produzida e moída pela da Usina Vertenteestá em uma proporção de 30% de cana própria e 70% de canade fornecedores.

Sermatec Zanini16 2105.4422www.sermatec.com.br

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Trilhos da Ferrovia Norte-Sul

Presidente Dilma visita trecho da Ferrovia

Norte-Sul: cronograma atrasado

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ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Criado em 2007, quando o país eragovernado pelo então presidente LuizInácio Lula da Silva, o PAC - Programa deAceleração do Crescimento tem comoobjetivo a retomada do planejamento eexecução de grandes obras deinfraestrutura social, urbana, logística eenergética do país, contribuindo para oseu desenvolvimento acelerado esustentável.

Contudo, em Goiás, o que se vê éexatamente o oposto. Ao menos é o que

aponta o presidente do Sifaeg - Sindicatoda Indústria de Fabricação do Açúcar e doEtanol do Estado de Goiás, André Rocha.“Existem vários casos, mas um deles, é aFerrovia Norte-Sul. Trata-se de um obraque, assim que estiver pronta, aliviarámuito nosso problema de escoamento daprodução. De uma maneira geral, as obrasdo PAC ou estão paralisadas ou estão emritmo lento. Não vemos grandes avanços”,explicou.

O representante afirma que no quediz respeito a logística interna, o Governodo Estado de Goiás tem trabalhado bem.Rodovias estão sendo reformadas e

ampliadas, o que tem favorecido aprodução.

Na safra 2012/13, a moagem goianafoi recorde, atingindo 52 milhõestoneladas de cana, valor 17% maior que ociclo anterior. Com o resultado, a regiãopassou a ocupar o segundo lugar noranking nacional de produção de cana,atrás apenas de São Paulo.

Contudo, quando o assunto é logística“externa”, o presidente do Sifaeg lembrade apenas um ponto positivo relacionadoàs obras do PAC. “O etanolduto é um dospoucos projetos que está andando. Comcerteza trará ganhos ao nosso setor. O

problema é que resolve apenas o problemade transporte do biocombustível. Temosque pensar no açúcar também”, apontou.

Rocha, que recentemente assumiu apresidência do Fórum NacionalSucroenergético, acredita ser precisoplanejamento para que os investimentossurjam e diluam o conhecido “custo-Brasil”. “Estamos em um país continental.Logística, com certeza, é nosso grandegargalo, seja em qualquer área doagronegócio. O setor canavieiro tem feitosua parte, renovando e expandindo oscanaviais, agora precisamos dacontrapartida do governo”, afirmou.

Obras do PAC estão paradas ou em ritmo lento

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Setembro/2013 LOGÍSTICA & TRANSPORTES 149

Com terra, sol e água, Brasilproduz mas esbarra nostransportes, caros e ineficientes

Um país com reais possibilidades de oferecer umtransporte eficiente, onde suas fronteiras sejam capazes denutrir o mundo. Um país onde não falte sol, sombra e águafresca para as culturas prosperarem no campo. Não éutopia de quem vos escreve, mas sim, a realidade de umpaís divinamente abençoado, mas que por incompetênciaadministrativa, esbarra nos mais singelos obstáculos.

Claro, estamos falando do Brasil, um país que, deacordo com dados IBGE - Instituto Brasileiro de Geografiae Estatística, possui área total de 8.515.767 km², o maisextenso do Hemisfério Sul e da América Latina. Parafechar a gama de privilégios, conta ainda com 13% do totalde água doce disponível em todo mundo.

Todas essas características fazem do Brasil o país dofuturo, com espaço para produzir mais e suprir a demandaque se apresenta em diversos setores do agronegócio. Valeressaltar que hoje o agronegócio brasileiro representaaproximadamente 40% das exportações do país. Mas, comuma carga maior de produtos, como transportá-los até osseus destinos?

Se o produtor optar pelas estradas terá encontrado oprincipal sistema logístico do país. É pelas rodovias que56% de todas as cargas movimentadas no territórionacional passam. Contudo, o excesso de veículos torna osistema improdutivo e oneroso.

Já falando em ferroviais, ao todo são 29.7061quilômetros de extensão, sendo 1.121 eletrificados. Essasferrovias cortam 22 estados brasileiros, mais o DistritoFederal. Tida como a solução ideal, as ferrovias

esbarram na má conservação de seus trilhos ecomponentes, o que impede o escoamento efetivo poreste modal.

Da terra para água chegamos ao transportehidroviário, que é dividido em duas modalidades, fluvial emarítima. No Brasil, o transporte marítimo responde porquase 75% do comércio internacional. Já o transportefluvial é o mais econômico e limpo, no entanto, menosutilizado. Entretanto, há regiões, como é o caso daAmazônia, que dependem quase que exclusivamente destamodalidade.

Gestão após gestão, os presidenciáveis apresentamplanos de mudança para a logística nacional. Em 2012,por exemplo, a presidente Dilma Rousseff liberou umaporte de R$ 133 bilhões para o Programa deInvestimentos em Logística, que não trouxe os benefíciosesperados até o momento. “O país ficou muitos anos seminvestimentos adequados e levará algum tempo até que osatuais planos governamentais produzam os resultadosesperados. Ainda vamos ficar certo período recuperando otempo perdido, até que se consiga uma infraestrutura quefacilite o transporte”, afirma Daniel Furlan Amaral, gerentede economia da Abiove - Associação Brasileira dasIndústrias de Óleos Vegetais.

Para saber como anda a situação no setorsucroenergético, o JornalCana ouviu diversas opiniões erelatos de como os produtos originados a partir da cana-de-açúcar, no caso, etanol e açúcar, além da matéria-prima emsi, estão sendo transportados pelo país.

Em comum, as entrevistas relatam a sensação de queo cenário poderia ser melhor. Em algumas regiões, como éo caso do Paraná, a solução encontrada foi a união entreGoverno do Estado e as próprias usinas da região. Já emSão Paulo, há casos como o do Grupo São Martinho, queconstruiu seu próprio terminal açucareiro. (AR)

Qual o caminho, Brasil?

País tem triste histórico de rodovias precárias Hidrovia é solução ainda pouco utilizada

Privatização das ferrovias foi insuficiente

para resolver o problema logístico

Indústria automotiva de

caminhões ainda tem forte lobby

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Cansado de esperar por soluções, oEstado do Paraná resolveu se unir e proversuas próprias ações em prol do transportede cana-de-açúcar. Estamos falando doprograma chamado “Caminhos doDesenvolvimento Sucroenergético”, quetem como objetivo estruturar estradasrurais e com isso tornar os produtos dacana mais competitivos.

É o que conta Adriano Dias,superintendente da Alcopar - Associação deProdutores de Bioenergia do Paraná, queconfirma investimentos de até R$ 468milhões, numa parceria entre Estado e osetor produtivo. Confira a entrevistaexclusiva:

JornalCana: Qual a situação dostransportes canavieiros no Paraná?

Adriano Dias: Caótica. Nossa malhaviária foi dimensionada há 40 anos,quando o fluxo de veículos era muitomenor, sem contar que transportavam umacarga inferior ao que é carregado hoje. Esseproblema gerou uma série de atritos entre opoder público e o setor sucroenergético.Para contornar a situação, optamos pordesenvolver um programa específico,denominado “Caminhos doDesenvolvimento Sucroenergético”, queconsiste na readequação de estradasmunicipais para retirar o tráfego da malhapavimentada. Com isso, passamos atransportar a matéria-prima através deestradas municipais cascalhadas, o quedeve trazer maior fluidez ao setor.

Qual a dimensão deste projeto?Inicialmente serão 3.300 km, que

devem estar prontos em um prazo dequatro anos. Vamos readequar estradasmunicipais e até mesmo estradas internasde fazendas. No total de cana transportada,estamos falando em algo em torno de 50milhões de toneladas.

E quem coordena a ação?Esse projeto une o governo do estado,

municípios e usinas. Cada um tem suasobrigações definidas em contrato. Porexemplo, o governo do estado vai entrarcom as patrulhas mecanizadas, que são asmáquinas; as usinas vão ingressar com oóleo diesel e a mão de obra para operar asmáquinas; e por aí vai.

Que motivos levaram o Estado eelaborar este projeto?

Do jeito que as coisas caminham, embreve ficará inviável se trafegar nasrodovias pavimentadas, tanto pelo excessode veículos como pelas exigências legaisque são muitas. Hoje estamos autorizadosa rodar apenas durante o dia e comcomposições especiais, temos também aquestão do peso, enfim, uma série dedetalhes que dificulta a cada dia trafegarpelas rodovias de nosso país. Por isso,achamos melhor encontrar alternativas.

Em tempos de crise, as usinasconcordaram em investir neste projeto?

Hoje a situação financeira dasunidades produtoras está difícil, sim, mascom muito sacrifício e dedicação estamos

viabilizando esses recursos para quepossamos transportar a matéria-prima deuma forma otimizada, com custos maiscompetitivos e com menos implicaçõeslegais. Todas as usinas de nossa regiãoaderiram.

E quanto vai custar?É um projeto de R$ 468 milhões,

sendo que destes, o setor vai investir R$140 milhões. O restante será colocado pelosmunicípios e também pelo Estado. Possoadiantar que estamos fazendo um projetocompleto. Muitos me questionam o fato dejá termos estradas municipais. Mas asexistentes não suportam o peso e o tráfegodo segmento. É preciso adequá-las.

Em relação ao transporte de açúcare etanol na região, qual sua avaliação?

Temos um Centro de Logísticachamado CPA, que recebe açúcar 24 horaspor dia. Situado em Maringá, o centro levatoda mercado até o porto de Paranaguá.

Além disso, fazemos boa parte dotransporte de açúcar pela linha férrea, queinfelizmente, passou a nos trazer algunsproblemas em decorrência da empresaadministradora, no caso, a ALL. Notocante ao etanol, estamos trabalhando emum projeto chamado poliduto, que vai ligarMaringá, Araucária e Paranaguá. Esseprojeto tem uma extensão de 512,5 km², epassa por 22 municípios. Já está sendofeito, estamos na fase do licenciamentoambiental. A empresa que conduz esteprojeto é a CPL, que foi constituída com afinalidade de construir o duto. Essaempresa é formada por produtores deaçúcar e álcool do Paraná, que além deinvestidores, são garantidores damovimentação mediante contrato.

A previsão é expandir esse projetode poliduto?

Sim, o objetivo é ser estender até oMato Grosso do Sul. Mas, devido a

viabilidade econômica, essa primeira faseseguirá até Maringá.

Quando entrará em operação?Trabalhamos para que na safra

2015/16 ele já esteja funcionando.O senhor acredita que esses

programas “caseiros” resolvem oproblema de transporte no Estado?

Não, apenas ameniza. Precisamos doapoio do governo, de um planejamentomaior nessa área. Hoje a legislaçãobrasileira diz que é permitido otransporte máximo de peso de 74toneladas, em composições especiais comno máximo 30 metros de comprimento.Nós precisamos da participação ativa dogoverno para flexibilizar essas exigênciasassim como já fez com outras cadeiasprodutivas. É o que a gente pretende, senão, de nada vai adiantar nossas estradasque estão sendo revitalizadas.

Como o senhor enxerga o futuro dosetor no Brasil?

Temos que investirsignificativamente em logística, casocontrário, vamos ter dificuldade emcolocar a produção brasileira no exterior.Temos um ponto chamadocompetitividade. Não adianta produzir daporteira para dentro valores altamentecompetitivos, se quando chegamos naparte de logística, nos deparamos com umtransporte ineficiente. Precisamos correr,investir, otimizar essa área para tornarnossa produção competitiva no exterior.

Qual sua avaliação sobre o portode Paranaguá?

Não vejo tantos problemas ao menospara o setor sucroenergético. Claro queexistem algumas questões a seremsuperadas, mas hoje, o porto está nosatendendo a contento. (AR)

ENTREVISTA – Adriano Dias, da Alcopar

A união faz estrada! Mas não tapa seus buracos

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Iniciada em novembro de 2010, asobras do etanolduto seguem pelo país. Oprojeto, que vem sendo executado pelaLogum Logística, empresa criada pelaPetrobras em parceria com Cosan,Copersucar, Odebrecht, Camargo Corrêa eUniduto, teve, enfim, um trecho entregueem 25 de junho deste ano.

Nesta data foi realizada a primeiratransferência de etanol hidratado atravésdo duto de 24 polegadas que liga oTerminal Terrestre de Ribeirão Preto, nointerior de São Paulo, à Refinaria dePaulínia, também em terras paulistas, emum trecho de 206 km.

Já em 12 de agosto, a obra foiinaugurada oficialmente e a cerimôniacontou com a presença da Presidente da República, Dilma Rousseff. Trata-se da

primeira etapa do empreendimento, quetransportará etanol por cinco estadosbrasileiros e que integra o PAC - Programade Aceleração do Crescimento, estimadoem R$ 7 bilhões, constituído de modaisdutoviário e hidroviário. “É a primeira fasede um projeto extremamente desafiador epromissor. Será uma rede de capacitação edistribuição de etanol aos mercadosconsumidores, o que deve dar ainda maiscompetitividade ao biocombustível. Afinal,essa primeira fase se encontra em RibeirãoPreto, a maior região produtora de etanol,e segue até Paulínia, onde há umas dasmaiores refinarias do país. É um projetoconsciente, que deixou de ser um sonho ecomeçou a se tornar realidade”, disse

Dilma Rousseff.Com espaço para armazenar 50 mil

litros de etanol, o terminal de RibeirãoPreto conta com 18 baias dedescarregamento, subestação, sistema debombeamento e incêndio, e pacotes deinstrumentação e automação. “Trata-se deum modal mais barato, muito eficiente esustentável. A expectativa é de que fiquepronto logo e resolva parte do problema deescoamento do segmento”, afirmou AndréRocha, presidente do Fórum NacionalSucroenergético, lembrando que as obrassuprem o problema de logística de etanol,mas não do açúcar.

Segundo Roberto Gonçalves,presidente da Logum, já foram iniciadas asobras do segundo trecho do duto, de 144

km, entre Uberaba (MG) e Ribeirão Preto efoi liberado o ramal hidroviário entre ahidrovia Tietê-Paraná e Paulínia.

Quando estiver pronto, o etanoldutoterá 1,3 mil quilômetros, passando por 45municípios, até chegar aos portos de SãoSebastião, SP, e do Rio de Janeiro, RJ. Oprojeto terá capacidade instalada detransporte de até 21 milhões de metroscúbicos de etanol por ano. “O etanoldutovai dar sustentação ao setorsucroenergético e vai baratear o custo doetanol nas bombas”, finalizou a Presidenteda República.

Procurada pela reportagem doJornalCana, a Logum não se manifestoucom relação ao andamento do cronogramado restante das obras. (AR)

TRECHO DO ETANOLDUTO É INAUGURADO

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Se na visão de quem necessita escoar aprodução diariamente o sistema logísticobrasileiro está com problemas, na visão dequem coordena, não, jamais, imagine. Aomenos foi o que apontou Cid Caldas,diretor do Departamento de Cana-de-Açúcar e Agroenergia do Mapa — Ministérioda Agricultura, Pecuária e Abastecimento,em relação aos problemas no que dizrespeito à logística do setor sucroenergéticonesta safra.

Para ele, é real a necessidade deinvestimentos em infraestrutura no futuro,já que a demanda por cana-de-açúcar tendeaumentar consideravelmente. Contudo, nomomento, o sistema logístico tem suportado

a demanda. “Hoje, no Centro-Sul, moemosalgo em torno de 217 milhões de toneladasde cana. Pensando apenas no transporte damatéria-prima, não temos problemas”.

Sobre os produtos originados da cana-de-açúcar, etanol e açúcar, Caldas tambémse mostra tranquilo quanto ao escoamentoda produção. “Pode ser que no fim dasafra, quando os níveis de produção deetanol subirem, nós tenhamos uma sobra.Para esse caso, temos um programa definanciamento de estoque que já estáfuncionando. Em termos de logística, temalgumas melhorias sendo feitas, como é ocaso do terminal da Copersucar, que trouxebenefícios na parte de exportações”.

Para o futuro, o representante doMapa diz que existe sim a solução, mas seucusto torna a ação inviável. “O transporteferroviário seria o ideal, mas o investimentoé muito alto e isso faz com que as empresasdo segmento busquem alternativas”.

Questionado sobre investimentos quetragam segurança ao sistema de transportesdo país, Cid diz que não há nada previstodentro do Mapa. De acordo com orepresentante do governo, o que existe sãoprojetos viabilizados pela iniciativa privada,como é o caso da Copersucar e SãoMartinho, que contam com seus própriosterminais de açúcar.

O governador do Estado de São Paulo,

Geraldo Alckmin, defendeu a extensão dahidrovia Tietê-Paraná. “Em parceria com ogoverno federal temos 1,7 bilhão parafazermos deslocamentos, melhorar aprodutividade, redistribuir as fontes eestendermos a hidrovia Tietê-Paraná, atéPiracicaba”, comentou.

O governador citou a eficácia deextensão do sistema hidroviáriocomparando números em relação aoetanolduto, obra que tem apoio do PAC -Programa de Aceleração do Crescimento.“O álcoolduto transportará 4,1 bilhãolitros/ano, já a hidrovia poderá transportar5,1 bilhões e atenderá também, a partebaixa do Rio Tietê”, finalizou. (AR)

Para o governo, tudo vai bem, obrigadoCid: o caldo pode entornar Geraldo Alckmin, na inauguração do etanolduto

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É pela água que o Nordeste escoa sua produção

No Nordeste do Brasil a situaçãonão é diferente das demaisregiões. Por lá, além dos

problemas ocasionados pela estiagem, osprodutores de cana-de-açúcar precisamdriblar a ausência de um modal eficiente.“Um dos principais gargalos do setorsucroenergético é a falta de processoslogísticos que contemple todas as etapasda produção. Estou falando de umprojeto que vá desde o plantio até oconsumidor final. Existem prejuízosconsideráveis ocasionados pela falta deintegração entre essas etapas”, explicaRenato Cunha, presidente do Sindaçúcarde Pernambuco.

De acordo com Alexandre AndradeLima, presidente da AFCP - Associaçãodos Fornecedores de Cana dePernambuco, os nordestinos se utilizambastante do transporte hidroviário, o quegera dinamismo na região. “Nossaexportação é realizada principalmentepelo Porto de Suape, uma ferramentamoderna e eficiente. Boa parte dos nossosprodutos são transportados também pelasrodovias, mas nesta área, existe muito oque se fazer ainda”, afirma.

Para Lima, que também preside aUnida - União Nordestina dos Produtoresde Cana, não há muito o que ser feitonum curto prazo. Para o representante, é

preciso sim pensar no futuro, já que ademanda por produtos derivados dacana-de-açúcar se apresenta de maneira

crescente. “Sempre investimos mal nessaárea de transportes. Antes de dispor dodinheiro público é preciso planejar. Vejo

que uma boa saída para escoar aprodução do agronegócio brasileiro éinvestir no transporte fluvial eferroviário, como fazem os paísesdesenvolvidos”.

De acordo com Márcio Figueiredo,gerente geral da TransEspecialista,empresa especializada em logística,estudar o mercado é uma forma de seobter melhores resultados. “Precisamosentender que o mundo necessita criarnovas formas de energia e isso não podeesperar mais. Contudo, acredito que parao setor crescer, é preciso que o governoacredite neste trabalho”, afirmou.Somente em 2012, a empresa realizou 31mil entregas, rodando mais de 29milhões de quilômetros.

Para Renato Cunha, querecentemente assumiu a vice-presidênciado Fórum Nacional Sucroenergético,todos os anúncios feitos até hoje foram demedidas que amenizam os problemas,em vez de resolvê-los. “É importantepensarmos em obras estruturantes e nãonas mesmas medidas paliativas quelevam a ineficiência e soluções decontinuidade na celeridade dasexportações”.

Sobre investimentos na região,Cunha cita um pouco do que tem sidofeito na região nos últimos anos.“Estamos aguardando a finalização dasobras de dragagem do Porto do Recife,outra importante ferramenta de nossalogística. Esses investimentos permitirãoaumentar seu calado de 9 para 12metros”, indicou. (AR)

POR ÁGUA ABAIXO!

Renato Cunha: medidas amenizam os problemas, em vez de resolvê-los

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GLP entrega terceiro galpão do condomínio logístico em Ribeirão PretoGlobal LogisticProperties: condomíniologístico cominfraestrutura completa

Com a primeira e a segunda fases 100%locadas para grandes players, a GlobalLogistic Properties – GLP divulga nomercado a terceira fase do empreendimento,disponibilizando mais um galpão logístico(A2) com módulos de 1.050 a 11.600 m².Devido ao grande sucesso, a empresa iniciaráa última fase do empreendimento, que vaioferecer um galpão de aproximadamente17.600 m² (A1), com módulos a partir de1.960 m².

Segundo Clarisse Etcheverry, Diretorade Desenvolvimento da GLP, o GLPRibeirão Preto é composto de galpõesmodulares, que atendem a diversasespecificações de armazenagem edistribuição. Atualmente as empresas queocupam o empreendimento utilizammódulos de 1.090 a 21.700 m².

“O GLP Ribeirão Preto foi desenvolvidopara atender a indústrias leves, operadoreslogísticos, empresas de transporte, e-commerce,atacadistas e varejistas, a fim de facilitar asoperações dos usuários no dia a dia, através deum projeto eficiente com uma infraestruturacompleta”, complementa Clarisse.

O empreendimento está instalado emuma área de aproximadamente 200 mil m²,

com o total de área bruta locável de 64.500m² no km 317,5 da Rodovia Anhanguera, a2 km do Aeroporto Leite Lopes. A localização

estratégica do empreendimento permite fácilacesso ao Triângulo Mineiro e a cidadescomo Campinas e São Paulo, o que torna o

condomínio uma excelente opção parasolucionar a operação logística paraempresas de vários setores.

Primeira e a segunda fases 100% locadas para grandes players pela Global Logistic Properties

Infraestrutura completa é outro diferencial importante do GLP Ribeirão Preto No GLP Ribeirão Preto tem refeitório

e ambulatório para atendimento doscolaboradores. Além disso, o condomíniooferece rede de telefonia, distribuição deenergia e água com medidores individuais.

Os galpões do GLP Ribeirão Preto têmestrutura metálica, telha galvanizada,isolamento termoacústico em face felt,iluminação zenital e renovadores de arnaturais. O sistema de combate a incêndiose enquadra na categoria J4 e já vem comos sprinklers instalados. O pé-direito para aarmazenagem é de 12 m livre e a

capacidade do piso é de 6 t/m². “Outro diferencial importante desse

condomínio é a opção dos mezaninosserem construídos de acordo com ademanda do cliente, o que faz aumentar aeficiência da área de armazenagem”,complementa Clarisse.

SEGURANÇAA segurança também é um item que

diferencia o GLP Ribeirão Preto, que contacom portaria blindada e controle de acesso.Além disso, toda a área do complexo é

vigiada 24 horas por dia por controleperimetral. O centro também é monitoradopor um sistema de Circuito Fechado deTelevisão (CFTV).

COMERCIALIZAÇÃOAs negociações dos espaços do GLP

Ribeirão Preto estão sendo realizadas pelaFortes Guimarães, uma das maistradicionais empresas do ramo imobiliárioda grande Ribeirão Preto. Os interessadospodem entrar em contato pelos telefones(11) 3504-1504, (16) 3977-4400 ou pelo e-

mail [email protected].

SOBRE A GLOBAL LOGISTIC PROPERTIES

A GLP é uma das principaisfornecedoras de parques logísticos domundo, sendo líder de mercado na China,Japão e Brasil. A empresa está presente emmais de 60 cidades com um portfólio de18,3 milhões de m², gerenciando 506empreendimentos em 206 parqueslogísticos. No Brasil, o portfólio da GLP écomposto por mais de 1.000.000 de m² deABL (área bruta locável) já construídos.

A empresa possui capital aberto, o quefavorece a transparência das operações,com ações negociadas na SGX (bolsa devalores de Singapura) com valor demercado de US$ 12,3 bilhões. A GLP foivencedora do Euromoney Real EstateAwards por seis vezes consecutivas, de2007 a 2012.

No Brasil, é proprietária de novecondomínios logísticos: GLP Irajá, GLPConfins, GLP Pavuna e GLP Imigrantes,todos esses com 100% de ocupação, alémdo GLP Ribeirão Preto, GLP Campinas,GLP Gravataí, GLP Embu das Artes eGLP Guarulhos.

Global Logistic Properties – Brasil11 3500.3692www.glprop.com.br

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ENTREVISTA - Alfred Szwarc

PATRICIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

Alfred Szwarc, consultor de Emissões eTecnologia da Unica – União da Indústria deCana-de-Açúcar sabe que existe um chamado"movimento" para substituir o etanol. Noentanto, ele não concorda que o etanol váacabar, e acredita que todos esses mercadosde energia alternativa são complementares.Veja a entrevista concedida ao JornalCana:

JornalCana - Qual será o futuro doetanol?

Alfred Szwarc - É combustível seguro econfiável, que funciona bem, já está inseridono mercado e tem baixo custo para oconsumidor. As pessoas querem carro queseja conveniente em relação a autonomia ecusto e isso ele encontra no carro movido aetanol.

Outras tecnologias vão desbancá-lono futuro?

A química verde vai ocupar maisespaço nos próximos anos. Mas sãomercados que se complementam, comgrande expansão.

O motor a combustão estáultrapassado?

Motores a combustão não serãosubstituídos no curto prazo, nem mesmo alongo prazo. As tecnologias para substituí-loainda não estão resolvidas. Precisam de

muito investimento ainda.O carro do futuro será elétrico?A tecnologia do carro elétrico também

não está resolvida. Existem problemas decusto, sobre o destino final das baterias,como ela será descartada. A imprensa dámuito destaque para carro elétrico como sefosse uma coisa pronta no mercado. Isto estáerrado. Carros elétricos aindademonstraram ter superaquecimento debaterias. Há muitos casos de carros elétricosque pegaram fogo. Como disse, é umatecnologia ainda não resolvida.

E o carro a hidrogênio?O carro a hidrogênio ainda precisa de

muito investimento, com a tecnologia em si,com o transporte do hidrogênio, com suaprodução. A mídia também dá destaqueexagerado a isso. O flex sim é umatecnologia robusta, flexível.

Então seria o flex a melhoralternativa?

Hoje ainda é a melhor opção. Porque jáexiste e é barata. Existem hoje 30 milhõesde carros flex, com custos competitivosrazoáveis. É uma tecnologia para ospróximos anos, e mesmo sendo a melhor ,na minha opinião ainda pode melhorar.Não podemos ficar estagnados. Ser confiávelnão pode ser empecilho paradesenvolvimento de novas tecnologias.Novas tecnologias devem surgir para nossopróprio bem.

AMIRA HEMINE,DE RIBEIRÃO PRETO, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

Após a maior seca dos últimos 50anos, em 2012, a produção de milhofoi afetada e sofre pra se recuperar; atendência é que o consumo de etanolno país aumente, mas não hácapacidade de produção e a únicasolução é a importação.

O clima desfavorável e o plantiotardio do milho nos Estados Unidosfizeram com que as estimativas daRFA, Associação de CombustíveisRenováveis, para a safra 2013/2014de etanol, ficassem muito parecidascom os números de 2012. No anopassado, o país sofreu com a maiorseca dos últimos 50 anos e o cultivodo grão ficou prejudicado, o quegerou baixos estoques para esse ano.

Em junho de 2012, os estoquesdo grão chegavam a 3,148 bilhões debushels (79,96 milhões de toneladas).Já em junho de 2013, a quantidade

de milho estocado baixou para 2,764bilhões de bushels (70,20 milhões detoneladas),

Segundo dados do USDA,Departamento de Agricultura dosEstados Unidos, 2013 tem a maiorárea plantada de milho desde 1936,um total de 39,42 milhões dehectares contra 39,32 milhões dehectares no ano passado. Porém, oexcesso de chuvas e o atraso noplantio do grão fez o órgão revisarpara baixo a quantidade a sercolhida.

Para 2013, a estimativa é quesejam colhidos 36,07 milhões dehectares. Em 2012 esse número foi de35,36 milhões de hectares. Com isso,os números de produção do etanol demilho também ficam bastanteparecidos com os do ano anterior. Nasafra 2013/2014, a RFA estima queserão produzidos entre 13.2 e 13.5bilhões de galões americanos contra13.2 bilhões na safra anterior.

Nos EUA, produção de

etanol de milho não

tem mais como crescer Mesmo com a seca que atingiu os

Estados Unidos em 2012, o presidente daRFA, Bob Dinneen, não considerou quehouve uma crise no setor no ano passado.Para ele, em todo mercado há altos e baixose esse foi um dos momentos ruins. “Mesmocom o ocorrido, os Estados Unidos tiverama 8º maior safra de milho da história dopaís”, disse Bob.

Para especialistas consultados peloJornalCana, o etanol de milho não temcomo crescer muito além da produçãoatual. Isso porque, a área cultivável nosEstados Unidos já está toda ocupada e alegislação americana determina que apenas40% de todo o grão produzido no país podeser destinado à indústria do etanol.

E a tendência é que o consumo docombustível aumente entre os norte-americanos. Atualmente, a gasolinavendida nos Estados Unidos tem 10% deadição de etanol. Porém, a EPA, Agência deProteção Ambiental, autorizou que veículoscom motores flex produzidos a partir de2001 utilizem o E15, combustível com 15%de etanol misturados à gasolina. Essesveículos equivalem a cerca de 60% da frotatotal em circulação no país.

Entidades e organismos ligados àindústria alimentícia e de ração animalentraram com uma ação contra o E15, mas

a Suprema Corte rejeitou a ação no final dejunho. O presidente da RFA comentou adecisão da justiça dizendo que “agora oE15 pode finalmente tornar-se uma opçãomais significativa para os americanos”.

Para o especialista em bioenergia eprofessor do Departamento de RelaçõesInternacionais da PUC – Rio, PauloWrobel, o problema do etanol de milhonos Estados Unidos deve continuar. “Aexpectativa é que a safra de milho esse anoseja um pouco maior que a do anoanterior, mas não deve voltar ao nível pré-crise”, disse Wrobel. “Como a tendência éo consumo cada vez maior do etanol porlá, a única saída é a importação”,completou ele.

Outros dois estudiosos da área tambémdefendem que a única alternativa para osEstados Unidos agora é ampliar aimportação de etanol do Brasil.Oengenheiro agrícola e professor daUnicamp, Luis Augusto Cortez, afirma que“o etanol celulósico de segunda geraçãoseria a opção para eles fugirem desseproblema. Mas o ideal para eles agora éimportar mais do Brasil”.

Wrobel concorda e afirma ainda queeles estão abertos a importar, pois sabemque o etanol celulósico pode demorar a fluircomercialmente. (AH)

Solução é ampliar

importação do Brasil

“Mercados de energia alternativa são complementares ao etanol”

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Estudos comprovam suaeficácia comocombustível limpo, mashá falta do produto paraabastecer mercado

CARLOS ALBERTO PACHECO,

DE SÃO PAULO, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

A indústria automobilística nacionalreconhece que a conquista do binômiotraduzido por receita econômica maispreservação ambiental é condição sine quanon para garantir competitividade nomercado. Enquanto se discute alternativasao uso do combustível fóssil, como oetanol, gás de xisto, eletricidade oufórmulas híbridas, ainda pouco se avançouno Brasil no reconhecimento do dieselproduzido da cana-de-açúcar. Umapergunta continua no ar, sem umaresposta convincente: Se é verdade que obiodiesel de cana possui uma eficiênciaextraordinária em relação às demaisopções de combustível, porque ele não éadotado em larga escala?

Diametralmente oposto ao diesel depetróleo – o mais poluente doscombustíveis fósseis – o produto extraídoda cana é renovável em relação à capturade carbono que emite na atmosfera,amenizado os impactos do aquecimentoglobal. O diesel de cana exibe outra

vantagem: é livre de enxofre, componenteimportante para as fontes poluidorasurbanas. “Segundo pesquisadores, odiferencial desse biocombustível reside noDNA da levedura, que sofreu umaalteração genética para secretar diesel nolugar do álcool”, destaca o economistapaulista Paulo dos Santos, que vem sedebruçando no estudo e o noaproveitamento da cadeia da cana naatividade econômica.

O óleo diesel propriamente dito é o

combustível líquido mais consumido noBrasil, segundo dados do AnuárioEstatístico Brasileiro de Petróleo, GásNatural e Biocombustíveis da AgênciaNacional de Petróleo – ANP. Os dados sãode 2012 com base nos números do anoretrasado. Segundo esse levantamento, em2011, foram consumidos pouco mais de 52bilhões de litros do combustível, dos quaiscerca de 9,3 bilhões vieram de fora.

O chefe-geral substituto da EmbrapaAgroenergia, pesquisador José Manuel

Cabral de Sousa Dias afirma que éimpossível substituir imediatamenteparcelas expressivas de óleo diesel pordiesel de cana, embora haja um espaçoconsiderável para o uso desse novocombustível. Ele lembra, contudo, apossibilidade do biodiesel ocupar tambémum espaço precioso nesse mercado, poiscontribuiu com 5% do volume de dieselfóssil em 2011. Como se vê, é precisoesperar o período de crescimento dessecombustível que, por enquanto, esbarranas limitações das pesquisas.

O professor-doutor do Departamento deProdução Vegetal, Planejamento e Produçãode Cana da Escola Superior de Agricultura“Luiz de Queiroz” (Esalq) da Universidadede São Paulo, Edgar de Beauclair, informaque as pesquisas sobre o diesel de canaainda estão numa fase experimental, ao nívelde estudos de laboratório e com uma usinapiloto funcionando em Campinas. “Oscustos ainda são altos e a eficiência doprocesso está longe do ideal, mas os avançosestão sendo rápidos nesta direção”, garantiuBeauclair.

Já o pesquisador da EmbrapaAgroenergia confirma o empenho dealgumas empresas em realizar pesquisas deprodução do biocombustível (veja matérianessa edição). “Algumas possuem produtosque estão em fase de testes em frotas deônibus metropolitanos”, afirmou. Por outrolado, Souza Dias avisa que a Embrapa nãodesenvolve pesquisas sobre o diesel decana, focando no estudo de matérias-primas oleaginosas (dendê, macaúba,pinhão manso, etc).

Nos últimos anos, engenheiros etécnicos da Mercedes-Benz do Brasil estãotrabalhando no desenvolvimento do uso decombustíveis alternativos ao diesel depetróleo. Entre as experiências pioneirasda fabricante incluem-se estes em bancosde provas e em ônibus e caminhões comdiesel de cana e biodiesel. O sucesso dessesdesenvolvimentos são evidenciadossobretudo no segmento de ônibus urbanos.Tanto o biodiesel quanto o diesel de canasão utilizados normalmente em váriascidades, nas operações regulares na“Ecofrota” de São Paulo e no Rio deJaneiro.

Os ganhos ambientais decorrentes doscombustíveis alternativos seguem o critériodo uso de motores “sustentáveis”, como é ocaso do BlueTec 5 da Mercedes. O assimdenominado multicombustível atende aoprograma que reduz a emissão depoluentes (Proconve P-7). Em depoimentoveiculado no portal da empresa, o gerentede Desenvolvimento de Motores daMercedes-Benz do Brasil, Gilberto Leal,afirmou que os diversos testes realizadoscom com o BlueTec 5 demonstraram sereste a melhor solução técnica paracaminhões e ônibus visando aoatendimento do Proconve P-7. “Entrediversos requisitos, a nova norma exige a

redução de 80% nas emissões de materialparticulado e de 60% nas emissões deóxidos de nitrogênio”, acrescenta.

O diesel canavieiro, a bola da vez domercado, é intitulado como o“combustível do futuro”, o que comprovaa tese da Petrobras de que o Brasil é oprincipal consumidor de biodiesel domundo. O produto é o maior antídotocontra a poluição atmosférica, um dosgrandes problemas quase insuperáveispresentes nas grandes cidades, quecausam uma variedade de doençasrespiratórias sem fim.

Conhecido também como dieselsintético, o biocombustível apresenta osseguintes benefícios, caso seja viabilizadoem larga escala:

� Reduz sensivelmente as emissões degases de efeito estufa;

� Não requer alteração técnica doveículo e/ou adaptações do motor;

� O impacto sobre o custo demanutenção de ônibus ou caminhões énulo;

� Dispensa investimentos emtreinamento nas operações;

� É um produto que está apto a serutilizado mesmo com o dieselconvencional;

� Recurso renovável e autossuficiente.

Arma poderosa contra a poluiçãoUso em larga escala depende da oferta de matéria-prima

Afinal, quais os gargalos queimpedem o uso do diesel de cana em largaescala? Na visão de Beauclair, além doscustos elevados de produção, “o processoenvolve organismos geneticamentemodificados que precisam serregulamentados”. O problema, segundoele, também reside na falta de matéria-prima (cana), insuficiente para abastecer omercado dos produtos de primeira geraçãocomo etanol e açúcar.

A tese do professor da Esalq écompartilhada pelo chefe-geral substitutoda Embrapa Agroenergia. “A principallimitação para a expansão da produção euso do diesel de cana-de-açúcar é a falta damatéria-prima”, reforça Souza Dias. Elesalienta que a cana é fonte de doisprodutos de grande importânciaeconômico-social para o Brasil: o açúcar eo etanol, nas modalidades anidro ehidratado. Ele adverte: “Não haverá, emcurto e médio prazos, açúcar disponívelpara a produção de diesel de cana emlarga escala”.

De qualquer forma, mesmo numestágio experimental, o uso de diesel decana no sistema de transportes urbanos

prova a sua principal virtude – a suaeficiência ambiental aliada à economia. Éuma solução viável, que cai como umaluva no caos da malha rodoviária dasmetrópoles brasileiras. A cidade de SãoPaulo, por exemplo, dispõe de 300 ônibuscirculando com uma mistura de 10% dediesel de cana no diesel convencional. ORio de Janeiro possui 20 veículos similaresrodando nas principais vias da capital. Láa mistura é de 30% do combustível decana ao óleo derivado do petróleo.

O diesel extraído da cana queabastece ônibus paulistanos e cariocas éprocessado pela Amyris Biotechnologies,empresa sediada nos Estados Unidos, comsubsidiária brasileira em Campinas. Oproduto, concebido a partir do caldo decana é considerado de boa qualidade. Emcomunicado à imprensa, o diretorcomercial da Amyris no Brasil, AdilsonLiebsch, destacou uma das outras virtudesdo diesel canavieiro: o motor não precisasofrer adaptações ao recebê-lo. Além disso,comparado ao diesel convencional, ocanavieiro reduz a emissão de gases deefeito estufa em até 90%. “Esse é um dadoexpressivo”, comentou Liebsch. (CAP)

Crescimento do mercado do diesel de cana tende a ser inevitável

José Manuel Cabral: substituição imediata de óleo diesel por diesel de cana é impossível

VIVIAN CHIES

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“O caminhão do futuro será movido adiesel”. É uma frase profética. Com acerteza de futuro promissor para ocombustível, o vice-presidente deengenharia de produtos do Grupo Daimler,o alemão Georg Weiberg, esteve no Brasilem junho onde se reuniu com um grupo dejornalistas da área de transporte. Weibergpossui larga experiência em motores.Formado em engenharia mecânica eautomotiva, ele aposta no programa “20-20”, que visa reduzir em 20% o consumode combustível nos caminhões até 2020.“Com a chegada da Euro 3, em 2004, osresultados começam a ser visíveis”, afirmouo vice-presidente. A Alemanha,naturalmente, saiu na frente. Com oaperfeiçoamento dos motores – até chegarna Euro 6 –, a diminuição das emissões depoluentes propicia melhora dodesempenho do veículo, além daaerodinâmica e da redução de perdas poratrito ou fricção.

A preocupação no desenvolvimento defórmulas que objetivam regular as emissõesde CO2 está presente na Europa e naAmérica. Desde 2010, a norte-americanaAmyris estuda a aplicação do farneseno,um hidrocarboneto extraído daSaccharomyces cerevisiae. Trata-se de uma

levedura utilizada para fermentação decana para produção de etanol. Segundoespecialistas, o hidrocarboneto é fruto deuma manipulação genética. Ele compõe odiesel de cana. Nos Estados Unidos, oproduto é comercializado sem restrições dequalquer natureza, com amplas vantagensem relação ao diesel fóssil. Ao misturar-secom esse último, garante o desempenho domotor – como já foi comprovado naAlemanha – e retém emissões de materialparticulado (poluição).

Concorrente da Amyris, acompatriota LS9 é considerada uma daspioneiras no desenvolvimento detecnologias para a fabricação de dieselrenovável por meio da fermentação deaçúcares. A organização inaugurou, emjunho de 2012, uma planta industrial noestado da Flórida, com uma árduamissão: processar, pelo menos, 135 millitros de diesel. A LS9 anunciou inclusiveque colocaria suas instalações àdisposição de terceiros como umaprestadora de serviços. Competição àparte, há um consenso mundial de que odiesel de cana poderá chegar às redes dedistribuição de outros continentes como aÁsia e a Oceania. Mas isso só o futurodirá. (CAP)

A conquista do planeta

começa na Europa e EUA

Georg Weiberg: “O caminhão do futuro será movido a diesel”

LT MANAGER

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Ele conhece o trajeto do Rally Paris-Dakar como poucos, porque já percorreu adifícil rota da mais complexa competiçãooff-road do mundo 23 vezes. O pilotobrasileiro Klever Kolberg possui o espíritodo pioneirismo. Preocupado com asustentabilidade no planeta, ele jácompetiu com veículo movido a etanol.Voltando a correr no Brasil, Klevermostrou no Rally dos Sertões 2013 quepode mostrar todo o seu talento,independentemente do trajeto íngreme,dirigindo um protótipo inovador e que nãopolui. O esporte a motor agradece. A 21ªedição do rali começou e terminou emGoiânia (GO), de 25 de julho a 3 de agosto,com um percurso de exatos 4.115quilômetros, cortando alguns municípiosda Região Centro-Oeste.

O carro dirigido por Kolberg, que fezdupla com o piloto Flávio Marinho deFrança, é o modelo T-Rex, da equipe MobilMEM Motorsport, que participa doCampeonato Brasileiro de Rally CrossCountry. O carro é equipado com ummotor MWM MaxxForce 3.0 HS TurboDiesel Intercooler, um quatro cilindros quefoi preparado para desenvolver 240 cavalosde potência. O veículo, movido a dieselcanavieiro, reduz em até 82% as emissõesde gases do efeito estufa em comparação aodiesel S-10. O T-Rex mantém a mesmaeficiência, não possui enxofre em suacomposição, além de diminuir a emissão demateriais particulados.

“Temos de fazer a diferença em prolda preservação do planeta. Asoportunidades aparecem e precisamosaproveitá-las. Se cada um cumprir a suaobrigação no que se refere aos cuidados

com o meio ambiente, certamentecolheremos excelentes resultados. Ganhamo planeta e as gerações futuras”, comentouKolberg, momentos antes da largada dorali. A iniciativa do piloto tem um objetivo

claro: provocar uma ampla reflexão nasociedade. O que tem sido feito para apreservação da natureza? As pessoas estãoconscientes da responsabilidade de mantero ambiente limpo? (CAP)

Piloto adota modelo de diesel de cana nos ‘sertões’

Kolberg e França: T-Rex Mobil apresentou bom desempenho no rali

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Segundo o piloto Klever Kolberg, o T-Rex utiliza o lubrificante Mobil SuperEcopower, “que proporciona melhordesempenho em motores de última geração,mesmo em condições severas de utilização,como o Rally dos Sertões”. O lubrificantereduz o consumo de combustível,diminuindo significativamente a emissão dedióxido de carbono. Nos acampamentos, ocarro será abastecido com 1.100 litros dediesel de cana-de-açúcar que a equipe irátransportar enquanto durar o rali. Kleverexplica que o diesel canavieiro não ficadisponível para venda nos postos decombustível que integram o roteiro daprova. Nesse caso, o brasileiro precisou

muito de um apoio logístico paratransportar o combustível. A vantagem é otransporte em volumes menores. “O dieselde cana é combustível com energia bastanteconcentrada. Além disso, em relação aodiesel convencional, não há diferença:possui igualmente baixo consumo porquilômetro quadrado”, explicou Kolberg.Comparado ao etanol, há diferença,portanto. Com esse combustível, o carro dopiloto tinha um tanque para receber 530litros. No Rally dos Sertões, o tamanho dotanque continua o mesmo, transportando335 litros de diesel de cana. Não há perdade eficiência.

Problemas mecânicos distanciaram

Kolberg e França da vitória. Completaramos pouco mais de 4 mil quilômetros daprova, satisfeitos com a performance do T-Rex. Aliás, observadores consideram adupla em condições de brigar por títulos dadivisão de protótipos T1. Em seu blog,Kolberg reconheceu a qualidade do sistemade tecnologia do novo combustível. “Gosteimuito do T-Rex”, comentou. Klever eFrança terminaram em 18º lugar no geralpor conta das dificuldades. Na realizaçãodo projeto do carro com diesel de cana, opiloto e equipe contaram com o apoio daMobil, Amyris Brasil, Dakar – Inovação eEmpreendedorismo, Artfix, Sparco, MWM,BorgWarner e Unica. (CAP)

Menos emissão de CO2

Carro é equipado com um motor MWM MaxxForce 3.0 HS Turbo Diesel Intercooler

Investimento deR$ 82 milhões

O blogueiro e especialista em dinâmicaautomotiva, Juliano “Kowalski” Barata,acompanhou de perto o rali e teceuconsiderações sobre o modelo T-Rex.Segundo ele, o combustível é obtido “pelafermentação de microorganismosmodificados, que convertem o açúcar emcombustíveis e outros produtos químicos –como o isopreno (usado em pneus) o pineno(usado em combustível de aviação) e atéuma droga que está sendo testada contra amalária”. A Amyris detém a tecnologia etrabalha em uma joint venture com afrancesa Total. O investimento chega a US$82 milhões. Barata afirma que a meta, apósperíodo de pesquisa e desenvolvimento é deviabilizar comercialmente o produto.

Na análise do especialista, o diesel dacana lembra bastante o etanol: “Ele temqueima mais veloz, o que permitiria aexploração de rotações mais altas. Por outrolado, seu potencial calorífico é menor do queo diesel de petróleo”. Em termos delubrificação, o diesel canavieiro supre asnecessidades tão bem quanto o dieselcomum. “E tem o detalhe do perfume, dafalta de fumaça – e da emissão zero deenxofre”, avalia Barata. “Esperamos queessa empreitada toda dê certo. O governoprecisa ter vergonha na cara e permitir aexistência de automóveis movidos a dieselno Brasil. Poluição não é mais desculpa”,finaliza. (CAP)

JALOPNIK

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ENTREVISTA – Paulo Sérgio Javorski

Por que não utilizar a energia da biomassa como complemento? ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

A situação financeira pela qual o setorsucroenergético passa não é das melhores.Ruim também é o cenário energético dopaís, que precisa de fontes renováveis quecontribuam de maneira econômica nageração de energia elétrica.

A união destes dois fatores leva a umadas principais discussões envolvendo essaárea no país. Por que não utilizar abiomassa como complemento na geraçãode energia no Brasil?

É o que responde Paulo SérgioJavorski, diretor de Mercado de Energia daCPFL Brasil, comercializadora de energiado grupo CPFL, e aponta ainda aimportância do segmento neste cenário,além de destacar os benefícios da biomassacomo principal motivo de sua utilização.Confira a entrevista:

JornalCana: Como o senhor avalia omercado de energia elétrica brasileiro?De que maneira o setor sucroenergéticopode contribuir nessa área?

Paulo Sérgio Javorski:Independentemente das deliberaçõestomadas pelo governo, revisões dasconcessões, o Brasil necessita de oferta deenergia adicional de 2.400 MW médios aoano para fazer frente ao crescimento doPIB - Produto Interno Bruto. O setor

sucroenergético já é um importantecontribuinte na geração de bioeletricidade,como aponta os relatórios emitidos pelaCCEE - Câmara de Comercialização deEnergia Elétrica, que nos anos de 2011 e2012 geraram, 10.743 GWh e 12.955GWh respectivamente, sendo 22% do totalde geração térmica do sistema interligadoem 2011 e 17% em 2012. O crescimento de2012 em relação a 2011 foi de 21%.

Qual a importância destacontribuição para o país?

Podemos enumerar, entre elas: menoremissão de poluentes, se comparado àqueima de combustíveis fósseis; redução de

custo em relação às térmicas convencionaismovidas a combustíveis fósseis; energiacomplementar ao regime hidrológico dashidroelétricas; não requer importação deequipamentos, em razão do domínio datecnologia impulsionando a indústrianacional; contribuem com redução deperdas e gastos com linhas de transmissão(rede básica) por estarem perto dos centrosde consumo, geração distribuída; respostarápida na construção comparando com asusinas hidroelétricas.

E para as unidades produtoras, oque se pode destacar?

Melhor eficiência no balanço térmicoda usina com aproveitamento do bagaço decana para geração de vapor e acionamentode turbinas/geradores para produção debioeletricidade para consumo próprio eexportação.

Com relação a políticas públicas, oque o senhor acredita que falte para abiomassa deslanchar? Existe algumapolítica importante em vigência?

Exatamente o reconhecimento dosbenefícios associados, elencados, àprodução de bioeletricidade. É de louvar ainiciativa do Governo do Estado de SãoPaulo desonerando ICMS - Imposto sobreOperações relativas à Circulação deMercadorias e sobre Prestações de Serviçosde Transporte Interestadual eIntermunicipal e de Comunicação - de

equipamentos para o setor sucroenergéticoque pode representar até 8% doinvestimento em bem de capital.

O setor reclama dos preçospraticados nos leilões de energia e daforma com que é feito(regionalização/tipo de produto). Essessão os principais gargalos?

Acredito que a questão principal é oreconhecimento da bioeletricidadecontemplando todos os benefícios quecarrega. Com isso, teremos um preço justopara o gerador e a economia agregada parao consumidor final.

Dos projetos da CPFL nesta área, oque podemos dizer quanto à capacidadeinstalada e plano para o futuro?

Temos seis projetos em operação comcapacidade instalada total de 270 MW edois no total de 100 MW em construção.Continuamos em busca de parcerias juntoao setor sucroenergético para desenvolverpipeline de oportunidades.

É possível apostar que a cana teráimportante papel na geração de energiado Brasil no futuro?

É importante destacar que temos quelevar em conta a composição dos produtosaçúcar, etanol e bioeletricidade para osprojetos de greenfield, nos casos de retrofit(renovação e modernização dos parquesexistentes) a oferta é real dado uma políticaque atenda a relação de custo e benefício.

Diretor de Mercado de Energia da CPFL Brasil,

comercializadora de energia do grupo CPFL

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Para o gerente de Bioeletricidade daUnica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Zilmar José de Souza, a atitude dogoverno em desligar 34 usinas térmicasmovidas a diesel e a óleo, mostra que abiomassa pode, sim, ter seu espaço namatriz energética nacional.

O representante considera, porém, queo segmento precisa se preparar para que,caso seja requisitado, supra a crescentedemanda de energia elétrica. Confira aentrevista completa:

JornalCana: Como o senhor avalia adeterminação do governo em desligar astérmicas movidas a óleo e diesel?

Zilmar de Souza - Em maio desteano, segundo a CCEE - Câmara deComercialização de Energia Elétrica, astérmicas a óleo combustível geraram 1.835GWh. Essas térmicas vinham de umpatamar médio mensal, antes de setembrode 2012, da ordem de apenas 230 GWh.Foi um salto oneroso para garantir osuprimento nacional de energia elétrica.Mas a biomassa, que na entressafra,também tem um padrão de ofertar algocomo 230 GWh, no início da safra veiocom força total, gerando no mesmo maiodeste ano 1.879 GWh, superior à geraçãototal das térmicas a óleo combustível.Entendo que a bioeletricidade foi peçaimportante para o governo federal tomaresta decisão de desligar as térmicaspoluentes e mais caras. Mostrando aimportância estratégica que abioeletricidade tem para a segurança dosuprimento de energia para o Brasil.

Neste cenário, de que maneira acana-de-açúcar pode auxiliar na geraçãode energia no país?

A bioeletricidade também tem um

papel importante por evitar investimentosem transporte e perdas no sistema, pois suageração está inserida no principal centroconsumidor de energia do país, a regiãoCentro-Sul, além do papel estratégico decomplementariedade com a fonte hídrica.Talvez a pergunta seja de que maneira acana-de-açúcar poderia auxiliar na geraçãode energia no país, ainda mais. Em 2012, abioeletricidade ofertada ao sistema elétricofoi de aproximadamente 12.100 GWh.Essa geração fornecida ao sistema foiequivalente a poupar 6% da água nosreservatórios da região Sudeste e Centro-Oeste no período seco e crítico para o setorelétrico, além de contribuirsignificativamente para evitar o despachodas usinas termelétricas por razões desegurança energética ou mesmo a falta de

energia em 2012. Qual a real importância da

biomassa no Brasil?Em 2012, a bioeletricidade da cana-

de-açúcar ofertou 12.100 GWh para a redeelétrica, predominantemente no períodoseco, evitando o equivalente a R$ 4 bilhõesem pagamentos adicionais via Encargospor Razão de Segurança Energética – maisdo que foi gasto anualmente com esteencargo que ressarce as térmicasdespachadas para garantir o suprimento.Se mantivermos um cenário de ofertaestreito nos próximos anos, uma ofertaadicional de bioeletricidade, pelascaracterísticas de complementaridade coma fonte hídrica, proporcionará umaconsiderável modicidade tarifária para oconsumidor final, além da redução de

emissões de Gases de Efeito Estufa devidoà sustentabilidade ambientalproporcionada pela bioeletricidade.

O que é preciso para que abiomassa faça parte da matrizenergética do país?

A Unica estima que, considerando ocrescimento da moagem, com amodernização do parque existente e oaproveitamento gradual da palhada dacana, o potencial da bioeletricidadesucroenergética seria mais de 10 vezes oque ofertamos hoje para a rede, energiaequivalente à produção de três usinas BeloMonte. Para tanto, há necessidade de umapolítica setorial de longo prazo para abioeletricidade, concatenada com o etanoltambém, pois etanol e bioeletricidade sãoprodutos sinérgicos e, se preciso garantir aexpansão do etanol na matriz energética,tenho que estimular a bioeletricidade evice-versa.

De partida, o modelo de formação depreço nos leilões regulados, nossa principalporta de entrada no setor elétrico, estácompletando 10 anos e necessita seraprimorado. Precisamos inserir nessemodelo as externalidades positivas enegativas de cada fonte, o que tornaria atransparência e a competição mais justaentre as fontes e a bioeletricidade maiscompetitiva nos leilões regulados. Ainda hátempo para o Governo Federal, por meiode aprimoramento do modelo quedeterminará o custo e benefício de cadafonte (o famoso Índice Custo-Benefício) nosleilões que ocorrerão ao longo de 2013,incorporar a variável ambiental, o custoevitado de transportes e perdas elétricas,dentre outras, de forma a prover umacomparação mais adequada entre as fontese justa para com a bioeletricidade. (AR)

Biomassa da cana pode, sim, ter espaço na matriz energética nacional

PAC deve disponibilizarR$ 1 trilhão até 2023 naárea de energia; Governonão confirma participaçãodo setor canavieiro

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Prova de que o setor sucroenergéticonão é prioridade para o governo na geraçãode energia é que, no dia 29 de julho, oministro Edison Lobão informou que o paísdeverá investir R$ 1 trilhão nos próximosdez anos em energia. O aporte é provenientedos empreendimentos previstos no PAC -Programa de Aceleração do Crescimento.

O JornalCana entrou em contato como Ministério de Minas e Energia paraapurar se a cana-de-açúcar também serácontemplada pelo investimento, tendo abiomassa como foco. Não obteve resposta.

No início de julho, o governo brasileirodeterminou o desligamento das 34 usinastérmicas movidas a diesel e a óleo. A ação,segundo Lobão, deve gerar uma economiaao sistema elétrico de cerca de 1,4 bilhãode reais por mês.

As usinas movidas a óleo ou dieselestavam funcionando desde outubro de

2012, época em que os níveis dearmazenamento das hidrelétricas estavambaixos. "As chuvas vieram na medida dasnossas expectativas. Os reservatórios estãocheios e, com exceção do Nordeste, osdemais reservatórios estão muito bem",disse Lobão.

Em meio ao problema, o setor

sucroenergético segue com sua capacidadeem gerar energia limpa e barata para o paísparada. Para o deputado federal ArnaldoJardim, com planejamento, todo estecenário poderia ter sido evitado. “Ogoverno acionou as usinas movidas a óleo,carvão e gás natural. Isso poderia ter sidoevitado caso houvesse uma política maisclara de aproveitamento das energiasrenováveis. É importante ressaltar que asusinas de gás natural continuam operando,uma vez que sabemos que esse gás é muitomais vantajoso estruturalmente caso fosseele destinado ao consumo residencial”,afirmou.

O parlamentar ressalta ainda amaneira com que os leilões de energia sãofeitos no país, deixando de lado asvantagens de cada tipo de produto. “Asvendas deveriam ser feitas por fonte eregião. Hoje, por exemplo, se faz um leilãoem que a energia eólica, situada muitodistante dos centros de carga e com umadose de instabilidade, concorra sem queesses fatores sejam considerados”, finaliza.

Energia da biomassa continua no banco de reservas

ENTREVISTA - Zilmar José de Souza

Zilmar José de Souza, gerente de bioeletricidade da Unica

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Os primeiros briquetes testados pelopesquisador Felix Fonseca Felfliquebraram em camadas e pela fragilidade,durante o transporte, se transformariamem pó. “Descobrimos que o problemaestava no processo de compactação pelasbriqueteiras que existiam no país, quefuncionam com pistão mecânico. Obriquete pode até ser grande, mas é frágilem sua estrutura e quando aquecido,aparecem ranhuras que são feitas por cadapercurso do pistão e que depois acabam seabrindo”, relata Felfli.

Isso mudou quando o pesquisadordescobriu briquetes produzidos com umamáquina importada, que tinham aresistência de tijolos. “Nos testes, o materialficou carbonizado sem quebrar, o quemostrou ser possível produzir carvãoecológico a partir de briquetes”, afirmaFelfli. O problema agora era criar umequipamento que produzisse um briquetede alta densidade e resistência mecânica, oque depende da compressão econtinuidade do processo.

Como esse tipo de máquina nãoexistia no país, Felix Felfli, após seu

doutorado, propôs um projeto à Fapesppara desenvolver uma máquina do tipoextrusora. A briqueteira desenvolvidaacabou por ser menor, mais silenciosa e demanutenção mais barata. A compactaçãoocorre através de uma rosca girando emalta velocidade, que vai moendo eprensando o resíduo vegetal, não deixandonenhuma fibra à mostra. E é justamente

este movimento que causa o desgaste daspeças. “Isso me trouxe de volta à Unicamp,para que pudesse aperfeiçoar a tecnologiacom peças e outros materiais. E a casca dearroz, por ser o resíduo vegetal maisabrasivo que existe, é perfeita para aferir otempo de vida útil da briqueteira. Se elaresistir com a casca de arroz, isso valerápara qualquer outra matéria-prima”, avaliao pesquisador.

Além das unidades sucroenergéticasque produzem bagaço de cana emabundância, há diversas outras fontes dematéria-prima para a produção dosbriquetes. Só no Estado de São Paulo, sãoaproximadamente duas mil fábricas demóveis, que produzem 500 quilos deserragem por hora. Outra vantageminteressante do briquete é a densidade: sãocem quilos de bagaço de cana por metrocúbico, enquanto o briquete chega a umatonelada. Isso facilita muito o transporte doproduto para eventuais compradores atémesmo do exterior, principalmente aEuropa, onde se queima muito carvãomineral.

Como os resíduos usados na

fabricação do briquete não levam produtosquímicos como tintas, vernizes e colas, elepode ser utilizado como combustível naindústria alimentícia, além de pizarias,padarias e churrascarias. Tambémsubstitui a lenha em caldeiras deabatedouros e lavanderias, além doaquecimento de água em hotéis e similares.Produz menos cinza e fumaça que a lenha,além de ter alto poder calorífero eregularidade térmica, o que acaba porreduzir o custo da geração de energia.

A tecnologia de compactação deresíduos vegetais não é nova e no Brasil sedifundiu a partir dos anos 30, quandoalgumas empresas passaram acomercializar máquinas com pistãomecânico, mas em quantidade pequena.Com a crise do petróleo nos anos 70, ointeresse pelos briquetes para combustívelem lugar de óleo aumentou, mas depois,com a volta dos preços a níveis menores, ointeresse diminuiu novamente. Agora, apreocupação é ecológica e a tecnologia queé nova, visa reduzir o corte de árvores, eassim evitar que elas virem não apenaslenha, mas também carvão. (MR)

Testes comprovam viabilidade do carvão ecológico a partir de briquetes

MÁRIO RIOS, DE ADAMANTINA, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

Uma máquina desenvolvida comtecnologia nacional para produzirbriquetes de alta densidade que possamser carbonizados e virar carvão comercialé o resultado de uma parceria entre oGrupo de Combustíveis Alternativos(GCA) do Instituto de Física da Unicamp,a Bioware Tecnologia e a EmbrapaAgroenergia, com financiamento daFapesp.

Briquetes são blocos cilíndricos quepodem ser formados através dacompactação de vários resíduos vegetaiscomo bagaço de cana, casca de arroz,palha de milho, serragem, capim, entretantos outros gerados em atividadesagroindustriais. Também conhecidoscomo “lenha ecológica”, este combustívelde biomassa já vem substituindo amadeira em pizzarias e padarias, mas aprodução de carvão a partir dele, emescala comercial, só está sendo possível apartir do desenvolvimento desta máquina,batizada de Biotor.

Segundo o professor Carlos Alberto

Luengo, coordenador do GCA, a máquinaestá em fase de aperfeiçoamento datecnologia em uma beneficiadora dearroz, cuja casca é considerada o resíduovegetal mais abrasivo que existe, ideal,portanto, para testar o desgaste doequipamento. “Nossa intenção é levá-la aomercado, até mesmo porque não existesimilar no país”, explica. Para o professor,entre os resíduos vegetais disponíveis emabundância, o bagaço da cana é dos que

mais demonstram potencial para aprodução dos briquetes.

Na verdade, transformar briquetesem carvão é uma ideia surgida em 2003,quando Luengo orientou Felix FonsecaFelfli em sua tese de doutorado, queprocurava identificar as principaisbarreiras técnicas e de mercado paraproduzir e comercializar a biomassatorrefeita. “No forno que temos nolaboratório, pensei que ao invés de

torrificar lenha, poderíamos fazer issocom briquetes para substituir o carvãovegetal. Se o briquete já substitui a lenha,porque não um substituto ecológico docarvão”, conta o professor. Ele afirma queos produtos existentes no mercado que sedizem ecológicos, na verdade são feitos deresíduos de carvão prensados, o que geramais poluição e corte de árvores nativas,além de, em muitos casos, utilizar atémesmo trabalho infantil e escravo.

Máquina produz lenha ecológica a partir do bagaço de cana

Felix Fonseca Felfli:

máquina do tipo extrusora

Carlos Alberto Luengo: máquina está em fase de aperfeiçoamento da tecnologia

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Setembro/2013PESQUISA & DESENVOLVIMENTO 174

Gigantes do mercado de etanol 2G semovimentam para construir fábricas

O etanol de segunda geração, oucelulósico, é um combustível que pode serproduzido a partir do bagaço ou da palhada cana-de-açúcar, de restos de madeira,sabugo do milho ou palha de trigo, equalquer outra matéria-prima que tenhacelulose na sua composição. Além de serum combustível menos poluente, ele nãocompete com os alimentos, daí vem grandeparte de seu prestígio.

A corrida tecnológica do produto estána reta final e gigantes do mercadomundial já estão se movimentando paraconstruir suas fábricas.

O Brasil tem grande potencial naprodução do combustível, devido ao climafavorável e à matéria-prima abundante.Por aqui, a GranBio, empresa controladapela família Gradin com participação doBNDESPar, está investindo R$ 350milhões na construção da1ª planta 2G dohemisfério Sul para este fim, em SãoMiguel dos Campos-AL, na área industrialda Usina Caeté, onde será instalada umacentral termelétrica em parceria com ogrupo empresarial Carlos Lyra.

Para ajudar no projeto, a GranBiocontratou a Sanardi, empresa formadapelos sócios Carlos Santos, César Finardi eFelipe Prata, e responsável pelofornecimento de equipamentos e painéis

elétricos para toda a planta industrial eUTE da refinaria, que terá capacidadepara produzir 82 milhões de litros deetanol. A empresa Sanardi é especializadana Integração de Sistemas de Energia, comfoco na geração e cogeração de energia. Elabusca desenvolver soluções completas ecustomizadas para seus clientes, utilizandoconceitos inovadores, que proporcionammais segurança, flexibilidade e respeito aomeio ambiente, atributos necessários paraum projeto de tal magnitude.

Perguntado sobre a participação noprojeto, o diretor comercial da Sanardi,Berilo Bezerra, disse “A Sanardi é umaempresa em franco crescimento, que vemparticipando de grandes projetos,especialmente no Setor Sucroenergético. Epara nós é uma grande honra participardeste projeto pioneiro da GranBio”.

“Com certeza este é mais umfornecimento que nos credencia como umdos grandes players do SetorSucroenergético”, concluiu.

Se depender dessas grandes empresas,o sucesso do Brasil na produção de etanolcelulósico está garantido.

Sanardi16 3226.2555www.sanardi.com.br Berilo Bezerra, diretor comercial da Sanardi

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MÁRIO RIOS, DE ADAMANTINA, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

Um aditivo natural que reduz apossibilidade de entupimento do motorcausado pela adição de biodiesel ao dieselde petróleo é o resultado de uma pesquisarealizada pelo químico Rodrigo Alves deMattos no Instituto de Química (IQ) daUnicamp. O produto, conseguido a partirde resíduos de casca de cítricos e resinas deárvores utilizadas na indústria de papel ecelulose, permite que o biodiesel possa serproduzido a partir de gordura animal,matéria-prima mais barata que as vegetais,mas que possuem uma menor capacidadede fluidez.

Esta falta de fluidez pode impedir oescoamento do biocombustível do tanque atéa câmara de combustão do veículo,ocasionando desde pequenas falhas atésérios estragos ao motor. Além da matéria-prima empregada em sua produção, oentupimento pode ser causado também porcondições de temperatura e pressãoatmosférica. Quando o biodiesel é produzidoa partir de insumos mais baratos, como agordura animal, o risco de entupimentoaumenta. No caso de origem vegetal, comosoja ou girassol, por exemplo, a fluidezaumenta, mas o produto torna-se mais caro,pois estas matérias-primas também sãousadas na alimentação humana. “O aditivonatural que nós desenvolvemos procura

resolver exatamente este problema do custo,e ele também é barato”, informa Mattos.

O pesquisador afirma que a utilizaçãodo aditivo tem diversas vantagens e que amistura já pode ser produzidacomercialmente por empresas interessadas.“O uso do aditivo natural permite queinsumos menos nobres sejam empregados

na produção do biodiesel, caso dos obtidosda gordura animal, deixando os vegetaisdestinados à alimentação humana livres dacompetição. Outra vantagem é a ampliaçãoda porcentagem da mistura no diesel depetróleo, que atualmente é de 5%,conhecido como B5”, assegura.

A fórmula desenvolvida por Mattos em

seu trabalho de doutorado apresentou 80%de redução do ponto de entupimento dobiodiesel pesquisado. O aditivo já tem pedidode patente requerida junto ao InstitutoNacional de Propriedade Industrial (Inpi)pela Agência de Inovação Inova Unicamp. Apesquisa foi orientada pelo professorMatthieu Tubino, também da universidade.

Aditivo natural pode acelerar escalada do biodiesel

Rodrigo Alves de Mattos: aditivo eficiente e barato

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Um dos principais problemas que têminviabilizado o aumento do percentual debiodiesel misturado ao diesel, é justamenteo entupimento. Para que este risco sejaminimizado, o biocombustível acabasendo produzido a partir de óleos vegetais,aumentando seu custo. Rodrigo Alves deMattos explica que a possibilidade deentupimento do biodiesel no filtro de óleodo motor aumenta à medida que atemperatura ambiente diminui. “Agordura animal se solidifica primeiro queos óleos vegetais, com a redução datemperatura. Porém, como temosabundância dessa matéria-prima no país,por causa do alto consumo de carne, elatem baixo custo de produção e acabasendo bastante utilizada”, analisa.

O trabalho desenvolvido pelo químicomostrou que a mistura B5, com biodieselfeito a partir de gordura suína, teve pontode entupimento em 7º C. No caso damistura B10, com 10% de biodiesel no óleodiesel, o entupimento ocorreu em torno de14ºC. Já o B20 entupiu o motor com atemperatura ambiente de 20ºC, o queinviabilizaria seu uso num país de climatropical como o Brasil.

Já com o aditivo natural, o B20 teveseu ponto de entupimento reduzido para10ºC. “Até mesmo no B5, misturautilizada atualmente, conseguimos reduzirpara o mesmo ponto de entupimento dodiesel comum, que é de 5ºC. No geral, nasfórmulas que patenteamos, ocorreu umaredução de 80% na possibilidade deentupimento do motor”, afirma Mattos. Aadoção do aditivo viabilizaria a introduçãoimediata da mistura B10 e transformariaas gorduras suína, bovina e até mesmorestos de cozinha industrial em insumosimportantes na produção dobiocombustível, além de reduzir potenciais

fontes de poluição ambiental.Segundo o pesquisador da Unicamp,

outra vantagem do aditivo é a utilização deresíduos da produção do suco de laranja,no caso a casca, da qual se extrai olimoneno, que serve como solvente emalgumas aplicações de limpeza, e do papele celulose, de onde se tira a terebintina,uma resina que é um subproduto usadoprincipalmente na indústria de tintas,como removedor. “Isto incentivaria aquímica verde e a utilização de produtosmais naturais na indústria petroquímica,tornando os combustíveis consumidos nopaís também mais verdes”, defendeMattos.

O consumo de diesel derivado dopetróleo é de cerca de 800 bilhões de litrosanuais em todo o planeta. No Brasil, o óleodiesel responde por 50% de todo ocombustível comercializado. Em 2011,foram consumidos 52 bilhões de litrosinternamente, o que corresponde a 6% dademanda mundial do produto. Já emrelação ao biodiesel, em todo o mundo sãoproduzidos 16 bilhões de litros a cada ano,e metade deste volume na Europa. OBrasil produziu 3,2 bilhões de litros em2011, o que corresponde a 20% do total.

No entanto, o país já tem capacidadeinstalada para produzir e implementar amistura B10, com 10% de biodiesel,imediatamente no diesel de petróleo, o queequivaleria a um volume de 5,2 bilhões delitros aproximadamente. Além dosentraves políticos, o ponto de entupimentodo produto feito a partir de gorduraanimal é um dos principais empecilhospara que isto ocorra. Por isso, o uso doaditivo natural poderá ser uma boaalternativa para o problema, uma vez quea tecnologia já está disponível e é de baixocusto. (MR)

Aditivo resolve problema

de entupimento do

biodiesel no filtro de óleo

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Banco genético mundial terá centro no BrasilEssa é a terceira coleçãode germoplasma domundo; os outros estãolocalizados na Índia enos Estados Unidos

ANDRÉ RICCI, DE SÃO PAULO, SP

O Brasil, maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, receberá um novobanco genético com variedades de todo omundo. A informação foi passada duranteevento realizado na cidade de São Paulo,capital, no fim de junho, pelo coordenadordo Centro de Cana do IAC, MarcosLandell.

A novidade permite representar todavariabilidade do “Complexo Saccharum”,além de outros gêneros que auxiliam odesenvolvimento da cana. De acordo como especialista, que junto ao chairman doBreeding de Melhoramento Genético, Raul

Castilho, encabeçou o projeto, essa é aterceira coleção de germoplasma domundo. Os outros dois estão sediados naÍndia e nos Estados Unidos.

“É uma questão estratégica. Além deantecipar alguns pontos, é possívelcombater doenças que hoje são resistentese atrapalham nossos canaviais. Se nãotivermos este recurso, podemos ficarexpostos a problemas graves. Somos osmaiores produtores de cana-de-açúcar,nada mais justo do que termos essacoleção no Brasil”, destacou Landell.

Já Castilho ressalta a importância do

projeto para toda América Latina, que nofuturo, pode depositar na cultura seucrescimento sustentável. “A criação dogermoplasma no Brasil favorecerá ospesquisadores latinos e contribuirá para odesenvolvimento de variedades maisresistentes a doenças e também maisprodutivas, pois ele estará aberto paratodos”, afirma.

O banco deverá contar com mais deduas mil variedades oriundas de todo omundo e deve receber apoio dos principaiscentros de pesquisa e empresas quetrabalham com melhoramento genético do

país. “Cada centro tem seu foco depesquisa e pode contribuir muito com suasvariedades para o banco genético”, dizLandell.

A localização da novidade ainda nãofoi definida. As negociações caminhampara que o Centro de Cana do IAC, emRibeirão Preto, SP, seja o local. A previsãoé de que, em até três anos, o novo bancogenético entre em funcionamento.“Independentemente do local, nossoobjetivo é promover uma gestãocompartilhada deste projeto”, conclui opesquisador.Marcos Landell: questão estratégica

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Mercado de etanol brasileiro precisa aprender com o do gás de xistoMercado de gás naturalvive revolução por meioda viabilização técnica eeconômica da extraçãode gás não convencional

ALESSANDRO REIS, DE SÃO PAULO, SP

O gás de xisto, produto natural quepode ser encontrado preso dentro deformações de xisto argiloso, vem setornando uma fonte cada vez maisimportante de gás natural nos EstadosUnidos desde o início deste século, além depossuir grandes potenciais no resto domundo.

A indústria petroquímica norte-americana desponta com força graças aoauge do gás de xisto. Após anos de queda,sacudindo o mercado em todo o mundo egerando preocupação na Ásia e na Europa,o mercado de gás natural vive umarevolução, proporcionada pela viabilizaçãotécnica e econômica da extração de gás nãoconvencional, provocando aumento daoferta e, consequentemente, redução depreço no mercado americano.

O caso do gás de xisto nos EstadosUnidos é notável, pois sua produção erainsignificante até 2005. Hoje é responsávelpor 23% da produção americana de gás

natural e nos próximos 20 anos devealcançar 50% do total, explorando asreservas tecnicamente recuperáveis de 93bilhões de barris equivalentes do petróleodo país.

A pujança desse segmento tambémdeve se espalhar para outros mercados,dentre eles, o brasileiro.

Especialistas que estiveram noEthanol Summit, evento promovido pelaUnica — Unidão da Industria de Cana-de-

açúcar, realizado em 27 e 28 de junhoúltimo, em São Paulo, dividem opiniõessobre como o "shale gas" pode interferir nomercado de etanol.

De acordo com o secretário deAcompanhamento Econômico Adjunto doMinistério da Fazenda, Rutelly Marques daSilva, a descoberta do gás de xisto, podemudar o papel do etanol na matrizenergética brasileira. "A viabilidade destasreservas pode colocar o GNV — Gás

Natural Veicular, como um concorrenteainda mais agressivo, do que a gasolina,para o etanol", afirmou Rutelly.

Vasco Dias, CEO da Raízen, discordada afirmação. Para ele, o GNV iráenfraquecer a competitividade decombustíveis fósseis, sobretudo, a dagasolina.

Mas a opinião mais contundenteapresentada no evento foi a de AdrianoPires, diretor da CBIE - Centro Brasileirode Infraestrutura. Ele apontou para oexemplo da revolução causada pelomercado de gás de xisto, como modelo aser seguido pelo mercado de etanolbrasileiro. "Há três anos nós nãoestaríamos falando da revolução do “shalegas” nos Estados Unidos, que é algofantástico. Ninguém falaria que em tãopouco tempo 30% da energia americanaviria do gás de xisto. O mercado de etanolbrasileiro deve aprender com esteexemplo". Pires destaca que os americanosavançaram, pois as intenções do governoamericano em relação ao gás de xisto sãoclaras. "Aqui ninguém sabe nada. Aliás,desde 2008, é claro o apoio do governo àgasolina em detrimento ao etanol.Precisamos saber se vai continuar assim”,observou. Pires acredita que o etanol temtamanho potencial para o Brasil, quanto ogás de xisto para os Estados Unidos,sendo assim, governo e setor devem ler acartilha do mercado de gás de xisto eaprender com ela.

Aprendendo com o gás de xisto

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Setembro/2013SAÚDE & SEGURANÇA182

GSO se reúne pela

terceira vez em 2013Encontro aconteceudurante a ExpoProteção, realizada em São Paulo no início de agosto

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

O GSO - Grupo de Saúde Ocupacionalda Agroindustria Sucroenergética realizouno último dia 1º de agosto o seu 3ºSeminário Nacional em 2013. Desta vez, oevento aconteceu durante a Expo Proteção,feira realizada na cidade de São Paulo,capital, que reúne diversos profissionais daárea de segurança no trabalho.

Defensor de que mudanças ocorrem apartir do diálogo, o presidente do Grupo,Mário Márcio, ressaltou a importância doevento, que tem como base, a disseminaçãode conhecimento entre os participantes.“Estes encontros são importantes não sópara o setor sucroenergético, mas tambémpara os participantes de outras atividadeseconômicas. O objetivo é contribuir para ocrescente conhecimento dos colaboradores,buscando sugestões e soluções queagreguem valor no dia a dia dasempresas”.

O evento contou com cerca de 50pessoas. Entre os temas de destaqueestiveram o debate sobre as exigências dasNR -10, NR-20, NR-33, da ANP, da Cetesbe dos seguros, além da palestra sobredimensionamento de dispositivos paramovimentação, elevação e fixação decargas e inspeções preventivas em cintas depoliéster, cabos de aço, correntes eacessórios.

Ao ser questionado sobre a qualidade

dos temas, Mário, que também é gerentedo departamento de SST da Usina Guaíra,se mostrou satisfeito. “Posso afirmar que onível dos palestrantes e temas escolhidosforam fundamentais neste evento. Elescontribuíram muito para o sucesso doencontro, fazendo com que os profissionaispudessem presenciar fatos importantes quepodem e devem ser aplicados no dia a dia”.

O GSO, fundado em 1986, realizareuniões bimestrais com a finalidade detrocar experiências na área e fornecersubsídios para capacitação eaprimoramento profissional. O grupo contacom representantes de usinas, companhiasagrícolas, fornecedores e prestadores deserviços do setor, consultorias e entidadespúblicas e privadas de Segurança e Saúdeno Trabalho.

A próxima reunião do GSO aconteceno dia 27 de setembro, no Senac, emUberlândia, Minas Gerais. Maisinformações através do site www.gso.org.br.

MÁRIO MÁRCIO RECEBE O PRÊMIO NAGIBAo final do evento, Mário Márcio teve seu trabalho reconhecido pelo PrêmioNagib, voltado aos profissionais da área de segurança do trabalho. “Querodividir esta imensa felicidade por mais este prêmio. Trabalhamos sempre emprol da segurança dos colaboradores”, disse o presidente do GSO.

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Setembro/2013ESPECIAL 25 ANOS184

Norma é reconhecidamundialmente como amais aplicável aoambiente de trabalho

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Responsabilidadesocial e sustentável.Estes são termos queganharam espaço nomundo globalizado,mas que ao longo dosanos, nunca saíram dofoco da ProCanaBrasil. A empresa, líderna difusão deinformações do setorsucroenergético,acumula prêmio ecertificações nesta área.

Em 1999, porexemplo, surpreendeuo mercado ao ser aprimeira empresa foradas capitais a receber oSelo Abrinq, organização social que, desde1990, trabalha para que os direitos decrianças e adolescentes sejam respeitados.

Em 2004, tornou-se a primeira empresado mundo na área de informações a recebera certificação SA 8000, norma internacional

que define os requisitos referentes às práticassociais do emprego por fabricantes e seusfornecedores. “Esta é a prova daresponsabilidade social no setor. Acertificação confirma os valores e ética játrabalhados anteriormente na ProCanaBrasil, e demonstra que estamos à frente dasdemais que não estão fazendo sua parte",disse, na época, Josias Messias, presidente daProCana Brasil.

A norma é reconhecida mundialmentecomo a mais aplicável ao ambiente detrabalho, e pode ser auditada em qualquerporte de organização, em qualquerlocalidade geográfica e setor industrial.

De acordo com Messias, que em 2013completa 25 à frente da ProCana Brasil, aempresa foi escolhida por gerar um processode conscientização, participação ecompromisso por parte dos colaboradores,que foram, em sua opinião, os verdadeirosresponsáveis pela conquista do certificado.“Quem constrói uma empresa não sãomáquinas, mas pessoas, por isso temos quefazer o possível para que se sintamvalorizadas e atuantes. A empresa devemostrar que essa certificação é saudável,produtiva e possível, já que empresas dequalquer porte devem ter responsabilidadesocial”, frisou na época.

ProCana Brasil foi a primeira empresa canavieira a receber a SA 8000

ProCana Brasil

foi a primeira

empresa do

setor a receber

a certificação

SA 8000

Equipe ProCana Brasil em 2013

CERTIFICAÇÃOINTERNACIONAL

SA 8000Requisitos� Não utilização do trabalho infantil eescravo; � Adoção de critérios de saúde esegurança no ambiente de trabalho; � Liberdade aos funcionários deassociação ou filiação sindical; � Repressão aos atos dediscriminação de qualquer espécie; � Definição de prática disciplinares; � Embasamento nas leis trabalhistasno que se refere ao horário detrabalho; � Remuneração e implantação desistemas de gestão.

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Setembro/2013 ESPECIAL 25 ANOS 185

JornalCana é quem conta e acreditaCom a preocupação social enraizada

em seu DNA, a ProCana Brasil mantémações reconhecidas pelo mercado. Em2003, foi contemplada pelo “PrêmioCidadania Brasil de Exportação”, nacategoria “Ação Social”, por estar emconformidade com o requisitos do evento,que são zelar pela assistência a saúde,segurança do trabalho, vida familiar,econômica, moral e social de seusempregados.

Um ano depois, as ações ganharamainda mais destaque quando a empresa foia primeira do mundo no ramo deinformações e eventos a receber acertificação SA 8000, norma internacionalque define os requisitos referentes àspráticas sociais do emprego porfabricantes e seus fornecedores. “Acertificação SA 8000 é extremamentedifícil, muito rigorosa. Ela aplica os mesmoconceitos da ISSO 9000 em todas as áreasda empresa. Investimentos cerca de R$ 50mil e o que percebemos é que foi muitobom para a conscientização da empresa epara o nosso modelo de negócio”.

Já em 1999, a ProCana Brasil foipremiada pelo Prêmio Festgraf, promovidopor uma das mais antigas associações depublicitários da América do Sul, a APP. Naocasião, a contemplação veio pelo trabalhoelaborado junto ao JornalCana, suaprincipal mídia. “Trabalhamos com umproduto diferenciado. Trata-se de umjornal em seu formato com qualidade de

revista. Isso surpreendeu o público. Foi aúnica vez que participamos e vencemos”.

Todas estas premiações e

certificações atestam a qualidade ecompromisso da ProCana Brasil emoferecer em todas as suas publicações

informações sérias, que visam odesenvolvimento e a pungência do setorsucroenergético. (AR)

Reprodução do certificado do Prêmio Festgraf conferido à ProCana Brasil

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Setembro/2013ESPECIAL 25 ANOS186

DA REDAÇÃO

O JornalCana é apublicaçãoespecializada mais lidano setor sucroenergético. É o que indica apesquisa do IBOPE, que entrevistou 89%dos diretores e gerentes de usinas edestilarias de todo o Brasil.

A pesquisa foi apresentadaoficialmente aos colaboradores doJornalCana, por Mariana Saes, da área deAtendimento e Planejamento do Ibope.

"A metodologia utilizada comprova aliderança do JornalCana de formainequívoca, especialmente nas respostasespontâneas, quando o entrevistador nãoapresenta nenhuma alternativa aoentrevistado", disse Mariana.

Diante da pergunta: Pensando agoranas publicações especializadas sobre oSetor Sucroenergético, sejam em papel ouvirtuais, qual é a sua principal fonte deinformação? O JornalCana foi consideradocomo a principal fonte de informação sobreo setor para 39% dos entrevistados.

O resultado mostra que o JornalCanafoi 3,25 vezes mais indicado do que osegundo veículo de informação citado napesquisa.

A pesquisa também demonstra que osempresários e profissionais das usinasfazem questão de pagar para receber e ler o

JornalCana todos os meses. Segundo oIBOPE, 98% dos entrevistados afirmaramser assinantes do JornalCana.

A pesquisa revela ainda diversosdados importantes sobre o perfil ecomportamento dos executivos do setor.

Comprova também os altos índices deleitura e satisfação do público com oJornalCana.

JORNALCANA DÁ O MAIOR IBOPE

Mariana Saes, da área de Atendimento e Planejamento do Ibope

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Setembro/2013 ESPECIAL 25 ANOS 187

Não bastasse ser amaior fonte deinformação do setorsucroalcooleiro do País,o JornalCana também éo responsável há 22anos consecutivos pela pesquisa,

organização e entrega do PrêmioMasterCana.

Por meio desta consagradapremiação, a ProCana Brasil, empresa queedita o JornalCana, reconhece o méritodaqueles que trabalham em favor daagroindústria canavieira.

As premiações acontecem em trêsedições: MasterCana Centro-Sul, emSertãozinho; MasterCana Brasil, em SãoPaulo; e o MasterCana Nordeste.

Neste ano as datas de entrega doPrêmio MasterCana são estas: MasterCanaCentro/Sul, já acontecido em 26 de agosto,

no Maison VS, em Sertãozinho, SP;MasterCana Brasil, no dia 21 de outubro,em São Paulo, SP; e o MasterCanaNordeste, no dia 26 de novembro noRecife, PE. Maiores informações comRosemeire ([email protected] ou pelofone 16-3512.4300).

MASTERCANA É A MAIOR PREMIAÇÃO DO SETOR

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Setembro/2013ESPECIAL 25 ANOS188

O JornalCana, na opinião dos homens do setor“Me sinto

honrado emter ajudado umapessoa, no caso o Josias,que montou suaorganização esoube conduzireste trabalho,sendo o porta-vozdo setor. Você,Josias,democratizou aatividade daagroindústriacanavieira. Comartigos da áreaagrícola, industrial, convocações políticas,publicidades, enfim, no Jornal temos tudoque a cadeia precisa. O JornalCana chegaaos governantes, ao exterior, é umareferência”Ricardo Caiuby de Faria, diretor daSucral

“Os prin-cipais

diferenciais doJornalCana são atransparência dasnotícias e a defesade um dosprincipais setoresdas indústrias,que é um dossetores que mais emprega e gera renda aonosso país. Da defesa e posicionamentosempre a favor do setor ligado à cana-de-açúcar. Espero que isto sensibilize o atualgoverno para a necessidade da retomadado seu desenvolvimento, com a adoção depolíticas públicas adequadas enecessárias”. Tarcisio Mascarim, secretário municipalde Desenvolvimento Econômico dePiracicaba

“AEdra do Brasil acompanha atrajetória de trabalhos

publicitários e técnicos do setoragroindustrial com qualidade e

responsabilidade criando umaconfiabilidade para o anunciante e oleitor. A Edra é a prova viva dosresultados conquistados nestes 25 anosatravés da parceria com o JornalCanadesde sua primeira edição. Mesmo emmomentos difíceis para o setor de açúcarálcool, nós acreditamos e confiamos e osresultados obtivemos nesta parceria”. Ciro Zanatta, diretor da Edra

“Odiferencial e o sucesso de qualquerempreendimento depende

preponderantemente da visão de seugestor, da determinação e competência desua equipe. No JornalCana visualizo commuita clareza o descrito acima! Gostomuito da qualidade e coerência de suasmatérias, combinado com seu visualmuito atrativo”. Maurício Moisés, diretor comercial daHPB Simisa

“Acreditoque a

seriedade comque tratou asquestões ligadasao segmento,tornou-otransparente eexpôs o ladopositivo daatividade sem no entanto, esconder osproblemas. Provocou a classe política einquietou o governo para que olhasse osetor de forma especial. Ajudou semsombra de dúvidas, toda a cadeiaprodutiva, sem contar os profissionais queforam valorizados, destacados epremiados”. Essio Gandini Filho, consultor de gestãoorganizacional da ConsultoriaCompleta

“OJornalCana oferece uma eficiente eútil combinação de conteúdos.

Com isso, tornou-se leitura obrigatória ereferência para os que desejam se manterinformados sobre tendências do mercado

sucroenergético. O JC tem seu lugar cativoentre os executivos do Grupo USJ hámuitos anos, pois acreditamos que parafazer um negócio evoluir é importantecercar-se do melhor conjunto possível deinformações”. Narciso Bertholdi, diretor executivo doGrupo USJ

“Éumgrande

prazer estarassociado com oJornalCana e suaequipe que dá aosetor umaabordagemprofissional,facilitando asempresas com notícias, eventos etendências do mercado nacional einternacional. O JornalCana chegou emnossa cultura para desempenharmosnosso trabalho diário, sem que nadafique intocado para o nosso mundo.Desejo sucesso e grande futuro para todosdo JornalCana”. Wagner de Moraes, diretor da WMoraes

“OJornalCanaé um

diferencial para osetor, umaferramentanecessária paradivulgar asinformações,técnicas, inovações,e ações políticas. Apublicação participou, colaborou e evolui juntocom setor sucroenergético”. Alexandre Lima, presidente da AFCP eda Unida

“OJornalCana evoluiu muito nesses25 anos e se tornou um vencedor.

Todos os colaboradores fazem parte dessahistória de sucesso”Rosemeire Messias, coordenadora geralde eventos da ProCana Brasil

“Um jornal quedura 25 anosprecisa tercredibilidade.Veículos deinformação comcredibilidadeajudam os leitores,no caso,empresáriosagrícola e industrial, a tomarem decisõesmelhores, mais conscientes e balizadas. Alémde ser um meio de compreensão de outrossetores em relação ao sucroenergético”. Elizabeth Farina, presidente da Unica

“Há 25anos,

acompanho eparticipo datrajetória doJornalCana comentusiasmo.Virou, com opassar dos anos ,referência eminformar os fatos e as tendências domercado sucroenergético. Criando umamarca forte, constituiu sua estrutura nocaminho da verdade, relatando com clarezae isenção, o histórico do setor ao longodesses 25 anos. Vida longa ao JornalCana,Parabéns!” Arnaldo Jardim, Deputado Federal

“Conheço oJC há

praticamente 20anos, época aindada impressãobranco e preto.Uma marca queperdura no JC é oarrojo da equipeem buscarmodernidade e publicar conteúdosmarcantes”. Adalberto Marchiori, responsável pela comunicação e marketing do Grupo TGM

Lula gosta do

JornalCana e o divulgaA edição número 200 do JornalCana

teve o reconhecimento explícito doPresidente Lula, conhecido defensor daenergia renovável. Em 31 de agosto de2010, no primeiro dia da feiraFenasucro&Agrocana, em Sertãozinho, SP,o maior, mais lido e melhor jornalcanavieiro do Brasil, de acordo comPesquisa Ibope, foi recebido e elogiadopelo então, Presidente Lula. Ele passavapelos estandes quando recebeu o exemplarnúmero 200, de 252 páginas, das mãos docoordenador da redação, Alessandro Reis.Parou, folheou a publicação e, debaixo dosflashes dos fotógrafos e da admiração desua comitiva, fez a seguinte observação: —

Gostei... vamos fazer um merchandising...E levantou a publicação para as fotos.

Depois, mandou o fotógrafo oficial daPresidência dar um cartão ao coordenadorda redação. E disse: — Liga pra ele depoispedindo a foto.

O repórter fotográfico FernandoBattistetti que também cobria a visita, pelaMultiplus Eventos, fez estas e outrasimagens. Após a passagem do PresidenteLula pela feira, o episódio envolvendo oJornalCana tornou-se o mais comentado.No dia seguinte, as imagens do momentoforam inseridas em telões, na feira. Foi oreconhecimento do setor às 200 edições eao trabalho do JornalCana.

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Setembro/2013ESPECIAL 25 ANOS190

JornalCana tem como missão

divulgar os grupos do setorDA REDAÇÃO

Ao comemorar 25 anos, oJornalCana celebra também suacontribuição à história do setorsucroenergético, um segmento que cresceu a ponto deconceber grupos de estudos das mais importantesáreas como a industrial, de segurança ocupacional,de recursos humanos e agrícola. O trabalho destesgrupos — sempre acompanhado pelo JornalCana,como uma missão — contribuiu para que o setoramadurecesse e desenvolvesse novas tecnologias, queo transformaram em um gigante.

“Um grupo de estudos que pretende disseminarseus avanços não tem meios de alcançar este objetivose não for divulgado e com credibilidade. E esta é acontribuição do JornalCana junto ao Gegis desdeseus primórdios”, observa Gilmar Galon, que écoordenador do Gegis — Grupo de Estudos emGestão Industrial do Setor Sucroenergético. O gruposurgiu em novembro de 2001, através da iniciativados consultores Eliana Canevarolo e AkiraKawakami, que perceberam a dificuldade nointercâmbio de informações entre as usinas, emobilizaram uma forma de aproximar os gestores daárea industrial, para que os problemas e soluçõesfossem discutidos. “As reuniões do Gegis sãomensais, divididas em dois períodos. Pela manhã –com exclusiva participação dos associados –

analisamos os indicadores de desempenho da safra,trocamos informações técnicas e apresentamostrabalhos desenvolvidos nas unidades. À tarde,realizamos um seminário com uma ou maispalestras, voltadas ao setor, onde participam tambémpatrocinadores, explica Galon.

Melhorar o contato com fornecedoresde serviços, peças e equipamentos. Reciclarconhecimentos, trocar experiências eampliar o leque de fornecedores. Estasforam as premissas que levaram o entãofuncionário da extinta Usina Santa Lydia,Dário Sodré, a fundar em 1986 o Grupo deMotomecanização do Setor Sucroenergético.O grupo se reúne mensalmente comprofissionais da área de mecanização dasusinas e promove um grande encontroanual, com um tema pré-estabelecido desdeo início do ano. A exemplo do que ofereceuaos outros grupos, o JornalCana colaboradesde o início com o Gmec. “Para nós oJornalCana é fundamental, pois divulga o

que acontece em nosso grupo, dandocredibilidade e oportunidade, sobretudosendo transparente e imparcial com asinformações publicadas”, afirma LuizAntonio Bellini, que há 3 anos preside oGmec. Bellini recorda que em 2007 aoorganizarem um seminário sobre plantiomecanizado, a cobertura do jornal amplioua audiência do evento em 1.000%. Eleconta: “Dividimos o seminário em 6reuniões mensais, tratando temas, como:variedades, preparo do solo e plantadoras.Na primeira reunião tínhamos umcontingente de 40 pessoas, a cadadivulgação do evento no jornal o número departicipantes aumentava.

O Grupo de Estudos em RecursosHumanos na Agroindústria – Gerhainasceu no dia 31 de outubro de 1986. Suasprimeiras reuniões aconteceram na cidadede Piracicaba, SP. Foi ali, sob a tutela deseus fundadores, dos quais se destacamJackson Tadeu, Mário Ibide, José DarcisoRui e Fernando Vicente, que o Gerhaicresceu até se fazer notável no setor.Inicialmente, reunia 16 usinas. Atualmentesão mais de 120 unidades agrupadas. ParaJosé Darciso Rui, atual diretor executivo, oJornalCana protagonizou um papelfundamental no crescimento econsolidação do grupo. “O jornal foi vitalao Gerhai, especialmente a partir da viradado século, em razão das entrevistas e detodo apoio que dedicou ao grupo”, lembraRui. De acordo com ele, o envolvimento doJornalCana com o Gerhai cresceu aindamais em 2003, ao organizarem emconjunto o 1º Seminário deSustentabilidade e Gestão de Pessoas noAgronegócio. Mas a parceria tornou-sedefinitivamente notável em 2008, quandoa ProCana Brasil – empresa que edita oJornalCana – passou a incluir dentro do jáconceituado Prêmio MasterCana, acategoria MasterCana Social, recebendo 50cases de usinas de todo o Brasil, dos quais9 foram laureados. A combinaçãoJornalCana e Gerhai continua dando o quefalar, ou melhor, o que ler. “Percebemos

que várias unidades adotaram eaperfeiçoaram seus processos de gestão depessoas, graças à leitura das matériaspublicadas no jornal com abordagens doGerhai. O grupo atualmente está sob atutela de sua presidente Beatriz Resende,que tem conduzido com maestria oconteúdo das reuniões e acrescentando sualonga experiência em recursos humanos.

Fizemos a última reunião com cercade 500 pessoas. É por coisas assim quequeremos o JornalCana eternamenteconosco”, exagera.

“O JornalCana é um meio de comunicaçãoespetacular para o GSO”

“O JornalCana é um meio de comunicação espetacular. É o maisrápido em divulgar, graças ao site e a edição impressa, que chega atodas as unidades produtoras. É informação segura, que temagregado valor ao nosso grupo, cuja base é segurança”, comentaMário Márcio dos Santos, presidente do GSO - Grupo de SegurançaOcupacional do Setor Sucroenergético. O grupo foi formado em1986, como subgrupo de Segurança do Trabalho do Gerhai - Grupode Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria.

Após dois anos passou a ter autonomia, mantendo o propósitode agrupar e capacitar os profissionais da área, por meio deencontros técnicos realizados nas usinas. De acordo com MárioMárcio, que trabalha há 16 anosno setor, a competência e acredibilidade do JornalCana sãoindiscutíveis. Ele conta que em2005 a matéria publicada sobrea reunião que abordou a NR 31levou o grupo a repetir o temaem outras reuniões. “Ainformação se espalhou e outrasunidades me ligaram parareprisar o assunto. Na UsinaSanta Cruz, em AméricoBrasiliense, SP, houvesuperlotação. Foi precisoconseguir cadeiras a mais paracomportar os participantes, recorda.

Cobertura do JornalCana ampliou audiência do Gmec

Gerhai tem parceria notável com o JornalCana

Gilmar Galon, coordenador do Gegis

Mário Márcio dos Santos,

coordenador do GSO

Luiz Bellini, presidente do Gmec

Beatriz Resende, atual presidente do Gerhai

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Setembro/2013ESPECIAL 25 ANOS192

Crise virou

estímuloA crise de 1999 estimulou a criação da

Brasil Álcool SA (BA), iniciativaempresarial implantada em fevereirodaquele ano com objetivo de retirar oexcedente de álcool do mercado interno.Houve uma integralização de capitalcorrespondente a 1,3 bilhão de litros, novalor de R$ 0,25 por litro, perfazendo R$325 milhões. Só no primeiro dia, a BBcaptou 950 milhões de litros referentes a123 usinas do Centro-Sul.

Na ocasião, o JornalCana registroudiversas entrevistas e reportagens quemostravam o entusiasmo de empresárioscomo Maurílio Biagi, Rubens Ometto, entreoutros, com os resultados da BA e BBA,que mostraram a necessidade de se tersistemas de comercialização conjunto. Noentanto, menos de dois anos após a criaçãoda BA e BBA, o governo passou aquestionar a legalidade das atividades dasentidades. Ambas receberam parecernegativo de continuidade do ConselhoAdministrativo de Defesa Econômica(Cade), do Ministério da Justiça.

Em 1999, a crisedo setor sucroenergéticofoi exaustivamentereportada nas páginasdo JornalCana, atravésde editoriais, matériasjornalísticas e artigos elaborados pelosmaiores especialistas do segmento, desdeempresários até autoridades políticas daépoca. O descompasso do mercado deaçúcar e álcool exigiu empenho do jornal,que manteve sua tradição de nãoesmorecer diante das crises cíclicasenfrentadas pelo setor.

O último desafio foi a crise econômicamundial desencadeada no segundosemestre de 2008, cujas farpas foramsentidas pelas usinas e indústriasfornecedoras. Na ocasião, a falta de créditotravou investimentos, quebrouplanejamentos financeiros, canceloucontratos e trouxe insegurança ao mercado.No entanto, a pujança do setor driblou acrise.

O JornalCana se adaptou, estendeu amão para ajudar parceiros e manteve suaconsolidação. O mesmo ocorreu na décadade 1990, quando o governo promoveu adesregulamentação gradativa do setor,provocando uma desestabilização demercado. A coordenação das atividadesprodutivas e comerciais do segmentosucroenergético ficou nas mãos do governoaté 1990, quando foi extinto o Instituto doAçúcar e do Álcool (IAA) e os preços do

açúcar foram liberados. No decorrer dadécada, os preços da cana e do álcooltambém ficaram livres. Em 1999, porém,houve super oferta de álcool, num cenáriode preços muito baixos. A crise atingiu oauge. Na ocasião o JornalCana noticiouvários eventos realizados para alertar asociedade e o governo sobre os problemasdo setor. Publicou, por exemplo uma

coluna em parceria com a Unica queapoiava, entre outros itens, adesregulamentação efetiva do setor.Também naquele ano, houvemanifestações nos municípios canavieiros,fechamento de rodovias na região da AltaPaulista, distribuição de álcool pordestilarias, além do Dia Nacional de Lutapelo Emprego, em Brasília, DF.

Braço dado com o setor, na alegria ou na tristeza

Editorial mostrava o otimismo do JornalCana, mesmo diante de uma crise importante

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Setembro/2013 ESPECIAL 25 ANOS 193

Ao longo destes25 anos, o JornalCanateve participaçãoimportante em boaparte da trajetória deinúmeras empresas.Uma delas foi a Engenharia eConsultoria Sucral. Hoje com nomeconsolidado e cada vez mais forte nomercados sucroenergéticos do Brasil edo mundo, a empresa considera oJornalCana o mais importante veículode comunicação do setor e atribui partede seu sucesso à publicação, pelaabrangência, relevância e credibilidade.

O engenheiro agrônomo RicardoCaiuby de Faria, sócio diretor daSucral, lembra que o JornalCana levoua mensagem da empresa a umainfinidade de pessoas. "A presença doJornalCana é ativa e inovadora nasusinas de açúcar, destilarias, empresasde engenharia e consultoria, além deórgãos públicos ligados ao setor. "Isso,sem dúvida, permitiu um retorno emserviços dos mais variados tipos,inclusive mantendo nossa marca emconstante evidência".

"Desde a época em que o jovemJosias Messias - presidente do GrupoProCana - assumiu o JornalCana, esteveículo de comunicação passou a

ocupar um importante papel deliderança e se tornou o porta vozaltamente qualificado do setorsucroenergético. Nós, provedores deserviços dos mais variados tipos, temosuma dívida de gratidão com JornalCanapor todo o seu amplo trabalho no setor",disse Ricardo.

A expectativa da Sucral é de que aempresa e o setor experimentem umcrescimento vigoroso para atender asdemandas requeridas de açúcar, etanole biomassa e seus derivados para ospróximos dez anos. "O JornalCana, comonosso porta voz, certamente manterásua liderança na divulgação dos avançostecnológicos do setor. E também vaialertar sobre os problemas técnicos einstitucionais que certamente advirão,mantendo sua visão de pioneirismo".

A evolução tecnológica da Smartambém é registrada no JornalCana.Parceiros de longa data, a Smar e oJornalCana construíram uma trajetóriade sucesso no mercado sucroenergético.A empresa de Sertãozinho, SP, sempreapostou no potencial de informação dojornal, cujo conteúdo mostrou, econtinua a revelar, a evolução dastecnologias em automação industrialcriadas pela companhia nas duasúltimas décadas.

JornalCana faz a própriahistória contando a dos outros

Capa da edição 200 do JornalCana, que destacava

com exclusividade a Tecnologia Plene, utilizada na Usina Guaíra

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Setembro/2013ESPECIAL 25 ANOS194

CAPAS E CONTEÚDOS FORMAM OPINIÃO HÁ 25 ANOSFiel porta-voz do setor, há 25anos o JornalCana éreconhecido como formador de

opinião, defensor das causas do setor einstrumento de mudança nas áreas política ede mercado, agrícola, industrial e

administrativa, entre outras. Selecionamosalgumas das capas, edições e matériasrelevantes.

E D I Ç Ã O D E O U R OHoje está evidente que a edição número 100 do

JornalCana foi denominada Edição de Ouro com justiça.Ali, antecipando-se , o JC informava que o álcool começavaa recuperar sua energia.

P E R F I SO JornalCana publica o perfil completo do Grupo

Cosan/FBA, o maior processador de cana-deaçúcar domundo, dirigido com ousadia por Rubens Ometto SilveiraMello.

C O N Q U I S TAJovens e ousados empresários partiam para investir no

Oeste Paulista, transformando antigas e degradadaspastagens na segunda maior região produtora de açúcar eálcool do País, atrás apenas de Sertãozinho e Ribeirão Preto.

M A I O R D O M U N D OO título de maior polo sucroalcooleiro do mundo cabe

mesmo às regiões de Ribeirão Preto e Sertãozinho. Era amanchete da edição número 11 do JornalCana, emsetembro de 1994.

O L H O S D O M U N D OEm Setembro de 95 o JornalCana antecipava que o

mundo estava de olho no álcool combustível e tambémanunciava a tendência de grupos nordestinos decidirempor investir no Centro-Sul.

N O V A G E R A Ç Ã OA edição de fevereiro de 2006 apresentava ao mercado

a nova geração de executivos que assumia o setor, à frentede suas unidades produtoras.

C A N A C R U AJosé Guilherme Queiroz, das usinas Cruangi e Maravilhas,

divulgava já em fevereiro de 1994, as vantagens ambientais eagrícolas de se colher cana crua. “A cana da (Cruangi) é colhidacrua e o resultado é um solo protegido e fértil”, garantia.

C O G E R A Ç Ã OJairo Balbo antecipava-se às tendências e anunciava,

em março de 1994, a cogeração como solução energética erentável do futuro.

P A R A N ÁO JC número 10, de agosto de 1994, anunciava o

Paraná como nova potência sucroalcooleira, tendo a belaMaringá como capital do setor no Estado.

F I S C A L D O S E T O RNa edição número 1 da série 2 do JC, o então

presidente da Sopral, Luiz Antonio Ribeiro Pinto, dizia ementrevista que as acusações de sonegação deviam serapuradas. E a Copercana fazia anúncio na primeira página,desejando sucesso à nova fase do JornalCana.

I N T E G R A Ç Ã OA edição número 2 trouxe entrevista com Cícero

Junqueira Franco, então diretor superintendente da UsinaVale do Rosário. Nela, Franco abordava a busca do setorpor um acordo para integração comercial do País aoMercosul.

R E I V I N D I C A Ç Ã OJosé Pilon, um dos grandes defensores do álcool

combustível brasileiro, falou sobre a falta de incentivo aosetor, em fevereiro de 1994.

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Setembro/2013 ESPECIAL 25 ANOS 195

E R A F L E XEm junho de 2003 o JC testava e saudava a chegada

do primeiro carro bicombustível do Brasil, o Gol Total Flex.Cinco anos depois estes veículos tomaram conta do País e atecnologia flex fuel passou a correr o mundo, movida aálcool.

C A P A D E A R T EO JornalCana recebe a contribuição profissional de

José Murad de Held Badur, editor de arte reconhecido

G A R G A L O SEm nova edição histórica e recorde, o JornalCana

trouxe reportagem completa sobre o gargalo logístico e detransportes do setor. A partir de então o governo, viaTranspetro, e o setor, se mobilizam para ampliar emodernizar ferrovias, portos, dutos, rodovias e hidrovias.

E N S A I O SA melhoria genética do setor ganha novos investidores,

como o Grupo Votorantim. Ainda assim, a falta deinvestimentos em pesquisa e desenvolvimento é gritante. Éo que o JornalCana faz, grita.

S O L E L U AO aperfeiçoamento do corte mecânico por meio de

facas serrilhadas adaptadas a colhedoras recebeu maiordestaque na foto para outra capa de edição recorde,produzida no cair da noite, na Usina Guaíra.

P O R T O S A B E R T O SEm agosto de 2008, o JornalCana trazia especial da

logística do setor no Brasil, mostrando que os portos sepreparavam para a demanda mundial por açúcar e etanol.

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Setembro/2013DESTAQUES DO SETOR196

Por Fábio Rodrigues – [email protected]

O sensor de nível indutivo - SNIU-100 foi desenvolvido epatenteado pela Usimarch para controlar e monitorarníveis/volumes de bagaço e outros. Sua medição é pelapressão exercida pelo produto na membrana/borracha, queautomaticamente aciona através de contato mecânico osensor indutivo, obtendo assim maior confiabilidade nasmedições do processo. O sensor pode ser aplicado em shuttydonelly, bicas de caldeira, silos de grãos, entre outras.

Sua instalação é simples e fácil. OSNIU-100 éfixado emacrílicotransparente,no tamanho e quantidade da suaaplicação e facilmente ajustável no local.

O equipamento está sendo testado em algumasunidades do setor sucroenergético e tem apresentado bonsresultados, quanto a confiabilidade das informaçõescoletadas no processo, gerando aprovações e aquisições dosclientes.

Patentes requeridas - PI - BR 1020130104930 - DI - BR1020130020690

Visite o estande da empresa na Fenasucro 2013.

Destaque-seSugestões de divulgação de lançamento de produtos, informativos,anúncios de contratações e promoções de executivos e demaisnotas corporativas ou empresariais devem ser enviadas a FábioRodrigues, email: [email protected]

Vermeer tem soluçõesdo campo à caldeira

A Vermeer Brasil fornece tecnologias do campo àcaldeira para viabilizar o aproveitamento da palha e damuda da cana-de-açúcar na cogeração de energia nasusinas. Para recolher a palhada, a solução da Vermeer é oenleirador TWIN RAKE R2800. Com abertura de até 8,5m, é capaz de formar leiras com larguras de 1 m a 1,5 m.

No enfardamento, a enfardadora cilíndrica, modelo604SM específica para operações com palha de cana,possui componentes que suportam a abrasividadeproveniente da sílica encontrada neste material.

Na etapa final, o fardo é triturado com o HG6000Epara, posteriormente, ser queimado na caldeira.

Usimarch lança sensor de nível indutivo

Contuflex presente na Stock Car

Empresa está presente na testeira do carro de Rubens Barrichello

Equipe, clientes e amigos da empresa

Contuflex durante a Stock Car, etapa Ribeirão Preto

Equipe Contuflex junto

com Rubens Barrichello

O mesmo etanol disponível nos postos decombustíveis da Shell em todo o Brasil, foi adotadodesde 2012 como combustível oficial da Stock Car,principal categoria do automobilismo brasileiro.

Desenvolvido pela Shell especialmente para omercado brasileiro, o V-Power é hoje um dosprodutos da Raízen, joint – venture entre a Shellbrasileira e a Cosan.

“Os consumidores de carros flex podem perceberque o mesmo combustível que abastece os veículosque eles admiram nas pistas está presente no tanquedos veículos e pode ser obtido no posto de seubairro”, explica Alfred Szwarc, consultor da UNICA(União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

Por ser um combustível ecologicamente correto epermitir a sustentabilidade brasileira e de outrospaíses produtores, diversas empresas, conscientes daimportância do etanol, resolveram divulgar epatrocinar essa ideia.

É o caso da Contuflex, empresa especializada emtubos flexíveis metálicos, conexões e mangueirashidráulica.

“A empresa Contuflex tem como objetivoaumentar a exposição de sua marca e fidelizar osseus clientes. Por isso decidimos apoiar essa ideia delevar a tecnologia das pistas para os carros de ruaatravés do etanol combustível. Acreditamos nopotencial do setor sucroenergético e queremos leva-lo junto ao pódio. Com isso, o grande vitorioso ésempre o setor de açúcar e álcool brasileiro, onde aContuflex possui muita presença de mercado comseus produtos, justifica Marcos Lucena, diretor daContuflex.

Acreditando na força da principal categoria doautomobilismo brasileiro a marca Contuflex, estápresente nos carros de Rubens Barrichello, BetoCavaleiro e Felipe Lapenna.

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Setembro/2013 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 197

Setembro de 2012 entrou para a históriada geração de energia brasileira com aassinatura do contrato entre a SermatecZanini, empresa brasileira que é uma dasmaiores fabricantes de caldeiras de média ealta pressão da América Latina e a FosterWheeler, empresa norte-americanareconhecida mundialmente com a melhortecnologia do mundo em projetos parageradores de vapor. Pelo acordo, a SermatecZanini passou a ser empresa licenciada pelaFoster Wheeler no Brasil, aumentandoconsideravelmente a sua capacidade econhecimento para atender indústrias dossetores sucroenergético, papel e celulose, óleo egás, mineração e outros que utilizam caldeiraspara geração de energia.

Esta união representa o encontro de duasgigantes, formando uma nova superpotência.De um lado, a Foster Wheeler, líder mundial edetentora das tecnologias mais avançadas domundo em geradores de vapor para leitofluidizado circulante e borbulhante, aplicaçõessupercríticas, carvão pulverizado, lixo, energiasolar, recuperação de calor, biomassas e óleo egás, utilizando combustíveis de altacomplexidade, com cinco escritórios deengenharia e quatro fábricas instaladas pelomundo. E, por outro lado, a Sermatec Zanini,detentora do maior e mais moderno parqueindustrial do continente, com mais de 500projetos de caldeiras em operação no Brasil eem diversos países da América Latina e Áfricae única empresa nacional capaz de fornecerprojetos pelo sistema turn key (chave na mão),

entregando o projeto e a planta montada,inclusive com todo o fornecimento de elétrica eautomação. Juntas, Foster Wheeler e Sermatec

Zanini formam uma aliança imbatível paraprojetos industriais quando o assunto é LeitoFluidizado Borbulhante.

Sermatec Zanini16 2105.4422www.sermatec.com.br

Sermatec Zanini passa a ser licenciada pela Foster Wheeler no Brasil

Luiz Biagi, da Sermatec Zanini, Eric Svendson e David Parham, da Foster Wheeler

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Setembro/2013NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES198

Posicionadores inteligentes testamválvulas automaticamente

Posicionador

Inteligente de

Válvulas FY400

da Smar

Em função do uso intensivo de sistemasde instrumentação e controle, o número deválvulas automáticas tem aumentadoconsideravelmente, sendo muitas delasutilizadas em pontos críticos do processo,como redes de vapor e caldeiras.

Essas válvulas, em geral, passam umbom tempo sem serem atuadas, às vezes poruma safra inteira. Por estarem instaladas aotempo, ou em ambientes agressivos ecorrosivos, normalmente sofrem umadegradação inerente a seus materiaisconstrutivos e conceitos de seu projeto.

Entre os motivos de falhas dessesdispositivos durante sua operação estão opossível emperramento da haste, vazamentosde ar de alimentação do atuador, vedaçãodeficiente quando totalmente fechada,integridade do conjunto válvula/atuador e dosistema de sinalização nos painéis decontrole, entre outros.

O ideal é que se pudesse fazer um“Teste de Curso Total” ou FST em todas asválvulas a intervalos regulares ou durante asparadas dos processos, mas como a indústrianão pode parar com frequência, umasolução mais simples, barata e confiável é aadoção do PST ou “Teste de Curso Parcial”.

O PST nada mais é do que movimentara haste da válvula parcialmente a um valorpré-determinado que não cause variaçõessignificativas no processo e medir os esforços

necessários a essa movimentação.Os posicionadores inteligentes para

válvulas da Smar FY400 e FY303 para redesProfibus, já incorporam em seu firmware oscomandos PST para configuração pelousuário, que incluem o valor do curso parciale o intervalo de tempo entre testes, que podevariar de 4 minutos a 1 ano.

O método utilizado pelos posicionadoresInteligentes para Válvulas FY400 e FY303para fazer o PST é conhecido como métodode “Rampa Dinâmica”. O posicionador geraautomaticamente uma variação em rampado sinal de Set Point na faixa determinadapelo usuário (Off Set). A válvula semovimenta em resposta à variação do SetPoint, enquanto o posicionador mede aposição da válvula através do sensor deposição sem contato mecânico, baseado nosensor de Efeito Hall. Ao mesmo tempo, oposicionador mede pressão aplicadanecessária para movimentar a haste daválvula. Após chegar no ponto máximo doOff Set, o posicionador reverte a rampa paraque a válvula retorne à sua posição original.Da mesma forma, durante a reversão, oposicionador mede a posição da válvula esua respectiva pressão de acionamento. Aofim do teste, o FY calcula e disponibiliza o“fator de carga” da válvula, ou seja, quevalor de pressão é necessário paramovimentar a haste.

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Setembro/2013 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 199

Com o objetivo de aumentar aprodutividade na produção de etanol, aBarralcool, localizada em Barra do Bugres,MT decidiu automatizar o setor defermentação. A empresa escolhida paraprojetar o sistema e fornecer osequipamentos foi a Smar, empresa sediadaem Sertãozinho, SP que dispõe de uma largatradição no fornecimento de sistemas deinstrumentação e controle de processos parao setor sucroenergético.

Marcus Vinicius Ribeiro, gerenteoperacional da Smar explica, “Considerando-se que para aumentos de produtividadedurante a fermentação, um dos objetivos éconseguir uma fermentação rápida para quese minimize as possibilidades de infecções.”

“A automatização de alguns processospodem propiciar este aumento de velocidadee também uma melhor assepsia do conjuntofermentador, causando um melhor resultadodiário da produção de etanol.”, complementaRibeiro.

Os pontos escolhidos para seremautomatizados foram: alimentação dasdornas; controle da temperatura do mosto;controle da limpeza dos trocadores;medição do volume em processo eliquidação da dorna; tratamento dofermento; dosagem de antiespumante e

recuperação de álcool no CO2. O controle de vazão de mosto e nível das

9 dornas de 950.000 litros foi definido em85% do nível, ficando 15% livre. A velocidadede enchimento é controlada e adaptada àstrês fases da fermentação, conseguindo assimum melhor aproveitamento da levedura ecom melhor multiplicação, diminuição nageração de espumas e menor geração desubprodutos.

A temperatura do mosto paraalimentação da dorna é controlada em doistrocadores que ficam em paralelo, sendocada trocador para uma linha dealimentação em anel. A utilização do anelduplo para alimentação proporciona avantagem da introdução dos ciclos delimpeza, sem a interrupção da alimentaçãodas dornas.

O ciclo de limpeza diário é executadoem dois ciclos de 06 horas em cada anel.Estes ciclos são alternados.

O resfriamento é realizado comtrocadores de calor à placa, onde atemperatura da dorna de fermentaçãocontrola a vazão de água do trocador,principalmente durante a fase dafermentação intensa.

A limpeza dos trocadores ocorre durantea limpeza da dorna e é realizada somente

com água quente e comprovada pela análisemicrobiológica.

A determinação do volume da dornaapós o final da fermentação é importantepara o cálculo de balanço de massa doprocesso. A finalização da fermentação écomprovada pela diminuição da atividade defermentação. A liquidação da dorna éexecutada através de um circuito fechadopara dorna volante.

Além disso, o Sistema fornecido pelaSmar também realiza o controle de todas asoperações de tratamento do fermento comH2SO4, dosagem de antiespumante erecuperação de etanol liberado com o CO2durante a fermentação.

“Na instrumentação de campo para esteSistema foram utilizados transmissores eposicionadores em 4 a 20mA, com protocoloHart, interligados a um PLC em um sistemacom supervisório Scada, integrados a umCOI existente na usina.” complementa,Ribeiro.

Na Barralcool o COI-Centro OperacionalIntegrado está implementado desde 2002,onde as vantagens deste sistema já sãoconsagrados conforme afirma JoséRaimundo Costa Neto, gerente industrial daBarralcool.

“O COI é um avanço para a indústria,

devido a interação entre os operadores e comresposta mais rápida em busca do melhorresultado. Para o COI funcionar, nãopodemos ter a operação em ilha concorrendocom a operação do COI.”

O acréscimo da Fermentação ao COIsegue o cronograma de integração de toda aoperação em uma única sala de controle.

Os resultados obtidos com aimplantação desse sistema são comemoradospor Neto, “Em 2012 aumentamos orendimento de nossa fermentação para92,52% em relação aos 90,94% obtidos em2011. Com isso nossa eficiência industrialpassou a 84,88 e o RTC para 90,47, umaumento significativo quando comparadosaos 82,39 e 87,80 respectivamente obtidosem 2011”.

A respeito da integridade e qualidade doSistema, Neto conclui, “A Smar é umaempresa de vanguarda com instrumentos demedição alta tecnologia, deixando-meconfortável para a aquisição, pois o retornooperacional é totalmente confiável e faz comque eu exerça uma gestão precisa diante doshistóricos desenvolvidos”.

Smar11 3518.8855www.smar.com/brasil

Automatização aumenta produtividade da fermentação

José Raimundo Costa Neto, gerente Industrial da Barralcool e equipe

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Empresa que fabricamateriais rodantes parao setor tem se firmado nomercado pelo conjuntode soluções

Sabendo da necessidade das usinasem reduzir custos e aumentar eficiência, aempresa tem trabalhado para apresentarsoluções que tenham este perfil. HenriquePerucelo, gerente de negócios da Vtrack,explica melhor os avanços alcançados.“Temos como princípio ouvir anecessidade dos nossos clientes para entãobuscar soluções. Mais uma vez fomospioneiros lançando o motriz segmentado eforjado. Com este componente a usinareduz muito seu custo na reposição e ganha

no rendimento, já que estamos falando deuma peça forjada com alto tratamentotérmico e um aço especial, diferente dasmotrizes convencionais que são fundidas”.

Além dos ganhos financeiros, osinteressados em adquirir o produto podemcontar também com maior velocidade noprocesso. É o que garante o representanteda empresa. “Além de uma peça maisresistente, capaz de suportar alta pressãode trabalho, o cliente ganha tempo na trocada peça. Pelo que temos visto essa reduçãopode chegar até a metade do tempo, poisnão é necessário abrir a esteira, já que amesma se encontra acoplada em segmentos– cinco pedaços. Com este sistema épossível retirar os pedaços em um pequenoespaço”, afirma Henrique Perucelo.

O material está disponível paracolhedoras CNH 8800 e JD3510/3520/3522.

Vtrack lança exclusivo motriz segmentado

� Maior durabilidade por se tratar depeça forjada;

� Maior tratamento térmico;� Maior facilidade de troca – Reduz

tempo pela metade, pois nãonecessita de abrir a esteira parasubstituir os segmentos;

� Garantia total de alinhamento;

� Menor custo na reposição do segmento e ainda maiordurabilidade

� Disponíveis para colhedoras:� JD 3510/3520/3522� CNH 8800� APLICAÇÃO CNH 8800� APLICAÇÃO JD 3510/3520/3522

VANTAGENS DO MOTRIZ SEGMENTADO PARA COLHEDORAS DE CANA VS150400

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Com o período de entressafra seaproximando, a Vtrack trabalha para dartodo suporte aos seus clientes. Com cincocentros de serviços, localizados em:Sertãozinho (SP), Maringá (PR), Assis (SP),Andradina (SP) e Olímpia (SP), além da sedeem Louveira (SP), a empresa oferece suporte24 horas.

Em seu estoque, a Vtrack conta comuma grande quantidade de peças dereposição, além de um trabalho criteriosofeito por todos os colaboradores. “Todo iníciode safra vamos para o campo. Evitamos ficardentro do escritório, pois queremos ver amáquina trabalhando. Temos contato direto

com o operador da máquina, que sabemelhor do que ninguém seu rendimento Atémesmo o pessoal da Itália quando vem nosvisitar vai para o canavial”, explica HenriquePerucelo, gerente de negócios da empresa.

O representante diz também quenovidades estão disponíveis para estaentressafra. “Estamos preparados para areforma da safra 2013/14. Temos algunsprojetos exclusivos, como a mudança dopistão esticador CNH 7700/8800 para molatensora”.

Como resultado, a Vtrack garante maiordesempenho do maquinário. “Com amudança da forma de tensionar a esteira

conseguimos elevar muito a vida útil paragirar a pinoxbucha e trocar as rodas motrizes,já que a mola tensora se torna mais eficienteao acúmulo de materiais” e mantém umatensão mais correta.

Nivaldo Gonçalves Santos, diretor daVtrack, aponta que um dos conceitosimplantados no dia a dia dos trabalhadores éoferecer total atenção aos clientes. “Umaempresa é feita de informações. Temostécnicos dentro das usinas que ficam emtempo integral para supervisionar o serviço.Acho isso muito importante. Somos atuantese queremos os melhores resultados”, diz.

Por ter todos os processos integrados a

própria empresa, Santos explica que otrabalho realizado nos cinco centros deserviços acelera o atendimento quandonecessário. “O cliente não tem a dor decabeça de ficar procurando o responsável porqualquer tipo de problema. Ele se remete anós, que resolvemos em pouco tempo porconhecer todo o sistema. Tenho o contato detodos os meus colaboradores, conheço cadaum pelo nome. Esse tipo de trabalho traz umfeedback diferenciado”, finaliza.

Antractor 19 3878.3223www.antractor.com.br

Novos projetos estão disponíveis nos centros de serviços

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VI Simpósio de tecnologia de produção de cana foi realizado em PiracicabaNo contexto da crescente demanda

por fontes alternativas de combustíveis,preocupação ambiental e instabilidade dosetor petrolífero, em 2003 surgiu aprimeira edição do Simpósio de Tecnologiade Produção de Cana-de-Açúcar.

Neste ano o evento aconteceu naUnimep Campus Taquaral, e apresentou oque há de mais atual e pertinente em todacadeia produtiva da cana-de-açúcar,abordando cinco temáticas principais:“Sustentabilidade: Aspectos Sociais,Econômicos e Ambientais”, “Fertilidade eNutrição”, “Mecanização e Sistematização:Estudos de Caso em Plantio e Colheita”,“Manejo de Fitossanitários eBioestimulantes” e “Novas Tecnologias doSetor Sucroenergético”.

Foram três dias de simpósio, iniciadono dia 10 de julho com abertura do Ex-Ministro da Agricultura Roberto Rodriguese estendendo-se até o dia 12 de julho. Naquinta-feira à noite, foi realizado um jantarbeneficente em prol do Espaço Pipa —Promovendo Inclusão, Partilhando Ações,entidade sem fins lucrativos que atendepessoas com Síndrome de Down emPiracicaba, SP.

O simpósio teve o intuito de difundirtecnologias para aumento da eficiência daprodução de cana-de-açúcar, apresentar osrumos da pesquisa do setor sucroalcooleiroe promover interação entre produtores,empresas privadas, instituições epalestrantes.

PERSPECTIVAS PARA O SETORUma das palestras mais aguardadas

foi a de Elizabeth Farina, atual presidente

da Unica, cujo tema foi “Perspectivas dosetor sucroenergético. Em suaapresentação, Farina abordou os impactosiniciais da crise que envolve o setor, asprincipais mudanças estruturais e como osetor deve caminhar nos próximos anos.

“A crise financeira mundial e osproblemas operacionais e econômicosobservados após 2008 promoveramprofundas alterações no setor produtivo dacana-de-açúcar. Houve um deslocamento

do fluxo de investimentos: antes alocadosem greenfields, passaram a serdirecionados para a otimização dacapacidade produtiva instalada, buscandoganhos de eficiência e produtividade. Essasiniciativas deverão ampliar acompetitividade da indústria canavieiranos próximos anos, fazendo frente acrescente demanda por etanol e açúcar noBrasil e no mundo”, analisou Farina.

A presidente da Unica, Elisabeth

Farina fez algumas previsões durante apalestra concernentes ao futuro do setor.Para ela, para suprir o mercado domésticoe manter 50% de participação no mercadomundial, o setor terá de ampliar suaprodução em 15,7 milhões de toneladas deaçúcar.

Gape19 3417.2138 www.gape-esalq.com.br

TGM APOIA PLANO PAULISTA DE ENERGIAEstado de São Pauloquer potencializar ageração de energiaelétrica e eficiênciaindustrial na região,principalmente em fontesrenováveis

DA REDAÇÃO

O governo do Estado de São Paulo,na busca de potencializar a geração deenergia elétrica e eficiência industrial parao Estado, principalmente em fontesrenováveis, desenvolveu o PPE 2020 -Plano Paulista de Energia, apresentadoem 18 de julho.

Geraldo Alckmin, governador deSão Paulo, disse que além dosinvestimentos financeiros, o projetodemandou também estruturação paraque saísse do papel. “Investimos muitoao longo do tempo na preparação doPPE 2020. Pavimentamos este planobaixando alíquotas, fortalecendo as

diretrizes, leis e créditos, reestruturandoos leilões e outras ações para assegurarcondições de investimentos,principalmente para as plantas jáinstaladas(retrofits). Com este plano,baixaremos também a emissão CO2 em

20% em relação ao de 2005”, disse.Já José Aníbal, secretário de Energia

do Estado, espera contar com a biomassa,o bagaço e a palha de cana como grandealiadas na geração de energia elétrica nopaís. "Nós conseguimos um pequeno

avanço que foi cadastrar cerca de 1.500MW no leilão de agosto, sendo 500 MWem São Paulo e os outros 1000 MW nosestados próximos e também no Nordeste.Agora, vamos ver quanto conseguimoscontratar", explicou o secretário ementrevista.

A TGM, empresa fabricante deturbinas a vapor, redutores de velocidade,além de prestadora de serviços nessa área,esteve presente na cerimônia delançamento do projeto. A empresa seplaneja para suprir a demanda futura nofornecimento de soluções, tecnologia,produtos e serviços.

“A TGM tem contribuído ativamenteno plano e está preparada para suprir ademanda futura no fornecimento desoluções, tecnologia, produtos e serviços”,afirma Antonio Gilberto Gallati, diretorda empresa.

De acordo com o plano, dentre asalternativas de fontes energética, abiomassa se destaca por seu potencial aser instalado, que deve atingir 12 GW até2020.

TGM16 2105.2600www.grupotgm.com.br

Governador Geraldo Alckmin, entre Antonio Gilberto Gallati e Carlos Silvestrin, da Cogen

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São muito mais que 15 anos deatuação no fornecimento de peneirasrotativas e sistemas de ventilação de pontapara os principais segmentos industriais noBrasil e exterior. A trajetória da Equilíbriovai além dos seus anos de existência e sefunde aos mais de 30 anos de experiênciade seu fundador, Carlos Alberto CelesteJorge, que neste tempo tem contribuídocom a indústria brasileira nodesenvolvimento de equipamentos 100%nacionais.

Nascida em 1998, a Equilíbrio venceutodas as dificuldades daquele período. “Naépoca, o acesso às informações e adisponibilidade de recursos, sobretudo, dogoverno, eram escassos. Mesmo assim, nãohesitamos em investir em tecnologias,novos produtos e uma engenhariaprópria”, explica.

Alguns acontecimentos marcarampara sempre a história da empresa. Onascimento da peneira rotativa fly ash e,em seguida, o modelo para caldoclarificado, o desenvolvimento dosventiladores e exaustores com projeto eengenharia próprios, além do lançamentoda peneira rotativa à pressão em 2009,produto exclusivo da marca, deixaramimpressões históricas nesta trajetória.

Na presidência junto com a família,Maria Lúcia Daniel Jorge, Danilo Danieldos Santos, gerente administrativo e LuísMendes Júnior, diretor comercial, Carlos

acredita que diferenciais como oatendimento personalizado ao cliente e odesenvolvimento de produtos e serviços dequalidade têm contribuído para ocrescimento da empresa que, hoje, geramais de 100 empregos, sendo 83 diretos.

CRESCIMENTO QUE ULTRAPASSA FRONTEIRAS

Com crescimento anual médio emtorno de 25%, a expansão da Equilíbrio sereflete nos investimentos em novos

profissionais, equipamentos modernos eampliação do parque fabril que já contacom uma área três vezes maior. De acordocom Luís Mendes Júnior, diretor comercial,as peneiras rotativas e os sistemas deventilação industrial permitiram tambémque a Equilíbrio alcançasse usinas não sópelo Brasil, mas América Latina e África.“No último ano, o comércio exteriorrepresentou cerca de 20% do nossofaturamento total e a projeção é que essenúmero aumente”, explica o diretor.

PARCEIROS INTERNACIONAIS E PROJEÇÕES

Para chegar até aqui, a Equilíbriodesenvolveu alianças com a empresainglesa Optima International Limited e aCiclo Water Hardware, do Chile, queagregaram novas tecnologias aos produtosda fabricante brasileira e abriramcaminhos para a entrada em novosmercados. Desta triangulação culminou onascimento da Bra-IN Screen Solutionsque tem a Equilíbrio como uma das sóciase chega para atender os setores demineração e saneamento básico. “É umnovo desafio que já começa a apresentarperspectivas positivas de negócios”,observa Danilo Daniel dos Santos, diretordo novo empreendimento.

Em médio prazo, no entanto, aEquilíbrio projeta novos investimentos emprodutos e recursos humanos. Tambémtem planos para novas automatizações doparque fabril e prevê a implantação deum sistema de padronização de qualidadeque segue normas internacionais.“Queremos colocar em prática todas asnossas metas para alcançarmos em tempohábil as nossas projeções de crescimentopara os próximos anos”, finaliza opresidente.

Equilíbrio Balanceamentos16 3945.2433www.equilibrio.ind.br

Muito se tem comentado sobre a necessidade ounão do licenciamento dos sinais de satélite vindos atéas máquinas através de rádio. A Avanzi, pioneiradesses sistemas há anos, esclarece que há necessidadesim de licenciamento e que poucas empresas estãoutilizando essa tecnologia em consonância com asnormas da Anatel. Na maioria das vezes os gestoresignoram que precisam estar de posse de sua licençapara ter esse serviço devidamente liberado pelaAnatel.

Muitas empresas confundem o selo que vem noequipamento com o logo da Anatel imaginando queesse selo é “autorizatório”. Tal selo é a identidade doequipamento, mostrando apenas que ele éhomologado. Ou seja, que ele pode ser comercializadono país. Licenças já são outra coisa. É o documentohábil que permite o funcionamento ao interessado.Portanto, homologação e licenciamento basicamentesão duas coisas diferentes. O trabalho de homologaçãoé feito pela distribuidora ou fabricante do produto,que providencia junto a Anatel e as licenças sãoresponsabilidade de quem instala e usa oequipamento.

Nos últimos meses a Anatel tem dado umaatenção maior a essa faixa de rádio, em razão demuitas frequências terem migrado para as operadorasde telefonia celular em regiões rurais. Sistemas deRTK, que utilizam frequências nessa mesma faixapodem interferir em canais das operadoras de serviçosde telefonia móvel ou internet de banda larga,causando interferências prejudiciais a terceiros.

Avanzi11 2101.4080www.grupoavanzi.com

Licenciamento de sistema RTK mantém usinas adequadas às normas da Anatel

Equilíbrio completa 15 anos com crescimento e inovação

Diretoria da Equilibrio

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Edra constrói adutora no canal de São SimãoProjeto leva água do rioSão Simão até oreservatório da usinaatravés de casa debombas e tubulações

A Dow Chemical Brasil, empresaespecializada nas áreas de QuímicosEspeciais, Materiais Avançados, CiênciasAgrícolas e Plásticos, está investindo naconstrução de uma adutora que levaráágua do Canal de São Simão aoreservatório de água dentro de uma de suasusinas e posteriormente promoverá afertirrigação em seus canaviais. E para esteprojeto, a empresa conta com a Edra e suasparceiras Metro e Pena&Pena.

O projeto compreende o uso de umabalsa localizada a 400 metros dentro docanal, que terá uma variação de 10 metrosde altura, já que ela ficará represada. “Essabalsa captará água do canal e levará parauma casa de bombas. De lá, a água serátransportada por uma tubulação até oreservatório localizado dentro da usina.Tanto a bomba quanto as tubulações sãoda Edra, a instalação dos tubos é realizadapela Metro, e a execução das obras civis,além dos reservatórios foramresponsabilidade da Pena&Pena. Dessaforma, conseguimos oferecer para a Dow,um projeto completo e inédito”, comentaLuiz Pena, diretor comercial da Edra esócio da Pena&Pena.

Ele explica que precisaram fornecerenergia elétrica de alta tensão para as

bombas, que são elétricas e ficamlocalizadas às margens do canal. “Para isso,a nossa parceira Pena&Pena fez todo otrabalho de engenharia civil. E a obra nãopara por aí, pois, dentro da indústria haveráuma outra bomba e uma outra tubulação daEdra que levará vinhaça e água residuáriaaté o canavial para fazer a fertirrigação. E

dentro do canavial também teremos grandesreservatórios que vão guardar esseconteúdo, que depois será transportado atéuma última bomba responsável pelafertirrigação do canavial”, comenta.

Ciro Zanatta, diretor da Edra e sócioda Metro, lembra que esse tipo de projetotem sido um dos grandes diferenciais da

empresa. “Hoje, a Edra não vende só oproduto, mas sim a obra completa e asolução para o cliente. Isso tem sido nossodiferencial”, comenta Zanatta.

Edra Saneamento19 3576.9300www.edra.com.br

Reservatório utilizando casa de bombas e tubulações

Pá primária retangular inovasistema de limpeza de cana

Capacidade. É uma das palavras que define aBussola, que neste ano comemora meio século defundação.

Sediada na cidade de Matão, SP, a indústriaé composta por uma equipe de profissionaisdedicados à industrialização de componentespara colheitadeiras mecanizadas para o corte dacana-de-açúcar. O resultado de todo trabalho nodecorrer desses anos colocou a Bussola emposição de destaque no mercado sucroalcooleiro;hoje a marca Bussola é reconhecida não só pelatradição de industrializar com qualidade, mastambém pelos resultados comprovados dosprodutos comercializados e pelo atendimento eassessoria técnica realizada.

O conhecimento aliado à experiênciaadquirida faz com que a Bussola invista epesquise continuamente para fabricarcomponentes de solução para a colheitamecanizada.

O mais recente lançamento da Bussola foi umsucesso na última Agrishow. Trata-se da Pá-Primária Retangular que foi desenvolvida para serinstalada nas colheitadeiras John Deere, umanovidade patenteada pela empresa, que chegapara inovar o sistema de limpeza de cana colhidamecanicamente. O resultado é claro.

A Pá-Primária Retangular Bussola aumenta alimpeza da cana-palha e reduz o volume de palhatransportada. Sua utilização permite ofornecimento de cana muito mais limpa, commenor quantidade de palha. A Pá-PrimáriaRetangular proporciona várias vantagens, entreelas a instalação simplificada, porque utiliza omesmo conjunto de fixação; maior fluxo de ar noextrator primário bem como redução no custo dotransporte, o que contribui para a economia decombustível porque reduz o número de viagens eproporciona maior volume de cana transportada.

As Pás dos Extratores Primários – High Teche a Coroa Sonda, também lançados na Agrishow,chegam para acrescentar vantagens na suautilização.

Facas, pás, discos, cubos, picadores e taliscassão alguns componentes que fazem parte de umamplo mix de produtos fabricados pela empresaque atualmente exporta para mais de 20 paísesdistribuídos nas Américas, África e Oceania. Tudoproduzido com o maior grau de qualidade eeficiência em resultado.

Bussola16 3221.9000www.bussola.ind.br

Pá-Primária

retangular

produzida pela

Bussola

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Rodotrem Domex é aliado no processo de substituição das frotas nas usinasEquipamento daSergomel em parceriacom o CTC se adequa epassa pela pesagem dabalança sem transtornos

Em tempo de crise, as unidadesbuscam produtos que primam pelaqualidade e durabilidade. O conceito seaproxima do que pensa Osvaldo Gomes,fundador da Sergomel MecânicaIndustrial. Localizada no município deSertãozinho (SP), considerado polo dosegmento, a empresa se especializou nafabricação de equipamentos rodoviáriospara o transporte de cana-de-açúcar.

Além dos requisitos citados acima, asmontadoras deste tipo de produtoprecisam se adequar às várias exigênciasfeitas pelo governo, que por sua vez, nãoapoia para que sejam realizadas maispesquisas na área. Em 2012, com apoio doCTC – Centro de Tecnologia Canavieira, aSergomel desenvolveu o Rodotrem Domex,equipamento feito com aço de altaresistência e, que entre outras vantagens,se adequa a legislação de balança vigente.

“Hoje, com os equipamentosexistentes, o mercado trabalha comveículos acima do peso de balança. O quefizemos foi desenvolver um produto feito

com aço de alta resistência, que reduz em35% a tara do equipamento. Todo essetrabalho perdurou durante cinco anos,mas conseguimos algo que se adeque aoque pede a legislação”, diz Vagner Gomes,gerente comercial da empresa.

Para ele, o maior entrave nodesenvolvimento do produto foi manter aqualidade do equipamento.“Conseguimos chegar em um outroconceito, tendo um equipamento único ediferenciado. Com os elementos utilizadosem sua fabricação, depois de muitas

pesquisas, conseguimos alcançar aredução de peso e a resistência mecânica”,explica.

Desde o seu lançamento, o RodotremDomex deu início ao processo desubstituição das frotas das usinas, quepode ser concluída em alguns anos. “Nãosabemos quanto tempo este trabalho podelevar. Depende muito das condições demercado. Mas é algo que não tem volta. Asusinas precisam se adequar à legislação.Bem por isso, continuamos trabalhandopara aprimorar ainda mais nossos

serviços”, concluiu.A Sergomel atende todo o território

nacional e oferece ampla estrutura demáquinas e equipamentos utilizados namanutenção dos produtos oferecidos aosclientes, além de produzir reboquecanavieiro, semirreboque canavieiro,carroceria, prancha, entre outros produtosdo setor.

Sergomel Mecânica Industrialwww.sergomel.com.br16 3513-2600

Fundador da Sergomel recebe prêmio durante o MasterCana Centro-Sul 2012

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A Dimensional ASI, empresareconhecida e autorizada pela PI comoinstaladora e certificadora de redeProfibus DP e PA, oferece a seus clientesum serviço especial de análise, revisão ecertificação Profibus.

Possuímos uma equipe altamenteespecializada no assunto. Apesar daequipe já possuir a expertise no assunto,somente um profissional desta equipe erareconhecido pela PI — ProfibusInternational Association. Investimos emtreinamentos específicos e passamos acontar com mais 3 profissionaisreconhecidos pela PI que também podemexecutar e assinar os relatórios decertificação Profibus, formados pelo cursode Instalador e Certificador ProfibusDP/PA ministrado pelo Centro deCompetência Profibus localizado na USPde São Carlos, SP.

A certificação da rede Profibus seinicia verificando se a mesma estáinstalada corretamente conforme asnormas regulamentadores IEC 61158 eIEC 61784 adotadas como padrõesProfibus. Esta fase se resumebasicamente em verificar o ambiente dainstalação.

Finalizada esta primeira fase deverificações físicas e estáticas, executamosas verificações dinâmicas. A DimensionalASI utiliza para a análise dinâmica umequipamento específico para diagnoseProfibus, desenvolvido pela empresa

Procentec, popularmente conhecido porProfitrace. Com o auxílio desteequipamento, verificamos e registramostodo o frame de comunicação e outrasinformações que estejam gerando algumtipo de diagnose, erros de configuração,etc. A partir destes registros temoscondições de validar o corretofuncionamento da rede ou, se houverproblemas, identificá-los e solucioná-los.

Muitas vezes uma instalação oucomponentes deficientes funcionam

aparentemente sem problemas por longotempo; porém, esporadicamente ocorremperturbações na comunicação econsequentemente perdas de produção.Elas podem ocorrer durantemilissegundos e imediatamente voltaremà normalidade, mas, qualquer falha, pormenor que seja, é o suficiente parainterferir no funcionamento do processo,o que pode ser evitado com a Certificaçãode Rede Profibus, onde os problemas deinstalação, topologia, fadiga de

componentes, defeitos de fabricação,erros de configuração e outros sãofacilmente identificados e prevenidos.

Nosso histórico de sucessos é extenso,e não temos histórico negativo neste tipode serviço, temos 100% de aprovação esatisfação do cliente nas mais diversassituações.

Dimensional19 3446.7400 www.dimensional.com.br

Dimensional ASI Service oferece soluções em rede Profibus

A nova linha de redutores da Família Max 2.0 écomposta pelos redutores paralelos Torqmax® 2.0 e osplanetários Pentamax 2.0 para acionamento central eFleximax 2.0 para acionamento rolo a rolo. Com inovação eperformance testadas e aprovadas em campo, já são mais de25 redutores da Família Max 2.0 em operação há duassafras, além de outros 10 redutores já em fabricação.

A Usina Caeté – Unidade Pauliceia está com o Fleximax2.0 em teste na planta, acionando o terno de moenda 90”.De acordo com José Márcio de Oliveira, Gerente Industrialda unidade, o redutor está aprovado. “Os resultados estãosendo satisfatórios, principalmente porque os valores devibração e ruídos estão correspondendo às nossasexpectativas. Os testes foram feitos e aprovados.“Escolhemos a Renk Zanini pela parceria de longa data,pela credibilidade e confiança que a empresa nos oferece.”,confirma.

A Usina Seresta possui 5 Pentamax 2.0, que acionamos ternos de moenda 60”. De acordo com Ricardo JoséFeitosa de Melo, Gerente Industrial da usina, os redutoresapresentam alta performance. “A Usina Seresta optou peloPentamax 2.0 visto que a Renk Zanini está ligada àconfiança e credibilidade. Estamos muito satisfeitos”,declarou.

Quanto aos paralelos, a Usina São José do Pinheiro foiuma das primeiras usinas a adquirir o Torqmax® 2.0.“Confiamos na Renk Zanini e no Torqmax® 2.0, pois é umequipamento robusto, sua tecnologia já está consolidada nomercado e tem baixo custo de manutenção”, informa Sr.Eduardo Saldanha, Supervisor de Manutenção Elétrica eInstrumentação da usina.

Todos os Torqmax® 2.0 apresentaram ótimaperformance, sem nenhum problema constatado em campo.“A versatilidade do Torqmax®2.0 possibilita a sua utilização

em duas fases do nosso projeto. Isso traz a vantagem de seiniciar um projeto de acionamento de moenda por turbina avapor, na primeira fase de implantação da usina, e depoisalterar para motor elétrico, na eletrificação da moenda, semgrandes alterações nas instalações do Torqmax®2.0, que é o

acionamento principal da moenda”, afirma Saldanha.

Renk Zanini16 3518.9001www.renkzanini.com

Redutores da família Max 2.0 são testados e aprovados em campo

Pentamax 2.0 instalado na Usina Seresta

Odebrecht é um dos grupos atendidos pela Dimensional

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A Rontan iniciou suas atividades em1970 através do pioneirismo e visãoempresarial de Orlando Bolzan e João AlbertoBolzan, que vislumbraram naquela épocaexcelentes perspectivas de negócio naprodução de equipamentos de sinalizaçãoacústico visual, constituindo-se hoje na maiorempresa sulamericana de equipamentos desinalização e veículos especiais, assim como,coletes balísticos e veículos pesados.

Possui atualmente uma área industrialem Tatuí (interior de SP) de 250.000m², sendo40.000m² de área construída e com mais de2.000 funcionários. Para comercialização deseus produtos e atendimento a seus clientes, aRontan possui uma ampla rede de EscritóriosRegionais, Representantes Comerciais,Assistentes Técnicos e Revendas, não só noBrasil como em vários países das Américas.Há mais de 2 anos, a Rontan investiufortemente no mercado de implementação decarrocerias para caminhões, construindo umafábrica em seu parque fabril em Tatuí/SP afim de atender os mais diversos setores:sucroalcooleiro; mineração; construção;agricultura; florestal; papel e celulose; entreoutros. Com isso, a Rontan apresentará naFenasucro 2013 implementos adaptadosvoltados para o agronegócio a fim de atenderdiversas demandas sempre com qualidade etecnologia. Os dois produtos expostos sãoOficina Móvel e o Bombeiro Rural. A Rontanhoje é a única empresa do setor que conquistao selo de conformidade Anfir — AssociaçãoNacional dos Fabricantes de ImplementosRodoviários, e ainda é certificada pelas

normas ISO/TS 16.949. Além de suasatividades econômicas, o Grupo desenvolveum importante trabalho social, através do

Instituto Vovô Orlando Bolzan, no amparo deinúmeras famílias, crianças e idosos de toda aregião.

Rontan11 3093.7088www.rontan.com.br

Referência nacional na fabricação detintas industriais, a Sherwin-Williams,unidade Sumaré, reforça sua participaçãono mercado sucroenergético como empresalíder em revestimentos anticorrosivos. Háquase quarenta anos, a companhiatrabalha com diferenciais como proteção,resistência, qualidade de acabamento e,principalmente, respeito às diretrizes eprocessos ambientalmente seguros.

Entre os destaques para o segmento, aSherwin-Williams possui em seu portfólioprodutos como Firetex, linha derevestimentos intumescentes voltada paraproteção passiva contra fogo quefuncionam com o calor: em contato com ofogo, começam a se expandir para que oaço seja protegido e não entre em colapso,dando mais tempo às pessoas paraevacuarem o local, em caso de incêndio; eCor-Cote HT, um epóxi novolac que podeser aplicado com alta espessura e seca emuma única demão, desenvolvidoespecialmente para resistir a condiçõesseveras de corrosão e alta umidade.

Mais que oferecer produtos dequalidade superior, a Sherwin-Williamstem a preocupação de oferecer todo osuporte necessário e acompanhamento aosclientes. Seus profissionais, vendedores e

assistentes, são habilitados para darsuporte técnico, esclarecer dúvidas ouresolver problemas com aplicação deprodutos. A equipe de atendimento éconstantemente treinada em CTS - Centrode Treinamento Técnico, para atender comperfeição e exclusividade cada situação ecaso.

A companhia também elaboraespecificações após cada visita e realizalevantamentos de áreas para a elaboraçãoe montagem de EPM – Especificação dePintura de Manutenção. Os técnicoselaboram procedimentos de preparo desuperfícies e de aplicação de produtos eexecutam testes em pinturas. Osprofissionais são, ainda, mentores emcursos e palestras para pintores,supervisores, inspetores, entre outros.

A companhia possui outro grandediferencial na execução de seus serviços:seus 60 Centros Regionais de DistribuiçãoSumaré (CRDSs), que proporcionam egarantem aos seus clientes rapidez,assistência técnica de qualidade e sistematintométrico (sistema de cores).

Sherwin-Williams Sumaré19 2122.8826www.tintassumare.com.br

Sherwin-Williams reforça participação no

mercado com revestimentos anticorrosivos

Rontan apresentará na Fenasucro implementos adaptadosRevestimentos anticorrosivos da Sherwin-Williams

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A Projelpi Soluções em Energia éuma empresa de instalações elétricasindustriais, que atua desde 2000 nomercado, tendo sua sede localizada emPiracicaba-SP e uma filial em São Josédo Rio Preto -SP, porém, comabrangência nacional. Tem comoprincipal produto a fabricação depainéis CCM — Centro de Controle deMotores, com especialização emmontagem, gerenciamento, projetos,automação, subestações, start up ecomissionamento.

A empresa preocupa-se em atender

os clientes de forma a aplicar as soluçõescompletas na área da automação, comqualidade e obrigatoriedade nos prazosde entrega com padrão ISO 9001.

Ao longo dos anos, a ProjelpiSoluções em Energia, mantém umprocesso de aprimoramento, com mão deobra especializada para garantirqualidade e satisfação, fatoresindispensáveis no mercado competitivo eno crescimento da empresa. Além disso,desenvolve diferentes mercados paraatuação, como sucroenergético, eólico,subestação, entre outros.

ESPECIALIDADEA linha fabril da Projelpi conta com

painéis certificados de média tensão, ede baixa tensão PTTA e TTA, gavetafixa ou extraível, além dedesenvolvimento de sistemassupervisórios e PLC's.

O desenvolvimento dos painéislevam em consideração o objetivofuncional dos equipamentos dosclientes, que são avaliados tecnicamentepor engenheiros.

Para a realização de um trabalhoeficiente, além da visita ao local das

instalações dos painéis, desenvolvimentodo projeto e execução da obra, aProjelpi possui um sistema comaplicativos de supervisão, que realizamo controle e gerenciamento de processosindustriais. Por meio de softwaresespecíficos, é possível avaliar ofuncionamento dos painéis, podendoassim, reduzir custos com manutenção eobter um melhoramento contínuo.

Projelpi19 3434.8083www.projelpi.com.br

Projelpi desenvolve aplicativos de supervisão,

controle e gerenciamento por meio de software

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Böhler Welding Group realiza 3ª edição do Sugar Academy

Magíster investe em opções dequalidade em produtos e serviços

Visando oferecer opções de qualidadeem produtos e serviços para o setorsucroenergético, a Magíster de Sertãozinho,SP, está aumentando seu portfólio deatividades com a introdução de umdepartamento exclusivo para assistênciatécnica em componentes para Picadores eDesfibradores. “A empresa já fabrica ereforma todos os demais componentes dosequipamentos de preparo, como placasdesfibradoras, martelos, facas, laterais,eixos oscilantes e outros componentes,faltava-nos incluir os rotores", explicaMarcos Mafra diretor da Magíster.

Segundo ele, os rotores representam aparte mais importante dos conjuntos e daía demanda maior de tempo para aempresa disponibilizar esta nova atividadea seus clientes, pois para isto, foi necessárioantes, definir um novo lay-out em suasinstalações fabris e formar uma equipe deexcelência em usinagem e montagemmecânica, já que os rotores sãocomponentes de alta complexidade técnica.Mafra comenta ainda, que houveinvestimentos consideráveis emequipamentos para usinagem, outro passoimportante que a empresa deu com aaquisição recente de máquinas operatrizes.

“Consideramos especialmente que osperíodos de entressafra estão cada vezmenores, e há sobrecarga de trabalho na

maioria das empresas deste segmento",conclui Mafra.

Magister16 3513.7200www.magister.ind.br

A Böhler Welding Group informa querealizou a 3ª edição do Sugar Academycontando com participação dos principaisplayers do mercado mundial como Peru,África do Sul, Paraguai, Argentina, Índiaentre outros.

O principal foco do Sugar Academy foiequalizar o conhecimento básico de soldagemna indústria de Açúcar e Etanol com tambémestabelecer um ponto de referência no mundoem tecnologia, manutenção e reparo feitoscom consumíveis de soldagem.

Altamente especializados os palestrantesAlexandre Serra, Aurelio Toito e AndréPolidoro garantiram a alta qualidade nasinformações. Com base no processo industrialde uma planta produtora de Açúcar e Etanoltransmitiram informações muito ricas emdetalhes técnicos para os procedimentos dereparos por soldagem, revestimentosprotetores e aplicação de chapisco nos

componentes de preparo de cana, noscomponentes de moenda e aplicação dechapisco. Com uma apresentação dopanorama mundial do mercado de Açúcar eEtanol, mostrando as tendências destemercado em todo o planeta, foram debatidosos diferentes métodos de reparos porsoldagem em outros países.

A tecnologia empregada na soldagem dereparo e revestimentos protetores utilizada noBrasil é considerada de ponta pelosespecialistas de outros países, pois puderamperceber os detalhes na elaboração dosprocedimentos de soldagem automatizada decamisas de moenda com aplicação de base,lateral, picote e chapisco, o que deixou oscolegas estrangeiros impressionados.

Böhler Técnica de Soldagem11 5694.8377www.bohlerweldinggroup.com.br

Marcos Mafra, ao lado de uma placa

suporte do desfibrador

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O produtor pode se proteger dos fatoresexternos que afetam as margens do etanolaumentando a produtividade e reduzindocustos. Uma das estratégias para seconseguir isso é controlar as bactériascontaminantes – o principal problema dafermentação etanólica.

Esses microrganismos consomem partedo açúcar do mosto que deveria serconvertido em etanol, derrubando orendimento. Além disso, excretam ácidosorgânicos que afetam a viabilidade dalevedura, podendo levar à perda total dofermento e a interrupção da produção. Osprejuízos devidos tanto à ação direta dessasbactérias quanto para reposição dabiomassa de levedura morta podem

ultrapassar R$ 3 milhões ao longo da safraem uma destilaria de médio porte.

A Química Real fornece produtos esuporte necessários para mitigar essasperdas e aumentar o rendimento em etanol.O uso regular de Kamoran, ao menos 2 vezespor semana, controla efetivamente asbactérias, impedindo o desvio de açúcar e aprodução de ácido lático, com reflexospositivos na saúde da levedura. Isso aindaajuda a reduzir a quantidade de ácidosulfúrico, diminuindo o custo total detratamento da fermentação em mais de 30%.

Química Real31 3057.2000www.quimicareal.com.br

A Rodobin Implementos, tem 30 anosde experiência no mercado, sendo quedestes, 15 voltados para o setorsucroenergético, fabricando diversosimplementos para o setor, comotransbordo reboque, transbordo plantio,transbordo sobre chassi, e outros, bemcomo projetos personalizados para ocliente. Agora está lançando umequipamento que vem auxiliar bastante notransporte do setor, como o semirreboqueprancha carrega tudo retrátil, de dois eixos,com capacidade para 34 t. brutas, tendo a

eficiência de levar apenas 20 (vinte)minutos para carregar uma colhedora decana. Com o comprimento de 16.700 mmde comprimento e dois eixos facilita muitoas manobras operacionais.

Sempre investindo em tecnologia, aRodobin investe no desenvolvimento deseus produtos. Fale a Rodobin pelo e-mail:[email protected].

Rodobin18 3608.3400www.rodobin.com.br.

Empresa aponta forma de incrementaros ganhos na produção de etanol

Rodobin Implementos lançasemirreboque prancha

De 27 a 30 de Agosto das 13 às 20horas, acontece a maior Feira Nacional doSetor Sucroalcooleiro no Centro de EventosZanini em Sertãozinho/SP.

Considerado o principal evento do setorsucroenergético e mais uma vez a GeneralChains não poderia ficar de fora.

Com toda sua equipe comercial etécnica capacitada, a General Chains estarárecepcionando a todos os empresários dosetor, com o objetivo de gerar novasoportunidades, fidelizar e conquistar novosclientes, com uma excelente estratégia deimpulsionar as vendas, realizando grandesnegócios e trabalhando sempre na qualidadede seus produtos, como por exemplo, aconquista da ISO 9001:2008, através dosistema de certificação da ABNT –Associação Brasileiras de Normas Técnicas eassim, obtendo e mantendo a melhoriacontínua de seus processos.

A General Chains considera a feira desuma importância para divulgação eexposição de seus novos produtos esegmentos, além de fortalecer a imagem dasua marca no mercado nacional einternacional.

Com sua equipe de alto nivel técnico,faz o networking com seus clientes, novosclientes e visitantes contribuindo assim parao crescimento comercial e econômico dopaís.

A General Chains tem o prazer deconvidar a todos para prestigiarem a feira evisitar o seu stand que estará localizado noPavilhão II e desde já agradece pela atenção.

General Chains 19 3417.2800www.generalchains.com.br

AGNALDO BIZZO*

Há um fantasmachamado eletricidaderondando o Brasil.Veja o que diz AgnaldoBizzo, um dos autoresda NR10, norma queregulamenta trabalhoscom eletricidade:"Tivemos mudançassignificativas quanto àsações voltadas para aproteção dostrabalhadores,entretanto, muitoainda deve ser feito, pois, infelizmente, ocenário relativo a mortes no setor elétricobrasileiro ainda é assustador,principalmente para empresasterceirizadas."

Bizzo faz menção dos principaisfatores predominantes dos acidentes fatais,figurando entre eles: falta de qualificaçãoprofissional e a não utilização de EPI.

É pensando nisso, que a Guardian DXque é referência em EPI NR10 antichamas,tem oferecido a seus clientes inúmerasferramentas de suporte dentre elas, cursos,especializações e simulações para queforneçam condições aos colaboradores queutilizam das vestimentas Fire DX NR10

desfrutar 100% de conforto para realizaçãodas tarefas com maior desempenho eprodutividade.

A Guardian DX fez nos últimos anosgrande investimento no parque fabril, seposicionando hoje como uma das maioresfábricas de NR10 do Brasil, onde suamaior preocupação além da eficácia dosseus EPI´s, é atender seus parceiros dentrode suas necessidades, tanto nodesenvolvimento de produtos, quantoprazos e logística.

Guardian DX16 3441.0171www.guardiandx.com.br

General Chains está na Fenasucro comequipe comercial e técnica capacitada

Um fantasma chamadoeletricidade ronda o Brasil

Semirreboque prancha fabricado pela Rodobin

Marcos Broglio, Douglas

Fazanaro e Luis Carlos Broglio

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Setor de fertilizantesespeciais teve doisimportantes eventos emagosto em Ribeirão Preto

Dois grandes eventos mobilizaramtodo o setor nacional de fertilizantes nomês de agosto. Entre os dias 21 e 23,aconteceram simultaneamente o V FórumAbisolo, que teve como eixo temático aquestão da “Modernidade, Gestão eTecnologia em Nutrição Vegetal”, e a 1ªFertiShow® (Exposição Nacional eInternacional da Indústria deFertilizantes Especiais), no centro deConvenções Pereira Alvim, em RibeirãoPreto, SP.

As análises e projeções no Brasil dosetor de fertilizantes especiais, queincluem os orgânicos, organominerais,foliares, condicionadores de solo esubstratos para plantas – menos NPK,segundo a BBAgro Global, para este ano,é de faturamento de R$ 3 bilhões. Aestimativa para esse mercado, que nosúltimos três anos cresceu, em média, 15%ao ano, é dobrar até 2022, considerandoum aumento de 15% por aumento de áreade plantio, 35% por aumento de dose defertilizantes especiais, e 50% por grau deadoção desse tipo de produto, ou seja, quepassarão a ser aplicados nos cultivosagrícolas. No ano passado, a produção foi

estimada em 180 milhões de quilos, mas aperspectiva é que o segmentopraticamente dobre a quantidadecomercializada em uma década, chegandoa mais de 350 milhões de quilos.

Segundo o Presidente da Abisolo,Roberto Levrero, esses números mostrama importância dos dois eventos. Aexpectativa de participação nasconferências, de 500 inscritos para ospainéis de debates, 50% acima da ediçãoanterior, e 1.500 visitantes durante aFertiShow®, foi alcançada. O eventocontou com a participação de mais de 50empresas, que apresentaram inovaçõestecnológicas do setor nutrição vegetal. Foiorganizado pela Abisolo - AssociaçãoBrasileira das Indústrias de Tecnologiaem Nutrição Vegetal, com o apoio daAbag - Associação Brasileira doAgronegócio, da Embrapa - EmpresaBrasileira de Pesquisa Agropecuária, ediversas outras entidades do agronegócio.

Estiveram presentes empresários,distribuidores de insumos, fabricantes dematérias-primas, embalagens eequipamentos industriais, gestorespúblicos, cooperativas, consultores,companhias agrícolas, professores,pesquisadores, estudantes de ciênciasagrárias, e outros profissionaisinteressados em conhecer o setor.

Abisolo11 3259.6688 www.forumabisolo.com.br

Ribeirão Preto sedia V Fórum Abisolo e 1ª Fertishow®

Roberto Levrero, presidente da Abisolo

O V Fórum Abisolo, que trouxe comoeixo temático a questão da “Modernidade,Gestão e Tecnologia em Nutrição Vegetal,aconteceu de 21 de agosto a 23 de agosto, noCentro de Eventos Pereira Alvim, emRibeirão Preto, SP.

Após abertura, que contou com apresença da secretária de Agricultura eAbastecimento do Estado de São Paulo,Mônika Bergamaschi, do Deputado FederalPresidente da Frente Parlamentar daAgropecuária, Homero Pereira, e da PrefeitaMunicipal de Ribeirão Preto, Dárcy Vera, oevento teve seu painel introdutório com apalestra Pesquisa, Desenvolvimento eInovação na Tecnologia de Nutrição Vegetal,ministrada pelo Presidente da Embrapa,Maurício Lopes.

No período da tarde tratou-se o tema:Tendências do Mercado e Distribuição paraas Especialidades, com o engenheiro agrônomoMarcelo Prado, diretor da M. Prado Associados.Percepção da População Urbana sobre o AgronegócioBrasileiro, foi o tema discutido pela jornalista GislaineBalbinot, Assessora de Comunicação da AssociaçãoBrasileira do Agronegócio – Abag.

Encerrando as atividades do dia, a palestra:Perspectivas da Tecnologia na Agricultura Global,proferida pelo engenheiro agrônomo, Allyson Paolinelli,presidente da Abramilho e ex-ministro da Agricultura,Pecuária e Abastecimento.

No dia 22, o Fórum foi iniciado logo pela manhã como tema: Ultrapassando as Barreiras da Produtividade da

Soja e da Cana com o uso da Nutrição Vegetal, palestraministrada pelo engenheiro agrônomo, Orlando CarlosMartins, consultor e presidente do Cesb.

O efeito dos Fertilizantes Via Sementes, Toletes eSulco de Plantio no desenvolvimento das plantas foi otema debatido por Fabio Vale, da Abudai ConsultoriaAgronômica, seguido pela palestra: Nanotecnologia emFertilizantes: conceitos, aplicações e prioridades depesquisa, com o doutor Cauê Ribeiro de Oliveira, daEmbrapa Instrumentação.

A palestra: Fertilizantes Organominerais: AspectosTecnológicos e Mercadológicos, de José Carlos Polidoro,

pesquisador de fertilidade do solo etecnologias de fertilizantes da EmbrapaSolos, encerrou as atividades no período damanhã.

Após o almoço o Fórum teve retornocom a palestra: Linhas de Crédito paraInovação Tecnológica, com Luís FelipeMaciel, chefe do departamento deagronegócio e alimentos – Finep.

Nutrição Foliar: Fatos e Realidades foi otema discutido pelo professor doutor, TadeuInoue, da Universidade Estadual deMaringá.

As palestras: Eficiência agronômica deadubos organominerais, do professor GasparH. Korndörfer, da Universidade Federal deUberlândia, e Tecnologia de Aplicação deFertilizantes – Solo e Folha, com Marcelo daCosta Ferreira, da Unesp/Jaboticabal,encerraram as atividades do segundo dia.

Dois painéis concluíram o Fórum no últimodia com as palestras: A Era da Tecnologia e Gestão naAgricultura, ministrada pelo engenheiro agrônomo,Roberto Rodrigues, diretor da FGV-Agro e ex-ministro daAgricultura, Pecuária e Abastecimento. Desafios eOportunidades da Governança Corporativa, comFernando Mattar, diretor da KPMG, Biofertilizantes:Conceitos, Aplicações e Legislação, proferida peloprofessor Átila Mógor, da Universidade Federal doParaná; Compostagem - Legislação e Normas, com adoutora Kátia Beltrame, diretora de orgânicos da Abisoloe Logística Reversa em Fertilizantes: Exigências doPNRS, com João Rando, diretor do Inpev.

Fórum aborda modernidade, gestão e tecnologia em nutrição vegetal

Centro de eventos Pereira Alvim em Ribeirão Preto

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A Marc-Fil tem a imensa satisfação deapresentar ao setor sucroalcooleiro a novaversão do filtro Reverflux de terceira geração,sobretudo, para filtração de xarope flotado,caldo clarificado e produtos comconcentrações maiores de sólidos granuladose fibrosos, tais como: areia, bagacilho ecarepas em geral. Dentre as principais.Principais inovações: possibilita a limpezapor contara-fluxo de condensado, água ousoluções decapantes.

Os novos elementos filtrantes “dynaflux”são dotados de uma hélice estática queconduz o fluxo no interior de cada elemento aalta velocidade, provocando escoamentoturbulento com vórtices no interior do

cartucho resultando em filtração tangencialprolongando a colmatação dos sólidos.

Os elementos filtrantes estão confinadosem invólucros tubulares com vedações de“vitton” o que possibilita a injeção decondensado ou soluções ácidas paradesencrustar e decalcificar durante oprocesso de retro-lavagem diferenciado doReverflux, cuja limpeza utilizava o próprioproduto filtrado no contra-fluxo.

“Visite-nos na Fenasucro 2013 –Pavilhão I – ba12”, convida a empresa.

Marc-Fil18 3905.6156www.marcfil.com.br

Reverflux lança filtro de 3ª

geração nesta Fenasucro

Empresa fabrica telas para centrífugascontínuas usadas na produção de açúcar

A Stork Veco é uma das maioresfabricantes mundiais de telas de altaqualidade em níquel eletroformado, parauso em centrífugas contínuas.

Com uma equipe especializada, aempresa produz os seguintes tipos de telas:VecoStandard, VecoLife e VecoFlux. Pelaalta tecnologia aplicada em sua fabricação,possuem superfície regular, brilhante como ade um espelho, sem rebarbas ou rugosidade.O formato cônico dos furos reduz obstruçõese entupimentos. Destacam-se as seguintestelas: Tela VecoFlux e VecoLife que foramdesenvolvidas para melhorarconsideravelmente a eficiência do processo.

Possuem maior área aberta e maiorespessura o que proporciona melhor purga,resultando em ótimo processamento, comretenção de cristais de menor tamanho,assim como aumento de durabilidade.

Com a tela VecoFlux pode-se reduziros furos, para maior retenção de cristais,mantendo-se o mesmo nível deprocessamento de massa, proporcionandoum excelente retorno financeiro.

A tela VecoLife foi desenvolvida para oaumento da vida útil em relação as telasStandard.

SPG Prints/Stork Veco19 3437.1315www.spgprints.com.brFiltro para filtração de xarope flotado

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Desde 1989, a Ferrusi Fundição atuacom destaque nacional no ramo de fundidos,ferro fundido cinzento e nodular, bronze,aço carbono, aço inox, alumínio e ligasespeciais, peças de 1 kg a 5 toneladas.

Com capacidade de produção de maisde 200 toneladas ao mês, a empresa contacom fornos, estrutura física, equipamentos efuncionários capacitados para desenvolver osmais complexos e diversificados serviços;dentre eles: projetos, análises laboratoriaiscompletas, serviços de caldeiraria e usinagem,modelação, departamento de inspeção ejateamento. Todos dentro de padrões enormas exigidos pelo mercado atual.

A Ferrusi tem como principal objetivoatender bem seus clientes e o constanteaperfeiçoamento da qualidade máxima emseus produtos e serviços. Investimos pesadoem tecnologia de ponta e apresentamospadrões administrativos e comerciaismodernos e ousados, assim como a logísticade seus produtos finais.

São diversos os segmentos da indústriaque podemos atender, tais como: Açúcar eÁlcool, Agrícola, Bioenergético, Cerâmico,Cítrico, Metalurgia, Mineração, Papel eCelulose, Pavimentação e Siderurgia, queenglobam desde pequenas indústrias até asprincipais indústrias de base, fundindo efabricando produtos sob encomenda,

compatíveis com cada necessidade, além daprodução de peças acabadas de todos ostipos e formas.

Traçamos como diretriz desenvolversoluções inovadoras, através de tecnologiaavançada, fortalecer a parceria cliente-fornecedor-funcionário, que contribui para anossa manutenção do padrão de qualidade ereconhecimento de mercado, foco emsoluções viáveis aos nossos clientes, erespeito ao meio ambiente edesenvolvimento sustentável.

Ferrusi16 3946.4766www.ferrusifundicao.com.br

Em 2013 aZanardo está maisuma vez presentena Fenasucro. Aempresa traz comomaior novidade aatualização daVálvula deControle GloboSérie 900/910.Fabricada há maisde 15 anos, aválvula foiredesenhada paraa série 905/915,que traz inovaçõesem seu projeto etambém no critériode especificação,que tiveram comofoco atender aevolução dascaldeiras de alta pressão, sendo destinadaa unidades de cogeração de energiaelétrica e ao controle preciso de fluídos emsistemas automatizados de última geração.Para fabricação deste novo modelo, aZanardo investiu em recursos deengenharia de desenvolvimento eequipamentos de última geração parausinagem computadorizada, atingindo o

melhor padrão dequalidade emfabricação deválvulas decontrole.

O presidenteJoão CláudioZanardo destaca aimportância dasinovações para osucesso daempresa: “Nóstemos comomaiores atributos aqualidade e atecnologia denossos produtos.Por isso, sempreestamos nosreinventando paraatender àsnecessidades dos

clientes.”. No evento, a empresa contaainda com a exposição de outros produtosimportantes de sua ampla linha deválvulas de controle, buscando manter-seem rota contínua de crescimento.

Zanardo18 3117.1195www.zanardo.com.br

Zanardo chega a

Fenasucro com novidades

Ferrusi atua dentro de padrões enormas exigidos pelo mercado atual

Válvula de controle S905-915,

fabricada pela Zanardo

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Expositoresmovimentaram economialocal com cerca de R$ 4 milhões durante a Fenasucro 2012

Além da oportunidade de atualizaçãoprofissional e concretização de negóciospara toda a cadeia sucroenergética, aFenasucro – 21ª Feira Internacional deTecnologia Sucroenergética traz consigo ofortalecimento da região na qual se realizaanualmente, a cidade de Sertãozinho (SP).Em 2013, a Reed Multiplus, promotora doevento, deve investir pelo menos R$ 6milhões na cidade. Mas o impacto positivoda feira na cidade e sua região é aindamaior, movimentando cerca de R$ 21milhões, com 14 mil empregos diretos eindiretos gerados. Para a edição deste ano,espera-se 35 mil visitantes que entrarão emcontato com 550 expositores entrenacionais e internacionais.

De acordo com a prefeitura municipal,a cidade-sede da Fenasucro tem hoje seteusinas de álcool e açúcar, e é a 7ª melhorcidade do país de acordo com o ÍndiceFirjan de Desenvolvimento Municipal. Aprosperidade econômica que acompanha osetor sucroenergético é objeto de estudo emdiversas cidades nas quais as usinas são

instaladas. Exemplos apontados empesquisa do professor da Faculdade deEconomia e Administração da USP,Marcos Fava Neves comprovam aprosperidade de cidades que passaram areceber usinas de cana, ou greenfields. Acidade de Quirinópolis, no estado de Goiás,

teve estatísticas positivas com númeroscrescentes entre 2005 e 2011. Os empregossaltaram de 5 mil para 11 mil. Veículos, de10 mil para 23 mil, e o ICMS arrecadadotriplicou, de R$ 8 milhões para R$ 24milhões. Fatores como estes confirmam aimportância da Fenasucro para o

desenvolvimento da indústriasucroenergética no Brasil, fonte de energialimpa e segura.

Multiplus16 2132.8936www.reedmultiplus.com.br

Polo industrial, Sertãozinho cresce com cana e negócios gerados na Fenasucro

Apenas a organizadora da feira desembolsou R$ 10 milhões no comércio e serviços locais

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Fachada da Anhembi Borrachas

Equipamento OIL VAC para caminhão

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Visando atender com maiorabrangência o setor sucroenergético, desde2011, a Anhembi implantou umdepartamento exclusivo para execução deserviços, oferecendo a este importante setormais uma opção com praticidade e agilidade,uma vez que as manutenções ocorrem noperíodo de entressafra.

Os principais benefícios da manutençãoperiódica dos trocadores de calor a placas e asubstituição das gaxetas de borracha, sãorefletidos em maior vida útil do equipamento,funcionando de forma eficiente, permitindomelhor troca térmica, evitando-se vazamentose contaminação do produto.

É recomendado pelos fabricantes detrocadores de calor a placas que ao se realizara manutenção é obrigatório trocar o conjuntocompleto das vedações e também realizar alimpeza completa das placas para detectarpossíveis trincas e perfurações.

Ao não realizar estes procedimentos namanutenção preventiva, as usinas estãoarriscadas a paradas de produção nãoprogramadas.

O prejuízo gerado por um equipamentoparado fora de hora é imensurável,

provocando atrasos na produção, horasparadas irrecuperáveis, podendo até comoconsequência ocorrer o descumprimento deprazos de entregas, aumento de custos ecomprometendo toda a programação anualda usina.

Há 42 anos no mercado brasileiro, osprodutos Anhembi são fabricados deacordo com padrões mundiais dequalidade e para acompanhar a expansãodas atividades nas últimas décadas, aempresa passa necessariamente porinvestimentos permanentes emdesenvolvimento de tecnologia, inovação eprocessos produtivos mais eficientescapazes de enfrentar os desafios de umcrescimento sustentável.

Na próxima década, a produção deaçúcar e etanol brasileiro deve aumentarquase 10 milhões de toneladas. Valorize suausina e proporcione qualidade epontualidade em sua produção através denossos produtos e serviços, solicita a empresa.

Anhembi Borrachas11 2603.3040www.anhembiborrachas.com.br

Troca de conjunto das vedações éimprescindível na manutenção preventiva

Sage Oil Vac Brasil inova oconceito da troca de óleo campo

A Sage Oil Vac Brasil, presente emtodo mundo e líder no setor delubrificação móvel traz a tecnologia “OilVac” para a troca de óleo no campo commais segurança e rapidez que os comboiosconvencionais. Quantas toneladas de canadeixam de ser colhidas para a troca deóleo do cárter e filtro no campo?

A Sage Oil Vac Brasil demonstra atroca de óleo do cárter na Fenasucropara o setor sucroenergético, e provaque é possível reduzir em média 66% otempo da máquina parada durante oplantio e colheita. O maior tempo gastoé o processo de drenagem porgravidade, desde esperar o motoresfriar, proteger o local contravazamento, até o armazenamento do

óleo no tanque do comboio.No sistema Oil Vac, inicia-se o

processo assim que o comboio chegapróximo a máquina agrícola sem anecessidade de proteger o solo, nemesperar o motor esfriar. Basta conectar amangueira diretamente na parte inferiordo cárter e o óleo ainda quente étransferido por vácuo ao tanque selado,com velocidade, arrastando as impurezasdo fundo, sem contato com o operador e omeio ambiente. O diferencial doequipamento Oil Vac é poder adaptá-loem qualquer veículo.

Sage Oil Vac Brasil11 2631.6343www.sageoilvac.com.br

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