Lição 9 mortos para o pecado

22
Justiça e Graça Um estudo da Doutrina da Salvação na carta aos Romanos Lição 9 28 de Fevereiro de 2016 Mortos para o pecado

Transcript of Lição 9 mortos para o pecado

Justiça e Graça

Um estudo da Doutrina da Salvação na carta aos Romanos

Lição 928 de

Fevereirode 2016

Mortos para o pecado

CONSCIENTIZAR

de que após a justificação o crente deve

manter uma vida de santificação;

SABER que após a justificação o

crente assume uma nova posição

diante de Deus;

RECONHECER que após a justificação o crente deve viver

em novidade de vida.

alvo

Texto Bíblico

Romanos 6.1-8.

1 — Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante?2 — De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?3 — Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?4 — De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.5 — Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição;6 — sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado.7 — Porque aquele que está morto está justificado do pecado.8 — Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos;

INTRODUÇÃO

No texto a ser estudado, Paulo apresenta um problema que pode surgir dependendo da interpretação da nova posição diante de Deus,

perdoado gratuitamente e livre em Cristo. Nesta lição vamos refletir a respeito das mudanças que ocorrem com o crente após a justificação. Veremos que após a justificação, o salvo: deve morrer para o pecado e

ocupar uma nova posição diante de Deus, andando em novidade de vida.

I. O JUSTIFICADO DEVE MORRER PARA O PECADO (vv.1-4,6,7)

A má interpretação da justificação pela fé (v.1).

A doutrina da justificação pela fé não era tão fácil de ser assimilada poralguém que viveu anos debaixo do jugo da Lei. Imagine um judeu queviveu a vida toda sendo ensinado que a observância da Lei deveria serrigorosa, pois era o único meio para se justificar diante de Deus. Coloque-se no lugar dele. De repente, aparece um judeu que há pouco tempohavia se convertido para uma nova religião (cristianismo), anunciando queDeus enviou o seu Filho como ser humano, permitindo que Ele morresseem uma cruz, levando a maldição de toda a humanidade sobre si eoferecendo o perdão gratuito a todas as pessoas que o reconheça comoDeus. Praticamente tudo o que ele havia aprendido e tentado praticar écolocado por terra. Considere, então, ele aceitando esta pregação doEvangelho. Alguns conversos ao cristianismo, considerando a “facilidade”da vida na graça, continuavam ou acham que poderiam continuar naprática do pecado, confiando no perdão imerecido de Deus.

Advertência contra o abuso da graça (v.2).

O comportamento libertino apontado no tópico é a preocupação doapóstolo: “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que agraça seja mais abundante?” (v.1). Este problema não é exclusivo daépoca da Igreja Primitiva, ainda hoje alguns cristãos interpretamequivocadamente a ação da graça de Cristo. Estes afirmam que uma vezjustificados pela fé em Cristo, justificados para sempre. Para eles, a vidaque a pessoa leva não interferirá mais em sua salvação, pois Deus nãoretiraria o dom da salvação já dado ao crente. Paulo é incisivo em suaresposta: “De modo nenhum!” (v.2). O fato de ser justificadogratuitamente não dá o direito de abusar da graça de Cristo (Gl 5.1,13),contrariamente, devemos ser cada vez mais grato pela sua graciosidade ese espelhar no seu exemplo de vida. A liberdade que Cristo nos dá não épara fazermos o que quisermos, mas para viver uma vida genuinamentecristã.

Justificados e mortos para o pecado.

Conforme já visto anteriormente, o crente em Cristo é declarado justono tribunal de Deus, mas ao mesmo tempo o velho homem morrelegalmente, crucificado com Cristo, e ressurge como uma nova vida emsua ressurreição (2Co 5.17). Na morte de Cristo Deus demonstra ojulgamento justo e na sua ressurreição prova sua justiça. Algunsteólogos defendem que o crente morre e ressurge no batismo naságuas, como um sacramento obrigatório para salvação, entretanto ocrente é crucificado e morto na justificação (v.7). O batismo nas águas éum ato público para atender uma ordenança que formalizasimbolicamente o que já ocorreu, seu sepultamento (Cl 2.12).Entretanto, aqui não se trata especificamente da obra do Espírito Santo(1Co 12.13; Gl 3.27). O salvo não pode mais servir ao pecado, pois amorte do escravo o liberta de sua escravidão (v.6).

O fato de estarmos justificados pela graça de Cristo, Não nos dá o direito de abusarmos da liberdade em

Cristo, mas sim seguirmos o exemplo de vida de Jesus.

O apóstolo Paulo parece ser repetitivo no ensino sobre a doutrina da justificação pela fé, entretanto, o que pode ser

percebido é a dedicação do apóstolo para não deixar brecha para más interpretações ou abusos dos crentes.

II. MORTOS PARA O PECADO (vv.3-11)

Conhecendo a nova posição em Cristo (vv.3,5-7,9).

O batismo nas águas já citado, é uma bela representação da nova posiçãodo salvo em Cristo (v.3), morto para o pecado (debaixo da água)justificado e reconciliado com Deus (ao sair da água). O crente justificadosendo sepultado pela morte para o pecado e surgindo para uma nova vidaem Cristo, uma nova disposição na relação com Deus. Esta nova posiçãoassegura a vida eterna com Deus, mas também exige uma aproximaçãocom a vida de obediência de Cristo, não priorizando a si mesmo e seusdesejos, mas o bem da coletividade, o Reino de Deus. Uma novaidentidade, não mais relacionada ao primeiro Adão, mas da descendênciade Cristo, o segundo Adão, e membro de sua família. Esta nova vida, nãosignifica que o crente nunca mais irá pecar, mas que não viverá na práticado pecado, como seu escravo. Portanto, uma vez justificados(instantaneamente), sigamos a santificação (processo contínuo) durantetoda a vida ou até o arrebatamento da Igreja.

Vivificados em Cristo (vv.8-11).

A nova vida com Cristo é uma vida separada e de intimidade, vivida com opropósito de nunca mais morrer espiritualmente. Identificados com amorte de Cristo, da mesma forma que Ele sofreu pelo evangelho, o salvotambém passará por aflições (Jo 16.33). Todavia, acima de tudo, tambémidentificados com sua ressurreição (v.5-7), em que teve a vitória decisivasobre o pecado e retorna com o corpo glorificado de igual modo garanteao salvo a transformação do corpo corruptível em um corpo incorruptível,como o de Cristo (1Co 15.54; 1Ts 4.16-18). Mas a promessa não ésomente para o futuro, o presente também é contemplado, pois a novavida não é conquistada pela própria força, mas pela graça de Cristo quesustenta o fiel, até o ponto de suportar as diversas adversidades (Rm8.35). Como instrui a palavra do apóstolo para Timóteo, quando este seachava só no ministério: “fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus”(2Tm 2.1).

Embaixadores de Cristo na Terra.

Cristo cumpriu sua missão e retornou ao Pai, porém, como Igreja nãonos retirou do mundo (Jo 17), mas deixou-nos para representar-lhe,anunciando seu evangelho. Morto e vivificado com Cristo, o cristão viveagora guiado pelo Espírito Santo, como embaixador de Cristo, conformePaulo afirma à igreja de Corinto: “isto é, Deus estava em Cristoreconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, epôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somosembaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse.Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus”(2Co 5.19,20). Quem era condenado e sem esperança, passa a serembaixador de Deus, anunciando o poder do Evangelho, revelação dajustiça de Deus que transforma o ser humano e o prepara para a vidaeterna.

Você tem sido grato pela sua nova posição diante de Deus?

O batismo é a formalização pública que simboliza o sepultamento do crente, que já morreu para o pecado em sua

justificação.

III. MORTO PARA O PECADO E EM NOVIDADE DE VIDA (vv.12-14)

Quem reina na nova vida não é mais o pecado (v.12).

O cristão ao receber a nova natureza durante o processo da justificaçãonão aceita mais o reinado do pecado, não sente mais prazer em sesubmeter aos seus próprios desejos, mas sua consciência é orientadapelo Espírito Santo que o convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo16.8-11). Na época do apóstolo, se dizer cristão era risco de morte e de,no mínimo, preconceito. Atualmente, tem se tornado em determinadosmeios até “chique” se dizer evangélico ou “gospel”. Algumas pessoastêm se infiltrado na comunidade evangélica, se dizendo convertidas,mas com propósito de explorar as ovelhas do aprisco de Jesus. Fazemtoda a pose teatral nas igrejas, mas fora delas continuam com a mesmavida de antes. No entanto, a orientação bíblica é que, uma vezjustificado, o crente deve andar em novidade de vida, embora aindacom o corpo de pecado e morte (Rm 6.11; 7.24).

Libertando os membros do corpo do domínio do pecado (vv.13,14a).

A intimidade com Cristo leva a uma mudança de mentalidade, em queas coisas que agradam a Deus são as que passam a orientar a vontade eas atitudes do crente. No nosso corpo físico, os membros atendem oscomandos do cérebro (mente). No sentido espiritual não é diferente,pois uma vez tendo a mente de Cristo conduz-nos por completo àvontade de Deus. A pessoa que tem a mente de Cristo discerne ascoisas espirituais, mesmo no mundo material e usa os membros docorpo a serviço da justiça (2Co 2.14,15). O “velho homem” tinha umamente insubmissa ao Espírito Santo e entregue ao domínio do pecado,mas o salvo submete sua mente ao controle do Espírito Santo, assim apaz de Deus, que excede todo entendimento, guarda seu coração eseus sentimentos (Fp 4.6-7) e, consequentemente, conduz seusmembros para a prática da justiça.

Quem está reinando em sua vida? Ao analisar as características de quem vive uma vida vitoriosa debaixo da graça, você

consegue se incluir nesta forma de vida?

A mente do crente justificado é renovada e dirigida pela intuição do Espírito, que passa a conduzir a emoção, a vontade e os membros do seu corpo físico para a prática da justiça.

Nesta lição, aprendemos que o apóstolo tinha uma preocupação que o incomodava: a possibilidade de má

interpretação da doutrina da justificação pela fé e a prática da libertinagem. Por isso, reforça a necessidade da

santidade.

1. Qual a preocupação do apóstolo quanto à má interpretação sobre a doutrina da justificação pela fé expressada em Romanos 6.1,2?A preocupação do apóstolo é que as pessoas, em especial os judeu-cristãos, pudessem entender que a “facilidade” da justificação pela fé, sem obras, liberasse o crente para pecar, confiante no perdão gratuito de Deus.

2. A nova posição do crente justificado significa que ele não mais pecará? Explique:A nova posição do crente justificado diante de Deus não significa que o crente nunca mais irá pecar, mas que não viverá na prática do pecado, como seu escravo.

3. Qual o texto bíblico em que Paulo afirma que somos embaixadores de Cristo?Paulo afirma que somos embaixadores de Cristo em 2 Coríntios 5.20: “isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus”.

4. De acordo com a lição, o que acontece quando uma pessoa tem a mente de Cristo?A pessoa que tem a mente de Cristo, permite que o Espírito Santo conduza sua emoção, sua vontade e os membros do corpo físico. A pessoa discerne as coisas espirituais, mesmo no mundo material e usa os membros do corpo a serviço da justiça (2Co 2.14-15).

5. Qual a orientação dada na lição para as pessoas que querem viver uma vida vitoriosa debaixo da graça de Cristo?Quem quer viver uma vida vitoriosa debaixo da graça de Cristo precisa aprender a primar por um bom testemunho (Cl 4.5), seguir a paz com todos, santificação e sem raiz de amargura (Hb 12.14,15), perdoar (Ef 4.32), amar com amor fraternal e dar honra aos outros (Rm 12.10), dentre outras atitudes incentivadas pela Bíblia.