Livro a Alimentacao Na IRC (1)

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  • Via Principal de Pees Zona I de Chelas, Lote 105 - Loja B 1950-244 LISBOATel.: 218 371 654 Fax: 218 370 826 E-mail: [email protected] www.apir.pt

    A alimentao naInsuficincia RenalCrnica

    De

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    Colom

    bo

  • Ardor ou dificuldadeao urinar

    Olhos, mos e/ou psinchados, especialmenteem crianas

    Tenso arterial elevada

    Urinar frequentemente urinar durante a noite

    Dor de lumbago (abaixo dascostas) que no se alteracom o movimento

    Urinar com sangue

    PREVENOSINTOMAS QUE PODERO SIGNIFICAR PROBLEMAS RENAIS

    PREVENIR AS DOENAS RENAIS EVITAR ALGUMAS DAS SITUAES QUE PODEM DESTRUIR OS SEUS RINS

    POUPE OS RINSVIGIE E TRATE:

    - hipertenses;- calculoses;- gota;- amigdalites;- hipertrofia da prostata;- infeces urinrias.

    POUPE OS RINS- no abuse de analgsicos; oua o mdico;- faa anlises de rotina;- no faa auto-medicao;- no fume;- evite o alcol;- restrinja o sal.

    POUPE OS RINSNA GRAVIDEZ- efectue as anlises de rotina;- trate otites e infeces

    urinrias.

  • > Conselhos dietticos paraDilise e Transplantao Renal

    A alimentaona InsuficinciaRenal Crnica

  • >>> ndice

    3 Introduo

    5 O que a IRC

    6 Os alimentos

    7 Energia

    7 Protenas

    7 Hidratos de Carbono

    8 Fibras

    8 Potssio

    8 Sdio/Sal

    8 Fsforo

    9 Lquidos

    9 Modos de Confeco

    10 Tabelas de Alimentos

  • Todos sabemos que uma alimentao correcta importante para a Sade. Para sique est em Hemodilise, em Dilise Peritoneal ou Transplantado, uma alimenta-o equilibrada ir melhorar a sua qualidade de vida. Ela contribuir, tambm,para que o tratamento dialtico e o transplante tenha melhores resultados e aju-d-lo- a estar melhor preparadado para o futuro.

    Assim, o dialisado ou transplantado renal manter uma melhor qualidade de vidase seguir uma dieta equilibrada. O mesmo suceder, em muitos aspectos, se esti-ver numa situao de Pr-dilise.

    Aprenda a combinar os alimentos de modo a conseguir deles as substncias deque mais necessita. a sua qualidade de vida que est em jogo.

    O corpo humano obtm a energia de que necessita queimando os alimentos queingere, os quais se vo depois transformando; o organismo utiliza aqueles de queprecisa, eliminando o restante atravs dos aparelhos urinrio e digestivo. O rim,alm desta funo depuradora, actua regulando a concentrao de outras substn-cias, como sejam sdio, potssio, fsforo, gua, etc.

    Para ajudar a estabelecer a dieta de que necessita e para que esta seja no s equi-librada, mas tambm variada, saborosa e apetitosa, preciso que conhea:

    a composio dos alimentos o grupo dos alimentos e uma srie de conselhos prticos

    Esperamos que, conhecendo as precaues que deve guardar em relao a deter-minados alimentos, o modo de os cozinhar para que fiquem mais apetitosos e, emresumo, saiba o que come, a sua vida ser mais agradvel e o seu corpo funciona-r de forma equilibrada.

    Foi no sentido de o ajudar a compreender melhor todos estes aspectos que aAPIR, em colaborao com a Professora Flora Correia, Presidente da SociedadePortuguesa de Cincias da Nutrio e Alimentao, decidiu elaborar e publicaresta brochura.

    Estes conselhos no substituem a opinio do seu mdico ou nutricionista.

    A Direco Nacional da APIRJulho 2006

    >>> Introduo

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  • A insuficincia renal crnica (IRC) uma situao que coloca inmeras questes re-lativamente alimentao.O sucesso do tratamento vai depender de uma colaborao estreita de toda umaequipa, da qual o doente a parte mais importante.A alimentao implica quase sempre alteraes de hbitos alimentares por vezes di-fceis de aceitar.

    Este pequeno manual no substitui qualquer dieta, mas antes alerta para algumas ne-cessidades nutricionais e/ou alimentares especificas da IRC.

    Os rins so dois rgos fundamentais para o equilbrio orgnico.Tm como princi-pal funo a filtrao e a eliminao de substncias txicas produzidas pelo nossoorganismo, bem como a regulao da gua e ainda a produo de importantes subs-tncias como a Vitamina D (importante porque permite a absoro de clcio), aeritropoietina (que intervm na produo de clulas do sangue) e a renina (que es-t relacionada com mecanismos de controlo da presso arterial).

    Assim, o rim normal tem a capacidade de excretar mais gua se eventualmente be-bemos mais e consegue manter constantes alguns elementos importantes vida,como o sdio, o potssio e o fsforo eliminando-os atravs da urina quando presen-tes em excesso no organismo. Paralelamente, tem outra funo, a excretora, muitoimportante pois responsvel pela eliminao de substncias como a ureia e a crea-tinina, entre outras, que resultam do metabolismo das protenas.

    > A alimentao naInsuficincia Renal Crnica

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  • > O que a Insuficincia Renal? uma perda progressiva da capacidade dos rins filtrarem e eliminarem produtostxicos para o organismo bem como de produzirem substncias essenciais para oequilbrio e funcionamento do mesmo.

    A perda de funo progressiva e leva acumulao desses txicos, pelo que apartir de determinada altura necessrio recorrer a tratamentos substitutivos dafuno renal: Dilise (hemodilise ou dilise peritoneal) ou Transplante.

    No entanto, importante referir que com apenas 50% da funo renal possvelmanter o equilbrio do organismo. Os graus de doena renal so classificados emfuno da denominada Taxa de Filtrao Glomerular (TFG), ou seja, da capaci-dade do rim filtrar e eliminar as substncias txicas. habitualmente determinadade forma directa, atravs de uma colheita de urina de 24 horas onde se doseia acreatinina que foi eliminada bem como a que permaneceu no sangue, sendo de-pois ajustada para a estatura.

    Existem cinco graus de Doena Renal:

    Grau 1 - normal ou aumentada TFG 90 ml/min/1,73m2Grau 2 - Diminuio ligeira TFG = 60 - 89 ml/min/1,73m2

    Grau 3 - Diminuio moderada TFG = 30 - 59 ml/min/1,73m2

    Grau 4 - Diminuio severa TFG = 15 - 29 ml/min/1,73m2

    Grau 5 - Falncia Renal TFG < 15 ml/min/1,73m2

    Nota:A doena renal crnica definida a partir de uma TFG < 60 ml/min/1,73m2,por perodos de pelo menos 3 meses.

    Quando a funo renal inferior a 10% surgem nveis muito elevados de substn-cias txicas no sangue e surge o denominado sndrome urmico que habitualmenteprovoca cansao, falta de apetite, nuseas e vmitos. nesta fase que necessrio ini-ciar o tratamento substitutivo.Se, por um lado, medida que se avana nos graus de insuficincia renal a acu-mulao de substncias (como sdio, potssio, fsforo, ureia, creatinina esubstncias cidas) provocam desequilbrios graves, por outro lado, a deficincia devitamina D vai provocar uma diminuio da absoro de clcio e de eliminaode fsforo, podendo provocar danos a nvel sseo, a falta de eitropoietina pode le-var anemia e a reduo da filtrao de gua e sdio resulta em hipertensoarterial.

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  • > Os alimentosOs alimentos fornecem-nos substncias (nutrimentos) que o organismo vai utili-zar quer como material de manuteno de tecidos quer como fonte de energia.

    Os Hidratos de Carbono (ou glcidos) e asGorduras (ou lipidos) tm uma funo funda-mentalmente energtica: os primeiros fornecem4 kcal (quilocalorias) por grama e encontram-seprincipalmente no po, arroz, massa, bolachas, ba-tata, gro, feijo, acar, compotas entre outros.Agordura mais energtica: fornece 9 kcal por gra-ma encontra-se no azeite leos, manteiga,margarina, banha e muitas vezes est escondida na carne,peixe, leite etc.As protenas so importantes, como substncias reparadoras das estruturas do or-ganismo; no entanto tambm fornecem energia 4 kcal por grama.As vitaminas eminerais intervm em sistemas complexos orgnicos que garantem o bom fun-cionamento de rgos e estruturas.As fibras alimentares so um tipo especial de hidratos de carbono que em parteno so digeridos pelo organismo mas tm uma funo reguladora do trnsito in-testinal. Por fim a gua que responsvel pela regulao da temperatura corporale constitui cerca de 60% do peso do nosso corpo.

    Quando falamos de alimentao no doente com IRC importante saber quequer a quantidade quer a qualidade dos alimentos tm que ser respeitadas.

    Na IRC indispensvel um plano alimentar individualizado em funo da esta-tura, peso, idade e actividade fsica. No podemos contudo descorar que uma

    doena que implica gastos energticos ligeira-mente superiores quando comparado com omesmo indivduo sem IR.

    Assim, existem recomendaes interna-cionais de como manter a funo renal

    ou mesmo impedir o seu agravamento.

    As principais preocupaes dizem respeito quantida-de de energia,de protena, potssio, fsforo, sdio e gua que

    se deve ingerir.

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  • < 7 EnergiaEsta deve ser fornecida fundamentalmente pelos hidratos decarbono e lipidos. Este fornecimento deve privilegiar a manu-teno de um peso adequado para a idade e estatura. Devegarantir um bom estado nutricional.

    > Protenas As necessidades de protenas rondam os 0,8 a 1 gpor kg de peso corporal na IRC, o que faz comque a ingesto de carne, peixe, leite e queijo de-va estar limitada, no entanto importante noesquecer que existem outros alimentos cuja riquezaproteica no de desprezar, como por exemplo as legumi-nosas (feijo, gro, lentilhas) dar especial ateno s pores que esto definidas noplano alimentar. Um truque muito utilizado desfiar ou picar estes alimentos mis-turando-os com o respectivo acompanhamento no prato de forma a dar a sensaode quantidade. A ingesto de protenas animais em excesso est relacionada com aingesto de gordura e colesterol, pois as principais fontes alimentares de protenastambm contm gordura e colesterol em quantidades variveis.

    Se o doente se encontra em dilise o consumo de protena superior ao do doen-te com IRC. Deve aumentar para 1,2 g /kg de peso, podendo assim ingerir maisquantidade.

    > Hidratos de CarbonoOs Hidratos de Carbono devem fazer sempre parte de uma refeio. Pois fornecema energia necessria para as nossas actividades. Devemos ter em ateno a utilizao

    de acares e produtos aucarados pois no devem ser ingeridos emdemasia. No entanto, no caso da IRC sem a presenade diabetes ou de triglicerdeos elevados, a utilizaodestes produtos apresentam algumas vantagens pois,fornecem energia praticamente isenta de protenas.Tal

    se verifica para outros alimentos tal como a farinha de mandioca, a ta-pioca e a fcula de batata. importante referir que os produtos mais doces

    provocam mais sede, como tal, se o doente se encontra em dilise deve res-tringir o consumo destes, de forma a evitar aumentar muito de pesointerdialiticamente.

  • > FibrasAs fibras provm fundamentalmente dos hortofruticolas.Os vegetais e a fruta devem ser utilizados mas comalgum cuidado pois contm teores elevados depotssio.

    > PotssioAssim na presena de potssio elevado devemos ter emateno a quantidade ingerida. O potssio existe principal-mente dentro das clulas, da se pedir aos doentes que partam osvegetais em pequenas pores e os deixem mergulhados 24h em gua, devendoposteriormente ser confeccionados de preferncia em duas guas, pois assim o po-tssio sai com mais facilidade da clula que foi cortada e dilui-se na gua (quedeve ser rejeitada).

    > Sdio (sal)O sdio outro mineral que pode ter de ser restringi-do nos doentes com IRC.

    Para isso no se deve utilizar produtos em salmoura oucom muito sal, enlatados, alimentos pr-confeccionados, fer-

    mentos entre outros. Deve o doente comprar sempre po sem sal eno adicionar sal na confeco dos alimentos.

    Para alm do problema da tenso arterial alta, os alimentos salgados fazemmais sede, o que pode ser prejudicial no doente em dilise pois aumentamuito de peso interdialiticamente

    > FosfroQuanto ao fsforo, outro mineral cuja ingesto poder ter que ser controlada asua ingesto. O leite e produtos derivados, a carne, o peixe, os ovos, as legumino-sas secas e as oleaginosas so ricas em fsforo, pelo que deve serlimitado o consumo.Alertamos tambm para o facto que apesar de alguns ali-mentos mais ricos em hidratos de carbono terempouco fsforo por 100g, como habitualmente so in-geridos em mais quantidade, podem contribuir paraelevar o valor no sangue.

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  • > LquidosPara o doente que necessita restringir os lquidos como aquele que seencontra em dilise fundamental ter em ateno que os lquidosprovm, no s do que bebemos, mas tambm dos prprios ali-mentos e da sua metabolizao. O aumento de peso interdialiticono deve ser superior a 5% do denominado peso seco. Da a im-portncia da restrio de lquidos.

    > Modos de ConfecoOs modos de confeco devem privilegiar os cozidos e grelhados sem adio de gor-dura.No entanto os fritos e assados tambm podem ser usados com pouca frequncia.A sopa um excelente mtodo culinrio que permite fornecer fibras, hidratos decarbono, vitaminas, minerais e gua. No entanto no doente em dilise a consis-tncia da sopa deve ser tipo creme pois uma forma de ingerir menos lquidos.

    > Gneros alimentciosAs listagens que se seguem so unicamente uma ajuda para se poderem encontraralternativas.A imaginao na combinao de alimentos fundamental para evitara monotonia alimentar, que muitas vezes est na base de problemas nutricionaisgraves, e que tornam difcil o tratamento.

    Nota importante:A listagem que se segue tem por funo esclarecer algumas dvidas rela-tivamente quantidade de fsforo, potssio e sdio de alguns alimentos.

    Cada doente deve ter uma dieta calculada com base nas suas necessidades, ou se-ja, no que gasta em termos de energia, bem como o limite que o seu estado renalpermite em termos de fsforo e potssio.

    As tabelas que seguem esto elaboradas por 100g de alimento/bebida*, o que im-plica que o doente seja ensinado a escolher o alimento/bebida na quantidadeadequada.Assim, um alimento que aparentemente contm pouco fsforo ou pots-sio ou sdio pode tornar-se potencialmente perigoso, dependendo da quantidadeingerida.

    * Tabelas de Composio dos Alimentos: McCance and Widdowson's eF.A. Gonalves Ferreira

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  • Queijo Parmeso 1090Queijo flamengo 45% 850Queijo serra 749Queijo Brie 700Queijo Camembert 650Iogurte magro com sabores 154Leite condensado 150Iogurte magro 137Gelado Corneto 91Gelados de leite mdia 69Mousse chocolate 67Iogurte magro de fruta 64Leite magro 55Leite gordo 55Leite meio gordo 54Leite soja 32Iogurte de soja 0

    Alimento (100grs)

    Sdio(mg)

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