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KALIANE DE SOUZA SILVA
EFICIÊNCIA DE HERBICIDAS PARA A CULTURA DO FEIJÃO-CAUPI
Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Fitotecnia. Orientador: Prof.º D. Sc. Francisco Cláudio Lopes de Freitas Coorientadora: Prof.ª D.Sc. Lindomar Maria da Silveira
MOSSORÓ-RN
2012
Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da
UFERSA UFERSA
Bibliotecária: Vanessa de Oliveira Pessoa CRB15/453
S586e Silva, Kaliane de Souza. Eficiência de herbicidas para a cultura do feijão-caupi /
Kaliane de Souza Silva.-- Mossoró, 2012. 40 f.: il. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia. Área de
Concentração: Agricultura tropical) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Orientador: Profº. D.Sc. Francisco Cláudio Lopes de Freitas. Coorientadora: Profª. D.Sc. Lindomar Maria da Silveira.
1. Vigna unguiculata (L.). 2. Controle químico. 3. Planta
daninha. I.Título.
CDD: 633.33
KALIANE DE SOUZA SILVA
EFICIÊNCIA DE HERBICIDAS PARA A CULTURA DO FEIJÃO-CAUPI
Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Fitotecnia.
Aos meus pais, José Francisco e Leonice, pelo carinho e dedicação, sou eternamente grata. Dedico.
A Deus razão da minha existência, por ser meu amigo fiel e por estar sempre comigo em todos os momentos e a minha amiga Grazyanne pelo apoio. Ofereço.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela preciosa dádiva da minha existência, por me fortalecer, ser meu porto seguro e por trilhar meu caminho para a realização dos meus sonhos.
À Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), pela
oportunidade de ensino e pesquisa, assim como todo o programa de Pós-Graduação em Fitotecnia e aos seus professores, pela contribuição na minha formação profissional.
Ao CNPq, pelo financiamento desta pesquisa e liberação da bolsa de
estudo. Ao meu orientador, Prof. Dr. Francisco Cláudio, pelo constante apoio,
confiança e amizade durante toda essa jornada. Conselhos e palavras de incentivo que contribuíram para o meu crescimento profissional. Muito obrigada por tudo!
À banca avaliadora do trabalho pela prontidão em aceitar o convite, e pelas
valiosas contribuições que aperfeiçoarão este trabalho. O meu muito obrigada a toda a “Super Equipe Planta Daninha”: Cheyla,
Hélida, Fabiana, Márcio, Jorge, Eliane, Mayky, Donato, Alex, Diego, Eribaldo, Maria Alice, Paulinha, Ana Paula e Larissa. Por todo o apoio durante esse tempo de pesquisa, que permitiu a formação de fortes laços de amizade, que tornaram os momentos juntos algo agradável e prazeroso.
Aos funcionários da horta do departamento de Fitotecnia, Sr. Antônio, Sr.
Alderi, Josevan (Nanano) e Josemar, pelas atividades realizadas durante a condução do experimento. Sem vocês essa etapa não seria vencida! Obrigada por tudo!
A Dona Lúcia, Socorro, Michael e Didi. Obrigada pela atenção e pelos
momentos compartilhados. A meus irmãos Francisco, Tatyane e sobrinhos, Juan Keven e Katyane,
pelo carinho, cuidado, me apoiando em todos os momentos. Amo muito!
Aos meus pais, José Francisco e Leonice, razões da minha perseverança e esforço. Obrigada pelos ensinamentos e pela convivência.
Aos meus avós, Francisco Firmino e Francisca (in memorian), Damiana e
Francisco Gama (in memorian). A vocês o meu amor e minhas eternas saudades. A toda a minha família, pela força e pelos conselhos que me motivaram e
muito contribuíram para essa realização.
Com um carinho singular, agradeço a Maria José, pelo incentivo e apoio desde o início, por sempre acreditar em meu potencial. Te admiro muito!
À minha grande amiga Dasdôres, nós dividimos momentos bons e ruins
guiadas por uma amizade verdadeira, que, com certeza, levaremos para sempre. Minha irmã de coração, muito obrigada por tudo!
À minha família adotiva: Pablo, Leusonete, Marcelinha, Davi, Alaíde, Vó
Maria, Vô Nego, Tonho, Bola, Carlito, Kaélissa, Neguinho, Vaneliesse, Lívia, Caio, Ricardinho, Neto, Adriana, Jaerton, Jaianinha, Geraldo, Lena, Mikaele, Felipe, Cícera, Kênia, Boró, Lúcia, Talita, Rosa e Mendes. Por estarem ao meu lado, me apoiando, me compreendendo, pelo estímulo e orações. Vocês são especiais!
Presto meus sinceros agradecimentos a todas as pessoas que contribuíram
de forma direta e indireta para esta realização, e que, acima de tudo, acreditaram que eu seria capaz de superar todas as dificuldades, para não só cumprir mais uma etapa da minha vida acadêmica, mas para realizar um sonho. Esta vitória não é só minha, pois tenho certeza de que sozinha não conseguiria. A todos vocês o meu muito obrigada!
BIOGRAFIA
KALIANE DE SOUZA SILVA, filha de José Francisco da Silva e Leonice
Damiana de Sousa Silva, nasceu no dia 15 de maio de 1986, em Mossoró - RN.
Concluiu o Ensino Médio no União Colégio e Curso em Mossoró - RN no ano de
2003. Ingressou no curso de Agronomia em Agosto de 2004 e em 2009 diplomou-
se na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), em Mossoró - RN.
Em agosto de 2010, ingressou no Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, da
Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, concluindo-o em 16 de
fevereiro de 2012.
“Senhor, tu me confortaste, me acolheste, me deste valor; A vida sem ti não tem sabor; Graças a ti tudo em mim mudou; Hoje nova criatura eu sou; Minha vida entrego a ti; Como é maravilhoso te sentir; Tua presença é essencial em meu viver; Para eu crescer, florescer e frutificar; Perto de ti sempre vou estar; Pai presente, meu confidente, amado rei; Teus ensinamentos sempre seguirei; As coisas do mundo ficaram para trás; Hoje graças a ti não me pertencem mais; Obrigada por ter me achado perdida em meio à multidão; Por me livrar do mal e da tentação; Obrigada por tudo, Senhor; És meu grande amor; Palavras não cabem no papel; Pretendo vê-lo pessoalmente no céu”. SILVA, Kaliane de Souza.
RESUMO
SILVA, Kaliane de Souza. Eficiência de herbicidas para a cultura do feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.). 2012. 40f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2012. Com o objetivo de avaliar a eficiência de herbicidas para a cultura do feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.), conduziu-se um experimento no esquema de parcelas subdivididas distribuídas no delineamento experimental de blocos casualizados, com quatro repetições, sendo que nas parcelas foram avaliados nove herbicidas/misturas (S-metolachlor, bentazon + imazamox, S-metolachlor + bentazon + imazamox, imazamox + fluazifop-p-butyl, imazethapyr + fluazifop-p-butyl, bentazon + fluazifop-p-butyl, bentazon + imazamox + fluazifop-p-butyl, lactofen + fluazifop-p-butyl, fluazifop-p-butyl) e uma testemunha sem herbicidas, enquanto nas subparcelas foram avaliados dois tratamentos: com capinas e sem capinas, para determinar a seletividade e a eficácia dos herbicidas, respectivamente. Aos 21, 28 e 45 dias após o plantio (DAP) foram realizadas avaliações visuais de intoxicação na cultura e de controle de plantas daninhas. Aos 45 DAP, foi realizada avaliação de massa seca de plantas daninhas. Por ocasião da colheita, quando as plantas do feijão-caupi estavam com 80% das vagens secas, foram avaliados o número de vagens por planta, peso de cem grãos e a produtividade do feijão-caupi em função das estratégias de manejo de plantas daninhas. As plantas tratadas com a mistura dos herbicidas lactofen + fluazifop-p-butyl sofreram severa intoxicação, se recuperando posteriormente, com retardo do florescimento e colheita em oito dias. As principais espécies de plantas infestantes foram Cleome affinis DC. , Trianthema portulacastrum L., Amaranthus spinosus L., Commelina benghalensis L. e Digitaria bicornis Lam , sendo todas controladas com eficiência pelos herbicidas S-metolachlor + bentazon + imazamox e lactofen + fluazifop-p-butyl, enquanto que o S-metolachlor, o bentazon + fluazifop-p-butyl e o imazamox + fluazifop-p-butyl não exerceram controle eficiente sobre Cleome affinis, Amaranthus spinosus e Trianthema portulacastrum, respectivamente. A interferência da espécie Amaranthus spinosus ocasionou redução na produtividade da parcela tratada com bentazon + fluazifop-p-butyl, de modo semelhante à testemunha sem capinas. Apesar da severa intoxicação causada, os herbicidas lactofen + fluazifop-p-butyl proporcionaram maior produtividade em relação aos demais tratamentos, por reduzir o intenso crescimento vegetativo proporcionado pelo elevado índice pluviométrico no período experimental. Concluiu-se que os herbicidas S-metolachlor, bentazon + imazamox, S-metolachlor + bentazon + imazamox, imazamox + fluazifop-p-butyl, imazethapyr + fluazifop-p-butyl, bentazon + fluazifop-p-butyl, bentazon + imazamox + fluazifop-p-butyl e fluazifop-p-butyl foram seletivos para a cultura e que a eficácia dos herbicidas depende da comunidade de plantas infestantes da área. Palavras-chave: Vigna unguiculata (L.), controle químico, planta daninha.
ABSTRACT SILVA, Kaliane de Souza. Efficiency of weedkillers for the cultivation of caupi beans. 2012. 40f. Dissertation (Master’s degree inPlant Science) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2012. In order to evaluate the efficiency of weedkillers in the culture of caupi beans (Vigna unguiculata (L.) Walp.), an experiment was conducted in split plots distributed in randomized complete block design with four replications and the plots were evaluated nine weedkillers/mixtures (S-metolachlor, bentazon + imazamox, S-metolachlor + bentazon + imazamox, imazamox + fluazifop-p-butyl, imazethapyr + fluazifop-p-butyl, bentazon + fluazifop-p-butyl, bentazon + imazamox + fluazifop-p- butyl, lactofen + fluazifop-p-butyl, fluazifop-p-butyl) and a control without weedkiller, while the sub-plots, two treatments were evaluated: with weeding and no hoeing, to determine the selectivity and effectiveness of weedkiller, respectively. At 21, 28 and 45 days after planting (DAP) were evaluated visually in the culture of intoxication and weed control. At 45 DAP, was carried out assessment of dry mass of weeds. At harvest, when plants of caupi had 80% of dry pods were evaluated the number of pods per plant, hundred grain weight and yield of caupi as a function of the strategies for weed management. Plants treated with the mixture of weedkillers lactofen + fluazifop-p-butyl suffered severe intoxication, later recovering with delayed flowering and harvest in eight days. The main species of infesting plants were Cleome affinis DC., Trianthema portulacastrum L., Amaranthus spinosus L., Commelina benghalensis L. and Digitaria bicornis Lam., all of them were efficiently controlled by the weedkillers S-metolachlor + bentazon + imazamox and lactofen + fluazifop-p-butyl, while S-metolachlor, bentazon + fluazifop-p-butyl and the imazamox + fluazifop-p-butyl did not exert efficient control over Cleome affinis, Amaranthus spinosus and Trianthema portulacastrum, respectively. The interference of species Amaranthus spinosus caused reduction in the productivity of treated plots bentazon + fluazifop-p-butyl, similarly to the control without hoeing. Despite the severe intoxication, weedkillers lactofen + fluazifop-p-butyl provided higher yield when compared to other treatments, because it reduces the intense vegetative growth provided by high rainfall during the experimental period. It was concluded that the weedkillers S-metolachlor, bentazon + imazamox, S-metolachlor + bentazon + imazamox, imazamox + fluazifop-p-butyl, imazethapyr + fluazifop-p-butyl, bentazon + fluazifop-p-butyl, bentazon + imazamox + fluazifop-p-butyl, fluazifop-p-butyl were selective for the culture and that the effectiveness of these depends on infesting species in the area. Keywords:Vigna unguiculata (L.), chemical control, weed.
LISTA DE TABELAS
Tabela:1: Relação dos herbicidas com as respectivas doses aplicadas na cultura do feijão-caupi. Mossoró, 2011.........................................................................................................22
Tabela 2: Intoxicação de plantas de feijão-caupi aos 21, 28 e 45 dias após o plantio (DAP). Mossoró, 2011.......................................................................................................25
Tabela 3: Época de floração e colheita do feijão-caupi em dias após a emergência (DAE) em função da aplicação de herbicidas. Mossoró, 2011.......................................................................................................27
Tabela 4: Porcentagem de controle de plantas daninhas na cultura do feijão-caupi submetida à aplicação de diferentes herbicidas, aos 21 e 28 dias após o plantio. Mossoró, 2011......................................................................................................29
Tabela 5: Massa seca de plantas daninhas (g m-²) na cultura do feijão-caupi aos 45 dias após o plantio (DAP). Mossoró, 2011......................................................................................................31
Tabela 6: Número de vagens por planta, peso de cem grãos e produtividade do feijão-caupi em função das estratégias de manejo de plantas daninhas. Mossoró, 2011......................................................................................33
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Temperaturas máxima, média e mínima (A) e precipitação (B) durante o ciclo da cultura. Estação meteorológica da UFERSA. Mossoró, 2011.............................................................................24
Figura 2: Intoxicação causada pelo herbicida lactofen + fluazifop-p-butyl (A) em relação à testemunha (B), aos 21 dias após o plantio (DAP), e retardamento no crescimento das plantas (C) em relação á testemunha sem aplicação (D), aos 45 DAP. Mossoró, 2011.............................................................................................26
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................12
2. REFERENCIAL TEÓRICO...........................................................14
2.1 Cultura do feijão-caupi.................................................................14
2.2 Interferência das plantas daninhas................................................16
2.3 Métodos de controle das plantas daninhas...................................17
3. MATERIAL E MÉTODOS.............................................................21
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................24
4.1 Seletividade de herbicidas............................................................24
4.2 Eficácia de herbicidas...................................................................27
4.3 Componentes de produtividade....................................................32
5. CONCLUSÕES................................................................................36
REFERÊNCIAS...............................................................................37
12
1. INTRODUÇÃO
A cultura do feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) está entre as mais
importantes espécies destinadas à alimentação humana. Segundo dados da FAO
(2009), a produção da cultura no ano de 2007 atingiu 3,6 milhões de toneladas, em
12,5 milhões de hectares cultivados em 36 países, com destaque para a Nigéria, o
Niger e o Brasil, que são os maiores produtores mundiais, respectivamente.
No Brasil, historicamente, a produção de feijão-caupi concentra-se nas
regiões Nordeste (1,2 milhão de hectares) e Norte (55,8 mil hectares), onde é
cultivado principalmente por pequenos produtores, normalmente com baixo nível
tecnológico. No entanto, a cultura vem conquistando espaço na região Centro-
Oeste, em razão do desenvolvimento de cultivares eretas e semieretas, favorecendo
o cultivo mecanizado (EMBRAPA MEIO-NORTE, 2009), despertando o interesse
de grandes produtores que praticam agricultura tecnificada, que fazem o plantio do
feijão-caupi na entressafra da soja (FREITAS et al., 2009a). Estima-se que no ano
de 2011, a área cultivada foi de 270.000 ha na “safrinha”, após a colheita da soja e
do milho, atingindo produtividade média de 1.500 kg ha-¹ apenas no Estado do
Mato Grosso (REVISTA GLOBO RURAL, 2010).
Entre os problemas que mais afetam a produção da cultura está a
interferência causada pelas plantas daninhas, que se constitui em um dos fatores
que mais influenciam o crescimento, o desenvolvimento e a produtividade da
cultura do Vigna unguiculata (L.) Walp, pois competem por luz, nutrientes e água,
o que se reflete diretamente na redução quantitativa e qualitativa da produção, além
de aumentar os custos operacionais de colheita, secagem e beneficiamento dos
grãos, sendo o seu controle considerado um dos principais componentes nos custos
de produção (FREITAS et al., 2009a). Quando não controladas, as plantas daninhas
podem reduzir o rendimento de grãos em até 90% (MATOS et al., 1991, FREITAS
et al., 2009a).
13
A estratégia de controle das plantas daninhas mais utilizada no feijão-caupi
é a capina manual, por se tratar de uma cultura explorada principalmente no
sistema de agricultura familiar (FREIRE FILHO et al., 2005). Entretanto, em áreas
extensas, o alto custo da mão de obra e a dificuldade de encontrar operários em
quantidade suficiente fazem com que este método seja apenas complementar aos
demais (SILVA; SILVA, 2007). Outra estratégia que pode ser utilizada é a capina
mecanizada, através do uso de cultivadores. Este método possui bom rendimento
operacional, entretanto, apresenta uma série de limitações, como: baixa eficiência
em solos muito úmidos; não controla as plantas daninhas na linha de plantio e pode
ocasionar danos ao sistema radicular da cultura (FREITAS et al., 2009b).
O controle químico com o uso de herbicidas apresenta diversas vantagens
como: menor dependência da mão de obra; é eficiente mesmo em épocas chuvosas;
eficiência no controle de plantas daninhas na linha de plantio e não afeta o sistema
radicular das culturas; permite o cultivo mínimo ou plantio direto das culturas e é
eficiente no controle de plantas daninhas de propagação vegetativa (SILVA;
SILVA, 2007). No entanto, a utilização deste método na cultura do feijão-caupi é
limitada devido à escassez de trabalhos envolvendo a seletividade de herbicidas
nesta cultura e à falta de agrotóxicos registrados junto ao Ministério da Agricultura
Pecuária e Abastecimento, o que impede a recomendação e o uso de tais produtos
(SILVA; ALBERTINO, 2009). A maioria das informações sobre a utilização de
herbicidas está relacionada à cultura do feijão-comum (Phaseolus vulgaris L.) ou
da soja (Glicyne máxima (L.) Merr.) (FREITAS et al, 2009b).
Poucos trabalhos foram realizados avaliando a utilização de herbicidas para
a cultura do feijão-caupi, onde se destacaram os seguintes herbicidas com relação à
seletividade: imazamox + bentazon (LINHARES, 2011; FREITAS et al., 2010;
MESQUITA, 2011), Imazamox (SILVA et al., 2003; FREITAS et al., 2010;
MESQUITA, 2011) bentazon, Fluazifop-p-butyl, Imazethapyr, trifluralin, S-
metolachlor (FREITAS et al., 2010; MESQUITA, 2011), fenoxaprop-p-ethyl
(SILVA et al., 2003). Severa intoxicação com redução na produtividade foi
verificada no feijão-caupi quando aplicados os herbicidas fomesafen (LINHARES,
2011; FREITAS et al., 2010; MESQUITA, 2011) e lactofen (FREITAS et al.,
14
2010; MESQUITA, 2011), enquanto as misturas metribuzin e chlorimuron-ethyl +
fluazifop-p-butyl causaram a morte da cultura.
Diante da expansão da área cultivada com o feijão-caupi e da carência de
mão de obra para o controle de plantas daninhas, o presente trabalho objetivou
avaliar a seletividade e eficácia de herbicidas para a cultura do feijão-caupi.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Cultura do feijão-caupi
O feijão-caupi é uma planta herbácea, autógama, anual, cuja região de
origem mais provável situa-se na parte oeste e central da África. É uma das
leguminosas melhor adaptadas às condições edafoclimáticas do Nordeste
brasileiro, versátil e nutritiva entre as espécies cultivadas, sendo um importante
alimento e componente essencial dos sistemas de produção nas regiões secas dos
trópicos, cobrindo parte da Ásia, Estados Unidos, Oriente Médio e Américas
Central e do Sul (SINGH et al., 2002).
Foi introduzido na América Latina, no século XVI, pelos colonizadores
espanhóis e portugueses, primeiramente nas colônias espanholas e em seguida no
Brasil, provavelmente no estado da Bahia. A partir da Bahia, foi disperso pelos
colonizadores para outras áreas da região Nordeste e para as demais regiões do país
(FREIRE FILHO, 1988).
Como alimento, é uma excelente fonte de proteínas (23-25% em média) e
apresenta todos os aminoácidos essenciais, carboidratos (62%, em média),
vitaminas e minerais, além de possuir grande quantidade de fibras dietéticas, baixa
quantidade de gordura (teor de óleo de 2%, em média) e não conter colesterol
(ANDRADE JÚNIOR, et al., 2003). Pode ser consumido na forma de vagem
verde, grão verde e seco, além de outras formas de preparo (OLIVEIRA JÚNIOR
et al., 2000).
Suas folhas e ramos podem ser utilizados como complemento na
alimentação animal e sua massa verde pode ser incorporada aos solos, sendo
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utilizada como fonte de matéria orgânica (SILVA; OLIVEIRA, 1993; VIEIRA et
al., 2000).
Em virtude de suas características de rusticidade e precocidade, é
considerada uma planta adaptada às condições de climas adversos, podendo se
desenvolver em solos com pouca fertilidade e, por meio da simbiose com bactérias
do gênero Rhizobium, tem a habilidade para fixar nitrogênio do ar (ANDRADE
JÚNIOR, et al., 2003; OLIVEIRA et al., 2002).
A temperatura mais adequada para o desenvolvimento do feijão-caupi
encontra-se na faixa de 20°C a 30°C. Altas temperaturas durante o florescimento
podem ser prejudiciais à cultura, além de diminuir a nodulação nas raízes. Assim
como temperaturas abaixo de 20°C podem causar a paralisação do
desenvolvimento das plantas (OLIVEIRA; CARVALHO, 1988), justificando, deste
modo, a adaptação dessa cultura às condições climáticas da região Nordeste
(MOSINHO, 2005).
As exigências hídricas do feijoeiro para a obtenção do máximo rendimento
variam de 300 mm a 400 mm durante o seu ciclo, dependendo das condições
edafoclimáticas locais (DOORENBOS; KASSAM, 2000).
No Brasil, o feijão-caupi assume expressiva importância socioeconômica
no cenário da agricultura das regiões Norte e Nordeste, constituindo-se em uma das
principais fontes de proteína de baixo custo para a alimentação humana e geração
de emprego e renda para a população, predominando o cultivo por pequenos
produtores, que utilizam práticas tradicionais (mão de obra familiar e adoção de
pouca tecnologia). Já na região Centro-Oeste, o cultivo provém principalmente de
médios e grandes produtores altamente tecnificados (ZILLI; VILARINHO;
ALVES, 2009).
As maiores áreas cultivadas na região Nordeste encontram-se nos Estados
do Ceará, Piauí, Pernambuco e Paraíba, com 555.043, 235.602, 164.125, 113.588
ha, respectivamente. No Estado do Mato Grosso, na região Centro-Oeste, com
123.000 ha e no Estado do Pará, na região Norte, com 31.661 ha. A produtividade
média no Brasil, no período de 2006 a 2009, foi de apenas 376 kg ha-1, o que se
deve ao baixo nível tecnológico empregado no cultivo na região Nordeste, que
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ocupa a maior área destinada à cultura. No entanto, na região Centro-Oeste, a
produtividade verificada no mesmo período foi de 960 kg ha-1, o que se deve ao
alto nível tecnológico (FREIRE FILHO, 2011).
2.2 Interferência das plantas daninhas
Um dos fatores que mais influenciam o crescimento, o desenvolvimento e a
produtividade da cultura do feijão-caupi é a competição com as plantas daninhas.
Estas atuam competindo por luz, água e nutrientes, o que se reflete diretamente na
redução quantitativa e qualitativa da produção, além de aumentar os custos
operacionais de colheita, secagem e beneficiamento dos grãos (FREITAS et al.,
2009a).
De acordo com Matos et al. (1991) e Freitas et al. (2009a), ambos
avaliando a interferência de plantas daninhas na cultura do feijão-caupi, a
competição pode ocasionar perdas de rendimento de grão de até 90%. No entanto,
o grau de interferência das plantas infestantes depende de fatores ligados à
comunidade infestante (composição específica, densidade e distribuição), à própria
cultura (variedade, espaçamento e densidade de plantio) e à época e duração da
convivência, podendo ser alterado pelas condições de solo, clima e manejo
(PITELLI, 1985).
O período de convivência da cultura com as plantas daninhas é um dos
componentes mais importantes dentro do grau de interferência das espécies, pois
este altera o balanço da competição estabelecida. Para explicar o período de
convivência, Pitelli; Durigan (1984) propuseram os conceitos de período anterior à
interferência (PAI), que é o período a partir da emergência ou do plantio no qual a
cultura pode conviver com a comunidade infestante antes que a competição se
estabeleça e influencie negativamente na sua produtividade ou em outras
características. O período total de prevenção à interferência (PTPI) é o período
total, a partir da emergência ou do plantio, em que a cultura deve ser mantida livre
da presença da comunidade infestante, para que a produtividade e qualidade da
produção ou outras características não sejam alteradas negativamente, já período
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crítico de prevenção à interferência (PCPI) é o período em que o controle das
plantas daninhas deve ser realizado obrigatoriamente, e está situado entre os limites
superiores do PAI e do PTPI.
Alguns trabalhos apresentam estudos sobre os períodos de interferência das
plantas daninhas na cultura do feijão-caupi, dentre eles destaca-se Matos et al.
(1991), que verificaram que o PCPI, nesta cultura, ocorre desde a emergência até
os 36 dias. Já Freitas et al. (2009a) verificaram que PCPI ocorre entre 11 e 35 dias
após a emergência.
2.3 Métodos de controle de plantas daninhas
Diante da importância da interferência das plantas daninhas na cultura é
imprescindível que sejam escolhidos métodos de controle eficientes, que possam
minimizar a competição exercida por elas. Os métodos de controle normalmente
usados nesta cultura vão depender de alguns fatores, como a disponibilidade de
recursos, equipamentos, assistência técnica e do nível tecnológico adotado
(FREITAS et al., 2009b). Dentre eles, se encontram o controle preventivo, cultural,
mecânico e o químico.
O controle preventivo de plantas daninhas consiste no uso de práticas que
visam a prevenir a introdução, o estabelecimento e/ou a disseminação de
determinadas espécies problemáticas em áreas ainda não infestadas por elas. Estas
áreas podem ser um país, um estado, um município ou uma gleba de terra na
propriedade (SILVA; SILVA, 2007).
As medidas que podem evitar a introdução onde a espécie ainda não ocorre
são: utilizar sementes de procedência confiável, limpeza de máquinas, implementos
e canais de irrigação, inspeção de mudas adquiridas com torrão e matéria orgânica
e monitoramento do trânsito de animais provenientes de áreas infestadas. Estas são
medidas importantes para evitar a disseminação de sementes e de outras estruturas
de reprodução de espécies daninhas (SILVA; ALBERTINO, 2009).
O controle cultural consiste em utilizar características inerentes da própria
cultura e das plantas daninhas, visando a beneficiar o estabelecimento e
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desenvolvimento da cultura. Ele envolve o uso de práticas comuns ao bom manejo
da água e do solo, como rotação de culturas, variação do espaçamento, uso de
coberturas verdes, etc. (FREITAS et al., 2009b).
O controle mecânico através da capina manual, por meio de enxada, é o
método de controle mais utilizado pelos produtores de feijão-caupi, em função de
ser uma cultura explorada principalmente em pequenas áreas, no sistema de
agricultura familiar. Segundo Silva; Silva (2007) e Freire Filho et al. (2005), para
muitas famílias, esta é uma das principais fontes de trabalho. Entretanto, este é um
método com baixo rendimento operacional, não se adaptando a grandes áreas,
devido ao custo elevado e, principalmente, pela escassez de mão de obra. Estas
limitações fazem com que este método seja utilizado apenas como complementar
aos demais (FREITAS et al., 2009b).
O controle mecânico efetuado através da capina mecânica, por meio do uso
de cultivadores, tracionados por animais ou tratores, se constitui em uma atividade
de rendimento operacional superior à capina manual. Porém, a utilização deste
método para a cultura do feijão-caupi apresenta uma série de limitações, dentre as
quais podemos destacar o baixo desempenho em solos muito úmidos, além de não
controlar as plantas daninhas na linha de plantio, devendo ser complementado pela
capina manual. Outro ponto importante a ser ressaltado está relacionado ao cuidado
que se deve ter na utilização de cultivadores em áreas infestadas com plantas
daninhas de propagação vegetativa como a tiririca (Cyperus rotundus) e a grama-
seda (Cynodon dactylon), pois os propágulos destas plantas podem estar sendo
disseminados na área ou, ainda, podem ser levados para outras áreas através do uso
deste implemento (FREITAS et al., 2009b; SILVA; ALBERTINO, 2009). Outra
desvantagem é que este método pode ocasionar danos ao sistema radicular
superficial da cultura, e é inviabilizado no sistema de plantio direto devido à
presença da palhada.
O uso de herbicidas no controle de plantas daninhas apresenta diversas
vantagens, tais como: menor dependência da mão de obra, é difícil de ser
encontrada no momento certo, na quantidade e qualidade necessária; é eficiente
mesmo em épocas chuvosas; controle satisfatório das plantas daninhas na linha de
19
plantio; não afeta o sistema radicular das culturas; permite o cultivo mínimo ou
plantio direto e é eficiente no controle de plantas daninhas de propagação
vegetativa. O emprego do controle químico de plantas daninhas deve ser aliado a
outras práticas de controle, sendo a de maior importância o controle cultural, uma
vez que este possibilita as melhores condições de desenvolvimento e permanência
das culturas, cabendo ao controle químico apenas auxiliar quando necessário
(SILVA; SILVA, 2007).
Apesar da eficiência, não existem herbicidas registrados no Ministério da
Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) para a cultura do feijão-caupi, o
que impede a recomendação e o uso de tais produtos (SILVA; ALBERTINO,
2009), assim como a escassez de trabalhos sobre a seletividade de herbicidas para a
cultura (MESQUITA, 2011). A maioria das informações sobre a utilização de
herbicidas nesta cultura está relacionada à cultura do feijão-comum (Phaseolus
vulgaris L.) ou da soja (Glicyne maxima). Porém, sendo espécies diferentes, pode
ocorrer variação na seletividade entre as culturas mencionadas e o feijão-caupi,
conforme verificado por Mesquita (2011), que constatou que as misturas
metribuzin + fluazifop-p-butyl e chlorimuron-ethyl + fluazifop-p-butyl causaram a
morte da cultura do feijão-caupi, apesar de seletivos para a cultura da soja.
A seletividade dos herbicidas depende de componentes fisiológicos,
genéticos da espécie ou cultivar, do herbicida utilizado e das condições do
ambiente (SILVA et al., 2002).
Harrison Júnior; Fery (1993), em experimento avaliando a tolerância de
germoplasmas de feijão-caupi ao herbicida bentazon, encontraram tanto genótipos
susceptíveis como altamente tolerantes, demonstrando a necessidade de estudos
sobre seletividade dos herbicidas para as diferentes variedades.
Mesquita (2011), em estudo avaliando a seletividade e eficácia de
herbicidas para variedades de feijão-caupi BRS Xiquexique e BRS Guariba,
verificou que os herbicidas bentazon + fluazifop-p-butyl, imazamox + fluazifop-p-
butyl, imazamox + bentazon + fluazifop-p-butyl, imazethapyr + fluazifop-p-butyl e
S-metolachlor foram considerados seletivos para a cultura, enquanto as misturas
fomesafen + fluazifop-p-butyl, lactofen + fluazifop-p-butyl causaram intoxicação
20
severa, ocasionando aumento do ciclo e redução na produtividade, não havendo
variação na intoxicação da cultura entre as variedades estudadas.
Em estudo avaliando a seletividade dos herbicidas aplicados em pós-
emergência, Freitas et al. (2009a) verificaram que o herbicida bentazon e a mistura
imazamox + bentazon não causaram intoxicação no feijão-caupi, enquanto o
fomesafen isoladamente e em mistura com o bentazon causaram injúria severa e
moderada na cultura, respectivamente. Com relação à eficácia, as misturas
imazamox + bentazon, fomesafen + bentazon e o fomesafen isolado foram
eficientes no controle das dicotiledôneas presentes: trapoeraba (Commelina
bengalensis), apaga-fogo (Alternantera tenella), bredo (Tallinum paniculatum),
caruru (Amaranthus sp). Já o bentazon isoladamente mostrou-se ineficiente no
controle do caruru e apaga-fogo.
Freitas et al. (2010), em experimento em casa de vegetação, avaliando a
seletividade de herbicidas aplicados em pré e pós-emergência, verificaram que
aplicação do herbicida metribuzin resultou na morte das plantas de feijão-caupi. Os
herbicidas imazamox + bentazon, fluazifop-p-butyl, imazethapyr, imazamox,
bentazon, trifluralin, chlorimuron-ethyl e S-metolachlor causaram intoxicação
moderada na cultura, não afetando a produção de grãos, enquanto os herbicidas
lactofen e fomesafen aplicados isoladamente ou em misturas com outros herbicidas
causaram injúria nas plantas de feijão-caupi, ocasionando redução na produção.
Linhares (2011), avaliando o efeito dos herbicidas fomesafen e bentazon +
imazamox sobre o crescimento do feijão-caupi, verificou que o herbicida
fomesafen causou severa intoxicação no feijão-caupi, retardando o crescimento
vegetativo e reprodutivo da cultura em sete dias, além de redução na produtividade,
enquanto a mistura dos herbicidas bentazon + imazamox não afetou as
características relacionadas ao crescimento de plantas do feijão-caupi, bem como
os componentes de produção.
21
3. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na Horta de Pesquisa do Campus da
Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), localizada na cidade de
Mossoró-RN, no período de março a junho de 2011. O solo da área experimental é
classificado como argissolo vermelho amarelo eutrófico (EMBRAPA, 2006), cuja
análise química revelou os seguintes resultados: pH (água) = 7,9; P = 157 mg dm-3;
K = 0,3 cmolc dm-3; Ca = 3,2 cmolc dm-3, Na= 0,32 cmolc dm-3 e Mg = 1,0 cmolc
dm-3. O clima da região, segundo a classificação Köppen, é BSwh, seco e muito
quente, com duas estações climáticas: uma seca, de junho a janeiro e outra
chuvosa, de fevereiro a maio, com média anual de precipitação de 673,9 mm;
temperatura e umidade relativa do ar média de 27°C e 68,9%, respectivamente.
(CARMO FILHO; OLIVEIRA, 1995).
O experimento foi conduzido no esquema de parcelas subdivididas
distribuídas no delineamento de blocos casualizados, com quatro repetições. Nas
parcelas, foram avaliadas 10 estratégias de manejo de plantas daninhas, sendo nove
herbicidas/misturas mais um tratamento sem herbicidas (Tabela 1) e nas
subparcelas, dois tratamentos, sendo um mantido no limpo com capinas, no intuito
de avaliar a seletividade dos herbicidas à cultura em ausência das plantas daninhas,
e outro sem capinas, visando a avaliar a eficácia dos herbicidas no controle das
plantas infestantes.
22
Tabela 1: Relação dos herbicidas com as respectivas doses aplicadas na cultura do feijão-caupi. Mossoró, 2011. Estratégias de manejo de plantas daninhas Dose dos herbicidas
(kg ha-1 i.a.) 1 S-metolachlor1/ 1,15 2 Bentazon2/ + imazamox2/ 1,2 + 0,056 3 S-metolachlor1/ + bentazon2/ + imazamox2/ 1,15 + 1,2 + 0,056 4 Imazamox2/ + fluazifop-p-butyl3/ 0,042 + 0,12 5 Imazethapyr2/ + fluazifop-p-butyl3/ 0,1 + 0,12 6 Bentazon2/ + fluazifop-p-butyl3/ 1,2 + 0,12 7 Bentazon2/ + imazamox2/ + fluazifop-p-butyl3/ 1,2 + 0,056 + 0,12 8 Lactofen2/ + fluazifop-p-butyl3/ 0,168 + 0,12 9 Fluazifop-p-butyl3/ 0,12 10 Testemunha sem herbicidas ___
1/Aplicação um dia após o plantio (DAP); 2/ aplicação aos 14 DAP; 3/ aplicação aos 19 DAP.
Cada parcela experimental se constituiu de quatro fileiras de 5 m de
comprimento, espaçadas 0,6 m entre si. A área útil de cada parcela foi composta
pelas duas fileiras centrais, descartando-se 0,5 m em cada uma das extremidades.
O preparo do solo foi realizado no sistema convencional, com uma aração
e duas gradagens. A adubação de plantio foi feita com base na análise química do
solo e na recomendação de Andrade Júnior et al. (2003), utilizando-se 200 kg ha-¹
da formulação N-P-K 06-24-12. A semeadura foi realizada manualmente, com dez
sementes por metro linear de fileira, no dia 4 de março de 2011.
A cultivar utilizada foi a BRS Guariba, de porte semiereto, grãos brancos,
ciclo em torno de 70 dias (VILARINHO, 2007).
O herbicida S-metolachlor foi aplicado em pré-emergência da cultura e das
plantas daninhas um dia após o plantio do feijão-caupi, enquanto a aplicação dos
herbicidas bentazon, imazamox, bentazon + imazamox, imazethapyr e lactofen
foram aplicados em pós-emergência aos 14 dias após o plantio (DAP), quando a
cultura estava com a segunda folha trifoliolada completamente expandida. O
herbicida fluazifop-p-butyl foi aplicado aos 19 DAP, devido à incompatibilidade
fisiológica com outros herbicidas (SILVA; SILVA, 2007). A aplicação foi
realizada utilizando-se um pulverizador costal equipado com barra com dois bicos
XR 11002, espaçados de 50 cm, mantidos a uma altura de 50 cm do alvo, sob
23
pressão de 250 kPa, com volume de calda de 200 L ha-1. Durante a aplicação, a fim
de evitar deriva, as parcelas vizinhas foram protegidas lateralmente com uma placa
de madeira.
A seletividade dos herbicidas para a cultura foi realizada por meio de
avaliações visuais de intoxicação aos 21, 28 e 45 dias após o plantio (DAP),
utilizando-se a escala de 1 a 4, em que 1 representa ausência de intoxicação; 2,
intoxicação leve; 3, intoxicação moderada; e 4, intoxicação severa.
A eficácia dos herbicidas no controle de plantas daninhas foi determinada,
para cada espécie infestante, por meio de avaliações visuais aos 21 e 28 DAP,
atribuindo-se notas de 0 a 100, em que 0 foi ausência e 100, controle total das
plantas daninhas em relação ao tratamento sem herbicidas e sem capinas, conforme
procedimentos da SBCPD (1995).
Aos 45 DAP, foram realizadas avaliações de massa seca de plantas
daninhas nas subparcelas sem capinas, por meio de uma amostragem em quadrado
com 0,5 m de lado (0,25 m²) por subparcela. As plantas daninhas foram colhidas ao
nível do solo, separadas por espécie, contadas e levadas à estufa com circulação
forçada de ar à temperatura de 65°C, até massa constante, para determinação da
massa seca.
Avaliou-se para o feijão-caupi o número de dias para o florescimento e
colheita em relação à emergência, sendo que a determinação da data de
florescimento foi realizada quando 50% das plantas estavam floridas. Já a
determinação da data de colheita foi feita quando as plantas estavam com 80% das
vagens secas. Por ocasião da colheita, foram avaliados o número de vagens por
planta, peso de 100 grãos e a produtividade de grãos, com unidade corrigida para
13%, expressa em kg ha-¹, obtida a partir da colheita da área útil das subparcelas.
Os dados climatológicos (temperatura máxima, média e mínima e
precipitação) durante o período experimental obtidos na estação meteorológica da
UFERSA estão apresentados na Figura 1.
24
Figura 1: Temperaturas máxima, média e mínima (A) e precipitação (B) durante o
ciclo da cultura. Estação meteorológica da UFERSA. Mossoró, 2011.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste F e,
em caso de significância, foram comparados através do teste de Duncan a 5% de
probabilidade.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Seletividade de herbicidas
Verificou-se variação no nível de intoxicação da cultura do feijão-caupi
entre os herbicidas avaliados (Tabela 2), sendo que os herbicidas bentazon +
imazamox, S-metolachlor + bentazon + imazamox, imazamox + fluazifop-p-butyl,
imazethapyr + fluazifop-p-butyl, bentazon + fluazifop-p-butyl e o bentazon +
imazamox + fluazifop-p-butyl causaram apenas sintomas de intoxicação leve na
cultura aos 21 DAP, com recuperação total da planta aos 28 DAP. Resultados
semelhantes foram verificados por Freitas et al. (2010) para os herbicidas S-
metolachlor, fluazifop-p-butyl, imazethapyr, imazamox, bentazon e imazamox +
bentazon e por Mesquita (2011), trabalhando com bentazon + fluazifop-p-butyl,
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
01/mar 01/abr 01/mai
Tem
pera
tura
(°C
)
Data
MáximaMédiaMínima
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
01/mar 01/abr 01/mai
Pre
cipi
taçã
o (m
m)
Data
A B
25
imazamox + fluazifop-p-butyl, imazamox + bentazon + fluazifop-p-butyl,
imazethapyr + fluazifop-p-butyl e S-metolachlor.
Tabela 2: Intoxicação de plantas de feijão-caupi aos 21, 28 e 45 dias após o plantio (DAP). Mossoró, 2011.
Herbicidas /misturas 21 DAP 28 DAP 45 DAP
S-metolachlor1/ 1,0 d 1,0 b 1,0 a Bentazon2/ + imazamox2/ 2,0 b 1,0 b 1,0 a S-metolachlor1/ + bentazon2/ + imazamox2/ 1,9 b 1,3 b 1,0 a Imazamox2/ + fluazifop-p-butyl3/ 1,9 b 1,0 b 1,0 a Imazethapyr2/ + fluazifop-p-butyl3/ 1,5 c 1,0 b 1,0 a Bentazon2/ + fluazifop-p-butyl3/ 1,9 b 1,0 b 1,0 a Bentazon2/ + imazamox2/ + fluazifop-p-butyl3/ 2,0 b 1,0 b 1,0 a Lactofen2/ + fluazifop-p-butyl3/ 3,3 a 2,6 a 1,0 a Fluazifop-p-butyl3/ 1,0 d 1,0 b 1,0 a Testemunha sem herbicidas 1,0 d 1,0 b 1,0 a
Nas colunas, médias seguidas de mesmas letras não diferiram estatisticamente pelo teste Duncan a 5% de probabilidade. 1– Ausência de intoxicação; 2 – intoxicação leve; 3 – intoxicação moderada e 4 – intoxicação severa. 1/Aplicação um DAP; 2/ aplicação aos 14 DAP; 3/ aplicação aos 19 DAP.
Maiores níveis de intoxicação foram observados quando se fez a aplicação
do tratamento lactofen + fluazifop-p-butyl aos 21 DAP (Tabela 2), que corresponde
a sete e dois dias após a aplicação dos herbicidas lactofen e fluazifop-p-butyl,
respectivamente. Os sintomas foram caracterizados por necrose no limbo foliar,
conforme ilustrado na (Figura 2). No entanto, apesar da severa intoxicação, as
plantas emitiram novas folhas, com total recuperação aos 45 DAP, porém, com
retardamento visível no crescimento em relação à testemunha sem herbicidas
(Figuras 2 C e D).
26
Figura 2: Intoxicação causada pelo herbicida lactofen + fluazifop-p-butyl (A) em relação à testemunha (B), aos 21 dias após o plantio (DAP), e retardamento no crescimento das plantas (C) em relação á testemunha sem aplicação (D), aos 45 DAP. Mossoró, 2011.
Os danos causados pela intoxicação dos herbicidas lactofen + fluazifop-p-
butyl se refletiram no desenvolvimento da cultura, resultando em prolongamento
no ciclo, onde a floração e colheita desses tratamentos ocorreram 8 dias após a
testemunha sem herbicidas (Tabela 3), corroborando, deste modo, com os
resultados mostrados por Linhares (2011) que constatou que o fomesafen,
herbicida inibidor da ação da enzima protoporfirinogênio oxidase (PROTOX),
assim como o lactofen, causou severa intoxicação na cultura, retardando a floração
e a colheita em 7 dias e por Mesquita (2011) que verificou que a aplicação dos
herbicidas fomesafen e lactofen, retardadaram a floração e a colheita em 15 e 9
dias respectivamente.
A B
C D
27
Tabela 3: Época de floração e colheita do feijão-caupi em dias após a emergência (DAE) em função da aplicação de herbicidas. Mossoró, 2011.
Herbicidas Floração (DAE) Colheita (DAE) S-metolachlor1/ 42 a 62 a Bentazon2/ + imazamox2/ 43 a 66 a S-metolachlor1/ + bentazon2/ + imazamox2/ 43 a 65 a Imazamox2/ + fluazifop-p-butyl3/ 43 a 65 a Imazethapyr2/ + fluazifop-p-butyl3/ 43 a 64 a Bentazon2/ + fluazifop-p-butyl3/ 42 a 63 a Bentazon2/ + imazamox2/ + fluazifop-p-butyl3/ 43 a 64 a Lactofen2/ + fluazifop-p-butyl3/ 50 b 70 b Fluazifop-p-butyl3/ 42 a 63 a Testemunha sem herbicidas 42 a 62 a Nas colunas, médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste Duncan a 5 % de probabilidade. 1/Aplicação um DAP; 2/ aplicação aos 14 DAP; 3/ aplicação aos 19 DAP.
No tratamento com aplicação do fluazifop-p-butyl, que é um herbicida
inibidor da enzima Acetil Coenzima-A Carboxilase (ACCase), específico para o
controle de plantas daninhas gramíneas (SILVA; SILVA, 2007), não se verificaram
sintomas de intoxicação ou alteração no ciclo do feijão-caupi (Tabelas 2 e 3),
demostrando a seletividade deste herbicida para a cultura, conforme constatado por
Freitas et al. (2010) e Mesquita (2011). Assim sendo, pode-se inferir que a
intoxicação e alteração no ciclo do feijão-caupi foram causadas pelo lactofen.
Freitas et al. (2010), avaliando aplicação do lactofen em feijão-caupi, constataram
níveis de intoxicação semelhante à observada neste trabalho com aplicação em
mistura com fluazifop-p-butyl.
4.2 Eficácia de herbicidas
As principais espécies de plantas daninhas que ocorreram na área foram
mussambê (Cleome affinis DC.), bredo (Trianthema portulacastrum L.), caruru
(Amaranthus spinosus L.), trapoeraba (Commelina benghalensis L.) e capim milhã
(Digitaria bicornis Lam.), sendo todas estas espécies controladas com eficácia
pelos herbicidas S-metolachlor + bentazon + imazamox e lactofen + fluazifop-p-
butyl aos 28 DAP (Tabela 4). O S-metolachlor controlou de modo eficiente todas
as espécies presentes, incluindo gramíneas e dicotiledôneas, com exceção do C.
28
affinis, que está de acordo com Silva; Silva (2007), que relatam que este herbicida
controla com eficiência gramíneas e algumas dicotiledôneas amarantáceas,
comelináceas e portulacáceas, como é o caso do Amaranthus spinosus,
Commelina benghalensis e Trianthema portulacastrum, respectivamente.
Mesquita (2011) também constatou eficácia do S-metolachlor para as respectivas
espécies e nenhuma eficiência para o C. affinis.
O fluazifop-p-butyl exerceu efeito apenas sobre a D. bicornis, como pode
ser observado na Tabela 4, sendo que aos 21 DAP, que correspondem a dois dias
após a aplicação deste herbicida, o efeito sobre esta espécie era moderado,
atingindo controle total sete dias depois (28 DAP), concordando com Rodrigues;
Almeida (2005) que relatam que herbicidas inibidores de ACCase exercem efeito
apenas sobre plantas daninhas gramíneas.
O imazamox + fluazifop-p-butyl e o bentazon + fluazifop-p-butyl não
controlaram satisfatoriamente o T. portulacastrum e o A. spinosus,
respectivamente; enquanto a mistura bentazon + imazamox + fluazifop-p-butyl
potencializou o controle de ambas as espécies, proporcionando controle do T.
portulacastrum na ordem de 60% aos 28 DAP, de modo semelhante à mistura
imazethapyr + fluazifop-p-butyl (Tabela 4). Freitas et al. (2009b) e Mesquita
(2011) também verificaram que o bentazon isoladamente ou em mistura com
fluazifop-p-butyl, respectivamente, mostrou-se ineficiente no controle do A.
spinosus
29
Tabela 4: Porcentagem de controle de plantas daninhas na cultura do feijão-caupi submetida à aplicação de diferentes herbicidas, aos 21 e 28 dias após o plantio. Mossoró, 2011.
Estratégias de manejo de plantas daninhas Mussambê (C. affinis)
Bredo (T. portulacastrum)
Caruru (A. spinosus)
Capim milhã (D. bicornis)
Trapoeraba (C. benghalensis)
21 dias após o plantio S-metolachlor1/ 0.00 b 100.00 a 100.00 a 100.00 a 100.00 a Bentazon2/ + imazamox2/ 100.00 a 37.50 b 100.00 a 8.75 d 100.00 a S-metolachlor1/ + bentazon2/ + imazamox2/ 100.00 a 100.00 a 100.00 a 100.00 a 75.00 a Imazamox2/ + fluazifop-p-butyl3/ 83.75 a 25.00 bc 100.00 a 83.75 ab 100.00 a Imazethapyr2/ + fluazifop-p-butyl3/ 88.75 a 31.25 b 100.00 a 100.00 a 100.00 a Bentazon2/ + fluazifop-p-butyl3/ 95.00 a 32.50 b 15.00 b 72.50 b 100.00 a Bentazon2/ + imazamox2/ + fluazifop-p-butyl3/ 100.00 a 32.50 b 100.00 a 71.25 b 100.00 a Lactofen2/ + fluazifop-p-butyl3/ 99.75 a 98.75 a 99.50 a 62.50 bc 99.00 a Fluazifop-p-butyl3/ 0.00 b 0.00 c 0.00 c 43.75 c 0.00 b
28 dias após o plantio S-metolachlor1/ 0.00 b 100.00 a 100.00 a 100.00 a 100.00 a Bentazon2/ + imazamox2/ 100.00 a 65.00 abc 100.00 a 0.00 b 100.00 a S-metolachlor1/ + bentazon2/ + imazamox2/ 100.00 a 100.00 a 100.00 a 100.00 a 100.00 a Imazamox2/ + fluazifop-p-butyl3/ 100.00 a 33.75 cd 100.00 a 100.00 a 92.50 a Imazethapyr2/ + fluazifop-p-butyl3/ 100.00 a 70.00 abc 100.00 a 99.50 a 100.00 a Bentazon2/ + fluazifop-p-butyl3/ 100.00 a 56.25 cd 13.75 b 100.00 a 100.00 a Bentazon2/ + imazamox2/ + fluazifop-p-butyl3/ 100.00 a 63.00 bc 100.00 a 100.00 a 100.00 a Lactofen2/ + fluazifop-p-butyl3/ 100.00 a 97.00 ab 100.00 a 100.00 a 89.50 a Fluazifop-p-butyl3/ 0.00 b 0.00 d 0.00 c 100.00 a 0.00 b
Nas colunas, médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste Duncan a 5 % de probab milidade. 1/Aplicação um DAP; 2/aplicação aos 14 DAP; 3/ aplicação aos 19 DAP.
30
Com relação à massa seca de plantas daninhas aos 45 DAP (Tabela 5),
observou-se que os tratamentos S-metolachlor, bentazon + fluazifop-p-butyl e
fluazifop-p-butyl foram os que obtiveram maior massa seca total de plantas
daninhas assim como a testemunha sem capinas, isso porque os herbicidas S-
metolachlor, bentazon + fluazifop-p-butyl não exerceram controle eficiente sobre o
C. affinis, A. spinosus, respectivamente e o fluazifop-p-butyl não exerce efeito
sobre as plantas dicotiledôneas.
A aplicação dos demais herbicidas resultou na redução da massa seca de
plantas daninhas em comparação com a testemunha sem capinas, sendo que o
menor acúmulo de massa seca foi verificado nos tratamentos com S-metolachlor +
bentazom + imazamox, e lactofen + fluazifop-p-butyl (Tabela 5), haja vista que
estes dois tratamentos apresentaram controle eficiente sobre todas as espécies
presentes (Tabela 4). No entanto, alguns tratamentos, como o imazethapyr +
fluazifop-p-butyl e bentazon + imazamox + fluazifop-p-butyl, apesar de acúmulo
de massa seca intermediário, devido à moderada eficácia no controle do T.
portulacastrum, teriam sido eficientes em áreas nas quais não se registra ocorrência
desta espécie, demostrando que a eficácia dos herbicidas depende das espécies
presentes.
31
Tabela 5: Massa seca de plantas daninhas (g m-²) na cultura do feijão-caupi aos 45 dias após o plantio (DAP). Mossoró, 2011.
Estratégias de manejo de plantas daninhas
Mussambê (C. affinis)
Bredo (T.portulacastrum)
Caruru (A. spinosus)
Capim milhã (D. bicornis)
Trapoeraba (C. benghalensis)
TOTAL
S-metolachlor1/ 4.19 a (16.54)
2.21 ab (3.90)
1.01 b (0.03)
1.00 b (0.00)
1.00 b (0.00)
5.41 ab (28.25)
Bentazon2/ + imazamox2/ 1.00 b (0.00)
3.38 a (10.45)
1.00 b (0.00)
1.05 a (0.10)
1.00 b (0.00)
3.40 c (10.62)
S-metolachlor1/ + bentazon2/ + imazamox2/ 1.00 b (0.00)
1.00 b (0.00)
1.00 b (0.00)
1.00 b (0.00)
1.00 b (0.00)
1.00 d (0.00)
Imazamox2/ + fluazifop-p-butyl3/ 1.10 b (0.22)
3.88 a (14.09)
1.00 b (0.00)
1.00 b (0.00)
1.03 b (0.07)
3.95 c (14.60)
Imazethapyr2/ + fluazifop-p-butyl3/ 1.92 b (2.70)
3.95 a (14.55)
1.00 b (0.00)
1.00 b (0.00)
1.00 b (0.00)
4.52 b (19.45)
Bentazon2/ + fluazifop-p-butyl3/ 1.65 b (1.72)
3.40 a (10.60)
2.70 a (6.30)
1.00 b (0.00)
1.00 b (0.00)
4.69 b (21.00)
Bentazon2/ + imazamox2/ + fluazifop-p-butyl3/ 1.26 b (0.59)
3.97 a (14.78)
1.35 b (0.83)
1.00 b (0.00)
1.00 b (0.00)
4.21 bc (16.75)
Lactofen2/ + fluazifop-p-butyl3/ 1.00 b (0.00)
1.00 b (0.00)
1.00 b (0.00)
1.00 b (0.00)
1.00 b (0.00)
1.00 d (0.00)
Fluazifop-p-butyl3/ 4.03 a (15.28)
3.59 a (11.89)
1.55 b (1.40)
1.00 b (0.00)
1.09 ab (0.20)
6.08 a (35.98)
Testemunha sem capina 4.13 a (15.10)
2.67 ab (6.15)
1.08 b (0.17)
1.04 a (0.09)
1.23 a (0.51)
5.08 ab (24.86)
Nas colunas, médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste Duncan a 5 % de probabilidade. Os dados foram transformados por (x+1)0,5 e os valores originais estão entre parêntesis. 1/Aplicação um DAP; 2/ aplicação aos 14 DAP; 3/ aplicação aos 19 DAP.
32
4.3 Componentes da produtividade
Verificou-se interação significativa entre as estratégias de manejo de
plantas daninhas envolvendo o uso de herbicidas e sistemas com ou sem capinas
para as variáveis número de vagens por planta e produtividade, enquanto a variável
peso de cem grãos não foi afetada pelos herbicidas aplicados, não havendo
diferença entre os tratamentos (Tabela 6), independentemente do grau de
intoxicação causada pelos herbicidas ou da interferência exercida pelas plantas
daninhas nos tratamentos sem capinas.
Freitas et al. (2010) e Mesquita (2011), avaliando a seletividade de diversos
herbicidas para o feijão-caupi, inclusive o lactofen, que causou severa intoxicação
na cultura, não verificaram variação destes produtos sobre a massa de cem grãos,
salvo no caso de herbicidas, que causaram a morte das plantas. Linhares (2011)
também não verificou variação no peso de cem grãos no feijão-caupi submetido à
aplicação do fomesafen, apesar da severa intoxicação e queda na produtividade,
causada por este herbicida. Freitas et al. (2009a) e Mesquita (2011) verificaram
também que, apesar da interferência das plantas daninhas sobre a redução no
número de vagens por planta e na produtividade, o peso de cem grãos não foi
influenciado, demostrando que esta característica é inerente a cultivar, não sendo
influenciada pelas condições de manejo, e que a queda no rendimento de grãos está
relacionada a outras variáveis, como número vagens por planta (CARDOSO et al.,
1997; FREITAS et al., 2009a; MESQUITA, 2011).
33
Tabela 6: Número de vagens por planta, peso de cem grãos e produtividade do feijão-caupi em função das estratégias de manejo de plantas daninhas. Mossoró, 2011.
Estratégias de manejo de plantas daninhas
Número de vagens por planta Peso de cem grãos (g) Produtividade (kg ha-1) Com
capinas Sem capinas
Com capinas
Sem capinas
Com capinas
Sem capinas
S-metolachlor1/ 5,0 bA 4,8 abA 15,79 aA 17,03 aA 825,7 bA 808,6 abA
Bentazon2/ + imazamox2/ 5,3 bA 4,7 abA 17,45 aA 18,53 aA 906,5 bA 791,6 abA
S-metolachlor1/ + bentazon2/ + imazamox2/ 5,2 bA 6,0 aA 18,36 aA 17,51 aA 876,7 bA 1017,2 abA
Imazamox2/ + fluazifop-p-butyl3/ 5,2 bA 5,4 abA 18,73 aA 17,07 aA 885,2 bA 923,6 abA
Imazethapyr2/ + fluazifop-p-butyl3/ 5,4 bA 5,4 abA 16,60 aA 16,22 aA 923,6 bA 919,3 abA
Bentazon2/ + fluazifop-p-butyl3/ 5,5 bA 3,7 bB 17,90 aA 17,90 aA 940,6 bA 621,4 bB
Bentazon2/ + imazamox2/ + fluazifop-p-butyl3/ 4,8 bA 5,1 abA 16,37 aA 17,69 aA 817,2 bA 864,0 abA
Lactofen2/ + fluazifop-p-butyl3/ 7,1 aA 6,6 aA 19,82 aA 19,16 aA 1208,7 aA 1123,6 aA
Fluazifop-p-butyl3/ 4,9 bA 3,6 bB 16,28 aA 17,96 aA 834,2 bA 617,1 bB
Testemunha sem herbicidas 5,3 bA 3,3 bB 17,59 aA 17,43 aA 902,3 bA 621,4 bB Nas colunas letras minúsculas comparam as estratégias de manejo de plantas daninhas dentro de cada sistema, com ou sem capinas, pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade e nas linhas, para cada característica avaliada, letras maiúsculas comparam os sistemas, com ou sem capinas dentro de estratégia de manejo de plantas daninhas pelo teste F a 5% de probabilidade. 1/Aplicação um DAP; 2/ aplicação aos 14 DAP; 3/ aplicação aos 19 DAP.
34
As características número de vagens por planta e produtividade se
comportaram de modo semelhante quando os tratamentos com herbicidas foram
submetidos a capina, no intuito de avaliar o efeito destes tratamentos sobre aquelas
características sem a interferência das plantas daninhas, verificou-se que todos os
herbicidas comportaram-se de forma semelhante à testemunha, com exceção do
tratamento com aplicação do lactofen + fluazifop-p-butyl, que apresentaram maior
número de vagens por planta e produtividade em relação aos demais (Tabela 6),
apesar da severa intoxicação (Tabela 2) e atraso no ciclo da cultura (Tabela 3),
causada pela aplicação desta mistura na cultura, fato que pode ter influenciado
positivamente os componentes da produtividade devido às condições ambientas
com temperaturas elevadas e o alto índice pluviométrico ocorrido na segunda
metade do ciclo (Figura 1), proporcionando intenso crescimento vegetativo na
cultura.
Segundo Linhares (2011), condições ambientais com temperaturas
elevadas e alto índice pluviométrico podem favorecer o crescimento vegetativo da
cultura, alcançando índice de área foliar elevado, levando ao autossombreamento e,
consequentemente, reduzindo a eficiência fotossintética da planta, o que pode se
refletir negativamente na produtividade. Este fato pode ter favorecido o tratamento
com aplicação do lactofen, que, com a intoxicação, atuou como regulador de
crescimento, diminuindo a taxa de crescimento vegetativo, refletindo no aumento
da produtividade.
No entanto, em condições ambientais adequadas para a cultura, não se
espera que a intoxicação causada por este herbicida seja benéfica, conforme
resultados obtidos por Mesquita (2011), que verificou que a intoxicação causada
pelos herbicidas lactofen e fomesafen resultou em queda na produtividade. Na
cultura da soja, a mistura clorimuron-ethyl + lactofen não ocasionou redução de
produtividade na cultura, sendo que as parcelas com aplicação da mistura
apresentaram produtividade semelhante à testemunha capinada (CORREA, 2009).
Quando se avaliaram os tratamentos com herbicidas sem a realização de
capinas, verificaram-se maior número de vagens por planta e produtividade quando
se procedeu à aplicação do lactofen + fluazifop-p-butyl na comparação com os
35
demais tratamentos, devido ao excelente nível de controle das plantas daninhas e
também ao efeito do lactofen atuando como regulador de crescimento, enquanto
que nos tratamentos compostos pelo bentazon + fluazifop-p-butyl, fluazifop-p-
butyl e pela testemunha sem herbicidas, apresentaram produção inferior às demais
estratégias de manejo e seus respectivos tratamentos com capinas, devido à
interferência exercida pelas plantas daninhas.
Os herbicidas S-metolachlor, bentazon + imazamox, S-metolachlor +
bentazon + imazamox, imazamox + fluazifop-p-butyl, imazethapyr + fluazifop-p-
butyl, bentazon + fluazifop-p-butyl, bentazon + imazamox + fluazifop-p-butyl e
fluazifop-p-butyl apresentaram produtividade equivalente independentemente da
realização de capinas (Tabela 6), demonstrando que o controle exercido sobre as
plantas infestantes foi satisfatório, equiparando-se à testemunha capinada sem
herbicidas.
Mesquita (2011) verificou também que os herbicidas imazethapyr +
fluazifop-p-butyl, imazamox + bentazon + fluazifop-p-butyl proporcionaram
número de vagens por planta e produtividade equivalente à testemunha capinada.
36
5. CONCLUSÕES
Os herbicidas S-metolachlor, bentazon + imazamox, S-metolachlor +
bentazon + imazamox, imazamox + fluazifop-p-butyl, imazethapyr +
fluazifop-p-butyl, bentazon + fluazifop-p-butyl, bentazon + imazamox +
fluazifop-p-butyl e fluazifop-p-butyl foram seletivos para a cultura;
A aplicação da mistura lactofen + fluazifop-p-butyl causou severa
intoxicação na cultura, que se recuperou posteriormente, apresentando
produtividade superior à testemunha capinada;
Os tratamentos S-metolachlor + bentazon + imazamox e lactofen +
fluazifop-p-butyl controlaram eficientemente todas as plantas daninhas
presentes na área;
A eficácia dos herbicidas depende da comunidade de plantas infestantes da
área.
37
REFERÊNCIAS
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