Lagomar Tem Jeito 2 - Dezembro 2011

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Moradores do Lagomar pedem sinalização para evitar acidentes Assim como a BR 101 é considerada a “Rodovia da morte”, a principal ar- téria do bairro Lagomar – W 5, já está sendo batizada de “Avenida da mor- te”, simplesmente pelo fato de ocorrer no local, dezenas de acidentes com vítimas fatais quase que diariamente. Os moradores pedem providencias à Macaé Trânsito e Transporte (Mactran). Veja nas Págs. 4. Economia solidária: Mulheres criam cooperativa de costura Uma iniciativa solidária está acontecendo no bair- ro Lagomar com o objetivo de beneficiar cerca de 40 famílias - a criação de uma cooperativa de corte e cos- tura. O projeto foi conce- bido por três amigas para gerar emprego e renda. A ação conta com o apoio da iniciativa privada. Pág.5. Comerciantes do bairro apostam nas vendas de fim de ano Durante todo o mês de dezem- bro até os primeiros dias de 2012 os 60 comerciantes do bairro Lago- mar estão vendo com bons olhos as vendas de fim de ano. A data mais popular do calendário ocidental que registra o nascimento de Jesus Cris- to, no dia 25 e o brindar das taças na passagem do ano, sensibilizam e emocionam as pessoas. Pág.4. Mais um ano se passa e o cidadão continua bebendo água amarela- da, sem potabilidade. Quem será o pai do abastecimento d’água tão sonhado pelos moradores do Lagomar? Leia mais sobre este assunto na coluna “Nos bastidores”. Pág.8. Foto-legenda • Parque Lagomar agora conta com ginástica ao ar livre e Celso Daniel precisa de apoio para escoar a produção. Pág.7. • Falta saneamento na capital do petróleo. Pág.3. Na W 5 ônibus, caminhões, carros e bicicletas disputam espaço As associadas trabalham para manter a família As lojas estão com preços convidativos

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Jornal tablóide do Bairro Lagomar em Macaé, o bairro mais populoso da Capital Nacional do Petróleo.

Transcript of Lagomar Tem Jeito 2 - Dezembro 2011

Moradores do Lagomar pedem sinalização para evitar acidentes Assim como a BR 101 é considerada a “Rodovia da morte”, a principal ar-téria do bairro Lagomar – W 5, já está sendo batizada de “Avenida da mor-te”, simplesmente pelo fato de ocorrer no local, dezenas de acidentes com vítimas fatais quase que diariamente. Os moradores pedem providencias à Macaé Trânsito e Transporte (Mactran). Veja nas Págs. 4.

Economia solidária: Mulheres criam cooperativa de costura

Uma iniciativa solidária está acontecendo no bair-ro Lagomar com o objetivo de beneficiar cerca de 40 famílias - a criação de uma cooperativa de corte e cos-tura. O projeto foi conce-bido por três amigas para gerar emprego e renda. A ação conta com o apoio da iniciativa privada. Pág.5.

Comerciantes do bairro apostam nas vendas de fim de anoDurante todo o mês de dezem-

bro até os primeiros dias de 2012 os 60 comerciantes do bairro Lago-mar estão vendo com bons olhos as vendas de fim de ano. A data mais popular do calendário ocidental que registra o nascimento de Jesus Cris-to, no dia 25 e o brindar das taças na passagem do ano, sensibilizam e emocionam as pessoas. Pág.4.

Mais um ano se passa e o cidadão continua bebendo água amarela-da, sem potabilidade. Quem será o pai do abastecimento d’água tão sonhado pelos moradores do Lagomar? Leia mais sobre este assunto na coluna “Nos bastidores”. Pág.8.

Foto-legenda

• Parque Lagomar agora conta com ginástica ao ar livre e Celso Daniel precisa de apoio para escoar a produção. Pág.7.

• Falta saneamento na capital do petróleo. Pág.3.

Na W 5 ônibus, caminhões, carros e bicicletas disputam espaço As associadas trabalham para manter a família

As lojas estão com preços convidativos

2 • Macaé/RJDezembro de 2011

Excelentíssimo desembargador,

Considerando que o bairro La-gomar, situado no ponto extremo norte de Macaé/RJ é formado na sua grande maioria, por tra-balhadores de baixa renda que fixaram residência há mais de 10 anos nesta área (que não possui infraestrutura adequada, água potável, escoamento de esgoto e ruas pavimentadas, dentre outros serviços públicos);

Considerando que parte dos 20 mil moradores (dados do IBGE) é advinda de outros mu-nicípios brasileiros e que, atraí-dos pelo pólo petrolífero vieram tentar uma nova vida com suas famílias, formando um aglomera-do urbano pacífico, porém quase abandonado pelo Poder Público;

Vimos respeitosamente solici-tar ao digno presidente do TRE que, a exemplo de muitos bairros do município do Rio de Janeiro,

disponibilize os ônibus da Justi-ça Eleitoral Itinerante (JEI) para atender aos cidadãos desta comu-nidade com serviços próprios de uma zona eleitoral, como alista-mento, emissão do título, trans-ferência de domicílio eleitoral, re-visão e regularização da situação eleitoral, entre outros.

Para sua informação, o nos-so ritmo diário de trabalho para sustentar nossas famílias não nos deixa muito tempo para o exercí-cio livre e consciente da cidadania. Assim sendo, vemos que o Proje-to TRE Cidadão regularizaria a situação de muitas pessoas que ainda não tiveram a oportunida-de para estar em dias com a jus-tiça eleitoral. Saiba que, segundo informações do cartório eleitoral desta região, desse contingente de 20 mil moradores apenas três mil possuem título em dias no domicí-lio eleitoral de Macaé.

Assim sendo, aguardamos o veredito de Vossa Excelência nes-

te ano pré-eleitoral, pois muitos de nós queremos votar e escolher democraticamente seus repre-sentantes, no livre exercício cida-dão. Aguardamos Vosso parecer que almejamos ser positivo. Vos-sa Excelência poderá responder para o primeiro endereço da lista que segue abaixo com as assina-turas de muitos moradores (resi-dentes e domiciliados) da comu-nidade. É preciso democratizar a justiça eleitoral!

Atenciosamente,

C/C: Ao juiz eleitoral da 254ª Zona Eleitoral de Macaé/

Cartório; Ao desembargador - Sergio Lucio de Oliveira e Cruz e ao desembargador federal -

Sergio Schwaitzer.

(Seguiu a assinatura dos moradores com número de

documentos)

Carta ao Desembargador Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), Luiz Zveiter, com abaixo assinado.

Prezados leitores,

Como dissemos em nossa primeira edição, lançada no Dia da Pátria (7 de setembro), o jornal tablóide Lagomar tem jeito foi produzido para ecoar o grito dos oprimidos, 20 mil moradores (dados do IBGE)

do balneário, somados a outros 20 mil do Parque Lagomar ou Engenho da Praia, do Barreto e adjacências, que duran-te mais de uma década não contaram com políticas públicas referentes aos serviços de infraestrutura urbana do tipo pavi-mentação, saneamento básico (drenagem, abastecimento de água e esgotamento sanitário) e muitos outros serviços que geram a qualidade de vida.

Agora, num ano pré-eleitoral é que a prefeitura deu início às obras de construção das redes de água pluvial e de esgoto, além da pavimentação de algumas ruas, que só serão conclu-ídas em junho de 2012, conforme preconizam matérias divul-gadas na imprensa local e que, provavelmente, serão inaugu-radas às vésperas das eleições municipais.

Logo depois do lançamento do Lagomar tem jeito, no mês seguinte, surgiu outro tablóide com a cara do governo mu-nicipal, produzindo notícias rebuscadas e com o intuito de confundir o leitor do nosso bairro, colocando em evidencia o possível candidato da situação que, como dizem nos bastido-res estaria despencando nas pesquisas encomendadas.

Fiquem sabendo que o nosso jornal Lagomar tem jeito vai continuar a denunciar o descaso do poder público para com os milhares de moradores sofridos que nem serviços públicos básicos conseguiu ter até agora. Na democracia é assim, te-mos liberdade de expressão para cobrar, solicitar, espernear, mas também “tirar o chapéu” e reverenciar quem conseguir executar obras e projetos sócios educacionais. Por isso, fi-quem de olho para não serem enganados outra vez.

Em nossas páginas desta segunda edição voce encontrará, mais uma vez, informações, denúncias e notificações acerca do que acontece no bairro, na cidade e na vida. Tudo de baixo para cima, ou seja, do seio da comunidade para o mundo.

É tudo. Boa leitura!

Maria Estrela

Opinião

Palavra da editoraEditorial

Fiquem de olho! Prezado leitor, publicamos abaixo, na íntegra, a carta aberta de quase 100 moradores/eleitores do Lagomar e adjacências, enviada ao TRE do Rio de Janeiro

Macaé/RJDezembro de 2011 • 3Política

Esgoto a céu aberto, mau cheiro, deficiências de abastecimento d’água e de esgoto sanitário são

problemas de saneamento que se repetem há décadas em Macaé, atingindo bairros carentes, como Nova Holanda, Malvina, Aroeira e Cajueiros e áreas mais nobres como Mirante da Lagoa, Imbeti-ba e Cancela Preta.

O projeto de macrodrenagem que reduziria alagamentos de-correntes das chuvas, ainda não entrou em pleno funcionamento. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 24% das doen-ças no mundo estão relacionadas ao ambiente onde as pessoas vi-vem. No Brasil, a falta de água tratada e de redes de esgoto tira a vida de 15 mil brasileiros por ano. A OMS também detectou que 65% dos leitos dos hospitais do país são ocupados por pacien-tes com problemas de saúde rela-cionados à falta de saneamento.

Saneamento é investimento e não gasto. “Quando se aplica na coleta e no tratamento adequa-dos do esgoto e no abastecimento

regular de água, evita-se que a população adoeça”, disse o médi-co e deputado federal Aluízio Jú-nior, numa entrevista à imprensa de Macaé, ressaltando que, quan-do existe um saneamento ade-quado, é reduzida a demanda por atendimentos de saúde e, con-sequentemente, caem os gastos com hospitais e tratamentos na rede pública. “Estudos indicam que para cada R$ 1 investido em saneamento economizam-se até R$ 5 em gastos com saúde num prazo de 10 anos”, contou.

O médico destacou que uma rede ampla de abastecimento de água complementa uma política preventiva de saúde. “Algumas doenças comuns, como disen-teria, cólera, diarréia, hepatite e leptospirose, podem ser trans-mitidas pela água. Além disso, é preciso considerar que a oferta de água de qualidade também signi-fica inclusão social, pois normal-mente aqueles que não recebem água tratada são pessoas de baixa renda, que não têm condições de pagar medicamentos”, disse.

A questão sobre o esgoto de

Macaé também se relaciona com a não utilização devida dos royal-ties na sustentabilidade ambien-tal, colocando em risco a vida de todas as pessoas que circulam pelo município, independente da classe social ou condição fi-nanceira. Os recursos dos royal-ties poderiam priorizar bairros periféricos como o Balneário Lagomar, o Parque Lagomar ou Engenho da Praia, o Barreto e adjacências, por exemplo, que abrigam ao todo quase 40 mil moradores.

Desde 2005, o bairro Lago-mar, recebeu cerca de R$ 29 milhões para obras de infraes-trutura, que incluíam instalação de rede de esgoto, drenagem e pavimentação, mas somente ago-ra é que estão sendo investidos. A prefeitura aplicou R$ 8 mi-lhões na construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Engenho da Praia para tratar o esgoto de 15 mil pessoas, mas a ETE ainda está em fase de tes-tes. A pergunta é: O Lagomar vai continuar sem água potável e es-gotamento sanitário até quando?

Falta saneamento na Capital do Petróleo

4 • Macaé/RJDezembro de 2011

Moradores do Lagomar pedem sinalização para evitar acidentes Assim como a BR 101 é

considerada a “Rodovia da morte”, a principal ar-téria do bairro Lagomar –

W 5, já está sendo batizada de “Ave-nida da morte”, simplesmente pelo fato de ocorrer no local, dezenas de acidentes com vítimas fatais.

Segundo o relato de morado-res e transeuntes a avenida é bas-tante movimentada e possui um grande fluxo de carros de grande e pequeno porte, motos e bastan-te bicicletas, além do pedestre e não possui nenhuma sinalização que possa educar quem passa no local. “Vários trechos da avenida necessitam de semáforos para orientar o trânsito, principalmen-te, nos cruzamentos. A Macaé Trânsito e Transporte (Mactran) bem que poderia instalar a sina-lização horizontal e vertical para trazer mais segurança para quem transita por aqui”, disse o comer-ciante Joaci Feitosa.

Eidimar Amaro, de 50 anos de idade e há 13 anos comercializan-

do naquela área também não está satisfeito com os acidentes e com a falta de segurança no trânsito. “Já passou da hora da prefeitura colocar sinal nesta avenida, onde muitos caminhões de carga an-dam a 70 quilômetros por hora, os ônibus do SIT só passam a 60 por hora e ainda param fora do ponto. Além disso, os carros pequenos e as motos só andam chutados. De janeiro pra cá eu já contei uns 50 acidentes com ciclistas e pedes-tres”, contabilizou o comerciante.

Ele disse que o número de ca-sos só diminuiu no período em que o Batalhão de Polícia Militar se instalou na área e começou a fazer a ronda na avenida, pois “antes os motociclistas andavam até em duas rodas”.

A instalação de sinalização se-mafórica por parte da Mactran, tão necessária na Avenida W 5, não impede que o órgão pos-sa também manter no local, um agente para auxiliar a população que por ali transita, em meio a um

fluxo de carros e bicicletas muito intenso e nos cruzamentos das vias de acesso.

Para a dona de casa Sandra Torres, que sempre passa pelo lo-cal, a instalação de um semáforo no cruzamento com a W 16 (da escola pública) é muito importan-te, pois é por ali que a maioria dos pais e mães atravessam com suas crianças ao sair da escola. “Se a prefeitura colocar um sinal os motoristas iriam respeitar e have-ria menos acidentes com vítimas fatais”. A dona do supermercado Mancebo, Célia Souza, de 52 anos, concorda que a principal avenida do Lagomar precisa de sinali-zação. Ela conta que na esquina entre a W 5 e a W 14 já conferiu três acidentes graves nos últimos meses.

Os moradores e comerciantes daquela artéria são unânimes em afirmar que após a retirada do BP do bairro os motoristas voltaram a desrespeitar a população. Eles tam-bém querem segurança no local.

Cidade/Bairro

Se houver sinalização o número de acidentes será reduzido

Durante todo o mês de dezembro até os pri-meiros dias de 2012 os 60 comerciantes do bairro Lagomar estão vendo com bons olhos as vendas de fim de ano. A data mais popular do calendário ocidental que regis-tra o nascimento de Jesus Cristo, no dia 25 e o brindar das taças na passagem do ano, sensibilizam e emocionam as pessoas.

Dizem os especialistas (historiadores e sociólogos) que poucas datas comemorati-vas possuem simbologia tão rica quanto o Natal. Da árvore ao peru da ceia, tudo faz parte de tradições históricas e em alguns casos, com mais de 2.000 anos. O resul-tado é uma festa que envolve não apenas a liturgia cristã, mas a soma de diversas crenças populares. É nesse período que as pessoas costumam dar presentes.

Amandio Martins, mais conhecido como “Japa” está otimista e já encheu a loja Ja-palândia de variedades que vão desde o relógio, bonés, bolsas, até DVD’s e capa para motociclista. Ele que está instalado

há mais de três anos na principal avenida, a W 5, disse que nessa temporada o volume de vendas aumenta. “Sempre nessa data a gente acaba vendendo mais um pouquinho”

Outra comerciante que fixou sua loja de confecções naquele pólo e espera um aquecimento durante este mês é a Flávia Oliveira, de 35 anos. Na loja Natália Modas ela comercializa roupas para toda a famí-lia (adulto, criança e bebê) e traz de Juiz de Fora/MG. “As peças são especiais do mer-cado mineiro. Vou buscar diretamente nas fábricas de Juiz de Fora ou de Muriaé, onde tenho uma tia que fabrica roupas de dormir e que valem a pena dar de presente”, disse.

Filial – A avenida W 5 já ganhou filial de muitas lojas, drogarias e supermercados macaenses. Uma delas é o Malucão 2 que funciona com utilidades para o lar, pape-laria e brinquedos. Segundo a vendedora Cilea Santos, os presentes já estão sendo comercializados desde o início do mês. “Nós temos vendido muitas utilidades para

clientes que buscam presentear amigos ocultos e brinquedos para doação e troca de brindes nas escolas”.

Por que trocar presentes - A troca de presentes pode ser explicada de duas formas. A primeira, de fundo religioso, diz que o menino Jesus, quando nasceu, foi presenteado pelos Reis Magos. Ao trocar presentes no Natal, as pessoas estariam repetindo esse ato. Alguns his-toriadores têm outra versão. A troca teria surgido na Roma antiga. Durante uma semana de dezembro, os pagãos saíam às ruas para comemorar a Saturnália. Música, comilança e sexo - tudo era per-mitido. Além disso, as pessoas trocavam presentes como forma de confraterniza-ção. Quando a Igreja Católica escolheu o dia 25 de dezembro como a data oficial do nascimento de Jesus, a Saturnália foi proibida, mas alguns dos costumes pa-gãos, como a troca de presentes, acaba-ram sendo adotados pelo cristianismo.

Comerciantes do bairro apostam nas vendas de fim de ano

As lojas também abrem aos domingos neste período

Macaé/RJDezembro de 2011 • 5

Economia solidária: Mulheres criam cooperativa de costuraUma iniciativa solidá-

ria está acontecendo no bairro Lagomar com o objetivo de be-

neficiar cerca de 40 famílias - a criação de uma cooperativa de corte e costura. O projeto foi concebido por três amigas para gerar emprego e renda.

De acordo com Eunice Araújo, de 56 anos, o começo foi difícil, pois somente ela e sua sócia Ma-dalena Araújo faziam bainhas, pequenos consertos, apertos e folgas em peças usadas. Depois, Suely Gomes se juntou a dupla e pensaram em fazer investimen-tos como a aquisição de mais máquinas de costura. Ela conta como aconteceu.

- Começamos timidamente como Cantinho da Costura, na W 5. Depois, veio o projeto de ampliação do nosso negócio, que batizamos de “Talentos Costura”, para que não ficássemos ape-nas nos consertos e pudéssemos treinar aprendizes para o corte e a costura propriamente dita. En-tão, partimos para buscar apoio e parcerias – explicou.

Parcerias – Com o apoio do

empresário Thiago Silva, do su-permercado Macaé, a coopera-tiva conseguiu um local mais amplo para funcionar com três costureiras e 12 aprendizes. “Agora estamos instaladas na Travessa 11, casa 16, da Aveni-da W 18, trabalhando com má-quinas industriais nas peças de brim, malha, jeans, cretone, po-pelina e outros tecidos”.

Ela destacou que o empresá-rio sempre fala que a economia solidária não é somente uma res-posta para geração de trabalho e renda, mas é fundamentalmen-te, uma alternativa a favor da inclusão social de trabalhadores que precisam de oportunidades.

Projeto futuro - A partir do primeiro dia útil de 2012, as aprendizes irão conhecer todos os segredos de um curso de cor-te e costura para que façam seus próprios modelos. “Além disso, elas irão aprender o tricô, cro-chê, confeccionar almofadas, tapetes, colcha de retalhos e até trapos para serem utilizados nas oficinas de empresas. Ou seja, tudo o que já praticamos”, garantiu Eunice.

Cidade/Bairro

As costureiras contam com o apoio do benfeitor, o empresário Thiago Silva

Um conjunto de emen-das do deputado fede-ral Dr. Aluízio Júnior (PV) vai transferir

para vários municípios do Esta-do do Rio de Janeiro, incluindo Macaé, R$ 15 milhões para me-lhorias de serviços de saúde e educação, já em 2012. Mais do que garantir a destinação de re-cursos para áreas críticas, o en-caminhamento do deputado vai finalmente dar chance a cada uma das cidades contempladas de encontrar um caminho para dar solução à dependência dos serviços médicos procurados em outros municípios.

Numa demonstração de capa-

cidade de articulação política na defesa do seu Estado e atento aos impactos provocados pela indús-tria do petróleo, o parlamentar encaminhou à Comissão Mista de Planos, Orçamentos e Fiscaliza-ção, do Congresso, um pedido de realocação de despesa que, além de beneficiar imediatamente o norte fluminense, área com sérios problemas de infraestrutura, tra-rá uma ajuda essencial para que essas cidades possam estruturar em curto prazo seus próprios ser-viços de assistência se adequando ao projeto de atendimento médi-co básico do Ministério da Saúde. A forma de distribuição de verba determinada pelo deputado dará

uma autonomia há muito dese-jada por cada um dos municípios contemplados.

São 16 emendas encaminhadas a LOA, Lei Orçamentária Anual, destinando verbas que trarão in-dependência na área da saúde para vários municípios, como Conceição de Macabu, que não consegue ter o mesmo desenvolvimento econô-mico das cidades vizinhas impul-sionadas pelos royalties do petró-leo. Para resolver situações como essa, o deputado requereu o envio de recursos, através do Ministério da Saúde, para Macaé, Carapebus, Quissamã, Rio das Ostras, Casimi-ro de Abreu, Conceição de Macabu, Italva e Itaperuna.

Deputado de Macaé garante R$ 15 mi para saúde e educação

6 • Macaé/RJDezembro de 2011

Geral

Diversas travessas inter-caladas nas superqua-dras do bairro estão às escuras. Os moradores

reclamam da falta desse tipo de serviço, tão essencial à qualidade de vida nos centros urbanos. Nossa equipe de reportagem contabilizou quase 40 logradouros sem ilumi-nação pública, uns por falta de ponto de iluminação e outros por simples falta de lâmpadas.

É importante ressaltar que a iluminação pública atua como instrumento de cidadania, per-mitindo aos habitantes desfru-tar, plenamente, do espaço pú-blico no período noturno. Além de estar diretamente ligada à segurança pública no tráfego, a iluminação pública previne a cri-

minalidade, embeleza as áreas urbanas, destaca e valoriza paisa-gens e aproveita melhor as áreas de lazer, entre outras funções.

Um morador da Travessa 335 (ao lado da Rua W 24, sentido praia) que não quis se identificar por medo de represália, reclamou que a comunidade vive amedron-tada pela insegurança que a falta de iluminação ocasiona. Ele dei-xou escapar que há mais ou menos dois anos ocorrera um estrupo na madrugada e que agora, a noite está servindo de abrigo para ma-conheiros. “Nós temos estudantes que passam por aqui a noite, quan-do veem da escola. A prefeitura está em falta para com o povo do Lagomar”, lamentou.

Embora a Constituição Fede-

ral brasileira já tenha definido em seu art. 30 que compete aos mu-nicípios à responsabilidade sobre a realização de serviços públicos de interesse local, dentre eles a iluminação pública, o município de Macaé não cumpre, deixando a população a mercê da sorte. O funcionamento desse importante patrimônio público, tão relevante para a vida do cidadão no ambien-te urbano, ainda deixa muito a de-sejar no Lagomar.

Cabe agora à prefeitura de Macaé, proporcionar o bem estar urbano, através da Empresa Mu-nicipal de Obras Públicas e Ilu-minação (EMOPI), implantando pontos de iluminação nas vias públicas e colocar lâmpadas nas que já possuem.

Comunidade reclama a falta de iluminação pública no balneário

Muitas travessas só precisam de lâmpadas para iluminar o local

Assim como em centenas de cidades brasileiras, Macaé também possui cria-dores de pombos-correio, filiados à Asso-ciação Macaense de Columbofilia. Uma tradição milenar inserida no País pelo Exército Brasileiro para fins de “comuni-cações”. A paixão por pombos-correio vi-rou esporte em todo o território nacional.

Hoje, existe cerca de 800 criadores de pombos-correio na cidade, segun-do o serralheiro Sérgio Assis, que está radicado em Macaé há seis anos. Ele informa que a população de pombos-correio estimada no Brasil está em tor-no de um milhão.

O columbófilo do Balneário Lago-mar mantém no quintal de sua casa 130 espécies tratadas por veterinário e vistos pela fiscalização da associa-ção em que faz parte. Para ele a cria-ção de pombos-correio funciona como um robe, passada de pai para filho. “Para mim, além de ser um robe é uma tradição que herdei do meu pai, pois nasci convivendo com pombos. Atual-mente, cuido deles e participo de inú-meras competições esportivas”.

Assis conta que os pombos-correio são treinados para competições, que

acontecem anualmente em todas as partes do Brasil. “Como essas aves têm a habilidade instintiva de retornar para casa de onde quer que estejam, as pro-vas consistem em soltá-las cada vez mais longe do criadouro e calcular qual faz o trajeto de volta em menos tempo. Na última competição que participamos, em Ilhéus/Bahia, tivemos nossa melhor colocação – o terceiro lugar”, anunciou.

Treinamento - Uma vez por dia, os pombos-correio são soltos para um voo pela vizinhança, o que funciona como treino. Um mês antes das competições, os treinos se intensificam e as aves pas-sam a ser soltas cada vez mais longe de casa, fazendo trajetos semanais de até 70 km. O ambiente em que elas vivem também tem que ser limpo diariamente e, uma vez por semana, o pombal é pul-verizado com uma solução desinfetante. Como as aves podem ter contato com pombos de vida livre, durante as provas e os treinos, os cuidados ajudam a evitar que elas proliferem eventuais doenças.

Ele explicou que as aves específicas desenvolvem velocidades máximas entre 87 km/h e 102 km/h, em distâncias que podem chegar a pouco mais de 1.200

quilômetros e são capazes de percorrer num só dia claro, distâncias de 700 km a 1.000 km, a velocidades médias supe-riores a 90 km por hora.

A diferença entre o pombo-correio e o pombo de rua é a forma de tratamen-to. Os pombos-correio são registrados e rastreados por uma unidade federativa, e por consequência por clubes afiliados, com anilhas oficiais. Há pombos com um “anel-chip” em outra pata, ou marcas coloridas, nomes, telefones e/ou en-dereços de columbófilos. Já os pombos de rua, possuem uma reprodução des-controlada, vivem predominantemente próximos a pontos onde sobrevivem pela facilidade de acesso à alimentação e não possuem responsáveis nominados.

Falta de apoio local – O columbófilo do Lagomar só lamenta que as autorida-des da cidade não deem o apoio neces-sário à prática desse esporte, como a promoção de campeonatos em Macaé. “Nossa associação que tem à frente o presidente Sebastião Rasma, tem lutado para conseguir apoio local. No entanto, o voo mais próximo que conseguimos fazer foi a partir de Campos, com a parceria da prefeitura daquela cidade”.

O columbófilo Assis mostra que o pombo-correio possui anilha oficial

Macaé cria pombos-correio de competições

Macaé/RJDezembro de 2011 • 7Região

“Se Maomé não vai à monta-nha, a montanha vai a Maomé”. Partindo desse provérbio grego, pode-se afirmar que se a prefeitu-ra de Macaé não promove a saúde preventiva do cidadão da perife-ria com a prática de atividades físicas, a comunidade toma essa iniciativa.

Foi assim que surgiu a pri-meira turma de alongamento do Parque Lagomar ou Engenho da Praia, como é conhecido. Sempre funcionando às quintas e sextas-feiras, das 19 às 20 na principal avenida do bairro, visa promover a prática de atividade física nas pessoas de todas as idades e prin-cipalmente, na melhor idade.

O local dos exercícios é a casa da comunitária Nilce Santos, de 67 anos, que reside no Engenho da Praia há mais de 20 anos. Ela conta o porquê da atividade física no local. “Cedi o espaço pensan-

do em favorecer a minha saúde e da vizinhança, mas, se não fosse o dono do supermercado Macaé para dar a sustentabilidade, o projeto não sairia do papel. No entanto, nós vamos precisar de mais apoio para adquirirmos os colchonetes de ginástica, bolas e outros implementos que auxiliam no alongamento”, revelou. Ela in-formou que 30 pessoas estão ins-critas na ginástica comunitária.

O projeto comunitário conta com acompanhamento de um profissional de educação física e de saúde, mantido pela iniciativa privada da região, objetivando a prevenção de doenças e uma me-lhor qualidade de vida. Segundo o professor Wanderson Cabral, que monitora a turma, estimular a prática de exercícios físicos pre-vine e diminui os fatores de risco das doenças.

- A inserção de programas de

atividades físicas regulares pode influenciar positivamente sobre a qualidade e a expectativa de vida da sociedade, melhorando suas funções orgânicas, garantindo sua independência funcional e um efeito benéfico no controle, tratamento e prevenção de doen-ças como diabetes, enfermidades cardíacas e respiratórias, hiper-tensão, artrites, dor crônica e es-tresse, entre outras – disse.

Benefício da atividade física no processo de envelhecimento - O envelhecimento é um processo que atinge todos os indivíduos de maneira gradativa. E para que isso ocorra de forma satisfatória, devemos estar cientes de que, um envelhecimento tranquilo é o so-matório de tudo quanto beneficie o organismo, como por exemplo, exercícios físicos diários, alimen-tação saudável, espaço para lazer e bom relacionamento família.

Parque Lagomar agora conta com ginástica ao ar livre

O espaço físico é cedido pela comunitária na Avenida Lagomar

Os produtores do As-sentamento Celso Daniel estão se res-sentindo pela falta

de incentivo ao escoamento da produção agrícola, à comercia-lização e garantia da segurança alimentar. O estímulo que a pre-feitura desenvolve no local, be-neficia apenas 50 donos de lotes com apoio técnico à produção de grãos e tem deixado de fora de-zenas de famílias.

O Assentamento, localizado ao longo da Estrada de Cabiú-nas e composto por 188 lotes de nove hectares cada, compreende as localidades de Ingazeira, Ma-ria Amália e Cabiúnas I e II.

Segundo Fábio Muniz, mes-mo se esforçando muito para plantar, colher e comercializar, a maioria de pequenos produ-tores rurais que não recebe ne-

nhum incentivo, vê com tristeza sua produção apodrecer no pé ou já armazenada se estragar, por falta de transporte, por exemplo. “Enquanto isso, os produtores da Serra de Macaé (Assentamento de Bendizia, na Bicuda, Aterrado do Imburo, Madressilva, Trapiche, Serra da Cruz) e da Virgem Santa, tem apoio e atendimento técnico da secretaria de Agricultura do mu-nicípio”, afirmou.

O Celso Daniel, uma área de reforma agrária, não recebeu crédito para o sistema de produ-ção. Por isso, todo o suporte que o município dá é importante, no sentido da garantia alimen-tar dos agricultores. O feijão, por exemplo, eles plantam para a subsistência e a dificuldade é vender o excedente, assim como o leite de cabra e de vaca.

Hortifrutigranjeiros – A pro-dutora Lucineia Muniz também se queixa que se tivesse apoio para a irrigação e um Ceasa para a comercialização, as famílias rurais do assentamento pode-riam progredir e ter mais qua-lidade de vida. Ela que planta mandioca, milho, batata doce, feijão guando e de corda e ainda cria patos e galinhas, se ressente da falta de estrutura comercial.

- Eu vendia na feirinha da Casa e Vídeo, mas fiquei deses-timulada pela falta de um trans-porte específico para o escoa-mento da minha produção e dos meus vizinhos. Tem gente que se sacrifica muito carregando seu produto para vender de por-ta em porta. Se a prefeitura de Macaé tivesse compromisso com agente, facilitaria o transporte aos produtores – disse.

Celso Daniel precisa de apoio para escoar produção

A produtora rural cuida do milharal e cria frangos caipiras

8 • Macaé/RJDezembro de 2011

Nos Bastidores...

Políticos e politiqueiros es-tão de olho nos votos do lagomaense, prometendo tudo, afinal o próximo ano

que é eleitoral está bem aí na porta. É público e notório que a prefeitu-ra após mais de 15 anos de descaso deu início às obras de construção das redes de água pluvial e de es-goto, além da pavimentação de algumas ruas. E, como diz o jornal oficial de governo “as ações come-çaram em abril de 2011 e o projeto já conta com a conclusão de várias ruas... está previsto para ser con-cluído em junho de 2012”. Como se vê as obras serão ‘empurradas com a barriga’ até bem próximo das eleições. No entanto, já tem políticos afirmando que são eles a levarem a água e as obras para o bairro. Senão vejamos: o depu-tado Christino Áureo disse num jornal local que a solicitação foi feita por ele ao governador Sérgio

Cabral, a pedido dos vereadores Carlos Emir, Julinho do Aeroporto e do presidente da Câmara, Paulo Antunes. O secretário municipal de Governo, André Braga (pouco conhecido na região) afirma que as obras de infraestrutura, esgo-tamento sanitário, abastecimento

d’água e pavimentação estão inse-ridas no Planejando Macaé e que mesmo com a perda dos recursos dos royalties do petróleo não irão parar. Isso nós vamos ver para crer. Afinal, quem será o pai do abastecimento d’água tão sonhado pelos moradores do Lagomar?

Me engana que eu gosto UPA só mesmo no ano que vem

Noticiamos em nossa primeira edição que a Unidade de Pronto

Atendimento 24 horas – UPA do Lagomar, instalada na Ave-nida Quissamã, próxima ao Terminal Rodoviário do bair-ro, que deveria oferecer aos moradores um atendimento especializado de saúde e de emergência estaria abandona-da, sofrendo ação de vândalos e com toda estrutura lateral comprometida. Não demorou muito o poder público enviou operários para dar continui-dade com obra e tratou logo de marcar uma pseuda inau-guração. A primeira para o dia 26 de outubro e a segunda, anunciada pelo secretário de governo num jornal tablóide concorrente para 11 de no-vembro e até agora, nada. Sa-bem por quê? Porque o bairro não possui saneamento básico - água potável e esgotamen-to sanitário. Segundo norma da Agencia Nacional de Vigi-lância Sanitária (Anvisa) que regulamenta o planejamento

físico e a inspeção de todos os estabelecimentos assistenciais de saúde, no caso da água, “caso seja fornecida por meio de poço artesiano deverá ser analisada periodicamente por laboratório oficial, a fim de que se comprove sua potabilidade. Quanto ao esgoto, este deverá receber tratamento antes de ser lançado em rios, lagos. No que diz respeito às fossas sép-ticas, estas devem estar insta-ladas conforme o preconizado pelas normas técnicas específi-cas da ABNT”. No caso da água a Cedae não resolve o problema de abastecimento d’água e se o governo municipal perfurar um poço específico para forne-cer água a UPA, irá encontrar um lençol freático comprome-tido (contaminado) por causa das milhares de fossas residen-ciais. No caso do esgotamento sanitário, a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) do En-genho da Praia continua eter-namente “em teste”. Então, só nos resta esperar. Upa só no ano que vem!

Maria [email protected]

Criminalidade em baixa por tempo determinadoDurante o período que entrou

na comunidade do Lagomar através de uma megaoperação rea-lizada no início de novembro, com mais de dez viaturas e um trailer de comando, o 32º Batalhão da Polícia Militar pacificou o bairro e a circunvizinhança. O intuito do BP foi encontrar armas, drogas e outros materiais utilizados pelo tráfico, além de garantir segurança aos moradores. A procura por trafi-cantes e o combate por todo tipo de

delito funcionou. Pena que agora, com a retirada da tropa de choque os bandidos têm estourado bom-bas “cabeção de nego” na principal avenida, os usuários de maconha desfilam abertamente nas ruas fu-mando, os motociclistas aumenta-ram o ronco de suas motos e até o comércio do Engenho da Praia tem sofrido assaltos. Quem contou isso pra gente foi a própria comunida-de. Alô polícia pacificadora retorne ao Lagomar para manter a ordem!

Proposta Robin Hood Taí um projeto que poderá pro-

mover melhorias nos serviços públicos de saúde do Brasil, o “Con-tribuição Social das Grandes For-tunas (CSGF)”, que visa ampliar a qualidade e a oferta de atendimento na rede pública de saúde. Trocando em miúdos: O projeto de autoria do deputado federal por Macaé, o mé-dico Aluízio Junior, tira de quem tem para dar a quem não tem, ou seja, os mais ricos do país (pouco mais de 600 pessoas no Brasil) de-verão contribuir para a melhoria da

saúde. Se o Projeto de Lei (PL) for aprovado, a expectativa é de que a contribuição possa arrecadar R$ 14 bilhões para a saúde pública. Segundo o autor, a população não pode mais suportar um novo im-posto, sobretudo, porque tanto as grandes fortunas, quanto a remes-sa de lucros, que deveriam estar pagando tributos há muitos anos, estão até hoje protegidos pelo cor-porativismo do capital. Ele é taxati-vo ao dizer que a proposta deve be-neficiar a população de todo o país.