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Julho 2013 Volume 18, Issue 7 Onde Devo Dar o Dízimo? Parte 1: Razões Espirituais Por Edward W. Fargusson Um presidente de uma Associação visitou recentemente um campus universitário e um estudante fezlhe uma pergunta simples, mas profunda: “Porque é que não posso dar o meu dízimo onde quiser? Talvez prefira dálo à Cruz Vermelha ou à International Justice Mission. Elas também fazem um bom trabalho.” Estas afirmações não são muito diferentes das que já ouvi pessoalmente de membros de igreja: “Dou os meus dízimos para pagar as propinas dos meus netos.” “Dou os meus dízimos à 3ABN porque agora eles são a minha igreja.” “Dou os meus dízimos a um outro ministério porque não confio na Igreja.” “Dou diretamente os meus dízimos às missões internacionais porque não quero intermediários.” O padrão de ofertas alterouse ao longo dos últimos anos. Um jovem cristão escreveu sobre a análise ao modo como a Igreja gasta o seu dinheiro. “Para onde exatamente está a ir o seu dinheiro? Para ajudar os outros? Ou está a ser gasto na preparação de festas de Natal? Está a edificar o reino? Ou está a construir o seu reino?” 1 Alguns defendem que esta é uma forma de pensar geracional, mas acredito que estes apelos a uma maior responsabilidade provêm de pessoas de todas as idades e, francamente, penso que uma maior transparência na maneira como o dinheiro é utilizado é muito bemvinda. Não estou a insurgirme contra o mérito relativo de todas as formas de usar o dinheiro Algumas pessoas dão um décimo a Deus – um décimo do que deveriam dar. 7 (Anónimo) focamonos durante 24 horas no nosso relacionamento com Ele e temos confiança que os seis dias que trabalhamos são melhores por não termos trabalhado para nós mesmos no sétimo dia. Quando corretamente colocado em prática, o Sábado é a nossa maneira de dizermos que seis dias abençoados por Deus são mais produtivos do que sete que não o são. O dízimo é a nossa forma de expressar que 90% do nosso dinheiro abençoado por Deus é melhor do que 100% que não recebe a Sua bênção. O dízimo está totalmente ligado à fé e não àquilo que vemos. Por conseguinte, eu devolvo o dízimo pela fé. É mediante a fé que sou induzido a dar para onde Deus direciona e a confiar que Ele tomará conta do dinheiro. O meu objetivo em entregar o dízimo reside em Deus e não naquilo que eu desejo. O meu objetivo no dízimo assenta no meu relacionamento com Ele e não no quão frutífero possa ser o meu dinheiro ou de que modo é utilizado. O dízimo prendese mais com o modo como eu emprego os 90% do que com o que acontece com os 10%. O dízimo nada tem a ver com o dinheiro, mas com a minha fé e confiança em Deus. A grande bênção consiste no meu relacionamento com Deus. Esteja Atento Na segunda parte, no próximo mês, falarei sobre o aspeto prático de onde devo entregar o dízimo. Recursos: 1 Robert Jewe, “Why I Won’t Give to Your Church”, Leadership Journal, Primavera 2013, p. 37. 2 Malaquias 3:810, JFA Atualizada. 3 Provérbios 3:56, JFA Atualizada. 4 Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 9, Ed. P. SerVir. 5 Hebreus 4:5, JFA Atualizada. 6 Internet, Tony Cooke Ministries, Great Quotes and Thoughts Regarding Stewardship, Tithing, and Giving. 7 Internet, Fred Lambert Ministries, Tithe and Giving Quotes. Breve Biografia de Ed Fargusson Ed Fargusson exerce atualmente o cargo de diretor de recursos humanos e assistente do presidente da Associação da Califórnia do Norte, nos Estados Unidos da América. Trabalhou vinte anos como pastor e dez anos na obra administrativa da Igreja. Ele e a sua esposa, Anne, têm dois filhos gémeos, os quais frequentam a Universidade de Medicina de Loma Linda. Uma miscelânea de ideias práticas para o ajudar a ser um melhor mordomo. A Mordomia é um estilo de vida pleno que envolve a nossa saúde, tempo, talentos, ambiente, relacionamentos, espiritualidade e finanças. Distribuído por: União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia. Diretor: Daniel Vicente. Produzido por: Departamento de Mordomia da Associação União Pacífico. Diretor: Gordon Botting. Ilustração/Editor Assistente: Carol Lowe. Tradução: Ausenda Martins/Daniel Vicente.

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Julho 2013 Volume 18, Issue 7 

Onde Devo Dar o Dízimo? Parte 1: Razões Espirituais

Por Edward W. Fargusson 

Um presidente de uma Associação visitou recentemente um campus universitário e um estudante fez‐lhe uma pergunta simples, mas profunda: “Porque é que não posso dar o meu dízimo onde quiser? Talvez prefira dá‐lo à Cruz Vermelha ou  à International Justice Mission. Elas também fazem  um bom trabalho.” Estas afirmações não são muito diferentes das que já ouvi pessoalmente de membros de igreja: “Dou os meus dízimos para pagar as propinas dos meus netos.” “Dou os meus dízimos à 3ABN porque agora eles são a minha igreja.” “Dou os meus dízimos a um outro ministério porque não confio na Igreja.” “Dou diretamente os meus dízimos às missões internacionais porque não quero intermediários.” 

O padrão de ofertas alterou‐se ao longo dos últimos anos. Um jovem cristão escreveu sobre a análise ao modo como a Igreja gasta o seu dinheiro. “Para onde exatamente está a ir o seu dinheiro? Para ajudar os outros? Ou está a ser gasto na preparação de festas de Natal?  Está a edificar o reino? Ou está a construir o seu reino?”1  Alguns defendem que esta é uma forma de 

pensar geracional, mas acredito  que estes apelos a uma maior responsabilidade provêm de pessoas de todas as idades e, francamente, penso que uma maior transparência na maneira como o dinheiro é utilizado é muito bem‐vinda. 

Não estou a insurgir‐me contra  o mérito relativo de todas as  formas de usar o dinheiro 

Algumas pessoas dão um décimo a Deus – um décimo do que deveriam dar.7 (Anónimo)

focamo‐nos durante 24 horas no nosso relacionamento com Ele e temos confiança que os seis dias que trabalhamos são melhores por não termos trabalhado para nós mesmos no sétimo dia. Quando corretamente colocado em prática, o Sábado é a nossa maneira de dizermos que seis dias abençoados por Deus são mais produtivos do que sete que não o são. O dízimo é a nossa forma de expressar que 90% do nosso dinheiro abençoado por Deus é melhor do que 100% que não recebe a Sua bênção. O dízimo está totalmente ligado à fé e não àquilo que vemos. 

Por conseguinte, eu devolvo o dízimo pela fé. É mediante a fé que sou induzido a dar para onde Deus 

direciona e a confiar que Ele tomará conta do dinheiro. O meu objetivo em entregar o dízimo reside em Deus e não naquilo que eu desejo. O meu objetivo no dízimo assenta no meu relacionamento com Ele e não 

no quão frutífero possa ser o meu dinheiro ou de que modo é utilizado. O dízimo prende‐se mais com o modo como eu emprego os 90% do que com o que acontece com os 10%. O dízimo nada 

tem a ver com o dinheiro, mas com a minha fé e confiança em Deus. A grande bênção consiste no meu relacionamento com Deus. 

Esteja Atento Na segunda parte, no próximo mês, falarei sobre o aspeto prático de onde devo entregar o dízimo. 

Recursos: 1 Robert Jewe, “Why I Won’t Give to Your Church”, Leadership Journal, Primavera 2013, p. 37. 2 Malaquias 3:8‐10, JFA Atualizada. 3 Provérbios 3:5‐6, JFA Atualizada. 4 Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 9, Ed. P. SerVir. 5 Hebreus 4:5, JFA Atualizada. 6 Internet, Tony Cooke Ministries, Great Quotes and Thoughts Regarding Stewardship, Tithing, and Giving. 

7 Internet, Fred Lambert Ministries, Tithe and Giving Quotes. 

Breve Biografia de Ed Fargusson Ed Fargusson exerce atualmente o cargo de diretor de recursos humanos e assistente do presidente da Associação da Califórnia do Norte, nos Estados Unidos da América. Trabalhou vinte anos como pastor e dez anos na obra administrativa da Igreja. Ele e a sua esposa, Anne, têm dois filhos gémeos, os quais frequentam a Universidade de Medicina de Loma Linda. 

Uma miscelânea de ideias  práticas para o ajudar a ser um 

melhor mordomo. 

A Mordomia é um estilo de vida pleno que envolve a nossa saúde, tempo, talentos, ambiente, relacionamentos, espiritualidade e finanças.

Distribuído por: União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia. Diretor: Daniel Vicente. Produzido por: Departamento de Mordomia da Associação União Pacífico. Diretor: Gordon Botting. Ilustração/Editor Assistente: Carol Lowe. Tradução: Ausenda Martins/Daniel Vicente.  

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supramencionadas. Acredito que todas essas causas e ministérios têm valor; mas sou da opinião que, por definição, devem ser financiadas por ofertas e não pelo dízimo. 

O Dízimo É de Deus, Não Meu “Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que  te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Vós sois amaldiçoados com a maldição; porque a mim me roubais, Sim, vós, esta nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa,  e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós tal bênção,  que dela vos advenha a maior abastança.”2 

Todos estamos familiarizados com este texto, mas será que pensamos mesmo no seu significado? O dízimo pertence a Deus, tal como tudo o resto. Reconhecemos o Seu direito de propriedade quando Lhe devolvemos dez por cento daquilo que nos confiou como Seus mordomos. A questão é que 

estamos a roubar a Deus se formos nós  a controlar esses dez por cento, em vez d’Ele. Devemos trazer todo o montante para a Sua casa do tesouro e  deixá‐lo ao Seu controlo, não ao nosso. Devolver o dízimo é um modo de vida: “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece‐o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.”3 

A Casa do Tesouro de Malaquias No Velho Testamento, o templo era 

o método utilizado por Deus para comunicar a Sua mensagem de Salvação ao 

planeta Terra. O sistema sacrificial era o tema da lição e os sacerdotes eram os professores. Não houve muita discussão nos dias de Malaquias sobre o que Deus queria dizer com “a casa do tesouro”.  

O templo continha a casa do tesouro e todas as atividades do templo eram suportadas por esta. Todos os dízimos eram depositados na casa do tesouro e os recursos usados para ensinar o plano da salvação. 

A Igreja É o Atual Método de Deus “A Igreja é o meio que Deus escolheu para a salvação dos homens. Foi organizada para servir, e a sua missão é levar o evangelho ao mundo. Desde o princípio que o plano de Deus é que a Sua grandeza e os Seus recursos sejam refletidos no mundo através da Sua Igreja. É aos membros da Igreja, a quem Ele chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz, que compete manifestar a Sua glória. A Igreja é a depositária das riquezas da graça de Cristo e através dela será, no momento próprio, manifestada, mesmo aos “principados e potestades do Céu” (Efés. 3:10),  a última e total demonstração do amor de Deus.”4 

Esta citação resume a declaração de missão da Igreja nos dias de hoje.  

A Igreja tem a incumbência de levar o plano da salvação ao mundo. Embora não tenhamos um templo ou um sacerdócio, temos a mesma missão que o templo do Antigo Testamento. Portanto, todos o dízimos são necessários na casa do tesouro para financiar a missão de Deus.

A Bênção do Dízimo Não percamos a bênção prometida por Deus, pois Ele diz que nos trará ainda maior abundância, se Lhe formos fiéis neste aspeto. Significa isto que, se eu devolver o meu 

dízimo, ficarei rico? Que, se simplesmente aplicar a fórmula correta, ficarei a transbordar de bens materiais? Claro que não! 

O dízimo é muito semelhante ao Sábado. Deus  

deu‐no‐lo como uma bênção. O livro de Hebreus lembra‐nos de que os Judeus falharam em compreender a bênção do Sábado porque “não entrarão no meu descanso”. O Sábado é uma forma de reconhecermos que é Deus quem exerce controlo sobre o tempo e não nós. Colocamos tudo de lado e 

Julho 2013 

“Dar é mais do que uma responsabilidade, é um privilégio. Mais do que um ato de obediência, é uma prova da nossa fé.” – William Arthur Ward (1921-94), American Educator.7

“Já tive muitas coisas nas minhas mãos e perdi-as todas, mas tudo o que coloquei nas mãos de Deus, continua na minha posse.” - Martin Luther.6

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