Lição 4
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Lição 4: Gerados pela Palavra da Verdade
Data: 27 de Julho de 2014
T E X T O Á U R E O
“Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela
palavra de Deus, viva e que permanece para sempre” (1Pe 1.23).
V E R D A D E P R Á T I C A
Somente aqueles que foram gerados pela Palavra da Verdade são guiados pelo
Espírito Santo.
H I N O S S U G E R I D O S
50, 106, 128.
L E I T U R A D I Á R I A
Segunda - 1Pe 4.12,13
Alegrai-vos com a provação
Terça - Lm 5.21
Nossa oração pelo perdão
Quarta - Jo 3.3
Novo nascimento e Reino de Deus
Quinta - 1Jo 5.4
A vitória sobre o mundo
Sexta - 2Co 6.2
Hoje é dia de salvação
Sábado - 1Tm 2.4
Deus a todos quer salvar
L E I T U R A B Í B L I C A E M C L A S S E
Tiago 1.9-11,16-18.
9 - Mas glorie-se o irmão abatido na sua exaltação,
10 - E o rico em seu abatimento; porque ele passará como a flor da erva.
11 - Porque sai o sol com ardor, e a erva seca, e a sua flor cai, e a formosa
aparência do seu aspecto perece; assim se murchará também o rico em seus
caminhos.
16 - Não erreis, meus amados irmãos.
17 - Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das
luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação.
18 - Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que
fôssemos como primícias das suas criaturas.
I N T E R A Ç Ã O
Deus pode fazer o mal? O contexto da epístola de Tiago mostra que Ele é bom e,
portanto, a sua sabedoria só pode fazer o bem, jamais o mal. Nele, não há variação
de bondade e malignidade; de luz ou trevas. O nosso Pai Celestial decidiu de uma
vez por todas, em Jesus, fazer o bem para reconciliar o mundo consigo mesmo. Por
isso, a sabedoria de Deus é pura, bondosa, benigna, humilde, cordata, temperante,
etc. Porque Ele é bom! Prezado professor, que a bondade de Deus inunde a sua vida
e a dos seus alunos. Que eles decidam amar o próximo como o nosso Pai o ama.
O B J E T I V O S
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a: Analisar a relação entre os pobres e os ricos da igreja. Defender a verdade que Deus só faz o bem. Compreender que os filhos de Deus são as primícias dentre as criaturas.
O R I E N T A Ç Ã O P E D A G Ó G I C A
Prezado professor, para concluir o primeiro tópico da lição sugerimos mais uma
leitura dos versículos 9-11 do primeiro capítulo de Tiago. Logo em seguida, explique
aos alunos que à luz das Escrituras, apesar de o pobre ser marginalizado pela
sociedade cuja cultura predominante é a de “ter” e não de “ser”, ele é convidado a
gloriar-se em Cristo pela sua nova posição de filho de Deus. Enquanto o rico, no
encontro com o Evangelho de Cristo, é convidado por Cristo a se humilhar para
compreender a natureza passageira da sua riqueza. Sabendo assim acerca da sua
missão de suprir o pobre necessitado. Conclua o tópico afirmando que Deus é o
Senhor dos pobres e dos ricos.
C O M E N T Á R I O
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Verdade: Propriedade de está conforme os fatos ou a realidade.
Na lição de hoje vamos estudar acerca da qualidade relacional da igreja nos
diversos níveis de interação entre pessoas geradas pela Palavra. Veremos a Epístola
de Tiago apontando as distorções sociais que podem existir em um ambiente
eclesiástico ou de convivência entre irmãos. A nossa perspectiva é a de que
possamos nos relacionar com o outro independente da sua condição econômica e
social. Ligados, sobretudo, pelo Evangelho.
I. A RELAÇÃO ENTRE OS POBRES E OS RICOS DA IGREJA (Tg 1.9-11)
1. Os pobres na Igreja do primeiro século. Do ponto de vista social, a
pobreza exclui o ser humano dos direitos básicos necessários à sua subsistência.
Não é difícil reconhecer que a Igreja do primeiro século era constituída por duas
classes sociais: a dos pobres e a dos ricos, tendo evidentemente mais pobres em sua
composição. Uma vez que não podemos fazer acepção de pessoas (Rm 2.11; Cl
3.11), os pobres daquela época, que foram gerados pela Palavra e inseridos no
corpo de Cristo — a Igreja — tinham motivos de alegrar-se no Senhor, pois além do
novo nascimento, eles eram acolhidos pela igreja local (Gl 2.10).
2. Os ricos na Igreja Antiga. Por vezes, os ricos são identificados na Bíblia
como judeus proprietários de muitos bens e que negligenciavam as obrigações que
pesam sobre os que desfrutam de tal condição (Lv 19.10; 23.22,35-55; Dt 15.1-18; Is
1.15-17; Mq 6.9-16; 1Tm 6.9,17-19). Por cuja razão, e pelas suas atitudes, eles eram
frequentemente repreendidos pelas Escrituras (Am 3.10; Pv 11.28; 1Tm 6.17-19; Lc
6.24; 18.24,25). Os ricos e abastados têm a tendência a desenvolverem a
arrogância, a autossuficiência e a postura de senhores poderosos, que pensam
poder comprar as pessoas a qualquer preço. As Escrituras são claras em afirmar
que o Reino de Deus não pode ser comprado por dinheiro algum. É possível o irmão
rico ser gerado pela Palavra e tornar-se um filho de Deus? Sim, claro (Lc 18.25-26).
Porém, ele pode encontrar maior dificuldade para desprender-se de suas riquezas
(Mt 19.23-26, cf. v.11). É imprescindível que os mais abastados compreendam que
após entregarem-se a Cristo, obedecerão ao mesmo Evangelho a que os irmãos
pobres submetem-se. Aqui, torna-se ainda mais clara a verdade bíblica: para Deus
não há acepção de pessoas (Rm 2.11; Cl 3.11).
3. Perante Deus, pobres e ricos são iguais. A igreja local deve receber a
todos no espírito do Evangelho, isto é, como membros da família de Deus, pois
através da salvação em Cristo, independentemente da condição social, todos têm a
Deus como Pai (Rm 8.14), e a Jesus como irmão (Lc 8.21). Somos coerdeiros,
juntamente com Cristo, de uma herança eterna (1Pe 1.4), pertencentes à santa
família de Deus (Ef 2.19) e cidadãos de um reino imutável (Hb 12.28). Na família de
Deus há lugar para todo ser humano justificado por Cristo. Portanto, o irmão pobre
e o irmão rico não devem se envergonhar de suas condições sociais. Se o Evangelho
alcançou seus corações, o rico saberá biblicamente o que fazer com a sua riqueza. E
o pobre, de igual forma, como viverá sua pobreza. O importante é que Cristo em
tudo seja exaltado!
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Na igreja do primeiro século, pobres e ricos eram acolhidos em amor.
II. DEUS SÓ FAZ O BEM (Tg 1.16,17)
1. Não erreis (v.16). Com essa advertência o meio-irmão do Senhor não está
afirmando a doutrina da “santidade plena” ou perfeccionista: a de que o homem,
uma vez remido, não mais pecará. Tal palavra tem como propósito conclamar o
crente a não dar ouvidos à “voz” da concupiscência carnal. Recapitulando a
mensagem dos versículos 12 a 15, que tratam do tema da tentação, os versículos 9 a
11 formam uma introdução ao tema da tentação, ao passo o que versículo 16 é uma
advertência para os crentes não se curvarem aos desejos imorais e infames do
mundo, pois Deus é a fonte de tudo o que é bom. Logo, não podemos dar crédito
àquilo que é mau.
2. Todo dom e boa dádiva vêm de Deus. Um dom de Deus, como a sabedoria
que torna uma pessoa espiritualmente madura (v.4), não pode ser recebido pelo
crente através de esforço humano. Quem o distribui é Deus. Este dom é fruto da
graça do Pai para nós. Num tempo onde o ascetismo religioso tende a tirar o foco da
glória de Deus e da sua benignidade, tornando o ser humano “digno” do céu,
precisamos lembrar que a nossa vida espiritual não depende de disciplinas humanas
para receber dádivas de Deus. Depende de um relacionamento livre, espontâneo e
sincero com o Pai das Luzes mediante o seu Filho, Jesus Cristo, e na força do
Espírito Santo.
3. A origem de tudo o que é bom está no Pai das Luzes. Ao escrever que
“toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto”, Tiago declara que apenas as
boas virtudes vêm de Deus. Não há sombra de variação no Pai das Luzes, isto é,
nEle não há momentos de trevas e outros de luzes. Só há luz. Ele não muda e é
bom! Não faz o mal aos seus filhos (Lc 11.11-13). Infelizmente, muitos têm uma
visão turva de Deus como se Ele fosse um carrasco pronto a castigar-nos na
primeira oportunidade. Não devemos falar sobre o Pai desta maneira, lembremo-nos
do ensinamento joanino que fala sobre sermos defendidos e advogados por Jesus, o
Filho de Deus (1Jo 2.1,2).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Tudo o que é bom vem de Deus, pois nEle não há momento de bondade e
maldade. Ele é sempre bom!
III. PRIMÍCIAS DE DEUS ENTRE AS CRIATURAS (Tg 1.18)
1. Algo que somente Deus faz. A regeneração é um milagre proveniente do
Pai das Luzes, segundo a sua vontade (v.17). Foi Ele que nos gerou pela Palavra da
Verdade. Ser gerado de novo é uma ação realizada exclusivamente pelo Pai das
Luzes através do Santo Espírito. Ele limpa o homem dos seus pecados (Is 1.18),
dando-lhe perdão e implantando-lhe um novo caráter. Aqui, acontece o que o nosso
Senhor falou aos seus discípulos: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e
meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada” (Jo 14.23). O Pai é a
fonte de nossa vida espiritual (Jo 1.12,13).
2. A Palavra da Verdade. Naqueles dias, parte da igreja estava dispersa,
sofrendo muitas tribulações. Para superá-las era preciso uma inabalável convicção
de que, apesar das lutas, ela não havia deixado de ser as primícias do Senhor entre
as criaturas. Por esse motivo, Tiago enfatiza a expressão “Palavra da Verdade”.
Fomos gerados e enxertados pela Palavra que salva a nossa alma (v.21). Assim, a
despeito de todas as circunstâncias difíceis da vida, podemos aplicar essa verdade
afirmando que somos filhos de Deus, as primícias entre as criaturas do Senhor.
3. O propósito de Deus. A salvação é a maior bênção de Deus para a
humanidade. O propósito divino não é primeiramente abençoar o crente com
bênçãos materiais, mas fazer dele primícias de suas criaturas: os salvos pela graça
mediante a fé (Ef 2.8). No Antigo Testamento, as primícias eram a colheita do
melhor fruto (Lv 23.10,11 cf. Êx 23.19; Dt 18.4). Ao referir-se às primícias, Tiago
dizia aos primeiros irmãos, notadamente judeus, que eles foram escolhidos como
primícias do Evangelho. Os primeiros de muitos outros que Deus havia começado a
colher. Alegre-se no Senhor! Você faz parte das primícias da sua geração. Escolhido
por Deus e nomeado por Ele para proclamar as virtudes do Senhor neste mundo.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A partir da promessa da salvação, Deus colhe as suas primícias (os salvos)
dentre as criaturas.
CONCLUSÃO
Inseridos no processo de aperfeiçoamento espiritual, sofremos os mais diversos
tipos de provações, independentemente de nossa posição social, econômica e
cultural. Tais situações aperfeiçoam-nos e amadurecem-nos como pessoas. Quando
alguém é gerado pela Palavra da Verdade, ele é chamado pelo Pai a viver o
Evangelho em fidelidade. Não podemos nos esquecer do nosso maior desafio: fazer
o Evangelho falar num mundo dominado por relacionamentos distorcidos. Somos o
Corpo de Cristo, a Igreja de Deus: a coluna e firmeza da verdade (1Tm 3.15).
V O C A B U L Á R I O
Ascetismo: Doutrina de pensamento ou de fé que considera a ascese, isto é, a
disciplina e o autocontrole estritos do corpo e do espírito, um caminho
imprescindível em direção a Deus, à verdade ou à virtude.
Joanino: Referente ao Evangelho de João.
B I B L I O G R A F I A S U G E R I D A
PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo
Testamento. 1ª Edição, RJ: CPAD, 2007.
E X E R C Í C I O S
1. A Igreja do primeiro século era constituída por duas classes sociais. Quais eram
elas?
R. A dos pobres e a dos ricos, tendo evidentemente mais pobres em sua composição.
2. Quem eram os ricos identificados na Bíblia?
R. Os ricos são identificados na Bíblia como judeus proprietários de muitos bens e
que negligenciavam as obrigações que pesam sobre os que desfrutam de tal
condição (Lv 19.10; 23.22,35-55; Dt 15.1-18; Is 1.15-17; Mq 6.9-16; 1Tm 6.9,17-19).
3. Quem pode distribuir o dom da sabedoria?
R. Deus.
4. Ser gerado de novo é uma ação realizada exclusivamente por quem?
R. Ser gerado de novo é uma ação realizada exclusivamente pelo Pai das Luzes
através do Santo Espírito.
5. Qual é a maior bênção de Deus para a humanidade?
R. A salvação.
A U X Í L I O B I B L I O G R Á F I C O I
Subsídio Histórico-Cultural
“Mas glorie-se o irmão abatido na sua exaltação, e o rico, em seu abatimento
(1.9,10). A primeira palavra é hypsos, ‘exaltação’. A segunda é tapeinosis,
‘humildade/humilhação’. O perigo da pobreza é que uma pessoa pode invejar os
ricos e sentir-se inferior, ao passo que o perigo da riqueza é que uma pessoa pode
tornar-se orgulhosa e arrogante. Cada perigo é equilibrado pela perspectiva da vida,
que é modelada pela fé. O pobre encontra conforto e identidade na percepção de
que em Cristo ele foi exaltado até a posição de um filho de Deus. O rico recupera a
humildade ao contemplar o fato de que a riqueza material é passageira, e que para
vir até o Senhor ele abandonou a dependência de suas posses, aproximando-se de
Deus como um homem necessitado, procurando a salvação que está enraizada na
graça” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo
Testamento. 1ª Edição, RJ: CPAD, 2007, p.513).
A U X Í L I O B I B L I O G R Á F I C O I I
Subsídio Teológico
“O Nascimento através da Palavra (1.17-18).
Nesse capítulo de abertura, ao insistir que ‘Toda boa dádiva e todo dom perfeito
vêm do alto’ (v.17), Tiago está realçando dois pontos cruciais de seu argumento.
Deixa claro que um ‘dom perfeito’, tal como a sabedoria, necessário para tornar
uma pessoa ‘madura’ (‘madura’ em 1.4 e ‘perfeita’ em 1.17 são traduções da mesma
palavra grega, teleios), não pode ser recebido através do esforço humano, pois este
vem somente de Deus.
Ao afirmar que ‘todos’ esses dons têm sua origem em Deus, Tiago está também
declarando sua convicção de que somente bons dons vêm de Deus. Quando diz que
Deus é o ‘Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação’, está
provavelmente fazendo uma alusão a fenômenos astronômicos, tais como eclipses
lunares ou solares, ou às fases da lua. Pode-se confiar que cada dom de Deus será
bom e não resultará em qualquer tentação ou provação (1.13 e comentários).
A vontade de Deus difere da humana não só em sua perfeita bondade, mas
também em seus efeitos. Enquanto a vontade humana, pela sua inclinação ao mal,
originária de nossa natureza pecaminosa, leva a ações que irão ao final resultar em
morte, a vontade de Deus leva à vida. Na verdade, Tiago estabelece o contraste
desses diferentes resultados por meio de paralelos entre os processos de três
estágios que se iniciam com a vontade humana e a divina” (STRONSTAD, Roger;
ARRINGTON, French L. (Eds.)Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. 2ª Edição, RJ: CPAD, 2004, p.1666).
S U B S Í D I O S E N S I N A D O R C R I S T Ã O
Gerados pela Palavra da Verdade
Qual o contexto social em que a sua igreja local está localizada? Trata-se de uma
cidade nobre? Ou da periferia? Quem são os seus alunos? Como se dá a relação
social entre os seus alunos? O professor não pode planejar essa lição sem antes
fazer estas perguntas e respondê-las com sinceridade.
Inicie a aula descrevendo as classes sociais da Igreja do Primeiro Século. Para
isso, use o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, pois na seção bíblica
de Tiago [Orgulhando-se da “Coroa da Vida” (1.9-12)], o teólogo Timothy B. Cargal
procura responder como era, ou deveria ser, a relação dos crentes oriundos de
distintos contextos sociais, isto é, entre os ricos e os pobres da igreja. A conclusão
que o teólogo chega nesta seção da carta é que os “leitores estavam muito
conscientes de sua posição, e nem sempre se aproveitavam das oportunidades para
demonstrar a preocupação de Deus por aqueles que estavam necessitados (2.14-17).
Já se orgulhavam de sua elevada posição, talvez por considerarem ‘ricos’,
moralmente superiores, mesmo quando se identificavam com as armadilhas das
posições elevadas e do poder. Até mesmo pensavam a respeito de sua salvação
utilizando a imagem da sua posição social, isto é, a coroa da vida” (p.1665).
Um desastre que pode ocorrer ao crente economicamente bem sucedido é
quando ele interpreta as ocorrências cotidianas da vida como “acontecimentos
espirituais”. Ele faz uma teologia particular sem se importar com os outros ao
redor. Por exemplo, é comum um crente atribuir a Deus a compra de um bem
material dizendo “foi Deus quem me deu!”. Mas ele não pode esquecer o contexto
desta aquisição. Ora, estamos num país economicamente equilibrado e que, por
isso, lhe proporcionou uma linha de crédito para esse fim. Se nós não
considerarmos tais realidades poderemos entrar em questões bem difíceis, tais
como: Por que Deus deu um bem para um irmão e não deu ao outro? Ambos não são
salvos? É preciso explicar o mal que uma teologia individualista, como a da
prosperidade, pode causar a uma igreja local. Não podemos ignorar o ensino da
Palavra: a de que o rico deve suprir o necessitado, e este, deve se alegrar por se
achar o filho escolhido por Deus.
A U X Í L I O S C O M P L E M E N T A R E S
Elaboração: Escriba Digital
Palavra Chave
Verdade: Propriedade do que é real; que se conforma com a realidade. Genuíno.
Nesta epístola a Palavra de Deus é identificada como a verdade.
INTRODUÇÃO
O ensino de Tiago sobre esse assunto é aplicado para uma comunidade que está
passando por problemas econômicos sérios. Há diversas classes de pobres na
comunidade de Tiago: aqueles que estão desamparados e negligenciados sem culpa
própria — viúvas e órfãos; aqueles vitimados economicamente — trabalhadores cujo
estado deplorável ocorria em virtude da ganância e indiferença dos empregadores;
e ainda aqueles que foram reduzidos a necessidades medonhas de pobreza e
miséria, talvez por não terem direitos legais.
A pobreza e a riqueza, independentemente de suas origens, são fatos comuns à
realidade da existência humana. Evidentemente que nunca foi propósito de Deus
que uns poucos tivessem consigo tanta fortuna, enquanto que a maioria das pessoas
vive uma vida que abeira a extrema miséria. Então, de acordo com o ensino de
Tiago, qual deve ser a relação entre pobres e ricos? Tentaremos responder esta
questão analisando-a no contexto da igreja.
I. A RELAÇÃO ENTRE OS POBRES E OS RICOS DA IGREJA (Tg 1.9-11)
1. Os pobres na Igreja do primeiro século. Tiago sabia que muitos irmãos
estavam vivendo em profunda pobreza e ocupavam os cargos de menor
remuneração na sociedade. Essas pessoas precisavam de palavras de
encorajamento, pois as condições econômicas eram opressivas e difíceis de
entender. No entanto ele afirma que irmão cristão (v.9) pode regozijar-se mesmo
debaixo da opressão da pobreza. Ele não tem prazer nas suas privações, mas possui
a fonte da verdadeira alegria que eleva o seu espírito acima das limitações
materiais. A exaltação é o que a comunhão com Cristo faz pelo sentimento de
dignidade de uma pessoa diante de Deus. Quando um homem sabe que pertence a
Cristo e aprendeu a valorizar os valores espirituais da vida, não precisa de muitas
vantagens materiais para ser um homem satisfeito e alegre (Cf. Fp 4.10-13).
A pobreza é uma adversidade externa. Mas o cristão pobre deve se regozijar em
seu novo estado em Jesus Cristo. Este relacionamento deu-lhe verdadeira riqueza.
Ele é um herdeiro de Deus e um co-herdeiro com Jesus Cristo! Desta forma todo
cristão pobre é estimulado não apenas a saber de sua posição elevada mas também
a orgulhar-se dela. É com orgulho que aponta para seu Pai celeste e seu irmão,
Jesus Cristo.
2. Os ricos na Igreja Antiga. Tiago não está preocupado com as riquezas, mas
com a pessoa que as possui. Concluo, portanto, que o homem rico ou não vivia em
comunhão com Deus ou não é um cristão. Como pode uma pessoa rica “orgulhar-se
de sua posição inferior”? O pobre orgulha-se de suas riquezas espirituais, mas o
homem rico que não vive em comunhão com o Senhor ou que rejeita Deus é
espiritualmente cego e incapaz de ver seu “abatimento”. Ele se gloria de sua
riqueza material, mas a riqueza terrena “passará como a flor da erva”. Os bens
terrenos podem ser comparados às marés: eles vêm e vão.
Em uma única frase o autor descreve as condições climáticas de Israel. A
principal causa da seca é o calor ardente do sol que se levanta, especialmente
quando acompanhado do vento causticante do deserto. Essa combinação faz as
plantas murcharem rapidamente e sua flor e beleza desaparecem em questão de
horas. Quando o vento chamado siroco sopra dia e noite vindo do leste, o aspecto da
paisagem transforma-se drasticamente.
“Assim se murchará também o rico em seus caminhos”. Certamente as posses
terrenas do homem podem desaparecer num tempo incrivelmente curto, mas o texto
não diz que as riquezas desaparecerão. Afirma que o “rico murchará”. Em forma
poética, esta é a descrição do ser humano encontrada no Salmo 103.
A grande verdade que Tiago procura mostrar é que a vida do rico chega ao fim
enquanto ele se ocupa em ganhar dinheiro. Suas riquezas não são capazes de
prolongar sua vida, pois ele parte deixando para trás as suas posses.
3. Perante Deus, pobres e ricos são iguais. Teria o sábio realmente
vantagem sobre o tolo, ou isso seria apenas um conceito humano? Seria o pobre
qualificado para ter um espaço na sociedade, ou somente os ricos estariam
qualificados? Nos seus questionamentos irônicos, Salomão, com todo seu
conhecimento, parece deixar claro que a superioridade do conhecimento e de uma
boa qualificação social não nos faz superior a ninguém.
O mundo e a igreja estão cheios de pessoas que, por terem uma condição
financeira ou uma posição social melhor, se acham superiores às outras, e elas
vivem a vida julgando-se mais especiais. Deus não faz diferença, não discrimina,
nem privilegia seus filhos isoladamente. Para Ele todos são iguais, todos têm o
mesmo amor, todos são seus filhos e merecem a mesma luz, a mesma proteção. Não
importa a raça, o sexo, o nível cultural, se rico, ou pobre, se novo ou velho; todos
são iguais para os Seus olhos: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem
livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl
3.28).
Falar dessa igualdade significa reconhecer que Deus foi tão justo na sua criação
que criou o homem Sua imagem e semelhança, nos dando a igualdade como uma
condição primeira do homem como sua criatura. Se somos todos iguais aos olhos de
Deus, por que o homem se faz diferente, criando indiferenças com o irmão? Sejamos
sim, todos iguais. Façamos dessa semelhança com o Criador a nossa perfeição para
uma convivência fraterna com o nosso irmão, nosso semelhante. Reconheçamos
essa igualdade aos olhos de Deus e nos tornemos um ser perfeito, assim como
perfeita foi sua Criação.
Deus nos criou a Sua imagem e semelhança (Gn 1.26), mas o pecado vem
desqualificando essa igualdade que Deus colocou nos seres humanos. Desde que o
pecado entrou no mundo, as comparações e discriminações se tornaram algo
evidente na vida dos seres humanos. Na luta incontida pela sobrevivência, nós
queremos saber quem é o melhor e o maior.
II. DEUS SÓ FAZ O BEM (Tg 1.16,17)
1. Não erreis (v.16). Não tirem conclusões falsas por meio de uma lógica
aparente (consciente ou inconsciente). O ser humano que tenta se afirmar contra
Deus empenha de múltiplas maneiras sua capacidade mental para justificar essa
atitude errada. Ver a situação corretamente constitui o primeiro passo para que
possamos obter auxílio.
Não vagueiam tanto no seu pensamento a ponto de acreditar que qualquer
provação ou tentação, com um propósito mal, vem de Deus. Ele tem medo de que
esses crentes possam cair no erro da dúvida quanto à bondade de Deus, o que
poderia ser fatal à fé. Isso é um argumento com base na ideia oposta; pois assim
como Deus é o autor de todo o bem, assim também é absurda a suposição que ele é
o autor do mal. A Ele pertence fazer o bem; e de acordo com a Sua natureza, e da
parte dEle, todas as coisas boas chegam até nós. Portanto, qualquer maldade que
exista não concorda com a Sua natureza.
Ainda hoje alguns cristãos que são provados e testados perdem a perspectiva
correta e questionam a providência divina. Se Deus é Todo-Poderoso, por que Ele
não evita as tragédias e calamidades? O homem pode multiplicar as acusações
verbais e não-verbais contra Deus, mas não deve fazê-lo.
2. Todo dom e boa dádiva vêm de Deus. Deus é a personificação da bondade,
a fonte de tudo o que é bom, pois a bondade se origina dEle. Deus dá por meio da
criação do céu e da terra; Deus dá quando envia seu Filho; Deus dá ao derramar seu
Espírito. As dádivas que Deus coloca à disposição de Seu povo são boas e perfeitas
— cada uma delas. Elas incluem dádivas espirituais e materiais.
Todas as coisas nos são dadas pelas mãos de Deus, pois recebemos dEle tanto a
prosperidade quanto a adversidade. Deus dá ao seu povo provações e testes que,
por vezes, tomam a forma de calamidades. Assim diz o profeta Amós para o povo de
Israel: “Sucederá algum mal à cidade sem que o Senhor o tenha feito?” (3.6
— ARA).
Deus está completamente no controle de cada situação e sabe o que é melhor
para seus filhos. “Se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos,
quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhos pedirem?” (Mt
7.11; comparar com Lc 11.13).
3. A origem de tudo o que é bom está no Pai das Luzes. Olhe ao redor e
considere a bondade de Deus (1.17). Quando Satanás tentou Eva no jardim do Éden
e Jesus no deserto, ele questionou o amor de Deus. A bondade de Deus é o grande
escudo contra a tentação do diabo. Quando sabemos que Deus é bom, não
precisamos cair nas armadilhas do diabo para suprir nossas necessidades. E melhor
estar faminto dentro da vontade de Deus do que estar farto e cheio fora da vontade
de Deus (Dt 6.10-15). Jesus foi categórico com Satanás: “...Nem só de pão viverá o
homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4). Uma coisa é ser
tentado, outra coisa é ceder à tentação. Não é pecado ser tentado, mas sim ceder à
tentação. Lutero costumava dizer: “Você não pode impedir que um pássaro voe
sobre a sua cabeça, mas você pode impedir que ele faça ninho em sua cabeça”.
Tiago apresenta três fatos sobre a bondade de Deus: Deus dá somente boas
dádivas. Tudo o que Deus dá é bom, até as provas. O espinho na carne de Paulo foi
um dom estranho, mas foi uma grande bênção para ele (2Co 12.1-10). Deus dá
constantemente. O verbo “descendo” é um presente particípio, cujo significado é:
continua sempre descendo. Deus não dá seus dons apenas ocasionalmente, mas
constantemente. Deus não muda. Deus não pode mudar para pior porque Ele é
santo. Ele não pode mudar para melhor porque Ele é perfeito. O primeiro escudo
contra a tentação é o julgamento de Deus. O segundo é a bondade de Deus.
Tudo o que Deus nos dá é bom. Toda boa dádiva procede das Suas mãos. Ele,
muitas vezes, nos dá não o que pedimos, mas o que precisamos. Seríamos
destruídos se Deus deferisse todas nossas orações. Muitas vezes pedimos uma
pedra, pensando que estamos pedindo um pão; pedimos uma serpente, pensando
que estamos pedindo um peixe. Deus, então, é tão bondoso, que não nos dá o que
pedimos, mas o que necessitamos.
III. PRIMÍCIAS DE DEUS ENTRE AS CRIATURAS (Tg 1.18)
1. Algo que somente Deus faz. Tiago afirma que “Ele nos gerou”. A
regeneração expressa a experiência do recebimento da nova vida, da vida eterna.
Isso acontece quando o homem se encontra com Deus na busca da salvação. Por
isso só Ele faz isso.
O novo nascimento significa a entrada do homem no Reino de Deus (Jo 3.3).
Ninguém pode ser contado como cidadão antes de nascer. Do mesmo modo,
ninguém pode pertencer ao Reino de Deus antes de nascer de novo. A Bíblia diz: “O
Senhor, ao fazer descrição dos povos, dirá: Este é nascido ali” (Sl 87.6). São os
nascidos de novo que são inscritos no Livro da Vida (Lc 10.20).
Essa nova natureza é Cristo em nós (cf. Cl 3.4). Qualquer que é de novo gerado,
é gerado de “uma herança incorruptível” (1Pe 1.23), “a sua semente [de Deus]
permanece nele” (1Jo 3.9). O crente nasceu de novo pela semente divina e, por isso,
é participante da divina natureza (cf. 2Pe 1.4), e também participa da santidade de
Deus (Hb 12.10). Cumpre-se o milagre que Ezequiel predisse: “E vos darei um
coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da
vossa carne e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu espírito e
farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis” (Ez
36.26,27). Quando a vara é enxertada na árvore, ela se torna participante, não só da
raiz e da seiva (Rm 11.17), mas também da natureza da árvore, o que se verifica na
qualidade do fruto que essa vara agora produz (Jo 15.1-5). Assim também acontece
com aqueles em cujas vidas, pelo novo nascimento, operou a influência divina. Essa
influência os impulsiona andar nos caminhos do Senhor: “Ou dizeis que a árvore é
boa e o seu fruto, bom, ou dizeis que a árvore é má e o seu fruto, mau” (Mt 12.33-
35). Que milagre! Que maravilha é o novo nascimento! Por meio dessa operação da
graça divina, Deus restaura a imagem da sua semelhança moral no homem, pois
para isso o criou (Gn 1.26,27).
Ele, antes, estava escravizado pela própria carne. Agora, pelo novo nascimento,
tornou-se um filho de Deus (Jo 1.12), um ser livre, um súdito do Reino de Deus (Jo
3.5; Ef 2.19). Tudo aconteceu porque o Espírito Santo agora habita nele (1Co 3.16;
6.19; Rm 8.9), e exerce domínio sobre ele de modo total, o que deu origem à
transformação da sua personalidade. O homem recebe pois, pela regeneração, tanto
uma nova direção sobre sua vida, como poder de Deus para seguir essa direção. O
homem regenerado sente que, agora:
• Seu pensamento mudou; ele pensa diferentemente, de conformidade com a
vontade de Deus (Cl 3.10; Fp 4.7).
• Seu entendimento se abriu para as coisas de Deus, pois antes não as
entendia (1Co 2.15; 2Co 4.6) e Deus o renova para o conhecimento (Cl 3.10).
• O seu sentimento registra o gozo pela presença de Deus (cf. Sl 16.11);
agora ele ama a Deus (1Jo 4.19) e aos irmãos (1Jo 3.14).
• A sua vontade, que antes era escravizada pela carne (Ef 2.2,3; Is 53.6),
conforma-se com a vontade de Deus (Mt 6.10; 1Pe 1.22; 4.2; At 13.22).
• A sua consciência, agora purificada (Hb 9.14), torna-se sensível à direção
de Deus (Rm 2.15).
• Não está mais debaixo da carne, mas do Espírito (Rm 8.9). A sua carne, a
sua velha natureza, não foi aniquilada, pois ele a possui ainda, porém ela está
dominada pela nova natureza e foi entregue à morte (Gl 5.16,17; Rm 8.12,13), a
cruz (Gl 2.20).
“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que
vence o mundo: a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que
Jesus é o Filho de Deus?” (1Jo 5.4,5). O que nasceu de novo vive e se move em Jesus
(At 17.28). Jesus disse: “Estai em mim, e eu, em vós” (Jo 15.4). Por Jesus estar em
nós, “o homem velho”, a nossa natureza caída que antes atendia às tentações do
mundo (Ef 2.2,3) agora está crucificada (Rm 6.8) e despida (Ef 4.22), com o que
ficamos livres da lei da morte (Rm 8.2). Cristo está em nós, é a nossa força (Fp
4.13). Por isso, aquele que é nascido de Deus vence o mundo. Essa transformação
interna que a regeneração nos oferece por Cristo viver em nós, também opera uma
transformação radical na nossa vida exterior — não mais nos conformamos com o
mundo (Rm 12.2). A Bíblia diz: “Qualquer que é nascido de Deus não comete
pecado” (1Jo 3.9). Isso significa que não mais podemos viver em pecado, isto é,
continuamente pecando. Se surgir algum problema, se chegarmos a pecar, nossa
nova natureza imediatamente nos impulsiona a buscar perdão, restauração,
renovação da íntima comunhão com Deus, que, pelo pecado, ficara interrompida
(1Jo 2.1,2). Assim poderemos continuar vencendo o mundo.
2. A Palavra da verdade. O conceito da “verdade” vem desafiando a
humanidade por milhares de anos. Filósofos da antiga Grécia debatiam a natureza
da verdade. Eles discutiam se ela era real e absoluta, ou relativa e ilusória. Suas
dúvidas podem ter sido refletidas numa questão de Pilatos: “Que é a verdade?” (Jo
18.38).
Os humanos podem andar em dúvida e incerteza, mas Jesus é inequívoco. Ele
fala sobre a verdade como algo exato e objetivo. Em outra parte ele nos fala que a
verdade é a Palavra de Deus revelada. Quando ele falou com seu Pai (Jo 17.17), ele
disse: “tua palavra é a verdade”. Quando Jesus falou sobre a verdade, ele não estava
falando sobre uma vaga abstração resultante de um intenso pensamento humano,
meditação, lógica ou de um debate. Ele não definiu a verdade em termos subjetivos
como uma coisa qualquer que as pessoas escolheriam acreditar. Jesus definiu a
verdade como um fato revelado e eterno! A palavra de Deus é verdadeira
independentemente do fato de eu concordar com isso, de eu aceitar e obedecer, ou
rejeitar e contestar.
Outros que escreveram o Novo Testamento fizeram similares afirmações sobre a
palavra de Deus, achada nas Escrituras. Em 2 Timóteo 3.16-17, Paulo disse: “Toda
Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra” (ARA). Paulo também disse que seu
ensinamento não tinha palavras de sabedoria humana, e sim palavras reveladas pelo
Espírito Santo (veja 1Co 2.9-13).
Deus revelou a verdade como certa e absoluta. Deus não nos deu meramente
ideias subjetivas para serem moldadas de modo a se ajustarem às nossas situações.
Ele não aprova distorções ou modificações das Escrituras para que se ajustem aos
nossos caprichos. Deus certamente não nos deixou num mar de dúvidas onde nada
podemos saber com certeza.
Devemos escolher como responder a esta revelação de Deus. Nós podemos
obedecê-la ou rejeitá-la. Temos a liberdade de aceitar tudo o que Deus disse, ou
somente as partes que nos interessam. Mas quando decidirmos como responder a
ela, devemos lembrar de que nada o que fizermos irá mudar a veracidade de suas
palavras. Aproximadamente três mil anos atrás o escritor de Salmos disse: “A tua
palavra, Senhor, para sempre está firmada nos céus.” (Sl 119.89 — NVI).
3. O propósito de Deus. Deus intencionalmente gerou novas criaturas com o
propósito definido de fazer delas as primícias de suas criaturas. “Primícias” é termo
judaico, que seria muito bem entendido pelos leitores judeus cristãos. Representa
aquilo que era separado para Deus, antes que o restante fosse usado para qualquer
coisa, como a melhor parte de uma colheita ou as melhores ovelhas de um rebanho.
Eram os “primeiros frutos” (NVI). No Novo Testamento o termo é usado para se
referir aos cristãos, que têm as primícias do Espírito (Rm 8.23), aos judeus, que
foram as primícias da massa (Igreja) (Rm 11.6), a cristãos individuais que foram os
primeiros a se converter em uma região (Rm 16.5; 1Co 16.15), a Cristo, como a
primeira parte da ressurreição dos mortos (1Co 15.20,23). Tiago provavelmente usa
a expressão para se referir ao fato de que os regenerados são o ápice da criação de
Deus, aquela parte das suas criaturas que Deus intentou tomar para si, para que se
tornassem santos para o Senhor, assim como os primeiros frutos eram consagrados
a Ele. É nesse sentido que o termo ocorre em Apocalipse 14.4: “Estes são os que
dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro”.
Deus deseja uma geração que seja exclusiva para si, separada para si,
consagrada para si. E esse anseio do coração de Deus se revela em toda Bíblia. É
um cuidado da parte de Deus com os seus escolhidos. Sem a santidade, ninguém
verá o Senhor, isto é, não entrará no Reino de Deus. A santidade não pode ser
protelada para se buscar nos momentos de agonia, de sofrimento na vida. Quem não
se preparar e tiver vida santa na terra, não terá santidade na Eternidade. A
santidade é requerida na vida presente. Todo aquele que crê em um Deus Santo
deve buscar ser santo. Ser santo não é sugestão, mas imperativo para todo aquele
que se tornou filho de Deus.
CONCLUSÃO
Como igreja de Jesus Cristo, o SENHOR nos fez e nos comprou a todos. Não há
diferenças em Cristo Jesus. Temos a mesma salvação, a mesma esperança, as
mesmas dificuldades e a mesma expectativa futura. Deve haver amor mútuo,
respeito e alegria em cada um e para com os outros. Qualquer outra atitude, como
inveja, lutas ou ressentimento, é do inferno. Que a igreja de Jesus Cristo possa
prosperar através do amor, e sem qualquer acepção de pessoas.
Amados, não importa o quão pobre ou rico você é nas coisas deste mundo, o
Senhor o escolheu em Seu abençoado Filho para a vida e as riquezas eternas. Ele
escreveu o seu nome no Livro da Vida, e Ele o predestinou para a glória e a riqueza
eterna. Deveríamos ser capazes de cantar os Seus louvores para sempre, pois o
nosso céu no futuro excede em muito as riquezas vazias neste mundo perverso.
Portanto, o nosso cântico deve ser sempre: Santidade ao Senhor!
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