Língua Portuguesa no Mundo

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO Língua Portuguesa no Mundo Técnicas de Expressão Oral e Escrita Francisco de Castro Vieira 14 De Dezembro de 2010

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

Língua Portuguesa no Mundo

Técnicas de Expressão Oral e Escrita

Francisco de Castro Vieira

14 De Dezembro de 2010

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Índice

Introdução ..................................................................................................................................... 3

Análise Histórica ........................................................................................................................... 4

Posição da Língua Portuguesa no Mundo ..................................................................................... 5

Países Lusófonos ........................................................................................................................... 6

Acordo Ortográfico ....................................................................................................................... 7

Difusão da Língua Portuguesa .................................................................................................... 11

Curiosidades .................................................................................... Erro! Marcador não definido.

Conclusão .................................................................................................................................... 12

Referências Bibliográficas .......................................................................................................... 14

Referências Bibliográficas de Imagens ....................................................................................... 14

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Introdução

No âmbito da disciplina de Técnicas de Expressão Oral e Escrita foi proposto

aos alunos de Línguas e Relações Empresariais que construíssem um trabalho escrito

que tivesse por base um dos temas da cadeira leccionada, neste sentido o tema por mim

eleito foi “ Língua Portuguesa no Mundo”.

No decorrer do artigo irei abordar todos os itens que considero pertinentes para a

explicação da temática supramencionada. Desta forma e seguindo a orientação do meu

trabalho prático, a estrutura do artigo seguirá os seguintes critérios: breve análise

histórica da língua portuguesa, contextualização da posição da língua portuguesa no

mundo, os países lusófonos, o mais recente acordo ortográfico, a necessidade da difusão

da nossa língua mãe e, por fim, algumas curiosidades sobre a mesma.

A complexidade evolutiva e a importância da língua portuguesa, é facilmente

explicada pelo facto de já ser falada há mais de oitocentos anos, por sociedades tão

distintas e tão longínquas… Contudo, segundo Carneiro (2006: 133), é necessário

sobrepor as cartografias das diferentes redes linguísticas portuguesas para obtermos um

mapa mundial da influência linguística portuguesa que importa registar e sublinhar na

defesa dos interesses da língua e do seu reconhecimento Mundial.

De forma a concluir esta breve introdução transcrevo parte de um poema de

Fernando Pessoa que caracteriza o momento crucial da expansão da língua portuguesa:

Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos Filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.

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Análise Histórica

A língua portuguesa nasceu no que é hoje a Galiza e no que é hoje o Norte de

Portugal, é uma língua que provém do latim vulgar que foi introduzido no oeste da

Península Ibérica há cerca de dois mil anos atrás.

O português como o conhecemos hoje, é uma língua que foi influenciada na sua

construção por uma panóplia de línguas, desde o árabe, ao castelhano e até ao latim

clássico que se sobrepõe em formas clássicas às palavras originais e, ainda,”(…) as

palavras recolhidas na saga das viagens e explorações por mares nunca dantes

navegados”. (Carneiro, 2006: 101)

A língua portuguesa foi a primeira e uma das mais importantes línguas da

expansão europeia, a que se juntaram, em sequência cronológica, o espanhol, o inglês, o

holandês e o francês. O português alcançou esta importância devido aos navegadores

portugueses que destemidamente enfrentaram oceanos e expandiram a nossa língua.

Gil Eanes, inicia a uma era de glória e de expansão da língua em 1434

ultrapassando o Cabo Bojador e alcançando o continente africano. Ao longo de sessenta

e quatro anos Portugal torna-se colonizador de cinco países africanos: Angola, Guiné-

bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Moçambique, este último dá-se no

momento em que Vasco da Gama vai à descoberta do caminho marítimo para a Índia.

Importa ainda referir, que apesar de Portugal não ter colonizado a Guiné Equatorial a

língua portuguesa também se expandiu para este país. (Pereira, 2001: 1).

Apesar do português correntemente falado ser apenas aceite como língua oficial

nos países anteriormente mencionados, a língua portuguesa deixou vestígios

perfeitamente identificáveis em várias línguas mistas, resultantes do confronto duma

cultura predominante com outras culturas.

De salientar os grupos de emigrantes portugueses que se consolidaram, ao longo

do século XX, em vários países, principalmente europeus, que representam uma

importante porção da língua portuguesa no mundo. Algumas palavras e interjeições

coabitam hoje com o português falado no continente europeu por fenómenos de indução

resultantes dos contactos com os grupos emigrados um pouco por toda a parte e,

também, nas últimas décadas, pelos programas de televisão, sobretudo dos brasileiros.

Desta forma e segundo Carneiro (2006: 101), a evolução da língua portuguesa

foi multiforme, estruturando-se numa resolução dialéctica entre formas faladas –

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populares e formas cultas – literárias, a fonética da língua portuguesa criou, assim,

basicamente, dois grupos distintos: o português falado na Europa e o português falado

no Brasil.

Posição da Língua Portuguesa no Mundo

Segundo um estudo publicado por Michelle (2010) de entre as 5 línguas mais

faladas no mundo, o português ocupa um orgulhoso quinto lugar, falada por cerca de

200 milhões de pessoas. Seguindo a seguinte ordem:

Chinês – Com quase 845 milhões de falantes nativos e 23,6% da

população mundial, é a língua oficial da China, Taiwan, Singapura e uma

das línguas das Nações Unidas.

Espanhol - Com quase 358 milhões de falantes nativos, essa língua

românica falada em 44 países (tanto como uma língua oficial ou como

uma linguagem de imigrantes) e, por sua vez, é segunda língua mais

estudada no mundo, depois Inglês.

Inglês – Com quase 322 milhões de falantes nativos, o Inglês é a língua

oficial de 53 países (EUA, Reino Unido, Austrália, Canadá, Nova

Zelândia, entre outros).

Hindu/ Urdu - Com mais de 200 milhões de falantes nativos. Hindu é

uma das línguas oficiais da Índia, enquanto o Urdu é a língua do

Paquistão. Michelle (2010).

Português – Com quase 200 milhões de falantes, o português é a língua

oficial de Portugal, Brasil, Angola, Guiné Equatorial, entre outros.

De acordo com Carneiro (2006: p 103) a sobreposição do português a outras

línguas, nos territórios de contacto, no tempo das navegações, foi facilitada por ser a

língua do grupo dominador colonial ou do grupo de contacto de natureza comercial mas,

também, por ser, ao fim e ao cabo, a língua de comunicação frente a uma diversidade

enorme de línguas locais, considerada por muitos a “língua franca” da época. (Carneiro,

2006, p. 103)

Contudo, o uso da língua portuguesa tem vindo a entrar em declínio desde o

século XVII, e hoje, depois do francês ter tentado a liderança transoceânica, assim como

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o alemão – este em vectores de expansão continentais, para o leste e para o sudeste – é o

inglês, na sua forma norte-americana, que pode ser considerado a nova língua franca.

De forma a contrabalançar o domínio da língua inglesa, um movimento de

intelectuais europeus1tem vindo a definir uma politica de reforço de grupos linguísticos

europeus: francês – italiano – espanhol - português e alemão – holandês - dinamarquês,

etc., política que já é seguida na América do Sul onde, no Brasil, se segue uma clara e

oficial política de ensino do espanhol, sendo, de modo inverso, o português ensinado em

vários países como na Argentina e no Uruguai. (Carneiro, 2006: 104).

No sentido de elucidar o leitor, passo a inserir um mapa que lhe proporcionará

uma visão global do quão abrangente é a língua portuguesa no mundo:

Países Lusófonos

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é constituída pelos

países lusófonos (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal,

São Tomé e Príncipe, Timor Leste) e foi criada no dia 17 de Junho de 1996 no sentido

de aprofundar a amizade mútua e de cooperação entre os países que falam português.

1 Entre outros: Bernard Cassen, director do Le Monde Diplomatique e um dos defensores da alter

mundialização, ou seja, da multipolarização como forma de combater o liberalismo de raiz norte-

americana que vai dominando a UE.

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Esta organização baseia-se em alguns princípios fundamentais:

Igualdade soberana dos estados membros;

Não-ingerência nos assuntos internos de cada estado;

Respeito pela entidade nacional e pela integridade territorial;

Reciprocidade de tratamento;

Primado da paz, da democracia, do estado de direito, dos direitos humanos e da

justiça social;

Promoção do desenvolvimento;

Promoção da cooperação mutuamente vantajosa.

A CPLP apresenta três objectivos, como sendo os principais e gerais:

A concertação político-diplomática entre seus estados membros, nomeadamente

para o reforço da sua presença no cenário internacional;

A cooperação em todos os domínios, inclusive os da educação, saúde, ciência e

tecnologia, defesa, agricultura, administração pública, comunicações, justiça,

segurança pública, cultura, desporto e comunicação social;

A materialização de projectos de promoção e difusão da língua portuguesa.

Desta organização surgiu a afirmação de um importante acordo ortográfico entre

estados membros, que prevê a unificação e a promoção da língua portuguesa no

Mundo - este acordo será explicado mais à frente no artigo.

Por ora, importa salientar que esta organização está continuamente a promover a

língua portuguesa no Mundo junto de infindáveis iniciativas por eles organizadas – II

Congresso do Direito de Língua Portuguesa; III Encontro dos Portos da CPLP, entre

outros.

Acordo Ortográfico

O projecto de texto de ortografia unificada da língua portuguesa já foi aprovado

por todos os estados membros da CPLP a 12 de Outubro de 1990, contudo, apenas

passados vintes anos é que o acordo ortográfico se encontra em vigor em alguns desses

estados - Portugal é um deles. Foi necessário um Segundo Protocolo Modificativo pois

a alterações produzidas pelo primeiro demonstraram-se ineficazes. A assinatura do 2º

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Protocolo estabelece que, o Acordo Ortográfico entrava em vigor com a ratificação por

alguns dos estados signatários.

De acordo com o aviso n.º 255/2010 do Ministério dos Negócios Estrangeiros,

publicado em 17 de Setembro de 2010 no Diário da República n.º 182, I Série, pág.

4116, o Acordo Ortográfico de 1990 vigora em Portugal desde 13 de Maio de 2009,

data em que foi depositado junto da República Portuguesa o instrumento de ratificação

do Acordo do Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua

Portuguesa.

Foi a partir desta data, que se começou a ser contado em Portugal o período de

transição de 6 anos estipulado por lei, o que significa que 2015 é o prazo limite para a

adopção oficial da nova ortografia. O art.º 2º da Resolução da Assembleia da República

n.º 35/2008, de 16 de Maio de 2008, prevê esse período de transição em

Portugal, durante o qual "[...] a ortografia constante de novos actos, normas,

orientações, documentos ou de bens referidos no número anterior ou que venham a ser

objecto de revisão, reedição, reimpressão ou de qualquer outra forma de modificação,

independentemente do seu suporte, deve conformar-se às disposições do Acordo

Ortográfico da Língua Portuguesa".

Segundo a CPLP, o acordo ortográfico emergiu da necessidade de unificar uma

língua, que apesar de ser oficial em oito estados, possui duas ortografias, a de Portugal e

a do Brasil. Desta forma, acredita-se que a dupla grafia é de certa forma limitadora no

que concerne à dinâmica do idioma e que as diferenças criam obstáculos em todos os

planos em que a forma da escrita é utilizada: seja a difusão cultural (literatura, cinema,

teatro); a divulgação da informação (jornais, revistas, mesmo a TV ou a Internet); as

relações comerciais (propostas negociais, textos de contratos) etc. A dupla grafia

dificulta, ainda, a partilha de conteúdos, no plano internacional, limita a capacidade de

afirmação do idioma, provocando, por exemplo, traduções quer literárias quer técnicas

diferentes para Portugal e Brasil.

O acordo ortográfico acarreta consigo muitas alterações no que concerne à grafia

do português, contudo, será impossível explicar todas ao longo deste artigo. Desta

forma, passarei a enunciar algumas das que considero mais importantes:

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O Alfabeto deixa de ter apenas vinte e três letras para passar a ter vinte e seis,

incluíram-se as três letras:

o K

o W

o Y

Estas letras são usadas nos seguintes casos:

em antropónimos estrangeiros, isto é, em nomes de pessoas de

origem estrangeira, assim como nos seus derivados: Kafka –

kafkiano; em topónimos de origem estrangeira e seus derivados:

Kosovo – kosovar

Várias palavras que anteriormente se escreviam com letras maiúsculas, com o

acordo passaram-se a escrever com minúsculas: nomes de dias da semana,

nomes dos meses, nomes das estações do ano, nomes dos pontos cardiais e

colaterais.

o Sexta Feira / sexta feira

o Agosto / agosto

o Verão / verão

o Norte / norte

Excepto se estes nomes correspondem a uma região e são usados

no seu valor absoluto (*), ou quando se usam as correspondentes

abreviaturas. (*) Vivo no Norte (por norte de Portugal)

Ainda quanto às maiúsculas e minúsculas existem, ainda, palavras que

dependeram da opção do autor, por exemplo: nomes que designam domínios do

saber ou disciplinas, nomes de vias ou lugares públicos, formas de tratamento,

nomes de livros ou obras (excepto o primeiro elemento e os nomes próprios que

se grafam com maiúscula inicial)

o Técnicas de Expressão Oral e Escrita / técnicas de expressão oral e

escrita.

o Psicologia / psicologia

o Rua da Restauração / rua da Restauração

o Senhor Doutor / senhor doutor

o Verónica Decide Morrer / Verónica decide morrer

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Desaparecem as consoantes mudas integras de: cc; cç; ct; pc; pç, pt

o Accionar / Acionar

o Acção / Ação

o Actual / Atual

o Decepcionar / Dececionar

o Recepção / Receção

o Óptimo / Ótimo

Exemplos de casos de oscilação da pronúncia em que é aceitem

a grafia dupla:

Decepcionar / Dececionar

Carácter / Caráter

Exemplos em que a sequência consonântica é pronunciada e, por

isso, não são eliminados:

Ficcional

Convicção

Bactéria

Egípcio

Corrupção

Adepto

Supressão de alguns acentos gráficos, por exemplo, nas palavras graves com

ditongo oi:

o Asteroide

o Heroico

o Jeboia

Supressão do acento circunflexo:

o Vêem / Veem

o Crêem/ Creem

Uso facultativo dos assentos:

o Formas verbais terminadas em -ámos do pretérito perfeito do indicativo

na 1.ª pessoa do plural:

Amámos ou amamos; passámos ou passamos

o Forma verbal grave do presente do conjuntivo do verbo dar:

Dêmos ou demos;

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o Nome feminino forma com sentido de molde:

Fôrma ou forma.

Supressão da utilização de alguns hífenes

o Autoestrada

o Coautor

o Extraescolar

Manutenção dos hífenes

o Micro-ondas,

o Bem-me-quer

Segundo os dados disponibilizados pela academia de ciências de Lisboa, à data da

celebração do acordo, o nº de palavras cuja ortografaria seria alterada representa 2% de

um universo de cerca de 110.000.

Embora o acordo ortográfico tenha surgido no sentido de unificar a língua os seus

efeitos práticos ainda não são sentidos por todos os estados membros, disso dependerá o

esforço de cada pais e dos cidadãos no sentido de se conseguirem adaptar às novas

regras supramencionadas.

Difusão da Língua Portuguesa

Apesar da língua Portuguesa ser a quinta língua mais falada no Mundo, muitas

vezes a mesma é esquecida, por exemplo, nos sites internacionais onde não existe a

possibilidade de os visualizar em português, ou em vídeo jogos, onde não existe a opção

portuguesa, enquanto que é usual encontrar-se línguas como a francesa, polaco e sueco

que se encontram atrás no ranking das línguas mais faladas no mundo.

Por isto, acredito ser imperativa a necessidade de difusão da língua, bem sei que

organizações como a CPLP ou a petição para tornar o idioma português oficial na ONU

já unem esforços neste sentido, contudo, acredito ser importante criar nos cidadãos que

falam português a consciência colectiva da importância de um idioma e todos, juntos,

conseguirmos alterar um pouco as mentalidades do Mundo.

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Curiosidades

Por último, existem algumas curiosidades acerca da língua portuguesa que

considero interessantes.

Recentemente foi publicado um estudo que identificava dez palavras que faziam

falta à língua inglesa, o primeiro lugar era ocupado por uma palavra portuguesa –

Desenrascanço.

Relativamente a mitos é de salientar que afinal a palavra Saudade não é uma

palavra exclusivamente portuguesa, existe, também em Polaco, Romeno e Catalão –

respetivamente “tęsknota”, “dor” e ”enyorança”.

Conclusão

Após a elaboração deste trabalho, apraz-me constatar que a língua portuguesa tem

um lugar marcado e privilegiado no que concerne á sua importância no Mundo.

Muito mais que uma simples forma de falar, a língua portuguesa acarreta consigo

uma longa e longínqua história que orgulha uma cultura e um povo. É uma língua que

representa a época mais gloriosa da história portuguesa – os descobrimentos, onde por

mares nunca antes navegados fomos deixando a nossa língua que é, também, cultura.

Não obstante, constatei também, que apesar de ser a quinta língua mais falada no

mundo, nem sempre lhe é dada a devida importância, uma vez que em variadíssimas

vezes é esquecida e preterida por outras línguas com menos visibilidade, esta situação

deve-se, principalmente, ao facto de hoje Portugal e os países que tem como língua

oficial o português não conseguirem de forma sustentada influenciarem a economia

mundial.

Portugal e os restantes países que constituem a comunidade dos países de língua

portuguesa têm reunido esforços no sentido de colmatar a situação anteriormente

referida promovem a língua e fazem-se sentir no mundo.

Antes de terminar, faço ainda uma chamada de atenção para a importância do

acordo ortográfico na expansão da língua portuguesa, é um projecto nunca antes

realizado pelos membros que compõem a CPLP e que pretende unificar a ortografia da

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língua portuguesa com o intuito de facilitar a partilha de conteúdos e, principalmente, a

afirmação do idioma no mundo.

Em suma, a expansão portuguesa dos séculos XV e XVI, os actuais países da

CPLP, as zonas de forte concentração de emigração portuguesa e a posição dos crioulos

de base portuguesa, contribuem para a definição de uma zona de influência

sociolinguística que, numa sociedade globalizada, pode permitir um importante papel de

interface a Portugal. O português pode ser – tal como no passado – uma ponte entre

culturas, entre religiões e entre zonas económicas. (Carneiro, 2006:

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Referências Bibliográficas Acordo ortográfico. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. Internet.

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Defesa. Aveiro: Nação e Defesa 114, 99-139.

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115.aspx (consultado em 3 de Dezembro de 2010).

Marques, Nelson (2009). Dez palavras que fazem muita faltam à língua inglesa. Expresso. Internet.

Disponível em http://aeiou.expresso.pt/dez-palavras-que-fazem-muita-falta-a-lingua-inglesa=f546984

(consultado em 5 de Dezembro de 2010).

Michelle, B. (2010). What are the most Spoken Languages in the World?. Trusted Translations. Internet.

Disponível em http://translation-blog.trustedtranslations.com/what-are-the-most-spoken-languages-in-the-

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de 2010).

Pereira, José António Rodrigues (2001). Cronológico de algumas viagens de Descobrimento nos Séc. XV

e XVI. Associação Nacional de Cruzeiros. Internet. Disponível em

http://www.ancruzeiros.pt/anchistoria-mar001.html (consultado em 7 de Dezembro de 2010).

Referências Bibliográficas de Imagens

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http://www.sjsu.edu/foreignlanguages/programs/undergraduate/portuguese/ (consultado em 7 de

Dezembro de 2010).