Juntas Aparafusos V3 Lauro Parte1

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Juntas Aparafusadas

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1

PARAFUSOS DE POTÊNCIA E JUNTAS

PARAFUSADAS

PARTE 1

Universidade Federal de Santa Catarina Dep. de Engenharia Mecânica Rodrigo de Souza Vieira Lauro Cesar Nicolazzi

Junho de 2015

EMC 5335 – Elementos de Máquinas

Parte 1

Parafusos de movimento

2

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2

HISTÓRICO

Provável inventor:

Archytas 400 AC.

Arquimedes (200 AC)

Elevação de água

Gutenberg (XV)

Prensa

Leonardo da Vinci

• Final do século XV: máquina de cortar

roscas

Jacques Besson (1568): Torno

3

HISTÓRICO

Revolução industrial

Fixadores se tornaram elementos comuns.

Watt (1765)

Máquina a vapor fixadores rosqueados.

Whithey (1801) intercambialidade.

Whitworth (1841) Sistema uniforme de roscas

55º entre os fios da rosca;

Número de fios por polegada é função do diâmetro;

Crista e fundo da rosca arredondados;

1881 – padrão britânico.

4

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3

PADRONIZAÇÃO DE ROSCAS

William Sellers (1864) padrões de roscas

Mudança de 55º para 60º facilidade de conferência

Cristas e vales planos maior resistência

Padrão EUA, Canadá e Inglaterra

Whitworth ≠ Sellers imcompatibilidades – final de 1948 surgiu o Sistema Unificado (USA, Canadá e Inglaterra)

ISO (1948) padrão mundial

ISO polegada (1964)

ISO métrico mais fracos !!

5

ISO

1971 – ISO Sistema Métrico Ótimo

Isso levou ao Modelo atual: ANSI/ISO

6

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FUNÇÃO DAS JUNTAS PARAFUSADAS

A função de uma junta parafusada é unir duas ou mais partes em um único conjunto, por força, com a propriedade de ser facilmente desmontável.

Aplicações das juntas parafusadas:

Em automóveis;

Em aviões;

Em máquinas biológicas (fixadores de próteses etc.); .

.

.

Ou seja: em máquinas de forma geral!

7

CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS ROSCAS

Avanço (l)

8

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5

ROSCAS UNIFICADAS – PADRÃO AMERICANO

Roscas Unificadas

Séries

Normal – uso geral em engenharia

Fina – aplicada para unir peças com espessuras de paredes pequenas

Extra-fina – usada intensamente em aviões

Série 8 – 8 fios por polegada: flanges de alta pressão, prisioneiros etc.

Série 12 – 12 fios por polegada: muito usada em calderaria.

Série 16 - 16 fios por polegada: Usadas em anéis de ajustes e porcas de fixação de rolamentos

9

ROSCAS UNIFICADAS

Classes ( folga facilidade de montagem)

1 – grosseira

2 – mais utilizada

3 – sem folgas

Utiliza-se A rosca externa e B rosca interna

Exemplo: 1/4in – 8 UNC – 2A

10

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6

ROSCAS AMERICANAS/INGLESAS/CANADENSES

11

ROSCA GÁS

12

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7

ROSCAS MÉTRICAS

É a rosca oficial dos países que adotam o sistema

métrico como padrão sendo que apresentam algumas

características próprias, tais como:

O fundo da rosca é arredondado;

O ângulo do filete é de 60𝑜 ;

A crista da rosca é chanfrada.

13

ROSCAS MÉTRICAS

Séries

1 a 4 da mais grossa para a mais fina

Classes

g – grosseira

m – média (padrão)

f – fina

14

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8

ROSCAS MÉTRICAS

Exemplos:

M10

M10X1

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VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS UNIÕES PARAFUSADAS

Vantagens

Confiabilidade;

Permitem montagens e desmontagens sucessivas

Variedade de opções

Custo baixo por componente.

Desvantagens

Concentradores de tensão (há necessidade de furos);

Sensibilidade à cargas dinâmicas (sensíveis fadiga);

Diminuem a resistência mecânica.

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9

TIPOS DE PARAFUSOS

17

TIPOS DE PORCAS E ARRUELAS

18

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10

APLICAÇÕES DE JUNTAS PARAFUSADAS

19

Parafuso de centragem DIN 609

Parafuso de cabeça quadrada DIN 478

EXEMPLOS

20

Parafuso de fenda simples DIN 63

Parafuso borboleta DIN 444

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APLICAÇÕES

21

Parafuso de vedação DIN 910-909

Parafuso de ponta atuante DIN 553- 551

PARAFUSOS DE POTÊNCIA OU FUSOS

Para iniciar o desenvolvimento do modelo matemático de parafusos é mais didático iniciar com os parafusos de movimento.

Finalidade do parafuso de movimento: Transformar movimento angular em linear

Os parafusos de movimento, também denominados de fusos, têm grande aplicação em máquinas e equipamentos, tais como:

Máquinas ferramentas (tornos, fresadoras, centros de usinagem etc.);

Máquinas de elevação;

Prensas;

Equipamentos aeronáuticos;

Caixas de direção de veículos pesados etc.

22

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PARAFUSOS DE MOVIMENTO – ROSCA TRAPEZOIDAL

Ângulo de perfil reduzido (para melhorar o rendimento);

Folga nas cristas;

Raio r na raiz do filete concentração de tensões;

Tamanho da rosca – Três séries:

DIN 103 – Normal;

DIN 378 – Fina;

DIN 379 – Grossa.

23

PARAFUSOS DE MOVIMENTO – ROSCA DENTE DE SERRA

Cargas em única direção;

Ângulos de 30º no fio;

Folga nas cristas;

Tamanho da rosca

DIN 513 – Normal;

DIN 514 – Fina;

DIN 515 – Grossa.

24

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PARAFUSO DE MOVIMENTO – ROSCA QUADRADA

Têm a maior eficiência entre os parafusos de

movimento;

Não induzem cargas radiais;

Suportam bem cargas de impacto;

Há dificuldade de fabricação devido à geometria.

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PARAFUSOS DE POTÊNCIA - APLICAÇÕES

Aplicações:

Elevadores, fusos de torno, máquinas CNC,

prensas, etc.

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APLICAÇÕES DE PARAFUSOS DE MOVIMENTO

27

APLICAÇÕES

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15

APLICAÇÕES

29

APLICAÇÕES

30

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APLICAÇÕES

31

MODELO PARAFUSOS DE POTÊNCIA

Seja uma rosca quadrada, de uma entrada, com diâmetro médio dm, passo l e ângulo de hélice β, sob

ação de uma força axial F.

32

Da geometria da rosca, desenvol-vendo um filete da mesma, é possível escrever que:

𝑡𝑎𝑛𝛽 =𝑙

𝜋𝑑𝑚

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17

ANÁLISE DO FILETE DE ROSCA

Desenvolvendo um filete de rosca do parafuso

em 1 volta, como mostrado na figura, tem-se,

do equilíbrio:

33

a) Para levantar a carga

b) Para baixar a carga

P− força de acionamento

AVALIANDO AS FORÇAS NO PARAFUSO

Igualando os pares de equações se têm:

34

b) Para baixar a carga... a) Para levantar a carga...

Dividindo as duas equações em cima e em baixo por cos(β ) e

lembrando que tan(β ) = l/(πdm), pode ser escrito que:

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18

DEFINIÇÃO DO TORQUE DE ATUAÇÃO

Sabendo que o torque de acionamento é o produto da força pelo raio:

Com isso definido tem-se:

a) Torque para levantar a carga b) Torque para baixar a carga

35 Ver http://easymec.net/Default.aspx?app=25

CONDIÇÃO DE AUTO-RETENÇÃO

Condição para travamento com uma carga dada:

36

ou,

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19

CÁLCULO DO TORQUE COM EFEITO DO COLAR

Ocorre quando há mancal de escora!

Para um colar com coeficiente de atrito igual a μc e diâmetro médio igual a dc , o torque devido ao atrito é:

37

Com isso determinado o torque de acionamento desse

parafuso, considerando o atrito do colar é:

Torque para levantar a carga

Torque para baixar a carga

38

𝑇 =𝐹

2𝜇𝑐𝑑𝑐 + 𝑑𝑚

𝑙 + 𝜇𝜋𝑑𝑚𝜋𝑑𝑚 − 𝜇𝑙

𝑇 =𝐹

2𝜇𝑐𝑑𝑐 + 𝑑𝑚

𝑙 − 𝜇𝜋𝑑𝑚𝜋𝑑𝑚 + 𝜇𝑙

CÁLCULO DO TORQUE COM EFEITO DO COLAR

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20

CONSIDERAÇÕES SOBRE O COLAR

O uso de mancais axiais de esferas ou rolos no

colar diminuem o atrito e sendo assim é comum

desprezar o termo do atrito no cálculo do porque

e da potência.

39

A eficiência de qualquer sistema é dada pela relação entre o trabalho de saída e o trabalho de entrada.

Para o caso de um parafuso de movimento o trabalho de entrada é dado por pelo produto do torque pelo deslocamento angular (uma volta):

𝑊𝑒𝑛𝑡 = 2𝜋𝑇

O trabalho de saída é dado pelo produto da força a ser deslocada pelo avanço do parafuso (em uma volta):

𝑊𝑠𝑎í𝑑𝑎 = 𝐹 𝑙

EFICIÊNCIA DE PARAFUSOS DE MOVIMENTO

40

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21

Com isso a eficiência de um parafuso de rosca quadrada

é dada por:

41

EFICIÊNCIA DE PARAFUSOS DE MOVIMENTO

𝑒 =𝑊𝑠𝑎í𝑑𝑎

𝑊𝑒𝑛𝑡=

𝐹𝑙

2𝜋𝑇=

𝐹𝑙

2𝜋𝐹

2 𝑑𝑚

𝑙+𝜇𝜋𝑑𝑚𝜋𝑑𝑚−𝜇𝑙

𝑒 =𝜋𝑑𝑚𝑙(1 −

𝜇𝑙𝜋𝑑𝑚

)

𝑑𝑚𝑙(1 +𝜇𝜋𝑑𝑚𝑙

) = (1 − 𝜇 𝑡𝑎𝑛𝛽)

(1 + 𝜇 𝑐𝑜𝑡𝛽)

CONCLUSÕES DO VALOR DE EFICIÊNCIA

Maiores coeficientes de atrito menor eficiência;

Eficiência tende a zero se β = 0o e/ou β = 90º

Ângulos de hélice são normalmente baixos;

Uso de parafusos de esferas diminui o atrito, que fica da ordem de 0,02 – 0,01;

Baixo atrito, baixa condição auto-travante.

42

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TORQUE PARA ROSCA TRAPEZOIDAL

Efeito do ângulo α da rosca trapezoidal

43

𝛽

TORQUE PARA ROSCA TRAPEZOIDAL

Assim, para levantar a carga:

Para baixar:

44

Efeito apenas na

parcela do atrito

Como o efeito da geometria da rosca trapezoidal afeta apenas

a parcela do atrito, percebe-se que esse tipo de parafuso tem

rendimento mecânico pior do que a rosca quadrada.

𝐿𝑒𝑚𝑏𝑟𝑎𝑟 𝑞𝑢𝑒

𝑠𝑒𝑐𝛼 = 1/𝑐𝑜𝑠𝛼 𝑇 =

𝐹

2 𝑑𝑚

𝑙 + 𝜇 𝜋 𝑑𝑚 𝑠𝑒𝑐𝛼

𝜋𝑑𝑚 − 𝜇 𝑙 𝑠𝑒𝑐𝛼

𝑇 =𝐹

2 𝑑𝑚

𝜇 𝜋 𝑑𝑚 𝑠𝑒𝑐𝛼 − 𝑙

𝜋𝑑𝑚 + 𝜇 𝑙 𝑠𝑒𝑐𝛼

Page 23: Juntas Aparafusos V3 Lauro Parte1

23

CÁLCULO DO TORQUE COM EFEITO DO COLAR

Utilizado quando há mancal de escora.

Lembrando que dado um coeficiente

de atrito no colar igual a μc, para um

diâmetro médio dc, o torque devido ao

atrito é:

45

EFEITO DO COLAR NO TORQUE

Assim para elevar a carga com colar:

E para baixar:

46

𝑇 =𝐹

2 𝑑𝑚

𝑙 + 𝜇 𝜋 𝑑𝑚 𝑠𝑒𝑐𝛼

𝜋𝑑𝑚 − 𝜇 𝑙 𝑠𝑒𝑐𝛼+ 𝜇𝑐 𝑑𝑐

𝑇 =𝐹

2 𝑑𝑚

𝜇 𝜋 𝑑𝑚 𝑠𝑒𝑐𝛼 − 𝑙

𝜋𝑑𝑚 + 𝜇 𝑙 𝑠𝑒𝑐𝛼+ 𝜇𝑐 𝑑𝑐

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RENDIMENTO DA ROSCA TRAPEZOIDAL

Da mesma forma que desenvolvido para rosca quadrada o rendimento da rosca trapezoidal é dado por:

ou

47

𝑒 =𝑊𝑠𝑎í𝑑𝑎

𝑊𝑒𝑛𝑡

𝑒 =𝐹𝑙𝜋 𝑑𝑚(1 −

𝜇 𝑙 𝑠𝑒𝑐𝛼𝜋 𝑑𝑚

)

2𝜋𝑙𝐹2 𝑑𝑚 1 +

𝜇 𝜋 𝑑𝑚 𝑠𝑒𝑐𝛼𝑙

= (1 −

𝜇 𝑙 𝑠𝑒𝑐𝛼𝜋 𝑑𝑚

)

1 + 𝜇 𝜋 𝑑𝑚 𝑠𝑒𝑐𝛼

𝑙

= (1 − 𝜇 𝑠𝑒𝑐𝛼 𝑡𝑎𝑔𝛽)

1 + 𝜇 𝑠𝑒𝑐𝛼 𝑐𝑜𝑡𝛽

𝑒 = (𝑐𝑜𝑠𝛼 − 𝜇 𝑡𝑎𝑔𝛽)

𝑐𝑜𝑠𝛼 + 𝜇 𝑐𝑜𝑡𝛽

RENDIMENTO – ROSCA TRAPEZOIDAL

48

Page 25: Juntas Aparafusos V3 Lauro Parte1

25

CURVA DE RENDIMENTO - ACME

49

𝛽

TENSÕES NO FILETE DAS ROSCAS

Para as modelagens considere as figuras:

50

Page 26: Juntas Aparafusos V3 Lauro Parte1

26

TENSÕES NAS ROSCAS

51

Considerando que um filete de rosca é uma viga engastada

submetida a uma carga vertical no meio do seu comprimento, tal

como mostrado na figura, é possível calcular as tensões que

solicitam um parafuso de movimento, como segue.

A área do fio de rosca junto ao corpo

do parafuso é dada por:

O momento de inércia desse filete

de rosca é dado por:

𝐴𝑓 = 𝜋𝑑𝑟𝑝

2

𝐼 =𝑏𝑕3

12=𝜋𝑑𝑟

𝑝2

3

12=𝜋𝑑𝑟 𝑝

3

96

TENSÕES EM ROSCAS

52

A área de contato de um fio de rosca da porca com o parafuso vale:

𝐴𝑝𝑝 = 𝜋𝑑𝑟𝑝

2

Considerando o corpo do parafuso está submetido a solicitações

de torção e axial é necessário determinar o momento polar de

inércia e a área da seção transversal do parafuso, como segue:

𝐽 =𝜋

32𝑑𝑟4 𝐴𝑐𝑝 =

𝜋

4𝑑𝑟2

Page 27: Juntas Aparafusos V3 Lauro Parte1

27

TENSÕES NAS ROSCAS Com isso definido vão ser calculadas as tensões:

De tração no corpo do parafuso (ocorre no ponto A ou B

da figura)

De torção no corpo do parafuso (ocorre no ponto A ou B

da figura)

53

𝜎𝑥𝑥 =𝐹

𝐴𝑓=

𝐹𝜋4 𝑑𝑟

2=

4𝐹

𝜋𝑑𝑟2

𝜏 =𝑇 𝑟

𝐽=

𝑇 𝑑𝑟2

𝜋32𝑑𝑟

4=16𝑇

𝜋𝑑𝑟3

De contato nos filetes porca parafuso (ocorre no ponto C da Figura)

De flexão no filete (ocorre no ponto A da Figura)

54

𝜎𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑡𝑜 = −𝐹𝑛

𝐴𝑝𝑝= −

𝐹

𝑛𝜋𝑑𝑚𝑝2

= −2𝐹

𝜋 𝑝 𝑛 𝑑𝑚

𝜎𝑦𝑦 =𝑀 𝑦

𝐼=

𝐹𝑛 𝑝4 𝑝4

𝜋 𝑑𝑟12

𝑝2

3 =6𝐹

𝜋 𝑛 𝑑𝑟 𝑝

p = passo da rosca, h = altura da porca, dr , dm = diâmetro da raiz e médio.

n = número de filetes de rosca da porca ou de engajamento,

TENSÕES NAS ROSCAS

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28

Cisalhante devido ao esforço cortante.

É importante observar que o valor máximo dessa tensão ocorre

no ponto B da figura.

55

𝜏𝑥𝑦 = 1,5𝐹𝑛

𝐴𝑝𝑝= 3

𝐹

𝑛𝜋𝑑𝑟

TENSÕES NAS ROSCAS

OBSERVAÇÕES A RESPEITO DAS TENSÕES

As tensões determinadas anteriormente estão em direções

diferentes e para a definição das dimensões da rosca é

necessário a aplicação de um critério de falha. Um dos critérios

de falha que podem ser utilizados é o de von Mises que, para o

caso triaxial mais geral, é dado por:

𝜎𝑒𝑓𝑠

=1

2𝜎𝑥𝑥 − 𝜎𝑦𝑦

2+ 𝜎𝑧𝑧 − 𝜎𝑥𝑥

2 + 𝜎𝑦𝑦 − 𝜎𝑧𝑧2+ 6 𝜏𝑥𝑦

2 + 𝜏𝑥𝑧2 + 𝜏𝑦𝑧

2

sendo 𝑓𝑠 o fator de segurança.

56

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29

CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DAS TENSÕES

As porcas não precisam ter comprimento muito grande, pois experimentos mostram que o primeiro filete da rosca da porca suporta 38% da carga total, o segundo suporta 25%, o terceiro suporta 18% e o sétimo esta livre de tensões.

Sendo assim para fazer a análise de tensões na rosca usando os modelos apresentados anteriormente o valor F deve ser substituido por 0,38 F e n=1.

Com isso, a estimativa do estado de tensões na rosca fica melhor definida do que usar o valor da força média, como sugerido no desenvolvimento apresentado.

57

PONTO CRÍTICO

Não considerando concentradores de tensão, os pontos

A, B e C críticos do parafuso de movimento (rosca

quadrada) são mostrados na figura.

58

Page 30: Juntas Aparafusos V3 Lauro Parte1

30

TENSÕES NO PONTO CRÍTICO

Para o ponto A as tensões calculadas valem:

59

𝜎𝑥𝑥 = ±4𝐹

𝜋𝑑𝑟2

𝜏 =16𝑇

𝜋𝑑𝑟3

𝜎𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑡𝑜 = 0

𝜎𝑦𝑦 =6𝐹

𝜋 𝑛 𝑑𝑟 𝑝

OBSERVAÇÕES A RESPEITO DAS TENSÕES

Com essas considerações se tem:

𝜎𝑒𝑓𝑠

=1

4𝐹

𝜋𝑑𝑟2 −

6𝐹

𝜋 𝑛 𝑑𝑟 𝑝

2

+ 0 ±4𝐹

𝜋𝑑𝑟2

2

+6𝐹

𝜋 𝑛 𝑑𝑟 𝑝− 0

2

+ 6 0 + 0 +16𝑇

𝜋𝑑𝑟3

2

sendo 𝑓𝑠 o fator de segurança.

60

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TENSÕES NA ROSCA

As tensões dos pontos B e C são mostradas nos

desenhos.

61

ALTURA MÍNIMA DA PORCA

ABNT recomenda h ≅ 0,8 d

sendo d o diâmetro nominal do

parafuso.

62

h

h

Page 32: Juntas Aparafusos V3 Lauro Parte1

32

EXEMPLO DE APLICAÇÃO

Um elevador de cargas é dotado de fuso de rosca quadrada com uma só entrada, cujos filetes de rosca da porca e do parafuso são de materiais que têm um atrito de 0,08 entre si.

Calcular a força necessária para elevar uma massa de 3500 kg sabendo que o passo da rosca é de 16 mm para um diâmetro máximo de 75 mm (dm = 70 mm). Considere um colarinho de 100 mm de diâmetro e coeficiente de atrito da ordem de 0,1.

Além disso, esse parafuso de movimento precisa elevar a carga com velocidade de 2 metros em um minuto. Sendo assim, qual a potência de acionamento do elevador e as demais características do parafuso?

63

EXEMPLO: SOLUÇÃO

O torque para levantar a carga vale:

64

𝑇 =𝐹

2𝜇𝑐𝑑𝑐 + 𝑑𝑚

𝑙 + 𝜇𝜋𝑑𝑚𝜋𝑑𝑚 − 𝜇𝑙

=

3500 9,81

20,1

0,100 + 0,075

2+ 0,070

0,016 + 0,08 𝜋 0,070

𝜋 0,070 − 0,08 0,016=

150,2 + 184,6 = 334,9 N m

Page 33: Juntas Aparafusos V3 Lauro Parte1

33

EXEMPLO: SOLUÇÃO

A potência de acionamento é dada por:

65

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝑇𝜔

𝜔 = 2𝜋𝑓 = 2𝜋2000

16 60= 13,1 rad/s

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝑇𝜔 = 150,2 + 182,5 13,1 = 4358,4 W ≅ 6 𝐻𝑝

EXEMPLO DE APLICAÇÃO

Para o exemplo dado calcular o coeficiente de atrito mínimo

para auto retenção.

66

07,0

70

16

m

md

lld

Assim sendo, o sistema é auto-travante pois o coeficiente de

atrito porca/parafuso é 0,08.

Com isso definido, o torque necessário para baixar a carga pode

ser calculada como segue.

Page 34: Juntas Aparafusos V3 Lauro Parte1

34

O torque de acionamento é dado por:

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝑇𝜔 = 159 13,1 = 2082,5 W ≅ 2,8 𝐻𝑝

TORQUE E POTÊNCIA PARA A DESCIDA DA CARGA

67

𝑇 =𝐹

2𝜇𝑐𝑑𝑐 + 𝑑𝑚

𝜇𝜋𝑑𝑚 − 𝑙

𝜋𝑑𝑚 + 𝜇𝑙=

3500 9,81

20,1

0,100 + 0,075

2+ 0,070

0,08 𝜋 0,070 − 0,016

𝜋 0,070 + 0,08 0,016= 159Nm

Considerando que a velocidade de descida é a mesma que a

de subida a potência de acionamento é dada por:

PROPOSTA DE ANÁLISE

68

Como a rosca é quadrada a eficiência desse sistema vale:

𝛽 = 𝑡𝑎𝑛−1𝑙

𝜋𝑑𝑚= 𝑡𝑎𝑛−1

16

𝜋 75= 4,16𝑜

𝑒 = (1 − 𝜇 𝑡𝑎𝑛𝛽)

(1 + 𝜇 𝑐𝑜𝑡𝛽) = (1 − 0,08 tan 4,16𝑜)

(1 + 0,08 cot 4,16𝑜) = 0,47

Page 35: Juntas Aparafusos V3 Lauro Parte1

35

ANÁLISE DE TENSÕES NO PARAFUSO

69

Ponto A:

Solicitação axial de tração:

Solicitação de torção:

Solicitação de flexão:

𝜎𝑥𝑥𝐴 =

4𝐹

𝜋𝑑𝑟2 =

4 3500 9,81

𝜋 622= 11,4𝑀𝑃𝑎

Observação: o diâmetro da raiz da rosca desse parafuso foi calculado como segue:

𝜏𝐴 =16 𝑇

𝜋𝑑𝑟3 =

16 335 103

𝜋 623= 7,2𝑀𝑃𝑎

𝜎𝑦𝑦𝐴 =

6𝐹

𝜋 𝑛 𝑝 𝑑𝑟=6 0,38 3500 9,81

𝜋 16 62= 25,1 𝑀𝑃𝑎

𝑑𝑟 = 𝑑𝑚 −𝑝

2= 70 −

16

2= 62𝑚𝑚

70

ANÁLISE DE TENSÕES NO PARAFUSO

Considerando que o material desse parafuso seja aço AISI

4130 normalizado com resistência ao escoamento

𝑆𝑦 = 436 𝑀𝑃𝑎, o coeficiente de segurança vale:

𝑓𝑠𝐴 =

2 436

11,4 − 25,1 2 + 0 − 11,4 2 + 0 − 25,1 2 + 6 7,222

= 17,4

Page 36: Juntas Aparafusos V3 Lauro Parte1

36

71

ANÁLISE DE TENSÕES NO PARAFUSO

71

72

ANÁLISE DE TENSÕES NO PARAFUSO

72

Page 37: Juntas Aparafusos V3 Lauro Parte1

37

SEGUNDO EXEMPLO: ROSCA TRAPEZOIDAL

Admitindo os dados do exemplo anterior, para a rosca

trapezoidal, com α = 15º, calcular o torque necessário para

elevar a carga. Avalie também o aumento percentual do torque

necessário para levantar a carga e o valor da eficiência. Lembrar

que 𝛽 = 4,16𝑜.

73

TORQUE PARA SUBIR E DESCER A CARGA

74

𝑇 =3500 9,81

270

0,08 𝜋 70 𝑠𝑒𝑐15𝑜 − 16

𝜋 70 + 0,08 16 𝑠𝑒𝑐15𝑜+ 0,1

100 + 75

2= 162239Nmm

𝑇 =𝐹

2 𝑑𝑚

𝜇 𝜋 𝑑𝑚 𝑠𝑒𝑐𝛼 + 𝑙

𝜋𝑑𝑚 − 𝜇 𝑙 𝑠𝑒𝑐𝛼+ 𝜇𝑐 𝑑𝑐

𝑇 =3500 9,81

270

0,08 𝜋 70 𝑠𝑒𝑐15𝑜 + 16

𝜋 70 − 0,08 16 sec 15𝑜+ 0,1

100 + 75

2= 338312 𝑁𝑚𝑚

𝑇 =𝐹

2 𝑑𝑚

𝜇 𝜋 𝑑𝑚 𝑠𝑒𝑐𝛼 − 𝑙

𝜋𝑑𝑚 + 𝜇 𝑙 𝑠𝑒𝑐𝛼+ 𝜇𝑐 𝑑𝑐

Para a carga subir

Para a carga descer

Page 38: Juntas Aparafusos V3 Lauro Parte1

38

POTÊNCIA PARA SUBIR E DESCER A CARGA

Considerando que a velocidade de subida e descida

da carga seja de dois (2) metros por minuto a

potência para a carga subir vale:

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝑇𝜔 = 338 13,1 = 4432 W ≅ 6,1 𝐻𝑝

e para a carga descer:

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝑇𝜔 = 162 13,1 = 2125 W ≅ 2,9 𝐻𝑝

75

RENDIMENTO DO EQUIPAMENTO

O rendimento desse tipo de rosca é dado por:

É interessante observar que o torque de subida e descida desse

equipamento, bem como a potência para essas operações,

subiram e o rendimento caiu. Isso se deve a maior área de atrito

entre o parafuso e a porca para o caso de roscas trapezoidais.

76

𝑒 = (𝑐𝑜𝑠𝛼 − 𝜇 𝑡𝑎𝑔𝛽)

𝑐𝑜𝑠𝛼 + 𝜇 𝑐𝑜𝑡𝛽= (𝑐𝑜𝑠15 − 0,08 𝑡𝑎𝑔 4,16𝑜)

𝑐𝑜𝑠15 + 0,08 𝑐𝑜𝑡 4,16𝑜= 0,46

Page 39: Juntas Aparafusos V3 Lauro Parte1

39

Fim da Parte 1

Parafusos de movimento

77