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LIBER NAVALEVel ÒRÌSÀ

Publicação de Classe F

Que é a adaptação de THELEMA e da CabalaPara as religiões afro-brasileiras.

INTRODUÇÃO

O QUE SEGUE é um sincretismo através de correlações dos

Orixás da cultura Afro-brasileira Com asdivindades thelêmicas e com a estruturada Árvore da Vida.

Livro indicado para aqueles que são praticantes deReligiões afro-brasileiras como o candomblé, umbanda,

quimbanda, e batuque,Que estejam interessados em estudar e praticar 

THELEMA, pois assim como a princesa Isabel assinou a lei

áurea, Aleister Crowley assinou O Livro da Lei como uma cartade liberdade para toda a humanidade.A LEI É PARA TODOS!

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1-CORRELAÇÕES DAS DIVINDADES THELÊMICASCOM OS ORIXÁS

Todos os deuses de todas as culturas são representações da psique do próprio ser humano e, portanto, todos eles possuem as mesmas características intrínsecas, variando apenas o aspectocultural e temporal no qual eles foram registrados.

Mostraremos aqui através de sincretismo as correlações das divindades thelêmicas com osorixás, que podem ser usadas por qualquer adepto de qualquer religião afro-americana que se

interesse em praticar THELEMA.

Ao contrário da absoluta maioria das religiões, que se baseiam em uma continuidade eterna desuas verdades espirituais, dentro do próprio Liber AL vel Legis já se prenuncia o fim davalidade da fórmula atual de Thelema (Liber AL III:34), na chamada queda doGrande Equinócio: 

"Quando Hrumachis erguer-se-á e aquele da dupla baqueta assumirá meu trono e lugar, um

outro profeta deverá erguer-se, e trazer febre fresca dos céus. Uma outra mulher despertará a

volúpia e a adoração da Serpente. Uma outra alma de Deus e da besta misturar-se-á no sacerdote

englobado, um outro sacrifício maculará a tumba. Um outro rei deverá reinar e a bênção não

mais será derramada ao místico Senhor da cabeça de Falcão".

Isso se deve à ideia thelêmica de que a evolução espiritual humana baseia-se em ciclos,chamados Aeons, cada um regido por um arquétipo, normalmente representado por umadivindade egípcia. Até hoje dois ciclos foram completados:

  Aeon de Ísis: a época da Deusa Mãe, quando o ser humano cultuava os aspectos femininosda criação. O ser humano é visto espiritualmente como um bebê de colo.

  Aeon de Osíris: a época do Deus Pai, quando os aspectos masculinos da ordem e dosacrifício eram cultuados. Entende-se o ser humano espiritualmente como uma criança que já não mais se nutre do leite materno, porém necessita ainda do amparo e da disciplina paternas.

Thelema atua dentro do terceiro ciclo, o chamado Novo Aeon:

  Aeon de Hórus: a época do Deus Interior, na qual se cultua a individuação (não o

individualismo), nos aspectos hermafroditas, equilibrando o masculino e o feminino. O ser humano evolui até a maturidade, não necessitando mais de divindades externas, tornando-seele próprio seu deus e redentor.

Crowley presume que o próximo Aeon, que deve ocorrer por volta do ano 3900, será o de Maat, a deusa egípcia da Justiça, quando a fórmula atual já terá cumprido seu objetivo e não será maisnecessária, devendo deixar um novo pensamento tomar lugar no mundo.

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 NUIT-YEMANJÁ 

 Na mitologia egípcia, Nuit (ou Nu) era a deusa do céu, em contraste com a maioria das outras

mitologias, onde o Pai Celestial é quase sempre do sexo masculino. Nuit é filhade Shu e Tefnut. Ela foi uma das Enéade. 

O deus sol Ra entra em sua boca após o pôr do sol à noite e renascia de sua vulva na manhãseguinte. Ela também engolia e renascia as estrelas.

Ela era uma deusa da morte, e sua imagem está no interior da maioria dossarcófagos. O faraó entrou em seu corpo após a morte e depois ressuscitou.

 Na arte, Nuit é representada como uma mulher sem roupas, cobertas com estrelas e apoiada por Shu; à sua frente (o céu), é seu marido, Seb (a Terra). Com Seb, ela era a mãede Osíris , Hórus , Isis , Set e Néftis .

 Nuit em THELEMA é o orador principal no primeiro capítulo do  Livro da Lei e contrapartefeminina da divindade Hadit. Nuit é o círculo infinitamente vasto cuja circunferência éincomensurável e cujo centro está em toda parte. Hadit é o ponto infinitamente pequeno dentrodo núcleo de cada coisa. A união dos dois é mais um glifo da Grande Obra .

Por ser a deusa mãe, Nuit é claramente correlacionada a Yemanjá.

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HADIT-OXALÁ

Hadit , "o grande Deus, o Senhor do céu", é retratado na Estela da Revelação na forma do discoalado do sol .

Hadit é o principal orador do segundo capítulo do Livro da Lei, onde se identifica como o pontono centro do círculo, o eixo da roda, o cubo no círculo", a chama que queima em todo coraçãodo homem, e no âmago de toda estrela ", e próprio do adorador. Hadit tem sido interpretadocomo o espírito interior do homem, o Espírito Santo , o esperma em que o DNA do homem érealizada, o Elixir Vitae. Quando justapostos com Nuit em Liber Legis Hadit representa cada ponto experiência única. Estes ponto-experiências em conjunto compreendem a soma de toda aexperiência possível, Nuit.

Por ser o deus-pai do velho Aeon, Hadit é associado a Pai Oxalá.

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RA-HOOR-KHUIT – XANGÔ

"Ra, que é Horus dos Horizontes". Uma manifestação de Ra, identificando-o com Horus,mostrando os dois como manifestações da Força Solar singular. A grafia "Ra-Hoor-Khuit" foi popularizado por Aleister Crowley, pela primeira vez no Livro da Lei (Liber AL vel Legis).

 Na mitologia egípcia, Hórus (ou Ra-Hoor-Khuit, Heru-sa-Aset, Her'ur, Hrw, Hr ou Hor-Hekenu) é o deus dos céus, muito embora sua concepção tenha ocorrido após a morte de Osíris.Hórus era filho de Osíris.

Tinha cabeça de falcão e os olhos representavam o Sol e a Lua. Matou Seth, tanto por vingança pela morte do pai, Osíris, como pela disputa do comando do Egito.Após derrotar Seth, tornou-se o rei dos vivos no Egito. Perdeu um olho lutando com Seth, quefoi substituído por um amuleto de serpente, (que os faraós passaram a usar na frente das coroas),o olho de Hórus, (anteriormente chamado de Olho de Rá, que simbolizava o poder real e foi umdos amuletos mais usados no Egito em todas as épocas). Depois da recuperação, Hórus pôdeorganizar novos combates que o levaram à vitória decisiva sobre Seth.O olho que Hórus feriu (o olho esquerdo) é o olho da Lua, o outro é o olho do Sol. Esta é umaexplicação dos egípcios para as fases da lua, que seria o olho ferido de Hórus.

Ra-Hoor-Khuit, o regente do atual Aeon, é claramente correlacionado a Xangô, o orixá rei dos

céus.

Estes três orixás, de forma sincrética, são os regentes dos três Aeons: Aeon de Yemanjá(época da Deusa Mãe), Aeon de Oxalá (época do Deus Pai) e o atual Aeon de Xangô (épocado Deus Interior).

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HOOR-PAAR-KRAAT- IBEJI

Hoor-paar-kraat (egípcio: Har-par-khered), mais conhecido pela transliteração gregaHarpócrates (o deus do silêcio), que significa "Horus da Criança"; Horus, filho de Isis e Osiris,às vezes distinguido de seu irmão Hórus, o Velho, que era o antigo patrono do Alto Egito. Hoor é representado como um jovem com sidelock de cabelo de uma criança, chupando o dedo. Osgregos, Ovídio e a Ordem Hermética da Golden Dawn atribuído silêncio para ele, presumivelmente porque a sucção do dedo é sugestivo do gesto comum "shhh".

Aiwass, o ser que ditou o Livro da Lei de Crowley, no primeiro capítulo do livro apresenta-secomo "o ministro de Hoor-paar-kraat".

Também conhecido como "O Bebê no Lotus", Hoor-paar-kraat às vezes é pensado como o bebêRa-Hoor-Khuit e, por vezes, como o irmão mais novo de Horus. A primeira vista nas obras deAleister Crowley retrata Ra-Hoor-Khuit, no lugar da Golden Dawn Osiris / Jesus - como ummodelo para o iniciado, e, assim, descreve a realização de um processo de crescimento natural, aênfase da metáfora da morte e ressurreição. No segundo ponto de vista, a Golden Dawncolocado Hoor-paar-kraat no centro do seu Hall of Ma'at enquanto os oficiais do templo (umdos quais representado Horus) girava em torno dele.Hoor-paar-Kraat é o deus subjetivo,enquanto Ra-Hoor-Khuit é o deus Objetivo, quando os dois se unem se forma Heru-Ra-Ha.

Hoor-paar-kraat é diretamente correlacionado aos gêmeos Ibeji, os orixás crianças, popularmente sincretizados com os santos Cosme e Damião.

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THERION-EXU

To Mega Therion (do grego Το Μεγα Θηριον, "A Grande Besta") É um dos princípiosutilizados em Thelema para representação do masculino. Também foi o mote, ou nome mágico,assumido pelo ocultista inglês Aleister Crowley ao atingir o grau de Magus na ordem thelemicaconhecida por Astrum Argentum. Para a filosofia de Thelema, onde esta figura representa um papel importante, Therion, a Besta, representa o arquétipo complementar ao de Babalon, i.e., o princípio ativo criador masculino, bem como os instintos sexuais descontrolados.

Associa-se, pela leitura da Cabala, com a Sephira Chokmah: é o  Logos, a Voz através daqual Deus cria. Sua consorte é Babalon, que recebe e organiza a semente de Therion para dar luz à vida. O modo thelêmico e poético de se entender isto é a imagem de Babalon cavalgando aBesta.

Therion se associa ao orixá Exu (também chamado Bará), em seu aspecto viril, o princípiomasculino universal.

BABALON-POMBA GIRA

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Babalon é conhecida como a Mulher Escarlate, a Grande Mãe, e a mãe das abominações. Suaforma divina (godform) é a de uma prostituta sagrada, e seu símbolo principal é o Cálice ouGraal. Seu consorte é Therion, o "Pai da Vida" e da forma masculina do Princípio Criador.Babalon é frequentemente descrito como sendo cingida com uma espada e montando a Besta,com quem Aleister Crowley se identificou. Como Aleister Crowley escreveu: "Ela andamontado a Besta, em sua mão esquerda ela segura as rédeas, representando a paixão que os une.Em sua direita ela segura o copo alto, o Santo Graal em chamas com o amor e a morte. Nestataça estão misturados os elementos do sacramento do Aeon "(Livro de Thoth). Em um sentidomais geral, Babalon representa o princípio feminino, a mulher liberada e a plena expressão doimpulso sexual.Babalon é associada à primeira Pomba Gira, a contraparte feminina do orixá Exu.

CHORONZON-TRANCA RUAS

Choronzon apareceu pela primeira vez nos escritos Enochianos de John Dee no século 16, ondeera sinônimo de serpente no Jardim do Éden. Aleister Crowley parafraseado descrição de Deede Choronzon como "o primeiro e mais mortal de todos os poderes do mal... com razão, pois,embora ele não é uma pessoa, ele é o contrário metafísico de todo o processo da Magia "(1998).

 No sistema de THELEMA, Choronzon é o Morador e guardião do Abismo , o grande desertoespiritual que deve ser cruzada pelo adepto para alcançar a maestria. Choronzon é lá a obstruçãofinal. Se ele se reuniu com a preparação adequada, então ele está lá para destruir o ego, o que permite que o adepto de ir além do Abismo. Se não estiverem preparados, em seguida, oviajante desafortunado será completamente disperso em aniquilação.

Em A Visão e a Voz, Crowley descreve Choronzon:

O nome do Habitante do Abismo é Choronzon, mas ele não é realmente um indivíduo. OAbismo é o vazio do ser, ele é preenchido com todas as formas possíveis, cada uma igualmentevazia, cada um, portanto, mas no único e verdadeiro sentido da palavra, isto é, sem sentido, masmaligno, na medida em que almeja tornar-se real. Estas formas redemoinho sem sentido em

montes ao acaso, como diabos de poeira, e cada um dessas agregações oportunistas se afirma ser um indivíduo e grita: "Eu sou eu!" embora ciente todo o tempo que os seus elementos não têm

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nenhum vínculo verdadeiro, de modo que a menor perturbação dissipa a ilusão como umcavaleiro, encontrando um demônio de areia, traz em chuveiros de areia para a terra.Crowley também fala dele em Magick Without Tears:

E todo aquele que passa para o exterior do Abismo, a menos que seja deles que entender-Encobre as mãos, e adorou seu pescoço, até as correntes de Choronzon. E como um diabo andasobre a terra, imortal, e ele blasteth (amaldiçoa) as flores da terra, e ele corrupteth (corrompe)oar fresco, e ele faz venenoso da água, e o fogo que é o amigo do homem, e o penhor da suaaspiração, vendo que ele nunca Sobe para cima, como uma pirâmide, e vendo que o homemroubou-o em um tubo oco do céu, mesmo que o fogo se converter em ruínas, e a loucura, e afebre, e destruição. E tu, que és um montão de pó seco na cidade das pirâmides, deve entender estas coisas.Em um sentido mais geral, Choronzon representa dispersão, impotência, malace, corrupção,restrições, e da morte. Um relato mais detalhado de Choronzon pode ser encontrado no Décimo Æthyr (chamado ZAX) em A Visão e a Voz.

Choronzon é correlacionado ao exu Tranca Ruas das almas (O Guardião dos Caminhos e do

abismo). Tranca Ruas não é o demônio que muitos acreditam que ele seja. A função desse exu étrancar a evolução dos desqualificados, desequilibrados e desvirtuados espíritos humanos. Nãodeseja ser amado ou odiado, mas apenas respeitado e compreendido.

THOTH-ORUNMILÁ

Thoth (do egício Tahuti) é o nome grego dado ao deus egípcio da lua (divindade lunar), dasabedoria, da escrita, da magia e da medição do tempo, entre outras coisas. Como os ciclos dalua, eram organizados muitos rituais e eventos civis e religiosos da sociedade egípcia, entãoThoth também era visto como o principal regulador de tais coisas. Ele era um filho de Ra ou Set(embora alguns escritos afirmem que ele é auto-gerado), mas também é dito ser o secretário econselheiro de Ra. Thoth era um companheiro próximo de Astennu, um nome que foiocasionalmente usado para se referir a si mesmo Thoth. Ele tinha uma filha chamada Seshat.

Toth foi conhecido como um mediador razoável. Ele apoiou Horus contra Seth e mediada entreTefnut e Ra. Em Duat, o submundo, ele ajudou a Osiris julgar as almas dos mortos. Ele também

convencido de Hathor (alternativamente: Tefnut) para voltar para o Egito depois que ela fugiu,de acordo com uma discussão com Ra (alternativamente: Shu).

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Ele é às vezes identificado com o deus grego Hermes e Hermes Trismegisto.

Thoth foi creditado pelos antigos egípcios como o inventor da escrita e do calendário de 365dias. Ele era geralmente representado com a cabeça de um íbis (cujo bico se parece com uma luacrescente) ou de um babuíno (um animal noturno que tem muitas semelhanças com ahumanidade).Durante o período final da história egípcia um culto de Thoth ganhou destaque, e milhões deíbis foram mumificados e enterrados em sua honra.06 de agosto é uma data tradicionalmente sagrada para Thoth.

Em THELEMA, Crowley identificou Thoth como um mago no sentido de um titular do grau deChokmah de A. '. A.'. De acordo com o relato dado em Liber Aleph, “Thoth era o Magoseguindo Dionísio e anterior Mosheh. A Palavra de Thoth foi AMOUN’’, pela qual Ele fez oshomens entendam a sua natureza secreta, ou seja, a sua unidade com seus Eus Verdadeiros, ou,como eles, em seguida, expressou, com Deus." É, provavelmente, essa concepção de Thoth quelevou à sua inclusão entre os Santos gnósticos.Em uma nota de rodapé Magick em Teoria e Prática, Crowley escreveu que "Thoth, deus da

magia, era apenas um homem que inventou a escrita, como seus monumentos declarar claramente o suficiente." Note, no entanto, que toda a nota é da natureza de uma escavação nodeterminismo filológico de F. Max Mueller, concluindo com uma observação trocadilhos que "oPapiro de Ani [aka The Book of the Dead] é apenas o latim para papel higiênico”. 

Thoth é associado ao orixá Orunmilá, que segundo a mitologia yorubá, é o orixá da profecia,identificado no jogo do merindilogun pelo odu ejibe.Ele é reconhecido como "ibi keji Olodumare" (segundo só a Olodumare (Olorum, Deus)) e "eliriipin" (testemunha da criação).Orunmilá também é às vezes chamado Ifá (ee-FAH) que é de fato a incorporação doconhecimento e sabedoria e a forma mais alta da prática de adivinhação entre os Yorubas.Foi Orunmilá que criou o Ifá (jogo de búzios) um Oráculo dos Yorubá na Nigéria, assim como

segundo a lenda, Thoth também criou o Tarot.

Os sacerdotes de Ifá são chamados Babalawo (o pai dos segredos).

MAAT-IANSÃ

 Na mitologia egípcia, Maat era a deusa da verdade, da justiça e da ordem.

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Ao contrário de outros deuses e deusas egípcios, Ma'at é mais um conceito do que umadivindade real.

 No submundo, Ma'at forneceu a pena da verdade, a pena de avestruz que era pesada contra asalmas dos falecidos no Salão de Duas Verdades em Duat. A alma que estava pesada com o pecado era devorada por Ammit. Uma boa alma, que pesava menos, era enviada para os camposde Osiris. Seu símbolo é uma mulher com asas e uma pena na cabeça. A imagem aparece emalguns sarcófagos, como um símbolo de proteção para as almas dos mortos.

Ma'at também pode significar o conceito de justiça, verdade e ordem. Era dever do faraógarantir a verdade e a justiça. Os faraós muitas vezes eram conhecidos como "Amados deMa'at".

Maat é sincretizada com Iansã (ou Yansã), orixá feminino que representa a justiça da natureza.

SETH-OBALUAYÊ

Seth (também chamado Setekh, set) é o deus egípcio da força, guerra, tempestades, desertos eterras estrangeiras (e dos estrangeiros). Na mitologia egípcia, ele protegia caravanas do deserto,mas também causou tempestades de areia. Ele foi um dos Enéade e um filhode Nuit com Seb ou Ra. Ele era geralmente o marido de Ashtart ou Anat (na mitologia semita)ou a deusa egípcia Néftis com quem ele era o pai de Anubis (Néftis é sincretizada com

 Nanã). Ele estava intimamente associado com o deus Ash. 

Um dos epítetos mais comuns é que ele era 'grande de força'. Em um dos Textos das Pirâmidesafirma que a força do rei é a de Set. O próprio Faraó era o herdeiro dos dois "irmãos" e uniu osescritórios de Horus e Set ou do Alto e do Baixo Egito.

Seth protegia o sol (Ra) enquanto viajava pela terra dos mortos durante a noite. Maisnotavelmente, ele lutou e matou Apep, a serpente do mal das trevas que atacava Ra a cada noite.

Mais tarde, quando seu irmão Osiris tornou-se um deus muito mais importante, Set tornou-segradualmente pensado como o seu oposto. Um novo ciclo mito se desenvolveu em que Set mataOsiris em suas lutas e espalha os pedaços do corpo de Osíris sobre o Egito, por isso ele se

tornou o deus do mal (e ladrões).

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Ele também foi visto estar em contraste com Hórus, que era um deus do céu, para que suarespiração era responsável pelos vermes. Minério de metal era chamado de "ossos de Set", porque ele veio ao chão. No 3º milênio A.C., Seth (em substituição Horus) tornou-se o deus patrono dos faraós, mas como a história do assassinato de seu irmão Set tornou-se popular,Horus foi ligado de volta.

Seth às vezes é incorretamente considerado como sendo um deus com cabeça de chacal. Ele édescrito como tendo ouvidos quadrados, uma cauda bifurcada e um focinho curvo. Algumas pessoas acreditam que o animal representava era um porco da terra, um tipo de porco(Aardvark), ou como outro animal ainda não identificado. Além dos animais já mencionadas,Seth foi associado com gazelas, burros, crocodilos e hipopótamos.

Os gregos mais tarde ligaram Seth com Typhon, porque ambos eram forças do mal queatacaram os principais deuses, que eles são de outra maneira muito similares. Após a conquistado Egito pelo governante persa Cambises II, Set tornou-se associado com os estrangeiros eopressores particularmente estrangeiros, incluindo os persas Aquemênida, romanos e judeus. Alguns estudiosos igualar-lo com o deus Poseidon, que, segundo Heródoto era de

origem norte Africano.

Seth é claramente correlacionado a Obaluayê (também chamado de Omolu ou Xapanã), o orixáda destruição que traz renovação.

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Faremos agora um sincretismo de quatro orixás com as quatro divindades do L iber Resh vel 

Helios , escrito por Aleister Crowley, que é composto por quatro adorações diárias ao Sol, aserem realizadas ao amanhecer, ao meio-dia, ao entardecer, e à meia-noite. O objetivo geral éfocar a mente consciente no centro do nosso sistema solar.

RÁ-OBATALÁ

Ra ou Re, é uma das mais famosas formas divinas (godforms) egípcias, e foi fundamental para areligião egípcia. Ele era visto como o rei dos deuses, regente do sol e criador do mundo. Sua

tarefa diária era vital para guiar a barca solar pelos céus por dia, e pelo submundo da noite. Ele

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também foi visto como o patrono pessoal do Faraó, e da dinastia IV em diante, os Faraós passaram a serem chamados de "filhos de Ra".

Ra é principalmente apresentado como um homem de arte, usando uma coroa de Faraó (umsinal de sua realeza sobre os deuses) e o disco solar na cabeça. Muitas vezes ele tinha a cabeçade um falcão, bem como Horus. Às vezes, Ra é retratada de forma diferente de acordo com a posição do sol no céu. Ao nascer do sol, ele era uma criança, ao meio-dia um homem, e ao pôr do sol um homem velho. Este envelhecimento constante foi sugerido pelos egípcios como arazão Ra ficou separado do mundo e deixar Osiris e / ou Horus dominarem em seu lugar. Estaideia é muitas vezes associada com o mito em que Isis é capaz de enganar um Ra idoso, tendogovernado na terra como um faraó humano, a revelar o seu nome secreto, e, portanto, o segredode seu poder.

Ra muitas vezes substitui Atum como o pai, avô e bisavô dos deuses do Enéade, e criador domundo. Ra criado Sekhmet, que se torna Hathor depois de ter suficientemente punidohumanidade como um Olho de Ra vingativo, e por isso muitas vezes é dito ser o pai de ambos.A humanidade foi supostamente criada a partir de lágrimas ou suor de Rá, levando aos egípcios

que se autodenominarem "Gado de Rá”. Ra é sincretizado com Obatalá, que é o aspecto criativo de Oxalá.

Obatalá é o orixá do sol e do céu, filho direto de Olorum o criador do universo. Depois decriado o universo e a terra em específico; depois de milhares de anos resolveu dar vida a terra eenviou seu filho direto "Obatalá" para esse fim à terra que até então era composta de água.Vindo com o saco da criação Obatalá trouxe consigo uma galinha d'angola que foi responsável por espalhar a terra sobre as águas, dando desta maneira forma à terra sobre a água, depois decriado os montes etc... Obatalá criou os vegetais, animais e por ultimo da própria criação "terra"com ajuda de Nanã. Moldou o ser humano com o barro e com seu sopro deu vida ao ser humano. Por isso quando as pessoas têm um grande problema de saúde é a este Orixá que se

 pode recorrer; claro que dependendo do tipo de doença que seja, podemos recorrer também aoutros Orixás. Obatalá é quem rege tudo o que é branco sobre a terra em todo sentido da palavra; pureza.Obatalá é considerado, ao lado de Oduduwá (que falaremos mais adiante) como o casal primordial e propulsor da criação.

AHATHOOR-OXUM

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 Na mitologia egípcia, Hathor (Ahathoor ou Het-Heru - "a casa de Hórus") era uma deusa da beleza e da fertilidade extremamente popular, associada com a vaca. Seu nome refere-se a sua posição como a vaca celestial que circunda o céu e o deus falcão, Hórus. Ela também era umadeusa da realeza e desde que os faraós eram vistos como relacionados com Horus, ela foi vistacomo a mãe divina do faraó reinante. Seu culto estava centrado em Dendera e foi levado pelossacerdotes que também eram dançarinos, cantores e outros artistas, pois ela era uma deusa daarte também. Seus sacerdotes eram também oráculos e parteiras. Ela era a mãe de Ihy e deHórus.Hathor era uma mãe amorosa e uma deusa da alegria, amor, cerveja, música, dança e terrasestrangeiras. Muitas vezes chamado de " Hathor Dourada", ela também era o protetor dosamantes e a padroeira dos festivais. Ela cumprimentava as almas dos mortos no submundo eoferecia-lhes comida e bebida. O culto de Hathor era tão popular que mais festivais foramdedicados à sua honra que qualquer outra divindade egípcia, e mais crianças foram nomeadosapós essa deusa que qualquer outro. Porque seu culto remonta aos tempos pré-dinásticos,encontramos Hathor identificado com muitas deusas locais, e pode-se dizer que todas as deusaseram formas de Hathor.Ahathor é diretamente sincretizada com Oxum.

TUM-ODUDUWÁ

Tum (ou Atum) é um deus egípcio adorado em Heliópolis. É o resultado da transformação de Nun (Olorum), o ser subjetivo ao ser objetivo. Aparece desde cedo como deus primordial e

criador, pois deu origem a uma explosão que gerou os demais corpos celestes do universo, massendo um evento pré-planejado. Embora Ra e Atum ("aquele que termina ou aperfeiçoa") eramo mesmo deus, Atum foi usado em modos distintos. Ele foi principalmente o símbolo do sol eera também um substituto para Ra como o criador de Shu e Tefnut a partir do sêmen do atomasturbatório (talvez via autofellatio) ou muco. Atum era ele mesmo criado por Ptah emalgumas mitologias. Atum era o pai de caminhada.

Atum era o chefe do Enéade e foi representado por Mnévis, o touro negro. Ele foi associadocom a cobra, lagarto, besouro, Mangusto, leão e touro.

Tum é sincretizado com Oduduwá.

Oduduá é uma das divindades primordiais. Ela é considerada, ao lado de Obatalá como o casal primordial e propulsor da criação. Cada um foi incumbido de determinadas funções no papel da

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criação do Aiyê, o universo incluindo o mundo em que vivemos. O universo é visto dentro doculto aos Orixás como uma grande cabaça e esta cabaça é representada por Oduduá e Obatalá.Oduduá é considerada como a parte de baixo da cabaça e Obatalá é considerado como a parte decima da cabaça.O nome Oduduá pode ser traduzido como a cabaça de onde jorrou a vida. Muitos costumam seenganar e a afirmar que Oduduá seria um Orixá masculino ao invés de feminino, mas o queocorre é uma confusão entre a divindade feminina Oduduá com o ancestral iorubano divinizadoOduduá, que na verdade é conseiderado em território africano como sendo uma forma humanada deusa Oduduá, ou seja, o guerreiro legendário e a deusa Oduduá seriam as mesmas pessoas.Esta é uma visão muito ampla no que concerne à essência divina, mas isso é algo que vai muitoalém da capacidade de aceitação de algumas pessoas e sacerdotes.O surgimento de Oduduá, bem como o de Obatalá, é muito interessante. Diz-se queinvoluntariamente nos primórdios da criação, quando a única coisa existente nos mundos era oOlorun, a grande energia primordial, Oduduá, a deusa, surgiu do corpo de Olorun, a grandeenergia primordial, assim como Obatalá e outra tantas divindades.Foi Oduduá quem criou a terra e todo o universo como o conhecemos e, ao lado de Obatalá, possibilitou o surgimento da vida.

KHEPRA-OXUMARÉ

Khepri (também Kheper, Khepera, Khepra, Khepre, Khepere) é o deus egípcio solar domovimento e da gravidade.Khepri é associado com a imagem do escaravelho, cujo comportamento de ficar carregando bolas de estrume é comparado às forças que fazem mover o Sol.Khepri gradualmente veio a ser considerado como uma encarnação do próprio Sol, e por issotornou-se um deus do Sol. Para explicar para onde o Sol vai ao anoitecer, os antigos egípciosdiziam que ele foi para o submundo (ou Mundo dos Mortos, Além, etc.) e o Deus Khepri tinhaque manter-se incessantemente empurrando o Sol para que ele nascesse novamente.

Khepra é sincretizado com Oxumaré, o orixá do movimento.

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É interessante notar que o bastão de Oxumaré, que é foramado por uma haste com duasserpentes e 7 arcos (veja na imagem abaixo), é muito semelhante ao caduceu de Hermes, a ponto de na iconografia Oxumaré ser representado portando um caduceu idêntico ao de Hermes.

Há muita simbologia na figura do caduceu de Oxumaré, sendo relacionado à sagrada Kundalini,os 7 arcos representam os 7 chackras.

TABELA DE SINCRETISMO ENTRE AS DIVINDADES THELEMICAS E OS ORIXÁS

DIVINDADE THELÊMICA ORIXÁ

 NUIT YEMANJÁHADIT OXAL

RA-HOOR-KHUIT XANGHOOR-PAAR-KRAAT IBEJI

THERION EXÚBABALON POMBA GIRA

CHORONZON TRANCA RUASTAHUTI (THOTH) ORUNMILÁ

MAAT IANSÃSETH OBALUAYÊ

 NÉFTIS NANÃRÁ OBATALÁ

AHATHOOR OXUMTUM ODUDUW

KHEPRA OXUMAR 

OLORUM NUN

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A ÁRVORE DA VIDA

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2-OS ORIXÁS E A CABALA

A estrutura dos Orixás é baseada nos mesmos arquétipos universais que regem todos os princípios psicológicos humanos, representados diretamente na Árvore da Vida. 

É importante lembrar que o leitor deve estudar pelo menos o básico sobre cabala antes de ler esse capítulo.

não colocamos aqui uma introdução à cabala, pois seriam necessárias várias páginas.Aconselhamos que leiam e estudem outros livros sobre o assunto.

OMULU

Obaluaiyê quer dizer “rei e dono da terra”; sua veste é palha e esconde o segredo da vida e damorte. Está relacionado à terra quente e seca, como o calor do fogo e do sol – calor que lembra afebre das doenças infecto-contagiosas. O lugar de origem de Obaluaye é incerto, há grandes

 possibilidades que tenha sido em território Tapá (ou Nupê) e se esta é ou não sua origem seria pelo menos um ponto de divisão dessa crença. Conta-se em Ibadã que Obaluaye teria sidoantigamente o Rei dos Tapás. Uma lenda de Ifá confirma esta última suposição. Obaluaye eraoriginário em Empê ( Tapá ) e havia levado seus guerreiros em expedição aos quatros cantos daterra. Uma ferida feita por suas flechas tornava as pessoas cegas, surdas ou mancas.

Obaluaye representa a terra e o sol, aliás, ele é o próprio sol, por isso usa uma coroa de palha(AZÊ) que tampa seu rosto, porque sem ela as pessoas não poderiam olhar para ele. Ninguém pode olhar o sol diretamente. Está fortemente relacionado aos troncos e aos ramos das árvores etransporta o axé preto, vermelho e branco. Sua matéria de origem é a terra e, como tal, ele é oresultado de um processo anterior. Relaciona-se também com os espiritos contidos na terra. O

colar que o simboliza é o ladgiba, cujas contas são feitas da semente existente dentro da fruta doIgi-Opê ou Ogi-Opê, palmeiras pretas. Usa também bradga, um colar grande de cauris. Éinteressante notar que a lenda de Omulu/Obaluaye mescla toda a transição alquímica, daTERRA até o SOL (ou transformação de Chumbo em Ouro), tal qual diversas outras mitologiase seus heróis na jornada de Malkuth até Tiferet. 

 Na mitologia católica, Omulu é sincretizado com São Lázaro.

YEMANJÁ

Yemoja na Africa Iemanjá, cujo nome deriva de Yèyé omo ejá (“Mãe cujos filhos são peixes”),é o orixá dos Egbá, uma nação iorubá estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, ondeexiste ainda o rio Yemoja. As guerras entre nações iorubás levaram os Egbá a emigrar nadireção oeste, para Abeokutá, no início do século XIX. Evidentemente, não lhes foi possívellevar o rio, mas, em contrapartida, transportaram consigo os objetos sagrados e os suportes doaxé da divindade. Yemanjá seria a filha de Olorum, Deus único, e é considerada o orixá do mar.Do casamento de Oxalá e Iemanjá (O Casamento alquímico entre o Sol e a Lua) nasceram todosos demais orixás.

Deusa das águas, mares e oceanos, é a manifestação da procriação, da restauração, das emoçõese símbolo da fecundidade. Está associada ao poder genitor, a interioridade, aos filhos contidosem si mesma. Seu adedé (leque) simboliza a cabeça mestra. Ela é muito bonita, vaidosa e dançacom o obebé (espelhinho) e pulseiras. Na Nigéria ela é patrona da sociedade Geledes, sociedadefeminina ligada ao culto das Yamis, as feiticeiras. No Rio de Janeiro, Santos e Porto Alegre, o

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culto a Iemanjá é muito intenso durante a última noite do ano, quando centenas de milhares deadeptos vão, cerca de meia noite, acender velas ao longo das praias e jogar flores e presente nomar.

Iemanjá está diretamente relacionada a Yesod e corresponde a todas as deusas lunares eguardiãs dos mistérios, como Ísis, Hecate, Selene e Diana. Na mitologia católica, estárelacionada a Nossa Senhora dos Navegantes.

EXU

Mensageiro dos Orixás, ele é o primogênito do universo no mito da gênesis dos elementoscósmicos. É o resultado da integração água e terra, masculino e feminino, sendo o terceiroelemento. Cultuado entre os Orixás, apenas por seu intermédio é possivel adorar as Yabás-Mi(as feiticeiras). Traçar e abrir caminhos é uma das suas principais atividades, pois ele circulalivremente entre todos os elementos do sistema. É o princípio da comunicação. Esta fortementerepresentado no Opon-Ifá (tábua adivinhatória de Ifá – Deus da Adivinhação) pelos triângulos elosângulos. O sistema oracular funciona graças a ele. Está profundamente associado ao segredoda transformação de materiais em indivíduos diferenciados. Exú é o alter ego de todos osindivíduos. É o princípio dinâmico da expansão (evolução), agente de ligação, princípio donascimento de seres humanos, princípio da reparação (causa/efeito). Exerce o papel de propulsor do desenvolvimento, de mobilizador, de fazer crescer, de ligar, de unir o que estáseparado, de transformar, de comunicar e de carregar. Todos os Orixás necessitam de suasforças, pois ele está ligado à evolução e ao destino de cada um.

Exú é o primeiro que se serve e se cultua, é o Senhor, o decano de todos os elementos.

Exú representa a esfera de Hod está relacionado diretamente com Toth, Hermes, Mercúrio,

Loki, Anansi, Ogma, Prometeus e todos os deuses e heróis professores e responsáveis por carregar os ensinamentos do Divino para os Homens. Hod faz a ponte da linguagem, entre ossentimentos e o pensamento abstrado, sem o qual não haveria o método científico nem oarmazenamento do aprendizado.

Apesar de ser um dos mais importantes Orixás, a Igreja Católica, através dos picaretas Jesuítas,sincretizou o Exú na figura do Diabo, associando ao demônio elementos como o tridente, a cor vermelho e preta e o falo. Os ignorantes das Igrejas Neopentecostais propagam esta besteiradaem suas perseguições às outras religiões e cultos, gerando muito do preconceito em relação aosUmbandistas e praticantes das religiões afro-brasileiras.

OXUM

Dona das águas. Na áfrica, mora no rio oxum. Senhora da fertilidade, da gestação e do parto,cuida dos recém-nascidos, lavando-os com suas águas e folhas refrescantes. Jovem e bela mãe,mantém suas características de adolescente. Cheia de paixão, busca ardorosamente o prazer.Coquete e vaidosa, é a mais bela das divindades e a própria malícia da mulher-menina. Ésensual, exibicionista, consciente de sua rara beleza. Se utiliza desses atributos com jeito ecarinho para seduzir as pessoas e conseguir seus objetivos.

Osun é chamada de Yalodê, título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entretodas as mulheres da cidade, além disso, ela é a rainha de todos os rios e exerce seu poder sobre

as águas doces, sem a qual a vida na terra seria impossível. Dança de preferência sob o ritmo desua terra: Igexá. Sua dança lembra o comportamento de uma mulher vaidosa e sedutora. Oxum

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está relacionada diretamente com Netzach e corresponde às deusas da beleza de todos os panteões, como Vênus, Afrodite, Ishtar, Astarte, Frigga e Lakshmi. Na mitologia católica,Oxum equivale a Nossa Senhora da Conceição.

OXALÁOxalá, Orixalá ou Oxalufan é a primeira forma de orixá que foi criada por Olorun, no início dostempos, sendo associado ao ar, que existia antes da criação da Terra, e também à água do inícioda existência. Oxalufan está ligado à cor branca, ou incolor, sendo o primeiro na hierarquia dosfun-fun (os que vestem branco). Detém o axé da criação de todos os seres da Terra. Está ligadoà gênese do universo e foi o primeiro orixá criado por Olorun. Representa a maturidade, asabedoria e o equilíbrio. Veste-se inteiramente de branco, sendo responsável pela manutençãoda paz e da tranqüilidade entre os seres criados.

 Na mitologia africana, é considerado o pai de todos os orixás e de todos os seres vivos, sendo, por esse motivo, constantemente reverenciado em festas públicas e diversos rituais. Está sempre presente nas antigas lendas, representando a figura veneranda de um pai. Sua posição é muitodestacada, tendo o respeito de todos os orixás, que se curvam à sua presença.

Oxalá (o Sol) é pai de todos os principais Orixás, junto com Iemanjá (a Lua), dos quaissimbolicamente resultam do Casamento Alquímico de Osíris-Ísis. Corresponde a Jesus Cristo namitologia católica, a Apolo, Buda, Krishna, Mithra, Baldur e todos os deuses solares dosPanteões.

A Correspondência sefirática de Oxalá é Tiferet. 

OGUMDivindade masculina iorubá, figura que se repete em todas as formas mais conhecidas damitologia universal, Ogum é o arquétipo do guerreiro. Bastante cultuado no Brasil,especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral que, depois de Exú, estámais próxima dos seres humanos. O Guerreiro sempre foi a figura mítica do deus maisinvocada, já que é sua função realizar no astral as guerras que os seres humanos não conseguemtravar ou vencer na sua luta cotidiana.

Foi uma das primeiras figuras do candomblé incorporada por outros cultos, notadamente pelaumbanda, onde é muito popular. É sincretizado comumente com São Jorge, tradicional guerreirodos mitos católicos, também lutadores, destemidos e cheios de iniciativa.

Ogum é aquele que gosta de iniciar as conquista mas não sente prazer em descansar sobre osresultados delas. Na África Ogum é o Deus do ferro ,a divindade que brande a espada e forja oferro, transformando-o no instrumento de luta. Assim, seu poder vai-se expandindo para alémda luta, sendo o padroeiro de todos os que manejam o ferro: ferreiros, barbeiros etc…É por extensão o orixá que cuida dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia.

Tem correspondência com Thor, Ares, Hefaestus, Marte, Vulcano, Bodicea, Indra e Hórus. Comtodos os deuses ligados à guerra ou ao manejo do ferro.

A Correspondência sefirática de Ogun é Geburah. 

OXÓSSI

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 Numa visão antropológica os orixás são vibrações de energia, cada um numa faixa própria, comas quais os seres humanos se identificam, o que justifica a existência de “filhos” de diferentesorixás. Numa visão teológica, os orixás são divindades s serem respeitadas e cultuadas por seufilhos, que com eles entrariam em contato através de diferentes rituais disseminados na culturatribal africana e que no Brasil estão agrupados sob o rótulo de uma religião: o Candomblé e a

Umbanda.

 Nesse sentido, dois orixás iorubás fogem da tradição básica: o mago Ossain, o solitário senhor das folhas e Oxóssi , o caçador. Ambos são irmãos de Ogum na maior parte das lendas e possuem o gosto pelo individualismo e o ambiente que habitam: a floresta virgem, as terrasverdes não cultivadas. A floresta é a terra do perigo, o mundo desconhecido além do limiteestabelecido pela civilização iorubana, é o que está além do fim da aldeia. Nela o homem nãotem a proteção da organização social, do maior número de pessoas. Os caminhos não sãotraçados pelas cabanas, mas sim pelas árvores, o mato invade as trilhas não utilizadas, osanimais estão soltos e podem atacar livremente. É o território do medo. Oxóssi é o orixámasculino iorubá responsável pela fundamental atividade da caça. Ossain é o Senhor do

conhecimento de todas as ervas e também do Ifá.

Esta correlação de Chesed com o Santo Graal Cristão, detentor de todo o conhecimentoesotérico, traz paralelos com Wotan e Odin, senhores das Runas, e com Zeus/Júpiter, o detentor de todo o conhecimento.

 NANÃ

 Nanã é o vodun (orixá) da nação Gêge, de tempos imemoriais. Está associada aos mitos dacriação da Terra, sendo a precursora de todas as divindades que têm o poder de gerar a vida. É olado feminino dos criadores do mundo. Grande Senhora das terras molhadas e fecundas, com aqual foram criados todos os seres, reina na lama, que formou a Terra, nas águas paradas e pântanos. Ao mesmo tempo em que dá vida às criaturas, faz com que retornem ao seu elementode origem para, mais tarde, renascerem na Terra, formando o ciclo da vida e da morte.

Por ser a detentora dos conhecimentos mais profundos e antigos dos Orixás, Nanã correspondediretamente a Daath, a sephira do Conhecimento e guardiã dos maiores mistérios da Criação.

XANGÔ

Talvez estejamos diante do Orixá mais cultuado e respeitado no Brasil. Isso porque foi ele o

 primeiro deus iorubano, por assim dizer, que pisou em terras brasileiras. É, portanto, o principaltronco dos candomblés do Brasil.

Xangô é o rei das pedreiras, Senhor dos coriscos e do trovão, Pai de justiça e o Orixá da política. Guerreiro, bravo e conquistador, Xangô também é conhecido como o Orixá maisvaidoso, entre os deuses masculinos africanos. É monarca por natureza e chamado pelo termoOba, que significa rei. E é o Orixá que reina em Oyó, na Nigéria, antiga capital política daquele país.

 No dia a dia encontramos Xangô nos fóruns, delegacias, ministérios políticos. EncontramosXangô nas lideranças de sindicatos, associações, movimentos políticos, nos partidos políticos,nas campanhas políticas, enfim, em tudo que gera habilidade no trato das relações humanas ou

nos governos, de um modo geral.

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Xangô é a ideologia, a decisão, a vontade, a iniciativa. Xangô é a rigidez, a organização, otrabalho, a discussão pela melhora, o progresso cultural e social, a voz do povo, o levante, avontade de vencer.

Xangô é a capacidade de organizar e pôr em prática os projetos de diferentes áreas, é a reuniãode pessoas, para discutirem pontos e estratégias de trabalho. Xangô também é o sentido derealeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado “sangueazul”, o poder de liderança. 

Xangô traz as Rígidas leis de Binah, a Esfera da Restrição e das Leis. Não as leis dos homens,mas as leis imutáveis da física e da natureza, dos quais ninguém pode escapar.

IANSÃ

Deusa da espada de fogo, Dona das paixões, Iansã é a Rainha dos raios, dos ciclones, furacões,tufões, vendavais. Orixá do fogo, guerreira e poderosa. Mãe dos eguns, guia dos espíritos

desencarnados, Senhora dos cemitérios. Não é muito difícil depararmo-nos com a força da Natureza denominada Iansã (ou Oyá). Convivemos com ela, diariamente. Iansã é o vento, a brisa que alivia o calor. Iansã é também o calor, a quentura, o abafamento. É o tremular dos panos, das árvores, dos cabelos.

É a lava vulcânica destruidora. Ela é o fogo, o incêndio, a devastação pelas chamas. Oyá é oraio, a beleza deste fenômeno natural. É o seu poder. É a eletricidade. Iansã está presente no atosimples de acendermos uma lâmpada ou uma vela. Ela é o choque elétrico, a energia que gera ofuncionamento de rádios, televisões, máquinas e outros aparelhos. Iansã é a energia viva, pulsante, vibrante.

Sentimos Iansã nos ventos fortes, nos deslocamentos dos objetos sem vida. Orixá da provocação

e do ciúme. Iansã também é a paixão. Paixão violenta, que corrói, que cria sentimentos deloucura, que cria desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o clímax, o orgasmo dohomem e da mulher. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. A frase“estou apaixonado” tem a presença e a regência de Iansã, que é o Orixá que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados,ousados e desesperados. É o ciúmes doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido. É a paixão, propriamente dita.

Iansã é a disputa pelo ser amado. É a falta de medo das conseqüências de um ato impensado, nocampo amoroso. É até mesmo a vontade de trair, de amar livremente. Iansã rege o amor forte,violento. Oyá é também a senhora dos espíritos dos mortos, dos eguns, como se diz no

Candomblé. É ela que servirá de guia, ao lado de Obaluaê, para aquele espírito que sedesprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma. Iansãcorresponde ao Caos primordial, à fúria dos elementos naturais da criação, representada naEsfera de Hochma. 

OLORUM

Olorum não é propriamente um orixá. Não tem filhos na Terra e, por isso, não se manifesta  –  

isto é, não “baixa” – em ninguém.

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 Não participa do cerimonial do Candomblé, não exige oferendas nem comidas caprichadas ouvestimentas especiais. Na verdade, Olorum – que alguns chamam de Olodumaré – está acimadessas e de outras necessidades materiais.

Senhor de todas as coisas, ele é o princípio criador. Sem sua permissão, Odudua – orixá que orase apresenta como homem, ora como mulher  – não teria gerado o mundo, nem Oxalá poderiadar vida aos homens.

Olorum não é homem nem mulher, não tem características humanas, nem se envolve nos problemas do dia-a-dia. Sua única ligação com os homens acontece por intermédio dos orixás edo arco-íris – que, segundo a lenda, ele criou especialmente para esse fim, em apenas quatrosdias.

Por suas características de Deus (ao contrário dos Orixás, que são considerados forças danatureza, Olorum é considerado o Deus Único dentro da Umbanda, o que a torna uma religiãomonoteísta), Olorum esta relacionado à Esfera de Kether, embora alguns o coloquem comosendo mais aproximado de Ain-Soph, ou o Deus imaterializado.

93, 93/93!