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José Figueira -12ºC1 - Design de Produto ESSR - Porto - 2014/15 FCT Linha Us

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Projeto criado no âmbito da minha Formação em Contexto de Trabalho com a Serralharia Oliveira Project created withing my Training in a Work Setting (Internship) with Serralharia Oliveira

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José Figueira -12ºC1 - Design de ProdutoESSR - Porto - 2014/15

FCTLinha Us

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ÍndiceIntrodução

Metodologia

Proposta

Serralharia Oliveira

A Empresa

Relatório de Visita de Estudo

Maquinaria

Pesquisa Formal

Autor

Mercado

Materiais

Linha Us

Ante-Projeto

Cadeira

Mesa

Suporte

Conclusão

Memória

Conclusão

Anexos

7

9

9

11

11

12

13

15

15

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FORMAÇÃO EM CONTEXTO DE TRABALHOSerralharia Oliveira & Filhos Lda

Ano Letivo 2014/15

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7Secção Selecionada - Formação em Contexto de Trabalho

A FCT - Formação em contexto de trabalho - é, talvez, uma das mais valias que esta escola consegue oferecer aos seus alunos. Um estágio, que muitas vezes acrescenta pouco ou nada à formação artística

e técnica do aluno, quer por desinteresse escolar de criar um programa de au-xílio aos locais de trabalho, ou então por aproveitamento do trabalhador para trabalhos meniais, é o oposto desta formação, que num contacto muito pró-ximo entre o empregador, a escola e o trabalhador, permite uma simulação de situação de trabalho que desenvolve as capacidades técnico-artísticas, e, apesar de ser feita em simulação no espaço escolar, de ética de trabalho.

Este dossiê tem o objetivo de apresentar o trabalho (em síntese) realizado du-rante esta formação, dividindo-se em várias etapas, dispostas ao longo destas páginas cronológicamente (permitindo assim uma maior compreensão, não só do projeto realizado, mas de toda a metodologia, conceito e aprendizagens que invarialmente retive desta experiência.

Introdução 7Introdução - Formação em Contexto de Trabalho

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9Metodologia - Formação em Contexto de Trabalho

“O aluno/formando deverá realizar um projeto de uma linha de artefatos de Design para a empresa Oliveira & Filhos - Serralharia, Lda. que se vin-cula em termos de simulação, como editora/produtora. No desenvolvimento conceptual de resposta ao problema, deverão ser considerados os objetivos funcionais e de representação que entenda serem pertinentes para si e para o público-alvo do seu projeto. Poderão ser abordadas soluções de natureza mo-dular, bem como aspetos formais e funcionais, ligados a referências ideológicas e estéticas do Design e em particular à obra de designers portugueses.

Para a concretização do projeto deverá ser utilizado o metal podendo, even-tualmente, combinar-se com outros materiais como madeira, polímeros, vi-dro, etc.

No processo de desenvolvimento os elementos projetados deverão ter como características principais os seguintes fatores:- Dados antropométricos e ergonômicos;- Características como solidez, estabilidade, leveza, fácil conservação e lim-

peza;- As questões relativas ao desempenho dos materiais e das tecnologias de pro-

dução bem como às preocupações ecológicas e de sustentabilidade ambiental;- Valor social e inovação.

Tema: linha de mobiliário de exterior para esplanada ou jardim, constituída por um conjunto de três elementos que deverá integrar:- Cadeira empilhável até 4 unidades;- Mesa;- Suporte para iPad/Quiosque multimédiaÀ linha de artefatos criada deverá ser atribuída uma identificação em língua

portuguesa.”

A metodologia que irei seguir irá basear-se numa ordem cronológica em que, após ter efetuado a pesquisa necessária para realizar a proposta, irei utilizar a cadeira - o objeto de dificuldade normalmente maior - como base estética e estrutural da mesa, e o suporte/quiosque digital derivado desses dois objetos.

Proposta

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11Serralharia Oliveira - Formação em Contexto de Trabalho

A serralharia Oliveira, localizada em Paços de Ferreira, é uma empresa familiar, da indústria de transformação de metal, que para além de serviços de serralharia, possui instalações comerciais de venda de ferramentas de bricola-ge e construção civil, e de reparação de sistemas hidráulicos. Com 35 anos de existência, produz para várias empresas de renome inter-

nacional (Zara Home, por exemplo), assim com de importância nacional in-despensável (SUMA, liderada pela Mota-Engil, a maior empresa de gestão de resíduos portuguesa), não possuindo no entanto, design próprio. As suas instalações, com ótimos acessos ao centro do Porto a partir da A42,

estão divididas, inicialmente, entre a serralharia em si, e a loja de venda de produtos e ferramentas de bricolage. A serralharia está subdividida em 5 áreas/espaços:- Admnistrativos e de escritório, onde se corrigem/realizam modelos e dese-

nhos técnicos a usar pelos funcionários/sistemas informáticos.- De reparação de sistemas hidraulicos e camiões.- De trabalho com metais ferrosos- De trabalho com metais não ferrosos- De pintura

Espaço de arrumação de chapas de metalVista geral da serralharia

Tratamento prévio à pintura electrostáticaEspaço de estacionamento de veículos

A Empresa

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Relatório de Visita de Estudo: Ás 8:30 do dia 27 de Janeiro de 2015, a turma do 12ºC1, no âmbito da especialização de Equipamento do curso de Design de Produto da Escola Secundária Artística Soares dos Reis, foi reali-zada uma visita de estudo a duas empresas com relações relevantes ao curso (uma no ramo de transformação de metais, e outra na produção e desenho de cadeiras de madeira), chegando á primeira (Serralharia Oliveira, em Paços de Ferreira) por volta das 9:15.

(...)

Aí, iniciamos a visita (guiada pelo dono e gerente, o Eng. Rui Oliveira) às instalações, com um diálogo introduzindo-nos à história da empresa, e à com-ponente informática (usando principalmente AutoCad e Solidworks como instrumentos de representação informática). A partir daí, iniciou-se a visita ás instalações de transformação de metal (tendo a empresa capacidade de repa-ração de sistemas hidráulicos, assim como uma secção de venda de materiais de construção civil e bricolage), apresentando-nos a organização espacial da serralharia, onde se denota principalmente a divisão dos espaços de trabalho de metais ferrosos, não ferrosos, e o do posterior tratamento desses metais.Para além de possuir todas as ferramentas e maquinarias já existentes na es-cola (tornos, quinagem, serralharia geral), esses processos são auxiliados pela existência de um CNC (comando numérico computadorizado) avançado, as-sim como, e mais relevante pela sua inexistência na escola, de corte a laser até 25mm de espessura (que pode trabalhar em pequenos tamanhos, mas também em tamanhos relativamente grandes em relação ao tamanho médio de mo-biliário). A separação dos materiais ferrosos e não ferrosos permite também uma maior integridade da composição química dos objetos produzidos. Ter-minamos a visita com a demonstração dos processos de pintura eletrostática, relevante também pela sua inexistência nas oficinas escolares, e entrada na camioneta às 10:45.

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13Serralharia Oliveira - Formação em Contexto de Trabalho

Esta empresa, para além das ferramentas e maquinarias já existentes nas ofi-cinas escolares...- Serralharia básica, como corte por guilhotina e soldadura- Vários tipos de usinagem, como torneamento, serramento, fresamento e fu-

ração- Quinagem

...possui técnicas e maquinaria de alta precisão e complexidade técnica, ine-xistentes no espaço escolar...- Sistemas avançados CNC (comando numérico computadorizado), que au-

xiliam e tornam mais precisos os processos ja existentes nas oficinas escolares (exemplo: quinagem automática; corte segundo desenhos técnicos digitais)- Corte a laser capaz de cortar até 20/25mm de espessura, em placas planas,

cortando várias profundidades- Pintura eletrostática

...trabalhando em vários metais, com uma seleção semelhante á das oficinas no espaço escolar.

Maquinaria

Torneamento controlado por CNCExemplos da soldadura e da divisão de peças metálicas antes de as moldar e soldar.

Exemplo das possibilidades do corte a laser (cortar completamente, fazer apenas pequenas incições, cortar interiormente, etc)

Quinagem

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Pesquisa

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Cadeira Prestígio, Daciano da CostaTubo de aço cromado ou pintado e revestimento em napa ou lã

Referência estética - forma em alcova aberta

Cadeira Reitoria da Universidade de Lisboa, Daciano da CostaMadeira de pau-santo e veludo

Referência estética - utilização dos têxteis e atenção ao detalhe

Cadeira de braços, Daciano da CostaTubo de aço cromado ou pintado e revestimento em napa ou lã

Referência estética - formas gerais do aço tubular

Cadeira Palace Hotel Madeira Hilton, Daciano da CostaMadeira de andiroba escurecida e palhinha à inglesaReferência estética - abertura e curvatura dos braços

Daciano da Costa, artista português (Lisboa, 3 de Setembro de 1930 - Lis-boa, 18 de Setembro de 2005), e considerado um dos maiores designers e ar-quitetos portugueses do século XX, torna-se a referência principal teórica e metodológica adotada neste projeto. Ingressando na escola de artes decorativas António Arroio no curso de pintu-

ra decorativa, continua a sua educação de Pintura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa.

A sua obra de design (maioritariamente mobiliário, e associado à arquitetura, de interiores) caracteriza-se, principalmente, pela atenção ao detalhe, por mais subtil que seja, e pelo equilíbrio dos diversos materiais. Na fase projetual, reco-nhece a importância do “desenho de detalhe” - não apenas a procura simples de formas a uma escala macro, mas também tendo em mente detalhes e formas a uma escala micro. Essa fase projetual, e as opções tomadas, refletem uma hierarquização dos

objetos num conjunto (uma linha), conjunto no qual trabalham cada objeto em sincronia com os outros. No entanto, essa sincronia, e a sua habitual concepção de objetos para locais

específicos, como complemento ao projeto de arquitetura, não impedia uma certa independização de cada objeto, que facilmente eram produzidos em sé-rie, e, pela sua sobriedade e descrição, adaptam-se a espaços marcadamente diferentes, “diluindo-se nos ambientes”.

Pesquisa Formal - Formação em Contexto de Trabalho Influência

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LegendasLegendas

LegendasLegendas

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Cadeiras de realizador, típicas em produções cinematográficas americanas, são muito inspiradas na cadeira dantesca, e uma prova que o uso de texteis pode ser altamente vantajoso (são, por exemplo, muito mais leves que com

materiais mais maciços)

Esplanada pública na Avenida dos Aliados, Porto. Desenhada por Álvaro Siza Vieira, esta esplanada oferece um lugar público de conversa, num local sem

nenhuma esplanada comercial à volta

Pesquisa Formal - Formação em Contexto de Trabalho

Exemplo de uma cadeira dantesca, que inicialmente leva à inclusão de têxteis na linha, e à subsquente pesquisa da sua utilização atualmente. Estas cadeiras,

com pouco material têxtil, e uma estrutura aparentemente frágil, têm uma grande resistência e leveza.

Esplanada comercial - estas esplanada costumam ser colocadas em pontos de vantagem (possuindo então um panorama que as torna pontos de interesse)

Considerações a tomar na concepção dos objetos:Ergonômico e confortávelProva de água, podridão e solDe preferência rapidamente secável (hidrofóbico?)

FunçõesCadeira - Esplanada comercial, confortável e de descanso, mas também pre-

parada para comer refeiçõesMesa - Típica de esplanada, com o intuito de ser espaço de refeições e conví-

vioQuiosque - Escolhido a tipologia de um menu alimentar, que pode oferecer

mais detalhes acerca de pratos e produtos

Cadeiras de esplanada - O que têm em comum?BaratasResistentesFácil limpezaEmpilhávelMínimo de materialLeveza

Referências estéticas

As cadeiras dantescas, tipo de cadeiras medievais caracterizadas pelo cruza-mento em x das pernas frontalmente, foram um objeto em que acabei por ba-sear, em parte, certos elementos estéticos e funcionais da cadeira. Ao contrário da maior parte dos projetos, que tentam “reinventar” estas cadeiras, focando--se nas pernas cruzadas (que acabou por inspirar as típicas cadeiras utilizadas em estúdios cinematográficos), interessou-me mais a forma com que era utili-zado muitas vezes os têxteis, como encosto, assento, e como complemento aos braços dessas cadeiras. Adaptados ao exterior, os materiais têxteis poderiam complementar, assim, o metal.Outra referência, que surge após a decisão de incluir o têxtil na cadeira, é a

Club Chair de Marcel Breuer (imagem à esquerda). A mistura dos dois mate-riais, e o conflito visual (o couro rico e quente, e o metal despojado e frio) é algo que segue o conceito desta linha. Adicionalmente, a tensão aparente que o têxtil cria e a intersecção de planos acabam por se refletir na cadeira.Para além destas referências, a obra de Daciano da Costa marcou a concepção

desta linha, sem ser explicita essa relação.

Mercado

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Legendas Legendas

Legendas Legendas

Legendas

Legendas

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Um suporte de tablet que permite modificar a posição do tablet, mas sacrifi-cando durabilidade e resistência aos elementos

Distribuidor de senhas numa filial da Caixa Geral de Depósitos

19Pesquisa Formal - Formação em Contexto de Trabalho

Exemplo de um menu digital (aplicação da empresa daShef®)

MercadoQuiosques múltimédia/interativos são centrais computorizados, com

hardware e software especializado, dando acesso a informação e aplicações em diversos ramos (educação, comércio, governamentais, etc), e no qual se inse-rem desde quiosques de distribuição de senhas e caixas multibanco a serviços de mapeamento interativos e de check-in.Estes quiosques são normalmente metálicos, e têm sido cada vez mais usados

no ramo do turismo, comércio, hotelaria, entre outros (na imagem à esquerda, é possível observar a inclusão no ramo da restauração, em espaços dedicados a atividades que, ao irem além da refeição, transformam a experiência de jantar fora)

Os suportes para tablets (e outros dispositivos móveis) são uma tipologia re-cente, que cresce conforme a venda de tablets. Pelas condições económicas cada vez mais favoráveis nos países em desenvolvimento, assim como uma adaptação das famílias em países desenvolvidos a encarar os tablet como com-putadores mais baratos e pessoais, este produto é cada vez mais vendido, tendo surgido cada vez mais acessórios para estes dispositivos

A tipologia de um menu de snack-bar/restaurante, caracterizando a linha como uma linha comercial e de restauração (não excluindo a utilização em ambientes residenciais ou públicos), poderia ser associada à concepção de um suporte para iPad/tablet, que incluisse, no conceito escolhido, esse menu atra-vés de aplicações próprias (que poderiam ou não, bloquear acesso a outras funcionalidades do tablet). No entanto, e para efeitos práticos, será apenas um suporte simples e básico, para uma melhor comercialização da linha.

Quiosque de informações turísticas em Monção, Portugal

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LegendasLegendasLegendas

Legendas Legendas Legendas

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Legendas

Legendas O vidro laminado, com uma película plástica unindo duas placas devidro, impede que, após partir, se desintegre.

Rolo de algodão oleado (plástico oleado)Conjunto de tubos metálicos de diferentes espessuras

Ponte pedonal na Fundação Champalimaud, em Lisboa, de vidro temperado laminado

Metais:

A utilização num espaço exterior automáticamente limita a gama de metais que poderão ser utilizados na construção do objeto. O alúminio, pela leveza, inoxidábilidade e baixo preço, acaba por tornar-se imprático pela excessiva maleabilidade, que, para além de tornar a produção bastante mais difícil, leva-ria à deformação contínua da peça, quer a nível estético, quer estrutural. Pela sua resistência aos elementos naturais (sol, humidade, etc) o aço inoxidá-

vel torna-se a escolha mais segura, em termos de longevidade, que conta com a resistência bruta do ferro e a resistência à oxidação do alumínio. No entanto, a disponibilidade de pintura eletrostática nas instalações da serra-

lharia permite a utilização do ferro, material mais barato que o aço inoxidável, e com resistência e peso semelhante, que a partir deste método de proteção do metal torna-se a melhor escolha para a estrutura do objeto. Adicionalmente, ao ser reciclável, assegura que durante a produção (na reutilização de desper-dícios) e após o tempo de vida do objeto, haja um menor impacto económico e ambiental.

Texteis:

A precipitação é o elemento mais preocupante na escolha de um tecido apro-priado a utilizar na cadeira - terá que ser resistente á chuva, ao sol (quer a nível estético quer de suporte) e de secagem rápida. Em conferência com professores da área dos texteis, foi possível escolher vários tecidos, de fibras naturais ou artificais, de utilização generalizada noutros ramos do design produto (por exemplo, a lona utilizada em camiões de transporte de mercadorias), quer na-turais, como algodão oleado, ou sintéticos, como o poliester, todos estes man-tendo cores vivas mesmo após largos períodos de tempo.

Vidro:

O vidro, pela sua transparência, torna-se um material ideal na arquitetura e design moderno, pela capacidade de manipular a sensação espacial das pes-soas. No entanto, para ser utilizado numa mesa ou quiosque multimédia, terá que ter também muita resistência. Assim, o vidro temperado - que através de processos químicos ou térmicos (têmpera) se torna muito mais resistente e duro, é a opção melhor para utilizar nestas tipologias. No entanto, e pensando numa mesa, um vidro temperado que também fosse laminado - possuindo uma película plástica entre duas placas de vidro - reforçaria ainda mais esse material, permitindo, no caso de pequenas rachas, a sua reparação, aumentan-do a durabilidade do objeto.

Materiais 21Pesquisa Formal - Formação em Contexto de Trabalho

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Primeiro modelo tridimensional digital de estudo, apresentado ao represen-tante da empresa

Exemplo de uma das ideias iniciais para o suporte de menu digital (procura de formas)

Excerto dos esboços apresentados ao representante, que demonstram algu-mas das características e opções descartadas

Projeto da mesa anterior ao diálogo com o representante da empresa (note-se a deformação no tampo de metal)

Linha Us - Formação em Contexto de Trabalho

A procura de formas inicial para a cadeira começou com vários desenhos de perfil, sempre com atenção ao “desenho de detalhe” de Daciano da Costa. A estas vistas de perfil (melhores também para relacionar o esboço com as dimensões humanas), aliava os detalhes não visíveis nessa perspetiva, relacio-nando também essas hipóteses iniciais com esboços de uma mesa nos mesmos parámetros.Inicialmente, havia procurado construções simples, com chapas metálicas de

alguma forma unidas, com perfurações em lugares estratégicos. Como é possí-vel ver nas imagens à esquerda, desde princípio considerei necessário (pela sua tipologia como cadeira de esplanada) a inclusão de braços de descanço, com planos quase que recortados tangentes ou interuns aos outros, criando então a tridimensionalidade necessária para suportar a cadeira. Nos esboços apresentados, é claramente possível ver o momento em que esses

planos passam a ser imaginados como secções tubulares, refletindo a pesquisa efetuada nas primeiras obras de Daciano da Costa (tendo já efetuado uma pes-quisa informal sobre os maiores nomes do design português antes)Considerei, também, a possibilidade duma estrutura contínua (como na ca-

deira de braços da página __ ), e uma peça em polímero, e de peças contínuas que suportassem as cadeiras na sua totalidade, com curvas amplas e assentos em chapa ou polímero curvo. No entanto, a ideia final - uma simplificação dos objetos pensados nos esbo-

ços em baixo, à esquerda, surge pelo cruzamento de várias influências, desde as cadeiras dantescas às cadeiras do Hotel Hilton da Madeira, mas também com a exploração da inserção de texteis (atribuindo á obra, mesmo sendo exterior, uma sensação de conforto e, ao mesmo tempo, de calor e frescura visual, pos-sível pelas múltiplas facetas sensoriais dos materiais têxteis, como nas cadeiras da Reitoria da Universidade de Lisboa de Daciano) como complemento ao metal.A partir da forma das pernas - que pela sua forma em U são também os bra-

ços da cadeira - iniciei a procura de formas da mesa, acabando por decidir (no contexto de esplanada comercial já mencionado) projetar uma mesa de jantar exterior. Esta mesa depende bastante (para além da forma) das dimensões da cadeira, estando as pernas afastadas o suficiente para duas pessoas comerem de cada lado da mesa. Originalmente, havia considerado pernas em U inver-tido, fixas ao tempo metálico da mesa (que, nas arestas na sua largura seria deformado), encimado por um tampo de vidro. Contudo, pela dificuldade de deformar o metal da maneira específica que pretendia, simplifiquei o processo e adicionei um suporte ao topo das pernas, numa forma invertida das pernas, fixa ao vidro diretamente.O suporte de menu digital (iPad) foi pensado em complementariedade estéti-

ca com os dois objetos já projetados, a uma escala mais pequena, tendo pensa-do utilizar o aço inoxidável ou ferro como material principal. As formas dese-nhadas são bastante fáceis de fazer pela existência, na serralharia, de sistemas informáticos automatizados, que dobram o metal nos pontos exatos, em série.

Percurso

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Legendas Legendas

Legendas Legendas

Legendas

Legendas

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Estudo de cores vetorizado (neste caso, cores energéticas garridas)

Estudo antropométrico (excerto da página 35)

25Linha Us - Formação em Contexto de Trabalho

Ficha Síntese

Dimensões: 59cm x 55.5 cm x 85.4cm

Materiais: Ferro (com pintura eletrostática); Algodão oleado;

Conceito: Pretendendo criar a ideia de uma alcova, e reinventando vários elementos estéticos na obra de Daciano da Costa e no uso de têxtil ao longo dos tempos no desenho de cadeiras, projetei esta cadeira, desmontável e em-pilhável até 4 unidades, para uma esplanada exterior (comercial, residencial, pública). Tive como objetivo o cruzamento de linhas e planos (emulando o efeito obti-

do nas obras de design de Marcel Breuer, principalmente na Club Chair (B3), mas com menor impacto visual), utilizando o têxtil como complemento à frie-za do metal.

Cadeira

Escala Projeto Serralharia Oliveira & Filhos Lda

José Figueira1:1O Estudos antropométricos e de relação cadeira/mesa

17

3cm

Escala 1:20

Estudo antropométrico do empilhamento de 4 cadeiras

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Escala Projeto Serralharia Oliveira & Filhos Lda

José Figueira

Ø3.70x1.85vØ40x0.35

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Assento - Lona (x1)

Conector - Ferro (x2)

Suporte - Ferro (x2)

Encosto - Lona (x1)

Decoração Lateral (x2) Rebites (x10)

Parafusos de união - Ferro (x4)

Proteções - Plástico (x6)

Pernas direitas - Ferro (x1)

Pernas esquerdas - Ferro (x1)

59

85

,4

Cadeira - Vista Geral (folha 1 de 3)1:105

5.5

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27

Maquete de estudo utilizada para uma melhor compreensão do objeto. Os ornamentos laterais, apesar de serem separados, poderiam ser um único,

reforçando o assento ao passar por baixo, se fosse usado tecido mais fraco.

A opção escolhida inclui a instalação de rebites no topo dos ornamentos laterais.

Pormenor da proteção de borracha/polímero nas extremidades dos tubos

Maquete de estudo demonstrando a interseção subtil de planos (planos esses unidos por dois eixos, o dos braços e o do suporte)

Linha Us - Formação em Contexto de Trabalho CadeiraA cadeira é composta por 4 elementos tubulares de ferro, 2 elementos conec-

tores em ferro, 4 parafusos, e 4 peças têxteis, assim como proteções de políme-ro nas extremidades dos 4 elementos tubulares (desenhos técnicos detalhados na página seguinte).Os 4 elementos tubulares de ferro (pernas direitas, pernas esquerdas, e dois

de suporte de encosto) possuem 4 cm de diámetro de cavilha, com 1.5mm de espessura, e respetivamente, 181, 181, e 85cm de comprimento. Tentei, ao máximo possível, ajustar estas medidas para desperdiçar o mínimo possível das secções de 6 metros disponíveis de metal (ao fazer 7 suportes de encosto, desperdiçaria apenas 5 cm dessas secções, mas ao fazer 3 pernas, desperdiçaria quase 60cm).Os dois elementos conectores teriam, numa secção central, 43cm de com-

primento e 2 cm de diametro de cavilha. No entanto, nas suas pontas, seriam soldadas secções de metal maciço, de 1.6cm de diámetro e 7.5cm de compri-mento, com um furo apropriado a parafusos M10, de forma a, ao unir os com-ponentes, aparafusar esses parafusos, com 8 cm de comprimento, a cada ponta, a partir do lado de fora de cada perna.Isto quer dizer que as pernas, após serem dobradas, iriam ter furos de ta-

manho diferente de cada lado. Numa das pernas, do lado direito iria ter um furo de diámetro de 1 cm (entrada do parafuso M10), e do outro, um furo de diametro de 1.6cm (como as secções nas pontas do elemento conector), e nas outras pernas, de maneira inversa. O suporte de encosto iria ter furos iguais dos dois lados (1.6cm de diametro), e uma proteção genérica de borracha entre as pernas e o suporte, e o suporte e a secção maior do conector.Os elementos têxteis, de algodão oleado colorido, são cosidos com linha visí-

vel, de um tom mais escuro do que o escolhido para a cor do tecido, no encosto e no assento, e nas laterais escondido debaixo do suporte de ferro. O encosto, de modo a ficar fixo , possui uma parte adicional, no topo, de forma a impedir o tecido de baixar mais que o topo do suporte. O assento irá ter dois eixos (os conectores) para suportar o peso da pessoa, encostando mesmo aos suportes e elementos laterais (esses, que utilizam a parte inferior do suporte e a superior das pernas como eixos de suporte). Os elementos laterais ficam fixos ainda por rebites colocados no topo das pernas (5 de cada lado), saindo da fábrica com esse tecido já instalado (mas o resto das peças desmontadas).

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Escala Projeto Serralharia Oliveira & Filhos Lda

José Figueira1:10 Cadeira - Estrutura (folha 2 de 3)

A

B2

85° 80°

2

3

42

43

.50

Ø6.43

68

69

.10

21.08

R8

39

39

R7

Ø4

100°

Ø4Ø3.70 (0.15cm espessura)

B1

Ø2 Ø1

Ø1

.6

437.5

10.54

2.66

3.94

3.94

21.08

Detalhe A (1:2)

2.66

3.94

3.94

M10

Detalhe B2 (1:2)

Detalhe B1 (1:2)

Conector (1:5)

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1:10 Cadeira - Têxteis (folha 3 de 3)

43

53,1

10,1 10,132,9

30

17,717,7 36,3

75,77

35

3,153,15 6,3

31,59

32,34

União (coser)

União (coser)

União (coser)

Peça 1

Peça 5

Peça 4

Nota: Onde possível, nas uniões serão acrescido alguns centímetros de tecido, de forma a ser possível coser

Escala Projeto Serralharia Oliveira & Filhos Lda

José Figueira

5

7.3

R2

29Linha Us - Formação em Contexto de Trabalho

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Legendas Legendas

31

A mesa refleteria bastante o ambiente envolvente, mas permitiria na mesma observar a estrutura da mesa

Mesa Linha Us - Formação em Contexto de Trabalho

Ficha Síntese

Dimensões: 170cm x 80cm x 80cm (altura poderá ser menor)

Materiais: Ferro (com pintura eletrostática); Vidro temperado

Conceito: Partindo de uma das principais referências estéticas da cadeira (as curvas em U invertido laterais), projetei uma mesa de refeições para 6 pes-soas, em coordenação com a cadeira da mesma linha. Tal como nessa cadeira, tornei-a mais leve visualmente (aqui com o vidro e a chapa fina de ferro, e na cadeira com o têxtil), pretendendo refletir o céu e ambiente exterior (como é visível na imagem).

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Escala Projeto Serralharia Oliveira & Filhos Lda

José Figueira1

2

3

4

5

6

7

Pernas - Ferro (x2)

Conector - Ferro (x1)

Suporte - Ferro (x2)

Tampo - Vidro Temperado (1)

Proteções - Plástico (x4)

Porcas - Ferro (x4)

Parafusos (M10) - Ferro (x4)

4

170

80

20

81

,67

1:1O Mesa - Vista Geral (folha 1 de 2)

Page 33: Linha Us / Line Us (Portuguese FCT)

33

Pormenor de uma vista explodida da estrutura (a nível estético, a sobresse-lência da chapa terá sido uma escolha pessoal, de forma a individualizar o

objeto ainda mais)

Pormenor da união das várias peçasRelação entre a mesa e o resto da linha

A mesa é composta por 4 elementos tubulares de ferro, 1 elemento conector em ferro, 4 parafusos, 4 porcas, 1 tampo de vidro temperado e proteções de polímero nas extremidades dos 4 elementos tubulares (desenhos técnicos de-talhados na página seguinte).Os 4 elementos tubulares de ferro (pernas e suportes) possuem 4 cm de dia-

metro de cavilha, 3mm de espessura, e respetivamente, 192cm e 71cm de com-primento, sendo possível, com uma secção de 6 metros, produzir 2 pernas e 3 suportes (desperdício de 1cm), 3 pernas (desperdício de 24cm) ou 8 suportes (desperdício de 32cm).O elemento conector (uma chapa de 2mm de espessura) estabiliza a mesa,

unindo-se o suporte ao conector e o conector às pernas através de 2 parafusos M10 com 9cm de comprimento, e 2 porcas de cada lado (tendo as 3 peças mencionadas 2 furos com 1cm de diametro).Ao contrário das pontas das pernas, onde seriam aplicadas proteções de po-

límero, nas pontas do suporte são inseridas duas peças cilíndricas, permitindo fixar (num vidraceiro) o tampo de vidro a 4 superfícies planas (as 4 peças nas 4 extremidades).

Mesa Linha Us - Formação em Contexto de Trabalho

Nesta maquete de estudo, é possível visualizar claramente a repetição do elemento estético (o metal na forma em U), e a sua inversão, assim como a

placa que une os dois lados, entre as duas partes (suporte e pernas)

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Escala Projeto Serralharia Oliveira & Filhos Lda

José Figueira1:1O Mesa - Estrutura (folha 2 de 2)

A

B

131

5

10

70

130

63

,66

2,4

3R8

5 42

79,7

13,94100°

100°

Ø4

Ø3,4

320

12

2

3.4

0.5

4

3.4

0.2

M10

2

3

1.5

Detalhe A (1:1)

Detalhe B (1:1)

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35Linha Us - Formação em Contexto de Trabalho

Escala Projeto Serralharia Oliveira & Filhos Lda

José Figueira1:1O Estudos antropométricos e de relação cadeira/mesa

17

3cm

Escala 1:20

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Relação antropométrica entre o objeto e uma mão humana (tamanho médio) Estudo de cores para o tecido do suporte

Ficha Síntese

Dimensões:

Materiais: Ferro (com pintura eletrostática); Algodão oleado

Conceito: Com este objeto, pretendi transpor a linguagem de design de Da-ciano da Costa e Marcel Breuer, e produzir uma forma completamente nova. Aproveitando as tecnologias disponíveis na serralharia, e tendo sempre como referência os objetos já criados e o dispositivo para o qual seria projetado (iPad), obti uma forma leve (visualmente e fisicamente), que continua a uti-lizar a linguagem em U, para criar os vários espaços onde se colocam os dis-positivos, sendo passível de se utilizar em duas posições (e nessas posições, na vertical e na horizontal).

Suporte Linha Us - Formação em Contexto de Trabalho

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1:2 Suporte - Vista Geral

19.27

7.95

1.70

R0.75

60°120°

7.00

7.50

R0.75

90°

90°

8.50

Ø0.50

2.5

0

14

7.5 2

0

2.5

0

8.00

7.00

União (coser)

União (coser)

15

Escala Projeto Serralharia Oliveira & Filhos Lda

José Figueira

Nota: Onde possível, nas uniões serão acrescido alguns centímetros de tecido, de forma a ser possível coser

0.55

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39

Vista explodida do objeto (sendo assim possível decifrar as relações existentes entre as peças)

Exemplo do uso de outros de dispositivos, neste caso um smartphone de tamanho grande, numa maquete de estudo

O suporte é composto por três elementos: dois elementos cilíndricos em fer-ro, e uma peça têxtil.Os dois elementos cilíndricos em ferro, a peça alta e a peça baixa, possuem

5 mm de diámetro de cavilha, e respetivamente, 31.5cm e 58.5cm de com-primento. Ajustando estas medidas, é possível, a partir de uma secção de 6 metros, produzir 10 pelas baixas (com um desperdício de apenas 15cm) ou 19 peças altas (com um desperdício de apenas 1.5cm).Estes dois elementos seriam dobrados, como foi observado ao longo do pro-

jeto, utilizando os sistemas informáticos disponíveis na empresa, que determi-naria automáticamente os ângulos (dependendo, de 120º, 90º ou 60º)Seriam soldados de forma a haver um espaço de 1.5cm, onde irá ser colocado

o tablet (ver imagem à esquerda), e pela sua forma, facilmente são transporta-dos, até ser colocada a peça têxtil. As pontas destas peças não iriam necessitar de borrachas ou proteções, pois ao serem lixadar, não iriam acidentalmente danificar o ecrã dos dispositivos. Adicionalmente, as pontas da peça baixa (que iriam suportar o iPad) tem uma altura específica, igual À altura da “moldura” que orla o ecrá touch.Esta peça, do mesmo tecido utilizado na cadeira (algodão oleado), possui as

dimensões necessárias para ser colocado outro dispositivo móvel de qualquer dimensão (e não apenas um iPad), sem esse dispositivo tocar na superfície em que o metal está assente. Está também adaptada, pela sua forma, a não desper-diçar nenhum tecido.

Suporte Linha Us - Formação em Contexto de Trabalho

Neste suporte, a compatibilidade nesta posição com um iPad é assegurada pelo comprimento específico das duas secções visíveis, que não tapam o ecrã

táctil, mas sim a sua moldura

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41Conclusão - Formação em Contexto de Trabalho ReflexãoMemória Descritiva

A memória descritiva apresentada refere-se ao projeto da realização de uma linha de artefatos de design, no âmbito da Formação em Contexto de Trabalho (FCT), respondendo a uma proposta lançada pela empresa Serralharia Olivei-ra & Filhos Lda e os professores orientadores da disciplina. Esta proposta, a projeção de uma cadeira, mesa, e suporte para iPad ou quiosque multimédia para exterior, pretendendo que os alunos tomassem especial atenção às refe-rências estéticas e ideológicas de designers portugueses.Assim, e após uma visita às instalações da empresa (e a redação de um rela-

tório sobre essa visita), iniciou-se uma pesquisa formal e informal sobre mate-riais, mercados, e a obra de um ou mais designers portugueses. A partir desta pesquisa iniciou-se um projeto inicial, ao qual, por uma metodologia própria, que surge tendo como referência a ideologia do designer Daciano da Costa (iniciando o objeto usualmente mais complexo, a cadeira, sempre com atenção ao detalhe no desenho), que segue uma ordem estética à qual se impõe a cadei-ra (sendo os outros dois objetos derivados deste).

Tendo como base o desenho de perfil (e desenhos adicionais em perspeti-va ortogonal), assim como maquetes de estudo, terminou-se a procura inicial com um desenho, cuja característica visual principal eram as pernas em U invertido, que são, no topo, os braços (sendo, por razões económicas e estru-turais, utilizado tubos de ferro com pintura eletróstática na maior parte das peças metálicas desta linha). Neste projeto inicial, essas pernas eram soldadas a outra peça, em dois pontos, que suportaria o encosto das costas, e seria solda-da a dois eixos (unindo os dois lados da cadeira), eixos esses que suportavam o assento da cadeira. Em várias secções, o metal seria deformado, tornando-se plano, como nos pés e nos braços (todas as secções metálicas seriam cilín-dricas). Após esta ideia inicial, numa visita dos representantes da empresa à escola, foi mudado ligeiramente o projeto, excluindo-se essas deformações e a soldagem, decidindo simplesmente extender os eixo mencionados para dentro de furos nas outras duas peças, presas com parafusos M10. O material têxtil, como encosto, assento, e ornamento lateral, foi discutido com professores das tecnologias de têxteis, decidindo-se utilizar o algodão oleado, pelas suas pro-priedades físicas, criando esse tecido, a par do metal, interseções de planos e a forma de uma alcova.

Derivado deste objeto, a mesa utiliza a mesma referência estética principal, a forma em U invertido, no lugar das pernas. Um tampo de vidro de 170cm por 80cm é suportado por um U, igual ao U das pernas, mas com apenas 10cm de altura, que se liga a essas pernas com parafusos e porcas, unindo-se às outras pernas e outro suporte através de uma chapa de metal entre eles (tendo o obje-to uma altura total que poderá variar entre 80cm e 75cm (porque, dependendo da altura das cadeiras, 80cm poderá ser uma dimensão exagerada). O tampo de vidro será temperado laminado, pela acrescida segurança, e os tubos que compõe a maior parte da estrutura terão o dobro da espessura que os utiliza-dos na cadeira. O terceiro objeto, o suporte para iPad, é composto por duas secções metáli-

cas, que através de várias curvas em ângulos definidos, criam um espaço de 1.5cm para colocar o iPad ao alto, com um suporte de costas, e de adicionar uma 3ª peça textil, para colocar iPads e outros dispositivos móveis deitados.

O nome dado a esta linha - Linha Us (plural da letra “u”- reflete a imagem de marca desta linha (as pernas dos objetos), para além de ser um trocadilho com a expressão “us” (“nós”, em inglês), e “US” (“abreviatura de “Estados-Unidos”, em inglês), refletindo esta última a influência das cadeiras de realizador (como consequência das dantescas) hollywoodescas na linha.

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Esta formação (módulo), ao contrário dos módulos passados, não é puramen-te um exercício criativo, abstraído do mundo de trabalho. Apesar de, no seu momento, os módulos passados terem tido uma extrema importância na nossa educação do design em geral, este introduz o factor empresa - que idealmente teria obrigado à deslocação às empresas a todos os tempos da disciplina - com pessoas e instalações reais, sendo assim uma simulação bastante mais realista que as já passadas.Esta relação com a empresa permitiu também compreender que, conforme novas tecnologias e modas surgem, a produção de certo produtos pode desa-parecer, enquanto que, em poucos anos, produtos quase inexistentes passam a ser produzidos em massa.Ao introduzir-se uma nova tipologia (o mobiliário de exterior), alarga-se ain-da mais o nosso conhecimento particular de materiais, técnicas e formas es-pecíficas, mas também ajuda-nos a relacionar o impacto do mobiliário - quer urbano, residencial ou comercial - nos ambientes (neste caso exteriores), con-vidando-nos ao mesmo tempo a projetar algo resistente aos elementos e algo que seja complementado por esses mesmos elementos (quer sazonais ou não).Considero que esta formação foi bastante benéfica, largamente devido aos es-forços da Serralharia Oliveira e da escola, ao grau de atenção dado à proposta lançada. Adicionalmente, considero que projetei uma linha estéticamente e es-truturalmente boa, passível de ser produzida pela empresa, tendo prestado a atenção devida a todos os pontos destacados na proposta.

Conclusão 43Conclusão - Formação em Contexto de Trabalho