INTERTEXTUALIDADE · Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra...

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INTERTEXTUALIDADE

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INTERTEXTUALIDADE:

ALUSÃO OU

REFERÊNCIA

CITAÇÃO

PARÁFRASE

VERSÃO MUSICAL

PARÓDIA

PASTICHE

BRICOLAGEM

SAMPLE

TRADUÇÃO ou

VERSÃO

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INTERTEXTUALIDADE

DIÁLOGO, DIRETA OU INDIRETAMENTE, QUE UMA OBRA POSSUI

COM OUTRAS OBRAS JÁ PRODUZIDAS, COM OBJETIVO DE:

FAZER UMA REFERÊNCIA OU REVERÊNCIA;

RIDICULARIZÁ-LA,

FAZER UMA CITAÇÃO LITERAL e / ou PARCIAL

PARAFRASEÁ-LA;

COPIAR DE MODO IMITATIVO (pastiche)

RECORTÁ-LA E COLAR DE UM MODO PECULIAR (bricolagem e/ ou

sample).

OBS.: Esse transito ocorre entre várias artes e os vários gêneros textuais – A

literatura, a televisão, as artes plásticas, o cinema, a fotografia, a Internet, a

dança, a música, a propaganda, canções, provérbios, quadrinhos etc.

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ALUSÃO OU REFERÊNCIA:

Associar algo ou alguém a uma personagem da

história, da televisão, do cinema , da literatura ou

outra arte qualquer.

Ex.: Que figura quixotesca. / Ele é maquiavélico.

Ela é uma Messalina. / Mário é um Dom Juan.

Agora é tarde e a Inês é morta.

"POETA SOLDADO - ...Possuo o coração de

Macbeth e a bolsa de Rockfeller”

Oswald de Andrade – O homem e o cavalo

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•LÍNGUA –Caetano Veloso

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Língua Caetano Veloso

Gosta de sentir a minha língua roçar

a língua de Luís de Camões

Gosto de ser e de estar

E quero me dedicar a criar confusões de prosódia

E uma profusão de paródias

Que encurtem dores

E furtem cores como camaleões

Gosto do Pessoa na pessoa

Da rosa no Rosa

E sei que a poesia está para a prosa

Assim como o amor está para a amizade

E quem há de negar que esta lhe é superior?

E deixe os Portugais morrerem à míngua

"Minha pátria é minha língua”

Fala Mangueira! Fala

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Flor do Lácio Sambódromo

Lusamérica latim em pó

que quer

O que pode esta língua?

Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas

E o falso inglês relax dos surfistas

Sejamos imperialistas! Cadê?

Sejamos imperialistas!

Vamos na velô da dicção

choo-choo de Carmem Miranda

E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate

E - xeque-mate - explique-nos Luanda

Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo

Sejamos o lobo do lobo do homem

Lobo do lobo do lobo do homem

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Adoro nomes

Nomes em ã

De coisas como rã e ímã

Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã

Nomes de nomes

Como Scarlet Moon de Chevalier,

Glauco Mattoso e Arrigo Barnabée

Maria da Fé

Flor do Lácio Sambódromo

Lusamérica latim em pó

O que quer, o que pode esta língua?

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Se você tem uma ideia incrível

é melhor fazer uma canção

Está provado que só é possível

filosofar em alemão

Blitz quer dizer corisco

Hollywood quer dizer Azevedo

E o Recôncavo, e o Recôncavo,

e o Recôncavo meu medo

A língua é minha pátria

E eu não tenho pátria, tenho mátria

E quero fratria

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Poesia concreta, prosa caótica, ótica futura

Samba-rap, chic-left com banana

(- Será que ele está no Pão de Açúcar?

- Tá craude brô / - Você e tu / - Lhe amo

- Qué queu te faço, nego?- Bote ligeiro!

- Ma'de brinquinho, Ricardo!?

- Teu tio vai ficar desesperado!

- Ó Tavinho, põe camisola pra dentro, assim

mais pareces um espantalho!

- I like to spend some time in Mozambique

- Arigatô, arigatô!)

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Nós canto-falamos

como quem inveja negros

Que sofrem horrores no Gueto do Harlem

Livros, discos, vídeos à mancheia

E deixa que digam, que pensem, que falem

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PASTICHE

É um tipo de intertexto que se realiza no plano

formal da obra, isto é, segue um modelo, uma

estrutura já consagrada para recriar um programa

de TV, um quadro de humor, uma obra de arte, uma

prosa, um poema, mantendo-se o mesmo estilo

num processo de simulação.

Ex.: O programa de humor “Os Trapalhões”,

apresentado pela TV Globo, é um exemplo típico de

recriação, do humor-pastelão, representado pelos

“Três patetas”, na década de 60/70.

Obs: o plágio é um tipo de pastiche ilegal

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PASTICHE

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PASTICHE

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PASTICHE: XVII GINCAT

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PASTICHE: XVII GINCAT

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Amor – Poesia futurista

A Dona Branca Clara

Tome-se duas dúzias de beijocas

Acrescente-se uma dose de manteiga do Desejo

Adicione-se três gramas de polvilho de Ciúme

Deite-se quatro colheres de açúcar da Melancolia

Coloque-se dois ovos

Agite-se com o braço da Fatalidade

E dê de duas em duas horas marcadas

No relógio de um ponteiro só!

Oswald de Andrade

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PARÁFRASE: CITAÇÃO INDIRETA

REESCREVER UM TEXTO COM BASE EM

ELEMENTOS DE OUTRO TEXTO, SEM TOM AGRESSIVO

OU SARCÁSTICO.

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”Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não

tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que

retine. Ainda que tivesse o dom de profetizar, e conheça todos

os mistérios e toda a ciência, e ainda que eu tenha tamanha fé,

ao ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei."

1 Coríntios 13:1,2

Ainda que eu falasse a língua

dos homens / e falasse a

língua dos anjos / sem amor

eu nada seria / é só o amor /

é só o amor / que conhece o

que é verdade / o amor é

bom, não que o mal / não

sente inveja ou se envaidece.

Renato Russo – Monte Castelo

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P

A

R

Á

F

R

A

S

E

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Quando nasci um anjo torto

desse que vive na sombra

disse: Vai Carlos! Vai se gauche na vida […] Poema de sete faces - Carlos Drummond de Andrade

Quando nasci um anjo safado

Um chato do querubim

Me disse que eu estava predestinado

A ser errado assim […] Até o fim - Chico Buarque de Holanda

Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada [...] Com licença poética - Adélia Prado

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Canção do Exílio

Mi / nha / ter / ra / tem / pal / mei / ras [ redondilha maior] Onde canta o sabiá,

As aves que aqui gorjeiam

Não gorjeiam como lá.[...] Gonçalves Dias

Europa, França e Bahia

Meus olhos brasileiros se fecham saudosos

Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.

Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?

Eu tão esquecido de minha terra…

Ai terra que tem palmeiras

Onde canta o sabiá![...]

Carlos Drummond de Andrade

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Canção do Exílio às Avessas - Jô Soares

Mi / nha / Din / da / tem / cas / ca / tas [ redondilha maior]

Onde canta o curió

Não permita Deus que eu tenha

De voltar pra Maceió.

Minha Dinda tem coqueiros

Da Ilha de Marajó

As aves, aqui, gorjeiam

Não fazem cocoricó.

•meu céu tem mais estrelas

•Minha várzea tem mais cores.

•Este bosque reduzido

•deve ter custado horrores.

•E depois de tanta planta,

•Orquídea, fruta e cipó,

•Não permita Deus que eu tenha

•De voltar pra Maceió. [...]

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VERSÃO MUSICAL É a reprodução de uma melodia que tem uma letra original,

executada com uma nova letra, podendo ser ou não

tradução. À Intertextualidade, neste caso, tem com

referência fundamental a composição melódica.

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VERSÃO MUSICAL

É a reprodução de uma melodia que tem uma letra original,

executada com uma nova letra, podendo ser ou não

tradução. À Intertextualidade, neste caso, tem com

referência fundamental a composição melódica.

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Obs.: a versão musical pode ser cômica, crítica, satírica,

romântica etc.

Todavia, não se constitui uma paródia porque não tem

como objetivo satirizar, debochar com o texto original.

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PARÓDIA

A paródia é a recriação de um texto, geralmente

célebre, conhecido, uma reescritura de caráter

contestador, irônico, zombeteiro, crítico, satírico,

humorístico, jocoso.

A paródia constrói, assim, um percurso de desvio

em relação ao texto parodiado, numa espécie de

insubordinação crítica, cômica. É, portanto, uma

releitura cômica com um tom sarcástico e

debochado para com o texto original.

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•Bom conselho - Chico Buarque de Holanda

•Provérbios: Vá dormir que a dor passa;

Quem espera sempre alcança;

Não brinques com fogo, pois você se queima;

Pense duas vezes antes de agir;

Devagar é que se vai longe;

Quem semeia ventos, colhe tempestade.

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Canção do Exílio Murilo Mendes

Minha terra tem macieiras da Califórnia

onde cantam gaturanos de Veneza[…]

Uma canção Mario Quintana

Minha terra não tem palmeiras...

E em vez de um mero sabiá,

Cantam aves invisíveis

Nas palmeiras que não há [...]

Canto de regresso à pátria Oswald de Andrade

Minha terra tem palmares

Onde gorjeia o mar

Os passarinhos daqui

Não cantam como os de lá [...]

Nova canção do

exílio CARLOS DRUMMOND DE

ANDRADE

Um sabiá

na palmeira, longe.

Estas aves cantam

um outro canto.

Jogos Florais Cacaso

Minha terra tem Palmares

memória cala-te já.

Peço licença poética

Belém capital Pará.

Ficou moderno o Brasil

ficou moderno o milagre:

a água já não vira vinho,

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Vou-me embora de Pasárgada

sou inimigo do rei

não tenho nada que quero

Não tenho e nunca terei

Vou-me embora de Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

A existência é tão dura

As elites tão senis

Que Joana, a louca da

[Espanha

Ainda é mais coerente

Do que os donos do país.

Millôr Fernandes.

Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconsequente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive.

Manuel Bandeira.

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O “Homem Vitruviano” é uma obra de 1490

e que foi primeiramente baseada numa

obra mais antiga sobre arquitetura do

famoso Vitrúvio e que faz menção às

proporções divinas perfeitas, portanto este

homem seria o ideal humano; toda a obra

tem proporções baseadas no número ‘phi’

(1,618) que os gregos difundiram.

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TRADUÇÃO ou VERSÃO é uma atividade que abrange

a interpretação do significado de um texto

em uma língua (o texto fonte) e a produção

de um novo texto em outra língua com

sentido equivalente. O texto

resultante também se chama tradução.

Obs.: Os tradutores profissionais julgam haver uma

diferença. Para eles tradução é a passagem de um

texto em língua estrangeira para a língua nativa. E o

tremo versão é o contrário disso: passar um texto da

língua nativa para uma língua estrangeira.

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Edith Piaf chante - “ Non, jé né regrette rien”

Edith Piaf canta: “Não, eu não lamento nada”

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Proposições iniciais ( Resumo ):

1. A parodia é a deformação, a censura de um texto

preexistente.

2. O pastiche é a imitação criativa de um texto preexistente.

O plágio (também pastiche) é a imitação ilegítima de um texto

preexistente.

4. A paráfrase é o desenvolvimento de um texto preexistente.

5. A alusão é a referência indireta a um texto preexistente.

6. A citação é a transcrição de um texto preexistente.

7. A bricolagem é “uma colcha de retalhos” de vários texto de

um mesmo autor ou de vários autores.

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Muito obrigado a todos vocês!!!

I

Aguardem a lista de exercícios para

treinarmos este conteúdo.