Literatura nos Vestibulares do RS

Prof. Edir Alonso Vieira

25 questões, envolvendo:• 12 leituras obrigatórias• escolas literárias e respectivos autores e

obras• autores portugueses• autores gaúchos• autores contemporâneos• Teatro e MPB

Exemplo de questão

Exemplo de questão

UFSM

15 questões, envolvendo:

• 12 leituras obrigatórias• Teoria literária

• Escolas literárias e respectivos autores e obras

• Autores contemporâneos

Exemplo de questão

Fundação

20 questões, envolvendo:• 7 leituras obrigatórias• escolas literárias e respectivos autores e

obras• autores portugueses• autores gaúchos• autores contemporâneos• Teatro e MPB

Leituras Destacadas

Os Lusíadas

Luís Vaz de Camões

Classicismo

• Estrutura: Poema épico, constituído de dez cantos. São

1102 estrofes em oitava-rima (ABABABCC). Ao todo,

são 8816 versos decassílabos.

• Título: Lusíadas – significa “Lusitanos”, ou seja, são os

próprios lusos, em sua alma como em sua ação.

(Luso=luz)

• Tema: Camões cantará as conquistas de Portugal, as

glórias dos navegadores, os reis do passado; em outras

palavras, a história de Portugal .

• Ação:

Histórica- a viagem de Vasco da Gama às Índias.

Mitológica Vênus X Baco

• Proposição: Cantar os feitos heróicos do povo português

• Invocação: Tágides (musas do Tejo)• Dedicatória: A D. Sebastião

• Narração

• Epílogo

Episódios importantes• Canto I

- Concílio dos Deuses- Moçambique / Falso Guia

• Canto II- Mombaça- Queixa de Vênus / Júpiter prenuncia a Glória de Portugal- Mercúrio é enviado

• Canto III- Mudança de Foco Narrativo (Vasco)- História de Portugal / Inês de Castro

• Canto IV- Velho do Restelo

• Canto V- Gigante Adamastor

Porteira Fechada

Cyro Martins

Romance de 30

A Obra integra a chamada Trilogia do Gaúcho a Pé: Sem Rumo (1937); Porteira Fechada (1944); Estrada Nova (1954).

• Narrador: 3ª Pessoa

• Estrutura: Não-linear

• Espaço: Boa Ventura• Tempo: Década de 30

• Linguagem: predominantemente formal, com algum regionalismo.

Personagens

• João Guedes

• Maria José

• Filhos: Isabel / Tita / Lelo / Picucha / Aurora• Querubina / Oscar / Maria Isabel

• Júlio Bica / Hélio

• Cap. Fagundes

• Dr. Alcides

Concerto Campestre

Luiz Antonio de Assis Brasil

• Romance de Costumes: decadência moral, social e política da estância no interior do RS

• Local: Vila de São Vicente, às margens do rio Santa Maria (Sudeste do estado)

• Momento: entre a Rev. Farroupilha e a Rev.Federalista.

• Trama central: o amor proibido entre Clara Vitória e o Maestro.

• Linguagem: Romance realista tradicional

• Estrutura: Alternância entre Presente/flash backs e pequenas antecipações ao final da cada capítulo, criando tensões para o Futuro.

O significado do título

CULTURA, SENSIBILIDADE, TRANSFORMAÇÃO

NATUREZA BRUTA, TENDÊNCIA À ESTAGNAÇÃO

PersonagensClara Vitória

Maestro (Miguel)

Major Eleutério de Fontes

D. Brígida

Silvestre Pimentel

Vigário

Rossini (André Grilo)

Siá Gonçalves

Eugênio

Ambrósio

Leituras Destacadas

Feliz Ano Novo

Rubem Fonseca

• Temas: Violência urbana; Angústia; Solidão

• Estilo: Narrativas em 1ª PessoaPersonagens MarginaisLinguagem crua, brutal

• Contos em destaque:Feliz Ano NovoPasseio NoturnoEntrevista

O Vôo da Madrugada

Sérgio Sant’Ana

• Primeira Parte: Morte, solidão, angústia, erotismo.

• Segunda Parte: “O Gorila”

• Terceira Parte: Contos-Ensaios sobre o “olhar”

• Contos em destaque:

O Vôo da Madrugada

Um conto nefando?

Um conto abstrato / Um conto obscuro

Um conto de palavras que valessem mais por sua modulação que por seu significado. Um conto abstrato e concreto como uma composição tocada por um grupo instrumental; límpido e obscuro, espiral azul num campo de narcisos defronte a uma torre a descortinar um lago assombrado em que o atirar uma pedra espraia a água em lentos círculos sob os quais nada um peixe turvo que é visto por ninguém e no entanto existe como algas no fundo do oceano; [...] um conto em que os vocábulos são como notas indeterminadas numa pauta; que é como o bater suave e espaçado de um sino propagando-se nos corredores de um mosteiro; um conto que é como uma ponte de ornamentos num rio enevoado em cujo curso um casal se beija num bote que desliza à deriva vagarosamente. Um conto recendendo a nenúfares e jasmim, vicioso como um círculo vicioso, às vezes agudo como um estilete que desenhasse formas sobre uma pele sem feri-la.

(Um conto Abstrato)

Tangencia e corteja o nada. Mas com haver um nada, ainda mais sem alguém a concebê-lo, esse não-tempo e não-lugar de que tudo e todos estarão ausentes? Muitos o temem como temem a morte, mas há também quem possa se regozijar com a sua antecipação – algum enfermo ou suicida, por exemplo, antegozando esse nada pleno e aconchegante e, portanto, de algum modo dele desfrutando, desse nada ser depois. [...] De todo modo, para escrevê-lo, o contista busca em si forças misteriosas, obscuras, que lhe concedam um texto belo que o compense de sua tamanha solidão, fazendo-o sentir-se, por meio dele, amando e sendo amado, ainda que esteja absolutamente só em seu apartamento.

(Um conto obscuro)

Os Tambores Silenciosos

Josué Guimarães

• Sátira Política

Semana da Pátria 1936 – Era Vargas

Lagoa Branca (cidade fictícia) = Referência implícita à ditadura militar no Brasil

• Narrador em 3ª Pessoa, sob a perspectiva dos binóculos das Irmãs Pilar

Personagens• Coronel João Cândido (Prefeito)

• Irmãs Pilar: Maria Celeste, Maria de Jesus, Maria de Lourdes, Maria

de Fátima, Maria Madalena, Maria da Graça e Maria da Glória.

• Paulino Cassales (Inspetor)

• Cap. Ernesto Salgado / D. Isabel / Sgt. Deoclécio

• Dr. Lúcio Machado (Pres. Da Câmara) / D. Benigna

• Casa da Zica

• Pe. Barteli/ Rev. Ezequiel / Dr. Fadul

• Ver. Paulino Paim

• Prof. Ulisses

Leituras Destacadas

Poemas Escolhidos

Fernando Pessoa

Modernismo Português

Heterônimos x Pseudônimos

• Pseudônimo: nome falso

• Heterônimo: personalidade diferente do autor com

nome;

biografia;

estilo;

visão de mundo.

Fernando Pessoa ele-mesmo (ortônimo)

• Poeta-filósofo

• Escreveu poemas líricos (Cancioneiro) e épicos (Mensagem)

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.Finge tão completamenteQue chega a fingir que é dorA dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,Na dor lida sentem bem,Não as duas que ele teve,Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de rodaGira, a entreter a razão,Esse comboio de cordaQue se chama coração.

Mar Português

Ó mar salgado, quanto do teu salSão lágrimas de Portugal!Por te cruzarmos, quantas mães choraram,Quantos filhos em vão rezaram!Quantas noivas ficaram por casarPara que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a penaSe a alma não é pequena.Quem quere passar além do BojadorTem que passar além da dor.Deus ao mar o perigo e o abismo deu,Mas nele é que espelhou o céu.

Alberto Caeiro

• Mestre dos heterônimos

• Poeta do campo: O Guardador de Rebanhos

• Rejeita tudo que impede o pleno contato sensorial com o

mundo

• “Coloquei no Alberto Caeiro todo o meu poder de

despersonalização.” F. Pessoa

• Encontra a felicidade na natureza

• Vocabulário pouco variado

• Versos livres e brancos

Há metafísica bastante em não pensar em nada.

[...]

O único sentido íntimo das cousas

É elas não terem sentido íntimo nenhum.

Não acredito em Deus porque nunca o vi.

Se ele quisesse que eu acreditasse nele,

Sem dúvida que viria falar comigo

E entraria pela minha porta dentro

Dizendo-me, Aqui estou!

[...]

Ricardo Reis

• Poeta de inspiração clássica

• Retoma locus amoenus, carpe diem e aurea

mediocritas

• Influência de Horácio: escreve odes

• Purista

• Vocabulário erudito e sintaxe rebuscada

• Procura desfrutar apenas os prazeres contemplativos e

regrados

• Retoma os deuses clássicos (pagãos)

Não só quem nos odeia ou nos invejaNos limita e oprime; quem nos ama Não menos nos limita.Que os deuses me concedam que, despido

De afetos, tenha a fria liberdade Dos píncaros sem nada.Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nadaÉ livre; quem não tem, e não deseja, Homem, é igual aos deuses.

Álvaro de Campos

• Poeta moderno, futurista

• Poeta do “não”

• Sua poesia reflete o espírito frenético da vida moderna

• Visão pessimista e desiludida sobre a existência

• Estilo febril, de versos longos, bastante próximos da prosa, que

enumeram pensamentos descontínuos

• Despreza a rima e a métrica

• Linguagem coloquial

• “Pus em Álvaro de Campos toda a emoção.” F. Pessoa

Lisbon Revisited (1923) NÃO: Não quero nada. Já disse que não quero nada.

Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas! Não me falem em moral!

Tirem-me daqui a metafísica! Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) — Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-na!

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica. Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo. Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus! Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável? Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa? Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade. Assim, como sou, tenham paciência! Vão para o diabo sem mim, Ou deixem-me ir sozinho para o diabo! Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço! Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho. Já disse que sou sozinho! Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia![...]

LENDAS DO SUL

Simões Lopes Neto

Pré-Modernismo

Aspectos Gerais• 17 Lendas

- Lendas do Sul- Lendas Missioneiras- Lendas do Centro e do Norte do Brasil

• Estilização: Criação simoneana (linguagem, eventos, personagens) misturada à cultura popular.

• Fixação do universo gauchesco (mitos, usos, costumes, linguagem, paisagem, história)

A M’Boitatá• Mito guaranítico – explicação para a aparição dos fogos-fátuos no

campo• Oralidade: “Foi assim:” “Minto” “Mas, como dizia:”

TRECHO

“Cada bicho guarda no corpo o sumo do que comeu.A tambeira que só come trevo maduro dá no leite o cheiro do milho verde; o cerdo que come carne de bagual nem alqueires de mandioca o limpam bem; e o socó tristonho o biguá matreiro até no sangue têm cheiro de pescado. Assim também, nos homens, que até sem comer nada, dão nos olhos a cor de seus arrancos. O homem de olhos limpos guapo e mão-aberta; cuidado com os.vermelhos; mais cuidados -com os amarelos; e, toma tendência doble com os raiados e baços!… Assim foi também, mas doutro jeito, com a boiguaçu, que tantos olhos comeu.”

A Salamanca do JarauMisto de Lenda e Conto Gauchesco – Blau Nunes como protagonista.

• Foco narrativo – 3ª pessoa, mas com ampla utilização do discurso direto.

• Tradição Oral - “Aqui está tudo o que eu sei, que a minha avó charrua contava à minha mãe, e que ela já ouviu, como cousa velha, contar por outros, que esses viram![...] “

• Travessia para o universo mágico das lendas – A Teiniaguá (poder de sedução da mulher) e o Sacristão.

• Reestabelecimento do equilíbrio:“E agora estava certo de que era pobre como dantes, porém que comeria em paz o seu churrasco...; e em paz o seu chimarrão, em paz a sua sesta, em paz a sua vida! “

O Negrinho do Pastoreio• Foco narrativo: 3ª pessoa• O Estancieiro e seu filho – contraponto da

generosidade e da cordialidade inerentes ao heroísmo gauchesco.

• O Negrinho: Alegoria da brutalidade da escravidão e exaltação da fé.

TRECHO:“Quem perder suas prendas no campo, guarde esperança: junto de algum moirão ou sob os ramos das árvores, acenda uma vela para o Negrinho do pastoreio e vá lhe dizendo — Foi por aí que eu perdi... Foi por aí que eu perdi... Foi por ai que eu perdi!...Se ele não achar… ninguém mais.

Panorama da Literatura Gaúcha

Partenon Literário

• Apolinário Porto Alegre

• Lobo da Costa

Simbolismo

• Eduardo Guimaraens

• Alceu Wasmosy

Pré-Modernismo• Simões Lopes Neto

Modernismo• Mario Quintana

Romance de 30• Erico Verissimo

• Cyro Martins

• Dyonélio Machado

Contemporâneos

• Caio Fernando Abreu

• Josué Guimarães• Tabajara Ruas

• Luiz Antonio de Assis Brasil

• Charles Kiefer

• Moacyr Scliar• Luis Fernando Verissimo

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