Jurisdição e Competência Processual Militar

10
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL FERNANDO SALLES VALÉRIO JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA PROCESSUAL MILITAR UBATUBA SÃO PAULO 2012

description

Jurisdição e competência, Código de Processo Penal Militar

Transcript of Jurisdição e Competência Processual Militar

  • UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

    FERNANDO SALLES VALRIO

    JURISDIO E COMPETNCIA PROCESSUAL MILITAR

    UBATUBA SO PAULO

    2012

  • 2

    FERNANDO SALLES VALRIO

    JURISDIO E COMPETNCIA PROCESSUAL

    Artigo elaborado para concluso do mdulo

    Processo Penal Militar, Curso de Ps-

    Graduao em Direito Militar, ministrado

    pela Universidade Cruzeiro do Sul, So

    Paulo SP.

    Professor Ms Conteudista: Ccero Robson

    Coimbra Neves.

    Coordenador: Professor Ms Wagner

    Antnio Alves.

    UBATUBA SO PAULO

    2012

  • 3

    RESUMO

    O presente estudo visa uma breve sntese da tutela jurisdicional, jurisdio e

    competncia, jurisdio processual militar e a aplicabilidade do Cdigo de Processo

    Penal Militar luz da Constituio Federal. A pesquisa foi elaborada atravs de fontes

    bibliogrficas, doutrinas, leis e artigos publicados na internet. A garantia da paz social

    ocorre atravs da tutela do estado que tem suas divises em jurisdio e competncia.

    Por fim, a legalidade frente s lacunas e omisses pela falta de atualizao ou por

    inconstitucionalidade do Cdigo de Processo Penal Militar.

    PALAVRAS-CHAVE: Tutela. Jurisdio. Competncia. processo penal militar.

    ABSTRAT

    The present study aims to be a brief abridgment of the jurisdictional tutelage,

    jurisdiction and competence, military procession jurisdiction and the applicability of the

    Military Procession Penal code in accordance with the Federal Constitution. The

    research was elaborated through bibliographic references, doctrines, laws and articles

    published in the internet. Social peace guaranty occurs through the State tutelage, who

    has jurisdiction and competence divisions. Finally, the legality front of the gaps and

    omissions by the lack of updating or unconstitutionality of the Military Code of

    Criminal Procedure.

    KEY WORDS: Tutelage. Jurisdiction. Competence. Military criminal proceeding.

    SUMRIO

    1 INTRODUO ............................................................................................................ 3

    2 JURISDIO E COMPETNCIA .............................................................................. 4

    3 JURISDIO PROCESSUAL MILITAR ................................................................... 6

    4 APLICABILIDADE DO CDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR .................. 7

    5 CONCLUSO .............................................................................................................. 9

    REFERNCIAS ........................................................................................................... 9

    1 INTRODUO

    O presente trabalho visa definir de forma sintetizada o que jurisdio e competncia,

    seus significados na viso dos doutrinadores militar1 e civil

    2. Especial dedicao ao

    1 LOUREIRO NETO, Jos da Silva. Processo penal militar / Jos da Silva Loureiro Neto. -. 4 Ed. So

    Paulo : Atlas, 1999. P. 103. 2LENZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado / Pedro Lenza. 16. Ed. ver. , atual. e ampl.

    So Paulo : Saraiva, 2012. Pgina 689, apud Antonio Carlos de Araujo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e

    Cndido Rangel Dinamarco, Teoria geral do processo.

  • 4

    estudo da jurisdio militar, Polcia Militar do Estado de So Paulo e as Fora Armadas

    Nacionais. A recepo do Cdigo de Processo Penal Militar3 pela Constituio Federal

    de 19884, aquele que permaneceu quase inalterado desde que entrou em vigor em 1970.

    Alguns de seus artigos no foram recepcionados pela nossa atual Carta Magna, da a

    necessidade da analogia Lei Comum.

    2 JURISDIO E COMPETNCIA

    Loureiro Neto define5 jurisdio como sendo uma antagonia entre o Ministrio

    pblico, titular da ao penal, e o acusado pela prtica de algum delito. O acusado

    procura preservar a sua liberdade, exercendo seu direito constitucional do contraditrio

    e a ampla defesa e o Ministrio Pblico o acusa, se houver fundamentos. Esta

    divergncia de interesses, de um lado o estado e do outro o agente, no mbito militar,

    ser esclarecida pelo Conselho de Justia. Esse poder, que atribuio prpria do

    Conselho de Justia o que Loureiro Neto6 define como jurisdio.

    A jurisdio pode ser ordinria ou comum e especial ou extraordinria7,

    competem jurisdio comum todas as causas excetuando as especiais. A jurisdio

    especial ou extraordinria compreende dentre outras, a jurisdio militar. Para Loureiro

    Neto, infere-se, pois, que a competncia da justia comum ou ordinria fixada por

    excluso, com exceo da competncia da justia comum federal, que est fixada na

    Constituio Federal8.

    Assim como a sociedade, a jurisdio tambm evolui, no caso da justia militar

    ocorreu uma modificao de jurisdio pela lei 9.299/969, artigo 2, que modifica o

    Cdigo de Processo Penal Militar, passando para a jurisdio comum os crimes

    praticados dolosamente por militares contra civil.

    3 DECRETO-LEI N 1.002, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969. Cdigo de Processo Penal Militar.

    TTULO VIII, CAPTULO NICO, DO FRO MILITAR, Foro militar em tempo de paz. Disponvel

    em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del1002.htm, acesso em 11 de maio de 2012. 4 CONSTITUIO FEDERAL, Vade Mecum / obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a

    colaborao de Luiz Roberto Curia, Lvia Cspedes e Juliana Nicoletti. 13. ed. atual. e ampl. So Paulo: Saraiva, 2012. 5 LOUREIRO NETO, Jos da Silva. Processo penal militar / Jos da Silva Loureiro Neto. -. 4 Ed. So

    Paulo : Atlas, 1999. P. 103. 6 Loureiro Neto, autor j citado, p. 103.

    7 Loureiro Neto, autor j citado, p. 104.

    8 Loureiro Neto, autor j citado, p. 104.

    9LEI N 9.299, DE 7 DE AGOSTO DE 1996. Disponvel em:

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9299.htm, acesso em: 30 de abril de 2012. P. 1.

  • 5

    A jurisdio10

    caracteriza-se pela substituio da atividade das partes pela

    atividade do Estado, dessa forma, assim que o processo conhecido pelo Estado ocorre

    a substituio obrigatria, ou seja, troca-se as atividades das partes referentes lide pela

    atividade do juiz.

    Conceitua-se a jurisdio como uma das funes do Estado, mediante a qual

    este se substitui aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a

    pacificao do conflito que os envolve, com justia11.

    Assim, a competncia a repartio da jurisdio entre os diversos rgos

    encarregados da prestao jurisdicional segundo os critrios estabelecidos na lei12.

    Alguns fatores colaboram para a existncia da competncia, dentre eles destacamos a

    dimenso continental do Brasil, ocorrendo lides nas mais remotas jurisdies e em

    esferas diferentes como a penal, civil, militar, trabalho, eleitoral, etc., assim, definimos

    competncia como uma determinao na diviso dos trabalhos.

    As competncias das justias especiais como a do trabalho, eleitoral e militar

    da Unio esto previstas na Constituio Federal, artigos 113, 114, 121 e 12413

    . Denota-

    se, com essas ressalvas que residualmente o restante de competncia das justias

    comum, federais e eleitorais, lembrando que conferido justia federal certa

    especialidade, artigos 108 e 109 da CF14

    .

    Aps breve sntese, o Brasil de acordo com o artigo 5, LXXVIII, 4, CF15

    ,

    se submete jurisdio de Tribunal Penal Internacional a cuja criao tenha

    manifestado adeso16, este texto foi includo na constituio por fora da emenda

    constitucional nmero 45/200417

    ; fica o Brasil sujeito a entregar brasileiros natos ou

    naturalizados que por ventura venham cometer crimes contra humanidade, de genocdio

    10

    MARCATO, Antonio Carlos. Breves consideraes sobre jurisdio e competncia. Disponvel em:

    http://jus.com.br/revista/texto/2923/breves-consideracoes-sobre-jurisdicao-e-competencia, acesso em 30

    de abril de 2012. P. 1. 11

    LENZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado / Pedro Lenza. 16. Ed. ver. , atual. e ampl. So Paulo : Saraiva, 2012. Pgina 689, apud Antonio Carlos de Araujo Cintra, Ada Pellegrini Grinover e

    Cndido Rangel Dinamarco, Teoria geral do processo, p. 129. 12

    Marcato, autor j citado, p. 1. 13

    CONSTITUIO FEDERAL, Vade Mecum / obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a

    colaborao de Luiz Roberto Curia, Lvia Cspedes e Juliana Nicoletti. 13. ed. atual. e ampl. So Paulo: Saraiva, 2012. P. 45, 46 e 47. 14

    Marcato, autor j citado, p. 1. 15

    CONSTITUIO FEDERAL, Vade Mecum / obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a

    colaborao de Luiz Roberto Curia, Lvia Cspedes e Juliana Nicoletti. 13. ed. atual. e ampl. So Paulo: Saraiva, 2012. P. 11. 16

    Constituio Federal, Vade Mecum, j citada, p. 11. 17

    Constituio Federal, Vade Mecum, j citada, p. 108.

  • 6

    e acordados no tratado quele Tribunal Penal Internacional para julgamento; note-se, o

    Brasil entrega o brasileiro, j que este no pode ser extraditado.

    3 JURISDIO PROCESSUAL MILITAR

    A nossa Constituio Federal prev a justia militar em seu artigo 12218

    , e

    compete justia militar processar e julgar os crimes militares definidos em lei. Artigo

    125, CF19

    , os Estados organizaro as suas justias militares, observando-se os princpios

    constitucionais.

    Compete justia militar processar e julgar os policiais militares e bombeiros

    militares nos crimes previstos em lei e cabe ao tribunal competente decidir sobre a perda

    de posto e graduao, redao dada pela Emenda Constitucional nmero 45/200420

    .

    O Cdigo de Processo Penal Militar21

    taxa em seu artigo 8222

    que o foro militar

    especial, salvo nos crimes dolosos praticados contra civil em tempo de paz. As

    pessoas que esto sujeitas a essa jurisdio especial so em maioria os militares, pode

    ser tambm civil se praticar crime tipificado como militar na esfera federal.

    Nos crimes definidos em lei23

    contra a segurana nacional ou instituies

    militares esto sujeitos os militares ativos, os militares da reserva quando convocados

    para o servio ativo, os oficiais e praas das polcias e corpos de bombeiros militares

    quando incorporados s foras armadas.

    O foro militar se estender aos militares da reserva, reformados e civis, quando

    qualquer um destes praticar crimes contra a segurana nacional ou instituies militares

    da unio. Os crimes dolosos contra a vida de civis praticados por militares cabem

    justia militar elaborar os inquritos e assim que conclusos encaminh-los para a justia

    comum.

    De um modo geral a competncia do foro militar ser determinada pelo lugar

    da infrao, residncia ou domiclio do acusado ou pela preveno. Especialmente,

    poder ser designado pelo local de servio do acusado.

    18

    Constituio Federal, Vade Mecum, j citada, p. 46. 19

    Constituio Federal, Vade Mecum, j citada, p. 47. 20

    Constituio Federal, Vade Mecum, j citada, artigo 125, 4, 47. 21

    DECRETO-LEI N 1.002, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969. Cdigo de Processo Penal Militar.

    TTULO VIII, CAPTULO NICO, DO FRO MILITAR, Foro militar em tempo de paz. Disponvel

    em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del1002.htm, acesso em 11 de maio de 2012. 22

    Cdigo de Processo Penal Militar, j citado. Ttulo VIII, Captulo nico. 23

    Cdigo de Processo Penal Militar, j citado. Artigo 82, inciso I e alneas.

  • 7

    Dentro das circunscries judicirias militares a competncia ser designada

    pela especializao das auditorias, distribuio ou disposio especial do Cdigo de

    Processo Penal Militar24

    .

    Ocorrer a modificao da competncia pela conexo ou continncia,

    prerrogativa de posto, funo ou desaforamento25

    . O lugar da competncia ser em regra

    a jurisdio onde ocorreu o fato, em caso de tentativa, onde ocorreu o ltimo ato de

    execuo, artigo 88 da lei 1002/196926

    .

    Os crimes cometidos a bordo de navios ou embarcaes militares ou ocupadas

    por militares, em nosso territrio, ou seja, portos nacionais, lagos e rios fronteirios

    sero julgados pela auditoria da circunscrio judiciria destes locais e os cometidos em

    guas territoriais brasileiras pela 1 Auditoria da Marinha, artigo 89 da Lei 1002/196927

    .

    Ocorrendo o crime em aeronave militar ou ocupada por militares, no nosso

    espao areo, ser competente a auditoria da circunscrio onde a aeronave pousar,

    porm, se o crime for praticado em local remoto, muito distante, poder ser a

    competncia da auditoria do local de onde partiu a aeronave para facilitar as diligncias.

    Os crimes militares cometidos fora do territrio nacional sero processados

    pela Auditoria da Capital da Unio28

    , mas pode ocorrer do crime ser praticado em parte

    no territrio nacional, o foro ser definido de duas formas. Se o crime teve incio fora do

    Brasil29

    , e venha a se consumar no Brasil, ter competncia a auditoria da circunscrio

    em que o crime produziu o resultado. No segundo caso, se iniciou a execuo do crime

    no Brasil, e se consumou no exterior, ser competente a auditoria da circunscrio onde

    tenha ocorrido o ltimo ato ou execuo30

    . Se existir mais de uma auditoria na

    jurisdio, obedecer o critrio da especialidade, se forem diferentes, ser competente a

    do lugar da infrao, .

    4 APLICABILIDADE DO CDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR

    O Cdigo de Processo Penal Militar31

    uma lei especial, entrou em vigor em 1

    de janeiro de 1970, portanto, sob a gide da Constituio de 196732

    . Desde a sua entrada

    24

    Cdigo de Processo Penal Militar, j citado. 25

    Cdigo de Processo Penal Militar, j citado. Artigo 87. 26

    Cdigo de Processo Penal Militar, j citado. 27

    Cdigo de Processo Penal Militar, j citado. 28

    Cdigo de Processo Penal Militar, j citado. Artigo 91. 29

    Cdigo de Processo Penal Militar, j citado. Artigo 92, alnea a. 30

    Cdigo de Processo Penal Militar, j citado. Artigo 92, alnea b. 31

    Cdigo de Processo Penal Militar, j citado. 32

    CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1967. Disponvel em:

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constitui%C3%A7ao67.htm, acesso em 30 de abril de

    2012.

  • 8

    em vigor o referido cdigo sofreu pouqussimas alteraes, mesmo com o advento da

    Constituio Federal de 198833

    ele foi recepcionado em sua quase totalidade, mas

    permaneceu desde o incio quase que imutvel.

    O Cdigo de Processo Penal Militar destina-se justia militar, caso contrrio

    no haveria fundamentos para existncia desta justia. Quando mencionamos a analogia

    ao Cdigo de Processo Penal comum34

    , tal fenmeno faz-se necessrio em alguns casos,

    como a questo da prova ilcita, por exemplo.

    Basta iniciarmos a leitura da lei federal 1002/196935

    para que constatemos em

    seu artigo 3, que os casos omissos sero supridos pela lei processual comum36

    , desde

    que aplicvel e no prejudique a ndole do processo penal militar; pela jurisprudncia;

    os usos e costumes dos militares; os princpios gerais de direito e por fim a analogia.

    No entanto, para constatar a omisso, parafraseando o Mestre Ccero Robson

    Coimbra Neves37

    , quando no encontramos a norma desejada, ou ela exista, mas de

    forma que no foi recepcionada pela Constituio Federal de 1988, no poder ser

    aplicada por tratar-se de norma inconstitucional e dever ser suprida de acordo com o

    artigo 3 do Cdigo de Processo Penal Militar38

    .

    Dessarte, verificamos que a norma existe no Cdigo de Processo Penal

    Militar, mas por ser flagrante inconstitucional, no pode ser aplicada, importando dessa

    forma, em um vcuo normativo, uma lacuna regulatria, uma omisso39.

    No obsta, ocorrendo a omisso quer pela falta da norma, quer pela sua

    inconstitucionalidade, aplicar a norma mais favorvel dentre as do Cdigo de Processo

    Penal, ou ainda no suprida a necessidade, verificar a jurisprudncia, os costumes

    militares, os princpios gerais de direito, assim como ocorre na legislao penal comum.

    33

    Constituio Federal, Vade Mecum, j citada. 34

    DECRETO-LEI N 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm , acesso em 30 de abril de 2012. 35

    Cdigo de Processo Penal Militar, j citado. 36

    DECRETO-LEI N 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941. J citado. 37

    NEVES, Ccero Robson Coimbra. A prova ilcita no CPPM em face das novas alteraes da

    legislao processual penal comum. Disponvel em: http://jus.com.br/revista/texto/17159/a-prova-

    ilicita-no-cppm-em-face-das-novas-alteracoes-da-legislacao-processual-penal-comum/2, acesso em: 30 de

    abril de 2012. P. 2. 38

    Cdigo de Processo Penal Militar, j citado. 39

    Neves, autor j citado, p. 2.

  • 9

    5 CONCLUSO

    Portanto, com a evoluo da sociedade, o Estado passou a solucionar os

    conflitos, finalizando assim a era do mais forte. Destarte atravs da jurisdio, o estado

    quando provocado assume a atividade das partes no que se refere soluo da lide,

    cabendo aos litigantes, atravs de seus advogados, na forma de petio inicial solicitar a

    tutela estatal, tudo deve ser formalizado de acordo com a lei processual referente ao

    litgio.

    A jurisdio repartida em competncias, por vrios motivos, um dos maiores

    problemas enfrentado no Brasil, justamente a sua dimenso, considerado um pas

    continental; apesar do tamanho, os litgios surgem das mais variadas especialidades,

    desde a rea penal que um direito fragmentado, utilizado como ltima ratio para

    preservao da ordem pblica, at os direitos de pequenas transaes de consumo. Isso

    vislumbra uma repartio em competncias de acordo com a especialidade do direito.

    Neste conjunto de competncias est inserto o Direito Processual Penal Militar,

    um direito especial destinado a reger processos na rea militar. Os operadores do Direito

    Militar elaboram seus trabalhos sob a formulao pr-determinada pela lei processual

    militar, em princpio, pois o prprio cdigo deixa taxado em seu artigo 3, que os casos

    omissos, sero compensados pela lei processual comum, observando a ndole do

    processo penal militar, e assim como feito na lei processual comum, pode valer-se

    tambm da jurisprudncia, os costumes militares, os princpios gerais do direito e a

    analogia.

    Finalizando, de suma importncia entender que a analogia lei processual

    comum e tambm nas demais formas de aplicabilidade de norma aliengena, ser

    possvel apenas em casos de omisso da lei processual penal militar, quer pela ausncia

    da norma, quer pela sua inconstitucionalidade devido a no recepo de determinado

    artigo nossa Constituio Federal de 1988.

    REFERNCIAS

    CDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR. DECRETO-LEI N 1.002, DE 21 DE

    OUTUBRO DE 1969. Disponvel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-

    lei/Del1002.htm, acesso em 30 de abril de 2012.

    CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1967.

    Disponvel em:

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constitui%C3%A7ao67.htm, acesso

    em 30 de abril de 2012.

  • 10

    CONSTITUIO FEDERAL, Vade Mecum / obra coletiva de autoria da Editora

    Saraiva com a colaborao de Luiz Roberto Curia, Lvia Cspedes e Juliana

    Nicoletti. 13. ed. atual. e ampl. So Paulo: Saraiva, 2012.

    DECRETO-LEI N 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm , acesso em 30

    de abril de 2012.

    DECRETO-LEI N 1.002, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969. Cdigo de Processo Penal

    Militar. Ttulo VIII, Captulo nico, Do foro militar, Foro militar em tempo de paz.

    Disponvel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del1002.htm, acesso

    em 11 de maio de 2012.

    FUX, Luiz, 1953 Curso de direito processual civil / Luiz Fux. 4 edio Rio de

    Janeiro: Forense, 2008.

    JNIOR, Azor Lopes da Silva. Crimes militares. Disponvel em:

    http://jus.com.br/revista/texto/7195/crimes-militares, acesso em: 30 de abril de 2012.

    LEI N 9.299, DE 7 DE AGOSTO DE 1996. Disponvel em:

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9299.htm, acesso em: 30 de abril de 2012.

    LENZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado / Pedro Lenza. 16. Ed. ver. ,

    atual. e ampl. So Paulo : Saraiva, 2012.

    LOUREIRO NETO, Jos da Silva. Processo penal militar / Jos da Silva Loureiro

    Neto. -. 4 Ed. So Paulo : Atlas, 1999.

    MARCATO, Antonio Carlos. Breves consideraes sobre jurisdio e competncia.

    Disponvel em: http://jus.com.br/revista/texto/2923/breves-consideracoes-sobre-

    jurisdicao-e-competencia, acesso em 30 de abril de 2012.

    NEVES, Ccero Robson Coimbra. A prova ilcita no CPPM em face das novas

    alteraes da legislao processual penal comum. Disponvel em :

    http://jus.com.br/revista/texto/17159/a-prova-ilicita-no-cppm-em-face-das-novas-

    alteracoes-da-legislacao-processual-penal-comum/2, acesso em: 30 de abril de 2012.