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    Omar Cherenzi Lind

     AUM  A Palavra de Poder 

    Theano Editora Publicações

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     A U M A PALAVRA DE PODER 

    Por Omar Cherenzi Lind

    Tradução do inglês para o português realizada por 

    PANYATARA 

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     A U M A PALAVRA DE PODER 

    Título do original Inglês: AUM – The Word of Power

    Publicado originalmente por:Omar Cherenzi Lind

    ESTA OBRA FOI PUBLICADA SOB OS AUSPÍCIOSDA GRANDE FRATERNIDADE BRANCA UNIVERSAL

    PELO COLÉGIO ROSA-CRUZ ESOTÉRICO E A 

    UNIÃO ESPIRITUAL UNIVERSAL

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    ítulo do original Inglês: AUM – Te Word of PowerAutor: Omar Cherenzi Lind

    Copyright da tradução para o idioma em português© 2014 - Teano Editora & Publicações

    1ª edição 2014.

    Produção

    Adriana Calheiros

    Tradução

    Jayr Rosa de Miranda (Panyatara)

    Revisão

    Yara Castellani Grosso

    O mantra OM revelado segundo a ótica budista

    e seus poderes na preparação iniciática dos

    buscadores da Verdade.

    O caminho da retidão como condição

    indispensável para alcançar a Consciência.

    Exigências da Grande Fraternidade Branca e osPreceitos da Vida Sã.

    odos os direitos reservados, no Brasil, porTeano Editora & Publicações

    E-mail: [email protected]://www.revelandomisteriosdooculto.com.br/

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    SUMÁRIO

    P E I P

    N E

    AUM

    P E E 3P E E

    P E I

    O E M, I, E S

    I

    AUM P V

    A P P

    AUM F P AUM C F E IAO

    AUM C F A

    A P

    A R M

    AUM O P C

    AUM A C S

    AUM A F P

     

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    O M P H E P I

    O Q É O M P H

    O M P H

    A M O M P H

    O P A

    H R I C P

    E F U B

    Ú R

    A Q G I

    A Q C E

    A U AUM M

    A P AUM

    E E U I

    A E M AUM

    U A I

    A C C

    A I E F S

    O P A V

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    PREFÁCIO DA EDIÇÃO EM IDIOMA PORTUGUÊS

    H á alguns anos atrás, por acaso, caiu em minhasmãos um dos livros de Cherenzi Lind intitulado“Kundalini - ou a Serpente Ígnea de Nossos PoderesMágicos Internos”, livro esse que me despertou paraconhecimentos novos e de grande importância para omeu entendimento de uma série de fatos pressentidos, masainda sem oportunidade de comprovar como verdadeiros.

    Novamente, por acaso (os livros deste autor não fo- ram traduzidos para a língua portuguesa e se encon- tram esgotados há mais de 40 anos em outros idiomas),chegou-me às mãos um outro livro da mesma lavra; li-ocom minha Alma envolvida em profunda comunhão comuma Verdade que não pode ficar mais restrita ao limbodos interesses humanos e deve ser vivenciada pelo maiornúmero possível daqueles que procuram a Sabedoria em

    sua original pureza. Daí meu afã em torná-lo acessível atodos os estudantes e aspirantes ao Conhecimento Real,a fim de abandonarem a condição de defraudados, noque diz respeito à esperança da verdadeira iluminaçãoe liberação e realizem a assunção de sua Realeza Espi- ritual. Trata-se do livro “AUM - A Fórmula do Poder”que aborda também, em sua segunda parte, explicaçõessobre o mantra “OM MANI PADME HUM”, a fórmula

    despertadora da Consciência Universal no Ser humano.Procure ler as páginas que seguem com profundo

    discernimento e comparando seus ensinamentos comos dos verdadeiros Mestres de Sabedoria e com asinstruções básicas existentes nos livros consagrados pelahumanidade que são a Bíblia, com o Novo Testamento,o Bhagavad Gitâ e as instruções budistas em suaíntegra, cujo objetivo foi preparar a mente humana

     para o advento da dispensação Cristã. Elas trazem

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    lições importantíssimas para o período de transição queestamos vivenciando e representam um “passaporte”

    insuspeitado para estados de consciência superioresque não dependem de outras disciplinas do que aquelasensinadas pelo Senhor Buda e pelo Mestre Jesus, semas quais seria, em vão, aspirar a qualquer avanço aoencontro de nossa Realidade Maior. Os exercícios

     propostos são simples, porém só devem ser praticadosse, paralelamente, estivermos sinceramente imbuídosde nossas responsabilidades em relação às Condições

    Prévias (pág. 78), de vivenciar o Caminho da Retidão edispostos a atender as exigências atribuídas à GrandeFraternidade Branca Universal (pág. 80).

    Para ajudar na melhor avaliação desta obramantivemos os Prefácios em idioma inglês e espanhol,

     por conterem informações importantes que poderãoajudar no entendimento do proposto na obra. Faça bomuso do mesmo e difunda-o. É importante que outras

     pessoas tomem conhecimento dele. Este é um livromuito importante!

    Panyatara 

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    NOTA ESCLARECEDORA

    Muitos dos nossos irmãos que visitam nosso Sitee leem os livros que escrevi e venho tradu- zindo ( http://www.revelandomisteriosdooculto.com.br )são adeptos da Gnose ensinada por Samael Aun Weore provavelmente conhecem as desavenças intelectuais,

     filosóficas e de posturas espirituais que existiram entreo mesmo e o autor do livro AUM, Omar Cherenzi Lind.

    Esclareço que estas divergências entre ambos não foramlevadas em conta neste trabalho, que procura compreen- der a luta de egos que existe e existiu entre as correntes

     filosóficas abraçadas por estes dois gigantes do espiri- tualismo moderno, cada um julgando o outro um MagoNegro. Entretanto, considerando as palavras do eminen- te espiritualista e escritor esotérico Ali A’l Khan comomuito sábias em relação à obra de Samael Aun Weor,

    repito-as neste momento, para justificar o presente tra- balho: “Pode-se fazer restrições as atitudes pessoais dequalquer uma destas duas insignes personagens, porémnão podemos deixar de ler suas obras, eivadas de conhe- cimentos importantes, nem sempre acessíveis ao busca- dor sequioso de informações para nortear seu caminho”.

    De nossa parte, sempre consideramos importante, para reconhecer nossos possíveis desvios de atitudes e

    discernir situações dúbias em nosso trabalho cotejar omaterial que nos chega às mãos com os ensinamentos doEvangelho, que preconizam sempre o amor ao próximocomo a si mesmo, perdoar não sete vezes, mas setentavezes sete vezes, a humildade como troféu da Alma,além de nosso próprio conhecimento sobre A Senda.O conhecimento sobre a Cabala e suas vertentes comoArvore da Vida e do Conhecimento do Bem e do Mal e

    as revelações contidas na Bíblia sobre as Qliphots nos

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    levam sempre à máxima cautela em fazer avaliaçõesdo que é realmente importante no Caminho da busca

    da Verdade (“Conhecereis a Verdade e a Verdade voslibertará”). O arrazoado colocado na internet pela Gnosede Samael sobre Cherenzi Lind, que inclui trechos dealguns dos livros deste, fica a disposição de nosso leitores

     para estabelecerem seus critérios pessoais sobre o valorda obra de Cherenzi Lind ( http://www.gnosisonline.org/mestres-da-senda/omar-cherenzi-lind/ ). O meu jáestabeleci acima, daí que resolvi reproduzir AUM para

    os que desejam saber um pouco mais, libertos de rédeas filosóficas que impedem o buscador sincero de chegar àverdade por si mesmo.

    Termino este arrazoado com as citações contidasem Mateus 7:15-20

    “Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocêsvestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos

    devoradores.Vocês os reconhecerão por seus frutos. Pode alguémcolher uvas de um espinheiro ou figos de ervas daninhas? 

    Semelhantemente, toda árvore boa dá frutos bons,mas a árvore ruim dá frutos ruins.

    A árvore boa não pode dar frutos ruins, nem aárvore ruim pode dar frutos bons.

    Toda árvore que não produz bons frutos é cortadae lançada ao fogo.Assim, pelos seus frutos vocês os reconhecerão!” 

    Desejo que façam bom uso das mesmas! Panyatara 

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    E xiste uma palavra cujo “som” peculiar se teria perdido e queatualmente somente é lembrada apenascomo a Palavra Perdida. Esta Palavra,de acordo com o que se diz nas escolas

    mais internas de sabedoria, era possuída pela humanidade em sua última Idadede Ouro e conferia fantásticos poderesmágicos a quem a pronunciasse de

     forma correta. Seu evocador, produzia,com ela, resultados maravilhosos emseus propósitos.

    Este trabalho está dedicadoao estudo e significado da palavramística AUM, considerada no Orientecomo sagrada e que somente osverdadeiramente Iniciados são capazesde utilizar corretamente, pois, como

    diz o próprio autor, “AUM encarnaa essência de todo dogma e ritual dosMistérios Maiores”.

    A finalidade do Ser humanona vida terrestre é a de procurare seguir o caminho que o conduzaà perfeição e à libertação de tudoaquilo que o encadeie no tempo e

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    no espaço. Na posse do estudante pressuroso e decidido, este mantra

    sagrado se converte em poderosa ferramenta que lhe permite elevar- se acima das condições comunse vislumbrar novos horizontesainda inexplorados, nos campos doEspírito.

    Nas páginas que seguem, oleitor encontrará o exame e o

     próprio significado da mágica palavra, tanto no que se relacionaa sua fórmula primitiva como ode força em ação, e as indicaçõesnecessárias para poder pronunciá- la devidamente “no silêncio”.

    Tão excelentes dados sãocompletados com a explicação da

     fórmula sagrada “Om manipadmehum” e de sua utilização para

     penetrar nos sagrados recintos daConsciência Cósmica.

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    PREFÁCIO DA EDIÇÃO EM ESPANHOL

    C oube-nos, por graça, a honrosa prerrogativade trazer, ao público, um livro nada comum, porquanto trata-se do mais perfeito estudo que se podecolocar nas mãos do leitor espiritualista, na presenteépoca, sobre o mantra supremo ou fórmula mágicasagrada de todos os poderes transcendentes do espírito.

    No mundo ocidental, desde a época da Sra. H.P.Blavatsky até os nossos dias, os estudantes sinceros daciência espiritual que não tiveram a sorte de ter uminstrutor verdadeiramente identificado com a ciênciaoculta, hão ensimesmado muito procurando conhecer aexata pronúncia e entonação de AUM e compreender,ainda, seu significado e objetivo. Tudo tem sido em vão,

     pois a sílaba mágica se manteve impenetrável a todosos esforços, com certeza inconexos e mal conduzidos e, éassim que, principalmente nas organizações conhecidascomo ocultistas e esotéricas, se ouve as mais fantásticase bizarras explicações e interpretações de AUM,

     geralmente todas muito distantes do que ela realmente é.Porém os tempos mudaram. Encontramo-nos já nos

    albores da Era de Aquário recebendo as mais benéficas

    influências cósmicas que começam a atuar sobre toda ahumanidade. E não deve ter sido outra a razão porque oMestre Omar Cherenzi Lind nos concedeu a autorização,a pedido de numerosos estudantes sinceros, para que

     publiquemos este trabalho.Além disso, existem outras razões que abonam a

     publicação das explicações dadas no presente livro. A primeira é a necessidade das pessoas realmente estudiosase cheias de aspirações para o superior terem, à mão, um

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    tratado, o mais completo possível, que supera, em parte,a ausência de um Guia ou Instrutor espiritual.

    A segunda justifica-se pela conveniência de quetudo espiritual e sagrado esteja, no possível, livre dasmás interpretações e costumeiras tergiversações, o queobriga as obras entregues ao público serem precisas eclaras e não tenham nada sub-reptício. E, uma terceira: éclaro que, apesar de tudo, os charlatães do espiritualismosempre utilizarão os mistérios sagrados, mais adianteexpostos, para fins estranhos a mais edificante e excelsaespiritualidade; porém, ao menos, como foi dito acima,o estudante sincero e esforçado terá, à mão, uma ajudaque lhe permita descobrir de que lado poderá encontraro espiritual e o verdadeiro.

    Como diz o próprio autor: “Empenhamo-nos emdar estas informações precisas e exatas para que osaspirantes da verdadeira iluminação e liberação não

    sejam defraudados em suas esperanças, já que todas ascrenças sem substância e as práticas equívocas no quetoca as percepções espirituais, se convertem, sempre, emmeios de depressão moral e desvios que afastam cadavez mais da verdadeira espiritualidade”.

    À segunda parte deste trabalho trata de OM MANIPADME HUM, a fórmula despertadora da ConsciênciaUniversal no Ser humano e de sua utilização, consciente,

    com este objetivo. Esta fórmula sagrada é, também,expressão das possibilidades do infinito e, ao longo das

     páginas que o autor dedica a ela, pode, o leitor atento,aprender o uso correto de tão poderoso encantamentoe como é possível utilizar, conscientemente, seuextraordinário poder de redenção cármico. Porque a leido KARMA não é mais sagrada do que qualquer outralei da natureza e, por conseguinte, pode ser modificada eainda anulada mediante o CONHECIMENTO e a AÇÃO.

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    A terceira parte é constituída de um “formulário”destinado a aumentar a expressão da energia universal

    no indivíduo.Isto será melhor compreendido se tivermos presenteque todas as pessoas expressam, de uma ou outra

     forma, com maior ou menor força, a energia da própriaNatureza, da qual são manifestação ou produto. Assimsendo, poderia sustentar-se que a sabedoria não é outracoisa que a expressão mais perfeita ou total, no indivíduo,dessa energia universal ou vida.

    O estudante esforçado e sincero que aspire converter- se em Discípulo de um Mestre de Sabedoria tem, pois, no

     presente trabalho, um verdadeiro guia em seu caminhoespiritual que, se souber aproveitar, o há de conduzir, livrede erros e mal-entendidos à meta das Iniciações Maiores.

    C.Parrau 

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    PRÓLOGO DA EDIÇÃO EM ESPANHOL 

     por Omar Cherenzi Lind 

    A UM é um delicado alimento para a vidaespiritual do estudante ou Discípulo. Poristo não é possível considerar esta obra como simplesexpressão de um pensamento intelectual ou um meroadorno mental. Tampouco deve-se considerá-la como umlivro comum de leitura, pois sua verdadeira qualidadeé a do devocionário ou livro de meditação.

    Deve-se, pois, estudá-lo para melhor compreendê-loe senti-lo, na intimidade do Santuário Interno, ou aindano recanto mais puro do lar, já despojados das fúteis esupérfluas vibrações da azáfama diária, e dispostos aviver verdadeiramente, intensamente e com sentido de

    dignidade suprema e de eternidade.A função mental requerida para a contemplaçãocriadora e frutífera de AUM é que o indivíduo enfrentea si mesmo, ou seja, consiga a introspecção descobridorae reabilitadora de si mesmo. AUM é a essência da Vidaem função privativa do Ser, responde as suas mais

     fundamentais inquietudes e aspirações e representa ainfinita variedade e variação da vida no caminho da

    autorregeneração e da autoexaltação, através da via daConsciência criadora. Como já sabemos, a ConsciênciaCósmica é ao mesmo tempo o germe e o sentido genéticode toda existencialidade.

    AUM, em si mesmo, é a confrontação da realidadecom a essencialidade, do múltiplo e complexo com obásico e o fundamental, da unidade com o integral,do UNO com o TODO; em última instância se resumeem uma mesma coisa, uma vez feitas as salvaguardas

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    do circunstancial e do ilusório com que, geralmente,deixamos aturdir e atormentar nossa mente.

    AUM, já o dissemos, é um devocionário, mas dedinamismo mental prático e de sinergia espiritualefetiva. De modo contrário, deixa de ser o que deve ser e,então, é uma vaga ilusão de inúteis divagações mentaise displicências íntimas que redundam em nada prático.Se, não sentimos renovado vigor e nova intensificaçãovibratória ou a frequência energética de nosso EUem todo o corpo, isto quer dizer que não chegamos a

    encontrar o verdadeiro AUM. A palavra sagradaAUM é o poder do silêncio germinativo que multiplicaad infinitum nossas forças e nos possibilita realizaras majestosas magnificências que, em nossos melhoresmomentos, conseguimos vislumbrar. Então, se não nossentimos renovados, reabilitados e revitalizados coma prática de AUM é porque não conseguimos modularsilenciosamente este monossílabo no genuíno sentido quelhe corresponde.

    Não deve ser praticado com precipitação, pois em talcaso, somente se consegue agredir os sentidos e adormecercom uma monotonia cansativa e insípida. AUM é o Todoque leva à fonte da Vida Única e o múltiplo e complexoque se refunde na uniformidade da essência e doespiritual. AUM é a matéria que se submete ao espírito

    ou é submetida pelo espírito triunfador.AUM, e isto deve ser bem compreendido, é a purificação de toda personalidade no crisol da ConsciênciaCósmica, para que reluza o ouro puro do EU REALdefinitivamente despojado de seus veículos grosseiros eliberado dos ouropéis atávicos e próprios da reencarnação.

    Com AUM passamos pelo banho lustral que nosreintegra na essencialidade Cósmica e nos reabilita

    integralmente até nos fazer sentir a Potência Espiritual

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    que buscamos, nossa verdadeira e legítima Pátria eterna.Para aproximar-se a AUM, o leitor (aqui deve ser mais

    estudante da Vida que leitor) deve despojar-se, mesmo por alguns instantes, de seus grosseiros desejos mundanose considerar a glória, a fama, a riqueza e os prazeres denosso mundo como puras ilusões passageiras. Só assimchegará a conquistar grandiosas realizações medianteo fogo sublimador que conduz a AUM. Se sabemos fazeruso do pensamento transcendental, AUM é o triânguloque compreende a síntese universal, cuja base é a

    bipolaridade integrada por si mesma, ou seja, toda aescala de todas as variedades potenciais em princípio,as proto-tattwas ou princípios universais fundamentais.Aí está a chave mágica da Sagrada Trindade, Tríadaou Tetraktys que aparece como JE-HO-VAH (IHVH) namagnífica postulação cabalística e como A-Bra-Xas na

     gnóstica, e é o fundamento de toda fórmula de vida, ouseja, a Predisposição, a Germinação e o Crescimento e,

     finalmente, a Frutificação. Compreender este segredo evivê-lo, vibrar com ele, é exaltar AUM.

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    PRÓLOGO DA EDIÇÃO INGLESA

    C om o presente trabalho continuamos umatarefa iniciada faz muitos anos e que consisteem restabelecer, em sua primitiva pureza, algunsensinamentos arcaicos. Atualmente, estes ensinamentossão conservados unicamente, em todo o seu vigor eexcelsitude, nos Santuários do Oriente, e foi necessário

    contar com a anuência destes Santuários para poderexpô-los ante o público profano, em virtude de queeste pequeno opúsculo contém dados e informaçõesdestinados exclusivamente, em princípio, aos Discípulosdos mesmos, e não ao leitor ocasional.

    E o que dizemos acima ressalta maior importânciaquando se tem presente que o assunto agora abordadotem por objetivo tratar de algo não somente difícil, massua enunciação pode, também, parecer algo de incomume atrevida. Trata-se do mantra sagrado AUM.

    Nossa tarefa, portanto, tem por objetivo corrigirtudo quanto erroneamente foi dito sobre este tão parti- cular assunto, e também, ampliar as noções existentessobre o mesmo, a fim de poder utilizar todas as suas ge- nuínas transcendências e possibilidades para o bem da

    humanidade. A importância do tema fica manifestadanos parágrafos seguintes, que solicitamos ao leitor pesarem toda a sua profundidade e transcendência.

    AUM encarna a essência de toda a sabedoria. Noque toca aos valores, AUM é o Poder Primordial. Nomeá- lo é invocá-lo. Pronunciá-lo é torná-lo presente, isto é,afirmá-lo, provocá-lo, promover suas possibilidades deatuação. Expressar-se contra AUM ou utilizá-lo para

     fins delituosos, malévolos ou indignos é pecar contra

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    a majestade da Verdade. É cometer o pecado que nosevangelhos cristãos se qualifica como “pecar contra o

    Espírito Santo”.AUM, considerado sob qualquer aspecto, encarnaa essência de todo dogma e ritual dos Mistérios Maiores.Portanto, compete unicamente aos verdadeiros iniciados,ou aos Discípulos dignos, utilizar seus significativos

     poderes, a fonte e a força propulsora da vida.Oferecemos, pois, com o mesmo, a base fundamental

    da genuína Yoga, ou seja, a Senda de Libertação pelaConsciência Espiritual Ativa (Bodha). Deve ser encaradocomo um tratado sobre o despertar de Bodhicitta, istoé, dos princípios vitais no Ser (Buddhi), assim como,também, um roteiro seguro para uma vida sã, plena,esplendorosa, edificante, vibrante e transcendente.

    Seja esta obra penhor de nossa devoção à Verdadee de nosso zelo pelo progresso daqueles que se interessam

    verdadeiramente pelas realizações superiores.

    Omar Cherenzi Lind.

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    O EMBLEMA MÁGICO, IMPERIAL,

    ESOTÉRICO DE SHAN

    Oemblema mágico e imperial de Shanrepresenta todo o ensinamento esotérico que,segundo se arma, é o máximo patrimônio de todas

    as épocas para o Império Espiritual de Shan.O Império de Shan está situado, geogracamente,

    no coração da Ásia, porém abarca todos os connsdo mundo, por ser a Sede Suprema dos SantuáriosEsotéricos e a residência do Conselho Diretor da GrandeFraternidade Branca Universal. Também é conhecido

    como “O Reino Subterrâneo” e as lendas do Oriente sereferem a ele como ao umbigo espiritual do mundo, ouseja, o AGHARTA1.

    O signicado dos símbolos que formam o escudomágico e imperial de Shan é o seguinte:

    O SOL é a alegoria da Verdade Resplandecente eexpressa o Espírito em todas as suas manifestações

    do Innito. É o Logos que se encontra atrás de toda a1 Sobre a existência de Agharta, ver o os livros “Bestas, Homens e Deuses”de Ferdinand Ossendowski, “A Terra Oca” de Raymond Bernard, “Sham-balah - Em Busca da Nova Era” de Nicholas Roerich, “O Mundo Subter-râneo” de Ali Mahomad Onaissi, “Rei do Mundo” de René Guenon e orelato do Almirante da Marinha dos EE.UU. Charles Bird em www.novaera-alvorecer.net/a_terra_oca.htm. e as várias informações sobre o assuntoexistentes na Internet, inclusive o vídeo em www.youtube.com/watch?-

    v=bgN7PsrGBeA

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    realidade existente.A SUÁSTICA esotérica (a exotérica - ou vulgar e

    negativa - tem os braços como se seu movimento fossesinistrógiro) representa a Criatividade da ConsciênciaUniversal ou Alaya2.

    O DRAGÃO é a própria Consciência Cósmica ouUniversal como poder invencível, que supera o tempoe o espaço.

    A LANÇA, que se mantém intocável sobre aságuas, é o símbolo da Vontade Inexível e Vencedoraem qualquer circunstância.

    A FLOR DE LÓTUS representa a pureza imarcescívelda Verdade aonde quer que ela se realize.

    A FITA (Hatik), de cor azul, simboliza aespiritualidade expressada em forma de sentimento.

    Leva, no original, uma inscrição em idioma esotéricoque diz: “O Saber Inspira - A Nobreza Dirige” NO CÍRCULO, no centro da suástica, existe um

    símbolo menor que representa a palavra sagrada, asignicação da verdade integral: AUM. É o Selo Mágicoe Supremo das Iniciações Esotéricas.

    Os Iniciados identicados aos Santuários do

    Oriente e do Ocidente consideram este emblema comoo Selo Mágico por excelência, o símbolo do VerboEspiritual e a Insígnia Suprema da Iniciação.

    Segundo as lendas tibetanas, o Selo completo foicriado e apresentado ao mundo pelo Bodhisattva Pad-mapani Chenrezig Avalokitesvara, com a primeira ins-crição conhecida de OM MANI PADME HUM, colocada2 A Alma Universal ou Anima Mundi.

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    sobre a ta a que acabamos de nos referir acima. Ser-viu, também, de selo imperial ao Gênhish Kha Khan3 

    ou Imperador de todos os homens, e seus sucessoreso legitimaram como propriedade do cargo, depois deter servido a todos os Patriarcas Ch’An4.

    3  Gênhish Khan (Gengis Khan) - Fundador do primeiro Império Mongol(1160/1227).4 O Ch’an signica meditação profunda. É uma palavra chinesa que querdizer “pensamento quieto”, o que signica que dentro do mundo das cau-sas, podemos encontrar a tranquilidade, contemplar corretamente e as-sim a nossa natureza búdica poderá surgir. Para maiores detalhes: www.google.com.br/?gfe_rd=cr&ei=LIjbU6PBD-nL8gfMsYHICw#q=Patriarcas+-

    Ch%E2%80%99An

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    O EMBLEMA MÁGICO, IMPERIAL, ESOTÉRICO DE SHAN5

    5 Nota do Tradutor - A úlma guerra representou um dos maiores avanços das forças negras sobre a

    consciência humana. Naquela época, o presente livro e seus ensinamentos revelavam oportunidades

    que precisavam ser eliminadas por essas forças sinistras, sempre interessadas em manter o homemafastado dos caminhos da Luz e da Verdade. Daí, pelo simples fato de que o Emblema Mágico de Shan

    possuía, em seu contexto, a Swásca, foi explorado de forma vil para que tão importantes ensinamen-

    tos deixassem de ser reproduzidos e este livro quase viesse a desaparecer como arrimo para os que

    buscam e procuram servir a Luz. Estamos no limiar de uma Nova Era. As forças negavas connuam

    atuando de forma sul e envolvem milhares de irmãos nossos, porém a Verdade sempre se imporá

    vigorosa e potente e triunfará com o nosso concurso ou apesar de nossa acomodação ao que é fácil,

    aos atalhos que não levam a lugar nenhum e a preguiça mental que sempre dá preferência a ilusão ao

    que é Real. A escolha e o trabalho é nosso. Nenhum “mestre” fará mais nada por nós do que apontar

    o caminho, que somente conseguiremos vislumbrar quando ornamos nossa consciência com a since -

    ridade, a modésa e a humildade. Por causa disso ca o convite: Façamos a nossa parte!

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    INTRODUÇÃO

    “Viver é aspirar, criar, transformar-se etriunfar. O resto é detestável vegetar ouignominiosa sobrevivência, na indignidade,na abjeção e no caos”. K.H.

    Depois de vários anos de esgotadas as sete

    edições anteriores desta obra, revisei a cópiacorrigida que me foi apresentada com uma solicitaçãopara se fazer uma nova edição, e não pude deixar deobservar alguns defeitos que necessitavam correção.Os muitos anos transcorridos desde que escrevi estelivro - em 1912 - trouxeram consigo também grandesinovações no modo de pensar das pessoas, e a

    humanidade inteira sofreu enormes crises, profundaspreocupações e terríveis tragédias; porém, tudo emvão, pelo menos no que diz respeito ao que sabemos,considerando que não se resolveu nenhum de seusgrandes problemas, não se conseguiu curar nenhumade suas antigas feridas, nem conseguiu se livrar desuas atormentadoras angústias.

    A história segue sua marcha e o homem segueadiante sem saber exatamente para onde vai, nemporque se afana. Tampouco consegue satisfazersuas inquietações e, menos ainda, tem condiçõesde resolver seus problemas mais graves. Caberiaperguntar, então, se valeu a pena crer, orar, aderir acódigos de moral e ensimesmar-se sobre os diversos

    sistemas de metafísica que atualmente existem e,

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    ainda, se pode conar nos antigos sistemas religiososou nos métodos políticos modernos. Se observarmos

    bem os fatos e se somos sucientemente sinceros paraconfessar nossas falhas, não cabe dúvida de que nosencontraremos ante terríveis alternativas ou, então,temos de nos render à evidência e confessar nossosfracassos, limitações e impotência.

    Este livro não tem pretensões de caráter religiosoou político, nem carrega o propósito de formular

    nenhuma classe de promessas ou bem-aventuranças.Precisamente por isto, acreditamos ser convenientea sua reedição tal qual foi escrito primitivamente esem lhe fazer novas adições. O que se fundamenta emvalores do espírito e em princípios universais não estásujeito aos vaivéns e modicações do tempo nem sedeteriora pelo uso. Está além do tempo e do espaço.

    As almas sinceras - ainda em pouco númeroconscientes - que souberam ou saberão tirar proveitodeste trabalho, se rearmarão nestes princípiosuniversais e invocarão, mais uma vez, os valoresespirituais. Porém, para os demais, devo recalcarrepetidas vezes, com a mesma ênfase de antes: énecessário muita sinceridade e devoção consciente

    para o Verbo Eterno a m de se dirigirem a AUM demaneira proveitosa, edicante e criadora. Isto jamaisse consegue compreender completamente até aconquista das funções superiores da mente que sãopatrimônio exclusivo do homem que atinge a santidade.

    Esta nova edição seguramente servirá parabrindar a humanidade desorientada e doente com

    a panaceia de que tanto necessita e, sem a qual,

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    nunca conseguirá resolver seus graves problemas.Efetivamente, a humanidade jamais sairá de suas

    trágicas condições enquanto não conseguir viver,sinceramente, dentro dos limites do espiritual,ultrapassando suas atuais predileções materialistas,seus morbosos sentimentalismos e seus idealismosconvencionais. Talvez seja indispensável para que ahumanidade desperte neste sentido aconteça outraguerra mundial e novamente a bomba atômica faça

    mais estragos aterradores além da destruição quepossam acarretar outros artefatos produzidos paragerar matança e o caos e, então, possa dedicar-se aconsiderar, na consciência, os benefícios de que falamosaqui. É possível que a humanidade ainda tenha desofrer choques de ordem superior, talvez cataclismoscósmicos. Em todo o caso, deixaremos a cada indivíduo

    o cuidado de alcançar o que mais acredite merecer. Afelicidade e os verdadeiros poderes que o indivíduopode conseguir derivam da sabedoria, e a sabedorianão se consegue senão por meio da autossuperação eda própria sublimação. Tudo o mais é mera ilusão oufarsa e geralmente tragédia de iludidos e ignorantes.

    AUM, entenda-se bem, é um mantra. Assim sendo,um mantra é uma fórmula de profunda losoa, aomesmo tempo que uma ciência para a utilização dasforças vitais do universo.

    AUM é a soma total de todos os Tattwas6  ouprincípios vitais, os quais reunidos dão como resultado6 Para maior entendimento deste assunto tão importante, ler o livro “LasFuerzassules de la Naturaleza” de Rama Prasad ou “El Tawametro” deArnoldo Krumm-Heller, ambos da Editorial Kier, de Buenos Aires.

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    todas as modalidades do existente e das condições davida. Porém a vida é algo dúctil e manejável. Daí que, no

    universo, tudo seja circunstancial e de clara denição,se bem que com características de fatalidades. Mas odeterminismo e os absolutismos dogmáticos não têmlugar nos imperativos espirituais.

    AUM é a essência da vida e tem sua raiz em nósmesmos. Podemos estimulá-lo e atualizá-lo em nós,

    se soubermos como proceder. No começo, AUM é umapalavra ou verbo. Porém, o Aprendiz deve chegar acompreender e realizar AUM para que se torne umpoder vitalizador. Para alcançar isto, deve proceder demaneira apropriada, tal como lhe for recomendado.Deve achar esta fórmula de supremo poder dentro de simesmo e por si mesmo, porém não em si mesmo nem

    para si mesmo. Em outras palavras, deve descobrirAUM, ou seja a imanência essencial da vida por meiode si mesmo e fazendo uso da introspecção, porémnão como parte integrante de sua personalidade nempara seu exclusivo proveito. AUM não é uma ilusãonem um atributo material, mas, sim, o princípio vitalde tudo quanto É.

    Quanto mais o estudante e o discípulo compreen-dam tudo isto, melhores condições terão para reali-zar sua signicação, transcendência e potencialidade.AUM é como o cisne (Kâlahamsa) que se vale de suasforças para cruzar os espaços e desaar o Tempo7.7 De acordo com as lendas sagradas do Oriente, Kâlahamsa é o próprioBrahma ou o Poder Criador da Vida. Também representa o Mahatma ouAlma Perfeita, ou seja, o indivíduo que conseguiu a suprema realização.

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    COMO PODER DE VIDA 

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    A PALAVRA DE PODER

    Oinnito é constituído por todas as possibilidadessem germe, ou seja, os tattwas, antes depassar ao domínio fenomênico e é, também, o empóriosuperlativo da Consciência Universal, cuja tônicaeufórica, nome Supremo e Verbo Sublime é OM.

    Existe uma palavra que resume todo o saber hu-mano, toda a expressividade da Consciência Universalou Cósmica e, da mesma forma, toda a Essência Es-piritual. É um vocábulo que dá a entender tudo quan-to seja concebível e compreensível pelo entendimentohumano; transmite igualmente a potencialidade mais

    elevada e precisa à mente ou Manas, expressando, aomesmo tempo, toda a Seidade inconsútil da Consciên-cia Universal (Alaya-Tathatagatha) e ainda, em seusaspectos ulteriores, a própria Essência Primordial. Daíque nessa expressão se encontre sintetizada toda aFilosoa Fundamental, em todas as suas transcenden-tes implicações e derivações.

    A Palavra Sagrada1, perdida para as pessoasque vivem ao impulso ocasional de seus elementosinferiores componentes, porém não para aqueles querespondem às necessidades supremas da Consciência,que se satisfazem somente nas funções dos planossuperiores (Buddhi-Âtmâ), é OM, conforme seu somou pronúncia. Porém em sânscrito se escreve com três1 “A palavra está perto de , na tua boca e em teu coração” (Romanos 10:8).

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    letras, a saber: AUM numa única combinação.Nosso objetivo é esclarecer todos os aspectos par-

    ticulares a respeito da palavra sagrada OM, porquantoos ensinamentos originais e fundamentais foram obs-curecidos pelas múltiplas e fantásticas interpretaçõese adições sofridas no transcurso dos milênios.

    AUM é uma nota gutural e a mais aberta de todas,que se decompõe da seguinte forma:

    A, labialM, nasal mais fechada, eU, que as une. Sua pronúncia correta se consegue

    fazendo com que o alento, em sua passagem dagarganta, para os lábios, circule pela abóbada do céuda boca.

    AUM representa a forma de exteriorização da

    energia mental, com certas características tattwicas,de acordo com as funções superiores da Consciência.Por isso a palavra é apenas proferida e é mais umaexteriorização de forças que, ao funcionarem comopalavra, saem do mais profundo de nosso Ser parafora, pela boca. Em verdade é o alento vital que dimanado recôndito do ser, dos mais imperceptíveis refolhos

    de nossa mente.Corretamente pronunciado, AUM encarna o po-

    tencial étnico, isto é, o “tipo” de energia conscienti-zada que serve de base e modelo humano, ou seja, oque de outros pontos de vista e aspectos convencio-nou-se chamar “Manu”.

    O Verbo Espiritual (o Espírito Santo dos cristãos ou

    o Vâk dos hindus) tem sua fórmula mais caracterizada,

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    sua expressão mais sintética e, da mesma forma,sua mais inspiradora evocação e mais transcendente

    inuência em AUM, ou seja, em OM, que é a palavrasagrada, o vocábulo quase não sonoro, porém o maisexpressivo, pois é a Voz do Silêncio por excelência, aexalação mais típica e precisa da Consciência Cósmica.

    AUM é o vínculo transcendente entre o imaterial eo material; o poder que tem sua raiz entre o essenciale o ilusório. AUM é a representação de todos os poderese de todas as funções primordiais, e, sob este aspecto,é Brahma, o Criador; Shiva, o Transformador, e Vishnú,o Conservador. Mas funciona em si e, de per si, comoNeutro. A Trimûrti, que na Grécia foi simbolizada comoa Tríada Pitagórica e no cristianismo gnóstico como aSantíssima Trindade, apenas os efeitos, as consequên-cias e as transcendências do poder “neutro” ou do Cen-tro Perfeito. Este poder neutro é o que os chineses de-nominavam o TAO, o incognoscível e inominável.

    É o fundamento primordial  de toda a possibilidade,a essência do Innito, o transcendente de toda asuperação e ulterioridade.

    AUM é a síntese e a fórmula máxima da Sabedoria.

    Por isto mesmo nunca se procura explicar o que é. Outraforma de se referir a AUM é mediante a frase sânscritaOM TAT SAT que equivale a dizer: “É o que É”. Poresta razão, entre os iogues da Índia, esta designaçãode AUM é somente aplicada à própria Divindade, porser ela, realmente, o som, o alento criador de que sevalem as potências divinas para criar a vida e toda a

    realidade existente.

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    Os Iogues mais adiantados das Escolas de AltaConsciência (Buddhi) dizem, com razões de sobra:

     “aqueles que saibam como pronunciar esta palavrasagrada estão aptos à utilização de ilimitados einimagináveis poderes, conseguindo, dessa forma,a suprema liberação de toda inuência cármica e detodo encadeamento no falso e enganoso oceano davida” (Samsâra).

    OM TAT SAT é a designação do Absoluto, a

    essência primordial, o innito per si , a busca de todosos sistemas de losoa, a aspiração de todas as almassinceras e que procuram encontrar e expressar todasas formas religiosas. OM TAT SAT, é o que É , e, paraos iogues é a fórmula da suprema realização espiritualque se traduz por Sou o que Sou.

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    AUMCOMO FÓRMULA DO PRIMORDIAL

    AUM é O Supremo, O Primordial de toda a aspi-ração, O Fundamental de toda a possibilidadee O Transcendente de toda a ulterioridade. E é destaforma como o ignorante O pressente e o sábio O re-verencia. A superstição em relação a AUM é sempreperdoável e tolerável, porém jamais o é o embuste, jáque, como dissemos antes, isto seria o que os cristãosdenominam “o pecado contra o Espírito Santo”. A fé notranscendente é a suprema convicção da Consciência,é a crença além da razão e da própria inteligência.Mas, para o sábio, AUM é a própria razão de ser daVerdade, ou seja, a Essência Superlativa.

    AUM não é o nome de Deus, nem o do Absolu-to, nem representa de modo algum a Divindade. Ésimplesmente a fórmula sonora e sem som, formal einformal, externa e interna do Primordial, Aquele queestá na raiz de toda manifestação possível.

    Deus, sendo o Absoluto, não é manifestável, e,portanto não pode ter nem nome nem forma particular,nem é concebível que tenha potência alguma, pelomesmo fato de Ser  Absoluto,  a suprema expressãode toda a possível realização. AUM, portanto não éa fórmula sonora do Primordial em si, mas sim suastransposições, emanações ou derivações.

    Tampouco esta fórmula sonora representa os

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    aspectos da manifestação lógica SAT-CHIT-ANANDAmencionada no Mandukya Upanishad,  porém é

    sua fórmula característica no aspecto geométrico ematemático da Doutrina Secreta ou esotérica. Estafórmula tem as seguintes proporções, relacionadascom o número 108:

    1, ou seja, a UNIDADE omnímoda, universal,que no sentido místico é a experiência da ConsciênciaEspiritual (Bodha) conhecida como “Pranava”. Emtermos losócos e psicológicos é a soma total dasexpressões, ou seja, BUDHA. É Buddhi, o princípiovital em todas as suas implicações.

    0 ,  ou seja, o TODO omnicomponente universalque, na acepção mística, é a Grande Fraternidade

    Universal Branca ou a Sangha.8, ou seja, a MULTIFORMIDADE do duplo

    quaternário mental (Manas), característica de todoo existente, que necessariamente está sujeito amodicações e transformações. É a variedade de todo omanifestado, ou melhor, dito, modalidade poliforme demanifestação do fundamental. É o DHARMA (DHAMMA)

    em todas as suas expressões, observado dentro daótica da necessidade de superação da consciência.Todas as dimensões possíveis estão guradas

    na cifra 108, fórmula sagrada da revelação esotérica,uma vez que expressa todo o saber e abarca todas asmodalidades psicológicas desde o nascimento até osucessivo crescimento e a consequente decomposição

    (108), ou seja, a fórmula mística da mágica Tétrada.

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    0ÂTMÂ

    1 8BUDDHI MANAS

    Ou seja, a Essência Primordial ou Espírito Divino,a Consciência Universal ou Cósmica e a Inteligênciaimanente de toda a expressão vital.

    Considerada matematicamente, a fórmula AUMse reveste de maiores transcendências do que quais-quer palavras possam precisar. Vejamos agora suasrelações cosmográcas em correspondência com ocosmogenésico:

    A é a Unidade essencial, o fundamento ou Tattwa de tudo quanto existe. É Anupâdaka1 , Âdi 2 e Âtmâ3.

    U representa a diversidade funcional, ou seja,Buddhi 4.

    M expressa as transformações inatas regidas nofato por Manas5 .1  Anupâdaka é, também, o Mundo dos Espíritos Virginais dos Rosa-cruzese o Plano ou Mundo Monádico dos Teosostas.2

      Âdi  é, também, o Mundo de Deus dos Rosa-cruzes e o Plano Adi Mundoou Divino dos Teosostas.3  Âtmâ  é, também, o Mundo dos Espíritos Divinos dos Rosa-cruzes e oPlano Âtmico ou Espiritual dos Teosostas.4  Buddhi é o mundo do Espírito de Vida dos Rosa-cruzes e O Plano ouMundo Intuicional dos Teosostas. É o principio no qual se congura oque é conhecido como a Alma Universal pelos Teosostas.5 Manas é, também, o mundo do Espírito Humano ou do Pensamento dos

    Rosa-cruzes e o Plano ou Mundo mental dos Teosostas. De acordo com

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    O que antecede era simbolizado antigamente,nas grandes gestas místicas, na gura de Kalahansa

    ou o Cisne Sagrado que representava Brahma6  emtoda a sua realidade e natural majestade universal e,desta forma, a letra A aparecia sobre a cabeça, a U ocupava o corpo e a M as duas asas, o que implicavae queria dizer que todas as forças naturais estavamsintetizadas na personalidade imanente de Brahma.

    Porém o número0

      pressupõe o fundamentoprimordial e ulterior de toda a realidade, origem efundamento de tudo quanto existe. Entretanto onúmero 1 personica a função essencial, imaterial eimanente, ou seja, a Consciência Criadora do Cosmo.Por outro lado, o número 8 colocado horizontalmente(∞) nos lembra imediatamente o innito ou o princípio

    de eternidade que subjaz em toda forma existente,além de aludir às possibilidades innitas reservadas aManas, ou seja, a Inteligência raciocinadora e analíticado Universo. É também a fórmula matemática dohomem perfeito ou cósmico.H. P. Blavatsky, Manas é literalmente “a mente”, faculdade mental que fazdo homem um ser inteligente e moral e o disngue do bruto; é sinônimo

    de Mahat, ou seja, a Mente Universal (Brahma).6 Brahmâ é o Criador masculino; existe periodicamente em sua manifestação(Movimento de RESPIRAÇÃO) ou Manvantara e depois desaparece quandoem novo Pralaya (Movimento de ASPIRAÇÃO ),  se aniquila. É também oprincípio criador do universo ou, em outras palavras, a personicaçãodo poder criador. Em união com Vishnú (o poder conservador) e Shiva (opoder destruidor) forma a trindade hindu. Não confundir com Brahman, oImpessoal, Supremo e Incognoscível princípio do universo, de cuja essência

    tudo emana e para a qual tudo volta, O Absoluto.

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    AUMCOMO FORMA ESOTÉRICA DE IAO

    Âtmâ representa, em nós, a função transcen-dental ou divina; Buddhi , a função da Cons-ciência Criadora em inevitável atuação e, Manas, omecanismo incessante das forças inferiores. AUM,portanto, resume toda a ciência conhecida e tem pornalidade formalizar, em função perene, todas as ati-vidades possíveis da Energia Universal, graças a umapropugnação profunda que mova todo o ser para umagenerosa propensão energética.

    AUM é, dessa forma, a arte de colocar, em ação,

    o vital, em todo o nosso ser.Pelo que esta fórmula signica e, também, peloque provoca em nossa consideração quando sabemosalgo de sua ação mágica, vemos que ela justicao conhecido e famoso apotegma: “Os símbolosconstituem uma invocação mágica aos princípios querepresentam, e toda lembrança dos mesmos é uma

    invocação de forças quando estão relacionados comprincípios fundamentais”. Além disso, é correto quandose arma que a imaginação pode ser mais importanteque o conhecimento, pois, por seu intermédio, se podeatrair para si mesmo ou para outras pessoas forçassuperiores e invocar e ativar princípios para nós, àsvezes, completamente desconhecidos.

    OM ou AUM é, a forma esotérica e transcendental

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    de I A O, que gura na Década pitagórica como sendoo número 10. Como se sabe, 10 é, também, a forma

    simbólica de Jehovah ou Iod-Heva.O número 10 é também, por derivação esotérica,

    a síntese espiritual de todo Iniciado ou Nazar e, comotal, está relacionado a Budha ou Mercúrio no Oriente.Interpondo a letra A  entre os dígitos que formam onúmero 10, temos I A O, ou seja a forma da IniciaçãoEspiritual ou do Fogo Primitivo (o Fogo de Ísis)1.

    Porém, as innitas virtudes e os transcendentespoderes da fórmula I A O não residem nas vogais ounos sons como tais, mas sim, exclusivamente, nosentido e signicado que possui. Para os ignorantes emassuntos de Iniciação Superior, I A O é uma simplesunião de vogais sem consequências possíveis.

    A sílaba  IO  pode servir, assim, de fórmula dosentido impessoal da vida. Dizer “Eu Sou” é fazer umaarmação completa e abrangente que traz resultadospositivos, porquanto promove a enunciação decertas condições internas e facilita a substanciaçãodas forças ou dos pensamentos que se geram ou sesustentam. Por isto a fórmula hermética ou Iogue “Eu

    Sou” pode ter imensas virtudes e atrair ou produzirefeitos sumamente maravilhosos. Porém, semelhantefórmula não deve, de modo algum, ser expressa porpessoas ainda envolvidas por pensamentos alheios asua importância ou ignorantes, pois a única coisa quepodem armar é sua própria limitação e seus gravesdefeitos. Agregue-se a isto que a simples adoção1 Libido.

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    da fórmula “Eu Sou” não implica necessariamenteuma identicação com IO, nem tampouco pressupõe

    a ação em harmônico conjunto com I A O ou AUM;meramente implica numa autossugestão, numa crençae, ocasionalmente, numa visão ou fantasia, mas nuncana realidade em si do que é invocado. Por conseguinte,tal armação não invoca nada nem promove nada, anão ser uma exaltação das deciências e necessidadespróprias dos que procedem de forma tão leviana e sem

    o enaltecimento prévio.I A O é idêntico a AUM, com uma única pequena

    diferença: AUM é de caráter solar ou mercurial nasimbologia losóca e esotérica, enquanto que I A Ocorresponde ao Deus Lunus andrógino.

    Não é mister deter-se aqui na consideração dospossíveis valores losócos destas letras, posto que

    seus sons não possuem nenhuma importância paranós; em troca, o que representam como símbolos, temprofunda signicação como meio invocador de verdadestranscendentais na intimidade subliminal de nosso ser.Por isso, o pronunciar estas letras não constitui paranós nenhuma ciência, mas sim, o saber adaptá-las asnossas funções internas por meio da adequada atitude

    mental  e o impulso criador da Consciência.Nas antigas Iniciações, I A O e AUM tinham um

    lugar predominante em certas circunstâncias, e osIniciados deviam dar provas de suas capacidades eaptidões pronunciando corretamente tais mantras.Hoje em dia, entretanto, qualquer pessoa faz alardede possuir, como Graça especial concedida por Deus,

    as chamadas “ciências secretas” e se faz reconhecer,

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    com sumo desembaraço, no direito de falar com aprópria divindade, não obstante o fato de que não

    pode demonstrar possuir qualquer tipo de poder eque, também, não apresenta em seu caráter, virtudespróprias, além de não conseguir compreender osverdadeiros mistérios, os quais apenas conhece demaneira intelectual e em fórmulas inócuas e fúteis.

    OM é a equivalência fonética ou sonora de AUM,e abarca toda a escala de sons simples ou radicais

    expressos nas vogais do alfabeto sânscrito, das quaisa letra A, a letra U e a letra M são as vogais sintéticas,que representam os Tattwas básicos, ou seja, suasvibrações características. Daí a importância signicativado som que, por sua vez, é a base de determinadascores, de certas formas e de determinadas forças.

    Isto somente pode ser compreendido de forma

    completa e perfeita pelo sábio dedicado aos avançadosestudos da consciência, ou seja, os  Arhats  e osBodhisattvas. Nem a função intelectiva (Manas) nemmuito menos, as vivências instintivas (consciênciametafísica) permitem compreender os signicativosaspectos no qual se ocupa agora a nossa atenção. Daíque AUM sintetize toda sapiência e seja, ao mesmo

    tempo, a chave de todos os mistérios e a soluçãodaquilo que no Tibete se designa mediante a misteriosafórmula: OM MANIPADMEHUM HRI, que depoisanalisaremos, com prazer, para benefício de nossosleitores. Devidamente pronunciada, a palavra sagradaAUM estimula os elementos íntimos componentes danatureza humana. E, quando se consegue realizar

    profundamente seu signicado, como chegamos a

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    expor no que até agora foi dito no presente livro, é umpoderosíssimo coadjuvante no despertar da consciência

    no ser humano, isto é, ajuda o funcionamento doPrincípio Fundamental (Buddhi), em nossa mente;aquilo que em losoa transcendental denominamos

     “consciência” ou “consciência mística”, em oposiçãoà consciência mental ou cognoscitiva que denimossimplesmente como “consciência metafísica”.

    Esta última expressão de AUM corresponde exclusi-

    vamente ao Arhat , ao verdadeiramente sábio. Ele sabe,por Iniciação2, como conseguir esta super-realização.Porém, aquela outra expressão (a “consciência metafí-sica”), a que estimula os “centros de poder” ou Chakras no ser humano e seus potenciais, ou seja, os princípiosvitais ou Tattwas, é a única que corresponde aos profa-nos e aqueles que, por limitada Iniciação, estão sujeitos

    ainda a rigorosas restrições.

    2 A Iniciação realizada nos Reinos Internos da Natureza.

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    AUMCOMO FORÇA EM AÇÃO

    AUM signica tanto, tantas, e tão transcen-dentes coisas que, se o pronunciamos inde-vidamente, podemos evocar, em resposta, tremendospoderes, os quais podem causar incalculáveis desa-venças e misérias. Por isso não se deve pronunciaresta fórmula mágica em estado de cólera ou com -nalidades puramente egoístas, nem tampouco quan-do nos sentimos possuídos de impulsos instintivosgrosseiros e indignos. Estes procedimentos desenca-deariam consequências terríveis e fatídicas.

    A maioria das pessoas não percebe este impor-tante fato e pronuncia estas palavras de signicaçãosagrada em qualquer circunstância, sem tom e semsom, provocando assim, ignorantemente, escapes detremendas forças que, não encontrando nelas veículosadequados de expressão, redemoinham dentro e forado indivíduo, criando nele confusão e caos e predis-

    pondo-o assim, para toda a classe de misérias que,inexoravelmente, não deixam de tomar corpo nele.

    Ao evocar estas forças ingentes, extraímo-las de nossa própria Consciência e do ambientesuprassensível, místico, do universo. Quando sepronuncia uma maldição contra alguém ou algumacoisa, o autor ou maledicente se sente como veículo de

    forças superiores que cumprem uma missão; sente-se

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    possuidor e possuído de certos poderes ameaçadoresde extraordinária efetividade. O supersticioso crê,

    então, que obra em nome dos mais santos desígnios,e da própria divindade.Por isso as maldições sempre se realizam, e

    somente são próprias e dignas unicamente de indivíduosde mente primitiva e plena de paixões inferiores.  Asforças superiores não devem nem podem ser utilizadas

     para motivos inferiores; neste caso ocasionam atos

    criminosos, porquanto se recorre a poderes de queas vítimas não suspeitam ou não esperam que atuemcontra elas. Não é outro o motivo pelo qual nas antigasescrituras sagradas se vedasse completamente o usodo nome de Deus em vão. Por isso mesmo os MistériosSagrados sempre foram reservados no que diz respeitoà sua administração àqueles indivíduos de comprovada

    retidão e probidade e de especial preparação mística.Os “sacramentos” nada mais são do que meios de

    empregar as forças superiores mediante a invocação dadivindade. Desta maneira se toma a própria divindadecomo testemunho do que se faz. Se o Ociante ésincero, estas forças atuarão, não importa que se asevoque por motivos perversos ou indigno. O que sucede

    é que estas forças têm sua raiz no mais profundo denosso ser e, em sentido místico em todas as coisas, equalquer evocação, embora seja de forma ignorante,elas são “energizadas” ou colocadas em ação. Somentequando estivermos nas melhores disposições mentaisdevemos nos entregar a meditação e a evocação dasforças superiores (Buddhi), a Consciência Cósmica

    inerente ao Espírito Santo. Desta maneira se consegue

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    os maiores poderes da vida. Quando aprendermosa dispor nossa mente para que sirva de veículo

    adequado às forças que pretendemos colocar emação, poderemos, com certeza, obrar edicantementee conseguir operar verdadeiros milagres, isto é, fatosnotáveis que a natureza demoraria séculos, idades ouéons para realizar de forma semelhante.

    Normalmente se requer muita circunspecçãoe uma sinceridade à prova do menor desvio para

    propósitos negativos ou destruidores e, ainda, umadevoção incondicional, para poder dedicar-se aodomínio do innito como o pressupõe as práticas daAlta Magia com o uso dos Tattwas e da fórmula AUM.Mas, ai daquele que, acreditando-se com direitos,se arroga prerrogativas não merecidas e, assim, fazuso indevido de AUM!Não recomendamos a ninguém

    recorrer a estes transcendentais meios se não cursoupreviamente os elementos fundamentais desta CiênciaSecreta. E acrescentamos ainda: antes de cometerdesatinos com as forças superiores, é mil vezespreferível ignorá-las, pois elas estão latentes em todoser vivente e se avivam e despertam tão logo se asevoca por meio de uma fórmula mágica.

    AUM é a mais transcendente de todas asfórmulas mágicas, porém os rituais de Alta Magia eos Sacramentos Religiosos e, também, as evocaçõessimbólicas das escolas gnósticas são poderosos motivosque criam canais para essas forças superlativas. Naverdade, qualquer atitude mental resoluta, profunda edenitiva serve igualmente de canal, pois se consegue

    com ela excitar forças antes adormecidas ou que

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    simplesmente esperavam um empurrão ou um veículoadequado para expressar-se.

    Devemos ter muito cuidado com nossos estadosmentais, sobretudo quando se caracterizam por pro-fundas funções da consciência. As resultantes podemser extraordinárias e grandiosas se os motivos sãoedicantes e dignos; daninhas se são negativos, poisos motivos denegridores e deprimentes ou, ainda, ba-seados em falsidades ou apreciações errôneas, deter-

    minarão consequências prejudiciais e destruidoras,dando origem a condições ignominiosas e a misériassem conta, tanto para as pessoas a quem vão dirigi-das como para quem as promove.

    É óbvio que existe uma base moral de caráter “natural” na função inteligente das forças da natureza,as quais não podem ser manejadas impunemente.

    Mas quando as colocamos em ação, com sentidoedicante, elas se constituem em fontes de inefávelfelicidade. Nisto se baseia todos os mistérios dos tãodecantados “poderes mentais”, pois tudo se reduza utilização consciente das forças da natureza pelomero funcionamento das faculdades que constituema engrenagem da inteligência, e cujo bom manuseio

    se circunscreve a uma técnica em concordância comos desígnios da Natureza Universal. O pensamentoharmonioso que tem seu fundamento em noçõesenaltecedoras e se assenta em princípios dedignosé edicante por si mesmo, tanto para quem o alentacomo para os que o recebem ou recolhem.

    A maioria dos acontecimentos da vida se baseia

    em tais funções, mas não chegamos a nos dar conta

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    disto porque nunca nos detemos em pensar com su-ciente atenção em sua natureza e, por conseguinte,

    não chegamos a compreender quais são suas verda-deiras causas. Atribuímos tudo ao “acaso” e à “sorte”,palavras que ninguém sabe denir com exatidão ou,então, há um “Deus” que dispõe tudo de acordo comrazões inescrutáveis; em outros casos, imputamos aesses acontecimentos “de motivos inexplicáveis”, oque não passa de cômodo subterfúgio de nossa fan-

    tasia para desculpar nossa própria ignorância ou jus-ticar nossa vaidade e deciências em relação ao queestá acontecendo.

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    A PROVIDÊNCIA

    Avida se desenvolve velozmente, independentede nossas previsões ou de nossa insensatez, eisto faz com que a consideremos como algo indenívele imprevisível; geralmente desfere golpes repentinos,

    cuja origem desconhecemos. Porém, um atento exa-me, corroborado pela experiência, nos faz ver que avida nada mais é, em cada caso individual, do que odisposto pela própria mente, ou seja, assim como pen-samos, assim somos e vivemos. Pensar é ser e é viver!

    Todo pensamento denido, claramente exposto esucientemente sustentado, cedo ou tarde se converte

    numa brilhante verdade. Nisto não existe outra coisaalém da magia do jogo funcional que constitui acoordenação das forças mentais.

    Em que consiste então a Providência, essa be-névola cornucópia, eterna e sobrenatural, que tantoseduz a fantasia dos estultos e “pobres” de espírito?Do nosso ponto de vista1, a noção e conceito da Pro-

    vidência não é mais que um recurso para subornara credulidade humana, pois nos afaga sobremaneirautilizando para isto lugares e criaturas fantásticos; sefossem verdadeiros, teriam realizados nossos maisqueridos anseios e os nossos mais acariciados sonhos.

    Assim sendo, a pessoa desperta e de grande1 Aqui se trata da opinião pessoal do autor do livro e seu entendimento

    pessoal deve ser submedo a razão e avaliação de cada estudante.

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    imaginação, versada em cosmologia e animada pelodesejo de satisfazer sua mais clamorosa sede de justiça,

    na qual se sentem viver os iludidos com suas ânsiasirrealizáveis, teria a feliz oportunidade de idear um seronipotente de suma mercê, que se compadeceria detodos os infelizes e os proveria abundantemente, em umcerto momento, de tudo quanto os homens necessitampara viver folgadamente em eterna comunhão com adivindade suprema, em plena felicidade.

    No decorrer dos tempos, esta fantasia teve a virtudede manter a “esperança” de milhares de pessoas, àsvezes com resultados realmente profícuos, pois temsido fonte de verdadeiras conquistas e conseguiuque, por causa dessa mesma fé, os homens tivessemvalor para persistir em seus esforços frente as maisvariadas adversidades. Mas, por outro lado, à sombra

    de tais noções, muitos que nunca acreditaram no quepredicam, souberam tirar proveito da ignorância epaciência de suas próprias vítimas que, por certo, forama “providência” para aqueles aos quais proporcionarambem estar material, ou seja, aos quais eles elegeramcomo “guias” e “condutores”.

    Estes têm sido os erros próprios da ignorância

    e malignidade humanas, e não nos devemos determuito neles, senão, unicamente o necessário paraparticularizá-los, pois nosso propósito não é meramentecriticar e encontrar falhas nas crenças alheias, massim, ir atrás de realizações e em busca da verdade.

    Para nós, pois, a providência é a própria capacidadeda função mental de produzir efeitos consequentes

    com seus esforços, isto é, conseguintes às causas

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    pensamento constitui a tônica de nossa vida. Quantomais transcendente é o pensamento, mais criador e

    cheio de benefícios resulta. Por isso mesmo quandoalguém consegue uma determinada conquista designicação losóca ou mística, se exclama emlouvor: “mais força para ti!”

    Efetivamente, quanto mais exato, intenso einsistente é nosso pensamento, mais criador sefaz. Sua própria consumação, como função mental,

    produz novos estados de consciência, provoca novasrealizações e esplendentes visões, aumenta o horizontede nossas percepções e, por último, nos engrandece.

    Verdadeiramente o pensamento “engrandece”.Em primeira instância, eleva o caráter, dá rmeza aosnossos sentidos, estabelece normas enaltecedorase, por m, esclarece os diversos problemas da vida.

    Tudo isto é um milagre ainda mais maravilhoso que “caminhar sobre as águas”, “deter a marcha do sol”, “separar as águas do mar”, “converter a água emvinho” ou fazer com que um vil metal se transformeem reluzente ouro, considerando que tudo isto sejarealmente factível.

    Se conseguirmos transformar nossos desejos

    e impulsos, nossos pensamentos e sentimentos, ounossas emoções e imaginações em vontade, podemoster a certeza de que realmente conseguimos efetuar omais signicativo de todos os milagres, a mais mara-vilhosa obra de “transmutação” de que nos possamosvangloriar; a vontade é, todavia, mais valiosa, por serreal e efetiva. Uma vez conseguido isto, já não existe

     “impossibilidades” no curso da existência.

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    Não esqueçamos, porém, que a “possibilidade”não é senão a soma de todas as efetivas realizações

    accessíveis à inteligência, dentro do innito. Com istonão queremos dizer que o innito se diversique,mas, sim, que assume múltiplas formas de aparênciaem suas qualidades reexas. Não é que o innito semanifeste, pois não poderia fazê-lo sem deixar de sê-lo. Só o “nito” é manifestável. Mas, no manifestado,percebe-se o fundamental e o eterno que subjaz em

    tudo, como característica inconfundível do “innito”; aisto chamamos “valor”. As “possibilidades”, portanto,são innitas na mesma proporção em que existemocasiões ou oportunidades de expressarem-se nasmais diversas formas.

    A inteligência é a capacidade que temos deconseguir oportunidades de expressão variável e

    diversa no innito e, igualmente, de compreendersuas possibilidades. A inteligência colocada comocontribuição em prol de aspirações edicantes oumotivos nobres, contribui para o desabrochar daconsciência metafísica, ampliando o campo de açãoda mente. Esta função, em suas fases e aspectossuperiores, constitui um contato com a Consciência

    Universal ou Cósmica (Tathagathata), a qual jáconvencionamos chamar Consciência Mística.Por conseguinte, é óbvio que as possibilidades

    têm suas “raízes” no próprio ser, em nós mesmos, enão no innito, ou em outras palavras e com maisexatidão, têm suas “raízes” precisamente em nossosprocessos de expansão e em nossos estados e con-

    dições de consciência metafísica. Deve-se agregar a

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    isto que a condensação do pensamento, ou seja, otorná-lo mais denso, que é uma precipitação de ener-

    gia, tem a virtude de modicar os estados e as condi-ções de consciência metafísica ou cognoscitividadee, portanto, criar oportunidade de expressão paramaiores possibilidades.

    Não existe, portanto, outra Providência que nãoseja o produto de nossos contatos ou comunhão com aConsciência Universal. Os pensamentos criam as oportu-

    nidades e as possibilidades surgem do seio do Innito2.Quanto maiores sejam os motivos de nosso inte-

    resse mental, mais tensos e precisos serão os pensa-mentos, ou seja, nossas funções energéticas e biopsi-cosiológicas3.

    2  Consulte-se, para uma melhor compreensão deste assunto, a obra “ASugestão Criadora”, do mesmo Autor.3 A obra “Os Fundamentos da Vida”, também do mesmo autor, esclarece

    melhor o processo das funções mentais energécas.

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    A REALIZAÇÃO MÍSTICA

    Todo o misticismo se reduz à exclusiva e únicacondição de saber viver de acordo com osmotivos mais signicativos, ou seja, conquistar aexperiência das “vivências” mais transcendente daConsciência, as quais são os verdadeiros imperativos

    vitais de nossa Seidade.O misticismo caminha para a mais íntima e

    completa comunhão entre o indivíduo e a Unidadeindiferenciável, isto é, entre o complexo e o essencial,entre o múltiplo e composto e o innito.

    O procedimento é sempre o mesmo: treinar e

    adestrar o pensamento ou a função mental, com sentidosuperativo, até conseguir seu completo controle,harmonia e serenidade, condições imprescindíveispara conquistar a ansiada liberação espiritual, quenão é outra coisa senão a emancipação de toda asubmissão e a livre função da Consciência Universalno ser humano.

    A meditação constitui uma fórmula adequadapara tal conquista, uma vez que se tenha passadopelos exercícios de “domínio pessoal”. É preciso tersempre presente que tudo na vida se reduz a condiçõese funções.  As condições negativas não podem seredicantes e nem criadoras. As funções passivastampouco podem ser fontes de perfeição e felicidade.

    A meditação consiste precisamente na função

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    harmoniosa das forças componentes da mente. Sendoassim, as funções superiores da mente têm a virtude

    de colocar em ação e atualizar os princípios funda-mentais: AUM. Daí que as faculdades superiores doser, como são a Consciência e os Sentimentos, consti-tuem algo parecido a um santuário íntimo e inviolável.Isto é o que faz com que as práticas hipnóticas, porexemplo, não consigam afetar a esse reduto recônditoe sagrado do indivíduo.

    Porém, em algumas aparentes mesquinhezes davida como a falsidade, a malevolência e a ingratidão,temos grandes inimigos de nossa própria harmoniamental e de nossa felicidade individual. Estas condiçõessão de caráter negativo e, portanto, destruidoras.Rompem a harmonia da função mental, percebamosisto ou não, e anulam toda a possibilidade de contato

    com a Mente e a Consciência Universal ou Cósmica.É necessário ter por norma ultimar cada propósito

    com decisão rme e denitiva. Nunca se deve retrocederante as diculdades da vida, que são consequêncianatural de todo o esforço e que vêm a ser como o atritoou choque com a realidade existente que se pretendemodicar. Nenhuma decisão deve permanecer sem

    plena realização, isto é, não devemos ceder ante asdiculdades da vida até que tenhamos conquistadoos nossos propósitos ou os objetivos perseguidos eque constituem a nossa decisão. Esse mesmo esforçopõe em ação nossas forças mais íntimas e acentuaa função mental e, ao mesmo tempo que “provoca”possibilidades, fortica o caráter e melhora a têmpera

    de nossas energias.

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    Daí as rigorosas disciplinas impostas nos santuáriosespirituais e nos seminários religiosos de todas as

    denominações doutrinárias. Toda promessa deve sercumprida elmente, pois o desfalecer e o aminorar-seante as provas da vida nos põem em choque com arealidade e com nossos próprios objetivos, cada vezmais inacessíveis, à medida que nos acovardamosante os obstáculos e nos convertemos em enfermosdo caráter. Ser débil de vontade é sempre uma culpa

    que se paga muito caro.Todo propósito livremente contraído e sincera-

    mente denido deve ser levado até a sua completarealização ou objetivo, pois, do contrário, vai contraa majestade da Consciência, de acordo com a qualdevemos viver constantemente.

    É grande falta de caráter viver de acordo com

    as circunstâncias, isto é segundo as conveniências, àmedida que elas vão acontecendo. Viver assim é própriode cata-ventos que se orientam segundo seja a direçãodo vento ou da força impulsora. Isto signica viver àmargem dos ditames da Consciência e em completodivórcio com os motivos fundamentais da realidade.

    Isto é a causa pela qual as pessoas sofrem

    frequentemente sem saber por quê; não percebemque são meros organismos vivendo supercialmente,segundo as circunstâncias, impulsionadas por forçasexternas; a única coisa que lhes é própria sãoseus propósitos puramente egoístas. Semelhantesindivíduos não podem nem merecem desfrutar dosbenefícios transcendentes das esferas místicas da vida

    ou, o que é a mesma coisa, dos planos superiores.

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    A profunda experiência da Consciência expressivade AUM no ser humano, fonte de realizações superla-

    tivas, genuinamente místicas, se chama em losoafundamental “Pranava” 1.Sendo assim, Pranava se consegue pela realização

    que dimana da meditação. Porém também se conseguepor meio do mantra, isto é mediante a palavra depoder, ou seja, AUM.

    Existe uma innidade demantras. Todas as orações

    foram calcadas nesta forma de condicionamento damente e do contato dela com a Consciência Cósmica.

    Na próxima lição, trataremos de fundamentalizarainda mais o que é AUM como mantra criador.

    1 Pranava (Sânscrito) é uma palavra sagrada, equivalente a AUM.

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    AUMO PODER CRIADOR

    AUM é a soma de todos os Tattwas em funçãocriadora ou expressiva do innito.AUM é a realidade fundamental do macrocosmos,

    cujo ritmo determina a Seidade.

    AUM é o equilíbrio de todas as forças e de todasas funções.

    AUM é a essência em si. Por isso representa aTrimûrti Divina ou Tríada Pitagórica nos mitos primitivos.

    AUM é a pedra de toque e também a nalidadeulterior de toda a ciência da vida. Assim a iogaconsidera, como mágico, o sinal que a representae seu som, como primordial, em toda realização decaráter místico.

    AUM vive no sábio. O ignorante pressente AUM;por isso acredita implícita e cegamente em seuspoderes e no ilimitado de suas possibilidades.

    AUM é o sentido transcendente da vida, a fonte de

    todas as possibilidades e o poder criador por excelênciada Consciência que o realize.

     AUM deve ser uma “vivência” da Consciência. Nãobasta que a boca repita os sons correspondentes àsletras. A verdade é que a melhor pronúncia de AUM éa Voz do Silêncio dos Mestres de Sabedoria ou, melhordito, é a Voz Silenciosa da Consciência.

    AUM, nas funções maravilhosas determinadoras

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    dos mais altos desígnios da existência é a Voz Místicaque guia o religioso no deserto da vida, a Voz Mágica que

    alenta o apóstolo nos seus transes críticos e, também,a que inspira o gênio em meio de suas diculdades.

    AUM é o verbo criador que tudo determina; é a “palavra” que foi antes que tudo fosse no empório danatureza. Porém é necessário realizá-lo intimamente,vivê-lo plenamente no mais sagrado e seguro de nossoser, na Consciência que não é nossa e, sim Universal.

    Poder pronunciar AUM é saber vivê-lo e experi-mentá-lo. Sobressair na prática mística de pronunciarAUM, vivê-lo e permitir que se expresse em nós, equi-vale a falar com a Divindade e, em casos extremos,é estar em condição mental am com a própria Cons-ciência Universal em sua gloriosa plenitude.

    Quando AUM é pronunciado devidamente, Deusse expressa através de nós.Quando alguém realiza algo de extraordinário e

    provoca uma maravilha taumatúrgica ou ainda operaum “milagre”, que nada é além de um fenômenodo qual não se conhecem todos os processosenergéticos funcionais e criadores, é costume que se

    diga comumente e de maneira formal: “Mais poderpara ti!”. Esta expressão é signicativa, pois aludeà natureza divina, fonte do que foi realizado, e istoimplica comunhão do taumaturgo com a divindade, ouseja, com AUM.

    Os crentes, partidários da “fé” a todo transe, têmuma armação que é a mais expressiva no que se

    relaciona com a transcendência dos poderes, a raiz de

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    todas as formas de vida, poderes estes que são fontesde possibilidades: “aquele que crê nunca perece”.

    Os evangelhos cristãos estão cheios de referências aJesus, o Cristo; acreditar nele é sinal de imortalidadee de merecimento das supremas beatitudes, ou seja,a felicidade eterna no céu. Encontramos idênticasalusões tanto nos Vedas  como no Tao Te King,  oevangelho chinês. O aspecto da “fé”, inato em todoser de inteligência superior, especialmente no homem,

    se refere ao poder criador supremo, a AUM, essênciade toda a realidade fundamental.Se cremos em Deus, em AUM, é porque já o

    conhecemos. Daí a célebre frase do apóstolo Paulode Tarso: “Não Te buscaria, meu Deus, se já não Teconhecesse”, ou de Santa Tereza de Jesus: “Vivo,Senhor, porque Tu Vives em mim”. Esta implícita

    e categórica conança é inata. É o impulso vital epugna com ardores místicos para dar-se a conhecerpela mente do homem e, quando se o reconheceplenamente, descobre-se que é precisamente Aqueleque vive em nós  mais além de nossas vulgares enéscias vaidades humanas e acima e apesar de todosos incidentes da vida.

    AUM resume todas as forças sutis da Natureza.Aquele que está em condição de manejá-las é umsábio, um adepto. Porém, quando se preocupa emconseguir benefícios através de suas expressões,mediantes práticas mentais como a mediunidade, apassividade mental e a psicopatologia, sem a prévia

     preparação indispensável,  incorrerá em um grande

    erro, classicado como magia negra e cujos resultados

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    são, invariavelmente, a demência, o desequilíbrionervoso, ânsias inextinguíveis, paixões violentas,

    luxúria e, por último, a exaltação de noções e objetivosda mais reprovável índole.Este diagnóstico é comum entre os indivíduos que

    se entregam incautamente às práticas mediúnicas, aosfenômenos do hipnotismo e aos rituais e cerimônias dealta magia cujos fundamentos ignoram por completo.Não nos cansaremos nunca de advertir aos impacientes

    que anseiam pelo domínio místico e se desesperam para experimentar os poderes supremos, que selançar nestas sendas sem a devida preparação e aajuda de um verdadeiro guia, como o é um mestre desabedoria ou alguém devidamente qualicado para taisexperiências, jamais traz consequências saudáveis.

    A prudência aconselha: não se deve brincar

    com forças que não se conhece, nem entregar-se afenômenos ou práticas cujos resultados não se estáem condições de controlar. Tenha-se também presenteque as forças não controladas pela mente em plenaconsciência jamais trarão benefícios para o indivíduo.

    Aqueles que fazem caso omisso destas adver-tências invariavelmente terminam na idiotia, sentem

    compulsivos desejos de suicídio ou se tornam possui-dores de poderes pessoais, de caráter astral ou hipnó-tico; sempre conduzem o indivíduo ou as suas vítimaspara torpezas extremas e aos acidentes cármicos maisterríveis e inesperados.

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    AUMA CIÊNCIA DO SILÊNCIO

    Osilêncio é a intimidade do verbo criador. Todoo Universo é um grande silêncio, porque aConsciência Cósmica não faz alarde de suas transcen-dências mediante o ruído.

    Tudo o que é grandioso se forja no silêncio, e ameditação, exercício dos poderes máximos do ser hu-mano, se realiza em pleno silêncio. O Pranava se veri-ca no maior recolhimento, mediante a pronúncia dosmantras com toda a intensidade da mente e pondo emação toda a capacidade energética de nosso ser.

    O mantra é fórmula de poder e não um simples som.Os sons signicam pouco por si mesmos na relação dosacontecimentos da vida manifestada, pois são simples vi-brações que chegam a ferir nosso sentido auditivo.

    O mantra é mais que ação da pronúncia da pala-vra sagrada, pois mediante o mantra todo nosso serse pronuncia num determinado sentido, porém em

    perfeita concordância com as forças superiores. Entre-tanto é impossível pronunciar corretamente o mantrase nossa consciência não está bastante desperta, poisé ela quem provoca os uxos das forças universais emnós, ao mesmo tempo que as transmuta.

    O mantra é em si toda uma operação de alquimia,pois ao pronunciá-lo se atinge, de determinada forma,

    os centros de força ou Chakras, transmutando neles as

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    forças Cósmicas ou Universais em energia siológica,psíquica e também ainda física.

    Os Chakras, na realidade expressados no planofísico pelas glândulas endócrinas; não são outras coisassenão dínamos biogenéticos, onde se transmutamas forças que chegam ao ser e se estas forças sãodevidamente controladas pela mente e saturadas depropósitos sublimadores da Consciência, podemosdizer que somos verdadeiros Iniciados. É óbvio, pois,que o uso dos mantras não é nem pode ser patrimôniodo simples Iniciando.

    Não é suciente pronunciar vocalmente os man-tras. É preciso vivê-los, fazer com que a mente, o cor-po criador do ser humano, se pronuncie em sentidoalquímico. Por isso a mente é sempre a primeira a re-

    ceber os benefícios dos mantras. Ela se vale das ema-nações da Consciência, da qual é o corpo. A mentecoloca em ação os Tattwas ou princípios vitais, se estábem dirigida pela Consciência. Mas, é esta, ou seja, aConsciência, a que dá, aos mantras, toda sua trans-cendental efetividade.

    Não damos aqui, propositalmente, a verdadeira

    chave do Pranava ou do uso dos mantras, a m deimpedir a utilização inadequada ou indevida deles porpessoas inescrupulosas ou sem a preparação iniciáti-ca adequada.

    Porém o Pranava pode ser praticado individual-mente ou em núcleos coletivos e quando é realizadodevidamente proporciona sempre resultados e condi-

    ções extraordinários.

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    E tenha-se sempre presente que não se trata deuma entonação ou cântico, mas sim, de uma atitude

    mental, em silêncio, destinada a afetar certoscentros de forças, chacras ou glândulas endócrinas.Daí que a ação da pronúncia seja “abafada” e seja 

     precisamente silenciosa.

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    esta tende a cristalizar a realidade do pensamentoe, cedo ou tarde, porém indefectivelmente, chega a

    converter-se em realidade positiva, em fatos objetivos.Daí a importância incomparável da vida mental eda necessidade dos estudantes e dedicar a laborarmentalmente tudo aquilo que aspire e quer realizar noplano material ou objetivo.

    Dessa forma, AUM, o poder supremo, deve sercompreendido e realizado conscientemente. Além

    disso, esta palavra deve ser entendida como a somatotal dos Tattwas, a síntese vital de toda realidade.

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    OM MANI PADME HUM

    EXPRESSÃO DAS

    POSSIBILIDADES DO INFINITO

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    O QUE ÉOM MANI PADME HUM

    Cem vezes OM MANI PADME HUM, mil vezesnum único fôlego OM MANI PADME HUMdemonstra o que é OM de per si.

    Dayananda OM.

    Aexpressão OM MANI PADME HUM não consti-tui uma oração ou uma ladainha. Na verdadeé a fórmula das condições e dos estados de Consciên-cia mística no indivíduo de realizações superiores, istoé, no Adepto.

    A fórmula OM MANI PADME HUM é muito mais

    simplesmente explícita e ampla que AUM. Representaa combinação das possibilidades dos Tattwas e suascorrespondências, ou as formas de atualização entreo microcosmos e o macrocosmos, ou seja, entre osplanos inferiores e os superiores da natureza.

    Acreditou-se que OM MANI PADME HUM consti-tuísse uma invocação. É verdade que entre os Lamas

    do Tibete esta fórmula é empregada desta maneiraou em tal sentido. Porém, em tal caso, resulta numamera fórmula tântrica, exotérica, de caráter puramen-te eventual, já que, então, coloca em jogo forças desimples natureza astral. Estas práticas não são reco-mendáveis, pois, por causa de seu caráter negativo,rompem e desanam a harmonia funcional da mente.

    OM MANI PADME HUM é a expressão das pos-

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    sibilidades do innito, e por isto é que nos Santuá-rios Esotéricos, gura como fórmula total e perfeita da

    existência e como teorema místico máximo da músicae da geometria ocultista, podemos dizer transcenden-talista ou esotérica. Tem por representação pictóricauma roda com doze raios, simbolizando, por sua vez,a Roda da Vida na qual se alude aos processos deter-minadores das diversas formas de vida.

    O Adepto, que é um Anagarika ou Alma Universal

    plenamente realizado, proclama sua máxima realida-de, a essência fundamental e transcendente de seu Ser,mediante a fórmula mística OM MANI PADME HUM,embora para ele, esta não é uma frase balbuciada, massim, uma exalação do íntimo que expressa a soma dasvivências excelsas da Consciência. Contudo o Adepto é,em primeiro lugar um Anagarika, um ser em completaharmonia com a Mente Universal, cujas realizações le-vam o rítmico compasso dos transcendentes princípiosvitais1 enunciados pela Filosoa Fundamental.

    Aquele que não é um  Anagarika não saberiacompreender a signicação da fórmula OM MANIPADME HUM, pois tal compreensão não se consegue

    por meio da análise intelectual, por silogismos oufórmulas algébricas, mas graças a disposições íntimasde excelsa conscientização.

    Daí que somente os Adeptos possuem a chavee o segredo dessa fórmula mágica, cujos resultadosexcedem de tudo quanto maravilhoso se possa imaginar.

    A fórmula OM MANI PADME HUM, devidamente1 Os Tawas.

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    pronunciada expressa toda a gama das realizações daConsciência, sendo, além disso, a fórmula sonora e

    completa do transe criador. Por isto é empregada paradesignar a divindade em suas funções excelsas. Pelamesma razão esta fórmula é considerada a síntesenumérica de todas as possibilidades matemáticas,incluindo nisso, naturalmente as geométricas.

    O número mágico de AUM é 102, número com o

    qual se designa o Universal e Innito. OM MANI PADMEHUM tem por número 214, a soma total de todas aspossibilidades funcionais nos planos de manifestação,em termos psicológicos. Toda soma superior a 214equivaleria à Seidade nos planos do imanifestado,isto é no Nirvânico3. Nestas matemáticas místicas,

    o número constitui uma potestade física, psíquica,biológica ou espiritual.

    OM MANI PADME HUM refere-se à indissolúvelunião do homem com o Universo, interpretada de 7módulos distintos, com a possibilidade de 7 diferentesaplicações a outros tantos planos de pensamento e

    ação. Mais adiante nos referiremos a sétima aplicaçãodesta frase mística.2 O número 10 também representa o Andrógino Perfeito, sendo, o 1, oPrincípio Criador (o falo)e, o 0, a Natureza (o útero).3  Nirvana, é a denominação do que seria o estado de Existência e deConsciência absoluto, no qual, o Ego do homem que durante a vidachegou ao mais alto grau de perfeição e sandade penetra, depois damorte do corpo sico, com a exnção deniva deste. Tem também osendo de absorção, fusão, dissolução e exnção, liberação, beatude oubem-aventurança eterna; a existência espiritual abstrata.

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    TRANSCENDÊNCIA DE

    OM MANI PADME HUM

    O poder que está atrás de todas as forçasé a fonte de todas as possibilidades.

    Swami Jñanakanda.

    OM MANI PADME HUM é a armação abran-gente e categórica da natureza íntima do ser,

    da Conscientização conquistada.

    OM MANI PADME HUM, para o homem, comofórmula mística, é a realização ampla do  que é porcima de todas as inferências espaço-temporais e todas

    as vicissitudes da existência. É a consagração mística,íntima, de tudo quanto é transcende