Lipidose hepática felina

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Lipidose hepática Hepatic lipidosis Adriana Portilho de Brito Machado 1 ; Isabella Fernanda Coutinho e Silva 2 ; 3 1- Graduanda em Medicina Veterinária – Faculdades Objetivo – Goiânia-GO. 2- Graduanda em Medicina Veterinária – Faculdades Objetivo – Goiânia - GO. 3- ______________________________________________________________ _____________ Resumo A lipidose hepática felina (LH) é a hepatopatia mais comum em gatos, que afeta gatos privados de alimento ou que passaram por períodos de anorexia. Pode estar associada a uma doença de base, mas na maior parte das vezes é idiopática. É também chamada de “síndrome do fígado gordo” (BARBERO, 2006). Os gatos têm predisposição a acumular triacilgliceróis devido ao fato da taxa de síntese hepática superar a taxa de dispersão dos mesmos. Dentre as causas predisponentes da LH pode-se citar o O aumento da lipólise periférica secundária a uma deficiência em insulina, o fígado gordo induzido por má nutrição proteico-calórica, a deficiência em aminoácidos essenciais a que dá origem a uma incapacidade de sintetizar apoproteínas suficientes para mobilizar os lipídios hepáticos, a deficiência em compostos lipotróficos, a deficiência da oxidação dos ácidos gordos e a lesão peroxissomal hepática são causas predisponentes da LH . Os gatos apresentam-se à consulta normalmente com história de obesidade, com um período de inapetência de dois a sete dias, e com cerca de 25% de perda de massa corporal. Nos sinais clínicos iniciais incluem-se disorrexia, letargia, fraqueza, vômito, diarréia ou obstipação. Ao exame físico os sinais clínicos mais comuns são desidratação, icterícia, mau estado de pêlo, e hepatomegalia. A perda de gordura verifica-se primariamente nos depósitos periféricos mantendo-se os depósitos da cavidade abdominal (NEVES, 2009). O diagnóstico presuntivo da LH pode ser alcançado por meio do histórico, manifestações clínicas e

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Lipidose hepática

Hepatic lipidosis

Adriana Portilho de Brito Machado1; Isabella Fernanda Coutinho e Silva2; 3

1- Graduanda em Medicina Veterinária – Faculdades Objetivo – Goiânia-GO.2- Graduanda em Medicina Veterinária – Faculdades Objetivo – Goiânia - GO.3-

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Resumo

A lipidose hepática felina (LH) é a hepatopatia mais comum em gatos, que afeta gatos privados de alimento ou que passaram por períodos de anorexia. Pode estar associada a uma doença de base, mas na maior parte das vezes é idiopática. É também chamada de “síndrome do fígado gordo” (BARBERO, 2006). Os gatos têm predisposição a acumular triacilgliceróis devido ao fato da taxa de síntese hepática superar a taxa de dispersão dos mesmos. Dentre as causas predisponentes da LH pode-se citar oO aumento da lipólise periférica secundária a uma deficiência em insulina, o fígado gordo induzido por má nutrição proteico-calórica, a deficiência em aminoácidos essenciais a que dá origem a uma incapacidade de sintetizar apoproteínas suficientes para mobilizar os lipídios hepáticos, a deficiência em compostos lipotróficos, a deficiência da oxidação dos ácidos gordos e a lesão peroxissomal hepática são causas predisponentes da LH. Os gatos apresentam-se à consulta normalmente com história de obesidade, com um período de inapetência de dois a sete dias, e com cerca de 25% de perda de massa corporal. Nos sinais clínicos iniciais incluem-se disorrexia, letargia, fraqueza, vômito, diarréia ou obstipação. Ao exame físico os sinais clínicos mais comuns são desidratação, icterícia, mau estado de pêlo, e hepatomegalia. A perda de gordura verifica-se primariamente nos depósitos periféricos mantendo-se os depósitos da cavidade abdominal (NEVES, 2009). O diagnóstico presuntivo da LH pode ser alcançado por meio do histórico, manifestações clínicas e alterações dos exames laboratoriais, em conjunto com os achados ultrassonográficos. O diagnóstico definitivo da LH requer o exame citológico ou histopatológico do tecido hepático. Na bioquímica sérica, os achados mais comuns em gatos com LH incluem aumento sérico da FA (fosfatase alcalina), ALT, AST e bilirrubina. Hipoalbuminemia, hiperamoniemia, azotemia, hipocalemia e hipofosfatemia também podem ocorrer. Tipicamente as concentrações dos ácidos biliares em jejum e pós-prandial estão aumentadas, e acompanham a gravidade da disfunção hepática. A ultrassonografia abdominal pode revelar um fígado hiperecóicohiperecogenicidade hepática. O suporte nutricional intensivo é essencial e objetiva proporcionar teores adequados de proteínas e calorias para que sejam atendidas as necessidades nutricionais e, com isso, ocorra a reversão do acúmulo de lipídios no fígado. Quando esse suporte é realizado a recuperação ocorre em 60-80% dos casos. A alimentação via tubo esofágico é a de eleição, todavia, em situações específicas são utilizada as vias nasoesofágica, gástrica ou jejunal. Deve-se corrigir a desidratação, anormalidades eletrolíticas, infecções oportunistas, náusea e vômito, bem como identificar e tratar a doença de base, caso exista,. A reposição de L-carnitina, Sam-e, vitaminas do complexo B, vitamina E, Tiamina, Taurina, Vitamina K1 e Cobalamina também são recomendadas (RECHE JUNIOR, 2011).

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Palavras – chave: esteatose hepática, degeneração gordurosa, hepatopatia felina.

REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS

BARBERO, Camila Cauvilla. Lipidose hepática felina. 2006. 52f. Monografia (Especialização em Clínica Médica de Pequenos Animais) – Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro, 2006.

NEVES, Ana Catarina Pedrosa. Lipidose Hepática em Felídeos: revisão bibliográfica e estudo de caso. 2009. 87f. Tese (Mestre em Medicina Veterinária) – Universidade Técnica de Lisboa, Faculdade de Medicina Veterinária, Lisboa, 2009.

RECHE JUNIOR, Archivaldo. Lipidose Hepática Felina. On-line. Disponível em: http://www.royalcanin.com.br/informativos/. Acesso em: 14/09/2011.