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. Aplicação e efeitos da Kinesio taping na epicondilite lateral Karla Viviane Gomes Ebrahim¹ [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia² Pós graduação em Traumato e Ortopedia com Ênfase em Terapias Manuais Resumo Há varias etiologias para a algia na região de cotovelo, e a mais frequente é a epicondilite lateral, uma inflamação que acomete os tendões que se inserem na parte lateral do cotovelo. Causada pelo uso incorreto ou sobrecarga excessiva da musculatura, onde microtraumas são gerados na região dos extensores. Este trabalho objetiva demonstrar a aplicação da fita Kinesio taping assim com seus efeitos na epicondilite lateral, por meio de revisão bibliográfica. A Kinesio taping é uma bandagem terapêutica que estimula através da derme os tecidos contráteis e moles a buscarem sua homeostasia, proporcionando ainda diminuição do quadro álgico, otimização da reparação tecidual e entre outros a facilitação ou limitação dos movimentos. Palavras-chave: Epicondilite lateral; Kinesio Taping®; Cotovelo. 1- Introdução A epicondilite lateral é uma das causa mais comum de dor no cotovelo. De acordo com Baker et al, Putman e Cohen, Nirschl e Baker, a doença foi descrita pela primeira vez por Runger, na literatura germânica, em 1973. É uma inflamação dos músculos que se originam na região lateral do cotovelo, sendo os músculos extensores os mais atingidos. Essa afecção é denominada e conhecida também como tennis elbow ou cotovelo de tenista, provoca quadro doloroso na região de epicôndilo lateral, origem do supinador do antebraço, extensor radial curto do carpo, extensor comum dos dedos, extensor do 5º dedo, extensor ulnar, Ancôneo, e braquiorradial. A etiologia da epicondilite lateral é variada; sua patologia obscura; e sua cura i ncerta” (Cohen e Romeu, 2001). ¹ Pós-graduanda em Traumatologia Ortopedia com ênfase em terapia manuais

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Aplicação e efeitos da Kinesio taping na epicondilite lateral

Karla Viviane Gomes Ebrahim¹

[email protected]

Dayana Priscila Maia Mejia²

Pós graduação em Traumato e Ortopedia com Ênfase em Terapias Manuais

Resumo

Há varias etiologias para a algia na região de cotovelo, e a mais frequente é a epicondilite

lateral, uma inflamação que acomete os tendões que se inserem na parte lateral do cotovelo.

Causada pelo uso incorreto ou sobrecarga excessiva da musculatura, onde microtraumas são

gerados na região dos extensores. Este trabalho objetiva demonstrar a aplicação da fita

Kinesio taping assim com seus efeitos na epicondilite lateral, por meio de revisão

bibliográfica. A Kinesio taping é uma bandagem terapêutica que estimula através da derme os

tecidos contráteis e moles a buscarem sua homeostasia, proporcionando ainda diminuição do

quadro álgico, otimização da reparação tecidual e entre outros a facilitação ou limitação dos

movimentos.

Palavras-chave: Epicondilite lateral; Kinesio Taping®; Cotovelo.

1- Introdução

A epicondilite lateral é uma das causa mais comum de dor no cotovelo. De acordo com Baker

et al, Putman e Cohen, Nirschl e Baker, a doença foi descrita pela primeira vez por Runger, na

literatura germânica, em 1973. É uma inflamação dos músculos que se originam na região

lateral do cotovelo, sendo os músculos extensores os mais atingidos. Essa afecção é

denominada e conhecida também como tennis elbow ou cotovelo de tenista, provoca quadro

doloroso na região de epicôndilo lateral, origem do supinador do antebraço, extensor radial

curto do carpo, extensor comum dos dedos, extensor do 5º dedo, extensor ulnar, Ancôneo, e

braquiorradial.

“A etiologia da epicondilite lateral é variada; sua patologia obscura; e sua cura incerta”

(Cohen e Romeu, 2001).

¹ Pós-graduanda em Traumatologia Ortopedia com ênfase em terapia manuais

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A epicondilite lateral é causada pelo uso excessivo ou incorreto da musculatura extensora de

punho. Acomete principalmente trabalhadores que executam suas tarefas laborais de forma

incorreta, com esforço intenso isolado e movimentos repetitivamente como, por exemplo,

digitadores ou em alguns desportos, principalmente o tênis, devido a tensões repetitivas na

articulação do cotovelo.

Devido ao uso frequente e demasiado dos tendões, gera-se força no ponto de inserção, o

epicôndilo lateral, gerando micro rupturas do tecido, consequentemente processo

inflamatório, o que causa dor. Dado que a epicondilite lateral e causada pelas contrações

forçadas e repetitivas dos extensores de punho o cotovelo de tenista é especialmente frequente

em indivíduos que realizam movimentos excessivos ou incorretos de extensão de punho. Os

tendões são as extremidades dos músculos que estão aderidas ao osso, para movê-lo quando o

músculo se contrair. Os músculos que estão envolvidos na epicondilite lateral são: supinador

do antebraço, extensor radial curto do carpo, extensor comum dos dedos, extensor do 5º dedo,

extensor ulnar, Ancôneo, e braquiorradial, eles tem sua origem no epicôndilo lateral.

2 - Anatomia do Cotovelo

A articulação do cotovelo é um gínglimo ou articulação em dobradiça, formada pelo úmero,

ulna e rádio. Possui três articulações: úmero-ulnar, entre a tróclea do úmero e a incisura

troclear da ulna, úmero-radial, entre o capítulo do úmero e a cabeça do rádio e rádio-ulnar

proximal, entre a cabeça do rádio e a incisura radial da ulna. Sendo que a articulação rádio –

ulnar é uma juntura trocoide ou em pivô. As superfícies articulares são unidas pela cápsula

articular, que circunda toda a articulação por meio de uma fina camada fibrosa que recobre a

face anterior da articulação, e outra fina camada membranosa com fibras obliquas e

transversais. A cápsula articular é espessada medialmente e lateralmente pelos ligamentos

colaterais ulnar e radial. O ligamento colateral ulnar é um feixe triangular espesso constituído

de uma porção anterior, uma posterior e uma intermediária mais fina. O ligamento colateral

radial é um feixe fibroso triangular. Existe ainda o ligamento anular que é formado por um

forte feixe de fibras que envolvem a cabeça do rádio, mantendo – a em contato com a incisura

radial da ulna, da borda inferior do ligamento anular sai um feixe espesso que se estende até o

colo do rádio, denominado ligamento quadrado. Na extremidade do osso úmero existem

duas proeminências ósseas, que são chamadas de epicôndilo medial e epicôndilo lateral, esse

último é o mais externo, onde se localiza um dos pontos álgicos da tendinite lateral e origem

dos tendões dos músculos envolvidos na inflamação.

2.1- Músculos envolvidos

- Extensor dos dedos: tem sua origem no epicôndilo lateral do úmero, inserção nas falanges

média e distal do 2º ao 5º dedo, é inervado pelo nervo radial (C7 – C8). Realiza a extensão do

punho, MF, IFP e IFD do 2º ao 5º dedo.

- Extensor do 5º dedo: tem sua origem no epicôndilo lateral do úmero, inserção no tendão do

extensor comum para o5º dedo, é inervado pelo nervo radial (C7 – C8). Realiza a extensão do

5º dedo.

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- Extensor Ulnar: tem sua origem no epicôndilo lateral do úmero, inserção na base do 5º dedo

metacarpal, é inervado pelo nervo radial (C6 – C8). Realiza a extensão do punho e adução da

mão (desvio ulnar).

- Ancôneo: tem sua origem no epicôndilo lateral do úmero, inserção no olecrano da ulna e ¼

proximal da face posterior da diáfise da ulna, é inervado pelo nervo radial (C7 – C8). Realiza

a extensão do cotovelo.

- Extensor Radial curto do carpo: tem sua origem no epicôndilo lateral do úmero, inserção na

face posterior do 3º metacarpo, é inervado pelo nervo radial (C7 – C8). Realiza a extensão do

punho.

- Supinador: tem sua origem no epicôndilo lateral do úmero e ligamento colateral radial,

inserção na face lateral e 1/3 proximal da diáfise do rádio, é inervado pelo nervo radial (C6 –

C7). Realiza a extensão do punho e abdução da mão (desvio radial).

- Braquiorradial: tem sua origem na crista supraepicondilar lateral do úmero, inserção Acima

do processo estiloide do rádio, é inervado pelo nervo radial (C5 – C6). Auxilia na flexão do

antebraço.

3 – Diagnóstico:

O diagnóstico é realizado por meio de anamnese, exames radiológicos e descarte de outras

patologias. Na Anamnese são coletadas informações pessoais, localização da dor, tempo de

algia, movimentos que aumentam ou diminuem o processo doloroso, como são realizadas

suas atividades de vida diária e na sua jornada de trabalho, se há sobrecarga ou esforço

repetitivo, é também realizada a palpação e inspeção para observar edemas ou outros sinais

visíveis e palpáveis.

Ainda são realizados Testes ortopédicos para evidencia a musculatura envolvida, assim como

os movimentos comprometidos.

-Teste de Maudsley:

Posição do paciente: sentado.

Descrição do teste: Solicita-se ao paciente uma extensão do 3º quirodáctilo e oferece a

resistência.

Sinais e sintomas: O teste é positivo quando o paciente refere dor próximo ao epicôndilo.

- Teste de Cozen:

Posição do paciente: paciente em decúbito dorsal, parte de uma flexão do punho, pronação

radio-ulnar e flexão do cotovelo, mão do terapeuta realiza palpação no epicôndilo lateral.

Descrição do teste: O terapeuta com uma mão impõe resistência sobre o punho do paciente,

solicitando ao paciente uma extensão de punho.

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Sinais e sintomas: dor no epicôndilo lateral por tendinite dos extensores, o chamado “cotovelo

de tenista”.

Fonte: (Barros Filho & Leach, 2001)

- Teste de Mill:

Posição do paciente: sentado com o cotovelo em extensão° e punho cerrado e posição neutra.

Descrição do teste: O terapeuta forçará o punho do paciente em flexão, enquanto o mesmo

tenta impedir a realizando o movimento de extensão do punho.

Sinais e sintomas: dor no epicôndilo lateral.

Fonte: (Konim, Wiksten, Isear, 2001)

São realizado também exames complementares, como, o raio-x simples tem como objetivo

descartar fraturas, calos ósseos, artroses, artrite reumatoide, doenças ósseas, como

osteoporose. E o Ultra-som e a Ressonância magnética permitem a visualização do tecidos

moles, assim possibilita confirma alterações nos tendões que se originam no epicôndilo

lateral.

É importante ressaltar que antes de fechar o diagnóstico é necessário descarta algumas

patologias, já que as mesmas apresentam sintomas parecidos com os da epicondilite lateral,

entre elas estão: Cervicopatias, Síndrome do nervo Interósseo posterior, artrose capitelar,

corpo livre intrarticular, sinovite do cotovelo, instabilidade rotatória (pós cirurgia ou trauma

do cotovelo) e bursite.

4- Tratamento

Sendo confirmado o cotovelo de tenista, o tratamento geralmente é conservador através de

analgésicos e antiflamatórios não hormonais, infiltração de corticoides, uso de braces

(acessório que envolve o antebraço firmando-o). Essas condutas, no entanto são sempre

indicadas junto ao tratamento s fisioterapêutico.

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Quando não a regressão dos sintomas, total ou progressivo, com o tratamento medicamentoso

e fisioterapêutico a cirurgia é indicada. Essa cirurgia consiste na retirada do tecido fibrótico e

ou liberação parcial da origem do extensor no epicôndilo lateral do úmero, podendo associar a

ostectomia do epicôndilo. Ultimamente se utiliza a infiltração de plasma rico em plaquetas

(PRP) como alternativo a cirurgia, o que proporciona um maior aporte sanguíneo ao tendão

degenerado, possibilitando a remissão dos sintomas e dos fatores que o causam em conjunto

com o tratamento fisioterapêutico.

4.1- Tratamento Fisioterapêutico

O tratamento é realizado através de muitas técnicas visando a melhora do quadro o mais

rápido possível. As técnicas mais utilizadas são:

- Ultra-som terapêutico: O atrito a atividade das células promove calor, aumento do calibre

dos vasos, de fluxo sanguíneo, nutrição tecidual e a retirada de catabólitos, favorecendo a

regeneração tecidual. E devido a esse efeito térmico, que aumenta a irrigação sanguínea local,

leva o aumento do metabolismo e consequentemente retirada do catabólitos, levando uma

descompressão das terminações nervosas de dor local. E Devido ao efeito mecânico acelera a

absorção de fluidos.

- TENS: A estimulação elétrica transcutânea é um valioso recurso físico para alívio da dor,

seja proveniente de dores agudas ou crônicas. Os estímulos no sistema aferente sensitivo,

atingem a via espino talâmico, principalmente núcleos periaqueais que sobre controle cortical

e do sistema líbico liberam endorfinas as quais produzem alívio da algia. E de acordo com a

teoria das comportas os impulsos do TENS são transmitidos através de grosso calibre, do tipo

A, que são de rápida velocidade, já os estímulos da dor são transmitidos através de fibras de

calibre menor, do tipo C, que são lentas. Desta forma os estímulos do TENS chegam primeiro

ao corno posterior da medula, e despolarizam a substância gelatinosa de Holando, impedindo

que os estímulos da dor passem para o tálamo. Sendo assim, as comportas ou portões da dos

são fechados.

- Corrente Interferêncial: A terapia com essa corrente é utilizada principalmente para

reparação de tecidos, analgesia, redução do edema e estimulação neuromuscular.

- Laser Terapêutico: Seus efeitos são analgesia, anti-inflamatório, anti-edematoso, aumenta a

síntese de colágenos, ativação do sistema linfático, proliferação de fibroblastos, aumento da

microcirculação local e entre outros aumento do nível de beta – endorfinas no líquido

encefalorraquidiano.

- Crioterapia: é a modalidade terapêutica preferida na fase aguda. Devido a o seu efeito de

vasoconstrição, ajudar a controlar hemorragia, diminuição do edema e interrompe o ciclo dor-

espasmo.

- Termoterapia: é utilizada no tratamento inflamatório e processo álgico crônico ou subagudo,

pontos gatilhos miofasciais, espasmo muscular e tensão muscular subaguda. Promove

aumento da flexibilidade dos tecidos músculos-tendíneos, diminui a rigidez articular e

aumento da circulação local.

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- Exercícios: Devem ser realizados após o controle da dor, iniciando com atividade isotônica

(aumentando o tempo e carga), e depois atividades isométricas.

- Alongamentos: São exercícios que aumentam flexibilidade. E que devem ser realizado antes

da realização de exercícios, preparando assim o músculo, protegendo-o e melhorando o

desempenho muscular. E após o exercício evitando assim a dor muscular tardia.

- Massoterapia: A ficção da pele estimula mecanorreceptores cutâneos, e esses sinais

sensitivos são capazes de bloquear ou diminuir a transmissão e percepção dos sinais de dor. A

estimulação de grande número de fibras A beta, após estímulos táteis no mesmo segmento,

ativa interneurôneos produtores de encefalinas, que inibem a fibra C de dor.

- Acupuntura: Inibe a transmissão de dor de acordo com a teoria da comporta de Melzck e

Wall, Ativando as fibras A- Beta e inibindo a transmissão por meio das fibras A- delta e C.

Estimula o aumento dos níveis de serotonina e endorfinas, alívio da algia em áreas de

atividade simpática alterada, elimina a contratura muscular e diminuem a hiperatividade

neural.

- Auriculoterapia: Visto que a orelha é um micro-sistema, que se relaciona com todas as

partes do corpo humano por meio de estímulos ao Sistema Nervoso Central. A mesma está

indicada para os mais diversos tipos de enfermidades, tendo entre muitos efeitos a diminuição

da dor.

- Kinesio tamping®: A Kinesio Tape® é uma técnica recente, que é utilizada para diversos

fins terapêuticos, tanto na prevenção, como quando já há lesão. Devido sua capacidade

diminuir o limiar de dor, reduzir inflamação, relaxar os músculos, melhorar o desempenho e

facilitar a reabilitação, apoiando os músculos em movimento.

5- Kinesio Taping ®:

A Kinesio Tapin® é uma técnica de bandagem terapêutica desenvolvida em 1973 pelo Dr.

Kenzo Kase, visando auxiliar os músculos e outros tecidos moles a procurarem sua

homeostase, por meio da estimulação da derme. Drº Kenzo percebeu que os tecidos

musculares, fáscias ligamentos e tendões, quando expostos a estímulos gerados por um

suporte eterno, consequentemente buscavam suas funções normais.

Devido ao material inadequado, por causa da pouca tolerância e curto prazo em contato com

a pele, o Drº Kenzo desenvolveu a Kinesio Taping®, uma bandagem elástica com alta

tolerância à pele sem provocar reações adversas. Por causa das suas propriedades

diferenciadas a Kinesio Taping®, pode ser utilizada 24 horas por dia, por até 5 dias, devido a

ser hipoalérgica é a prova d’água e sem substâncias medicamentosas impregnadas. Permiti

trocas gasosas, facilita a liberação muscular e o fluxo linfático, diminuindo a dor. É feita com

100% algodão, sua cola é ativada pelo calor, apresenta textura e elasticidade semelhante a

pele, com cerca de 40% a 60% de alongamento do seu comprimento de repouso, não contém

elasticidade no sentido transversal. As propriedades elásticas promovem suporte muscular

diminuindo sua fadiga.

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A Kinesio Taping® promove através de estímulos sensoriais e mecânicos constantes na pele,

diversos benefícios, entre eles a diminuição do quadro álgico, correção da biomecânica

articular, redução do processo inflamatório, homeostase dos tecidos moles, facilitação da

circulação sanguínea e linfática, otimização da reparação de lesões teciduais. Pode ser usada

em conjunto com outras terapias, na prevenção de lesões, tratamentos agudos e subagudos e

crônicos, com excelentes resultados e sem efeitos colaterais.

A Kinesio Taping® e disponível em diversas cores, com objetivo de utilizar a cromoterapia

por meio de cores sedativas (refrescantes, inibitórias e relaxantes) ou tonificantes

(estimulantes, fornecem energia, aquecem, ativam e melhoram a circulação sanguínea e

linfática). A largura mais utilizada é a de 5 cm. E mesmo devido a essas diferenças seu

material e elasticidade são os mesmos.

Para a aplicação da Kinesio Taping® é necessário que o profissional tenha conhecimento

sobre anatomia palpatória, testes ortopédicos, funções musculares, amplitude de movimento e

disfunção de força muscular e de movimento.

5.1 Aplicação

A Kinesio tex Tape é a bandagem utilizada, ela tem uma elasticidade que varia de 40% a 60%

do seu comprimento em repouso, sendo 100% de tensão da bandagem a elasticidade máxima

conhecida. Quando retirada do papel tem 10% a 15% de tensão e retorna ao seu comprimento

de repouso, ficando classificada como normotensão ou sem tensão. Sendo que quanto maior a

tensão, mais efeitos mecânicos são gerados, e quanto menor maior são os efeitos sensitivos.

Há três tipos mais frequentes de cortes da Kinesio tex Tape. O corte e I, Y, X de garfo ou de

Rabo.

Fonte: (KASE, K; LEMOS, Thiago; DIAS, Elton, 2013)

Para a aplicação da Kinesio tex Tape, é necessário verifica se há descontinuidade ou lesões

cutâneas, se houver deve-se evitar essas áreas. A área da aplicação deve ser limpa, e em caso

de peles frágeis deve- se usar hidróxido de magnésio, evitando assim possíveis irritações. E

regiões do corpo com muitos pelos deve ser realizada a tricotomia, visando melhorar a

aderência da bandagem na pele.

A bandagem deve ser colocada com o seguimento a ser tratado em alongamento, visando

diminuir a tensão na bandagem durante o movimento, e quando o tecido não for estirado

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colocar a bandagem mais suave. A bandagem só é utilizada com tensão moderada ou forte

quando se realiza técnicas corretivas.

Em pacientes que tem muita sudorese, ou que praticas atividades físicas extenuantes ou

aquáticas, a aplicação deve ser realizada 30 minutos antes da prática, e para que a fixação da

bandagem seja maior pode-se usar um pré-aplicador como o Skin Pre ap.

A aplicação da Kinesio tex Tape é contraindicada em região com atividades malignas, áreas

com celulite, infecções ativas na pele, feridas abertas, trombose venosa profunda ativa, e

pacientes que apresentem alergia a bandagem. Quando houver dúvida sobre a aplicação em

determinadas patologias, deve procurar o médico responsável pelo paciente, para discuti sobre

o tratamento com Kinesio Taping®.

Existem seis modalidades de técnicas corretivas: Correção Mecânica, emprega entre 50% a

75% da tensão máxima, promove posicionamento específico, manutenção da ADM, melhora

da circulação, inibição de movimentos indesejáveis, e entre outros a prevenção de atritos

articulares; Correção Facial, é utilizada com tensão entre 15% e 50%, para proporcionar

reposicionamento mantido, ou movimentação da fáscia em determinada direção abaixo da

pele, quando aplicada longitudinalmente atinge porções superficiais e transversalmente atinge

porções mais profundas; Correção Espacial, emprega entre 25% a 50% de tensão, tem por

finalidade aumentar o espaço abaixo da pele (derme, epiderme e fáscia superficial) em tecidos

lesados, com sinais de inflamação, seus efeitos fisiológicos são o aumento da circulação local,

eliminação de exsudato intersticial, ativação dos mecanoceptores locais e redução da dor local

devido a inibição a nível medular; Correção Ligamentar e Tendínea, pode ser iniciada tento

pela ancora como pela zona terapêutica, a primeira sempre com 0% de tensão e a segunda

com 75% a 100%, nos ligamentos superficiais a bandagem age diretamente sobre ele, já nos

ligamento profundos a bandagem possui uma ação mais mecânica; Correção funcional, é

usada como uma pré carga, aplicada ao favor ou contra o movimento, a tensão vai depender

do objetivo desejado; Correção Linfática e Circulatória, busca facilitar o aporte de fluidos

linfáticos e sanguíneos para áreas debilitadas, usa-se tensão entre 10% a 15%.

Durante a aplicação das bandagens a seguir, não coloque tensão sobre as âncoras. Deve- se

retornar o paciente para a posição inicial. Avaliar a qualidade da bandagem e os resultados

finais.

5.1.1 – Técnica para o Braquioradia:

Fonte: (KASE, K; LEMOS, Thiago; DIAS, Elton, 2013)

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-Medida: distancia entre o processo estiloide do rádio até o epicôndilo lateral do úmero.

- Corte: Em “Y” de acordo com a devida feita sobre o paciente.

- Largura: 3,75 cm nas bases e nas caudas esse valor é dividido ao meio.

-Tamanho da âncora: Em geral de 2,5 a 3cm. Se houver aumento da tensão sobre a

bandagem, a âncora deverá ser maior.

- Ancoragem inicial: Fazer a ancoragem sobre o processo estilóide do rádio.

- Cauda medial e cauda lateral: Com o ombro em abdução e extensão leve. Fazer um desvio

ulnar para aumentar a distensão da pele. Aplique a Kinesio taping com tensão adequada na

cauda medial e lateral da bandagem, de forma que elas envolvam o músculo.

- Fazer a Ancoragem final destas caudas. Ativar as bandagens.

5.1.2 – Técnica Extensor dos dedos

Fonte: (KASE, K; LEMOS, Thiago; DIAS, Elton, 2013)

- Medida: Distância entre a epífise distal da falange proximal do dedo médio até o epicôndilo

lateral do úmero.

-Corte: Especial com 4 caudas na região dos dedos e duas caudas na outra extremidades.

- Largura 5cm na base e 2,5cm nas 2 caudas proximais e 1,25cm nas 4 caudas distais.

- Tamanho da âncora: Em geral de 2,5 a 3 cm. Entretanto, na região doa dedos as âncoras são

proporcionalmente menores. Nesta região é comum usarmos âncoras de 0,5 a 1,0cm. Fazer a

flexão do punho, aplicar uma pré-ancoragem na linha do punho.

- Colar a Kinesio taping em direção a cada um dos dedos com a tensão desejada, com os

dedos em flexão (todas as falanges ósseas).Fazer a ancoragem na extremidade dos dedos.

Aplicar a bandagem sobre a região dorsal do punho.

- Direcionar as caudas para o epicôndilo lateral, com o punho em flexão, de forma a envolver

este músculo e distribuir a tensão empregada.

5.1.3 – Técnica para Extensor Ulnar do Carpo

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Fonte: (KASE, K; LEMOS, Thiago; DIAS, Elton, 2013)

- Medida: Distância entre o epicôndilo lateral até o osso piramidal no dorso da mão.

- Corte: Em “I” de acordo com a medida feita sobre o paciente.

- Largura: bandagens com 2,5 cm na base.

- Tamanho da âncora: Em geral de 2,5 a 3 cm. Lembre-se se aumentarmos a tensão sobre a

bandagem, a âncora deverá ser maior.

- Ancoragem inicial: Fazer a aplicação sobre a projeção do osso piramidal no dorso da mão.

- Posicionamento: Fazer uma leve flexão do punho. Colocar a mão sobre a âncora para

estabiliza-la durante a tensão. Fazer a tensão adequada, em direção ao epicôndilo lateral do

úmero. Fazer a ancoragem final. Ativar a bandagem.

6 – Metodologia

O método utilizado foi revisão bibliográfica, que é desenvolvida com base em material pré-

elaborado, livros e artigos científicos. A revisão bibliográfica gera maior confiabilidade e

informações para melhor captação do assunto e assim aproximar teoria e prática. O

levantamento bibliográfico foi realizado consultando artigos de periódicos nacionais, e

eletrônico no sistema Medline, Scielo, Bireme, Lilics, Pedro, Pubmed, utilizando os seguintes

descritores: cotovelo, epicondilite lateral e Kinesio Taping® .

7 – Resultados e Discussão

A apicondilite lateral é uma patologia tendínea e muscular, gerada por esforço repetitivo ou

excessivo da musculatura extensora do antebraço, provocando microlesões na inserção dos

tendões acometidos. Os microtraumas provocam o aparecimento de hiperplasia fibranginosa

nos tendões. Esse achado sugere que a epicondilite crônica constitui-se em um processo mais

degenerativo que inflamatório. Sendo que após o primeiro trauma a área lesa com maior

recorrência, gerando formação de depósitos granulosos, de cálcio além de hemorragia dentro

do tecidos circunvizinhos. Quando a sobrecarga continua acorrendo, a degeneração das fibras

de colágeno nos tendões não proporciona melhora, cicatrizes fibróticas podem se formar e o

paciente passa a sentir dor crônica e diminuição da força.

Os músculos traumatizados são os extensores do punho e dos dedos. É um estresse mecânico

altamente localizado nas áreas de inserção dos tendões do epicôndilo lateral do cotovelo,

ocasionando processo álgico que geralmente inicia-se de forma leve e piora progressivamente

na região do epicôndilo lateral, na parte externa do cotovelo, podendo ter irradiação para o

antebraço, punho, mão e ombro.

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Essa afecção é corriqueira em pessoas que praticam tênis e outros desportes que usem raquete,

porém pode acontecer em qualquer individuo que realize movimentos repetitivos, atividades

que envolva movimentos de prono-supinação em excesso, como os movimentos de

encanadores, entre outros digitadores.

Os sintomas são: dor ao ser pressionado levemente o tendão no epicôndilo lateral, ou dor na

parte externa do cotovelo ao ser realizada a extensão do pulso e perda de força. Visto os

sintomas, a aplicação da Kinesio Taping® possibilita a diminuição de quadro álgico,

facilitação dos fluidos sanguíneos e linfáticos, aumenta da amplitude de movimento, redução

do processo inflamatório, cria mais espaço nos níveis epidérmicos, dérmicos e hipodérmico,

proporcionando maior eficácia junto a outros tratamentos. Porém a técnica deve ser estudada

mais afundo para seja empregada de forma correta a necessidade de cada paciente, tem que

ser analisado: se está em fase aguda ou crônica, qual o tendão ou tendões lesionados, qual o

movimento que está comprometido, se deve inibir ou facilitar o movimento do músculo, a

técnica a ser empregada (Sistema endógeno e analgésico, correção articular, efeito circulatório

ou suporte muscular).

8- Conclusão

A técnica Kinesio Taping® representa uma boa opção para ser associada ao tratamento da

epicondilite lateral, visto que a mesma mostra-se eficaz na redução de dor, e na melhora da

qualidade de movimento na epicondilite lateral. Devido a epicondilite lateral ser uma afecção

de difícil e prolongado tratamento e com grande risco de reincidência, torna-se necessário a

realização de mais estudos sobre a Kinesio Taping® na epicondilite lateral, assim varias

questões ainda serão esclarecidas, assim como a comprovação da eficácia do método. A

Kinesio Taping® pode ser utilizada na prevenção, na fase aguda e crônica da afecção, porém

para se ter resultados positivos, é necessário avaliar e constatar onde está o comprometimento

primário.

Devido a ser uma afecção que acomete muitos indivíduos, seja por uso excessivo ou incorreta

realização dos movimentos, a prevenção torna-se muito importante. Para preveni-la deve-se,

utilizar equipamentos adequados, realizar alongamentos antes e depois das atividades,

fortalecer a musculatura e utilizar a Kinesio Tape para a realização de movimentos que exijam

mais da articulação e dos músculos.

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