Jornalismo Esportivo Em Minas Gerais

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8/8/2019 Jornalismo Esportivo Em Minas Gerais http://slidepdf.com/reader/full/jornalismo-esportivo-em-minas-gerais 1/68 Thiago Kupidlowsky Fernandes Leão JORNALISMO ESPORTIVO EM MINAS GERAIS análise da cobertura esportiva do jornal Estado de Minas em relação a Cruzeiro e Atlético Belo Horizonte Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni-BH) 2010

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Thiago Kupidlowsky Fernandes Leão

JORNALISMO ESPORTIVO EM MINAS GERAISanálise da cobertura esportiva do jornal Estado de Minas em relação a Cruzeiro e

Atlético

Belo Horizonte

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Thiago Kupidlowsky Fernandes Leão

JORNALISMO ESPORTIVO EM MINAS GERAISanálise da cobertura esportiva do jornal Estado de Minas em relação a Cruzeiro e

Atlético

Monografia apresentada ao Centro Universitário de Belo

Horizonte como requisito parcial à obtenção do título de bacharelem Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo.Orientador: Edmundo de Novaes Gomes.

Belo Horizonte

Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni-BH)2010

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Dedico este trabalho à minha mãe, Flávia Kupidlowsky, que sempre sededicou ao máximo para que eu chegasse a este momento. Aos meusirmãos, Camila e Bruno, que se mostraram verdadeiros companheiros emtoda minha jornada. Aos amigos que estiveram ao meu lado. E, ao meu

orientador, Edmundo de Novaes, que fez esta monografia tornar-se algopossível. A esses, minha gratidão.

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"O futebol é o ópio do povo e o narcotráfico da mídia."

Millôr Fernandes

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RESUMO

Esta monografia pretende verificar se a cobertura esportiva do jornal Estado de Minas

privilegia, de alguma forma, o Cruzeiro Esporte Clube ou o Clube Atlético Mineiro. A partirde conceitos definidos por autores a da análise de publicações do jornal, tenta-se chegar a umaconclusão. Para isso, busca-se verificar empiricamente, por meio de análises quantitativas equalitativas feitas em determinadas edições deste periódico, como a mídia estabelece acobertura para as duas principais equipes de Minas Gerais. Aqui, procura-se perceber qualequipe ganha mais destaque no jornal Estado de Minas. Cruzeiro ou Atlético?

Palavras-chave: futebol – Cruzeiro – Atlético – exibição midiática

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 07

2 PONTOS IMPORTANTES DO JORNALISMO ............................................................ 092.1 Jornalismo: história, características e gêneros ................................................................... 092.2 Gêneros ............................................................................................................................ 112.3 Jornalismo esportivo no Brasil ......................................................................................... 132.4 Cobrindo o dia a dia dos Esportes .................................................................................... 16

3 A DIFÍCIL MISSÃO DE SE FAZER JORNALISMO ................................................... 183.1 Ética no Jornalismo ........................................................................................................... 183.2 A escolha dos acontecimentos ........................................................................................... 213.3 A linguagem jornalística .................................................................................................... 24

4 A PRODUÇÃO DO CONTEÚDO ESPORTIVO NO JORNAL ESTADO DEMINAS .................................................................................................................................... 28

4.1 Metodologia de pesquisa ................................................................................................... 284.1.1 Categorias de análise de conteúdo .................................................................................. 294.1.2 Categorias de análise de discurso ................................................................................... 294.2 História do jornal Estado de Minas ................................................................................... 304.3 História do Cruzeiro Esporte Clube e Clube Atlético Mineiro ......................................... 314.4 Análise das publicações selecionadas do jornal Estado de Minas..................................... 324.4.1 Estado de Minas, publicação do dia 28 de abril de 2010 ............................................... 324.4.2 Estado de Minas, publicação do dia 29 de abril de 2010 ............................................... 384.4.3 Estado de Minas, publicação do dia 30 de abril de 2010 ............................................... 444.4.4 Estado de Minas, publicação do dia 04 de maio de 2010 ............................................... 484.4.5 Estado de Minas, publicação do dia 05 de maio de 2010 ............................................... 534.5 Resultados dos materiais coletados nas edições analisadas do Estado de Minas .............. 57

5 CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 60

REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 63

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ANEXOS ................................................................................................................................ 65Anexo 1 - Exemplos de publicações do jornal Estado de Minas............................................. 65

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1 INTRODUÇÃO

De acordo o IBGE, em pesquisa realizada em 2007, Minas Gerais tem uma população de

aproximadamente 19.273.506 habitantes, sendo o segundo estado brasileiro mais populoso,ficando atrás apenas do estado de São Paulo1. No estado de Minas Gerais, existem atualmenteduas grandes equipes que disputam o principal campeonato nacional de futebol, oCampeonato Brasileiro2, Cruzeiro Esporte Clube e Clube Atlético Mineiro.

Uma pesquisa publicada pelo Datafolha Instituto de Pesquisas, em janeiro de 2008, mostraque o Cruzeiro possui a sétima maior torcida do Brasil e o Atlético a décima. Em Minas

Gerais, de acordo com a pesquisa, o Cruzeiro possui a preferência de 29% dos torcedores e oAtlético de 18%. Ainda segundo a pesquisa, a outra parte dos torcedores se identificam comoutras equipes de Minas Gerais e do resto do Brasil. Em Minas, por tanto, existemaproximadamente 6,5 milhões de cruzeirense e 5,5 milhões de atleticanos. Essa divisão detorcedores na região contribui para a rivalidade entre as equipes.

Será que o jornalismo local consegue se manter isento na cobertura esportiva, não

privilegiando o Cruzeiro ou o Atlético? Este é objetivo principal desta monografia. Analisarse o maior jornal impresso de Minas Gerais, o Estado de Minas, que possui também maiortiragem (76.000 exemplares por dia), oferece o mesmo tratamento aos dois clubes, mãobeneficiando esse ou aquele.

Eugênio Bucci (2000) afirma que nem sempre a parcialidade parte dos profissionais, mastambém das empresas de comunicação que escolhem aquilo que vai ser veiculado. O principaldever da imprensa é informar a população, de forma igual para todos os tipos de preferências.Nelson Traquina (1988) afirma que os jornalistas devem ser imparciais, neutros e buscaremsempre atender as necessidades da população. É necessário que nunca se dê mais espaço paraum fato, simplesmente por ele ser de preferência do profissional ou de uma organização.

O Estado de Minas oferece o mesmo tratamento às duas equipes? Disponibiliza o mesmoespaço nas publicações? Como é a linguagem usada nos textos, a distribuição de adjetivos?

1 De acordo com o IBGE, São Paulo possui uma população de aproximadamente 39.827.570 habitantes.2 Campeonato de maior prestígio no Brasil, organizado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). 20 timesdisputam 38 jogos entre eles. O time que somar mais pontos (vitória vale 3, empate 1 e derrota 0) ganha o títuloe os últimos quatro são rebaixados para uma divisão inferior, subindo outros quatro para a divisão principal.

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Essas, entre outras, são questões que serão abordadas ao longo desse trabalho, que pretendetambém contribuir para que futuros estudos sejam realizados sobre o assunto. Esta

monografia poderá servir de base para que interessados no tema possam dar continuidade aotrabalho aqui iniciado. Autores como Paulo Vinicius Coelho, Heródoto Barbeiro e PatríciaRangel, Mauro Wolf, Nilson Lage, Eugênio Bucci, Adriano Rodrigues Duarte e MarioErboltato, entre tantos outros, dão embasamento teórico à discussão. Esta análise apresentaráum olhar crítico à forma de fazer jornalismo esportivo em Minas Gerais.

Os dois próximos capítulos do trabalho vão abordar a parte teórica, trazendo uma reflexão

sobre conceitos importantes para a discussão em questão. Em seguida, apresenta-se ametodologia e o caminho usado para desenvolvimento da pesquisa. Esse capítulo reforça ospontos que serão analisados e desenvolve um linha de pesquisa que o trabalho segue. Tambémestá presente nesta monografia a análise feita a partir dos objetivos traçados e a conclusão queé possível chegar através de todo o trabalho.

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2 PONTOS IMPORTANTES DO JORNALISMO

2.1 Jornalismo: história, características e gêneros

Os meios de comunicação vêm sofrendo alterações com o passar do tempo. O jornalismoviveu mudanças e se adaptou às modificações tecnológicas e aos momentos vividos pelasociedade. Entender qual é o verdadeiro papel e objetivo do jornalismo e saber o que elerepresenta para os cidadãos e para sociedade de forma geral é fundamental. conhecer ahistória da técnica e como surgiu a profissão que hoje cumpre um papel importante perante oscidadãos também se faz necessário.

O jornalismo é uma forma de comunicação e seu objetivo é informar. A prática tem comometa e função principal vigiar o poder público e manter a sociedade informada sobre tudo queacontece ao seu redor. Jorge Pedro Sousa (2001) afirma, porém, que o jornalismo não temcomo única função vigiar o poder público, mas também deve ser uma comunicação útil, ouseja, informar sobre assuntos importantes, acontecimentos e questões socialmente relevantes.

Os acidentes, os casos de polícia, o desporto, a moda, o patrimônio natural e histórico, asnotícias do estrangeiro, o comportamento da bolsa, a informação de serviços, os testescomparativos para ajudar o consumidor fazer as melhores escolhas são alguns dos muitosexemplos de temáticas abordadas pela imprensa jornalística (SOUSA, 2002, p. 14).

Sempre houve a necessidade de informar. Na antiga Grécia, surgiu a historiografia deacontecimentos, que misturava uma espécie de jornalismo com histórias da época. Júlio Césarescrevia crônicas sobre as guerras e, na Roma Antiga, eram afixadas em lugares públicos atasdas sessões do Senado Romano e os procedimentos judiciais mais importantes. Porém, foientre os anos de 1430 e 1440, após a invenção da tipografia, por parte de Gutenberg, que apossibilidade de contar histórias e novidades e difundi-las para um número maior de pessoasganhou nova expressão. Com a tipografia se espalhando pela Europa, houve o aparecimentode uma grande quantidade de folhas volantes e gazetas, que eram publicadas com caráterperiódico, podendo ser consideradas os antepassados diretos dos jornais atuais.

Há uma grande discussão sobre qual foi o primeiro jornal impresso da história. AntonioColstella (1984) afirma que muitos historiadores citam o Noviny Poradné Celého Mesice Zari Léta 1597 , criado por Daniel Sedltchansky, em Praga, na República Checa. Já outros

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garantem que o impresso mais antigo é o Nieuwe Tijdinghen, criado em Antuérpia por AbraãoVerhoeven, Bélgica, em 1605.

Segundo Costella (1984), as publicações começaram a ganhar destaque, poder e visibilidadena Europa a partir dos anos 1600. Com isso, os governantes passaram a controlar taispublicações e adotar um sistema de concessões, que eram dadas apenas para pessoas deconfiança. E da Europa, rapidamente, a imprensa se alastrou para outros continentes. E nosEstados Unidos surgiram vários jornais. Também não há relatos de qual foi o primeiro jornalimpresso diário e com periodicidade certa. No entanto, a evolução técnica da indústria gráficaacontece no início do século XIX. Só com a invenção da rotativa, por Koning, em 1812, pôde-

se reproduzir em grande escala, com maior número de cópias e baixo custo.

No início do século XIX, predominava o jornalismo opinativo e ideológico, que defendiadeterminada posição política. Nessa época, tinha acesso aos jornais uma classe popularconsiderada de elite e com recursos financeiros. Segundo Sousa (2001), isso começou amudar com o aparecimento e proliferação de movimentos políticos e ideológicos, quecomeçaram a lutar pelos direitos da população mais desfavorecida.

A partir dos anos de 1930, nos Estados Unidos, começaram a aparecer jornais menosopinativos e mais factuais e noticiosos. Alguns fatores favoreceram a popularização dos jornais, são eles: alfabetização; acúmulo de pessoas nas cidades e urbanização; aumento dopoder de compra; aparecimento de empresas jornalísticas voltadas ao lucro e não a partidospolíticos; e progresso tecnológico, que permitiu aumentar as tiragens dos jornais e diminuir oscustos da produção de jornal para a população.

Nelson Traquina (1993) define bem o novo papel do jornalismo:

Numa época marcada pelo positivismo, também os jornalistas são levados ao culto dosfatos e à tarefa de reproduzir fielmente a realidade, impressionados com novos inventos,como a máquina fotográfica. A expansão da imprensa, com as suas acrescidasresponsabilidades, surge acompanhada do conceito de “Quarto Poder", em que a defesa evigilância da nova força chamada "opinião pública" é invocada como dever e atua comolegitimadora da nova força social que é a imprensa (TRAQUINA, 1993, p. 123).

O jornalismo, com o passar do tempo, também a ganhar uma linguagem mais acessível atodas as classes sociais: uma linguagem mais clara, direta e precisa. Cada jornal passou a

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adquirir linha editorial, e dividir os assuntos em editorias, não misturando mais uma coisa àoutra. Com isso, passou-se também a distinguir claramente o que era opinião do que era fato,criando-se vários gêneros jornalísticos.

2.2 Gêneros

Os principais gêneros jornalísticos, de acordo com Sousa (2001), são a notícia, a entrevista, areportagem, a crônica, o editorial e o artigo de opinião e o de análise. Sobre os gêneros jornalísticos, Sousa explica:

Os gêneros jornalísticos correspondem a determinados modelos de interpretação eapropriação da realidade através de linguagens. A linguagem verbal escrita é a maisimportante das linguagens usadas no jornalismo impresso. Mas não se pode ignorar alinguagem das imagens e a convergência estrutural de ambas as linguagens no design deimprensa (SOUSA, 2001, p. 231).

A notícia é o relato de um acontecimento recente. “Representa também informação nova,atual e de interesse geral. É o gênero básico do jornalismo” (SOUSA, 2001, p. 232). Não háuma fronteira certa sobre até quando um texto é uma notícia ou outro gênero. Na notícia, pode

haver a presença de entrevista, por exemplo, aparecendo em forma de citações.

Entrevista é a transposição de perguntas e respostas feitas durante uma conversa. Nessegênero, a pergunta é a técnica jornalística essencial e principal elemento. Segundo MárioErbolato (1991), a entrevista depende muito do entrevistador. Cada entrevistador possui umatécnica diferente e apresenta as respostas de uma maneira. Só que, na entrevista, é necessárionão haver manipulação nas respostas. De maneira alguma é aceitável acrescentar algo a maisnas falas dos entrevistados.

Reportagem é o aprofundamento de uma notícia. É o texto que dá mais detalhes sobre umacontecimento ou algo. O objetivo da reportagem é informar com profundidade eexaustividade. Sousa (2001) define reportagem:

A reportagem é um espaço apropriado para expor causas e consequências de umacontecimento, para contextualizar, interpretar e aprofundar, mas sempre num estilo vivo,que aproxime o leitor do acontecimento, que imirja o leitor na história (SOUSA, 2001, p.

259).

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Editorial é um gênero opinativo. Normalmente, é o espaço do jornal, ou da corporação, paradivulgar e publicar sua opinião. O editorial é usado para mostrar o posicionamento daempresa jornalística sobre um acontecimento factual ou de grande repercussão. Ele é sempre

de responsabilidade da organização ou de alguém de muita confiança, capaz de assinar o textoem nome da organização. Segundo Sousa (2001), o editorial é o espaço mais importante do jornal, pois é nele que o veículo vai mostrar sua linha, seu posicionamento e tudo aquilo queacredita e segue.

A crônica é um espaço no qual o autor pode usar a criatividade para escrever sobre umdeterminado assunto ou acontecimento. Trata-se do gênero jornalístico que mais se aproxima

da literatura, pois não há regras determinadas para escrevê-la. O texto pode apresentar algumaideia subjetiva, alguma opinião, e por isso sempre é assinado. Na maioria das vezes, a crônicaapresenta uma narrativa leve e faz com que o leitor sinta prazer em ler e acompanhar o texto.Esse gênero necessita muito da criatividade do escritor.

Já o artigo possui uma natureza explicativa, interpretativa e muitas vezes persuasiva. Sãotextos assumidamente subjetivos e pessoais, tanto que são sempre assinados. Quem escreve o

artigo pretende compartilhar suas ideias e interesses. Normalmente, é escrito por uma pessoacom algum reconhecimento e prestígio e acaba sendo um formador de opinião.

Os jornais foram passando por diversas transformações gráficas e se adequando ao gosto dosleitores com o passar dos tempos. Segundo Sousa (2001), para chegar até os moldes queconhecemos hoje, várias foram as formas que o jornalismo se apresentou ao público. Muitasinovações foram descartadas, por não serem aceitas pela maior parte do público, outras

rapidamente incorporadas e copiadas por diversos veículos de informação. Uma dasalterações, que rapidamente foi aceita e que até os dias de hoje é usada pelos jornais, é aseparação de editorias.

Erbolato (1991) escreve sobre as editorias:

Para cada seção do jornal há uma Editoria, com uma pessoa responsável por ela e a quemcabe orientar as matérias referentes a determinado assunto. Algumas são permanentes –entre elas, Esportes, Interior, Ecologia, Transportes, Educação, Política, Artes, Polícia,Suplementos, Minérios e Saúde -, mas pode ocorrer que, em caráter transitório, outrasEditorias surjam, enquanto um assunto for atual e importante, como: Meningite,

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Inundações, Geada, Seca, Contratos de Risco, Itaipu, Presidente da República no exteriorou reforma Constitucional (ERBOLATO. 1991, p. 227).

Atualmente, as editorias mais comuns, segundo o autor, são notícias nacionais, notíciasinternacionais, notícias locais e regionais, economia, política, saúde, polícia, esporte, ciência etecnologia, cultura (cinema, música, teatro, televisão), turismo, informática, automobilismo emoda.

Erbolato (1991) explica que a parte de polícia é publicada quase sempre junto com aseditorias de notícias regionais, nacionais e internacionais. A editoria local divulga aschamadas informações domésticas e aquelas que têm certa proximidade com o leitor. Na parte

de política, a cobertura será feita nas áreas federal, estadual e municipal. Entram, na política,matérias sobre discursos e pronunciamentos, projetos de leis, reforma constitucional etc.Todos os jornais possuem noticiário econômico, mesmo que esse seja colocado na parte denotícias nacionais ou internacionais. Em economia, tem-se informações sobre bolsas devalores, cotações de moedas, imposto de renda e matérias das mais diversas procedências,como inaugurações, ampliação ou fechamento de indústrias, racionamento de gasolina,estimativas de produção de vendas.

A divisão de editorias facilita para o leitor, pois, ao pegar o jornal, ele já sabe onde encontraro que lhe interessa. Dependendo do formato do impresso, como a maioria acaba dividindo aseditorias em cadernos ou suplementos, é possível o leitor pegar somente aquela parte que maislhe agrada e sobre a qual tem vontade de se informar. Porém, Erbolato (1991) afirma tambémque não são todos os dias que os jornais têm assuntos para determinadas editorias. Com isso,são publicados alguns cadernos especiais em determinados dias da semana. Já editorias como

economia, política, notícias nacionais, internacionais e regionais são mais comuns e quasesempre podem ser abastecidas por fatos do cotidiano.

Outra editoria que sempre apresenta fatos e acontecimentos que podem se divulgados a possuimuitos interessados, é a parte de esportes.

2.3 Jornalismo esportivo no Brasil

Paulo Vinícius Coelho (2008) explica que, assim como em qualquer área, o esporte precisade divulgação e cobertura jornalística. A partir do momento que algo é de interesse público e

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desperta grande admiração e repercussão, é necessário e, por que não dizer, conveniente, queos veículos de informação passem a destacar essa atividade. No Brasil, o interesse por cobriresporte começou no início do século XX.

Em 1910, o jornalFanfulla3 , que era voltado para italianos que moravam em São Paulo, divulgava algumas folhas com publicações esportivas. Na época, o esporte mais praticado erao remo4, o futebol ainda não tinha se popularizado, e dificilmente os jornais davam grandedestaque para as modalidades esportivas. Raramente, um veículo de informação deixava dedivulgar fatos sobre economia e política para estampar fatos esportivos.

Nos primeiros anos de cobertura esportiva era assim. Pouca gente acreditava que o futebolfosse assunto para estampar as manchetes. A rigor, imaginava-se que até mesmo o remo, oesporte mais popular do país na época, jamais estamparia as primeiras páginas dos jornais.Assunto menor. Como poderia uma vitória nas raias – ou nos campos, nos ginásios, nasquadras – valer mais do que uma decisão sobre a vida política do país? (COELHO, 2008, p.7)

O jornalismo esportivo começou a ganhar destaque com a popularização do futebol. Quando oesporte começou a ganhar força entre a população e se transformar em algo que atraíamultidões, os jornais começaram a destacar mais as atividades esportivas praticadas no país.

Nos anos de 1930, surgiu no Rio de Janeiro oJornal dos Sports5 , que foi o primeiro diárioexclusivamente esportivo do Brasil. Porém, como a maioria das pessoas que acompanhavam aprática de esportes tinha pouco poder aquisitivo e cultural, o que significava não saber ler naépoca, o jornal não conseguia manter-se financeiramente e ter uma periodicidade certa.

Mesmo ganhando espaço, o jornalismo esportivo não tinha muito um objetivo de mostrar osfatos simplesmente como eles aconteceram, como a maioria dos veículos de informação

fazem nos dias de hoje. Existia, nessa época, uma forma de escrever notícias misturadas comuma certa dose de romance: “A miopia de Nelson Rodrigues tirava-lhe a possibilidade deenxergar qualquer coisa em jogo de futebol, ainda mais em estádio grande como o Maracanã.E daí? Romance era com ele mesmo” (COELHO, 2008, p. 17). Grandes nomes, como Nelson

3 Jornal dedicado aos italianos que residem Brasil, criado em 1893. 4 O remo é um esporte aquático praticado a partir de meados do século XIX e que é integrado ao programa deJogos Olímpicos. É um esporte de velocidade, praticado em barcos estreitos e vence aquele que é o mais rápido ecruza a linha de chegada em primeiro.5 Foi um tradicional diário de notícias esportivas do Rio de Janeiro, tendo sido fundado em 13 de Março de 1931,sendo o mais antigo diário, exclusivamente esportivo, do país.

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Rodrigues e Mário Filho, escreviam nos jornais sempre dramatizando e dando um enfoquediferenciado aos fatos.

Se no início das coberturas esportivas havia mais a presença de romance, isso falta nostempos de hoje. Apesar de ser muito importante apresentar os fatos de maneira verdadeira ecomo eles realmente acontecem, é preciso também trabalhar um pouco a imaginação dos queacompanham o jornalismo esportivo. É preciso ter um espaço determinado para o fato em si eoutro local reservado para ir além do que foi a disputa esportiva, buscando trabalhar aconsciência e mexer com a paixão de quem gosta de esportes, como acontecia antigamente.

O problema de muitos acharem que o jornalismo esportivo está restrito a assuntos sobre ofutebol pelo fato deste esporte ter maior destaque nos noticiários. Muito pelo contrário, quemé escalado para trabalhar na área esportiva muitas vezes precisa cobrir diversas modalidades.Claro que muitos jornalistas se especializam em determinados esportes, o que também nãodetermina que eles trabalhem apenas com esses. Na verdade, não há a presença de um jornalista esportivo e sim de um profissional que transmite informações e os fatos de maneirageral, que segundo Coelho (2008) denomina de “especialista em generalidades”.

Porém, não é preciso ter uma paixão pelo esporte para trabalhar nessa área. É preciso ter asnoções técnicas da profissão e, assim como em qualquer ramo, se esforçar muito:

As noções técnicas da profissão dão o aval para quem quiser trabalhar em qualquer área. Épreciso mais esforço. Investir na cultura sobre o assunto, que não é fácil adquirir quantoparece. É preciso ter cuidado jornalístico redobrado. Mas os princípios da profissão valemtanto para quem tem quanto para quem não tem paixão pelo jornalismo (COELHO, 2008,p. 45).

Heródoto Barbeiro e Patrícia Rangel (2006) apresentam um ponto de vista deferenciado.Segundo eles, para se fazer um bom jornalismo esportivo, não basta conhecer o esporte, deve-se também estudar a prática. Opinar e relatar o que está acontecendo pode ser, de certa forma,fácil. Porém, para apresentar uma cobertura de qualidade, é necessário destacar algo a mais,ter uma visão diferenciada de todos os outros, pois é isso que quem compra os jornais, assistea TV ou escuta o rádio quer. Ele quer um comentário qualificado e que o jornalista não dêapenas mais um “palpite”.

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2.4 Cobrindo o dia a dia dos esportes

Quem cobre o dia a dia do esporte, principalmente o futebol, quase sempre tem um time do

coração, exceto aqueles que antes de optarem em trabalhar na parte esportiva não tinhaminteresse pelo esporte que escolheram cobrir. Em lugares nos quais a rivalidade entre clubes émaior, como em Minas Gerais e Rio Grande do Sul, fica muito difícil revelar qual é o clubedo coração, pois existe o risco do público acusar de estar fazendo comentários sem a isençãonecessária ou apenas em defesa do time que torce. Assim como o jornalista político tem suaspreferências e o direito de votar, o jornalista esportivo também pode falar do time do coraçãosem ser questionado por isso. Coelho (2008) afirma que pior é ficar como alguns jornalistas,

buscando refúgio em times de pequena expressão no cenário nacional, o que não exclui defato a verdadeira paixão por esse ou aquele clube.

Coelho (2008) afirma também que o papel do jornalista é explicar os acontecimentos e elepode perder a credibilidade se não falar aquilo que sabe desde criança, qual é o time do seucoração. Outro ponto importante é que não é necessário negar, mas também não é interessanteficar reforçando a todo momento o time pelo qual tem carinho. Porém, o autor comenta que é

importante não comprometer a isenção por causa da paixão futebolística e que manter aimparcialidade é tarefa fundamental da profissão de jornalista, principalmente nos esportes.

De acordo com Coelho (2008), ultimamente se dá muita importância em divulgar um fatoantes de outro veículo de informação, o chamado furo. Claro que é muito importante ir atrásde uma grande notíciae divulgá-la em primeira mão. Mas acontece que, com essa corrida porfuro de reportagem, as notícias estão perdendo a qualidade e muitos detalhes que poderiam ser

apurados e divulgados podem se perder. “Não vale saber quem divulgou a informação emprimeiro lugar. Vale, sim, quem deu a notícia com mais detalhes, com mais riqueza”(COELHO, 2008, p. 76). O autor menciona também que isso pode estar sendo gerado pelafalta de boas pautas nas redações.

Boas pautas são responsáveis por boas matérias. Para criar pautas interessantes, é preciso queos produtores tenham criatividade e que pensem em coisas que outros veículos de notíciasainda não tenham enxergado. Só assim é possível ter um diferencial e agradar mais asociedade que busca qualidade na informação. É possível criar pautas que misturem esportescom outras áreas, como política e economia. Os bastidores dos esportes são tão importantes

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quanto o que acontece dentro dos campos, quadras, ginásio etc. Só é necessário trabalhar maisnesse aspecto.

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3 A DIFÍCIL MISSÃO DE SE FAZER JORNALISMO

Erbolato (1991) afirma que, para fazer jornalismo, os profissionais devem se perguntar sobre

o que o leitor deseja saber. “A primeira tarefa do jornalista é saber o que deve publicar”(ERBOLATO, 1991, p 19). Essa tarefa pode parece ser fácil, porém não é. É preciso separarentre milhares de fatos e acontecimentos aqueles que vão ser apurados e publicados. E essaseleção de notícias exige que o jornalista seja imparcial, escolhendo os fatos que interessemao leitor e não apenas seu lado pessoal. Também existem vários critérios que determinam oque vai ser publicado e o que é de interesse ou não do público. Outro fator importante na horade fazer jornalismo é o cuidado com a linguagem.

3.1 Ética no Jornalismo

De acordo com Eugênio Bucci (2000), a palavra ética é derivada do gregoéthos e seusignificado refere-se a costumes. Porém, o termo é sustentado pela racionalidade, liberdade eresponsabilidade de uma pessoa cujas ações e palavra são aceitas por aqueles a sua volta, ouseja, pela sociedade. O autor ainda destaca os aspectos determinantes de uma conduta ética:

A conduta ética é fruto da decisão do agente – é por ter racionalidade e liberdade de, ou porter “o livre arbítrio”, como prega a tradição cristã, que ele é senhor de seus atos – mas essadecisão individual tem lugar na sociedade. O agente goza de autonomia e, ao mesmotempo, está atado aos valores sociais que lhe são exteriores, isto é, que representam para eleuma heteronomia. A busca do bom e do justo – que, embora sejam conceitos cujos sentidoscomportam variações entre os gregos e, assim como o conceito de virtude, unificam opensamento clássico sobre a finalidade da conduta ética – é portanto um objetivosimultaneamente individual e social. Cada um, agindo eticamente, constrói o própriocaráter em direção à virtude; no mesmo movimento, constrói o bem comum tal como ele éentendido em sua comunidade. (BUCCI, 2000, p 16)

A ética jornalística não se limita somente às ações normatizadas de repórteres e editores. Elasó tem valor se for seguida, tanto pelos empregados, quanto pelos empregadores e se essesforem vigiados pelos cidadãos. As empresas de comunicação procuram contratar profissionaisíntegros e que agem corretamente, mas nada disso tem valor se quem emprega não praticatodas as qualidades que exige. O principal dever da imprensa é fiscalizar o poder público, masisso se torna difícil quando as próprias empresas se tornam grandes impérios da mídia queprecisam de influência junto aos governantes para conseguirem mais concessões de canais emais facilidades junto aos poderes públicos.

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Observar se os jornalistas estão agindo corretamente é sempre importante. É necessáriosempre ouvir os dois lados do fato que estão cobrindo, não aceitar trocas de favores paraconseguir exclusividade e sempre tratar bem os entrevistados. Mas, apesar de tudo isso ser

importante, é muito pouco, perto do que poderia ser feito e da falta de ética de alguns quefazem a sociedade brasileira de vítima. Até existem jornalistas “que tomam parte naconfecção das imposturas, mas em geral são cometidas por empresas e não por redatores; sãofaltas institucionais e não desvios pessoais”(BUCCI, 2000, p 32).

Para Bucci (2000), os veículos de informação não deviam atuar com a simples finalidade degerar empregos, fortunas e grandes impérios, mas também por causa que os cidadãos possuem

direito à informação, o que é garantido na Declaração Universal dos Direitos do Homem de1948. Por isso, fica a dúvida em saber se essas empresas são eticamente corretas, uma vez quefazem acordos em busca de conveniências comerciais e políticas. Não que a ética sejacontrária ao mundo dos negócios, mas o próprio autor explica:

A ética na imprensa é, sim, a demarcação de limites para o pragmatismo, que, por si, nãoconhece limites. Enfrentar a discussão ética é aceitar o pressuposto de que é possível, aindaque numa perspectiva mais ou menos utópica, buscar mecanismos que protejam valorescoletivamente eleitos contra um regime do não-valor moral. (...) Não é ingenuidadepretender que as empresas de comunicação devam dar prioridade, como valor, ao direito àinformação (BUCCI, 2000, p. 34-35).

Os desvios éticos não acontecem apenas por parte das falhas dos jornalistas, que devem seranalisadas junto ao público, mas também se estendem às empresas e sociedade. Adesinformação e a qualidade ruim da informação não podem ser creditadas apenas aos mausprofissionais, mas também às atitudes de empresas que mostram total falta de compromissocom a informação e com o cidadão, que é o maior interessado na discussão sobre ética na

imprensa.

Bucci (2000) ressalta que os jornalistas não gostam muito de falar sobre ética jornalística. Nãotodos, mas a maioria. Todos são unânimes em mencionar os princípios básicos da profissão(checar informações, não julgar, direito à privacidade etc.), porém, alguns profissionais quasesempre acabam infringindo esse ou aquele princípio na competição diária pela exclusividade.A má vontade em discutir um tema como esse é manifestada nas redações na conhecida

arrogância que a imprensa apresenta. Arrogância esta que também acabou se transformando,principalmente na época de forte censura, em uma maneira de se protegerem da prepotência

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estatal e do tráfico de influências dos corruptos que sempre aparecem querendo fazer com que jornalistas não façam seu trabalho.

Segundo Bucci (2000), no jornalismo, objetividade é uma palavra que vem do objeto.Apresenta objetividade o discurso que traz características que são próprias do objeto e não dequem faz o relato. O senso comum existente no jornalismo diz que a descrição de um fatopode ser objetiva, ou seja, perfeitamente fiel ao que realmente aconteceu. De fato pode.Porém só isso não basta, sempre é necessário algo mais, uma informação que complete aquelaou que explique as razões daquilo. “A objetividade passará a depender de iniciativassubjetivas daquelas que são notícia, e estas, por sua vez, só podem ser observadas por

habilidades também subjetivas daqueles encarregados de informar o público” (BUCCI, 2000,p. 93).

O repórter ideal seria aquele que é totalmente imune às crenças, convicções e paixões, o quenão existe. Todo jornalista torce para um time de futebol, apresenta uma visão política e temsuas preferências pessoais. É necessário saber separar o lado pessoal do profissional,mantendo uma neutralidade na hora de informar. Não é um erro o jornalista levar com ele

preferências pessoais, o pecado é não revelar para todos e, até para si mesmo, essaspreferências. Erro maior é deixar de revelar informações importantes, simular neutralidade eir em busca somente dos ideais de um chefe, anulando sua visão critica, em busca de melhoressalários e cargos.

É muito importante separar o que é informação e o que é opinião, afirma Bucci (2000).Sempre é necessário separar os artigos opinativos, que são visões subjetivas, das notícias e

reportagens. O cidadão precisa saber o que é informação e o que é uma opinião. Separar aparte dos editoriais e dos artigos da parte de informações representa um pacto do veículo juntoao seu público: o de separar o que é a opinião de redatores, editores e de empresas em geral,dos fatos apresentados como realmente aconteceram, o fato em si

Houve também uma mudança no conceito de opinião pública. O que se entedia disso há doisséculos já não se faz valer nos dias de hoje:

Antes, talvez há dois séculos, era um conceito capaz de unificar os projetos democráticosem oposição ao regime absolutista. Na época, a imprensa era a voz da opinião pública; asoberania popular estava acima de tudo. Era em nome dela que as transformações urgiam.

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Atualmente, a ideia de opinião pública pendura como lembrança longínqua: foi englobadapelo mercado de consumo, e a velha sabedoria democrática, cidadã por definição, parecedar lugar a manifestações dos desejos dos consumidores (BUCCI, 2000, p, 167).

Para melhorar a imprensa, do ponto de vista ético, é necessário, acima de tudo, uma educaçãovoltada para a cidadania. É necessário, ainda nas universidades, que os jornalistas nãoaprendam apenas técnicas para a profissão, mas também valores éticos importantes. Ossindicatos dos jornalistas poderiam, em seus fóruns, acrescentar questões éticas que arealidade impõe. Também é muito importante e necessário que a sociedade esteja envolvidanas discussões sobre o assunto. “Debater abertamente as questões éticas, à luz de episódiosreais, é um serviço de utilidade pública: educa o espírito crítico dos cidadãos e ajuda a

melhorar a imprensa” (BUCCI, 2000, p. 211).

Já Cláudio Abramo (1988) acha que não existe uma ética específica para a profissão de jornalista. Segundo ele, é necessário haver ética de forma coletiva na sociedade. É impossívelum determinado grupo ter um código de ética se ele não está de acordo com a sociedade emque se está inserido e entrar em conflito com as ideias e representações da coletividade.

Bucci (2000) e Abramo (1988) possuem a mesma opinião quando afirmam que o trabalho da

ética no jornalismo não deve ser feito separadamente, e sim em conjunto com a sociedade.Um precisa auxiliar o outro. O jornalismo tem como dever vigiar o poder público e informarse os cidadãos estão agindo corretamente. Por outro lado, a população precisa estar atenta seos jornalistas trabalham de forma ética e dentro das normas determinadas pela sociedade.

3.2 A escolha dos acontecimentos

Adriano Duarte Rodrigues (1993) explica que é acontecimento tudo aquilo que foge danormalidade, que é o mais imprevisível possível e sua realização precisa ser o menosprovável. Acontecimento jornalístico é um acontecimento diferenciado e de natureza especial,diferenciando-se de inúmeros outros que seguem uma ordem na classificação deprobabilidade. Quanto menos comum, maior a chance de virar notícia e aqueles regidos porcausalidade ficam de fora da lista. É em função da previsibilidade que um fato adquirestatus diante do ponto de vista jornalístico, como explica o autor:

Quanto menos previsível for, mais possibilidades tem de se tornar notícia e de se integrarassim no discurso jornalístico. É por isso que se diz, gracejando, que um cão que morde um

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homem não é um fato jornalístico, mas se um homem morder um cão então estamos peranteum fato possível de se tornar notícia (RODRIGUES, 1993, p. 27).

Rodrigues (1993) classifica alguns registros de noticiabilidade. São eles oexcesso, a falhae ainversão. De acordo com o autor, oexcessoé de todos o mais corriqueiro. Acontece quandohá marcas excessivas do funcionamento normal dos atos de alguém, tanto se falando de umato individual, quanto coletivamente e institucionalmente. A falhaé procedente de algum tipode defeito ou do não funcionamento normal e regular de algo. Entram, nesse registro, osacidente cósmicos, naturais, automotivos e não apenas o que se refere a corpos físicos ou amaquinas, mas também os que tratam de defeitos da instituição familiar, jurídica e escolar. Já

a inversãoocorre quando há inversão dos deveres. Aqui inclui-se a história do homem quemorde o cão. Tudo isso também vale para o jornalismo esportivo, que possui uma coberturadiária.

Rodrigues (1993) analisa que o discurso do acontecimento é o que ele chama de anti-história,ou seja, é “um relato das marcas de dissolução da identidade das coisas, dos corpos, do devir”(RODRIGUES, 1993, p. 29). O autor explica que o discurso jornalístico entra,

equivocadamente, no processo de regulação e enquadramento dos fatos, ou melhor, é umamaneira de adivinhar e regular os acontecimentos que tendem a se transformar em notícias.

Segundo Rodrigues (1993), surge uma segunda categoria de acontecimento que é chamada deacontecimentos segundos ou meta-acontecimentos, que são provados pela própria existênciado discurso jornalístico. O que torna o discurso jornalístico uma fonte de acontecimentosnotáveis é o fato dele próprio ser um mecanismo de noticiabilidade. O meta-acontecimentonão é regido pelos registros de falha, excesso e inversão, e sim pelo mundo simbólico e daenunciação, é sempre em função do querer, saber e poder dizer. O meta-acontecimentoarticula-se nas instâncias enunciativas do sujeito, é a realização de técnicas discursivas.

Os meta-discursos são por isso a face perversa da informação, da transformação logotécnicada linguagem em acontecimento dissuasor da exploração do imprevisível no mundocontemporâneo. (...) Os meta-acontecimentos são, por isso, acontecimentos discursivos,atualizações de anunciados pertencentes a vários regimes enunciativos que se encadeiamentre si segundo regras de encadeamento próprias (RODRIGUES, 1993, p. 30).

Para Rodrigues (1993), os media, ao relatarem um fato, produzem ao mesmo tempo um novoacontecimento. Esse novo acontecimento não se caracteriza como uma mera locução, realiza-

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se umato ilocutório. “Osatos ilocutóriosnão estão apenas sujeitos aos valores de verdade oufalsidade, de adequação ou não adequação ao estado de coisas relatadas, estão tambémsubordinados aos valores inerentes à credibilidade e à sinceridade...” (RODRIGUES, 1993, p.

31). Portanto, alguns valores como credibilidade, sinceridade e clareza integram-se àenunciação e não se separam dela.

De acordo com Rodrigues (1993), os meta-acontecimentos abrangem também uma outragama de atos, além dosilocutórios, que são a gama dosatos perlocutórios. O autor explicaque atos perlocutóriosnão são apenas constatações, sujeitas a verificações de fatos, sãoenunciações performativas que cumprem aquilo que anunciam de fato, que produzem um

novo estado de coisas a partir do enunciado. O fato dos media usarem os discursosilocutórios e perlocutórios é mais que uma estratégia de credibilidade do que de objetividade dos fatos, ébaseado na fiabilidade do testemunho e não apenas na verificação e observação dosacontecimentos.

Segundo Mario Erbolato (1991), os critérios para definir o que vai ser noticiado variam. Osleitores querem novidades e querem saber aquilo que ainda desconhecem e que têm interesse

de saber.

O leitor quer novidades. Deseja saber o que ainda desconhece, ou que apenas sabiasuperficialmente, por haver assistido ao jornal transmitido pelo rádio ou televisão. Sefossem publicados apenas acontecimento antigos ou irreais, os jornais estriam divulgandohistória e romance e não notícias (ERBOLATO, 1991, P. 55).

Erbolato (1991) relaciona alguns critérios que, segundo ele, chegam a motivar o público. Valea pena ver alguns deles:

• Proximidade: são aqueles acontecimentos que ocorrem perto do leitor e a ele estãoligados. Podem ser na mesma cidade, no mesmo estado ou no mesmo país. Porém,precisam ter algum impacto nesse leitor. Por exemplo, se há uma interdição de rua nacidade de Belo Horizonte, que vai prejudicar o trânsito por determinado período, issovale a pena ser noticiado na cidade. Já não interessa aos moradores de São Paulo;

• Marco geográfico: é aquele que se refere à notícia e não a sua procedência. Umacordo assinado, por exemplo, na França, mas que vá beneficiar uma instituição deBelo Horizonte, com certeza vale a pena ser publicado em jornais de Minas Gerais;

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• Impacto:é um abalo moral causado por fatos chocantes. Um exemplo é a procuradorano Rio de Janeiro que é acusada de torturar uma criança de três anos, que estava sobsua guarda para adoção. Esse fato causou grande impacto nas pessoas;

• Proeminência: é o que se refere a pessoas importantes e interessam ao público;• Aventuras e conflitos: são as notícias de assassinatos, rixas, ou golpes visando o

enriquecimento ilícito;• Consequência: se uma epidemia acontece em determinado local, mas existe a chance

de chegar ao Brasil, movimentando as autoridades sanitárias e médicas, merece sernoticiada. A crise econômica que atingiu os Estados Unidos causou uma série deconsequências no Brasil e mereceu ser noticiada;

• Humor : as pessoas procuram também entretenimento e querem algo que as divirta;• Raridade: é aquilo que foge da rotina e do cotidiano;• Rivalidade: é tudo aquilo que desperta alguma disputa. Um exemplo disso é o futebol.

Os times possuem rivais, como em Minas Gerais, Cruzeiro e Atlético. Ou na política,militantes do PSDB e do PT;

• Progresso: quando oferecem melhor qualidade de vida, como construindo um metrô,áreas de lazer, entre outros;

• Sexo e idade: são aqueles crimes derivados de adultérios, casamento entre pessoascom grande diferença de idade, uma pessoa de idade avançada que consegue odiploma universitário etc.

Erbolato (1991) explica que as notícias variam no tempo, no espaço geográfico e suasescolhas também dependem dos critérios e preferências das empresas jornalísticas. Um fatoconsiderado importante e noticiado ontem não significa que o será também hoje e um

acontecimento que ganhou destaque em um lugar não significa que será noticiado em outro. Aescolha do que vai ser e como vai publicado depende também da linha editorial que cadaempresa jornalística segue.

3.3 A linguagem jornalística

Nilson Lage (2001) explica que existe um grau de parentesco entre palavras que ligam o

conceito de linguagem e língua. Linguagem é um subsistema de uso da língua, ou seja, é umconjunto de itens presentes no dicionário, um conjunto de regras de determinado idioma para

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o emprego de um sujeito que as utiliza em determinada ação. Por dois motivos, o conceito delinguagem citado não serve para a análise da linguagem jornalística. O primeiro é porque asleis principais e gerais da linguagem jornalística são comuns em todos os idiomas, pelo fato

do jornalismo ser uma prática social sem fronteiras. O segundo motivo é o fato da linguagem jornalística mobilizar vários outros símbolos além da comunicação linguística.

É necessário um conceito mais amplo, como explica o autor:

Precisamos de conceito de linguagem mais amplo, que não se refira apenas a uma língua,mas a grande variedade delas; e que se relacione com disciplina mais abrangente do que alinguística, capaz de abarcar a totalidade dos sistemas simbólicos. Esta disciplina foichamada deSemiologiapor Ferdinand de Saussure, no início do século XX (LAGE, 2001,p. 5).

A linguagem do jornal supera o idioma em que as matérias e notícias estão escritas, é precisoanalisar a estrutura do jornal como um todo. O jornal pode apresentar alguns formatos, comostandard, tablóide ou outros intermediários. Porém, o leitor está interessado é nas informaçõesque o jornal apresenta e não no papel que lhe é entregue, que mais tarde pode ter outrasutilidades.

As informações que o leitor busca são um bem simbólico que é distribuído no jornal emvários níveis: no projeto gráfico, que é uma forma de identidade do veículo e faz com que o jornal seja reconhecido pelos consumidores a partir dele; nos sistemas analógicos, que são asfotografias ilustrações, charges, entre outros, que fixam e comentam momentos; e, por último,no sistema linguístico, que são as manchetes, títulos, textos, legendas e tudo que significa ocomponente digital da comunicação. Outros fatores também influenciam na construção dessebem simbólico, como as fontes (tipo de letras) usadas, o uso de cores diferentes, fotos,ilustrações e a maneira como as matérias e notícias são apresentadas, em formato de éle (L),em forma de quadrado ou retângulo.

Para Lage (2001), existe uma condição em que a informação é um bem perecível, ou seja,tem certa durabilidade. Quando uma pessoa pega e lê um jornal inteiro, após a leitura, esse jornal perde a importância e seu sentido inicial, o de informar. A produção de um jornal(noticiários e reportagens de rádio ou TV) é alcançada quando o objetivo do trabalho setransfere da obra para o leitor, isto é, quando a informação é repassada.

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No rádio, a mensagem é emitida em palavras e existe um componente analógico importante,que é a voz, a entonação e pausa que permitem transmitir diferentes entendimentos dainformação. “Na radiofonização é possível contar a história deixando à imaginação do ouvinte

o preenchimento de enormes espaços abertos pela fragilidade semântica do idioma” (LAGE,2001, p. 22). Ainda de acordo com o autor, a comunicação radiofônica possui umacaracterística analógica importante e essa característica é subsidiária na transmissão damensagem e seu conteúdo analógico depende dos padrões de como o locutor faz aenunciação. Já na TV prevalece a imagem como principal item simbólico.

Lage (2001) verifica que a produção de textos pressupõe restrições do código linguístico. A

redução de palavras, expressões e regras operacionais facilitam o trabalho e permitem umamaior qualidade. A partir da maneira como se escreve, é possível definir gêneros literários(romances, entre outros), porém, o jornalismo não é um gênero literário e, portanto, precisadar ênfase mais ao conteúdo e ao que é informado. No jornalismo, as informações sãoproduzidas em escala industrial e para o consumo imediato. Isso faz com que as variáveislinguísticas sejam reduzidas.

O texto jornalístico procura conter informação conceitual, o que significa usos lingüísticospobres de valores referenciais, como frases feitas da linguagem cartorária. Sua descriçãonão pode se limitar ao fornecimento de fórmulas rígidas, porque elas não dão contavariedade de situações encontradas no mundo objetivo e tendem a envelhecer rapidamente(LAGE, 2001, p. 36).

Lage (2001) afirma que para definir é necessário restringir um conceito e essas restriçõesaplicadas à linguagem jornalística são relacionadas em três itens: os registros da linguagem; oprocesso de comunicação; e compromissos ideológicos.

Em relação aos registros de linguagem, que a língua nacional não é um conjunto homogêneo edentro dela existem características regionais, discursos especializados e duas formas delinguagem: a formal que é mais durável e preserva usos linguísticos do passado, sendo maisusada pelo sistema escolar; e a coloquial, que apresenta expressões faladas em conversas dodia a dia com a família, amigos e que é mais espontânea e reflete as culturas regionais ecomunitárias.

Analisando a eficiência da comunicação em usar a forma coloquial, esta seria preferível pelofato de ser mais acessível, tanto para as pessoas de menor escolaridade, quanto para os que

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estudaram e lidam com a linguagem formal. No entanto, o estilo formal acaba sendo umaimposição de ordem política e seu emprego é valorizado socialmente e todo desvio équalificado como erro. Mesmo assim, o autor analisa que muitos termos coloquiais foram

incorporados à linguagem jornalística e até mesmo expressões estrangeiras sãoaportuguesadas e utilizadas.

Quanto ao processo de comunicação, Lage (2001) destaca que a comunicação jornalística falade algo que acontece no mundo exterior ao emissor, receptor e ao processo de comunicaçãoem si. Com isso, o uso da terceira pessoa é quase obrigatório (com exceções a alguns gêneros jornalísticos). É necessário trocar expressões subjetivas e adjetivos por dados que deixem o

para o leitor ou ouvinte fazer a sua própria avaliação. É preciso também buscar enunciadosmais concretos, o que justifica o trabalho de apuração das notícias.

Sobre compromissos ideológicos, Lage (2001) analisa que tais questões ideológicas estãopresentes na linguagem jornalística. A busca de expressões límpidas, melhores que aquelasque estão associadas a uma cultura determinada, precisa considerar os mecanismos daconstrução de um texto. O deslocamento de um signo linguístico pode gerar duplo sentido. É

comum observar ambiguidades, eufemismos e metáforas de linguagem.

A língua é lugar rico de informações sobre a maneira nacional de agir: hábitos denepotismo, relações de amizade, sutis antagonismos raciais e rígida divisão de classes. Ésignificativa a extrema delicadeza com que se abordam, no Brasil, as ligações familiares,desde o respeito afetado com que se trata no diálogo a figura materna até a supressão donome do pai em muitos formulários de identificação (LAGES, 2001, p. 44).

Existem várias normas de redação para veículos impressos, como não repetir muitas vezes amesma palavra, tomar cuidado com nomes estrangeiros, não usar algarismo no começo defrases, prestar atenção no uso da vírgula, preservar fontes, entre outras. Também sãoapresentadas normas para redação em rádio e para o telejornalismo. Ao fazer um texto pararádio, é preciso que ele seja leve e não apresente risco de tropeços na leitura, escrevernúmeros e nomes de moedas por extenso, sublinhar palavras estrangeiras e incomuns.

Segundo Lage (2001), é necessário, na hora de escrever um texto jornalístico, seja ele para o jornal impresso, de rádio ou televisão, prestar atenção se esse texto não está completamentepersuasivo, comprometendo a isenção na hora de noticiar um fato.

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4 A PRODUÇÃO DO CONTEÚDO ESPORTIVO NO JORNAL ESTADO DE MINAS

Esta pesquisa tem como objetivo analisar se a cobertura esportiva do jornal Estado de Minas

privilegia, de alguma forma, o Cruzeiro Esporte Clube ou o Clube Atlético Mineiro. Osmétodos utilizados na realização da presente pesquisa serão a análise de conteúdo e a análisede discurso das matérias divulgadas sobre os dois times, durante o período de 28 a 30 de abrilde 2010 e 4 a 7 de maio de 2010. Antes da realização do procedimento, todo material foiorganizado e tratado visando facilitar a pesquisa.

4.1 Metodologia de pesquisa

Para realização do trabalho proposto, num primeiro momento, foi realizada uma pesquisabibliográfica para identificar obras que abordam e discutem temas ligados ao Jornalismo,Jornalismo Esportivo, Jornalismo Impresso e Ética na Imprensa. A partir das obrasselecionadas, foi possível conhecer, entender e aprofundar os conceitos necessários para aanálise.

Em seguida, foi realizada uma pesquisa documental. Foram utilizadas como material empíricoas notícias sobre o Cruzeiro Esporte Clube e Clube Atlético Mineiro publicadas no jornalEstado de Minas. Para análise quantitativa e qualitativa, foram coletadas edições do jornaldurante o período de 28 a 30 de abril de 2010 e 4 a 7 de maio de 2010. Durante esse período,o Cruzeiro disputou uma fase decisiva da Taça Libertadores da América e o Atlético uma fasedecisiva da Copa do Brasil. Os clubes mineiros disputaram, cada um, dois jogos consideradosde grande importância pela imprensa. Dessa forma, foi possível acompanhar a cobertura do

jornal nos momentos que antecederam os jogos e a repercussão após cada um deles, fazendouma análise da cobertura realizada pelo jornal Estado de Minas no pré-jogo, pós-jogo e no diaa dia de cada time.

A análise valorizou tanto os aspectos quantitativos quanto os aspectos qualitativos do materialcoletado. Na análise, serão considerados apenas os materiais já determinados nos objetivos (asmatérias, textos, fotos relacionadas ao Cruzeiro Esporte Clube e ao Clube Atlético Mineiroetc), dentro do recorte realizado.

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4.1.1 Categorias de análise de conteúdo

Visando a compreensão e facilitar a análise de conteúdo, as especificidades foram definidas

como categorias de análise.

1) Analise quantitativa• Pretende-se analisar a construção gráfica da seguinte maneira:

a) Qual espaço dado (em centímetros/colunas) para cada time nas edições do jornal;

b) Quantas vezes cada time é destaque na capa das edições do jornal;c) Qual o espaço (em centímetros/colunas e se possui fotografia) dado na capa

para cada time;d) Número de vezes que cada time aparece na capa do Caderno de Esportes;e) Quantas fotografias são dedicadas para cada time nas edições do jornal;f) Identificação e quantificação dos gêneros jornalísticos dedicados aos times nas

edições dos jornais;

g) Tamanho das fontes para criação dos títulos de textos.

2) Análise qualitativa• Seguindo os critérios de noticiabilidade, pretende-se analisar os seguintes aspectos:

a) Os assuntos que são noticiados em relação a cada time;b) Escolha de temas;

c) Posicionamento de veículo analisado perante os fatos.

4.1.2 Categorias de análise de discurso

Já a análise de discurso vai verificar a construção dos textos dedicados aos clubes nas ediçõesdo jornal escolhido.

1) Assim, pretende-se observar, na construção dos textos, os seguintes aspectos:a) A linguagem utilizada;b) Os termos técnicos;

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c) Adjetivos usados em relação a cada time;d) Os jargões e gírias utilizados nos textos;e) A construção de títulos.

Antes de partir para a análise, apresenta-se um breve levantamento histórico sobre o jornalEstado de Minas e sobre o Cruzeiro Esporte Clube e o Clube Atlético Mineiro.

4.2 História do jornal Estado de Minas

Fundado em 1929, o jornal Estado de Minas começou a ganhar destaque no ano seguinte,

após ser comprado por Assis Chateaubriand. O jornal faz parte do grupo Diários e EmissorasAssociados, que possui também emissoras de TV, rádio, entre outras mídias. De acordo comÂngela Carrato (2002), durante os anos de 1970 até o final da década de 1980, o Estado deMinas foi praticamente o único jornal de Minas Gerais, monopolizando de certa forma ainformação mineira.

Hoje, de acordo com o setor de circulação do jornal Estado de Minas, o impresso possui a

maior circulação no Estado, apresentando uma tiragem de 76.000 exemplares por dia. E, alémdo jornal ser distribuído em quase toda Minas Gerais, ele também alcança outros quatroestados do país, como Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Distrito Federal. O grandealcance do jornal, ultrapassando as fronteiras do Estado e a alta tiragem, o caracterizam comoo principal jornal de Minas Gerais.

O periódico faz uma cobertura diária sobre o Cruzeiro e Atlético. Todos os dias são

divulgadas notícias e matérias sobre o dia a dia das equipes que mobilizam milhões detorcedores. O Caderno de Esportes do Estado de Minas contém, na maioria das vezes (excetoem edições especiais), oito páginas e destaca os dois grandes clubes do Estado com bastanteespaço em suas páginas, devido ao grande interesse do público.

4.3 História do Cruzeiro Esporte Clube e do Clube Atlético Mineiro

Plínio Barreto (2001) afirma que o Cruzeiro Esporte Clube nasceu em 2 de janeiro de 1921.Um grupo de desportistas, da colônia italiana, da cidade de Belo Horizonte, juntou-se para

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outros. O Atlético também foi a única equipe a vencer a Seleção Brasileira de futebol, emamistoso realizado em 1969.

4.4 Análise das publicações selecionadas do jornal Estado de Minas

Este capítulo pretende analisar qualitativamente e quantitativamente as cinco publicações do jornal Estado de Minas. Os dias analisados são 28, 29 e 30 de abril de 2010 e 4 e 5 de maio de2010. Nesse período, o Cruzeiro realizou dois jogos decisivos contra o Nacional do Uruguaipelas oitavas de final Taça Libertadores da América e o Atlético também participou de dois jogos decisivos contra o Santos pelas quartas de final da Copa do Brasil.

4.4.1 Estado de Minas, publicação do dia 28 de abril de 2010

a) Capa do Jornal

Espaço para o Clube Atlético Mineiro:

O Atlético apareceu na capa do jornal Estado de Minas ocupando 8 cm / 5 col. (oitocentímetros por cinco colunas).

Foto: Uma foto do treinador Vanderlei Luxemburgo conversando com o atacante DiegoTardelli ocupando 7,5 cm / 1 col.

Espaço para o Cruzeiro Esporte Clube:

O Cruzeiro foi destaque na capa do jornal com 4 cm / 1 col.

Conteúdo voltado para ao Clube Atlético Mineiro:

- Galo pronto para encarar o peixe

O texto que aparece na capa, com 37 palavras, destaca que o time do Atlético vai ter atençãopara vencer o próximo adversário.

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Conteúdo voltado para o Cruzeiro Esporte Clube:

- Cruzeiro: motivação extra para vencer

O texto, com 12 palavras, afirma que o Cruzeiro pretende responder às críticas do adversário.

b) Super Esportes (Caderno de Esportes do Estado de Minas)

Capa do Caderno

Na capa do Caderno de Esportes, aparece o título na parte superior “Esperança em pretobranco...”, destinado ao Atlético. E na parte inferior “e azul também”, voltado para oCruzeiro.

Clube Atlético Mineiro na capa do Caderno de Esportes:

O assunto Atlético aparece na parte superior da capa do Caderno de Esportes, ocupando 38

cm / 5 col..

No texto voltado para o Atlético, destaca-se que o time está em ascensão e que os torcedoresestão em euforia com um clima de confiança.

Comentários, elogios, adjetivação etc.: “time em ascensão”.

Fotos: Aparecem quatro fotos. Duas imagens ocupam 5 cm / 2 col., uma foto ocupa 10 cm / 2col. e outra ocupando 15,5 cm / 6 col. As imagens destacam a movimentação da torcidacomprando ingressos e pessoas nas ruas e nos carros com bandeiras do clube.

Cruzeiro Esporte Clube na capa do Caderno de Esportes:

O assunto Cruzeiro apareceu na capa do Caderno ocupando 8,5 cm / 5 col.

Na parte voltada para o Cruzeiro, destaca-se que o time celeste pretende apagar a frustraçãoda eliminação de um campeonato anterior.

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Foto: Uma foto, do goleiro Fábio, com espaço de 8,5 cm / 2 col.

Página 3

Duas notícias ou reportagens:

Toda a página 3 do Caderno de Esportes (58 cm / 5 col.) do dia é voltada para notícias ereportagens sobre o Atlético.

Matéria: Haja coração

A matéria, com o título “Haja coração”, escrita por Ludymila Sá, afirma que o Atlético estápronto para aquele que pode ser o jogo mais importante do time em 2010. A matéria aindadestaca que o time alvinegro está motivado para o confronto e que possui grandes chances deganhar. O texto também informa como o time do Atlético deve jogar contra o Santos e qualesquema tático deve usar.

Trechos da matéria:

“O Atlético terá hoje um grande teste de fogo, talvez o maior do ano.”“ A palavra de ordem no alvinegro mineiro é atenção. Sobretudo defensivamente, o que nãoquer dizer que o galo irá jogar apenas no contra-ataque...”

Comentários, elogios, adjetivação etc.: “Atlético em bom momento”, “galo experiente”,“possui um time (Atlético) tranquilo”, “apoio da torcida (do Atlético) apaixonada”

Fotos: Duas fotos de jogadores do Atlético. Uma com 15 cm / 1 col. do zagueiro atleticanoWerley e outra com 23 cm / 2 col. do atacante Muriqui.

Gênero: informativo

Matéria: Dia de reencontros na Pampulha

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A notícia ou reportagem “Dia de reencontro na Pampulha”, também escrita por Ludymila Sá,fala sobre o reencontro do treinador Vanderlei Luxemburgo com seu ex-clube, o Santos. Amatéria ressalta que o treinador possui uma participação na montagem do atual time do Santos

e que conhece bem o adversário.

Gênero: informativo

Box: A chave do jogo

O box “A chave do jogo” aponta um jogador importante para o confronto. No caso, o jogador

do Atlético, Diego Tardelli, é escolhido como peça fundamental para a equipe.

Comentários, elogios, adjetivação etc.: “talentoso” - “é a arma do Atlético”.

Foto: Imagem do atacante Diego Tardelli com 13 cm / 1 col.

Gênero: opinativo

Página 5

Três reportagens ou notícias

Toda a página 5 ( 58 cm / 5 col.) do Caderno de Esportes deste dia é voltada para notícias oureportagens sobre o Cruzeiro.

Matéria: Resposta em campo

A notícia, ou reportagem, “Resposta em campo”, escrita por Antônio Melane, informa sobre apreparação do Cruzeiro para o confronto contra o Nacional do Uruguai, pela TaçaLibertadores da América. O texto aborda também as críticas feitas pelos jogadores doNacional sobre o Cruzeiro. Segundo a matéria, os jogadores cruzeirenses pretendemresponder às críticas ganhando o jogo e avançando de fase no torneio.

Trechos da matéria:

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“Havia uma desconfiança no ar e a pergunta: por que o Cruzeiro não estava tão firme como noano passado?”

“O clima esquentou com as declarações dos jogadores uruguaios, apontando falhas na equipeceleste.”

Comentários, elogios, adjetivação etc.: “poder de concentração mostrado pelo Cruzeiro”.

Fotos: Duas fotos. Uma com 9,5 cm / 1 col. E outra com 24 cm / 2 col.

Gênero: informativo

Matéria: Nacional agora prega respeito

Também escrito por Antônio Melane, o texto “Nacional agora prega respeito” fala que após otime do Nacional criticar a equipe do Cruzeiro para os veículos de informação do Uruguai,desembarcou em Minas Gerais alegando que respeita o time do Cruzeiro. O afirma que a

equipe pretende fazer um bom resultado em Belo Horizonte para decidir a vaga no Uruguai.

Gênero: informativo

Outras Páginas do Caderno de Esportes:

Duas colunas

Uma charge

- Coluna do Tostão

A coluna do Tostão no dia teve o título “Dia de ver bom futebol” e abordou o Cruzeiro e oAtlético.O espaço destinado ao Atlético na coluna é 8,5 cm/1 col.. Nessa parte, o colunista ressaltaque o Atlético possui um bom time e tem chances de vencer o Santos.

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Comentários, elogios, adjetivação etc.: “o Atlético, com um bom elenco” - “time comatacantes rápidos e habilidosos” – “tem boas chances de vencer o Santos”.

Imagem: Uma ilustração (arte), em que aparece um galo enfrentando peixe, ocupando 16 cm / 2 col.

Já o espaço destinado ao Cruzeiro é de 3,5 cm / 1 col.. Tostão fala sobre o jogo anterior doCruzeiro, em que o time foi eliminado do Campeonato Mineiro.

Gênero: Opinativo

- Coluna do Jaeci

A coluna do Jaeci comentou sobre e Atlético e teve o titulo “Grande jogo”, referindo-se aoconfronto contra o Santos.

O espaço destinado ao Atlético na coluna foi de 16 cem / 1 col., 3,5 cm / 1 col. e 5 cm / 1 col..

O autor fala sobre o confronto entre Atlético e Santos e sobre o time atleticano sob o comandodo técnico Vanderlei Luxemburgo.

Comentários, elogios, adjetivação etc.: “maestro Luxemburgo” – “time possuicomprometimento” - “time eficiente” – “ataque que agrada bastante”.

Ilustração: Caricatura (arte) dos atacantes do Atlético Diego Tardelli e Muriqui, ocupando 14

cm / 3 col.

A Coluna do Jaeci, deste dia, não fala sobre o Cruzeiro.

Gênero: Opinativo

- Charge

Nesta publicação, a Charge do AFO tem com tema o Atlético. Ocupando 7 cm / 4 col., acharge fala que o “o galo mau vai fazer mingau” com o time do Santos.

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4.4.2 Estado de Minas, publicação do dia 29 de abril de 2010

a) Capa do Jornal

Espaço para o Clube Atlético Mineiro:

O Atlético foi destaque na capa do jornal ocupando 19,5 cm / 3 col. e 15 cm / 2 col.

Foto: Aparece uma imagem de um jogador do Atlético com 15 cm / 4 col.

Espaço para o Cruzeiro Esporte Clube:

O Cruzeiro foi destaque na capa do jornal com 4,5 cm / 2 col.

Foto: Foto de um atacante do Cruzeiro com 4,5 cm / 1 col.

Conteúdo voltado para ao Clube Atlético Mineiro:

- Galo janta o Peixe

O texto, com 69 palavras, que aparece na capa, fala sobre a vitória do Atlético sobre o Santos,pela Copa do Brasil. O texto fala que o time mineiro foi superior ao paulista e que poderia terconseguindo uma diferença maior de gols.

Comentários, elogios, adjetivação etc.: “Galo foi melhor”.

Conteúdo voltado para o Cruzeiro Esporte Clube:

- Kleber volta e reforça Cruzeiro.

O texto, com 20 palavras, ressalta o retorno do atacante Kleber ao time, após se recuperar delesão.

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Adjetivação: não há.

b) Super Esportes (Caderno de Esportes do Estado de Minas)

Capa do Caderno:

Na capa do Caderno de Esportes, aparece o título na parte superior “Para Tardelli, nenhumpeixe é indigesto”, destinado ao Atlético. E na parte inferior “Hora da Verdade”, voltado parao Cruzeiro.

Clube Atlético Mineiro na capa do Caderno de Esportes:

O assunto Atlético aparece na parte superior da capa do Caderno, ocupando 30 cm / 5 col..

Na parte voltada para o Atlético, na capa do caderno, destaca-se que o time mineiro venceu oSantos por 3 a 2, com três gols do atacante Diego Tardelli. Fala também sobre a importânciado resultado, que faz com que o time jogue com vantagem no jogo de volta da quarta de final

da Copa do Brasil.

Foto: do atacante do Atlético, Diego Tardelli, com 15 cm / 5 col.

Comentários, elogios, adjetivação etc.: “Atlético em noite iluminada”.

Cruzeiro Esporte Clube na capa do Caderno de Esportes:

O assunto Cruzeiro apareceu na parte inferior da capa do Caderno de Esportes ocupando 17,5cm / 5 col..

A parte destinada ao Cruzeiro afirma que o time mineiro pretende jogar bem e conseguir umbom resultado diante do Nacional, do Uruguai, pela Taça Libertadores da América. O textoressalta também a importância do retorno do atacante Kleber, após ficar afastado do time porcausa de uma lesão.

Foto: Uma foto dos jogadores cruzeirenses treinando que ocupa 12 cm / 3 col.

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Comentários, elogios, adjetivação etc.: “time não é favorito”.

Página 3

Duas notícias ou reportagens Uma nota

Toda a página 3 (58 cem / 5 col.) é voltada para notícias e reportagens sobre o Atlético.

Matéria: Uma noite quase perfeita

A notícia “Uma noite quase perfeita”, escrita por Ludymila Sá, fala sobre a vitória do Atléticosobre Santos, conta detalhes de como foi a partida e quem se destacou no jogo que terminou 3a 2 para o time mineiro. O texto ressalta a grande partida realizada pelo atacante DiegoTardelli, que marcou os três gols. A matéria também ressalta que, apesar da derrota, oresultado para o Santos não foi ruim, já que marcou dois gols jogando como visitante. No

caso, gols marcados como visitante são critério de desempate da Copa do Brasil.

Trechos da matéria:

“A festa estava anunciada. A massa apaixonada vestiu ontem à noite o Mineirão de preto ebranco e foi premiada.”“Mas o alvinegro mineiro contou com noite inspirada do artilheiro Diego Tardelli, autor de

três gols, que permitem o Atlético empatar na quarta-feira, na Vila Belmiro, para ir àssemifinais.”

Comentários, elogios, adjetivação etc.: “Massa apaixonada... foi premiada pelo time” – “ver ogalo ser superior” – “Galo com futebol bonito e encantador” – “galo jogou como nunca natemporada” – “time apresentou determinação”.

Fotos: Três fotos. Uma do momento do gol do Atlético, com 19 cm / 4 col. e duas fotos datorcida do Atlético com 6,3 cm / 2 col.

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Trechos da matéria:

“As equipes (Cruzeiro e Nacional) já se enfrentaram 13 vezes e a Raposa tem boa vantagem,

com sete vitórias, dois empates e quatro derrotas, 25 gols marcados e 19 contra.”

“A história (do confronto) começou há quase 43 anos.”

Fotos: Duas fotos. Uma que mostra o atacante do Cruzeiro Kleber ocupando 15,5 cm / 5 col.e outra dos jogadores cruzeirenses treinando como tamanho de 10 cm / 2 col.

Gênero: Informativo

Matéria: Uruguaios invictos e animados

A notícia “Uruguaios invictos e animados”, também escrita por Antônio Melane, fala que oadversário do Cruzeiro está animado com o jogo e confiante que terá um bom resultado.

Gênero: Informativo

Box: A chave do jogo

O quadro “A chave do jogo” aponta um jogador importante para o confronto. No caso, o jogador do Cruzeiro, Gilberto, é escolhido como peça fundamental para a equipe.

Comentários, elogios, adjetivação etc.: “jogador experiente” – “tem tranquilidade equalidade”.

Gênero: opinativo

Outras páginas

Uma coluna Uma charge

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- Coluna do Jaeci

A coluna do Jaeci abordou o Cruzeiro e Atlético e teve o título “Por uma noite azul”,

referindo-se ao confronto da equipe cruzeirense contra o Nacional, do Uruguai.

O espaço destinado ao Cruzeiro foi de 14 cm / 1 col., 3 cm / 1 col. 3 cm / 1 col. O texto falasobre o confronto entre Cruzeiro e Nacional e sobre a grande chance da equipe cruzeirensefazer uma boa partida.

Comentários, elogios, adjetivação etc.: “a instabilidade tem sido marca do time” – “alguns

jogadores estão rendendo abaixo do esperado” – “time qualificado no papel”.

Ilustração: Imagem de uma raposa (mascote do Cruzeiro) segurando uma bandeira, notamanho de 12 cm / 2 col.

A parte que fala sobre o Atlético, na Coluna do Jaeci, possui 15 cm / 1 col. Fala sobre o jogodo dia anterior, entre a equipe mineira e o Santos. Afirma que foi um grande jogo e ressalta a

importância do treinador Luxemburgo e do atacante Diego Tardelli.

Comentários, elogios, adjetivação etc.: “Galo superior” – “a torcida pode se orgulhar doesquema tático da equipe” – “torcedores viram time comprometido”.

Gênero: Opinativo

- Charge

Nesta publicação, a Charge do Afo, que ocupa 7 cm / 4 col., tem como tema o Cruzeiro. Acharge fala que o Cruzeiro terá um jogo duro e que não pode brincar. Em seguida, fala quepor isso seria melhor o Cruzeiro jogar desfalcado do “Professor Pardal”, em referência aotreinador do time.

4.4.3 Estado de Minas, publicação do dia 30 de abril de 2010

a) Capa do Jornal

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Espaço para o Cruzeiro Esporte Clube:

O assunto Cruzeiro apareceu na capa do jornal Estado de Minas ocupando 6 cm / 3 col. e 3cm / 2 col.

Foto: Uma foto do atacante do Cruzeiro, Thiago Ribeiro, ocupando 6 cm / 4 col.

Espaço para o Clube Atlético Mineiro:

O assunto Atlético não aparece na capa do jornal neste dia.

Conteúdo da capa voltado para o Cruzeiro Esporte Clube:

- Thiago Ribeiro, El matador.

O texto que aparece na capa, com 67 palavras, destaca a vitória do Cruzeiro sobre o Nacional

do Uruguai, pela Taça Libertadores, e ressalta a grande partida do atacante Thiago Ribeiro,autor de três gols.

b) Super Esportes (Caderno de Esportes do Estado de Minas)

Capa do Caderno

Na capa do Caderno de Esportes, aparece o título na parte superior “Thiago Ribeiro embala osonho estrelado”, destinado ao Cruzeiro. E, na parte inferior, “Momento mágico”, voltadopara o Atlético.

Cruzeiro Esporte Clube na capa do Caderno de Esportes:

O assunto Cruzeiro aparece na parte superior da capa do caderno, ocupando 36 cm / 5 col.. Otexto que aparece na capa do Caderno de Esportes ressalta a vitória do Cruzeiro contra oNacional do Uruguai, por 3 a 1, e a boa atuação do atacante Thiago Ribeiro, autor de três gols.Fala um pouco também sobre como foi o jogo entre ambas as equipes.

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Comentários, elogios, adjetivação etc.: “o Cruzeiro ficou um pouco desnorteado”.

Foto: Uma foto do atacante Thiago Ribeiro comemorando gol, ocupando 17 cm / 5 col.

Clube Atlético Mineiro na capa do Caderno de Esportes:

O assunto Atlético apareceu na capa do Caderno em 11,5 cm / 5 col. O texto que aparece nacapa fala que a torcida do Atlético tem bons motivos para se animar com o momento vividopela equipe.

Comentários, elogios, adjetivação etc.: “time em momento mágico’.

Foto: Foto de jogadores do Atlético se abraçando, ocupando 11,5 cm / 3 col..

Página 3

Duas notícias ou reportagens. Uma nota.

Toda a página 3 (58 cem / 5 col.) é voltada para notícias e reportagens sobre o Cruzeiro.

- Absoluto no Mineirão

A reportagem “Absoluto no Mineirão”, escrita por Eugênio Moreira, fala sobre a vitória doCruzeiro por 3 a 1 contra o Nacional do Uruguai. Ressalta também a boa partida realizadapelo atacante Thiago Ribeiro, que marcou os três gols cruzeirenses. O texto narra os detalhesda partida, lances perigosos, importantes e, em geral, fala sobre como foi a partida da equipeceleste.

Trechos da matéria:

“O Cruzeiro mostrou que quando encara com seriedade uma partida tem condições de fazerapresentação e sair de campo com uma vitória.”.

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“O domínio continuou com a equipe mineira que não dava qualquer brecha para a reação dosuruguaios”.

Comentários, elogios, adjetivação etc.: “Cruzeiro mostrou seriedade” – “faltou capricho” –“mostrou lances pouco produtivos”.

Fotos: Duas fotos. Uma do jogo com 13,5 cm / 4 col. e outra do treinador Adilson Batista,ocupando 8,5 cm / 1 col.

Gênero: Informativo

Matéria: Gol fora do script

A notícia “Gol fora do script”, escrita por Eugênio Moreira, fala que apesar da vitória, os jogadores cruzeirenses não saíram totalmente satisfeitos por causa do gol tomado. Osentrevistados lamentaram terem vacilado e deixado a equipe uruguaia marcar, já que o golfora de casa conta como critério de desempate na Libertadores.

Gênero: Informativo

- Atuações

Nesta parte, os jogadores recebem notas sobre seu desempenho na partida.

Trecho:

“Gil (nota 5) jogou com seriedade e iniciou a jogada do terceiro gol”.

Gênero: Opinativo

Página 5

Uma notícia ou reportagem

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40 cm / 5 col. da página 5 é voltada para notícias sobre o Atlético.

Matéria: Faro de goleador

A notícia “Faro de goleador”, escrita por Paulo Galvão, fala sobre a boa fase vivida peloatacante do Atlético Diego Tardelli, que começou a temporada em baixa, mas que parece estardando a volta por cima e voltando a ser fundamental como no ano anterior. A matéria falatambém sobre os objetivos do atleta e Atlético para o ano de 2010.

Trechos da matéria:

“Tanto na fase decisiva do estadual, como no nacional, o atacante Diego Tardelli tem semostrado decisivo.”“Diego Tardelli espera aproveitar a boa fase para atingir um objetivo traçado desde o anopassado: conquistar o primeiro título com a camisa do Atlético.”

Comentários, elogios, adjetivação etc.: “o time tem mostrado seu valor” – “os números do

atlético foram turbinados” – “a boa fase é consequência”.

Fotos: Uma foto do atacante Diego Tardelli com 35 cm / 2 col.

Gênero: Informativo

Outras páginas

Uma coluna Uma charge

- Coluna Tiro Livre

A Coluna Tiro Livre, escrita por Kelen Cristina, abordou o Atlético e Cruzeiro e teve o titulo“O dono da bola”, referindo-se ao atacante Diego Tardelli, autor de três gols contra o Santos,pela Copa do Brasil.

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O espaço destinado ao Atlético foi de 20 cm / 2 col.. O texto fala sobre a partida entre Atléticoe Santos, ocorrida dois dias antes, e sobre o bom desempenho do atacante Diego Tardelli,afirmando que ele é um dos melhores artilheiros que atuam no Brasil no momento.

Comentários, elogios, adjetivação etc.: “a bola da vez da imprensa nacional” – “conquistou ocoração da massa” – “Atlético ofuscou o adversário”.

Ilustração: uma ilustração do atacante do Atlético Diego Tardeli, ocupando 15 cm / 2 col.

A parte que fala sobre o Cruzeiro na Coluna Tiro Livre possui 18,5 cm / 1 col. O texto fala

sobre o jogo do dia anterior, entre a equipe celeste e o Nacional do Uruguai. Afirma tambémque o Cruzeiro precisou de um tempo para liquidar a partida, mas ressalta o jogo ruimpraticado no segundo tempo. Segundo a colunista, o Cruzeiro poderia ter saído com umavitória melhor.

Foto: uma foto da torcida com 8,5 cm / 1 col.

Gênero: Opinativo

- Charge

A Charge do Afo, que ocupa 7 cm / 4 col., teve como tema a vitória do Atlético sobre oSantos e deixou a entender que o Atlético ofuscou totalmente o adversário.

4.4.4 Estado de Minas, publicação do dia 4 de maio de 2010

a) Capa do Jornal

Espaço para o Clube Atlético Mineiro:

O Atlético apareceu na capa do jornal Estado de Minas ocupando 3,5 cm / 1,5 col..

Espaço para o Cruzeiro Esporte Clube:

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O Cruzeiro teve destaque na capa do jornal Estado de Minas ocupando 3,5 cm / 1,5 col.

Conteúdo voltado para o Clube Atlético Mineiro:

- Marques quer esticar seu tempo no Galo.

O texto que aparece na capa, com 24 palavras, afirma que o atacante do Atlético, Marques,que renovar com o time e adiar a aposentadoria.

Conteúdo voltado para o Cruzeiro Esporte Clube:

- Cruzeiro parte para a batalha no Uruguai.

O texto, com 21 palavras, afirma que o Cruzeiro, contra o Nacional, deve repetir a mesmaescalação da última partida pela Libertadores.

b) Super Esportes (Caderno de Esportes do Estado de Minas)

Capa do Caderno

A capa do Caderno toda destinada ao Atlético. O título na capa é “Veterano com sonhos degaroto”.

Clube Atlético Mineiro na capa do Caderno de Esportes:

O assunto Atlético ocupa toda a capa do Caderno de Esportes, aparecendo em 49 cm / 5 col.O espaço é dedicado a uma matéria, escrita por Paulo Galvão, que fala sobre o atacanteMarques, que é ídolo da torcida e que pretende adiar a aposentadoria, inicialmente marcadapara julho de 2010, e renovar até dezembro, do mesmo ano, para a disputa do CampeonatoBrasileiro.

Trechos da matéria:

“Para o xodó (Marques) dos atleticanos...”

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“Desde já, Marques se mostra otimista...”

Comentários, elogios, adjetivação etc.: ”torcida apaixonada” – “time otimista” – “elenco

qualificado”.

Fotos: aparecem três fotos. Uma 38 cm / 3 col., outra com 10 cm / 3 col. e a terceira com 8cm / 3 col. Todas as fotos são do atacante Marques.

Gênero: Informativo.

Cruzeiro Esporte Clube na capa do Caderno de Esportes:

Não aparece o assunto Cruzeiro na capa do Caderno de Esportes.

Página 3

Duas notícias ou reportagem

O Cruzeiro aparece na página cinco, ocupando grande parte da página (38 cm / 4 col.).

Matéria: Vale a pena ver de novo

O texto “vale a pena ver de novo”, escrito por Antônio Melane, fala da preparação do timepara enfrentar o Nacional do Uruguai, pelo segundo jogo das quartas de final da Taça

Libertadores. A matéria ressalta que é um momento decisivo para o Cruzeiro e que o timeprecisará ter calma para jogar e aguentar a pressão adversária. A matéria fala também sobre oembarque do time par o Uruguai.Trechos da matéria:

“Em alguns momentos o treinador poderia ter repetido a equipe em duas ou mais partidas,mas preferiu poupar alguns jogadores...”“Os jogadores estão desde ontem em Montevidéu. Hoje os jogadores farão um treino, à tarde,no local da partida.”

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Comentários, elogios, adjetivação etc.: “time privilegiado” – “falta ritmo de jogo”.

Fotos: duas imagens. As duas dos jogadores do Cruzeiro no aeroporto e com 11 cm / 3 col.

Gênero: Informativo

Matéria: Pressão contra e a favor

A matéria, também escrita por Antônio Melane, fala sobre o local do jogo entre Cruzeiro eNacional do Uruguai. O texto ressalta que todos os ingressos para a partida foram vendidos e

que o time mineiro deve encontrar grande pressão da torcida. Porém, essa pressão podetambém se transformar em aliado do time do Cruzeiro, já que como o Nacional precisaganhar, e não conseguindo marcar essa torcida pode começar a ficar impaciente com o própriotime.

Gênero: Informativo

Outras páginas

Participação de leitores Charge

Coluna: Tribuna do Torcedor

A “Tribuna do Torcedor” oferece o mesmo espaço para cada time (21 cm / 2 col.). Nesseespaço, são publicadas seis mensagens de torcedores, sendo três sobre o Atlético e três emrelação ao Cruzeiro.

As três mensagens destinadas ao time do Atlético elogiam o atual elenco, o treinador, atorcida e a direção.

Alguns trechos das mensagens:

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“Luxemburgo realmente mudou a cara do time e passou uma confiança enorme à torcidaalvinegra.”“Podem chiar, mas a torcida atleticana é diferente, muito mais vibrante e sabe comemorar por

mais tempo.”“Parabéns, Vanderlei Luxemburgo, a todos jogadores do galo, à torcida (do Atlético)fantástica.”

Já as três mensagens destinadas ao time do Cruzeiro criticam a equipe, o treinador AdilsonBatista e o atacante Kleber.

Alguns trecos das mensagens:

“Mas o papel que o atacante fez seria de Kleber, o medalhão azul. Por onde anda esse jogador?”“Quanto à Libertadores, o futuro parece alvissareiro, tanto diante das limitadas forças...”“Sou da época em que jogadores como Fernandinho, Thiago Heleno e Gil não vestiriam acamisa celeste...”

Gênero: Opinativo

- Charge

A Charge do AFO, que ocupa 7 cm / 4 col., tem como tema o Atlético. Segundo a charge, oAtlético “vai fazer uma pescaria”, referindo-se a uma vitória do time sobre o Santos, que

possui um peixe como mascote.

4.4.5 Estado de Minas, publicação do dia 6 de maio de 2010

a) Capa do Jornal

Espaço para o Cruzeiro Esporte Clube:

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O Cruzeiro apareceu na capa do jornal Estado de Minas ocupando 13,5 cm / 1 col. e 18,5 cm / 4 col.

Foto: uma foto do atacante cruzeirense Thiago Ribeiro com 18,5 cm / 3 col.

Espaço para o Clube Atlético Mineiro:

O Atlético teve destaque na capa do jornal Estado de Minas com 5 cm / 1 col.

Conteúdo voltado para Cruzeiro Esporte Clube:

- Tudo Azul na Libertadores

O texto que aparece na capa, com 33 palavras, ressalta a boa partida e vitória do Cruzeirosobre o Nacional do Uruguai.

Conteúdo voltado para o Clube Atlético Mineiro:

- Galo luta, mas Peixe faz a festa na Vila: 3 a 1

Aparece apenas a chamada para a matéria.

b) Super Esportes (Caderno de Esportes do Estado de Minas)

Capa do Caderno de Esportes:

Na capa do Caderno de Esportes, aparece o título na parte superior “Sem Perdão”, destinadoao Cruzeiro. E na parte inferior “Saída honrosa”, voltado para o Atlético. Ambos os títulosaparecem com o mesmo tamanho, ocupando 5 cm / 5 col.

Cruzeiro Esporte Clube na capa do Caderno de Esportes:

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Trechos da matéria:

“O time celeste simplesmente não tomou conhecimento do violento adversário.”

“As razões para a goleada ficaram bem claras. Ela foi aplicada pelo único time que sepreocupou em jogar bola.”

Comentários, elogios, adjetivação etc.: “time entrosado” – “categórico” - “Cruzeiro, com umaequipe experiente”.

Fotos: uma foto, em que aparecem os jogadores do Cruzeiro comemorando um gol, ocupou

18 cm / 4 col.

Gênero: Informativo

Box: Atuações

Nesta parte, os jogadores recebem notas sobre seu desempenho na partida. Trecho: “Thiago

Ribeiro (nota 8) outro que jogou muito. Contido às vezes com violência. Vive grande fase.”

Gênero: Opinativo

Página 6

Uma notícia ou reportagens

Uma nota

37 cm / 5 col. foi o espaço destinado ao Atlético na página 5 do Caderno de Esportes.

Matéria: Meninos param o Galo

A reportagem “Meninos param o Galo”, que não é assinada, fala sobre o confronto entreAtlético e Santos, pelo segundo jogo das quartas de final da Copa do Brasil. O texto fala que o jogo foi bastante disputado e que, apesar da derrota, o time do Atlético poderia ter saído

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A parte que fala sobre o Atlético na Coluna do Jaeci possui 4 cm / 1 col. O autor fala sobre o jogo do dia anterior, entre a equipe mineira e o Santos. Fala que o Santos foi superior, mas

que o time mineiro poderia ter saído vitorioso.

Trecho:

“Resta aos torcedores do Galo a certeza de que, com Luxemburgo no comando, algo de bompoderá vir nas próxima competições”.

Comentários, elogios, adjetivação etc.: “time mostrou muita coisa de bom”.

Gênero: Opinativo

4.5 Resultados dos materiais coletados nas edições analisadas do Estado de Minas:

- Capa do Jornal

Presença do Atlético na capa: 4 Imagens sobre Atlético na capa: 2 Presença do Cruzeiro na capa: 5 Imagens sobre Cruzeiro na capa: 2

Ocupação na capa do Estado de Minas Dia Atlético Cruzeiro

28/04/2010 8 cm / 5 col. 4 cm / 1 col.29/04/2010 15 cm / 3 col. - 15 cm / 2 col. 4,5 cm / 2 col.30/04/2010 - 6 cm / 3 col. - 3 cm / 2 col.04/05/2010 3,5 cm / 1,5 col. 3,5 cm / 1,5 col.05/05/2010 5 cm / 1 col. 13,5 cm / 1 col. - 18,5 cm / 4 col.

- Atlético no Caderno de Esportes Presença na capa do Caderno de Esportes: 5

Gênero jornalístico QuantidadeNotícias ou reportagens 9

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Colunas 5Notas 2

Charges 3

Imagens: 18

- Cruzeiro no Caderno de Esporte Presença na capa do Caderno de Esportes: 4

Gênero jornalístico QuantidadeNotícias ou reportagens 8

Colunas 4Notas 2

Charges 1

Imagens: 12

- Comparação Atlético X Cruzeiro

Elogios em notícias ou reportagensAtlético Cruzeiro

37 21Elogios na Coluna do JaeciAtlético Cruzeiro

12 11

Elogios na Coluna do TostãoAtlético Cruzeiro

4 5

Charges apoiandoAtlético Cruzeiro

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3 0Charges criticando

Atlético Cruzeiro0 1Leitores comentando

Atlético Cruzeiro3 3Leitores criticando

Atlético Cruzeiro0 3

Leitores elogiandoAtlético Cruzeiro

3 0

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5 CONCLUSÃO

A cobertura esportiva do jornal Estado de Minas, nas edições analisadas, privilegia o Clube

Atlético Mineiro, em relação ao seu maior rival em Minas Gerias, o Cruzeiro Esporte Clube.Porém, isso não acontece de forma explicita e clara, podendo ser facilmente percebido porqualquer leitor. Só através de uma análise , percebendo detalhes, torna-se possível chegar aessa conclusão.

Analisando cinco edições selecionadas do periódico foi possível verificar que o Atléticoganhou mais destaque na capa do jornal, teve mais fotografias e imagens publicadas, foi mais

elogiado, mesmo com o momento de ambos times sendo parecido, e teve mais destaque emcolunas, charges e capas do Caderno de Esporte.

Das cinco edições do jornal analisadas, o Atlético ganhou maior destaque em três capas,enquanto que o Cruzeiro em apenas uma e dividiu o mesmo espaço de outra. Como apontou aanálise, as maiores fotografias na primeira página da publicação também estiveramrelacionadas a temas atleticanos. Na capa do Caderno de Esportes, o Cruzeiro teve mais

espaço em apenas uma edição, contra quatro do Atlético.

No dia 28 de abril, a capa do Caderno Super Esportes foi 70% ocupada pelo destaquealvinegro, enquanto que 30% foi celeste. Nessa mesma capa, foram publicadas quatro fotos demaiores proporções de atleticanos e apenas uma destinada aos cruzeirenses. No dia 4 de maio,uma matéria sobre o Atlético saiu na capa do Caderno de Esportes. Nesse dia, a primeirapágina do caderno foi exclusivamente atleticana.

O Atlético foi assunto em cinco colunas, enquanto que o Cruzeiro em quatro. E das quatrocolunas em que os dois times apareceram, o alvinegro de Minas Gerais teve mais espaço emtrês. Ao todo, nas colunas, 20 (vinte) elogios foram direcionados ao Atlético, enquanto queapenas 11 (onze) para o Cruzeiro.

Contando em reportagens ou notícias, o Atlético recebeu 37 elogios e o Cruzeiro 21. E esseselogios em textos considerados não opinativos e sim informativos. Isso, em gêneros queautores, como Paulo Vinicius Coelho (2008) e Heródoto Barbeiro e Patrícia Rangel (2006),afirmam ser fundamental manter a imparcialidade. Das cinco publicações, quatro haviam

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charges. O Atlético foi tema de três, sendo elogiado em todas. O Cruzeiro foi o assunto deuma charge, em que o treinador do time é criticado.

Outros detalhes também apontam para certo favorecimento ao time do Atlético. Forampublicadas 18 fotografias para ilustrar matérias sobre o time alvinegro e 11 para caracterizarreportagens que tratavam da equipe celeste. Como consta na análise, quase todas asfotografias voltadas ao Atlético eram maiores do que as voltadas para o Cruzeiro. Forampublicadas nove reportagens sobre o Atlético, enquanto que oito envolvendo o Cruzeiro.

No dia 4 de maio, dia anterior à jogos decisivos para Cruzeiro e Atlético, ambos com

vantagens nos confrontos, foi publicado um quadro denominado “Tribuna do Torcedor”.Nesse espaço, são publicadas mensagens dos torcedores dos dois times. Ao todo ouve seismensagens, três para cada time. As três mensagens envolvendo o Atlético eram elogios e ostrês recados direcionados ao Cruzeiro eram críticas.

Foi possível observar que o jornal usa uma linguagem simples, como orienta Lage (2001).Porém, há a presença de termos e jargões que apenas quem está inserido no mundo do futebol

consegue entender. Termos como “carimbou a trave”, “deve utilizar o esquema 4-4-2”,“vamos responder em campo”, “a massa apaixonada”, entre outros, puderam ser encontradosao longo dos textos publicados pelo jornal.

Também foi possível verificar que o critério de noticiabilidade, assim definido por MarioErbolato (1991), mais utilizado na cobertura esportiva do Estado de Minas é o deproximidade, pois o jornal privilegia e dá mais destaque para jogos que acontecem em Belo

Horizonte. Mas também é possível verificar a proeminência, tal como ocorre no dia 4 demaio, sobre o atacante Marques, eexcesso, como na noticia do dia 28 de abril, que fala sobreos jogadores do Nacional do Uruguai que criticaram a equipe Cruzeirense, atitude essaconsiderada antiética. Porém, o critério de noticiabilidade denominado rivalidade queenvolveria Cruzeiro e Atlético, foi ignorado pelo jornal, uma vez que não são distribuídosespaços iguais para os dois times.

Por essas questões citadas é possível afirmar, com essa monografia, que o Jornal Estado deMinas, que possui a maior circulação no Estado, não se manteve imparcial em relação àcobertura dos dois maiores times de Minas Gerais, Cruzeiro Esporte Clube e Clube Atlético

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Mineiro, durante o período analisado. Eugênio Bucci (2000) afirma que a ética na imprensatem que partir, antes de mais nada, dos veículos de informação. Para ele, o erro mais gravenão é do jornalista que redige a matéria, mas sim de quem publica. Os cruzeirenses e

atleticanos, que juntos somam mais de 13 milhões de torcedores, merecem uma coberturaigual, que não privilegie essa ou aquela equipe.

Uma possível solução para nenhum time ser favorecido pela cobertura poderia ser o jornaldisponibilizar o mesmo espaço para cada time. Tanto na capa do jornal, quanto em outraspáginas. A quantidade de imagens publicadas para os dois clubes também poderia se igual e otamanho o mesmo. E como afirma autores citados anteriormente, deveria evitar-se fazer

julgamentos em matérias informativas, deixando-as apenas naquelas opinativas, que sãoassinadas. Ou, se for o caso, o jornal informar aos leitores que sua linha editorial opta porfavorecer uma equipe ou outra.

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ANEXOS

Anexo 1 Exemplos de publicações do jornal Estado de Minas

Capa do Estado de Minas, do dia 28 de abril de 2010.

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Coluna do Jaeci, do dia 28 de Abril de 2010.

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Charge do AFO, publicada no dia 04 de maio de 2010.

Charge do AFO, publicada no dia 29 de abril de 2010.