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Redactor-gerente, DR. CÂNDIDO MENDES — Redactor-chefe, DR. FERNANDO MENDES DE ALMEIDA — Director-technico, GASPAR DE SOUZA

Ánno I Redacção e administração — RUA GONÇALVES DIAS ns. 54 e 56, Rio de Janeiro —BRASIL mSã

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REVISTA DA SEMANA.- EdiçW sámana} illustradâ do JORNÁt DO BRASIL mv-',,

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CHARADA ANTONYMICA (SüpIlO)

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ARADA CACOPHON1CA (L'Ül).

,; V 2 —2 —A mulher tem a faixa por isso quiz>passar a banda.

ENIGMA P1TTQRESCO (Lucy Llü) ., ;¦MM*

Sá?.--*-.-... ¦:¦'-.•.;¦;.¦>¦ Wl>/

lúmna delles receberá o brilhantismo de que carece,

mais do que da nossa competência. ",Pedimos portanto aos enxadristas: autores e solu-

SiÉlIs, gue nos enviem as s,uas producções-e as suas

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"missivas, que as receberemos com a gratidão dos que

se sentem amparados. . •

Para começar, a titulo de homenagem, publicamoshoje uma obra prima em três lances do nosso mestre

e brande enxadrista brasileiro Dr. Caldas Vianna. Para

este trabalho, inútil será chamarmos a attcnçao dos

amadores, de alguns dos quaes, já conhecido, pois

obteve no estrangeiro, principalmente nos Es-tados¦Unidos,-um" suecesso superior a quantos tem alca.n-

çado, producções neste genéro.

Toda a correspondência deve ser dirigida para; a

redacção do Jomíal do Biusji/a rua Gonçalves Dias

ti. H * Sccçãb de Xadrez »>, até quarta-feira. g^y'J\ í ii'' •• ¦-/•'"' ;•'.:> IIeibAS.-. /

TRABALHOS MLII0O^s^-

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CHARADA EM ANAC.RAMMA (EucaSoUvri)

E' negro e muito iníamaiUe

[ 'Lançar cartel, accus.trArquem nSo está distante

¦;, Do' modo de decifrar.

XADREZ ,

PROBLEMA N. 1PÊLO I)R. CALDAS VI A?vNA ( RIO)

/Pretas (0) ,

Gravuras finas c imprcss5cs artísticas noRio de Janeiro

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Brancas (7):;¦•; Mate em.S lances • *< 4

Obedecendo aos intuitos de sua orientação, o Jornal

no Brasil resolveu crear a secção de xadrez na sua

v edição semanal illustrada, a Revista da Semana, e con-

i; íia-hos o dífílcU encargo de tão espinhosa incumbência." Certo, sentimos os hombros frágeis'para tamanha em-

preitada, si, com a sua reconhecida benevolência, nãor : vierem os amadores trazer-nos o amparo de sua coope-

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ração e o influxo do seu acolhimento. E convictos es-

F atamos de-obtel-os,,á simples reflexão de que esta co-

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Iseveramente ornado, contendo nota

/v.cis reproducções em bronze dos primores da arteVaútVa. O mais velho,.Ànloninq Pomereul, parecia

ler $) annos. Os cabeílos brancos ^élos quaes pa-¦rocia ter passado um golpe de vento descobriam-Uie a potlerosa fronte.

A tez corada, a bocea sorridente, e o olharfranco indicavam uma natureza generosa e simplesunida a um profundo conhecimento dos negócios.

Os olhos-pardos denotavam fínura e as mão^s, que]naquella oceasião mostrava na mesa do seu escri-ptorio, trahiam o negociante emérito.

Seu interlocutor, ao contrario, contava apenas'25 annos. A fronte larga indicava um gênio con-'centrado e serio, o olliar tinha profundezas mys-teriosas nas quaes o sentimento.do ascetismoünia-sc á Yncctitaçâó. O talhe esbelto, os" longoscabeílos pretos e a pelle clara concorriam paraformar um conjuneto cheio de seducções. Uma voztimbrada.e leal acabava de dar toeía a confiançana honestidade desta natureza ardente e delicada,inspirada e grave simultaneamente. -

— Então, Benedicto, perguntou Antonino Po-mereul, recusas a tirar aiantè de mim d véo ze-loso, que cobre a estatueta, que o teu aprendiz^Cleomenes acaba de trazer e cujas dobras, como1verificas, eu respeitei como as cia antiga Isis...' —Não, meu caro mestre, respondeu b moço,agarrando as mãos do ancião, mas eu queria, eumesmo, ver que impressão lhe produziria esta obra,ouvir de seus lábios a decisão que me fará felizou triste; depois interrogar seu coração ao mesmo_tempó que seu espirito sobre o duplo julgamentoque vai proferii"...— Homem, disse sorrindo Antonino Pomereul,isso torna-se mais grave do que eu pensava.

Trata-se de toda a minhaVida, murmurou omoço. .. K x -; •

De teu futuro de artista, naturalmente;! por-que enganam-se, meu amigo, enganam-se muitona arte; e suo os investigadores .que mais depressase perdem... Decididos.a não seguir a fotá ba-tida, pedem ao desconhecido novas inspirações;por vezes o fio conduetor lhes falta, se lhes es-curece o espirito... não ^odem realizar a sran-deza da primeira concepção... mas... embora,Benedicto; é melhor naufragar tratando de lazermelhor do que ficar, medíocre e banal. •

^-Julgue então, exclamou o joven estatuario,tirando com rapidez o vóo com que envolvera <>«eu trabalho: <

Uma* estatua de-um metro de alto, de ma-gnifico mármore de Garrara, appareceu entjioaos- olhos de .Antonino Pomereul. Representavauma moça, castamente vestida, com as roupas jus-tas que' traziam as mulheres dos xn e xm séculos.Os olhos alevantados para o céò,. tendo em mãosum martello e uni cinzel, ella representava a per-sonilicação da Esculpi ura dessa época que, [um*cejiste d,a oração, votava suas obras mais primo-rosas aò Deus que as inspirava!

O velho contemplou por muito tempo e calado

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4: estatua; depois clissecom uma expressão con-•vencida, estendendo a mão ao estatuario:

— Muito bVm, meu filho,'muito beiii!1 .—Ali! enche-me de alegria, disso Benedicto.'¦¦—:E essa-ligura representa?..... .' —A filha de Steinbach, airhitecto da cathexlral•de Strasburgo; Sabina ajudou seu pai nessa gran-diosa construcção e a coíumna dos anjos está assi-gnadá com seu nome.;- —Áh! A filha de Steinbach chamava-se £>a?bina, como a minha, acerescentou Pomèreul com

- \im sorriso. EntSo, estás contente. W encantadora,ii tua estatua, tens um bom estyln. Sabes-te con--servar pensador e a habilidade de tua mão nãoprejudica a puresa de tua inspiração! Hravo! Sim,^sinceramente bravo'. e coragem. Porque se a figuralem pequenas dimensões, é todavia tratada de umáiiodo notável.

—Ali! mestre, como me¦ confunde ...' —Não o laço, sou apenas justo : ao menos não

me aceusarás de ser lisongeiro. Lembras-lerpiandoainda quasi menino trabalhavas na olficina dosjíieus esculptores, quantas exigências eu fazia?. ..lira para desanimar a qualquer que não fosse copiotu! Talvez me tivesses achado severo,, rispidomesmo, eu bem deseonti-ava- disto, -was-nom porisso deixei de íazcl-o. E' na paciência do discípulo

que se reconhece a franqueza de sua vocação. Aquel-les que desanimam, intimidados pelas dil'íiculdadesda tarefa e pela rispidez do mestre, não deixam sau-dades. Prestà-se-lhes um serviço conservando-os

fmo Operários em logar de eleval-os ao graii de

tistas.Tu solTrias mais pela dôr da incapacidaded.óVqué pela da reprehensão; recomeçavas sem tre-iguas; proj^redias diariamente, sem que te augmen-tasse a vaidade; estudando o que pudesses apren-der, não te impoctavas compôs conhecimentos já,adquiridos... elui obrigado a despedir-te da ofíi-cina, porque não qiierias comprehender que a altaesculptura te chamava e que em minha casa sófarias modelos para a industria!

. —Sim, respondeu Benedicto, tem razão; foi

Íircciso expulsar-me de sua casa para que eu sa?

lisse delia! Queria 'o meu bem e eu desejava con-servar minha felicidade; sonhava pára mim osaltos triumplios da arte emquanto que eu, naquelleíempo, teria tudo sacrificado para fazer pêndulase candelabros... Tinha razão; mas meu coraçãome repete ainda que eu lambem a tinha ; começoa ser conhecido, poderei mesmo tornar-mé ceie-bre; mas quem me assegura que terei como ou-tr'ora .. .

— A amizade i\o leu velho mestre? Mas, se tuficaste na familia. Benedicto, se eu te quero qiiasj

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tanto como a Sulpicio, mais do que a Xavier, tal-vez...

Deveras?Certamente. , r

^-Então, se eu lhe pedisse um favor? ;-*=-Quasi posso affirmar que t'o concederia.Ainda mesmo que.se tratasse de assumptogfa ve ?

^Não — ainda mesmo-^- ... principalmente.Pois bem! disse Benedicto Fougei-ws, reani-mando-se, permittirá que offereça"esla"estatuà a suafilha Sabina ?.,. Amanhã ella faz annos .. ;¦ e ...Que grande criança! disse o velho; nãoousas acabar... Entretanto viveste dez annos na \casa Pomèreul! Minhas severidades para çÒ,mtigonão foram mais do que-provas de afteição! Quaiuh»no dia de. tua despedida rolaram çrossás lagrimasde teus olhos, è\ porque tti vias alli a melhor parte .do teu [>assado e as jovens ambições do teu futu-ro... Mas en qneriaessa prova. Ella era necessa-ria para retemperar-le a alma. Dirigido pela minhaprevidente alleição, não conhéciíis ainda os perigosdo mundo. . . Pénsavas que ahi sç vive com a çfc£gnidade filha da pureza e da força das convicções,sem lutas e sem atribulaçòes! - •.,

( Continua fe

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Edição semanal illustrada do JORNAL DO BRASILAnuo I. — TÍ. íS DOMINGO, 26 DE AGOSTO Kumcfo : %oo réis

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118 - N.15 REVISTA DA SEMANA 26 de Agosto de 1000

Photògraphias,'vistas instantâneas, desenhos e caricaturas.

REVISTA DA SEMANAEdição semanal illustrada

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JORNAL DO BRASIL

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Redactor-chefe,Dr. Fernando Mendes de Almeida

Redactor-gerente, Dn Cândido Mendes

Direclor-tcchnico, Gaspar de Souza

Assignaluráe — Brasil -Por anno (registrada)J 28$000, porte simples l8g000 - Por semestre* * ' (registrada) 158000,

porte simples lOgOOO(çnyfe^sí —Numero avulso 300V^f^J réis.

Os assignantes em conjuncto das edições da manhãe da tarde do Jornal do Brasil receberão como prêmioa Revista da Semana.

A Revista da Semana é impressa nas officinas dephotographia, photógràvürá, phototypia, zincographiae typographia do Jornal do Brasil á rua do Lavradio

Redaooão z administração:Rua Gonçalves Dias 54 e 56

Riode Janeiro —BRASIL.

REVISTA DA SEMANAEdição semanal illustrada do «Jornal do Brasil»

Rio de Janeiro, 26 de Agosto.

bbV^V^^B

A obra ahi está attestando o valor intelléctualdaquelles que o acompanharam ou vieram depoistrabalhar a seu lado, mas a Ferreira de Araújo sedeve uma parte tão grande é tão notável, que fòi eserajjsempre tido como o mestre emérito que asonhou e lhe deu execução..

O Jorngl dá fírasil presioa-fcodna as ÍunnHna'

gens devidas a tão eminente jornalista, promptífi.cando-se também a cooperar em tudo para que

'foi

convidado.

A SEMANA EM REVISTA"W*^^^^^*W*

|fo

Dr. FERREIRA DE ARAÚJOFinado Redactor-chefe da Gazeta de Noticias

(Phot. Bastos & Dias)

SUB-TITULO

que hojeadoptamos.vale por um

programma.Todos sabem por que

meios abriu o Jornal doBrasil logar para si naimprensa fluminense,chegando a alcançaressa somma immensa desympathias e de popula-ridade, que constituempresentemente a suaforça.

Passando a ser umadas suas variadas rami-ficações, a Revista daSemana conta conservar.as gloriosas tradicçõesdeixadas por seu funda-dor e primeiro proprie-tario, com aquella mes-ma tenacidade e dedica-çâo com que nos desva-necemos de ter sempreservido ao publico, fa-

- zendo nossas as suas FÜNERAES DO DR. FERREIRA DE ARAÚJO—O corpo, todo cercado de flores naturaes, em seu caixão,, . na câmara mortuaria. O caixão está aberto e o rosto do finado está coberto com um lenço de cambraia. As coroascausas eüatenao-nos por e grinaldas estão collocadas em redor do ataúde. (Phot. do Jornal do Brasil).

ellas,

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sem nos encom-modar a grita dos mesquinhos interesses offen-didos.

Não falte á Revista da Semana esse apoiocom que se solidificou o Jornal do Brasil e promettemos melhorar de dia para dia, até o ponto derivalisar com as mais celebres publicações estran-geiras de nosso gênero, como alcançou ser riaimprensa diária, por sua tiragem, pela variedade

. e importância de suas informações e por essaestima publica que o cerca—o

Ç^J)JOKNAL D/> BRASIL51- r\JUO

FERREIRA DE ABAUJO»wv>w^

©

. STTTS manifestações solemnes de toda a im-¥k Tlprènsa fluminense vem agora juntar a Re-

vista da Semana a sua modesta homenagemdiante do túmulo onde se guardam os preciososrestos do dr. José Ferreira de Araújo.

O elogio do illustre jornalista faz-se com o es-tudo comparativo do que foi e do que é actual-mente o jornalismo no Rio de Janeiro, e citando-secom justiça o seu nome entre os dos mais sin-ceros apóstolos da cruzada que operou essa trans-formação gloriosa.

UANDO voltei do cemitério o coração pe-sava-me, como se a magua tivesse a rigidez:do ferro. *>

Aquelles túmulos brancos, symetricamente ali-:nhados, formando ruas sombrias ; as vozes? aterra-doras do silencio magestoso e .solemne, quebradoapenas pelos gemidos dos cyprestes esguios, comoespectros de folhagens, e pelo som soturno daenchada do coveiro abrindo sepulturas; a vastidãodaquella planície de decomposição, pavorosa, tetrica,mas plantada de flores, como se fora o jardim da éter-nidade; as visões que surgem aos nossos olhos, nas-cidás da imaginação amedrontada ante o inSondaveído mysterio da vida de Além, tudo isto actuòu sobremim, despi-me de todas as alegrias, accendendo-men'alma a luz pallida e azulada de uma saudade porseres que não conheci e dormiam para sempre noleito humido das entranhas da terra!

Senti-me exhausto mo-ralmente, como se meu es-pirito tivesse ficado allipara vagar á noite comoos sanfelmos, de túmuloem túmulo, borboletas damorte que se alimentamda putrefacção cadaverica*

O meu cérebro estavavasio de idéas. No emtantoera necessário, era obri-gatorio que eu, essa noite,escrevesse a chronica paraa Revista. Como fazel-o?

Procurei recordar osfactos principaes da se-mana para sobre qualquerdelles bordar algumas tiras.

Os que me vieram ámente hão se prestavam adivagaçõés.—Boatos sobreo arrendamento da Estradade Ferro Central do Bra-sil; preparativos da viagempresidencial a Buenos Ai-res; intrigas políticas re-lativamente a interinidadeconstitucional do supremogoverne» da Nação; durantea ausência do sr. CamposSalles; a esterilidade docongresso; a incommuni-eabilidade dos presos po-liticos etc.

Eram assumptos que não se casavam com a dispo-sição do meu espirito no momento, triste, abatido,subjugado por uma tristeza doentia, que eu acariciava,como se ella me fizesse bem a ponto de não procurararredal-a de mim buscando outros pensamentos, outrasidéias que me fizessem desviar a lembrança daquellecemitério, onde eu deixara para sempre, dormindo osomno formidável da matéria, de que nos falia o poeta,o grande jornalista brasileiro, que durante muitosannos pontificou na tribuna da imprensa, o desditosomestre, Ferreira de Araújo.

Em vez de uma chronica apresento aos leitores umsudario, onde se estampa a minha magua sincera pelaperda que todos nós, os labutadores da penna, soflre-mos com o desapparecimento do batalhador incansáveldos grandes idéaes.

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26 de Agosto de 1900 REVISTA DA SEMANA N. 15 - 119

MUNICIPALIDADE DO RIO DE JANEIROSCEKAS KO MATADOURO DK SAKTA CRUZ

O mangueiro, entrada das rezes dos curraes para a casa da matança.

ARTISTA!

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O conselheiro Soares dava reu-niões intimas, todos os sabbados,na sua bella vivenda da rua daAurora, no Recife.

Reuniões é palavra modesta; sa-ráos é que pode ser dito. Porquealli encontrava-se a íina flor da

cidade, fazia-se musica, declamavam-se trechoslitterariosem prosa e verso, dançávamos até ama-nhecer.

Sua distincta esposa unia a bélleza á graça deque naturalmente era dotada; duas de suas amigase parentas auxiliavanw^a com os mesmos elemeri-tos, de modo que só faltava algum convidado ásrecepções dos sabbados, quando estivesse grave-mente doente.

O chá era servido ás 11 horas... e que chá !O chá era o pretexto para ófferecerem os amphy-triões, aos seus convivas, uma deliciosa collecçaode bolos, biscoutos, queijos, doces, tudo oriundodo trabalho da gente da casa, ou producto do En-genho da sua família, a algumas legoas da capital.

Não raro appareciam alguns typos, importán-tes para estudos psychologicos, que, pela exquisi-tice de seus modos, chamavam a attencão geral.

Um sabbado os convidados foram informadosde que notável maestro deliciaria os ouvidos daassembléa, acompanhando ao piano trechos osmais escolhidos das operas em voga que seriam,uns, em solo, cantados pela dona da casa,e outros,em duetto, por ella e pelo afamado barytono...Balladini, digamos.

A's dez horas, o maestro assentou-se ao pianoe preludiou nervosamente em*artisticos accordes,mantendo o auditório em attento silencio, antesde atacar a execução da protophonia da Semira-mis que era, com as composições deGottschalk, nu-mero obrigado dos elencos.

Houve naturalmente uma pausa entre os taesprelúdios e a Semiramis. Foi nessa occasiào que omajor Antào, um senhor de Engenho, amicissimodo dono da casa, rompeu o silencio geral do audi-torio e dirigindo-se ao maestro, com uma prosódiasui-generis:

— Toque n'estes ossos, seu compadre ! E' umaladainha assim que nós havemos de tocar no meuórgão, quando se fizer a minha festa de setembro!Isso é que é musica ! Bôa como o diabo...

INTaquella noite ninguém pensou mais emmusica.

Pudera!

Casa da matança.

Pois não vê!... tanta lida... tanto filho...E a roça vae abaixo!.. secca o milhoAntes mesmo de haver apendoado! »

Mas, súbito, troveja... O céo se vela,Zune o vento e benéfica procellaBanha e refresca o solo reseccado.

Suavíssimo odor logo se espalha,O milharal, contente já farfalha,Respira alfim!... e de alto pé, rociada,

De entre as folhas —gratíssima esperança!—Surge a primeira espiga e se embalançaCo'a cabelleira farta e avermelhada!

15-XII-97.Maria Antonictta Gama.

AS NOSSAS GRAVURAS*-*/\S$QlsS\^ ^^^A^^*\*V%#

O MILHA"RAL*SJWSSVSSf

I

Esbrazeia o sol; são-lhe os raios chammasArdentes que a Natura toda inflammaNuma grandíssima, infinita empola.

Os vegetaes retorcem-se, pallejam;As águas, aquecidas, murmurejam;Fogem as aves c soluça a rola".

Causticante estação ! De minha portaUm olhar lanço em roda; não supportaA plantação a incandescente lava

Que do ceruleo íirmamento jorra;O sol já não é sol: não doura, —torra!iSuflbca a brisa que tão fresca afflava!

A bocea circular—qual sanguesuga —Faminto estira sobre o globo e sugaInsaciavclmcnte a seiva forte

Que alimentava, ha pouco, as verdes plantas— Só tú, cigarra, indifferente cantasQuando não tarda para^tudo a morte!

II

O lavrador atira a enxada; tristeOs braços cruza e. suspirando, assisteAcocoràdo á frente da choupana

O pávido holocausto...A esposa ao lado

Tenta alental-o ; elle, porém, coitado!Um gesto faz e seu olhar se empana..

Estrada de ferro centrai, do Brasil—Não ha hoje talvezquem ignore quanto é repellida pelo povo a idéa de arrendarou vender a preciosa ferro-via, que tanto resultado dá,quando bem administrada. No emtanlo a Câmara dos Depu-tados deu, de novo, aiitorisãçãò ao Governo Federal pararealisar qualquer daquellas operações! E' esse o motivo dasignificativa cliarqe, do applaudido Bambino,umáos redactoresdo Jornal do Brasil.

Ferreira de Araújo—A homenagem ao finado mestre dis-pensa quaesqiíer explicações.

Dr. Ai.varo de Téffe' — A fíevisla da Semana deve-lhe afundação c as artes graphicas mereceram ao intelligente moçodedicação e enthusiasmo. Justo é que a nova direcção daRevista não deixe de prestar-lhe aqui as devidas homenagens.Campeonato do remo — O rowing está se desenvolvendoconsideravelmente no Brasil, e o ultimo concurso ao cam-

peonato foi brilhantíssimo. O Jornal do Brasil, que iá lhededica secção especial, ofíerecc hoje nesta edição íllustradaos retratos dos triuniphadores do 1° pareô de canoas. 'Rànulpuo Ponce —Foi o desditoso menino que no hospitalda .lurujúba lalleceu victimado, segundo os attestados, pelapeste bubônica. As circumstancias especiaes que cercaramesse lugubre desfecho são conhecidas dos leitores do Jornaldo Brasil.

A moda da semana—Neste primeiro numero sob a respon-sabilidadç da direcção do Jornal do Brasil não foi possíveldesenvolver, como desejáramos, esta secção. A gravura é detoda a actualidade, o ultimo figurino chegado. Daremos a seimir,alem dos desenhos, as necessárias explicações.Scenas mcnicipaes—A Revista da Semana irá publicandoo que de mais actualidade houver sobre serviço municipal. Asvistas que hoje apresenta, serão regularmente continuadas,a contar do próximo numero.

Caricaturas de Raul — Toda a ultima pagina é necupadapelo lápis inspirado de Raul, cuja applaudida verve não é, pois,desmentida.

Uma experiência — Desenho de Caran d'Ache, espirituosoconlo sobre a especulação da caridade.— Todas as phologravuras e phohozincographias foramleitas nas oflicinas do Jornal do Brasil, ás ruas GonçalvesDias ns. 54 c 56, c Lavradio n. 150.

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120 — N. 15 REVISTA DA SEMANA26 de Agosto de 1900

UMA EXPERIÊNCIAA CARIDADE EXPLORADA (Caran d'Ache)

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O tio-chuva — Será mesmo verdade ?sob fneve? e a íevluí-lhes aguardente para reconfortal-os...

— Espera... vamos ver se isso é assim.,,.. lá vem elle...

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fareja ... lá vae ..

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. eil-o de volta!

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... é, pois, verdade! E é uma garrafa de velho Rhum,ainda por cima !...

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26 de Agosto* de 1900 REVISTA DA SEMANA N. 15 121

DOCUMENTOS E INFORMAÇÕES/*:

Um annuncio de um kilometro e meio.--EmrcnttlP Creek nos Estados Unidos, organisou-se no

corrente anno uma festa para a qual se pretendiaXahir a maior concurrencia possível e, para essefll imJinouse uma reclame extraordinária e on-

SSiíTSg!descrtpção 4 feita pelo jornal ameneanoInland Printer.

A reclame consistia em um annuncio, cuja su-nerflcie taívez fosse de 1.460 metros quadrados. (Pa-fece phantastico, mas não mverosimil).

O innuncio era da forma de uma facha com 1609

metros "uma

milha ingleza) de comprimento por 90

centímetros de largura.Na realidade esse annuncio compunha-se de ínnu-

meros outros menores, impressos pela mesma íorma,

que se repetiam de 60 a 60 centímetros.

A facha de papel enrolava-se, pouco a pouco,num cylindro e como não houvesse na cidade ummuro que comportasse esse annuncio, foi elle col-locado numa calçada larga de uma das ruas pnn-cipaes.

Os transeuntes tinham necessidade de passar adireita e a esquerda para que nãc-o pisassem.

Navios de guerra com turbina. - M. Parsons,engenheiro das construcções navaes mglezas^em-bro da Sociedade Real de Londres, inventor dos bar-cos com turbina que substitue a helice e diminue oconsunTo do carvão, estuda actualmente, por conta doalmirantado, a applicaçâo do seu systema a propul-são dos navios de guerra, e os resultados já obtidosmerecem a attenção da engenharia universal.

Um caça-torpedeira, que já fez experiência, mu-nido da turbina Parsons, desenvolveu 32, 33 e 35 nós

por hora, mesmo em mar agitado.Depois dessa experiência, ao inventor foi confiado

o commando de um destroyer, que, apezar'de sua to-nelagem superior, deve ter a mesma marcha, em tiragem normal.

E' a primeira vez que M. Parsons applica o seusystema a um navio de guerra de grande deslocaçao,e se, conforme as suas esperanças, as experiências o

. animarem, elle levará a effeito a construcçao^de umcruzador, para a marinha ingleza, de 130 metros, ma-chinas dè 80.000 cavallos, com duas turbinas, que lhedarão uma velocidade de 44 nós, ou 82 kilometros porhora.

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As casas estremeceram e partiram-se os vidrosdas janellas.

Pode-se concluir que, em condições favoráveis,as grandes explosões serão ouvidas cerca de 50kilometros.

Essas cifras podem ser de grande importânciaquando haja necessidade de fixar-se a hora de certasexplosões de depósitos de pólvora, principalmenteem tempo de guerra.

O menino RANULPHO

Filho do Sr. senador Generoso Ponçe.e viclimjdo.pela pestebubônica, no hospital da Jurujuba, a 22 de Julho.

mm.

Preço das cerejas. — No anno corrente as cere-ias têm sido abundantes na região parisiense, ciemodo que muitos lavradores não se dão ao trabalhode colhel-as.

Quem as compra em Paris actualmente, por dousou três sous cada uma, não pôde imaginar o preçoque ellas alcançam quando começam a apparecer nosmercados centraes.

Em taes occasiões um pequeno ramo coma pri-meira cereja (cereja ingleza) tem sido vendida por10 francos e mais.

Quinze dias depois ellas vão baixando de preçoao ponto de barateza em que se acham no momentoactual.

As primeiras cerejas são colhidas em estufas nosarredores de Paris ou no norte da França.

%

O barulho das explosões. — A que distancia épossível ouvir as explosões ?

Depende muito do solo c da configuração oro-graphica de um paiz.

Admitte-sc geralmente que o tiro de canhão reper-cute a 25 kilometros, quando o vento é favorável;o ribombar do trovão a 25 kilometros e as grandesexplosões de dynamitc a 30 kilometros.

Nos arredores de Antuérpia a explosão do depo-sito de pólvora de Arendeck provocou grande receiode que se tratasse de um tremor de terra, porqueo choque foi sentido cm Bawiloo c arredores, isto e,cerca de 30 kilometros de distancia.

Segundo M. Davison, a explosão que se deu entreLivcrpool e Manchester abalou profundai.i.le os lo-

gares visinhos.Essa explosão foi produzida pela detonação de 80

bárricas de chlonircto de potássio, n urna iabrica.A usina ficou destruída c o solo revolvido.

A rWião que sbllrera os efleitõs da explosão tinhaa fowma de unia ellipse, de 63 kilometros no grandeeixo e de 45 no pequeno.

O barulho foi ouvido cm Alderley— Edge, a dis-tancia de 39 kilometros deSaint Hclens, c,emMurpie,a 45 kilometros da mesma cidade.

íáf i *\P' Iséí ^m 3tó

Uma formiga prehistorica. - Na exposição dasíndias Inglezas, na parte concernente aos mineraes,acha-se um cylindro de âmbar da maior pureza, nooual se vê em perfeito estado de conservação um m-secto que se assemelha.a uma.formiga de azas. LaNature, interessante revista scientifica, dirigida poiHenri Parville, que noticia o facto, chama para ellea attenção dos entomologistas.

*

Envenenamento pelas tmtas nos sapatos..-M M Landouzy e Georges Brouardel fizeram a Aca-démia de Medicina de Paris uma communicaçao, de

que se podem auferir severos ensinamentos.

Trata-se de casos de envenamento oceasionadospelas tintas que são empregagas para tornar pretos ossapatos de couro amarello.

M M Landouzy e Brouardel observaram dezenasde accidéntes dessa natureza entre crianças, que,desMtando excellente saúde, foram no entanto, aia-radas de moléstias graves, como o torpor, o resinamento,aamphixiaetf., algumas horas depois de teremcalcado sapatos amarellos tintos de preto.

E' no tempo quente que essa intoxicação se tornamais freqüente.

A analyse demonstrou que a tmtaae^^une0s!lãpOcSô!compõe de 92 por 100 de andina e de 8 por 100 de cô-res derivadas de carvão de pedra.

O methodo experimental confirmou que a anilinaera o agente nocivo.

Com effeito, os animaes, nos quaes foram»sapplicações cutâneas dessa tinta, «Pre^ntna^m,v7dmsptomas vehementcs de envenenamento, obsevadoganteriormente em diversas pessoas que trabalhavamcom a anilina;

A MODA DA SEMÃwA

Grande mappa de New-York. - Os EstadosUnidos enviaram! Exposição Universal de Paris ummímenso mappa da cidade de New-York, medindoSSoSque 8 metros 50 por 7 metros 50.

Neste mappa estão desenhados não so os edifj-cios public^como os particulares dignos de figura-rem ao lado daquelles.

Trabalho admiravelmente acabado, tem siçlo ob-

jecto de admiração na capital artística do mundo.

I§A fortuna da Europa.-Um estatístico de New

York Mr Mulhall, teve o trabalho de procurar quall <nniuicto totalda fortuna dos diversos naizes quecompõem a veíia Europa, e achou de um lado, para

O nuadro que se segue dará, pois, segundo o esta-tioii^oamericano, o que pertence a cada paiz no

total das Xsprecedentes e a parte média de cada

habitante:

[yM < . g á 2 SPAIZES '§.

w 3 J 'tí CS '<

. 295 106". '. '. *. '.'... 247 65

... 201 37 v'*".....

160 14

.79 8 1 . . 25 8'••¦¦¦

22 6.

'. ". ". '. '. . • • 33 12

Inglaterra. . .FrançaAllemanha. . .RússiaÁustriaItália ......Bélgicallollanda. . . .Outros paizes

7.2006.3004.0101.5002.1002.0504.0004.9004.900

Vè.se pois que a média geral por habitante é de

3.500 francos.Honois de 1870 o capital circulante da Europa

^ fnificou ca conta de 1848 elle quadruplicou;SrflmSScto 3|%c* capital augmentou150 milhares.

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*

122 — N. 15 REVISTA DA SEMANA 26 DE AGOSTO DE 1900

CONTO INFANTIL^^4^^^^/^

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Antonietta era uma criança de qua-tro annos, tez alvissima, olhos azucs,cabellos castanhos, muito viva e tra-vessa.

Era filha única de um casal, que seunira por amor sincero e vivia na maisinnegavel felicidade.r\ Quando completou quatro annos, Antonietta

recebeu um magnífico presente de seu padrinhode baptismo: —uma grande boneca de biscuit, comos movimentos todos, balbuciando mechanica-mente os doces nomes de mama e papá.A boneca tinha olhos azues como ella, muitoalva, cabelleira 1'ulva, bocea rubicunda, trajandouma rica toilette de setim côr de rosa, guarnecidade renda chantillg.

O contentamento de Antonietta ao receber oprecioso presente foi enorme, inexprimivel.

Ella tomou a boneca nos lábios encurvados,beijou-a por diversas vezes, mostrou-a aos criadose ás meninas da visinhança.— Que linda ! Que linda ! exclamou ella.

Depois de ser chamada por diversos nomes, aboneca recebeu o definitivo de Zuleika, em umbaptisado obrigado a pequena soirée na casa deseus pães e no cjual servio de padre um meninode dez annos, primo de Antonietta.

< ::'¦ A boneca nesse dia estava vestida inteiramentede- branco.

Parecia viver e gosar da alegria da festa in-tima !

Que linda! Que linda !';';¦ Todos os cuidados da encantadora criança

eram para a sua íilhinha, como ella chamava a gra-ciosa estatueta.Quando se deitava, collocava ao seu lado no

leito a pequena Zuleika.Ao levantar-se, pela manhã, o seu primeirocuidado era ver se a boneca estava intacta, se não

soffrera durante a noite em conseqüência de qual-quer movimento seu, inconsciente, quando dormia.

Os dias inteiros quedava-se, sentada á umamesinha na sala de visita procurando costurartoscamente vestidinhos para a sua companheirainseparável.

A's vezes ralhava com ella; outras, dizia-lhephrases de meiguice infantil, como se a risonhafigura de biscuit pudesse entender as suas admoes-tações e gosar as delicias dos seus carinhos inno-centes.

Zuleika se fizera uma necessidade parao viver de Antonietta.Quando ella sahia a passeio, não dei-

xava em casa a sua querida filhinha. Tinhagarbo em mostral-a ao publico, pela ruado Ouvidor, reclinada nos seus braços, bemtrajada, olhos ázues, bocea rubicunda, tezde neve, cabelleira fulva.

Certa manhã, Antonietta, ao despertar,ouviu vagidos no aposento próximo, emque dormiam seus pães.Levantou-se rapidamente, espantada;tomou nas mãos a boneca e ligeiramentese encaminhou para alli.

Que surpreza a sua!Na cama espaçosa estava deitada a sua

carinhosa mãe e ao lado uma criancinhaloura, muito rosea, envolvida em vestes, ai-vissimas.

Em torno ao leito pessoas da família eo medico da casa.

Louca de contentamento Antonietta foidireita ao recém-nascido ; queria suspen-del-o no que foi obstada pelos presentes.Zuleika fora atirada ao chão e fez-seem pedaços.Queres matar o teu irmãosinho ? in-terrogou o pae.Ah! meu irmãosinho! Como elle ébonitinho! Como elle é bonitinho!Porque quebraste a boneca? pergun-tou-lhe a partunente ?ji , _ Ora, mamãe! Zuleika já tinha umanno, estava velha... Agora ienho o meuirmãosinho para substituil-a.

Inconstante !...Como todas as mulheres, acerescen-tou o medico.

Flavio Roberto.

EKTKE-MÀE E FILHA

Pn*, — Negas, por ventura, que o.dr. Rocha é um homem já celebreno Rio de Janeiro ?

;. - — Não o nego.— Ignoras acaso que a suaenor-me, clinica rende anualmente umasorama considerável, o que lhe per-mitè viver em grandeza e juntar,deutro de poucos annos, umabellissima fortuna?

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§c^Ep§ pepBejvne^WXWMOl

^^^^Prí 1^^^^^.

Dr. ÁLVARO DE TEFFÉFundador da Revista da Semana e seu primeirodirector. (Phot. J. F. Guimarães & C.)

Sei perfeitamente.Concordas ainda que é um homem serio, quetodos estimam e respeitam, o que lhe permitte fazercarreira na política, se acaso algum dia tiver taes vel-lidades ?Concordo, sim senhora.Achas que seja um homeni feio ?Não.••--—¦ Por ventura não o ouves com prazer quandoelle trata mais circumstanciadamente de qualquerassumpto ?Ouço.

Já encontraste nelle algum vicio ou defeito quete cause repugnância ?Não.Tens, finalmente, alguma coisa a dizer contraelle ?

Nada.E porque então não o queres para marido?E' que... para lhe fallar com iranqueza... acho-ovelho de mais para mim...Pois enganas-te. Os cincoenta annos que elletem para ti, são exactamente os mesmos que tem paratoda a gente.Simplicio.

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A nossa republica era situada árua da Bôa-Vista, por cima de umavenda.Morávamos seis companheiros

cinco da Bahia e eu que não era pa-tricio delles, todos excellentes rapa-zes, modéstia á parte, e cada qualmais bohemio, excepto quanto a es-

tudos, porque n'este ponto tínhamos quatro col-legas de truz.Quantas recordações ! Hoje ainda estão todos

vivos e lá vão mais de vinte annos ! Muito maismesmo... '

O mais velho está na alta magistratura ; doussão respeitados advogados ; dous fazem parte darepresentação da Republica... e eu... rabiscoestas tiras...

O mais velho, o Barreto, tinha uns namoricoslá para o lado da Passagem da Magdalena, e qual-quer proposta para permanecer na republica, de-pois do jantar, era immediatamente repellida,porque a namorada exigia que o Barreto estivesse,alli á volta das cinco, infallivelmente, com a obri-gação de recitar uma poesia qualquer, uma qua-drá que fosse.

Os demais, comquanto mais ou menos comoecupações de egual theor, não tinham aquelladisciplina militar.

Uma tarde, ao jantar, combinamos ir apreciaro nascer do sol, á Passagem ; o Salustiano, queera o creado do Barreto, deveria levar uma cestade provisões, o vinho seria lá comprado e quantoa pão, qualquer padaria nol-o daria, e fresquinho,pela madrugada.

Essas resoluções foram votadas por unanimi-dade, Barreto inclusive, pois como elle estaria devolta ás 10 da noite, iria comnosco ás 4 1/2 damadrugada, para a pagodeira ajustada.

Batemos logo no soalho...E1 preciso dizer que as nossas transacções

com o seu Antônio, da venda, que nos sublocavao sobrado, eram feitas por uma abertura no soa-lho do corredor que communicava as salas devisita e do jantar. Batíamos no soalho, abríamoso buraco referido, descíamos um cestinho ad hoce alli depositava o seu. Antônio os gêneros pe-didos.

Fomos logo satisfeitos no que reclamamos,apromptamos o farnel e cada um foi deitar-se

quando quiz e quando poude, porque eue o José Joaquim, um dos collegas, ence-tamos uma partida de gamão que durouaté 11 horas, depois que chegou o Barreto.

Tudo se passou como desejáramos, eaté a hora partida nada falhara. O José Au-gusto enrolara o pescoço n'um cache-nezde xadrez que lhe dera a avó, e o Ribeiroenvolvera silenciosamente n'um papel forteo frasco de remédio que era seu inseparávelcompanheiro.

Na padaria do Gervasio, onde bate-mos ás 5 horas, forneceram o pão aos nos-sos madrugadores estômagos; e, na vendaque ficava próxima ao palacete da Passa-gem, o vinho. A passeata fez-se sem inci-dentes, excepto um olhar carinhoso doPedro ao passarmos pelo Chora-Menino.

Tudo coirera na melhor ordem. Mas...Ha sempre um mas, nestes negócios hu-manos! Um incidente, um nada, um grãode areia, ura pingo d'agua, uma massada

gualquer, inesperada, põe água na fervurado enthusiasmo, destroe os planos de tantoscérebros de alto valore... tudo vae por águaabaixo.

Tínhamos combinado ver nascer o solna Passagem da Magdalena, cidade do Re-ciie, capital de Pernambuco ; e, no em-tanto, não o conseguíramos !

N'aquella manhã,* grossas nuvens ve-lavam o astro-rei; o sol furtou-se, o mal-creado, ás nossas vistas indiscretas...

Nanfreclo de Adialme.

^wxw^—~-

DIA DE ANNOS

Grande Regata para o Campeonato de 1900Os vencedores do le pareô (Canoas). Trlpolação da Eólia: Álvaro

Bastos, patrão; AnnibSd de^Medeiros, voga; Augusto Brandão, sota-voga ;Joaquim Silva, sota-prõa; Castro, proa. (Phot. Bastos & Dias).

A'

A Marocas é uma bella raparigacheia de vida, com as suas dezoitorizonhas primaveras como rezava ocartão de felicitações no dia do seuanniversario, publicado nas folhas,e assignado muüos admiradores.

noite houve reunião em casa dospães de Marocas.

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f26 DE AttOSTO DE 1900, REVISTA DA SEMANA N. 15 - 123

Sala regorgitando de convidados e do rapa-zio que nos bailes pleitêa valorosamente dançarcoma Marocas, qual e qual querendo ser o pri-meiro. Porque ella na dança e deliciosa.

Tem umas denguices na schotisch, uns reque-bros no pas-de-quatre, um donaire nas valsas,tantas coisas bonitas faz que a gente fica semgeito...

A Marocas é realmente linda, lindíssimamesmo, com aquelles olhos negros, treíegos, rúti-los, coruscante por sob as palpebras levementearroxeadas, ensombrados por uns cilios côr danoite.

Basta e undosa cabelleira emoldura-lhe orosto moreno levemente corado.

E' noite alta. As vozes dos trovadores me-rencorios calaram-se. As danças já duram muitotempo.

Chega o momento de ir para a mesa; umamesa farta de sandwiches, presuntos, doces,fructas, etc. e ante a qual bom numero de convi-dados se reanima das fadigas do baile.

Cada qual toma o seu logar ; e, defronte daMarocas, o seu namorado, pelo menos o predi-lecto, porque outros diziam sel-o também.

A Marocas está cheia de si ; para todos oslados distribue sorrisos, doces sorrisos, mos-trando um rosário de alvos dentes côr de leite,dentes adoráveis, bellós, escondidos só quando secerravam os nacarados lábios da delicada boccada Marocas.

Corria alegre a festinha.Chrispim, o namorado, empertigado em sobre-

casaca e flor á lapella, ao champagne solta o seudiscurso, rumoroso, enthusiastico, ora meigo, oraardente, decantando as bellas qualidades queexornam a gentil senhorita.

Foi comprido o discurso, que terminou de-baixo de uma salva de palmas prolongada.

Marocas fez um ar modesto e sorridente—sem-pre a mostrar os bellós dentes—respondeu.

Respondeu, sim; porque na casa dos pãesda Marocas educava-se á moderna.

Attenção geral; silencio profundo ; olharesattentos ; attitudes de interesse immenso pelo quese ia ouvir.

— Cavalheiros, amigas minhas...Approvação geral, que se manifestou com uma

ligeira inclinação de canecas, como significandoa admiração de que todos se achavam possuídos.O Chrispim ouvia-a extasiado ; e mais extasia-do tornavam-n'o os movimentos dos rubros lábiosda Marocas, deixando de instante a instante appa-recer o bello rosário dos dentes côr de leite.

Súbito a Marocas, no auge do enthusiasmo,emmudece, depois de uma phrase que ninguémentendeu, mas que todos applaudiram, embrulha-da, exquisita. Emmudeceu e desappareceu.

Chrispim tinha o terror pintado nas faces li-vidas, os cabellos eriçados, os olhos a revolve-rem-se sinistros nas orbitas.

TerriveiSj escancaradas, hiantes, jaziam no

f>rato do Chrispim duas grandes filas de dentes,

indos, alvos da côr do leite, bello trabalho da artedentaria, e que segundo alguns saltara da deliciosabocca da Marocas emmaranhados em uns troposde sublime eloqüência...

,.. A. Aguiar.

QUEM MUITO ESCOLHE...^#%**MA**^***tM

4ke \ j~i Quincas faz questão de só dan-^Rift I I çar com as moças bonitas.ÉÊtr ^*S Esta semana, foi elle assistirMM ao esplendido baile com que o Guedes

& solemnisou o décimo anniversario deÀ^^m seu casamento e o baptisado de seu•T ^ décimo primeiro filho, matando assim

y 1? dois coelhos de uma cajadada só, salvaa impropriedade do rifão para o caso.

Quando a musica deu signal para a primeiraquadrilha, o Quincas entrou no salão, volveu os

olhos em torno dc si e sentiu-se ..deveras embara-çado.

Afjuella moreninha de vestido en tulle bleu cieiera deveras encantadora ; mas, por ventura, aGretchen que se sentara a seu lado, envolta nummimo de cambraias e rendas brancas, em que sedestacavam apenas uns pequenos laços en rubansatin rose, não seria ainda mais formosa do que aoutra ?

E aquelia espécie de estatueta de Sèvres, tãogarrula e tão travessa, que parecia encher todo osalão de sua alegria ?

E adiante, uma alta, esbelta e elegante, comverdadeiro porte de rainha ?

E hesitou na escolha, olhando para todos oslados, indeciso e verdadeiramente embaraçado.

Com quem vais dançar ? perguntou-lhe oGuedes a queima roupa.

Ainda não tenho par. Estava procedendoa uma revista, para fazer depois a minha escolha.

Neste caso, dança com a prima Quiteria...é um favor que me fazes.

Mas...Não admitto réplicas.

Ora, o Guedes é chefe de sua repartição, pro-tege-o e não leva em conta as suas faltas.

Que remédio ha senão obedecer-lhe.Dançou com a prima Quiteria, que orça pelos

quarenta, é alta e magra como um varapáo e temmagníficos bigodes.

Pif.

DESCRENÇAj

Meu pobre coração que tanto amasteE que tanto soffreste no passado,Não me queiras tornar mais desgraçado,Com a nova paixão que despertaste.

Prasa aos céos que esse amor te não agasteMais do que foste outrora atormentado,Melhor fora não teres reparadoNo rosto angelical que me mostraste.

De teu novo accordar só magua esperoMimYalma nada tem que te conforteE por ver-te infeliz eu desespero !...

Coração ! te lastimo assim a sortePorque sofíro também, porque te queroE porque n'esse amor buscas a morte.

Agosto-1900.Deocleciano Silva.

«t/VQG^A,*»

ESTATUATão bella... quasi bella como outr'oraVejo-te morta, branca, amortalhada,E penso que tu dormes socegadaEm leito azul que a mocidade enflóra.

E' que, de angustia afflicto, desvairadaA mente pela dor que me devora,Não posso acreditar que tu agoraSejas noite, quando eras alvorada.

Eis porque, como estatua onde radiaFebril inspiração de gênio ousado,Que falia na mudez da pedra fria,

Deitada no caixão, risonha e calma,Tendo o corpo virgineo amortalhado,Tu vives, sem viver, para a minh'alma...

Ed. Machado.

OS THE ATROSWNAAAAWKAA#^

LUCINDA — Continua o notávelsuccesso do Arara, tão bellamenteacrescido pelo enorme reclame que apolicia proporcionou á peça.

Por causa disso ficamos esta se-mana sem recita da moda, mas emcompensação teremos brevemente afesta artística de Lucinda Simões.

LYRICO —JA nota da semana foi a Carmen,onde fez a sua estréa o festejado tenor De Marchi.

Nessa mesma opera confirmou os créditos cjuehavia conquistado na Mignon a signorina LiviaBerlendi.

Para hontem estava annunciado o Mefislofele,de A. Boito, devendo estrear a celebre sopranoEmma Carelli.

RECREIO — O Tim Um por Um Um ia dandoainda excellentes casas, mas a empreza já fez re-prise do Itio-Nú.

SANTANNA — Brevemente reabrirá as suasportas com uma companhia hespanhola de zar-zuelas. P.

—- -.>.-^VOg>/V<""

terrível sacrifício^wwvw»v\/>a«

ffí>,assára toda a noite sem poderconciliar o somno.

Por muito que aquillo lhecustasse reconhecia perfeitamente queera mister que as tolices da meninacedessem o campo á vaidade da moça,uma vez que já tinha treze annos

feitos.O sacrifício devia ser terrível... ella bem,o

sabia; ella bem o advinhava ! Mas, era impossi-vel que as crises continuassem daquella fôrma,sob pena de se tornar ridícula.

Entretanto, por mais forte e inabalável quefosse a resolução com que se levantara do leito,não pôde tocar nos pratos que lhe serviram aoalmoço, pondo em sobresalto a família, que re-ceiou logo que se achasse doente.

E bem grave era a dôr moral que a afíligia,vendo-se apertada n'um dilemma funesto, onde porforça havia de perder uma parte de sua alma.

Logo que acabou a licção de piano, trancou-seno seu quarto.

Tinha chegado o momento fatal !Tirou uma por uma das caixas em que costu-

mava guardal-as. Limpou-as cuidadosamente como seu lenço de seda, mudou-lhes o fato, substi-tuindo o que uzavam commumente pelos maisricos do guarda-roupa e que só~ -apparecram- nas-grandes festas e solemnidades.

Depois, collocou-as todas sobre o leito, emuma linha, da menor a maior, e foi beijando-as eabraçando-as, na ordem em que se achavam,tendo o cuidado de apagar o vestígio que suaslagrimas deixavam de um ultimo momento defraqueza. .

Um momento mais e recuaria do sacrifício.Chamou, porém, a si toda a coragem de que

podia dispor e juntou-as todas, quasi que semolhar mais para ellas, n/uma caixa de madeira quedestinava a tal fim, espécie de urna funerária ondedeviam jazer eternamente.

Pois era possível que ella continuasse a bnn-car com bonecas, quando já tinha um namorado ?

Praf.

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