JUNHO 2012 PUBLICAÇÃO MENSAL ANO XXIII - Nº 249 … filede numerosa multidão na Oração do...

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BOLETIM DE INFORMAÇÃO PAROQUIAL Preço avulso: 0,50 € PUBLICAÇÃO MENSAL http://www.paroquiadamaia.net [email protected] EDITORIAL Do Mês de Maio tenho que salientar a presença de numerosa multidão na Oração do Terço, às 21h30 de cada dia e nas nossas duas Igrejas : Santuário de Nossa Senhora do Bom Despacho e Nossa Senhora da Maia. Também quero salientar a Procissão de Velas, na noite do dia 12. Dos 22 anos em que aqui estou, teve o maior número de fiéis. Cresce o número todos os anos, o que traduz que Nossa Senhora arrasta multidões e também quanto mais a Igreja sofre mais cresce em qualidade e número. Foi um santo mês aqui vivido. As Festas da Catequese começaram. Creio que vão deixar marcas na comunidade paroquial a avaliar pela Festa do Pai nosso e da Primeira Comunhão ou da Eucaristia. A marcar o Mês de Junho, neste início, há a salientar a Celebração Diocesana da Família. Quem da Paróquia participou está maravilhado. Foi um Bom trabalho da Equipa de Pastoral Familiar. A Celebração do Corpo de Deus começou com a Eucaristia, às 16h00, na Igreja de Nossa Senhora da Maia, seguida da Procissão. A Fé é tocante. Desde que começamos a celebrar a Procissão ela tem crescido e é expoente da fé que se testemunha para além do Templo pelas ruas da cidade. Agora já se pensa e se trabalha pela grande Festa de Nossa Senhora do Bom Despacho. Esta sempre se realizou no segundo domingo de Julho. Há relatos da Procissão dos princípios do século XVIII. Temos uma história brilhante com a Virgem Maria. Por Ele e com Ela caminhemos. PDJ JUNHO 2012 ANO XXIII - Nº 249

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BOLETIM DE INFORMAÇÃO PAROQUIAL Preço avulso: 0,50 €

PUBLICAÇÃO MENSAL

http://www.paroquiadamaia.net [email protected]

EDITORIAL Do Mês de Maio tenho que salientar a presença de numerosa multidão na Oração do Terço, às 21h30 de cada dia e nas nossas duas Igrejas : Santuário de Nossa Senhora do Bom Despacho e Nossa Senhora da Maia. Também quero salientar a Procissão de Velas, na noite do dia 12. Dos 22 anos em que aqui estou, teve o maior número de fiéis. Cresce o número todos os anos, o que traduz que Nossa Senhora arrasta multidões e também quanto mais a Igreja sofre mais cresce em qualidade e número. Foi um santo mês aqui vivido. As Festas da Catequese começaram. Creio que vão deixar marcas na comunidade paroquial a avaliar pela Festa do Pai nosso e da Primeira Comunhão ou da Eucaristia. A marcar o Mês de Junho, neste início, há a salientar a Celebração Diocesana da Família. Quem da Paróquia participou está maravilhado. Foi um Bom trabalho da Equipa de Pastoral Familiar. A Celebração do Corpo de Deus começou com a Eucaristia, às 16h00, na Igreja de Nossa Senhora da Maia, seguida da Procissão. A Fé é tocante. Desde que começamos a celebrar a Procissão ela tem crescido e é expoente da fé que se testemunha para além do Templo pelas ruas da cidade. Agora já se pensa e se trabalha pela grande Festa de Nossa Senhora do Bom Despacho.Esta sempre se realizou no segundo domingo de Julho. Há relatos da Procissão dos princípios do século XVIII. Temos uma história brilhante com a Virgem Maria. Por Ele e com Ela caminhemos.

PDJ

JUNHO 2012ANO XXIII - Nº 249

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CONSULTANDO A HISTÓRIA

S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 2

Na reunião da Junta de Paróquia de S. Miguel de Bar-reiros realizada em 23 de setembro de 1900, “Aberta a sessão pelo Senhor Presidente, foi pelo mesmo dito que visto a alameda Visconde de Barreiros estar transplantada a árvores cujo título se encima (australias) e sendo vasto o numero d’ellas na referida alameda, se torna necessario a devastação de algumas visto (…) poder-se empregar a madeira nas obras da caza da fabrica da egreja, ao presente em construção e ampliação da mesma favorecendo assim a Junta nesta parte, a compra doutra qualquer madeira em substituição a esta.

A Junta resolveu e achou justo esta resolução e or-denou que fossem demarcadas quaes e quantas fossem necessarias e estivessem em ordem de não desformose-arem a referida alameda. A Junta passou a fazer a escolha das referidas arvores e ordenou que fossem arrancadas em n.º de dezoito, em quaes em pleno sítio não fazem o menor defeito a alludida alameda.

A Junta aprovou por unanimidade e ordenou que fos-sem sem perda de tempo arrancadas as mesmas arvores, visto a obra já andar em construção. Não havendo mais nada a tratar foi encerrada a sessão (…)” Maria Artur

S. MIGUEL DA MAIA Proprietário e Editor

Paróquia da MaiaDirector

e Chefe de Redacção

P. Domingos Jorge

Colaboradores Ana Maria Ramos

Ângelo SoaresAntónio MatosArlindo CunhaCarlos GomesConceição Dores de CastroHenrique CarvalhoHigino CostaIdalina MeirelesJosé Carlos Teixeira José Manuel Dias CardosoLuís Sá FardilhaManuel MachadoMª Artur C. Araújo BarrosMª Fernanda Ol. RamosMaria Lúcia Dores de CastroMª Luísa C.M. TeixeiraMaria Teresa AlmeidaMário OliveiraPalmira SantosPaula Isabel Garcia Santos

CorrespondentesVários (eventuais)

Col. na Composição

João Aido José Tomé

Tiragem 1500 exemplares

NOTÍCIAS DA COMUNIDADE PAROQUIAL

Louvemos o Senhor, nosso DeusDurante este mês de Junho o ano pastoral da catequese atinge o seu auge, com as

celebrações anuais dos 10 anos de catequese. No dia 1 de Julho os nossos crismandos do 11º ano chegam final da sua iniciação cristã.

11 Anos de catequese com mais de 500 catequisandos, 44 catequistas, elementos do grupo coral da catequese e o nosso pároco, todos dedicamos algum do nosso tempo livre à tarefa de anunciar Jesus e a Boa Nova que ele nos deixou. Estão envolvidas praticamente, 600 famílias de forma direta ou indireta, na pastoral da catequese.

Mesmo considerando que algumas famílias possam ser monoparentais, movimentam-se nesta atividade pastoral, mais de 1500 pessoas. É inegável a força que nos impele para continuarmos a nossa ação em cada ano que passa. Escrevo na tarde da Festa da Eucaristia, um dia em que 118 catequizandos celebraram a sua primeira comunhão. Meditando sobre o que fica, a nossa maior dificuldade passa por atrair jovens para a nossa pastoral ou de outras equipas. Ainda assim conseguimos aumentar sempre o número de cristãos que estão mais envolvidos nas atividades da paróquia, a proporção é baixa, pouco mais de 1% em cada ano, mas se nada se fizer nada colheremos.

O sucesso da catequese vem, em primeiro lugar, dos pais que assumem o projeto de Deus para educar os seus filhos na fé. É também aos pais que cabe a principal responsabilidade de alimentarem a perseverança dos seus filhos nesta caminhada. Não é possível, e as crianças notam bem isso, estar com um pé na comunidade, enquanto pais de catequisandos e o outro pé fora da comunidade. Como pais devemos envolver-nos nas atividades da paróquia de tal modo. É crucial que todos tenhamos mais disponibilidade. Se todos fizermos um pouco, e há lugar para todos, deixa de ser necessário que alguns façam mais.

Louvemos o Senhor, nosso Deus, por tudo o que nos deu neste ano de catequese que termina e supliquemos-lhe para que desperte em mais corações

a vontade de anunciar Jesus. Como Santiago me inspira: “Mostra-me as tuas obras e eu mostro-te a tua fé”. Ter é manter e o trabalho da nossa comunidade precisa de vós Pais, quando disponibilizareis o vosso outro pé?

José Manuel Dias Cardoso

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Mês de Maio BAPTIZADOS

5 - Bárbara Figueiredo Ferreira - Beatriz Pontes Carvalho - Bruno Miguel Guedes Camelo - João Pedro Oliveira Sousa Lopes Ribeiro - Mafalda Figueiredo Ferreira - Maria João de Sousa Perdigão Moreira 6 - Bernardo Magalhães Noval Silva Pereira - Gonçalo Marques da Costa - Leonor Grilo Conde13 - Isabel Sofia Dias da Silva de Oliveira Costa19 - Francisco José Pereira Marques20 - Francisco Gonçalves Moura da Rocha - Lourenço Gama Ferreira27 - Miguel Filipe Gomes Machado MATRIMÓNIOS19 – Bruno Eduardo Pereira Marques e Cristiana Sofia dos Santos Pereira Marques26 - Hugo Filipe Sepúlveda Machado Durães e Sónia dos Santos Curcialeiro Fernandes

ÓBITOS20 – Maria Manuela Gonçalves de Lemos Mota(78 anos)25– Carmen do Céu Ribeiro (71 anos)28 – David da Silva Azenha (76 anos)

MOVIMENTO DEMOGRÁFICO

Pró - VOCAÇÃO, por vocaçãoSolidariedade e VocaçãoA Comunicação Social tem apresentado nos últimos

tempos variados exemplos de solidariedade acrescida, realçando que, apesar da crise económica e social que atravessamos, há mais partilha de bens e surgem novas e mais diversificadas iniciativas de entreajuda.

É bom que assim seja e que não entremos no egoísmo do “cada um por si”. Estes factos só vêm reforçar que “o Senhor está perto daqueles que O procuram” e que continua a colocar sementes de amor no coração dos homens.

Deus continua a chamar cada homem a construir o seu caminho de felicidade; estes gestos de amor de que vamos tendo notícia são também respostas que esse chamamento vai suscitando naqueles que estão à escuta de Deus de coração sincero. É assim a vocação: uma interpelação que Deus vai fazendo e as respostas que Lhe vamos dando através das ações do nosso dia-a-dia.

“Nisto conhecerão que sois Meus discípulos: se vos amardes uns aos outros!”

“Vinde, benditos de Meu Pai, recebei em herança o Reino (…), porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, estava nu e vestistes-me, …”.

Ousaria dizer que a crise até pode fazer de nós melhores pessoas e acordar-nos para uma vivência mais autêntica da nossa vocação cristã, que é sermos a presença amorosa de Jesus no meio dos nossos irmãos.

Família e JuventudeOs dias 1, 2 e 3 de junho foram de festa na nossa diocese. Um conjunto de iniciativas veio dar visibilidade e provocar a

mobilização dos cristãos de várias idades em torno do tema pastoral do ano “Família e Juventude”: uma Via-Sacra na noite de 6ª feira, pelas ruas da cidade, umas Jornadas formativas e de reflexão durante o sábado, a Vigília de oração na noite do mesmo dia e por fim a grande celebração eucarística do Dia Diocesano da Família, que congregou quase 1200 casais que completam 10, 25, 50 e 60 anos de Matrimónio.

Este programa permite intuir um conjunto de verbos que são fundamentais numa vida cristã autêntica: caminhar, refletir, formar, rezar, celebrar. De facto, a nossa existência enquanto cristãos tem de ser um itinerário de progresso, em que crescemos “em sabedoria, em idade e em graça”, mantendo um permanente diálogo de amor com Deus e fazendo festa por tudo o que de bom Ele vai suscitando em nós. Se acrescentarmos mais dois – testemunhar e atuar – fica um programa de vida bem completo, através do qual vamos construindo a nossa resposta vocacional Àquele que “chama porque ama”.

Oração pelas Vocações – “Rogai”Vem aí, de 2 a 8 de Julho, mais uma semana em que a cadeia de oração “Rogai”, por todas as vocações e de modo especial

pelas vocações à vida sacerdotal e consagrada, percorrerá a nossa vigararia da Maia.O programa está ainda em preparação.Estejamos atentos aos avisos nas Missas e no site da paróquia, para que a participação seja significativa e a nossa oração

seja mais fervorosa.Se pedirmos com insistência, seguramente Deus nos atenderá e suscitará na nossa comunidade respostas vocacionais de

dedicação total ao serviço de Deus nos irmãos. Rezar é a primeira condição para que haja vocações consagradas: “Pedi ao Senhor que envie trabalhadores para a Sua messe”.

Sermos uma comunidade viva e autêntica, em que todos têm voz e vez, da qual se possa dizer “Vêde como se amam”, é essencial para que os chamamentos de Deus possam ser escutados e provoquem respostas generosas.

Equipa Paroquial Vocacional

Bento XVI encoraja famílias a renovar a civilização do amorQuanto mais o criticam, mais as pessoas o ouvem Ele é criticado, traído em sua confiança, envolvido em escândalos pelo comportamento de outros, instado a renunciar. Mesmo assim, quando tudo parece estar nos seus piores momentos, o papa Bento XVI mostra ao mundo as razões, a beleza e o poder regenerador do cristianismo.Já houve quem dissesse que ele é velho demais para dirigir e renovar a Igreja. Que ele é acadêmico demais para ser entendido pelo povo. Que ele é dogmático demais para dialogar com a modernidade. Que ele é fraco demais para reagir às traições, à corrupção, à perda de fé.No entanto, como São Paulo declarou, "é quando sou fraco que sou forte". Bento XVI mostrou em Milão, no VII Encontro Mundial das Famílias, a renovada capacidade do cristianismo de converter os corações e dar esperanças aos povos da terra.Num mundo onde tudo parece desmoronar, sejam as finanças, as ideologias, os ídolos, os partidos políticos, as estruturas públicas e religiosas, o papa reuniu oitenta mil jovens crismandos e seus catequistas no estádio de Milão e mais de um milhão de famílias de todas as partes do mundo para dizer a todos que o futuro pertence aos que tiverem fé em Jesus Cristo

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LIVRO A LIVRO

- Quem não se lembra de ter visto na televisão um avião a flutuar nas águas do rio Hudson, nos Estados Unidos da América, com os passageiros alinhados sobre as asas desse Airbus, aguardando socorro?

Pois bem, este livro, O VOO DA FÉ, é escrito por um dos passageiros desse avião que a 15 de janeiro de 2009 amarou de emergência nas águas gélidas de um dos rios mais movimentados da América.

O autor, Frederick Berretta (piloto amador) para além de nos descrever com pormenores técnicos o assustador acontecimento, apresenta-nos dados da sua biografia que aqui queremos realçar. Embora abandonando a religião quando entrara para a Faculdade nunca deixou de acreditar em Deus, “pois raciocinava que o universo e os seus mecanismos eram demasiado complexos para terem surgido por puro acaso”. Já empresário e com algum sucesso não compreendia

um certo vazio de sentido na sua vida. Certo dia, ao vasculhar numa caixa de recordações de infância, deparou-se com uma velha Bíblia de família. Folheou-a, leu algumas passagens e, de repente, ajoelhado rezou a única oração de que se lembrava - Pai Nosso. A partir daqui começou a rezar muitas vezes, e até começou a ler a Bíblia.

Conta-nos, também, que certa tarde viu um documentário na televisão sobre Fátima que o im-pressionou de tal maneira, que se sentiu atraído para ler tudo o que conseguiu sobre as Aparições aos três pastorinhos, bem como a origem do Rosário.

Tinha grande vontade de esclarecer a sua fé e melhorar a sua vida. E assim foi progredindo na disciplina espiritual diária, sen-tindo uma grande iluminação e consolo.

O Voo 1549 pôs à prova a sua fé.Quando se apercebeu, antes da maioria dos seus companheiros de viagem, que algo de muito grave estava a acontecer ao avião

onde se encontrava, tentou preparar-se para a morte. De olhos fechados e apertando o livro de orações que trazia no bolso, rezou. E a voz de Deus soou com força e clareza nas profundezas da sua alma: Estás disposto a aceitar a minha vontade para a tua vida?

Este Voo da Fé é considerado um milagre por Frederik Berretta. E nós, que o lemos, sabemos que aprofundar a confiança no Deus de Jesus Cristo é acreditar que a nossa vida está sempre nas Suas mãos!

Maria Teresa e Maria Fernanda

EM JUNHO…

As festas de Santo António,De S. Pedro e S. JoãoSão a alegria de JunhoE o anúncio do Verão.

Ofereci a Santo AntónioUm vaso de manjerico E pedi-lhe o milagreDe um marido bom e rico.

Nas festas de S. JoãoHá foguetes a estalar,Alegria, animação,Balões pairando no ar.

Na noite de S. JoãoIrei saltar a fogueira,Deixar a crise de lado,Divertir-me a noite inteira.

S. Pedro, com suas chaves,Irá as festas fecharAté ao próximo anoQuando Junho cá voltar. Ana Maria Ramos

CENTRO SOCIALMaio, mês de Maria, mas também o mês do tradicional passeio dos utente e amigos do

nosso Centro Social.Desta vez fomos ao Santuário de Nossa Senhora da Penha com a inevitável saudade do

nosso grande amigo e mecenas, senhor Bragança, que o Senhor já chamou à sua última morada.Manhã cedo, depois do nosso pároco ter celebrado a missa do dia que, por razões óbvias,

foi antecipada para as 8H30, lá fomos, todos alegres e sorridentes, num espaçoso autocarro que também transportava a bebida e o alimento recém cozinhado que havia de nos saciar à imagem de um dos melhores restaurantes.

A caminho de Guimarães passamos pelo parque e Igreja Matriz de Santo Tirso e pela minha terra natal, Vila das Aves, que ainda há bem pouco tempo se orgulhava de ter às entradas uma placa afixada que dizia «Proibida a mendicidade... esta freguesia sustenta os seus pobres» , onde apresentei a Igreja que me baptizou e casou, as "minhas árvores", parte dos meus familiares e alguns lugares que marcaram o meu crescimento.

Precisamente à hora do almoço abancamos no parque das merendas ao lado do Santuário de Nossa Senhora da Penha e, quase que por magia, de dois enigmáticos volumes envoltos em mantas e papel de jornal, começaram a surgir fumegantes e aromáticos tachos recheados de carne e arroz que todos tragamos com um apetite devorador. O ambiente à volta, fresco e verdejante e de cenário paradisíaco, também contribuía para isso.

Depois do almoço e após um momento recreativo animado por muitas cantigas acom-panhadas ao acordeão e seus complementares, descemos montanha abaixo até ao viçoso parque da cidade de Vizela onde celebramos o aniversário natalício da nossa mãezinha Dona Fernanda com o ambiente natural que a situação exigia: o bolo, as velas que o nosso pároco rotulou de "cruz de Santo André" pela forma como as velas estavam entrelaçadas, os parabéns a você, as prendas, as felicitações, a quadra personalizada e, como sempre, o discurso da praxe.

Finda a cerimónia, cerca das dezanove horas, regressamos a casa e, sob a direcção do nosso pároco, recitamos o Terço do Rosário que o mês de Maria nos "impõe" e, assim, dar-mos continuidade à oração mariana que todos os dias do mês de Maio aconteceu no nosso Centro Social.

Feito o balanço da viagem, constatamos que foi grandiosamente positiva: os doentes não se queixaram, os coxos pularam, os tristes sorriram, a ponto de nos ter servido de refrão às quadras personalizadas que alegremente cantamos no parque de Vizela: Nada melhor, do que um passeio... nada melhor, do que um passeio. Manuel Machado

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EQUIPA PAROQUIAL DE PASTORAL FAMILIAR

E. P.P.FMaria Luísa e José Carlos TeixeiraJorge LopesLídia MendesDavid BarbosaMaria Elizabete eJorge RealP. Domingos Jorge

Contactos:917373873 - 229482390 966427043 - 229416209 916746491 - 965450809 229448287 - 917630347 229486634 - 969037943 962384918

O Dia Diocesano da Família foi preparado pela E.P.P.Familiar. Os Livros Paroquiais de registos de Matrimónios foram consultados. Muitos foram os que celebraram o Matrimónio há 10, 25, 50 2 60 anos, mas foi impossível por razões, que estão à vista de todos, saberem do convite: celebraram aqui. mas não moram cá e outros já partiram para Deus, e outros desistiram de caminhar.

Muitos foram pessoalmente convidados, outros foram-no através do Placard ou aviso nas Eucaristias. Para a celebração houve preparação. A Equipa de Pastoral Familiar, com os que se inscreveram, reuniu-se e preparou.

Foi uma noite de partilha, de abertura, pois houve testemunhos da caminhada feita, houve conclusões e em todos espelhava a alegria e vontade para continuarem a vivência do sacramento que há 10, 25, 50 ou 60 começou.

www.paroquiadamaia.net - [email protected]

UM TESTEMUNHO DUM CASAL O Matrimónio é um Sacramento e não

uma coreografia para uma festaUm pequeno apanhado da entrevista com o proprietário

da Fábrica de Terços Alessandro Ghirelli, juntamente com toda a sua família, esposa e sete filhos, é o fundador de uma empresa que serve à Nossa Senhora há 25 anos, a Ghirelli...

Aqueles que o conhecem pessoalmente sabem que não estão diante de um homem de negócios, mas principalmente de um homem de fé, e que faz do seu trabalho uma forma de amar a Deus

Pelos seus frutos os conhecereis... e na família Ghirelli também vêem-se frutos de Deus: nos seus sete filhos; na vida eucarística, no receber a cada dia a eucaristia; e no fazer que a empresa gire não em torno ao lucro, mas em torno à oração e ao serviço e principalmente na confiança à Nossa Senhora...

- Alessandro, você tem 7 filhos. Como é que você faz para viver no nosso mundo? Quais foram as razões para ter tantos filhos? Ou seja, entendemos que a Itália, Europa no geral, não ajuda muito, isso é verdade?

- Alessandro Ghirelli: -É verdade, muitos me fazem essa pergunta. A minha família é uma Graça da qual me sinto indigno, os ensinamentos de São Pio de Pietrelcina são a espinha dorsal da nossa Fé, sobre o número de filhos eles dizia estas palavras "quando você casou Deus decidiu a quantidade de filhos que terá”. As críticas do mundo não são importantes,.. Devemos prestar contas a Deus e não ao mundo...

. Pode existir uma imitação que o mundo nos propõe, mas, que mais cedo ou mais tarde está destinada ao colapso do egoísmo, fruto do pecado. Nos Mandamentos está o segredo da alegria e do amor, Deus é simples...

Que mensagem você daria aos jovens que querem se casar e estão cheios de obstáculos à sua frente: encontrar a garota certa, ou o rapaz ideal, encontrar trabalho, etc. Por onde começar?

A. G - :Pensando que o Matrimónio é um Sacramento e não uma coreografia para uma festa. Jesus é Aquele que permite o Verdadeiro Amor entre os esposos, Ele é Fidelidade, Vida, Alegria. O nosso Padre Espiritual muitas

vezes nos lembra que “o pecado mata o amor”, por isso o fracasso de muitos casamentos. Não existe nenhum manual sobre como encontrar a mulher certa ou marido ideal, existe um caminho correto construido na castidade pré-matrimonial e no respeito da Lei Divina, a fidelidade a Deus será fidelidade no matrimónio.

Acho que seja muito sugestivo o livro de Tobias. Posso dizer que o inimigo da nossa felicidade e o obstáculo aos desígnios de Deus é pecado. Não é possível querer o Amor na desobediência àquele que é o Amor. ... porque viver no pecado impede os Desígnios de Amor, Paz e Misericórdia que Deus tem para nós.

Festa dos testemunhos

No rito do matrimónio, a Igreja não pergunta: «Estás enamorado?» Mas: «Queres…», «Estais decididos…». Ou seja: o enamoramento deve tornar-se verdadeiro amor, envolvendo a vontade e a razão num caminho – o caminho do noivado – de purificação, de maior profundidade, de tal modo que realmente o homem inteiro, com todas as suas capacidades, com o discernimento da razão, a força da vontade, possa dizer: «Sim, esta é a minha vida»Este é um excerpto da resposta do papa a um par de noivos do Madagáscar atraídos e ao mesmo tempo assustados com as palavras “para sempre”.

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BELO TESTEMUNHO DE AMOR

Graças a Deus, desta vez, até foi assunto com bela fotografia de primeira página, pelo menos num dos jornais diários mais lidos na cidade do Porto. Também foi notícia com algumas entrevistas na televisão. Será que posso pensar que as inclinações dos donos das notícias estão a melhorar? Será que é sinal de que, os meios de comunicação social começam a dar a devida importância a reportagens que elevam o ser humano, porque traduzem o que de grandioso acontece de bom em manifestações publicas e, neste caso, naquilo que diz respeito à célula mais importante da sociedade, a família? Estou esperançada que sim!

No passado domingo, dia 3 de junho, festejou-se na Dio-cese do Porto o Dia Diocesano da Família. No Palácio de Cristal, participaram mais de duas mil pessoas na Eucaristia de ação de graças celebrada às 11h pelo bispo do Porto, D. Manuel Clemente, e concelebrada por quatro bispos, muitos sacerdotes e alguns diáconos. Passou de um milhar, o numero de casais que em 2012 fazem 10, 25, 50 ou 60 anos de ma-trimónio e que, perante aquela multidão e a sociedade em geral, quiseram estar visivelmente presentes, testemunhando, assim, a duração do seu matrimónio pela vivência de um sa-cramento em que um dia, muito importante das suas vidas, se comprometeram perante Deus.

Foi motivo de muita alegria e regozijo dos familiares e amigos presentes de cada família, não só pela celebração das bodas matrimoniais dos casais que as festejavam, mas também, porque o ambiente e organização do acontecimento, é na realidade muito festivo.

Na nossa paróquia inscreveram-se com a devida antece-dência, ao todo doze casais, cinco pelas bodas dos 50 anos, quatro pelas de 25 anos e três pelos10 anos, tendo por isso, ocupado o lugar que lhes estava reservado na assembleia, e recebido o diploma assinado por D. Manuel Clemente como bela e significativa recordação.

Para todos os jubilados, sublinho algumas frases do nosso querido bispo na sua homilia, daquela manhã:

Vós sois os verdadeiros campeões da vida e os que mais importa reconhecer e louvar! E quando nos apresentam tan-tos vencedores disto e daquilo – justamente vencedores, por vezes – vós, caríssimos casais, vós é que sobretudo ganhais e mereceis o primeiro lugar no pódio!

Num pódio que, aliás, não se desmonta, quando acabam os hinos e se entregam as taças… o vosso pódio é o amor de Deus em vós, e este nunca acabará.

Com a ação de graças que convosco damos a Deus; com os parabéns que vos damos todos, a vós e ás vossas famílias, deixo-vos um pedido, a que certamente correspondereis: Fazei ainda mais da vossa vida um testemunho permanente, sereno e belo, de quanto é possível, com Deus é possível! Testemunhai que não é verdade que o matrimónio esteja ul-trapassado, porque realmente ele é o futuro, garantindo a vida.

A vida é aprendizagem de Deus, nosso princípio e desti-nação eterna

M. Luísa C.M Teixeira

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Missa das Famílias - Homilia - 3 de Junho de 2012A vida é aprendizagem de Deus - Na celebração da Santíssima Trindade e de bodas

matrimoniais

Caríssimos irmãos e irmãs, especialmente vós que celebrais Bodas Matrimoniais este ano:

Dizemo-nos e reconhecemo-nos “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Assim mesmo fomos batizados e assim mesmo somos “cristãos”, ou seja, ungidos pelo Espírito, para nos retribuirmos “com Cristo, por Cristo e em Cristo” a Deus Pai, em Quem todo o poder é amor e vida, em eterna fonte.

Mas, sendo Deus vida partilhada – entre o Pai e o Filho na união do Espírito -, só na partilha se pode conhecer: e não como quem O pensasse em abstrato, mas como quem O reconhece na relação.

A própria natureza das coisas vai nesse sentido. Nascemos da relação dos nossos pais e sempre interdependentes uns dos outros, nas famílias que tivemos e todos devem ter. Por isso hão de ser apoiadas, para que tudo decorra positivamente, devendo a sociedade reconhecer em cada família a melhor escola da sociabilidade, onde aprendemos a viver solidariamente. Tanto assim é que, quando não se garante este primeiríssimo patamar da sociabilidade, em si mesmo insubstituível, os seguintes logo se ressentem negativamente.

Caríssimos irmãos e irmãs, sobretudo vós, os que vos “casastes no Senhor” (cf 1 Cor 7, 39), pela graça própria do sacramento do Matrimónio: Vós reconhecestes e reconheceis pela fé recebida e por experiência própria, que o desígnio divino sobre a família se garante em Cristo, vencedor definitivo de tudo quanto nos divide e separa.

- Que bom, que belo e verdadeiro é estarmos aqui a celebrar Bodas matrimoniais, de dez, vinte e cinco, cinquenta e mais anos! Estou certo e bem certo de que todos nos contaríeis histórias vividas das vitórias da graça de Cristo, que foi mais forte do que as tentações que certamente sofrestes, como sofremos todos, nesta ou naquela aceção.

Caríssimos irmãos e irmãs em Bodas matrimoniais: Vós sois os verdadeiros campeões da vida e os que mais importa reconhecer e louvar! E quando nos apresentam tantos vencedores disto ou daquilo – justamente vencedores, por vezes -, vós, caríssimos casais, vós é que sobretudo ganhais e mereceis o primeiro lugar no pódio!

Num pódio que, aliás, não se desmonta, quando acabam os hinos e se entregam as taças… O vosso pódio é o amor de Deus em vós, e este nunca acabará (1 Cor 13, 8)!

Caríssimos casais: Com a ação de graças que convosco damos a Deus; com os parabéns que vos damos todos,

a vós e às vossas famílias, deixo-vos um pedido, a que certamente correspondereis: Fazei ainda mais da vossa vida um testemunho permanente, sereno e belo, de quanto é possível, com Deus é possível. Testemunhai que não é verdade que o matrimónio esteja ultrapassado, porque realmente ele é o futuro, garantindo a vida; de que é possível e faz sempre bem persistir e perdoar, seguir em frente em unidade mais amadurecida; e de que assim mesmo é realmente a vida, como a corrente profunda do mar ou a linha contínua do tempo, que, mesmo com Outonos e Invernos, ruma sempre à Primavera.

Mas uma coisa é dizer isto, como o estou a fazer agora, e outra, bem mais importante e indiscutível, é demonstrardes vós a verdade do que vai dito. Pois aí estais e assim prosseguis. Vós sois aqui hoje e sereis amanhã onde estiverdes o rosto expressivo e a exemplificação concreta das possibilidades e do valor do sacramento do matrimónio. Vós atestareis por experiência própria, ganha nas dificuldades que vencestes, o que Cristo disse, em resposta a um discípulo que duvidava das possibilidades duma vida cristã propriamente dita, ou seja, que encontra em Deus a única riqueza e garantia: “Aos homens é impossível, mas a Deus tudo é possível” (Mt 19, 26).

E, no entanto, nem eu nem vós presumimos alguma coisa ou nos consideramos superiores a quem quer que seja. Sabemos, bem demais, que muitos casais não vivem propriamente em matrimónio e que tantos outros não prosseguiram unidos, pelas mais diversas causas. Não julgamos ninguém, nem nos consideramos melhores que os outros.

Mas reconhecemos, com toda a convicção reconhecemos, que o ideal dum matrimónio uno, indissolúvel e fecundo, corresponde bem à alma humana, que se realiza em entregas totais, definitivas e criativas. Que a pessoa, cada pessoa, só se revela no tempo, ao longo dos anos que viver, e desde que acompanhada nesse percurso por outros que igualmente se vão revelando, rumo ao melhor de si próprios. E que isto mesmo acontece do modo mais radical e verdadeiro num projeto matrimonial que se prepara, acontece e mantém, tempo fora. Por isso, o que sabemos propomos, sem nos sobrepormos mas permanecendo, em convicções comprovadas.

Os sacramentos são ações do Ressuscitado no seu corpo, que é a Igreja, a comunidade dos crentes. Por isso devem ser eclesialmente vividos, preparados e mantidos. É fundamental que em cada comunidade a preparação para o matrimónio seja feita a longo prazo, a partir duma catequese que forme para a vida partilhada, com Deus e com os outros, o sentido do serviço e a felicidade do bem querer e do bem fazer; e isto mesmo com a cooperação dos pais e das famílias, que igualmente sigam o caminho de Cristo e da sua entrega por todos. Depois, ao longo da vida matrimonial, que importantes são encontros e movimentos de casais e famílias, que mantenham viva a chama cristã em tudo quanto se faça e prossiga nesses âmbitos essenciais.

Queridos irmãos e irmãs: celebrar a Santíssima Trindade é louvar a Deus uno e trino, ou seja uno no amor que em Si mesmo compartilha. A vida é aprendizagem de Deus, nosso princípio e destinação eterna. A vida do casal e da família é para isso a melhor escola, imprescindível portanto. - Graças a Deus por vós e pelas vossas Bodas que n’Ele mesmo celebrais! A Igreja e a sociedade esperam muito e quase tudo do presente e do futuro da família cristã.

+ Manuel Clemente

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A crescente visibilidade da nossa Conferência e a intensificação de esforços nos últimos meses têm produzido resultados muito positivos. São mais as famílias a quem prestamos auxílio e são mais as pessoas a colaborar connosco.

Neste mês pretendo dar a conhecer um pouco da nossa realidade. Os números

com que lidamos são muito duros.Estamos neste momento a apoiar 23 famílias, num total de

65 pessoas. São 15 crianças com menos de 15 anos, das quais 8 têm 3 anos ou menos. Acompanhamos 14 idosos com mais de 65 anos, cujo principal problema não é a saúde ou solidão, mas sim o esforço que fazem para ajudar os filhos e netos desempregados ou com empregos precários.

Temos ainda 9 casos de famílias cujos problemas começaram ou agravaram-se com litígios familiares resultando em famílias monoparentais com dificuldades acrescidas para se sustentarem. Provavelmente, no momento em que ler este artigo, os números já estarão desatualizados, porque todas as semanas têm chegado novos pedidos.

A nossa missão é, fundamentalmente, a visita a estas pessoas. Tentamos visitar cada família 2 vezes por mês onde, para além de ouvirmos os problemas e tentarmos dar alguns conselhos, procuramos levar alguma ajuda material. Nunca damos dinheiro,

mas levamos alguns alimentos (não perecíveis), ajudamos na compra de medicamentos e pontualmente nalgumas despesas mais urgentes.

Apesar da generosidade dos que assiduamente vão colaborando connosco, é fácil de perceber que a ajuda que prestamos fica muito longe daquilo que gostaríamos. Tomemos como exemplo o leite oferecido na campanha de recolha de alimentos, organizada em Março pela catequese. O leite serve como termo de comparação, os restantes géneros serão mais ou menos proporcionais.

Foram oferecidos 138L de leite. Se os entregássemos apenas às famílias com crianças, daria 9 pacotes de leite por criança. Apesar de já não ser muito, vemo-nos forçados a entregar muito menos, porque as restantes famílias também pedem leite e porque não podemos gastar tudo num mês, sob pena de no mês seguinte já não ter nada para dar.

São tantas as situações e cada vez mais graves que nos vemos compelidos a intensificar os pedidos de ajuda. É tempo de colocarmos seriamente a palavra SOLIDARIEDADE nas nossas vidas. Nesse sentido, iremos, a partir de Junho, organizar uma campanha mensal de recolha de alimentos e donativos. No 3º Domingo de cada mês (e respetivo sábado) estaremos presentes no início de cada missa para recolher as ofertas que nos queiram fazer chegar.

Carlos Costa

CAMPANHA DE RECOLHA DE ALIMENTOS

Por norma, definimos ou interpretamos a palavra ciclo como uma sequência repetitiva de fenómenos sucessivos num determinado intervalo de tempo. De uma forma pragmática, é esta talvez a primeira definição que nos percorre o pensamento quando questionados sobre o seu significado. Porém, qualquer um, se alargar e aprofundar apenas ligeiramente o seu raciocínio, facilmente atinge certas gradações, que parecem desvirtuar o seu verdadeiro significado, numa definição mais lata.

Ao contrário daquilo que poderemos impulsivamente pensar, existem 2 aspetos, na perspetiva da ciência, que são comuns em toda a matéria existente no Universo: o simples facto de existir, e de toda ela ser constituída por átomos. Desde a matéria orgânica, capaz de gerar vida, até à matéria inorgânica. Porém, toda ela se tornou capaz de se interrelacionar, numa simbiose aparentemente estável e perfeita entre as suas diversas caraterísticas e necessidades. Contudo, desde a criação do Mundo e do Homem até aos dias de hoje, nem tudo permaneceu estático, e tal como hoje existe. Ao 6º dia, Deus criou o ser humano, à Sua imagem e semelhança, para que dominasse o Mundo que havia criado. Mas deu-lhe a habilidade suficiente para ser capaz de se adaptar às diversas evoluções e transformações a que o Mundo tem sido sujeito. E estes constantes desenvolvimentos são cíclicos tal como o é também a nossa vida e tudo o quanto existe em nosso redor.

Desde o amanhecer ao anoitecer, formando o ciclo diário da natureza, até ao despertar e repousar de cada qual, formando o ciclo diário humano, todo e qualquer passo que damos constantemente, de alguma forma interfere e interage com outros ciclos à nossa volta. Portanto, quer queiramos quer não, quer gostemos ou desgostemos, tudo na vida tem o seu tempo definido, que não é infinito, e portanto todos esses projetos têm um ciclo de vida útil, findo o qual darão (ou deverão dar) lugar a novos desígnios.

Por entre os inúmeros ciclos constituintes da vida de cada um de nós, o ciclo de estudante trata-se, sem dúvida alguma, de um dos ciclos mais importantes e marcantes na definição, não só de um rumo profissional, mas também de uma identidade própria, que, em conjunto moldarão o nosso caminho, segundo os nossos ideais.

Fim de Ciclo?Desde que entramos no ensino básico, com 6 anos (alguns

quiçá com 5), até ao momento em que terminamos o ensino superior, no mínimo aos 21 anos (porque, felizmente, hoje a percentagem de adolescentes com a possibilidade de ingressar no mesmo é significativamente maior do que em gerações passadas, como a dos nossos papás e avós), constatamos que se trata de uma rotina que se repete constantemente, embora com os respetivos graus de exigência adequados às várias fases deste ciclo. No meio de tantas aulas, testes, exames e avaliações, a sensação de que “nunca mais acaba” é tantas e tantas vezes suspirada profundamente por todos os poros do nosso corpo. Nessas ocasiões, usamos como refúgio o conforto de saber que não estamos sós, e que os nossos amigos e colegas também se compadecem com essa mesma “dor”. Permitindo-nos assim motivar a não desistir e, depois desse enorme suspiro, voltar a regular a respiração e a diligenciar esforços para que a “luz ao fundo do túnel” se torne menos ténue.

Contudo, quando finalmente nos encontramos perto da meta, quando a almejada independência parece real, ali ao “virar da esquina”, um estranho medo e impulso nos faz desejar afinal que esse ciclo não termine. Lá diz o velho ditado que o “homem é um animal de hábitos”. E porque, apesar de todas os suspiros de manifestação contra alguns desses hábitos, a verdade é que existe sempre o outro lado, mesmo que por vezes pareça que não. O lado positivo, o lado que vale a pena guardar. Aquele lado que quando o recordamos nos faz sorrir e nos faz sentir o desejo de o reviver. De voltar ali, àqueles locais, com aquelas pessoas. De voltar a sentir aquela brisa na cara, aquele nó no estômago, aquele arrepio, aquela respiração instável caraterística dos momentos em que nos sentimos capazes de dominar o Mundo. Enfim, toda aquela adrenalina que nos corre no sangue quando somos estudantes.

E depois disso? Final de ciclo? Sim? Não? Talvez. Sim, uma vez que chega a altura de encarar uma nova fase, em que os desafios serão certamente bem diferentes, e a responsabilidade e a autonomia aumentarão. Não, porque apesar dessa mudança considerável, o lado humano não seguirá uma alteração tão

Continua na Pág. 9

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Como temos vindo a expressar nesta reflexão que tem como base uma palestra do P. Manuel Augusto Lo-pes, Missionário Comboniano e já com uma vasta experiencia missionária, in-cluindo o serviço de Superior Geral do Instituto, a Vocação missionária e Comboniana é um verdadeiro desafio digno de ser considerado e escolhido por cada jovem e uma oportunidade que está ao alcance do/a jovem que sabe o que quer e que acredita na for-ça do jovem que resiste a cruzar os seus braços e persiste em caminhar escutando a voz de Jesus.

Vocação missionária e Combonia-na exprime-se numa gramática que lhe é muito própria e lhe dá a sua identi-dade e dignidade. Assim, seguindo os dinamismos que o Concílio Vaticano II veio trazer à missão cristã e à evange-lização, a vocação missionária Combo-niana ganhou riqueza de vocabulário e conjuga-se hoje de muitas maneiras, abraçando as múltiplas dimensões da missão cristã hoje. Antes de mais, a vo-cação missionária Comboniana conju-ga-se com o verbo estar.

VERVO ESTAR ESTAR e vive-se como presença

e testemunho, no meio dos povos, do amor salvífico de Deus: um estar que se abre a um fecundo diálogo de vida e de fé com pessoas e com a sociedade.

Ao viver a missão como presença e testemunho, “o missionário desco-bre e faz seus os valores culturais e re-ligiosos dos povos” (RV57), abre-se a “uma profunda compreensão e estima da cultura, língua, história e tradição do povo a que é enviado” (RV 57.1).

Desde o começo, de Daniel Com-boni e da primeira geração de missio-nários, este sentido de imersão na vida e cultura dos povos foi marcante da vocação Comboniana: muitos dos po-vos do Sudão e do Uganda tiveram em Combonianos os primeiros autores de livros sobre a sua história e cultura, de

gramáticas sobre as suas línguas.O missionário Comboniano sabe

que “proclama o Evangelho acima de tudo com o testemunho” e que no en-contro com os povos importa assumir “uma atitude simples, confiante e res-peitosa”.

Em segundo lugar, a vocação Com-boniana conjuga-se com o verbo anun-ciar.

ANUNCIARVive-se como serviço ao Evange-

lho, através da pregação e da transmis-são da Palavra de Deus. “Logo que se apercebe que chegou a hora da graça, o missionário anuncia clara e inequivo-camente o mistério de Jesus de Naza-ré, Filho de Deus” (RV 59).

Uma proclamação inculturada, através de uma variedade de meios, mas que não dispensa a pregação e as várias formas de instrução catequética. A preocupação pelo serviço à palavra de Deus, pela formação dos catequis-tas e dos ministros da palavra, pela ins-tituição de centros para a formação de catequistas e leigos, sempre esteve no topo da metodologia Comboniana.

Em terceiro lugar, a vocação mis-sionária Comboniana conjuga-se com o verbo envolver-se.

ENVOLVER-SEVive-se com o envolvimento nos

processos de transformação social que afectam os povos entre os quais os Combonianos vivem. “O missioná-rio Comboniano faz-se solidário com o povo no meio do qual vive... solidário com a vida, o trabalho e a caminhada do povo, partilhando as suas vicissitu-des” (RV 60).

Nos nossos dias, este verbo, envol-ver-se, é talvez o verbo mais conjugado pelos Combonianos... O empenho da missão cristã pelo desenvolvimento integral das pessoas e das sociedades, pela libertação integral dos povos, a luta pela justiça e pela paz, declaradas no nosso tempo como parte integran-

te da evangelização, expandiu-se ainda mais na defesa de modelos sustentá-veis de desenvolvimento, na luta pela salvaguarda da criação e do ambiente.

Os Combonianos, em muitos pa-íses de África, situam-se na primeira linha deste envolvimento nos proces-sos de transformação social, dedicando recursos humanos, meios e iniciativas para que pessoas e povos encontrem os caminhos da libertação integral: inú-meras escolas, hospitais e centros de saúde, projectos de desenvolvimento atestam este envolvimento de primei-ra pessoa.

Além disso, os Combonianos se-guem neste envolvimento, a metodolo-gia herdada do seu fundador, que apela “a salvar os africanos com os africa-nos” e a “fazer causa comum com os povos”: os Combonianos sabem que “o melhor contributo que podem dar à promoção da justiça” e a um envolvi-mento dos cristãos nos actuais proces-sos de transformação social, “é educar as pessoas a assumirem as suas respon-sabilidades politica e sociais” (RV 61.2).

P. Francisco Machado, Missionário Comboniano

ATENÇÃO:Em breve, os Pais ou Encarregados de Educação

farão as Matrículas na Escola do Ensino Básico dos seus filhos. Em todas as Escolas há uma hora para a Educação Moral Católica. Se querem o melhor dos vossos filhos não deixem de os matricular na Disciplina de Moral Católica. Os Professores dessa Disciplina serão nomeados pela Diocese. É um direito que todos têm, por isso é um dever fazê-lo

VOCAÇÃO MISSIONARIA COMBONIANA: UM CARISMA PARA A MISSÃO

radical, visto que todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, connosco partilharam e contribuíram para essas memórias, continuarão a existir, nem que sejam apenas na recordação. A evolução faz parte do nosso caminho, e mal estaríamos se assim não fosse. No fundo, só nos resta ficar gratos pelas oportunidades que com elas tivemos de crescer. E usar essas vivências como exemplo, independentemente do lugar que o futuro nos reserva. “Há coisas que não queremos que aconteçam, mas temos de aceitar. Coisas que não queremos saber, mas que temos de aprender. E pessoas sem as quais não podemos viver, mas que temos de deixar partir.”

João Bessa

Fim de Ciclo? - Continuação da Pág 8

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MORTE, ENTRADA NA VIDANo espaço de um ano faleceram três colegas de in-

fância e de muitos anos de estudos e de vida. Partilhamos juntos a vida em Macieira de Cambra, Soutelo (Vila Ver-de), Braga, até nos afastarmos, após três anos de Filosofia de estudos de Filosofia, seguindo o rumo que cada um deu à sua vida.

Três mortes e três atitudes diferentes de encarar o destino comum a que ninguém foge: a morte. Em comum a grandeza com que todos encararam de frente o fim da sua passagem pela terra e pelas nossas vidas.

Em cada uma delas um exemplo de coração cheio, ati-tude generosa, desprendimento, atenção e preocupação com os que cá ficam mais algum tempo.

Luis XV, rei de França (1710-1774) disse: depois de mim o dilúvio. Estes meus colegas seguiram um rumo completamente diferente: na vida preocuparam-se e dis-ponibilizaram a sua vida pelos outros. Na morte mantive-ram essa mesma atitude, e até foram mais longe.

O José Luís Ribeiro, nas últimas horas e momentos de vida pediu para ouvir Canto Gregoriano. Foi a passagem para o Pai, serena e interiormente assumida com a beleza e a profundidade da música gregoriana.

O P. João Costa e Silva, falecido em Lisboa há cerca de um mês, dedicou parte da sua vida na organização da Catequese no Porto, nomeadamente na Igreja dos Jesui-tas. Antes da sua morte, deixou um documento escrito, no qual doava o seu corpo à Faculdade de Medicina do Porto, para estudos científicos e investigações médicas que possibilitem a melhoria nos cuidados de saúde.

O P. Arsénio faleceu recentemente em Portimão, para onde foi em 1975, pouco tempo após a sua orde-nação para fundar uma comunidade cristã nessa cidade. Trabalhou um ano na doca do porto de Portimão a des-carregar peixe. Realizou uma obra notável na Freguesia

de Nossa Senhora do Amparo. Foi condecorado pela Autarquia de Portimão. Esteve doente alguns meses, e quando sentiu ou pressentiu a chegada da sua hora, dei-xou uma mensagem aos seus Paroquianos: não queria flores no seu funeral, nem na celebração eucarística. Pe-diu que o dinheiro que os seus paroquianos iriam gastar, em flores, no seu funeral, fosse destinado para as obras da cobertura do telhado da Igreja de Nossa senhora do Amparo, a sua Paróquia.

Três maneiras insólitas e diferentes de enfrentar a morte: ouvir música, neste caso Canto Gregoriano, con-tinuar a presença e dedicação aos outros através da do-ação do seu próprio corpo à Faculdade de Medicina do Porto, e viver as últimas preocupações pastorais e comu-nitárias, com o problema do telhado da sua Igreja que necessitava reparação.

Pensaram nos outros, nos que ficaram, e não neles próprios. De facto o amor só existe se for direccio-nado para os outros. Nenhuma preocupação com eles próprios, máxima preocupação com os outros, com os que ficam.

É fácil sermos atenciosos e prestáveis com os outros quando andamos bem, cheios de saúde, de entusiasmo e a vida corre sobre rodas. Mas pensar nos outros nos tempos últimos é extraordinário, só possível pela gran-deza da alma,

As pessoas morrem, mas nunca ficam sós e abando-nadas. Permanecem sempre vivos na memória daqueles que com eles conviveram. A memória destes meus cole-gas não se apaga da minha vida, porque vivemos e convi-vemos juntos muitos anos e a nossa história nunca é feita isoladamente. A solidão é nos cemitérios, a memória e a saudade ficam sempre connosco, no nosso íntimo.

Até sempre João, Arsénio, Zé Luís. Mário Oliveira

“Os princípios do escutismo estão todos certos. O êxito da sua aplicação depende do chefe e do modo como ele os aplica.”(Baden-Powell, in Auxiliar do Chefe Escuta)

O papel do Dirigente no crescimento dos jovens Escuteiros é de extrema importância, pois pertence a ele a tarefa de educar para os valores, para o serviço e também dar testemunho da vivência Escutista e vida Cristã. É muitas vezes, graças a bons Dirigentes que o CNE tem que, muitos Escuteiros depois de crescerem no Movimento, abraçam a missão de serem eles próprios Dirigentes do Corpo Nacional de Escutas.

Recentemente, festejamos 25 anos de vida Escutista do Dirigente António Jorge Magalhães. Corria o ano de 1987 quando, com 12 anos de idade, o Jorge entrou no Agrupamento 95-Maia e foi acolhido no Grupo dos Exploradores pelo Chefe Pena e com ele cresceu e aprendeu, tendo-o sempre como referência. Passou pelos Pioneiros e Caminheiros

onde foi o Guia e Caminheiro em Comissão de Serviço, abraçando assim o ideal de vida que hoje tem. Participou em Acampamentos Regionais, Nacionais e Internacionais onde desenvolveu o gosto pelo Escutismo. Depois de cumprido o serviço militar, o Jorge mostrou-se disponivel para ser Diringente fazendo a sua Investidura em Abril de 1996, pois tinha chegado a hora de ele próprio dar-se ao Movimento e retribuir o que de bom tinha recebido no Agrupamento.

Muitos são os jovens que tiveram o Jorge como seu Chefe nos Escuteiros, que com ele construiram uma relação de amizade e confiança, que viram e vêem nele um irmão mais velho pronto a ajuda-los e sempre disponivel para ensinar técnica Escutista como só o Jorge o sabe fazer .

Dia após dia, ano após ano, a entrega do Chefe Jorge ao Agrupamento 95-Maia tem sido total e sempre com grande dedicação e responsabilidade, quer no trabalho realizado com os jovens nas várias secções, quer na organização das várias actividades na vida do Agrupamento.

Pedimos a Deus que o abençoe e lhe dê muita saúde, assim como à sua familia que sempre o apoia e que também está presente no Agrupamento.

Campanha do Banco Alimentar Contra a Fome“Ajude-nos a alimentar esta ideia.” Honrando a nossa Divisa “Sempre Alerta para Servir”, dissemos “presente” na Campanha do Banco Alimentar Contra a Fome

numa das suas mais participadas acções de recolha de alimentos. À generosidade dos portugueses, juntaram-se os Lobitos, Exploradores, Pioneiros, Caminheiros e Dirigentes do 95-Maia que, deixando de lado os afazeres pessoais, serviram a Comunidade fazendo a recolha de 2982 Kgs de alimentos no Pingo-Doce de Gueifães e ainda de 1503Kgs no Modelo-Bom Dia da Maia. Também no armazém do Banco Alimentar em Matosinhos, os Pioneiros e Caminheiros do 95-Maia não tiveram mãos a medir durante todo o fim de semana de 26 e 27 de Maio, pois as carrinhas iam chegando e era necessário descarregar, separar e acondicionar todos os alimentos. É tarefa gratificamente para todos os Escuteiros que oferecem do seu tempo para ajudar o próximo e que não esperam outra recompensa senão a de saberem que cumpriram o seu dever.

Somos por uma Juventude melhor,Palmira Santos

25 Anos de Vida Escutista

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EUROPA, FUTEBOL E AUTOESTIMA Arlindo Cunha

Não se fala noutra coisa. Jornais e revistas, televisões, rádios, blogs, sites….têm todos como foco mediático a Europa….do futebol.

A realização este ano de mais uma edição do campeonato da Europa de selecções coincide em cheio com o epicentro temporal da crise económica e financeira que tem abalado a Europa e o Mundo desde 2008-2009. Por isso, não é de estranhar que os media dêem tanto relevo a este evento desportivo, na tentativa de gerar factos novos, susceptíveis de atrair mais as atenções dos cidadãos já tão massacrados com as notícias da crise e cada vez menos receptivos a doses consecutivas de desgraças e más notícias….

O que se está a passar no nosso país não é uma excepção ao ambiente que se vive um pouco por toda essa Europa fora. E, facto curioso, todos os países em situação de maior aflição económico-financeira lá estão entre aqueles cujas selecções foram apuradas para esta fase final do Europeu de Futebol: Irlanda, o primeiro país a ser intervencionado pela Troika

do Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia; a Grécia, sem dúvida o país em maiores dificuldades de todo o conjunto dos aflitos; Portugal, o terceiro a ser intervencionado e cuja situação nos é, infelizmente, bem familiar; a Espanha, ainda não intervencionada pelas entidades financeiras externas, mas a passar por um período de enorme aperto, sobretudo ao nível da credibilidade do sistema bancário; e, por fim, a Itália, que até agora tem conseguido evitar alarmismos maiores em torno da sua capacidade de gerir a crise.

O futebol, não há dúvida, faz parte da nossa cultura, sendo transversal a toda a sociedade, desde os segmentos de muito baixos recursos e modesto estatuto social, até às classes políticas, académicas, empresariais e, em geral, às elites de todos os países.

Não é, assim, de estranhar tamanha mobilização perante um evento desportivo desta natureza e grandeza. Mas também não é de estranhar que todos procurem nestes dias no plano desportivo a consolação que não têm encontrado na vida real.

Mas se é humano procurar estes pequenos oásis desportivos no deserto das economias actuais, convém estar prevenido contra optimismos excessivos. Atente-se no caso do Grupo que nos calhou por sorteio: Alemanha, Holanda e

Dinamarca. De acordo com o ranking da FIFA, a Alemanha é, nem mais nem menos, do que a segunda selecção mundial mais poderosa, depois da Espanha, que é a primeira. A Holanda é a quarta melhor do mundo, acima de Portugal, que é quinto. E mesmo a Dinamarca, que é a décima, foi a que ficou em primeiro lugar no nosso grupo de apuramento para este Europeu. Ou seja, um Grupo que junta apenas quatro das 10 melhores selecções do mundo. E em que apenas duas passam à fase seguinte.

É pena, de facto, o Portugal da economia não acompanhar mais de perto o Portugal do futebol, pois seríamos uma grande potência mundial! Como não somos, é bom cultivar este entusiasmo desportivo para mantermos a auto-estima colectiva. Mas convém não exagerar…sob pena de acumularmos desilusões em ambos os planos….

Ética e Fé - 28 de Maio de 2012 - Sem Comentários

A palestra proferida por Daniel Serrão, a convite das equipas de Nossa Senhora e Pastoral da Família da Vigararia da Maia, que teve lugar na Casa do Povo de Vermoim, no passado dia 19 de Maio, foi um momento muito especial para todos quantos marcaram presença no evento.

Perante uma audiência de qualidade de onde se destacavam os párocos da Maia, Domingos Jorge, de Vermoim, José Silva e de Gueifães, Orlando Santos, bem como o diácono Jorge Moreira, além de médicos, professores, juristas e membros de vários movimentos e organismos da Vigararia, o palestrante conseguiu agarrar por completo a atenção das pessoas, utilizando um discurso simples, muito claro, mas profundo, quer do ponto de vista científico, como no que tocou à transcendência, domínio em que revelou o seu imenso conhecimento da Bíblia Partindo das propostas que lhe foram sendo dadas a partir da mesa, Daniel Serrão esclareceu que depois de séculos de confronto entre Ciência e Fé, vivemos hoje um tempo novo, um tempo em que a Igreja e os homens de Ciência trilham um caminho comum, baseado no respeito mútuo e numa compreensão de que não cabe à Ciência explicar a Fé, nem é lícito aos crentes obstaculizar a evolução da Ciência ou doutrinar sobre os seus constructos. Este caminho novo é o de um diálogo fecundo, construtivo que procura um entendimento ético que ponha em comum, valores de Humanidade, como a dignidade da pessoa e o direito de existir.

Daniel Serrão testemunhou o papel extraordinário que teve o Papa João Paulo II, no estabelecimento de pontes para esse diálogo, sublinhando também os subsídios relevantes do Cardeal Joseph Ratzinger, hoje Papa Bento XVI.

Temas como a morte medicamente assistida, a eutanásia, o suicídio e a ausência de projecto de vida, o testamento vital, entre outras questões que convocam a Ética e a Fé, foram abordados com objectividade e um conhecimento muito próprio de quem reflecte e medita amplamente sobre as complexidades e concretude das suas causas e consequências, razão que explica o facto de ser frequentemente chamado a participar em fóruns internacionais de debate.

No final, o Professor autografou para quem quis, o livro “Daniel Serrão aqui diante de mim”. Victor Dia

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É relativoUm destes dias…, já há alguns dias…, há muitos dias

até, estava eu na minha gostosa tarefa de ler a Além-Mar de “fio a pavio”, e deparei-me com uma foto que ilustrava a rubrica “Do alto dos Andes”. O assunto do artigo era a pobreza, a pobreza extrema na América Latina. O artigo transpirava esperança, mas, fazia o balanço da pobreza que se vive nessa parte do globo, nos avanços e recuos. De entre os mais pobres dos pobres, listavam-se as mu-lheres. É claro! Em qualquer parte do globo as mulheres são seres de segunda. E, “quem educa uma mulher faz progredir um povo inteiro”, um país que relega para se-gundo plano as mulheres, atira o seu povo para a pobreza e indigência.

Descrevendo ainda o artigo, este apresenta os esfor-ços que os países da região têm feito no sentido de pro-mover a igualdade homem-mulher. Porém, “não existem ou são ineficazes (as politicas económicas e sociais) para preencher o fosso entre eles e elas.” E, quando se diz ”elas”, diz-se tudo o que as rodeia: a casa, a economia doméstica, o emprego, a família e… os filhos!

Mas, quase que podia dizer que nada disto me inte-ressa. É claro que interessa e muito! A humanidade sofre e isso diz respeito a toda a gente. Contudo, o que me despertou os sentidos, para além do título do artigo – “quando as boas notícias escondem as más” – foi a foto-grafia que o ilustra. Creio que a velha citação “uma ima-gem vale mais do que mil palavras” se aplica a este caso. A fotografia ilustra tudo o que foi dito no artigo. “Crava” bem fundo na nossa consciência e no nosso coração. Vai muito além do que foi escrito. Desperta sentimentos e emoções, por vezes desalinhados pelo impacto visual. A imagem aguça o nosso pensamento e poder de observa-ção. Fez-me divagar por várias interpretações possíveis. A mãe que aconchega o filho ao colo, sentada na beira de um passeio, não sei se não tem emprego, se não tem casa, se não tem família. Aconchega o filho, não sei se para o aquecer, se para lhe fazer esquecer a fome ou a doença. Apesar de tudo isto, o que mais me despertou a curiosidade ou o espanto foi a menina que está ao seu lado. Não pelas cores da roupa, mas pelo contraste. Está bem agasalhada, até tem graça no seu gorro de pai na-tal e brinca alegremente. Aparenta falar sozinha. Tem um

carrinho na mão. Se insistirmos na leitura da mesma e se taparmos os pezinhos da menina, não há nada que dê si-nal de destaque. A imagem no seu todo é um símbolo de pobreza. Não é isto que me faz arrepiar. Mas, ao destapar os seus pezinhos e se fizermos a ligação à restante ima-gem apercebemo-nos de que a menina calça umas finas sandálias de verão. Deve ser pleno inverno, caso contrá-rio não estaria assim vestida.

Esta descrição toda só para dizer que é tudo tão re-lativo. A menina não está descalça. O que, só por si, nos faria ter sentimentos de comiseração e pena. Faria com que exclamasse-mos “Coitadinha, está descalça!”. Mas não, não está descalça. A mãe teve esse cuidado. Teve o cuidado de lhe dar o que tinha. Tudo o que tinha!

E é tudo relativo, tão relativo. Umas simples sandálias nos pés de uma criança podem fazer toda a diferença….

Conceição Dores de Castro

É verdade! De novo a não resistir a esta sempre renovada tentação de escrever sobre o mês de Maio.

Mês marcante nos ciclos da vida com que a natureza generosa todos os anos nos brinda, num gesto de dádiva incondicional, sem nunca se enfadar. Mês de mudança nos campos, montes e jardins engalanados dos mais variados tons coloridos, numa oferta comovente e gratuita de beleza que delicia o nosso olhar e encanta os corações mais empedernidos. É um gesto incomensurável do grande pintor do universo que nos regala assim a mais bela tela, jamais pintada pelos mais famosos artistas.

É o mês das aves nos presentearem com sinfonias celestiais que regozijam o nosso ouvido e relaxam a nossa mente.

Mês em que os elementos terrestes e celestiais se conjugam em harmonioso hino de louvor a Deus!

Foi por isso que Maria escolheu Maio para descer do Céu à Terra e revelar aos homens o seu amor de mãe bondosa, atenta

e solícita, sempre disponível para nos escutar, sempre pronta para nos ajudar. Elegeu Maio para nos relembrar que o Seu Filho nos ama incondicionalmente e cumpre-nos saber retribuir esse sentimento com atos novos de gratidão, de dádiva total e solidariedade permanente para com os irmãos desprotegidos pelos homens, desamparados pela sorte, desiludidos com a vida.

Este mês, sendo o mês da perfeição não devia haver sofrimento. Os males do corpo e da alma deviam ser banidos da face da terra. O ódio e a violência deviam desaparecer do coração das pessoas. É um sacrilégio manchar a beleza, a harmonia e a nobreza de Maio com atos indignos que violam o mais elementar direito de todo o homem – ser feliz!

Num cenário de tanta perfeição e enlevo, de encontro do Céu e a Terra, devíamos viver tempos de plenitude celestial, abundantes de vida, paz e fraternidade.

Quando viveremos um Maio assim, com esta pujança de Vida e Amor? Idalina Meireles

Maio

Mês de MariaNo mês de maio rezou-se o terço todos os dias. No

último dia, foi o dia da entrega dos nossos pedidos, ofertas e flores para Maria. Muitas pessoas rezaram e pediram a Maria na esperança que esta interceda junto de seu Filho por eles. Também vieram louvar e agradecer pelo ano que passou.

Mesmo que este mês tenha acabado, está na nossa obrigação rezar, pedir e, como é óbvio, agradecer a Maria e ao deu Filho.

Por Maria, até Jesus! Maria Lúcia

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Os filósofos do existencialismo ateu, como Albert Camus, colocam o homem no lugar do lendário Sísifo: o condenado sem esperança que subia e descia um monte rolando uma pedra, até à sua morte. A abordagem de Camus ao Mito de Sísifo é atravessada da mesma incultura religiosa que marca muitos dos existencialistas do seu tempo. Camus não inventa nada, nem coloca em Sísifo nenhuma questão nova a que o Cristianismo não tivesse já respondido, da forma mais sublime, nas Sagradas Escrituras. A questão da "falta de significado" dos padecimentos do homem no mundo é respondida precisamente por Jesus Cristo: Deus toma a forma da sua criatura eleita, o homem, e vem, como verdadeiro Homem, experimentar as agruras da condição terrena. Ensina-nos S. Tomás de Aquino que Deus cria por Amor, e por Amor vem verificar, na pele de Homem, o suplício das misérias terrenas. Enquanto verdadeiro homem, Cristo, como o Sísifo de Camus, é livre: pode recusar, nada lhe é imposto. Só que o que os Evangelhos nos mostram é que Cristo une, pela oração, a sua vontade humana à vontade divina, pois é também verdadeiro Deus. E com isso suporta todo o padecimento da sua vivência no mundo, que culmina na Paixão e na Cruz. O grito lancinante que replica o Salmo 22, mostra até que ponto o Deus compreende a condição humana! No alto da Cruz, Cristo cita o salmista, "Meu Deus, porque me abandonaste?", dando voz a todas as agruras que no mundo levam o homem a questionar-se da sua sorte. Mas cumprindo com a vontade de Deus, e ressuscitando no terceiro Dia, Cristo responde ao sentido da existência Cristã: Deus não abandonou o Homem, pois o sentido da vivência humana ultrapassa esta efémera passagem terrena.

O homem Jesus não é coagido a aceitar a vontade divina: ele conhece-a e sofre com ela, suplica no Getsêmani que se afaste de si o cálice, mas adere totalmente a ela, ao desejar que seja a vontade de Deus que prevaleça sobre a do homem. E assim une a sua vontade à do Logos Universal que é também. Job, antecipação vetrotestamentária da vinda de Cristo, traduz com a sua vida a descoberta da mesma realidade, e a descoberta da forma de conferir sentido ao sofrimento humano, radicando-o no amor a Deus e vivendo-o pelo Amor a Deus.

O sentido da esperança Cristã não se baseia, por isso, em mecanismos, em regras e em leis: essa é uma leitura filosófica da religião. Mas uma religião não é uma filosofia pelo que implica de aderência pessoal. E no Cristianismo a aderência não é a qualquer código mas antes ao próprio Cristo. Deus é Amor, e a inclinação da alma humana a Amar o seu Criador deve conduzir-nos à procura da imitação contínua de Cristo: Deus que viveu entre nós. Cristo age por amor oblativo, e essa é a regra ou a lei única que dá sentido à vivência cristã.

Procurar viver no amor oblativo exige radicar, fundar em Cristo a nossa vivência, pois só reconhecendo-nos irmanados pelo Baptismo como filhos adoptivos de Deus - como recorda S. Paulo - podemos amar o próximo independentemente de quem este seja: nele reconhecemos um irmão, e o amor a um irmão não se questiona.

As regras de conduta, ou as normas morais que o Cristão segue não resultam da lei escrita como tal. Resultam antes da compreensão do sentido verdadeiro do amor oblativo, num tempo em que as limitações linguísticas e o relativismo moral tornam complexo recuperar esse genuíno sentido do Ágape, que bem discute Bento XVI em Deus Caritas Est.

A moral cristã radica na adesão ao amor de Deus, e Deus como Verdade e Absoluto não depende das nossas conveniências interpretativas. Aquilo que aqui se chama de Cristianismo contemporâneo é um conceito pouco claro e preciso: a missão da Igreja, sob o primado do Papa, iluminada em tempo Pentecostal pelo Espírito Santo, que a constitui depósito da fé, é também a de, no respeito pela hierarquia, descodificar em cada momento aos fiéis o sentido do Amor que é Deus em situações concretas. Sem mudar, contudo, um milímetro à Verdade revelada que, como nota o Papa, se encerrou com o Novo Testamento.

A Teologia do Corpo, no exemplo porventura mais complexo, mostra bem como João Paulo II fundou em Cristo, e nas Sagradas Escrituras, a tradição da interpretação católica do Amor humano. O catolicismo não é, para quem conheça a Teologia do Corpo, jamais confundível com um conjunto de normas de conduta sexual. Antes, a adesão a Cristo implica a adesão uma forma de Amor que porventura difere das modas do século, mas que não se confunde com as normas do Levítico ou da Sharia. Precisamente por não ser normativa, antes brotar naturalmente do respeito pela ordem natural com fundamento moral, pois a Criação é Amor de Deus.

Prof. Universidade Católica do Porto

Existência e Esperança CristãCarlos Santos *

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Procissão de Velas na Maia

Da Igreja Nova ao SantuárioRezamos os Terços do Rosário

Pelas ruas da antiguidadeE avenidas da modernidade.

Sobre tapetes de flores no chãoOramos com fé e devoção.

Muitas pessoas. Muitas velasE muitas colchas nas janelas.

Éramos milhares. Os atoresE centenas. Os espectadores.

Juntamo-nos a outros milhõesAcendendo velas. Rezaram orações.

Após o Adeus, no Bom Despacho.Regressámos, rua abaixo.

Cada um agradecidoPelo momento vivido.

Henrique António Carvalho

OS DONS DO ESPÍRITO

Acredito que invocar o Espírito Santo seja uma forma do Homem se relacionar com o Alto. Nesta nossa luta constante entre o envergar «as asas da águia» que nos levam ao céu ou deixar que «as patas na lama» nos arrastem para o fundo, vamos experimentado algum equilíbrio que permite, não raras as vezes, perceber que a presença do Espírito Santo é inequívoca.

Num trabalho de pesquisa que decidi fazer para melhor apresentar os dons do Espírito Santo aos jovens crismandos, encontrei um apontamento com a explicação destes, segundo João Paulo II. Creio que vale a pena deixar aqui as suas explicações sobre cada um dos sete dons. As explicações são simples, apesar da complexidade do assunto, o que nos ajuda a perceber melhor como o Espírito Santo atua em cada um de nós.

Segundo João Paulo II, o dom da SABEDORIA é «a luz que se recebe do alto: é uma participação especial nesse conhecimento misterioso, que é o próprio Deus. (…) Iluminado por este dom, o cristão sabe ver interiormente as realidades deste mundo: ninguém melhor do que ele é capaz de apreciar os valores autênticos da criação, vendo-os com os próprios olhos de Deus.»

O segundo dom do Espírito Santo é o ENTENDIMENTO: «Sabemos bem que a fé é adesão a Deus, não obstante, é também a busca de conhecer mais e melhor a verdade revelada.»

O dom do CONSELHO «ilumina a consciência nas opções que a vida diária impõe. O Espírito de Deus vem ao encontro desta súplica com o qual enriquece e aperfeiçoa a virtude da prudência e guia a alma a partir de dentro, iluminando-a sobre o que deve fazer, especialmente quando se trata de opções importantes ou de um caminho a percorrer entre dificuldades e obstáculos. O cristão, ajudado por este dom, penetra no verdadeiro sentido dos valores evangélicos.»

«A necessidade de uma energia superior para afrontar o "combate espi-ritual" da fé e da caridade, para resistir às tentações e para dar testemunho da palavra e da vida cristã no mundo, com valentia, fervor e perseverança» tem resposta no dom da FORTALEZA.

A CIÊNCIA é «o dom, graças ao qual se nos dá a conhecer o verdadeiro valor das criaturas na sua relação com o Criador. (...) É esta que ajuda o homem a valorizar retamente as coisas na sua dependência essencial do Criador.»

Nas palavras de João Paulo II, o dom da PIEDADE «infunde no crente uma nova capacidade de amor para com os irmãos.», ao mesmo tempo que «o Espírito Santo infunde, na alma, o temor filial- TEMOR A DEUS, que é o amor de Deus: a alma preocupa-se então em não desgostar a Deus, amado como Pai, de não o ofender em nada, de "permanecer" e de crescer na caridade.»

O Espírito Santo está seguramente presente nas nossas vidas. Certa-mente, que foram e serão inúmeros os momentos em que o Espírito Santo se manifesta nas nossas palavras, nas nossas ações e atitudes. Quantas vezes temos sentido a força do Seu sopro e o calor do Seu fogo? Há que prestar atenção. O Espírito Santo vive no silêncio e manifesta-se de forma discreta.

Paula Isabel

V I A G E M A O S A Ç O R E SDe 1 a 7 de Agosto

Se estiver interessado pode procurar o programa nas Secretarias Paroquiais e inscrever-se, quanto antes para os inscritos terem a

certeza da viagem.

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IGREJAS DE Nª Sª DO BOM DESPACHO E DE Nª Sª DA MAIA

E OBRAS PAROQUIAISMês de Maio - recebeu-se

PLANOMAIA

CENTRO SOCIAL E PAROQUIAL LAR DE NAZARÉ

Maio-2º Domingo – 553,60; 3º Domingo – 565,00;4º Domingo – 607,60; 1º de Junho 1.042,20 + 138,00 (meninos (as) da 1ª Comunhão ; Vários -416,77; Condomínio Plazza 100,00; Oratórios: Maria Eugénia(333) 20,00, Margarida Martins (3331 e 2794 30,00, Or. 2795 e 3338-10-30 40,00, Mª José e Vitória (3328) -30,00 . Cofre INSda Maia: Santíssimo - 18,20; Senhora da Maia -65,40; S.Miguel 8,30; Obras -10,40.- Cofre do Santuário: S. Gonçalo e S. Francisco 0,55;Anjo da Guarda 6,25; S. Miguel e S. João 6,90; Santíssimo Sacr. 5,15;Obras 2,25; S. José e Menino Jesus de Praga 25,35; S. Lourenço e S. Sebastião 0,15: S. Roque 0,20; Sagrado Coração de Jesus 23,20; NªSª do Bom Despacho (Igreja) 176,20; NªSª do Bom Despacho (Sacristia) 165,85;Sta Teresinha e Sta Bárbara 1,15; Acção Social 0,40; Sto António 8,25: Almas 42.65; Nossa Senhora de Fátima 69,35; Nossa Senhora da Assunção 10,80

OFERTAS - MAIO Transporte -------------------------------------182.954,27 €

ESTÁTUA DO BEATO JOÃO PAULO II Transporte 5.613,00

O LAR DE NAZARÉO Karaok e o Bar João

Paulo II, aos Sábados e a partir das 18h00. Lá saboreia uma boa mesa (merenda ou ceia).Venha fazer uma visita e deliciar-se-á com o nosso serviço de snack,...Tudo é para ajudar a construção do Lar de Nazaré .

Diz o nosso povo e dizemos nós: "O pão não fica caro quando todos trabalham". Graças a Deus e a Nossa Senhora o grupo que trabalha já é grande e de grande vontade. Ama a comunidade e sente lhe pertence fazer o que é de todos e para todos ... Se há quem nada faça e até mande umas bocas, como que para justificar o seu egoísmo, há quem siga o rumo da verdade e do bem.

Ser-se cristão não é só afirmação, mas é acção que parte da afirmação... " a árvore que não dá frutos está a ocupar inutilmente o terreno onde está". Também temos dessas espécies raras. E acham-se cheios de razão. Coitados!

Quem desejar fazer a sua dádiva (ofer-ta) para o LAR DE NAZARÉ, por trans-ferência bancária, pode fazê-lo usando o

NIB: 0045 1441 40240799373 19 Bal-cão da Caixa do Crédito Agrícola (Maia) ou entregar nos Cartórios Paroquiais.

O Obra é nossa .

Seja um amigo desta obra

Está à venda nas secretarias da Paróquia um CD que tem o título "Visita Virtual Panorâmica 360ª da Igreja de Nossa Senhora da Maia e Santuário de Nossa Senhora de Bom Despacho".

Para registo de Ofertas.O Sr, Francisco Martins Coelho ofereceu uma casa

forte para o Lar de Nazaré. Agradecemos , desde já.

2052– Olívia Maria Jesus Ribeiro.................................................................. ...................................50,00

2053 –Guido Ferreira da Silva......................................................................................................... .40,00

2054 – Aguém.......................................................................................................................................20,00

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2056 - Alguém......................................................................................................................................30,00

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2058 – Maria Manuela Almeida..........................................................................................................50,00

2059 - Armando Almeida .................................................................................................................50,00

2060 – Alguém (ARCR)..................................................................................................................100,00

2061 – Manuel Martins Oliveira ....................................................................................................100,00

2062 – Ana Maria Duarte e António Duarte..............................................................................500,00

2063 – Maria Ambrosina Ribeiro...................................................................................................100,00

2064 – Eduardo Martins.....................................................................................................................10,00

2065 - Guido Ferreira da Silva .........................................................................................................20,00

2066 -Delfim Ferreira Nunes .......................................................................................................... 20.00

2067- José Maria Ferreira Cruz ......................................................................................................10,00

2068 - Avelino Alves Barbosa.............................................................................................................25,00

2069 - Marta Silva ...............................................................................................................................25,00

2070 - Fernando Dias Silva ...............................................................................................................50,00

2071 - Rosa Sasa Campelo Calheiros ............................................................................................30,00

2072 - Guido Ferreira da Silva .........................................................................................................20,00

2073 - Joaquim Maia e esposa (Bodas de Ouro)................................................................ .........20,00

2074 - 31 de Maio (Terço) 985,10 + 24,40 = ..........................................................................1009,50

2075 - Quintino Dias Oliveira .......................................................................................................500,00

2076 - Casa da Amizade do Rotary Club da Maia (Angariação do Chá entre Clubes)....600,00

2077 - Albina Mota e filha ................................................................................................................15,00

2078 - Emérita ....................................................................................................................................10,00

2079 - Dra Eunice e Dr. Luís Vouga............................................................................................. 200,00

A transportar 3.639,50

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S. MIGUEL DA MAIABOLETIM DE INFORMAÇÃO PAROQUIAL

ANO XXIII Nº 249 2012 Publicação Mensal

PROPRIEDADE DA FÁBRICA DA IGREJA PAROQUIAL DA MAIADirector: Padre Domingos Jorge

Chefe de Redacção: Adelino de Lima MartinsTelef: 229448287 / 229414272 / 229418052Fax: 229442383 [email protected]

Registo na D.G.C.S. nº 116260Empr. Jorn./Editorial nº 216259http://www.paroquiadamaia.net

Impresso na Tipografia Lessa Largo Mogos, 157 - 4470 VERMOIM - MAIA

Telef. 229441603

Tiragem 1.500 exemplares

Luís Fardilha

Pela Cidade... UM ANO DEPOIS, O QUE HÁ DE NOVO NA EDUCAÇÃO? O ano lectivo aproxima-

-se do fim e com ele chega a hora dos exames e dos balanços. Não se pode dizer que tenha havido grandes perturbações no dia a dia das escolas, nem que se tenham verificado conflitos importan-tes no âmbito da educação. No momento de fazermos uma avaliação deste primeiro ano de governo do ministro Nuno Crato, é justo referir que foi garantido um mínimo de paz e de estabilidade na gestão das actividades educativas, apesar

de algumas polémicas com os sindicatos e dos debates alimen-tados no Parlamento e na comunicação social. Os calendários estabelecidos foram genericamente cumpridos, os problemas que surgiram foram sendo resolvidos e a rotina nas escolas seguiu a normalidade de anos anteriores. Em resumo, podemos considerar que a entrada dos novos responsáveis políticos por esta área da vida nacional não provocou situações de ruptura grave, nem criou dificuldades de funcionamento que impedissem o curso normal do ano escolar.

Podemos sempre salientar a escassez das mudanças introduzidas até ao momento, tendo o ministério preferido fazer a gestão da herança recebida dos governos anteriores. As acções mais visíveis que foram assumidas pelo actual elenco ministerial estiveram, assim, na sequência do que já tinha sido programado pelos dirigentes que os antecederam. Relembremos algumas das mais relevantes.

A solução encontrada para a questão da avaliação de desempenho docente representou uma efectiva pacificação do ambiente nos estabelecimentos de ensino, sem que, no essencial, tenha rompido com as posições anteriormente assumidas. Trata-se, aliás, dum assunto que está “adormecido”, mas que ameaça regressar à actualidade a qualquer momen-to. A acalmia conseguida no início do ano lectivo que agora termina parece ter resultado mais do cansaço acumulado em todas as partes envolvidas num conflito que se arrastou demasiado tempo do que da bondade intrínseca da solução encontrada. Essa primeira conquista de Nuno Crato teve um sabor mitigado, como quase tudo o que o ministro da educação tem feito. O sistema de avaliação manteve-se com as quotas para os níveis mais elevados e os limites impostos à progressão na carreira. Nestas condições, só outrs males maiores que atingiram a globalidade dos funcionários públicos, com os cortes salariais à cabeça e as alterações no acesso à reforma, podem explicar os braços caídos dos docentes perante o sistema de avaliação docente em vigor. Falta saber até quando isto vai durar...

Noutros domínios, verificou-se igualmente uma continui-dade das políticas adoptadas pelos governos anteriores. As escolas primárias continuaram a ser fechadas e o processo de concentração em Agrupamentos Escolares recebeu mesmo um impulso tão forte que ameaça tornar-se excessivo! Todos os dias chegam ao nosso conhecimento manifestações locais ou regionais que pretendem evitar a integração de alguma escola num determinado agrupamento, ou assistimos a aler-tas contra o gigantismo de certas concentrações, com os perigos daí decorrentes, tais como a descaracterização de Projectos Educativos ou a impossibilidade de pôr em prática

uma pedagogia personalizada e atenta à individualidade de cada aluno. Podemos acreditar que o ministério, embora não o assuma com a clareza que seria desejável, está a actuar por motivos relacionados com o difícil momento económico que vivemos... Ainda assim, trata-se de medidas que correm o risco de criar mais problemas do que os que pretendem resolver.

Temos de reconhecer que as acções que mais contri-buíram, ao longo deste último ano, para colocar o ministro da educação no centro do debate político e da polémica na comunicação social estão relacionadas, quase sempre, com questões orçamentais. Refiro-me, em concreto, ao programa Novas Oportunidades e à gestão da empresa Parque Escolar. Trata-se de duas iniciativas dos governos anteriores que têm na sua origem objectivos francamente louváveis, cujo abandono seria dificilmente compreendido, não foram os argumentos financeiros e a denúncia de erros grosseiros de gestão. A sindicância às contas da empresa Parque Escolar, a suspensão das Novas Oportunidades ou o regresso ao ensino recorrente são decisões que podemos compreender, mas cuja fundamentação depende da fiabilidade de relatórios cujas conclusões poderão não ter tanta credibilidade como nos tem sido garantido...

Seja como for, neste curto e incompleto balanço fica claro que este primeiro ano foi essencialmente dedicado pela equipa do ministério a “arrumar a casa”. Será o próximo ano lectivo a mostrar a marca distintiva das suas ideias e convicções. Do que foi anunciado e está desde já prometido, ficamos a aguardar os efeitos da reorganização curricular (uma acção minimalista, cujo alcance será sempre limitado) e a aplicação de exames nacionais em todos os finais de ciclo educativo. A forma como estas intervenções foram anunciadas dei-xou a ideia de uma forma cautelosa de agir, que o governo justifica com o seu reformismo. As mudanças deverão ser paulatinas, de modo a não pôr em perigo a estabilidade nas escolas, conseguida no início deste mandato. Falta saber se esta actuação moderada poderá satisfazer as expectativas elevadas com que foi recebida a nomeação de Nuno Crato para a Educação. Sabemos todos que o lugar é sempre um dos mais controversos e que o ministro da educação, seja ele quem for, nunca está entre os membros do governo mais populares. Ainda assim, gostaríamos de não chegar, neste caso, à mesma situação da fábula em que o monte, depois de laboriosos trabalhos, acabou por parir... um minúsculo rato!