Labor filológico

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Page 1: Labor filológico

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE HUMANIDADES

CURSO DE LETRAS

DISCIPLINA: PROJETO IV

O LABOR FILOLÓGICO

Prof. Dr. Expedito Ximenes

Mestranda: Adriana Josino

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O CONCEITO DE FILOLOGIA

• Estudo de uma língua em todos os seus aspectos e também dos escritos que a documentaram. • Estudo de uma língua através de seus documentos escritos. Visa a restauração, fixação e crítica dos textos para o conhecimento do uso linguístico e de sua história. • É a ciência que estuda uma língua sob uma ótica histórica, a partir de documentos escritos.

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FILOLOGIA E LINGUÍSTICA

• Visão histórica. • Os estágios por que passou a Linguística (para Saussure). • Nos dias atuais, dedica-se ao estudo dos textos, à apreensão do seu teor informativo e ao acesso a eles pela sociedade.

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O LABOR FILOLÓGICO

• Aquisição de conhecimento e cultura, através da apreensão da palavra como expressão da inteligência e do pensamento do outro. (Bassetto, 2001). • Interface com outras ciências: Paleografia, Codicologia, Diplomática e Crítica Textual. • A crítica textual é “... a mais nobre e a mais autêntica maneira de se fazer filologia” (AUERBACH, 1972, p. 11), pois restitui e fixa a genuína forma de um texto.

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O TEXTO E SUAS MODIFICAÇÕES

• Exógenas: deriva da corrupção do material utilizado para registrar o texto (papiro, papel, tinta, grafite etc.). • Endógenas: deriva do ato de reprodução do texto em si, da transferência do texto para outro suporte material.

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TIPOS DE EDIÇÕES

• Monotestemunhal: aquela em que há apenas um testemunho (não há confronto entre dois ou mais testemunhos do mesmo texto). Subdivide-se em fac-similar, diplomática, paleográfica e interpretativa. (Cambraia, 2005). Spina (1994) emprega terminologia diferente: mecânica, diplomática, semidiplomática e crítica. • Politestemunhal: baseia-se no confronto de dois ou mais testemunhos do mesmo texto.

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EDIÇÃO FAC-SIMILAR

• Também chamada fac-símile, fac-similada ou mecânica. • É aquela em que não há intervenção por parte do editor, “... apenas se reproduz a imagem de um testemunho através de meios mecânicos, como fotografia, xerografia...” (CAMBRAIA, 2005, p. 91).

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EDIÇÃO DIPLOMÁTICA

• O grau de mediação é baixo. “Neste tipo de edição, faz-se uma transcrição rigorosamente conservadora de todos os elementos presentes no modelo, tais como sinais abreviativos, sinais de pontuação, paragrafação, translineação, separação vocabular etc.” (CAMBRAIA, 2005, p. 93). A vantagem desse tipo de edição é a facilidade de leitura que propicia ao leitor, por não ter que decifrar as formas gráficas da escrita original.

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EDIÇÃO PALEOGRÁFICA OU

SEMIDIPLOMÁTICA

• Há um grau médio de intervenção, pois, “... no processo de reprodução do modelo, realizam-se modificações para o tornar mais apreensível por um público que não seria capaz de decodificar certas características originais, tais como os sinais abreviativos”. (CAMBRAIA, 2005, p. 95). • Nesse tipo de edição, pode-se, além de desenvolver as palavras abreviadas, inserir ou suprimir elementos por dedução (embora essas operações sejam explicitamente assinaladas na reprodução), com o objetivo, por exemplo, de facilitar a leitura do texto por pessoas menos especializadas.

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EDIÇÃO INTERPRETATIVA

OU CRÍTICA

• Pode ocorrer o grau máximo de intervenção admissível. Desenvolvem-se abreviaturas, fazem conjecturas, mas, além disso, “... o texto passa por um forte processo de uniformização gráfica e as conjecturas vão além das falhas óbvias, compreendendo intervenções que aproximem o texto do que teria sido sua forma genuína”. (CAMBRAIA, 2005, p. 97). É importante salientar que a uniformização é essencialmente gráfica: não há uniformização de variantes fonológicas, morfológicas, sintáticas e lexicais.