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JOSÉLI DO NASCIMENTO PINTO O PERFIL DO PADRÃO DE SONO DOS POLICIAIS MILITARES CANOAS, 2015

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JOSÉLI DO NASCIMENTO PINTO

O PERFIL DO PADRÃO DE SONO DOS POLICIAIS MILITARES

CANOAS, 2015

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JOSÉLI DO NASCIMENTO PINTO

O PERFIL DO PADRÃO DE SONO DOS POLICIAIS MILITARES

Dissertação apresentada como requisito parcial

para obtenção da titulação de grau de Mestre

de Pós-Graduação do Mestrado Profissional

em Saúde e Desenvolvimento Humano do

Centro Universitário La Salle.

Orientador: Dr. Alexandre Ramos Lazzarotto

Co-Orientador: Dr. Rafael Zanin

CANOAS, 2015

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

P659p Pinto, Joséli do Nascimento.

O perfil do padrão do sono dos policiais militares [manuscrito] / Joséli do

Nascimento Pinto. – 2015.

73 f. ; 30 cm.

Dissertação (mestrado em Saúde e Desenvolvimento Humano) – Centro

Universitário La Salle, Canoas, 2015.

“Orientação: Prof. Dr. Alexandre Ramos Lazzarotto”.

“Coorientação: Prof. Dr. Rafael Fernandes Zanin”.

Sono. 2. Distúrbio do sono. 3. Qualidade de vida. 4. Policial militar. I.

Lazzarotto, Alexandre Ramos. II. Zanin, Rafael Fernandes. III. Título.

CDU: 616.8-009.836

Bibliotecário responsável: Melissa Rodrigues Martins - CRB 10/1380

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JOSÉLI DO NASCIMENTO PINTO

O PERFIL DO PADRÃO DE SONO DOS POLICIAIS MILITARES

Dissertação de mestrado apresentada à Banca Examinadora do Programa de Pós-Graduação

em Saúde e Desenvolvimento Humano do Centro Universitário La Salle – Unilasalle, como

exigência para a obtenção do título de Mestra em Saúde e Desenvolvimento Humano.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________

Prof. Dr. Alexandre Ramos Lazzarotto

Orientador - UNILASALLE

______________________________________________

Profª. Drª. Andressa de Souza

UNILASALLE

______________________________________________

Profª. Drª. Lidiane Felipin

UNILASALLE

_____________________________________________

Profª. Drª. Dolores Sanches Wünchs

UFRGS

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, fundamentalmente, a Deus, pelas oportunidades oferecidas e por me guiar e

iluminar nos momentos em que mais precisei.

Ao professor orientador Dr. Alexandre Ramos Lazzarotto, pela ajuda, paciência e

disponibilidade.

Aos meus pais e irmão, por sempre me lembrarem de onde vim e quem sou.

Ao Dr. Christiano Perin, pela amizade e por ter aceitado ser o colaborador na pesquisa,

pela paciência, disponibilidade, atenção e pelos ensinamentos. Muito obrigado por me guiar

neste momento. Sua orientação foi essencial para que este trabalho pudesse ser realizado.

As amigas Nídea Rita Michels Dick e Celita Fraporti, pela mão sempre estendida,

ajuda nas coletas de dados, compreensão, empatia, pelo ombro amigo, companheirismo nas

horas boas e ruins nesta caminhada de dois anos.

Ao Comandante do 1º BOE, que permitiu a pesquisa com o Grupo do GATE.

Ao Grupo do GATE, que, apesar de muito trabalho e correria, aceitaram participar da

pesquisa, pela disponibilidade, paciência, parceria, receptividade durante a coleta de dados.

Ao Solano Cesar Gheno, pelo companheirismo, compreensão, dicas durante o

trabalho, paciência, empatia, disponibilidade e amor.

A todos os meus professores e colegas, por terem se tornado grandes amigos, fizeram

com que eu continuasse nesse caminho e chegasse até onde cheguei.

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“Não há saber mais, ou saber menos.

Há saberes diferentes”.

Paulo Freire

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RESUMO

Os policiais militares estão expostos a uma diversidade de situações em que sua integridade mental,

física e social está em risco. A profissão Policial Militar está entre as mais estressantes, devido à

própria característica do trabalho policial e por seguir uma hierarquia e disciplina. O sono e suas

fases ainda é um dos grandes mistérios da neurociência moderna, pois é um estado comportamental

complexo. As pessoas que não tem um sono de qualidade com o passar dos anos, podem apresentar

alguns distúrbios do sono, estudos mostram que aquelas que trabalham em turnos alternados são

mais propensas a desencadear algum problema pela alteração do ciclo circadiano e homeostático.

Dentre os distúrbios do sono estão: insônia, apneia obstrutiva, ronco, bruxismo, sonolência

excessiva diurna entre outros. Portanto, este estudo teve o objetivo de identificar o perfil do padrão

do sono dos policiais militares, de Porto Alegre, RS. Esta pesquisa foi realizada com policiais

militares do Primeiro Batalhão de Operações Especiais (1º BOE) do GATE. Trata-se de uma

pesquisa com delineamento transversal. A população foi de 22 policiais militares. O projeto de

pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro

Universitário La Salle, Canoas, RS, após foi submetido à avaliação e aprovação do Comandante do

1º BOE. O tratamento estatístico foi desenvolvido por procedimentos descritivos (medidas de

tendência central e dispersão) e o teste não-paramétrico correlação de Spearman. Os dados foram

digitados em planilha do Excel e posteriormente importados ao Programa SPSS (Statistical Package

for the Social Sciences) Versão 20, p≤0,05. A população pesquisada foi constituída por 22 policiais

militares GATE, todos do sexo masculino, com uma mediana 34,6 (26-46) anos. Os participantes

foram major, capitão e tenente sargento e soldados. Tempo de serviço na BM possuem uma

mediana de 9 anos. Trabalham 40h/semanal na BM, este grupo tem escalas de 8h, 12/36h e 24/72h e

04 PMs fazem trabalho extra-oficial de 8h e 12h. Constata-se que 8 PMs tiveram boa qualidade e

quantidade de sono que equivale uma pontuação de (0-4) pontos e 14 PMs obtiveram uma

qualidade e quantidade ruim de sono pontuado na escala de Pittsburg de (5-10) pontos. Através do

exame de Polissonografia constatou-se que 06 PMs têm critérios diagnósticos para apneia do sono,

ou seja, um IAH>5,0 eventos/hora, resultando em uma prevalência de 27,3%. Ao analisar os

resultados do IAH e Escala de Epworth, constata-se que os PMs que foram diagnosticados com

apneia obstrutiva apresentam maior sonolência diurna, prejudicando seu desempenho.

Considerando variáveis antropométricas, o IMC dos indivíduos analisados neste estudo, foi possível

verificar que 2 (9,1%) sujeitos estavam sobrepeso, 9 (40,9%) com elevada prevalência de pré-

obesidade, e 1 (4,5%) obesidade Tipo Grau I. Nas variáveis hemodinâmicas e duplo produto,

pressão arterial de repouso 12 (54,54%), PMs apresentaram níveis pressóricos elevados. No duplo

produto 20 (90%) do grupo investigado mostraram alteração nos valores mensurados, assim

acarretando sobrecarga do miocárdio. Constatou-se que 10 (45,45%) PMs tiveram Acidente de

serviço. Dentre os policiais que apresentaram algum acidente de trabalho em serviço houve uma

maior prevalência de sonolência diurna, de má qualidade do sono e de apneia do sono (p<0,05) em

relação ao grupo de policiais que não relataram acidentes de trabalho. Há uma correlação negativa e

significativa entre a Escala de sonolência de Epworth e o Domínio meio ambiente da escala de

qualidade de vida, ou seja, quanto maior a pontuação na escala de Epworth (mais sonolência),

menor a pontuação na escala de qualidade de vida (pior qualidade de vida). Da mesma forma,

observou-se uma correlação inversamente significativa entre a escala de qualidade de sono de

Pittsburgh e três domínios da escala de qualidade de vida, ou seja, quanto maior a pontuação na

escala de Pittsburgh (pior qualidade de sono), menor a pontuação nas escalas de qualidade de vida

(pior qualidade de vida). Conclui-se, que o padrão do perfil do sono dos policiais militares de um

modo geral é ruim.

Descritores: Sono; Apneia do sono tipo obstrutiva; Polissonografia.

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ABSTRACT

The military police are exposed to a variety of situations in which your mental, physical and

social integrity is at risk. The military police profession is among the most stressful due to the

characteristic of police work and to follow a hierarchy and discipline. Sleep and its phases is

still one of the great mysteries of modern neuroscience, it is a complex behavioral state.

People who do not have a sleep quality over the years, may have some sleep disorders, studies

show that those who work in rotating shifts are more likely to trigger a problem by altering

the circadian and homeostatic cycle. Among the sleep disorders are: insomnia, obstructive

apnea, snoring, bruxism, excessive daytime sleepiness among others. Therefore, this study

aims to identify the sleep pattern profile of the military police in Porto Alegre-RS. This

research was conducted with military police of the First Special Operations Battalion (1ºBOE)

GATE. This is a survey of cross-sectional design. The group consisted of 22 military police.

The research project was approved by the Research Ethics Committee (CEP) of the University

La Salle Center – Canoas, RS after was submitted to and approved by the Commander of 1º

BOE. O statistical treatment was developed by descriptive procedures (measures central

tendency and dispersion) and the non-parametric Spearman correlation test. The data were

entered into Excel spreadsheet and then imported to SPSS (Statistical Package for Social

Sciences). Version 20, p≤0,05. The researched consisted of 22 GATE military police, all male,

with a median 34.6 ± 6.1 (26-46) years. Participants were: major, captain and sergeant and

lieutenant soldiers. Service in the BM have a median nine years. They work 40 hours/week in

BM, this group has scales from 8 am, 12/36h and 24/72h and 04 PMs are unofficial working

8am and 12h.Constata up to 8 PMs had good quality and quantity of sleep that equals one

score (0-4) and 14 PMs points obtained a poor quality and quantity of sleep scoring scale at

Pittsburg (5-10) points. Through the polysomnography, it was found that 06 diagnostic criteria

for PMs have apnea sleep, that is an AHI>5.0 events/hour, resulting in a prevalence of 27.3%

.At analyze the results of AHI and Epworth scale, it appears that the MPs who have been

diagnosed with obstructive sleep apnea have a higher sleepiness daytime, thus impairing their

performance. Considering anthropometric variables, BMI of individuals analyzed in this

study, we found that 2 (9.1%) subjects were overweight, 9 (40.9%) with a high prevalence of

pre-obesity, and 1 (4.5%) obesity Type Grade I. In hemodynamic variables and double

product, resting blood pressure 12 (54.54%), PMs had high blood pressure. Double product

20 (90.90%) of the investigated group showed changes in the measured values, thus causing

overload. Notes up myocardium 10 (45.45%) had PMs service accident. Among the officers

who had some work accident in service found a higher prevalence of daytime sleepiness, poor

quality of sleep and sleep apnea (p <0.05) compared to the group of police who did not report

workplace accidents . There is a negative correlation between the Epworth Sleepiness Scale

and the Domain environment of quality of life scale, the higher the score on the Epworth scale

(more drowsiness), the lower the score on the scale of quality of life (worse quality of life).

Similarly, there was a significant inverse correlation between the Pittsburgh Sleep Quality

scale and three areas of the quality of life scale, the higher the score on the scale of Pittsburgh

(poorer quality of sleep), the lower scores on quality of life scales (worse quality of life).

Keywords: Sleep; Obstructive sleep apnea; Polysomnography.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Domínios e facetas do WHOQOL-bref ................................................................... 27

Quadro 2: Parâmetros, variáveis, instrumentos/técnicas e locais de realização. ...................... 29

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Aparelho Apneia Link Plus utilizado nas coletas de dados dos Policiais Militares .. 34

Figura 2: Doenças associadas com os distúrbios do sono ........................................................ 47

Figura 3: Funções fisiológicas e problemas associados com os distúrbios do sono ................ 47

Figura 3: Problemas relacionados aos distúrbios do sono ........................................................ 48

Figura 4: Referenciais ............................................................................................................... 48

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Perfil profissional dos participantes (n=22) .............................................................. 35

Tabela 2: Associação entre qualidade e quantidade de sono e qualidade de Vida (n=22) ........ 36

Tabela 3: Índice de Apneia-Hipopneia (IAH) medido pelo exame de Polissonografia

(n=22) ....................................................................................................................... 38

Tabela 4: Correlação entre a Escala de Epworth e IAH (n=22) ............................................... 39

Tabela 5: Distúrbios do sono .................................................................................................... 41

Tabela 6: Variáveis antropométricas e hemodinâmicas (n=22) ................................................ 42

Tabela 7: Prevalência de acidentes de trabalho e a presença de sonolência diurna, apneia

do sono, má qualidade de sono e trabalho extraoficial ............................................. 43

Tabela 8: Correlações entre a Sonolência Diurna, Qualidade do Sono e Qualidade de

Vida (n=22) ............................................................................................................... 45

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

1º BOE - Primeiro Batalhão de Operações Especiais

BM - Brigada Militar-RS

CC - Circunferência da Cintura

CCEV - Circunferência Cervical

CQ - Circunferência do Quadril

DM - Diabete Mellitus.

DP - Duplo Produto

EMG - Eletromiograma

EOG - Eletro-oculograma

FC - Frequência cardíaca.

FSR - Formação Sanitária Regimental.

GATE - Grupo de Ações Táticas Especiais

HAS - Hipertensão Arterial Sistêmica.

IMC - Índice de Massa Corporal.

NREM - Movimento não-rápido dos olhos

OMS - Organização Mundial da Saúde.

PA - Pressão arterial.

PAD - Pressão Arterial Diastólica.

PAS - Pressão Arterial Sistólica.

PM - Policial Militar

PMs - Policiais Militares

PSQI - Pittsburgh Sleep Quality Index

QV - Qualidade de Vida

REM - Movimento rápido dos olhos

SAHOS - Síndrome da Apneia-Hipopneia Obstrutiva

SDE - Sonolência Diurna Excessiva

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TSH - Tireotropina

WHOQOL - World Health Organization Quality of Life Instrument

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 13

2 OBJETIVOS .................................................................................................................. 16

2.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 16

2.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 16

3 REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................................... 17

3.1 Contexto profissional do GATE ...................................................................................... 17

3.2 Sono ................................................................................................................................ 17

3.3 Ritmo circadiano e regulação do sono ............................................................................ 18

3.4 Funções fisiológicas e sono ............................................................................................. 19

3.5 Apneia obstrutiva do sono ............................................................................................... 20

3.6 Ronco .............................................................................................................................. 21

3.7 Sonolência diurna excessiva ........................................................................................... 21

3.8 Bruxismo ......................................................................................................................... 23

3.9 Trabalho em turnos rotativos........................................................................................... 24

3.10 Qualidade de vida ............................................................................................................. 25

4 MÉTODO ....................................................................................................................... 28

4.1 Tipo de estudo ................................................................................................................. 28

4.2 Campo de estudo ............................................................................................................. 28

4.3 População ........................................................................................................................ 28

4.4 Coleta de dados ............................................................................................................... 28

4.4.1 Etapa 1: Convite e Assinatura do TCLE .......................................................................... 29

4.4.2 Etapa 2: Entrevista Estruturada, Escalas de Epworth, Pittsburg e Whoqol-Bref ............ 30

4.4.3 Etapa 3: Exame de Polissonografia Portátil .................................................................... 32

4.5 Análise dos dados ............................................................................................................ 34

4.6 Aspectos éticos ................................................................................................................ 34

5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................ 35

5.1 Apresentação dos resultados e Discussão ....................................................................... 35

5.2 Principais contribuições científicas e produto social ...................................................... 46

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 49

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 51

APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .......................................... 61

APÊNDICE B - Roteiro da Entrevista Estruturada ........................................................... 63

ANEXO A -Índice de Qualidade de Sono Pittsburgh Versão em Português do Brasil

(PSQI-BR) ............................................................................................................................... 65

ANEXO B - Escala de Sonolência de Epworth Versão em Português do Brasil (ESS-BR) ...... 69

ANEXO C - Escala de Qualidade de Vida WHOQOL-BREF Versão em Português ....... 70

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1 INTRODUÇÃO

Segundo Antonelli (2004), o sono é um estado comportamental reversível de

desligamento da percepção e de relativa irresponsividade ao ambiente. De acordo com a

American Academy of Sleep Medicine Task Force (AASMTF, 1999), durante o sono é

possível detectar alguns distúrbios como a apneia obstrutiva do sono, que está associada com

hipertensão, doença cardiovascular, comprometimento cognitivo e o aumento do risco de

acidentes de automóvel.

O sono é um estado comportamental complexo e um dos grandes mistérios da neurociência

moderna (CARSKADON, 2005). O sono humano é dividido em sono REM, que é formado

pelos estágios 1, 2, 3 e 4, e em sono Movimento não-rápido dos olhos (NREM), de acordo

com os padrões observados durante o registro do eletro encefalograma (EEG), do eletro-

oculograma (EOG) e do eletromiograma (EMG) da região submentoniana (SILVA, 1996). O

sono é regulado primariamente por dois processos. O processo circadiano envolve um relógio

interno de aproximadamente 24 horas, que está localizado no núcleo supraquiasmático do

hipotálamo e tem como função regular o tempo de sono e consolidar o ciclo sono-vigília. A

luz, a atividade física e a melatonina produzida pela glândula pineal são os principais agentes

sincronizadores deste marcapasso circadiano (LU; ZEE, 2006). O ritmo circadiano e o

controle homeostático são os maiores determinantes do ciclo sono-vigília. Importantes

funções fisiológicas estão relacionadas ao sono. A secreção do hormônio do crescimento e da

prolactina é marcadamente aumentada durante o sono, enquanto a liberação do cortisol e da

tireotropina (TSH) está inibida (OREM, 2005). Dessa forma, despertares interrompendo o

sono inibe a secreção noturna do hormônio do crescimento e da prolactina e estão associados

com concentrações aumentadas de cortisol e TSH (PACK, 1997). As relações entre sono e

homeostasia termorreguladora têm importantes implicações numa série de problemas clínicos,

desde a síndrome da morte súbita aos transtornos do sono relacionados com o ritmo

circadiano (OREM, 2005).

A insônia é um fator de risco para depressão e hipertensão e deficiências causando a

diminuição da produtividade e o absentismo (BUYSSE, 2008; GANGWISCH et al., 2010).

Esses problemas são exacerbados em trabalhadores por turnos, com alteração dos ritmos

circadianos (LU; ZEE, 2006). Os Policiais Militares (PMs) que trabalham, frequentemente em

turnos alternados e longas semanas de trabalho, em outras ocupações estão associados com o

aumento do risco de erros, ferimentos não intencionais e falhas no dirigir veículos

motorizados (INSTITUTE OF MEDICINE OF THE NATIONAL ACADEMIES, 2006;

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CZEISLER, 2009). De acordo com dados de estatísticas mais recentes há um número maior

de policiais que são mortos por eventos adversos e indesejados do que durante o combate dos

crimes (VILA, 2006). Há hipóteses de que a fadiga provavelmente devido à duração,

qualidade reduzida de sono e perturbações do sono não tratadas pode desempenhar um papel

importante na polícia, lesões não intencionais, acidentes de trabalho e fatalidades (DRAKE,

2004; CZEISLER, 2009).

De acordo com a American Academy of Sleep Medicine (AASM, 2005), a Síndrome de

Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) incluem os transtornos nos quais há obstrução da via

aérea durante o sono, resultando em aumento do esforço respiratório e ventilação inadequada.

Devido às diferenças no diagnóstico e tratamento, eles são divididos em forma adulta e

pediátrica. Os sinais e sintomas mais comuns da Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono são

ronco e Sonolência Diurna Excessiva (SDE), podendo ser observadas pausas respiratórias

durante o sono (DRAZEN, 2002). A SDE pode ocasionar significativas alterações cognitivas,

ou seja, dificuldade de fixar e manter a atenção, perda de memória, diminuição da capacidade

de planejamento estratégico, prejuízo motor leve (coordenação motora fina), dificuldade de

controlar impulsos e raciocínio obnubilado (AASMTF, 1999). Essas alterações, além de

causar aumento no risco de acidentes de trabalho e automobilísticos, também resultam em

prejuízos no desempenho dos estudos, no trabalho, nas relações familiares e sociais dos

pacientes com SAOS (CANANI et al., 2005; YOO et al., 2007).

Os pacientes com SAOS têm risco aumentado de hipertensão arterial sistêmica diurna,

arritmias cardíacas noturnas, hipertensão arterial pulmonar, insuficiência ventricular direita e

esquerda, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, possivelmente, de morte

súbita durante o sono (ROUX, 2000). O ronco é o som produzido pela vibração de estruturas

da via aérea superior. Qualquer parte membranosa da via aérea superior, como o palato mole,

a úvula e as paredes faringeanas podem vibrar. O ronco é um som geralmente inspiratório,

mas pode também estar presente na expiração. Ocorre em todos os estágios do sono, embora

possa ser mais comum nos estágios 2, 3 e 4 do sono NREM (SCHWAB, 2003; OREM, 2005).

A Sonolência Diurna Excessiva (SDE), ou hipersonia, é definida como uma propensão

aumentada ao sono com uma compulsão subjetiva para dormir, que é resistente às variações

do dia-a-dia e do ritmo circadiano (YAFFE et al., 2011). Ela acomete 0,5-14% da população

(CANANI; MENNA BARRETO, 2001), tendo como consequências importantes para o

indivíduo o prejuízo no desempenho das suas atividades profissionais, nas relações familiares

e sociais, além de alteração no seu desempenho cognitivo, que determina um risco aumentado

para acidentes, tanto de trabalho quanto de trânsito (AASMTK, 1999). No Brasil há uma

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carência de estudos com Policiais Militares, sobre as escalas de turnos alternados, o padrão do

sono desses profissionais, os quais são responsáveis pela segurança da população com

atribuições diversificadas.

Assim, o tema fica delimitado pela: avaliação do perfil do padrão do sono nos

Policiais Militares da Brigada Militar, RS, contudo, na temática proposta, optou-se pela

pesquisa transversal.

A contextualização da pesquisa refere-se ao ambiente e o local de trabalho que são

muito importantes para o desenvolvimento adequado das atividades e para que as funções

sejam realizadas de forma eficiente e eficaz, principalmente para os Policiais Militares os

quais têm a função de assegurarem a ordem e segurança dos cidadãos. Essas atividades e

funções estão relacionadas a inúmeros fatores, incluindo questões da ordem física, cognitiva,

psíquica, pessoal, biológica, ambiental, familiar, social, autoestima, financeira, funcional,

padrão do sono, restrição de sono, trabalhos em turnos alternados.

A relevância da pesquisa consiste na carência de estudos sobre o perfil do padrão do

sono dos Policiais Militares, pois durante a busca nas bases de dados SciELO, PudMed,

Bireme, LILACS, e Free Medical Journals constatou-se que há uma carência de estudos com

essa população no Brasil.

A importância desta pesquisa para os profissionais da saúde refere-se ao fato que ao

avaliar o perfil do padrão do sono dos Policiais Militares, será possível identificar elementos

para a proposição de ações direcionadas à promoção da saúde aos Policiais Militares, assim

causar um impacto positivo na saúde e na qualidade de vida, no desempenho das funções de

trabalho, familiar e social.

A motivação da realização desta pesquisa aconteceu, porque a pesquisadora é uma

Policial Militar, formada em Enfermagem, que trabalhou em uma clínica de sono e fez curso

para ler exames de polissonografia. E ao realizar outras pesquisas na corporação, ouviu-se

alguns relatos dos colegas quando dormiam em alojamento, a dificuldade de dormir, porque

os colegas roncarem. E surgiu a preocupação com esses colegas porque desempenham

funções de alto risco. Este grupo de Policiais é diferenciado, pois não faz policiamento nas

ruas, possui missões específicas, treinamentos diários, diferentes dos policiais que realizam

policiamento na rua.

Assim, surgiu a ideia de saber sobre o perfil do padrão do sono destes Policiais

Militares, que são a elite da Brigada Militar, com curso específico e que exige muito a parte

psicológica e física do PM, para atuarem nas funções designadas para esse grupo.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Verificar o perfil do padrão de sono dos Policiais Militares da Brigada Militar.

2.2 Objetivos específicos

- Descrever as variáveis, idade, tempo de atuação na PM, duração dos turnos de

trabalho, posto e ou graduação hierárquico.

- Verificar se existe associação entre a qualidade e quantidade de sono e os domínios

da qualidade de vida.

- Verificar se os PM apresentam distúrbios do sono e apneia obstrutiva.

- Identificar as seguintes variáveis hemodinâmicas: pressão arterial de repouso,

frequência cardíaca de repouso e as variáveis antropométricas: massa corporal total, estatura,

IMC e circunferência da cintura e circunferência cervical.

- Verificar a prevalência da qualidade do sono e o tipo de escala de trabalho e a

existência ou não de trabalho extraoficial.

- Verificar se existe associação entre a Sonolência Diurna, Qualidade do Sono e

Qualidade de Vida.

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3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Contexto profissional do GATE

Grupo de Ação Tática Especial (GATE) - Grupo de Elite da Brigada Militar (BM) é

um grupo formado por 30 Policiais Militares, 22 que frequentaram um curso de preparação

específica com duração de três meses para desempenhar determinadas funções específicas,

são únicos na Polícia Militar do Rio Grande do Sul (RS). Os outros 08 Policiais Militares

trabalham na parte administrativa e de apoio ao grupo especializado, pois não possuem o

curso de Ações Táticas Especiais.

Visão do GATE. Ser referência na preservação da ordem pública através da

prevenção, antecipação pronta resposta.

Missão do GATE. Executar operações de operações policiais especiais a fim de assegurar

o cumprimento da lei, a manutenção da ordem pública e o exercício dos poderes constituídos.

Organograma:

Comando:

1ª Seção (Gate – Tático);

2ª Seção (Gate – Antibomba);

3ª Seção (Canil - Vistoria preventiva).

Estrutura. A 3ª Cia terá sua sede no município de Porto Alegre, junto ao complexo

das bananeiras é estará organizado em três Seções e Grupos PM.

Comandante. A 3ª CIA será comandado por 01 (um) major QOEM.

Escalas de Serviço: Escala de turnos alternados: 08h00, 12h00 e 24h00 horas.

Funções do GATE:

- Gerenciamento de ocorrência de alto risco;

- Sequestro com refém;

- Desarmamento de bombas, entre outras.

Norma Geral de Ação (NGA) NGA/1ºBOE/2013.

3.2 Sono

O sono é um estado comportamental complexo e um dos grandes mistérios da

neurociência moderna (ANTONELLI, 2004). Os primeiros registros de potenciais elétricos do

córtex cerebral humano foram observados, em 1929, por Hans Berger, e receberam o nome de

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eletroencefalograma (EEG). Em 1937, Loomis, Harvey e Hobart observaram que o sono era

composto de estágios recorrentes, denominados por letras e que, posteriormente, comporiam o

chamado sono não-REM (NREM) (REDLINE et al., 2010). A identificação do sono com

movimentos oculares rápidos, em 1953, por Aserinsky e Kleitman (YUKSEL et al., 2007),

inaugurou o entendimento do sono. Assim, o sono pode ser dividido em sono Rapid Eye

Movement (REM) e sono Non Rapid Eye Movement (NREM).

O sono humano é dividido em sono NREM, que é formado pelos estágios 1, 2, 3 e 4, e

em sono REM, de acordo com os padrões observados durante o registro do EEG, do

eletrooculograma (EOG) e do eletromiograma (EMG) da região submentoniana (SILVA, 1996).

Classicamente, o sono de um adulto jovem consiste de quatro a seis ciclos de REM-NREM,

dependendo do período total de sono. O primeiro ciclo é geralmente mais curto que o do início

da manhã, com duração de aproximadamente 90 minutos. O indivíduo passa da vigília relaxada

para o estágio 1, em seguida para o estágio 2; gradualmente ocorre o aprofundamento do sono,

com o aparecimento dos estágios 3 e 4, chamados de sono de ondas lentas. Após cerca de 90

minutos do início do sono, surge o primeiro período de REM, que é tipicamente curto, com

duração de 2 a 10 minutos, e que delimita o final do primeiro ciclo do sono. Tem início, então, o

segundo ciclo, caracterizado pelo reaparecimento do estágio 2 e subsequente recorrência dos

outros estágios. Esses ciclos do sono apresentam algumas características específicas no decorrer

da noite. Por exemplo, os estágios 3 e 4 têm maior duração nos primeiros ciclos, enquanto se

observa um aumento progressivo do sono REM durante a noite, podendo atingir 30 a 45

minutos de duração nos últimos ciclos (SILVA, 1996; PACK, 1997).

3.3 Ritmo circadiano e regulação do sono

O sono é regulado primariamente por dois processos. O processo circadiano envolve

um relógio interno de aproximadamente 24 horas, que está localizado no núcleo

supraquiasmático do hipotálamo e tem como função regular o tempo de sono e consolidar o

ciclo sono-vigília. A luz, a atividade física e a melatonina produzida pela glândula pineal são

os principais agentes sincronizadores deste marcapasso circadiano (LU; ZEE, 2006). O

processo homeostático depende da duração da vigília prévia e da qualidade e duração dos

episódios de sono. Este mecanismo controla o acúmulo de sono devido e a sua recuperação

(EASTON, 2004), ou seja, aumenta a propensão ao sono quando ele está reduzido ou ausente

e diminui a propensão em resposta ao excesso de sono.

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O ritmo circadiano e o controle homeostático são os maiores determinantes do ciclo

sono-vigília. Embora o mais evidente ritmo circadiano em humanos seja o ciclo sono-vigília,

outros parâmetros comportamentais e fisiológicos, como temperatura corporal, secreção de

hormônios, função cardiopulmonar, desempenho cognitivo e humor, também exibem

ritmicidade circadiana.

Essa regulação é completada pela ativação de sincronizadores internos (como a

melatonina) e externos (como a luz, atividade física, entre outros) que regulam os ritmos

circadianos sobre a alternância dia/noite. Eles participam na duração e na organização do sono

(TAILLARD et al., 2003).

Durante as últimas décadas, a obesidade, diabetes, distúrbios do sono e privação

crônica do sono têm se tornado cada vez mais comum nas sociedades industrializadas e

modernas. Pode haver um feedback positivo entre as duas doenças: problemas de sono podem

afetar a função endócrina e metabólica, enquanto as anormalidades metabólicas

potencialmente interferem na regulação do sono. Os distúrbios respiratórios do sono,

particularmente a SAHOS, estão associados ao metabolismo de glicose (JUN; POLOTSKY,

2009; VÉBER et al., 2010), colesterol, marcadores inflamatórios e doença hepática gordurosa

não alcoólica (JUN; POLOTSKY, 2009). Segundo Véber et al. (2010), a prevalência e

severidade da SAOS é maior entre os indivíduos diabéticos, quando comparados com

indivíduos saudáveis.

3.4 Funções fisiológicas e sono

Importantes funções fisiológicas estão relacionadas ao sono. A secreção do hormônio do

crescimento e da prolactina são marcadamente aumentados durante o sono, enquanto a liberação

do cortisol e da tireotropina (TSH) está inibida. Dessa forma, despertares interrompendo o sono

inibem a secreção noturna do hormônio do crescimento e da prolactina e estão associados com

concentrações aumentadas de cortisol e TSH. O eixo gonadotrófico também é influenciado pelo

sono e, de forma recíproca, os esteroides gonadais afetam a qualidade do sono. Efeitos

moduladores do sono não estão limitados aos hormônios do eixo hipotálamo-pituitária. Eles

também são observados para os hormônios que controlam o metabolismo dos carboidratos, o

apetite e o balanço hidroeletrolítico (PACK, 1997; OREM, 2005).

Durante o sono há uma flutuação dinâmica no ritmo cardíaco, pressão arterial

sanguínea, fluxo arterial coronariano e ventilação. Isto se deve à ligação entre as estruturas

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centrais e a função cardiorrespiratória. A pressão sanguínea diminui durante o sono,

principalmente durante os estágios 3 e 4 do sono NREM. O sono NREM é associado com

relativa estabilidade autonômica e coordenação funcional entre a respiração, ação de

bombeamento do coração e manutenção da pressão arterial.

Durante o sono REM, variações na atividade simpática e parassimpática ligadas ao

coração provocam acelerações e pausas no ritmo cardíaco. Enquanto essas perturbações na

atividade do sistema autonômico são bem toleradas em indivíduos normais, aqueles com

doença cardíaca podem apresentar risco durante o sono REM. O estresse no sistema tem o

potencial para desencadear arritmias cardíacas e infarto do miocárdio. Na ventilação, é

observado um padrão regular no sono NREM, enquanto que no sono REM, observa-se

irregularidade tanto na amplitude quanto na frequência respiratória. Por outro lado, a

arquitetura do sono é fortemente influenciada pela temperatura corporal e do ambiente.

Ambientes não-termoneutros interrompem o sono, especialmente o sono REM. As relações

entre sono e homeostasia termorregulatória têm importantes implicações em uma série de

problemas clínicos, desde a síndrome da morte súbita aos transtornos do sono relacionados

com o ritmo circadiano (OREM, 2005).

3.5 Apneia obstrutiva do sono

As Síndromes de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), incluem os transtornos nos

quais há obstrução da via aérea durante o sono, resultando em aumento do esforço respiratório

e ventilação inadequada. Devido às diferenças no diagnóstico e tratamento, eles são divididos

em forma adulta e pediátrica (AASM, 2005).

Apneia Obstrutiva do Sono do adulto é caracterizada por episódios recorrentes de

obstrução parcial ou total das vias aéreas superiores durante o sono, apesar da manutenção dos

esforços inspiratórios (DRAZEN, 2002). No entanto, apenas uma pequena percentagem dos

casos tem sido diagnosticada.

Os sinais e sintomas mais comuns da SAOS são ronco e SDE, podendo ser observadas

pausas respiratórias durante o sono (STROLLO; ROGERS, 1996; DRAZEN, 2002). A SDE

pode ocasionar significativas alterações cognitivas, ou seja, dificuldade de fixar e manter a

atenção, perda de memória, diminuição da capacidade de planejamento estratégico, prejuízo

motor leve (coordenação motora fina), dificuldade de controlar impulsos e raciocínio

obnubilado (AASMTF, 1999). Essas alterações, além de causar aumento no risco de acidentes

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de trabalho e automobilísticos, também resultam em prejuízos no desempenho dos estudos, no

trabalho, nas relações familiares e sociais dos pacientes com SAOS (CANANI et al., 2005;

YOO et al., 2007).

Os pacientes com SAOS têm risco aumentado de hipertensão arterial sistêmica diurna,

arritmias cardíacas noturnas, hipertensão arterial pulmonar, insuficiência ventricular direita e

esquerda, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico e, possivelmente, de morte

súbita durante o sono (ROUX, 2000).

Algumas características associadas a SAOS incluem sexo masculino, idade maior de

40 anos, índice de massa corporal (IMC) aumentado, circunferência cervical maior de 40 cm,

roncos habituais, sonolência diurna excessiva (SDE), fadiga, sono não reparador e apneia

observada (STROLLO; ROGERS, 1996; KOENIG, 2001; DRAZEN, 2002). A presença de

algumas características anatômicas também colabora para a suspeição da doença, como

retrognatia, palato mole aumentado, hipertrofia tonsilar e macroglossia (SCHWAB, 2003). O

diagnóstico é definido pela associação da clínica com critérios polissonográficos.

Desse modo, a importância do diagnóstico e posterior tratamento da SAHOS se deve ao fato

de ela ser uma das principais causas de SDE, ocasionando um substancial aumento do risco de

acidentes automobilísticos e acidentes de trabalho, além de poder contribuir para o desenvolvimento

de doenças cardiovasculares graves (AASMTF, 1999; TOGEIRO; SMITH, 2005).

3.6 Ronco

O ronco é o som produzido pela vibração de estruturas da via aérea superior. Qualquer

parte membranosa da via aérea superior, tais como: o palato mole, a úvula e as paredes

faringeanas podem vibrar. O ronco é um som geralmente inspiratório, mas pode também estar

presente na expiração. Ocorre em todos os estágios do sono, embora possa ser mais comum

nos estágios 2, 3 e 4 do sono NREM (SCHWAB, 2003; OREM, 2005).

Ele está presente em virtualmente todos os pacientes com SAOS e, geralmente,

precede as queixas de SDE nestes pacientes (STROLLO; ROGERS, 1996; SCHWAB, 2003).

3.7 Sonolência diurna excessiva

A Sonolência Diurna Excessiva (SDE), ou hipersonia, é definida como uma propensão

aumentada ao sono com uma compulsão subjetiva para dormir, que é resistente às variações

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do dia-a-dia e do ritmo circadiano (YAFFE et al., 2011). Ela acomete 0,5-14% da população

(CANANI; MENNA BARRETO, 2001), tendo como consequências importantes para o

indivíduo o prejuízo no desempenho das suas atividades profissionais, nas relações familiares

e sociais, além de alteração no seu desempenho cognitivo, que determina um risco aumentado

para acidentes, tanto de trabalho quanto de trânsito.

A alteração no desempenho cognitivo manifesta-se como dificuldade de fixar e manter

a atenção, perda de memória, diminuição da capacidade de planejamento estratégico, prejuízo

motor leve (coordenação motora fina), dificuldade de controlar impulsos e raciocínio

obnubilado (AASMTF, 1999). A literatura médica tem demonstrado que as pessoas que não

dormem bem, tanto em termos quantitativos como qualitativos, apresentam, com frequência,

resposta mais lenta aos estímulos externos e graus variados de dificuldade de concentração, o

que leva ao seu comprometimento na habilidade para desempenhar uma série de atividades,

dentre elas a capacidade de dirigir de maneira segura (FINDLEY et al., 1986).

Existem evidências de que a SDE está diretamente relacionada com acidentes

automobilísticos. Estimativas da proporção dos acidentes atribuíveis a SDE podem variar de 1

a 3% nos Estados Unidos a 33% na Austrália (CONNOR et al., 2002). As estatísticas no

Brasil envolvendo SDE e acidentes automobilísticos são ainda pouco divulgadas.

Mello et al. (2000) realizaram um levantamento epidemiológico com 400 motoristas

profissionais de mais de 20 empresas comerciais, que operam em vários estados brasileiros.

Neste estudo, 16% dos motoristas entrevistados relataram que já haviam cochilado enquanto

dirigiam e 58% deles conheciam outro motorista que já havia adormecido ao volante.

Segundo Canani et al. (2005), realizou um estudo com o objetivo de determinar a

prevalência no Brasil de SDE em motoristas de caminhão. Este trabalho demonstrou que 22%

dos 392 motoristas entrevistados já haviam dormido enquanto dirigiam e 2,8% referiram

cochilos diários ou quase diários ao volante.

Inúmeras são as causas de SDE e sabidamente ela é afetada pelo uso de medicamentos

e drogas (álcool e outras) e por hábitos inadequados de sono, incluindo a privação crônica de

sono. Pode estar associada também a diversos transtornos do sono, como a SAOS e a

narcolepsia, que são as mais frequentemente encontradas nos pacientes com sonolência

moderada e grave (CANANI; MENNA BARRETO, 2001; FAHRENKOPF et al., 2008).

Para a investigação da SDE, pode-se utilizar, além da avaliação clínica, medidas

subjetivas e objetivas. Entre as medidas objetivas, a PSG e o teste das latências múltiplas do

sono (TLMS) são os principais exames disponíveis (BEATON et al., 2000; TOGEIRO;

SMITH, 2005; FAHRENKOPF et al., 2008). Entretanto, para a sua realização, é necessário

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um local com estrutura física adequada e recursos humanos com treinamento específico, o que

exige um investimento financeiro muitas vezes elevado e restringe a sua disponibilidade a

alguns centros do nosso país.

O absenteísmo por acidente de serviço ou de Licença Tratamento de Saúde (LTS) pode

estar relacionados a inúmeros fatores, incluindo questões da ordem física, cognitiva, psíquica,

pessoal, biológica, ambiental, familiar, autoestima baixa, financeira, funcional, doenças

crônicas, padrão de sono alterado, trabalho em turnos alternados, restrição de sono e até

mesmo social.

Segundo Ludwig e Trojan Neto (1999), outros aspectos relevantes são a baixa

remuneração percebida pela maioria dos policiais, as condições e os locais de moradia, a

inexistência de uma política voltada ao crescimento profissional, que incentive a autoestima,

qualidade de vida, a valorização dos mesmos e alimentação inadequada durante os turnos de

trabalho. Todos esses fatores e aspectos relevantes fazem com que essa categoria de

trabalhadores diferenciados pelo tipo de profissão esteja submetida a sérios riscos

ocupacionais e se mantenha sob permanente tensão e estresse, contudo, ocasionar a restrição

de sono nos Policiais Militares da Brigada Militar de Porto Alegre, RS. Porém há necessidade

de um estudo sobre o padrão do sono em Policiais Militares para que sejam revistas as

condições de trabalho destes profissionais.

3.8 Bruxismo

Segundo Andrade (2010), bruxismo do sono é um distúrbio do sono caracterizado pelo

apertar e ranger dos dentes, de forma involuntária, com aplicação de forças excessivas sobre a

musculatura mastigatória. A palavra bruxismo do sono vem do grego brycheinm, que significa

ranger dos dentes. O bruxismo diurno é diferente do bruxismo noturno ou do sono. Assim, o

bruxismo diurno é caracterizado por uma atividade semivoluntária da mandíbula, de apertar

os dentes enquanto o indivíduo se encontra acordado, onde geralmente não ocorre o ranger de

dentes, e está relacionado a um tique ou hábito. Já o bruxismo do sono é uma atividade

inconsciente de ranger ou apertar os dentes, com produção de sons, enquanto o indivíduo

encontra-se dormindo.

O bruxismo do sono é um problema que afeta sobre tudo as crianças podendo também

afetar os adultos. O ranger provoca um desgaste nos dentes que pode afetar a integridade dos

mesmos e comprometer a saúde bucal. O bruxismo do sono também “força” e cria tensões ao

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nível das articulações temporomandibulares (ATM) que pode causar desgastes e eventuais

problemas.

As causas do bruxismo do sono são multifatoriais e ainda pouco conhecidas. A má

oclusão dentária e tensão emocional podem estar relacionadas a este distúrbio.

O ruído característico do ranger dos dentes, desgaste dentário, hipertrofia dos

músculos mastigatórios e temporais, dores de cabeça, disfunção da articulação

temporomandibular, má qualidade de sono e sonolência diurna estão entre as principais

manifestações clínicas do bruxismo do sono.

O diagnóstico é feito pela observação de um desgaste dentário anormal, ruídos de

ranger de dentes durante o sono e desconforto muscular mandibular.

A polissonografia registra os episódios de ranger dos dentes, permitindo identificar

alterações do sono e microdespertares. As alterações predominam no estágio 2 do sono não

REM e nas transições entre os estágios (ANDRADE, 2010).

3.9 Trabalho em turnos rotativos

Segundo Andrade (2010), é o distúrbio daqueles que trabalham à noite e “tentam”

dormir durante o dia. Nos dias atuais é cada vez mais comum os trabalhadores que fazem

plantões noturnos. É caracterizado por queixas de sonolência e/ou insônia em pessoas que

trabalham em horas que normalmente deveriam estar dormindo. A insônia pode ser referida

pelo paciente como sono não-reparador e a sonolência manifestar-se nos horários de trabalho.

Fadiga e sintomas de mal-estar geral são comuns.

As exigências do trabalho por turnos polícia pode afetar a duração do sono e

qualidade, especialmente pela redução do sono noturno para menos de 6 horas. Sono curto

pode contribuir para o desenvolvimento de doenças crônicas, e aumento da prevalência de

doenças cardiovasculares, excesso de peso e obesidade dos oficiais.

Charles et al. (2011) verificaram a duração do sono curto e longo foram associados

com altos níveis de leptina e podem ter implicações para as condições relacionadas com a

obesidade. Além disso, os padrões de sono anormais podem ser agravados pelo estresse

psicológico e o cansaço que se seguiu que são típicos do trabalho policial, e ainda mais por

oficiais on-the-job demandas fora do turno de trabalho (RAMEY et al., 2011).

Policiais que trabalham em turno rotativo podem ter o sono afetado de várias

maneiras. Longas horas de trabalho e rodar múltiplos turnos afetar sono-vigília homeostase

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(OLSON; DRAGE; AUGER, 2009). Além disso, a prestação de contas de 24 horas de

trabalho policial exige turnos irregulares; Além disso, os Policiais frequentemente trabalham

em turnos alongados com duração de 08 horas, 12 horas ou mais, eventos imprevisíveis e

exigir horas extras.

Na maioria dos quartéis as mudanças são atribuídas por antiguidade. Assim, muitos

Policiais passam vários anos de trabalho uma combinação irregular de turnos. Em comparação

com os trabalhadores por turnos regulares, trabalhadores por turnos irregulares mostram

padrões de sono anormais e duração do sono curto. Em particular, os trabalhadores do turno

da noite ao dormir durante o dia inverte o ciclo circadiano normal de rhythm-and seu sono é

mais frequentemente interrompido por fatores ambientais. Como resultado, o sono dos

trabalhadores turno da noite é muitas vezes mais privado (KUDIELKA et al., 2007).

3.10 Qualidade de vida

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a qualidade de vida (QV) é a

percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores

nos quais ele vive, e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações,

(FERRAND, 2008).

Além disso, há o conceito de “qualidade de vida associada à saúde”, que avalia o

impacto da saúde na capacidade do indivíduo viver plenamente (SEIDL; ZANNON, 2004).

Nos últimos trinta anos, a avaliação da QV tem se tornado gradualmente importante

para a assistência à saúde, havendo aprimoramento e sofisticação em sua metodologia de

avaliação, focada em avaliações subjetivas, medindo a percepção individual da qualidade de

vida dos pacientes (MANN-JILLES; MORRIS, 2009).

Padilla (2005) afirma que o conceito de qualidade de vida relacionada à saúde ganha

caráter multidimensional relacionado ao bem-estar físico, psicológico, social e espiritual,

sendo que, muitas vezes, estas três últimas dimensões são mais valorizadas que a dimensão

física.

Para Torres (2009), a QV é um conceito subjetivo e está relacionado à autoestima e ao

bem-estar pessoal e abrange uma série de aspectos, como a capacidade funcional, o nível

socioeconômico, o estado emocional, a interação social, a atividade intelectual, o

autocuidado, o suporte familiar, o próprio estado de saúde, os valores culturais, éticos e a

religiosidade, o estilo de vida, a satisfação com o emprego e/ou com as atividades diárias e o

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ambiente em que se vive.

Fleck (2008) cita que o fato de não haver um consenso sobre o conceito de qualidade

de vida constitui um grande problema no desenvolvimento de instrumentos de avaliação da

qualidade de vida, ao passo que não é possível afirmar, com clareza, quais elementos estes

instrumentos estão mensurando.

Neylan et al. (2002) examinaram a qualidade subjetiva do sono, usando o Índice de

Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI), entre os 747 policiais na área de San Francisco Bay

e New York City. Policiais em turnos variáveis e turnos diurnos estáveis tinham sono

significativamente menor qualidade e média duração do sono mais curto do que os controles;

Além disso, com o ambiente de trabalho estresse foi fortemente correlacionada com o sono de

má qualidade. Os efeitos do sono encurtado foram examinados em um estudo recente de 189

recrutas da academia de polícia.

Nesse estudo, a vigilância psicomotora diminuiu proporcionalmente com a perda de

sono, a uma taxa de 3,5% por hora de sono perdida (NEYLAN et al., 2010). Isto é

significativo porque a polícia toma decisões que podem ter um impacto de longo alcance. Na

verdade, o trabalho policial é realizado em um ambiente altamente estressante, de domínio

público, exigindo que os funcionários a tomem decisões seguras e eficazes. A duração do sono

e a qualidade pode afetar o desempenho psicomotor é especialmente preocupante, porque a

polícia carrega armas.

Partindo dessa premissa, o ponto inicial para a construção do instrumento de avaliação

da qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde (OMS), foi conceituar qualidade de

vida. No conceito adotado, qualidade de vida é entendida como a “percepção do indivíduo de

sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em

relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (FLECK, 2008, p. 25).

Há necessidade de instrumentos curtos que demandem pouco tempo para seu

preenchimento, mas com características psicométricas satisfatórias, fez com que o Grupo de

Qualidade de Vida da OMS desenvolvesse uma versão abreviada do WHOQOL-100, o

WHOQOL-bref (THE WHOQOL GROUP, 1998).

O WHOQOL-bref consta de 26 questões, sendo duas questões gerais de qualidade de

vida e as demais 24 representam cada uma das 24 facetas que compõe o instrumento original

(Tabela 1). Assim, diferente do WHOQOL-100 em que cada uma das 24 facetas é avaliada a

partir de 4 questões, no WHOQOL-bref cada faceta é avaliada por apenas uma questão. Os

dados que deram origem à versão abreviada foram extraídos do teste de campo de 20 centros

em 18 países diferentes (The WHOQOL GROUP 1998).

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Assim, o WHOQOL-bref é composto por quatro domínios: Físico, Psicológico,

Relações Sociais e Meio-Ambiente, perfazendo configuração expressa no Quadro 1:

Quadro 1: Domínios e facetas do WHOQOL-bref

Domínios Facetas

Domínio I – Físico

1. Dor e desconforto

2. Energia e fadiga

3. Sono e repouso

4. Mobilidade

5. Atividades da vida cotidiana

6. Dependência de medicação ou de tratamentos

7. Capacidade de trabalho

Domínio II - Psicológico

8. Sentimentos positivos

9. Pensar, aprender, memória e concentração

10. Auto-estima

11. Imagem corporal e aparência

12. Sentimentos negativos

13. Espiritualidade/religião/crenças pessoais

Domínio III - Relações sociais

(Apoio social)

14. Relações pessoais

15. Suporte

16. Atividade sexual

Domínio IV - Meio-Ambiente 17. Segurança física e proteção

18. Ambiente no lar

19. Recursos financeiros

20. Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade

21. Oportunidades de adquirir novas informações e habilidades

22. Participação em, e oportunidades de recreação/lazer

23. Ambiente físico (poluição/ruído/trânsito/clima)

24. Transporte

Fonte: The WHOQOL Group (1998).

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4 MÉTODO

4.1 Tipo de estudo

O delineamento do estudo foi transversal.

4.2 Campo de estudo

O campo de estudo foi o Primeiro Batalhão de Operações Especiais (1º BOE), na 3ª

CIA que é constituída pelo Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) na sala de treinamento

e reuniões.

4.3 População

Os participantes foram Policiais Militares da Brigada Militar de Porto Alegre, RS, da

3ª CIA GATE do 1º BOE. A população foi composta por 22 Policiais Militares. Para compor a

amostra foram utilizados os seguintes critérios:

Inclusão: Policiais Militares, entre 25 e 50 anos, com condições de realizar os exames,

disponibilidade para participar nos dias e horários estabelecidos pelo pesquisador para

operacionalização dos testes e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Exclusão: Policiais que trabalham no administrativo e não trabalhassem em turnos

alternados.

Perda: Policiais Militares que não finalizassem a coleta de dados.

4.4 Coleta de dados

O processo de coleta dos dados está em organizado nas seguintes etapas.

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4.4.1 Etapa 1: Convite e Assinatura do TCLE

Foi realizado um convite verbal a todos os Policiais Militares da Brigada Militar de

Porto Alegre, RS, da 3ª CIA GATE do 1º Batalhão de Operações Especiais (1º BOE), a

participarem da pesquisa a qual foi explanada para o grupo incidindo a importância da

participação de todos. Após a conversa todos que estavam de acordo em participar assinaram

o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A), conforme a Resolução nº

466 (BRASIL, 2012), contendo todas as informações referentes aos objetivos, justificativa,

instrumentos, divulgação da pesquisa e contato da pesquisadora, apresentado em duas vias,

uma cópia entregue ao sujeito da pesquisa, após a assinatura. Ao finalizarem a assinatura do

termo, foi combinada a data para aplicação dos instrumentos de pesquisa.

Quadro 2: Parâmetros, variáveis, instrumentos/técnicas e locais de realização.

Parâmetros Variáveis Instrumentos/Técnicas Locais de Realização

Perfil Profissional

Idade, Posto, Tempo de Serviço

na BM, escolaridade, Quantidade

de Horas/Dias trabalhados, Estilo

de vida, História Ocupacional,

Doenças, Exames Médicos,

Doenças, Distúrbios do sono

Entrevista Estruturada Sala de treinamentos e

reuniões da 3ª CIA

GATE

Antropométrico e

Hemodinâmico

MCT, Estatura IMC,

Circunferência da Cintura,

cervical, Quadril, Abdominal,

PAS, PAD, FC.

As medidas

antropométricas com fita

antropométricas e balança.

Medidas hemodinâmicas

foram medidas com o uso

de esfigmomanômetro

digital automático Omron

de braço-HEM-7113 (VI

Diretriz Brasileira).

Sala de treinamentos e

reuniões da 3ª CIA

GATE

Sonolência Probabilidade de Cochilar em

Situações Diárias

Escala Epworth Sala de treinamentos e

reuniões da 3ª CIA GATE

Qualidade do

Sono

Índice de Qualidade de Sono, 19

questões de auto-avaliação e 5

avaliadas por cônjuges.

Questionário de Pittsburg Sala de treinamentos e

reuniões da 3ª CIA

GATE

Domínios da

Qualidade de Vida

Domínios: Físico, Psicológico,

Relações Sociais e Meio-

Ambiente

Questionário Whoqol-Bref Sala de treinamentos e

reuniões da 3ª CIA

GATE

Apneia do sono Gravador APNEIA LINK PLUS

com os canais para aquisição dos

dados do paciente, incluindo:

- Canais para OXIMETRIA

sincronizado com o pulso

- Canal para TRANSDUCTOR

DE PRESSÃO

- Canais para mov.resp (Tórax)

- Canal de Ronco (Cânula)

- Canal de Pulso

Polissonografia no

aparelho APNEIA LINK

PLUS

Na 3ªCIA GATE sala de

treinamentos e reuniões;

Domicílio do PM

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30

4.4.2 Etapa 2: Entrevista Estruturada, Escalas de Epworth, Pittsburg e Whoqol-Bref

A coleta de dados foi realizada no mês de outubro de 2014, pela pesquisadora no turno

da tarde, no quartel do 1º BOE no prédio da 3ª CIA GATE na sala de treinamento e reuniões,

conforme a disponibilidade dos PMs.

A entrevista ocorreu em lugar privativo, não sendo gravada e ou filmada. Os

instrumentos utilizados foram: Perfil Profissional com questões sobre Idade, Posto, Tempo de

Serviço na BM, escolaridade, Quantidade de Horas/Dias trabalhados, Estilo de vida, História

Ocupacional, Doenças, Exames Médicos, Distúrbios do sono; escala de o Pittsburgh Sleep

Quality Index (PSQI), que fornece um índice de gravidade e natureza do transtorno, ou seja,

uma combinação de informação quantitativa e qualitativa sobre o sono (SPERBER, 2004);

escala de Epworth Sleepiness Scales que foi desenvolvida para avaliar a ocorrência de SDE,

referindo-se à possibilidade de cochilar em situações cotidianas, por ser considerada simples,

de fácil entendimento e preenchimento rápido, esta escala é amplamente utilizada (WEAVER,

2001). A avaliação da qualidade de vida se dará através de um instrumento o WHOQOL-Bref,

composto por questões desenvolvidas em quatro domínios: Qualidade de Vida, Físico I,

Psicológico II, Nível de Independência III e Relações Sociais IV. Após responderem todos os

instrumentos, foram realizadas as coletas das medidas hemodinâmicas e medidas

antropométricas.

A coleta dos exames Hemodinâmicos: Pressão Arterial de repouso, Frequência

cardíaca de repouso serão medidas com o aparelho de pressão OMROM, medidor automático

de braço – HEM-7113, devidamente validado e conferido pelo INMETRO. Foram

considerados hipertensos não controlados os sujeitos com níveis pressóricos de pressão

arterial sistólica (PAS) acima ≥ 140 mmHg e a diastólica acima de ≥ 90 mmHg Seguindo as

orientações da VI Diretriz Brasileira de Hipertensão (SBC, 2010).

Procedimentos recomendados para a medida da pressão arterial:

Preparo do paciente:

1. Explicar o procedimento ao paciente e deixá-lo em repouso por pelo menos 5

minutos em ambiente calmo. Deve ser instruído a não conversar durante a medida. Possíveis

dúvidas devem ser esclarecidas antes ou após o procedimento.

2. Certificar-se de que o paciente NÃO: está com a bexiga cheia praticou exercícios

físicos há pelo menos 60 minutos ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos Fumou nos 30

minutos anteriores.

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3. Posicionamento do paciente: deve estar na posição sentada, pernas descruzadas, pés

apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado. O braço deve estar na altura do

coração (nível do ponto médio do esterno ou 4o espaço intercostal), livre de roupas, apoiado,

com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido.

As antropométricas: massa corporal total, estatura, IMC e circunferência da cintura e

cervical serão medidos pela fita antropométrica, estes serão relacionados com o exame de

polissonografia.

As medidas antropométricas da massa corporal total, estatura, IMC e circunferência da

cintura foram medidas com fita antropométrica inextensível da marca Sanny e balança

antropométrica capacidade 180 Kg, modelo PL, seguindo as recomendações da VI Diretriz

Brasileira de Hipertensão (SBC, 2010). A cintura foi mensurada no plano horizontal, na

metade da distância entre a crista ilíaca e o rebordo costal inferior ao final de uma expiração

normal, sem compressão da pele, utilizando-se uma fita antropométrica inextensível da marca

Sanny. O ponto de corte adotado para homens foi de < 102 cm com para homens e para

mulheres 88 cm (SBC, 2010).

A massa corporal total foi obtida por meio da balança com antropometria, pesado de

pé, descalço, com roupas leves, braços ao longo do corpo. O índice de massa corporal (IMC),

foi calculado através da fórmula IMC=peso (Kg)/altura por m². Os valores do IMC normal,

sobrepeso e obesidade foram 18,5-24,5Kg/m², 25-29 kg/m2 e acima ≥ 30Kgm²,

respectivamente. Para os Policiais Militares que durante a coleta foram encontrados alterações

hemodinâmicas e antropométricas, foram encaminhados para avaliação médica na sua

Formação Sanitária Regimental (FSR) de origem.

Para o registro das informações extraídas dos instrumentos de pesquisa, foi elaborado

um instrumento de coleta de dados, cujos itens foram relacionados aos objetivos e as questões

norteadoras do estudo. Este foi preenchido pelos Policiais Militares, após a aplicação dos

critérios de inclusão e exclusão. Foram criados códigos de identificação para cada instrumento

os quais permitirão que somente a pesquisadora identifique o instrumento dos dados

coletados.

Finalizada a coleta das medidas e instrumentos, foi agendada a data do exame de

Polissonografia para cada um dos Policiais conforme suas disponibilidades de horários e

escalas de serviço.

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4.4.3 Etapa 3: Exame de Polissonografia Portátil

A coleta de dados foi realizada no período de novembro a dezembro de 2014 pela

pesquisadora no turno da noite, no quartel do 1º BOE no prédio da 3ª CIA GATE na sala de

treinamento e reuniões.

Realização do Exame de Polissonografia Portátil: a pesquisadora foi até a 3ª CIA

GATE no horário agendado com PM no término do expediente, na sala de treinamento e

reuniões para instalar o aparelho. Ao chegar, a pesquisadora programa o aparelho conectando-

o no notebook colocando os dados do PM que irá realizar o exame naquele dia, com o nome,

idade, data de nascimento e massa corporal total. O aparelho está em uma bolsa necessaire

onde contém um rolo de fita cirúrgica microporosa e uma cânula. A mesma tira o aparelho da

bolsa, conecta a cânula que é de uso individual e não reciclável, coloca o aparelho no tórax do

PM, explica como o funciona o aparelho. Explica e demonstra para ele, pois em casa deverá

colocar o oxímetro no dedo e passar uma volta de fita cirúrgica microporosa, para que ele não

caia durante a noite invalidando o exame, coloca a cânula no nariz passando por trás das

orelhas, ajustando-a em baixo do queixo para que não saia do nariz durante a noite

invalidando o exame e pede que em casa ele coloque um pedaço de fita cirúrgica microporosa

na face, um pedaço de cada lado na cânula para firmar melhor. Após testa o aparelho ligando,

mostra uma luz verde que acende indicando que está ligado e aperta novamente no mesmo

botão demonstrando que desliga e a luz verde apaga. A pesquisadora informa, que ele deverá

colocar a cânula no nariz, o oxímetro no dedo e ligar o aparelho no momento em que for

deitar, que durma o máximo que conseguir. De manhã ao acordar deverá desligar o aparelho

pressionando novamente o mesmo botão e depois colocar na necessaire e levar para o quartel.

Pois à tarde a pesquisadora irá buscar o aparelho, baixar o arquivo no computador e conferir

se o exame foi registrado com todos os parâmetros. Após essa conferência, a mesma irá trocar

as pilhas, programá-lo para o próximo Policial, conforme a agenda dos exames.

O aparelho Apneia Link Plus foi disponibilizado pela Clínica Labsono, localizado na

Rua Soledade, 569 - Três Figueiras, Porto Alegre, RS, Torre Alfa, 8º andar, sala 801, sendo

um dos proprietários colaborador na pesquisa, representando papel de co-orientador.

Exame de Polissonografia portátil foi realizado com o aparelho APNEIA LINK PLUS

com os canais para aquisição dos dados do paciente, incluindo:

- Canais para OXIMETRIA sincronizado com o pulso;

- Canal para TRANSDUCTOR DE PRESSÃO;

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- Canais para mov.resp. (Tórax);

- Canal de Ronco (Cânula);

- Canal de Pulso.

O Programa compatível – APNEIA LINK PLUS para estudos de avaliação respiratória

em sono com as seguintes funções de:

- Instalação do sistema;

- Criação da ficha do paciente para a aquisição dos dados;

- Aquisição dos dados (traçado) do PSG;

- Gravação dos traçados do PSG;

- Impressão dos traçados, relatórios de oximetria, resumo detalhado do estudo do sono

sincronizado com outros eventos respiratórios (apneias e hipopneias);

Recursos incluídos no dispositivo Apnea Link Plus oferece:

a) Diferenciação dos tipos de apneia – permite um diagnóstico mais claro e relatórios

mais precisos e eficazes;

b) Detecção da respiração Cheyne-Stokes;

c) Nova página de prescrição – agiliza o processo para profissionais de saúde;

d) Gráfico de IAH e indicador de risco – pode destacar o IAH ou o IR;

e) Parâmetros de análise configuráveis: permitem o ajuste de limites para apneia

obstrutiva e central;

f) Cinco medições de saturação de oxigênio (RESMED, 2015).

O aparelho Apneia Link Plus portátil, foi escolhido para realizar o exame de

polissonografia, por vários motivos: o PM dormirá no seu domicílio onde está acostumado

com o ambiente, para obtenção de dados mais fidedignos; em função das escalas de serviço e

horários para colocação do aparelho; se for chamado no quartel durante a noite, é de fácil

retirada e não atrapalhará na mobilidade e tempo de deslocamento do PM até a 3ª CIA; o

aparelho foi colocado no quartel, após término do serviço pela pesquisadora otimizando

tempo e deslocamento do PM que não precisou ir até a Clínica LabSono, entre outros.

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Figura 1: Aparelho Apneia Link Plus utilizado nas coletas de dados dos Policiais Militares

Fonte: https://www.google.com.br/search?q=fabricante+do+apnealink+plus.

Foi agendado dois dias para a pesquisadora entregar os resultados dos exames de

polissonografia para os Policias Militares que participaram da pesquisa. Todos os exames

foram analisados pelo mesmo médico especialista em sono (Christiano Perin). O resultado

dos exames de polissonogafia foi entregue para cada um dos participantes individualmente

pela pesquisadora que repassou as informações do médico que analisou os exames para cada

um. Os Policiais Militares, os quais foram constatadas alterações e/ou problemas durante a

coleta de dados foram encaminhados para tratamento no Hospital da Brigada Militar de Porto

Alegre-RS, com o médico especialista em sono da corporação.

4.5 Análise dos dados

O tratamento estatístico foi desenvolvido por procedimentos descritivos (medidas de

tendência central e dispersão) e o teste não-paramétrico correlação de Spearman. Os dados

foram digitados em planilha do Excel e posteriormente importados ao Programa SPSS

(Statistical Package for the Social Sciences), Versão 20, p≤0,05.

4.6 Aspectos éticos

O projeto de pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

(CEP) do Centro Universitário La Salle – Canoas, RS.

Após a aprovação pelo CEP, foi avaliado e aprovado pelo Comandante do Primeiro

Batalhão de Operações Especiais (1º BOE).

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5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Apresentação dos resultados e Discussão

Neste capítulo serão apresentados os dados e as análises das informações obtidas nesta

pesquisa.

A população constituída por 22 policiais, o que corresponde a 73,33% do total de

policiais do GATE. O principal motivo para não participação no estudo foi Policiais Militares

que não possuem curso de Ações Táticas Especiais.

Através da Entrevista Estruturada, após a coleta de dados delineou-se o perfil dos

participantes, sendo descritos conforme a Tabela 1, sendo:

Tabela 1: Perfil profissional dos participantes (n=22)

Variáveis Resultados

Sexo Masculino

Idade (mediana e amplitude) 34 (26-46)

Major (%) 1 (4,5%)

Capitão (%) 1 (4,5%)

Tenente (%) 2 (9,1%)

Sargento (%) 2 (9,1%)

Soldado (%) 16 (72,7%)

Tempo de serviço na BM (mediana e amplitude) 9 (6-25)

Horas Trabalhadas na BM 40h/semana - Escalas (12/36 ou 24/72 ou 8h por dia).

Horas Trabalhadas Fora da BM 2 (8h) e 2 (12h) (18,2%)

Ensino Médio concluído (%) 22 (100%)

Ensino superior completo 5 (22,7%)

Ensino superior Incompleto 10 (45,5%)

Fonte: PINTO, JN. Coletas aferidas nos sujeitos, 2014.

A população foi de 22 Policiais Militares do GATE todos com curso de Ações Táticas

Especiais realizado em três meses e meio de duração, curso específico para atuar neste grupo

que é diferenciado dos PMs que trabalham em outros quartéis da BM. Possuem idade média

de 34,6 ± 6,1 anos (idade mínima de 26 anos e máxima de 46 anos), todos do sexo masculino.

O grupo composto por um (4,5%) major, um (4,5%) capitão, dois (9,1%) tenentes, dois

(9,1%) sargentos e 16 (72,7%) soldados. O tempo de serviço na Brigada Militar 09 anos

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mediana (tempo mínimo de serviço 6 anos e máximo 25 anos). Executam escalas de 8 horas

diárias, 12 por 36 horas de folga e 24 por 72 horas de folga. Horas trabalhadas na Brigada

Militar média de 11,4% (8h mínimo de horas e máximo mais 12h): 15 PMs trabalham 12h, 04

PMs trabalham 8h, 03 PMs trabalham mais que 12 horas. Quatro Policiais Militares

responderam que trabalham fora da Instituição na suas horas de folga (18,2% da amostra),

sendo 02 PMs, um sargento e um soldado trabalham 08 horas, e 02 PMs um soldado e um

sargento trabalham 12 horas.

Todos possuem ensino médio, 22,7% possuem ensino superior completo e 45,5% estão

cursando ensino superior.

Na Qualidade de vida escala de WHOQOL, quanto maior a porcentagem (mais perto

de 100%) melhor a qualidade de vida.

A partir dos instrumentos Pittsburg e WHOQOL respondidos pelos participantes foi

realizada a associação entre a qualidade e quantidade de sono e qualidade de vida, descritos

na Tabela 2.

Tabela 2: Associação entre qualidade e quantidade de sono e qualidade de Vida (n=22)

Qualidade do sono (Pittsburg) DFIS DPSIC DSOCIAL DMA

BOA = 8

(0-4 pontos)

68,75% 75,55% 82,29% 71,84%

RUIM = 14

(5-10 pontos)

54,84% 67,26% 73,80% 58,48%

t-test Qui-quadrado WHOQOL 0,004 0,139 0,236 0,081

WHOQOL: Qualidade de vida

DFIS: Domínio Físico

DPSIC: Domínio Psicológico

DSOCIAL: Domínio Social

DMA: Domínio Meio Ambiente

PITTSBURG: Qualidade do sono

Fonte: PINTO, JN. Instrumentos de Pesquisa, 2014.

Na Tabela 2 observamos melhores escores de qualidade de vida em todos os seus

domínios nos participantes com boa qualidade de sono. Entretanto houve significância

estatística apenas no domínio físico e uma tendência no domínio do meio ambiente.

Possivelmente se o número de Policiais Militares fosse maior, poderíamos encontrar

significância estatística em todos os domínios. Constata-se que 8 PMs tiveram boa qualidade

e quantidade de sono que equivale uma pontuação de (0-4) pontos e 14 PMs obtiveram uma

qualidade e quantidade ruim de sono pontuando na escala de Pittsburg de (5-10) pontos.

Segundo Minayo, Assis e Oliveira (2011), realizaram pesquisa com policiais militares

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do Rio de Janeiro, foi verificado que estes profissionais não estão satisfeitos com sua vida

como um todo. Do mesmo modo, no estudo de Chen, Chou e Chen (2006), os policiais com

depressão apresentaram escores mais baixos em cada domínio quando comparados aos

policiais não depressivos, independentemente da saúde física.

Assim como no estudo de Kutlu, Çivi e Karaoglu (2009) e Silva et al. (2012), os

escores de qualidade de vida nos domínios da saúde física, saúde psicológica, relações sociais

e estado geral de saúde foram significativamente menores entre os policiais depressivos do

que nos não depressivos. Em pesquisa com policiais civis na cidade do Rio de Janeiro foi

verificado índices inferiores nos domínios de relações sociais e de meio ambiente quando

comparados a idosos de uma comunidade de baixa renda e pacientes com depressão

diagnosticada (ANDRADE, 2010).

Assim, outros aspectos da atividade policial, tais como: longas horas de trabalho,

exposição à violência, envolvimento em uma variedade de incidentes traumáticos,

insegurança no trabalho devido à possibilidade de ser seriamente ferido ou morto, são

considerados altamente estressantes e, consequentemente, pioram a qualidade de vida.

Segundo Chen, Chou e Chen (2006) e Andrade, Souza e Minayo (2009), situações de

estresse elevado contribuem para a ocorrência de um quadro depressivo, e este é

acompanhado por uma redução acentuada da qualidade de vida. Conforme Lipp (2009), existe

uma associação entre níveis elevados de estresse emocional e baixa qualidade de vida de

policiais. A pesquisa realizada envolveu 418 policiais e a área “social” teve a maior

porcentagem de sucesso, seguido pela área “afetiva”, sendo que a área da “saúde” teve uma

taxa de apenas 46% de “sucesso” e a área "profissional" foi a que apresentou menor sucesso.

Diante da baixa percepção da qualidade de vida apontada pela maioria dos estudos,

observa-se a necessidade de ações preventivas para promover a melhoria da saúde e qualidade

de vida do policial. O estudo de Silva et al. (2012), envolvendo 302 policiais da cidade de

Florianópolis, Santa Catarina, demonstrou que policiais com alto nível de atividade física no

lazer possuíram melhor qualidade de vida.

Salientamos que no GATE nas escalas de 24 horas, os Policiais Militares que estão de

sobreaviso no fim de semana, não podem se ausentar de Porto Alegre, ao se reunir com a

família e amigos não devem beber, pois a qualquer momento podem ser acionados e precisam

chegar no quartel no máximo em 15 minutos. Estão quase sempre em alerta, não conseguem

relaxar, estão sempre com o telefone junto ao corpo, consequentemente sua vida social não é

comum como de outros profissionais que conseguem descansar.

A partir do Índice de Apneia-Hipopneia (IAH), verificada através do exame de

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Polissonografia dos participantes, foram analisados os resultados conforme Tabela 3:

Tabela 3: Índice de Apneia-Hipopneia (IAH) medido pelo exame de Polissonografia (n=22)

Variáveis Resultados %

IAH > 5,0 06 27,27

IAH ≤ 5,0 16 72,72

IAH: Índice de Apneia-Hipopneia

Fonte: PINTO, JN. Instrumentos de Pesquisa, 2014.

Através do exame de Polissonografia, constatou-se que 06 PMs têm critérios

diagnósticos para apneia do sono, ou seja, um IAH>5,0 eventos/hora, resultando em uma

prevalência de 27,3%. A apneia obstrutiva do sono é analisada através do exame de

polissonografia pelo índice de Apneia-hipopneia do sono, é causada pelo colapso transitório

da faringe, impedindo o fluxo de ar entre o ambiente e os pulmões.Este evento costuma causar

redução da oxigenação do organismo e fragmentação do sono, levando a consequências

sistêmicas e diminuição da qualidade de sono. Estão identificadas importantes relações desta

doença com impactos no organismo, como a ampliação dos riscos de ocorrência de arritmias

cardíacas (SHAHAR et al., 2001), aterosclerose, síndrome plurimetabólica (ATTAL;

CHANSON, 2010), e até mesmo acidentes de trabalho e no tráfego. Assim, a identificação

dos indivíduos com síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS) e uma correta orientação e

tratamento geram benefícios ao indivíduo e à sociedade.

Segundo Polese et al. (2010), existem diferentes modelos de polissonografia. A de

nível I é a completa (respiratória e neurológica), descrita acima. A de nível II é o modelo

portátil da de nível I, não sendo obrigatório o acompanhamento por um técnico. Esta mudança

leva à redução da eficiência do exame, pois com a ausência de supervisão pode ocorrer perda

de dados, sendo necessária uma nova PSG.

A coleta de dados em uma PSG deve ocorrer pelo maior tempo possível, sendo ideal

pelo menos seis horas de registro de sono. Nota-se que há pacientes que dormem pouco, que

dormem cinco, quatro horas por noite - nestes logicamente não se conseguirá um exame com

registro prolongado. Exames com registro de sono inferior a duas horas a princípio devem ser

refeitos. Em caso de hipopneia ou apneia, sua quantificação leva ao diagnóstico.

Vários fatores estão implicados no desenvolvimento da apneia obstrutiva

(MARTÍNEZ-GONZÁLEZ et al., 2010). A principal causa descrita na literatura é a redução

das forças de expansão da faringe músculos dilatadores, como em situações de disfunção do

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músculo genioglosso e descoordenação entre a atividade inspiratória do músculo e esforço

respiratório que desempenham um papel importante na progressão da doença.

O ronco é o sintoma mais comum de apneia obstrutiva do sono (presente em até 95%

de todos os pacientes) (NICHOLAS, 2008). No entanto, o ronco também é muito comum na

população adulta, afetando 25 -30% de todas as mulheres e 40-45% de todos os homens em

uma base regular. Isso explica por que o ronco é de pouco valor diagnóstico na identificação

de apneia obstrutiva (NICHOLAS, 2008).

Os pacientes que consultam com suspeita de síndrome de apneia obstrutiva sono

tendem a ter uma história anterior de muito tempo de ronco, que se tornou cada vez mais

intenso e irregular ao longo do tempo, muitas vezes em conexão com o aumento do peso

corporal, consumo de álcool ou drogas relaxantes musculares, ou com a menopausa nas

mulheres (PATIL et al., 2007).

Muitos testes estão disponíveis para a avaliação do sono e para o diagnóstico de

síndrome da apneia obstrutiva do sono. A técnica mais utilizada é a polissonografia (PSG),

que monitora o estado de sono, respiração, eletrocardiograma, movimentos das pernas,

oximetria e ronco. Além disso, o PSG registra a distribuição dos estágios do sono, o número

de despertares, o número de apneias ou hipopneias, o horário de início do sono, e as horas de

sono eficiente (horas dormindo/horas na cama); PSG também fornece o índice de

apneia/hipopneia (IAH) (KUSHIDA et al., 2005).

Portanto, a polissonografia (PGS) fornece uma série de informações, é uma técnica

complexa e cara - isso limita a sua aplicabilidade prática para a avaliação e tratamento da

síndrome da apneia obstrutiva do sono. Desta forma, a polissonografia portátil como foi

empregada neste estudo, é mais prática, factível e suficiente para diagnóstico dos distúrbios

respiratórios do sono.

A partir da escala de Sonolência de Epworth e do IAH verificado através do exame de

Polissonografia dos participantes, foi realizada a correlação dos dados conforme Tabela 4:

Tabela 4: Correlação entre a Escala de Epworth e IAH (n=22)

Variáveis r ρ

EPWORTH 1,000

IAH 0,482* 0,010

EPWORTH: Escala de sonolência Diurna

IAH: Índice de apneia-hipopneia

*A correlação é significativa no nível 0,05 Rô de Spearman

Fonte: PINTO, JN. Instrumentos de Pesquisa, 2014.

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Na Tabela 4 houve uma correlação significativa (P=0,01) entre a sonolência diurna

medida pela escala de Epworth e o Índice de Apneia-Hipopneia (IAH) medido pela

polissonografia. Observou-se um r=0,48 demonstrando uma correlação moderada entre as

variáveis. Ao analisar os resultados do IAH e Escala de Epworth, constata-se que os PMs que

foram diagnosticados com apneia obstrutiva apresentam maior sonolência diurna, assim

prejudicando seu desempenho. De forma mais objetiva, a aplicação da Escala de Sonolência

de Epworth pode indicar a presença de sonolência diurna excessiva quando o resultado for de

no mínimo 10 pontos (BERTOLAZI et al., 2010).

A consciência de que a sonolência causa muitos acidentes rodoviários pode ser

prejudicada pela falta de perguntas sobre sonolência em formulários de notificação de

acidentes de polícia, especialmente quando há morte ou ferimentos graves. Considerando que,

em muitos países essas formas se referem a álcool ou drogas, eles omitem referências a

sonolência aguda ou crônica (HORNE; REYNER, 1995; GARBARINO et al., 2001).

A sonolência excessiva diurna (SED) é um sintoma complexo e não um transtorno, e é

definida pela Classificação Internacional dos Transtornos do Sono (IDSD-2) como a

incapacidade de se manter acordado e alerta durante os principais períodos de vigília do dia,

resultando em sonolência e lapsos de sono não intencionais (STORES, 2007). A

sintomatologia pode estar presente durante atividades diárias normais ou em situações de

risco potencial, como na direção de veículos automotores, gerando repercussões negativas

sociais, profissionais e familiares, e impactando diretamente na qualidade de vida.

Segundo Neu, Linkowski e Lebon (2010), a SED é um sintoma que deve ser

diferenciado da fadiga, que é uma condição em que a manutenção dos níveis motor e de

energia mental torna-se mais difícil com o aumento da duração do exercício e, ao contrário da

SED, sua recuperação exige repouso em vez de sono.

Assim, constatamos que 6 Policiais Militares foram diagnosticados com apneia, e que

conforme estudos já citados podem desenvolver vários problemas de saúde ao longo da vida,

pois no momento em que fazem apneia diminui o oxigênio que é levado para todas as partes

do corpo principalmente o cérebro e dependendo do número de apneias durante a noite seu

sono fica comprometido e o organismo também. Paciente que fazem apneia relatam que pela

manhã, parece que não descansaram à noite, acordam cansados, indispostos, passam o dia

mais lentos que o normal, em alguma hora do dia referem sonolência, consequentemente estão

expostos ao risco de sofrer acidentes em serviço ocasionado pela sonolência diurna.

Através de Entrevista Estruturada, escala de Epworth e de Pittsburg, delineou-se os

problemas associados aos distúrbios do sono, descritos conforme a Tabela 05:

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Tabela 5: Distúrbios do sono

Sim Não Às vezes

Distúrbios do sono N % n % n %

Insônia 2 9,1 15 68,18 5 22,72

Bruxismo 5 22,72 16 72,72 1 4,54

*Apneia Obstrutiva do sono 6 27,3 16 72,72 0 0

Ronco 8 36,36 14 63,63 0 0

**Sonolência Diurna excessiva 5 22,72 17 77,27 0 0

***Qualidade de sono Ruim 14 63,63 8 36,36 0 0

* Apneia do sono considerada quando IAH >5,0

** Sonolência Diurna Excessiva considerada se Epworth >10

*** Qualidade de sono Pittsburg ˃ 5

Fonte: PINTO, JN. Respostas dos participantes na Entrevista Estruturada, 2014.

Na Tabela 5 foi constatado através da entrevista estruturada problemas relacionados ao

sono nas respostas dos participantes do estudo, sendo: Insônia 2 (9,1%) participantes relatam

que sentem, 15 (68,18%) relatam não ter, e 5 (22,72%) dizem que às vezes sentem; Bruxismo

5 (22,72%) PMs afirmam ter, 16 (72,72) referem não ter e 1(4,54%) refere que às vezes esse

ranger de dentes é percebido por familiar enquanto PMs dormem; Apneia Obstrutiva do sono

6 (27,3%) afirmam ter, principalmente por comentário de familiar que observa a ocorrência

durante o seu sono, 16 (72,72%) negam ter; Roncar 8 (36,36%) participantes afirmam que

roncam e 14 (63,63%) negam roncar; Sonolência Diurna Excessiva 5 (22,72%) afirmam sentir

durante o dia em algumas situações do cotidiano e 17 (77,27%) referem não ter; Qualidade de

sono Ruim 14 (63,63%) PMs foram constatados através do instrumento Pittsburg e 8

(36,36%) através do mesmo instrumentos tem qualidade de sono boa. Observamos nesta

Tabela que a prevalência de distúrbios relacionados ao sono entre os policiais militares do

GATE é elevada. Dessa forma, é necessária uma abordagem sobre distúrbios do sono,

qualidade de sono e sonolência excessiva nas inspeções de saúde rotineiras realizadas na

corporação. Atualmente não são abordados aspectos relacionados ao sono nas inspeções de

saúde o que certamente acaba por subdiagnosticar e subtratar este tipo de transtorno entre os

policiais.

Através da Entrevista Estruturada, foram coletadas as variáveis antropométricas e

hemodinâmicas apresentando os resultados com o uso da mediana, amplitude e número de

participantes dentro e fora dos valores de referência, conforme a Tabela 6.

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Tabela 6: Variáveis antropométricas e hemodinâmicas (n=22)

Variáveis Mediana e Amplitude Número de sujeitos dentro

dos valores de referência

Número de sujeitos fora

dos valores de referência

Massa Corporal Total 80,10 (67-98) 14 08

Índice de Massa Corporal 25,20 (23-31) 14 08

Circunferência da Cintura 86 (56-97) 22 0

Pressão Arterial Sistólica 136 (111-164) 10 12

Pressão Arterial Diastólica 78,50 (58-100) 19 03

Frequência Cardíaca 68,50 (47-97) 19 03

Duplo Produto 9048 (6216-13395) 02 20

Circunferência Cervical 40 (36-43) 21 1

Fonte: PINTO, JN. Dados coletados durante Entrevista Estruturada, 2014

De acordo com a Tabela 6, mostra o número de policiais militares com nível

pressórico elevado, constatou-se que dos 22 policiais avaliados 12 (54,54%) apresentaram

esta característica. E ainda 3 (13,63%) apresentam pressão diastólica alterada. Este dado é

preocupante na medida em que a amostra tem idade 34,6 anos desta amostra, a qual pode ser

considerada jovem, observamos que estes profissionais ainda possuem muitos anos de vida.

A hipertensão arterial está entre os 10 problemas de saúde mais apresentados ou

tratados por policiais militares (MINAYO; ASISS; OLIVEIRA, 2011). Em estudo referente a

riscos cardiovasculares em policiais militares do Rio Grande do Sul, em uma amostra de 112

policiais, 36,11% destes apresentaram hipertensão arterial (BARBOSA; SILVA, 2013),

percentual próximo ao encontrado na população geral brasileira, que é de cerca de 30% (VI

DIRETRIZ BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2010). Já os dados apresentado neste

trabalho expressam resultados preocupantes e elevados se comparados a prevalência da

hipertensão arterial no Brasil.

Quanto ao índice de massa corporal, 08 (36,36%) indivíduos apresentaram IMC

elevado com tendências à obesidade, segundo a classificação da OMS. Em relação com a

população geral, encontrando-se valores de sobrepeso e obesidade em cerca 61% (GIGANTE;

MOURA; SARDINHA, 2006), podemos observar que entre os policiais militares o percentual

é inferior. Estes dados mostram como estes profissionais estão acometidos por distúrbios no

seu peso corporal. Este índice também aumenta o fator de risco para o desenvolvimento de

doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão. Mesmo com uma carga de exercícios de no

mínimo 03 vezes por semana com corridas, natação, musculação.

A frequência cardíaca 03 (13,63%) apresentaram níveis acima de 80bmp, um pouco

preocupante quando se tem um grupo jovem, aparentemente sadios e resistentes. E a

circunferência cervical, valores a partir de 43 cm em homens elevam a suspeita diagnóstica,

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conforme a Tabela 1 (4,5%) apresenta o valor no limite. Como já vimos em outros estudos à

obesidade tem relação direta com a intensidade da SAOS. O acúmulo de tecido gorduroso

contribui para a redução do espaço aéreo faríngeo, facilitando o colapso e obstrução à

ventilação durante o sono.

Em relação ao DP 20 (90,90%) PMs apresentaram valores acima do preconizado, sendo

considerado importante parâmetro na avaliação da função ventricular. Um dos parâmetros

utilizados para determinar a sobrecarga cardíaca em diferentes exercícios e treinamentos físicos

é o duplo-produto (DP), que é o produto da frequência cardíaca (FC) pela pressão arterial

sistólica (PAS). Muitos estudos têm buscado verificar alterações destas variáveis em diversas

populações (D’ASSUNÇÃO et al., 2007; ARAÚJO; KLEIN, 2010; SOUZA; LOPES;

GONÇALVES, 2010). Além disso, o DP também pode ser utilizado como forma de observar

presença de coronariopatia em teste ergométrico (FORNITANO; GODOY, 2006).

Tabela 7: Prevalência de acidentes de trabalho e a presença de sonolência diurna, apneia do

sono, má qualidade de sono e trabalho extraoficial

Acidente Trabalho n Sonolência Diurna Apneia Má qualidade do sono Horas Trabalhadas

Fora da BM

Sim 10 30%* 40%* 70%* 10%

Não 12 16% 16% 58,3% 25%

* p<0,05

Epworth ≥ 10 sonolência diurna

Pittsburg: 0-4 Bom; 5-10 Ruim; Distúrbios do sono >10

IAH > 0,5 Índice apneia-Hipopneia

HFORBM: Horas Trabalhadas Fora da BM

Fonte: PINTO, JN. Instrumentos de Pesquisa, 2014.

De acordo com a Tabela 7 constata-se que 10 (45,45%) PMs tiveram Acidente de

serviço. Dentre os policiais que apresentaram algum acidente de trabalho em serviço

constatou-se uma maior prevalência de sonolência diurna, de má qualidade do sono e de

apneia do sono (p <0,05) em relação ao grupo de policiais que não relataram acidentes de

trabalho. Esta conclusão é de extrema importância e utilidade na política de prevenção de

acidentes de trabalho entre os policiais militares. Urge a necessidade de diagnosticar e tratar

os distúrbios do sono entre os policiais com o intuito de reduzir a incidência de acidentes de

trabalho e todas as suas consequências (afastamentos, lesões, aposentadorias, etc.).

Corroborando com as argumentações anteriores, Santos e Cardoso (2010) afirmam que

os profissionais que trabalham na assistência dos outros, são mais facilmente vítimas de

acidentes e violências que levam à morte muitas vezes prematura. Tendo isso em vista,

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Gonçalves, Veiga e Rodrigues (2012) revelam que as jornadas de horas trabalhadas,

juntamente com o sofrimento e o desgaste promovem o estresse e o adoecimento físico,

biológico e emocional do ser humano. Nesta mesma linha de raciocínio, Ramos (2007 apud

GONÇALVES; VEIGA; RODRIGUES, 2012) reflete que quando nos esforçamos

demasiadamente para realizar uma atividade desmedida ou indesejada, as consequências se

apresentam na forma de desgaste e sofrimento, repercutindo na saúde do indivíduo. Porém, se

este exerce a atividade com incentivo e satisfação, a consequência é o prazer da realização.

Os PMs são obrigados a trabalhar em horários irregulares, o que induz o estresse,

fadiga e distúrbios do sono, eles podem desencadear taxas mais altas de doenças crônicas e

mortalidade. Aumento do risco de desenvolver doenças cardíacas entre policiais, é provável

surgir pelo menos em parte, a partir de uma maior prevalência de hipertensão e obesidade

neste grupo ocupacional em comparação com a população em geral (RAMEY; DOWNING;

KNOBLAUCH, 2008).

Trabalho por turnos pode resultar em desregulação circadiano, a insuficiência de sono,

e rompimento de vida familiar e social (GORDON et al., 1986; ÅKERSTEDT, 1990, 1998;

SHIELDS, 2002; OHAYON et al., 2002, 2010; BURCH et al., 2005, 2009; CAMERINO et

al., 2010; HARADA et al., 2005), o que pode levar a um aumento da carga alostático

(definida como pressão sobre o corpo e alterações no metabolismo produzido por ciclos

repetidos de resposta ao estresse) (MCEWEN; STELLAR, 1993), homeostase alterada, mais

imune, endócrino e disfunção autonômica (NAVARA; NELSON, 2007). Essas alterações

podem contribuir para os mecanismos fisiopatológicos subjacentes aos elevados riscos de

doenças que têm sido observados entre os trabalhadores em turnos.

Diante da baixa percepção da qualidade de vida apontada pela maioria dos estudos,

observa-se a necessidade de ações preventivas para promover a melhoria da saúde e qualidade

de vida do policial. O estudo de Silva et al. (2012) envolvendo 302 policiais da cidade de

Florianópolis, Santa Catarina, demonstrou que policiais com alto nível de atividade física no

lazer possuíram melhor qualidade de vida. Pode-se concluir, com base nos resultados

encontrados e na literatura adotada, que a produção científica sobre a qualidade de vida de

policiais ainda é incipiente.

Estes resultados demonstram a necessidade de mais estudos sobre este tema e permite

refletir sobre formas de melhoria do cenário dessa produção científica. Neste sentido, sugere-

se que é iminente a necessidade de estudo de intervenções através de programas com um olhar

holístico, que perceba as reais necessidades destes profissionais, que muitas vezes não vistos

como cidadãos, que fazem parte de uma sociedade, mas sim, como Policiais Militares que

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devem ser superior ao tempo, às doenças, com muitos deveres e poucos direitos. Há uma

grande necessidade de uma medicina preventiva e não curativa, com programas específicos

voltados para estes profissionais, os quais estão expostos diariamente ao risco de vida,

psíquicos, físicos, ambientais e estresse.

Tabela 8: Correlações entre a Sonolência Diurna, Qualidade do Sono e Qualidade de Vida

(n=22)

Variáveis r ρ

EPWORTH e Domínio Meio Ambiente -0,384* 0,039

PITTSBURG e Domínio Físico -0,633** 0,001

PITTSBURG e Domínio Social -0,455* 0,017

PITTSBURG e Domínio Meio Ambiente -0,423* 0,025

*A correlação é significativa no nível 0,05 Rô de Spearman

**A correlação é significativa no nível 0,01 Rô de Spearman

EPWORTH: Escala de sonolência diurna

PITTSBURGTH: Escala Índice de qualidade do sono

Fonte: PINTO, JN. Instrumentos de Pesquisa, 2014.

Observa-se na Tabela 8 uma correlação negativa e significativa entre a Escala de

sonolência de Epworth e o Domínio meio ambiente da escala de qualidade de vida, ou seja,

quanto maior a pontuação na escala de Epworth (mais sonolência), menor a pontuação na

escala de qualidade de vida (pior qualidade de vida).

Da mesma forma, observou-se uma correlação inversamente significativa entre a

escala de qualidade de sono de Pittsburgh e três domínios da escala de qualidade de vida, ou

seja, quanto maior a pontuação na escala de Pittsburgh (pior qualidade de sono), menor a

pontuação nas escalas de qualidade de vida (pior qualidade de vida).

Novamente, a análise estatística do estudo nos mostra que a má qualidade de sono e a

sonolência diurna excessiva levam a pior qualidade de vida. Assim, se fazem necessárias

intervenções no sentido de melhorar a qualidade de sono dos policiais para que então, melhorem

sua qualidade de vida e consequentemente apresentem melhor rendimento no trabalho.

Policiais estão expostos a riscos psíquicos e físicos que afetam fortemente a qualidade

de vida e consequentemente sua saúde. As principais fontes dos riscos psíquicos entre

policiais referem-se aos fatores organizacionais (GRELLER; PARSONS; MITCHELL, 1992)

como as longas horas de trabalho e a variabilidade de turno de trabalho, e às experiências

ocupacionais típicas da atuação (GERSHON; LIN; LI, 2002; BERG; HEM; LAU, 2005).

Os riscos físicos estão relacionados às consequências das perseguições e do confronto

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físico, como traumatismos, ferimentos, fraturas, entorses, dor lombar, (GERSHON, 2002) e

do estilo de vida adotado nas sociedades contemporâneas, como as doenças cardiovasculares

que afetam os policiais (RAMEY; FRANKE; SHELLEY, 2004). Estudos têm demonstrado

que os problemas físicos também podem prejudicar a qualidade de vida (SURTEES et al,

2003; CHEN; CHOU; CHEN, 2006).

O estudo de Surtees et al. (2003) demonstra que a doença física afeta a qualidade de

vida, nos domínios físico e mental. O estudo de Chen, Chou e Chen (2006) mostra que

policiais com doenças físicas têm escores mais baixos no domínio da saúde mental, além de

relatar que o estresse no trabalho está altamente correlacionados com diminuição da qualidade

de vida e o aumento das deficiências no trabalho.

Além das consequências ao desempenho ocupacional típicas das exigências laborais,

os problemas físicos e psíquicos relacionados à ocupação policial podem interferir ainda nos

relacionamentos com colegas e familiares que comprometem sua qualidade de vida e

consequentemente sua saúde (CHEN; CHOU; CHEN, 2006; COSTA; ACCIOLY JÚNIOR;

OLIVEIRA, 2007; MORALES-MANRIQUE; VALDERRAMA-ZURIÁN, 2012). Contudo,

apesar da relevância destas temáticas, após extensa busca realizada na literatura especializada

foi identificada ausência quase completa de estudos revisionais sobre o assunto,

principalmente daqueles que permitem identificar seguimentos de desfechos finais específicos

à atuação policial.

5.2 Principais contribuições científicas e produto social

A relevância social da pesquisa está na carência de estudos sobre o perfil do padrão do

sono dos Policiais Militares, pois durante a pesquisa nas bases de dados Scielo, Pubmed,

Bireme, LILACS e Free Medical Journals constatou-se que não há estudos com esta

população no Brasil.

O produto social para esta amostra será padronização dos exames para os Policiais

Militares, encaminhar o PM que for constatado disfunções do sono para acompanhamento e

tratamento com um médico especialista em sono da Instituição e um programa para minimizar

os problemas encontrados.

Produto social: Oficina palestra na Academia de Polícia para apresentação dos

resultados pela pesquisadora e com o médico da Instituição Brigada Militar Especialista em

sono, com o intuito de prevenção e educação para a saúde.

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Figura 2: Doenças associadas com os distúrbios do sono

Figura 3: Funções fisiológicas e problemas associados com os distúrbios do sono

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Figura 3: Problemas relacionados aos distúrbios do sono

Figura 4: Referenciais

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Analisando os objetivos do presente estudo, apresentam-se abaixo os principais

resultados decorrentes dos objetivos norteadores desta pesquisa:

O grupo foi constituído por policiais militares do GATE, todos do sexo masculino,

com uma mediana 34,6 (26-46) anos. Os participantes oficiais foram: major, capitão e tenente.

Praças: Sargento e Soldados. Tempo de serviço na BM estes policiais possuem uma mediana

de 9 anos. Trabalham 40h/semanal na BM, com escalas de 8h, 12/36h e 24/72h e 04 PMs

fazem trabalho extraoficial de 8h e 12h.

Constatou-se que 8 PMs tiveram boa qualidade e quantidade de sono que equivale

uma pontuação de (0-4) pontos e 14 PMs obtiveram uma qualidade e quantidade ruim de sono

pontuando na escala de Pittsburg de (5-10) pontos.

Através do exame de Polissonografia, constatou-se que 06 PMs têm critérios

diagnósticos para apneia do sono, ou seja, um IAH > 5,0 eventos/hora, resultando em uma

prevalência de 27,3%. Ao analisar os resultados do IAH e Escala de Epworth, constata-se que

os PMs que foram diagnosticados com apneia obstrutiva apresentam maior sonolência diurna,

assim prejudicando seu desempenho.

Foi constatado através da entrevista estruturada problemas relacionados ao sono nas

respostas dos participantes do estudo, sendo: Insônia, Bruxismo, Apneia Obstrutiva do sono,

Ronco, Sonolência Diurna Excessiva, Qualidade de sono Ruim 14 (63,63%) PMs foram

constatados através do instrumento Pittsburg e 8 (36,36%) através do mesmo instrumentos

tem qualidade de sono boa.

Considerando variáveis antropométricas, o IMC dos indivíduos analisados neste

estudo, foi possível verificar que 2 (9,1%) sujeitos estavam sobrepeso, 9 (40,9%) com elevada

prevalência de pré-obesidade, e 1 (4,5%) obesidade Tipo Grau I. Nas variáveis

hemodinâmicas e duplo produto, pressão arterial de repouso 12 (54,54%), PMs apresentaram

níveis pressóricos elevados. No duplo produto 20 (90,90%) do grupo investigado, mostraram

alteração nos valores mensurados, assim acarretando sobrecarga do miocárdio.

Constata-se que 10 (45,45%) PMs tiveram Acidente de serviço. Dentre os policiais que

apresentaram algum acidente de trabalho em serviço constatou-se uma maior prevalência de

sonolência diurna, de má qualidade do sono e de apneia do sono (p <0,05) em relação ao

grupo de policiais que não relataram acidentes de trabalho.

Há uma correlação negativa e significativa entre a Escala de sonolência de Epworth e

o Domínio meio ambiente da escala de qualidade de vida, ou seja, quanto maior a pontuação

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na escala de Epworth (mais sonolência), menor a pontuação na escala de qualidade de vida

(pior qualidade de vida). Da mesma forma, observou-se uma correlação inversamente

significativa entre a escala de qualidade de sono de Pittsburgh e três domínios da escala de

qualidade de vida, ou seja, quanto maior a pontuação na escala de Pittsburgh (pior qualidade

de sono), menor a pontuação nas escalas de qualidade de vida (pior qualidade de vida).

Os resultados chamam atenção por se tratar, principalmente de profissionais da

segurança pública, cujas funções de trabalho requerem estar diuturnamente preparados para o

atendimento de ocorrências específicas atribuídas a este grupo de PMs nas demandas da

sociedade.

A presente dissertação é o primeiro estudo realizado com um Grupo de Ações Táticas

Especiais (GATE) no Brasil e está contribuindo na produção científico-social no contexto

teórico e prático, para inclusão nas padronizações de exames para prevenção dos Distúrbios

do sono doenças. O tema não se esgota aqui, sugere-se novas proposições de futuros estudos

frente os Distúrbios do sono encontrados, recomenda-se que o exame de polissonografia

comece a ser exigido nos exames bienais da instituição, para que se possa diagnosticar os

distúrbios de sono em PMs e, dessa forma, melhorar a qualidade de vida e qualidade do sono

destes profissionais que tem o dever de manter a ordem pública e segurança do cidadão.

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APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado (a) Senhor (a):

Meu nome é Joséli do Nascimento Pinto, sou profissional de Enfermagem e gostaria

de lhe convidar para participar da pesquisa que estou realizando e orientada pelo professor Dr.

Alexandre Ramos Lazzarotto com o objetivo de Verificar o Perfil do Padrão de Sono dos

Policiais Militares da Brigada Militar de Porto Alegre - RS.

As coletas das variáveis hemodinâmicas, antropométricas e a Entrevista serão

realizadas na Enfermaria da Formação Regimental de Saúde (FSR) da Academia de Polícia

(APM) e o Exame de Polissonografia será realizado no Laboratório do sono (LabSono) no

Hospital Mãe de Deus Center 8º andar. As informações coletadas através desta pesquisa, serão

utilizadas para fins científicos.

Por favor, leia com atenção as informações descritas abaixo:

1) A sua participação na pesquisa iniciará após a leitura, do Termo de Consentimento Livre

Esclarecido e esclarecimento de possíveis dúvidas do mesmo. A assinatura do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido será duas vias, permanecendo uma delas com você.

2) Você será informado (a) sobre os procedimentos e resultados da sua participação na

pesquisa e receberá esclarecimentos sobre as dúvidas que possam surgir dela.

3) As informações coletadas na pesquisa não serão vinculadas a sua identidade, ou seja,

permanecerá no anonimato.

4) Durante a sua participação na pesquisa, você receberá acompanhamento da pesquisadora

Joséli do Nascimento Pinto na entrevista e nas coletas das variáveis hemodinâmicas e

antropométricas e no exame de Polissonografia, ficando sempre a disposição para qualquer

dúvida.

5) A sua participação na pesquisa envolverá as seguintes fases: entrevista, coletas das

variáveis hemodinâmicas e antropométricas e a realização do exame de polissonografia que se

refere ao diagnóstico dos distúrbios do sono.

6) Na entrevista os instrumentos utilizados serão três instrumentos para avaliar a qualidade de

vida e a qualidade de sono. A entrevista ocorrerá num lugar privativo, não sendo gravada e ou

filmada.

7) O paciente pode sofrer risco de queda da cama durante o exame de polissonografia, pois

não está no seu ambiente familiar. Para evitar o risco de queda as camas do laboratório do

sono serão de casal. Ocorrendo a queda a responsabilidade pelos custos do tratamento será da

pesquisadora.

8) As coletas das variáveis hemodinâmicas e antropométricas serão agendadas após o término

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da entrevista, informando o Policial Militar sobre as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão de

Cardiologia. Você deverá estar com:

• Com a bexiga vazia;

• Não praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos;

•Não ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos;

• Não fumou nos 30 minutos anteriores.

9) Para a realização do exame de Polissonografia será agendado com o Policial Militar

conforme sua disponibilidade em função das escalas de serviço. O Exame será realizado no

Hospital Mãe de Deus Center no 8º andar no Laboratório do Sono.

10) No transcorrer da pesquisa o Policial Militar que for identificado com qualquer tipo de

alteração será encaminhado para tratamento no Hospital da Brigada Militar de Porto Alegre.

11) A sua participação na pesquisa será voluntária. Concordando ou recusando em participar

você não obterá vantagens ou será prejudicado nas escalas do quartel. Você poderá

interromper ou cancelar a sua participação na pesquisa em qualquer momento. A sua

participação em todos os momentos da pesquisa não implicará no pagamento de qualquer

taxa. O exame de polissonografia será custeado pelo Laboratório do Sono e o transporte para

participar da pesquisa serão pagos pela pesquisadora Joséli.

12) Necessitando quaisquer esclarecimentos sobre a pesquisa você poderá entrar em contato

pessoal com a pesquisadora ou pelo número de telefone (51) 9754-7908.

13) Os dados da pesquisa serão guardados por cinco anos e após serão incinerados.

Data: ........./......../.............

Nome do participante: .................................................................................................................

Assinatura do participante: ..........................................................................................................

Nome do pesquisadora: Joséli do Nascimento Pinto

Assinatura do pesquisadora:.........................................................................................................

Nome do Colaborador responsável no Laboratório do Sono: ......................................................

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APÊNDICE B – Roteiro da Entrevista Estruturada

Número do Instrumento de Pesquisa: ....../......./....../.......

Data: ......../........./.........

1. Identificação

Nome:............................................................................................... Fone....................................

Posto:

Graduação soldado ( ) Sargento ( ) Tenente ( ) Capitão( ) Major ( ) Tenente Cel ( ) Cel ( )

Unidade de origem: ..............................

1.3 Sexo: Masculino ( )

1.4 Escolaridade: 1°grau ( ) 2°grau ( ) 3°grau completo ( )

3°grau incompleto ( ).

Pós-graduação:

Especialização ( ) Mestrado completo ( ) Mestrado incompleto ( ) Doutorado ( ).

2. Medidas Antropométricas

2.1 Massa Corporal Total:____________g

2.2 Estatura:_____________metros

2.3 Medida da circunferência abdominal cm:________;

2.4 Medida da circunferência cervical : ___________

2.5 IMC (peso/altura²): _______________

3. Medidas Hemodinâmicas:

3.1 Pressão arterial de repouso mmHg: _______

3.2 Frequência cardíaca de repouso FC:_________

4. Estilo de vida

4.1 Bebidas Alcoólicas:

Fim de semana ( ) Eventual ( ) 3 a 4 x por semana ( ) Diariamente ( ) Nunca ( )

4.2 Atividade física:

Final de semana ( ) Eventual ( ) 3 a 4 x por semana ( ) Diariamente ( ) Nunca ( )

4.3 Possui hábitos de lazer? Sim ( ) Não ( ) Eventual ( )

4.4 Tabagista: Sim ( ) Não ( )

4.5 Se caso afirmativo quantos cigarros por dia? ...................

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5. História ocupacional

5.1 Além do trabalho na BM, você trabalha em outro local? Sim ( ) Não ( )

5.2 Se positivo, é igual ao que você faz na BM? Sim ( ) Não ( )

5.3 Número de horas trabalhadas diária na BM: 6h ( ) 8h ( ) 12h ( ) Mais que 12h ( )

5.4 Número de horas trabalhadas diária fora BM: 6h ( ) 8h ( ) 12h ( )

Mais que 12h ( )

5.7 Já teve acidente de trabalho? Sim ( ) Não ( )

5.8 Se positivo, ficou com lesão? Sim ( ) Não ( )

5.9 Já teve afastado do trabalho por mais de 15 dias por problema de saúde ocasionada pelo

trabalho? Sim ( ) Não( )

5.10 Se sim (positivo) qual o motivo:

6. Doenças

6.1 Você tem Diabetes Mellitus? Sim ( ) Não ( )

6.2 Você tem pressão alta? Sim ( ) Não ( )

6.3 Tem alguma doença ou problema de saúde? Sim ( ) Não ( )

Se a afirmação anterior for sim, qual o problema:

6.4 Você tem problemas respiratórios Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( )

6.5 Se sim quais:

6.6 Você tem bruxismo? Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( )

6.7 Você tem Insônia? Sim ( ) Não ( ) Às vezes

6. Faz uso de medicações? Sim ( ) Não ( )

6. Se sim na resposta anterior: Qual (is)?

7. Você já sentiu algum destes sinais ou sintomas que circundam os sistemas do corpo:

Fadiga ( ) Irritabilidade ( ) distúrbios do sono ( ) dor de cabeça ( ) ronca ( )

Dificuldade de concentração ( ) Sonolência diurna ( )

sonolência quando está na escala com turnos alternados ( )

8. Exames médicos:

Você realiza exames de controle de saúde:

Semestral ( ) anual ( ) a cada 02 anos ( )

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ANEXO A - Índice de Qualidade de Sono Pittsburgh Versão em Português do Brasil

(PSQI-BR)

ÍNDICE DE QUALIDADE DE SONO DE PITTSBURGH (PSQI-BR)

Nome: ________________________________________________________________

Registro: __________

Idade: __________

Data: ____________

Instruções:

As seguintes perguntas são relativas aos seus hábitos usuais de sono durante o último

mês somente. Suas respostas devem indicar a lembrança mais exata da maioria dos dias e

noites no último mês. Por favor, responda a todas as perguntas.

1. Durante o último mês, quando você geralmente foi para a cama à noite?

Hora usual de deitar:

2. Durante o último mês, quanto tempo (em minutos) você geralmente levou para dormir à

noite?

Número de minutos:

3. Durante o último mês, quando você geralmente levantou de manhã?

Hora usual de levantar

4. Durante o último mês, quantas horas de sono você teve por noite? (Este pode ser diferente

do número de horas que você ficou na cama).

Horas de sono por noite:

Para cada uma das questões restantes, marque a melhor (uma) resposta. Por favor, responda a

todas as questões.

5. Durante o último mês, com que frequência você teve dificuldade de dormir?

Porque você...

(a) Não conseguiu adormecer em até 30 minutos

Nenhuma no último mês ______

Menos de 1 vez/semana: ______

1 ou 2 vezes/semana _________

3 ou mais vezes/semana ______

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(b) Acordou no meio da noite ou de manhã cedo

Nenhuma no último mês _____

Menos de 1 vez/ semana _____

1 ou 2 vezes/ semana _____

3 ou mais vezes/ semana _____

c) Precisou levantar para ir ao banheiro

Nenhuma no último mês ____

Menos de 1 vez/ semana _____

1 ou 2 vezes/semana ________

3 ou mais vezes/semana _____

(d) Não conseguiu respirar confortavelmente

Nenhuma no último mês _____

Menos de 1 vez/semana _____

1 ou 2 vezes/semana ________

3 ou mais vezes/semana _____

(e) Tossiu ou roncou forte

Nenhuma no último mês _____

Menos de 1 vez/semana _____

1 ou 2 vezes/semana ________

3 ou mais vezes/semana _____

(f) Sentiu muito frio

Nenhuma no último mês _____

Menos de 1 vez/semana _____

1 ou 2 vezes/semana ________

3 ou mais vezes/semana _____

(g) Sentiu muito calor

Nenhuma no último mês _____

Menos de 1 vez/semana _____

1 ou 2 vezes/semana ________

3 ou mais vezes/semana _____

(h) Teve sonhos ruins

Nenhuma no último mês _____

Menos de 1 vez/semana _____

1 ou 2 vezes/semana ________

3 ou mais vezes/semana _____

(i) Teve dor

Nenhuma no último mês _____

Menos de 1 vez/semana _____

1 ou 2 vezes/semana ________

3 ou mais vezes/semana _____

(j) Outra(s) razão(ões), por favor descreva:

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Com que frequência, durante o último mês, você teve dificuldade para dormir devido a essa

razão?

Nenhuma no último mês _____

Menos de 1 vez/ semana _____

1 ou 2 vezes/ semana _____

3 ou mais vezes/ semana ____

6. Durante o último mês, como você classificaria a qualidade do seu sono de uma maneira

geral?

Muito boa _____

Boa _____

Ruim _____

Muito ruim _____

7. Durante o último mês, com que frequência você tomou medicamento (prescrito ou “por

conta própria”) para lhe ajudar a dormir?

Nenhuma no último mês _____

Menos de 1 vez/ semana _____

1 ou 2 vezes/ semana _____

3 ou mais vezes/ semana ____

8. No último mês, com que frequência você teve dificuldade de ficar acordado enquanto

dirigia, comia ou participava de uma atividade social (festa, reunião de amigos, trabalho,

estudo)?

Nenhuma no último mês _____

Menos de 1 vez/ semana _____

1 ou 2 vezes/ semana _____

3 ou mais vezes/ semana ____

9. Durante o último mês, quão problemático foi para você manter o entusiasmo (ânimo) para

fazer as coisas (suas atividades habituais)?

Nenhuma dificuldade _____

Um problema muito leve _____

Um problema razoável _____

Um problema muito grande _____

10. Você tem um(a) parceiro [esposo(a)] ou colega de quarto?

Não ____

Parceiro ou colega, mas em outro quarto ____

Parceiro no mesmo quarto, mas não na mesma cama ____

Parceiro na mesma cama ____

Se você tem um parceiro ou colega de quarto, pergunte a ele/ela com que frequência no

último mês você teve ...

(a) Ronco forte

Nenhuma no último mês _____

Menos de 1 vez/ semana _____

1 ou 2 vezes/ semana _____

3 ou mais vezes/ semana _____

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(b) Longas paradas na respiração enquanto dormia

Nenhuma no último mês _____

Menos de 1 vez/ semana _____

1 ou 2 vezes/ semana _____

3 ou mais vezes/ semana ___

(c) Contrações ou puxões nas pernas enquanto você dormia

Nenhuma no último mês _____

Menos de 1 vez/ semana _____

1 ou 2 vezes/ semana _____

3 ou mais vezes/ semana ___

(d) Episódios de desorientação ou confusão durante o sono

Nenhuma no último mês _____

Menos de 1 vez/ semana _____

1 ou 2 vezes/ semana _____

3 ou mais vezes/ semana ___

(e) Outras alterações (inquietações) enquanto você dorme; por favor, descreva:

Nenhuma no último mês _____

Menos de 1 vez/ semana _____

1 ou 2 vezes/ semana _____

3 ou mais vezes/ semana _____

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ANEXO B - Escala de Sonolência de Epworth Versão em Português do Brasil (ESS-BR)

ESCALA DE SONOLÊNCIA DE EPWORTH (ESS-BR)

Nome: ____________________________________________________________________

Data: _______________

Idade (anos): _____________

Sexo: _______________

Qual a probabilidade de você cochilar ou dormir, e não apenas se sentir cansado, nas

seguintes situações? Considere o modo de vida que você tem levado recentemente. Mesmo

que você não tenha feito algumas destas coisas recentemente, tente imaginar como elas o

afetariam. Escolha o número mais apropriado para responder cada questão:

0 = nunca cochilaria

1 = pequena probabilidade de cochilar

2 = probabilidade média de cochilar

3 = grande probabilidade de cochilar

Situação Probabilidade de cochilar

Sentado e lendo. 0 1 2 3

Assistindo televisão. 0 1 2 3

Sentado, quieto, em um lugar público (por exemplo, em um teatro, reunião ou

palestra). 0 1 2 3

Andando de carro por uma hora sem parar, como passageiro. 0 1 2 3

Ao deitar-se à tarde para descansar, quando possível. 0 1 2 3

Sentado conversando com alguém. 0 1 2 3

Sentado quieto após o almoço sem bebida de álcool. 0 1 2 3

Em um carro parado no trânsito por alguns minutos. 0 1 2 3

Obrigado por sua cooperação.

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ANEXO C - Escala de Qualidade de Vida WHOQOL-BREF Versão em Português

PROGRAMA DE SAÚDE MENTAL ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE -

GENEBRA

Coordenação do GRUPO WHOQOL no Brasil:

Dr. Marcelo Pio de Almeida Fleck

Professor Adjunto

Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre – RS – Brasil

Instruções

Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida,

saúde e outras áreas de sua vida. Por favor responda a todas as questões. Se você não tem

certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as alternativas a que

lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua primeira escolha.

Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós

estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando como referência as duas últimas

semanas. Por exemplo, pensando nas últimas duas semanas, uma questão poderia ser:

nada Muito pouco médio muito completamente

Você recebe dos outros o apoio de que

necessita? 1 2 3 4 5

Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto você recebe dos

outros o apoio de que necessita nestas últimas duas semanas. Portanto, você deve circular o

número 4 se você recebeu “muito” apoio como abaixo.

nada Muito pouco médio muito completamente

Você recebe dos outros o apoio de que

necessita? 1 2 3 5

Você deve circular o número 1 se você não recebeu “nada” de apoio.

Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número e lhe parece a

melhor resposta.

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muito ruim Ruim nem ruim nem boa boa muito boa

1 Como você avaliaria sua qualidade

de vida?

1 2 3 4 5

muito

insatisfeito

Insatisfeito nem satisfeito nem

insatisfeito

satisfeito muito

satisfeito

2 Quão satisfeito(a) você está

com a sua saúde?

1 2 3 4 5

As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas últimas duas

semanas.

nada muito

pouco

mais ou

menos

bastante extremament

e

3 Em que medida você acha que sua dor (física)

impede você de fazer o que você precisa?

1 2 3 4 5

4 O quanto você precisa de algum tratamento médico

para levar sua vida diária?

1 2 3 4 5

5 O quanto você aproveita a vida? 1 2 3 4 5

6 Em que medida você acha que a sua vida tem

sentido?

1 2 3 4 5

7 O quanto você consegue se concentrar? 1 2 3 4 5

8 Quão seguro(a) você se sente em sua vida diária? 1 2 3 4 5

9 Quão saudável é o seu ambiente físico (clima,

barulho, poluição, atrativos)?

1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz de

fazer certas coisas nestas últimas duas semanas.

nada muito pouco médio muito completament

e

10 Você tem energia suficiente para seu dia a dia? 1 2 3 4 5

11 Você é capaz de aceitar sua aparência física? 1 2 3 4 5

12 Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas

necessidades? 1 2 3 4 5

13 Quão disponíveis para você estão as informações

que precisa no seu dia-a-dia? 1 2 3 4 5

14 Em que medida você tem oportunidades de

atividade de lazer? 1 2 3 4 5

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As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de

vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas.

muito ruim ruim nem ruim nem bom bom muito bom

15 Quão bem você é capaz de se locomover? 1 2 3 4 5

muito

insatisfeito

Insatisfeito nem satisfeito

nem insatisfeito

satisfeito Muito

satisfeito

16 Quão satisfeito(a) você está com o

seu sono?

1 2 3 4 5

17 Quão satisfeito(a) você está com sua

capacidade de desempenhar as

atividades do seu dia-a-dia?

1 2 3 4 5

18 Quão satisfeito(a) você está com sua

capacidade para o trabalho?

1 2 3 4 5

19 Quão satisfeito(a) você está consigo

mesmo?

1 2 3 4 5

20 Quão satisfeito(a) você está com

suas relações pessoais (amigos,

parentes, conhecidos, colegas)?

1 2 3 4 5

21 Quão satisfeito(a) você está com sua

vida sexual?

1 2 3 4 5

22 Quão satisfeito(a) você está com o

apoio que você recebe de seus

amigos?

1 2 3 4 5

23 Quão satisfeito(a) você está com as

condições do local onde mora?

1 2 3 4 5

24 Quão satisfeito(a) você está com o

seu acesso aos serviços de saúde?

1 2 3 4 5

25 Quão satisfeito(a) você está com o

seu meio de transporte?

1 2 3 4 5

As questões seguintes referem-se com que frequência você sentiu ou experimentou certas

coisas nas últimas duas semanas.

nunca algumas

vezes

frequentemente muito

frequentemente

sempre

26 Com que frequência você tem sentimentos

negativos tais como mau humor,

desespero, ansiedade, depressão?

1 2 3 4 5

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Alguém lhe ajudou a preencher este questionário?

Quanto tempo você levou para preencher este questionário?

Você tem algum comentário sobre o questionário?

OBRIGADO PELA SUA COLABORAÇÃO!