Leitura01 - Homem Primitivo

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O homem primitivo e seu comportamento A psicologia procurou estudar o comportamento do homem como resultado de uma evolução biológica. As recentes descobertas buscaram estudar o elo perdido entre o comportamento do homem e o comportamento do seu parente mais próximo na linha evolutiva biológica, os macacos antropóide. Este estudo revelou que o traço essencial do intelecto humano “ a invenção e o uso de instrumentos” também está presente no comportamento dos macacos que, em determinadas condições também são capazes de usar instrumentos mais simples. O papel do trabalho na transformação do macaco em homem e a sua adaptação ao meio ambiente distinguiram o homem de todo o resto do reino animal. O resultado deste comportamento evolutivo vinculou a psicologia do homem a uma psicologia evolutiva biológica e até hoje é possível perceber que o comportamento do homem é significativamente o comportamento de um animal que se ergueu sobre as patas e que aprendeu a falar. Outra visão psicológica sobre o desenvolvimento humano tem sido estudada: O comportamento humano adulto. Esta outra forma de ver o homem revela que o seu comportamento não se constitui imediatamente, mas surge e se desenvolve gradativamente a partir do comportamento da criança. Lampejos individuais da fala humana surgem a partir do choro do recém nascido e do balbucio da criança pequena e este processo de aquisição da fala só termina por volta da maturação sexual, quando a fala se torna um instrumento para a formação de conceitos abstratos. A criança investiga de que modo o brinquedo revela, desenvolve e modela as futuras tendências, suas capacidades e talentos e de que modo o acesso a estes equipamentos facilitará seu desenvolvimento artístico, criativo e cientifico. Há também uma terceira linha de desenvolvimento: o desenvolvimento sócio histórico. No processo de desenvolvimento

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O homem primitivo e seu comportamento

A psicologia procurou estudar o comportamento do homem como resultado de uma evolução biológica. As recentes descobertas buscaram estudar o elo perdido entre o comportamento do homem e o comportamento do seu parente mais próximo na linha evolutiva biológica, os macacos antropóide.

Este estudo revelou que o traço essencial do intelecto humano “ a invenção e o uso de instrumentos” também está presente no comportamento dos macacos que, em determinadas condições também são capazes de usar instrumentos mais simples.

O papel do trabalho na transformação do macaco em homem e a sua adaptação ao meio ambiente distinguiram o homem de todo o resto do reino animal.

O resultado deste comportamento evolutivo vinculou a psicologia do homem a uma psicologia evolutiva biológica e até hoje é possível perceber que o comportamento do homem é significativamente o comportamento de um animal que se ergueu sobre as patas e que aprendeu a falar.

Outra visão psicológica sobre o desenvolvimento humano tem sido estudada: O comportamento humano adulto. Esta outra forma de ver o homem revela que o seu comportamento não se constitui imediatamente, mas surge e se desenvolve gradativamente a partir do comportamento da criança. Lampejos individuais da fala humana surgem a partir do choro do recém nascido e do balbucio da criança pequena e este processo de aquisição da fala só termina por volta da maturação sexual, quando a fala se torna um instrumento para a formação de conceitos abstratos.

A criança investiga de que modo o brinquedo revela, desenvolve e modela as futuras tendências, suas capacidades e talentos e de que modo o acesso a estes equipamentos facilitará seu desenvolvimento artístico, criativo e cientifico.

Há também uma terceira linha de desenvolvimento: o desenvolvimento sócio histórico. No processo de desenvolvimento histórico da humanidade não ocorreram mudanças só nas relações externas entre as pessoas e a natureza, mas também no próprio homem. Sua natureza mudou e se desenvolveu.

Como conseqüência das mudanças, ocorridas no decorrer de um longo período de tempo, constitui-se um novo tipo psicológico: O homem cultural moderno.

O homem primitivo difere do homem cultural no feitio de sua personalidade e em todo o seu comportamento. Em seu território, bem equipado pela natureza, uma destas diferenças seria a sua superioridade sobre o homem cultural. Alguns observadores e viajantes enaltecem seus sentidos, tais como visão, audição e o olfato. Eles descrevem a sua resistência, sua destreza extintiva, capacidade de orientar-se e do conhecimento do que esta a sua volta.

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Vários autores idealizaram os princípios éticos do homem primitivo vendo em seu comportamento, traços de uma moralidade instintiva moldada pela própria natureza. Outra observação relevante é a sua capacidade de encontrar e recriar caminhos por meio de pistas insignificantes. Estas diferenças de qualidades positivas encontradas no homem primitivo o qualificam como se ele fosse um modelo perfeito da natureza, superando o homem cultural no desenvolvimento das funções psicológicas naturais.

Por outro lado há outro grupo de diferenças que remontam o outro lado do homem primitivo: seu desamparo, atraso, incapacidade de realizar até mesmo a operação mais simples de calculo, reflexão ou rememoração e uma outra série de deficiências comparado ao homem moderno. Por um lado o homem primitivo supera o homem cultural em uma serie de aspectos e por outro lado ele é inferior.

A primeira pergunta que podemos fazer é: No sentido biológico seria o homem primitivo mais ou menos diferente do homem cultural? Se esse pressuposto fosse verdadeiro poderíamos encontrar com precisão uma explicação desta diferença, isto porque foi estabelecido cientificamente, com precisão, que o comportamento de qualquer animal é função da constituição do seu organismo. Porém todos os dados conhecidos não nos oferecem razão para admitirmos a existência de um tipo diferente entre o homem primitivo e o homem cultural. Estas diferenças são praticamente dependentes de prática ou da falta de prática. Podemos dizer que em grande parte estas diferenças estão ligadas ao desenvolvimento cultural.

Quanto a sua memória, todos os observadores reconhecem de maneira unânime a extraordinária memória do homem primitivo. Ele preserva as representações com muito mais riqueza de detalhes e sempre na mesma ordem de sua conexão com a realidade. O homem primitivo só pode contar com a sua memória direta, por não possuir linguagem escrita. Os órgãos de percepção se tornam mais desenvolvidos por serem mais usados. A essência desta forma de memória é a capacidade de uma pessoa reproduzir visualmente de maneira literal um objeto ou figura imediatamente após vê-lo ou até mesmo depois de muito tempo. Pessoas desse tipo são chamadas de iédéticas. Alguns psicólogos acreditam quem o eidetismo representa uma fase primitiva, no desenvolvimento da memória. Acreditam que a memória eidética constitui um estágio primário de unidade entre percepção e a memória que se desenvolvem de forma separada.

O desenvolvimento histórico da memória começa a partir do momento em que o homem deixa de utilizar a memória como força natural e passa a dominá-la. A partir da capacidade de encontrar caminhos, isto é, da capacidade de utilizar pistas como signos, o homem primitivo em determinado estagio de seu desenvolvimento, chega pela primeira vez a criação de um signo artificial. Algumas culturas antigas utilizavam meios auxiliares para auxiliar na memória. Nos dias de hoje ainda encontramos pessoas que fazem uso destes métodos, como por exemplo, o uso de nós para ajudar a recordar algo.

A memória se aperfeiçoa à medida que se desenvolvem sistemas de escritas e signos, bem como os modos de usá-los. O desenvolvimento histórico e cultural do homem deve-se a memória externa baseada em signos.