ÚLCERA DE PRESSAO COMO INDICADOR DE ...assistência médica e da indicação e aplicação...
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JANE JOSÉ PINHEIRO
ÚLCERA DE PRESSAO COMO INDICADOR DE QUALIDADE DO CUIDADO
Londrina 2011
JANE JOSÉ PINHEIRO ÚLCERA DE PRESSAO COMO INDICADOR DE QUALIDADE DO CUIDADO
Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Auditoria em Saúde, do Centro Universitário Filadélfia – UniFil, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Auditoria em Saúde.
Orientadora: Prof. Dra. Rita de Cássia Domansky
Londrina 2011
COMISSÃO EXAMINADORA
____________________________________________ Prof.ª Dra. Rita de Cássia Domansk
Centro Universitário Filadélfia
____________________________________________ Prof.ª MS. Vânia Oliveira Melo
Centro Universitário Filadélfia
Dedicatória
Dedico este trabalho aos meus Pais e meu Esposo, que me apoiaram durante
o todo o período de especialização demonstrando grande amor.
Agradecimentos
A Deus por conseguir chegar até este momento de grande alegria, superando todas
as dificuldades, abençoando-me com esta conquista.
À Prof. Dra. Rita de Cássia Domansky, minha orientadora, por todo seu empenho e
dedicação durante a conclusão do trabalho de especialização.
As Professoras Vânia Mello e Lúcia Lopes, coordenadoras do curso, pela
compreensão e pelo apoio durante este ano.
Aos meus amigos que muito me ajudaram com idéias para conclusão deste trabalho.
Confia no Senhor de todo o teu coração e
não te apóies no teu próprio entendimento.
(Provérbios 3.5)
PINHEIRO, Jane. Jose. Úlcera de Pressão como Indicador de Qualidade do Cuidado. 2011. p.36 Trabalho de Conclusão de Curso de Pós Graduação em Auditoria em Saúde do Centro Universitario Filadélfia. Londrina – Paraná.
RESUMO
A úlcera de pressão (UP) considerada uma ferida iatrogênica, tem um impacto na qualidade de vida do paciente, bem como aumenta a taxa de morbimortalidade, o período de internação e o custo com o seu tratamento. Dado a dimensão do problema faz-se necessário estabelecer parâmetros mensuráveis para a avaliação sistemática da assistência prestada ao paciente sob risco para desenvolver a UP e, desta forma, contribuir para a produção de conhecimentos. Assim, a presente\ pesquisa tem por finalidade identificar os requisitos necessários para a elaboração de um protocolo de serviço de auditoria de serviços de saúde utilizando a UP como indicador de avaliação de qualidade de cuidados. Trata-se de uma revisão bibliografia. Foi realizada a busca pelas pesquisas por meio dos descritores propostos e atendendo aos critérios de inclusão das pesquisas, localizando 40 artigos pelos descritores isolados, entretanto ao cruzar os descritores propostos este número reduziu para 10 e ao proceder a leitura dos artigos, verificou-se que os mesmos embora trouxessem os descritores propostos para esta pesquisa, não tratavam do assunto. Assim, o material que compôs esta revisão são artigos que apontam para o tema proposto, trazem subsídios para a construção de indicadores e propostas para a elaboração de planos assistenciais dos serviços de saúde.
Palavras-chave: Úlcera por ou de pressão. Indicador. Qualidade. Cuidado. Enfermagem.
PINHEIRO, Jane. Jose. Pressue Ulcer as Indicator of Quality Care 2011. 36 leaves Trabalho de Conclusão de Curso de Pós Graduação em Auditoria em Saúde do Centro Universitario Filadélfia. Londrina – Paraná. ABSTRACT The pressure ulcer (PU) considered an iatrogenic injury, has an impact on quality of life of the patient as well as increased morbidity and mortality rate, the period of hospitalization and cost s with your treatment. Given the scale of the problem. it is necessary to establish measurable parameters for the systematic evaluation of the care provided to patients at risk for developing the UP and thus contribute to the production of knowledge. Thus, present research was to identify the requirements for the development of a service protocol audit of health services using the UP as an indicator for assessing quality of care. It is a literature review. When performing the search through research by the descriptors proposed and given the inclusion criteria of searches, 40 articles found by descriptors alone, however when crossing the descriptors proposed number has dropped to 10 and proceed to read the articles, there was that they even brought the descriptors proposed for this research did not address the issue. Thus, the material that composed this review are articles that point to the theme, bring subsidies for the construction of indicators and proposals for the development of health plans of health services. Key-Words: Ulcer or pressure. Indicator. Quality. Watch out. Nursing.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 8 2 MÉTODO ............................................................................................................................. 13
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................. 14 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 31
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 32
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1 INTRODUÇÃO
Durante séculos as úlceras por pressão (UP) preocuparam, intrigaram,
desafiaram e frustraram os profissionais de saúde. Ainda hoje, a incidência dessas
lesões representam um problema frequente e apontado como indicador negativo de
qualidade em todos os níveis de cuidados da saúde (LYDER, 2003).
Segundo Carvalho et al. (2007) o aumento do conhecimento sobre UP,
mostrou que esta não é de responsabilidade exclusiva do enfermeiro em decorrência
de sua natureza multifatorial, e o seu uso como indicador de qualidade do serviço de
enfermagem prestado passou a ser usado com indicador da assistência realizada
por toda a equipe de saúde.
Faz-se necessário destacar que as UP causam sofrimento, aumentam a
morbidade e mortalidade, o tempo e o custo da internação e diminuem a qualidade
de vida dos pacientes. A UP pode ser considerada uma lesão iatrogênica embora
sua etiopatogenia seja comprovadamente multifatorial. Conhecer o que são UP,
suas causas e os fatores de risco permitem, não só ao enfermeiro como a toda
equipe de saúde envolvida na assistência, implementar ações efetivas de prevenção
com objetivo de diminuir sua incidência (FERNANDES; BRAZ, 2002; BARROS;
ANAMI; MORAES, 2003).
No Brasil, não há registro dos custos para o tratamento das UP. Nos Estados
Unidos, aproximadamente um milhão de pessoas são afetados pelas UP, com um
custo anual de aproximadamente US$ 1.6 bilhões. Os custos dos estágios 1, 2, e 3
da UP são estimados entre US$ 2.000 a US$30.000 por internação, quando se trata
do estágio 4 o custo estimado sobe para a casa de US70.000 (MOODY;
GONZALES; CURETON, 2004).
No Canadá, estimaram que um em cada quatro pacientes agudos e um em
três pacientes crônicos tiveram uma UP, com prevalência de 26%, sendo 50% de
estágio I. Em hospitais dos Estados Unidos, a prevalência variou entre 14% e 17%.
A prevalência das UP em pacientes críticos foi de 22% nos Países Baixos, 12% na
Alemanha. A comparação de dados de prevalência pode ser um tanto enganadora
como um resultado de metodologias diferentes (KEAST et al., 2007).
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Com o envelhecimento da população o risco para o desenvolvimento das UP
aumenta. No Brasil, a população de pessoas de 60 anos ou mais cresceu 47,8% na
última década, o que se deve principalmente a menor taxa de mortalidade em
função dos avanços da medicina. As pessoas com idade superior a 60 anos
representam 10,5% da população total e 83% deles vivem nas cidades. Segundo a
Síntese de Indicadores Sociais, do IBGE.
Umas das maiores preocupações das instituições no que tange aos pacientes
acamados é o alto risco dos mesmos desenvolverem a UP, pois estão expostos a
inúmeros fatores de risco, tais como idade, estado nutricional, inatividade, baixa
mobilidade no leito, quadros de incontinência urinária e anal, instabilidade
hemodinâmica, doenças de base e estado geral comprometido. Este cenário
constitui tanto a necessidade quanto o desafio para uma equipe interdisciplinar
abordar o problema no que tange a sua prevenção e tratamento (BARROS et al.,
2002; SANTOS; SILVA, 2004; MORO et al., 2007; LISE; SILVA, 2007).
O profissional da saúde deve procurar voltar a sua atenção, de modo
especial, para os pacientes com predisposição a esse tipo de lesão, com vista à sua
prevenção. Neste sentido, a equipe de enfermagem deve ter competência para
identificar, minimizar e/ou sanar os fatores de risco para as UP, tendo o enfoque
preventivo para nortear a prática da assistência de enfermagem, tendo em vista
sempre a manutenção da qualidade assistencial (ALVES et al., 2008).
A qualidade da assistência de enfermagem é algo que se deve desejar todos
os dias para realização de um trabalho eficiente e eficaz visando o bem estar
contínuo do paciente sob nossa responsabilidade nos serviços de saúde (SILVA;
PINHEIRO, 2001).
Tanto Barbosa e Melo (2008) quanto Mezomo (2008) afirmam que qualidade
é um conjunto de propriedades de um serviço ou produto que o tornam adequado à
missão de uma organização e é concebida como resposta às necessidades e
expectativas de seus clientes.
Qualidade é sinônimo de melhoria contínua, sendo o conjunto de atributos ou
propriedades de um produto ou serviço que permite ao consumidor ou cliente emitir
um juízo de valor a respeito dela. Atualmente, o cliente está bem esclarecido quanto
aos seus direitos, exigindo uma qualidade maior nos serviços prestados, seja ele
10
realizado no setor público ou privado, determinando que o profissional se preocupe
continuamente com a qualidade do serviço prestado em todos os aspectos, o que
está intimamente ligada à produtividade, melhoria de resultados e aumento de
lucros, por meio da redução de perdas e do desperdício (BARBOSA; MELO; 2008).
Segundo Sousa et al. (2008) melhorar a qualidade dos cuidados de saúde
prestados e garantir a prestação dos mesmos, no tempo ideal e com custos
adequados é o grande desafio para os profissionais da área da saúde.
Feldman e Cunha (2006) dizem que a avaliação da qualidade é realizada
com base nas variáveis gerenciais, buscando medir as condições estruturais dos
serviços, desde a estrutura física, material e principalmente a de recursos humanos.
Para D”Innocenzo, Adami e Cunha (2006, p. 85) existem
Outras maneiras de realizar a avaliação seria através dos indicadores do processo, função de sensibilidade das tarefas ou especificação da assistência médica e da indicação e aplicação apropriada da terapêutica, Donabedian (1992), ainda estabeleceu sete atributos como os pilares de sustentação que definem a qualidade em saúde, quais sejam: a eficácia, efetividade, eficiência, otimização dos recursos, aceitabilidade, legitimidade e eqüidade.
Em 1863, Florence Nightingale já argumentava a necessidade de compilar e
divulgar os resultados estatísticos dos hospitais, como forma de perceber as
diferenças e melhorar a qualidade dos cuidados prestados (IEZZONI, 2003).
Os serviços de saúde, de um modo geral estão se esmerando pela execução
da gestão alicerçada pela qualidade, com o uso de indicadores capazes de
monitorar os serviços, auxiliado pelas atividades dos auditores, sejam eles médico,
enfermeiro, entre outros, que por meio da execução de sua função buscam não só a
qualidade do serviço prestado mas também os melhores indicadores para atingir
estes objetivos (CAMELO et al., 2009).
Um indicador não é uma medida quantitativa direta de qualidade, ou seja, é
uma unidade de medida de uma atividade, com a qual se está relacionada,
identificando e dirigindo as atenções para os resultados desta atividade, dentro de
uma organização de saúde. Um indicador pode ser uma taxa ou coeficiente, um
índice, um número absoluto ou um fato (DUARTE; FERREIRA, 2006).
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Os indicadores podem medir aspectos qualitativos e quantitativos relativos ao
meio ambiente, à estrutura, aos processos e aos resultados (BITTAR, 2001).
Segundo Donabedien (1980 apud MALIK; SCHIESARI, 1998, p. 24):
ESTRUTURA - recursos físicos, humanos, materiais e financeiros necessários para a assistência médica. Inclui financiamento e disponibilidade de mão-de-obra qualificada. PROCESSO - atividades envolvendo profissionais de saúde e pacientes, com base em padrões aceitos. A análise pode ser sob o ponto de vista técnico e/ou administrativo. RESULTADO - produto final da assistência prestada, considerando saúde, satisfação de padrões e de expectativas.
Para a criação de um indicador, recomenda-se a observação dos seguintes
critérios: seletividade, simplicidade, clareza, abrangência, rastreabilidade e
acessibilidade, comparabilidade, disponibilidade e baixo custo de obtenção.
Estabelecido o indicador, atribui-se a ele uma meta, que consiste na determinação
de um valor pretendido em determinadas condições. Esta meta deve estar
relacionada diretamente as estratégias da organização e para que se obtenha
sucesso na sua criação e utilização, é necessário o conhecimento pleno da atividade
a ser mensurada pelo referido indicador (SOARES; CARVALHO, 2003).
Os serviços de auditoria em saúde vem alavancar este processo de avaliação
da qualidade do serviço, por meio não só da avaliação pura e simples como também
na criação e utilização dos indicadores em saúde, contribuindo com os processos de
gestão institucional, em diversos níveis (CAMELO et al., 2009).
Faraco e Albuquerque, (2004) afirmam que a auditoria pode ser considerada
um elemento essencial para mensurar a qualidade da assistência de enfermagem
oferecendo subsídios aos profissionais para orientar suas atividades.
Para Scarparo e Ferraz (2007, p. 303):
A auditoria em enfermagem representa a função de controle do processo administrativo, verificando se os resultados da assistência estão de acordo com os objetivos. No entanto, há autores que a definem como a avaliação sistemática da qualidade de enfermagem prestada ao cliente pela análise dos prontuários, garantindo justa cobrança e pagamento adequado, a auditoria passa a ter um suporte de forma que as práticas assistenciais tenham condições d avaliar seus resultados.
Assim, pode-se dizer que a auditoria de enfermagem cumpre uma
finalidade institucional que na atualidade está pautada em um enfoque empresarial e
mercadológico, mostrando ainda uma tendência de mudança do enfoque de
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mercado voltado para o cliente, pautado na qualidade do produto ou serviço,
promovendo adequações das ações nesse sentido (SCARPANO; FERRAZ, 2007).
Segundo Alves et al. (2008) o profissional da saúde deve assistir de modo
especial os pacientes com predisposição a UP, a equipe de enfermagem deve ter
competência para identificar, minimizar e/ou sanar os fatores causais e de risco para
o eu desenvolvimento, sendo o enfoque preventivo o norteador da prática da
assistência de enfermagem.
Diante deste cenário, faz-se necessário estabelecer parâmetros mensuráveis
para a avaliação sistemática da assistência prestada ao paciente sob risco para
desenvolver a UP e, desta forma, contribuir para a produção de conhecimentos.
Assim, a presente pesquisa tem por finalidade identificar os requisitos necessários
para a elaboração de um protocolo de serviço de auditoria de serviços de saúde
utilizando a UP como indicador de avaliação de qualidade de cuidados.
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2 MÉTODO
Trata-se de uma revisão de literatura narrativa, na qual se pretende
apresentar inovações para embasar a prática clínica (POLIT; BECK; HUNGLER,
2004).
O material utilizado para a elaboração deste estudo foram os artigos sobre
úlceras por pressão como indicador de qualidade do cuidado, publicados na
literatura nacional e internacional, no período de janeiro de 2006 a dezembro de
2010, indexados nas seguintes bases de dados: base de dados em enfermagem
(BDENF), Biblioteca Cochrane, Literatura Latino Americana em Ciências da Saúde
(LILACS), Scientific Library Online (SCIELO), Cumulative Index to Nursing and Allied
Health Literature (CINAHL), Medline/PUBMED.
Os artigos foram definidos a partir dos seguintes critérios de inclusão:
a) Publicados em periódicos nacionais na língua portuguesa, no período de
jan/06 e dez/10;
b) Indexados nas bases de dados referidas anteriormente, por meio dos
descritores padronizados nos descritores em ciências da saúde (DeCS):
- úlcera por AND de pressão AND decúbito
- indicador
- qualidade
- cuidado
c) Referir-se a UP como indicador de qualidade de cuidado.
Após a leitura analítica das pesquisas selecionadas e do preenchimento do
instrumento elaborado para tal finalidade, os dados obtidos foram agrupados por
tema relacionado com o objetivo da pesquisa.
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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
No período estipulado para a pesquisa, foram levantados 40 pesquisas que
atendessem aos critérios de inclusão. Entretanto ao cruzar os descritores propostos
este número reduziu para 10. Ao proceder a leitura dos artigos, verificou-se que os
mesmos embora trouxessem os descritores propostos para esta pesquisa, não
tratavam do assunto em especifico mas com teor que fazia enfoque sobre o tema
abordado, ressaltando que foram utilizado apenas 10 artigos para a conclusão deste
trabalho.
Assim, o material que compôs esta revisão foi artigos que apontam para o
tema proposto, trazem subsídios para a construção de indicadores e propostas para
a elaboração de planos assistenciais dos serviços de saúde.
Então para que os objetivos da pesquisa fossem atendidos, optou-se por
elencar os conhecimentos necessários para a construção do indicador relacionado a
UP, fornecendo assim subsídios mensuráveis ao serviço de auditoria dos serviços
de enfermagem para o monitoramento da qualidade assistencial.
Para que a construção do conhecimento tenha uma lógica, optou-se pela
seguinte sequência: úlcera por pressão, avaliação de risco para UP, indicadores,
qualidade e auditoria. Por fim, será apresentado o exemplo de indicadores de UP e
protocolos já institucionalizados.
A úlcera por pressão (UP), segundo a National Pressure Ulcer Advisory Painel
(NPUAP), é uma lesão localizada na pele e/ou no tecido ou estrutura subjacente,
geralmente sobre uma proeminência óssea, resultante de pressão isolada ou de
pressão combinada com fricção e /ou cisalhamento (SOBEST, 2007, p. 43).
As inconsistências nas metodologias usadas e as populações estudadas
contribuem para estas diferenças fazendo comparações e análises equivocadas.
Entretanto, o desenvolvimento de guidelines baseados nas evidências práticas, a
estandardização da avaliação de risco, e a melhoria das tecnologias para a
prevenção e o tratamento tem sido muitos positivos na prevenção e no tratamento
das UP (CUDDIGAN; AYELLO; SUSSMAN, 2001).
Diversos sistemas de classificação ou estadiamento da UP foram
desenvolvidos, porém o proposto pelo NPUAP em 1999, revisado em 2007 é o
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amplamente utilizado mundialmente. Ficaram estabelecidas as seguintes definições
para os quatro estágios das UP (SOBEST, 2007, p. 43-4):
Estágio I – Pele intacta com hiperemia de uma área localizada que não esbranquece, geralmente sobre proeminência óssea. A pela de cor escura não pode apresentar esbranquecimento
Estágio II – perda parcial da espessura dérmica, apresenta-se como úlcera superficial com leito de coloração vermelho pálido, sem esfacelo. Pode apresentar-se ainda como uma bolha (preenchida com exsudato seroso), intacta ou aberta/rompida.
Estágio III – perda de tecido em espessura total. A gordura subcutânea pode estar visível, sem exposição de osso, tendão ou músculo. Esfacelo pode estar presente sem prejudicar a identificação da profundidade de perda tissular. Pode incluir descolamento e túneis.
Estágio IV – perda total de tecido com exposição óssea, de músculo ou tendão. Pode haver presença de esfacelo ou escara em algumas partes do leito da ferida. Freqüentemente, inclui descolamento e túneis.
O desenvolvimento da UP é fenômeno complexo que envolve vários fatores
relacionados com o paciente e com o meio externo, sendo a imobilidade o fator de
risco de maior importância nos pacientes hospitalizados. Pacientes em cuidados
intensivos são propensos a UP devido à sedação, alteração do nível de consciência,
suporte ventilatório, uso de drogas vasoativas, restrição de movimentos por período
prolongado de tempo e instabilidade hemodinâmica (FERNANDES, 2000).
As UP ocorrem com freqüência em regiões de proeminência óssea, porém
podem ocorrer em qualquer parte do corpo. A região pélvica concentra 50% das UP,
sendo 36,9% sacrais, 8% isquiáticas, 5,1% trocanterianas. O calcâneo é acometido
por 30,3% e o maléolo por 6,1%. Entretanto, o aparecimento das úlceras nas regiões
occipital (1,3%), escapular (2,4%), cotovelos (6,9%) e joelhos (3%) são menores. As
UP na orelha, mento, crista ilíaca podem ocorrer em menor freqüência (PIEPER,
2007, p. 209).
A comparação de dados de prevalência são imprecisos em decorrência a
resultados da utilização de métodos diferentes para a realização das pesquisas
(KEAST et al., 2007). Em 2001, nos Estados Unidos, estimava-se que 1,5 a 3
milhões de pessoas desenvolveriam UP no ano. Dados da população norte-
americana mostram que a incidência de UP varia entre a população e os locais de
atendimento. Nos locais de tratamento agudo, por exemplo, podem variar de 3% a
14%, em um grupo geriátrico a incidência aumenta para 24% e em pacientes com
lesão medular pode chegar até 59% o total de pessoas acamadas que desenvolvem
uma ou mais feridas (DELISA; GANS, 2002).
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Mesmo sendo elevado o número de pessoas acometidas pela UP, o Brasil
não possui dados precisos que mostrem a incidência e prevalência. No estudo
realizado por Costa (2003), com 53 pacientes acamados, verificou uma prevalência
de UP de 38%. Rogenski e Santos (2005), avaliaram a prevalência e a incidência de
UP em um hospital universitário, dos 102 pacientes avaliados obtiveram uma
prevalência de 18,6%. Já o estudo da incidência, dos 211 pacientes acompanhados,
39,8% desenvolveram a UP.
A determinação do risco para o desenvolvimento da UP é a primeira medida a
ser adotada para a prevenção da lesão. Deve ser realizada na admissão do paciente
e pelo menos a cada 48 horas, ou quando ocorrer alteração em suas condições de
saúde, principalmente em pacientes criticamente enfermos que apresentam grande
número de fatores de risco (PARANHOS; SANTOS, 1999). Em 2002, Ayello e
Braden propuseram o seguinte algoritmo para avaliação der risco:
Cuidados agudos: na admissão e pelo menos a cada 48 horas ou
quando houver piora do quadro ou alterações clínicas significativas;
Cuidados de longa permanência: na admissão e semanalmente nas
primeiras quatro semanas, depois disto trimestralmente ou quando
houver mudanças ou piora do quadro clínico;
Cuidados domiciliares: na admissão e reavaliar a cada visita.
O instrumento de avaliação do risco mais utilizado é a Escala de Braden e,
embora não tenha sido desenvolvida especificamente para pacientes criticamente
enfermos, apresenta especificidade e sensibilidade para essa população
(PARANHOS; SANTOS, 1999).
No Brasil, a Escala de Braden, apresentada no quadro 1, foi validada para
língua portuguesa por Paranhos e Santos (1999), ocasião que sua validade de
predição foi avaliada, obtendo níveis de sensibilidade, especificidade e validade de
predição positiva e negativa (SOUSA, et al., 2006).
Apresenta-se como instrumento eficaz no auxílio ao enfermeiro quando em
processo de decisão das medidas preventivas a serem adotadas, de acordo com o
risco de cada paciente. As úlceras por pressão sempre foram um problema para a
saúde, especialmente aos enfermeiros que são atribuídas as maiores
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responsabilidades no reconhecimento dos clientes de risco e por sua associação
com a deficiência na qualidade da assistência associada aos fatores predisponentes
intrínsecos (percepção sensorial, tolerância tissular aspecto nutricional,
envelhecimento, doenças degenerativas) e extrínsecos (umidade, fricção e
cisalhamento), que elevam os índices de UP em clientes hospitalizados
(FERNANDES, 2000).
Quadro 1 – Escala de Braden adaptada por Paranhos e Santos (1999).
VARIÁVEIS ESCORES
1 2 4 4
Percepção sensorial Totalmente
limitado Muito limitado Pouco limitado
Nenhuma
limitação
Umidade Completamente
molhada Muito molhada
Ocasionalmente
molhada
Raramente
molhada
Atividade Acamado Confinado a
cadeira
Caminha
ocasionalmente
Caminha
frequentemente
Mobilidade Totalmente
imóvel Muito limitado Pouco limitado Sem limitações
Nutrição Muito pobre Inadequada Adequada Excelente
Fricção e Cisalhamento Problema Problema em
potencial Sem Problemas
Fonte: Paranhos WY. Avaliação de risco para úlceras de pressão por meio da escala de Braden, na língua portuguesa. [dissertação] São Paulo (SP): EEUSP; 1999.
A Escala de Braden avalia seis fatores de risco (subescalas) para o paciente,
a saber: 1 – Percepção sensorial: referente à capacidade do paciente reagir
significativamente ao desconforto relacionado à pressão; 2 – Umidade: refere-se ao
nível em que a pele é exposta à umidade; 3 – Atividade: avalia o grau de atividade
física; 4 – Mobilidade: refere-se à capacidade do paciente em mudar e controlar a
posição de seu corpo; 5 – Nutrição: retrata o padrão usual de consumo alimentar do
paciente; e 6 – Fricção e Cisalhamento: retrata a dependência do paciente para a
mobilização e posicionamento e sobre estados de espasticidade, contratura e
agitação que podem levar à constante fricção (PARANHOS; SANTOS, 1999).
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Das seis subescalas, três medem determinantes clínicos de exposição para
intensa e prolongada pressão percepção sensorial, atividade e mobilidade; e três
mensuram a tolerância do tecido à pressão umidade, nutrição, fricção e
cisalhamento. As cinco primeiras subescalas são pontuadas de um (menos
favorável) a quatro (mais favorável); a sexta subescala, fricção e cisalhamento, é
pontuada de um a três.
O escore total pode ficar entre seis e 23, quanto menor o escore maior é o
risco para desenvolver a UP. As medidas prevenção devem ser mais freqüentes e
intensas de acordo com os níveis de risco: escore abaixo de 11 representa um risco
elevado para o desenvolvimento da UP, entre 12 e 14 o risco pode ser considerado
moderado e escores entre 15 e 16 um risco mínimo (PARANHOS; SANTOS, 1999).
Verifica-se que nos estudos de incidência e prevalência das UP são
considerados pacientes sob risco para o seu desenvolvimento aqueles que
obtiverem escores igual ou abaixo de 16, embora atualmente a nota de corte seja de
igual ou inferior a 18 para os idosos. Tais estudos se fazem necessários nas
instituições para que a equipe de saúde não só tenha ciência dos índices
institucionais, mas também para que sirva de base para a elaboração dos protocolos
de prevenção das UP e avaliação da efetividade das medidas adotadas
(ROGENSKI; SANTOS, 2005; ROGENSKI, 2010).
A avaliação de incidência de UP tem sido utilizada como um indicador de qualidade nos serviços de saúde, incorporando ações instituições que incluem os cuidados multiprofissionais. Esta forma de avaliação iniciou-se em 1987, nos Estados Unidos da América (EUA), com a criação da Joint Commission for the Acrediation of Health Care Organization (JCAHO), órgão responsável pela avaliação e credenciamento dos serviços de saúde no país quando determinou que a UP passaria a constituir um dos indicadores de qualidade do cuidado. Nesse mesmo ano, surgiu a National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP), painel composto por equipe multiprofissional, responsável pela melhoria dos resultados na prevenção e tratamento, por meio da educação, pesquisa e políticas públicas (SERPA, 2006, p. 25).
Para Barbosa e Melo (2008) “qualidade é sinônimo de melhoria contínua, o
conjunto de atributos ou propriedades de um produto ou serviço que permite ao
consumidor ou cliente emitir um juízo de valor a respeito dela”. Dizem que
atualmente, tanto o cliente interno quanto o externo está bem esclarecido quanto
aos seus direitos, exigindo uma qualidade maior nos serviços prestados, seja ele
público ou privado, determinando que o servidor se preocupe mais com a qualidade
do serviço prestado em todos os aspectos, estando esta qualidade intimamente
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ligada à produtividade, melhoria de resultados e aumento de lucros, por meio da
redução de perdas e do desperdício.
O primeiro passo para uma boa qualidade nos serviços prestados, é o
investimento nos recursos humanos, que segundo Peixoto (1995) é a definição do
“tipo” de gente que se deseja ter na organização, ou seja, “perfil” desejado. Este
perfil é o “padrão” de recursos humanos com o qual se vai trabalhar ou será
recrutado, ou ainda, é o comportamento a ser obtido após a capacitação.
Para o mesmo autor, devem ser considerados traços ou características como
fatores relevantes do perfil: o senso de realidade; julgamento; integração;
formulação de problemas; calor humano; equacionamento de problemas; poder de
análise; cautela; liderança; visão global; capacidade de operacionalização,
sobriedade; flexibilidade; capacidade de imaginação; empatia; acuidade; rigor nos
princípios; esmero; parcimônia; sensibilidade e disciplina.
Feldman e Cunha (2006) afirmam que “a avaliação da qualidade é realizada
tendo por bases variáveis gerenciais que buscam medir as condições estruturais dos
serviços, desde a estrutura física, material e principalmente a de recursos humanos”.
Mas, para SOUSA et al. (2008), “melhorar a qualidade dos cuidados de saúde
prestados e garantir a prestação destes cuidados, no tempo ideal e com custos
adequados é o grande desafio para os profissionais da área da saúde”. Entretanto,
D’INNOCENZO, ADAMI e CUNHA (2006), apontam outras maneiras de realizar a
avaliação por meio dos indicadores do processo, função de sensibilidade das tarefas
ou especificação da assistência médica e da indicação e aplicação apropriada da
terapêutica. Vale ressaltar que DONABEDIAM (1992 apud D’INNOCENZO et al.,
2006), estabeleceu os sete pilares que definem a qualidade em saúde: a eficácia, a
efetividade, eficiência, otimização dos recursos, aceitabilidade, legitimidade e
equidade.
Os serviços de saúde, de um modo geral estão se esmerando pela execução
da gestão alicerçada pela qualidade, com o uso de indicadores capazes de
monitorar os serviços, auxiliado pelas atividades dos auditores, sejam eles médico
ou enfermeiro, entre outros, que por meio da execução de sua função buscam não
só a qualidade do serviço prestado, mas também os melhores indicadores para
atingir estes objetivos (CAMELO et al, 2009).
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Fernandes (2000) relata que a incidência da UP, como indicador de
qualidade, auxilia na quantificação dos resultados de desempenho profissional em
relação a assistência prestada e serve de ferramenta para avaliação do processo
assistencial e gerencial, permitindo a respectiva revisão quando o resultado não for
alcançado. Em revisão realizada pela referida autora, no período de 1994 a 1998, a
mesma verificou uma redução da incidência da UP com a adoção de protocolos de
prevenção, mostrando a sua importância, visto que estas medidas proporcionam a
melhor utilização dos recursos, estabelecem uma prática mais homogênea
reduzindo a possibilidade de erros e diminuem os gastos.
Os indicadores surgem como um modo de gerar informações que subsidiam a
elaboração de diretrizes e de políticas públicas de saúde, melhorando gestão e
assistência prestada (RIPSA, 2008). A adoção de indicadores na área de
enfermagem reflete uma tendência mundial da prática, possibilitando o
estabelecimento de cuidados dirigidos para resultados de qualidade e humanização
(SILVA, 2003 apud ROGENSKI, 2010).
A utilização de indicadores traz como benefícios a possibilidade de, constantemente, acompanhar a qualidade do atendimento de enfermagem, não apenas de forma geral para o hospital como um todo, mas também aquela que está sendo oferecida nos diferentes setores do hospital. Além disso, permite a comparação dos escores entre hospitais e, em um mesmo hospital, entre diferentes setores e no mesmo setor ao longo do tempo (MOURA et al., 2011, p.137).
A Rede Interagencial de Informações para a Saúde RIPSA (2008), uma
iniciativa conjunta do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana da
Saúde com vistas a promover a produção, análise e disseminação de informações
relacionadas à saúde no país, onde participam entidades dos segmentos técnicos e
científicos nacionais, os quais formalizaram sua concordância em estabelecer
parcerias para aperfeiçoar informações de interesse comum.
A qualidade de um indicador depende das propriedades dos componentes utilizados em sua formulação (freqüência de casos, tamanho da população em risco) e da precisão dos sistemas de informação empregados (registro, coleta, transmissão dos dados). O grau de excelência de um indicador deve ser definido por sua validade (capacidade de medir o que se pretende) e confiabilidade (reproduzir os mesmos resultados quando aplicado em condições similares). Em geral, a validade de um indicador é determinada por sua sensibilidade (capacidade de detectar o fenômeno analisado) e especificidade (capacidade de detectar somente o fenômeno analisado). Outros atributos de um indicador são: mensurabilidade (basear-se em dados disponíveis ou fáceis de conseguir), relevância (responder a prioridades de saúde) e custo-efetividade (os resultados justificam o investimento de tempo e recursos) (RIPSA, 2008, p. 13, grifo nosso).
21
Segundo ainda a RIPSA (2008) cada indicador definido deve basear-se num
instrumento de orientação técnica, no qual deve constar a sua qualificação, ou seja:
1. Conceituação: informações para definir o indicador, adicionando elementos
que facilitem a sua compreensão.
2. Interpretação: explicação do tipo de informação obtida e o seu significado.
3. Uso: finalidade dos dados na análise do indicador.
4. Limitações: fatores que restringem a interpretação do indicador
5. Fontes: instituição responsável pela produção dos dados utilizados no
cálculo do indicador
6. Método de cálculo: fórmula utilizada para calcular o indicador
7. Categorias para análise: variáveis que contribuirão para interpretação dos
dados
8. Dados estatísticos e comentários: tabela resumida e comentada que
ilustra a aplicação do indicador em situação real.
Para Donabedian (1990 apud OLIVEIRA; SANTOS, 2008) são necessários
observar sete características para a elaboração de um indicador:
1. Disponibilidade: os dados devem ser de fácil obtenção
2. Confiabilidade: dados devem ser fidedignos, capazes de fornecer o mesmo
resultado quando aplicado em época diferente em condições similares
3. Validade: reflete o que verdadeiramente o que se quer medir
4. Simplicidade: facilidade de cálculo a partir de informações básicas
5. Discriminatoriedade: ter o poder de refletir diferentes níveis
epidemiológicos ou operacionais
6. Sensibilidade: distinguir as variações ocasionais de tendência do problema
de saúde ou dos resultados das ações numa determinada área
7. Abrangência: sintetizar o maior número possível de condições diferentes
que afetam a situação que se quer descrever
Oliveira e Santos (2008) e Pereira (2002) dizem que o aspecto ético é um ponto
relevante na construção do indicador, que deve ser considerado tanto na coleta de
22
dados quanto no seu processamento, independente dos resultados serem os
desejados (grifo nosso).
Para Takashina e Flores (1996) os indicadores decorrem da gestão
estratégica, que incluem: missão, visão de futuro, valores, fatores críticos e metas
estratégicas; da gestão operacional, ou seja, dos processos e, finalmente, das
partes interessadas, que envolvem clientes, servidores, sociedade, fornecedores,
entre outros. Estes indicadores devem manter-se alinhados e integrados.
Os principais indicadores, segundo Takashina e Flores (1996), são:
1. Indicadores estratégicos: informam o “quanto“ a organização se encontra na
direção da consecução de sua visão. Refletem o desempenho em relação
aos fatores críticos para o êxito;
2. Indicadores de produtividade (eficiência): medem a proporção de recursos
consumidos com relação às saídas do processo;
3. Indicadores de qualidade (eficácia): focam as medidas de satisfação dos
clientes e as características do produto/serviço;
4. Indicadores de efetividade (impacto): focam as conseqüências nos
produtos/serviços. Fazer a coisa certa da maneira certa;
5. Indicadores de capacidade: medem a capacidade de resposta de um
processo através da relação entre as saídas produzidas por unidade de
tempo.
A literatura aponta para inúmeras formas de trabalhar com indicadores
assistenciais, entretanto a incidência e a prevalência das UP são os mais comuns
(ROGENSKI, 2010; MOURA et al., 2010; OLIVEIRA; SANTOS, 2008; ROGENSKI;
SANTOS, 2005). Para tanto, faz-se necessário a definição de ambos, bem como a
apresentação da fórmula que permita a realização dos cálculos.
Incidência: é o número de casos novos de uma determinada doença
(PEREIRA, 2002), num determinado período, em uma população sob o risco de
desenvolver a doença, ou seja:
Incidência de UP = Nº de casos novos de UP ocorridos numa determinada população em um certo período
23
Nº de pacientes expostos ao risco em desenvolver a UP no mesmo período
X 100
Prevalência: número de pessoas com UP (PEREIRA, 2002), sejam elas
admitidas na instituição com UP já instalada ou as desenvolvidas após a admissão
na instituição, ou seja, incluem casos novos e antigos, em uma determinada
população, em um determinado período de tempo, o que podemos chamar de corte
transversal, cujo cálculo é obtido da seguinte forma:
Prevalência de UP =
Nº de pessoas com UP no dia da coleta de dados
X 100
Nº de pessoas no dia da coleta dos dados
As taxas de incidência e prevalência na literatura apresentam variações que
se devem às características dos pacientes e do nível de cuidado diferenciando-se
em cuidados agudos, cuidados de longa permanência e cuidados domiciliares
(CUDDIGAN; AYELLO; SUSSMAN, 2001):
Cuidados agudos: a taxa de incidência varia de 0,4% a 38% e a
prevalência está em torno de 10 a 18%.
Cuidados de longa permanência: taxas de prevalência variam de 2,3%
para 28% e as taxas de incidência de 2,2 % para 23,9%.
Cuidados domiciliares: a incidência varia entre 0% a 17% e a prevalência
entre 0% a 29%.
Conhecendo os índices de prevalência e incidência da instituição, global ou
setorial, faz-se necessário o estabelecimento das metas a serem atingidas com a
adoção de medidas de prevenção, que serão mensuradas pelo indicador
selecionado. Moura et al. (2009) em estudo onde propuseram a construção e
implantação de dois indicadores de qualidade assistencial de enfermagem, sendo
um deles a incidência de úlcera de pressão, num hospital de grande porte brasileiro,
elegeram as unidades de internação adulto e pediátrico; UTI adulto, pediátrico e
neonatal, além da emergência, para tal e estabeleceram uma meta de ≤ 10:1000
pacientes-dia/mês, o seja um índice de 1%, incidência esta que está dentro do que é
apontado pela literatura (CUDDIGAN; AYELLO; SUSSMAN, 2001).
24
Sendo as metas pontos ou posições a serem atingidos no futuro, elas se
constituem em propulsoras do processo de gestão assistencial. Segundo Couto e
Pedrosa (2003), possui três componentes: objetivo, valor e prazo, como por
exemplo, reduzir o número de UP em 50% até o final do ano.
Para Globerson et al. (1991), não se pode administrar o que não pode medir,
pois medir é uma necessidade para a administração assim como produzir
indicadores, ou seja, utilizar indicadores é fazer medições do que se quer
administrar e gerenciar com base em informações.
Botelho (2011) diz que é preciso estar constantemente atento aos indicadores
para que sejam efetivamente usados pelos gerentes para alavancar a tomada de
decisões ou interferir em processos de forma competente. Sem o uso de indicadores
não seria possível perceber problemas e a decisão da intervenção ficaria
prejudicada pela falta de informação. Decidir o momento de agir ficaria praticamente
impossível, senão por impulso ou iniciativa arbitrária.
Para Peixoto (1995) é preciso evitar que as metas estejam apenas ligadas a
projetos ou mudanças, deixando-se de lado os indicadores que tratam das
atividades ou objetivos permanentes, daquilo que tem que ser feito no dia-a-dia. A
exclusão dos indicadores para efeito da avaliação de desempenho pode levar
colaboradores a buscarem ansiosamente apenas os resultados da implantação de
projetos, associados às metas a serem alcançadas para avaliação do seu
desempenho, deixando, assim, despencar a qualidade e a produtividade das
atividades cotidianas. Sendo assim, o foco das atenções da equipe de enfermagem,
não pode estar centrado apenas em mudanças. As metas devem ser baseadas em
ações concretas e pragmáticas por parte daqueles que são responsáveis por elas.
Os supervisores ou auditores têm um papel importante no acompanhamento,
facilitação ou articulação que possam se fizerem necessárias, para que um indivíduo
ou uma equipe consigam ser bem sucedidos. Trata-se da administração por objetivo
e participativa aplicada à qualidade e a produtividade.
No que tange ao serviço de auditoria em saúde, CAMELO et al. (2009)
afirmam que:
[...] ele vem alavancar o processo de avaliação da qualidade do serviço, por
meio não só da avaliação pura e simples como também na criação e
25
utilização dos indicadores em saúde; contribuindo com os processos de
gestão institucional, em diversos níveis.
Já, Faraco e Albuquerque (2004) dizem que “a auditoria pode ser considerada
um elemento essencial para mensurar a qualidade da assistência de enfermagem
oferecendo subsídios aos profissionais para orientar suas atividades.
A auditoria de enfermagem, segundo Scarparo e Ferraz (2008) cumpre uma
finalidade institucional que na atualidade está pautada em um enfoque empresarial e
mercadológico. Há uma tendência mundial de mudança do enfoque de mercado
voltado para o cliente, portanto pautado na qualidade do produto ou serviço,
havendo a adequação das ações nesse sentido.
O conceito de auditoria (audit) foi proposto em 1956, por Lambeck, tendo
como premissa a “avaliação da qualidade da atenção com base na observação
direta, registro e história clínica do cliente”. As atividades da auditoria concentram-
se nos processos e resultados da prestação de serviços e pressupõem o
desenvolvimento de um modelo de atenção adequado em relação às normas de
acesso, diagnóstico, tratamento e reabilitação. Consistem também em controlar e
avaliar o grau de atenção efetivamente prestada pelo sistema, comparando-a a um
modelo definido. Assim, é possível conceituar auditoria como sendo um conjunto de
atividades desenvolvidas tanto para controle-auditoria operacional - quanto para
avaliação de aspectos específicos e do sistema – auditoria analítica (CALEMAN;
MOREIRA; SANCHEZ, 1998).
Segundo Caleman et al. (1998) a auditoria pode ser:
1. Operacional – consiste na realização de atividades voltadas para controle
das ações desenvolvidas pela rede de serviços de um Distrito Sanitário e
concentra-se nas condições da rede física, nos mecanismos de regulação
e no desenvolvimento das ações de saúde.
2. Analítica - baseia-se no desenvolvimento de atividades que têm por
objetivo aprofundar as análises de aspectos específicos do sistema de
saúde do Distrito Sanitário, ou seja, é voltada para a avaliação quantitativa,
inferindo, em algumas situações, a qualidade das ações de saúde do
Distrito Sanitário.
26
A área da saúde é caracterizada por processos contínuos que envolvem a
tomada de decisão, que devem ser baseados em evidências, por meio da formação
de conceitos sólidos fundamentando a prática, e não em conceitos empíricos. Assim,
a auditoria trata da avaliação sistemática da qualidade da assistência prestada ao
cliente, e hoje esse trabalho tomou grandes proporções tanto no contexto hospitalar
e quanto nas operadoras de planos de saúde (MOTTA, 2003).
O trabalho realizado pela auditoria de enfermagem hospitalar é uma atividade
que vai muito além da simples conferencia de compatibilidade entre procedimentos
realizados e cobrança hospitalar. A enfermeira auditora hospitalar precisa conhecer
e dominar todos os processos que envolvem o atendimento ao paciente desde sua
internação à alta, todos os procedimentos realizados na instituição, sua filosofia, as
características das equipes medicas, de enfermagem e demais serviços, afirma
MOTTA (2003).
[...] a melhoria contínua da qualidade assistencial é considerada um processo dinâmico e exaustivo de identificação constante dos fatores intervenientes no processo de trabalho da equipe de enfermagem e requer do profissional enfermeiro a implementação de ações e a elaboração de instrumentos que possibilitem avaliar de maneira sistemática os níveis de qualidade dos cuidados prestados (Fonseca et al., 2005 apud CQH, 2006, p. 8).
Para avaliar a qualidade dos serviços prestados aos usuários dos hospitais do
Estado de São Paulo e de outros da Federação, o Programa CQH – Compromisso
com a Qualidade Hospitalar criado em 1991, mantido pela Associação Paulista de
Medicina (APM) e pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo
(CREMESP), vem utilizando na sua metodologia avaliativa o monitoramento de
indicadores (CQH, 2006).
O Núcleo de Apoio à Gestão Hospitalar – NAGEH (CQH, 2006) desenvolve
atividades voltadas para a melhoria da gestão hospitalar, e um dos indicadores de
processo utilizado pelas instituições participantes é a incidência da úlcera por
pressão.
O Manual de indicadores de enfermagem do NAGEH (CQH, 2009, p.84)
propõe a construção deste indicador, proposta que atende todas as recomendações
já citadas, conforme apresentado a seguir:
27
Incidência de úlcera por pressão – UP
1. Definição: relação entre o número de casos novos de pacientes com úlcera
por pressão em um determinado período e o número de pessoas expostas
ao risco de adquirir úlcera por pressão no período, multiplicado por 100.
Incidência de UP =
Nº de casos novos de paientes com UP numa determinada população em um certo período
X 100
Nº de pacientes expostos ao risco em desenvolver a UP no período
2. Responsável pelo dado: Enfermagem
3. Freqüência de Levantamento:
( ) Diário ( ) Semanal ( ) Mensal ( ) Anual
4. Dimensão da coleta:
( ) Todas as unidades da Instituição
( ) Em unidades específicas. Quais? __________________________________
5. Observações:
As úlceras por pressão são definidas como “áreas de localização de necrose
tissular que se desenvolvem quando o tecido de acolchoamento é comprimido entre
uma proeminência óssea e uma superfície externa por um período prolongado”
(National Pressure Ulcer Advisory Panel).
As escalas de risco servem para pontuar justamente o risco de uma
população e têm grande importância ao constituírem estratégias para diminuir a
incidência de formação da úlcera por pressão, através da priorização de pacientes e
intervenções preventivas mais eficazes. A Escala de Braden é ultimamente a mais
utilizada, por ter sido submetida a diversos estudos e testes de confiabilidade e
validade em diferentes populações, dentre as escalas mais conhecidas, quais sejam
Norton, Gosnell e Waterloo. Foi validada também para a Língua Portuguesa.
A Escala de Braden (Anexo A) é composta de seis subclasses que refletem o
grau de percepção sensorial, umidade, atividade física, nutrição, mobilidade, fricção
e cisalhamento. Todas as subclasses são graduadas de 1 a 4, exceto fricção e
28
cisalhamento, cuja variação é de 1 a 3. O grau de risco varia de 6 a 23, e pacientes
adultos hospitalizados com escores de 16 ou abaixo são considerados de risco para
a aquisição de úlcera por pressão. Em população mais velha, os graus 17 ou 18 já
podem ser considerados críticos.
Neste estudo utilizaremos o escore 16 como crítico para desenvolvimento de
úlceras por pressão.
Mota et al. (2007) num relato de experiência, junto a 85 enfermeiros,
representantes de 60 hospitais públicos e privados, da capital e do interior do Estado
de São Paulo, utilizaram a mesma estrutura proposta pelo CQH (2006) para a
construção de indicadores hospitalares, ou seja, definição, fórmula para cálculo,
responsável pelo dado, freqüência de levantamento, dimensão da coleta,
observações, acrescentando um item, as correlações e subsídios para tomada de
decisão. Este estudo teve como objetivo permitir que as instituições participantes
pudessem estabelecer níveis internos e externos de comparabilidade e, também,
com as publicações internacionais, a respeito de indicadores de qualidade de
enfermagem.
O protocolo técnico, segundo Caleman et al. (1998) é um instrumento
normativo do processo de atenção à saúde e tem como funções:
Promover a qualidade técnica da atenção nos diversos níveis do sistemas;
Utilizar racionalmente os recursos de diagnóstico e terapia disponíveis;
Sistematizar mecanismos de referencia e contra-referencia da clientela.
Os protocolos devem ser utilizados para a tomada de decisões e indicar
passos adequados para o diagnostico, terapia especifica e prevenção de
complicações de enfermidades ou anomalias especificas, ou seja, devem
proporcionar um pano detalhado para o acompanhamento dos pacientes com
diagnósticos específicos: processos, prazos, responsabilidades desde a admissão
do paciente até a alta. Os aspectos a serem levados em conta na elaboração e
aplicação são tempo, custo e recursos disponíveis (CALEMAN; MOREIRA;
SANCHEZ, 1998).
No Hospital Israelita Albert Einstein, integrante do Programa CQH, que faz
uso da incidência por úlcera por pressão como indicador de avaliação de processo,
29
estabeleceu em 2010, um protocolo de prevenção de úlcera por pressão (HIAE,
2011), atendendo aos requisitos pré-estabelecidos pela literatura.
A estrutura deste protocolo propõe (HIAE, 2011):
1. Introdução – o impacto do problema
a. Epidemiologia – internacionais, nacionais e institucionais
b. Definição – NPUAP (2009)
2. Classificação das UP – NPUAP (2009) – incluindo fotos
3. Dificuldades para identificação da úlcera por pressão – diagnóstico
diferencial entre úlcera por pressão, úlcera arterial, úlcera venosa, úlcera
neuropática e dermatites (trás um quadro anexo com o descritivo e fotos)
4. Avaliação de risco do paciente com foco na prevenção de UP – estabelece o
uso da Escala de Braden e Escala de Braden Q (para crianças com menos
de 5 anos) e o intervalo das avaliações
5. Aplicação das medidas preventivas – com base nos escores obtidos nas seis
subescalas da Escala de Braden. As medidas de prevenção são baseadas
nas preconizadas pelo NPUAP (2010)
6. Monitoramento – notificação obrigatória dos eventos de UP, com
investigação e análise; registro para avaliação de risco identificada na
admissão, tempo de reavaliação segundo risco identificado; aplicação das
medidas preventivas de UP; avaliação da pele e registro dos achados, local
e número de UP desenvolvidas, características das UP (localização,
estadiamento, tamanho, tecido, exsudato; tratamento indicado e tempo de
cicatrização. Monitora-se também a auditoria de adesão as medidas
preventivas de úlcera por pressão e o cálculo de incidências por meio de
notificações dos eventos de UP ou auditorias de busca ativa
7. Apendices
Glossário
Descrição dos fatores intrínsecos e extrínsecos
Fatores de risco contribuintes
30
Áreas e regiões corporais de maior vulnerabilidade para o desenvolvimento
de úlcera por pressão (UP)
Diagnóstico diferencial entre úlcera por pressão e outras lesões de pele
Bibliografia
Assim, podemos dizer que para avaliar a qualidade da assistência é
necessário traduzir os conceitos e definições gerais, da melhor maneira, em critérios
operacionais, parâmetros e indicadores, validados e calibrados. Os indicadores
específicos à enfermagem devem capturar os cuidados de enfermagem e são
específicos quanto ao resultado da assistência de enfermagem para o paciente. Faz-
se necessário estabelecer os indicadores demonstrem o valor do cuidado de
enfermagem, com foco voltado para a performance das equipes, permitindo a
análise dos resultados dos indicadores tomando como referencial: indicadores
internos, externos, a divulgação de resultados deve acontecer em todos os níveis,
ou seja, operacional, e estratégico. Com isto, a tomada de decisões e as ações
adotadas levarão a melhoria da qualidade do serviço a curto, médio e longo prazo.
31
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa nos permitiu verificar a escassez de pesquisas sobre incidência
de UP como indicador de qualidade dos serviços de enfermagem. Verificou-se que
existem pesquisas mostrando como construir indicadores e quais os caminhos
metodológicos para fazê-lo.
Assim, foi possível elencar os parâmetros necessários para a avaliação do
paciente sob risco para desenvolver a UP, contribuindo para a produção de
conhecimentos que permitam a avaliação sistemática da assistência prestada a este
paciente. Permitiu também identificar os requisitos necessários para a elaboração de
um protocolo de serviço de auditoria de serviços de saúde utilizando a UP como
indicador de avaliação de qualidade de cuidados.
32
REFERÊNCIAS
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ANEXOS