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Enfª Rafaela Charão de Almeida2011
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A higienização das mãos é reconhecida,mundialmente, como uma medida primária,mas muito importante no controle de
infecções relacionadas à assistência à saúde.Por este motivo, tem sido considerada comoum dos pilares da prevenção e controle deinfecções dentro dos serviços de saúde,
incluindo aquelas decorrentes da transmissãocruzada de microrganismos multirresistentes.
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As infecções relacionadas à assistência à
saúde constituem um problema grave e umgrande desafio, exigindo ações efetivas deprevenção e controle pelos serviços de saúde.As infecções nesses serviços ameaçam tanto
os pacientes quanto os profissionais e podemacarretar sofrimentos e gastos excessivos parao sistema de saúde. Ainda, podem resultar emprocessos e indenizações judiciais, nos casos
comprovados de negligência durante aassistência prestada.
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As mãos são consideradas ferramentasprincipais dos profissionais que atuam nos
serviços de saúde, pois são as executoras dasatividades realizadas. Assim, a segurança dopaciente nesses serviços depende dahigienização cuidadosa e freqüente das mãos
destes profissionais.
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O controle de infecções nos serviços desaúde, incluindo as práticas da higienizaçãodas mãos, além de atender às exigências
legais e éticas, concorre também paramelhoria da qualidade no atendimento eassistência ao paciente. As vantagens destaspráticas são inquestionáveis, desde a
redução da morbidade e mortalidade dospacientes até a redução de custos associadosao tratamento dos quadros infecciosos.
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Foi o médico húngaro Ignaz PhilipSemmelweis que em 1846, comprovou aíntima relação da febre puerperal com oscuidados médicos.
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Destaca-se como precursora da EnfermagemModerna, Florence Nightingale (1820-1910),jovem culta e de família rica que desde cedopretendia dedicar sua vida aos outros.
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Florence Nightingale e sua equipe deenfermeiras iniciaram uma série de medidaspara organizar a enfermaria, como: higiene
pessoal de cada paciente; utensílios de usoindividual; instalação de cozinha; preparo dedieta indicada; lavanderia e desentupimentode esgoto. Com a implantação dessasmedidas básicas conseguiu reduzirsensivelmente a taxa de mortalidade dainstituição.
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A pele consiste no revestimento doorganismo, indispensável à vida, pois isola
componentes orgânicos do meio exterior,impede a ação de agentes externos dequalquer natureza, evita perda de água,eletrólitos e outras substâncias do meio
interno, oferece proteção imunológica, faztermorregulação, propicia a percepção e temfunção secretória.
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Devido à sua localização e extensasuperfície, a pele é constantemente exposta
a vários tipos de microrganismos doambiente. Assim, a pele normal do serhumano é colonizada por bactérias e fungos,sendo que diferentes áreas do corpo têm
concentração de bactérias variáveis porcentímetros quadrado.
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Price, em seu clássico estudo sobre aquantificação da microbiota da pele, dividiu asbactérias isoladas das mãos em duas categorias:transitória e residente. A microbiota transitória,que coloniza a camada supericial da pele,sobrevive por curto período de tempo e épassível de remoção pela higienização simplesdas mãos, com água e sabonete, por meio defricção mecânica. É freqüentemente adquiridapor profissionais de saúde durante contato diretocom o paciente (colonizados ou infectados),ambiente, superfícies próximas ao paciente,produtos e equipamentos contaminados.
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A microbiota transitória consiste demicrorganismos não-patogênicos ou
potencialmente patogênicos, tais comobactérias, fungos e vírus, que raramente semultiplicam na pele. No entanto, algunspodem provocar infecções relacionadas à
assistência à saúde.
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A microbiota residente, que está aderida àscamadas mais profundas da pele é mais
resistente à remoção apenas por água esabonete. As bactérias que compõem estamicrobiota (estafilococos coagulase negativose bacilos difteróides) são agentes menos
prováveis de infecções veiculadas porcontato.
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As mãos dos profissionais de saúde podem serpersistentemente colonizadas por
microrganismos patogênicos (Staphylococcusaureus, bacilos Gram-negativos) que, emáreas críticas como unidades com pacientesimunocomprometidos, pacientes cirúrgicos e
Unidade de Terapia Intensiva (UTI), podemter um importante papel adicional comocausa de infecção relacionada à assistência àsaúde.
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Sendo assim, a pele pode servir comoreservatório de microrganismos que podem
ser transmitidos por contato direto, pele compele, ou indireto, por meio de objetos esuperfícies do ambiente .
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A contaminação das mãos dos profissionais desaúde pode ocorrer durante o contato direto
com o paciente ou por meio do contatoindireto, com produtos e equipamentos aoseu redor,como bombas de infusão, barrasprotetoras as camas e estetoscópio, dentre
outros.
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As mãos dos profissionais de saúde já foramidentificadas como fonte de surtos de
infecção em serviços de saúde causados porvárias bactérias Gram-negativasmultirresistentes como Acinetobacter spp.,Stenotrophomonas maltophilia e Klebsiella.
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Vários anti-sépticos e sabonetes associados aanti-sépticos podem ser utilizados na
higienização das mãos durante o cuidado depacientes colonizados e ou infectados commicroorganismos, como clorexidina,Polivinilpirrolidona iodo – PVPI, triclosan e
Álcool.
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As mãos são consideradas as principais vias dedisseminação de infecções relacionadas à
assistência à saúde. Sendo assim, uma eficazhigienização das mãos é uma medida muitoimportante para evitar estas infecções, emboraa adesão dos profissionais de saúde às práticasrecomendadas ainda seja considerada baixa.Algumas das razões apontadas para odescumprimento desta prática nos serviços desaúde incluem, dentre outros, a falta oulocalização não acessível de equipamentosnecessários para a higienização das mãos, comolavatórios/pias e a não disponibilização, pelosserviços de saúde, de produtos e suprimentospara a higienização das mãos envolvendosabonetes, preparações alcoólicas e papeltoalha.
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Recentemente o termo “lavagem das mãos”foi substituído por “higienização das mãos”,
englobando a higienização simples, ahigienização anti-séptica, a fricção anti-séptica e a anti-sepsia cirúrgica das mãos.
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Devem higienizar as mãos todos osprofissionais que trabalham em serviços desaúde, que mantém contato direto ouindireto com os pacientes, que atuam namanipulação de medicamentos, alimentos ematerial estéril ou contaminado. Aindarecomenda-se que familiares,acompanhantes e visitantes higienizem asmãos antes e após contato com o paciente.
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As mãos constituem a principal via detransmissão de microrganismos durante aassistência prestada aos pacientes, pois apele é um possível reservatório de diversosmicrorganismos, que podem se transferirde uma superfície para outra ,por meio decontato direto (pele com pele), ou indireto,
através do contato com objetos ousuperfícies contaminadas.
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Remoção de sujidade, suor, oleosidade,pêlos, células descamativas e da microbiota
da pele,interrompendo a transmissão deinfecções veiculadas ao contato.Prevenção e redução das infecçõescausadas pelas transmissões cruzadas.
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Todos os profissionais que trabalham emserviços de saúde, que mantém contatodireto ou indireto com os pacientes, queatuam na manipulação de medicamentos ,alimentos e material estéril oucontaminado.
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A eficácia da higienização dasmãos depende da duração e da
técnica empregada.
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IMPORTANTE :Antes de iniciar qualquer umadessas técnicas, é necessário retirar
jóias (anéis, pulseiras, relógio), poissob tais objetos podem acumular-semicrorganismos.
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Finalidade:
Remover os microrganismos quecolonizam as camadas superficiais dapele, assim como o suor, a oleosidade
e as células mortas, retirando asujidade propícia à permanência e àproliferação de microrganismos.
Duração do procedimento: 40 a 60segundos.
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IMPORTANTE :
• No caso de torneiras com contato manual
para fechamento, sempre utilize papel-toalha.• O uso coletivo de toalhas de tecido é
contra-indicado, pois estas permanecemúmidas, favorecendo a proliferaçãobacteriana.
• Deve -se evitar água muito quente ou muitofria na higienização das mãos, a fim de
prevenir o ressecamento da pele.
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HIGIENIZAÇÃO ANTI-SÉPTICA
DAS MÃOS
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Promover a remoção de sujidades e demicroorganismos, reduzindo a cargamicrobiana das mãos, com auxílio de umanti-séptico.
Duração do procedimento: 40 a 60segundos.
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A técnica de higienização anti-séptica éigual àquela utilizada para higienizaçãosimples das mãos, substituindo-se o sabãopor um anti-séptico (anti-sépticodegermante)
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Finalidade:
• Reduzir a carga microbiana das mãos (nãohá remoção de sujidades). A utilização de gelalcoólico a 70% ou de solução alcoólica a70% com 1-3% de glicerina pode substituir ahigienização com água e sabão quando asmãos não estiverem visivelmente sujas.•
Duração do Procedimento: 20 a 30segundos.
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IMPORTANTE :• Para evitar ressecamento e dermatites,não higienize as mãos com água esabão imediatamente antes ou depoisde usar uma preparação alcoólica.• Depois de higienizar as mãos compreparação alcoólica, deixe que elassequem completamente (sem utilizaçãode papel-toalha).
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ANTI-SEPSIA CIRÚRGICAOU PREPARO PRÉ-
OPERATÓRIO DAS MÃOS
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Finalidade• Eliminar a microbiota transitória da pele e reduzir amicrobiota residente, além de proporcionar efeitoresidual na pele do profissional.• As escovas utilizadas no preparo cirúrgico dasmãos devem ser de cerdas macias e descartáveis,impregnadas ou não com anti-séptico e de usoexclusivo em leito ungueal e subungueal.• Para este procedimento, recomenda-se: Anti-sepsia cirúrgica das mãos e antebraços com anti-séptico degermante.• Duração do Procedimento: de 3 a 5 minutos para aprimeira cirurgia e de 2 a 3 minutos para ascirurgias subseqüentes (sempre seguir o tempo deduração recomendado pelo fabricante).
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ImportanteDe acordo com os códigos deética dos profissionais desaúde, quando estes colocamem risco a saúde dospacientes, podem ser responsabilizados por imperícia, negligência ouimprudência.
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A bibliografia e a versão digital destematerial encontram-se disponíveis no siteda ANVISA (www.anvisa.gov.br)/áreas de
atuação/serviços de saúde / publicações /higienização das mãos em serviços desaúde
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OBRIGADA !