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Atualidades Ornitológicas, 202, março e abril de 2018 - www.ao.com.br 49 Levantamento ornitológico do município de Pompéu, região Central de Minas Gerais, Brasil Thiago de Oliveira Souza¹, Fagner Daniel Teixeira 2 , Luíz Alberto dos Santos Oliveira 3 , Afonso Carlos dos Santos Oliveira 3 , Frederico Innecco Alves Garcia 4 , Elisa Paraiso Mesquita 5 , Gefferson Guilherme Rodrigues Silva 6 , Ana Patrícia Mendes de Oliveira 7 , Marcela Fortes de Oliveira Passos 8 & Aline Gomes da Silva 9 Resumo. O Cerrado é classificado como um dos 25 hotspots mundiais de biodiversidade, devido a sua elevada riqueza, en- demismo de espécies e alto grau de degradação ambiental. Em relação a sua avifauna, 837 espécies foram detectadas, o que representa aproximadamente 44% da avifauna brasileira. Ape- sar de ser região de alta relevância para a conservação, vários táxons foram pouco estudados e permanecem insuficientemente conhecidos. Diante disto, o presente trabalho teve como obje- tivo, através do levantamento das espécies, contribuir para o conhecimento da avifauna do Cerrado e da região central de Mi- nas Gerais, dando destaque para os táxons raros, endêmicos e ameaçados de extinção. O estudo foi realizado entre os anos de 2011 e 2018, no município de Pompéu/MG. Foram registradas 316 espécies de aves pertencentes a 67 famílias e 26 ordens. Da riqueza diagnosticada, 18 espécies são consideradas endêmicas e dez são classificadas como ameaçadas de extinção. Introdução O Cerrado é o segundo maior domínio morfoclimático da Amé- rica do Sul, ocupando 21% do território nacional (Ab’Sáber 2003, Klink & Machado 2005). Atualmente é classificado como um dos Figura 1. Localização do município de Pompéu no estado de Minas Gerais e redes higrodráficas nos limites do município.

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Atualidades Ornitológicas, 202, março e abril de 2018 - www.ao.com.br 49

Levantamento ornitológico do município de Pompéu, região Central de Minas Gerais, Brasil

Thiago de Oliveira Souza¹, Fagner Daniel Teixeira2, Luíz Alberto dos Santos Oliveira3, Afonso Carlos dos

Santos Oliveira3, Frederico Innecco Alves Garcia4,

Elisa Paraiso Mesquita5, Gefferson Guilherme Rodrigues Silva6, Ana Patrícia Mendes de Oliveira7, Marcela Fortes de Oliveira Passos8 & Aline Gomes da Silva9

Resumo. O Cerrado é classificado como um dos 25 hotspots mundiais de biodiversidade, devido a sua elevada riqueza, en-demismo de espécies e alto grau de degradação ambiental. Em relação a sua avifauna, 837 espécies foram detectadas, o que representa aproximadamente 44% da avifauna brasileira. Ape-sar de ser região de alta relevância para a conservação, vários táxons foram pouco estudados e permanecem insuficientemente

conhecidos. Diante disto, o presente trabalho teve como obje-tivo, através do levantamento das espécies, contribuir para o conhecimento da avifauna do Cerrado e da região central de Mi-nas Gerais, dando destaque para os táxons raros, endêmicos e ameaçados de extinção. O estudo foi realizado entre os anos de 2011 e 2018, no município de Pompéu/MG. Foram registradas 316 espécies de aves pertencentes a 67 famílias e 26 ordens. Da riqueza diagnosticada, 18 espécies são consideradas endêmicas e dez são classificadas como ameaçadas de extinção.

IntroduçãoO Cerrado é o segundo maior domínio morfoclimático da Amé-

rica do Sul, ocupando 21% do território nacional (Ab’Sáber 2003, Klink & Machado 2005). Atualmente é classificado como um dos

Figura 1. Localização do município de Pompéu no estado de Minas Gerais e redes higrodráficas nos limites do município.

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25 hotspots mundiais de biodiversidade, devido à sua elevada ri-queza, endemismo de espécies e alto grau de degradação ambiental (Myers et al. 2000). Em relação a sua avifauna, 837 espécies foram detectadas (Silva 1995a, Silva & Santos 2005), o que representa aproximadamente 44% da avifauna brasileira. Das espécies presen-tes, 36 são endêmicas (Silva 1995a, Silva & Bates 2002, Silva & Santos 2005) e 48 estão ameaçadas de extinção no âmbito regional, nacional e/ou mundial, o que o classifica como o segundo domínio morfoclimático mais ameaçado do Brasil (Marini & Garcia 2005).

Apesar de ser uma região de alta relevância para a conserva-ção, várias espécies foram pouco estudadas e permanecem insu-ficientemente conhecidas (Cavalcanti 1988, Silva 1995b, Willis & Oniki 1988, 1992, 1993). Contudo, apesar desse fato justificar a necessidade de levantamentos faunísticos em áreas do Cerra-do, atualmente poucos trabalhos têm sido realizados nesse intui-to (Motta-Junior et al. 2008).

O município de Pompéu localiza-se na região central de Minas Gerais, extremo leste do domínio morfoclimático do Cerrado (Figura 1). Embora abrigue extensas áreas ainda preservadas, a região conta com poucas unidades de conservações (IEF 2017), fato que se deve, supostamente, ao déficit de conhecimento so-bre a fauna e flora autóctone.

Diante desta realidade, o presente trabalho tem como objetivo, através do levantamento das espécies, contribuir para o conheci-mento da avifauna do Cerrado e da região central de Minas Ge-rais, dando destaque para os táxons raros, endêmicos e ameaça-dos de extinção. Adicionalmente são apresentadas informações sobre os aspectos conservacionistas e biogeográficos, além de considerações sobre a preservação das áreas do estudo.

Material e métodosO estudo foi realizado no município de Pompéu, região central

de Minas Gerais, inserido sob o domínio morfoclimático do Cer-rado (AB’Sáber 2003, IBGE 2017). O município está localizado no alto curso da bacia hidrográfica do rio São Francisco, dentro das Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos dos rios Pará, Paraopeba e São Francisco, e no entorno da Re-presa de Três Marias (Conselho Estadual de Recursos Hídricos 2002). O relevo é predominantemente plano, com altitudes que variam entre 540 m e 940 m (Cobrap 2014). A vegetação é for-mada por fitofisionomias do Cerrado (campos naturais, campo cerrado, cerrado stricto sensu e veredas) e por trechos florestais, compostos por fragmentos de mata estacional, florestas ciliares e de galeria ao longo dos cursos d’água (Cobrap 2014). Além dis-so, uma representativa parte da paisagem já foi alterada, sendo atualmente encontradas extensas plantações de eucalipto, cana--de-açúcar e pastagem. As áreas amostradas se localizam princi-palmente no entorno dos rios São Francisco, Pará e Paraopeba, além de ambientes campestres e antropizados do município.

Os estudos em campo foram conduzidos entre os meses de abril de 2011 e março de 2018. Para o levantamento da avifauna foram implantadas metodologias distintas, como: Busca ativa, Ponto Fixo, Transecto de varredura e Capturas por meio de redes de neblina, conforme Bibby et al. (1992) e Ralph et al. (1993). As espécies detectadas durante o deslocamento entre as áreas amostrais também foram registradas. As metodologias foram aplicadas nas primeiras horas da manhã e nas últimas horas da tarde, além de caminhadas ocasionais durante a noite.

No objetivo de complementar a lista das espécies, foram con-sultados os bancos de dados de espécimes coletados no mu-

nicípio e depositados nas coleções ornitológicas do Museu de Ciências Naturais PUC Minas - MCNA - e Departamento de Zoologia da Universidade Federal de Minas Gerais - DZUFMG (M.F. Vasconcelos 2016, com. pess.). Buscaram-se também in-formações sobre algumas espécies relevantes para Minas Gerais e que foram tombadas nas coleções do Museu de Zoologia João Moojen de Oliveira - MZUFV (R. Ribon 2016, com. pess.), Mu-seu de Zoologia da Universidade de São Paulo - MZUSP (L.F. Silveira 2016, com. pess.), Laboratório de Ornitologia da Uni-versidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (L.P. Gonzaga 2016, com. pess.), Coleção Ornitológica do Museu Paraense Emilio Goeldi - MPEG (F. Lima 2016, com. pess.), Setor de Ornitologia do Departamento de Vertebrados do Museu Nacional do Rio de Janeiro - MNRJ (D.M. Figueira 2016, com. pess.), Laboratório de Ornitologia da Universidade Estadual de Feira de Santana (C.G. Machado 2016, com. pess.), Laboratório de Ecologia e Conservação de Aves da Universidade de Brasília - UnB (M.Â. Marini 2016, com. pess.), Coleção Ornitológica da Universidade Federal do Mato Grosso - UFMT (V.Q. Piacentini 2017, com. pess) e Coleção Ornitológica do Instituto Nacional de Pesqui-sas da Amazônia - INPA (M. Cohn-Haft 2017, com. pess). Fo-ram consultadas também, coleções científicas acessíveis online (GBIF 2017, SpeciesLink 2017, Xeno-canto 2017).

A categoria de ameaça baseou-se na Lista de Espécies Amea-çadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais (Copam 2010), Lista Nacional das Espécies da Fauna Brasileira Amea-çada de Extinção (MMA 2014) e União Internacional pela Con-servação da Natureza (IUCN 2018). O status de endemismo foi definido com base em Silva & Bates (2002) para as espécies endêmicas do Cerrado, Brooks et al. (1999) e Cordeiro (2003) para as espécies endêmicas da Mata Atlântica e Olmos et al. (2005) para as espécies endêmicas da Caatinga. As espécies mi-gratórias, a sequência taxonômica e os nomes científicos e em português seguiram o Comitê Brasileiro de Registros Ornitoló-gicos (Piacentini et al. 2015).

ResultadosForam registradas 316 espécies de aves pertencentes a 67

famílias e 26 ordens (Tabela 1). Dezoito espécies são con-sideradas endêmicas, sendo oito do Cerrado: Melanopareia torquata (Wied, 1831), Geositta poeciloptera (Wied, 1830), Clibanornis rectirostris (Wied, 1831), Antilophia galeata (Li-chtenstein, 1823), Suiriri affinis (Burmeister, 1856), Cyano-corax cristatellus (Temminck, 1823), Charitospiza eucosma Oberholser, 1905 e Saltatricula atricollis (Vieillot, 1817) (Silva & Bates 2002); sete endêmicas da Mata Atlântica: Florisuga fusca (Vieillot, 1817), Trogon surrucura Vieillot, 1817, Ba-ryphthengus ruficapillus (Vieillot, 1818), Malacoptila striata (Spix, 1824), Automolus leucophthalmus (Wied, 1821), Todi-rostrum poliocephalum (Wied, 1831) e Hemithraupis ruficapilla (Vieillot, 1818) (Brooks et al. 1999; Cordeiro 2003); e três en-dêmicas da Caatinga: Eupsittula cactorum (Kuhl, 1820), Icte-rus jamacaii (Gmelin, 1788) e Paroaria dominicana (Linnaeus, 1758) (Olmos et al. 2005).

Entre as espécies registradas, cinco são consideradas visitan-tes sazonais oriundas do hemisfério norte: Pandion haliaetus (Linnaeus, 1758), Tringa solitaria Wilson, 1813, Riparia ripa-ria (Linnaeus, 1758), Hirundo rustica Linnaeus, 1758 e Petro-chelidon pyrrhonota (Vieillot, 1817) (Piacentini et al. 2015). Ressalta-se que a porção mineira do vale do rio São Francisco,

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localizada entre a represa de Três Marias e a divisa do estado com a Bahia, é uma significativa área que recebe espécies de aves migratórias neárticas (Valente et al. 2011, Vasconcelos et al. 2011). Ademais, foi registrada uma espécie migratória aus-tral, Mimus triurus (Vieillot, 1818). Essa geralmente realiza des-locamentos dentro da América do Sul, reproduzindo na região Sul do continente no verão e movimentando-se para o norte no inverno (Sick 1997, Nunes & Tomas 2008).

Dez espécies ameaçadas foram registradas, sendo elas: Myc-teria americana Linnaeus, 1758, Platalea ajaja Linnaeus, 1758 e Ara ararauna (Linnaeus, 1758), classificadas com “Vulne-rável”; Pygochelidon melanoleuca (Wied, 1820) e Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766) como “Criticamente ameaçadas” e Micropygia schomburgkii (Schomburgk, 1848) como “Em perigo”, todas em nível estadual (Copam 2010). Geositta po-eciloptera (Wied, 1830) é classificada como “Em perigo” em Minas Gerais e nacionalmente (Copam 2010, MMA 2014), e “Vulnerável” globalmente (IUCN 2018). Suiriri affinis (Bur-meister, 1856) é classificado como “Vulnerável” em Minas Ge-rais e “Quase ameaçado” globalmente (IUCN 2018). Culicivora caudacuta (Vieillot, 1818) é classificada como “Vulnerável” em nível estadual e global (Copam 2010, IUCN 2018). Coryphas-piza melanotis (Temminck, 1822) é classificado como “Em pe-rigo” em Minas Gerais e nacionalmente (Copam 2010, MMA 2014), e “Vulnerável” globalmente (IUCN 2018). Além destas, Rhea americana (Linnaeus, 1758), Aratinga auricapillus (Kuhl, 1820), Porphyrospiza caerulescens (Wied, 1830) e Charitospiza eucosma Oberholser, 1905 estão definidas como “Quase amea-çadas” em nível global (IUCN 2018).

Algumas espécies, embora não estejam presentes nas listas de espécies ameaçadas e endemismos, são de interesse para a conservação, pois são escassamente registradas no estado e sua distribuição ainda é pouco compreendida. A seguir são apresen-tadas informações sobre os táxons mais relevantes diagnostica-dos no estudo:

Rhea americana foi registrada em setembro de 2013, junho de 2014 e no primeiro semestre de 2017, em áreas de campo cerrado, às margens do rio Paraopeba, quando indivíduos fo-ram visualizados forrageando e se deslocando (18°53’52”S, 44°48’05”W) (Figura 2).

Mycteria americana foi registrada em abril de 2011, quan-do mais de 30 exemplares foram visualizados sobrevoando uma área de campo aberto e mata ciliar próxima do rio Pará (19°16’13”S, 45°07’24”W). Neste local havia a presença de po-ças temporárias formadas pelas águas deste mesmo rio, no qual foi possível observar alguns indivíduos forrageando juntamen-

te de outras espécies aquáticas. Na margem do rio Paraopeba (18°52’10”S, 44°47’04”W), nos meses de dezembro de 2013, janeiro e abril de 2017, alguns indivíduos foram vistos voando e pousados (Figura 3).

Platalea ajaja foi registrada em setembro de 2013, quando cin-co exemplares foram observados forrageando em uma área ala-gada, na margem do rio Paraopeba (18°59’38”S, 44°44’27”W). Esses provavelmente eram imaturos ou adultos fora do perío-do reprodutivo, pois apresentavam uma plumagem mais clara, quando comparado à coloração de indivíduos em reprodução (Sick 1997, Sigrist 2009, Gwynne et al. 2010) (Figura 4).

Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758) foi registrado em junho de 2013 e julho de 2015, no qual um indivíduo foi vi-sualizado sobrevoando (Figura 5) em área de campo cerra-

Figura 2. Rhea americana. Foto: Luíz Alberto.

Figura 4. Platalea ajaja. Foto: Thiago Souza.

Figura 3. Mycteria americana. Foto: Luíz Alberto.

Figura 5. Sarcoramphus papa. Foto: Thiago Souza.

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do e pousado em uma árvore na margem do rio Paraopeba (18°56’04”S, 44°47’55”W). Essa espécie é considerada de interesse para a conservação e estudos, pois está classificada como “Deficiente em Dados” para Minas Gerais (Biodiver-sitas 2007). Isso indica que sua população no estado não é suficientemente conhecida para categorizá-la com segurança quanto ao status de conservação. Dessa maneira, a obten-ção de dados sobre suas distribuições geográficas auxilia no avanço do conhecimento.

Pandion haliaetus foi registrada nos meses de setembro e de-zembro de 2013, dezembro de 2014 e janeiro de 2016, onde foi comum a visualização de indivíduos solitários voando, pescan-do e pousados em árvores secas, no entorno do rio Paraopeba (18°59’15”S, 44°46’58”W) (Figura 6).

Micropygia schomburgkii foi registrada em dezembro de 2013, março de 2014, janeiro de 2016 e março de 2018, quan-do foram presenciados indivíduos vocalizando em uma área de campo cerrado, na margem do rio Paraopeba (18°57’55”S, 44°45’43”W).

Laterallus exilis (Temminck, 1831) apresenta distribuição disjunta no Brasil, sendo descrita recentemente para Minas Ge-rais (Lopes et al. 2010, Lopes et al. 2012). Em dezembro de 2017, ACSO e LASO gravaram a vocalização da espécie em uma área brejosa, às margens de uma estrada vicinal (19°10’40”S, 45°02’08”W).

Neocrex erythrops (Sclater, 1867) é considerada uma espécie rara, de difícil detecção, apresentando distribuição disjunta no território nacional (Ver mapa em Lopes et al. 2012), possivelmen-te devido à falta de estudos mais complexos em campo (Sigrist 2009, Ridgely et at. 2015). O táxon é descrito para poucas locali-

dades em Minas Gerais (Ver Sick 1997, Vasconcelos & D’Angelo Neto 2007, Diniz et al. 2012, Lopes et al. 2012, Vasconcelos et al. 2013), o que o classifica na categoria de “Deficiente em Da-dos” (Biodiversitas 2007). Entre os dias 27 de novembro e 03 de dezembro de 2016, ACSO e LASO gravaram a vocalização e fo-tografaram (Figura 7) um indivíduo em uma área brejosa próxima ao rio São Francisco (19°05’20”S, 45°04’47”W).

Heliornis fulica (Boddaert, 1783) é considerada de interesse para a conservação, pois está classificada como “Deficiente em Dados” em Minas Gerais (Biodiversitas 2007), sendo encontra-dos apenas dois exemplares coletados no estado e depositados em coleções científicas. O táxon apresenta registros disjuntos, como no Parque Estadual do Rio Doce (Branco 2001), Parque Nacio-nal Grande Sertão Veredas (IBAMA 2003) e Parque Nacional das Sempre Vivas (Mafia 2011), além de detectado na ReBio Poço D’Anta em Juiz de Fora (Sanglard 2016), na foz do rio Paracatu com o rio da Prata em Paracatu (Alves L. 2016), no rio Aragua-ri na divisa dos municípios de Araguari e Uberlândia (Malacco 2016ab), no rio São Francisco em Lagoa da Prata (Alves G. 2016), no rio Paracatu em Buritizeiro (Gusmão 2017a), no ribeirão da Mutuca em João Pinheiro (Gusmão 2017b), no rio Carinhanha em Januária (G.B. Malacco 2016, com. pess.), no ribeirão Jaguara em Sacramento (R. Pessoa 2016, com. pess.), no rio Cana Brava em Unaí, no rio Paranaíba em Carneirinhos, no rio Grande em Frutal e nos rios Preto e Paracatu em Brasilândia de Minas (A. Lamounier 2016, com. pess.), além de indivíduos coletados em Coromandel (MNRJ 36.774) (D. Figueira 2016, com. pess.) e Ca-pelinha (MCNA 5.423) (Figura 8). O registro em Pompéu ocorreu em julho de 2016, no qual LASO fotografou (Santos L. 2016) um indivíduo solitário nadando em um riacho intermitente próximo do rio São Francisco (19°05’20”S, 45°04’47”W).

Columbina minuta (Linnaeus, 1766) foi registrada em setembro de 2013 e durante o segundo semestre de 2017, quando indivídu-os foram presenciados forrageando em uma área antropizada, na margem do rio Paraopeba (18°53’52”S, 44°48’05”W). A espécie apresenta distribuição disjunta no estado, sendo que informações sobre comportamento, ecologia e distribuição são pouco conheci-das para o táxon (Omena Junior & Cohn-Haft 2008).

Picumnus sp. Em abril e dezembro de 2011, foram obser-vados indivíduos com características intermediárias entre Pi-cumnus cirratus Temminck, 1825 e Picumnus albosquamatus d’Orbigny, 1840, o que impediu uma identificação precisa.

Veniliornis mixtus (Boddaert, 1783) é considerado um táxon de ocorrência pontual e pouco conhecido (Vasconcelos et al. 2006), Figura 7. Neocrex erythrops. Foto: Luíz Alberto.

Figura 8: Espécime de Heliornis fulica coletado em Minas Gerais e depositado no Museu de Ciências Naturais da Pontifícia Universidade

Católica de Minas Gerais (MCNA 5.423). Foto: Thiago Souza.

Figura 6. Pandion haliaetus. Foto: Thiago Souza.

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sendo normalmente observado solitário ou em pares, com ra-ros exemplares presentes em coleções científicas (Silveira et al. 2001). A espécie foi diagnosticada em março de 2014, no qual um único indivíduo foi observado vocalizando em uma área de campo cerrado, às margens de uma estrada vicinal (18°55’16”S, 44°50’17”W) (Figura 9).

Ara ararauna é um dos Psitacídeos mais apreciados para a criação em cativeiro em Minas Gerais (Souza & Vilela 2013), motivo pelo qual está classificado como ameaçado (Copam 2010). Em abril de 2011, dois indivíduos foram visualizados so-brevoando próximos à ponte do rio São Francisco (19°10’10”S, 45°06’28”W). Em junho de 2014, seis indivíduos foram obser-vados sobrevoando uma área campestre próxima do rio Paraope-ba (18°54’12”S, 44°47’49”W). Durante o ano 2017, bandos da espécie foram frequentemente registrados em várias localidades do município (ACSO e LASO, obs. pess.) (Figura 10).

Aratinga auricapillus foi registrada em fevereiro de 2018, quando sete indivíduos foram observados em um fragmento de mata próximo da rodovia MG 164 (19°09’14”S, 44°57’13”W).

Eupsittula cactorum é classificada como endêmica do domínio da Caatinga, entretanto, vem ampliando sua área de ocorrência, provavelmente devido às alterações ambientais, sendo registrada também em áreas do Cerrado e da Mata Atlântica. A espécie foi registrada em abril de 2017, quando um pequeno grupo foi vi-sualizado pousado às margens da rodovia MG 420 (19°13’29”S, 44°54’20”W) (ACSO e LASO, obs. pess.). Recentemente o táxon foi registrado no município de Bambuí/MG (Carrano 2017), loca-lizado a aproximadamente 130 km a sudoeste de Pompéu, sendo este, provavelmente, o limite meridional da espécie. No site GBIF (GBIF 2017) consta um exemplar registrado no Rio de Janeiro,

mas devido o estado não englobar a área de ocorrência do táxon (Erize et al. 2006, Sigrist 2009, Forshaw 2010), acreditamos que seja algum indivíduo oriundo de cativeiro.

Melanopareia torquata é uma espécie aparentemente comum no cerrado, mas que ocorre apenas em pequenas porções em sua área de distribuição (Stotz et al. 1996). O táxon foi observa-do em áreas de campo cerrado nos meses de setembro de 2013 (18°56’12”S, 44°48’49”W), março e dezembro de 2014 e janei-ro de 2016 (Figura 11).

Geositta poeciloptera foi diagnosticada em setembro e dezem-bro de 2013, quando dois indivíduos foram observados vocali-zando em uma área de campo cerrado, que aparentemente tinha passado por um recente incêndio (18°55’16”S, 44°50’17”W). Durante o primeiro semestre de 2017, cinco indivíduos foram registrados em uma área campestre próxima do rio Paraopeba (Figura 12), sendo um deles, filhote (ACSO e LASO, obs. pess.). Outras áreas de ocorrência da espécie em Minas Gerais podem ser observadas nos trabalhos de Lopes et al. (2009), Lombardi et al. (2012), Peixoto (2014) e no site WikiAves (2017a).

Figura 9. Veniliornis mixtus. Foto: Thiago Souza.

Figura 10. Ara ararauna. Foto: Luíz Alberto.

Figura 11. Melanopareia torquata. Foto: Luíz Alberto.

Figura 12. Geositta poeciloptera. Foto: Afonso Carlos.

Figura 13. Antilophia galeata. Foto: Afonso Carlos.

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Clibanornis rectirostris é uma espécie comum no município, sendo registrada nos meses de abril e dezembro de 2011, se-tembro e dezembro de 2013 (18°56’41”S, 44°47’22”W), março, junho e dezembro de 2014 e janeiro de 2016.

Antilophia galeata foi frequentemente registrada em áreas de mata ciliar, nos meses de abril e dezembro de 2011, setembro e dezembro de 2013 (18°56’41”S, 44°47’22”W), março e dezem-bro de 2014, e março, abril e junho de 2017 (Figura 13).

Suiriri affinis foi registrado em outubro de 2017, quando quadro indivíduos foram observados vocalizando em uma área de campo cerrado, próxima do rio Paraopeba (18°59’18”S, 44°49’05”W) (Figura 14).

Culicivora caudacuta foi registrada em janeiro de 2018, quando dois indivíduos foram observados vocalizando em uma área de campo cerrado, às margens de uma estrada vicinal (19°10’31”S, 45°02’07”W) (Figura 15).

Fluvicola albiventer (Spix, 1825) é apresentada em poucos trabalhos para Minas Gerais (ver Mattos et al. 1991, Vascon-celos & D’Angelo Neto 2007, Lopes et al. 2010, Pedersoli et al. 2010, Bessa et al. 2011, Diniz et al. 2012, Dornelas et al. 2012). Em dezembro de 2013, março e dezembro de 2014 e ja-neiro de 2016, foram registrados indivíduos solitários pousados em galhos secos, na margem do rio Paraopeba (18°54’32”S, 44°48’12”W).

Cyanocorax cristatellus foi registrada em várias localidades do município, nos meses de abril e dezembro de 2011 (19°11’58”S, 45°6’55”W), junho e dezembro de 2013, março, junho e dezem-bro de 2014, julho de 2015 e janeiro de 2016 (Figura 16).

Pygochelidon melanoleuca é considerada uma espécie rara em Minas Gerais, sendo relatada recentemente para o estado (Barros

2008, Drummond et al. 2008, Malacco et al. 2008). Em junho de 2014, três indivíduos foram registrados, sendo que em feve-reiro e abril de 2017, bandos com aproximadamente 15 exem-plares foram visualizados (ACSO e LASO, obs. pess.) (Figura 17). Todos os registros ocorreram em uma área de corredeira do rio Paraopeba - próxima a “Cachoeira do Choro” - divisa dos municípios de Pompéu e Curvelo (19°00’51”S, 44°44’16”W).

Riparia riparia é registrada no Brasil entre os meses de se-tembro a abril (Nunes & Tomas 2008), entretanto é descrita para poucas localidades em Minas Gerais (Ver Branco 2001, Kirwan et al. 2001, Vasconcelos et al. 2006, Lopes et al. 2008, Fran-chin 2009, Diniz et al. 2012, WikiAves 2017b). Em novembro de 2017, ACSO e LASO registraram aproximadamente cinco exemplares da espécie em uma região de vereda, próxima da rodovia MG 164 (19°14’23”S, 45°01’41”W) (Santos A. 2017).

Figura 14. Suiriri affinis. Foto: Afonso Carlos.

Figura 15. Culicivora caudacuta. Foto: Luíz Alberto.

Figura 16: Cyanocorax cristatellus. Foto: Luíz Alberto.

Figura 18. Mimus triurus. Foto: Afonso Carlos.

Figura 17. Pygochelidon melanoleuca. Foto: Luíz Alberto.

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Petrochelidon pyrrhonota (Vieillot, 1817) é apresentada em pou-cos trabalhos para Minas Gerais (Ver IBAMA 2003, Vasconcelos et al. 2006, Franchin 2009, Diniz et al. 2012, Mafia 2015). Dia 03 de dezembro de 2016, ACSO e LASO registraram alguns indivíduos de P. pyrrhonota juntamente de dezenas de exemplares de Hirundo rustica Linnaeus, 1758 que estavam sobrevoando e/ou pousados sobre uma linha de transmissão (19°10’51”S, 45°02’13”W).

Mimus triurus (Vieillot, 1818) foi registrado no dia 08 de agosto de 2015, quando ACSO e LASO fotografaram um in-divíduo junto a um bando de Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) (19°12’41”S, 44°58’28”W) (Figura 18). Recentemente o táxon foi registrado nos municípios de Cambuquira (Souza et al. 2017) e Carneirinhos (Souza 2017), além de um indivíduo co-letado em 2013 na Serra do Cipó (L.M. Costa & G.H.S. Freitas em preparação). Mimus triurus não é citado na lista das aves de Minas Gerais (Mattos et al. 1993), o que indica que esses sejam os primeiros registros para essa unidade federativa.

Porphyrospiza caerulescens foi frequentemente registrado em várias localidades do município, nos meses de setembro e dezembro de 2013 (18°55’12”S, 44°48’19”W), junho de 2014, janeiro de 2016 e durante todo o ano de 2017 (Figura 19). Se-gundo Lopes (2012) tal espécie não pode ser enquadrada como endêmica do Cerrado, como sugerido por Silva & Bates (2002), pois é registrada também no sopé dos Andes e nos tabuleiros costeiros do nordeste brasileiro.

Charitospiza eucosma foi registrada em abril de 2011, setembro e dezembro de 2013, março, junho e dezembro de 2014, julho de 2015, janeiro de 2016 e durante todo o ano de 2017, onde fêmeas e machos foram frequentemente presenciados em áreas campes-

tres próximas dos rios São Francisco e Paraopeba (18°54’12”S, 44°47’49”W) (Figura 20). Em setembro de 2013, foi observado um casal confeccionando seu ninho (T.O.S., obs. pess.).

Sporophila angolensis é uma das espécies ameaçadas mais criadas e comercializadas ilegalmente pelos criadores de aves silvestres em Minas Gerais (Souza et al. 2009, Souza & Vilela 2013), motivo pelo qual vem desaparecendo da natureza (Sigrist 2009). Em abril de 2011, um indivíduo jovem foi observado for-rageando e vocalizando em um fragmento de mata próximo do rio Pará (19°16’54”S, 45°05’05”W).

Coryphaspiza melanotis é considerada uma espécie rara, de ocorrência localizada em áreas campestres da região Centro Me-ridional do Brasil, além do Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina (Stotz et al. 1996, Sick 1997). Em março de 2018, cinco indiví-duos foram registrados em uma área de campo cerrado, próxima do rio Paraopeba (18°59’18”S, 44°49’05”W) (Figura 21).

Cypsnagra hirundinacea (Lesson, 1831) é uma espécie ra-zoavelmente comum, mas com ocorrência pontual em sua área de distribuição (Stotz et al. 1996). O táxon foi registrado nos meses de setembro de 2013, março, junho e dezembro de 2014 (18°55’16”S, 44°50’17”W) (Figura 22).

DiscussãoAo longo do estudo foi diagnosticada uma representativa ri-

queza de aves, com destaque para táxons endêmicos, ameaçados e deficientes de informações. Determinados registros são fun-damentais para o conhecimento da história natural, como é o

Figura 19. Porphyrospiza caerulescens. Foto: Afonso Carlos.

Figura 20. Charitospiza eucosma. Foto: Thiago Souza.

Figura 21. Coryphaspiza melanotis. Foto: Luíz Alberto.

Figura 22. Cypsnagra hirundinacea. Foto: Thiago Souza.

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caso de G. poeciloptera, C. eucosma e C. melanotis, classifica-dos como de alta prioridade de pesquisa e conservação (Stotz et al. 1996), além de M. americana, categorizada como rara para Minas Gerais (Rodrigues & Michelin 2005). Algumas espécies registradas, embora sejam amplamente distribuídas, possuem os limites de sua distribuição próximos à área do estudo, como é o caso de E. cactorum, que aparentemente está ampliando sua área de ocorrência. Outras como L. exilis, N. erythrops, H. fulica e R. riparia, são escassamente documentadas em Minas Gerias, sendo que o presente trabalho contribui para um melhor enten-dimento sobre a distribuição geográfica dos táxons no estado. Registros de maior relevância são direcionados a M. triurus, considerado um dos primeiros documentados para o estado e P. melanoleuca, com poucos registros para a bacia do rio São Francisco (Silva et al. 2017).

Neste contexto, os resultados aqui apresentados indicam que a região do estudo representa uma importante área para a conser-vação das aves do Cerrado. Este domínio é o maior, mais rico e possivelmente a savana tropical mais ameaçada do planeta (Sil-va & Bates 2002), sendo que nas últimas décadas, grande parte de sua vegetação nativa foi descaracterizada e transformada em áreas de pastagens e culturas anuais (Ratter et al. 1997, Macha-do et al. 2004).

Contudo, para a região de Pompéu a situação não é diferente, no qual aproximadamente 50% do território são formados por pastagem e culturas agrícolas (Cobrape 2014), o que pode ter contribuído para a extinção local, perda e fragmentação de ha-bitat, principalmente para as espécies de aves consideradas mais seletivas.

Outro grave impacto sobre as áreas naturais e aves do mu-nicípio, são os incêndios criminosos. Durante os estudos, di-versas localidades queimadas foram observadas, incluindo registros em uma mesma área em um curto período de tempo. Queimadas constantes podem resultar na incapacidade de re-generação da vegetação nativa, além de destruir ninhos e matar indivíduos com capacidade limitada de voo. Esse problema é ainda maior em áreas de mata ciliar, pois esse tipo de vegeta-ção possui baixa resiliência após os incêndios, afetando ainda mais a fauna presente (Motta-Junior et al. 2008). Ressalta-se que essas matas são de suma importância, pois além de serem utilizadas pelas espécies dependentes dessas fitofisionomias, apresentam um importante papel de corredores ecológicos, podendo abrigar dezenas de outros táxons (Cavalcanti 1992, Silva 1995a, Bagno & Marinho-Filho 2001, Motta-Junior et al. 2008).

Além disso, é notável que a região vem sofrendo com a es-peculação imobiliária, principalmente com os loteamentos em áreas campestres às margens do rio Paraopeba, sendo esses ad-quiridos especialmente por pessoas adeptas à pesca amadora. Durante os estudos foram observadas construções localizadas próximas às margens do rio, estas consideradas Áreas de Pro-teção Permanentes (APPs) (Brasil 2012). Contudo, em deter-minados pontos foram observados concentrações de resíduos oriundos provavelmente de acampamentos de pescadores (ali-mentos, fogueira, materiais de pesca, plástico, pilhas etc.). Es-tes resquícios atraem animais domésticos e de criação, além de aves silvestres consideradas oportunistas. Tal impacto pode por ventura beneficiar e interferir na ecologia destes táxons, além de possibilitar o aumento de zoonoses. Estes resíduos podem ainda propiciar a ocorrência de incêndios, além de conter substâncias

contaminantes ao solo e à água, acarretando impactos indiretos sobre a flora e fauna local.

Ressalta-se que a região central de Minas Gerais, assim como outras partes do Cerrado, é carente em trabalhos sobre a compo-sição de aves, o que resulta em uma biodiversidade largamente desconhecida. Sendo assim, é importante que mais pesquisa-dores se interessem pelas espécies e áreas da região, gerando novas publicações científicas e contribuindo para um melhor en-tendimento sobre as lacunas biogeográficas, incorporadas a sua conservação e composição. Vasconcelos et al. (2003) ressaltam ainda a importância de levantamentos em áreas já amostradas, pois através dos resultados é possível mensurar as modificações ocorridas na composição faunística ao longo do tempo.

No mais, apesar da alta riqueza apresentada, espera-se que, com as realizações de maiores esforços amostrais, novas espé-cies sejam registradas. Sugere-se também a captura, coleta e de-pósito em coleções ornitológicas, uma vez que esta atividade corresponde à documentação mais apropriada para estudos de registros geográficos (Carlos et al. 2010), além de ser funda-mental para a realização de trabalhos nas variadas linhas de pes-quisa com o grupo (Piacentini et al. 2010).

Por fim, é imprescindível que a prática da observação de aves seja encorajada no município. Esta atividade é frequentemen-te realizada em regiões com presença confirmada de espécies raras, endêmicas, ameaçadas, migratórias ou recém-descobertas (Farias 2007). Quando realizada com frequência, essa prática resulta em um considerável volume de informações relevantes à ciência.

AgradecimentosA Marcelo Vasconcelos, Rômulo Ribon, Luís Fábio Silveira,

Luiz Pedreira Gonzaga, Fátima Lima, Daniel Figueira, Caio Graco, Miguel Ângelo Marini, Mario Cohn-Haft e Vitor Piacen-tini pelas informações sobre as coleções ornitológicas citadas. Agradecemos também a Lilian Costa e Guilherme Freitas por permitirem a citação do indivíduo de Mimus triurus coletado na Serra do Cipó. Heron Sanglard, Lucas Alves, Gustavo Ma-lacco, Gilberto Alves, Rodrigo Pessoa, Flavio Gusmão e Aldes Lamounier (vulgo Zé Trovão) relataram e permitiram o uso dos registros de Heliornis fulica em Minas Gerais. Somos gratos a Breno Vitorino e Angélica Vilas Boas pela elaboração do mapa, além da Comissão Editorial da AO pela revisão do manuscrito.

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1 Rua Maria Rita 425, Santa Maria. CEP 32240-640. Contagem, MG, Brasil.

E-mail: [email protected] Avenida João Gonçalves Teixeira 22, Glória.

CEP 35534-000. Carmópolis de Minas, MG, Brasil.3 Avenida Pedro Hermínio Alves 302, Morada do Sol.

CEP 35640-000. Pompéu, MG, Brasil.4 Rua Quintino Bocaiuva 333, apto 202, Santa Rosa.

CEP 31255-550. Belo Horizonte, MG, Brasil. 5 Rua Coronel Pedro Jorge 26, apto 402, Prado.

CEP 30411-105. Belo Horizonte, MG, Brasil.6 Avenida Coronel Juventino Dias 676, Centro. CEP 33600-000. Pedro Leopoldo, MG, Brasil.

7 Rua Mestre Firmino 99, apto 403, Três Barras. CEP 32041-060. Contagem, MG, Brasil.

8 Rua Professor Geraldo Nunes 539, Bauxita. CEP 35400-000. Ouro Preto, MG, Brasil.

9 Rua Santa Helena 532, Nossa Senhora do Carmo. CEP 32017-100. Contagem, MG, Brasil.

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Tabela 1. Lista das espécies de aves registradas no município de Pompéu, Minas Gerais, entre os anos de 2011 e 2018. Le-genda: Status. MA = Endêmico da Mata Atlântica (Brooks et al. 1999; Cordeiro 2003); CE = Endêmico do Cerrado (Silva & Bates 2002); CA = Endêmico da Caatinga (Olmos et al. 2005); BR = Endêmico do Brasil (Piacentini et al. 2015); VS = visitante sazonal oriundo do sul do continente; VN = visitante sazonal oriundo do hemisfério norte (Piacentini et al. 2015). Categoria de Ameaça. MG = Ameaçado Regionalmente (Copam 2010); BR = Ameaçado Nacionalmente (MMA 2014); GLO = Ameaçado Globalmente (IUCN 2018). CR = Criticamente Ameaçado; EM = Em Perigo; VU = Vulnerável. QA = Quase Ameaçado. DD = Deficiente em Dados. Período de Registro: A = Abril/2011; B = Dez/2011; C = Jun/2013; D = Set 2013; E = Dez 2013; F = Mar 2014; G = Jun 2014; H = Dez 2014; I = Jul 2015; J = Jan 2016. * Espécie registrada fora dos períodos de amostragem (Ver Registro no Site WikiAves). Presente em Coleção: 1 = DZUFMG; 2 = MCNA.

Táxon Nome em português Status Grau de ameaça Período de Registro ColeçãoMG BR GLORheiformesRheidaeRhea americana ema QA D;GTinamiformesTinamidaeCrypturellus parvirostris inambu-chororó A;B;D;E;F;G;H;I;J 1; 2Rhynchotus rufescens perdiz B;D;E;F;H;I 2Nothura boraquira codorna-do-nordeste A;BNothura maculosa codorna-amarela A;D;E;J 2AnseriformesAnhimidaeAnhima cornuta anhuma JAnatidaeDendrocygna viduata irerê E;H;IDendrocygna autumnalis marreca-cabocla ICairina moschata pato-do-mato B;D;E;F;G;H;I;JAmazonetta brasiliensis ananaí A;C;D;E;G;H;JGalliformesCracidaePenelope superciliaris jacupemba HPodicipediformesPodicipedidaeTachybaptus dominicus mergulhão-pequeno *CiconiiformesCiconiidaeMycteria americana cabeça-seca VU A;ESuliformesPhalacrocoracidaeNannopterum brasilianus biguá A;B;C;D;G;H;I;JAnhingidaeAnhinga anhinga biguatinga B;C;D;E;F;G;I;JPelecaniformesArdeidaeTigrisoma lineatum socó-boi FNycticorax nycticorax socó-dorminhoco A;B;C;D;E;G;H;I;JButorides striata socozinho E;D;F;G;H;I;JBubulcus ibis garça-vaqueira A;B;C;D;E;F;GArdea cocoi garça-moura A;B;C;D;E;F;G;H;I;JArdea alba garça-branca A;B;C;D;E;F;G;H;I;JSyrigma sibilatrix maria-faceira A;B;D;E;G;JPilherodius pileatus garça-real *Egretta thula garça-branca-pequena A;C;D;E;G;H;JThreskiornithidaeMesembrinibis cayennensis coró-coró DPhimosus infuscatus tapicuru *

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Theristicus caudatus curicaca A;B;D;E;JPlatalea ajaja colhereiro VU DCathartiformesCathartidaeCathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha A;C;D;F;HCathartes burrovianus urubu-de-cabeça-amarela D;E;F;GCoragyps atratus urubu A;B;C;D;F;H;ISarcoramphus papa urubu-rei DD C;IAccipitriformesPandionidaePandion haliaetus águia-pescadora VN D;E;H;JAccipitridaeLeptodon cayanensis gavião-gato BElanoides forficatus gavião-tesoura *Elanus leucurus gavião-peneira A;CAccipiter bicolor gavião-bombachinha-grande BIctinia plumbea sovi DBusarellus nigricollis gavião-belo *Rostrhamus sociabilis gavião-caramujeiro C;D;E;F;G;H;JGeranospiza caerulescens gavião-pernilongo C;H;JHeterospizias meridionalis gavião-caboclo A;B;G;JUrubitinga urubitinga gavião-preto A;B;D;F;G;JRupornis magnirostris gavião-carijó A;B;C;E;F;G;H;I;J 2Geranoaetus albicaudatus gavião-de-rabo-branco A;C;DButeo brachyurus gavião-de-cauda-curta *GruiformesAramidaeAramus guarauna carão C;E;F;G;H;I;JRallidaeMicropygia schomburgkii maxalalagá EM E;F;JAramides cajaneus saracura-três-potes A;B;G;ILaterallus melanophaius sanã-parda A;D;GLaterallus exilis sanã-do-capim *Mustelirallus albicollis sanã-carijó BNeocrex erythrops turu-turu DD *Pardirallus nigricans saracura-sanã *Gallinula galeata galinha-d'água *Porphyrio martinicus frango-d'água-azul JHeliornithidaeHeliornis fulica picaparra DD *CharadriiformesCharadriidaeVanellus cayanus mexeriqueira AVanellus chilensis quero-quero A;B;C;D;E;F;G;H;I;JCharadrius collaris batuíra-de-coleira *RecurvirostridaeHimantopus melanurus pernilongo-de-costas-brancas D;GScolopacidaeGallinago paraguaiae narceja 2Tringa solitaria maçarico-solitário VN A;D;JJacanidaeJacana jacana jaçanã A;C;D;E;F;G;H;I;JSternidaePhaetusa simplex trinta-réis-grande G

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ColumbiformesColumbidaeColumbina minuta rolinha-de-asa-canela DColumbina talpacoti rolinha A;B;C;D;E;F;H;I;J 2Columbina squammata fogo-apagou A;B;C;D;E;F;G;H;I;J 2Columbina picui rolinha-picuí C;GColumba livia pombo-doméstico A;C;GPatagioenas picazuro asa-branca A;B;C;D;E;F;G;H;I;J 2Patagioenas cayennensis pomba-galega A;B;E;GZenaida auriculata avoante A;B;D;E;F;H;J 2Leptotila verreauxi juriti-pupu A;B;C;E;H;I;JLeptotila sp juriti 2CuculiformesCuculidaePiaya cayana alma-de-gato A;B;D;E;F;J 1; 2Coccyzus melacoryphus papa-lagarta BCrotophaga ani anu-preto A;B;C;D;E;F;G;H;I;J 2Guira guira anu-branco A;B;C;D;E;F;G;H;J 1; 2Tapera naevia saci A;D;E;F;H;I;JStrigiformesTytonidaeTyto furcata suindara F;I 2StrigidaeMegascops choliba corujinha-do-mato * 2Bubo virginianus jacurutu *Glaucidium brasilianum caburé A 1Athene cunicularia coruja-buraqueira A;E;F;H;J 1Asio stygius mocho-diabo *NyctibiiformesNyctibiidaeNyctibius griseus urutau *CaprimulgiformesCaprimulgidaeNyctidromus albicollis bacurau A;C;JHydropsalis parvula bacurau-chintã DHydropsalis maculicaudus bacurau-de-rabo-maculado *Hydropsalis torquata bacurau-tesoura D 2Nannochordeiles pusillus bacurauzinho D;E;G;I;H;J 2Podager nacunda corucão * 2ApodiformesApodidaeStreptoprocne zonaris taperuçu-de-coleira-branca *Streptoprocne biscutata taperuçu-de-coleira-falha *Chaetura meridionalis andorinhão-do-temporal C;HTachornis squamata andorinhão-do-buriti A;ETrochilidaePhaethornis pretrei rabo-branco-acanelado A;B 2Eupetomena macroura beija-flor-tesoura A;B;C;D;E;F;G;H;I;J 2Florisuga fusca beija-flor-preto MA * 2Colibri serrirostris beija-flor-de-orelha-violeta A;C;G;H;I;J 2Anthracothorax nigricollis beija-flor-de-veste-preta *Chrysolampis mosquitus beija-flor-vermelho *Chlorostilbon lucidus besourinho-de-bico-vermelho A;B;D;G;I 2Thalurania furcata beija-flor-tesoura-verde A;B;H;J 2

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Polytmus guainumbi beija-flor-de-bico-curvo *Amazilia versicolor beija-flor-de-banda-branca 2Amazilia fimbriata beija-flor-de-garganta-verde A;FAmazilia lactea beija-flor-de-peito-azul A;E;JHeliactin bilophus chifre-de-ouro A;B;E;I;J 1Heliomaster squamosus bico-reto-de-banda-branca BR A;BCalliphlox amethystina estrelinha-ametista *TrogoniformesTrogonidaeTrogon surrucura surucuá-variado MA *CoraciiformesAlcedinidaeMegaceryle torquata martim-pescador-grande A;B;C;D;E;F;G;H;I;JChloroceryle amazona martim-pescador-verde A;D;F;G;H;I;J 1; 2Chloroceryle americana martim-pescador-pequeno C;D;E;F;G;H;JMomotidaeBaryphthengus ruficapillus juruva MA AGalbuliformesGalbulidaeGalbula ruficauda ariramba A;B;D;E;F;G;H;J 1; 2BucconidaeNystalus chacuru joão-bobo A;B;E;H;J 2Nystalus maculatus rapazinho-dos-velhos BR D;EMalacoptila striata barbudo-rajado BR; MA *Nonnula rubecula macuru *PiciformesRamphastidaeRamphastos toco tucanuçu A;B;C;D;E;F;G;H;I;JPicidaePicumnus cirratus picapauzinho-barrado A;B;D;E;I 2Picumnus sp picapauzinho A;BMelanerpes candidus pica-pau-branco A;F;H 2Veniliornis passerinus pica-pau-pequeno A;B;C;D;E;F;GVeniliornis mixtus pica-pau-chorão FVeniliornis sp pica-pau 2Colaptes melanochloros pica-pau-verde-barrado A;B;C;D;E;I;JColaptes campestris pica-pau-do-campo A;B;C;D;E;F;G;H;I;J 2Dryocopus lineatus pica-pau-de-banda-branca A;B;C;GCampephilus melanoleucos pica-pau-de-topete-vermelho A;DCariamiformesCariamidaeCariama cristata seriema A;B;C;D;E;F;G;H;I;JFalconiformesFalconidaeCaracara plancus carcará A;B;C;D;E;F;G;H;I;J 2Milvago chimachima carrapateiro A;B;C;D;E;F;G;H;I;J 2Herpetotheres cachinnans acauã A;B;F;JMicrastur semitorquatus falcão-relógio AFalco sparverius quiriquiri C;D;E;F;G; 2Falco femoralis falcão-de-coleira A;D;F;H;JPsittaciformesPsittacidaeAra ararauna arara-canindé VU A;G

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Orthopsittaca manilatus maracanã-do-buriti *Diopsittaca nobilis maracanã-pequena *Psittacara leucophthalmus periquitão B;C;GAratinga auricapillus jandaia-de-testa-vermelha BR QA *Eupsittula aurea periquito-rei A;B;D;E;F;G;H;I;J 1; 2Eupsittula cactorum periquito-da-caatinga BR; CAForpus xanthopterygius tuim A;B;D;E;F;G;H;J 2Brotogeris chiriri periquito-de-encontro-amarelo A;B;C;D;E;F;G;H;I;J 1; 2Pionus maximiliani maitaca *Amazona aestiva papagaio A;B;F;GPasseriformesThamnophilidaeFormicivora rufa papa-formiga-vermelho A;B;D;JHerpsilochmus atricapillus chorozinho-de-chapéu-preto A;B;D;EThamnophilus torquatus choca-de-asa-vermelha DThamnophilus caerulescens choca-da-mata A;B;C;D;E;J 2Taraba major choró-boi A;B;C;D;E;H;J 2MelanopareiidaeMelanopareia torquata tapaculo-de-colarinho CE D;F;H;JScleruridaeGeositta poeciloptera andarilho CE EM EM VU D;EDendrocolaptidaeLepidocolaptes angustirostris arapaçu-de-cerrado A;B;C;D;E;G;H;I;J 1XenopidaeXenops rutilans bico-virado-carijó *FurnariidaeFurnarius figulus casaca-de-couro-da-lama BR A;B;D;E;F;G;I;JFurnarius rufus joão-de-barro A;B;C;D;E;F;G;H;I;J 1; 2Clibanornis rectirostris cisqueiro-do-rio CE A;B;D;E;F;G;H;J 1; 2Automolus leucophthalmus barranqueiro-de-olho-branco MA APhacellodomus rufifrons joão-de-pau A;B;C;D;E;F;G;H;I;J 1; 2Phacellodomus ruber graveteiro DAnumbius annumbi cochicho *Schoeniophylax phryganophilus bichoita F;G;JCerthiaxis cinnamomeus curutié C;D;E;F;G;H;I;JSynallaxis frontalis petrim A;B;C;D;E;F;H;I;J 1Synallaxis albescens uí-pi A;B;D;E;G;H;JSynallaxis spixi joão-teneném DPipridaeNeopelma pallescens fruxu-do-cerradão B;DAntilophia galeata soldadinho CE A;B;D;E;F;H 2TityridaePachyramphus viridis caneleiro-verde B;DPachyramphus polychopterus caneleiro-preto A;B;E;JPachyramphus validus caneleiro-de-chapéu-preto DRhynchocyclidaeLeptopogon amaurocephalus cabeçudo A;B;D;G;J 1Corythopis delalandi estalador ATolmomyias sulphurescens bico-chato-de-orelha-preta A;B;C;E;FTodirostrum poliocephalum teque-teque BR; MA A;B;ITodirostrum cinereum ferreirinho-relógio B;D;E;F;H;I;JHemitriccus margaritaceiventer sebinho-de-olho-de-ouro A;B;D;G;I;J

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TyrannidaeCamptostoma obsoletum risadinha A;B;C;D;F;G;H;I;JElaenia flavogaster guaracava-de-barriga-amarela A;B;C;D;E;F;G;H;I;J 1Elaenia spectabilis guaracava-grande B;D;E;H 1Elaenia cristata guaracava-de-topete-uniforme A;B;D;E;G;H;JElaenia chiriquensis chibum B;D;E;JElaenia obscura tucão D;E;HSuiriri suiriri suiriri-cinzento D;F;G;JSuiriri affinis suiriri-da-chapada CE VU QA *Myiopagis caniceps guaracava-cinzenta A;BMyiopagis viridicata guaracava-de-crista-alaranjada JCapsiempis flaveola marianinha-amarela APhaeomyias murina bagageiro D;E;F;G;H;I;JPhyllomyias fasciatus piolhinho A;D;H;JCulicivora caudacuta papa-moscas-do-campo VU VU *Serpophaga nigricans joão-pobre A;D;E;F;GSerpophaga subcristata alegrinho CMyiarchus swainsoni irré A;B;D;JMyiarchus ferox maria-cavaleira A;B;C;D;E;F;G;H;I;J 1Myiarchus tyrannulus maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado A;J 1Casiornis rufus maria-ferrugem B;DPitangus sulphuratus bem-te-vi A;B;C;D;E;F;G;H;I;J 1Philohydor lictor bentevizinho-do-brejo I;JMachetornis rixosa suiriri-cavaleiro A;B;C;D;E;F;G;H;JMyiodynastes maculatus bem-te-vi-rajado A;B;D 2Megarynchus pitangua neinei A;B;D;E;F;G;H;JMyiozetetes cayanensis bentevizinho-de-asa-ferrugínea IMyiozetetes similis bentevizinho-de-penacho-vermelho A;B;D;E;F;G;I;J 1; 2Tyrannus albogularis suiriri-de-garganta-branca D;E;HTyrannus melancholicus suiriri A;B;C;D;E;F;H;JTyrannus savana tesourinha B;D;E;H;J 2Griseotyrannus aurantioatrocristatus peitica-de-chapéu-preto A;B

Empidonomus varius peitica A;B;D;JColonia colonus viuvinha A;B;C;D 2Myiophobus fasciatus filipe A;B;D;E;G 1; 2Sublegatus modestus guaracava-modesta D;E;F;GPyrocephalus rubinus príncipe CFluvicola albiventer lavadeira-de-cara-branca E;F;H;JFluvicola nengeta lavadeira-mascarada A;B;C;D;E;F;G;H;I;JArundinicola leucocephala freirinha D;G;H;I;JGubernetes yetapa tesoura-do-brejo ACnemotriccus fuscatus guaracavuçu A;B;J 1Knipolegus lophotes maria-preta-de-penacho C;E;J 2Satrapa icterophrys suiriri-pequeno A;B;G;IXolmis cinereus primavera D;E;F;G;H;I;J 2Xolmis velatus noivinha-branca A;B;C;E;F;G;H;I;J 1; 2VireonidaeCyclarhis gujanensis pitiguari A;B;D;E;F;G;H;I;J 1; 2Hylophilus amaurocephalus vite-vite-de-olho-cinza BR *Vireo chivi juruviara *

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CorvidaeCyanocorax cristatellus gralha-do-campo CE A;B;C;E;F;G;H;I;J 1; 2Cyanocorax chrysops gralha-picaça BCyanocorax sp gralha 2HirundinidaePygochelidon cyanoleuca andorinha-pequena-de-casa A;B;D;E;G;H;JPygochelidon melanoleuca andorinha-de-coleira CR GAlopochelidon fucata andorinha-morena DStelgidopteryx ruficollis andorinha-serradora A;B;D;E;G;H;I;J 1; 2Progne tapera andorinha-do-campo A;B;C;D;E;H;I;J 1Progne chalybea andorinha-grande *Tachycineta albiventer andorinha-do-rio A;D;E;G;H;JTachycineta leucorrhoa andorinha-de-sobre-branco A;D;IRiparia riparia andorinha-do-barranco VN *Hirundo rustica andorinha-de-bando VN HPetrochelidon pyrrhonota andorinha-de-dorso-acanelado VN *TroglodytidaeTroglodytes musculus corruíra A;C;F;HCistothorus platensis corruíra-do-campo *Cantorchilus leucotis garrinchão-de-barriga-vermelha A;B;H;I;JDonacobiidaeDonacobius atricapilla japacanim A;I;JPolioptilidaePolioptila dumicola balança-rabo-de-máscara A;B;C;D;E;F;G;H;I;J 2TurdidaeTurdus leucomelas sabiá-branco A;B;C;D;E;F;G;H;I;J 1; 2Turdus rufiventris sabiá-laranjeira A;B;C;D;E;ITurdus amaurochalinus sabiá-poca A;B;D;EMimidaeMimus saturninus sabiá-do-campo A;B;C;D;E;F;G;H;J 1; 2Mimus triurus calhandra-de-três-rabos VS *MotacillidaeAnthus lutescens caminheiro-zumbidor A;D;E;F;G;H;I;J 2PasserellidaeZonotrichia capensis tico-tico A;B;C;D;G;H;JAmmodramus humeralis tico-tico-do-campo A;B;C;D;E;F;G;H;I;J 2Arremon flavirostris tico-tico-de-bico-amarelo A;B;C;E;FArremon sp tico-tico 2ParulidaeSetophaga pitiayumi mariquita A;DGeothlypis aequinoctialis pia-cobra A;E;GBasileuterus culicivorus pula-pula A;B;D;F 1; 2Myiothlypis flaveola canário-do-mato A;B;C;D;E;F;G;H 2IcteridaePsarocolius decumanus japu A;B;C;GCacicus haemorrhous guaxe AIcterus pyrrhopterus encontro AIcterus jamacaii corrupião BR; CA A;B;C;D;E;G;H;I;JGnorimopsar chopi pássaro-preto A;B;C;D;E;F;G;H;J 1; 2Chrysomus ruficapillus garibaldi A;B;D;E;F;H;JPseudoleistes guirahuro chopim-do-brejo A 2

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Molothrus rufoaxillaris chupim-azeviche *Molothrus oryzivorus iraúna-grande BMolothrus bonariensis chupim ESturnella superciliaris polícia-inglesa-do-sul BThraupidaePorphyrospiza caerulescens campainha-azul QA D;E;G;JNeothraupis fasciata cigarra-do-campo F;H;JSchistochlamys melanopis sanhaço-de-coleira GSchistochlamys ruficapillus bico-de-veludo JParoaria dominicana cardeal-do-nordeste BR; CA ATangara sayaca sanhaço-cinzento A;B;D;E;F;G;H;I;J 1; 2Tangara palmarum sanhaço-do-coqueiro ITangara cayana saíra-amarela A;B;D;F;G;H;I;J 1; 2Nemosia pileata saíra-de-chapéu-preto D;JConirostrum speciosum figuinha-de-rabo-castanho *Sicalis citrina canário-rasteiro A;FSicalis flaveola canário-da-terra A;B;C;D;E;F;G;H;JSicalis columbiana canário-do-amazonas JSicalis luteola tipio EHemithraupis guira saíra-de-papo-preto *Hemithraupis ruficapilla saíra-ferrugem BR; MA IVolatinia jacarina tiziu A;B;E;F;G;H;JEucometis penicillata pipira-da-taoca *Trichothraupis melanops tiê-de-topete 2Coryphospingus pileatus tico-tico-rei-cinza A;B;D;E;F;G;I;J 1; 2Charitospiza eucosma mineirinho CE QA A;D;E;F;G;H;I;J 1Tersina viridis saí-andorinha C;D;E;JDacnis cayana saí-azul A;B;D;E;G;JCoereba flaveola cambacica A;B;D;E;F;G;H;J 1Sporophila lineola bigodinho A;B;ESporophila plumbea patativa A;D;E;G;I;JSporophila collaris coleiro-do-brejo *Sporophila nigricollis baiano A;B;E;F;G;H;JSporophila caerulescens coleirinho ASporophila leucoptera chorão A;D;ESporophila bouvreuil caboclinho A;B;E;H;JSporophila angolensis curió CR ACoryphaspiza melanotis tico-tico-de-máscara-negra EM EM VU *Emberizoides herbicola canário-do-campo A;B;E;J 2Saltatricula atricollis batuqueiro CE A;B;D;E;F;G;H;I;J 1Saltator similis trinca-ferro A;B;C;D;E;F;G;H;I;J 1Cypsnagra hirundinacea bandoleta D;F;G;HCardinalidaeCyanoloxia brissonii azulão 1; 2FringillidaeEuphonia chlorotica fim-fim A;B;C;D;E;F;H;I;JEstrildidaeEstrilda astrild bico-de-lacre *PasseridaePasser domesticus pardal A