Lição 4

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Lição 4: Gerados pela Palavra da Verdade Data: 27 de Julho de 2014 TEXTO ÁUREO Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre(1Pe 1.23). VERDADE PRÁTICA Somente aqueles que foram gerados pela Palavra da Verdade são guiados pelo Espírito Santo. HINOS SUGERIDOS 50, 106, 128. LEITURA DIÁRIA Segunda - 1Pe 4.12,13 Alegrai-vos com a provação Terça - Lm 5.21 Nossa oração pelo perdão Quarta - Jo 3.3 Novo nascimento e Reino de Deus

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Lição 4: Gerados pela Palavra da Verdade

Data: 27 de Julho de 2014

 T E X T O Á U R E O

 

“Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela

palavra de Deus, viva e que permanece para sempre” (1Pe 1.23).

 V E R D A D E P R Á T I C A

 

Somente aqueles que foram gerados pela Palavra da Verdade são guiados pelo

Espírito Santo.

 H I N O S S U G E R I D O S

 

50, 106, 128.

 L E I T U R A D I Á R I A

 Segunda - 1Pe 4.12,13

Alegrai-vos com a provação

 

 Terça - Lm 5.21

Nossa oração pelo perdão

 

 Quarta - Jo 3.3

Novo nascimento e Reino de Deus

 

 Quinta - 1Jo 5.4

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A vitória sobre o mundo

 

 Sexta - 2Co 6.2

Hoje é dia de salvação

 

 Sábado - 1Tm 2.4

Deus a todos quer salvar

 L E I T U R A B Í B L I C A E M C L A S S E

 Tiago 1.9-11,16-18.

 

9 - Mas glorie-se o irmão abatido na sua exaltação,

10 - E o rico em seu abatimento; porque ele passará como a flor da erva.

11 - Porque sai o sol com ardor, e a erva seca, e a sua flor cai, e a formosa

aparência do seu aspecto perece; assim se murchará também o rico em seus

caminhos.

16 - Não erreis, meus amados irmãos.

17 - Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das

luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação.

18 - Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que

fôssemos como primícias das suas criaturas.

 I N T E R A Ç Ã O

 

Deus pode fazer o mal? O contexto da epístola de Tiago mostra que Ele é bom e,

portanto, a sua sabedoria só pode fazer o bem, jamais o mal. Nele, não há variação

de bondade e malignidade; de luz ou trevas. O nosso Pai Celestial decidiu de uma

vez por todas, em Jesus, fazer o bem para reconciliar o mundo consigo mesmo. Por

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isso, a sabedoria de Deus é pura, bondosa, benigna, humilde, cordata, temperante,

etc. Porque Ele é bom! Prezado professor, que a bondade de Deus inunde a sua vida

e a dos seus alunos. Que eles decidam amar o próximo como o nosso Pai o ama.

 O B J E T I V O S

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a: Analisar a relação entre os pobres e os ricos da igreja. Defender a verdade que Deus só faz o bem. Compreender que os filhos de Deus são as primícias dentre as criaturas.

 O R I E N T A Ç Ã O P E D A G Ó G I C A

 

Prezado professor, para concluir o primeiro tópico da lição sugerimos mais uma

leitura dos versículos 9-11 do primeiro capítulo de Tiago. Logo em seguida, explique

aos alunos que à luz das Escrituras, apesar de o pobre ser marginalizado pela

sociedade cuja cultura predominante é a de “ter” e não de “ser”, ele é convidado a

gloriar-se em Cristo pela sua nova posição de filho de Deus. Enquanto o rico, no

encontro com o Evangelho de Cristo, é convidado por Cristo a se humilhar para

compreender a natureza passageira da sua riqueza. Sabendo assim acerca da sua

missão de suprir o pobre necessitado. Conclua o tópico afirmando que Deus é o

Senhor dos pobres e dos ricos.

 C O M E N T Á R I O

 INTRODUÇÃO

 Palavra Chave

Verdade: Propriedade de está conforme os fatos ou a realidade.

 

Na lição de hoje vamos estudar acerca da qualidade relacional da igreja nos

diversos níveis de interação entre pessoas geradas pela Palavra. Veremos a Epístola

de Tiago apontando as distorções sociais que podem existir em um ambiente

eclesiástico ou de convivência entre irmãos. A nossa perspectiva é a de que

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possamos nos relacionar com o outro independente da sua condição econômica e

social. Ligados, sobretudo, pelo Evangelho.

 I. A RELAÇÃO ENTRE OS POBRES E OS RICOS DA IGREJA (Tg 1.9-11)

 

1. Os pobres na Igreja do primeiro século. Do ponto de vista social, a

pobreza exclui o ser humano dos direitos básicos necessários à sua subsistência.

Não é difícil reconhecer que a Igreja do primeiro século era constituída por duas

classes sociais: a dos pobres e a dos ricos, tendo evidentemente mais pobres em sua

composição. Uma vez que não podemos fazer acepção de pessoas (Rm 2.11; Cl

3.11), os pobres daquela época, que foram gerados pela Palavra e inseridos no

corpo de Cristo — a Igreja — tinham motivos de alegrar-se no Senhor, pois além do

novo nascimento, eles eram acolhidos pela igreja local (Gl 2.10).

2. Os ricos na Igreja Antiga. Por vezes, os ricos são identificados na Bíblia

como judeus proprietários de muitos bens e que negligenciavam as obrigações que

pesam sobre os que desfrutam de tal condição (Lv 19.10; 23.22,35-55; Dt 15.1-18; Is

1.15-17; Mq 6.9-16; 1Tm 6.9,17-19). Por cuja razão, e pelas suas atitudes, eles eram

frequentemente repreendidos pelas Escrituras (Am 3.10; Pv 11.28; 1Tm 6.17-19; Lc

6.24; 18.24,25). Os ricos e abastados têm a tendência a desenvolverem a

arrogância, a autossuficiência e a postura de senhores poderosos, que pensam

poder comprar as pessoas a qualquer preço. As Escrituras são claras em afirmar

que o Reino de Deus não pode ser comprado por dinheiro algum. É possível o irmão

rico ser gerado pela Palavra e tornar-se um filho de Deus? Sim, claro (Lc 18.25-26).

Porém, ele pode encontrar maior dificuldade para desprender-se de suas riquezas

(Mt 19.23-26, cf. v.11). É imprescindível que os mais abastados compreendam que

após entregarem-se a Cristo, obedecerão ao mesmo Evangelho a que os irmãos

pobres submetem-se. Aqui, torna-se ainda mais clara a verdade bíblica: para Deus

não há acepção de pessoas (Rm 2.11; Cl 3.11).

3. Perante Deus, pobres e ricos são iguais. A igreja local deve receber a

todos no espírito do Evangelho, isto é, como membros da família de Deus, pois

através da salvação em Cristo, independentemente da condição social, todos têm a

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Deus como Pai (Rm 8.14), e a Jesus como irmão (Lc 8.21). Somos coerdeiros,

juntamente com Cristo, de uma herança eterna (1Pe 1.4), pertencentes à santa

família de Deus (Ef 2.19) e cidadãos de um reino imutável (Hb 12.28). Na família de

Deus há lugar para todo ser humano justificado por Cristo. Portanto, o irmão pobre

e o irmão rico não devem se envergonhar de suas condições sociais. Se o Evangelho

alcançou seus corações, o rico saberá biblicamente o que fazer com a sua riqueza. E

o pobre, de igual forma, como viverá sua pobreza. O importante é que Cristo em

tudo seja exaltado!

 

 SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Na igreja do primeiro século, pobres e ricos eram acolhidos em amor.

 

 II. DEUS SÓ FAZ O BEM (Tg 1.16,17)

 

1. Não erreis (v.16). Com essa advertência o meio-irmão do Senhor não está

afirmando a doutrina da “santidade plena” ou perfeccionista: a de que o homem,

uma vez remido, não mais pecará. Tal palavra tem como propósito conclamar o

crente a não dar ouvidos à “voz” da concupiscência carnal. Recapitulando a

mensagem dos versículos 12 a 15, que tratam do tema da tentação, os versículos 9 a

11 formam uma introdução ao tema da tentação, ao passo o que versículo 16 é uma

advertência para os crentes não se curvarem aos desejos imorais e infames do

mundo, pois Deus é a fonte de tudo o que é bom. Logo, não podemos dar crédito

àquilo que é mau.

2. Todo dom e boa dádiva vêm de Deus. Um dom de Deus, como a sabedoria

que torna uma pessoa espiritualmente madura (v.4), não pode ser recebido pelo

crente através de esforço humano. Quem o distribui é Deus. Este dom é fruto da

graça do Pai para nós. Num tempo onde o ascetismo religioso tende a tirar o foco da

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glória de Deus e da sua benignidade, tornando o ser humano “digno” do céu,

precisamos lembrar que a nossa vida espiritual não depende de disciplinas humanas

para receber dádivas de Deus. Depende de um relacionamento livre, espontâneo e

sincero com o Pai das Luzes mediante o seu Filho, Jesus Cristo, e na força do

Espírito Santo.

3. A origem de tudo o que é bom está no Pai das Luzes. Ao escrever que

“toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto”, Tiago declara que apenas as

boas virtudes vêm de Deus. Não há sombra de variação no Pai das Luzes, isto é,

nEle não há momentos de trevas e outros de luzes. Só há luz. Ele não muda e é

bom! Não faz o mal aos seus filhos (Lc 11.11-13). Infelizmente, muitos têm uma

visão turva de Deus como se Ele fosse um carrasco pronto a castigar-nos na

primeira oportunidade. Não devemos falar sobre o Pai desta maneira, lembremo-nos

do ensinamento joanino que fala sobre sermos defendidos e advogados por Jesus, o

Filho de Deus (1Jo 2.1,2).

 

 SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Tudo o que é bom vem de Deus, pois nEle não há momento de bondade e

maldade. Ele é sempre bom!

 

 III. PRIMÍCIAS DE DEUS ENTRE AS CRIATURAS (Tg 1.18)

 

1. Algo que somente Deus faz. A regeneração é um milagre proveniente do

Pai das Luzes, segundo a sua vontade (v.17). Foi Ele que nos gerou pela Palavra da

Verdade. Ser gerado de novo é uma ação realizada exclusivamente pelo Pai das

Luzes através do Santo Espírito. Ele limpa o homem dos seus pecados (Is 1.18),

dando-lhe perdão e implantando-lhe um novo caráter. Aqui, acontece o que o nosso

Senhor falou aos seus discípulos: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e

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meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada” (Jo 14.23). O Pai é a

fonte de nossa vida espiritual (Jo 1.12,13).

2. A Palavra da Verdade. Naqueles dias, parte da igreja estava dispersa,

sofrendo muitas tribulações. Para superá-las era preciso uma inabalável convicção

de que, apesar das lutas, ela não havia deixado de ser as primícias do Senhor entre

as criaturas. Por esse motivo, Tiago enfatiza a expressão “Palavra da Verdade”.

Fomos gerados e enxertados pela Palavra que salva a nossa alma (v.21). Assim, a

despeito de todas as circunstâncias difíceis da vida, podemos aplicar essa verdade

afirmando que somos filhos de Deus, as primícias entre as criaturas do Senhor.

3. O propósito de Deus. A salvação é a maior bênção de Deus para a

humanidade. O propósito divino não é primeiramente abençoar o crente com

bênçãos materiais, mas fazer dele primícias de suas criaturas: os salvos pela graça

mediante a fé (Ef 2.8). No Antigo Testamento, as primícias eram a colheita do

melhor fruto (Lv 23.10,11 cf. Êx 23.19; Dt 18.4). Ao referir-se às primícias, Tiago

dizia aos primeiros irmãos, notadamente judeus, que eles foram escolhidos como

primícias do Evangelho. Os primeiros de muitos outros que Deus havia começado a

colher. Alegre-se no Senhor! Você faz parte das primícias da sua geração. Escolhido

por Deus e nomeado por Ele para proclamar as virtudes do Senhor neste mundo.

 

 SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

A partir da promessa da salvação, Deus colhe as suas primícias (os salvos)

dentre as criaturas.

 

 

CONCLUSÃO

 

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Inseridos no processo de aperfeiçoamento espiritual, sofremos os mais diversos

tipos de provações, independentemente de nossa posição social, econômica e

cultural. Tais situações aperfeiçoam-nos e amadurecem-nos como pessoas. Quando

alguém é gerado pela Palavra da Verdade, ele é chamado pelo Pai a viver o

Evangelho em fidelidade. Não podemos nos esquecer do nosso maior desafio: fazer

o Evangelho falar num mundo dominado por relacionamentos distorcidos. Somos o

Corpo de Cristo, a Igreja de Deus: a coluna e firmeza da verdade (1Tm 3.15).

 V O C A B U L Á R I O

 

Ascetismo: Doutrina de pensamento ou de fé que considera a ascese, isto é, a

disciplina e o autocontrole estritos do corpo e do espírito, um caminho

imprescindível em direção a Deus, à verdade ou à virtude.

Joanino: Referente ao Evangelho de João.

 B I B L I O G R A F I A S U G E R I D A

 

PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009.

RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo

Testamento. 1ª Edição, RJ: CPAD, 2007.

 E X E R C Í C I O S

 

1. A Igreja do primeiro século era constituída por duas classes sociais. Quais eram

elas?

R. A dos pobres e a dos ricos, tendo evidentemente mais pobres em sua composição.

 

2. Quem eram os ricos identificados na Bíblia?

R. Os ricos são identificados na Bíblia como judeus proprietários de muitos bens e

que negligenciavam as obrigações que pesam sobre os que desfrutam de tal

condição (Lv 19.10; 23.22,35-55; Dt 15.1-18; Is 1.15-17; Mq 6.9-16; 1Tm 6.9,17-19).

 

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3. Quem pode distribuir o dom da sabedoria?

R. Deus.

 

4. Ser gerado de novo é uma ação realizada exclusivamente por quem?

R. Ser gerado de novo é uma ação realizada exclusivamente pelo Pai das Luzes

através do Santo Espírito.

 

5. Qual é a maior bênção de Deus para a humanidade?

R. A salvação.

 A U X Í L I O B I B L I O G R Á F I C O I

 

Subsídio Histórico-Cultural

 

“Mas glorie-se o irmão abatido na sua exaltação, e o rico, em seu abatimento

(1.9,10). A primeira palavra é hypsos, ‘exaltação’. A segunda é tapeinosis,

‘humildade/humilhação’. O perigo da pobreza é que uma pessoa pode invejar os

ricos e sentir-se inferior, ao passo que o perigo da riqueza é que uma pessoa pode

tornar-se orgulhosa e arrogante. Cada perigo é equilibrado pela perspectiva da vida,

que é modelada pela fé. O pobre encontra conforto e identidade na percepção de

que em Cristo ele foi exaltado até a posição de um filho de Deus. O rico recupera a

humildade ao contemplar o fato de que a riqueza material é passageira, e que para

vir até o Senhor ele abandonou a dependência de suas posses, aproximando-se de

Deus como um homem necessitado, procurando a salvação que está enraizada na

graça” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo

Testamento. 1ª Edição, RJ: CPAD, 2007, p.513).

 A U X Í L I O B I B L I O G R Á F I C O I I

 

Subsídio Teológico

 

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“O Nascimento através da Palavra (1.17-18).

Nesse capítulo de abertura, ao insistir que ‘Toda boa dádiva e todo dom perfeito

vêm do alto’ (v.17), Tiago está realçando dois pontos cruciais de seu argumento.

Deixa claro que um ‘dom perfeito’, tal como a sabedoria, necessário para tornar

uma pessoa ‘madura’ (‘madura’ em 1.4 e ‘perfeita’ em 1.17 são traduções da mesma

palavra grega, teleios), não pode ser recebido através do esforço humano, pois este

vem somente de Deus.

Ao afirmar que ‘todos’ esses dons têm sua origem em Deus, Tiago está também

declarando sua convicção de que somente bons dons vêm de Deus. Quando diz que

Deus é o ‘Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação’, está

provavelmente fazendo uma alusão a fenômenos astronômicos, tais como eclipses

lunares ou solares, ou às fases da lua. Pode-se confiar que cada dom de Deus será

bom e não resultará em qualquer tentação ou provação (1.13 e comentários).

A vontade de Deus difere da humana não só em sua perfeita bondade, mas

também em seus efeitos. Enquanto a vontade humana, pela sua inclinação ao mal,

originária de nossa natureza pecaminosa, leva a ações que irão ao final resultar em

morte, a vontade de Deus leva à vida. Na verdade, Tiago estabelece o contraste

desses diferentes resultados por meio de paralelos entre os processos de três

estágios que se iniciam com a vontade humana e a divina” (STRONSTAD, Roger;

ARRINGTON, French L. (Eds.)Comentário Bíblico Pentecostal Novo

Testamento. 2ª Edição, RJ: CPAD, 2004, p.1666).

 S U B S Í D I O S E N S I N A D O R C R I S T Ã O

 

Gerados pela Palavra da Verdade

 

Qual o contexto social em que a sua igreja local está localizada? Trata-se de uma

cidade nobre? Ou da periferia? Quem são os seus alunos? Como se dá a relação

social entre os seus alunos? O professor não pode planejar essa lição sem antes

fazer estas perguntas e respondê-las com sinceridade.

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Inicie a aula descrevendo as classes sociais da Igreja do Primeiro Século. Para

isso, use o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, pois na seção bíblica

de Tiago [Orgulhando-se da “Coroa da Vida” (1.9-12)], o teólogo Timothy B. Cargal

procura responder como era, ou deveria ser, a relação dos crentes oriundos de

distintos contextos sociais, isto é, entre os ricos e os pobres da igreja. A conclusão

que o teólogo chega nesta seção da carta é que os “leitores estavam muito

conscientes de sua posição, e nem sempre se aproveitavam das oportunidades para

demonstrar a preocupação de Deus por aqueles que estavam necessitados (2.14-17).

Já se orgulhavam de sua elevada posição, talvez por considerarem ‘ricos’,

moralmente superiores, mesmo quando se identificavam com as armadilhas das

posições elevadas e do poder. Até mesmo pensavam a respeito de sua salvação

utilizando a imagem da sua posição social, isto é, a coroa da vida” (p.1665).

Um desastre que pode ocorrer ao crente economicamente bem sucedido é

quando ele interpreta as ocorrências cotidianas da vida como “acontecimentos

espirituais”. Ele faz uma teologia particular sem se importar com os outros ao

redor. Por exemplo, é comum um crente atribuir a Deus a compra de um bem

material dizendo “foi Deus quem me deu!”. Mas ele não pode esquecer o contexto

desta aquisição. Ora, estamos num país economicamente equilibrado e que, por

isso, lhe proporcionou uma linha de crédito para esse fim. Se nós não

considerarmos tais realidades poderemos entrar em questões bem difíceis, tais

como: Por que Deus deu um bem para um irmão e não deu ao outro? Ambos não são

salvos? É preciso explicar o mal que uma teologia individualista, como a da

prosperidade, pode causar a uma igreja local. Não podemos ignorar o ensino da

Palavra: a de que o rico deve suprir o necessitado, e este, deve se alegrar por se

achar o filho escolhido por Deus.

 A U X Í L I O S C O M P L E M E N T A R E S

 

Elaboração: Escriba Digital

 Palavra Chave

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Verdade: Propriedade do que é real; que se conforma com a realidade. Genuíno.

Nesta epístola a Palavra de Deus é identificada como a verdade.

 INTRODUÇÃO

 

O ensino de Tiago sobre esse assunto é aplicado para uma comunidade que está

passando por problemas econômicos sérios. Há diversas classes de pobres na

comunidade de Tiago: aqueles que estão desamparados e negligenciados sem culpa

própria — viúvas e órfãos; aqueles vitimados economicamente — trabalhadores cujo

estado deplorável ocorria em virtude da ganância e indiferença dos empregadores;

e ainda aqueles que foram reduzidos a necessidades medonhas de pobreza e

miséria, talvez por não terem direitos legais.

A pobreza e a riqueza, independentemente de suas origens, são fatos comuns à

realidade da existência humana. Evidentemente que nunca foi propósito de Deus

que uns poucos tivessem consigo tanta fortuna, enquanto que a maioria das pessoas

vive uma vida que abeira a extrema miséria. Então, de acordo com o ensino de

Tiago, qual deve ser a relação entre pobres e ricos? Tentaremos responder esta

questão analisando-a no contexto da igreja.

 I. A RELAÇÃO ENTRE OS POBRES E OS RICOS DA IGREJA (Tg 1.9-11)

 

1. Os pobres na Igreja do primeiro século. Tiago sabia que muitos irmãos

estavam vivendo em profunda pobreza e ocupavam os cargos de menor

remuneração na sociedade. Essas pessoas precisavam de palavras de

encorajamento, pois as condições econômicas eram opressivas e difíceis de

entender. No entanto ele afirma que irmão cristão (v.9) pode regozijar-se mesmo

debaixo da opressão da pobreza. Ele não tem prazer nas suas privações, mas possui

a fonte da verdadeira alegria que eleva o seu espírito acima das limitações

materiais. A exaltação é o que a comunhão com Cristo faz pelo sentimento de

dignidade de uma pessoa diante de Deus. Quando um homem sabe que pertence a

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Cristo e aprendeu a valorizar os valores espirituais da vida, não precisa de muitas

vantagens materiais para ser um homem satisfeito e alegre (Cf. Fp 4.10-13).

A pobreza é uma adversidade externa. Mas o cristão pobre deve se regozijar em

seu novo estado em Jesus Cristo. Este relacionamento deu-lhe verdadeira riqueza.

Ele é um herdeiro de Deus e um co-herdeiro com Jesus Cristo! Desta forma todo

cristão pobre é estimulado não apenas a saber de sua posição elevada mas também

a orgulhar-se dela. É com orgulho que aponta para seu Pai celeste e seu irmão,

Jesus Cristo.

2. Os ricos na Igreja Antiga. Tiago não está preocupado com as riquezas, mas

com a pessoa que as possui. Concluo, portanto, que o homem rico ou não vivia em

comunhão com Deus ou não é um cristão. Como pode uma pessoa rica “orgulhar-se

de sua posição inferior”? O pobre orgulha-se de suas riquezas espirituais, mas o

homem rico que não vive em comunhão com o Senhor ou que rejeita Deus é

espiritualmente cego e incapaz de ver seu “abatimento”. Ele se gloria de sua

riqueza material, mas a riqueza terrena “passará como a flor da erva”. Os bens

terrenos podem ser comparados às marés: eles vêm e vão.

Em uma única frase o autor descreve as condições climáticas de Israel. A

principal causa da seca é o calor ardente do sol que se levanta, especialmente

quando acompanhado do vento causticante do deserto. Essa combinação faz as

plantas murcharem rapidamente e sua flor e beleza desaparecem em questão de

horas. Quando o vento chamado siroco sopra dia e noite vindo do leste, o aspecto da

paisagem transforma-se drasticamente.

“Assim se murchará também o rico em seus caminhos”. Certamente as posses

terrenas do homem podem desaparecer num tempo incrivelmente curto, mas o texto

não diz que as riquezas desaparecerão. Afirma que o “rico murchará”. Em forma

poética, esta é a descrição do ser humano encontrada no Salmo 103.

A grande verdade que Tiago procura mostrar é que a vida do rico chega ao fim

enquanto ele se ocupa em ganhar dinheiro. Suas riquezas não são capazes de

prolongar sua vida, pois ele parte deixando para trás as suas posses.

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3. Perante Deus, pobres e ricos são iguais. Teria o sábio realmente

vantagem sobre o tolo, ou isso seria apenas um conceito humano? Seria o pobre

qualificado para ter um espaço na sociedade, ou somente os ricos estariam

qualificados? Nos seus questionamentos irônicos, Salomão, com todo seu

conhecimento, parece deixar claro que a superioridade do conhecimento e de uma

boa qualificação social não nos faz superior a ninguém.

O mundo e a igreja estão cheios de pessoas que, por terem uma condição

financeira ou uma posição social melhor, se acham superiores às outras, e elas

vivem a vida julgando-se mais especiais. Deus não faz diferença, não discrimina,

nem privilegia seus filhos isoladamente. Para Ele todos são iguais, todos têm o

mesmo amor, todos são seus filhos e merecem a mesma luz, a mesma proteção. Não

importa a raça, o sexo, o nível cultural, se rico, ou pobre, se novo ou velho; todos

são iguais para os Seus olhos: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem

livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl

3.28).

Falar dessa igualdade significa reconhecer que Deus foi tão justo na sua criação

que criou o homem Sua imagem e semelhança, nos dando a igualdade como uma

condição primeira do homem como sua criatura. Se somos todos iguais aos olhos de

Deus, por que o homem se faz diferente, criando indiferenças com o irmão? Sejamos

sim, todos iguais. Façamos dessa semelhança com o Criador a nossa perfeição para

uma convivência fraterna com o nosso irmão, nosso semelhante. Reconheçamos

essa igualdade aos olhos de Deus e nos tornemos um ser perfeito, assim como

perfeita foi sua Criação.

Deus nos criou a Sua imagem e semelhança (Gn 1.26), mas o pecado vem

desqualificando essa igualdade que Deus colocou nos seres humanos. Desde que o

pecado entrou no mundo, as comparações e discriminações se tornaram algo

evidente na vida dos seres humanos. Na luta incontida pela sobrevivência, nós

queremos saber quem é o melhor e o maior.

 II. DEUS SÓ FAZ O BEM (Tg 1.16,17)

 

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1. Não erreis (v.16). Não tirem conclusões falsas por meio de uma lógica

aparente (consciente ou inconsciente). O ser humano que tenta se afirmar contra

Deus empenha de múltiplas maneiras sua capacidade mental para justificar essa

atitude errada. Ver a situação corretamente constitui o primeiro passo para que

possamos obter auxílio.

Não vagueiam tanto no seu pensamento a ponto de acreditar que qualquer

provação ou tentação, com um propósito mal, vem de Deus. Ele tem medo de que

esses crentes possam cair no erro da dúvida quanto à bondade de Deus, o que

poderia ser fatal à fé. Isso é um argumento com base na ideia oposta; pois assim

como Deus é o autor de todo o bem, assim também é absurda a suposição que ele é

o autor do mal. A Ele pertence fazer o bem; e de acordo com a Sua natureza, e da

parte dEle, todas as coisas boas chegam até nós. Portanto, qualquer maldade que

exista não concorda com a Sua natureza.

Ainda hoje alguns cristãos que são provados e testados perdem a perspectiva

correta e questionam a providência divina. Se Deus é Todo-Poderoso, por que Ele

não evita as tragédias e calamidades? O homem pode multiplicar as acusações

verbais e não-verbais contra Deus, mas não deve fazê-lo.

2. Todo dom e boa dádiva vêm de Deus. Deus é a personificação da bondade,

a fonte de tudo o que é bom, pois a bondade se origina dEle. Deus dá por meio da

criação do céu e da terra; Deus dá quando envia seu Filho; Deus dá ao derramar seu

Espírito. As dádivas que Deus coloca à disposição de Seu povo são boas e perfeitas

— cada uma delas. Elas incluem dádivas espirituais e materiais.

Todas as coisas nos são dadas pelas mãos de Deus, pois recebemos dEle tanto a

prosperidade quanto a adversidade. Deus dá ao seu povo provações e testes que,

por vezes, tomam a forma de calamidades. Assim diz o profeta Amós para o povo de

Israel: “Sucederá algum mal à cidade sem que o Senhor o tenha feito?” (3.6

— ARA).

Deus está completamente no controle de cada situação e sabe o que é melhor

para seus filhos. “Se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos,

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quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhos pedirem?” (Mt

7.11; comparar com Lc 11.13).

3. A origem de tudo o que é bom está no Pai das Luzes. Olhe ao redor e

considere a bondade de Deus (1.17). Quando Satanás tentou Eva no jardim do Éden

e Jesus no deserto, ele questionou o amor de Deus. A bondade de Deus é o grande

escudo contra a tentação do diabo. Quando sabemos que Deus é bom, não

precisamos cair nas armadilhas do diabo para suprir nossas necessidades. E melhor

estar faminto dentro da vontade de Deus do que estar farto e cheio fora da vontade

de Deus (Dt 6.10-15). Jesus foi categórico com Satanás: “...Nem só de pão viverá o

homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4). Uma coisa é ser

tentado, outra coisa é ceder à tentação. Não é pecado ser tentado, mas sim ceder à

tentação. Lutero costumava dizer: “Você não pode impedir que um pássaro voe

sobre a sua cabeça, mas você pode impedir que ele faça ninho em sua cabeça”.

Tiago apresenta três fatos sobre a bondade de Deus: Deus dá somente boas

dádivas. Tudo o que Deus dá é bom, até as provas. O espinho na carne de Paulo foi

um dom estranho, mas foi uma grande bênção para ele (2Co 12.1-10). Deus dá

constantemente. O verbo “descendo” é um presente particípio, cujo significado é:

continua sempre descendo. Deus não dá seus dons apenas ocasionalmente, mas

constantemente. Deus não muda. Deus não pode mudar para pior porque Ele é

santo. Ele não pode mudar para melhor porque Ele é perfeito. O primeiro escudo

contra a tentação é o julgamento de Deus. O segundo é a bondade de Deus.

Tudo o que Deus nos dá é bom. Toda boa dádiva procede das Suas mãos. Ele,

muitas vezes, nos dá não o que pedimos, mas o que precisamos. Seríamos

destruídos se Deus deferisse todas nossas orações. Muitas vezes pedimos uma

pedra, pensando que estamos pedindo um pão; pedimos uma serpente, pensando

que estamos pedindo um peixe. Deus, então, é tão bondoso, que não nos dá o que

pedimos, mas o que necessitamos.

 III. PRIMÍCIAS DE DEUS ENTRE AS CRIATURAS (Tg 1.18)

 

Page 17: Lição 4

1. Algo que somente Deus faz. Tiago afirma que “Ele nos gerou”. A

regeneração expressa a experiência do recebimento da nova vida, da vida eterna.

Isso acontece quando o homem se encontra com Deus na busca da salvação. Por

isso só Ele faz isso.

O novo nascimento significa a entrada do homem no Reino de Deus (Jo 3.3).

Ninguém pode ser contado como cidadão antes de nascer. Do mesmo modo,

ninguém pode pertencer ao Reino de Deus antes de nascer de novo. A Bíblia diz: “O

Senhor, ao fazer descrição dos povos, dirá: Este é nascido ali” (Sl 87.6). São os

nascidos de novo que são inscritos no Livro da Vida (Lc 10.20).

Essa nova natureza é Cristo em nós (cf. Cl 3.4). Qualquer que é de novo gerado,

é gerado de “uma herança incorruptível” (1Pe 1.23), “a sua semente [de Deus]

permanece nele” (1Jo 3.9). O crente nasceu de novo pela semente divina e, por isso,

é participante da divina natureza (cf. 2Pe 1.4), e também participa da santidade de

Deus (Hb 12.10). Cumpre-se o milagre que Ezequiel predisse: “E vos darei um

coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da

vossa carne e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu espírito e

farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis” (Ez

36.26,27). Quando a vara é enxertada na árvore, ela se torna participante, não só da

raiz e da seiva (Rm 11.17), mas também da natureza da árvore, o que se verifica na

qualidade do fruto que essa vara agora produz (Jo 15.1-5). Assim também acontece

com aqueles em cujas vidas, pelo novo nascimento, operou a influência divina. Essa

influência os impulsiona andar nos caminhos do Senhor: “Ou dizeis que a árvore é

boa e o seu fruto, bom, ou dizeis que a árvore é má e o seu fruto, mau” (Mt 12.33-

35). Que milagre! Que maravilha é o novo nascimento! Por meio dessa operação da

graça divina, Deus restaura a imagem da sua semelhança moral no homem, pois

para isso o criou (Gn 1.26,27).

Ele, antes, estava escravizado pela própria carne. Agora, pelo novo nascimento,

tornou-se um filho de Deus (Jo 1.12), um ser livre, um súdito do Reino de Deus (Jo

3.5; Ef 2.19). Tudo aconteceu porque o Espírito Santo agora habita nele (1Co 3.16;

6.19; Rm 8.9), e exerce domínio sobre ele de modo total, o que deu origem à

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transformação da sua personalidade. O homem recebe pois, pela regeneração, tanto

uma nova direção sobre sua vida, como poder de Deus para seguir essa direção. O

homem regenerado sente que, agora:

   •    Seu pensamento mudou; ele pensa diferentemente, de conformidade com a

vontade de Deus (Cl 3.10; Fp 4.7).

   •    Seu entendimento se abriu para as coisas de Deus, pois antes não as

entendia (1Co 2.15; 2Co 4.6) e Deus o renova para o conhecimento (Cl 3.10).

   •    O seu sentimento registra o gozo pela presença de Deus (cf. Sl 16.11);

agora ele ama a Deus (1Jo 4.19) e aos irmãos (1Jo 3.14).

   •    A sua vontade, que antes era escravizada pela carne (Ef 2.2,3; Is 53.6),

conforma-se com a vontade de Deus (Mt 6.10; 1Pe 1.22; 4.2; At 13.22).

   •    A sua consciência, agora purificada (Hb 9.14), torna-se sensível à direção

de Deus (Rm 2.15).

   •    Não está mais debaixo da carne, mas do Espírito (Rm 8.9). A sua carne, a

sua velha natureza, não foi aniquilada, pois ele a possui ainda, porém ela está

dominada pela nova natureza e foi entregue à morte (Gl 5.16,17; Rm 8.12,13), a

cruz (Gl 2.20).

“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que

vence o mundo: a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que

Jesus é o Filho de Deus?” (1Jo 5.4,5). O que nasceu de novo vive e se move em Jesus

(At 17.28). Jesus disse: “Estai em mim, e eu, em vós” (Jo 15.4). Por Jesus estar em

nós, “o homem velho”, a nossa natureza caída que antes atendia às tentações do

mundo (Ef 2.2,3) agora está crucificada (Rm 6.8) e despida (Ef 4.22), com o que

ficamos livres da lei da morte (Rm 8.2). Cristo está em nós, é a nossa força (Fp

4.13). Por isso, aquele que é nascido de Deus vence o mundo. Essa transformação

interna que a regeneração nos oferece por Cristo viver em nós, também opera uma

transformação radical na nossa vida exterior — não mais nos conformamos com o

mundo (Rm 12.2). A Bíblia diz: “Qualquer que é nascido de Deus não comete

pecado” (1Jo 3.9). Isso significa que não mais podemos viver em pecado, isto é,

continuamente pecando. Se surgir algum problema, se chegarmos a pecar, nossa

Page 19: Lição 4

nova natureza imediatamente nos impulsiona a buscar perdão, restauração,

renovação da íntima comunhão com Deus, que, pelo pecado, ficara interrompida

(1Jo 2.1,2). Assim poderemos continuar vencendo o mundo.

2. A Palavra da verdade. O conceito da “verdade” vem desafiando a

humanidade por milhares de anos. Filósofos da antiga Grécia debatiam a natureza

da verdade. Eles discutiam se ela era real e absoluta, ou relativa e ilusória. Suas

dúvidas podem ter sido refletidas numa questão de Pilatos: “Que é a verdade?” (Jo

18.38).

Os humanos podem andar em dúvida e incerteza, mas Jesus é inequívoco. Ele

fala sobre a verdade como algo exato e objetivo. Em outra parte ele nos fala que a

verdade é a Palavra de Deus revelada. Quando ele falou com seu Pai (Jo 17.17), ele

disse: “tua palavra é a verdade”. Quando Jesus falou sobre a verdade, ele não estava

falando sobre uma vaga abstração resultante de um intenso pensamento humano,

meditação, lógica ou de um debate. Ele não definiu a verdade em termos subjetivos

como uma coisa qualquer que as pessoas escolheriam acreditar. Jesus definiu a

verdade como um fato revelado e eterno! A palavra de Deus é verdadeira

independentemente do fato de eu concordar com isso, de eu aceitar e obedecer, ou

rejeitar e contestar.

Outros que escreveram o Novo Testamento fizeram similares afirmações sobre a

palavra de Deus, achada nas Escrituras. Em 2 Timóteo 3.16-17, Paulo disse: “Toda

Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a

correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e

perfeitamente habilitado para toda boa obra” (ARA). Paulo também disse que seu

ensinamento não tinha palavras de sabedoria humana, e sim palavras reveladas pelo

Espírito Santo (veja 1Co 2.9-13).

Deus revelou a verdade como certa e absoluta. Deus não nos deu meramente

ideias subjetivas para serem moldadas de modo a se ajustarem às nossas situações.

Ele não aprova distorções ou modificações das Escrituras para que se ajustem aos

nossos caprichos. Deus certamente não nos deixou num mar de dúvidas onde nada

podemos saber com certeza.

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Devemos escolher como responder a esta revelação de Deus. Nós podemos

obedecê-la ou rejeitá-la. Temos a liberdade de aceitar tudo o que Deus disse, ou

somente as partes que nos interessam. Mas quando decidirmos como responder a

ela, devemos lembrar de que nada o que fizermos irá mudar a veracidade de suas

palavras. Aproximadamente três mil anos atrás o escritor de Salmos disse: “A tua

palavra, Senhor, para sempre está firmada nos céus.” (Sl 119.89 — NVI).

3. O propósito de Deus. Deus intencionalmente gerou novas criaturas com o

propósito definido de fazer delas as primícias de suas criaturas. “Primícias” é termo

judaico, que seria muito bem entendido pelos leitores judeus cristãos. Representa

aquilo que era separado para Deus, antes que o restante fosse usado para qualquer

coisa, como a melhor parte de uma colheita ou as melhores ovelhas de um rebanho.

Eram os “primeiros frutos” (NVI). No Novo Testamento o termo é usado para se

referir aos cristãos, que têm as primícias do Espírito (Rm 8.23), aos judeus, que

foram as primícias da massa (Igreja) (Rm 11.6), a cristãos individuais que foram os

primeiros a se converter em uma região (Rm 16.5; 1Co 16.15), a Cristo, como a

primeira parte da ressurreição dos mortos (1Co 15.20,23). Tiago provavelmente usa

a expressão para se referir ao fato de que os regenerados são o ápice da criação de

Deus, aquela parte das suas criaturas que Deus intentou tomar para si, para que se

tornassem santos para o Senhor, assim como os primeiros frutos eram consagrados

a Ele. É nesse sentido que o termo ocorre em Apocalipse 14.4: “Estes são os que

dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro”.

Deus deseja uma geração que seja exclusiva para si, separada para si,

consagrada para si. E esse anseio do coração de Deus se revela em toda Bíblia. É

um cuidado da parte de Deus com os seus escolhidos. Sem a santidade, ninguém

verá o Senhor, isto é, não entrará no Reino de Deus. A santidade não pode ser

protelada para se buscar nos momentos de agonia, de sofrimento na vida. Quem não

se preparar e tiver vida santa na terra, não terá santidade na Eternidade. A

santidade é requerida na vida presente. Todo aquele que crê em um Deus Santo

deve buscar ser santo. Ser santo não é sugestão, mas imperativo para todo aquele

que se tornou filho de Deus.

Page 21: Lição 4

 

CONCLUSÃO

 

Como igreja de Jesus Cristo, o SENHOR nos fez e nos comprou a todos. Não há

diferenças em Cristo Jesus. Temos a mesma salvação, a mesma esperança, as

mesmas dificuldades e a mesma expectativa futura. Deve haver amor mútuo,

respeito e alegria em cada um e para com os outros. Qualquer outra atitude, como

inveja, lutas ou ressentimento, é do inferno. Que a igreja de Jesus Cristo possa

prosperar através do amor, e sem qualquer acepção de pessoas.

Amados, não importa o quão pobre ou rico você é nas coisas deste mundo, o

Senhor o escolheu em Seu abençoado Filho para a vida e as riquezas eternas. Ele

escreveu o seu nome no Livro da Vida, e Ele o predestinou para a glória e a riqueza

eterna. Deveríamos ser capazes de cantar os Seus louvores para sempre, pois o

nosso céu no futuro excede em muito as riquezas vazias neste mundo perverso.

Portanto, o nosso cântico deve ser sempre: Santidade ao Senhor!

 

BIBLIOGRAFIA

 

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