Junior Achievement
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UFMT – UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
RITA DE CÁSSIA PEREIRA MAGNAGO
JUNIOR ACHIEVEMENT
Vitória 2011
RITA DE CÁSSIA PEREIRA MAGNAGO
JUNIOR ACHIEVEMENT
Monografia apresentada ao Curso de
Especialização em Gestão e Negócios do
Desenvolvimento Regional Sustentável da
Universidade Federal de Mato Grosso, como
requisito para obtenção do grau de Especialista em
Desenvolvimento Regional Sustentável.
Orientador: Prof. Msc. Rogério de Oliveira Sá
Vitória
2011
Resumo
Este trabalho aplicativo de conclusão de curso teve por objetivo identificar os voluntários do programa “As Vantagens de permanecer na Escola” desenvolvido pela Junior Achievement do Espírito Santo. Para a construção optou-se pela observação in loco utilizando como instrumento para coleta de dados primários questionário qualitativo com voluntários de diversas empresas mantenedoras de projetos desenvolvidos pela instituição. Verificou-se que os voluntários abordados pertencem a essas empresas mantenedoras constituindo um universo restrito, razão pela qual foi proposto ampliar o universo de captação de novos voluntários. Palavras chave: voluntariado, solidariedade, disponibilidade, empresas mantenedoras e captação.
Sumário
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02
Sumário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
Identidade do Voluntariado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
Sustentabilidade Empresarial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Trabalho Voluntariado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Educação Formal X Informal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Empresa, Funcionários e Comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Voluntariado e Negócios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Desenvolvimento Pessoal e Profissional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Disseminação de Conhecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Implantação do voluntariado na empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Mobilização para o trabalho voluntário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Descrição do Campo Empírico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Análise dos resultados obtidos na Pesquisa de Campo . . . . . . . . . . . . . . . 35
Conclusão do Relatório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4
Introdução
A Sustentabilidade de qualquer empresa começa em nós mesmos e
nosso comprometimento com as práticas e políticas que aplicamos para
direcionar nosso comportamento pessoal e corporativo. Esse posicionamento
e atitude criam os fundamentos sobre os quais podemos estruturar nossas
decisões, impulsionar inovações e permitir a gestão efetiva de nossas
atividades. Nossa principal meta deve ser a de ter sustentabilidade
empresarial como parte intrínseca de nossas estratégias de longo prazo, um
investimento inteligente criando vantagens competitivas e ajudando nossas
empresas a atingir um crescimento sustentável e lucrativo (Mariano
Gordinho). As empresas acordaram para o fato de que as comunidades onde
estão inseridas devem possuir um maior poder aquisitivo, o que geraria um
aumento de consumo, fazendo com que as empresas obtenham mais lucros.
Independentemente de qual dimensão a empresa escolha para desenvolver,
seja social, ambiental, econômica, cultural, educacional ou infraestrutura
haverá sempre um ganho econômico refletindo em crescimento sustentável.
Diante de tal realidade, as empresas vem buscando incluir, em suas
atividades, o exercício de promover ações voltadas para esse fim.
Atualmente as empresas dependem muito de ONGs globais e locais
como parceiras que as ajudam a conhecer melhor as necessidades de
comunidades e a concentrar os esforços de seus voluntários em áreas em
que possam agregar o máximo de valor. Em troca, as empresas ajudam a
fortalecer a capacidade das organizações parceiras e, juntas, criam novas
iniciativas capazes de transformar as próprias organizações e as
comunidades.
As empresas estão aprendendo que embora seja melhor fazer
alguma coisa ao invés de não fazer nada, não é necessariamente
melhor querer fazer tudo.
Baseamos o estudo realizado na JAES - Junior Achievement do
Espírito Santo, ONG presente em 123 países e cujo objetivo é
incentivar alunos de escolas públicas a investir nos estudos, buscando
5
novas perspectivas de futuro, principalmente em locais com alto nível
de evasão escolar. Nesta iniciativa se apresenta diversas profissões e o
nível de escolaridade exigido para cada uma delas, levando os alunos a
entender a relação entre escolaridade e média salarial. Seus principais
focos de atuação são: educação, empreendedorismo, geração de
emprego e renda e desenvolvimento sustentável.
Atualmente, a seleção dos voluntários, realizada pela Junior
Achievement, acontece da seguinte forma: a ONG encaminha seu
material de divulgação para as empresas mantenedoras, que o distribui
entre os seus funcionários, convidando-os a participar do projeto. O
material é muito rico e é divulgado de diversas formas: e-mail, panfletos,
cartilhas e folders. Para os voluntários que se manifestam interessados
em participar, a Junior Achievement promove um treinamento com
esses funcionários e os distribui de acordo com o programa escolhido
pelo voluntário.
Diante do desafio de se promover a sustentabilidade dos projetos
da Junior Achievement, chegamos à questão de partida: Como
captar/selecionar voluntários para o Programa "As Vantagens de
permanecer na Escola"?
Para tanto, estabelece como objetivo de pesquisa:
� Pesquisar a forma de como os voluntários são
escolhidos/indicados;
� Identificar possíveis voluntários fora do público alvo atual;
� Definir estratégias para captar/selecionar os voluntários a partir
de voluntários e seu perfil existente;
� Investigar as ações realizadas, atualmente, pela ONG para
sensibilizar a participação de voluntários no programa “As
vantagens de permanecer na escola”.
Segundo pesquisa realizada pelo Global Corporate Volunter Council,
todos os dias, no mundo inteiro, dezenas de milhares de trabalhadores nas
empresas dedicam voluntariamente seu tempo, talento e energia para fazer a
diferença na vida das comunidades e das pessoas necessitadas.
6
A vontade e a disposição de ajudar são universais. O voluntariado
existe de alguma forma em todas as sociedades, entre as pessoas de todos
os níveis econômicos, de todas as convicções políticas, religiosas ou éticas.
No entanto, mesmo em um mundo globalizado, há diferenças regionais
e culturais naquilo que as pessoas valorizam, como se comportam no que
consideram apropriado e inapropriado.
Tais diferenças se refletem na prática do trabalho voluntário e,
portanto, também se refletem no voluntariado empresarial.
Em alguns países, um setor voluntário forte, atuando em parceria ou
até em oposição ao governo, é visto como um elemento essencial da
sociedade. Em outros países, espera-se que o governo seja o provedor e a
garantia do bem-estar público e, portanto, há pouco espaço para o
voluntariado nos serviços sociais e na educação.
A recessão mundial inclusive parece ter fortalecido o voluntariado
empresarial. As empresas globais relatam que a recessão renovou a
disposição dos empregados para atuar como voluntários; além de resultar em
iniciativas mais criativas para responder a problemas comunitários
emergentes, especialmente as necessidades humanas básicas dos
desempregados ou pessoas vulneráveis de alguma outra forma; no uso mais
estratégico da ação voluntária para complementar e alavancar a doação de
dinheiro; promovendo a dignidade e a força de espírito em tempos difíceis.
Durante os mais de 30 anos desde a primeira vez em que o
voluntariado empresarial foi definido como um pequeno conjunto de
atividades, a idéia inicial de “...temos que fazer o bem” nas relações com a
comunidade, principalmente no Reino Unido e nos Estados Unidos, cresceu e
se transformou em um recurso estratégico mundialmente reconhecido que
beneficia a sociedade, os empregados que se voluntariam e as empresas que
incentivam e apóiam seu trabalho, passando a ser parte integral das
estratégias de responsabilidade social e sustentabilidade das empresas.
Com base em entrevistas com empresas globais, regionais e nacionais,
ONG’s que promovem e apóiam o voluntariado empresarial e observadores
independentes, esta é a situação atual do voluntariado empresarial.
Existe um grande espectro de empresas globais que fazem esforços
voluntários consistentes e que permeiam seus sistemas empresariais.
7
São empresas voltadas para consumidores bem como empresas que
prestam serviços a outras empresas, de todas as indústrias: setor financeiro,
seguros, tecnologia, hotéis, manufatura, mineração, varejo, farmacêuticos,
logística, consultoria, direito, entre outras, atuando em todas as regiões do
mundo.
Ao mesmo tempo, empresas regionais, nacionais e locais estão
mobilizando seus empregados para a ação voluntária. Trabalhando
individualmente e também colaborando em diversos grupos, essas empresas
respondem às necessidades das comunidades onde fazem negócios.
Cada vez mais as empresas procuram dirigir seus esforços de ação
voluntária para prioridades específicas, alavancando todos seus recursos,
humanos, financeiros, em espécie e relacionais para maximizar seu impacto
sobre um leque cada vez maior de problemas humanos, sociais e ambientais.
Os voluntários empresariais estão proporcionando respostas a
necessidades humanas básicas: fome, abrigo, moradia a preços acessíveis e
segurança; aumentando o acesso aos sistemas de atenção à saúde e
melhorando sua efetividade.
Defendem causas de justiça social, como a prevenção do trabalho
infantil, o aumento das capacidades para as mulheres, o acesso à assessoria
jurídica, melhorando as oportunidades para as pessoas com deficiência,
superando a exclusão digital.
Ajudam crianças, jovens e adultos a atingirem melhores níveis de
alfabetização e cálculo matemático, a aumentarem as habilidades e a aptidão
para o mercado de trabalho (que é o foco de atuação da associação objeto
desta Residência Social), atuando como mentores e orientadores.
Plantam árvores, limpam praias, reciclam, constroem parques de
diversões, orientam as comunidades sobre a conservação de energia, a
reforma de casas e prédios públicos.
Os voluntários empresariais trazem para estas ações suas habilidades
profissionais e pessoais, sua capacidade de organizar e gerenciar projetos,
seu conhecimento sobre como estabelecer e cumprir metas de trabalho, além
de suas paixões e seus compromissos pessoais com certas causas (“Extraído
do Estudo sobre Voluntariado Corporativo Global – Conselho Global de
8
Voluntariado Empresarial, uma iniciativa da IAVE – Associação Internacional
para Esforços Voluntários, Janeiro 2011”).
A Junior Achievement teve o Projeto “As Vantagens de Permanecer
na Escola” selecionado pelo Plano das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), para atuar em escolas da grande Vitória-ES,
contemplando 1.000 (hum mil) alunos e a CAIXA está responsável em
acompanhar sua implantação através do seu Comitê Regional Caixa ODM.
Como faço parte deste Comitê, estou indicada a acompanhar e participar
como voluntária neste projeto, que conheci a partir da escolha do projeto
indicado, pela CAIXA, para residência do MBA DRS.
Reuniões de sensibilização nas agências da CAIXA, que estão
localizadas no município de Cariacica - ES, onde podemos contar,
atualmente, com aproximadamente 100 funcionários, sem contar com
prestadores de serviços das empresas contratadas, o que nos proporciona
maiores chances de sucesso na busca de novos voluntários.
Divulgação do projeto apoiado pela Superintendência da CAIXA no Sul
do ES, uma vez que a Junior Achievement do Espírito Santo foi escolhida
como um dos projetos a serem trabalhados pela CAIXA, dentro do PNUD, o
que facilita o acesso ao projeto, tendo em vista que a parceria institucional
proporciona uma interação entre as duas instituições, acarretando uma troca
de informações de forma mais ágil e com maior confiabilidade.
Ao trabalhar em uma instituição financeira como a CAIXA, pode-se
contar, ainda, com a possibilidade de trabalhar uma lista de clientes com as
mais variadas profissões, formações e experiências. Pode-se contar, também
com uma quantidade considerável de empresas, que possuem em seus
quadros de funcionários, outros possíveis voluntários.
Acredita-se que como fruto deste trabalho, possa-se suprir as
necessidades de voluntários da Junior Achievement do Espírito Santo,
através de contatos com as empresas e clientes da Caixa Econômica Federal
(CAIXA), de acordo com as demandas originadas pela ONG.
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Identidade do Voluntariado:
O Programa Voluntários de Limeira nos apresenta no DECÁLOGO DE
UMA BUSCA a Identidade do Voluntário (artigo O Voluntário, publicado no
endereço eletrônico www.limeira.org.br)
I.”O voluntário deve descobrir a complexidade dos processos sociais:
uma idéia aparente simples é apenas uma idéia simplificada”. Os problemas
sociais têm a forma de uma teia de aranha: estão entrelaçados por inúmeros
fatores. Saber estar em uma sociedade complexa e bem informado é uma
qualidade essencial do voluntário hoje.
II. O voluntário tem sentido apenas, quando se considera o horizonte
da emancipação. É preciso dar afeto a um doente terminal ou acolher uma
pessoa que luta contra a dependência química, mais isso somente é válido se
for um passo a mais na remoção das causas da marginalidade e do
sofrimento desnecessário.
III. A ação voluntária tem qualidade ética apenas quando é uma opção
livre de um sujeito no interior de uma tripla aspiração: a sua auto-estima, a
solidariedade com o próximo e o compromisso de uma sociedade justa.
IV. O voluntariado não é um plano para diminuir os compromissos do
estado. Se, em algum momento, sua presença é um pretexto para afastar e
restringir os esforços governamentais, o voluntariado entra em uma zona de
risco.
V. A ação voluntária é como uma orquestra: o importante é que ela soe
bem e não o fato de a flauta ser de madeira ou de metal ou a quem ela
pertence. Da orquestra devemos exigir coordenação, coerência e
concentração de forças. O voluntário é sempre um “co-equiper”. A
fragmentação não leva a nada e numa equipe cada um joga em sua própria
posição colaborando com o resto em função da partida.
VI. A ação voluntária deve ter competência humana e qualidade
técnica. O amor não é suficiente. Se, por ignorância ou incompetência,
fazemos sofrer uma pessoa frágil, embora tenhamos a melhor das intenções,
conseguiríamos, apenas aumentar a sua impotência e a sua marginalidade.
VII. O voluntariado deve ganhar espaços entre as classes populares.
Não pode ser uma instituição que interesse apenas a classe média, nem
10
àqueles que têm tempo disponível, mas responde ao exercício da cidadania
que é responsável pelos assuntos que a todos afetam.
VIII. O voluntariado aprecia o profissional da ação social e busca
sempre a complementaridade, mas, justamente por isso, não se transforma
em auxiliar nem em corrente de transmissão, mas defende o espaço de
liberdade que lhe é próprio.
IX. O voluntariado precisa, hoje, disciplinar a sua ação. As melhores
iniciativas se perdem pela incapacidade de submetê-las a um programa, a
objetivos, a um método, a certos prazos, a uma dedicação séria, a uma
avaliação. A boa intenção é um caminho viável desde que haja disciplina; se
ela não existe, é um fracasso. O voluntário evita palavras fúteis para se
aproximar dos eficazes.
X. A ação voluntária requer reciprocidade: não é orientada
simplesmente à assistência do outro, mas ao crescimento de ambos, embora
as suas contribuições sejam diferentes. A “estima do outro não exige apenas
a acolhida, mas espera também uma resposta análoga”.
Acrescentamos, ainda, que o voluntário deverá ter desprendimento e
simpatia para o exercício das atividades que o escolheu, uma vez que firmará
um contrato de cidadania na defesa dos direitos fundamentais do ser humano.
Sustentabilidade Empresarial:
Segundo Sergio de Albuquerque e Mello, a maioridade está chegando
para as grandes empresas transnacionais. A sociedade global acena com
uma exigência inadiável, tal qual um adolescente posto diante das
responsabilidades da vida adulta.
Imaginem um velho mestre postulando ao seu discípulo traquinas,
como a lançar o desafio do ritual de passagem: “se queres sustentar-te na
vida com saúde e por longo tempo, serás diligente e prestarás conta
plenamente de teus atos a quem te serve, a quem por ti é servido e aos teus
pares”.
Cobra-se hoje das empresas uma atitude correspondente ao conceito
da “Cidadania Corporativa Global”, que envolve ao mesmo tempo a
sustentabilidade e a responsabilidade social, de fato totalmente indissociável.
11
Não se deve pensar em sustentabilidade como algo restrito ao meio
ambiente, assim como responsabilidade social não se limita a ações ou
investimentos em projetos sociais. Os dois conceitos estão intrinsecamente
ligados. Uma empresa que pretenda perenizar seu negócio deverá adotar
uma estratégia que contemple o que os ingleses chamam de “triple bottom
line”, ou seja, gerar valor nas dimensões econômica, ambiental e social.
Da mesma forma, responsabilidade social corporativa significa
entender e agir em resposta a essa nova demanda da sociedade que é a de
que o valor gerado por uma empresa se reflita em benefícios não somente
para seus acionistas, mas que tenha também um impacto positivo para o
conjunto dos afetados por suas operações, em particular o meio ambiente e a
comunidade (seus próprios funcionários e o restante da sociedade),
respeitando sua cultura e agindo de forma ética e transparente.
Aqui é necessário fazer a distinção entre o que pretende e pode
alcançar uma empresa e o que foi definido como “desenvolvimento
sustentável” pelo Relatório Brundtland, que cunhou a seguinte definição:
“desenvolvimento sustentável é atender as necessidades do presente sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas
próprias necessidades”.
Essa é uma aspiração do conjunto da humanidade. As empresas
participam desse processo buscando a sua própria sustentabilidade. Pela
relação intrínseca entre os dois conceitos, podemos intuir que as empresas
que buscam a sustentabilidade de seus negócios passarão necessariamente
por um projeto de responsabilidade social corporativa.
Por que um projeto? Que não se tenha a ilusão de empreender uma tal
mudança na cultura da empresa sem um projeto profissionalmente planejado
e fortemente estruturado. Grandes questões têm que ser levantadas e
debatidas e as mudanças identificadas estabelecidas em conformidade com a
visão e metas derivadas desse processo.
Assim, passam a coexistir com as preocupações anteriormente focadas
apenas no desempenho econômico fatores como a conduta ética nos
negócios e nas suas relações com as partes interessadas, o processo de
comunicação com estas partes, as dimensões ambientais e sociais que
12
passam a integrar a disciplina do negócio na sua cadeia de valor e a
elaboração de balanços ditos “sociais” ou de “sustentabilidade”.
O diálogo com as partes interessadas exige estrutura e método, pois
envolve consumidores, comunidades, sindicatos, autoridades reguladoras,
organizações não governamentais, organismos financiadores e mesmo os
concorrentes.
Nada disso é novidade nem há o risco de que se trate de uma nova
moda, pois já há um razoável consenso de que essa tendência é inexorável.
Extraordinário é o vigor com o qual as empresas estão sendo naturalmente
impelidas a adotar essas posturas, assim como o grau de profissionalismo
que já pode ser observado na implantação das ferramentas e modificações
organizacionais necessárias para que tais mudanças sejam efetivas.
As empresas brasileiras têm todo interesse em aprender esse novo
idioma de negócios e alcançar o mais rapidamente possível essa
“maioridade”. Sem isso, terão crescentes dificuldades em um mercado global
cada vez mais sofisticado e seletivo.
Trabalho Voluntariado:
A filantropia ou voluntariado são maneiras de amenizar o enorme leque
de necessidades sociais, ao qual carência e socorro foram simplesmente
relegados. São encarados por seus praticantes como uma forma de ajudar e
guiar o desenvolvimento e a mudança social, sem recorrer à intervenção
estatal, muitas vezes contribuindo por essa via para contrariar ou corrigir as
más políticas públicas em matéria social, cultural ou de desenvolvimento
científico.
Os benefícios de se ajudar ao próximo não são exclusivos de nosso
ego e moral. Empresas utilizam a filantropia estratégica como uma solução
para estreitar laços com seus clientes. A Latasa, que provoca poluição de
latas de alumínio vazias, instituiu uma bem sucedida campanha beneficente
que troca um certo número de latas vazias por equipamentos escolares.
Dezenas de entidades beneficentes e escolas promovem campanhas de
arrecadação de latas, já que estas são recicláveis e o custo da campanha,
praticamente nulo.
13
Há pesquisas mostrando que as empresas que apóiam instituições
beneficentes capturam 80% a mais de clientes do que as não apoiadoras, em
igualdade de qualidade e preços do produto. Mais surpreendente é que 60%
dos consumidores se dispõem a trocar de marca, para outra um pouco
inferior, se o produto ou empresa apóiam entidades beneficentes.
Nem todos concordam com a filantropia. Dizem que seria uma solução
paliativa conivente com incompetência do governo. As ONGs fariam o papel
que cabe ao estado. O filósofo Nietzsche também rejeitava a caridade por se
tratar de valores cristãos. Chegou a afirmar em seu livro O Anticristo que “a
piedade opõe-se completamente à lei da evolução, lei da seleção natural”.
O terceiro setor ganhou tamanho destaque e importância, que já possui
uma revista especializada. A Revista Filantropia é um veículo direcionado
àqueles que militam em prol do setor social brasileiro. Já atinge 470 cidades
brasileiras, três mil assinantes e tem tiragem bimestral de dez mil exemplares.
Petrobrás, Fundação Banco do Brasil e Philip Morris são exemplos de
importantes organizações que confiam a missão de divulgar seus projetos de
responsabilidade social corporativa.
Há opções para todos que estejam interessados em ajudar. Não
importa sua profissão ou especialidade, o que importa é o desejo de poder
fazer algo e mudar a vida de pessoas.
O Brasil possui mais de 25 milhões de voluntários, que dedicam em
média mais de cinco horas ao trabalho social não remunerado.O trabalho
voluntário no Brasil cresceu 42%, segundo Arnaldo Niskier. Cada vez mais se
evidencia a crescente participação das pessoas no Terceiro Setor, seja como
alternativa profissional, seja como forma de dignificar a própria existência.
Muitas empresas estão favorecendo contatos e oferecendo oportunidades
para trabalhos voluntários, em continuidade à ação das instituições sociais.
Voluntariado e filantropia é a nossa natureza, o nosso talento. O talento
manifesta-se em qualquer atividade humana. Por que não ser então um
voluntário? Por que não utilizar esse talento? Será que é bom utilizá-lo para
ajudar a quem necessita?
Verificam-se certas mudanças nos padrões do voluntariado nos últimos
anos. As pessoas estão mais interessadas em se envolver em mais de uma
causa, oferecendo seu trabalho voluntário em diferentes atividades. Desejam
14
se envolver com atividades de serviço, campanhas, abaixo-assinados, em
uma crescente noção de cidadania e de defesa dos direitos humanos e
sociais presente na sociedade atual.
Segundo vários pesquisadores, o trabalho voluntário pode melhorar a
auto imagem, promover um sentimento de realização e competência e ajudar
contra o estresse. Por meio da participação em atividades voluntárias, as
pessoas encontram espaço para seu crescimento pessoal, oportunidades de
aprendizado, prazer em se sentir útil, criação de novos vínculos de
pertencimento. Para muitos, a ação voluntária permite a utilização de talentos,
habilidade e potenciais não aproveitados no seu cotidiano.
Este novo conceito de voluntariado é uma realidade ainda pouco visível
e valorizada. Apesar dos números divulgados pelas pesquisas, é preciso criar
condições para aproveitar o potencial de solidariedade latente na sociedade
brasileira. Muitos outros estariam dispostos a participar se encontrassem os
canais adequados para fazê-lo.
Aí entra uma nova relação, voluntário/instituição social. A instituição
deve ter uma política objetiva e clara sobre o trabalho voluntário, e
principalmente um bom processo de captação de voluntários com perfis e
funções bem definidos. A maior frustração de um voluntário em potencial é a
falta de organização da instituição.
Educação Formal x Informal :
Refletindo sobre a educação não formal, que tanta atenção parece
voltar a ter hoje, há uma grande questão acerca da qual temos que pensar:
como se prepara uma pessoa para a vida?
Regra geral, a escola parece insistir ainda numa postura muito retórica
e visa quase em exclusivo à escolarização deixando o papel da educação
para as famílias e as comunidades. Como parece ser hoje evidente, escola, a
família e a comunidade, todas são instituições com funções educativas e, não
devem ser incomunicáveis.
A escola cria e licencia profissionais especializados, nas mais
diferentes áreas, inclusive para a área social, mas continua a haver espaços
sociais para os quais a escola não licencia nem prepara. Nesta área, a
15
educação não formal, a aprendizagem ao longo da vida e o voluntariado são
vitais para a formação de futuros profissionais. De profissionais formados pela
escola da vida ou mesmo pela vida na própria escola.
Sabemos que não existem licenciaturas em solidariedade, nem
disciplinas como: Introdução ao espírito solidário. Provavelmente, nunca
haverá tal plano curricular, pois a solidariedade não se ensina. Aprende-se. E
aprende-se praticando. Ou se é ou não se é solidário.
No entanto, existem cursos em que a solidariedade é elemento
fundamental para o bom desempenho profissional.
Muitas vezes a escola não reconhece as competências prévias, o
know-how que os candidatos ao ensino superior possuem, por exemplo. O
nosso sistema de acesso ao ensino superior continua, quase exclusivamente,
a basear-se em notas de acesso, em números. Serão esses números
suficientes para dar algumas garantias mínimas de que iremos ter um bom
profissional em determinada área?
Devemos refletir sobre os vários modelos de ensino, nomeadamente
europeus, que cada vez mais ponderam a utilização de critérios relativos à
educação não formal, voluntariado e participação cívica como elementos
fundamentais, ou, pelo menos, a considerar no acesso ao ensino superior.
Estes critérios, a avaliar com entrevistas, com análise curricular e
outras técnicas a construir, servirão como uma garantia mínima de sucesso
profissional em determinada área. Estaremos nós a seguir por esse caminho?
A própria escola pode ser um agente de formação ao nível do voluntariado e
fundamental para estabelecer a ponte com a comunidade.
O Instituto Português da Juventude foi pioneiro e tem sido fundamental
para a implementação de programas de voluntariado jovem, como, por
exemplo, os recentes Voluntariado jovem na saúde e Voluntariado jovem para
a floresta. Assume-se, assim, como uma entidade fundamental para que os
nossos jovens possam cada vez mais desenvolver competências
fundamentais enquanto cidadãos participativos e preocupados com o futuro
das questões sociais.
Mas é preciso pôr em diálogo estas dimensões formativas da chamada
educação não formal com a educação formal. A seleção de candidatos a
16
determinadas profissões licenciadas pela educação formal, média ou superior,
deveria ser um exemplo urgente para a ligação desses dois territórios.
Voluntariado é uma das formas de participar positiva e ativamente na
sociedade, oferecendo de forma desinteressada o tempo e a disponibilidade
para ajudar os outros ou simplesmente para reforçar a defesa de causas
nobres. Já cidadania é qualidade ou estado de cidadão.
O verdadeiro voluntariado, o chamado voluntariado de resultado, é
aquele que é feito por cidadãos que realmente compreendem o que é a
cidadania, que sabem praticá-la e que são espontâneos e idealistas.
Neste grupo, destacamos o trabalho de Organizações não
governamentais, associações e grupos de pessoas unidas por determinados
ideais, o chamado terceiro setor, que vem se fortalecendo cada vez mais, e
muitos apesar das enormes dificuldades enfrentadas para manutenção e
ação, possuem trabalhos excepcionais, com resultados imensuráveis.
EMPRESA, FUNCIONÁRIOS E COMUNIDADE.
As empresas enfrentam desafios relativos a novas tecnologias,
competitividade, produtividade, redução de custos, saturação de mercados
tradicionais e necessidade de abertura de novos mercados, dentre outros.
Além desses, apresenta-se também o desafio social, que é originado de
diferentes demanda da sociedade.
As pessoas como um diferencial de uma organização, devem ser
valorizadas e motivadas a fim de obter a coesão interna alinhada aos
objetivos da organização. O tratamento dos funcionários com dignidade,
responsabilidade e liberdade de iniciativa deve fazer parte da cultura da
empresa.
O envolvimento e investimento na comunidade em que a empresa está
situada, provedora de infra-estrutura e mão-de-obra, é uma prioridade da
administração da empresa socialmente responsável, que precisa gerenciar o
impacto da sua atividade produtiva e manter bom relacionamento com as
organizações atuantes, devendo estar acompanhado de políticas e critérios
bem definidos.
17
Uma das formas da empresa atuar na comunidade é por meio da
disponibilização de seus funcionários em projetos, caracterizando-se o
chamado “trabalho voluntário”. A divulgação do estímulo ao voluntariado
possibilita a valorização e disseminação no meio empresarial de ações que
ofereçam oportunidades para o exercício de cidadania e solidariedade dos
funcionários, fortalecendo a imagem da empresa.
Voluntariado e negócios :
Construir um programa de voluntariado em sintonia com seus objetivos
de negócios é uma das melhores estratégias que uma empresa pode adotar.
Algumas empresas ligam o programa à sua atividade principal, por
exemplo, a Nestlé desenvolve educação alimentar, a Schering-Plough faz
ações de saúde entre outras que Intencionalmente ou não alinham seus
programas voluntários com a sua atividade lucrativa.
Mas um programa de voluntariado também pode se alinhar aos
objetivos de negócios de outras formas, por exemplo: ajudar a atrair e manter
os melhores profissionais no mercado, desenvolver determinadas habilidades
e interiorizar conceitos nos funcionários, reforçar a imagem da empresa,
conectá-la a públicos de seu interesse.
Funcionários voluntários são mais produtivos, segundo descrevem
alguns estudos no exterior, mas o simples fato de trabalhar em uma empresa
na qual é possível realizar ações de interesse público já representa um
estimulo profissionalmente importante. As expectativas do trabalhador na era
do conhecimento não se limitam à remuneração.(CORRULÓN; MEDEIROS
FILHO, 2002, p.49).
O programa de voluntariado fortalece a imagem da empresa
particularmente junto à imprensa e aos formadores de opiniões, ou seja,
atinge positivamente segmentos que influenciam a opinião pública em geral.
Além do mais, as ações voluntárias podem constituir uma forte ligação
da empresa com as comunidades de seu entorno, promovendo o
conhecimento mútuo, o que reduz resistências de ambas as partes.
18
Segundo Corrulón e Medeiros Filho (2002,p.49): “[...] a maioria das
empresas não demonstra preocupação de estabelecer relação entre o
programa de voluntários e suas estratégias de negócios.”
No entanto, conforme afirma Fischer (apud CORRULÓN e MEDEIROS
FILHO, 2002, p. 49) “mesmo quando as empresas desvinculam suas
estratégias negociais das estratégias de atuação social, elas observam
resultados positivos para os seus negócios, advindos do exercício das
atividades de caráter social”.
Desenvolvimento pessoal e profissional :
Para o funcionário o voluntariado é uma importante oportunidade de
desenvolvimento profissional e pessoal e não apenas por conta dos cursos e
seminários que alguns programas proporcionam. Foi o que constatou o
CEATS através do estudo de caso envolvendo 95 funcionários da empresa
C&A. As principais conclusões foram:
Satisfação:
� a disponibilização de tempo pela empresa foi apontada pelos
voluntários como um dos principais fatores que facilitam a ação voluntária.
Mas a satisfação advinda do trabalho voluntário leva a que, gradativamente
as pessoas aumentem seu envolvimento e passem a dedicar também parte
de seu tempo livre à ação voluntária;
� participar do programa gera satisfação a uma necessidade de
relacionamento interpessoal e de integração do trabalho com as expectativas
de realização;
� gera uma energia que transborda para as demais facetas da
vida, melhorando as relações com familiares, colegas e clientes;
O sentimento de “pertencer a um grupo” cria laços mais fortes de
identidade e cooperação, tanto em situações cotidianas como em eventuais
momentos de crise.
Ampliação de Horizontes:
� os voluntários ampliam seu leque de competências pessoais e
profissionais através das ofertas de capacitação componentes do programa e
da vivência de situações reais, nas quais desenvolvem habilidades de
19
relacionamento e comunicação interpessoal, de participação em processos
decisórios e negociais, de coordenação e liderança no trabalho em equipe;
� a diversidade e o imprevisto do trabalho voluntário criam
situações capazes de fazer emergir talentos e potencialidades desconhecidos
pela empresa;
Portanto, o programa pode ser colocado como uma ferramenta para o
desenvolvimento de recursos humanos, preparando equipes capazes de atuar
com mais harmonia e sensibilidade. (CORRULÓN; MEDEIROS FILHO, 2002,
p.49 - 50).
Disseminação de conhecimentos :
Um dos aspectos mais importante é a possibilidade de transferir
competências e técnicas modernas, disseminando conhecimentos para além
dos muros da empresa.
Algumas empresas como a Iochpe-Maxion com projeto formado, e a
Samarco, com suas ações educativas seguem essa linha, voltando-se para a
formação individual. Já os programas da Acesita e Belgo transferem
competências na área de qualidade para instituições.
A disseminação de conhecimentos e técnicas aponta para o principal
caminho pelo qual os programas de voluntariado empresarial podem ser uma
função transformadora da realidade. Trata-se de fortalecer pessoas e
organizações, ajudar formar cidadãos capazes de se apoiar mutuamente para
que eles próprios mudem a realidade de suas comunidades.
Isso promove desenvolvimento socialmente sustentável, como é óbvio,
mas também atende ao propósito de mostrar resultados concretos, sem os
quais o programa dificilmente será permanente.
Implantação do voluntariado na empresa :
A implantação de um programa de voluntariado demanda a mesma
seriedade de conduta empregada em projetos de ordem comercial da
organização. O programa apenas evoluirá se houver desejo, envolvimento e
esforço de seus vários segmentos. Sendo uma atividade de caráter não
20
compulsório ou lucrativo, há de se supor que o empenho para sua
consecução deva ser construído em bases maiores, de ordem multidisciplinar,
envolvendo representantes dos mais variados setores e escalões
hierárquicos. Em sua maioria formada por colaboradores que através de um
processo de construção e intervenções compartilhadas, em suas diversas
áreas de conhecimento, discutirão táticas e estratégias de ação, contribuindo
para o avanço do Programa. Sempre atentos ao propósito de fortalecer, cada
vez mais, a adoção de princípios éticos na cultura de negócios da empresa.
Um programa de voluntariado pode ser implantado a partir da iniciativa
do empregador ou dos próprios empregados.
A maioria das empresas desenvolve ações voluntárias, e boa parte
delas está vinculada a instituições religiosas ou comunitárias. O apoio a essas
ações espontâneas pode ser o início para o programa de voluntariado. A
empresa pode contribuir fornecendo espaço para que os funcionários se
reúnam, guardem materiais, armazenam produtos de coleta, ou ainda permitir
que eles realizem campanhas internas, incentivando os colegas para uma
ação voluntária. Estimulando a criação, entre os voluntários da empresa, de
um grupo coordenador, que lhes permita se apoiarem amplia o alcance de
suas ações e atrai mais participantes.
O apoio da empresa será decisivo para o desenvolvimento dos laços
de solidariedade e do espírito cívico, fazendo com que mais pessoas se
incorporem às ações em benefício da comunidade. Mas, provavelmente, o
maior apoio é a participação dos dirigentes da empresa nas ações
voluntárias. Envolver acionistas, diretores, gerentes, supervisores é levar à
prática o velho conceito: o exemplo vem de cima. (CORRULÓN; MEDEIROS
FILHO, 2002, p. 63).
Somente o apoio às ações voluntárias espontâneas não constitui um
programa. Ele começa a nascer quando as empresa trata essa força como
mais um dos seus projetos, passando a organizá-la e gerenciá-la com os
mesmos critérios de eficiência que caracterizam o mundo dos negócios.
A iniciativa para formação do programa de voluntariado pode ser das
pessoas que já fazem trabalho voluntário. Pode ser também da direção da
empresa, da área de Recursos Humanos, que viu no voluntariado um fator de
21
coesão interna, ou do pessoal de comunicação que identificou a oportunidade
de melhorar a imagem corporativa.
Ao implantar um programa de voluntariado é necessário observar as
condições internas e externas da empresa. Isso implica analisar o seu clima
organizacional, conflitos existentes, eventuais reivindicações e, a partir daí
definir se o programa será bem recebido ou não. A mesma reflexão deverá
ser feita em relação aos beneficiários da ação voluntária, em geral
comunidade do entorno, procurando observar como a comunidade percebe a
empresa.
É importante estabelecer um bom clima interno, como também resolver
problemas que a empresa venha a criar para a comunidade, antes de lançar
um programa de voluntariado.
Um fator muito importante que deve ser observado ao implantar um
programa de voluntariado é a sinergia com os objetivos da empresa. É
importante refletir sobre os valores, a missão da empresa e seus objetivos de
negócio. Alinhar com eles o programa de voluntariado é um passo importante
para o sucesso. E tudo isso em sintonia passa a ter função estratégica.
Reforça a cultura interna, amplia o alcance para a sociedade de suas
operações e colabora para a inserção da empresa nos vários segmentos de
público de seu interesse.
- Passos para implantação de um programa de voluntariado
empresarial, segundo o Programa de Voluntários com base no documento
“Developing a Corporate Volunteer Program” da Points of Light Fundation:
a) identificar visão, valores e ações de responsabilidade social:
� conhecer a empresa e sua cultura interna;
� verificar se o compromisso com a comunidade está incluído na
missão da empresa;
� verificar como é a política de relações internas (salários,
benefícios, desenvolvimento de habilidades e competências, relações com os
parceiros);
� verificar dados de análise de clima organizacional;
� identificar que objetivos a empresa busca com um programa de
estímulo ao voluntariado.
b) recrutar o primeiro comitê de trabalho:
22
� identificar as pessoas que articularão os primeiros contatos e
traçarão
o planejamento;
� identificar os departamentos mais sintonizados com a área;
� envolver funcionários de diversos níveis hierárquicos para
garantir a pluralidade de percepções;
� compartilhar experiências e buscar novas idéias com outras
empresas para enriquecer o trabalho e evitar possíveis erros;
� participar de eventos que discutam temas ligados a cidadania
empresarial, relações com a comunidade, marketing social, para ampliar
conhecimentos nessas áreas.
c) desenvolver conceitos e estratégias de apoio ao programa de
voluntariado:
� o trabalho voluntário dos funcionários deve ser encarado como
algo que ajuda a empresa a atingir suas metas de negócios;
� o programa deve ser tocado com os mesmos critérios de
eficiência dos demais investimentos da empresa recursos adequados,
gerenciamento profissional, avaliação de resultados;
� é importante o apoio da alta direção e gerências e envolver os
vários departamentos.
d) diagnosticar as experiências e potencialidades dos funcionários:
� criar uma estratégia de comunicação, que apresente o tema sob
a ótica da cidadania. Segue-se o levantamento de informações;
� verificar quantos funcionários realizam trabalho voluntário e a
que áreas estão voltados;
� identificar quantos se disporiam a participar, em que áreas, o
que poderiam fazer e com que disponibilidade de tempo.
e) identificar as necessidades da comunidade:
� verificar o que o trabalho voluntário pode fazer pela comunidade.
Obter respostas através de:
� contato com as lideranças comunitárias;
� estatísticas dos órgãos públicos de saúde, educação, habitação,
atendimento social;
23
� centros de voluntários, igrejas, associações de moradores e
universidades;
� informações dos funcionários da empresa.
f) estruturar o programa de voluntários - com base nos dados
recolhidos nos passos anteriores, é preciso definir,
� objetivos que unam interesses da empresa, dos funcionários e
necessidades da comunidade;
� estratégias de ação que podem ser o apoio a projetos sociais
nos quais os funcionários estão envolvidos, criação de projetos próprios ou
apoio aos projetos da comunidade;
� atividades que definam as prioridades, a gestão de funcionários,
a criação de banco de habilidades e banco de oportunidades voluntárias, a
estratégia de comunicação interna e externa, a capacitação dos funcionários
e as ações voluntárias propriamente ditas;
� recursos humanos e materiais para a implantação e manutenção
do programa e seus custos;
� cronograma que garanta a distribuição das atividades de acordo
com as prioridades;
� sistema de avaliação que monitore o progresso do trabalho, seu
alcance, as tendências e a possibilidade de replanejamento.
g) implantar e gerenciar o programa:
� recomenda-se trabalhar com o apoio de um comitê consultivo,
composto preferencialmente de pessoas de diferentes níveis hierárquicos,
diferentes setores da empresa, diversas faixas etárias e que já tenham
familiaridade em ações voluntárias. Neste comitê obrigatoriamente devem
estar representadas as áreas de RH, relações corporativas, comunicação e
marketing. Um coordenador fará o gerenciamento, que inclui:
� seleção de voluntários;
� seleção de projetos a serem apoiados;
� orientação, capacitação e treinamento para a ação;
� monitoramento e avaliação;
� "feedback";
� elaboração de relatórios;
� replanejamento.
24
h) divulgar interna e externamente o programa de voluntariado:
� para estimular a participação de outros funcionários e para
disseminar conceitos e práticas de responsabilidade social para outras
empresas.
i) valorizar e reconhecer as ações voluntárias:
� é uma forma de motivar os funcionários e fazer com que eles se
identifiquem com a empresa e se mantenham motivados com o trabalho;
� algumas formas de reconhecimento (criar prêmios, enviar cartas
de agradecimento, divulgar casos exemplares, criar camisetas ou crachás que
identifiquem os voluntários, realizar eventos especiais).
j) trabalhar em rede com outros programas e associações de
empresários:
� trata-se de abrir caminho para novas reflexões, novas parcerias
e novos recursos;
� fortalece as instituições que fazem parte da rede para interferir
na formulação de políticas públicas.
Mobilização para o trabalho voluntário :
As empresas podem e devem ter programas de incentivo ao trabalho
voluntário, mobilizando funcionários, diretores, acionistas para desenvolver
ações em favor da comunidade. Este é um importante instrumento de
cidadania empresarial.
Segundo Corullón e Medeiros Filho (2002):
Para que haja mobilização do trabalho voluntário dentro da empresa
algumas atividades devem ser postas em prática:
a) campanhas internas para despertar atenção: cartazes, mensagens
nos contracheques, folhetos explicativos;
b) reportagens no jornal interno abordando o tema com maior
profundidade;
c) entrevistas com os que já fazem ações voluntárias;
d) divulgação externa – levar ao público as intenções da empresa
através de entrevistas aos meios de comunicação;
25
e) debates, seminários, palestras abertas a todos os interessados da
empresa e trazendo especialista de fora. Na fase de debates deve-se
enfatizar que o voluntariado proposto é aquele sustentado pela cidadania
empresarial – que vai determinar a estruturação das ações sociais da
empresa, destacando sempre o valor da contribuição de cada um para
melhorar a vida e construir um mundo melhor;
f) mostrar que o voluntariado não é apenas e somente “atender os
necessitados”. É também música, poesia, esportes;
g) levar para a comunidade técnicas modernas, conhecimentos e
métodos de trabalho que podem ser aplicados ‘as atividades locais;
h) outro ponto importante é dar oportunidade aos funcionários para
participarem expressando suas opiniões. Eles precisam sentir que não é uma
atividade imposta. Devem chegar à conclusão de que há espaço para se
apropriarem do programa.
Com os funcionários suficientemente informados, passa-se à fase de
levantar informações de modo mais consistente, para mapear experiências,
interesses e competências. Esse levantamento quando bem preparado,
costuma ter um retorno muito alto, embora apenas uma minoria dos que
respondem vá de fato participar do programa. De qualquer forma, será útil
montar um banco de dados, de modo a contar com um quadro de
disponibilidades internas.
Uma das razões freqüentemente apontadas para o engajamento em
trabalhos voluntários é que nas atividades diárias não existem muitos desafios
nem realizações, nem liberdade de ação suficiente, e nas empresas em geral
não existe uma missão, apenas conveniência.
Também é comum que as pessoas realizem alguma atividade
"socialmente útil", como forma de retribuir à sociedade todo o conhecimento e
experiências adquiridas ao longo da vida, ou apenas para ter uma ocupação
do seu tempo livre, às vezes produto inclusive da situação de desemprego.
Outro forte motivo alegado é a necessidade interior de fazer o bem,
uma satisfação íntima pelo prazer de servir, estar bem consigo mesmo,
beneficiando o outro, dando de si, sem esperar nada em troca.
26
Verificam-se certas mudanças nos padrões do voluntariado nos últimos
anos. As pessoas estão mais interessadas em se envolver em mais de uma
causa, oferecendo seu trabalho voluntário em diferentes atividades.
Os cidadãos engajam-se em atividades voluntárias não apenas para
exercitar a caridade, mas para exercer suas cidadanias na defesa dos seus
direitos e os dos outros.
O trabalho voluntário pode melhorar a auto-imagem, promover um
sentimento de realização e competência e agir como um antídoto para o
stress e a depressão.
De fato, alguns estudos mostram que os voluntários tendem a ser mais
saudáveis e felizes e viver mais que aqueles que não o são.
Na realidade brasileira, segundo dados recolhidos na prática,
voluntários de camadas socioeconômicas baixas, com problemas de inserção
social, rejeição, falta de raízes devido às constantes migrações, encontram no
trabalho voluntário um forte componente para conformarem sua identidade,
aumentarem sua auto estima, e se sentirem valorizados no meio social em
que atuam.
Descrição do Campo Empírico
A Associação Junior Achievement do Estado do Espírito Santo- JAES
é uma instituição não governamental, sem fins lucrativos, mantida por
empresas capixabas. No Estado do Espírito Santo, a Associação inaugurou
sua sede no dia 10 de setembro de 2001 e iniciou seus trabalhos em Março
de 2002. Atualmente a Junior Achievement do Estado do Espírito Santo conta
com 130 escolas parceiras e beneficia por ano cerca de 13 mil alunos, desde
a fundação foram 77 mil alunos.
Nos últimos três anos, com a elaboração anual do planejamento
estratégico, a instituição tem trabalhado focando suas atividades em públicos
específicos. Em 2007 a preocupação da JAES foi estreitar ainda mais seu
relacionamento com as empresas associadas, com o intuito de expandir suas
ações. Já 2008 o foco da instituição foi o voluntariado corporativo, foram
criadas atividades especificas para este público, o sucesso foi tanto, que
27
fecharam o ano com mais de 725 voluntários envolvidos em suas ações. Em
2009, o foco das ações voltou-se para as escolas parceiras, seu principal
objetivo foi aproximar e envolver cada vez mais a equipe de professores no
desenvolvimento das ações. Neste período 35.822 alunos foram beneficiados
pela instituição.
A Junior Achievement do Estado do Espírito Santo, possui sua sede
dentro do Senai, na Av. Mal Mascarenhas de Moraes, 2235, Bento Ferreira-
Vitória, ES; onde se pode contar com toda logística do Centro Técnico, como
auditórios, salas para treinamentos, recepção, entre outras. As instalações
possuem cinco computadores, duas impressoras, acesso a internet, fax e
duas linhas telefônicas, o escritório atende totalmente as necessidades para o
desenvolvimento dos trabalhos.
Sua missão é levar o empreendedorismo através de programas
ministrados por orientadores treinados pela instituição; possibilitando aos
alunos uma visão empreendedora de futuro, tornando-os pessoas mais
preparadas para um mercado de trabalho competitivo, formando assim uma
geração de jovens engajados, capazes de transformar sua realidade.
O Público-alvo da entidade são Crianças e Adolescentes dos 8ºs e 9ºs
anos do Ensino Fundamental.
Um dos aspectos a ressaltar é que a Educação é o principal caminho
para a transformação Social e o empreendedorismo, por isso, ser considerado
importante ferramenta neste processo, mas infelizmente o ensino regular não
completa este tema. Os programas oferecidos pela AJAES, estimulam o
desenvolvimento pessoal, trabalhando conceitos como liderança, ética,
respeito, auto-estima, atitude e persistência, enfim, empreender forças em si,
traçar metas e objetivos para sua vida a curto e longo prazo; mostrando que
educação e empregabilidade caminham juntas; conscientizando os alunos da
importância de investir nos estudos, combatendo de forma incisiva um dos
maiores problemas de nosso país: A evasão escolar.
A cada ano, centenas de adolescentes em idade escolar abandonam
os estudos para trabalhar, ou até mesmo por falta de interesse e objetivos
futuros. De acordo com a pesquisa, elaborada e publicada pela Fundação
Getúlio Vargas (FGV) em Abril de 2009, coordenada pelo chefe do Centro de
Pesquisas Sociais da FGV, Marcelo Neri, a falta de interesse dos alunos
28
pelos estudos é a principal causa da evasão escolar no Espírito Santo e no
Brasil. A pesquisa indicou que 17,8% dos jovens entre 15 e 17 anos estão
fora da escola. No Estado, esse número é um pouco maior, de 18,5%. A
pesquisa também mostrou que no Espírito Santo a média de anos de estudos
dos jovens entre 15 e 24 anos é de 6,9. 40% dos jovens entrevistados no
Brasil, disseram não ter interesse em freqüentar a escola, sendo esse o
principal motivo da evasão escolar, superando até mesmo o número de
alunos que deixam a escola para trabalhar. Entre os adolescentes em conflito
com a lei no Estado, o perfil dos internos que cumprem medida sócio-
educativa mostra que a sala de aula fez falta: apenas 9% chegaram à 8ª série
e 26,5% atingiu a 5ª série.
Uma pesquisa (Marco Zero) realizada pela JAES (Junior Achievement
do Estado do Espírito Santo), com os alunos antes de participarem do
programa As vantagens de Permanecer na Escola, com o objetivo de
conhecer, mapear e planejar nossas ações mostrou que 8% dos entrevistados
disseram que só estudariam até completar o ensino fundamental, 65%
planejava concluir apenas o Ensino Médio e somente 25% sonhava em cursar
o Ensino Superior. Após a aplicação do Programa, foi entrevistado o mesmo
grupo de alunos, 6% relataram querer estudar até concluir o ensino
fundamental. Observou-se que 10% afirmaram que iriam concluir o ensino
médio, quando novamente perguntados sobre cursar o Ensino Superior 80%
demonstrou interesse.
Em outra pergunta, os alunos foram questionados sobre o valor da
educação. Antes da participação no Programa, 52% disse ver o ensino como
uma obrigação, após a sua participação 86% dos alunos passou a entender a
educação como o principal caminho para o sucesso profissional, apenas 7%
dos alunos continuou vendo a educação como uma obrigação.
Antes do desenvolvimento do Programa, perguntou-se aos alunos se
eles sentiam que precisavam de orientação vocacional: 83% disseram que
sim. Ao final da aplicação questionou-se se sua participação no Programa
havia fornecido informações importantes para a escolha de sua profissão,
95% dos alunos disseram que sim. Observou-se que os Programas
desenvolvidos pela instituição contribuíram para que 98% dos alunos
pensassem e planejassem metas para seu futuro, entendendo que o
29
conteúdo aplicado, em sala de aula, é de extrema importância para sua vida
pessoal e profissional.
Quando questionados os pais sobre as atitudes que seus filhos
apresentaram após a participação no Programa, 63% dos pais notaram um
maior interesse dos filhos por assuntos ligados ao mundo do trabalho, e em
outra pergunta, 63% afirmaram que houve um maior interesse de seus filhos
pelos estudos.
Para acompanhar e avaliar o impacto das ações na vida dos jovens 4
anos após participação nos Programas, a JAES implantou uma pesquisa com
os alunos egressos, atualmente com idades que variam de 19 a 22 anos, os
ex alunos são contatados via telefone, através de uma ficha cadastral,
preenchida no período de sua participação no Programa. O resultado desta
pesquisa mostra que os Programas da Associação fizeram diferença na vida
de muitos jovens, 62% dos alunos pesquisados estão atualmente cursando
uma faculdade. Outro Item que nos chamou a atenção foi a rapidez com que
estes jovens foram inseridos no mercado de trabalho, 62% começou a
trabalhar imediatamente após concluir o Ensino Médio, alguns alunos
relataram que a certificação do Programa aumentou sua empregabilidade.
Vale ressaltar que a Junior Achievement do ES atende crianças e
adolescentes de escolas públicas e particulares, tendo na rede pública 83%
das ações. Os Programas beneficiam alunos do 5º ano do Ensino
fundamental, até o Ensino Médio. Para cada série, é desenvolvido um
Programa especifico para determinada faixa etária.
Os objetivos principais do programa são: levar alunos de regiões com
alto nível de evasão escolar, a reconhecer a importância da escolaridade e
apresentar as diversas profissões e o nível de escolaridade exigido para cada
uma, levando os alunos a entender a relação entre escolaridade e média
salarial.
O Programa “As Vantagens de Permanecer na Escola” foi desenvolvido
a partir de uma demanda das escolas públicas. Esta tecnologia social tem
sido uma importante ferramenta na mudança de comportamento dos
estudantes. Em 2009 mais de 5 mil alunos foram impactados com o conteúdo
do Programa. Estruturado numa linguagem atual, atrativa e de fácil
entendimento, o Programa traz gráficos, textos para debate, jogos,
30
dramatizações, enfim os alunos participam ativamente dos assuntos tratados,
constroem um novo conhecimento, partindo sempre de sua realidade de vida.
Pautado nos 3 pilares da educação propostos pela UNESCO, o programa
prioriza:
Aprender a Conhecer - Possibilitar uma reflexão, busca de informações, uma
análise critica da realidade vivida, de seu comportamento quanto aluno.
Aprender a Ser - Estimular potencialidades individuais, iniciativa, pró-
atividade, autonomia, empreendedorismo (Planejar, executar e avaliar).
Aprender a Fazer - Conectar o conteúdo com a realidade, aplicação do que
se aprendeu em situações reais vividas pelos alunos. Capacidade de imaginar
situações futuras e estabelecer estratégias de vida.
O Programa tem a duração de 6 semanas, sendo 1 aula por semana
de 1 hora, é desenvolvido nas dependências da escola, no horário de aula
dos alunos, ministrado pelo orientador de programas , com acompanhamento
do técnico responsável, todos contratados e treinados pela Associação. Além
do material didático, os alunos recebem após a conclusão das ações, o
certificado de participação. Antes da aplicação do Programa, é realizada uma
pesquisa “Marco zero” com equipe pedagógica e alunos, através de um
questionário com múltiplas escolhas. Este instrumento serve de norteador,
para os assuntos que serão debatidos em sala de aula, favorecendo um
melhor aproveitamento por parte dos alunos. Também são realizadas
reuniões de pais para apresentação do conteúdo a ser trabalhado, solicitando
um acompanhamento bem próximo, para que ao término do Programa, possa
ser realizada uma pesquisa, para conhecermos os impactos imediatos na vida
dos estudantes. Participam desta pesquisa, pais, alunos beneficiados e
equipe pedagógica da escola parceira.
31
PROGRAMA AS VANTAGENS DE PERMANECER NA ESCOLA
As Vantagens de Permanecer na Escola apresenta aos alunos os
benefícios da escola através de cinco momentos que incluem um jogo de
tabuleiro, análise de gráficos, elaboração de um orçamento, planejamento de
carreira e um debate. É desenvolvido em sala de aula, através de 5 períodos
de 50 minutos). Este programa é apresentado por orientadores com vivência
de negócios treinados pela Junior Achievement.
Atividade Objetivos Educacionais Conceitos e
Habilidades
O Jogo das
Grandes Decisões
Os alunos descobrem a
relação entre educação,
opções de carreira e o
alcance de metas,
participando do jogo de
tabuleiro.
Êxitos pessoais
Educação
Opções de
carreira
Renda
Oportunidades
educacionais
As Estatísticas
mostram as
Vantagens de
Permanecer na
Escola
Através de gráficos, os alunos
visualizam os níveis de renda
em relação ao nível de
educação formal das pessoas.
Aprendem a visualizar os
custos e as vantagens de
estudar.
Renda média
Escolaridade
Custos de
oportunidade
Custos
financeiros
Os estudantes vivenciam as Custo de vida
32
Desenvolvendo
meu próprio
orçamento
dificuldades de viver e se
sustentar independentemente,
possuindo uma baixa
escolaridade.
Orçamento
mensal
Uso dos
classificados
Salários
Encargos
Projetando-se
para o futuro
Os estudantes realizam um
planejamento de carreira e se
preparam para uma entrevista
de emprego.
Análise de
habilidades
pessoais
Como se portar
em uma
entrevista para
emprego
Debatendo sobre
nossos problemas
Os estudantes trabalham em
grupos para levantar
argumentos e debater sobre a
evasão escolar. Escrevem
uma carta a um amigo que
esteja pensando em
abandonar a escola.
Argumentação
Trabalho em
equipe
Materiais
Os alunos recebem um Manual do Participante para acompanhamento
das aulas.
Jogos utilizados nas aulas.
33
Técnicas
Os conceitos são passados através de discussões orientadas,
exercícios escritos, trabalhos em grupo, simulações e jogos, proporcionando
um ambiente agradável para aprendizagem.
Todos os programas possuem um acompanhamento pela equipe da
AJAES, seja através da emissão de relatórios ou de visitas in loco; o técnico
de programas é responsável pela aproximação com a escola, pela
sensibilização dos docentes, alunos e pais envolvidos. Ao término de cada
programa há uma avaliação, realizada com os alunos, pais, equipe
pedagógica, pelo técnico, acerca das atividades desenvolvidas, na qual são
colhidas informações tais como participação e envolvimento, relacionamento
interpessoal, organização, identificação com a Junior Achievement,
contribuição no crescimento da escola, dentre outras. Tal controle estimula
processos de discussões, o que conseqüentemente nos possibilita um melhor
retorno e modificação de ações, propiciando sempre um trabalho de
qualidade.
Antes de iniciar as ações, o aluno a ser beneficiado pelo Programa,
participa de uma pesquisa “marco zero”, através de um questionário com
múltiplas escolhas, o que possibilita nortear e saber exatamente de onde
podemos iniciar a ação. Ao final do Programa o aluno responde o mesmo
questionário, para mensurar as mudanças em seu comportamento.
A equipe pedagógica da escola parceira, antes de iniciar a ação,
também participa de uma pesquisa, através de uma entrevista dirigida,
podemos assim, alinhar o discurso com as principais necessidades daquela
comunidade escolar. Ao final, a equipe pedagógica participa de uma
pesquisa-questionário com múltiplas escolhas, para entender se os objetivos
foram alcançados.
Realiza-se, também, no início da ação, uma reunião de país, para
apresentação institucional e detalhamento do Programa a ser desenvolvido,
com o intuito de se obter um acompanhamento efetivo por parte dos pais,
para que ao concluir as atividades, eles tenham condições de participar de
uma pesquisa, através de um questionário com múltiplas escolhas, para se
conhecer as principais mudanças percebidas em seu filho.
34
O Programa é ministrado pelo orientador, acompanhado do técnico do
programa, que durante o desenvolvimento da ação, semanalmente se reunirá
com a equipe pedagógica da escola parceira, para um melhor direcionamento
dos trabalhos.
A AJAES possui uma constante política de captação recursos. Todos
os anos o Conselho Consultivo, decide dentro do planejamento estratégico as
empresas e recursos públicos que serão buscados para a implantação e
continuidade das ações. Para o ano de 2010, a meta planejada foi de 3 novas
empresas, que atuariam como patrocinadoras no desenvolvimento dos
Programas. Atualmente 44 empresas apóiam a instituição, seja através de
permuta ou serviços prestados, como é o caso da Findes que cede o espaço
para a sede da instituição, ou ainda a empresa Aquatro, responsável pela
criação de todo material de divulgação, ou, através de recursos financeiros
que possibilita manter toda a estrutura logística e pessoal de apoio ao
desenvolvimento dos Programas.
Outro importante parceiro da instituição são as Secretarias Municipais
de Educação, que participam ativamente na indicação de escolas, em
comunidades que tenham um alto índice de evasão escolar.
O desenvolvimento dos Programas faz parte do planejamento
pedagógico das escolas parceiras, que desde o início do ano, inserem em
suas atividades a parceria com a Junior Achievement.
O Programa As Vantagens de Permanecer na Escola, só em 2009
beneficiou mais de 5 mil alunos, visto a procura e interesse das escolas pelo
Programa, devido ao grande problema que a educação enfrenta atualmente –
a EVASÃO ESCOLAR.
O investimento por aluno fica em torno de R$ 19,42. Além de custos
reduzidos, esta importante tecnologia social pode ser implantada e
desenvolvida em várias escolas. Os resultados comprovados com a ação
refletem a eficiência do Programa e garantem confortavelmente sua
reaplicabilidade.
A instituição entende que existem muito mais necessidades que as
contempladas pela iniciativa, mas, para eles, a Educação é o principal
caminho para a transformação social e o empreendedorismo importante
ferramenta neste processo. Os programas oferecidos pela AJAES estimulam
35
o desenvolvimento pessoal, trabalhando conceitos como liderança, ética,
respeito, auto estima, atitude e persistência. Incentivar alunos de escolas
públicas a investir nos estudos, buscando novas perspectivas de futuro é,
sem dúvida, uma proposta de grande valor. É este sentimento que me atraiu
para abraçar o projeto, uma vez que reforça princípios e valores que aos
poucos estão ficando esquecidos por nossa sociedade.
Análise dos resultados obtidos na pesquisa de campo
Análise dos dados coletados:
Mediante questionário realizado com voluntários da JAES, por telefone,
identificamos o perfil, a forma de escolha e a motivação em ser voluntário.
Idade
19%
13%
13%30%
6%
13%6%
20 a 25 26 a 30 31 a 35 36 a 40 41 a 45 46 a 50 51 a 55
Pelo diagnóstico, a idade varia, em sua grande maioria entre os 20 e
40 anos, o que demonstra que os voluntários da JAES estão distribuídos nas
mais variadas faixas etárias. A participação de voluntários de diversas idades
contribui para a sustentabilidade da entidade, pois a renovação dos
voluntários favorece a perpetuação do voluntariado de geração para geração.
36
Sexo
50%
50%
Masc Fem
Os voluntários estão divididos, igualmente, em ambos os sexos, o que
demonstra uma participação de homens no trabalho voluntário, o que
representa um avanço em nossa sociedade, tendo em vista que,
normalmente, é um trabalho desenvolvido por mulheres.
Grau de Instrução
13%
19%
43%
25%
Medio Grad.Incomp Grad. Comp. Pós Grad.
Em relação à escolaridade, chama a atenção que 87% possuem nível
superior, o que fortalece as ações da instituição. Com voluntários bem
capacitados, as ações desenvolvidas pela JAES ganham em qualidade, o que
faz com que os alunos beneficiados mantenham-se interessados e
estimulados a participarem dos programas. Além disso, as escolas assistidas
também passam a confiar no trabalho desenvolvido.
37
Como você tomou conhecimento da JA?
100%
0%0%0%0%
Empresa Amigos Ouros Voluntários Entidade Outros Meios
A sensibilização dos voluntários tem sido realizada pelas empresas
mantenedoras, junto aos seus funcionários, uma vez que 100% dos
entrevistados tomaram conhecimento da JAES através de suas empresas,
confirmando uma deficiência, por parte da JAES, na prospecção de novos
voluntários. Para que haja uma expansão dos programas da JAES, é
necessário que aumente o número de voluntários, e a sensibilização de novos
voluntários deve ser ampliada para outros meios e canais. Atualmente,
conforme demonstrado na pesquisa, a principal forma de buscar novos
voluntários é através do trabalho desenvolvido junto às empresas
mantenedoras, embora a entidade também utilize outros meios. Porém, deve
haver uma melhoria na divulgação de seus trabalhos através de outros meios,
como a mídia escrita, falada, televisiva e virtual.
Pretende continuar participando de alguma forma dos programas da JA?
0%0%0% 13%
19%
68%
Disc. Totalmente Disc. Muito Disc. Pouco
Conc.Pouco Conc.Muito Conc.Totalmente
38
Pelo resultado apresentado no gráfico acima, podemos concluir que o
estilo de atuação da instituição é bem aceito pelos voluntários, uma vez que
manifestaram em continuar a participar de seus programas.
O que faz com que você atue como voluntário da JA?
38%
13%6%
43%
Real.Pessoal Incent.Empresa Afinidade Apelo Social
A motivação do voluntariado não pode ficar baseada em apenas um
fator, pois isso faz com que haja uma redução da quantidade de pessoas
interessadas em atuar como voluntário. Deve-se ter cuidado para alcançar o
máximo possível de pessoas, sejam aquelas que se sensibilizam por
questões sentimentais ou por questões profissionais. Dentre os motivos
pesquisados, podemos identificar os seguintes: Realização pessoal; Incentivo
da empresa; Afinidade; Apelo Social.
39
Quanto tempo você dedica ao voluntariado?
31%
31%0%
25%
13%
4 h/mês 10 h/mês 15 h/mês 20 h/mês 4 h/ano
Apesar do pouco tempo dedicado por cada voluntário, cerca de até 10
horas por mês, o que faz com que eles atuem junto à instituição é a
realização pessoal e o apelo social, que são indicadores sentimentais,
embora 81% tenham respondido que a empresa em que trabalha incentive
ações voluntárias.
Você participa como voluntário em outras instituições?
62%
38%
Não Sim
Verificamos que as maiorias dos voluntários atuantes na JAES não
participam, como voluntários, em outras instituições, o que reforça a idéia de
que as empresas mantenedoras têm papel fundamental da captação dos
voluntários.
40
Você considera que seu trabalho é importante para a realização da missão da JA?
0%0%0%0% 13%
87%
Disc. Totalmente Disc. Muito Disc. Pouco
Conc.Pouco Conc.Muito Conc.Totalmente
Todos os entrevistados manifestaram um elevado nível de
conscientização em relação à sua importância para a continuação dos
trabalhos da Junior Achievement
.
A empresa em que trabalha incentiva a participarem de ações voluntárias?
0%0%0% 13%6%
81%
Disc. Totalmente Disc. Muito Disc. Pouco
Conc.Pouco Conc.Muito Conc.Totalmente
Na avaliação dos entrevistados, o incentivo das empresas onde
trabalham poderia ser maior, embora o percentual de concordância tenha sido
satisfatório.
41
Meu trabalho como voluntário é valorizado pela JA?
0%0%0%0%
38%
62%
Disc. Totalmente Disc. Muito Disc. Pouco
Conc.Pouco Conc.Muito Conc.Totalmente
Todos os entrevistados responderam que tem seu trabalho valorizado e
que o considera importante para a missão da JAES. Esse reconhecimento,
feito pela entidade, se traduz em benefícios, na medida em que fortalece o
relacionamento com os voluntários.
Não houve uma predominância de uma profissão, reforçando que a
entidade atua com voluntários de qualquer formação. A diversidade de
profissionais enriquece o quadro de voluntários, pois abre um leque de
opções muito grande, principalmente por se tratar de profissionais
qualificados, que podem utilizar seu conhecimento e sua experiência em suas
palestras.
Apesar da participação das empresas mantenedoras, verificamos que
uma quantidade maior de funcionários poderia se tornar voluntário, caso eles
tivessem algum tipo de reconhecimento nas empresas em que trabalham.
Nem sempre é necessário remunerar para se obter mais desempenho, uma
simples liberação do funcionário, dentro do horário de trabalho, para realizar
suas tarefas junto à entidade, já faria com que o interesse crescesse junto aos
funcionários. O trabalho voluntário tem requerido dedicação fora do horário de
trabalho, o que, na maioria das vezes, criam dificuldades para quem não
dispõe de tempo para esses tipos de ações.
42
Conclusão do Relatório:
Atualmente, de modo geral, o trabalho social desenvolvido pelas
empresas está amparado em parcerias com entidades sociais que atuam em
territórios onde estas empresas estão inseridas.
Um ponto positivo a ser considerado é que as empresas vem se
dispondo a investir os seus recursos disponíveis (financeiros, pessoais,
estrutura física...) em ações sociais voltadas para a melhoria das condições
de vida das comunidades de seu entorno.
Em compensação, como ponto negativo, essas mesmas empresas não
desenvolvem os seus próprios projetos, passando a responsabilidade de
implementação e gestão às instituições parceiras. Este comportamento gera
uma limitação na oferta de projetos sociais, uma vez que a quantidade de
entidades atuantes e com finalidades voltadas para o bem comum ainda é
bem pequena.
Os cidadãos dedicam-se às atividades voluntárias não apenas com fins
caridosos, mas para exercerem suas cidadanias na defesa dos seus direitos e
os dos outros.
O trabalho voluntário pode melhorar a auto-imagem, promover um
sentimento de realização e competência e agir como um antídoto para o
stress e a depressão.
Por meio da participação em atividades voluntárias, as pessoas
encontram espaço para seu crescimento pessoal, oportunidades de
aprendizado, prazer em se sentir útil, criação de novos vínculos de
pertencimento. Para muitos, a ação voluntária permite a utilização de talentos,
habilidades e potenciais não aproveitados no seu cotidiano.
Com o avanço do Terceiro Setor no Brasil, tivemos uma grande
manifestação de solidariedade, fazendo surgir inúmeras entidades com
finalidades voltadas para o bem comum. A partir de então, grandes
corporações aproveitaram o momento para ingressar nas parcerias sociais.
O momento é propício, mas deve-se ter muito cuidado, para que a
participação da sociedade civil não venha substituir o papel do Estado, que
tem as suas responsabilidades e que não devem ser esquecidas.
43
Durante a Residência Social, foi verificado que a JAES desenvolve um
trabalho muito importante junto às escolas. Os alunos são abordados para
serem trabalhados pelos voluntários, em complemento às atividades
escolares. Não há, em nenhum momento, uma ocupação do espaço do
Estado, mas sim, um trabalho paralelo, que incentiva a permanência do aluno
na sala de aula, colaborando para que a atuação estatal seja ainda maior.
Na pesquisa realizada, foi constatado que os voluntários se sentem
recompensados com o trabalho voluntário que realizam e que pretendem
continuar atuando como voluntário. Alguns, inclusive, estão engajados em
outras instituições.
Há diversidade de profissionais, idade e formação. O mais importante é
que tanto homens como mulheres estão envolvidos, o que demonstra uma
maturidade da sociedade, pois como é sabido, até então, o trabalho voluntário
era exercido, predominantemente, por mulheres.
Após o contato com a JAES, pude perceber que as práticas utilizadas
em ações voluntárias podem e devem ser utilizadas no ambiente corporativo.
Por exemplo: quando buscamos o envolvimento e o comprometimento do
corpo funcional para o atingimento dos objetivos da empresa, ao invés de
usar a pressão, podemos utilizar a sensibilização.
O voluntariado nos torna uma pessoa melhor, pois aumenta a nossa
sensibilidade no que se refere ao atendimento mais humano, à visão coletiva,
à participação de todos na tomada de decisões, nos princípios éticos e no
relacionamento pessoal entre os colegas de trabalho.
De modo geral, a JAES seleciona os seus voluntários utilizando
diversos meios, porém ainda está muito dependente da empresas
mantenedoras, uma vez que tem restringido o seu campo de atuação voltado
para essas empresas. Ampliar o leque de pessoas a serem convidadas a
fazerem parte do corpo voluntário da JAES passa a ser o grande desafio, uma
vez que a sensibilização deve ocorrer em ambientes diversos. Como
contribuição, realizamos reuniões com funcionários da CAIXA em Cariacica
(ES), onde existe projeto da Junior em andamento. A adesão dos funcionários
foi boa e há boas expectativas de que realizem um bom trabalho, tendo em
vista que os voluntários residem no município, fazendo com que eles também
sintam os reflexos dos resultados.
44
Participar de uma ONG cuja proposta é desenvolver projetos que
complementem a educação formal nas escolas constitui ganhos para todos:
ao mesmo tempo em que os voluntários se desenvolvem, como pessoa, os
alunos também se preparam para uma vida melhor, mais digna e com boas
perspectivas. Podemos dizer que a mudança na realidade local torna-se
presente, fazendo com que os índices de criminalidade tendam a diminuir,
haja a diminuição da evasão escolar, elevando o nível de escolaridade dos
alunos assistidos.
Todos se sentem gratificados com o que fazem. Existe cumplicidade,
por parte daqueles que doam o seu tempo e partilham o seu conhecimento,
apesar de algumas dificuldades, como por exemplo: medo e insegurança no
deslocamento dos voluntários para regiões mais carentes, onde a
criminalidade é maior; pouca disposição, por parte das empresas, em ceder
seus funcionários nos horários de trabalho, uma vez que o projeto é
executado durante o horário escolar (matutino, vespertino e noturno); a
distância entre o local de trabalho dos voluntários e as escolas onde o projeto
é implantado.
Em síntese, apesar do envolvimento da comunidade, dos voluntários,
das empresas e da instituição, existe, ainda, a necessidade de se promover
uma maior integração entre todas as partes envolvidas, principalmente no que
tange à participação da comunidade assistida, pois são os moradores que
sentem as mudanças. Cabe a nós, enquanto sociedade, promover essa
interação. Se cada um fizer a sua parte, o trabalho se divide e não pesa para
ninguém.
45
Referências: Sites na Internet:
http://portaldovoluntario.org.br/
http://www.responsabilidadesocial.com/institucional/institucional_view.php?id=1
http://www.ethos.org.br/_Uniethos/Documents/RevistaFAT03_ethos.pdf
Textos:
ROMAN, Artur. Responsabilidade Social das Empresas: um pouco de história e algumas reflexões. Disponível em: <www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_fae.../11_rs_empresas.pdf>
SEBRAE, Faça diferente. Inovar com responsabilidade social. Disponível em: <http://www.nossoestudio.com.br/sebrae/index.php/inovar-com-responsabilidade-social/>
MARTINS, Uadson Ulisses Marques. Stakeholders e as Organizações. Disponível em:<www.fiescnet.com.br/.../STAKEHOLDERSEASORGANIZACOES>
MELLO, Sergio de Albuquerque. Responsabilidade social corporativa e sustentabilidade: longevidade à empresa cidadã. Disponível em: <http://ecoviagem.uol.com.br/fique-por-dentro/artigos/social/responsabilidade-social-corporativa-e-sustentabilidade-longevidade-a-empresa-cidada-365.asp>
REIS, Jair Teixeira dos. Trabalho Voluntário e Direitos Humanos. Monografia
apresentada ao Curso de Aperfeiçoamento de Direitos Humanos e Direitos dos
Cidadãos promovido pela PUC Minas. Disponível em:
www.portaldovoluntario.org.br/biblioteca/p_voluntarios/monografia_trabalho_voluntar
io.pdf
FURTADO, J.S. Gestão com Responsabilidade Socioambiental.
Desenvolvimento Sustentável e Comunidade. Versão março 2003.
http://teclim.ufba.br/jsf/acoessa/rsa02.pdf
Conselho Global de Voluntariado Empresarial, uma iniciativa da IAVE – Associação
Internacional para Esforços Voluntários, Estudo sobre Voluntariado Corporativo
Global, Janeiro 2011. http://www.gcvcresearch.org/v1/images/folder_port.pdf
46
REIS, Jair Teixeira dos. O Voluntariado é um instrumento para a educação
Trabalho Voluntário e Direitos Humanos. Monografia
apresentada ao Curso de Aperfeiçoamento de Direitos Humanos e Direitos dos
Cidadãos promovido pela PUC Minas. Disponível em:
http://www.portaldovoluntario.org.br/biblioteca/p_voluntarios/monografia_trabalho_vo
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Revista:
A Página da Educação, Revista. Artigo: O voluntariado é um instrumento para a educação
formal e não formal. http://www.apagina.pt/?aba=7&cat=158&doc=11692&mid=2
Livros:
Educação Ambiental, SENAC – ano 9, maio/agosto 2000