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Indústria de jóias Lapidando a imagem da jóia brasileira

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Indústria de jóiasIndústria de jóiasIndústria de jóias

Lapidando a Lapidando aLapidando aimagem daimagem

jóia brasileira

Lapidando aLapidando a

Sebrae e Setor de Gemas e Jóias. É mais que uma parceria. É uma aliança.

O Setor de Gemas e Jóias é muito

valioso para a economia das micro e

pequenas empresas brasileiras. Um

setor que, só nos últimos anos, cres-

ceu 250% nas exportações, movi-

mentou US$ 100 milhões e é respon-

sável por mais de 500 mil postos de

trabalho diretos e indiretos. O Sebrae

reconhece essa importância e desen-

volveu vários projetos que estão forta-

lecendo o setor por meio da dissemi-

nação do conhecimento, do design,

do acesso ao crédito e tecnologia e do

estímulo ao associativismo, inclusive

com outros setores como turismo e

moda. Hoje, são mais de 10 pólos de

gemas e jóias espalhados por nove

estados que, com o apoio do Sebrae,

ajudam a lapidar um país melhor.

3INDÚSTRIA DE JÓIAS

Diz o ditado popular que nem tudo que reluz é ouro – no sentido de que as aparências

enganam. Não é bem assim, porém, no setor de gemas e jóias, em que o Serviço Brasi-

leiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, cumprindo sua missão de fortalecer os

pequenos negócios, atua fortemente.

E não poderia ser diferente: trata-se de cadeia produtiva na qual predomina o peque-

no empreendimento e que dá ocupação a meio milhão de brasileiros, incluindo a atividade do garimpo.

São quase duas mil empresas, polindo e dando forma, magia e beleza ao ouro, à prata e às pedras

preciosas, contingente a que se soma uma rede de 16 mil varejistas. É, portanto, uma atividade que

reluz – e na qual a aparência é fundamental.

Como se verá nesta publicação, que o Sebrae tem a satisfação de divulgar, com um retrato completo

do setor, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de esmeraldas e o único de topázio imperial e

turmalina paraíba. Produz também, em larga escala, ametista, topázio, água marinha, entre outras

pedras preciosas, e é o 13º produtor mundial de ouro.

Sem levar em consideração a importância histórica – basta lembrar a saga dos bandeirantes e a

Inconfi dência Mineira –, o segmento de gemas e jóias pode contribuir bastante para o desenvolvimento

econômico do País.

As exportações de jóias, por exemplo, embora tímidas se comparadas a gigantes como a Índia, cres-

ceram em valor mais de 250% nos últimos seis anos, atingindo US$ 100 milhões em 2005. O número de

pequenas empresas exportadoras duplicou no mesmo período.

O Sebrae quer ver o setor mais competitivo, mais organizado, mais moderno e,

por isso, está levando capacitação gerencial, disseminando o design, estimulando o

associativismo, entre várias outras ações. Contamos para isso com muitas parcerias,

especialmente com o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM).

Estamos investindo R$ 5,6 milhões, até 2008, em atividades como essas, integrando

um total de quase R$ 30 milhões aplicados por diversos parceiros. Temos a convicção

de que, nesse grande esforço conjunto para tornar mais efi ciente o segmento de gemas

e jóias, vamos lapidar um país melhor.

Paulo Okamotto

Diretor-Presidente do Sebrae

As aparênciasnão enganam

3INDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIAS

APRESENTAÇÃO

O Sebrae quer ver o setor mais competitivo, mais organizado, mais moderno e,

, estimulando o

associativismo, entre várias outras ações. Contamos para isso com muitas parcerias,

especialmente com o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM).

Estamos investindo R$ 5,6 milhões, até 2008, em atividades como essas, integrando

um total de quase R$ 30 milhões aplicados por diversos parceiros. Temos a convicção

de que, nesse grande esforço conjunto para tornar mais efi ciente o segmento de gemas

Paulo Okamotto

Diretor-Presidente do Sebrae

33INDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIAS

3INDÚSTRIA DE JÓIAS

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Presidente do Conselho Deliberativo Nacional

Armando Monteiro Neto

Diretor-Presidente

Paulo Tarciso Okamotto

Diretor Técnico

Luiz Carlos Barboza

Diretor de Administração e Finanças

César Acosta Rech

Gerente da Unidade de Atendimento Coletivo – Indústria

Miriam Machado Zitz

Coordenadora Nacional da Carteira

de Projetos de Gemas e Jóias

Kelly Cristina Valadares de Pinho Sanches

Gerente da Unidade de Marketing e Comunicação

Luiz Barreto

Reportagem

Larissa Bortoni

Edição

Márcia Marques

Projeto gráfi co

Wagner Ulisses

Capa e Diagramação

Erika Yoda

Revisão

Joíra Furquim e Suely Touguinha

Produção Editorial

Tiragem

3 mil exemplares

Impressão

Coronário Editora Gráfi ca Ltda.

sumáriosumárioagência e assessoria de comunicação

A multiplicação de resultadosPágina 6

Das gemas às jóiasPágina 8

Uma década de crescimento constantePágina 10

Com a cara e o molejo brasileirosPágina 13

História do ouroPágina 17

Mistura de luxoPágina 18

Um mapa preciosoPágina 7

Produção ecologicamente corretaPágina 20

sumáriosumárioO romantismo concreto de BrasíliaPágina 33

Imagens do BrasilPágina 24

Rara beleza do sertãoPágina 26

Por um desenvolvimento

Momento delicado na produçãoPágina 31

Tecnologia é fundamentalPágina 22

Semente com certifi cado de qualidadePágina 39

Jóias com gemas orgânicasPágina 40

No caminho das minas e das pedrasPágina 44

Primeiro no rankingPágina 45

Os muitos materiais da indústria joalheiraPágina 37

Do Brasil para o mundoPágina 46

PPágina ágina Página PPágina P

sustentávelPágina 28

Entrevista

Há muito espaço para crescerPágina 42

Entrevista

A nobreza dos folheadosPágina 34

6INDÚSTRIA DE JÓIAS

Trabalhar em aglomerados de empresas e APL, os arranjos produtivos locais, é uma

das diretrizes estratégicas do Sebrae. Tanto é assim que nada menos do que 60% dos

nossos recursos são aplicados em ações coletivas. Por que a prioridade? Pela multiplica-

ção dos resultados, muito mais rápida, abrangente e efi caz.

É por isso que o Sebrae opera em dez pólos de gemas e jóias, localizados em nove

estados. Sabemos que são muitas as difi culdades do setor, como gestão defi ciente, pouca capacitação

da mão-de-obra, defasagem tecnológica, design inadequado, falta de acesso ao crédito. Mas também são

muitas as soluções e, sobretudo, a vontade de superação.

Para fortalecer o setor, são necessários dois requisitos, que estão interligados: a oferta de conheci-

mento e a formação de parcerias. É o que vem sendo feito.

Entre outras iniciativas, o Sebrae promove consultoria tecnológica, facilita o acesso a serviços fi nan-

ceiros, abre mercados, promove ações de associação da jóia ao turismo e à moda.

Faz tudo isso em conjunto com ampla rede de parceiros, que inclui, especialmente, o Instituto

Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM) e associações, sindicatos, prefeituras, governos

estaduais e ministérios.

Os efeitos já são palpáveis. O pólo de São José do Rio Preto, em São Paulo, por exemplo, aumentou a

receita bruta em 26%, o faturamento médio por empresa em 36% e reduziu os custos em 26,5%. Os folhea-

dos de Limeira, também em São Paulo, que já eram vendidos na América Latina e nos Estados Unidos,

começaram a ser exportados para a Europa.

O Sebrae tem certeza de que tais desempenhos serão irradiados para o setor de gemas

e jóias, tornando a atividade muito mais competitiva.

Luiz Carlos Barboza

Diretor Técnico do Sebrae

A multiplicação resultados

INDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIAS

começaram a ser exportados para a Europa.

O Sebrae tem certeza de que tais desempenhos serão irradiados para o setor de gemas

e jóias, tornando a atividade muito mais competitiva.

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7INDÚSTRIA DE JÓIAS

Tal como os garimpeiros com as bateias nos leitos d’água em busca de ouro e de pedras

preciosas, esta revista destaca as preciosidades decorrentes do trabalho do Sebrae no

setor de gemas e jóias. Em pouco mais de quatro anos de ações organizadas e sistemá-

ticas, o Sebrae, conjuntamente com outros parceiros, viabilizou uma série de projetos

para benefi ciar as empresas de pequeno porte do setor.

Segundo o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), as exportações de jóias

brasileiras atingiram US$ 530,5 milhões no primeiro semestre de 2006, 48% a mais que o mesmo

período do ano passado. Acreditamos em números ainda mais favoráveis até o fi nal do período e

empenhamos os esforços de nossa equipe para aumentar a competitividade das empresas e agregar

outros estados a nossa rede de parceiros.

Nas páginas a seguir, apresentamos um pouco dos projetos em desenvolvimento. São verda-

deiras jóias que vêm mudando a vida de milhares de empresários. Eles começam a entender que,

organizados, podem produzir mais, com maior proteção ao meio ambiente, melhor design e mais

tecnologia. Mas só indo até o fi m da revista para conhecer as ações do Sebrae: do garimpo, como

mencionamos, à indústria de jóias e de folheados.

Registramos ainda o papel de nossos parceiros nessa empreitada. Sem eles, difi cilmente teríamos

alcançado os resultados. Esperamos continuar a tê-los a nosso lado, para que a indústria de gemas e

jóias possa brilhar ainda mais. Sabemos que esse brilho não é nosso, mas dos empresários do setor

distribuídos de Norte a Sul do País.

Um mapaprecioso

Miriam Machado Zitz

Gerente de Atendimento Coletivo – Indústria

Kelly Cristina V. de Pinho Sanches

Coordenadora Nacional da Carteira de Projetos de Gemas e Jóias

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8INDÚSTRIA DE JÓIAS

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Das gemas às jóias

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9INDÚSTRIA DE JÓIAS

99INDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIAS

Até chegar ao consumidor, as jóias e os demais or-namentos pessoais, co-mo folheados e biju- terias, percorrem um

longo caminho, que muitas vezes co-meça no garimpo; outras, na produção dos metais usados. De qualquer forma, é uma cadeia produtiva cheia de etapas e é também um setor constituído por mi-cro e pequenas empresas – 93% do total – que empregam 500 mil pessoas.

Uma pesquisa realizada, em parce-ria, pelo Ministério do Desenvolvimen-to, Indústria e Comércio Exterior e pelo

Instituto Brasileiro de Gemas e Metais

Preciosos (IBGM), identifi cou 1.970 in-dústrias: 730 na lapidação, 650 na joa-lheria de ouro e prata, 590 em folheados e metais preciosos. O faturamento des-ses segmentos atingiu, em 2004, perto de US$ 2 bilhões, dos quais US$ 641 milhões em exportações, para 85 países, notadamente Estados Unidos, Japão, Suí-ça, Israel, Alemanha e Reino Unido.

A gerente da Unidade de Atendimen-to Coletivo – Indústria, Miriam Zitz, ex-plica que essas ações coletivas começa-ram por Limeira (SP). A partir de 2002 os estados começaram a dar prioridade a aglomerações importantes para a eco-nomia local. “Os primeiros resultados apareceram nas indústrias de folheados e de joalheria – ouro e prata”. Atualmen-te, o programa atende a 930 empresas.

Esse setor da economia passou a ser atendido pelo Sebrae de uma forma mais organizada em 2002. Hoje, são atendidos dez projetos nos estados de Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. Foram investidos perto de R$ 30 milhões, sen-do R$ 24 milhões de parceiros e cerca de R$ 6 milhões do Sebrae.

Miriam Zitz acrescenta que, assim como em diversos outros projetos do Sebrae, o atendimento ao setor é amplo. Dessa forma, em conjunto com os empre-sários, são identifi cadas as necessidades do grupo e as metas a ser atingidas – os chamados resultados fi nalísticos. Para possibilitar esse tratamento por inteiro, que vai desde a capacitação até as articu-lações com o sistema fi nanceiro para libe-ração de crédito, é imprescindível o envol-vimento de diversas áreas do Sebrae, bem como a parceria com outras entidades, como o IBGM, e ainda com os governos federal, estaduais e municipais.

EXPORTAÇÕES O Sebrae destaca como umas das re-

alizações do primeiro semestre do ano o PANorama Carioca, que revolucionou o design de suvenires na cidade do Rio de Janeiro. O projeto servirá de modelo para o restante do País, no Panorama Brasil. A participação de empresários do Rio Grande do Sul na Feira Vicenza-

Oro, na Itália, foi outra ação. A gerente da Unidade de Indústria ressalta tam-bém, entre os resultados desses quatro primeiros anos de atuação no setor, o aumento nas exportações verifi cado nos primeiros meses de 2006.

Isso se deu, de acordo com Miriam Zitz, por uma série de fatores. Um deles é o investimento do Sebrae no suporte ao design, que hoje é um diferencial da jóia brasileira. Além disso, há melho-rias em todo o processo, resultando em produto de melhor qualidade e volume maior de produção, “que possa justifi -car a importação por parte do cliente externo. Na hora que uma grande em-presa quer exportar, porque você não vende peça a peça”.

Entre os desafi os do Sebrae para 2007, a coordenadora da carteira, Kelly Cristina Sanches, inclui levar o projeto a estados ainda atendidos individual-mente pelo Sebrae, mas sem a estrutu-ra organizada dos arranjos produtivos – como Roraima, Bahia, Rondônia e a cidade de Manaus, no Amazonas – e que têm forte potencial em gemas e jóias. Também é meta articular com outros setores da economia, como tu-rismo, artesanato e confecção, além de ampliar o número de micro e peque-nos empreendimentos benefi ciados. É importante, ainda, incorporar aspectos da brasilidade no design para criar um diferencial competitivo.

Das gemas às jóiasAté chegar às vitrines,

as jóias e os ornamentos pessoais percorrem um longo

caminho. O Sebrae também acompanha esse percurso

10INDÚSTRIA DE JÓIAS

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Uma década de

O Produto Interno Bruto brasileiro cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2006, em comparação ao mesmo período do ano passado. Além disso, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento (OCDE) estima que o PIB do ano vai ser 3,8% maior que o de 2005. Para 2007, o crescimento previsto é de 4%. A indústria de gemas e jóias segue

também ritmo ascendente, mas com números ainda melhores.Os dados do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM) dão con-

ta que as exportações de jóias brasileiras atingiram US$ 530,5 milhões no primei-ro semestre de 2006, 48% a mais que no mesmo período de 2005. Os resultados confi rmam tendência dos últimos nove anos, em que o setor apresentou cresci-mento de 129% nas exportações. A joalheria brasileira faturou US$ 6 milhões em 2005 e espera fechar 2006 com receita de US$ 7,5 milhões. Para o IBGM, os sal-dos positivos são conseqüência do destaque que as jóias brasileiras têm tido no ex-terior e das ações promocionais desenvolvidas anualmente em mais de 20 feiras e eventos internacionais.

Os números, indubitavelmente, são bons, mas para o gemólogo Wallid El Koury Daoud poderiam ser ainda melhores. Ele lembra que o Brasil é o maior produtor

Maior produtor mundial de gemas,

em termos de diversidade e de

qualidade, o Brasil desenvolve estratégias

para ampliar as exportações

década

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crescimento constante

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mundial de gemas em termos de peso e de diversidade. De acordo com o Depar-tamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o País é a província gemológi-ca com a maior variedade – 90 gemas diferentes. A estimativa é que o País produza, em volume, um terço das ge-mas comercializadas no mundo, exceto o diamante, o rubi e a safi ra. A produção de ouro é a 14ª do mundo, alcançando, em 2004, 47,6 toneladas, 17,7% maior do que no ano anterior. Além disso, es-tão em terras brasileiras as principais jazidas mundiais de topázio imperial e turmalina. No entanto, o País perdeu na hegemonia de maior produção mundial em termos de valores.

O gemólogo avalia que, entre os fatores que levaram a essa situação, está o fato de a produção brasileira de gemas não ser bem organizada. Se-gundo Wallid Daoud, cerca de 90% da produção provêm de garimpos, onde não existe visão de mercado estrutu-rada. “O resultado é que, quando há notícia de determinada descoberta, os garimpeiros correm para a região e co-

meçam a produzir a gema em volume muito grande. A conseqüência dessa ação é chamada de derrama, que re-sulta na queda de preços”. O gemólo-go esclarece que uma saída é a criação de pequenas empresas ou de coopera-tivas de garimpeiros, que planejem a melhor forma de colocar as gemas no mercado, mantendo os preços.

MEIO AMBIENTEOutra vantagem da organização

da produção é com as questões rela-cionadas ao meio ambiente. Segundo o gemólogo, as regras ambientais são rigorosas, o que está certo. No entanto, é praticamente inviável que um garim-peiro, isoladamente, consiga a licen-ça. Situação que seria diferente com a existência de pequenas empresas ou cooperativas, pois elas poderiam con-tratar profi ssionais para fazer os proje-tos ambientais.

Das 2,7 mil toneladas de ouro produ-zidas no mundo, o Brasil entra com 43 toneladas, o que, na opinião de Wallid Daoud, é muito pouco e está aquém das

possibilidades brasileiras. Ele conside-ra, como alternativa, os investimentos no setor de pesquisa mineral, apesar de ser atividade de altíssimo risco. “A grande maioria dos projetos de explora-ção mineral, de pesquisa mineral, não resulta na descoberta de uma jazida. No Brasil não há cultura de investimento de alto risco, como esse”. Entretanto, ou-tros países desenvolveram essa cultura, e muitas empresas de capital canaden-se, australiano ou inglês já conduzem projetos no Brasil, o que deve possibili-tar, em cinco ou dez anos, o aumento da produção nacional.

Esse incremento, se for mantida a tendência de alta do ouro, vai gerar muitas divisas. A demanda de ouro na joalheria, atualmente, é de três mil toneladas, portanto superior à produ-ção. Agregado a isso, a China anun-ciou recentemente que vai aumentar as suas reservas estratégicas do me-tal. Em curto prazo, a notícia provocou alta de US$ 400 para US$ 700 a onça do ouro, o que corresponde a cerca de US$ 22 o grama.

Maior participação nas exportações de produtos com valor agregado

* Meta do IBGM

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TOTALExportações de Matéria-prima

Exportações de Produtos

Industrializados

1.000641550219450422

2002 2006*

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PRINCIPAIS PEDRAS PRODUZIDAS NO BRASILÁgua-marinha, alexandrita, amazonita, ametista, berilo verde, brasilianita, calcedônia, citrino, crisoberilo, diamante, esmeralda, fl uorita, granada, heliodoro, iolita, kunzita, morganita, olho-de-gato, opala, rubelita, topázio, topázio imperial, turmalina, turmalina paraíba.

O BRASIL É O MAIOR PRODUTOR MUNDIAL DEAmetista, citrino, ágata, água-marinha, topázio e turmalina, comumente ligadas ao Brasil. Além disso, duas são encontradas ex-clusivamente no Brasil: o topázio imperial e a turmalina paraíba.

PRINCIPAIS ESTADOS PRODUTORES DE GEMASEm peso, destaca-se o Rio Grande do Sul, pela grande produção anual de ametista – cerca de 4,2 mil toneladas – e de ágata – perto de 4 mil toneladas.. Em termos de diversidade e de valor, o principal estado é Minas Gerais. Não há um número da produção total de gemas no Brasil.

DIAMANTES DO BRASILComparado com a produção mundial, o Brasil produz pouco, mas são diamantes de boa qualidade. Um dos problemas enfrentados é a informalidade da produção, o que impede que a pedra obtenha o Certifi cado Kimberly, essencial para que o diamante seja exportado. A situação tem forçado as instituições brasileiras a encontrar solução para isso. Uma saída é a organização dos garim-peiros em cooperativas, formalizando a produção.

PRINCIPAIS EXPORTADORES DE JÓIAS NO MUNDOItália, Estados Unidos, Hong Kong, Suíça e China.

PRINCIPAIS EXPORTADORES DE PEDRAS EM BRUTOBrasil, Hong Kong, Estados Unidos, Tailândia e China.

ESCOLAS TRADICIONAIS DE JOALHERIA • no BrasilAjesp (Associação dos Joalheiros do Estado de São Paulo) – cursos profi ssionalizantes – www.ajesp.com.br/

IBGM – informações sobre cursos oferecidos em todo o País – www.ibgm.com.br

Centro Universitário Belas Artes de São Paulo – curso de graduação em design de jóias, e cursos de pós-graduação em design – www.belasartes.br

Atelier Escola Rodolfo Penteado – cursos de joalheria, modelagem em cera, gemolo-gia, esmaltação em metais, desenho de jóias e cravação – www.studioduo.com.br

Escola de Ourivesaria do Estado do Rio de Janeiro – cursos de formação de mão-de-obra em diversas especialidades. Curso de especialização em desenho de jóias, com duração de um ano – www.ajorio.com.br

Senai/RJ (Serviço Nacional da Indústria - Rio de Janeiro) – cursos de ourivesaria – www.fi rjan.org.br / [email protected]

•no mundo

Perseo Jewelry School – www.perseoschool.it

Birmingham Institute of Art and Design – www.biad.uce.ac.uk

The Howard Academy for the Metal Arts – www.howard-academy.com

Jewellerysecrets – www.jewellerysecrets.com

Jewelry and Design School - em Florença, Itália - www.metallo-nobile.org

University of Texas Gemology Program - www.geo.utexas.edu/courses

Informações preciosas

O Brasil produz 90 variedades de gemas

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1313INDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIAS

A situação estava defi nida. A indústria joalheira do Brasil precisava encon-trar um meio para ga- rantir a sobrevivência

no mercado internacional. E tinha de dri-blar difi culdades, como o chamado “custo

Brasil”, que prevê altos custos com mão-de-obra. Sem falar nas altas taxas tri-butárias. Então, qual a saída? O pulo do gato foi o investimento num design que tivesse a cara e o molejo brasileiros. Os resultados estão aí – o crescimento nas exportações registrado nos últimos anos.

Mas afi nal, o que caracteriza esse design de jóias do Brasil? A designer Ka-rina Achôa lembra que a pedra brasilei-ra sempre foi bastante valorizada no co-mércio internacional. E continua sendo, só que agora ela chega ao mercado com valor agregado, o que signifi ca uma jóia

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Com a cara e o molejo brasileiros

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PRESENTE REALAo receber o presidente Lula, em mar-

ço de 2006, no Palácio de Buckingham, a rainha da Inglaterra, Elizabeth II, usava um conjunto de colar e brincos genuinamente brasileiros. A jóia foi presenteada à monar-ca pelo governo brasileiro, nos anos 50.

As peças são compostas por 647 bri-lhantes e 10 águas-marinhas extraídas no município de Tenente Ananias (região Oeste do Rio Grande do Norte). A idéia do presente foi do jornalista, empresário e se-nador Assis Chateaubriand.

Reza a lenda que, em retribuição ao regalo, a rainha teria mandado ao Bra-sil o Rolls Royce usado pela Presidência da República há mais de cinco décadas. No entanto, os historiadores garantem que o carro foi, na verdade, comprado pelo go-verno brasileiro.

“O design, para a indústria joalheira, representa um upgrade no conceito

de jóia. Ela passa de simples adereço a complemento de moda”

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criativa, com movimento, com a cara do Brasil. Outro diferencial é a mistura de materiais, como unir o ouro a fi bras e até mesmo ao acrílico. “Promover o aproveitamento de material que era de reciclagem industrial. A gente juntou isso com ouro, com prata, com pedras e gerou um projeto social, e isso deu uma segmentação muito interessante”.

O gerente da Unidade de Acesso à Inovação e Tecnologia do Sebrae, Paulo César Alvim, por sua vez, considera que o design vem para dar um upgrade no conceito de que a jóia deixou de ser sim-ples adereço, para se incorporar como complemento da moda. Participa da ca-deia da moda e anda de mãos dadas com

as indústrias de confecção e de calçados. O trânsito entre os vários estilos e infl u-ências, característicos da moda contem-porânea, está materializado nas novas coleções de jóias. A indústria da moda também infl uencia nas cores das gemas utilizadas nas coleções.

O design de jóias é considerado tão estratégico para o setor que o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Precio-sos (IBGM) e as entidades estaduais da classe implantaram, há alguns anos, o Núcleo de Gemas e Jóias. O propósito é proporcionar condições favoráveis para que o design de jóias se constitua em fa-tor de diferenciação do produto brasilei-ro, incorporando criatividade, qualidade

e produtividade. Desde 1991, o instituto promove o Prêmio IBGM de Design, que em 2006 teve como tema Destinos do Brasil, mostra da diversidade regional das jóias brasileiras.

Ao longo desses anos, o design brasilei-ro foi ganhando característica própria. Em 1990, a designer internacional Viviane To-rum o defi niu como “algo novo, com muita alegria, sensualidade, movimentos, cores e jovialidade”. Neste ano, os concorrentes enfrentaram o desafi o de levar para a joa-lheria a diversidade regional do Brasil. E falando em desafi o, o estabelecimento de convênios para a promoção de ofi cinas de design é uma das metas da Carteira de Ge-mas e Jóias do Sebrae.

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Prêmio IBGM de Design de Jóias de

2006: Destinos do Brasil — Uma Viagem pelas

Jóias do País

Designer: Heloisa Helena de Oliveira Azevedo Categoria: Sudeste – 3º Lugar

Designer: Marco Marchese Categoria: Centro-Oeste – 2º Lugar

Designer: Emi Kyouho Hirose Categoria: Sudeste –2º Lugar

Designer: Thaís Vilela Categoria: Norte – 3º Lugar

Designer: Claudia Lamassa Categoria: Sul – 1º Lugar

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Eles são europeus, norte-americanos, asiáticos e das outras partes do mundo, e no ano passado, segundo informação do Banco Central, gastaram US$ 3,861 bi-lhões no Brasil, um aumento de 19,83% em comparação com 2004. Estamos falando dos 6,784 milhões de turistas estrangeiros que, em 2005, pisaram em terras brasilei-ras. A quantidade é um recorde histórico, mas o Ministério do Turismo avalia que o potencial é muitas vezes maior. E um jeito de atrair essas pessoas é aliar o turismo com a indústria de jóia nacional.

O presidente do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), Hécliton Santini Henriques, conta que a instituição está desenvolvendo, em parceria com o Ministério do Turismo, ações para incrementar a participação do setor joalheiro na indústria turística. Dentro desse conceito, o Prêmio IBGM de Design de Jóias deste ano teve como tema Uma Viagem pelas Jóias do Brasil. As peças deveriam ter como fonte de inspiração os lugares ou as características naturais e cul-turais das cinco regiões do Brasil.

O resultado foi a criação de peças com pedras brasileiras, que, com mui-ta criatividade, retrataram, entre outras belezas, o mar de Fernando de Noronha, o Pantanal, a ala das baianas do carna-val carioca e as Cataratas do Iguaçu. A secretária nacional de Programas de De-senvolvimento do Turismo, Maria Luiza Campos Machado Leal, informou que es-sas peças vão correr o mundo em feiras e exposições. “É uma forma de desper-tar o turista. O turista viaja atrás de um sonho. A gente está juntando os dois. O sonho da viagem com o sonho da jóia”.

A secretária explica que ainda não há dados sobre quantos turistas vêm ao Brasil em busca de jóias e informa que em 2005 os estrangeiros que visitaram o País leva-ram cerca de US$ 73 milhões em jóias ou gemas. “Com base nesses dados vamos aprofundar um pouco melhor os estudos para defi nir estratégias”. Uma delas é o compartilhamento de espaços em feiras, tanto de jóias quanto de turismo.

Como parte da parceria, foi assina-do um convênio entre o IBGM e o Mi-nistério do Turismo, no valor de R$ 2,12 milhões, para integração da cadeia pro-dutiva de gemas e jóias com as ativida-des turísticas. O projeto prevê ações, como visitação a minas e a museus, de-senvolvimento de produtos, cursos de qualifi cação, criação e adequação de roteiros turísticos, promoção e apoio a eventos, realização de seminários e ofi -cinas técnicas e prêmio de design.

ROTEIROS O presidente do IBGM, Hécliton

Santini Henriques, destaca que há dois nichos que podem ser mais bem tra-balhados nesse acordo. O primeiro é a oferta de jóias e suvenires de bom gosto, atraentes. “O que a gente quer é ampliar a oferta com produtos mais interessan-tes, mais fáceis de ser transportados. Inclusive com investimentos em emba-lagens especiais”. Outra preocupação é com a criação de roteiros específi cos para este tipo de turismo.

Ele lembra que inúmeras cidades foram criadas em função do ouro e das pedras preciosas. Em muitas delas ainda há minas, tanto desati-vadas quanto ainda produzindo, que poderiam ser visitadas. “No entanto, não há receptivo para os turistas, com algumas exceções, como em Ouro Preto, Mariana e Ametista do Sul. Mas são estruturas muito tími-das, diante do potencial enorme que nós temos de visitação”. Em outros países, de acordo com Henriques, há um investimento enorme nisso. A Alemanha, por exemplo, apesar de não produzir ágatas há mais de cem anos, mantém uma rota de pedras. “O potencial brasileiro é imenso, mas para que esse investimento no turismo de gemas e jóias aconteça é preciso uma mudança de mentalida-de, uma mudança de foco”, avalia o presidente do IBGM.

TURISMO PELO MUNDO DAS JÓIAS

INDÚSTRIA DE JÓIAS

milhões, para integração da cadeia pro-dutiva de gemas e jóias com as ativida-des turísticas. O projeto prevê ações, como visitação a minas e a museus, de-senvolvimento de produtos, cursos de qualifi cação, criação e adequação de roteiros turísticos, promoção e apoio a eventos, realização de seminários e ofi -cinas técnicas e prêmio de

Maria Luiza Campos"Unir o sonho da viagem com o sonho da jóia."

*Fonte: Banco Central

Ano: 2005Turistas: 6,784 milhões de turistas estrangeirosDeixaram no Brasil: US$ 3,861 bilhões*Deixaram em jóias e gemas: US$ 73 milhões*D

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O ouro, o diamante, as pe-dras preciosas são pro-tagonistas de histórias importantes do Brasil. Histórias de muita ri-

queza, de arte, de desenvolvimento, de interiorização do País. Mas também histórias de homens brancos e negros, que sob violência cavucavam a terra em busca de metais preciosos. Os pri-meiros achados de ouro aconteceram entre 1570 e 1584, em Iguape (SP), e em 1598, na Serra da Mantiqueira.

O ciclo do ouro começou um pou-co mais tarde. Ao fi nal do século XVII, a situação fi nanceira de Portugal era ruim. A lavoura canavieira nordestina estava em decadência e a Metrópole de-cidiu priorizar a descoberta de riquezas minerais. Os achados mais marcantes aconteceram no fi nal do século XVII, fruto dos movimentos de busca de ri-quezas e de interiorização ocorridos após a unifi cação das coroas ibéricas, que favoreceram a transposição, pelos portugueses, dos limites pelo Tratado de Tordesilhas.

Por causa da mineração, milhares de pessoas deixaram o litoral e foram para o interior – principalmente para Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso –, que ga-nhou cidades e desenvolvimento. Em 1711, André João Antonil, historiador e jesuíta italiano que chegou ao Brasil em 1681 e publicou em Lisboa a obra Cultu-ra e Opulência do Brasil por suas Drogas

e Minas, descreveu a corrida do ouro brasileira: “A sede insaciável do ouro es-timulou tantos a deixarem suas terras, a meterem-se por caminhos tão ásperos, como são os das minas, que difi cilmente se poderá saber do número de pessoas que atualmente estão lá”.

O Brasil converteu-se, no século XVIII, no maior produtor mundial do metal. Somente entre 1740 e 1759, a produção chegou a quase 60 mil quilos de ouro, a maior parte saída de Minas Gerais. Isso sem contar o ouro contrabandeado, que muitas vezes deixou o Brasil dentro de imagens de santos, o que deu origem à expressão “santo do pau oco”.

MONOPÓLIO DA COROAApesar do contrabando, a vigilân-

cia portuguesa era rigorosa. Em 1731, Portugal decretou que a extração de diamantes no arraial de Tijuco – atual cidade de Diamantina (MG) – passaria a monopólio da coroa. Ninguém podia transitar sem autorização especial. Dia-mantina foi a maior lavra de diamantes do mundo ocidental no século XVIII, com cerca de 3 milhões de quilates.

Na segunda metade do século XIX, a produção de ouro e metais preciosos no Brasil começou a declinar, enquanto crescia, vertiginosamente, no mundo. A riqueza do solo brasileiro foi usada por Portugal para pagar dívidas com a Ingla-terra e acabou por ser um dos fi nanciado-res da Revolução Industrial inglesa.

História do ouroPoderoso contratador

Para evitar o contrabando de ouro e o que considerava dilapida-ção do patrimônio, a Coroa Portu-guesa criou a fi gura do contrata-dor, homem de muito poder sobre a população, que atuava nas regi-ões de produção mineral.

João Fernandes de Oliveira foi um dos mais famosos contrata-dores do Brasil, não apenas pela enorme quantidade de diamantes que extraiu do Tijuco, mas também pelo romance com a escrava Chica da Silva. Para ela, com quem teve 13 fi lhos, o contratador mandou construir uma casa de 21 cômodos, onde viveram provavelmente de 1755 a 1770.

Reza a lenda que João Fernan-des atendia a todos os desejos de Chica. Teria construído um navio, com capacidade para dez pessoas, para agradar a mulher, que não conhecia o mar.

O apetite sexual de Chica, as crueldades e os caprichos dela e até mesmo a beleza da mulher fo-ram retratados no fi lme de Cacá Diegues, estrelado por Zezé Mota, e depois em novela dirigida por Valter Avancini, para a extinta TV Manchete.

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Há bastante tempo, lá pelo início do século XX, Gabrielle “Coco” Chanel cometeu a ou-sadia de lançar uma

moda que misturava bijuterias a metais nobres. Ao ser criticada pelos jornalistas da época, pois estaria inventando uma moda pobre, a mais famosa fi gurinista do mundo respondeu que o contrário de luxo não é pobreza. O contrário do luxo é a banalidade. Chanel estava tão certa que a tendência lançada por ela há qua-se cem anos está cada vez mais atual e até ganhou nome: o novo luxo.

A consultora de estilo do Instituto Brasileiro de Jóias e Gemas (IBGM) e designer de jóias, Regina Machado, afi r-ma que a cada década fi ca mais claro que a busca do luxo está nessa fuga da banalidade. De acordo com ela, o que caracteriza o luxo é sempre algo extra-ordinário, algo que foge ao comum. Hoje esse novo luxo na joalheria é construído com a mistura do luxo tradicional – ouro, diamante, rubi, esmeralda, safi ra – com materiais alternativos, como madeira, couro e sementes.

A jóia hoje não tem mais o valor es-tipulado pelo peso do metal empregado

O que vale numa jóia, hoje, é o

conceito que ela traduz, mais do que

o valor do peso do metal ou das gemas

que a compõem

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na fabricação. O que vale é o peso da idéia, do desenho, do conceito. O ca-pital material não é mais a única for-ma de aferir se peça é de luxo ou não. “Antigamente, verifi cava-se o quanto de ouro era usado, quantos quilates de diamantes. Só que, hoje, a aura da joalheria não é construída mais exclu-sivamente pelo uso dos materiais pre-ciosos. Então, tão importante quanto o material é o design, a cultura e isso não tem como ser pesado, porque o luxo foi para o abstrato”, resume a designer. Ela acrescenta que o consumidor do luxo de hoje procura peças que surpreen-dam, que sejam inovadoras, que mate-rializem um novo tempo.

O resultado é que misturas antes impensáveis ocupam as vitrines tanto das grandes como das pequenas joa-lherias. O quartzo, por exemplo, ante-riormente mais usado em bijuterias, ganhou novo status. “Os altos fabri-cantes internacionais se renderam ao charme do quartzo fumê, à beleza, à delicadeza do quartzo rosa, ao misté-rio do quartzo rutilado”, conta Regina. O mesmo acontece com outras pedras, como as ametistas e o citrino.

HIGH-LOWOutra tendência contemporânea é

o high-low, que consiste em misturar peças valiosas com outras mais co-muns. É como estar com um anel de

diamantes e de calça jeans. Regina Machado diz que as ações de marke-ting dos grandes produtores do luxo contemporâneo buscam associar a jóia ao cotidiano. Dessa forma, se antes as jóias eram para pessoas extraordiná-rias usarem em situações também ex-traordinárias, hoje as pessoas podem usar esses objetos em qualquer mo-mento da vida.

Somado a isso está o fato de ter mudado o perfi l do comprador da jóia. Historicamente, era o homem – mesmo porque as mulheres estavam fora do mercado de trabalho – que comprava as peças para presentear alguém, ou mesmo como forma de investimen-to. Nos dias atuais, são as mulheres que vão às joalherias. E essa mulher, segundo Regina Machado, tem muita informação sobre moda e estilo. Por conta disso, não quer comprar uma jóia unicamente por seu valor de troca, mas também por seu valor simbólico. Não deseja comprar uma propriedade, e sim investir no estilo pessoal.

Na opinião de Regina Machado,

consultora do IBGM, a busca do luxo está na fuga

da banalidade

Para os homens, jóias representam investimento

fi nanceiro; para as mulheres, investimento

em estilo pessoal

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2121INDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIAS

O conceito de produção mais limpa é cada vez mais cobrado pela so-ciedade. As populações das cidades e também

os organismos governamentais res-ponsáveis pela preservação do meio ambiente não admitem mais a exis-tência de atividades econômicas que agridam a natureza. Essa é a realidade à qual as indústrias de gemas e jóias estão se adaptando, e em muitos dos arranjos produtivos locais os resulta-dos são bastante positivos.

O gerente da Unidade de Acesso à Inovação e Tecnologia do Sebrae, Pau-lo César Alvim, conta que a entidade trabalha desde 1995 com a gestão ambiental para as micro e pequenas empresas. Há, inclusive, um manual que trata especifi camente da produção mais limpa e a meta de criação de uma rede brasileira de produção mais lim-pa, na qual soluções são levadas para os empresários. Isso não apenas em respeito à legislação ambiental, mas para que as empresas ganhem diferen-cial no mercado.

MONITORAR RESÍDUOSNo caso específi co de jóias, princi-

palmente as metálicas e as que usam lapidação de pedra, há toda uma ge-ração de resíduos que, se não for mo-nitorada, torna-se um problema sério, com impacto na saúde humana. E aí há dois fatores a serem trabalhados: a questão da saúde pública e a segurança de trabalho do profi ssional envolvido.

Em função disso, há um esforço para redução do uso de metais pesados e construção de processos produtivos que gerem menos resíduos. Há ainda a preocupação da reciclagem desses resíduos, que podem ser transforma-dos em matéria-prima para outras atividades econômicas.

No entanto, a preocupação não deve se restringir ao meio ambiente. São imprescindíveis ações para o acompa-nhamento nas áreas de saúde e segu-rança do trabalho, “porque nos lugares onde não há esses cuidados, há impac-tos muito negativos nas atividades dos funcionários”, lembra o gerente de Tec-nologia do Sebrae. Por aí passam cuida-dos como o uso de máscaras e luvas no serviço de lapidação.

PÓLO MODELOO Pólo de Folheados de Limeira é

um dos mais avançados na preocupa-ção ambiental. Na cidade paulista se concentra a metade da produção de fo-lheados do estado. A atividade envolve processos de fundição e galvanoplastia, que apresentam um potencial poluidor signifi cativo. Em função disso, a Com-panhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) criou, anos atrás, um projeto piloto para a região, com par-ticipação e parceria da indústria e das associações locais de bijuterias.

O programa Produção Mais Limpa foi desenvolvido em parceria com a Associação Limeirense de Jóias (AJL), o Sindijóias e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP). O pro-

Além de beleza e valor, o consumidor quer da

indústria joalheira uma produção limpa, que

respeite o meio ambiente e os trabalhadores

grama estabelece estratégias, práticas ou condutas econômicas, ambientais e técnicas que evitam ou reduzem a emissão de poluentes, por meio de ações preventivas.

Além de reduzir o consumo de água, de energia e de matérias-primas, as em-presas participantes tiveram ganhos econômicos e ambientais signifi cativos ao diminuírem também os custos com o tratamento de efl uentes e a disposição fi nal de resíduos. O resultado é uma li-nha de produção com responsabilidade, maior efi ciência, mais econômica e de menor impacto ambiental.

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Paulo Alvim diz que resíduos transformam-se em matéria-prima de outros produtos

ecologicamente correta

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2222INDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIAS

A tecnologia é uma fer-ramenta mais do que importante para o setor de gemas e jóias. Novos maquinários, de ope-

ração automatizada, processos de trata-mento para materiais alternativos, como sementes, e novos processos produtivos são demandas essenciais para que os empresários da área possam crescer e também ter condições competitivas, principalmente com empresas no exte-rior. Mas para fazer esse investimento é preciso ter dinheiro.

O Sebrae e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), instituição vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, fi rmaram um convênio que investiu, em 2005, por meio de editais de seleção, R$ 27 milhões em 69 projetos de inova-ção de pequenas empresas. Desse total, R$ 2,5 milhões foram para os Arranjos Produtivos Locais de Gemas e Jóias. São

Tecnologia é

Para crescer de forma consistente, o setor precisa de investimento em

pesquisa, para desenvolver tecnologias, e na indústria, para produzir novas

máquinas e equipamentos

fundamental

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2323INDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIAS

cinco os projetos atendidos. Novo edital foi lançado e outras iniciativas do setor devem ser contempladas.

De acordo com o gerente da Unidade de Acesso à Inovação e Tecnologia do Sebrae, Paulo César Alvim, alguns dos projetos aprovados estão justamente na linha de desenvolvimento de ferra-mentas: “isso é muito signifi cativo para mostrar como é possível promover ino-vações tecnológicas no setor de gemas e jóias, porque hoje todo mundo acha que pode fazer jóia”.

No entanto, sem as inovações o pro-cesso acaba massifi cado e com baixíssima agregação de valor, e essa é uma situação a ser mudada. “A ótica da inovação é jus-tamente para agregar valor à produção”, diz Paulo Alvim. Ele estima que os resul-tados desses cinco projetos vão aparecer daqui a um ano e servirão como estímulo para que mais empresários invistam na área de ciência e tecnologia no Brasil.

• Implementação de novas tecnologias na criação e na produção de jóias – Fundação Padre Leonel Franca/Pontifí-cia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

• Inovação dos processos de la-pidação das empresas integran-tes do APL de Gemas e Artefa-tos de Pedras de Teófi lo Otoni – Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec).

• Estudo das inovações e dife-renciação no design de jóias, lapidação e tecnologia para ge-mas coradas gaúchas no APL de Gemas e Jóias – Fundação Vale do Taquari de Educação e Desenvolvimento Social.

• Desenvolvimento de novas tecnologias para o APL de Ge-mas e Jóias do Rio Grande do Sul – Núcleo Regional do IEL no Estado do Rio Grande do Sul/Agência de Educação Pro-fi ssional Senai de Guaporé.

• Programa de desenvolvi-mento de protótipos de jóias utilizando gemas brasileiras – Núcleo Regional do IEL no Estado do Rio Grande do Sul/Agência de Educação Profi s-sional Senai de Guaporé.

Projetos de Gemas e Jóias selecionados pelo convênio Finep/Sebrae

“Sem as inovações tecnológicas, o processo

acaba massifi cado e agrega pouco valor.”

LAPIDAÇÃONa área de lapidação, o País caminha

para dotar o setor de novos maquinários que possibilitarão o aumento da compe-titividade no mercado internacional. A avaliação é do gemólogo Wallid El Koury Daoud, que destaca a produção de uma nova máquina, com tecnologia brasilei-ra, usada na lapidação de cabochão.

Segundo Daoud, a máquina produz 1,5 mil pedras por dia, todas calibradas e padronizadas. “Um estudo de viabilidade econômico-fi nanceira mostrou que com essa máquina a indústria de lapidação brasileira torna-se competitiva em relação a qualquer outro país”, complementa.

A outra máquina, ainda em desen-volvimento, é a de lapidação facetada, com tecnologia Controle Numérico Computadorizado (CNC). A estimativa de produção é de 150 peças ao dia. “Pro-dução maior do que a chinesa, que é, em média, de 61 peças diárias”, conta.

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2424INDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIAS

Nesse trecho do Samba do Avião, Antônio Car-los Jobim imortalizou algumas das belezas do Rio de Janeiro. Pois

é. E não é que essas belezas estão à venda! Não vai ser possível comprar o Pão de Açúcar, mas o bondinho, talvez. Não aquele grandão, mas uma réplica dele, feita em prata, que guarda em seu

“Minha alma canta, vejo o Rio de Janeiro. Estou

morrendo de saudades. Rio, seu mar, praia sem fi m.

Rio, você foi feito pra mim. Cristo Redentor, braços

abertos sobre a Guanabara. Este samba é só porque,

Rio, eu gosto de você.”

interior pedras genuinamente brasilei-ras, está à disposição para enfeitar os colos das mulheres. O colar A Jóia do Rio, de Cid Bigio, faz parte do projeto PANorama Carioca.

Fruto de parceria entre o Sebrae/RJ e a Associação dos Joalheiros e Relo-joeiros do Estado do Rio (Ajorio), esse projeto servirá de modelo a ser implan-tado em todo o Brasil e conta com o

apoio do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), por meio de convênio com o Ministério do Turismo.

O trabalho desenvolvido no PANo-rama Carioca é resultado do encontro dos criadores de jóias e bijuterias que atuam na cidade de Rio de Janeiro. O PANorama Carioca investe na vocação turística e na dinâmica do estilo de vida da capital.

Imagens do

Brasilmagens

Nesse trecho do Samba

vejo o Rio de Janeiro. Estou morrendo de saudades. Rio,

seu mar, praia sem fi m. Rio, você foi feito pra mim.

Cristo Redentor, braços abertos sobre a Guanabara.

Este samba é só porque, Rio, eu gosto de você.”

interior pedras genuinamente brasilei- apoio do Instituto Brasileiro de Gemas

Brasilmagens

Brasilmagens

vejo o Rio de Janeiro. Estou morrendo de saudades. Rio,

seu mar, praia sem fi m. Rio, você foi feito pra mim.

Cristo Redentor, braços abertos sobre a Guanabara.

Este samba é só porque, Rio, eu gosto de você.”

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Designer:Cristiane Brentan

25INDÚSTRIA DE JÓIAS

Em pesquisa feita com turistas, eles apontaram como difi culdade encontrar suvenires de pedras que tivessem a cara da cidade. O projeto responde a essa carência e para oferecer os pro-dutos pretende realizar treinamentos,ofi cinas e palestras sobre a vida na cidade voltados para os criadores de jóias e bijuterias.

Ao ser lançado, o projeto atraiu cer-ca de 600 designers de jóias. Feitas as seleções, cem deles passaram por ca-pacitação que durou três meses. Nesse período, além de palestras com experts em Rio de Janeiro, eles gastaram sola de sapato para visitar as belezas da cidade, de forma a buscar a inspiração necessá-ria para criação de peças que traduzis-sem o que é a Cidade Maravilhosa.

O lançamento da coleção PANorama Carioca aconteceu no Fashion Business, evento paralelo ao Fashion Rio, em de-zembro de 2005. Foram expostas 250 peças – como pingentes, colares, bro-ches, pulseiras em prata e materiais alternativos –, de 50 designers, e que trazem desde imagens de botecos até detalhes do Cristo Redentor, dos Arcos da Lapa e de prédios históricos.

A gestora do projeto no Arranjo Pro-dutivo Local (APL) de Jóias do Sebrae/RJ, Andréia Lopes, conta que o sucesso foi enorme, “prova de que conseguimos reunir o design contemporâneo com a história do Rio de Janeiro, com produtos criativos e de muito bom gosto”.

A diretora executiva da Ajorio, Ân-gela Andrade, acrescenta que o PANora-ma Carioca colocou sangue novo na pro-dução de suvenires para turistas, uma área bastante carente. A executiva afi r-ma ainda que a proposta é aumentar a oferta até os Jogos Pan-Americanos, que acontecerão em julho de 2007, quando turistas do Brasil e do mundo, jornalis-tas e atletas vão tomar conta da cidade do Rio de Janeiro. Eles vão poder levar para casa peças que, como diria Tom Jobim, vão fazer cantar a alma.

Designer:Françoise Perret

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Designer:Cid Bigio

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2626INDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIAS

Que cara tem o ser-tão? De lagartos, de um céu inesquecível ou também de uma vegetação muito

própria. Essas fi guras tão sertanejas quanto brasileiras tomaram conta de uma coleção produzida por mulheres de Salinas (MG) e de Valente (BA), que transformaram a natureza em objetos de rara beleza.

São cangas, bijuterias, chapéus, bol-sas, colares e cintos, customizados com bordado e crochê, pedra e sisal. Aliás, muita pedra, numa demonstração de

que o trabalho em conjunto dá muito bom resultado. Foram usadas turmalinas, cris-tais rosa, ametistas, citrinos, águas-mari-nhas, quartzos e cristais príncipes.

A Cara do Sertão faz parte do Pro-jeto Identidade do Sertão, tocado por uma parceria entre Ministério do De-senvolvimento Agrário, Sebrae/BA e Sebrae/MG. Na primeira fase do projeto, participaram as costureiras da Cooper-salfashion, de Salinas, que aproveitaram as pedras preciosas abundantes na re-gião. De Valente, as confeccionistas da Cooperafi s trouxeram a arte feita com o sisal baiano. O trabalho foi coordenado

Rara beleza do sertão

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pelo designer Renato Imbroisi e utilizou apenas materiais naturais.

O projeto chegou à segunda fase com uma coleção de roupas. O objetivo da pro-dução, coordenada pelo estilista Ronaldo Fraga, foi abrir um espaço no mundo da moda para essas artesãs, que têm entre 20 e 70 anos e até então trabalhavam sozi-nhas. O Sebrae aferiu, em contato com as trabalhadoras, o aumento da auto-estima dessas mulheres, até então somente donas de casa, que perceberam que, juntas, forta-leceram a produção, com aumento conside-rável das vendas e conquista de espaço nos mercados brasileiro e internacional.

Os 18 anos produzindo bolinhas de latão para a indústria de folheados

de Limeira deram ao empresário Ângelo Percebon o título de Rei das Bo-

linhas, que ostenta no Brasil e no exterior. As bolinhas ocas, comuns em

brincos, colares, pulseiras ou anéis, estão cada vez mais em moda.

O empresário desenvolveu, há pouco mais de dois anos, nova

tecnologia automatizada que garante mais qualidade e rapidez na

fabricação. Esse trabalho de ferramentaria permite a fabricação de

até um milhão de bolinhas dos mais diversos tamanhos, formatos e

acabamentos a cada mês.

O processo para produzir em larga escala esse acessório da in-

dústria joalheira está patenteado no Instituto Nacional da Propriedade

Industrial (INPI), para proteger a originalidade da

criação. Como informa Percebon, a patente

evita que as empresas utilizem a tecnologia

sem a devida autorização legal. Para utilizá-

la, é preciso pagar os royalties.

O empreseário diz que, além do reco-

nhecimento da nova tecnologia, uma das

vantagens é que a empresa presidida por

ele vai conseguir expandir os negócios,

deixando pra trás os concorrentes.

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evita que as empresas utilizem a tecnologia

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Bordado e crochê, pedras e sisal, misturados, refl etem a cultura sertaneja na forma de objetos pessoais e de coleções de vestuário

O REI DAS BOLINHAS

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Ângelo Percebon é capaz de fabricar até um milhão de

bolinhas por mês

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2828INDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIAS

O Instituto Brasileiro de Gemas e Me-tais Preciosos (IBGM) anunciou que as exportações de jóias brasileiras atingiram US$ 20 milhões no primei-ro bimestre de 2006, 27% a mais que no mesmo período do ano passado. O que mudou na política brasileira que possibilitou esse aumento?

Ministro Furlan – O segmento de gemas, jóias e afi ns tem sido apoiado fortemente pelo governo. Buscamos prio-rizar esse setor por três motivos princi-pais. Primeiro, porque sabemos que ele representa uma indústria intensiva em mão-de-obra, isto é, uma grande gerado-ra de emprego e renda. Segundo, pelo motivo de o Brasil ser importante player internacional no setor, pela abundância de matéria-prima, ou seja, detemos rele-vante produção de gemas e metais pre-ciosos. Terceiro, pelo imenso potencial exportador. Hoje, com a produção de peças baseadas na imagem brasileira de alegria e sensualidade – imagem reco-nhecida internacionalmente – estamos aumentando cada vez mais nosso mer-cado internacional, sem contar com vá-

rios prêmios internacionais que nossos designers receberam recentemente.

Buscando impulsionar o desenvol-vimento sustentável dessa cadeia pro-dutiva, foi instalado, em julho de 2004, o Fórum de Competitividade da Cadeia Produtiva de Gemas, Jóias e Afi ns. O fórum consiste em um locus no qual es-tão reunidos os empresários, a acade-mia, os trabalhadores e o governo para discutir as oportunidades, as ameaças, os pontos fortes e os pontos fracos do setor. Essas discussões resultam na proposição de soluções e implementa-ção de políticas para o fortalecimento dos elos produtivos e, assim, da cadeia produtiva como um todo. O importante é que existe diálogo aberto e intenso e que os resultados já estão aparecendo, como o excelente desempenho do co-mércio internacional brasileiro, mesmo com a apreciação cambial do Real.

As empresas do setor reclamam da alta tributação. É possível pensar na redução da carga tributária para o segmento?

Ministro Furlan – Grandes avanços já ocorreram nos últimos meses, espe-cialmente os relacionados aos impostos estaduais, como o ICMS, já que houve expressiva redução de alíquotas so-bre esse setor em importantes estados produtores, como Minas Gerais.

Além disso, houve trabalho consis-tente de negociação de redução do IPI no âmbito da Comissão de Desenvolvi-mento Econômico, Indústria e Comér-cio da Câmara dos Deputados, junta-mente com colegas dos Ministérios das Minas e Energia, da Ciência e Tecno-logia e da Fazenda e do IBGM. Como resultado, foi encaminhada ao Ministé-rio da Fazenda proposta para redução de alíquota do IPI.

Grande parcela das empresas do setor é formada por micro e pequenos empre-endimentos. Como o MDIC implementa a política de apoio a essas empresas?

Ministro Furlan – Cientes de que a Cadeia Produtiva de Gemas e Jóias é com-posta, em sua grande maioria, por micro e pequenas empresas, estas têm sido

Por umENTREVISTA

Por umdesenvolvimento

sustentávelO diálogo aberto entre empresários, acadêmicos, tra-

balhadores e governo resultará no fortalecimento do setor de Gemas e Jóias. É o que afi rma, nesta entrevista, o ministro Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

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consideradas foco de atuação de diversas atividades realizadas pelo ministério.

Entre elas citamos o trabalho refe-rente ao apoio e ao desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais, por meio da atuação do Fórum de Competitivida-de de Gemas, Jóias e Afi ns e do Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GTP-APL).

Também no âmbito do fórum foi ce-lebrado convênio do MDIC com o IBGM para elaboração de estudo aprofundado da cadeia produtiva e proposição de po-líticas e ações a ser trabalhadas em es-forço conjunto dos atores do segmento. Nesse estudo foram prospectadas várias demandas que atendem principalmente a micro e pequenas empresas e que, no momento, são objeto de discussão e im-plementação pelos membros do fórum.

Entre as ações propostas, destacamos a elaboração da cartilha A Proteção Legal das Jóias, disponível em nosso site e no do IBGM. A realização do Aprendendo a Exportar Gemas e Jóias será outro instru-mento disponível aos empresários, tor-nando acessíveis informações relevan-tes a empreendimentos com potencial exportador. Também ações referentes à

simplifi cação de procedimentos de ex-portação e à promoção comercial estão sendo postas em prática.

Mais um instrumento que buscare-mos aliar para o encontro de soluções e eliminação de entraves da cadeia será o Projeto de Extensão Industrial Exportado-ra (Peiex), parceria entre MDIC, Apex e Sebrae que oferece assistência técnica e gerencial individualizada, aumentando a competitividade das empresas locali-zadas em APLs.

Como o senhor avalia o papel e a atua-ção do Sebrae na indústria joalheira?

Ministro Furlan – O Sebrae tem sido grande parceiro no Fórum de Competiti-vidade, sendo um de seus membros mais atuantes. Ele é responsável, hoje, pela implementação de importantes projetos de desenvolvimento do setor. Sua atua-ção é fundamental, já que representa um órgão que possui capilaridade e expertise para o apoio às empresas brasileiras, exe-cutando-o de forma efi caz e efi ciente, vi-sando ao encontro com o objetivo maior, que é o crescimento econômico e o con-seqüente bem-estar social da população. Destaca-se aqui o Peiex.

Quais os próximos desafi os para o se-tor aumentar a participação na cartei-ra de exportações do Brasil?

Ministro Furlan – Apesar de gran-des avanços alcançados no primeiro ano do Fórum de Competitividade, temos ainda desafi os para solucionar gargalos que representam obstáculos à obtenção plena do desenvolvimento sustentável dessa cadeia produtiva. Entre eles, po-demos citar a questão tributária que, como mencionado anteriormente, está sendo propriamente trabalhada. Ade-mais, outra prioridade para as ativi-dades do fórum serão a normalização e a conformação do segmento.

Demais ações, como a solidifi cação de uma indústria de máquinas e equi-pamentos nacionais, a simplifi cação de processos exportadores e o incentivo à exportação, aumentando o volume ex-portado e a pauta exportadora, a adequa-ção da oferta de crédito à demanda dos empresários e o incentivo à produção mais limpa são as próximas metas a ser alcançadas. É importante reforçar nossa disposição em dar continuidade ao bom trabalho que vem sendo realizado por to-dos os participantes do fórum.

No último dia de agosto de 2006, o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor de jóias foi reduzido de 20% para 12%. Com a assinatura do De-creto nº 5.883, a redução da alíquota be-neficia os segmentos de jóias, folheados, artefatos de pedras e bijuterias.

Essa redução foi proposta pelo Fórum de Competitividade da Cadeia Produtiva de Gemas, Jóias e Afins, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indús-tria e Comércio Exterior e pelo IBGM. O fórum reúne empresários, trabalhadores, pesquisadores e governo para avaliar as

Redução de IPI aumenta competitividadeoportunidades, as ameaças e os pontos fortes e fracos do setor, e para discutir legislação tributária, logística e aspectos cambiais. Instalado em julho de 2004, possui três grupos de trabalho:

Inovação tecnológica e moderni-zação industrial, que trata de temas como propriedade intelectual, formação e capacitação de recursos humanos, la-boratórios gemológicos, normas técni-cas, máquinas e equipamentos, exten-são tecnológica, agregação de valor na exportação, qualidade para a exportação e melhoria de design.

Inserção externa e capacidade ex-portadora, que cuida, entre outras coi-sas, da simplificação de procedimentos, de financiamento, de negociações inter-nacionais, apoio à consolidação da ima-gem e de marcas do Brasil no exterior.

Desenvolvimento produtivo re-gional e responsabilidade social, que cuida dos arranjos produtivos locais, da legislação mineral e de meio ambiente, de tecnologia e articulação entre as en-tidades de apoio e fomento aos arranjos produtivos locais e de informalidade na produção e comercialização.

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As pedras brasileiras de maior valor são lapidadas no País;

as outras vão para a China e a Índia

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A lapidação é um dos prin-cipais entraves para o desenvolvimento do se-tor de gemas e jóias no País: é o que informa a

publicação Políticas e ações para a cadeia produtiva de gemas e jóias, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comér-cio Exterior, produzida em parceria com o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM).

Segundo o texto, a lapidação é feita por pequenas indústrias, muitas de fun-do de quintal. Além disso, são poucas as indústrias integradas, o que difi culta garantia de qualidade, prazos e tipos di-ferenciados de lapidação.

O presidente do IBGM, Hécliton San-tini Henriques acrescenta que, por causa do chamado custo Brasil, a lapidação de pedras de menor valor no País não é viável e fi ca mais em conta enviá-las para países como Índia e China, e depois importá-las.

Estão em desenvolvimento equipa-mentos que darão excelente performance na lapidação. Segundo o dirigente, o forta-lecimento do setor nos pólos de produção de gemas e jóias vai possibilitar que, em curto prazo, sejam lapidados no Brasil de 70% a 80% da produção interna.

TEÓFILO OTONIO foco do trabalho no estado de Mi-

nas Gerais está concentrado na região de Teófi lo Otoni e envolve os municípios de

Caraí, Catuji e Padre Paraíso. A proposta por lá é a de promover a organização do trabalho dos cerca de 3 mil garimpeiros e mineradores da área.

A tarefa passa por um diagnóstico da situação, pela organização de coo-perativas e por treinamentos e capa-citação profi ssional. A meta é elevar a produção em 2% até dezembro de 2006 e em 5% até o fi nal de 2007. Em con-seqüência, a renda também aumenta-rá. Está previsto incremento de 1,5% até o fi m deste ano e de 4% até o fi nal do ano que vem.

Os primeiros resultados ainda não são possíveis de ser medidos em núme-ros, mas já é visível que os garimpeiros, que antes não se juntavam, começam a perceber que unidos em cooperativas têm melhores condições de trabalho, in-clusive para reivindicar a participação de projetos como o Bolsa Família.

As mudanças no setor de lapidação também começam a acontecer em Teófi -lo Otoni. O serviço por lá, que tem o Se-brae do estado como um dos principais executores, começou com um diagnós-tico dos lapidários. A proposta é reunir o setor em cooperativas, para a partir daí iniciar o trabalho de capacitação da mão-de-obra e, por fi m, incrementar as vendas, com o propósito de acabar com a fi gura do atravessador, para que a gema seja vendida às indústrias pelas cooperativas de lapidários.

Outra tarefa é a de organizar a pro-dução em áreas específi cas, uma vez que atualmente há lapidários espalha-dos pela cidade inteira, causando po-luição sonora considerável. A lapidação na cidade foi também uma das benefi -ciadas pelo convênio entre o Sebrae e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Foram liberados cerca de R$ 600 mil para a inovação dos processos de lapidação de micro e pequenas em-presas que fazem parte do Arranjo Pro-dutivo Local de Gemas e Artefatos de Pedras de Teófi lo Otoni.

PEDRO IINa cidade de Pedro II (PI), que

abriga uma das principais reservas de opala do mundo, a ação possibilitou a prática da cultura de cooperação. O re-sultado foi o nascimento da Cooperativa dos Garimpeiros de Pedro II (COOGP), que hoje conta com 100 cooperados. O Arranjo Produtivo Local da Opala,

“A lapidação é entrave ao desenvolvimento da indústria joalheira no Brasil.”

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estruturado em 2005, veio para organi-zar mais de 50 anos de exploração da gema de forma desordenada.

Uma das ações do Programa foi a capacitação dos trabalhadores, que be-nefi ciou cerca de 100 garimpeiros e pre-tende atender 600 profi ssionais até o fi -nal de 2007. Outro foco desse trabalho é buscar liberação de fi nanciamentos, por meio de microcréditos, do Programa Na-cional de Agricultura Familiar (Pronaf).

Os recursos já foram recebidos por 40 garimpeiros. O resultado é que, mo-tivados e com ações de licenciamento ambiental de novas minas, esses traba-lhadores têm a expectativa de triplicar, em 2006, a produção de opala bruta, que, em 2005, foi de 200 quilos.

O projeto do Arranjo Produtivo da Opala na região de Pedro II é uma ação conjunta do Sebrae/PI com o Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Prefei-tura Municipal de Pedro II, Ministério das Minas e Energia, Associação dos Jo-alheiros e Lapidários de Pedro II, Centro

de Tecnologia Mineral e Cooperativa dos Garimpeiros de Pedro II e Ministério da Ciência e Tecnologia.

COMPETITIVIDADEO objetivo desse programa de ação con-

junta é tornar ainda mais competitiva a ca-deia produtiva da opala, garantindo trabalho e renda para os cerca de 500 garimpeiros, lapidários e joalheiros do município.

De acordo com informações da Asso-ciação dos Joalheiros e Lapidários, num primeiro momento, o projeto teve como objetivo a capacitação de ourives. Pela proposta, até o fi nal do ano estará fun-cionando na cidade uma escola técnica de lapidação – o Centro Tecnológico de Artefatos Minerais, que oferecerá ofi -cinas de lapidação e de joalheria para agregar valor à produção.

A meta é, em três ou quatro anos, ge-rar 270 novos empregos em Pedro II, nas áreas de ourivesaria e lapidação, benefi -ciando diretamente cerca de mil pessoas, uma vez que o trabalho envolve também as famílias desses profi ssionais.

A PRODUÇÃO BRUTA NO GARIMPO

Quem tem mais de 30 anos, com certeza lembra de ter as-sistido na televisão às histórias de garimpeiros de Serra Pelada, com imagens que mais lembra-vam um formigueiro. Homens de todo o País largavam tudo – família, casa, amigos – para tentar fazer fortuna naquele pe-daço de chão no estado do Pará.

No entanto, os casos que fo-ram parar nas telinhas não fo-ram de sucesso. A maioria dos cerca de 25 mil homens até fi cou bem rica por um tempo. Mas na ânsia de acharem mais ouro e até por conta do consumo desenfreado, perderam tudo.

A falta de preparo dos pro-fi ssionais é outro entrave ao desenvolvimento da indústria joalheira. Para evitar novas tragédias humanas, como a de Serra Pelada, o Sebrae tem atu-ado na área de garimpo em vá-rios estados brasileiros, como Minas Gerais e Piauí, e em par-ceria com outras instituições, buscado garantir cuidados com o meio ambiente e também com a questão social.

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A NOVA COROA DE NOSSA SENHORADesde 2004, a imagem de Nossa Senhora da Aparecida da Basílica de Aparecida do Norte é adornada com

uma coroa em ouro, diamantes, turmalinas verdes, topázio amarelo e peridoto. Escolhida em um concurso de que participaram 165 designers, a peça desenvolvida por Lena Garrido, de Belo Horizonte, foi confeccionada pelo Pólo Joalheiro de São José do Rio Preto (SP) e doada à diocese. A antiga coroa, doada pela Princesa Isabel, foi restaurada

e conservada no Museu do Santuário.A idéia de realizar um concurso para escolher uma nova coroa surgiu quando o padre administrador do

Santuário de Aparecida leu uma reportagem sobre o APL de São José do Rio Preto em um jornal paulista. Ele procurou um grupo de empresários para viabilizar a proposta. O concurso foi realizado em parceria

entre a diocese, o Sebrae/SP e a Associação dos Joalheiros e Relojoeiros do Oeste Paulista.As jóias de caráter religioso são usadas há anos, na forma de crucifi xos e medalhinhas

do santo de devoção. Atualmente experimenta-se, na moda, uma diversifi cação crescente de uso de terços, escapulários e crucifi xos, o que afeta positivamente a indústria joalheira.

O romantismo

Pelo segundo ano, designers brasilienses de jóias leva-ram suas produções para o Fashion Business, no Rio de Janeiro, realizado

entre 7 e 10 de junho de 2006. A coleção Alma deste mundo foi exposta no estan-de Concretamente Moda Brasília. As pe-ças, que seguiram tendência gótica, fo-ram confeccionadas em prata e quartzo fumê e são basicamente voltadas para o público jovem.

O grupo de 18 designers que levou os produtos à feira de moda contou com o apoio do Projeto de Gemas e Jóias, do Se-brae/DF, e com a consultoria de Regina Machado. Entre as peças expostas e vendi-das, estavam anéis, pulseiras, colares, fai-xas de sumô com pingentes e até chinelo de gorgorão com pedras.

A coordenadora do projeto do Se-brae/DF, Cláudia Peralta, explicou que

quando a produção joalheira do DF participou da feira pela primeira vez, o propósito foi mostrar a produção bra-siliense. Neste ano de 2006, no entan-to, o objetivo foi, além de demonstra-ção, vender as peças. Ela ressalta que Brasília mostrou potencial criativo, de design e de produção de jóias, des-de a produção da matéria-prima até a comercialização.

CONCRETAMENTENa 8ª Fashion Business do Rio, o

estande Concretamente Moda Brasília apresentou a coleção primavera-verão 2007, inspirada no romantismo e nas roupas de nossas avós. Resultado do trabalho de 27 grupos, formados por 400 artesãos das mais diferentes regi-ões da capital do País, a produção con-ta com o apoio do Projeto Empreende-dorismo Social do Sebrae no DF.

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e conservada no Museu do Santuário.A idéia de realizar um

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A nobreza dos

folheadosUsados na produção de lembranças de romarias, os folheados ganham design sofi sticado em coleções de bijuterias

A terra de Padre Cí-cero, no Ceará, Ju-azeiro do Norte, é a terceira maior pro-dutora de folheados

no Brasil. É atualmente o segundo setor em importância no município, vindo atrás apenas do de couro e cal-çados. De acordo com o Sebrae/CE, são 50 empresas que empregam cer-ca de quatro mil pessoas. A produção chega a 2,5 milhões de peças ao mês, a maioria vai para os demais estados das regiões Norte e Nordeste.

A história dos folheados em Jua-zeiro do Norte está bastante ligada ao Padre Cícero, uma vez que milhares de romeiros iam e continuam a ir à cidade à procura de lembrancinhas para levar a amigos e parentes, o que estimulou a criação desse nicho em-presarial. A produção, que no início era basicamente artesanal, tem ga-nhado contornos mais modernos. Um dos projetos do Arranjo Produtivo de Jóias Folheadas do Ceará é justamen-

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te investir em tecnologia, com implanta-ção da ofi cina de ferramentaria, cursos para aumentar a qualidade e criação de marca própria que identifi que o design inovador dos produtos.

O investimento no design é priori-tário, porque a falta de uma identidade própria impede que as peças produzidas em Juazeiro do Norte alcancem mercado mais amplo e maior valor agregado, au-mentando a renda dos produtores. Ainda assim, duas empresas abriram mercado no Chile e na Bolívia e espera-se que, a partir das participações em feiras e mis-sões de negócios internacionais, outras atinjam o mesmo objetivo.

O aumento de 30% na produção e no volume de vendas da indústria de folhe-ados em Juazeiro do Norte, até o fi nal de 2008, é um dos objetivos do Arranjo Pro-dutivo Local. Para tanto, estão previstas ações como o acesso a feiras, encontros com empresários de outros países e cria-ção do Distrito Industrial de Folheados. São parceiros deste projeto: AIGA, prefei-tura municipal, STE, Centac, SDE, SDLR, Sebrae e empresas.

RIO GRANDE DO SUL

Do Ceará, a indústria de folheados viaja até a outra ponta do Brasil. Guapo-ré, no Rio Grande do Sul, a cidade com a segunda produção de folheados do País. São 130 micro e pequenas empresas, que geram mais de dois mil empregos diretos. O projeto, coordenado pelo Se-brae/RS, envolve 60 dessas empresas e o resultado do trabalho é signifi cativo. A meta do aumento no faturamento, que é de 15% ao fi nal de três anos, foi supera-da em 10% no primeiro ano de atuação.

Os bons números devem-se ao es-forço coletivo para promover o desen-volvimento tecnológico, com melhoria nos processos de produção e de design. As novas coleções têm como foco o uso de gemas do estado do Rio Grande do Sul. Os empresários também têm a

oportunidade de mostrar as produções em feiras nacionais, como a Feira Na-cional da Indústria de Jóias, Relógios e afi ns (Feninjer), a Mostra de Guaporé e a Feira da Ajorsul, e internacionais, como Vicenza, na Itália, e Éclat de Mode, na França. A participação de produtores brasileiros nesses eventos dá mais visibilidade, experiência e pro-move o crescimento das vendas.

São parceiros nesse projeto a Secreta-ria de Desenvolvimento e Assuntos Inter-nacionais do governo do Estado, a Univer-sidade de Caxias do Sul, o Senac, o Senai, a Ajorsul, o IBGM, o Sindijóias, a Ajoli, a prefeitura de Guaporé e o Sistema Fiergs.

CAPITAL DA JÓIA FOLHEADA

Em Limeira, no estado de São Paulo, o Arranjo Produtivo Local reúne 450 em-presas, em sua maioria de pequeno por-te, que geram 9 mil empregos diretos e outros 50 mil indiretos. A produção che-ga a 50 toneladas por mês, agregando to-dos os elos da cadeia produtiva. Do total produzido, 40% destinam-se ao mercado interno e 60% ao exterior.

As empresas mantêm relações de parcerias: de fornecedores de matéria-prima, insumos químicos e ferramen-

tas, passando por design, fabricação de peças brutas e acabadas e comercializa-ção, tanto no atacado quanto no varejo. E tudo com compromisso com o meio ambiente e responsabilidade social.

Além disso, desde 2004, o Sebrae/SP trabalha para agregar valor aos folheados por meio do design. O Núcleo de Inovação e Design de Limeira, uma parceria entre o Sindijóias e o Centro São Paulo Design, promove cursos, ofi cinas e workshops. Neste ano, o setor será benefi ciado com a instalação da planta de folheados na Escola Senai Luiz Varga, que recebeu para isso investimentos de cerca de R$ 4 milhões. As empresas terão acesso a equipamentos de última geração, labo-ratório e cursos diversos voltados para a capacitação de mão-de-obra.

Para permitir a inserção dos empresá-rios em outros mercados, Limeira sedia duas feiras. A Feira Internacional de Jóias Folhea-das, Brutos, Máquinas, Insumos e Serviços (Aljóias) reúne empresas de todos os elos da cadeia produtiva, com expositores e vi-sitantes de Limeira, de outros estados do Brasil e do exterior. A Feira Abril Fashion, por sua vez, é destinada a lançamento de coleções, comercialização de peças acaba-das e com forte apelo em design.

Participar de feiras e eventos dá mais visibilidade e promove o aumento das vendas

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Nem tudo que reluz é ouro. São também pedras, pra-ta e uma série de mate-riais alternativos, que hoje fazem as jóias bra-

sileiras. Os bons resultados dessa nova linha de produção na joalheria estão com-provados em números. As exportações do estado do Rio de Janeiro, que represen-tam 64% do total do País, cresceram 4% em 2005, em relação ao ano anterior.

O crescimento está dentro da meta estabelecida pelo Arranjo Produtivo Lo-cal de Jóias da Cidade do Rio de Janeiro e as expectativas do Sebrae/RJ são de um crescimento de 6% até o fi nal de 2006. A jóia de ouro 18k, com design diferen-ciado, é o carro chefe da produção, que envolve cerca de 80 empresas fabrican-tes e mil pontos de venda formalizados, que tornam o Rio de Janeiro o segundo mercado consumidor do País e terceiro produtor de jóias.

As principais ações desenvolvidas pelo Sebrae/RJ para fomentar a produ-ção e o comércio se concentram em dois focos estratégicos. O primeiro é o de pos-sibilitar maior competitividade das em-presas por meio de investimentos em ca-pacitação, difusão de tecnologia e design. O outro é reforçar a divulgação do setor e da produção joalheira e ampliar o acesso aos mercados internos e externos.

O trabalho no APL de jóias no Rio de Janeiro é fruto de uma rica parceria en-tre entidades de classe do setor joalheiro – como a Ajorio, o SNCAPP, o Sindijóias e o IBGM –, Sebrae/RJ, instituições empre-sariais como Firjan e Fecomércio, institui-

ções de ensino, como PUC-Rio e IZA/UVA, e o Instituto Nacional de Tecnologia.

PÓLO JOALHEIRO DO PARÁO trabalho mais articulado na área

de gemas e jóias no estado do Pará teve início em 1988, ano da elaboração e da execução do primeiro projeto, que vi-sava a promover o desenvolvimento do setor. A partir daí, concebeu-se a idéia de um pólo, com abrangência nos muni-cípios de Belém, Itaituba, Parauapebas e Floresta do Araguaia.

Mas por que a importância dessa organização? A resposta é simples. O Pará é grande produtor das matérias-primas, como minérios de ouro e prata, bem como das gemas de diversos tipos. Há ainda as biojóias que reúnem, além das matérias-primas tradicionais, as de origem fl orestal, que resultam numa va-liosa diversifi cação e em inúmeras pos-sibilidades de composição de peças.

A atuação do Sebrae decorre de uma parceria com a Associação São José Liberto e outras instituições es-taduais, como as Secretarias de In-dústria, Comércio e Mineração e de Ciências e Tecnologia, assim como as prefeituras dos municípios em que o projeto tem atuação.

REFERÊNCIA EM MINAS GERAIS

A proposta do Projeto Gemas e Jóias na região de Belo Horizonte é fazer da capital mineira uma referência da indús-tria joalheira no País. O trabalho envolve as cidades da região metropolitana da capital, inclusive Ouro Preto – historica-

mente produtora de jóias e pedras pre-ciosas. As ações são em parceria com a Ajomig, o IBGM, a Anglo Gold , a Fiemg, o Sebrae/MG e o Sindijóias.

Está em fase de negociação a aquisi-ção de uma área para que seja erguido o Pólo Industrial de Gemas e Jóias. A idéia é reunir, num único espaço, as diversas empresas espalhadas pela região. Com o pólo, pretende-se dar mais visibilidade ao setor, além de promover a capacitação dos profi ssionais. No entanto, mesmo antes da instalação desse pólo, existe a meta de aumentar as vendas para o mercado interno em 15,5% até o fi nal de 2006. Quanto às exportações, está pre-visto crescimento de dois pontos percen-tuais em relação a 2005, aumentando o número de empresas exportadoras.

Outra estratégia é a reestruturação do Núcleo de Design da capital minei-ra, que, aliás, conta com profi ssionais premiados em diversos concursos. Saiu de Minas Gerais, por exemplo, a pri-meira colocada na categoria Sudeste do XIII Prêmio IBGM de Design de Jóias. A designer Glacê Maria Drumond venceu com o desenho de um bracelete. O se-gundo e o terceiro lugares também foram conquistados por designers mineiros. Ou-tra ação do APL é ampliar a participação dos joalheiros de Minas Gerais em feiras nacionais e internacionais.

RIO GRANDE DO SULUm dos principais produtores de

ametista e de ágata do mundo, o Rio Grande do Sul, conta com um Arranjo Produtivo Local de Gemas e Jóias que

Os muitos materiais daindústria joalheira

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benefi cia 60 empresas de Guaporé, além dos municípios de Caxias do Sul, Cotiporã e Porto Alegre. A proposta do trabalho é a de geração de 100 novas empresas até 2007, além de aumentar o faturamento em 15%.

Para o Sebrae/RS o desenvolvimento das micro e pequenas empresas de ge-mas e jóias é uma prioridade. O estado responde por 19% do mercado brasileiro e representa 7% do total da mão-de-obra empregada na indústria. É um dos cinco principais pólos produtivos do País e o setor possui grande potencial de desen-volvimento para gerar renda e emprego.

Uma boa novidade por lá, justamen-te nesse esforço para aumentar a ren-da dos empresários locais, é a criação de centros tecnológicos em Soledade, Guaporé e Lajeado. Eles vão propiciar as condições para o desenvolvimento da tecnologia necessária para agregar valor na cadeia produtiva.

Também é promissora a notícia do início de atividades de uma indústria de bens de capital em Gaurama, prin-cipalmente voltada para a produção de gemas em lapidação de cabochões.

Os resultados em números são mui-to bons, mas um fator que não dá para medir em planilhas de cálculo é, cer-tamente, um dos principais resultados dos pólos joalheiros. Estamos falando da mudança de mentalidade. Os empre-

sários se vêem agora como parceiros e não mais como adversários. Essa postu-ra associativista tem contribuído para a união de esforços na busca da qualidade do setor de gemas e jóias.

A mudança se deu após a implementa-ção de um Plano de Ação Estratégica. Com o Planejamento Empresarial, por exemplo, as empresas passaram a vislumbrar no-vas oportunidades e a atuar em segmen-tos de mercado diferentes entre si. A com-petição entre elas diminuiu a ponto de serem capazes de desenvolver ações con-juntas, como apoio ao desenvolvimento de novas competências.

São parceiros neste projeto: Secre-taria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais do estado do Rio Grande do Sul, Universidade de Caxias do Sul, Senac, Senai, Ajorsul, IBGM, Sindijóias, Ajoli, prefeitura de Guaporé, Feevale, CIC de Guaporé e Sistema Fiergs.

SÃO JOSÉ DO RIO PRETOAs atividades do Programa de Compe-

titividade do Pólo de Jóias de São José do Rio Preto tiveram início em novembro de 2002. A parceria reúne Sebrae, Fiesp, CNI, Senai, Sindijóias, Centro São Paulo Design e Associação dos Joalheiros e Relojoeiros do Noroeste Paulista – entidade que re-presenta as indústrias de jóias da região, o poder público e centros universitários.

São José do Rio Preto é o segundo pólo industrial de jóias de São Paulo e reúne mais de 150 micro e pequenas empresas. Juntas, elas empregam cerca de 4 mil trabalhadores.

A expectativa é que mais empregos sejam gerados num futuro próximo. Está em fase de concretização a compra do

espaço onde vai funcionar o condomínio empresarial do APL. A área já está deter-minada e a expectativa é que 34 empre-sas de produção e de comercialização de jóias participem do condomínio. A estimativa é que entre seis e dez anos o projeto esteja concluído.

MATO GROSSOOrganizar o setor: esta é a ação prio-

ritária do Projeto de Gemas e Jóias no território da Grande Cuiabá. A proposta é que, organizados em uma associação, os empresários tenham em mãos a fer-ramenta para implementar a redução da carga tributária do governo esta-dual. A alíquota de 25% é considerada um dos gargalos do setor.

Outra meta é aumentar a produção de jóias em Mato Grosso. Isso porque uma pesquisa mostrou que 73,33% dos estabelecimentos formais comerciali-zam mais do que produzem e, por isso, acabam tendo de importar, apesar do grande potencial do estado. De acordo com o Departamento Nacional de Pro-dução Mineral (DNPM), Mato Grosso responde por 80% a 90% da produção brasileira de diamantes.

O projeto pretende aumentar a pro-dução em 40% até o fi nal de 2008, bem como aumentar em 50% o número de postos de trabalho. Para tanto, há o esfor-ço de possibilitar aos empresários o aces-so a novas tecnologias, que permitam a criação de produtos com características regionais e a utilização de materiais al-ternativos. Essas jóias terão a cara e o jei-to do Mato Grosso, contando a história, o imaginário, os ícones e outros elementos da cultura mato-grossense.

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Um dos principais resultados de São José do Rio Preto é o surgimento da postura associativista dos empresários. Todos saem ganhando

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3939INDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIAS

A certifi cação da qua-lidade e da garantia da semente e dos de-mais produtos orgâni-cos usados em jóias ain-

da está em fase de estudos. O que não signifi ca, porém, que o consumidor cor-ra algum tipo de risco ao comprar esses produtos. Isso porque, na maioria das vezes, os ornamentos vendidos em es-tabelecimentos comerciais são tratados para evitar fungos e insetos e também recebem cuidados para assegurar a du-rabilidade do produto.

Ainda assim, há necessidade de regu-lamentação, até mesmo para atender ao mercado internacional, bastante exigente com essas questões. Na Embrapa Belém (PA) já existem estudos sobre o comporta-

mento das sementes em jóias. O Sebrae, por sua vez, formou um grupo de trabalho, que envolve todos os estados da Amazônia Legal, para avaliar os processos atualmen-te utilizados para o tratamento do material orgânico usado na joalheria.

O consultor do Sebrae, Jorge Rincón, explicou que, ao fi nal do estudo, uma série de manuais e cartilhas com orien-tações adequadas será distribuída a empresários, cooperativas, associações e comunidades que usam esse tipo de produto. “A partir daí, podemos passar para a elaboração de instrumentos le-gais de normas técnicas”, informa.

Enquanto as publicações não estão prontas, Jorge Rincón alerta para os cui-dados com a umidade. Segundo ele, de pouco adianta gastar tempo e dinheiro

na secagem de sementes, se elas não forem armazenadas em locais adequa-dos. Ele diz, ainda, que a impermeabili-zação deve ser feita depois da semente trabalhada, “pois, ao ser furada, para a fabricação de uma pulseira, por exem-plo, está criada outra situação física, por onde pode entrar a umidade”

Outro zelo importante é com a fumi-gação, de forma a exterminar insetos, ervas daninhas e fungos. Mas é preciso atenção para que nenhum tipo de re-síduo tóxico fi que na peça, de forma a evitar qualquer irritação na pele. Outra dica é passar ao comprador os cuidados para a manutenção da jóia. Para evitar a umidade, por exemplo, é recomendável que o produto fi que numa caixa junto a saquinhos de sílica em gel.

Semente de qualidade

com certifi cado

Ever

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Nas

cim

ento

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Você é daqueles que acham que jóia é so-mente aquela com me-tais e pedras preciosas? Se respondeu que sim,

você está errado. Há jóias das mais boni-tas e com excelente valor comercial que têm como matéria-prima sementes, fi -bras, cipós e até frutos. Estamos falando das biojóias, que são ornamentos produ-zidos com material originado principal-mente do bioma amazônico.

Colares, brincos, pulseiras, anéis e demais peças feitas com as sementes da Amazônia estão, cada vez mais, caindo

no gosto tanto das brasileiras quanto das mulheres de todo o mundo. Além disso, as biojóias são responsáveis hoje pela geração de milhares de empregos. Dados do Sebrae/AC apontam que somente na-quele estado cerca de 4 mil pessoas es-tão envolvidas na produção de biojóias. Esse número, que tem o lado positivo de criação de emprego e renda, traz consigo, no entanto, uma questão a ser observa-da com bastante atenção: a preservação do meio ambiente.

Com a preocupação de proteger e orientar as comunidades coletoras, com o manejo fl orestal e com a cor-

reta comercialização dos produtos, o Sebrae criou o Grupo de Trabalho de Certifi cação de Sementes e Produtos Artesanais. A consultora do Sebrae Hulda Giesbrecht explica que a certi-fi cação segue normas técnicas e prevê uma série de cuidados com o manejo, com a coleta e com o replantio das ár-vores das quais é recolhida a matéria-prima da biojóia.

A possibilidade da certifi cação está, portanto, à disposição. Hulda avalia como essencial que os produtores de biojóias e também de jóias que usam materiais orgânicos observem as regras

Jóias com gemas orgânicas

As peças feitas com sementes da

Amazônia caíram no gosto das mulheres

de todo o mundo

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Everaldo Nascimento

Bolotha

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que interferem na produção. Não so-mente por questões ambientais, mas também pelo aspecto econômico. “As se-mentes são retiradas das áreas nativas sem os cuidados com o manejo. Então, qual a sustentabilidade desse negócio? Nenhuma. O resultado é que daqui a pouco o material acaba”.

A consultora do Sebrae acrescenta que os consumidores também têm papel importante nessa questão. Se eles come-çarem a exigir o certifi cado de manejo fl orestal, quem produz vai ser obrigado a procurar a certifi cação.

O estado do Acre foi o pioneiro no estabelecimento de normas para regulamentar o uso econômico dos produtos fl orestais não-madeireiros. A Portaria Interinstitucional nº 1/2004, editada pelo Ibama/AC e pelo Institu-to do Meio Ambiente do Acre (Imac), órgão estadual ambiental, estabelece o prazo de três anos para que os cole-tores, que trabalham com fi ns econô-micos, adotem o plano de manejo sim-plifi cado, cadastrem-se no Ibama/AC e no Imac e ajustem-se às regras do transporte do material.

A medida do Ibama no Acre não teve o propósito de restringir a coleta de produtos fl orestais, mas de regu-lamentá-la. Além disso, o Sebrae/AC promove a aproximação dos coletores com os artesãos, de forma, inclusive, a agregar valor às sementes.

E falando em semente, uma das pre-feridas dos “biojoalheiros” é a jarina, conhecida como o marfi m vegetal e que demora quatro anos para germinar. A semente é muito resistente, o que per-mite múltiplas possibilidades de mani-pulação. A variedade é enorme. O Mu-seu Paraense Emílio Goeldi estuda 486 qualidades de sementes, e calcula-se que a região amazônica deve ter 170 mil variedades de plantas.

Catálogo Jóias do Pará - A

mazônia - Brasil

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Coleção Castanha-do-Pará

Designer: Maria das Graças

Grafi smo

Designer: Jaime Lisboa

Gráfi cos

Designer: Zeus

Catálogo Jóias do Pará - A

mazônia - Brasil

Catálogo Jóias do Pará - A

mazônia - Brasil

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A que se deve esse crescimento nas exportações de jóias?

A exportação melhorou nos últi-mos anos por conta da parceria entre o IBGM e a Apex, que resultou no Progra-ma Setorial Integrado de Promoção das Exportações de Gemas, Jóias e Metais Preciosos (PSI). Esse programa prevê o apoio organizado e sistemático para os diversos segmentos do setor e as ações vão desde conscientização, treinamento, capacitação dos empresários até partici-pação em feiras mundiais. É preciso sa-lientar também que esse trabalho conta com o apoio das associações de classe estaduais e do Sebrae, que tem atuação relevante na organização, na gerência e no associativismo.

Qual o índice de participação dos em-presários nesse processo?

Podemos computar que atualmente 300 empresas, a maior parte delas de

pequeno e médio porte, participam do programa. É preciso ressaltar ainda a mudança na mentalidade dos empre-sários. Muitas empresas que nunca exportaram, ou exportavam de forma pontual, passaram a ter no mercado internacional uma estratégia de venda permanente. O mercado internacional exige constância e investimento.

E as vendas no mercado interno? Têm acompanhado o mesmo ritmo de crescimento?

Temos recebido muitas reclamações das grandes indústrias com o desempe-nho do mercado interno. Mas fi zemos uma análise bastante profunda e che-gamos à conclusão de que não houve queda; o que aconteceu foi a entrada de novos parceiros. Nos últimos dez anos, incentivamos muito o design. Todo esse esforço levou para o mercado um núme-ro grande de pessoas com habilidades

para produzir algo diferenciado. Com um espírito de empreendedor, esse novo designer de jóias se junta a dois ou três ourives e monta um ateliê. Foram mon-tados centenas deles. Esse pessoal come-çou a fabricar e a vender muito, porque são profi ssionais com produtos bem-fei-tos. Além disso, as lojas passaram a ter acesso mais facilitado a equipamentos mais baratos e de mais fácil manejo. O re-sultado é que esses comerciantes come-çaram, eles mesmos, a fabricar suas jóias e reduziram as encomendas das grandes indústrias. Diante disso, se você conver-sar com a indústria tradicional, vai ouvir que o mercado caiu muito, mas isso não se verifi ca no mercado como um todo, que continua crescendo.

O senhor fala em crescimento. Há es-paço para expansão ainda maior?

Claro que sim, mas o setor de gemas e jóias esbarra em um problema sério:

Depois de décadas de resultados irregulares, as exportações brasileiras têm crescido em ritmo cons-tante e o design brasileiro de jóias se consagra cada vez mais. O presidente do Instituto Brasileiro de Gemas e Jóias, Hécliton Santini Henriques, comemora os resultados, mas alerta que ain-da há muito o que fazer

Há muito

ENTREVISTA

crescerespaço para

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a carga tributária, que chega a 53%, contra uma média internacional de 15%. São im-postos federais e estaduais. Com o ICMS temos tido bons resultados. Houve redu-ção das alíquotas na maioria dos estados, com exceção de São Paulo. Já quanto ao IPI, que é um tributo federal, há uma lei autorizando a queda. No entanto, a Secre-taria da Receita Federal diz que o IPI tem que baixar para 12%, e nós queremos 5%. Estamos nessa negociação, mas acredito num bom termo. No entanto, mesmo com valores menores do que os atuais, a car-ga tributária brasileira vai fi car acima da média internacional, mas, de qualquer forma, palatável.

Qual será o impacto dessa redução de impostos na indústria joalheira?

A carga tributária ainda vai fi car alta, mas vai ser possível competir com a informalidade. Além disso, menos impostos vão permitir que a maioria das empresas que optou por participar do Simples possa deixar esse sistema, cujo teto de faturamento é de R$ 2,4 milhões ao ano, e expandir suas ativi-dades. Esse limite estrangula o setor de gemas e jóias, que quer crescer, e fora do Simples isso será possível. O resultado fi nal, portanto, é que as alí-quotas menores, além de dar oxigênio para a indústria, vão aumentar a arre-cadação dos cofres públicos, porque muitas empresas vão sair do Simples e passar a pagar 5% de IPI.

O governo federal tem sido sensível a essa aritmética?

O ministro do Desenvolvimento, In-dústria e Comércio Exterior, Luiz Fer-nando Furlan, é um incentivador do setor. Ele acredita muito na capacidade do setor de contribuir para o aumento das exportações e da geração de ren-da e de emprego. Isso faz que ele nos dê apoio nesses pleitos no Ministério da Fazenda. Eu acredito que vamos

conseguir resolver o principal óbice ao desenvolvimento do nosso setor.

Qual a real importância do design para esse setor?

Fora do design não há salvação. A estratégia da inclusão da jóia brasileira no mercado internacional foi toda feita na jóia de design. Por quê? Porque você pode dividir o segmento joalheiro no mundo em três níveis: o da jóia de me-nor nível, que é competitiva por preço, o da jóia intermediária, com mais qualida-de, mais impacto visual, mas com preço bem competitivo, e por último o nível superior, com jóias de marcas consagra-das, cujas empresas no mundo nessa si-tuação são poucas. Mas, por outro lado, esse nicho é o da jóia de design.

E qual o nível do design brasileiro?O Brasil, por razões históricas, sem-

pre foi muito bom no desenho, com uma diversidade cultural e geográfi ca bem importante, que é uma matéria-prima singular para a criação. O design é o fa-tor de diferenciação, porque o mercado internacional é altamente competitivo. É um mercado altamente globalizado. O que o mundo quer? O mundo não quer comprar jóia. Nós chegamos a essa con-clusão. O mundo quer comprar uma his-tória, um conceito.

O senhor mencionou a participação das pequenas e médias empresas no setor. É uma área boa para esses empresários?

É sim, até mesmo pela própria na-tureza do setor. Eu acho que o pior dos mundos para esse negócio é o media-no. A joalheria deve ter duas escalas. A pequena e a grande, como acontece na China. Lá todo mundo tem mais que 500 empregados. Por outro lado, a produção em pequena escala dá mais fl exibilida-de, melhor atendimento, necessidades menores, dando mais oportunidade para o cidadão abrir o seu negócio.

Qual deve ser o papel do Sebrae no setor de gemas e jóias?

Eu acredito que o Sebrae tenha to-dos os instrumentos para uma peque-na empresa crescer. O grande pulo do gato, porém, é dar apoio integrado para a empresa nas suas diversas necessi-dades. Não adianta ensinar o sujeito a vender se ele não tem produtividade. E não tem produtividade porque não tem crédito e não tem crédito porque não tem produção. Por isso, a melhor alternativa é o apoio integrado, com o exame das necessidades da empresa e o trabalho simultâneo com as áreas com defi ciência. O Sebrae tem esses mecanismos. É igualmente importante a transferência de experiências.

Como se transfere experiência?Por exemplo, uma coisa que está

dando certo no Rio Grande do Sul, a gente traz para Minas, ou de Minas para o Rio de Janeiro. Quando apoiamos o pólo do Pará, por exemplo, levamos profi ssionais de Minas Gerais, do Rio de Janeiro, de São Paulo para possibilitar a troca de experiências. Trazemos o pes-soal para as feiras. Os arranjos produ-tivos locais ou pólos têm contado com apoio ativo do Sebrae, às vezes até na concepção e no desenvolvimento. E nós sempre que podemos também estamos presentes, ou mesmo as associações de classe, fi liadas ao IBGM.

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“Da próxima vez que eu for a Brasília, eu tra-go uma fl or do cerrado pra vo-

cê.” Pensando bem, posso trazer também uma pedra preciosa ou uma jóia que comprei na feira que funciona aos pés da Torre de Televisão, uma referência à Torre Eiffel, em Paris, feita por um dos criadores da cidade, o urbanista Lúcio Costa. E já que estou na Torre, vou contar como é o Museu Nacional de Gemas.

Uma iniciativa do Sebrae/DF, em parceria com a Secretaria de Turismo do Distrito Federal, o museu oferece um acervo de aproximadamente 3 mil gemas. São diamantes de diversas to-nalidades, esmeraldas, rubis, águas-marinhas. Há ainda gemas orgânicas – como coral, âmbar, madrepérola, pé-rola, marfi m, chifre de gamo –, gemas sintéticas, bem como imitações em vi-

dro, resinas e plástico. A iluminação é por fi bra ótica, inédita no Brasil.

O museu conta também com uma sala de treinamento, para exibição de vídeos sobre a origem da formação das rochas magmáticas e o crescimento dos cristais. Há ainda informações sobre a arte da lapidação e de montagem de jóias. O Laboratório de Gemas e Metais Preciosos é responsável pela análise e pela certifi cação da autenticidade das gemas e das jóias.

Além do Museu Nacional de Gemas, o projeto Gemas e Jóias de Braísilia conta com o esforço conjunto de várias instituições para estimular a associação entre o turismo e a joalheria. Operado pelo Sebrae/DF, em parceria com o IBGM, a Abragem, a AJO, o Senai e empresários também responde pela criação de espaços permanentes para comercialização e divulgação de gemas, jóias e bijuterias produzidas no Distrito Fe-deral, em áreas de fl uxo de turistas.

Quem preferir saber como as pedras são extraídas da terra e transformadas em jóias, poderá conhecer as minas e o trabalho dos garimpeiros de Teófi lo Oto-ni (MG). Parte do Projeto Gemas e Jóias da região, a montagem de roteiros turís-ticos associados a questões de gemas em breve será posta em prática, movi-mentando a economia local.

A região, que envolve também os municípios de Caraí, Catuji e Padre Pa-raíso, já recebe grande número de vi-sitantes, mas num turismo de negócio. Um grande número de turistas interna-cionais e brasileiros é esperado para a Feira Internacional de Pedras Preciosas (FIPP) e a XVII Feira Livre de Pedras Preciosas, que neste ano aconteceu em agosto. A feira em Teófi lo Otoni desperta a curiosidade das pessoas em função da grande variedade de pedras preciosas exposta nos dois pavilhões, tanto em estado bruto como lapidado.

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no ranking Primeiro

A exportação é muitas vezes encarada como bicho-de-sete-cabeças. No entanto, há alterna-tivas que podem facili-

tar a vida do produtor de jóias, gemas e bijuterias. O Exporta Fácil, produto da Empresa de Correios e Telégrafos, é um serviço de remessa internacional que envia, sem burocracia, mercadorias até o limite de US$ 20 mil, com cada paco-te de no máximo 30 quilos. A proposta é possibilitar o acesso das empresas ao mercado externo.

O desembaraço alfandegário fi ca por conta dos Correios, que emite o Cer-tifi cado de Exportação, posteriormente enviado ao exportador, sem que ele pre-cise se deslocar até as cidades onde há autoridades alfandegárias para liberar as remessas. Para ter acesso ao Expor-ta Fácil, o interessado deve preencher um formulário de postagem do serviço, que é auto-explicativo e serve também como fonte de informação de endereça-mento, recibo de postagem, declaração para alfândega, conhecimento aéreo de embarque de carga e guia de instruções

para emissão da Declaração Simplifi -cada de Exportação (DSE) do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Sis-comex). Esse formulário encontra-se na internet, no endereço eletrônico: www.correios.com.br/exportafacil.

O Exporta Fácil, disponível em mais de 8 mil agências dos Correios, conta com diversas modalidades de entrega, com prazos e preços diferenciados, que aten-dem a mais de 200 países. O serviço prevê ainda seguro automático gratuito, seguro opcional e um programa de fi delidade que estabelece descontos progressivos, paga-mentos a faturar e coleta domiciliar.

Os artefatos de joalheria, metais pre-ciosos e bijuterias ocupam, desde 2004, o primeiro lugar no ranking dos produtos do Exporta Fácil, e com expressivas taxas de crescimento, segundo informações dos Correios. O setor representa 46,91% do valor total exportado. As mercadorias saem, principalmente, dos estados de São Paulo, Amazonas, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com destino aos Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Espanha, Alemanha, Chile, entre outros.*Conforme as cidades de origem e de destino das remessas

Tipos de remessa1. Mercadoria Expressa – Para quem tem urgência de entrega. Prazo estimado de entrega entre 2 e 5 dias úteis*. 2. Mercadoria Econômica – Para quem busca o menor preço para a remessa. Entrega acima de 15 dias úteis*.3. Leve Prioritário – Para quem prioriza o prazo, sem desconsiderar o preço para objetos de até 2kg e valor máximo de mil reais. Entrega estimada em 5 a 11 dias úteis*.4. Leve Econômico – Forma mais econômica de envio de mercadorias e objetos de até 2kg e valor máximo de mil reais. Entrega estimada de 15 a 30 dias úteis*.

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Do Brasil

Jóias, gemas, artefatos de pedras, folheados e bijuterias brasileiras en-feitam mulheres e homens de quase todo o mundo. Nos últimos cinco anos, de 2000 a 2005, houve aumento de quase 43% nas exportações do setor. Passaram de cerca de US$ 533 milhões para US$ 761 milhões. Os bons resultados são conseqüência de um projeto fi rmado entre o Institu-

to Brasileiro de Gemas e Jóias (IBGM) e a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). O gestor de projetos da Apex, Rodrigo de Souza, conta que após a implantação do Programa Setorial Integrado de Promoção das Exportações de Gemas, Jóias e Metais Preciosos, o setor tornou-se mais conhe-cido internacionalmente, o que possibilitou que muitas empresas que não ex-portavam passassem a fazê-lo, além de aumentar a inserção de empresas que já vendiam para o exterior.

Levar empresários para expor em

eventos no exterior e trazer compradores

e formadores de opinião são algumas das estratégias para

exportar mais

mundopara o

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Os Estados Unidos continuam a ser o principal destino das jóias brasileiras, representando cerca de 45% das expor-tações. A Suíça também é um grande comprador. No entanto, alguns novos e importantes mercados foram abertos. As vendas para a França aumentaram em 234%. Para a Alemanha, o crescimento foi de 51%, para o Peru, de 55% e para a Argentina, 51%. Segundo informações do IBGM participam do programa cerca de 60 empresas, que atuam por meio de 9 consórcios de exportação.

A parceria entre Apex e IBGM é fi r-mada sobre alguns pilares. Um deles é possibilitar que as empresas brasileiras participem de feiras internacionais. Se-gundo Rodrigo Souza, a Apex paga uma parte do aluguel do espaço e a monta-gem do estande. “Além disso, a agência arca com todos os gastos de divulgação e promoção no exterior, como anúncios em revistas especializadas, assessoria de imprensa, além de despesas com intérpretes e material promocional”. A Apex também custeia a vinda de com-pradores e de formadores de opinião internacionais às feiras brasileiras.

Principais Itens 2001 2002 2003 2004 2005

Diamantes em Bruto 8.466 12.910 12.490 7.498 4.078

Diamantes Lapidados 2.180 17.589 11.652 15.028 16.341

Pedras Preciosas em Bruto 25.646 30.271 35.042 39.467 41.048

Rubis, Safi ras e Esmeraldas Lapidadas 23.513 18.548 4.197 6.235 5.811

Outras Pedras Preciosas Lapidadas 31.901 32.487 33.611 47.391 45.264

Obras e Artefatos de Pedras 10.180 11.068 10.803 11.914 13.224

Ouro em Barras, Fios e Chapas 335.339 349.131 327.119 412.813 458.866

Produtos de Metais Preciosos p/ Indústria 34.464 41.299 40.032 31.584 43.140

Joalheria/Ourivesaria Metais Preciosos 28.911 21.077 31.273 47.228 45.815

Folheados de Metais Preciosos 26.931 24.862 51.979 52.341 67.288

Bijuterias de Metais Comum 3.070 1.613 2.730 4.766 9.405

Outros Produtos 2.484 28.719 1.470 879 11.397

Total 533.085 589.574 562.398 677.144 761.677

Outra ação da parceria é o apoio a ações de prospecção e pesquisa de mercado. Para tanto, a Apex Brasil pro-move eventos especiais, como o Brasil Oggi, uma rodada de negócios com dis-tribuidores italianos que reúne várias empresas brasileiras da área de moda, que aconteceu em junho, em Milão, na Itália. O gestor de projetos da Apex acrescenta que o órgão estruturou uma área de inteligência comercial, que auxilia os setores na identifi cação de oportunidades para as empresas, seja um novo mercado inexplorado, seja no-vas formas de olhar um mercado para onde o Brasil já exporta.

Apesar dos bons resultados, a Apex avalia que as vendas para o exterior ainda podem aumentar bastante, se o governo brasileiro remover alguns en-traves. De acordo com a Agência, um dos principais obstáculos para os expor-tadores é a exigência feita pela Secre-taria de Comércio Exterior (Secex) de que as empresas apresentem certidões negativas de tributos, para poderem ser benefi ciadas pela redução a zero do Imposto de Renda sobre os valores

enviados ao exterior para o pagamento de feiras e outras ações de promoção. Por causa dessa regra, muitos desistem de participar de eventos fora do Brasil, pois para seguir as determinações, os custos têm de ser embutidos nos valo-res dos produtos, tornando-os menos competitivos.

Outra difi culdade é a legislação tributária específi ca para o setor, que paga os mais altos impostos em todo o mundo. Isso enfraquece a competitivi-dade do Brasil perante pesos pesados como Índia ou China.

Exportação brasileira (2001-2005) US$ mil

Fonte: MDIC/Secex/Decex

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4747INDÚSTRIA DE JÓIASINDÚSTRIA DE JÓIAS

Os Estados Unidos continuam a ser o principal destino das jóias brasileiras, representando cerca de 45% das expor-tações. A Suíça também é um grande comprador. No entanto, alguns novos e importantes mercados foram abertos. As vendas para a França aumentaram em 234%. Para a Alemanha, o crescimento foi de 51%, para o Peru, de 55% e para a Argentina, 51%. Segundo informações do IBGM participam do programa cerca de 60 empresas, que atuam por meio de 9 consórcios de exportação.

mada sobre alguns pilares. Um deles é possibilitar que as empresas brasileiras participem de feiras internacionais. Se-gundo Rodrigo Souza, a Apex paga uma parte do aluguel do espaço e a monta-gem do estande. “Além disso, a agência arca com todos os gastos de divulgação e promoção no exterior, como anúncios em revistas especializadas, assessoria de imprensa, além de despesas com intérpretes e material promocional”. A Apex também custeia a vinda de com-pradores e de formadores de opinião internacionais às feiras brasileiras.

Principais Itens 2001 2002 2003 2004 2005

Diamantes em Bruto 8.466 12.910 12.490 7.498 4.078

Diamantes Lapidados 2.180 17.589 11.652 15.028 16.341

Pedras Preciosas em Bruto 25.646 30.271 35.042 39.467 41.048

Rubis, Safi ras e Esmeraldas Lapidadas 23.513 18.548 4.197 6.235 5.811

Outras Pedras Preciosas Lapidadas 31.901 32.487 33.611 47.391 45.264

Obras e Artefatos de Pedras 10.180 11.068 10.803 11.914 13.224

Ouro em Barras, Fios e Chapas 335.339 349.131 327.119 412.813 458.866

Produtos de Metais Preciosos p/ Indústria 34.464 41.299 40.032 31.584 43.140

Joalheria/Ourivesaria Metais Preciosos 28.911 21.077 31.273 47.228 45.815

Folheados de Metais Preciosos 26.931 24.862 51.979 52.341 67.288

Bijuterias de Metais Comum 3.070 1.613 2.730 4.766 9.405

Outros Produtos 2.484 28.719 1.470 879 11.397

Total 533.085 589.574 562.398 677.144 761.677

Outra ação da parceria é o apoio a ações de prospecção e pesquisa de mercado. Para tanto, a Apex Brasil pro-move eventos especiais, como o Brasil

que as empresas apresentem certidões negativas de tributos, para poderem ser benefi ciadas pela redução a zero do Imposto de Renda sobre os valores

enviados ao exterior para o pagamento de feiras e outras ações de promoção. Por causa dessa regra, muitos desistem de participar de eventos fora do Brasil, pois para seguir as determinações, os custos têm de ser embutidos nos valo-res dos produtos, tornando-os menos

Outra difi culdade é a legislação tributária específi ca para o setor, que paga os mais altos impostos em todo o mundo. Isso enfraquece a competitivi-dade do Brasil perante pesos pesados

Exportação brasileira (2001-2005) US$ mil

Fonte: MDIC/Secex/Decex

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tações. A Suíça também é um grande comprador. No entanto, alguns novos e importantes mercados foram abertos. As vendas para a França aumentaram em 234%. Para a Alemanha, o crescimento foi de 51%, para o Peru, de 55% e para a Argentina, 51%. Segundo informações do IBGM participam do programa cerca de 60 empresas, que atuam por meio de 9 consórcios de exportação.

A parceria entre Apex e IBGM é fi r-mada sobre alguns pilares. Um deles é possibilitar que as empresas brasileiras participem de feiras internacionais. Se-gundo Rodrigo Souza, a Apex paga uma parte do aluguel do espaço e a monta-gem do estande. “Além disso, a agência arca com todos os gastos de divulgação e promoção no exterior, como anúncios em revistas especializadas, assessoria de imprensa, além de despesas com

move eventos especiais, como o Brasil Oggi, uma rodada de negócios com dis-tribuidores italianos que reúne várias empresas brasileiras da área de moda, que aconteceu em junho, em Milão, na Itália. O gestor de projetos da Apex acrescenta que o órgão estruturou uma área de inteligência comercial, que auxilia os setores na identifi cação de oportunidades para as empresas, seja um novo mercado inexplorado, seja no-vas formas de olhar um mercado para onde o Brasil já exporta.

Apesar dos bons resultados, a Apex avalia que as vendas para o exterior ainda podem aumentar bastante, se o governo brasileiro remover alguns en-traves. De acordo com a Agência, um dos principais obstáculos para os expor-tadores é a exigência feita pela Secre-taria de Comércio Exterior (Secex) de

de participar de eventos fora do Brasil, pois para seguir as determinações, os custos têm de ser embutidos nos valo-res dos produtos, tornando-os menos competitivos.

Outra difi culdade é a legislação tributária específi ca para o setor, que paga os mais altos impostos em todo o mundo. Isso enfraquece a competitivi-dade do Brasil perante pesos pesados como Índia ou China.

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BAHIA - Travessa Horácio César, 64 - Largo dos AflitosCEP: 40060-350 - Salvador/BAFones: (71) 3320-4300/0800-284000

CEARÁ - Av. Monsenhor Tabosa, 777 - Praia de IracemaCEP: 60150-010 - Fortaleza/CE - Fone: (85) 3255-6600

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ESPÍRITO SANTO - Av. Jerônimo Monteiro, 935 - CentroCEP: 29010-003 - Vitória/ES - Fone: 0800-399192

GOIÁS - Av. T-3 N, 1000 - Setor BuenoCEP: 74210-240 - Goiânia/GO - Fone: (62) 3250-2000

MARANHÃO - Av. Prof. Carlos Cunha, s/nº - JaracatyCEP: 65076-820 - São Luís/MA - Fone: (98) 3216-6166

MATO GROSSO - Av. Historiador Rubens de Mendonça, 3999 -CPA - CEP: 78050-904 - Cuiabá/MT - Fone: (65) 3648-1200

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MINAS GERAIS - Av. Barão Homem de Melo, 329 - Nova SuíçaCEP: 30460-090 - Belo Horizonte/MG - Fone: (31) 3269-0180

PARÁ - Rua Municipalidade, 1461 - Bairro do UmarizalCEP: 66050-350 - Belém/PA - Fone: (91) 3181-9000

PARAÍBA - Av. Maranhão, 983 - Bairro dos Estados CEP: 58030-261 - João Pessoa/PB - Fone: (83) 3218-1000

PARANÁ - Rua Caeté, 150 - Prado Velho CEP: 80220-300 - Curitiba/PR - Fone: (41) 3330-5800

PERNAMBUCO - Rua Tabaiares, 360 - Ilha do Retiro.CEP: 50750-230 - Recife/PE - Fone: (81) 2101-8400

PIAUÍ - Av. Campos Sales, 1046 - Centro NorteCEP: 64000-300 - Teresina/PI - Fone: (86) 3216-1300

RIO DE JANEIRO - Rua Santa Luzia, 685 - 7º, 8º e 9º andares - Centro - CEP: 20030-041 - Rio de Janeiro/RJ Fone: 0800-782020

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RIO GRANDE DO SUL - Av. Sete de Setembro, 555 - CentroCEP: 90010-190 - Porto Alegre/RS - Fone: (51) 3216-5006

RONDÔNIA - Av. Campos Sales, 3421 - Bairro OlariaCEP: 78902-080 - Porto Velho/RO - Fone: (69) 3217-3800

RORAIMA - Av. Major Willians, 680 - São PedroCEP: 69301-110 - Boa Vista/RR - Fone: (95) 3623-1700

SANTA CATARINA - Av. Rio Branco, 611 - CentroCEP: 88015-203 - Florianópolis/SC - Fones: (48) 3221-0800/ 0800-483300

SÃO PAULO - Rua Vergueiro, 1117 - Paraíso CEP: 01504-001 - São Paulo/SP - Fone: 0800-780202

SERGIPE - Av. Tancredo Neves, 5500 - AméricaCEP: 49080-480 - Aracaju/SE - Fone: (79) 2106-7700

TOCANTINS - 102 Norte Av. LO 4 Lote 1, cj. 2Plano Diretor Norte. CEP: 77006-006 - Palmas/TOFone: (63) 3223-3300

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CEARÁ - Av. Monsenhor Tabosa, 777 - Praia de IracemaCEP: 60150-010 - Fortaleza/CE - Fone: (85) 3255-6600

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ESPÍRITO SANTO - Av. Jerônimo Monteiro, 935 - CentroCEP: 29010-003 - Vitória/ES - Fone: 0800-399192

GOIÁS - Av. T-3 N, 1000 - Setor BuenoCEP: 74210-240 - Goiânia/GO - Fone: (62) 3250-2000

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MATO GROSSO DO SUL - Av. Mato Grosso, 1661 - CentroCEP: 79002-950 - Campo Grande/MSFones: (67) 2106-5511 / 08007035511

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RIO DE JANEIRO - Rua Santa Luzia, 685 - 7º, 8º e 9º andares - Centro - CEP: 20030-041 - Rio de Janeiro/RJ Fone: 0800-782020

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TOCANTINS - 102 Norte Av. LO 4 Lote 1, cj. 2Plano Diretor Norte. CEP: 77006-006 - Palmas/TOFone: (63) 3223-3300

Posso ajudar?

Lista de Gestores da Carteira de Gemas e Jóias

Míriam Machado Zitz Gerente da Unidade de Atendimento Coletivo Indú[email protected](61) 3348-7405

Kelly Cristina Pinho SanchesCoordenadora [email protected](61) 3348-7352

SEBRAE/CEMaria Lédio VieiraCoordenadora [email protected](85) 3255-6600

Tania Mary Porto de CarvalhoCoordenadora [email protected](85) 3212-3322

Frederico FeitozaGestor do Projeto APL de Jóias Folheadas [email protected](88) 3512-3322

SEBRAE/DFAluízio Carlos VilelaCoordenador [email protected](61) 3362-1600

Cláudia Peralta Gestora do Projeto Gemas e Jóias do Distrito [email protected](61) 3323-1881 / 3321-1787 /3321-0109Torre de TV

SEBRAE/MTJosé Valdir Santiago Jr Coordenador [email protected](65) 3648-1275

Fabíola de Mello Lacerda Gestora do Projeto Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Gemas e Jóiasfabí[email protected](65) 3648-1272 / 3648-1274

SEBRAE/MGAgmar Abdon CamposCoordenador Estadual [email protected] (31) 3371-9042

Antonio Augusto Vianna de FreitasGestor da Macro Região [email protected](31) 32612-2323

Márcia Valeria Cota MachadoGestora do Projeto Gemas e Jóias na região de Belo Horizonte [email protected](31) 3262-2323

Cláudio Luiz de Souza OliveiraGestor de Macro Regiã[email protected](38) 3690-5908

Cirilo Jardim BonfimGestor do Projeto Gemas e Jóias na região de Teófilo Otoni [email protected](33) 3522-1320

SEBRAE/PAJoão de Deus Amaral JuniorCoordenador estadual [email protected](91) 3181-9017

Felinto Coelho MendesGestor do Projeto Gemas e Jóias nas regiões de Belém, Marabá e Santaré[email protected](91) 3181-9068

SEBRAE/PIRosa de Viterbo [email protected](86) 3216-1341

SEBRAE/RJRenato RegazziCoordenador Estadual [email protected](21) 2212-7891

Rodrigo Otavio BrantesCoordenador [email protected](21) 2212-7700

Andréia LopesGestora do Projeto APL de Jóias da Cidade do Rio de Janeiro [email protected](21) 2212-9879

SEBRAE/RSThais Pires FabianCoordenadora [email protected] (51) 3216-5183

Liane Beatriz P. Klein Coordenadora Regional e Gestora do Projeto APL Jóias de Guaporé[email protected](51) 3710-1697

SEBRAE/SPIlsiane PelosoCoordenadora Estadual [email protected](11) 3177-4697

Valéria Prado ScottGestora do Projeto: APL - Programa de Competitividade de Jóias de São José do Rio Preto [email protected] (17) 3222-2777

Sueli Regina ChiarandaGestora do Projeto Plano Específico Setor de Folheados - Limeira - ER [email protected](19) 3434-0600

ACRE - Rua Rio Grande do Sul, 109 - Centro CEP: 69903-420 - Rio Branco/AC - Fone: (68) 3216-2100

ALAGOAS - Rua Dr. Marinho de Gusmão, 46 - CentroCEP: 57020-560 - Maceió/AL - Fone: (82) 3216-1600

AMAPÁ - Av. Ernestino Borges, 740 - Bairro do LaguinhoCEP: 68908-010 - Macapá/AP - Fones: (96) 3214-1400/1408

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ESPÍRITO SANTO - Av. Jerônimo Monteiro, 935 - CentroCEP: 29010-003 - Vitória/ES - Fone: 0800-399192

GOIÁS - Av. T-3 N, 1000 - Setor BuenoCEP: 74210-240 - Goiânia/GO - Fone: (62) 3250-2000

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