Jose j. veiga

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José Jacintho Pereira Veiga, nasceu em Corumbá de

Goiás, em 1915. Em 1945 Trabalhou como jornalista na BBC de

Londres. Entrou para a literatura em idade mais ou menos madura

(aos 45 anos). Seu primeiro livro, Os cavalinhos de platiplanto

(1959). Livro ganhador do prêmio Fábio Prado.

A consagração e o reconhecimento do público vieram

com A hora dos ruminantes (1966) e Sombras de reis barbudos

(1972), duas alegorias que enfocam o tema da repressão político-

social, lançadas na época da ditadura.

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Foi também tradutor e redator da Reader's

Digest e coordenou o Departamento Editorial da

Fundação Getúlio Vargas.

Veiga recria em sua narrativa ficcional de lugares

onde viveu; tendo estudado humanidades no Liceu de

Goiás.

Também ganhador , pelo conjunto de sua obra, da

versão 1997 do prêmio Machado de Assis, outorgado pela

academia brasileira de letras.

Veiga teve seus livros publicado nos Estados

Unidos, México, Noruega, Dinamarca, Espanha, Suécia, Port

ugal, Inglaterra. Veio a falecer no ano 1999 no Rio de

janeiro, Devido a um câncer de pâncreas e por motivos de

complicações advindas de uma anemia.

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Os Cavalinhos de Platiplanto (1959);

A Hora dos Ruminantes (1966);

A Máquina Extraviada (1967);

Sombras de Reis Barbudos (1972);

Os Pecados da Tribo (1976);

O Professor Burim e as Quatro

Calamidades (1978);

De Jogos e Festas (1980);

Aquele Mundo de Vasabarros (1982);

Torvelinho Dia e Noite (1985);

A Casca da Serpente (1989);

Os melhores contos de J. J.

Veiga (1989);

O Risonho Cavalo do Príncipe (1993);

O Relógio Belizário (1995);

Tajá e Sua Gente (1997);

Objetos Turbulentos (1997).

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Sobre José J. Veiga, Alfredo Bosi, um crítico, assinala que o autor

“(...) encrava situações de estranheza em um contexto familiar, que evoca

discretamente costumes e cenas regionais”

Identificam-se dois “rótulos” que condicionaram, de certa

forma, a recepção da obra de José J. Veiga: primeiro, o conceito

então vigente de literatura juvenil, no qual a predominância do

olhar de um narrador infantil definiria a idade de seu leitor.

O segundo rótulo seria o de filiar-se a uma

literatura brasileira regional, continuadora, em parte, das

propostas da ficção da década de 30, num filão consagrado

e conservador, no que se refere aos padrões de uma

estética Realista-Naturalista.

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Na literatura escrita por José J. Veiga, pode-se identificar, com

recorrência, a representação de um espaço na sua dimensão física e histórica.

No entanto, apesar desse reconhecimento sugerido por marcas identitárias (a

paisagem do interior do Brasil ou do interior goiano, por exemplo), ocorre, no

desenvolvimento fabular, o predomínio de uma suspensão de vínculos entre

causa/efeito, instaurando uma constelação de acontecimentos perturbadores.

A máquina extraviada , abreviada ME, 1968), ou ainda uma cidade do

interior povoada por habitantes perplexos com a chegada de uma máquina

instalada numa praça pública e para a qual convergem todas as honras, sem

que ninguém saiba a sua utilidade ou por quem ela foi enviada .

A invasão de animais – bois e cães –, culturalmente considerados

domesticados e controlados pelos homens, em A hora dos

ruminantes (HR, 1966), provoca um clima de terror e desnorteamento dos

sentidos, num episódio em que a hiperbólica presença quase asfixia os

habitantes de uma cidade chamada Manarairema.

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Os livros, anteriormente citados, compõem o “ciclo sombrio” da produção

literária veiguiana, e contrastam com o clima de otimismo – a ordem do

progresso – e relativa liberdade política vividos no período juscelinista. Tal

período irá marcar a história do país pela incrementação das fábricas de

automóveis, pela construção de estradas rodoviárias, assim como pelo

abandono das linhas férreas e pela abertura ao capital estrangeiro que levará

à falência pequenas e médias empresas nacionais, enquanto as

multinacionais se agigantam, assim como os bois e cães que invadem todo e

qualquer espaço em A hora dos ruminantes.

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No conto “Era só brincadeira” (CP), os impedimentos para

o ato de ver, e também para o de julgar estão presentes na história

de um pacato escrivão, chamado Valtrudes, que gostava, nas horas

vagas, de uma pescaria, até o dia em

que, surpreendentemente, pesca um “cano de garrucha” (CP, p.

37).

O desfecho desse conto é um dos mais cruéis de toda a

produção literária mencionada neste artigo. A morte do

escrivão avulta exemplar, numa sociedade aterrorizada pelo

espetáculo da morte. Em sua exemplaridade, a punição e a

morte do escrivão singularizam o destino daqueles que

ousassem escrever tanto a história quanto a ficção. A ordem

do progresso, por sua vez, até os dias de hoje, forja

consumidores e não cidadãos com enfoque predominante na

indústria de entretenimento, o que inclui a indústria do

turismo que transforma regiões em paisagens imóveis.

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Na literatura, a imobilidade daquele que lê é apenas

aparente e desafia horizontes de expectativas que se

restringem aos catálogos do mercado: nem literatura

juvenil, nem literatura fantástica. A literatura traz notícias de

nós mesmos ao recriar o absurdo na existência.

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A obra "A Maquina extraviada" de José J. Veiga, que apresenta se

como um conto, com argumentos bem utilizados pelo autor que se torna

capaz de propor um clima incomum ao envolver o leitor durante sua

leitura. A historia que se passa em uma pequena cidade, um lugar

sem espetáculos e atrações. Tudo isso muda com a chegada de alguns

estranhos objeto, deixado mais movimentado da cidade provocando

uma grande bagunça na cidade. As pessoas que montavam esses

objetos eram estranhas, rudes e caladas. A cada minuto, esses objetos

adquiria a forma de uma maquina com grandes dimensões e que

deixaram os moradores indignados. As autoridades locais diziam não ter

vinculo nenhum com a tal maquina.

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Ao passar dos dias a maquina se torna ponto de

encontros e eventos das pessoas que habitavam aquela cidade.

Alguns até achavam que ela atribuiria milagres, a que cabe

exagero.

O único receio do narrador é temer que algum dia o dono

venha em busca de sua maquina e acabe tirando-a do

povo,levando toda a magia criada a população. " (...) Se meta por

baixo da maquina e desande a apertar, martelar, engatar, e a

maquina comece a trabalhar. Se isso acontecer, estará quebrando

o encanto e não existirá mais máquina.

TEMPO: Cronológico.CONTEXTO: uma estranha maquina chega a pacata cidade e é posicionada no largo da cidade tornando-se seu marco turístico, provocando o questionamento e algazarra em toda a população.ESPAÇO: Pacata cidadeNARRADOR: Toda historia é narrada em primeira pessoa, mostrando um nível de detalhamento presente em menor grau.LINGUAGEM: Culta simples, pois José J. Veiga era um homem simples.PERSONAGENS: Não especificado. Mas tem o ressalto, o vigário, o próprio narrador e o velho Adudes, além do prefeito. Eles não tem participação ativa, porém ajuda na compreensão do conto.