Liga profissional de futebol americano chega ao Brasil

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“Essa convivência será o diferencial. Conviver, treinar e jogar ao lado de um norte-americano faz de você um expert.” Adam Araújo JOGADOR DO DÍNAMO Sonhoéque,dentro dedezanos,otípico esportedosEUA sejaosegundo preferidonoBrasil Experiência Estratégia Números Futebol americano. Grupo de investidores cria liga brasileira nos moldes da que existe nos Estados Unidos ¬ DANIEL OTTONI ¬ A realidade norte-ameri- cana de dar uma bola oval a uma criança nos primei- ros anos de vida pode até não acontecer no Brasil nos próximos anos, mas a sociedade do esporte brasi- leiro pode se preparar, por- que o futebol americano chegará com ainda mais força no país a partir de no- vembro. O empresário nor- te-americano Bruce Da- niels pode ser o pioneiro pela maior evolução desse esporte no Brasil nos próxi- mos anos. Foi por meio de sua ideia e força de vontade que um grupo de investido- res do país do Tio Sam deci- diu apostar em colocar a mo- dalidade em outro patamar em terras brasileiras, com a criação da Liga Brasileira de Futebol Americano (LFA). Atualmente, o Brasil já con- ta com dois torneios de ní- vel nacional, mas que não possuem a estrutura e a or- ganização que estão por vir. As novidades mostram que a proposta chega real- mente para consolidar o es- porte por aqui, mesmo que o retorno seja esperado pa- ra alguns anos a frente. “O mais importante será au- mentar a qualidade do jogo com a presença de atletas dos EUA. Isso vai ajudar muito na evolução do jogo dos brasileiros. Dessa for- ma, será mais fácil desper- tar a atenção de quem ainda não é fã do esporte”, comen- ta o empresário e comissá- rio da LFA, Bruce Daniels. Ao lados dos norte-ameri- canos, que são especialistas na modalidade, estarão vá- rios brasileiros, que foram se- lecionados pelo bom desem- penho realizado pelas suas equipes durante as ligas bra- sileiras existentes há alguns anos. “Eles (norte-america- nos) conhecem o esporte co- mo ninguém. Eles crescem com aquela filosofia, a mus- culatura e os sentidos já tra- balham a favor do esporte. Isso faz deles peças impor- tantes para a evolução do es- porte aqui no Brasil. O fato dessa convivência desde o berço com o esporte será um diferencial na liga. Convi- ver, treinar e jogar ao lado de um norte-americano faz de você um expert”, garante Adam Araújo, um dos seis mineiros selecionados para integrar uma equipe da LFA. Ele defenderá o Dínamo. Serão seis novos times – Missão Paraná (PR), Rio Atlântico (RJ), Tropa (SC), Bravo Oeste (MT), Dínamo (SP) e Bandeira Paulista (SP). Além de Adam, outro mineiro garantido é Ítalo Min- goni, que jogará pelo Tropa. A meta é, em dez anos, conseguir atingir um nível atualmente impensado pa- ra muitos. “A Liga chega de- pois de dois anos de intenso planejamento. Nós começa- mos o desenvolvimento no fim de 2011, por isso esta- mos muito entusiasmados com o primeiro jogo, marca- do para o dia 9 de novem- bro. Nosso objetivo é que o futebol americano seja o segundo esporte do Brasil dentro de dez anos. Tere- mos muito trabalho, mas acreditamos que podemos chegar lá”, projeta Bruce. A evolução do “futebol brasileiro” nos EUA serve de motivação e exemplo para o norte-americano. “A liga de futebol nos EUA têm maior média de públi- co que o Campeonato Bra- sileiro. Por lá, o ‘soccer’ já virou um sucesso e muitos duvidavam disso. Alguns aspectos ajudaram muito, como a presença de estran- geiros, a transmissão em uma TV de bom alcance e a gestão profissional”, indi- ca Bruce. Por mais que seja difícil imaginar a conquis- ta desses objetivos, que ho- je parecem distantes, é bom não duvidar. 10 anos projeção para o futebol americano virar o 2º do país 2 Ambientados. Os mineiros Adam e Ítalo já disputavam os torneios existentes no Brasil e foram selecionados para integrar a Liga Brasileira de Futebol Americano Investimento Potencial anos tempo de planejamento para trazer a Liga para o Brasil 6 Os ambiciosos da bola oval JOÃO GODINHO Liga paga salários e terá jogos no SporTV 7 A organização mos- tra que o nível de com- prometimento será alto, a começar pelos salários que serão pagos a todos os en- volvidos na Liga Brasileira de Futebol Americano (LFA). “Essa é a primeira li- ga profissional de futebol americano no Brasil, que tem uma estrutura própria e remunera os funcioná- rios e os atletas, além de dar condições de moradia e alimentação para todos. É um projeto que já está sendo planejado há um bom tempo, procurando captação, deixando o ama- dorismo de lado”, revela o jogador Ítalo Mingoni, um dos que ganharão oportu- nidade no novo torneio. A LFA já confirmou par- ceria com o canal SporTV, que irá transmitir o tor- neio ao vivo. Materiais edu- cativos sobre o esporte se- rão apresentadas durante os jogos para atrair, ainda mais, a atenção do públi- co. Outras ações de marke- ting estão planejadas para conseguir atingir patama- res mais elevados a cada se- mana. A surpresa de ser esco- lhido foi tão grande quanto a chegada de um campeo- nato de maior nível no Bra- sil. “Ainda é difícil acreditar que um norte-americano te- nha enxergado a oportuni- dade de investir em um es- porte americano no país do futebol. Para ser sincero, a ficha ainda não caiu”, admi- te Adam Araújo. (DO) “O mais importante será aumentar a qualidade do jogo com a presença de atletas dos Estados Unidos.” Bruce Daniels COMISSÁRIO DA LFA Empresário vê futuro em MG 7 Apesar de todo o es- forço das equipes mi- neiras, os times do Estado ainda não possuem os mes- mo resultados dos princi- pais times do Brasil. No en- tanto, Minas Gerais reser- va uma grande quantidade de fãs, além de considerá- vel aumento no número de pessoas que praticam e criaram gosto pela modali- dade. Desta forma, o Esta- do pode se tornar, em bre- ve, um dos alvos da LFA, que pretende criar novas equipes. “Ainda estamos fi- nalizando os planos de ex- pansão para 2014, mas a nossa intenção é ter duas novas equipes por ano. Be- lo Horizonte é um merca- do fantástico e tem um for- te conjunto de jogadores de futebol. É definitiva- mente um mercado a ser es- tudado para o próximo ano”, confirma o empresá- rio Bruce Daniels. Outros fatores são apon- tados como positivos pelo atleta Ítalo Mingoni, que atuará na nova liga. “Com certeza, temos ótimos atle- tas em Minas Gerais, além de uma excelente posição geográfica. Tudo é favorá- vel”, aponta. Adam Araújo, outro jo- gador de Minas, também acredita na forte presen- ça mineira e passam um recado aos investidores. “Espero que eles fiquem atentos, pois brevemente receberemos a notícia de que Minas Gerais terá uma franquia da LFA. É bom ficar de olho aberto, pois o esporte crescerá mais do muitos podem imaginar”, afirma. (DO) times estão confirmados no primeiro ano da Liga 22 e . O TEMPO Belo Horizonte SEGUNDA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2013 Especial |

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Empresário norte-americano é o responsável pelo campeonato que visa fazer o esporte crescer no país

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[TEMPO_11: OTEMPO-TROCA-1_MATERIAL <PAG_038> <OTEMPO02 -22 > ... 09/09/13] Author:DANIELO Date:09/09/13 Time:11:58

“Essa convivência seráo diferencial. Conviver,treinar e jogar ao ladode um norte-americanofaz de você um expert.”

Adam AraújoJOGADOR DO DÍNAMO

Sonhoéque,dentrodedezanos,otípicoesportedosEUAsejaosegundopreferidonoBrasil

Experiência

Estratégia

Números

Futebol americano. Grupo de investidores cria liga brasileira nos moldes da que existe nos Estados Unidos

¬ DANIEL OTTONI

¬A realidade norte-ameri-cana de dar uma bola ovala uma criança nos primei-ros anos de vida pode aténão acontecer no Brasilnos próximos anos, mas asociedade do esporte brasi-leiro pode se preparar, por-que o futebol americanochegará com ainda maisforça no país a partir de no-vembro. O empresário nor-te-americano Bruce Da-niels pode ser o pioneiropela maior evolução desseesporte no Brasil nos próxi-

mos anos. Foi por meio desua ideia e força de vontadeque um grupo de investido-res do país do Tio Sam deci-diu apostar em colocar a mo-dalidade em outro patamarem terras brasileiras, com acriação da Liga Brasileira deFutebol Americano (LFA).Atualmente, o Brasil já con-ta com dois torneios de ní-vel nacional, mas que nãopossuem a estrutura e a or-ganização que estão por vir.

As novidades mostramque a proposta chega real-mente para consolidar o es-porte por aqui, mesmo queo retorno seja esperado pa-ra alguns anos a frente. “Omais importante será au-mentar a qualidade do jogocom a presença de atletasdos EUA. Isso vai ajudarmuito na evolução do jogodos brasileiros. Dessa for-

ma, será mais fácil desper-tar a atenção de quem aindanão é fã do esporte”, comen-ta o empresário e comissá-rio da LFA, Bruce Daniels.

Ao lados dos norte-ameri-canos, que são especialistasna modalidade, estarão vá-rios brasileiros, que foram se-lecionados pelo bom desem-penho realizado pelas suasequipes durante as ligas bra-sileiras existentes há alguns

anos. “Eles (norte-america-nos) conhecem o esporte co-mo ninguém. Eles crescemcom aquela filosofia, a mus-culatura e os sentidos já tra-balham a favor do esporte.Isso faz deles peças impor-tantes para a evolução do es-porte aqui no Brasil. O fatodessa convivência desde oberço com o esporte será umdiferencial na liga. Convi-ver, treinar e jogar ao ladode um norte-americano fazde você um expert”, garanteAdam Araújo, um dos seismineiros selecionados paraintegrar uma equipe da LFA.Ele defenderá o Dínamo.

Serão seis novos times –Missão Paraná (PR), RioAtlântico (RJ), Tropa (SC),Bravo Oeste (MT), Dínamo(SP) e Bandeira Paulista(SP). Além de Adam, outromineirogarantido é ÍtaloMin-

goni, que jogará pelo Tropa.A meta é, em dez anos,

conseguir atingir um nívelatualmente impensado pa-ra muitos. “A Liga chega de-pois de dois anos de intensoplanejamento. Nós começa-mos o desenvolvimento nofim de 2011, por isso esta-mos muito entusiasmadoscom o primeiro jogo, marca-do para o dia 9 de novem-bro. Nosso objetivo é que o

futebol americano seja osegundo esporte do Brasildentro de dez anos. Tere-mos muito trabalho, masacreditamos que podemoschegar lá”, projeta Bruce.

A evolução do “futebolbrasileiro” nos EUA servede motivação e exemplopara o norte-americano.“A liga de futebol nos EUAtêm maior média de públi-co que o Campeonato Bra-sileiro. Por lá, o ‘soccer’ jávirou um sucesso e muitosduvidavam disso. Algunsaspectos ajudaram muito,como a presença de estran-geiros, a transmissão emuma TV de bom alcance ea gestão profissional”, indi-ca Bruce. Por mais que sejadifícil imaginar a conquis-ta desses objetivos, que ho-je parecem distantes, ébom não duvidar.

10anosprojeção para o futebolamericano virar o 2º do país

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Ambientados. Os mineiros Adam e Ítalo já disputavam os torneios existentes no Brasil e foram selecionados para integrar a Liga Brasileira de Futebol Americano

Investimento

Potencial

anostempo de planejamento paratrazer a Liga para o Brasil

6

Os ambiciosos da bola oval

JOÃO GODINHO

Liga pagasalários eterá jogosno SporTV

7A organização mos-tra que o nível de com-

prometimento será alto, acomeçar pelos salários queserão pagos a todos os en-volvidos na Liga Brasileirade Futebol Americano(LFA). “Essa é a primeira li-ga profissional de futebolamericano no Brasil, quetem uma estrutura própriae remunera os funcioná-rios e os atletas, além dedar condições de moradiae alimentação para todos.É um projeto que já estásendo planejado há umbom tempo, procurandocaptação, deixando o ama-dorismo de lado”, revela ojogador Ítalo Mingoni, umdos que ganharão oportu-nidade no novo torneio.

A LFA já confirmou par-ceria com o canal SporTV,que irá transmitir o tor-neio ao vivo. Materiais edu-cativos sobre o esporte se-rão apresentadas duranteos jogos para atrair, aindamais, a atenção do públi-co. Outras ações de marke-ting estão planejadas paraconseguir atingir patama-res mais elevados a cada se-mana.

A surpresa de ser esco-lhido foi tão grande quantoa chegada de um campeo-nato de maior nível no Bra-sil. “Ainda é difícil acreditarque um norte-americano te-nha enxergado a oportuni-dade de investir em um es-porte americano no país dofutebol. Para ser sincero, aficha ainda não caiu”, admi-te Adam Araújo. (DO)

“O mais importanteserá aumentar aqualidade do jogo com apresença de atletas dosEstados Unidos.”

Bruce DanielsCOMISSÁRIO DA LFA

Empresário vê futuro em MG7

Apesar de todo o es-forço das equipes mi-

neiras, os times do Estadoainda não possuem os mes-mo resultados dos princi-pais times do Brasil. No en-tanto, Minas Gerais reser-va uma grande quantidadede fãs, além de considerá-vel aumento no número depessoas que praticam ecriaram gosto pela modali-dade. Desta forma, o Esta-

do pode se tornar, em bre-ve, um dos alvos da LFA,que pretende criar novasequipes. “Ainda estamos fi-nalizando os planos de ex-pansão para 2014, mas anossa intenção é ter duasnovas equipes por ano. Be-lo Horizonte é um merca-do fantástico e tem um for-te conjunto de jogadoresde futebol. É definitiva-mente um mercado a ser es-

tudado para o próximoano”, confirma o empresá-rio Bruce Daniels.

Outros fatores são apon-tados como positivos peloatleta Ítalo Mingoni, queatuará na nova liga. “Comcerteza, temos ótimos atle-tas em Minas Gerais, alémde uma excelente posiçãogeográfica. Tudo é favorá-vel”, aponta.

Adam Araújo, outro jo-

gador de Minas, tambémacredita na forte presen-ça mineira e passam umrecado aos investidores.“Espero que eles fiquematentos, pois brevementereceberemos a notícia deque Minas Gerais teráuma franquia da LFA. Ébom ficar de olho aberto,pois o esporte crescerámais do muitos podemimaginar”, afirma. (DO)

timesestão confirmados noprimeiro ano da Liga

22 e. O TEMPO Belo HorizonteSEGUNDA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2013 Especial|