Leão Alimentos e Bebidas 14 01 14

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Informativo dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do ES - 14 de janeiro de 2014 - Distribuição: Leão Alimentos e Bebidas Diante da resistência do Sindicato e dos trabalhadores em não aceitar a renovação da jornada 6x2, a Leão Alimentos foi obrigada a escutar os anseios da categoria. As sucessivas rejeições nas assembleias fizeram a empresa buscar alternativas que garantissem mais dias de descanso e folgas nos fins de semana, como desejam os trabalhadores. Embora não tenha aceitado a jornada 6x3 integralmente, a em- presa teve que construir uma contraproposta “meio termo”, elaborando uma jornada que é, na verdade, uma combinação da jornada 6x2 com a 6x3 proposta pelo Sindicato. Resistência do Sindicato obriga empresa a rever proposta de jornada de trabalho No dia 9 de dezembro de 2013, a empresa realizou uma reunião com os traba- lhadores, excluindo os com- panheiros que trabalhavam na jornada 6x1. A empresa enviou ofício ao Sindialimentação dizendo que faria essa reunião com os trabalhadores para “definir” o assunto e convidando o Sindicato a fazer parte da reunião. Por ofício, de forma ob- jetiva, respondemos que não participaríamos de reunião convocada pela empresa. Explicamos que o espaço deliberativo dos trabalhadores é a assembleia, que só tem poder de decisão quan- do convocada pelo Sindicato, legítimo represen- tante dos trabalhadores. “O trabalhador é soberano nas definições do Sindicato. Nossa luta por melhorias na jornada de trabalho da Leão Alimentos é antiga e vem alcançando melhorias ano após ano. Nessa nova batalha, não poderia ser diferente. A nossa pressão tem feito com que a empresa avance em alguns itens na nova proposta. O resultado da nossa luta tem que garan- tir que o trabalhador tenha uma escala que não prejudique sua convivên- cia familiar e seu direito ao descanso. Estamos juntos com você, trabalha- dor, para chegarmos a uma proposta dig- na de jornada de tra- balho”. Linda Morais Coordenadora Geral do Sindialimentação Nesta quarta-feira (15). o Sindicato vai se reunir com a empresa para mais uma rodada de negociações sobre a jornada de trabalho. Iremos manifestar nosso posicionamento sobre os pontos apresentados e, logo após, convocar os trabalhadores para uma assembleia informa- tiva sobre o resultado da reunião. Somente na assembleia, os trabalhadores irão definir sobe- rana e democraticamente os rumos da nego- ciação. Sindicato e empresa se reúnem Na assembleia o trabalhador tem poder de decidir, livre de pressões da empresa.

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Informativo dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do ES - 14 de janeiro de 2014 - Distribuição: Leão Alimentos e Bebidas

Diante da resistência do Sindicato e dos trabalhadores em não aceitar a renovação da jornada 6x2, a Leão Alimentos foi obrigada a escutar os anseios da categoria. As sucessivas rejeições nas assembleias fizeram a empresa buscar alternativas que garantissem mais dias de descanso e folgas nos fins de semana, como desejam os trabalhadores. Embora não tenha aceitado a jornada 6x3 integralmente, a em-presa teve que construir uma contraproposta “meio termo”, elaborando uma jornada que é, na verdade, uma combinação da jornada 6x2 com a 6x3 proposta pelo Sindicato.

Resistência do Sindicato obriga empresa a rever proposta de jornada de trabalho

No dia 9 de dezembro de 2013, a empresa realizou uma reunião com os traba-lhadores, excluindo os com-panheiros que trabalhavam na jornada 6x1. A empresa

enviou ofício ao Sindialimentação dizendo que faria essa reunião com os trabalhadores para “definir” o assunto e convidando o Sindicato a fazer parte da reunião. Por ofício, de forma ob-jetiva, respondemos que não participaríamos de reunião convocada pela empresa. Explicamos que o espaço deliberativo dos trabalhadores é a assembleia, que só tem poder de decisão quan-do convocada pelo Sindicato, legítimo represen-tante dos trabalhadores.

“O trabalhador é soberano nas definições do Sindicato. Nossa luta por melhorias na jornada de trabalho da Leão Alimentos é antiga e vem alcançando melhorias ano após ano. Nessa nova batalha, não poderia ser diferente. A nossa pressão tem feito com que a empresa avance em alguns itens na nova proposta.

O resultado da nossa luta tem que garan-tir que o trabalhador tenha uma escala que

não prejudique sua convivên-cia familiar e seu direito ao

descanso. Estamos juntos com você, trabalha-dor, para chegarmos a uma proposta dig-na de jornada de tra-balho”.

Linda MoraisCoordenadora Geral do Sindialimentação

Nesta quarta-feira (15). o Sindicato vai se reunir com a empresa para mais uma rodada de negociações sobre a jornada de trabalho. Iremos manifestar nosso posicionamento sobre os pontos apresentados e, logo após, convocar os trabalhadores para uma assembleia informa-tiva sobre o resultado da reunião. Somente na assembleia, os trabalhadores irão definir sobe-rana e democraticamente os rumos da nego-ciação.

Sindicato e empresa se reúnem

Na assembleia o trabalhador tem poder de decidir, livre de pressões da empresa.

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No dia 15, em reunião, iremos debater os pontos polêmicos, esclarecer as dúvidas, manifestar nosso posicionamento e só depois convocar assembleia para definição da categoria.

Este é um momento crucial nessa nossa trajetória de negocia-ções. A resistência e o apoio dos trabalhadores foi o que nos trouxe até aqui. É essa mesma catego-ria que vai determinar o desfecho dessa negociação. Não adianta-rá pressão de empresa alguma, pois a categoria está bem cons-ciente do que deseja.

Nossa pressão garantiu avanços, agora temos de avaliar livremente se essa proposta aten-de ou não nossos anseios. E essa é uma questão na qual TODOS os trabalhadores devem opinar”.

INFORMATIVO DOS TRABALHADORES NASINDÚSTRIAS DE ALIMENTAÇÃO DO ES

Estrada Jerônimo Monteiro, 1732 - Vila Velha - ESTelefone: 3339-5027E-mail: [email protected]

COORDENADORA GERAL DO SINDICATOLinda Morais

COORDENADOR DA SECRETARIA DE COMUNICAÇÃOElifas Medeiros

EQUIPE DE JORNALISMOMarina DenadaiSylvia Ruth

Eliel Nascimento MemelliDiretor do Sindialimentação

Na última sexta-feira (10), recebemos por ofício a nova propos-ta da empresa que contempla algumas reivindicações do Sindica-to, como a garantia de folgas nos quatro dias de carnaval (sába-do e domingo, segunda e terça-feira), 1º de Maio, 24, 25 e 31 de dezembro e 1º de janeiro (Natal e Ano Novo). Além disso, da for-ma como ficou intercalada, a folga de dois e três dias a cada seis dias trabalhados também permite o descanso mais vezes em pelo menos um dos dias do fim de semana. Trata-se, portanto de uma importante conquista, resultado da resistência dos trabalhadores e da luta do Sindicato.

Mas estamos de olho em pelo menos dois problemas na pro-posta apresentada. O primeiro é que a Leão Alimentos quer EX-CLUIR da votação os trabalhadores da jornada 6x1, o que não admitimos sob nenhuma hipótese. O segundo problema é que no texto da empresa não está clara a garantia de FOLGA nos feriados que reivindicamos: do Dia do Trabalhador, Carnaval, Natal e Ano Novo. Para nós, nesta data a fábrica tem de ficar FECHADA. Mas há uma cláusula na qual a empresa propõe pagar adicional de 110% + 3 dias incluídos nas férias para quem trabalhar em feriados “fora da escala”. Ou seja, não está claro que está garantida a FOL-GA nesses feriados.

O Sindialimentação vai pedir esclarecimentos à empresa so-bre este ponto. Caso a direção da empresa se referia aos nove feriados conquistados, na prática ela quer dar com uma mão e retirar com a outra, pois pressionará para a realização de horas--extras nessas datas.

Prós e contras da proposta

Todos têmdireito a votar!A Leão Alimentos excluiu os trabalhadores da jornada 6x1 da reunião sobre a jornada e em documento enviado ao Sindicato quer impor que apenas quem trabalha na 6x2 vote na assembleia.

Essa proposta é inaceitável, afinal a empresa não define em quais as áreas pretende implementar a nova jornada. Ou seja, todos poderão ser afetados. Por isso, todos os trabalhadores ligados à área de produção têm direito a votar.

Quase um anode muita luta

Desde junho de 2013, a luta por uma jornada digna de trabalho é travada entre Sindicato e empresa. De um lado, estavam os trabalhadores na defesa da 6x3 e de outro a empresa, que resistia e queria pressionar pela manutenção da 6x2.

Chegamos, inclusive, a debater o tema no Ministério Público do Trabalho. Em nossa trajetória de luta, o Ministério reconheceu a posição do Sindicato e estabeleceu a data de 20 de janeiro como data limite para que seja encontrada uma solução para o problema.