Leito Fluidizado Grupo 2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA LABORATÓRIO DE OPERAÇÕES UNITÁRIAS LEITO FLUIDIZADO Ana Elisa Achiles 51027 0 Ariane Silveira Sbrice Pinto Debora de Carvalho Possetti 51029 7 38926 9 João Alexandre S. P. Rovedilho 51030 0

Transcript of Leito Fluidizado Grupo 2

Leito FluidizadoLeito FluidizadoUNIVERSIDADE FEDERAL DE SO CARLOSCENTRO DE CINCIAS EXATAS E TECNOLOGIADEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUMICA

LABORATRIO DE OPERAES UNITRIAS

LEITO FLUIDIZADO

Ana Elisa Achiles510270

Ariane Silveira Sbrice PintoDebora de Carvalho Possetti510297389269

Joo Alexandre S. P. Rovedilho510300

Rafael Akira Akisue389021

Vanessa A. B. de Freitas510289

So Carlos2012

SUMRIO

1.OBJETIVO32.MEDIDAS REALIZADAS43.TRATAMENTO DOS DADOS73.1.Etapas das Curvas de Fluidizao e Desfluidizao93.2. Velocidade de Mnima Fluidizao113.3. Altura do Leito133.4. Porosidade do Leito143.5. Perda de Carga na Mnima Fluidizao153.6. Velocidade de Arraste174.DISCUSSO DOS RESULTADOS195.CONCLUSO226.REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS23

OBJETIVO

A prtica experimental teve como objetivo determinar e analisar as etapas caractersticas de fluidizao de um leito, por meio da construo da curva de fluidizao, dos clculos da perda de carga, da velocidade, da altura do leito e da porosidade do leito nas condies de mnima fluidizao e da determinao da velocidade de arraste.

MEDIDAS REALIZADAS

Inicialmente, foram apresentados os dados referentes ao leito de fluidizao utilizado durante a prtica experimental. O leito era constitudo por partculas esfricas de vidro conectado a uma bomba de deslocamento positivo.A Tabela 1 contm os dados de dimetro, densidade e massa de slidos no leito, assim como a altura inicial deste.

Tabela 1: Caractersticas Gerais do Leito.MaterialDp (cm)p (g/cm)m (g)D (cm)Li (cm)

Esfera de Vidro0,12,4820,06,315,9

Fonte: Acervo Pessoal

Em que Dp o dimetro da partcula, p a densidade da partcula, m a massa total de slidos, D o dimetro da coluna e Li a altura inicial do leito.Tanto para o leito fixo quanto para o fluidizado, foram aferidos os valores de vazo, de queda de presso e da altura do leito a partir do volume de gua coletado em um determinado intervalo de tempo, da variao da altura do manmetro de tetracloreto de carbono e da altura ocupada pelas partculas no leito, respectivamente.No leito fixo, a altura ocupada pelas partculas se mantm constante medida que a vazo e a queda de presso do leito se elevam. Enquanto que no leito fluidizado, a queda de presso se mantm constante com o aumento da vazo e da altura do leito.As medidas de volume, tempo, altura manomtrica e altura do leito foram realizadas tanto para o processo de fluidizao quanto para o de desfluidizao.A Figura 1 representa o equipamento utilizado durante a prtica experimental.

Figura 1: Esquema do Equipamento Experimental.

Fonte: Acervo Pessoal

Na Tabela 2 esto dispostos os valores referentes s medidas obtidas para os leitos fixo e fluidizado durante a fluidizao.

Tabela 2: Dados Coletados para o Processo de Fluidizao do Leito.Volume (cm)Tempo (s)h (cm de CCl4)Altura do leito (cm)

LEITO FIXO

345,049,875,015,9

375,526,9710,415,9

465,029,1312,415,9

500,022,2517,315,9

702,027,5320,915,9

LEITO FLUIDIZADO

945,015,924,718,9

850,011,824,720,1

880,08,124,724,0

875,07,624,724,3

860,07,124,725,6

Fonte: Acervo Pessoal

A Tabela 3 apresenta os valores aferidos durante o processo de desfluidizao.

Tabela 3: Dados Coletados para o Processo de Desfluidizao do Leito.Volume (cm)Tempo (s)h (cm de CCl4)Altura do leito (cm)

LEITO FLUIDIZADO

947,07,8724,724,4

935,08,2524,724,4

905,08,9324,723,0

932,010,9124,721,6

885,013,6924,719,3

945,018,4124,718,1

860,024,3424,416,4

LEITO FIXO

458,017,3521,015,9

460,025,1915,715,9

469,032,4011,515,9

394,060,095,515,9

Fonte: Acervo Pessoal

Foram aferidas as temperaturas inicial e final da gua a fim de se obter uma maior preciso nas propriedades fsicas da mesma. Essas medidas esto apresentadas na Tabela 4.

Tabela 4: Temperaturas da gua Obtida no Experimento.Temperatura Inicial (C)Temperatura Final (C)Temperatura Mdia (C)

222222

Fonte: Acervo Pessoal

TRATAMENTO DOS DADOS

A partir dos dados experimentais aferidos das Tabelas 2 e 3, foi possvel determinar a vazo por meio da Equao 1.

(1)

Sendo Q a vazo em cm/s, V o volume em cm e t o tempo em s.Aps isso, calculou-se a perda de carga nos leitos fixo e fluidizado utilizando a Equao 2.

(2)

Em que a perda de carga no leito em g/cm.s, a densidade do tetracloreto de carbono em g/cm, a densidade da gua em g/cm, a acelerao da gravidade igual a 980,665cm/s e h a altura manomtrica em cm de CCl4.Para que fosse realizado o clculo da perda de carga no leito, fez-se necessrio o conhecimento das propriedades fsicas da gua e do tetracloreto de carbono na temperatura de 22C, os quais esto apresentados na Tabela 5.

Tabela 5: Propriedades Fsicas da gua e do Tetracloreto de Carbono a 22C.CompostoMassa Especfica (g/cm)Viscosidade Dinmica (cP)

gua 0,9970,84

Tetracloreto de Carbono 1,507-

Fonte: Maloney J. O.; Perrys Chemical Engineers handbook, 8th edition.A partir dos dados de vazo obtidos pela Equao 1, foi possvel determinar as velocidades v do fluido ao longo do processo atravs da Equao 3.

(3)

Sendo a velocidade do fluido em cm/s, a vazo em cm/s e A a rea da seo transversal do leito em cm.A rea da seo transversal do leito pode ser obtido utilizando-se a Equao 4:

(4)

A Tabela 6 apresenta os valores determinados pelas Equaes 1,2 e 3, na fluidizao do leito.

Tabela 6: Dados de Vazo, Perda de Carga e Velocidade no Processo de Fluidizao.Q (cm/s) (g/cm.s)v (cm/s)

LEITO FIXO

6,9182499,00,222

13,9235198,00,447

15,9636197,60,512

22,4728646,60,721

25,49910445,90,818

LEITO FLUIDIZADO

59,43412345,21,907

72,03412345,22,311

108,64212345,23,485

115,13212345,23,693

121,12712345,23,886

A Tabela 7 apresenta os valores determinados pelas Equaes 1,2 e 3, na desfluidizao do leito.

Tabela 7: Dados de Vazo, Perda de Carga e Velocidade no Processo de Desfluidizao.Q (cm/s) (g/cm.s)v (cm/s)

LEITO FLUIDIZADO

120,33012395,23,860

113,33312395,23,636

101,34412395,23,251

85,42612395,22,740

64,64612395,22,074

51,33112395,21,647

35,33312395,21,133

LEITO FIXO

26,39810495,90,847

18,2617846,90,586

14,4755747,80,464

6,5572748,90,210

1.1. Etapas das Curvas de Fluidizao e Desfluidizao

A fluidizao um processo no qual um fluido escoa por meio de partculas slidas, permitindo assim um maior contato entre as faces.As caractersticas de um leito fluidizado podem ser analisadas ao examinar o comportamento das etapas da curva caracterstica de fluidizao. Essa curva est ilustrada na Figura 2.

Figura 2: Curva Caracterstica de Fluidizao do Leito.

Ao atravessar o leito poroso baixa velocidade, o fluido perde presso, porm no movimenta as partculas. Nestas condies, a perda de carga do fluido (P), ao atravessar o leito, aumenta linearmente com o aumento da velocidade superficial. O segmento de reta AB da Figura 2 representa este comportamento. A altura do leito (L) no se altera. O aumento da perda de carga do fluido atravs do leito prossegue at que as partculas slidas fiquem soltas uma das outras. Este processo est representado pelo ponto B e acontece quando a perda de presso suficiente para equilibrar o peso aparente das partculas, isto , a fora de arraste se iguala ao peso das partculas. Assim, o ponto B denominado como o ponto de mnima fluidizao, ou seja, o incio da expanso do leito. Durante o processo de mnima fluidizao, h uma fase instvel, na qual as partculas se movimentam para oferecer menor resistncia ao escoamento. A fora de atrito entre as partculas provoca, com o aumento da velocidade, o aparecimento do ponto de maior perda de carga. A partir deste ponto, o leito considerado fluidizado. Do ponto B at o C, a perda de carga praticamente constante apesar do aumento da altura do leito. Aps a completa fluidizao do leito, diminuiu-se gradativamente a vazo no leito para obter a curva caracterstica de desfluidizao deste. Essa curva est representada na Figura 3.

Figura 3: Curva de Caracterstica de Desfluidizao do Leito. Se o leito fluidizado sofrer uma reduo da velocidade superficial, a altura do leito diminui e a perda de carga se mantm praticamente constante do ponto D at o F da Figura 3. No ponto E, onde as partculas se acomodam suavemente uma sobre as outras, a porosidade ou frao de vazios a mxima estvel para o leito fixo e denominada de porosidade de mnima fluidizao. A velocidade neste mesmo ponto (E), a qual importante para projetos de leitos fluidizados, conhecida como velocidade de mnima fluidizao. Em virtude da compactao das partculas, a qual maior durante o processo de fluidizao, recomendado utilizar os dados referentes curva de desfluidizao, na qual as partculas esto menos compactadas e, consequentemente, sofrem menos influncia da fora de arraste.

3.2. Velocidade de Mnima Fluidizao

No ponto de fluidizao a perda de carga do fluido atravs do leito igual ao peso do slido por unidade de rea de seco transversal do leito. A velocidade do fluido nesse ponto chamada velocidade crtica de fluidizao. A velocidade de mnima fluidizao experimental foi obtida igualando as equaes de reta apresentadas na Figura 3, sendo assim determinou-se o valor de 0,983cm/s. Essa velocidade pde ser comparada com os valores obtidos por correlaes tericas, tais como as correlaes de Pavlov, Wen-Yu e variantes. Essas correlaes so funes dos nmeros de Arquimedes e de Reynolds. O adimensional de Arquimedes dado pela Equao 5.

(5)

Primeiramente, utilizou-se a correlao de Pavlov, para a qual o nmero de Reynolds de mnima fluidizao foi calculado a partir da Equao 6.

(6)

Em seguida, a partir da definio de Reynolds, dada pela Equao 7, obteve-se a velocidade de mnima fluidizao do leito.

(7)

Os valores obtidos por meio da correlao de Pavlov so apresentados na Tabela 8.

Tabela 8: Adimensionais e Velocidade de Mnima Fluidizao a Partir da Correlao de Pavlov.Nmero de Arquimedes(cm/s)

19445,1729,1380,769

J, na correlao de Wen-Yu e nas variantes, tambm foram utilizadas a Equao 5 e a Equao 7 para o clculo do nmero de Arquimedes e da velocidade de mnima fluidizao, respectivamente. Contudo, o nmero de Reynolds foi calculado atravs da Equao 8.

(8)Em que, e so variantes da correlao propostas por diferentes autores.A partir de seis autores distintos, foram calculados os diferentes nmeros de Reynolds e a respectiva velocidade mnima fluidizao. Os valores obtidos esto dispostos na Tabela 9.

Tabela 9: Parmetros dos Diferentes Autores e os Respectivos Valores de vmf a Partir da Correlao de Wen-Yu.Autor(cm/s)

Wen e Yu33,70,040810,2210,860

Richardson25,70,036511,3170,953

Saxena e Vogel25,280,057116,5461,393

Babu et al.25,250,065118,3781,547

Grace27,20,040811,9561,007

Chistester et al.28,70,049413,5411,140

3.3. Altura do Leito

A altura do leito, denominada tambm de profundidade, a distncia vertical L entre a placa porosa ou tela por meio da qual alimentado o fluido e a superfcie superior do leito. A altura do leito esttico ser representada por Li enquanto a altura de porosidade de mnima fluidizao por Lmf. A partir dos dados experimentais foi possvel obter um grfico de L vs v para a desfluidizao, apresentado na Figura 4.

Figura 4: Grfico da Altura do Leito em Funo da Velocidade.

A partir do polinmio de quarto grau obtido pelo grfico da Figura 4 e do valor experimental da , calculou-se a altura de mnima fluidizao experimental. O valor obtido para Lmf experimentalmente foi de 16,917 cm.

Determinaram-se tambm atravs do polinmio obtido pelo grfico da Figura 4, as alturas de mnima fluidizao do leito para cada obtida pelas correlaes de Wen e Yu e variantes. A Tabela 10 apresenta as e o correspondente Lmf.

Tabela 10: Altura do Leito na Velocidade de Mnima Fluidizao para as Correlaes.Correlao(cm/s)Lmf (cm)

Pavlov0,76915,971

Wen e Yu0,86016,102

Richardson0,95316,265

Saxena e Vogel1,39317,325

Babu et al.1,54717,769

Grace1,00716,372

Chistester et al.1,14016,666

3.4. Porosidade do Leito

A porosidade a relao entre o volume de vazios () e o volume total do leito (), dada pela Equao 9. (9)

Em que e so dados em cm.O volume total obtido pela Equao 10:

(10)

Sendo D o dimetro do leito em cm e Li a altura inicial do leito em cm.O volume de vazios dado pela diferena entre o volume total do leito e o volume ocupado pelos slidos .O volume de partculas dado pela Equao 11:

(11)

Em que corresponde massa especfica da partcula e m a massa total de slidos contidos na Tabela 1.Dessa forma, determinou-se a porosidade terica do leito. Esses dados esto apresentados na Tabela 11.

Tabela 11: Parmetros de Volumes e Porosidade.Volume Total do Leito (cm)Volume de Slidos (cm)Volume de Vazios (cm)Porosidade

495,642341,667153,9750,311

A porosidade de mnima fluidizao () obtida por meio da correlao de Kunil e Levenspiel, dada pela Equao 12.

(12)

Assim, o valor experimental obtido para a porosidade de mnima fluidizao foi de 0,352. Essa porosidade experimental pde ser comparada com o valor obtido pela Correlao de Wen e Yu, uma vez que essa correlao ajusta um maior nmero de dados experimentais e possui aplicao relativamente simples. Isso foi possvel ao substituir o valor da altura de mnima fluidizao para a Correlao de Wen e Yu, apresentado na Tabela 10, na Equao 12. O valor obtido para a porosidade de mnima fluidizao terica est disposto na Tabela 12.

Tabela 12: Porosidade de Mnima Fluidizao.CorrelaoLmf (cm)mf

Wen e Yu16,1020,320

3.5. Perda de Carga na Mnima Fluidizao

A queda de presso de mnima fluidizao experimental foi obtida por meio da equao da reta que representa o leito fluidizado contida na Figura 3. Dessa maneira, a queda de presso experimental determinada foi de 12345 g/cm.s. A partir da queda de presso obtida, pde-se calcular a perda de carga na mnima fluidizao experimental dividindo o valor obtido pela Lmf experimental. Sendo assim, a perda de carga na mnima fluidizao experimental foi de 729,739g/cms.Existem vrias equaes para prever a perda de carga em leitos fluidizados. Os modelos mais utilizados so a Equao de Ergun, Balano de Foras e Peso/rea. A Equao de Ergun descreve a variao de presso por unidade de comprimento do leito fluidizado. uma equao semi-emprica derivada do fator de frico modificado, equao de Fanning, dimetro equivalente, lei de Darcy, numero de Reynolds da partcula; dados experimentais e outras consideraes mais. Pode ser utilizado tanto para regime laminar quanto para turbulento. O primeiro termo da equao de Ergun predominantemente para o regime laminar, enquanto que o segundo tem maior importncia para valores mais elevados de Reynold, devido ao termo quadrtico de velocidade superficial. A Equao 13 representa a Equao de Ergun.

(13)Na condio de mnima fluidizao, as partculas slidas ficam soltas uma das outras, isto , o empuxo do fluido equilibra o peso da partcula. Aplicando um balano de foras nesse estgio de fluidizao, tem-se a equao de Balano de Foras, apresentada na Equao 14.

(14)

Sabendo-se que a definio de presso dada pela relao entre a fora peso e a rea de aplicao dessa fora. Ento, tem-se a Equao 15.

(15)

Em que F representa o peso total das partculas e A, a rea da seo transversal do leito. Sendo assim, a perda de carga obtida dividindo-se a Equao 16 pela altura L do leito. Logo, a Equao 16 representa a perda de carga pela relao Peso/rea.

(16)

Os valores de perda de carga na condio de mnima fluidizao determinados pelas Equaes 14,15 e 16 esto dispostos na Tabela 13.

Tabela 13: Perda de Carga na Mnima Fluidizao.EquaoPerda de Carga (g/cms)

Equao de Ergun1436,688

Balano de Foras890,992

Peso/rea1524,905

3.6. Velocidade de Arraste

A velocidade terminal a maior velocidade que o slido atinge sedimentando em um lquido parado ou em um leito fluidizado. Estimou-se a velocidade terminal () ou velocidade de arraste do leito atravs da correlao terica, dada pela Equao 17, visto que no experimento no houve arraste do leito.

(17)

Como se desconhece os valores de e da Equao 17 o clculo da velocidade terminal recai em um processo iterativo. Inicialmente, foi necessrio definir o regime de escoamento dependente da constante de regime (K), atravs da Equao 18.

(18)

Substituindo os valores presentes na Tabela 1 na Equao 18, obtm-se o valor de 26,89 cm para a constante K, cujo regime correspondente o intermedirio.

Tabela 14: Parmetros para o clculo da constante C a partir do Re e do K.RegimeKBn

Viscoso K< 3,324,01,0

Intermedirio 3,3 < K < 4418,50,6

Hidrulico 44< K< 23600,440,0

Re > 200.000K > 23600,200,0

Sendo assim, aps a determinao do regime de escoamento usou-se os valores correspondentes de B e n, a fim de calcular o coeficiente de arraste (C), dado pela Equao 19.

(19)

Sabe-se que o coeficiente de arraste dependente do nmero de Reynolds, que por sua vez depende da velocidade terminal. Assim, fez-se necessrio a atribuio inicial de um valor para a velocidade de arraste, determinando Reynolds correspondente e, consequentemente, o valor da constante C. A Tabela 15 esquematiza o processo iterativo para determinao da velocidade de arraste, alm de conter a variao dos valores da velocidade terminal estimada () e do valor calculado a partir da Equao 17.

Tabela 15: Parmetros do Processo Iterativo Utilizado no Clculo da Velocidade Terminal.Clculo da Velocidade de Arraste

(cm/s)ReC(cm/s)

6,00071,2691,43011,3355,335

11,335134,6340,97713,7182,383

13,718162,9410,87114,5260,808

14,526172,5410,84114,7770,252

14,777175,5300,83314,8540,076

14,854176,4370,83014,8770,023

14,877176,7100,82914,8840,007

14,884176,7920,82914,8860,002

14,886176,8160,82914,8860,001

14,886176,8240,82914,8870,000

O processo iterativo foi finalizado para o valor de velocidade de arraste que proporciona o menor desvio (, obteve-se:

DISCUSSO DOS RESULTADOS

Embora os dados utilizados nos clculos de velocidade de mnima fluidizao vistos na literatura so referentes curva de fluidizao do leito, experimentalmente adoutou-se a curva de desfluidizao do leito para tal clculo, visto que a compactao do leito maior durante o processo de fluidizao, o que pode interferir na medida experimental. Porm, foram observadas tambm que as curvas obtidas so idnticas, isto pode ser justificado devido a utilizao do leito durante a semana em que o experimento foi realizado, o que pode ter minimizado a compactao das partculas. O meio de transporte de fluido (nesse caso a gua) utilizado na prtica experimental foi uma bomba de deslocamento positivo. Esse tipo de bomba impele uma quantidade definida do fluido em cada golpe do dispositivo impulsionando-o para fora por meio da ao de um pisto ou peas rotativas. A bomba de deslocamento positivo se caracteriza por trabalhar com baixas vazes e altas presses.A velocidade de mnima fluidizao experimental foi de 0,983cm/s. A fim de compar-la com os valores tericos, foram utilizadas correlaes, os quais esto apresentados na Tabela 9. Dessa maneira, calcularam-se os desvios do valor experimental em relao aos valores tericos, os quais esto dispostos na Tabela 16.

Tabela 16: Desvios Percentuais da Velocidade de Mnima Fluidizao.Autor(cm/s)Desvio (%)

Pavlov0,76921,753

Wen e Yu0,86012,482

Richardson0,9533,099

Saxena e Vogel1,39341,676

Babu et al.1,54757,368

Grace1,0072,376

Chistester et al.1,14015,944

A partir da Tabela 16, as correlaes de Wen & Yu, Richardson, Grace, Chistester et al. e Pavlov apresentaram menores desvios percentuais quando comparados com o valor da velocidade de mnima fluidizao experimental, uma vez que todos esses valores esto dentro de uma faixa de valores timos. Enquanto as correlaes de Saxena & Vogel e Babu demonstraram um maior desvio. Da mesma forma, foram calculados os desvios percentuais referentes altura do leito na condio de mnima fluidizao. A altura de mnima fluidizao experimental determinada foi de 16,917 cm e os desvios calculados relacionam o valor obtido experimentalmente com os valores calculados por meio das correlaes. A Tabela 17 apresenta os resultados obtidos.

Tabela 17: Desvios Percentuais da Altura de Mnima Fluidizao.CorrelaoLmf (cm)Desvio (%)

Pavlov15,9715,592

Wen e Yu16,1024,818

Richardson16,2653,854

Saxena e Vogel17,3252,412

Babu et al.17,7695,036

Grace16,3723,222

Chistester et al.16,6661,484

A partir dos valores apresentados na Tabela 17, nota-se que o valor da altura de mnima fluidizao experimental est bem prximo aos valores tericos determinados pelas correlaes, j que os desvios percentuais esto prximos e em torno 5%, o qual pode ser considerado relativamente pequeno.A porosidade do leito experimental na condio de mnima fluidizao foi de 0,352. Tambm foi calculado o valor de mf terico atravs da Correlao de Wen Yu. O desvio percentual do valor experimental relacionado com o valor terico est disposto na Tabela 18.

Tabela 18: Desvio Percentual da Porosidade de Mnima Fluidizao.CorrelaomfDesvio (%)

Wen e Yu0,3209,091

Analisando o valore apresentado na Tabela 18, pode-se dizer que o desvio est dentro de uma faixa considerada tima (em torno dos 10%). Portanto, o resultado experimental para a porosidade de mnima fluidizao foi satisfatrio de acordo com a Correlao de Wen e Yu. Tambm foram calculados os desvios referentes perda de carga na mnima fluidizao. O valor determinado experimentalmente da perda de carga foi de 729,739 g/cms. Dessa forma, foram determinados os valores de desvios entre a perda de carga experimental e os valores determinados pelas Equaes 13, 14 e 16. Esses resultados esto contidos na Tabela 19.Tabela 19: Desvios Percentuais da Perda de Carga na Mnima Fluidizao.EquaesPerda de Carga (g/cms)Desvio (%)

Ergun1436,68896,877

Balano de Foras890,99222,097

Peso/rea1524,905108,966

Ao realizar uma anlise crtica da Tabela 19, nota-se que o mtodo de Balano de Foras apresenta um menor desvio (22,097%) dentre as equaes utilizadas e a equao de Peso/rea um maior (108,966%). Isso se deve ao fato do Balano de Foras considerar o equilbrio entre o empuxo do fluido e o peso da partcula, enquanto que a equao de Peso/rea avalia apenas a ao da fora peso.A velocidade terminal, tambm conhecida por velocidade de arraste, foi determinada por meio de um processo iterativo. Assim, o valor obtido foi de 14,886 cm/s. Pode-se dizer que esse resultado foi condizente j que a velocidade terminal , aproximadamente, dez vezes maior que a velocidade de mnima fluidizao. Logo, esse valor se encontra dentro da faixa de valores esperados.De um modo geral, os desvios apresentados no experimento so relacionados a diversos fatores, tais como: a falta de estabilidade no aparato experimental, uma vez que algumas interferncias externas podem ser consideradas relevantes; a visualizao do processo de fluidizao uma leitura bastante subjetiva e, portanto, sujeita a diversos erros, alm de que, os experimentos tm erros associados medida de volume (5,00 mL) e ao tempo de resposta do experimentador (0,5 s) e, outro ponto relevante, foi a discrepncia entre as prprias correlaes da literatura.Apesar das discrepncias mencionadas, a fluidizao a melhor e a mais moderna tcnica disposio do engenheiro qumico para efetuar o contato eficiente entre slidos e fluidos, sendo uma das maiores conquistas da engenharia qumica no campo das operaes unitrias.

CONCLUSO

A prtica experimental permitiu determinar as etapas caractersticas de fluidizao de um leito; os clculos da perda de carga, da velocidade, da altura do leito e da porosidade do leito nas condies de mnima fluidizao e a estimao da velocidade de arraste. Os resultados obtidos foram satisfatrios j que os desvios esto dentro de uma faixa aceitvel. Esses desvios da idealidade esto relacionados aos equipamentos de medida e ao experimentador.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

[1] Silva, E. L. Apostila de Operaes Unitrias 1, Leito Fixo e Leito Fluidizado.[2] Apostila de Operaes Unitrias de Quantidade de Movimento. Disponvel em: Acesso em 22 abr. 2013[3] Maloney J. O.; Perrys Chemical Engineers handbook, 8th edition.[4] Gomide, Reynaldo, Operaes Unitrias. So Paulo: Edio do Autor, 1980, V. 1.

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