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Editar Anexar Im pressão Você está aqui: TWiki > Web EaD > LivroAvaliacaoEmEad , create new tag Índice 1 - Direitos autorais e licenciamento 2 - Avaliação como motivação para a aprendizagem 2.1 - Introdução 2.2 - O que é ensinar? 2.3 - Educação a distância – contexto, limites e possibilidades. 2.4 - A interface aluno - professor 2.5 - Como avaliar a aprendizagem 2.6 - Avaliar na educação a distância. 2.7 - Conclusão 3 - Avaliação diagnóstica 3.1 - Os três tipos de avaliação 3.1.1 - Avaliação Diagnóstica 3.1.2 - Avaliação Formativa 3.1.3 - Avaliação Somativa 3.2 - Função da avaliação diagnóstica 3.3 - Por que tanta ênfase nas avaliações somativas? 3.4 Aplicando avaliações diagnósticas 3.5 - Avaliações diagnósticas para EaD: ATTLS e COLLES 3.6 - A importância de cada tipo de avaliação 3.7 - Considerações finais 4 - Avaliação formativa 4.1 - Introdução 4.2 - Para que serve a avaliação formativa: discutindo o processo 4.3 - Acompanhando e Rastreando o processo de aprendizagem do aluno em EaD 4.4 - Instrumentos de avaliação 4.5 - Formação avaliativa pressupõe feedback 4.6 - Desafios de personalizar, contextualizar e gerar estratégias de feedback 4.7 - Avaliação Formativa na ótica de Otto Peters 5 - Avaliação somativa 5.1 - Introdução 5.2 - Enfoques 5.3 - Critérios para Elaboração 5.4 - Escopo de Avaliação 5.5 - Avaliação Somativa em Ambientes Virtuais de Aprendizagem 5.6 - A Importância da Avaliação Somativa 6 - Subjetividade da avaliação 6.1 - Objetividade, subjetividade e intersubjetividade na avaliação 6.2 - Mediação semiótica 6.3 - Dizeres, saberes e fazeres da avaliação 6.4 - Em síntese, mas não concluindo 7 - Avaliação Ergonômica 7.1 - Relação entre Avaliação ergonômica, Avaliação Contínua e Avaliação Formativa 7.2 - Avaliando a Ergonomia do Material didático 7.3 - Considerações Finais 8 - Avaliação de aprendizagens 8.1 Um Breve Relato sobre Avaliação de Aprendizagens em EAD Uma visão panorâmica da origem da avaliação de aprendizagem 8.2 - Avaliação de Aprendizagens exige um novo conceito em Ambientes Virtuais de Ensino- Aprendizagem 8.3 - Avaliação e Aprendizagens Significativas 8.4 - Qualificação x Classificação 9 - Avaliação curricular 9.1 - Introdução 9.2 - O que é um currículo em EAD 9.3 - Avaliando o currículo 9.4 - A EaD no Brasil 9.5 - Novos papeis pra o Professor e aluno 9.6 - O atendimento ao aluno via instrumento de aprendizagem 9.7 - Considerações finais r7 - 18 Feb 2011 - 08:23:02 - Main.PeterStone EaD Iniciar sessão ou Registro Web EaD Criar Novo Tópico Índice Busca Alterações Notificações Estatísticas Preferências Webs BrOffice EaD GrupoJava GrupoLinux GrupoLogica GrupoWeb Main Ruby SGBD SO Sandbox TWiki Wikeditora WikiEdu LivroAvaliacaoEmEad < EaD < TWiki http://pt.wikinourau.org/bin/view/EaD/LivroAvaliacaoEmEad 1 de 81 29/9/2011 16:27

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Índice1 - Direitos autorais e licenciamento2 - Avaliação como motivação para a aprendizagem

2.1 - Introdução2.2 - O que é ensinar?2.3 - Educação a distância – contexto, limites e possibilidades.2.4 - A interface aluno - professor2.5 - Como avaliar a aprendizagem2.6 - Avaliar na educação a distância.2.7 - Conclusão

3 - Avaliação diagnóstica3.1 - Os três tipos de avaliação

3.1.1 - Avaliação Diagnóstica3.1.2 - Avaliação Formativa3.1.3 - Avaliação Somativa

3.2 - Função da avaliação diagnóstica3.3 - Por que tanta ênfase nas avaliações somativas?3.4 Aplicando avaliações diagnósticas3.5 - Avaliações diagnósticas para EaD: ATTLS e COLLES3.6 - A importância de cada tipo de avaliação3.7 - Considerações finais

4 - Avaliação formativa4.1 - Introdução4.2 - Para que serve a avaliação formativa: discutindo o processo4.3 - Acompanhando e Rastreando o processo de aprendizagem do aluno em EaD4.4 - Instrumentos de avaliação4.5 - Formação avaliativa pressupõe feedback4.6 - Desafios de personalizar, contextualizar e gerar estratégias de feedback4.7 - Avaliação Formativa na ótica de Otto Peters

5 - Avaliação somativa5.1 - Introdução5.2 - Enfoques5.3 - Critérios para Elaboração5.4 - Escopo de Avaliação5.5 - Avaliação Somativa em Ambientes Virtuais de Aprendizagem5.6 - A Importância da Avaliação Somativa

6 - Subjetividade da avaliação6.1 - Objetividade, subjetividade e intersubjetividade na avaliação6.2 - Mediação semiótica6.3 - Dizeres, saberes e fazeres da avaliação6.4 - Em síntese, mas não concluindo

7 - Avaliação Ergonômica7.1 - Relação entre Avaliação ergonômica, Avaliação Contínua e Avaliação Formativa7.2 - Avaliando a Ergonomia do Material didático7.3 - Considerações Finais

8 - Avaliação de aprendizagens8.1 Um Breve Relato sobre Avaliação de Aprendizagens em EADUma visão panorâmica da origem da avaliação de aprendizagem8.2 - Avaliação de Aprendizagens exige um novo conceito em Ambientes Virtuais de Ensino-Aprendizagem8.3 - Avaliação e Aprendizagens Significativas8.4 - Qualificação x Classificação

9 - Avaliação curricular9.1 - Introdução9.2 - O que é um currículo em EAD9.3 - Avaliando o currículo9.4 - A EaD no Brasil9.5 - Novos papeis pra o Professor e aluno9.6 - O atendimento ao aluno via instrumento de aprendizagem9.7 - Considerações finais

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10 - Avaliação de competências10.1 - A Avaliação de Competências no contexto do Ensino Superior a Distância

10.1.1 - O Planejamento da Avaliação sob a ótica do ciclo PDCA10.1.2 - O Treinamento do Professor

10.2 - Competências e Habilidades10.2.1 - O que são Competências?10.2.2 - Diferença fundamental entre Habilidade e Competência

10.3 - O Processo de Avaliação de Competências10.3.1 - A metodologia A2Comp para Avaliação de Competências10.3.2 - O Ambiente AulaNet e a Avaliação de Competências

10.4 - Avaliação de Competências X Avaliação de Desempenho11 - Avaliação colaborativa

11.1 - Introdução11.2 - A Interatividade11.3 - A avaliação colaborativa11.4 - Conclusão

12 - Avaliação da interatividade12.1 - Interação versus Interatividade12.2 - Avaliação da Interatividade em Ambientes de EaD12.3 - A abordagem téorico-construtivista12.4 - Circunstância da aprendizagem12.5 - Recursos tecnológicos12.6 - Suporte ao aluno12.7 - Interatividade do estudo12.8 - Instrumentos para avaliação12.9 - O processo de avaliação

13 - Avaliação de softwares educativos13.1 - Introdução13.2 - Base Pedagógica de um Software Educativo13.3 - Classificação

13.3.1 - Tutoriais13.3.2 - Exercícios e Práticas13.3.3 - Programação13.3.4 - Aplicativos13.3.5 - Multimídia e Internet13.3.6 - Simulação e Modelagem13.3.7 - Jogos

13.4 - Outros critérios de classificação13.4.1 - Classificação por níveis de Aprendizagem13.4.2 - Classificação de acordo com a função13.4.3 - Classificação segundo os Fundamentos Educativos

13.5 - Avaliação de um software13.6 - Papel do Professor na avaliação dos Softwares

14 - Avaliação de sistemas de EaD14.1 - Direcionando nosso olhar14.2 - A importância da Avaliação no contexto educacional14.3 - Os principais indicadores de um projeto em Ead14.4 - Os sistemas em Ead14.5 - Conclusão14.6 - Referências:

15 - Avaliação de recursos audiovisuais para EaD15.1 - Introdução15.2 - Por que usar o audiovisual?15.3 - Audiovisual e público-alvo15.4 - Produção audiovisual15.5 - Estudo de caso: a TV Escola15.6 - Novo cenário15.7 - Conclusão

16 - Avaliação de AVAs16.1 - Concepções Gerais16.2 - Qualidade de AVA16.3 - AVA e Recursos16.4 - Avaliação on-line (Avaliação Em AVA)

17 - Avaliação de chats17.1 - Avaliando chats - uma mudança no processo de avaliação nos cursos a distância17.2 - Avaliar para quem?17.3 - Mudando as formas de avaliar em cursos a distância17.4 - Bibliografia.

18 - Avaliação de fóruns de discussão

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18.1 - Introdução18.2 - Relação entre Avaliação e Planejamento18.3 - Desafios da Avaliação em EAD18.4 - A avaliação da aprendizagem em Fóruns de Discussão18.5 - Fórum de Discussão, utilizado como Recurso Avaliativo.18.6 - Procedimentos para Construção e Desenvolvimento do Fórum de Discussão

18.6.1 - Critérios Avaliativos18.7 - Dinâmica de Gerenciamento de Fóruns18.8 - Regulamentando Fórum de Discussão18.9 - Pensar o Fórum – Docente e Discente18.10 - Pensar o Fórum - Discente18.11 - Referências

19 - Avaliação de blogs educativos19.1 - Introdução19.2 - Avaliação e suas formas19.3 - Avaliação em EaD19.4 - Utilizando Blogs19.5 - Avaliação e Blogs em educação19.6 - Considerações finais

20 - Avaliação do professor20.1 - REFERÊNCIAS

21 - Avaliação do tutor21.1 - A Tutoria na visão de Otto Peters21.2 - Avaliação – o papel do Tutor nesse processo21.3 - Referências Bibliográficas usadas nesse capítulo

22 - Referências Bibliográficas23 Comentários, sugestões e dúvidas

1 - Direitos autorais e licenciamentoDireitos autorais © 2003 - 2006, por cada autor de capítulo e seus respectivos colaboradores.

Este trabalho está licenciado separadamente por capítulos sob uma Licença Creative Commons Atribuição-UsoNão-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5. Para ver uma cópia desta licença, visitehttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/ ou envie uma carta para Creative Commons, 559 Nathan AbbottWay, Stanford, California 94305, USA.

Atribuição-Uso Não-Comercial-Compatilhamento pela mesma licença 2.0 Brasil

Você pode:copiar, distribuir, exibir e executar a obracriar obras derivadas

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Compartilhamento pela mesma Licença: Se você alterar, transformar, ou criar outra obra com basenesta, você somente poderá distribuir a obra resultante sob uma licença idêntica a esta.

Para cada novo uso ou distribuição, você deve deixar claro para outros os termos da licença desta obra.Qualquer uma destas condições podem ser renunciadas, desde que Você obtenha permissão do autor.

Qualquer direito de uso legítimo (ou "fair use") concedido por lei, ou qualquer outro direito protegido pelalegislação local, não são em hipótese alguma afetados pelo disposto acima.

Este é um sumário para leigos da Licença Jurídica, acessível na íntegra em: http://creativecommons.org/licenses

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/by-nc-sa/2.5/br/legalcode

A Licença Simplificada não é uma licença propriamente dita. Ela é apenas uma referência útil para entender aLicença Jurídica (a licença integral) - ela é uma expressão dos seus termos-chave que pode ser compreendida porqualquer pessoa. A Licença Simplifica em si não tem valor legal e seu conteúdo não aparece na licença integral.

O Creative Commons não é um escritório de advocacia e não presta serviços jurídicos. A distribuição, exibição ouinclusão de links para esta Licença Simplificada não estabelece qualquer relação advocatícia.

2 - Avaliação como motivação para a aprendizagemEliane Vasconcellos Garcia Duarte

2.1 - Introdução“Eu quase nada sei, mas desconfio de muita coisa”.

Guimarães Rosa

Vivemos na contemporaneidade, com um cenário sócio-econômico fortemente influenciado pela globalizaçãoeconômica, exigindo dos indivíduos uma postura ativa no sentido de se adaptar e sobreviver a uma realidade deconstantes e profundas mudanças políticas, econômicas, educacionais e sociais. Exigindo, para que possamosacompanhá-las, uma constante reciclagem, absorvendo novos conhecimentos e, também, quebrando paradigmas.

As implicações das mudanças no ambiente em que vivemos são profundas e inquietantes, tanto do ponto de vistapessoal quanto empresarial, e nos chamam a atenção para o fato de que manter-se “atualizado” é, antes de tudo,uma questão de sobrevivência. Também é necessário lembrar que embora vivamos em uma era de grandes avançostecnológicos, onde a velocidade da informação é influenciada pelo desenvolvimento das TIC’s e o uso de máquinasestá presente em nosso cotidiano, o aumento da produtividade não é função somente de tais ingredientes. Exige detodos nós uma forma de ver, sentir e organizar a sociedade. Vendo por este prisma, a educação a distânciapossibilita uma alternativa viável de oferecer educação para esta demanda crescente por conhecimento.

Segundo Drucker (1992), “a produtividade dos grupos que hoje dominam a força de trabalho, trabalhadores comconhecimento e trabalhadores em serviços, será o maior e mais difícil desafio a ser enfrentado pelos gerentes nospaíses em desenvolvidos nas próximas décadas. E o trabalho sério, a respeito dessa intimidante tarefa, apenascomeçou. A explosão da produtividade, também pagou pela expansão da educação, de dez vezes. Aprodutividade transformou-se na riqueza das nações”.

Na era do conhecimento a questão da produtividade está intimamente atrelada à questão do aprendizado, e aoanalisarmos a história e a evolução da Administração veremos que a ênfase sempre foi no aumento daprodutividade, basta para tanto um estudo mais detalhado das idéias de Taylor, Fayol e seus contemporâneos,embora as ações desenvolvidas a partir desses estudos somente contribuíssem para o aumento da produção. Hojeem dia é amplamente aceita, embora ainda não seja praticada de forma irrestrita, a teoria de que o conhecimentoque o trabalhador tem do seu trabalho é o ponto de partida para a elevação conjunta da qualidade, da produtividadee do desempenho.

Ainda segundo Drucker [7], “mais duas lições que Taylor e Mayo não conheciam: a maior produtividade necessitade aprendizado contínuo. Não basta reprojetar a função e treinar o trabalhador em uma nova maneira deexecutá-la – o que pregava Taylor. Tem início o aprendizado, o qual nunca é um produto acabado. Na verdade, omaior beneficio do treinamento não está em aprender o novo. Está em se fazer melhor aquilo que já fazemosbem. E, igualmente importante, uma constatação recente: as pessoas que trabalham com conhecimentos eserviços aprendem mais quando ensinam. A melhor maneira de aumentar a produtividade de um grande vendedoré faze-lo apresentar os segredos do meu sucesso” numa convenção de vendas. A melhor maneira de umcirurgião melhorar seu desempenho é fazer uma palestra a esse respeito na associação médica. Fala-se muitoque, na era da informação, toda Empresa deve transformar-se numa instituição de aprendizado. “Ela tambémdeve se transformar em uma instituição de ensino”.

O processo educacional é essencial para o ser humano. “O homem é um ser perfectível, um ser de cultura edependente da educação para levar à plenificação a sua inteligência e a sua vontade a fim de vir a ser elemesmo.” (Niskier [25]) damos para aprender, para crescer, para nos informar, para questionar, para socializar-nos,enfim para sermos um cidadão. Não basta que o ensino transmita apenas habilidades e conhecimentos jáalcançados, mas que eduque o indivíduo transformando-o num homem completo.

Portanto, podemos claramente perceber o papel da educação na sociedade em que vivemos, e para tanto énecessário que todos os envolvidos, principalmente os educadores, avaliem o contexto em que atuam e procuremdesenvolver métodos e soluções para garantir a efetividade do ensino e do aprendizado.

2.2 - O que é ensinar?“Educar todas as crianças não é tão importantequanto despertar nelas o desejo de aprender.”

(John Lubbock, 1834-1913)

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Procuramos enfatizar um ambiente onde está em curso um processo de mudanças tão radicais e velozes que asinstituições de ensino, a exemplo do que vem ocorrendo em outras áreas, terão de redefinir seu papel e seusobjetivos. Nas observações de alguns futuristas, o grande objetivo da educação será capacitar os indivíduos a:

Assumir responsabilidades sobre o seu próprio futuro.Adquirir conhecimento básico que viabilize suas necessidades de reaprender continuamente e com maiorrapidez.

Neste contexto a grande tarefa do educador e professor é desenvolver ações para garantir que o aprendizadoocorra e que o aluno possa utilizar, de forma efetiva, os conhecimentos transferidos em sala de aula.

De acordo com Jeanette Voss, em seu livro Revolucionando a Aprendizagem (São Paulo: Makron, 19XX), o serhumano aprende, em média, 10% pelo que lê; 15% pelo que ouve e 80% pelo que vivencia. Significa que temossistematicamente negligenciado o fator mais importante, que é a participação ativa do aluno no processo. Vivenciaré mudar o foco de ensinar para aprender. Isto faz do aluno o grande responsável pelo que aprende,transformando-o em exigente “consumidor de conhecimento”. Neste cenário, não haverá lugar para currículosmassificados, pois os educadores devem estar voltados para transmitir, na medida do possível, exatamente aquiloque o aluno necessita.

Segundo Lima [19], “o professor não ensina, ajuda o aluno a aprender”. Reforçando esta afirmativa relembramos ofilme “A Sociedade dos Poetas Mortos” onde o Professor protagonizado por Robin Williams enfatiza que “Educar éensinar a pensar sozinho”.

Para tanto, vemos na EAD uma modalidade que enfatiza o texto acima, onde segundo Peters [29] _“numa visãotradicional, sob ponto de vista didático, o processo de ensino e aprendizagem tem uma ligação mais ou menosintegrada de formas do aprendizado no estudo em sala de aula, pois consta de”:

Aprender por meio de leitura e material impresso.Aprender por meio do estudo dirigido.Aprender por meio do trabalho científico autônomo.Aprender por meio da comunicação pessoal.Aprender por meio de meios auditivos e audiovisuais.Aprender por meio da participação em tradicionais ofertas de ensino acadêmico.”_

Durante o processo de ensino-aprendizagem existem fatores intervenientes que devem ser considerados para que oresultado seja o mais efetivo possível. Esses fatores podem ser resumidos conforme abaixo:

Por parte do aluno. O seu desejo de aprender e o nível de conhecimentos que já possui; além disso, éimportante também considerarmos que a relação entre aluno x professor, e a atitude do aluno com relação aoconteúdo que se deseja ensinar, são também pontos importantes;Quanto ao assunto a ser ensinado. A estrutura do conteúdo que será transmitido, os requisitos para que aaprendizagem se efetive (conceitos, associação, princípios, etc.), e a ordem de apresentação dos assuntos;Por parte do Professor. Os componentes da situação, a forma como verbaliza o conteúdo durante atransmissão, sua postura e entusiasmo com relação à disciplina, sua postura como exemplo a ser seguido e,as informações que ele transmite ao aluno acerca de seu progresso no processo de aprendizagem.

Ao longo dos últimos anos a prática docente vem se reformulando com o propósito de se adequar às mudanças doambiente, e também obter melhores resultados no processo de ensino-aprendizagem com o uso de recursos emétodos mais apropriados ao mundo em que vivemos e às posturas dos alunos que entram em nossas salas deaula (presencial ou virtual).

Uma comparação entre a antiga x nova práxis docente pode ser resumidamente apresentada:

Antigo Novo

Aula Orientação

Transmitir Construir

Copiar Participar

Prova Elaboração própria

Verdade Aproximação

Nesse contexto podemos fazer uma representação esquemática da visão do processo de ensino-aprendizagem:

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2.3 - Educação a distância – contexto, limites e possibilidades.Para tanto a educação a distância é uma poderosa ferramenta, dentro do ambiente educacional, com possibilidadesde atender a um número quase ilimitado de alunos, com uma metodologia mais efetiva do que as outrasmodalidades e com a garantia de que os serviços ofertados não perderão qualidade independente da quantidadecrescente de alunos.

Desde a década de 60 a educação a distância vem sinalizando, que é uma nova modalidade de ensino nadaconvencional, comparativamente aos outros modelos, tendo ainda um grande espaço a ocupar. Com uma grandevantagem competitiva, o atendimento de um número excessivamente grande de alunos, com grande chance de sereficiente, eficaz e com qualidade garantida, atendendo plenamente aos anseios de universalização do ensino noBrasil pelas instituições educacionais, com uma demanda cada vez maior e considerando também a condição sócio-econômica do alunado, ficam impossibilitados fisicamente de atender a procura.

Dotar as instituições de uma modalidade como a educação à distância, é oferecer a demanda sempre crescente depessoas ávidas por conhecimento, de um instrumento de ensino e treinamento, ágil, célere e qualitativamente melhorcom a garantia de que o conhecimento gerado intensamente pela ciência e cultura humana tem um meio apropriadoa sua permanente atualização será propagada de forma rápida e fiel.

Segundo Keegan [16] (p.11), “a educação a distância não apareceu no vácuo da educação tradicional, ela temuma longa história de experimentações, sucessos e fracassos. Podemos considerar que as cartas de Platão e asepístolas de São Paulo como um meio de informação e conhecimento, portanto de educação à distância, todaviatemos evidências mais recentes, pois a partir do século XVIII já temos sinais do seu uso, muito embora somenteno meado do século XIX, a utilização de educação por correspondência foi largamente utilizada”.

Se considerarmos que nos dias atuais a utilização de multimeios, como simuladores on-line em rede decomputadores, sistemas de dados em voz-imagem via satélite ou por cabos de fibra ótica, formas avançadas decomunicação e que podem servir de interação entre o aluno e o centro produtor, podemos deduzir o grandepotencial que a educação a distância tem para transformar a história da educação no nosso país.

No inicio do século XX, o ensino por correspondência foi a melhor alternativa encontrada dentre as variasexperiências adotadas pelos educadores, e posteriormente com a introdução do rádio, o grande meio decomunicação utilizado para a divulgação do ensino à distância, principalmente no meio rural, onde diversos projetosforam desenvolvidos objetivando alcançar aluno do interior carente de conhecimento, o EAD foi consolidado como agrande revolução do ensino no Brasil.

Os nossos grandes exemplos foram à fundação, em 1939, do Instituto Rádio-Monitor, e em 1941, o InstitutoUniversal Brasileiro, que alavancaram de forma agressiva, vários projetos com algum sucesso. Entretanto, comotemos um traço cultural constante nesta área que é a descontinuidade dos projetos, notadamente no âmbitogovernamental, os resultados foram se perdendo no tempo e consequentemente os projetos foram diminuindo ouinterrompidos definitivamente.

Um belo exemplo do uso do EAD foi à utilização do código Morse, método desenvolvido por F. Keller em 1943,destaque entre os vários métodos utilizados para uma capacitação rápida dos recrutas norte-americanos durante a

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II Guerra Mundial na recepção de mensagens, que mesmo após o seu termino teve uma ampla e universal utilização,principalmente para a integração social dos atingidos pelos efeitos da guerra na sua nova capacidade laboral, vezque a migração do campo para a reconstrução dos grandes centros pela população exigia uma rápida forma detransmissão de informações.

No Brasil as “escolas radiofônicas”, desenvolvidas a partir do MEB - Movimento de Educação de Base, programavoltado para alfabetização e acompanhamento dos primeiros passos dos milhares de jovens e adultos, notadamenteno Norte e Nordeste do País, foi sem dúvida o grande destaque entre os projetos voltados para a EAD.

Mas, a repressão política que foi imposta a partir do golpe militar de 1964, fez com que o projeto fosseabandonado, esvaindo-se assim todos os esforços e ideais de educação de massa.

Mas, uma ferramenta com tantas vantagens não poderia arrefecer no seu crescimento, assim é que a partir dosmeados dos anos 60, a EAD deu um grande salto no campo da educação secundaria e superior, começando pelaEuropa, na França e Inglaterra, tendo posteriormente alcançado os demais continentes.

Somando-se a estas podemos acrescentar a Universidade Nacional Aberta, da Venezuela; Universidade Nacional deEducação a Distância, da Espanha; o Sistema de Educação a Distância, da Colômbia; a Universidade de Athabasca,no Canadá; a Universidade para Todos os Homens e as 28 Universidades locais de televisão da China Popular, entremuitas outras.

Atualmente milhões de estudantes são atendidos, em mais de 80 paises nos cincos continentes, nos diversos níveisde ensino, seja pelo sistema formal ou não-formal, consolidando a EAD como um grande instrumento de formação.Os próprios professores são treinados e aperfeiçoados através da EAD, como é o caso do México, Tanzânia,Nigéria, Angola e Moçambique. Vários cursos, não formais de ensino, para adultos, nas áreas de saúde, agriculturae previdência social, são oferecidos tanto pela iniciativa privada como pelos Governos. O numero de empresas einstituições desenvolvendo cursos e treinamentos voltados para o desenvolvimento dos seus recursos humanos,através da EAD é cada vez maior.

Na Europa o treinamento de pessoal, principalmente na área financeira, é investido de forma cada vez maisvigorosa, por se acreditar que seja a melhor forma de obter maior produtividade e uma grande redução de custos(Nunes, 1992 a). Nos Estados Unidos, quando em 1993 assumiu novo governo, os investimentos em formação etreinamento de pessoal foram a grande arma utilizada para melhorar o desempenho de um modo geral e a EAD foi ogrande canal que contribuiu para o sucesso do programa desenvolvido na época.

A experiência brasileira: governamental, não-governamental ou privada, nas últimas décadas tem tido o envolvimentode um bom número de técnicos, grandes recursos financeiros, contudo os resultados ainda não espelham o grandeesforço feito para consolidar a EAD no cenário nacional.

No Brasil algumas empresas são destaques no tema; tal como a Petrobrás, que no período entre 1998 a 2001formou, via Internet, no curso de escolarização básica 4.500 colaboradores. A Empresa possui 40 salas devideoconferência espalhadas pelo país, sendo uma delas no meio da selva Amazônica, às margens do rio Urucu, a600 km de Manaus.

Alguns fatores têm contribuído decisivamente para que a não aceitação aconteça, tais como: descontinuidade dosprojetos, a ausência de memória administrativa pública brasileira e receio em se adotar procedimentos maisrigorosos e científicos de avaliação de programas e projetos.

Dentro deste contexto podem-se estabelecer alguns fatores que limitam e dificultam a atuação da EAD comoferramenta da educação:

População Dispersa. Considerando algumas razões como posição geográfica, condições de emprego,incapacidade física, etc., os alunos, notadamente os adultos, tem de um lado necessidade de continuar comseus estudos, procurando aperfeiçoar-se, ou outros motivos; por outro lado estas características dificultambastante o aprendizado e a comunicação do aluno do EAD com seus professores;População Adulta. Na sua grande maioria os alunos do EAD já estão na fase adulta, apresentandopeculiaridades, todavia o programa educativo deve prever que também se terão alunos crianças e jovens, oque exige um material completo que atenda a todos de uma forma equacionada;Material Único. Todos os alunos recebem o mesmo programa e material, independente da idade, doconhecimento intelectual, região geográfica, etc., talvez seja este um grande diferencial se compararmos coma educação presencial. Como o aluno conta com pouco apoio externo, na EAD ele passa a ser o centro detodo o processo de ensino;Cursos pré-produzidos. Como a produção dos cursos é centralizada, uma grande limitação é apossibilidade de alguma mudança ao longo da sua execução, pois aos alunos são fornecidos materiaisimpressos, combinando com suplementos de periódicos e revistas, livros adicionais, rádio, televisão, filmes,multimídia, etc., todavia de um modo geral sem sofrer alterações que possam adequar-se a este ou aquelealuno, como eventualmente acontece na educação presencial;Comunicação Massiva. Na medida em que os programas na EAD objetivam alcançar um grande número dealunos, nos lugares mais remotos do país, algumas dificuldades são imperiosas, como por exemplo, alinguagem a ser utilizada, pois como sabemos a cada região agregada ao curso, novos sotaques e gírias,termos específicos do lugar, desconhecimento de outros termos apresentados nos materiais, vão aparecendoe como o programa é formatado de maneira definitiva para aquele curso os alunos têm uma grandedificuldade de entendimento e adaptação;

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Estudo Individualizado. Muito embora nada impeça que o aluno procure ajuda de outros alunos, na prática oque acontece na EAD é o aluno desenvolver seu curso de forma isolada sem a integração grupal às vezesnecessária, para a troca de conhecimentos e experiências, para melhor desenvolver um determinado tema.

Outro aspecto que dificulta o aluno é a adaptação ao método EAD, uma vez que na sua grande maioria, estãohabituados ao encontro presencial e quando se vêem sozinhos diante do grande desafio que é estudar de formaautônoma, se sentem inseguros e sem muita certeza que terão capacidade para concluir os estudos.

Custos. Como acontecem em qualquer outra atividade, o investimento para a estruturação de um projeto éelevado e necessita que atinja um número muito grande de uma população estudantil, para justificar suarealização.

Independente destes aspectos, cada vez mais os profissionais têm necessidade de se tornarem alunos vitalícios, ede se manterem permanentemente qualificados, para atenderem às exigências crescentes do mercado de trabalho.Assim, o processo de educação continuada é imprescindível e, aliado às dificuldades de encontrar tempo paraconcretizar sua educação formal, abre grandes perspectivas para projetos de educação à distância no Brasil.

A EAD além de apresentar suas características próprias, nos leva a refletir sobre aspectos básicos relativos àssuas possibilidades e limitações, a saber:

A EAD não surgiu para substituir a educação tradicional, mas sim complementar.A ênfase da EAD não é mais no professor, e sim, cada vez mais, no aluno.O foco não é mais no ensinar, e sim no aprender a aprender.A EAD traz consigo a necessidade de mudança no paradigma tradicional, seja no aspecto do ensino, daabsorção do conhecimento, da relação professor – aluno, e principalmente nas questões ligadas à avaliação.Nenhuma metodologia de EAD funciona sem interatividade, e para tanto há necessidade de haver escala, poisdo contrário o projeto não tem como se viabilizar economicamente.

2.4 - A interface aluno - professor“Ninguém começa a ser educador numa certaTerça-feira às quatro horas da tarde. Ninguémnasce educador ou é marcado para ser educador.A gente se faz educador, a gente se forma como educador permanente,na prática e na reflexão sobre a prática”. (Freire, 1986)

Na EAD a relação no processo de docente tem tríplices aspectos: professor, educador e tutor. O professor seprojeta quando colabora com o estudante para acordar a crítica e a criatividade, quando são colocadas no plano dejulgamento e aproveitamento do já vivenciado.

O educador assume seu papel, quando o foco principal são os valores que induzem à autonomia. Desta visão, osdois papéis se concretizam no processo docente. Em outras palavras, tratando-se de construção do saber, adocência é marcada pelo trabalho de estruturar os componentes de estudo, orientar, estimular e provocar oparticipante a construir o seu próprio saber, partindo do princípio de que não há resposta feita, a cada um compete“criar” um pronunciamento pessoal.

Na docência há uma dimensão de busca que perpassa a aprendizagem e caracteriza-se como uma presença. Apresença é representada como um campo em que podem conviver o passado e o futuro, subsidiando projeções aserem vividas autonomamente.

A docência caracteriza-se por seu caráter solidário e interativo, possibilitando o relacionamento da pessoa como umser existente e vivenciado como eu, tu, nós e outros, do que decorre em conjunto de dificuldades, inclusive paracolocar-se “entre” outros, como uma presença que se põe intencionalmente.

O professor, e, principalmente o tutor, é sempre alguém que possui duas características essenciais: domínio doconteúdo técnico-científico e, ao mesmo tempo, habilidade para estimular a busca de resposta pelo participante. Eleé uma figura singular em todas as instituições de ensino a distância, pois é um conselheiro, um orientador, umassessor, etc., que auxilia os alunos no processo de ensino-aprendizagem, com o fito de reduzir ou eliminar asdistâncias que definem os estudos por esta modalidade.

A orientação educativa no processo considera como relevante às necessidades dos participantes e o contextoeducativo do mesmo. Daí, o conceito de professor vai alargando-se e mesclando-se com os conceitos de professore educador – TUTOR!

A tutoria é exercida em momentos diferenciados, podendo ocorrer diretamente ou à distância. Destaca-se que emqualquer dos dois momentos – diretamente ou à distância – o contato com o aluno não consiste em um “jogo” deperguntas e respostas, consiste em discutir e indicar bibliografia que amplia o raio de visão do educando, para queseja possível desenvolver respostas críticas e criativas, consideradas como momentos para ampliação básica do“saber”, voltadas para oportunizar a análise de possibilidades de aplicação prática do saber conquistado.

No processo de orientação à distância o atendimento realiza-se a partir da necessidade do aluno, que buscasituar-se no contexto da aprendizagem. Neste caso, recursos tecnológicos são os intermediários do diálogo do tutorcom o participante. O tutor deve contribuir com informações adequadas para o processo de construção doconhecimento do aluno.

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Evidentemente, o professor deve ter domínio do conhecimento em processo, além da habilidade de problematizar eindicar fontes de consulta. Pode-se dizer que o professor é um especialista, tanto no que concerne ao conteúdo dotrabalhado na Unidade, como nos procedimentos a adotar para estimular a construção de respostas pessoais.

É essencial que o tutor esteja plenamente consciente do seu papel. Não basta dominar o conteúdo trabalhado. Éprimordial saber para que e o que significa o proposto.

2.5 - Como avaliar a aprendizagemAcreditamos que ao longo do tempo em que se discute educação e aprendizagem, a questão da forma de realizar aavaliação daquilo que o aluno aprendeu, sempre foi uma questão polêmica e trouxe à tona questionamentos econtradições.

Segundo Bordenave & Pereira [4], “os professores concordam em afirmar que a avaliação é uma área de enormefalta de preparação, mesmo reconhecendo sua decisiva importância. Segundo eles, o problema mais geral daavaliação é a ausência de um conceito integral do aluno, já que as provas medem somente certos aspectos domesmo, podendo ser injustas ao negligenciar aspectos importantes”.

Na EAD, tradicionalmente a avaliação é realizada de forma presencial, em caráter individual, onde o aluno faz suapreparação prévia acerca de um conjunto de assuntos apresentados pelo professor, e em data e hora marcada sãoformuladas questões abrangendo os assuntos estudados.

Nossa experiência mostra que nestas ocasiões a grande maioria do alunado concentra seu esforço de estudo noperíodo pré-realização das avaliações, e também é grande o percentual de alunos que literalmente decoramconceitos e abordagens para “vomitar” durante a realização da avaliação.

Entendemos que esta abordagem relega a avaliação da aprendizagem do assunto exposto, a análise critica, oraciocínio sistêmico, a interface entre assuntos, etc.; como uma forma de motivação. E, o pior de tudo é que, comgrande incidência, num espaço de tempo muito curto o aluno esquece tudo aquilo que decorou.

Segundo Picanço [31], “Cipriano Luckesi chama a atenção para o equívoco implícito na consideração de que essetipo de prática seja considerada como avaliação. De fato, ela reduz a reflexão sobre as ações dos sujeitos aoslimites de uma verificação, na qual se opera um recorte no processo de ensino-aprendizagem que considera amanifestação de conteúdos que foram memorizados pelos alunos. No momento ritual da avaliação, a expressão doque foi assimilado é condicionada a uma forma de registro unificada. É comum a sala de aula passar por alterações,tanto no seu espaço físico quanto na dinâmica das relações entre professores / alunos e conhecimento no temidodia da prova”.

Ao pensarmos em avaliação temos a obrigação de focar em algumas questões chaves:O que queremos medir quando aplicamos uma prova?Como elaborar as questões que integrarão a avaliação?Quais são os nossos objetivos?Que critérios utilizaremos ao efetuarmos a correção da produção do aluno?Qual a relação existente entre objetivos, métodos e avaliação?A avaliação será aplicada somente em relação ao conteúdo da disciplina, ou outros aspectos relacionados acomportamento, interesse, etc., também serão considerados?Como o professor avaliará e conduzirá este momento?

Segundo Bordenave & Pereira [4], “na área da educação, medir significa determinar, através de instrumentosadequados, aspectos quantitativos e qualitativos do comportamento humano. Esses aspectos são variáveis dapersonalidade, tais como traços de caráter, de temperamento, capacidade de ajustamento, interesses, atitudes; ouaspectos relacionados diretamente com a aprendizagem sistemática: medida de aptidões, indicadores daquilo que oindivíduo já aprendeu ou está aprendendo”.

Concluímos que, qualquer que seja o foco, o assunto é bastante complexo e requer uma reflexão profunda para nospermitir adotar a metodologia que garanta a obtenção de melhores resultados e o ajuste dos pontos necessáriospara aumentar a aprendizagem dos alunos.

Há três pontos considerados importantes e, até mesmo comuns, nos vários aspectos relativos à avaliação:

Deve ser estruturada considerando as características do grupo a que se destina; ou seja, não há uma fórmulapronta para toda e qualquer ocasião;

1.

Deve ser cada vez mais encarada como um momento único, onde professor e aluno, respectivamenteidentificam deficiências no ensino e no processo de incorporação de conhecimentos, e procuram fazer osajustes necessários para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem;

2.

Deve haver uma cultura consolidada que coloca um peso demasiadamente grande na nota que o alunoprecisa tirar, e termina por menosprezar o significado em si da avaliação, tanto é que, em muitos lugares, aavaliação continua sendo conhecida como “prova”.

3.

Considerando o mutante contexto educacional, reestruturado para atender às novas demandas e, também,reorientado para ser compatível com um ser humano consciente da sua necessidade de educação continuada e, deseu estado permanente de ser inacabado que está sempre em busca de um complemento para melhorar sua visãode mundo, entendemos que há necessidade de uma reavaliação do processo de avaliação, e isto pode ser feito

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considerando os parâmetros discriminados na tabela abaixo:

Dimensões da avaliaçãoDE PARA

Aprender Aprender a aprender

Freqüência Participação

Prova Pesquisa

Reprodução Construção própria

2.6 - Avaliar na educação a distância.O sistema de ensino aprendizagem tradicional prioriza a transmissão de informações e imagens mediante definiçõesque devem ser memorizadas progressivamente, considerando o aluno como receptador passivo.

Porém esta perspectiva, ainda existe na EAD, que muitas vezes, considera a avaliação como um momentodeterminado, separado do processo de aprendizagem. A avaliação realiza-se a partir de instrumentos demensuração do conhecimento adquirido em determinados períodos. Muitas vezes é estabelecida uma data paraaplicação do instrumento de avaliação, tais como prova, trabalho, seminário, cujos resultados são julgados peloprofessor, que estabelece os critérios de julgamento. Na maioria das vezes esses critérios não são conhecidospelos alunos, tornando-os subjetivos no entendimento dos estudantes, o que pode levar à desconfiança em relação àavaliação e provocar conflitos entre professor e aluno. Este modelo possibilita o aparecimento de desconfiançasquanto às preferências e simpatias pessoais dificultando, ainda mais, o relacionamento e o processo de ensinoaprendizagem.

Ainda perdura o processo baseado em conceitos tradicionais que privilegiam a relação de autoridade e dependênciae objetivam o controle sobre os alunos, distanciando o professor e conferindo-lhe autoridade absoluta para julgar.Neste caso são esquecidos fatores importantes que podem influir negativamente a avaliação, tais como ainadequação do momento, tempo e local para sua realização.

Devemos lembrar que a avaliação é um processo natural e contínuo, onde o ser humano está constantemente sendoavaliado e avaliando. Na EAD, principalmente por questões de distância, o professor deve perceber que a avaliaçãoindepende de utilizar ou não técnicas formais, quando distribui tarefas, define as normas para sua execução,estabelece o assunto a ser pesquisado, aprova ou não o trabalho. Deve perceber que a avaliação é um processocontínuo, Cumulativo e compreensivo, decorrente do ensino-aprendizagem e que procura verificar as mudanças nocomportamento, no sentido de valorizar e motivar o desenvolvimento de habilidades e atitudes.

O professor não deve somente comparar resultados obtidos com aqueles esperados. Para promover um efetivoaprendizado, o aluno deve identificar suas deficiências de aprendizagem e as causas dessas deficiências. Para quepossa realizar essa verificação é necessário estabelecer primeiramente, objetivos claros a serem alcançados dentrodo aprendizado referente ao conteúdo de determinada disciplina e acima de tudo estar motivado.

No início de um Curso na modalidade de EAD já deve estar concebida as formas avaliativas no Guia do aluno, com ointuito de tornar melhores o objetivo a ser atingido. Além dos objetivos é preciso estabelecer o limite do conteúdodisciplina que vai ser avaliado, quais os padrões mínimos de desempenho esperados e que formas de medidasserão utilizadas. Pois a avaliação é parte do processo de ensino-aprendizagem, e possibilita o acompanhamento dosalunos em diferentes momentos, evidenciando os avanços necessários para que eles prossigam no seu processo decrescimento.

A avaliação é um tema de fundamental importância na EAD, destaca-se como um recurso de medidas de objetivosdo ensino, de métodos, de conteúdos, de currículos, de programas e das próprias habilidades do professor.

Todos os indivíduos buscam seu auto desenvolvimento, procuram atingir seus objetivos e vencer obstáculos edesafios. Porém a forma como atuam tentando atingir suas metas é diferente.

Os indivíduos têm comportamentos e objetivos diferentes, por isso devem ser tratados de formas das maisdiferentes possíveis. Os professores devem dar atenção às diferenças individuais, pois por este ângulo há umagrande possibilidade de fazer com que os alunos produzam com maior satisfação, elevando o nível deaprendizagem.

Quando o professor utiliza técnicas abertas para avaliar o crescimento no processo de aprendizagem do aluno, elepode obter dados que demonstrem as dificuldades ou o avanço que cada um atingiu. Tais evidências criamreferências para identificar qual a melhor maneira de desenvolver a potencialidade do estudante, satisfazendotambém suas necessidades de estima e auto-realização “pela valorização dos esforços pessoais, pela abertura deespaços para a criatividade individual (...)” (Pontes [32]).

O aluno deve ser motivado a satisfazer sua necessidade de auto-realização aprendendo que concorrência podesignificar a superação de suas próprias dificuldades, não valorizando excessivamente os resultados obtidos pelosoutros. Cabe ao professor oferecer condições aos alunos de satisfazê-las. Nesse caso, o docente deve considerarcomo verdadeira motivação, aquelas necessidades que são internas, intrínsecas ao indivíduo como a sua própriaconstatação de crescimento, o reconhecimento pelos seus esforços, à possibilidade de empreender algo novo. As

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necessidades extrínsecas, mais perceptíveis, são aquelas que promovem a satisfação a partir de fatores externos àprópria pessoa, como a nota atribuída pelo professor ou as condições ambientais para realizar trabalhos. Esse tipode satisfação é importante, porem só estimula as pessoas, levando-as a agir, mas necessitam de incentivosconstantes. Assim, o aluno poderá deixar de motivar-se a partir do aprendizado em si, que é o fator responsávelpelo seu auto desenvolvimento e que permite a satisfação de suas necessidades internas de auto-estima eauto-realização. Conforme dados levantados em pesquisas verificamos que alguns fatores motivacionais dos alunosda EAD são considerados muito importantes:

Fatores Motivacionais Ocorrências - %

Atualização profissional 30

Aprimoramento e realização profissional 15

Base teórica para aplicar na profissão 15

Desafio Pessoal 10

Necessidade de Titulação 10

Possibilidade de troca de experiências 10

Interesse em ingressar em uma instituição de ensino 10

Fonte: adaptado do relatório de Perfil Geral dos Alunos a Distância do LED-UFSC, 2000.

É essa forma de satisfação que leva o aluno a envolver-se com o processo de aprendizagem motivando-se a partirde suas próprias carências intrínsecas. Evidencia-se, então, para o aluno que o significado do processo deavaliação é o seu desenvolvimento pessoal e não apenas a nota obtida em momentos determinados.

O feedback é uma ferramenta disponível para que o aluno tome conhecimento dos resultados alcançados durante oprocesso de ensino-aprendizagem, pois analisando os resultados é possível corrigir falhas, reformular oplanejamento proposto e evidenciar os acertos e resultados positivos, elevando a auto-estima. Permite ao indivíduoa avaliação de seu comportamento e as correções necessárias para alcançar o objetivo final.

Para tanto o feedback deve ser contínuo, reforçando os acertos, elevando a auto-estima, e identificando as falhas,possibilitando com isso uma revisão e uma atualização eficiente por parte do professor ou do tutor. A avaliaçãocontínua e cumulativa é parte do processo de aprendizagem em EAD, e não somente um momento determinado,desvinculado do processo.

Dessa forma, as fontes de satisfação e recompensa ocorrem a partir do próprio aprendizado, desencadeando amotivação interna que surge e se mantém, principalmente, quando os alunos sabem o que se espera deles e comoserá orientado e avaliado pelo professor. Quando o estudante conhece o objetivo e o conteúdo da disciplina e ospadrões de desempenho mínimos que são exigidos, tende a se comprometer buscando realizar um bom trabalho, esentindo a satisfação de ser bem sucedido.

O professor deve estar sempre atento aos progressos dos alunos procurando orientá-los, e incentiva-los para odesenvolvimento de suas potencialidades, levando-os a atingir os objetivos propostos. O professor deve assumiruma postura de motivador do processo, promovendo a aprendizagem progressiva e efetiva do conteúdo abordado.O professor deve demonstrar confiança na capacidade dos alunos, elogiar os progressos obtidos antes de apontaras deficiências, que devem ser analisadas conjuntamente, indicando sua disposição de auxiliar o aluno na busca porresultados positivos. Deve enfatizar a importância do crescimento na aprendizagem e a satisfação do bom trabalho.

O professor deve ser um bom ouvinte e comunicador, pois através da participação de um diálogo construtivo,possibilita a realização da aprendizagem de forma mais adequada e satisfatória.

De acordo com Bergamini [2] “caso se esteja verdadeiramente interessado em promover o desenvolvimento do serhumano (...), devemos cultivar, além da técnica, a atenção e o afeto pelas pessoas.”. A partir dessa premissa oprofessor pode esperar desenvolver sentimentos de segurança e confiança nos alunos, elevando sua auto-estima,fazendo com que se sintam parte integrante e importante do grupo do qual fazem parte e evidenciando apossibilidade verdadeira de desenvolver suas habilidades e potencialidades.

2.7 - ConclusãoConcluindo, verificamos que a forma de avaliar o aprendizado na EAD não pode ser instrumento inibidor dasmanifestações de criatividade individual que levam ao maior desenvolvimento do potencial do aluno, principalmenteporque este aluno é um ser adulto, crítico e instigador. O mundo contemporâneo atual tem por exigência umprofissional inovador e criativo. Os avanços tecnológicos exigem profissionais com qualificação crescente,necessitando de aperfeiçoamento contínuo.

A partir desta premissa evidencia-se que, a tecnologia atual, embora importante, subordina-se ao manejo dohomem, que deve estar em constante atualização. Para tanto deve desenvolver espírito empreendedor, dinâmico,criativo, flexível e decidido. _“Essas características do profissional moderno deslocam a ênfase da especializaçãopara a visão mais integradora do seu trabalho, seja com o ambiente interno, seja com o contexto externo; dão maisimportância à criatividade e a inovação do que a larga experiência repetitiva; substituem a segurança doconhecimento já testado pela audácia em enfrentar desafios e correr riscos (...)”_(Lucena [20]).

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Isto significa que está sendo valorizada crescentemente a capacidade de aprender e criar, para abrir e conquistarnovos espaços. Dessa forma torna-se cada vez mais importante o desempenho humano, tendo em vista que o alunodeve ser considerado pela sua capacidade de realizar as tarefas e responsabilidades que lhe foram atribuídasapresentando resultados satisfatórios. Assim o aprendizado do aluno deve ser verificado em relação aos resultadosque lhe apresenta e a sua capacidade de criar e aprimorar-se sempre, de acordo com os parâmetrosestabelecidos. A verificação desse aprendizado refletirá a capacidade do aluno de utilizar de forma eficiente seutalento e os recursos de que dispõe par atingir as metas propostas. Porém para que tudo isto aconteça énecessário que o aluno seja motivado constantemente, ou seja, em todas as fases avaliativas do processo ensino-aprendizagem. Ele deve se sentir partícipe do processo com uma grande responsabilidade.

Sob esta ótica temos o professor como verificador do desempenho, acompanhando o processo de aprendizagem enão apenas avaliando periodicamente o conhecimento obtido. Esta postura leva-o a buscar o desenvolvimento dacapacidade do aluno para enfrentar desafios, aperfeiçoar talentos, superar dificuldades, participando e secomprometendo com o aprendizado, não somente das técnicas e habilidades, mas da forma de utilizá-las.

Para tanto, a avaliação deixa de ser apenas um instrumento técnico gerador do medo, insegurança e frustração.Passa a ser visto como um processo natural e necessário para direcionar o aprendizado, desenvolvendo arealização pessoal e valorizando o potencial de cada indivíduo, motivando para a busca constante e contínua doaprender a aprender.

Além disso, é necessário que o aluno desenvolva na prática suas habilidades para planejar, organizar, dirigir econtrolar sua práxis acadêmica. Dessa forma a avaliação passa a ser considerada instrumento útil para todos osenvolvidos.

A implementação dessa mudança radical de visão na forma de avaliar o aprendizado apóia-se na busca constantede maior investimento em educação a fim de despertar valores comprometidos com a responsabilidade, acriatividade e a inovação. Procura ainda desenvolver a capacidade de aprender mais e mais, aperfeiçoarcontinuamente suas habilidades, procurando a realização pessoal mediante a satisfação no próprio trabalho. Essesrequisitos são fundamentais para o profissional de hoje, e devem ser desenvolvidos, também, no interior de nossasescolas.

3 - Avaliação diagnósticaMarcelo Akira Inuzuka

3.1 - Os três tipos de avaliaçãoPara poder falar sobre avaliação, é importante saber classificá-las. Bloom et. all [3] classifica as avaliações em trêstipos.

3.1.1 - Avaliação Diagnóstica

Geralmente é realizada inicialmente pelo educador para diagnosticar os pontos fracos e fortes do aluno na área deconhecimento em que se desenvolverá o processo de ensino-aprendizagem. O processo de ensino é um processode construção de conhecimento e diagnosticar no início é como verificar se 'a fundação da casa está boa para seiniciar a construção', ou seja, se o aluno domina todos os pré-requisitos. Por exemplo, antes de ensinar asoperações de multiplicação, é interessante saber se aluno domina bem o processo de soma. Assim, o resultado daavaliação diagnóstica pode apontar uma necessidade de revisão de um assunto que servirá de base para osseguintes, que poderá ser trabalhada individualmente ou coletivamente.

3.1.2 - Avaliação Formativa

A avaliação formativa é geralmente realizada durante todo o processo de ensino-aprendizagem. É melhoraproveitada quando o resultado (feedback) é rapidamente fornecido para os alunos, permitindo que possam corrigireventuais erros de interpretação do conteúdo ensinado. É um termômetro para o professor e o aluno saberem comoo aprendizado está sendo desenvolvido, bem ou mal, permitindo que o aluno se recupere agilmente.

3.1.3 - Avaliação Somativa

Geralmente é realizada no final de um curso e é conhecida como 'prova', ou seja, serve para classificar se o aluno'passou' ou não. Pela obrigatoriedade dos professores fornecerem 'notas', é a que é mais aplicada no ensinotradicional.

3.2 - Função da avaliação diagnósticaA avaliação diagnóstica possui uma importância elevada no processo de ensino-aprendizagem. Luckesi [21]argumenta que a avaliação deve ser diagnóstica, voltada para autocompreensão e participatipação do aluno.

Luckesi defende que a avaliação deva ser um instrumento auxiliar de aprendizagem (mais diagnóstica) e não paraaprovação/reprovação de alunos (menos somativa): "...que (a avaliação) ela seja um instrumento auxiliar daaprendizagem e não um instrumento de aprovação ou reprovação dos alunos... Este é o princípio básico e

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fundamental para que ela venha a ser diagnóstica. Assim como é constitutivo do diagnóstico médico estarpreocupado com a melhoria de saúde do cliente, também é constitutivo da avaliação da aprendizagem estaratentamente preocupada com o crescimento do educando. Caso contrário, nunca será diagnóstica"

Outro aspecto interessante é sobre a idéia de Luckesi da função da avaliação, como instrumento deautocompreensão do professor, aluno e sistema de ensino, permitindo descobrir os desvios:

"No que se refere à proposição da avaliação e suas funções, há que se pensar na avaliação como um instrumentode diagnóstico para o avanço e, para tanto, ele terá as funções de autocompreensão do sistema de ensino, deautocompreensão do professor e autocompreensão do aluno... O professor, na medida em que está atento aoandamento dos seus alunos, poderá, através da avaliação da aprendizagem, verificar o quanto o seu trabalho estásendo eficiente, e que desvios está tendo. O aluno, por sua vez, poderá estar permanentemente descobrindo emque nível de aprendizagem se encontra, dentro de sua atividade escolar, adquirindo consciência do seu limite e dasnecessidades de avanço."

Luckesi também acrescenta que para a avaliação funcionar como ferramenta de autocompreensão, deve ter umcaráter participativo:

"Para que a avaliação funcione para os alunos como um meio de autocompreensão, importa que tenha, também, ocaráter de uma avaliação participativa. Por participativo, aqui, não estamos entendendo o espontaneísmo de certascondutas auto-avaliativas, mas sim a conduta segundo a qual o professor, a partir dos instrumentos adequados deavaliação, discute com os alunos o estado de aprendizagem que atingiram."

Concluindo, Luckesi defende que a avaliação diagnóstica possui elevado valor didático, uma vez que permite umacorreção de rumos do sistema de ensino, do professor e do aluno, durante o processo de ensino-aprendizagem pormeio da autocompreensão, e que para que esta ocorra, deve ser participativa, através de diálogo adequado com osalunos.

3.3 - Por que tanta ênfase nas avaliações somativas?Apesar de Luckesi defender de forma convincente a avaliação diagnóstica, na prática vemos uma tendência elevadapela utilização de avaliações somativas, em detrimento das avaliações diagnósticas e formativas. A percepção de taltendência é nítida no predomínio do "modelo vestibular" amplamente utilizado no Brasil e o "modelo prova" namaioria de escolas que seguem um modelo tradicional de ensino. Mas qual seriam os motivos para estapreferência?

O produto esperado da avaliação diagnóstica é a detecção de problemas, procurando indentificar causas e apontarsoluções. Este processo deve ser realizado antes e durante todo o processo de ensino-aprendizagem, não no final,onde já não há mais tempo hábil para que se apliquem as devidas correções. Logo percebe-se que a avaliaçãodiagnóstica ou formativa gera um esforço maior do professor; este precisa conhecer a deficiência específica decada aluno, de forma individualizada, autocompreensiva e participativa. E assim, quando não há preocupação realcom o desenvolvimento do aluno, o professor opta por priorizar a aplicação de avaliações somativas. Para agravar oproblema, alguns professores 'jogam a sujeira para baixo do tapete', afrouxando as exigências da avaliação paraque 'notas baixas' não reflitam a realidade.

É então necessário reavaliar o processo de avaliação, aplicando avaliações diagnósticas em momentosestratégicos, e a partir da detecção de 'doenças' aplicar o 'remédio', mesmo que amargo. Somente assim é quepodemos saudavelmente desenvolver um bom nível de educação.

3.4 Aplicando avaliações diagnósticasComo foi dito aplicação de avaliações diagnósticas pode ser tanto no início ou durante um curso e tem várias formasde aplicação. Vamos apresentar alguns casos para que tornemos sua utilização mais clara.

Segundo Tarouco [44], a Avaliação Diagnóstica pode ser utilizada para realizar encaminhamentos ou reforço escolarpara que o aluno resolva seus problemas juntamente com especialistas como psicólogos, orientadores educacionais,entre outros:

"...ocorre em dois momentos diferentes: antes e durante o processo de instrução; no primeiro momento, tem porfunções: verificar se o aluno possui determinadas habilidades básicas, determinar que objetivos de um curso jáforam dominados pelo aluno, agrupar alunos conforme suas características, encaminhar alunos a estratégias eprogramas alternativos de ensino; no segundo momento, buscar a identificação das causas não pedagógicas dosrepetidos fracassos de aprendizagem, promovendo, inclusive quando necessário, o encaminhamento do aluno aoutros especialistas (psicólogos, orientadores educacionais, entre outros)."

Por outro lado, Swearingen [43], explica que a avaliação diagnóstica é utilizada para determinar a necessidade dereestudo:

"Na prática, o propósito da avaliação diagnóstica é para medir, antes do processo de ensino, cada deficiência,competência, fraqueza, conhecimentos e habilidades. Possuindo tais dados, isto permitirá que o professor orienteseus alunos e ajustem o curriculum para suprir cada necessidade individual... Por exempl, o Departamento deMatemática de Heritage College aplica um teste diagnóstico a todos seus estudantes de matemática... durante a

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primeira semana de cada semestre...Baseado nos resultados, a deficiência de cada estudante é determinada, ecada estudante é subsequentemente obrigado a participar um programa tutor baseado em computador que éconfeccionado conforme suas dificuldades."

Outros autores [1] consideram que uma avaliação que a própria discussão de uma correção de prova classificatóriopode ser diagnóstica, que com certeza pode ser um elemento de autocompreensão do seu nível de aprendizado, deforma participativa:

"...Assim, no momento em que o professor elaborar provas cujas questões forem formuladas a partir de objetivosdefinidos, aplicando-as em situações novas e, após a correção, sejam elas discutidas com os alunos parasolucionar seus problemas de aprendizagem, a prova classificatória, transforma-se numa avaliação diagnóstica...Ora, quaisquer formas de avaliações, sejam provas, trabalhos em grupo, pesquisas, participação do aluno nasatividades rotineiras de sala de aula, ao serem avaliadas, deverão, sempre, constituir-se em novo momento dedescoberta e possibilidade de novas aprendizagens, ou seja, algo dinâmico e não estático..."

Portanto, quando a avaliação diagnóstica é aplicada no início de um curso, esta tem a função de detectar problemase deficiências, permitindo encaminhá-lo para outro curso de reforço para fins de resolver problemas de aprendizadoou até para outros especialistas de outras áreas, como psicólogos ou médicos. Quando a mesma é aplicadadurante o curso, pode ser utilizada participativamente para autocompreensão, por exemplo, em correções de'provas' juntamente com alunos.

3.5 - Avaliações diagnósticas para EaD: ATTLS e COLLESEm EaD, um dos problemas mais comuns encontrados é a evasão, não somente do curso, mas também ematividades. Cabe ao professor conhecer e acompanhar seus alunos, por meio de avaliações diagnósticas quepermitam direcionar ações que minimizem os problemas enfrentados pela modalidade à distância. Neste sentido,estudaremos 2 tipos de avaliação diagnósticas voltados para o ambiente EaD: ATTLS e COLLES. Os três foramoriginalmente criados para funcionar internamente no ambiente Moodle [6], porém os pelo menos os dois últimospodem ser aplicados independentemente [5].

Conforme Inuzuka et all [14], o moodle possui uma concepção sócio-constrututivista, e suas atividades são voltadaspara a cooperação entre pares. Segundo Vygotsky, a inteligência humana origina-se de em nossa sociedade oucultura, e o ganho individual cognitivo ocorre primeiramente através de processos de aprendizagem inter-pessoais(interação com o ambiente social) do que intra-pessoal (internalização). Neste sentido Filho [8], explica melhor o quevem a ser construtivismo social ou sócio-construtivismo, aplicado no Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle:

"...O Construtivismo Social tem como fundamento teórico a visão da aprendizagem como processo dinâmico. Aaprendizagem é vista como uma atividade de elaboração conceitual em um ambiente caracterizado pela interaçãosocial. O Construtivismo Social é uma epistemologia, ou modo de saber, em que o novo conhecimento éconstruído através da colaboração recíproca, especialmente em um contexto de intercâmbio de experiênciaspessoais... Um elemento central para a colaboração recíproca é o desenvolvimento de competências decomunicação, ou seja, a habilidade de participar nas discussões com colegas e tutores em modo construtivo. Asdiscussões devem ser orientadas à compreensão mútua e a atividades de reflexão crítica..."

Neste sentido, as três avaliações visam avaliar os possíveis alunos que teriam mais dificuldades de cooperação eque seriam mais propensos a não se integrarem à turma, devendo, portanto terem um acompanhamento maispróximo do professor para que a evasão não se concretize.

Segue a descrição de FILHO [8] da avaliação *ATTLS:*

"...A sigla ATTLS (em inglês, Attitudes Towards Thinking and Learning Survey) refere-se a um tipo de questionáriobaseado na teoria dos 'modos de saber' e foi desenvolvido por Galotti et al. (1999) [2] para medir a proporção emque uma pessoa tem um saber 'conectado' (CK) ou um saber 'destacado' (SK). Pessoas com valores CK maiorestendem a ver os processos de aprendizagem como experiências prazerosas, cooperam com maior freqüência,procuram ser agradáveis e demonstram interesse em construir a partir da idéia dos outros, enquanto as pessoascom valores SK mais altos tendem a ter uma posição mais crítica e criar polêmicas...Um professor pode (e deve)aplicar o questionário ATTLS logo no início de um curso. Se analisar os resultados de cada participante do curso,uma intervenção pessoal (conversa particular com alunos que se mostram fora da média do grupo) terá comoresultado redução na evasão (desistência) e melhor aproveitamento da turma como um todo..."

Segue a descrição da avaliação COLLES por Taylor e Maor [45]:

"... COLLES foi projetado para nos habilitar a monitorar a extensão da capacidade interativa da Internet em engajarestudantes as práticas de aprendizado dinâmicas...a forma com que é administrada depende do propósito doavaliador. Tipicamente aplicamos o formulário no início do curso, depois de duas semanas... e finalmente na semanafinal..."

COLLES (Constructivist On-Line Learning Environment Survey) é uma auto-avaliação que avalia seis critérios:relevância, reflexão, interatividade, suporte da tutoria, suporte entre estudantes e interpretação. É uma boaferramenta de autocompreensão dos relacionamentos entre professor-aluno, tutor-aluno e aluno-aluno.

3.6 - A importância de cada tipo de avaliação

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Os tipos de avaliações não são excludentes entre si. Uma avaliação pode ter características diagnósticas,formativas e/ou somativas ao mesmo tempo, servindo para dois objetivos simultaneamente.

Um bom processo de ensino-aprendizagem, consiste em um ciclo iterativo em que se diagnostica, forma, classifica ediagnostica novamente. Um educador que negligencia uma ou outro tipo de avaliação geralmente provavelmente nãodeve colher bons resultados.

Caso o professor não tenha diagnosticado no início, pode cometer o erro de tentar ensinar algo que o aluno não écapaz de aprender, por falta de conhecimentos básicos para construir seu conhecimento.

O aluno que não teve avaliações formativas ao longo do curso pode não ter um bom desempenho na avaliaçãosomativa, por falta de autocompreensão dos assuntos e negligenciar um estudo mais aprofundado.

3.7 - Considerações finaisA avaliação diagnóstica faz parte do conjunto de tipos de avaliação no processo de ensino-aprendizagem e possuiuma importância vital para sua qualidade, pois permite que a turma como um todo (professor, aluno e sistema deensino) possam juntos se autocompreenderem, diagnosticando deficiências e capacidades e direcionando açõescorretivas.

Diferente da avaliação somativa, a avaliação diagnóstica, permite que o aluno evolua ao longo do curso e é aplicadatanto na modalidade presencial quanto a distância.

4 - Avaliação formativaEliã Siméia Martins dos S. Amorim

4.1 - Introdução"A avaliação é julgamento, mas é

fundamentalmente, ação".(Jussara Hoffman)

Avaliar é ato cotidiano e por isto mesmo pressupõe muitos significados e conceitos. No dicionário Aurélio, porexemplo, avaliar significa: determinar a valia ou o valor de; apreciar ou estimar o merecimento de; determinar a valiaou o valor, o preço, o merecimento, calcular, estimar; fazer a apreciação; ajuizar. Contudo, avaliar também pode serdefinido como medir. Assim, conceitos e concepções diversas permeiam o universo escolar e consequentemente, asavaliações realizadas nas escolas decorrem, inclusive, de um ecletismo, mesmo que não-intencional, das quais nemsempre se tem clareza dos seus fundamentos. Perrenoud [28] (p. 156) coloca que o sistema tradicional de avaliaçãooferece uma direção, um parapeito, um fio condutor; estrutura o tempo escolar, mede o ano, dá pontos dereferência, permite saber se há um avanço na tarefa, portanto, se há cumprimento do seu papel. De certo que estascondições aliadas ao processo avaliativo vão descortinando trilhas, no entanto, observadas as práticas cotidianas,tais caminhos apenas identificam erros e denotam em fracassos do aluno e consequentemente do sistema, quandona verdade deveriam apontar os motivos, escolhas e consequências de cada passo dado em direção àaprendizagem, numa visão de erro construtivo defendido por Piaget [30].

O que se pretende buscar na contemporaneidade é uma ruptura entre os velhos modelos avaliativos e adotar novasposturas, dinamizando oportunidades de ação-reflexão, num acompanhamento do professor e este por sua vez,oportunizará ao aluno experiências que o permitam refletir acerca do mundo, formando seres críticos libertários eparticipativos na construção de verdades formuladas e reformuladas (Hoffmann, 2000). Transformar a práticaavaliativa, assim, significa questionar a educação desde as suas concepções, seus fundamentos, sua organização,suas normas burocráticas. Significa mudanças conceituais, redefinição de conteúdos, das funções docentes, entreoutras. O sentido de avaliação formativa configura-se nos processos de aprendizagem, em seus aspectoscognitivos, afetivos e relacionais; fundamenta-se em aprendizagens significativas e funcionais que se aplicam emdiversos contextos e se atualizam o quanto for preciso para que se continue a aprender.

4.2 - Para que serve a avaliação formativa: discutindo o processoSabendo que a avaliação não começa nem termina na sala de aula, envolve todo o processo de ensino-aprendizagem que vai desde o Planejamento até o resultado final. Seu atrelamento envolve o Projeto Curricular daescola e a programação do ensino em sala de aula e de seus resultados, que serão a base para o reinício de todo oprocesso, portanto é algo extremamente dinâmico. Como elemento formador deverá possibilitar:

Conhecer melhor o aluno em suas competências curriculares, seu estilo de aprendizagem, seus interesses,suas técnicas de trabalho.Constatar o que está sendo aprendido: a partir das informações, de forma contínua e com diversosprocedimentos metodológicos.Adequar o processo de ensino aos alunos como grupo e àqueles que apresentam dificuldades, tendo em vistaos objetivos propostos.Julgar globalmente um processo de ensino-aprendizagem: ao término de uma determinada unidade, porexemplo, se faz uma análise e reflexão sobre o sucesso alcançado em função dos objetivos previstos e

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revê-los de acordo com os resultados apresentadosMelhora do Processo Ensino-Aprendizagem

Importa ressaltar que em um curso à distância, o acompanhamento dos aprendizes é muito mais difícil que emcursos presenciais, já que o formador só tem a percepção do comportamento e desenvolvimento do aprendizquando este participa ativamente do curso, expondo dúvidas, participando de discussões, realizando as tarefas oucontribuindo com os colegas. E para acompanhar o desenvolvimento dos aprendizes é necessário rastrear umgrande volume dados gerados pelas interações e atividades. O formador tem um grande trabalho procurando,coletando e analisando informações relevantes. É necessário acompanhar cada nova ação dos aprendizes, de estaratento para detectar possíveis problemas no processo de aprendizagem (como a falta de acesso, falta departicipação, atraso de tarefas, falta de participação no grupo). Também permite alguma forma de autenticação daidentidade do aluno, pela familiarização com o estilo e habilidades do mesmo.

Para muitos autores, entre as características de um bom instrumento de avaliação, destacam-se:Validade: analisa o que se propõe a avaliar e permite generalizações apropriadas sobre as habilidades dosestudantes;Consistência: requer que os professores definam claramente o que esperam da avaliação,independentemente da matéria ou do aluno;Coerência: apresenta conexão com os objetivos educacionais e a realidade do aluno;Abrangência: envolve todo o conhecimento e habilidades necessárias ao conteúdo explorado;Clareza: deixa claro o que é esperado do estudante; não confunde nem induz respostas;Equidade: deve contemplar igualmente todos os estudantes, levando em conta as características e valoresde sua comunidade.

Regina Lúcia de Resende [34], no texto “Avaliação Processual e Formativa na Educação à Distância”, pontua que aose pretender um modelo que considera a aprendizagem a partir da construção do conhecimento, deve-se entender aavaliação, segundo concepções construtivistas como “eixo de auto-aprendizagem”, que se relaciona tanto com oprofessor e o aluno, como com os métodos e técnicas utilizadas.

4.3 - Acompanhando e Rastreando o processo de aprendizagem doaluno em EaDDiversos pesquisadores nos dão pistas de ambientes inteligentes para acompanhamento e rastreamento das açõesdos alunos aprendentes em EaD, que dentre outras ações permitem coletar dados a partir das discussões que seencontram em andamento, analisar quantitativamente esses dados, manter dados de avaliações, auxiliar namotivação do aluno, facilitar o processo de avaliação transmitindo tais informações ao professor além de monitorar eauxiliar o aprendiz na tarefa de aprender,. Assim, temos diversas contribuições como de uma arquitetura Multi-Agente (Silva e Vieira [41]).

4.4 - Instrumentos de avaliaçãoConsiderando a variedade de instrumentos em suas interfaces, os mais usuais em EaD são:

Discussões: realizados para promover a discussão de temas específicos do curso. Essas discussõespodem ser realizadas de 3 formas:

Fórum: discussão assíncrona, conduzida pelos formadores, que incentivam as trocas de idéias eexperiências. Favorece a reflexão e a elaboração das participações, possibilitando maior qualidade eaprofundamento;Seminário Virtual: semelhante à atividade Fórum, no entanto nesta modalidade um ou dois gruposficam responsáveis por propor as questões a serem discutidas, conduzir as discussões do fórum, fazeruma análise e avaliar a participação dos colegas;Bate-Papo (chat): discussão síncrona que gera participações curtas e pouco elaboradas, no entantopossibilita aumentar a proximidade entre os participantes do curso, contribuindo para aumentar acolaboração;

Portfólio: onde todo processo pode ser comentado pelos formadores e aprendizes de forma colaborativa econstrutiva. O aprendiz é motivado a entrar num ciclo de revisões, no qual tem a oportunidade de construir edepurar os novos conhecimentos;Provas à distância ou presenciais – as provas à distância consistem em exercícios contendo questões queos estudantes terão que responder e enviar ao centro do curso/tutor. As presenciais, por sua vez, podem serde vários tipos: de ensaio ou de resposta livre, prova prática ou de execução, prova objetiva e prova oral,sendo essa última raramente utilizada nesta modalidade de ensino, exceto em provas de idioma, podendo serfeita através de fitas cassete ou de vídeo.Relatos: reflexões do aprendiz sobre o próprio processo de aprendizagem, por meio de relatos de suasexperiências. Uma ferramenta interessante é o Diário de Bordo, que permite leitura e comentário apenas deformadores e também os Blogs que permitem a inserção de fotos, imagens, links, enquetes e outros.

4.5 - Formação avaliativa pressupõe feedbackO feedback é apontado como um importante elemento para a aprendizagem independentemente da teoria deeducação que o embasa, embora existam diferenças substanciais na forma como é usado e no lugar que ocupa

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para cada diferente referencial teórico. Considerando a EaD, o feedback apresenta importância central no processode aprendizagem, potencializando os resultados e motivando o sujeito cognoscente, pois permite ao “curso”estabelecer um diálogo através do qual o estudante interage com o objeto de aprendizagem. Sem esta interação, asolução torna-se apenas uma lista de informações publicada na rede. São formas de feedback:

Informal: é normalmente dado de forma oral, em uma conversa com o aluno ou o grupo de alunos. Em EADnormalmente é utilizada a comunicação por e-mail, fórum ou Chat, quando o professor/tutor dá uma respostana discussão para estimular a participação ou corrigir o rumo.Formal: nele se encontram todos os testes de aprendizado. E pode ser encontrado nas respostas aosexercícios de fixação, na avaliação final e nos medidores de desempenho.Direto: quando é direcionado a um aluno, a um grupo (sendo o trabalho de grupo) ou por conseqüência deuma determinada atividade/tarefa. O ideal, quando falamos de um ensino a distância, é que a comunicaçãosempre seja feita diretamente ao aluno, pelo seu desempenho. Isto se torna essencial nos cursos com poucainteração, pois neste caso o aluno está sozinho no processo de ensino e algo direcionado ao grupo, do qualele pouco ou nada sabe, aumenta ainda mais a distância entre ele e o conteúdo.Indireto: direcionado a toda a turma ou para avaliar o desempenho geral. Não menciona nomes nem tarefasespecíficas.

4.6 - Desafios de personalizar, contextualizar e gerar estratégias defeedbackÉ necessário criar novas estratégias e desenvolver tecnologias que dêem suporte às mesmas. Ambientes deaprendizagem baseados na comunicação interpessoal são ricos em interação de diversas ordens, provendo o sujeitode feedback de diversos tipos, a todo momento e de modo personalizado e contextualizado, não somente ao final datarefa, mas também durante a ação. As limitações tecnológicas parecem ser um dos desafios dos cursos àdistância em termos de feedback, pois para prover feedback ao longo das ações do aluno seria necessárioacompanhar cada ação e interpretá-la, dando sugestões e intervenções construtivas para o aluno, que pode ajustarsuas ações ao longo do processo de aprendizagem. Pode-se buscar, a partir da criação de históricos de erroscometidos, freqüentes ou não, e do mapeamento de caminhos alternativos para desenvolver questões ou solucionarproblemas propostos, dar resposta às escolhas dos alunos imediatamente e durante suas ações, interferindo aolongo da realização das tarefas e do processo de aprendizagem. A personalização do feedback, comum emambientes baseados na comunicação interpessoal é um desafio em educação à distância, pois isto nem sempre épossível, sendo necessário que o desenho do curso antecipe as necessidades e demandas, tornando essencialconhecer bem e antecipadamente o perfil dos cursantes. Em função dessas dificuldades, alguns erros podem sercometidos, como tirar a motivação do aluno e desestimular durante o processo, quando:

Há excesso de direcionamento, ao tentar explicar demais ou dar respostas, tirando o interesse do aluno peloconteúdo.O feedback é genérico (repreensão ou elogio para todo o grupo) Um feedback mal direcionado tem efeitodesastroso.Há falta de feedback: Muito comum em EAD, pois um feedback bem feito consome muito tempo. Neste caso,a falta de estímulo pode levar o aluno a abandonar o curso ou treinamento no meio.

4.7 - Avaliação Formativa na ótica de Otto PetersEm sua obra “Didática do Ensino a Distância”, Otto Peters [29], não discute formalmente a avaliação nestamodalidade de ensino, porém seu texto é recheado de conjecturas a respeito do tema e nos fornece diversas pistasde como a didática proporciona elementos para a construção de um processo de avaliação. Neste sentido, desejome reportar a algumas considerações deste autor estabelecendo pontes com as reflexões travadas até então.

Duas questões permeiam suas reflexões: a primeira em torno da avaliação institucional, em sua dúvida: Comopoderia ser melhorada a qualidade do ensino a distância? (op.cit, 22) e a segunda costura a didática com avaliaçãoatravés da discussão do feedback e de sua aplicação em cursos a distância, foco que pretendo deter a atenção.

Seguindo esta linha de raciocínio, há todo um caminho proposto, num sentido histórico, porém não-linear daconstrução de EaD em diversas épocas e lugares, uma vez que a primeira geração não é suplantada pela segundae terceira gerações, mas que sim, continua agindo ao lado delas ou em conexão com elas (PETERS [29], p. 32)Porém, o autor discute mais detalhadamente a partir da introdução das universidades a distância, fundadas nosanos 70, situando-as na primeira das três fases distintas por que tem passado.

Aliando didática ao processo avaliativo num contexto pedagógico, cada uma destas fases vai revelando o modo decomo, para quê e por que avaliar. Além de todos os atrelamentos sócio-econômicos e culturais subjacentes, há umsentido filosófico, antropológico e cultural que se fazem presentes em toda prática educativa. Desta forma, aavaliação em EaD configurou-se:

Numa estreita relação entre os atores que a fazem, através de diferentes mecanismos de diálogo e na buscapelo desenvolvimento da autonomia;

1.

Na primeira fase, fortemente influenciada pelo pensamento fordista e behaviorismo, (em contraste ao formatoacadêmico tradicional das universidades), há uma busca por superar a distância entre professores e alunos epara isto, não bastava apenas denominar e descrever regras nas avaliações, mas os exames e ordens deestudo deveriam elaborar detalhadamente, fixar, produzir, distribuir, fornecendo apoio, fomento e motivaçãoao processo.

2.

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Nas segunda e terceira fases, em modelos que participam milhares de alunos, os estudantes ficam isolados esegundo o autor, entregues a própria sorte porque os sistemas de assistência são insuficientes. (p. 42),

3.

Neste sentido, algumas condições seriam necessárias à compreensão como:Estabelecer equilíbrio entre acesso e qualidade dos diálogos numa proposta de distância transacional;a.Considerar as reais necessidades da sua clientela, uma vez que é formada de sujeitos adultos, com largaexperiência de vida;

b.

Possibilitar auto-estudo considerando o tempo de dedicação a este em conjunção com a vida profissional;c.Promover participação ativa dos alunos no desenvolvimento de competências específicas de: argumentarobjetivamente, assumir, fundamentar, defender, modificar ou rejeitar espontaneamente, questionandocriticamente os conteúdos expostos, refletir conscientemente e criticamente, com os colegas, os resultadosdos seus estudos, experimentando progressos cognitivos e avançando numa postura adequada aopensamento científico e acadêmico;

d.

Possibilitar um feedback automático em que os resultados do processo estejam acessíveis ao aluno de formaindividual. Neste caso, Peters considera, mediante dispersão geográfica e investimento, algumas condiçõesindispensáveis como: orientador específico e presente a todas as fases do curso, diálogos entre alunos etutores em clima de confiança e intimidade, multimeios para acesso e participação ativa nos diálogos.

e.

Ainda sobre a questão do feedback, Peters argumenta que são necessários alguns critérios para que ocorra deforma eficiente e atinja os objetivos na construção do conhecimento e mantenha o nível de motivação desejável:

Evitar devolver trabalhos e provas dos alunos com apenas riscos, sinais de aprovação ou reprovação e umanota final;

1.

Estabelecer critérios e meios de comunicação eficazes, que promovam diálogo e troca de experiênciasrelativas aos resultados das avaliações;

2.

Estabelecer contatos e devolução dos resultados com menor brevidade possível, valorizando as produçõesdos alunos e mantendo a motivação em alto nível;

3.

Valorizar e compreender a importância do diálogo didático inclusive para as avaliações corrigidas pelocomputador;

4.

Apreciar e comentar, com relevância, os resultados corretos e acertos nas tarefas propostas;5.Estabelecer e socializar os critérios e parâmetros das correções, justificando as notas atribuídas;6.Manter os mesmos tutores e orientadores específicos para os alunos, a fim de que possam acompanhar aprogressão e desenvolvimento dos seus estudos;

7.

Estabelecer um número limitado de alunos por tutores, a fim de facilitar e não sobrecarregar o trabalho dosmesmos, possibilitando um atendimento mais detalhado e bem feito;

8.

Fazer conhecidos os tutores e orientadores para que seja estabelecido um clima de confiança e intimidadedidática entre eles;

9.

Utilizar meios individuais para estabelecimento de diálogos, como telefone (utilizado em larga escala epossibilita contatos mais eficientes), carta e/ou e-mail, utilização de ferramentas dos softwares emcomputadores pessoais como o chat (messenger), telefax (apesar de haver restrição para os mesmos, poismodificam o diálogo);

10.

Empenhar-se por manter a interação sistematicamente estruturada e espontaneamente realizada, num climatranqüilo, agradável, valorativo, simpático e empático entre professores, tutores e alunos.

11.

O autor complementa sua fala, afirmando que: tutores que trabalham desta maneira não ensinam, mas sim,favorecem e facilitam o trabalho autônomo dos estudantes. Deste modo, solucionam tarefas pedagógicas edidáticas complexas. (PETERS [29], op. cit: 117)

Assim, além de um processo didático otimizado, os valores subjacentes tornam-se evidenciados na construção deum modelo em EaD desejável, atual, necessário e que considera reais todos os entraves na estrutura dos cursos, natentativa de minimizar os problemas, propiciar qualidade e manter a excelência dos cursos superiores dasUniversidades. Apesar de o autor colocar que a universidade virtual está no futuro, ela já existe.

Necessário se faz uma avaliação consistente e constante da mesma, a partir das experiências concretas,principalmente, no atendimento das necessidades do aluno brasileiro em universidades brasileiras, possibilitando aesta Nação, o pagamento da dívida pública, que tem com as camadas sociais que foram expropriadas do saberlegítimo e acadêmico, e da população adulta e trabalhadora, que se encontra ainda sem acesso aos bancosuniversitários.

5 - Avaliação somativaMarcelo Minholi

5.1 - IntroduçãoA Avaliação Somativa tem como objetivo dar uma visão geral, de maneira concentrada, dos resultados obtidos noprocesso de ensino e aprendizagem. Com a sua aplicação busca-se traduzir o quão distante o avaliado ficou deatingir uma meta estipulada inicialmente. Esse tipo de avaliação deve ser aplicado em momentos específicos aolongo de um curso, como por exemplo, no final de um período ou ano letivo.

5.2 - Enfoques

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Ao contrário do que pode parecer, a avaliação somativa não se restringe apenas à ótica tradicionalista e pode serutilizada como instrumento de avaliação sob diversos enfoques, sendo eles:

Tradicional: Utilização de verificações de curto prazo e prazo mais longo; punição (reprovação, notas baixas)e reforço positivo (aprovação, bons conceitos).Tecnicista: Avaliação de comportamentos observáveis e mensuráveis; controle de comportamento face aobjetivos pré-estabelecidos.Libertador: Verificação direta da aprendizagem é desnecessária; avaliação da prática vivenciada entreeducador/educando; auto-avaliação em termos de compromisso assumido com a prática social.Progressista: A avaliação é realizada a qualquer momento, pois sua preocupação é diagnosticar falhas;observação do desempenho; valorização de outros instrumentos que não a "prova".

5.3 - Critérios para ElaboraçãoAs boas práticas de avaliação recomendam que sejam elaborados instrumentos de avaliação que sigam certoscritérios, sendo que dentre os principais estão:

Validade: mede o que se propõe a medir e permite generalizações apropriadas sobre as habilidades dosestudantes;Consistência: requer que os professores definam claramente o que esperam da avaliação,independentemente da matéria ou do aluno;Coerência: apresenta conexão com os objetivos educacionais e a realidade do aluno;Abrangência: envolve todo o conhecimento e habilidades necessários ao conteúdo explorado;Clareza: deixa claro o que é esperado do estudante; não confunde nem induz respostas;Equidade: deve contemplar igualmente todos os estudantes, levando em conta as características e valoresde sua comunidade.

5.4 - Escopo de AvaliaçãoO principal desafio de confeccionar uma avaliação somativa é definir o seu escopo, ou seja, saber o que deve seravaliado para que se tenha uma visão completa do processo cognitivo e do seu impacto junto aos estudantes. Umaclassificação muito útil, que pode ser tomada como parâmetro para elaboração desse tipo de avaliação é conhecidacomo Taxonomia de Bloom, onde Benjamin Bloom e seus colaboradores criaram uma divisão dos objetivoseducacionais em 3 partes, sendo elas:

Cognitiva: objetivos que enfatizam a memorização ou reprodução de algo que foi aprendido, ou queenvolvem a resolução de alguma atividade intelectual para a qual o indivíduo tem que determinar o problemaessencial, então reorganizar o material ou combinar ideiais, métodos ou procedimentos previamenteaprendidos;Afetiva: objetivos que enfatizam o sentimento, emoção ou grau de aceitação ou rejeição. Tais objetivos sãoexpressos como interesses, atitudes ou valores; ePsicomotora: objetivos que enfatizam alguma habilidade muscular ou motora.

Dentre os três domínios o cognitivo é o que costuma ser utilizado mais freqüentemente e, segundo Bloom,encontra-se divido em seis níveis, sendo eles:

Conhecimento: processos que requerem que o estudante reproduza com exatidão uma informação que lhetenha sido dada, seja ela uma data, um relato, um procedimento, uma fórmula ou uma teoria;Compreensão: requer elaboração (modificação) de um dado ou informação original. O estudante deverá sercapaz de usar uma informação original e ampliá-la, reduzí-la, representá-la de outra forma ou preverconsequências resultantes da informação original;Aplicação: reune processos nos quais o estudante transporta uma informação genérica para uma situaçãonova e específica;Análise: caracterizam-se por separar uma informação em elementos componentes e estabelecer relaçõesentre eles;Síntese: representa os processos nos quais o estudante reune elementos de informação para compor algonovo que terá, necessariamente, traços individuais distintivos; eAvaliação: representa os processos cognitivos mais complexos. Consiste em confrontar um dado, umainformação, uma teoria, um produto, etc., com um critério ou conjunto de critérios, que podem ser internos aopróprio objeto de avaliação, ou externos a ele.

Levando em consideração essa classificação é possível criar avaliações somativas que possibilitem uma visãoabrangente do aprendizado, melhorando a aquidade da avaliação em si. Mas atenção! Nada substitui a técnicauniversal do bom senso, ou seja, mesmo que sejam seguidos critérios é preciso que o avaliador/professor tenha asensibilidade necessária para considerar as diferenças entre os perfis de cada um de seus alunos, não havendoportando uma fórmula mágica, imutável, que permita avaliar qualquer grupo de alunos sem a interação direta doprofessor munido das informações extraídas por ele durante o processo de aprendizagem, sejam essas informaçõesprovenientes de outros instrumentos e avaliações ou não.

Mais informações sobre a Taxonomia de Bloom podem ser obtidas na fonte de onde retirei essas informações ou napágina sobre o assunto na Wikipédia.

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5.5 - Avaliação Somativa em Ambientes Virtuais de AprendizagemPraticamente todos os ambientes virtuais de aprendizagem apresentam alguma ferramenta que possibilita aaplicação de avaliações somativas. No caso do Moodle, um dos ambientes de aprendizagem mais utilizados, aferramenta "Questionário" pode ser utilizada para esse fim com uma grande variedade de opções e possibilidadesque auxiliam tanto o aluno quanto o professor. Os questionários podem ser construídos mediante utilização de váriosformatos de questões, podendo ir desde as tradicionais questões de múltipla escolha até questões abertas,passando por somatórias, associativas e a grande maioria de exercícios já conhecidos das práticas de avaliaçãosomativa do ensino presencial.

Outros ambientes, de maneira semelhante, oferecem recursos muito próximos aos disponíveis no Moodle, os quaispodem ser visualizados neste endereço. Há também a possibilidade de importação de questionários elaborados porferramentas como o HotPotatoes, que permitem a elaboração de questionários para utilização em formato impressoe interativo.

Uma outra possibilidade, também bastante interessante, oferecida pelos ambientes virtuais de aprendiazagem noque diz respeito ao uso de avaliações somativas, é a construção de bancos de questões que podem serre-aproveitadas entre os diversos cursos e ambientes oferecidos em um determinado portal. No caso do Moodle,além desse recurso também há a possibilidade de mesclar respostas, o que dificulta a fraude, além detemporizadores, que permitem o controle sobre o tempo disponível ao aluno para realização de uma "prova" etambém o acompanhamento dos resultados obtidos de maneira tabular ou gráfica, a importação dos resultados paraformatos manipuláveis (planilhas) e a geração de estatísticas que permitem um melhor entendimento sobre osresultados obtidos por um indivíduo ou grupo.

5.6 - A Importância da Avaliação SomativaA avaliação somativa, que pode ser considerada como uma das marcas registradas do tradicional "instrucionismo"do qual a educação a distância e as modernas técnicas de ensino buscam fugir, mas, apesar de toda aestigmatização com a qual é tratada, ela não deixa de ser um importante instrumento de avaliação, que certamentetem seu lugar garantido em qualquer projeto de ensino de cursos em quaisquer níveis. A aplicação de avaliaçõessomativas garante um retorno muito eficaz (na maioria das vezes) ao docente sobre os resultados obtidos aotérmino e/ou durante um curso, entretanto, se utilizada sem nenhum outro tipo de acompanhamento, pode seconstituir como vilão nos processos de ensino, já que, por ser tradicionalmente utilizada ao término de um processoeducativo, não dá chance ao educador para que ele corrija possíveis falhas de formação.

A utilização desse tipo de avaliação, dentro de um contexto coerente de aplicação, associada a outros tipos deavaliação, é necessária e garante que sejam estipuladas metas para serem atingidas pelos estudantes, o que podeservir, inclusive, como motivação para que os mesmos dediquem-se ao seus estudos, mesmo que não tenham aindatotal consciência da sua importância.

6 - Subjetividade da avaliaçãoJaqueline B. Ferraz de Andrade

"Ser professor implica umcorpo-a-corpo permanente

com a vida dos outrose com a nossa própria vida."

Antonio Nóvoa

6.1 - Objetividade, subjetividade e intersubjetividade na avaliação"De repente,

O outro se apresenta para mim.Não como o vejo,

Mas como intenta mostrar-se.Busco novos detalhes, nuances

Para que possa, a partir do que sei,Sabê-lo".

Jaqueline Ferraz

Para analisar o componente subjetivo que a avaliação comporta, antes é necessário destacar as representações doprofessor/tutor e as questões pertinentes ao processo ensino-aprendizagem no âmbito da Educação a distância.

O processo didático envolve as concepções de mundo, de educação, de si mesmo e do outro, de linguagem e daprópria ação de ensinar. Esses aspectos estão presentes na formatação do curso, na sua ergonomia e na propostapedagógica.

Em EaD, professores e alunos são representados pela linguagem. No ciberespaço, a constituição da identidade sedá a partir da construção lingüística. A linguagem é o elemento cultura que delineia a pessoa "virtual". Nos novos

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espaços de interação, o diálogo didático delineia o vínculo entre educador-educando, educando-educando e nesseprocesso interacional há um componente chamado subjetividade.

Conceituar o termo subjetividade é tarefa complexa e nos limitaremos a considerá-lo aqui a partir do ponto de vistada psicanálise e adequação desse ponto de vista à educação. Para Neder [24] "a relação teoria-prática coloca-secomo imperativo no tratamento do conteudo e a relação intersubjetiva, dialógica, professor/aluno, mediada portextos é fundamental".

Falar sobre subjetividade na avaliação é sensibilizar o olhar para um processo que necessita ser ressignificado emeducação on-line. Segundo Von Glasersfeld (1984, apud Blikstein, 2006) "o que experimentamos, processamoscognitivamente e passamos a conhecer é necessariamente construído a partir de nossos "blocos de construção", enão pode ser explicado de outra forma que não em termos de nossos próprios meios de construção". Em educaçãoonline, o sujeito coloca na tela do computador sua forma de ver a si, o outro e o mundo. Portanto, a subjetividade éimanente ao processo de educar. Não há como separar a aspecto subjetivo da relação de ensino-aprendizagemtendo em vista que o próprio conhecimento é interpretativo.

Isso significa que na relação aprendente – objeto - ensinante há não só o aspecto cognitivo, mas pensamento,sentimento, motivação, valores, crenças, cultura, tanto de quem ensina quanto de quem, no momento, aprende.

Peters [29] coloca que ” todo ensino e toda aprendizagem são determinados, entre outras coisas, pelas pessoasenvolvidas e pela mentalidade e pelos posicionamentos dominantes da sociedade e da época”.

Para Freire [9], a subjetividade se manifesta através do “corpo consciente”, pois se delineará por meio das reflexõesque faz no campo virtual, nesse espaço, atua entre o mundo e a intersubjetividade, a relação que estabelece com osoutros “corpos conscientes”.

O conceito de intersubjetividade foi criado por Husserl ao elaborar o problema da existência do outro. “O outro não ésomente o que eu vejo, mas também o que me vê, sendo por sua vez, fonte transcendental de um mundo a eledado”. (HUISMAN; VERGEZ, [13] pág.385).

Para além da subjetividade, comum nas relações do homem com o mundo que o cerca, é importante destacar aintersubjetividade que pode ser compreendida pelo encontro entre as subjetividades presente nas relações queestabelecemos com o outro. Segundo Merleau-Ponty (1996), em Fenomenologia da Percepção “se lido com umdesconhecido que ainda não disse uma só palavra, posso acreditar que ele vive em um outro mundo no qual minhasações e meus pensamentos não são dignos de figurar. Mas que ele diga uma palavra ou apenas faça um gesto deimpaciência, e ele já deixa de me transcender: então é esta a sua voz, são estes os seus pensamentos, eis portantoo domínio que eu acreditava inacessível."

Percebe-se que há elementos presentes no ato avaliativo, para além de uma aferição dos resultados objetivados,palpáveis: que é enxergar o outro constituinte desse ato, compreender que ao falar da subjetividade da avaliação, édar realce a aspectos afetivos-emocionais que interferem na avaliação. É considerar a troca intencional, o diálogoorientador, a avaliação formativa, que segundo Perrenoud [28] é a avaliação que ”ajuda o aluno a aprender e a sedesenvolver, eu participa da regulação das aprendizagens e do desenvolvimento no sentido de um projetoeducativo.”

É superar o modelo autoritário e arbitrário, migrado do modelo tradicional de avaliação, e dar novo tratamento àavaliação a partir das narrativas construídas na relação pedagógica do percurso.

Para Gomez [11] o planejamento do curso deve comportar as dimensões filosófica, ontológica, antropológica,gnosiológica, político-pedagógica, ética e estética, tecnológica, rizomática e a dimensão subjetiva. Isso significadizer que a concepção de avaliação não pode estar desvinculada do contexto em que a mesma opera.

Qual desafio que essa abordagem traz para nós educadores e profissionais de EaD? Em que aspecto acompreensão dos aspectos subjetivos se manifesta em benefício da qualidade do processo? Em que medida asinterações entre alunos podem se constituir em campo de avaliação da aprendizagem em EaD? Como não deixarque a falta de simetria no par educativo prejudique o processo avaliativo?

Em uma avaliação tradicional, esse componente é desprezado, pois se prima pela objetividade, pela frieza que, emtese, corresponderia à fidedignidade do processo. Moore (1993, apud Peters, 2003) destaca o papel do diálogo naEducação a distância, embora o diálogo tenha sido relegado durante muito tempo a favor de uma “universidade demassas” e ao auto-estudo.

Quando falamos em avaliar, pensamos em como estabelecer valores - seja através de menções ou notas - de formaconstrutiva, para que a subjetividade comum em qualquer ação do homem se dê em benefício do processo e nãocomo uma viseira que impeça de enxerga o outro em toda sua potencialidade.

É importante que tenhamos claro que o desenvolvimento do processo de ensino não se dá sem agruras, entraves,dissonância, mas que devemos buscar potencializar o cenário não com ferramentas decorativas e sim com ofortalecimento de uma cultura virtual constituída pelo diálogo, dando vez e voz aos homens e mulheres, emprocessos cooperativos.

6.2 - Mediação semiótica

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"Comunicar não é de modo algumtransmitir uma mensagem

ou receber uma mensagem.Isso é a condição física da comunicação,

mas não é comunicação.(...)Comunicar é partilhar sentido".

Pierre Lévy

A especificidade da educação a distância requer uma construção dialógica que rompa com as barreiras da distânciaespaço-temporal. Peters (2003) aborda o conceito de distância transacional de Moore (1993) diferenciandodistância física da distância comunicativa, psíquica: “a distância transacional é determinada pela medida em quedocentes e discentes podem interagir simultaneamente e é influenciada pela medida em que o caminho a serseguido no estudo está prefixado”. Nesse sentido, a distância transacional é um elemento variável e denota aflexibilidade que o processo de ensino-aprendizagem tem para o estabelecimento das interlocuções entre pareseducativos.

Essa busca pela pelo estabelecimento de um processo dialógico é fundamental na relação de aprendizagem econsequentemente no seu processo avaliativo. É na intersubjetividade entre os sujeitos desse processo que seconsegue colher dados importantes para promoção da aprendizagem.

A linguagem é um sistema articulado de signos impregnados de simbologias pertencentes a uma comunidadelingüística e é por excelência ela se deve como instrumento de mediação. Para Vygostky [46] “A linguagem, comoum sistema articulado de signos, construído socialmente ao longo da história, veicula significados instituídosrelativamente estáveis, embora mutáveis, o que faz a polissemia das palavras. Entretanto, esses significadosadquirem sua significação concreta no contexto da interlocução”.

* Um mapa conceitual para linguagem e aprendizagem. M.A.Moreira [23]:

A mediação semiótica pode ser percebida a partir dos cinco modelos, analisados por Peters [29] que buscamalternativas para suplantar as dificuldades oriundas da distância física.

No modelo por correspondência, as missivas buscavam um tom pessoal, dirigidas de forma direta ao estudante.Porém seu caráter didático não busca uma interface quanto a compreender o indivíduo, com ser único aprendente.No Modelo da conversação, há uma tentativa de buscar aproximar a linguagem do material didático a uma conversacom o leitor. Buscava também a empatia, a abordagem pessoal. Toda essa busca pela aproximação, ainda denunciauma canal unidirecional de conversação. Não se caracteriza por uma mediação voltada para a aprendizagemcolaborativa.

No modelo professoral priorizou-se a forma de como os conteúdos eram apresentados como forma de aproximar otexto didático da voz do docente. Era uma forma de mostrar o docente perto do aluno. Essa simulação de umdiálogo não substitui a necessária interface entre educador – objeto do conhecimento – educando para que sepromova o encontro das subjetividades, importante para a compreensão do outro.

O modelo tutorial tem como característica um aconselhamento por escrito. Não se restringe a desenvolver oconteúdo disciplinar, mas sim a motivar o aluno, a familiarização com os estudos. Aproxima-se de um trabalhometacognitivo, mas a mediação ainda não se destaca por comportar a necessidade de conhecer as especificidadesdo outro. Como o diálogo ainda de dá de forma uni ou bi direcional, a construção do conhecimento ainda seguemuito o modelo de estudo autônomo.

Ao transitarmos para um modelo tecnológico de extensão temos um perfil que utiliza a tecnologia como um recursopara registrar os conteúdos presenciais a serem repassados para alunos de Ead e, outro, que começa a se delinearcom o advento da internet e do conceito de interatividade.

Conceitos como significado, interação e conhecimento ganham novo enfoque com a questão da interatividade. Énecessário elencar esses conceitos para compreendermos que a subjetividade presente no ato avaliativo deve servisto como componente imanente a este. Esse aspecto ganha maior complexidade se compreendermos que éatravés da linguagem que tentamos decifrar o humano que está por trás de uma carta, livro ou computador.

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* aprendizagem.GIF:

O Decreto 2.494, de 1998, artigo relata que “a avaliação do rendimento do aprendiz para fins de promoção,certificação ou diplomação, realizar-se-á no processo por meio de exames presencias, de responsabilidade dainstituição credenciada para ministrar o curso, segundo procedimentos e critérios definidos no projeto autorizado”.Porém, verifica-se na prática um avanço nessa prática, através da implantação em muitos cursos de Ead de umprocesso de avaliação contínua que se visa aferir tanto aspectos qualitativos quanto quantitativos. Dentro dessaabordagem novas estratégias e instrumentos são constantemente elaborados para a prática da avaliação online.

6.3 - Dizeres, saberes e fazeres da avaliação"O medo de amar é o medo de ser

De todo momento escolherCom acerto e precisão

A melhor direção”Fernando Brant e Beto Guedes

Um processo avaliativo que prioriza o desenvolvimento da aprendizagem na perspectiva de Freire [9] que aconsidera formativa, continuada, processual, interativa, contextualizada e dialógica constitui-se em um desafio aoseducadores comprometidos com a qualidade do processo de ensino-aprendizagem em EaD. Caminhar por esseviés, permite o desdobramento do tema subjetividade com outros elementos presentes no processo de avaliação.

Luckesi [21] destaca três elementos no processo de aprendizagem: dados relevantes, instrumentos, e utilização dosinstrumentos.

Na busca por superar dificuldades no processo avaliativo em Ead, algumas ferramentas estão sendo construídas ouadaptadas de forma a tornar cada vez mais apurado essa etapa do processo ensino-aprendizagem. Qual relaçãodesses dispositivos com a subjetividade? É a necessidade de transformar ferramentas tecnológicas em instrumentossimbólicos de mediação para que possamos desenvolver um projeto político-pedagógico cuja avaliação formativa,processual atinja tanto ao desenvolvimento de competências específicas quanto a competência globais, voltadaspara o entorno do aprendente na comunidade em que atua.

Vários dispositivos em educação online permitem a interlocução, o repensar de idéias, um espaço para sequestionar, refletir, problematizar, abordar temáticas específicas e ampliar o enxergamento destas a partir deopiniões divergentes ou consensuais.

Em alguns de comunicação assíncrona, a interatividade é mantida pela constante retro-alimentação, pela interaçãoentre os participantes. A construção do conhecimento se dá através de rede de associações, leituras, vivências,depoimentos, argumentações que se constituem em verdadeiros espaços semânticos, onde a linguagem delineia apresença intelectiva, emocional, social e cultural do sujeito.

Por isso, tão necessário quanto o saber e o dizer em avaliação está o fazer. Que é a comunhão da teoria com aprática. Do discurso com a ação. A partir dessa concepção de uso de canais de interação, desdobrar-se-á aavaliação da subjetividade. Essa vertente interdisciplinar permite com que a aprendizagem seja, simultaneamente,singular e plural, pois comportará uma dimensão individual e uma coletiva dos dizeres e saberes que ali nãosocializados.

Por mais variados que sejam os discursos, os sujeitos e suas narrativas e biografias se inter-relacionando-se em umespaço semântico, estas devem ser respeitadas e valorizadas no processo de avaliação.

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Segundo Sant´anna [37] é indispensável verificar a extensão das capacidades aprendidas. Para avaliar oconhecimento construído, podemos ter como indicador o estabelecimento de relações entre o tema e outrasliteraturas, práticas, vivências, que permitam aprofundar o tema, aumentando o grau de complexidade à abordagemdada a ele durante o processo.

É necessário também que se tenha a representatividade do conhecimento construído a partir do processo deautoria. É importante que o processo avaliativo feito através de dispositivos tecnológicos tenha também comocritério a produção do aluno.

Essa tentativa de mapear alguns critérios avaliativos do processo de aprendizagem respeitando a “voz” dosaprendentes busca compreender a individualização da aprendizagem e as interlocuções do sujeito com oconhecimento. Tarefa complexa e necessária frente aos desafios no nosso tempo.

6.4 - Em síntese, mas não concluindo"O inesperado surpreende-nos.

É que nos instalamos de maneira seguraEm nossas teorias e idéias, e estas não têm

estruturas para acolher o novo.Entretanto, o novo brota sem parar.

Não podemos jamais prever como se apresentará,mas deve-se esperar sua chegada, ou seja,

esperar o inesperado.Edgar Morin

Qual educação em Ead ensejamos? Quais dimensões comportam a singularidade humana? Existem mecanismospara avaliá-las?

Refletir sobre avaliação é um processo árduo, mas não tão duro quanto vivenciá-la, seja como avaliador ouavaliando. A todo momento, estamos todos assumindo ambos os papéis. Na qualidade de avaliador, queremos serjusto, francos, abertos. Buscamos estipular critérios claros, diálogos franqueados, espaços de interação abertospara avaliados e avaliandos. Buscamos uma linguagem compreensiva, amena.

Como avaliados, queremos mostrar o melhor de nós, da nossa capacidade, do nosso potencial – mesmo quenaquele momento, o melhor de nós seja muito pouco frente o que o outro espera. Temos dificuldade de enxergarnossas próprias falhas e mais ainda permite que os outros a sinalizem. O encontro das intersubjetividades devepromover a comunhão, mesmo que ele venha do caos que precede aos pensamentos, idéias, divagações, nunca apartir das nossas impossibilidades, o que ocorre em uma avaliação voltada para produto, pra resultado final.

Muitas vezes as portas para o diálogo estão abertas, mas não nos permitimos passar por ela. Não aceitamos aaproximação do outro. Não nos mostramos para ele. E, assim, mesmo com todo o cenário preparado, o ator nãoentra em cena e a avaliação vira um monólogo ou um falso diálogo cuja palavra final já está determinada.

E quanto ao que escapa totalmente das ferramentas e estratégias de avaliação? Ao que escapa dos encontros edesencontros das intersubjetividades? Como considerar isso? É preciso considerar isso?

O que escapa é o que não é sensível aos olhos. Portanto, o humano deve ser priorizado em qualquer sociedadeaprendente. Quando falamos em avaliar, pensamos em como estabelecer valores - seja através de menções ounotas - de forma construtiva, para que a subjetividade comum em qualquer ação do homem se dê em benefício doprocesso e não como uma viseira que impeça de enxerga o outro em toda sua potencialidade. Não considerar aspessoas nem como avaliador, nem avaliando, mas como um sistema observante que só tem finalidade efuncionamento pelas interlocuções que elaboram. Mas ainda, que é um sistema em construção e, por isso, sujeito afalhas e que devem estar em constante reavaliação. E que não devemos permitir que o que não enxerguei, o quedeixei escapar, o que a ferramenta que utilizei para avaliar não deu conta, não mate no outro, o desejo de crescer.

7 - Avaliação ErgonômicaSandra Maria Araújo

A avaliação ergonômica destina-se a verificar e qualificar as condições a que estão sujeitos em suas atividadesdurante o processo produtivo da empresa (Silvya Hermann 2006) , se nos reportarmos a educação, podemosafirmar que ela vai qualificar as condições dos sujeitos no processo de aprendizagem. Nesse sentido cabe-nos aseguinte reflexão: Como verificar essas condições num processo avaliativo? O que deve ser observado econsiderado numa avaliação do processo de ensino e de aprendizagem?

Ao discutir a necessidade de mudanças nas atuais práticas avaliativas Perrenould [28] destaca oito pólosinterdependentes no processo avaliativo:

Relações entre as famílias e a escola;1.Organização das turmas, individualização;2.Didática, métodos de ensino;3.Contrato didático, relação pedagógica, ofício de aluno;4.

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Acordo, controle, política institucional;5.Planos de estudo, objetivos, exigências;6.Sistema de seleção e de orientação;e7.Satisfações pessoais e profissionais;8.

Esses pólos nos apontam fatores relevantes a serem obervados num processo avaliativo. Mas ao nos referirmos aAvaliação em EaD, acreditamos que outros pontos devem ser considerados tais como:

Ambiente de aprendizagem Web, neste deve-se verificar o nível de acessibilidade, de interatividade e deergonomia, analisando o seu potencial como fonte geradora de conhecimento, de interação e decomunicação;

1.

As habilidade dos professores e alunos em lidar com as ferramentas disponíveis no ambiente deaprendizagem;

2.

Não é possível avaliar a aprendizagem do aluno sem considerar os meios e as condições a ele oferecidas durante oprocesso de construção de conhecimentos, pois através do processo de avaliação, os educadores e educandosdevem ter condições para uma compreensão crítica da realidade escolar em que estão inseridos [24]. Além disso,não podemos nos esquecer que na modalidade de ensino a distância, o aluno não conta com a presença física doprofessor logo deve dispor de um ambiente de aprendizagem adequado, que lhe permita desenvolver comautonomia, as atividades propostas.

7.1 - Relação entre Avaliação ergonômica, Avaliação Contínua eAvaliação FormativaSe a Avaliação Ergonômica está diretamente ligada à ergonomia de manutenção (corretiva) onde o trabalho éanalisado, há de se considerar também, a necessidade de que a avaliação seja um processo contínuo, formativo efavorecedor da dialogicidade, para permitir a análise interna e externa do conteúdo e o tratamento a ele dado; arelação entre a temática e a prática de aprendizagem; a pertinência epistemológica dos conteúdos abordados; onível de interatividade das ferramentas, do material e dos atores do processo (professor e aluno) (Freire [9]). Dessaforma é impossível dissociar essas três formas de avaliação.

Para Otsuka e Rocha, a avaliação formativa ajuda o aluno a aprender e a se desenvolver e participa da regulaçãodas aprendizagens e do desenvolvimento no sentido de um projeto educativo (Otsuka e Rocha, 2002) [26]. Já paraLACERDA [18]:

“a avaliação formativa ou processual tem mais relevância numa proposta de EaD via Web porque permiteidentificar os progressos e as dificuldades do aluno e informar os efeitos do trabalho do docente, possibilitandoregular sua ação pedagógica”

Luchesi [21] propõe que avaliação seja praticada como uma atribuição de qualidade aos resultados daaprendizagem dos educando e que tenha como objetivo final a tomada de decisão e o redirecionamento doaprendizado e o desenvolvimento do educando.

A avaliação contínua está também, atrelada a avaliação ergonômica e formativa visto que prevalece comoinstrumento utilizado para analisar as interações dos alunos com o material didático, com o ambiente, com oscolegas e com o professor. Segundo Perrenould [28], ao avaliar o professor deve colocar os alunos,frequentemente, em situação de aprendizagem ótima, envolvendo-o e provocando-o em sua zona dedesenvolvimento próxima. Isto é, a partir da percepção do que o aluno já aprendeu ou apresenta dificuldade oprofessor deve criar situações para que cada aluno progrida rumo aos domínios visados. Nesse sentido uma dascompetências que o professor deve desenvolver no processo avaliativo é Conceber e fazer evoluir os dispositivos dediferenciação” [28], sendo este, um dos grande desafios da avaliação.

7.2 - Avaliando a Ergonomia do Material didáticoConforme discutimos anteriormente, a Avaliação ergonômica refere-se ao diagnóstico das dificuldades deaprendizagem e seus reflexos na vida do aluno e da própria escola e/ou no ambiente de aprendizagem cuja funçãoprincipal, é promover a aprendizagem e desenvolvimento dos alunos. Portanto, para avaliar a ergonomia de ummaterial didático é necessário pensar na sua função, objetivos e público-alvo.

A construção do conhecimento se dá fundamentalmente, no processo de interação por isso ao nos propormosavaliar um MD precisamos inicialmente, pensar nas informações priorizadas por ele ou ambiente de aprendizagem,pois como afirma MORAN , a informação é o primeiro passo para conhecer, e como resultado da organização dedados anteriormente soltos, possui uma certa estrutura que facilita a compreensão de um fato peloaluno/aprendente.

A qualidade da educação, comumente centradas nas inovações curriculares de didáticas, não pode desconsiderar aincorporação de novas tecnologias pois elas constituem-se como elementos que podem contribuir para uma maiorvinculação entre os contextos de ensino e as culturas que se desenvolvem aquém dos ambientes de aprendizagem.Essas novas tecnologias permitem mudanças significativas nas formas de ensinar e aprender em EaD, poisoportunizam a criação de ambientes de aprendizagem integrados , que favorecem a interação e a interatividade.

Peters [29] chama atenção para o espaço adicional que um sistema integrado de telecomunicação pode conceder

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ao diálogo no ensinar e estudar. Segundo ele esse sistema por não transmitir somente dados, mas também a voz ea imagem dos docentes e docentes de forma síncrona e assíncrona permitindo uma proximidade que não é possívelem outros modelos de Ensino a Distância. Além disso, amplia a participação no diálogo reduzindo aestrutura,fechada e estática de qualquer Material Didático (grifo nosso).

O diálogo é um elemento fundamental a qualquer material didático seja ele virtual, escrito, tutorial, etc. Para Moore(1993) a concepção de ensino dialógica “....está comprometida com a pedagogia humanista , para a qual o diálogode pessoa para pessoa tem importância central desde que transcorra sem estrutura e sem fins pré-determinados.”Esse diálogo para ele, acontece de fato, quando há a interação lingüística direta e indireta entre docentes ediscentes (Moore 1993 apud Peter’s 2002” p.73).

Destacamos as diferentes versões práticas do ensino dialógico para a Educação Superior a Distância, propostaspor Peters [29]:

O aconselhamento acadêmico – diálogos com tele-estudantes;1.No centro de estudos – diálogo com os tutores;2.Em grupos de trabalhos – diálogo dos estudantes entre si;3.Contatos com a área específica - diálogos com os pesquisadores e/ou autores dos cursos;4.Em escolas residenciais – diálogos entre tele-estudantes que moram e estudam juntos;5.Em seminários e períodos práticos – diálogo dos estudantes com os conferencistas/seminaristas;6.Estabelecer contatos por meio da técnica – diálogos realizados por meio de recursos diversos: cartas,telefonemas, fax, e-mail, teleconferência, etc.

7.

Interpretação – diálogos pessoais;8.

Essas versões ressaltam a relevância do diálogo no processo educativo

por isso, ao elaborar materiais didáticos para a EaD os educadores devem ter a clareza epistemológica de que “odiálogo não apenas desempenha funções auxiliares mas é também, uma forma autônoma de ensino e deaprendizagem, com funções didático-pedagógicas específicas. (ibid, 1993). E que Ensino e aprendizagem dialógicae a participação no processo científico são um evento de natureza totalmente própria e por isso incomparável [29](p. 82)

*Um outro ponto fundamental quando discute-se a qualidade ergonômica de um material didático é a autonomia. *

Numa concepção de aprendizagem autônoma o a aprendizagem é concebida como construção e modificação deestruturas individuais de saber, de comportamento e de experiência. [29] (p.258). Portanto, a EaD deve favorecer odesenvolvimento da autonomia do aluno, da sua metacognição, tornado-o autodeterminado e auto-responsável porsua aprendizagem, e o material didático deve ser favorecedor do desenvolvimento dessa autonomia devendo serreflexivo, dinâmico, interativo.

De acordo com Moran, conhecer é relacionar, integrar, contextualizar, fazer nosso o que vem de fora. Saber,desvendar, indo além da superfície, do previsível, da exterioridade. Aprofundando os níveis de descoberta, epenetrando mais fundo nas coisas, na realidade, no nosso interior. Para ele o conhecimento se dá no processo ricode interação externo e interno.

Se a construção do conhecimento é essencialmente um processo comunicacional, entendemos que na EAD, o MDdeve permitir a interação do aluno/aprendente, com o ambiente, com o outro – aluno, professor, material didático -possibilitando uma comunicação aberta e confiante e o desenvolvimento de contínuos e inesgotáveis processos deaprofundamento dos níveis de conhecimento pessoal, comunitário e social, isto é, equilibrando os processos deinteração e de interiorização.

7.3 - Considerações FinaisAs discussões que fizemos até aqui nos levam à compreensão de que enquanto instrumento de verificação dascondições de aprendizagem dos alunos, a avaliação ergonômica dever ser um processo reflexivo e dinâmico. Deveainda, atravessar o ato de planejar e executar e contribuir em todo o percurso da ação planificada E que, enquantocrítica do percurso, a avaliação é uma ferramenta importante no processo de construção dos resultados que ohomem planeja produzir e no redimensionamento da ação já efetivada [21] (p.118).

A avaliação deve ser entendida como o ponto de partida e de chegada de todo e qualquer trabalho pedagógico, porisso conforme defende Lacerda %CITE{LACERDA_GILBERTO} deve estar profundamente interligada aos objetivosdo curso e da disciplina qualquer que seja o tipo: diagnóstica, formativa, somativa, ergonômica, pois ela não é umfim em si mesma, mas uma engrenagem no funcionamento didático e organização e orientação escolares.

Apesar dos avanços tecnológicos em EAD, faz-se necessário o desenvolvimento de formas inovadoras que seadequem a essa modalidade de ensino para que sejam mais dinâmicas e inovadoras. Pois, embora haja um avançotecnológico em EAD, é preciso desenvolver formas de avaliações inovadoras, interativas, dinâmicas e formadoras,por isso é importante discutir a avaliação ergonômica, e entender que os sistemas avaliativos dependem do tipo decurso, dos recursos tecnológicos por ele utilizados, do projeto pedagógico do curso, do tipo de planejamentodesenvolvido pelo professor/tutor e, sobretudo, da postura político-filosófica e epistemológica do professor e daInstituição que se propõe a ministrar o ensino a distância.

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8 - Avaliação de aprendizagensGabriella Maculan Forattini Pelizer

8.1 Um Breve Relato sobre Avaliação de Aprendizagens em EADAvaliar por si só já é um processo complexo e controverso.

Avaliar aprendizagens, mais ainda.Avaliar aprendizagens em Ensino a distância então, nem se fala...

Quando se pretende avaliar aprendizagens, deve-se primeiro compreender o que é aprendizagem, como ela ocorree o que ela acarreta.

Pois bem, aprendizagem é um processo de aquisição e formulação de novos conhecimentos, de desenvolvimento decompetências e que de certa forma, produz modificações no comportamento das pessoas. A aprendizagemnecessita de fatores e estímulos internos do indivíduo, bem como dos estímulos externos.

Mas, como medir o conhecimento? Como mensurar o quanto uma pessoa sabe sobre determinado assunto ousaber? E com que profundidade? Complicado, não?

Toda a atenção é válida. Não precisa muito para se equivocar nestas condições. O avaliador deve estar atento aosvalores de juízos e subjetividade que permeiam e que podem interferir negativamente em um processo avaliativo quepressupõe, dentre outras coisas, a coerência e a justiça aos fatos e às pessoas.

Para se iniciar um processo de avaliação de aprendizagens, em qualquer modelo de ensino, é imprescindível oplanejamento. Através dele pode-se ter claramente a visão dos objetivos que se pretende alcançar. Para isso,considera-se todos os aspectos do processo de ensino-aprendizagem e todos os elementos que permeiam estarelação. Acompanhar o desenvolvimento do aluno, conhecer sua postura e procedimento, saber como ele aprendeuo conteúdo, como o utiliza em determinados contextos e situações requer auxílio de ferramentas, meios eprocedimentos que auxiliem o professor na busca destas respostas.

Classificar o aluno neste processo é uma exigência legal dos órgãos de educação. Mas não é um fim da avaliação,que se propõe a muito mais. Aqui entram também os aspectos éticos do ato de ensinar, de formar cidadãosconscientes, de dar condições para que o indivíduo se desenvolva, cresça como pessoa e busque sua autonomia epossa atuar em prol do conhecimento, modificando realidades.

Através de uma visão holística, que considera um todo e transcende o fator “nota”, é possível utilizar a avaliaçãopara diagnosticar problemas no aprendizado e propor as melhorias, fornecendo o feedback propulsor de ajustes ede potencializações das práticas e métodos pedagógicos utilizados no processo de ensino-aprendizagem.

Ou seja, além de ser constante, formativa, a avaliação deve ser diagnóstica, levantar questionamentos e buscarrespostas para promover a melhoria dos processos de ensino-aprendizagem, verificando os sucessos e insucessosde determinadas ações, dos meios, materiais e recursos utilizados, bem como da atuação.

Segundo PETERS (1997) nas universidades a distância se desenvolvem cursos que estabelecem o caminho daaprendizagem dos estudantes, onde estes podem acompanhar os conteúdos oferecidos e exercer sua autonomia.Com este princípio, os cursos são planejados, desenvolvidos e experimentados conforme esta concepção,apresentando além dos conteúdos, intervenções didáticas.

No ambiente de EAD, a avaliação precisa ser específica e estender sua análise sobre os outros tipos e variedadesde aprendizados como a questão da tecnologia empregada e sobre seu mecanismo próprio de ensino-aprendizagem.

Hoje, tanto a percepção e o modo de se avaliar exigem uma nova postura, uma nova atuação dos avaliadores. Osprocessos mudaram e com eles as oportunidades de se levar o conhecimento às mais remotas partes do país e domundo.

Os desafios da avaliação de aprendizagens em EAD passam a ser mais complexos, pois os avaliadores não contamcom a observação direta dos alunos.

É preciso prestar a atenção para a singularidade dos sujeitos, a questão de se personalizar o processo deavaliação. O aluno, dentro da coletividade precisa ser visto como uma pessoa única, com trajetória específica, poisse deve levar em conta que a aprendizagem não se dá da mesma forma para todos.

Ressaltar e reconhecer os pontos fortes dos alunos e corrigir os pontos fracos durante e após o percurso é defundamental importância para motivar o estudante a aprender e continuar aprendendo.

Existem diversas formas de avaliação que englobam tanto as condições qualitativas quanto as quantitativas. Não sedeve restringir o método de avaliação a uma ou outra modalidade. Na verdade a combinação de diversosinstrumentos podem oferecer subsídios ao avaliador, dotando-o de conteúdos que possam ajudá-lo a formular umconceito mais aproximado do real e do ideal.

Não existem fórmulas, e cada caso é um caso. Há de se avaliar o projeto didático-pedagógico e os objetivos a que

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ele se propõe, o ambiente onde será realizada determinada ação educativa, os recursos e tecnologias envolvidas emuitos outros itens para planejar a melhor estratégia de avaliação.

Devemos considerar o processo de aprendizagem centrado no aluno, para humanizar o processo, visando seudesenvolvimento contínuo. Avaliar dentro destas possibilidades prevê o melhoramento do processo educacional,admitindo as expressões do conhecimento do indivíduo e o enriquecimento em todos os sentidos.

Uma visão panorâmica da origem da avaliação de aprendizagemInicialmente, o modelo tradicional de avaliação de aprendizagem estava relacionado com o desenvolvimento dasteorias tecnicistas e comportamentalistas da década de 60, que buscavam a efetividade do processo deaprendizagem conforme padrões esperados de respostas.

Um exemplo que ilustra este pensamento é o da “ máquina de ensinar” de Skinner que condicionava os estudantes àuma resposta exata tal e qual foi “transmitida” sobre o assunto avaliado.

Neste cenário, foram desenvolvidos vários tipos de testes e instrumentos padronizados de avaliação que admitiamavaliar o aluno segundo determinado tipo de resposta. Dentro deste pensamento, a avaliação de aprendizagem sevalia de um instrumento para análise de desempenho final, funcionando de forma exclusivamente classificatória.

Com a evolução dos recursos e meios educacionais, mudanças no modo de entender a avaliação foram ocorrendo.Mesmo assim, muitas das ferramentas de avaliação de aprendizagens desenvolvidas para serem utilizadas nosAVEAs advém das concepções mecanicistas de avaliação, que consideram a verificação quantitativa deaprendizagem, como a aplicação de testes, a classificação por número de participações e acessos e muitas vezesnão analisam pelo fator qualitativo, talvez pela complexidade do processo e despreparo de profissionais.

Vários autores contribuíram ao longo dos anos para o processo de avaliação de aprendizagem. No modelotecnicista, TYLER (1949) tinha na avaliação convencional, um instrumento de comparação entre o desempenho dosalunos e o os objetivos definidos. BLOOM, HAASTING E MADAUS (1971) formularam o Manual de AvaliaçãoFormativa e Somativa do Aprendizado Escolar, onde sugerem três funções da avaliação:

Diagnóstica – ocorre antes e durante o processo de aprendizagem e tem como função, identificar e agruparos alunos de acordo com suas dificuldades inicialmente, para depois identificar se houve ou não melhorascom relação à assimilação do conteúdo.Formativa – ocorre ao longo do processo de aprendizagem e tem como objetivo identificar e corrigir falhasdo processo educacional, bem como propor medidas alternativas de recuperação e melhorias das falhas deaprendizagem.Somativa – ocorre no final do processo e se destina a mensurar os resultados.

Autores Construtivistas e sócio-interacionistas como Pedro Demo, Jussara Hoffman, J. E. Romão, Cipriano Luckesi,Phillipe Perrenoud, Miguel Zabala e outros, criticaram a utilização da avaliação apenas como forma de verificação deconhecimento, afirmando ser o processo de aprendizagem mais importante do que seus resultados propostos.

Com isso, os teóricos evidenciam o papel da avaliação como aliada no processo de construção do conhecimento,cujo foco está centrado no conhecimento do desenvolvimento cognitivo do aluno, e não apenas como forma deverificação do conhecimento.

8.2 - Avaliação de Aprendizagens exige um novo conceito emAmbientes Virtuais de Ensino-AprendizagemNa educação on-line, a avaliação de aprendizagem demanda a estruturação e a construção de novos conceitos epráticas pedagógicas que possam considerar os recursos interativos e os processos colaborativos deaprendizagens com as práticas de avaliação que vislumbrem a construção do conhecimento, e não apenas a suareprodução memorizada, como vemos em muitos cursos na modalidade a distância.

A avaliação como prática política-pedagógica (o próprio ato de ensinar é um ato político, segundo Paulo Freire)deve ser contextualizada, ou seja, estar adequada e adaptada ao contexto educacional – levando em conta asespecificidades e características dos AVEAs - e o contexto pessoal – considerando as peculiaridades que afetamtanto os alunos quanto os professores envolvidos no processo. NEDER ilustra este pensamento ao afirmar que aavaliação está sempre vinculada a determinadas ações baseadas em propostas que expressem vontades políticas,sendo uma dimensão do processo educativo, dinâmico, processual, capaz de qualificar e oferecer subsídios para umdirecionamento ou redimencionamento de ações dos educadores e educandos. E diz ainda que não deve ser vistaisolada de uma uma proposta educacional, de um projeto de educação que traga em seu bojo, um processo detransformação que acarrete modificações em uma determinada situação.

A Prática avaliativa deve fazer parte do processo de aprendizagem durante todo o percurso, e não apenas ser vistacomo uma atividade externa ao processo pedagógico. Deve ser formulada especificamente para atender adeterminadas características dos cursos e contextos próprios para poder avaliar de forma a considerar asindividualidades e o real processo de construção do conhecimento, onde torna-se mais importante o significado doinstrumento dentro do processo avaliativo, do que o tipo a ser utilizado.

Segundo NEDER, o que interessa em uma avaliação de aprendizagem é analisar a capacidade de reflexão critica

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dos alunos frente a suas próprias experiências.

Considerar as características particulares dos ambientes de aprendizagens, bem como as relações que emergemda interação dos diferentes elementos é imprescindível para que as aprendizagens sejam significativas.

Torna-se necessária a criação de novas formas e processos de avaliação, lançando um novo desafio paramudanças quanto à concepção de aprendizagem e formação de professores capazes de avaliar dentro destepanorama (contexto).

8.3 - Avaliação e Aprendizagens SignificativasSegundo LUCKESI (2003) a avaliação de aprendizagem é um ato amoroso – talvez pelo envolvimento do avaliadorcom o avaliado quanto às emoções e sentimentos desencadeados no processo – na medida em que a avaliação tempor objetivo diagnosticar e “incluir” o educando, pelos mais variados meios, no curso da aprendizagem satisfatória,que integre todas as suas experiências de vida. Ou seja, oferecer-lhes condições de encontrar o caminho paraobtenção de melhores resultados na aprendizagem e do auto-conhecimento.

Frente aos desafios que a nova realidade mundial impõe ao processo educativo e principalmente ao avaliativo,faz-se necessário desenvolver estudos e adequar metodologias avaliativas que proporcionem as aprendizagenssignificativas.

Adotar critérios que possam avaliar o aluno, não quanto à preocupação excessiva da nota, mas conhecer o quantoele aprendeu durante o seu caminho de aprendizagem e como aplica seus conhecimentos, entendendo o processocomo uma forma de incentivar, acompanhar, mediar, dialogar e promover a interação entre ensino e aprendizagem éo que se espera.

Readequar ou aperfeiçoar a prática docente e ao mesmo tempo orientar os alunos, conscientizando-os, em buscade um caminho mais expressivo para a construção do seu conhecimento e ainda, verificar e adotar procedimentosavaliativos diferenciados e específicos para cada contexto de ensino-aprendizagem são elementos imprescindíveispara melhorar o processo avaliativo e obter qualitativamente os parâmetros para uma análise de quanto o alunoaprendeu – transformou os ensinamentos apresentados em conhecimentos – e como vai utilizá-lo nas situações devida é o que realmente se espera atingir na averiguação da aprendizagem. Neste contexto, pretende-se que o alunopossa desenvolver seu senso crítico e a criatividade através da expressão do seu conhecimento.

Avaliar envolve um conjunto de procedimentos e vertentes a serem analisadas, especialmente no ensino a distância,é preciso levar em consideração o objetivo da aprendizagem, o conteúdo dos cursos, o público a ser atingido, osmeios de comunicação, os recursos tecnológicos, as políticas e diretrizes da instituição, para elaborar umplanejamento e formas de acompanhamento a fim de formular instrumentos e traçar diretrizes e planos de ação paraefetivar a avaliação que realmente seja construtiva.

8.4 - Qualificação x ClassificaçãoA avaliação da aprendizagem tem o propósito de garantir a qualidade da aprendizagem do aluno, em outraspalavras, possibilita a qualificação da aprendizagem do estudante, enquanto que a avaliação classificatória padronizaos alunos e os agrupam de acordo com comportamentos esperados, indo contra a democratização do ensino.

Este tipo de avaliação não contribui para o enriquecimento do processo de ensino-aprendizagem ao segregar partedos alunos que não se enquadram no “padrão esperado”, rotulando e até desmotivando os educandos. Esta visãonão leva em consideração a heterogeneidade e diversidade dos alunos e de seus modos e velocidades deaprendizagem.

Em contrapartida, a avaliação diagnóstica vislumbra o crescimento do aluno, elaborando avaliações que os levam aexpressar seus entendimentos, compreensões de conteúdo, hábitos e habilidades ensinadas.

A avaliação formativa e continuada em ambientes de EAD, por sua vez, consiste em uma prática avaliativa econtextualizada, flexível, interativa e dialógica, que, segundo OTSUKA e ROCHA, permite acompanhar e orientar oaprendiz durante o desenvolvimento de tarefas significativas – individuais e/ou coletivas - e relevantes, promovendo oengajamento ativo na construção de seus conhecimentos.

Mais do que acompanhar, esta modalidade de avaliação, de acordo com os autores citados acima, permite utilizar atecnologia através de ferramentas de interação, que podem registrar a participação dos alunos, fornecendosubsídios para a análise do desenvolvimento do mesmo. O papel da tecnologia neste contexto, auxilia o avaliador noregistro de informações que amparam a sua análise, pois permite quantificar as participações dos alunos,evidenciando seu grau de interesse e o seu desenvolvimento.

SILVA e VIEIRA afirmam que o uso do computador torna possível captar as características do aprendiz – o grau deinteresse, a participação, o comportamento social e mapear sua evolução. Dessa forma, através da avaliaçãoinformal, pode-se recolher subsídios para traçar o perfil do aluno e ainda, definir suas características e interaçõesno ambiente de EAD, além de apontar sua postura diante da metodologia de ensino.

Avaliar aprendizagens também requer dialogicidade, para entender como o aluno pensa, constrói seu conhecimentoe interage com docentes e com os demais alunos.

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PETERS ressalta que nas universidades a distância, é comum surgir o sentimento de insuficiência e solidão emmuitos estudantes pela falta de comunicação. Para evitar tal procedimento, deve-se investir nas condições, meios,processos e atitudes que facilitem a comunicação e o entendimento mútuo.

Ainda citando PETERS (1997), temos que ensinar e aprender são definidos como processo de interação ecomunicação. E este processo é fundamental para a socialização acadêmica e para a evolução do saber, uma vezque o discurso inicia no diálogo científico quando se rompe o consenso a respeito de um assunto e quando seprocura entendimento. Sendo assim, PETERS (1997) afirma também que a formação em escola superior deveformar a competência comunicativa no aluno, capacitando-o para a discursividade.

Disso tudo, temos que é essencial e imprescindível haver a dialogicidade, a troca e inter-relação de conhecimentospara o crescimento do saber individual e coletivo. Pois é através das interações que surgem as complementaçõesde idéias e aprimoramento do conhecimento.

Finalizamos este capítulo, sem no entanto encerrar as possibilidades de crescimento e novas descobertas doprocesso de ensino-aprendizagem e suas formas de avaliação, com a expectativa de transformações na esfera doensino a distância, visando uma realidade cada vez melhor para a sociedade através do desenvolvimento humanoem todos os sentidos. Por isso, a concepção do que PETERS (1997) chama de Universidade do Futuro poderáestar mais perto do que imaginamos de aconter.

9 - Avaliação curricularLuana Kedma Barreto Menezes

9.1 - Introdução“Qualidade não é obra do acaso.

Resulta de intenção, esforço e competência.”George Herbert - A importância do currículo

O currículo é a mola mestre do um ensino, onde todos os envolvidos devem ter livre acesso para construção de umaprendizado significativo, ele é um tema complexo de ser discutido por conter as características de intenção denatureza filosófica e política, segundo Ribeiro (1989) é o "Plano estruturado de ensino-aprendizagem, incluindoobjetivos ou resultados de aprendizagem a alcançar, matérias ou conteúdos a ensinar, processos ou experiências deaprendizagem a promover".Quando pensamos em definir um currículo devemos refletir em que contexto educacionalele está inserido, como são os agentes e protagonistas participantes.

9.2 - O que é um currículo em EADPensando a Educação a Distancia, que está virando uma realidade para muitos, ela deve ser vista como umlaboratório para esta nova experiência curricular, quando se fala nova é pela quantidade de recursos tecnológicosque vão agregando a esta modalidade de ensino . Segundo Peters, 2001;377 chamam especial atenção, no ensinoa distância, quatro diferenças típicas no comportamento docente e discente em relação aos objetivos institucionaisgerias, aos meios-guia que lhe servem de base á medida que se concedem aos estudantes espaços livres para aconfiguração própria de um estudo em relação á idéia que se associa ao termo ensino a distância , bem como ainfluência de tradições acadêmicas e culturas de estudo.

Assim é necessário pensar as finalidades educacionais da instituição, qual o público discente almejado desde a faixaetária classe social, qual o meio técnico que será utilizado Garrison apud Peters 2001;32 define desta forma se é da1º geração através de materiais didáticos, da 2º geração com teleconferências ou pela 3º geração que seria oresultado da segunda e mais o uso do computador pessoal, através de quais instrumentos metodológicos eavaliativos conseguiremos estimular e alcançar a aprendizagem, se utilizaremos um currículo aberto ou fechado,como serão selecionados os conteúdos, como o aluno usará sua autonomia para o estudo e principalmente comoatravés deste sistema em EaD tão dinâmico podemos estar reformulando este currículo,com estes pontos bemdefinido podemos alcançar a aprendizagem através de objetivos bem traçados

O currículo deve ter um enfoque técnico cientifico, cultural por conta dos valores presentes naquela sociedade,ideológico, flexível, dinâmico, sendo sempre reconstruído dependendo da equipe da instituição, este currículo podeser construído a partir das relações entre os agentes, por exemplo no ensino on-line de profissionais qualificadosque estão passando por uma capacitação , estes tem muito a construir junto a equipe mantenedora do curso,tornando a aprendizagem mais rica, colaborativa.

9.3 - Avaliando o currículoPara que posamos fazer uma avaliação curricular na EaD devemos realizar um estudo se a eficácia dos objetivosque foram definidos para o currículo de um determinado curso ou disciplina estão sendo alcançados. Este ato é algofundamental e deveria ser periódico a cada curso que é lançado das instituições pois através dela analisamos orendimento , a interação, a colaboração , a evolução, o não envolvimento das pessoas ali inseridas bem como aevasão diminuiria.

Em 1994 Hoeben pensou os parâmetros de uma avaliação curricular sendo os seguintes: Os objetivos ou os efeitos

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pretendidos com o currículo foram cumpridos? O tempo é suficiente para os professores poderem ensinar e osalunos aprenderem? A estruturação dos objetivos e dos conteúdos é clara, progressiva e geradora de novasoportunidades de aprendizagem? O currículo está dividido em pequenas unidades que possibilitem uma eficazconstrução de instrumentos de avaliação da aprendizagem (testes, observações, etc.)? Face ao rendimentoinadequado oferece aos professores possibilidades para deixarem que os alunos recuperem os atrasos?

È interessante que todas estas reflexões chegam ao único objetivo do ensino “a aprendizagem de nosso aluno” epara que ela aconteça é necessário pensar quais instrumentos avaliativos estou usando para dar a oportunidade dosalunos a aprenderem num tempo e ritmo adequados ao seu desenvolvimento.

9.4 - A EaD no BrasilSegundo o Instituto Monitor e a Abed em 2004 mais de 1,1 milhão de brasileiros realizaram algum curso on-line nopaís, ou seja, a Educação a Distância(EaD) tem crescido no Brasil agregando um número enorme de estudantes ecom ela também a preocupação com o seu formato, sua validade o seu reconhecimento perante outras instituições.Nessa perspectiva os avanços tecnológicos de informação e comunicação modificam este sistema de ensinoacompanhando a modernidade.

Segundo o MEC Ministério da Educação (2000) a EaD deve ter a “capacidade de articular, mobilizar e colocar emação valores, conhecimentos e habilidades necessárias para o desempenho eficiente e eficaz de atividadesrequeridas pela natureza do trabalho” . Para que este ensino tenha um parâmetro é necessário possuir um currículoadequado com as políticas em vigor e os anseios de nossa sociedade onde cada país tem suas peculiaridades edevem ser respeitadas, muitas vezes a experiência vivida da EaD em um país não são plausíveis para outro.

No Brasil a Educação a Distância passou a receber incentivos tímidos do (MEC) por meio das bases legais pela Leide Diretrizes e Bases da Educação Nacional a partir de 1996. Hoje existe um setor dentro do MEC que orienta paraesta modalidade de ensino que é a Secretaria de Educação a Distância – SEED, sua função é de delinear osprocessos de ensino e aprendizagem das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) da educação adistância e os métodos didático-pedagógicos que nela deve ser utilizada, promovendo a pesquisa e odesenvolvimento ela ofereci algumas diretrizes para uma boa formatação de curricular na EaD.

integração com políticas, diretrizes e padrões de qualidade definidos para o ensino superior como um todo epara o curso específico;

1.

desenho do projeto: a identidade da educação a distância;2.equipe profissional multidisciplinar;3.comunicação/interatividade entre professor e aluno;4.qualidade dos recursos educacionais;5.infra-estrutura de apoio;6.avaliação de qualidade contínua e abrangente;7.convênios e parcerias;8.edital e informações sobre o curso de graduação a distância;9.custos de implementação e manutenção da graduação a distância.10.

9.5 - Novos papeis pra o Professor e alunoPensar no currículo da Educação a Distancia está explicito pensar uma pedagogia que será utilizada para bemviabiliza-la com métodos novos, novas ideais de postura do professor e aluno. Para o profissional aberto asmudanças seria importante repensar sua postura, e aprenda na prática a interagir com seu aluno nesta novaformatação, sendo não só um mediador do conhecimento mais um animador.

Segundo Valentes 2002, ao sentir-se mais familiarizado com as questões tecnológicas, o professor pode dedicar-sea exploração da informática em atividades pedagógicas mais sofisticadas. Ela poderá interar com o conteúdosdisciplinares, desenvolver projetos utilizando recursos das tecnologias digitais e saber desafiar os alunos para que apartir do projeto que cada um desenvolve, seja possível atingir objetivos pedagógicos que ele determinou em seuplanejamento. Esta discussão de Valente é bem pertinente, pois qualquer recurso que seja utilizamos com nossosalunos devemos antes estudá-lo, criticá-lo e discuti-lo.

Para que um currículo de uma educação a distância seja considerado bom é necessário que o professor durante oprocesso de aprendizagem consiga orientar e desafiar o aluno para que a atitude computacional contribua para aaquisição do conhecimento onde as avaliações sejam parte da aprendizagem não tendo um peso especifico demedição e sim mais um momento de troca de experiências dos membros para a resolução de um problema , queseria a otimização do aprender.

Os alunos não são mais dependentes do docente para adquiri o conhecimento, eles podem e tem ferramentas queapresentam as informações de uma maneira dinâmica por via da internet, correspondência, grupos de estudo,telefone, via o instrumento que a instituição disponibilizar para a relação docente x discente esta perspectivaprofessor e aluno aprendem juntos, entretanto algumas habilidades devem ser desenvolvidas no professor e alunopara que eles possam melhor aproveitar o curso como: proporcionar momentos que desenvolva a autonomia hajavista este aluno precisa aprender a buscar novos conhecimentos on-line, em bibliotecas, consiga trabalhar em grupoconstruído o conhecimento colaborativamente.

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9.6 - O atendimento ao aluno via instrumento de aprendizagemA instituição que desejar implantar o sistema de Ensino a Distância deve se preocupar se os instrumentos que elautiliza para chegar ao aluno estão funcionando satisfatoriamente e cumprindo seu papel de conteúdo e materialdidático. Se eles estão chegando com falha. Por exemplo, no sistema on-line algumas instituições criam paginas nainternet que ficam constantemente em manutenção dificultando ao aluno inserir seus trabalhos, ler os livrosexistentes na biblioteca digital gerando uma frustração e insatisfação quanto ao instrumento viabilizador do contato eda aprendizagem. Alguns professores, ou tutores demoram muito tempo para responder aos questionamento doaluno que acaba ficando com a dúvida e desmotivado por não acreditar mais naquele ambiente que era para serdinâmico.

Existem algumas ferramentas que proporcionam a construção do conhecimento por meio da interne como através dechats, fóruns de discussão, comunidades virtuais de aprendizagens, portfólios, provas objetivas quanto subjetivas.As intervenções que neste sistema é facilitado pela interação que acontece por intermédio do computador mudam ocenário pedagógico de um sistema de anos que o professor era o protagonista principal. Coll,1994 afirma que “Numa perspectiva construtivista, a finalidade ultima da intervenção pedagógica é contribuir para que o alunodesenvolva a capacidade de realizar aprendizagens significativas por si mesmo numa ampla gama de situações ecircunstâncias, que o aluno “aprenda a aprender”.

A aprendizagem aluno via conteúdo acontece quando o docente proporcionar momentos que desenvolva aautonomia do aluno, haja vista este precisa aprender a buscar o conhecimento. O professor disponibiliza o conteudopor apostila, módulos, hipertextos, blogs, comunidades virtuais de aprendizagem, links informativos queconstantemente são atualizados e materiais didáticos que representam o conteúdo daquele curso. O aluno tendo emmãos as ferramentas que apresentam as informações de uma maneira dinâmica por consegue sozinho ter acessoao conhecimento e interagir com ele.

Assim o ensino e a avaliação a distância terão como fio condutor propor ao aluno se organizar, pesquisar em locaisdiversos no momento que achar conveniente, desenvolvendo a autonomia da sua aprendizagem, o professor sendoflexível e tendo coragem perante o novo sem medo de erra ,ajudando não só no conhecimento mais nas váriasformas de adquiri-lo.

9.7 - Considerações finaisAlgo é certo um bom currículo precisa contemplar as diferentes maneiras de ensinar, aprender, utilização detecnologias a praticas pedagógicas voltadas á aprendizagem significativa do aluno. Em qualquer forma de ensinocom aulas presenciais, por telégrafos, vídeo, on-line, por satélite o aluno deve ser sujeito ativo da aprendizagem,aprendendo a fazer, testando experiências, ao professor cabe a função de criar situações que estimulem os alunosa interagir entre si, ser colaborativos onde os fóruns de discussões ajudam a buscar informações, os hipertextospossuem várias teias que corroboram produzindo novos conhecimentos através do contato via Internet com oscolegas professores outros especialista e pela interação.

Pensar um currículo em EaD é algo complexo, pois estamos cheios de amarras, quanto ao medo da mudança, docurso não ser reconhecido pela instituição que a regulamenta, quanto o medo de errar, qual enfoque dar para quaiseixos temáticos dos conteúdos. Entretanto esta nova forma de ensino é necessária, importante e desafiadorapossue muitas instituições e docentes que estão consolidando o sistema de ensino e prontos a trilhar este novocaminho.

10 - Avaliação de competênciasAndré Prado Peretti

10.1 - A Avaliação de Competências no contexto do Ensino Superior aDistânciaComo já abordado no decorrer do livro, a avaliação pode vista sob diversas dimensões e abordada de acordo com oavaliado e o avaliador, entre outros diversos critérios também tratados neste livro. Antes de começarmos a tratar dotema avaliação de competências é preciso delimitar o assunto, que terá foco na avaliação de competências noensino superior à distância no Brasil, mesmo que em alguns momentos e exemplos fujam desse contexto, a análise einterpretação sempre será dentro dessa delimitação.

Quando falamos em avaliação do ensino superior, tanto à distância, presencial, ou semi-presencial, modalidade essaúltima também em constante crescimento nas instituições de ensino superior do Brasil, as premissas, ou seja osprincipios básicos da avaliação, independente da modalidade adotada, podem ser vistos da mesma forma, porém,no aspecto operacional começam as diferenças e não são poucas.

Por exemplo, o planejamento da avaliação deverá levar em conta as formas de mediação na EaD; o modelopedagógico do sistema de EaD, que diferem muito de uma IES para outra, como por exemplo, se existe tutoria ounão e caso afirmativo de que forma é trabalhada, se é presencial ou também a distância, ou ambos; as tecnologiasde informação e comunicação aplicadas e a forma como são utilizadas, como as tecnologias de transmissão dedados, o ambiente virtual de aprendizagem e suas ferramentas avaliativas; entre outras características peculiares a

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cada IES. Neder (2006) acrescenta que o primeiro ponto a ressaltar, então, é que a avaliação deve sercompreendida como um processo sempre circunscrito a um determinado projeto ou ações.

Ou seja, cada modelo (formas de mediação, TICs, concepção pedagógica) irá demandar uma abordagem avaliativaque seja adequada, que deverá estar contemplada em tais planejamentos. Avaliação é um tema complexo, podemosinclusive dizer que é um processo orgânico, pois seu planejamento envolve a confluência, ou melhor, a associação dediversos aspectos como os já citados no parágrado anterior, pois são aspectos que interagem entre si.

Outra peculiaridade específica do EaD no Brasil e em outros países industrializados de terceiro mundo, e que podeafetar um processo de avaliação de competências é a quantidade de alunos. Países como o nosso possuem umademanda muito grande por ensino superior, de acordo com estatísticas do Ministério da Educação em 2005, apenas10% dos jovens de 18 a 24 anos estão matriculados no ensino superior, realidade que traz uma urgência no setor ecoloca as iniciativas de EaD em massa como principal recurso para atender esse cenário.

Porém, como veremos no decorrer deste capítulo a quantidade de alunos é outro fator que altera consideravelmentea operacionalização de um processo avaliativo, principalmente quando se trata de uma proposta formativa, onde amaioria das iniciativas de avaliação de competências se encaixam. De acordo com Otsuka & Rocha (2002) em umcurso à distância o acompanhamento dos aprendizes é muito mais difícil que em cursos presenciais, já que oformador só tem a percepção do comportamento e desenvolvimento do aprendiz quando este participa ativamentedo curso, expondo dúvidas, participando de discussões, realizando as tarefas ou contribuindo com os colegas. Essapreocupação é muito relevante, pois na prática, conforme Peters (2003) se observa com efeito: quanto maior aacessibilidade ao material impresso, de rádio e de televisão, proporcionada, por exemplo, pelo emprego dos meiosde massa, tanto maior o número de estudantes e tanto mais esporádica e escassa a interação direta e indiretaentre docentes e discentes.

Após essa rápida contextualização, em alguns momentos com uma necessária redundância e em outroscomplementar aos demais capítulo deste livro, é ainda importante que o leitor - para aprofundar-se no tema destecapítulo e aplicar algo em sua realidade, sua prática - parta de um visão macro, como uma reflexão sobre aconcepção ideológica de mundo, sociedade e de homem que se pretende formar e uma leitura aprofundada noprojeto político-pedagógico institucional e em seguida do projeto pedagógico do curso em que atua, para só depoispartir para a elaboração do seu plano de ensino contemplando já o planejamento da sua avaliação, seja decompetências ou não.

Ou seja, para o sucesso do processo de avaliação é necessário enxergar a instituição como um todo sistêmico, queseja sinérgico e harmônico, pois os mecanismos de avaliação são apenas uma parte desse todo que é interagente einterdependente.

10.1.1 - O Planejamento da Avaliação sob a ótica do ciclo PDCA

A avaliação, seja ela somativa que acontece em um único dia ou dois no semestre, ou formativa, contínua ao longodo semestre, o planejamento prévio é um dos fatores críticos que irão ter muito peso no sucesso ou fracasso nofuturo. A avaliação de competências exige ainda mais um planejamento, pois como veremos no decorrer destecapítulo, pode exigir uma preparação dos envolvidos, principalmente dos docentes e tutores se for o caso, poisavaliar competências não é a mesma coisa que avaliar conteúdos apenas, o entendimento da ciência docomportamento também pode ser necessária para uma avaliação mais acurada.

Para tal planejamento é colocado como proposta o ciclo PDCA. Uma técnica simples, aproveitada da administraçãode empresas, que visa o controle do processo, podendo ser usado de forma contínua para o gerenciamento dasatividades de uma organização. É um método que visa controlar e conseguir resultados eficazes e confiáveis nasatividades. É um eficiente modo de apresentar uma melhoria no processo. Padroniza as informações do controle daqualidade, evita erros lógicos nas análises, e torna as informações mais fáceis de se entender. Pode também serusado para facilitar a transição para o estilo de administração direcionada para melhoria contínua.

Mas como aproveitar este ciclo, aplicado inicialmente apenas em empresas para um processo de avaliação? Bastaseguir suas quatro fases básicas: Planejar (Plan), Executar (Do), Verificar (Check) e Atuar corretivamente (Action).

Como a proposta é apresentar a avaliação de competências como uma avaliação formativa, o ciclo PDCA aplica-semuito bem, pois visa o controle do processo e não de um momento apenas, e toda avaliação formativa deve serplanejada com antecedência, traçando-se objetivos, ações e formas de mensuração também.

10.1.2 - O Treinamento do Professor

Como já mencionado no tópico anterior a avaliação de competências pode exigir dos docentes conhecimentos quevão além do conteúdo das suas disciplinas. Conhecimentos da área da pedagogia, que muitos bacharéis semformação pedagógica e até licenciados deixam a desejar, e como também já citado, conhecimentos na área daciência do comportamento.

Porém, não só o treinamento na avaliação de competências é um problema, mas o próprio treinamento do docentena modalidade de educação a distância, Pierre Levy diz que:

A EAD explora certas técnicas de ensino a distância, incluindo as hipermídias, as redes de comunicação interativase todas as tecnologias intelectuais da cibercultura. Mas o essencial se encontra em um novo estilo de pedagogia,que favorece ao mesmo tempo as aprendizagens personalizadas e a aprendizagem coletiva em rede. (LEVY, 1999,

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p.158).

Uma proposta interessante é a implantação de Núcleos de Tecnologia Educacional, sem uma visão reducionista quevê a tecnologia apenas relacionada aos artefatos da informática ou telecomunicações, mas sim como a ciência datécnica, uma ciência aplicada.

A utilização das novas tecnologias de informação e comunicação (NTICs), como ferramenta, traz uma enormecontribuição para a prática pedagógica em qualquer nível de ensino. Porém, o que acontece muitas vezes é queassistimos passivamente a invasão do espaço escolar por tecnologias que são apresentadas como verdadeirosmilagres para a resolução dos problemas educacionais e muitos ficam apenas na crítica, sem ações.

A utilização das NTICs apresentam múltiplas possibilidades, porém, deverão ser realizadas de acordo com umadeterminada concepção de educação e determinado modelo pedagógico também.

Porém, quando apresentamos os Núcleos de Tecnologia Educacional como uma solução, é preciso uma equipemultidisciplinar, é preciso a proposta ser discutida e definido quais são os pilares pedagógicos e técnicos quefundamentam o projeto, para depois começar a realmente operacionalizar o projeto para capacitar os professoresno uso das novas tecnologias, novas possibilidades de ensino e aprendizagem, como também novas possibilidadesde avaliação.

A idéia dos NTEs não deve ser apenas capacitar professores com cursos pré-formatados, mas também construirum ambiente que seja rico em interação e colaboração onde o aluno/docente possa construir seus conhecimentossobre o uso das novas tecnologias na sua prática pedagógica.

Referente a preparação do docente, Peters (2003) traz a tona a questão da aprendizagem dialógica, dizendo que odocente que o levar em consideração no ensino a distância, e não reduz o estudo e o ensino a distância somente amateriais de ensino pré-preparados, mas reconhece seus objetivos mais amplos, confere-lhes adicionalmentesubstância e relevância pedagógica.

10.2 - Competências e HabilidadesApós essa rápida introdução e contextualização da avaliação de competências no ensino superior a distância ospróximos tópicos irão tratar de conceituar e diferenciar competências de habilidades.

10.2.1 - O que são Competências?

Competências são características subjacentes de um indivíduo que prevê um desempenho notável ou superior emum trabalho, num cargo, numa organização ou cultura em particular.

Exemplos de competências:

“Pensamento analítico” é a aptidão ou capacidade de processar informações, separando-as, e identificar osrelacionamentos causais entre os elementos.“Manter as pessoas responsáveis” é a aptidão ou capacidade de estabelecer e comunicar claramente osobjetivos e os padrões operacionais ou profissionais de uma maneira aberta e direta, de modo a assegurar orespeito a um compromisso a esses padrões e objetivos.

10.2.2 - Diferença fundamental entre Habilidade e Competência

O conceito de habilidades difere de competências, ou seja, habilidade é definida como técnicas específicas econhecimento sobre um domínio funcional. Exemplos de habilidades: Conhecimento legal, conhecimento sobreregras contábeis, conhecimento sobre um processo químico, a habilidade em trabalhar com um pacote específicode software. Na administração, as habilidades são definidas para cada cargo e a descrição de cargo reflete asexigências ocupacionais como se elas fossem requisitos essenciais sem os quais se torna impossível realizar astarefas a ele atribuídas. Portanto, habilidades são requisitos ocupacionais e competências requisitoscomportamentais.

10.3 - O Processo de Avaliação de CompetênciasÉ impossível pensar numa avaliação tradicional, onde se mede a quantidade de conteúdos que o aluno "aprendeu",seja por um teste, uma prova ou um trabalho feito em casa e apresentado na escola. Estes "instrumentos deavaliação" não levam em consideração o processo que o aluno percorreu, mas "fotografam" (e mal) um determinadomomento. A escola deve tirar o foco dos conteúdos e colocar no desenvolvimento de competências, já que umconteúdo passado hoje pode estar obsoleto amanhã. E quando pensar em o que avaliar, o primeiro ponto é definir oconjunto de competências de forma muito clara (GUIMARÃES, 2006).

A avaliação de competências sendo um processo contínuo, devendo ser vista como uma avaliação formativanecessita de algumas ações por parte dos docentes como: Observar, intervir e questionar, registrar e dar feedback.Neste ponto é importante uma parada para articular essas ações com uma realidade de ensino a distância. Pois noensino presencial, normalmente com poucos alunos por sala, essas ações são operacionalizáveis, mas no EaD, oensino não ocorre no mesmo espaço e muitas vezes não ocorre no mesmo tempo também (assíncrono), a ação deobservar, talvez a mais importante, fica prejudicada, pois só podemos observar o comportamento do aluno no

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ambiente virtual de aprendizagem, que por sua vez precisa fornecer ferramentas de apoio ao docente, comohistórico de acessos e comportamento do aluno dentro do ambiente, resumo de postagens, mensagens, acesso amaterial didático, periodicidade, entre outros indicadores.

Para nortear esse processo de avaliação das competências é sugerido a definição de indicadores que poderãoauxiliar o educador e indicar que os alunos estão ou não desenvolvendo suas competências. Porém, aqui vai umalerta. Definir esses indicadores muitas vezes exige um conhecimento que muitos docentes não possuem, como empsicologia cognitiva como já citado. Talvez a criação de núcleos de apoio pedagógicos, além dos núcleos detecnologia educacional sejam necessários.

Atenção também para o treinamento do tutor, pois algumas universidades que atuam na modalidade a distância noBrasil possuem dezenas de milhares de alunos e o professor não é o único mediador, nem o único responsável pelaavaliação. Com certeza nessas situações o desafio é proporcional.

Não devemos esperar o final do processo para intervir, ou 'rotular' o aluno com um 'aprovado' ou 'reprovado', nesteponto o modelo de avaliação de competências cumpre bem o seu papel de avaliação formativa, porém, como jáexplicitado acima é preciso estar atento para a complexidade desse modelo avaliativo.

10.3.1 - A metodologia A2Comp para Avaliação de Competências

Primo (2006) em seu artigo intitulado como "Avaliação de competências em cursos de EaD: Relato de experiência"apresenta a metodologia A2Comp - Acompanhamento de cursos de EaD e Avaliação de Competências, em umprograma de Educação Corporativa do Senac/CE. A metodologia apoia o tutor na tarefa de avaliar odesenvolvimento de competências dos alunos de forma personalizada, respeitando seu ritmo e suas diferenças,usando sistemas de computação para tratamento das incertezas. A metodologia possui as seguintes características:é formativa, estimula a negociação e autonomia do aluno para administrar seu aprendizado e permite desenvolvercompetências sociais e profissionais.

A metodologia nasceu dos seguintes desafios encontrados na avaliação de competências:

Dificuldades em avaliar aspectos qualitativos devido à subjetividade do trabalho com competências;Falta de elementos que os ajudem a verificar os resultados quanto à aquisição de competências de cadaaluno;

E também de alguns questionamentos, como:

Se competência é articular saberes... ... conhecimentos, ... habilidades e ... atitudes, então, como isso podeser avaliado na educação virtual?Como aferir, de forma eficiente e eficaz, os resultados quanto à aquisição de competências de cada aluno?

De acordo com Primo (2006) o tema competências é complexo, por envolver muitas características subjetivas,dificultando a avaliação do desempenho dos alunos por parte dos professores.

A metodologia A2COMP foi desenvolvida na crença da pedagogia da diferenciação que leva a uma avaliaçãocaracterizada pela observação formativa a serviço da regulação das aprendizagens. Os erros são trabalhados comopontos de reflexão para que o aluno possa, a partir deles, buscar as soluções e, assim, ampliar seu conhecimento.Por tratar-se de um processo, a reflexão também é feita pelo tutor, que procura estratégias alternativas para amediação, ajudando o aluno a desenvolver as competências propostas. A apuração dos resultados, durante oacompanhamento, objetiva aferir o aproveitamento, de maneira que possa direcionar a aprendizagem e odesenvolvimento do aluno (PRIMO, 2006).

10.3.2 - O Ambiente AulaNet e a Avaliação de Competências

O AulaNet é um software LMS (Learning Management System) que possui uma eficiente plataforma de ensino. Aferramenta foi desenvolvida no Laboratório de Engenharia de Software - LES - do Departamento de Informática daPUC-Rio, em 1997.

O ambiente de criação e manutenção de cursos apoiados em tecnologia da Internet pode ser utilizado tanto paraensino a distância como para complementação às atividades de educação presencial e treinamento de profissionais.

No AulaNet, a competência de uma pessoa é caracterizada por três dimensões: interesse, qualificação eperformance. Para visualizar a competência, o AulaNet disponibiliza o relatório de competências onde sãoapresentados os valores das dimensões de cada aprendiz nos tópicos (ou temas, capítulos, etc.) do curso.

A partir do relatório de competências disponibilizado pelo ambiente o tutor/professor pode classificar os aprendizesem função de suas competências e formar grupos de trabalho. Sem dúvida que é uma ferramenta interessante,porém, vale a reflexão do professor no sentido de que separar grupos em função de suas competências pode talveznão criar uma discussão e uma saudável competitividade que favorecem à aprendizagem grupal.

De acordo com Otsuka & Rocha (2002) vários educadores têm usado os recursos destes ambientes paraoferecerem cursos à distância baseados na avaliação formativa da perfomance dos aprendizes, por meio doacompanhamento dos registros das participações destes durante o desenvolvimento das atividades. Os mesmosautores complementam dizendo que dessa forma, novas tecnologias computacionais (tais como os agentes de

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software, a mineração de dados e a visualização de informações) vêm sendo pesquisadas, a fim de explorar melhoros registros das interações dos alunos em ambientes de EaD e prover suporte ao professor na coleta, identificação,seleção e análise de informações relevantes a avaliação formativa.

Já Silva & Vieira (2006) propõe que ambientes virtuais de aprendizem, tenham em um primeiro nível, um histórico detodas as ações do aluno no ambiente de EaD. Esse histórico pode ser extremamente útil no acompanhamento doaprendizado, pois, permite uma "avaliação" adicional àquela realizada por meio de provas, testes, trabalhos, entreoutros.

10.4 - Avaliação de Competências X Avaliação de DesempenhoAvaliação de competências não é avaliação de desempenho! Essa confusão ocorre tanto no meio empresarial, ondea avaliação de competências é muito comum, como também no meio acadêmico.

Quando chega o momento de avaliar, muitos docentes encontram-se diante de num verdadeiro labirinto, pois nemsempre a instituição utiliza uma metodologia de trabalho adequada à sua realidade. Por conta disso, não são rarosos casos de alunos que recebem uma avaliação abaixo do esperado, mesmo tendo se dedicado às suas atividadescom comprometimento e responsabilidade.

As competências e habilidades são um dos fatores (talvez os principais) que levam o aluno, ou funcionário de umaorganização, para o bom resultado, mas não podemos afirmar que um indivíduo que possui as competênciasesperadas terá um bom desempenho com certeza. Algumas vezes as habilidades e competências não são umobjetivo por si só.

O que se persegue é o desempenho com relação ao estudo e as atividades a serem desenvolvidas, em umaempresa a idéia é a mesma, mas busca-se o desempenho em relação ao trabalho. Uma performance bem sucedidaem um determinado trabalho, função ou disciplina depende da combinação de habilidades e competências que apessoa traz para tal. Como também do processo de formação de competências durante um curso, por exemplo.

São assuntos que estão intimamente relacionados, por isso que para buscar um precisamos trabalhos todos, odesempenho também depende das características do meio-ambiente em que a pessoa trabalha ou estuda. Fatoresdo ambiente interno (empresa, universidade) e fatores do ambiente externo (mercado, sociedade) são grandesinfluenciadores.

O professor não pode se fechar em um foco que é desenvolver determinadas competências e esquecer dashabilidades, da busca pelo desempenho, do meio ambiente e outros fatores de influência que irão depender de cadacenário. De acordo com Neder (2006) o que interessam portanto, numa avaliação de aprendizagem é analisar acapacidade de reflexão crítica dos alunos frente a suas próprias experiências, a fim de que possam atuar, dentro deseus limites, sobre o que os impede de agir para transformar aquilo que julgam limitado em termos dos interessesda comunidade.

11 - Avaliação colaborativaEdmar Ribeiro

11.1 - IntroduçãoDesde o alvorecer da transmissão de conhecimento à distância, buscou-se otimizar o resultado do processo, quelevaram à busca incessante de equipamentos e tecnologia para a consecução do resultado final do conhecimentodisponibilizado. Foi assim, dos primórdios das cartas paulianas, dos lhamas-correios dos incas , passando pelasepístolas do visionário Sinuhe aos hititas (cf.“O Egípcio de Mika Valtari), até aos planetas virtuais de nossaatualidade.

No campo da educação à distância, Peters [29] divide e classifica-as em 12ª., 2ª. e 3ª. Gerações(01). Na primeira,o centro da atividade didática limitava-se a materiais escritos. No caso da segunda, apresentou-se ateleconferência, que torna-se abandona seu alvo inicial (grandes grupos), para espraiar-se e oferecer-se a umnúmero controlável de alunos, possibilitando diálogo simultâneo e dinâmico. Caracterizou-se também como autilização da multimídia “industrializada”, que conjugou o material impresso a outros meios como fitas de áudio evídeo, rádio e televisão.

As duas primeiras gerações tiveram como característica a pouca ou quase inexistente interação entre os agentes(professor e aluno).

A terceira geração já utiliza o meio computacional pessoal oferecendo mediação mediante uso de TICs, bem comoporta uso de tecnologias de comunicação bem avançadas. Na realidade, constitui-se como o ensino à distância,interativo e multimídia, com o nítido intento referente à aprendizagem como processo social.

A qualificação citada já fora comentada por NIPPER apud Jones [15], quando classificava como sendo de primeirageração o tipo do modelo de correspondência típica, quando a única maneira de comunicação e interação entreprofessor e aluno era a mídia impressa. Ainda segundo Sherry [38], nessa primeira geração teve comocaracterística uma comunicação mínima entre os agentes, em forma lenta e ineficiente.

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São, então, estas as características de EAD, segundo o fundador da Universidade Aberta Alemã, a prevalência doensino pela escrita e o estudo pela leitura ao invés do ouvir, o grau de acessibilidade influenciando a qualidade doestudo, o uso de tecnologias (TICs) no processo ensino-aprendizagem, a consideração efetiva e real do statussociográfico do aluno, mais a disponibilidade e inscrição de pressupostos institucionais e organizacionaisespecíficos, que venham a definir a condução e avaliação do processo educativo.

Importante desatacar que em educação à distância, são fundamentais três elementos para um resultado otimizadodas ações: diálogo, estrutura e autonomia. O primeiro disponibiliza uma interação direta e indireta entre docentes ediscentes. Este mesmo obrigatoriamente tem a exigir parceria, respeito, calor humano e consideração, sobretudocompreensão com as óbvias dificuldades e peculiaridades encontradas no desenvolver do programa, cada um deper se para análise e .... apreciação. No caso da estrutura, evidentemente ela tem que ser não só disponibilizada,mas amigável, de fácil manuseio e, principalmente, de acessibilidade. No tocante À Autonomia, no poder decisóriodo aluno, em sede de EAD, prefere-se a síntese meridiana de procurar uma maneira de que o aprendiz , em algunscasos, aja sozinho, ele mesmo atuando em situações que até então, tradicional e formalmente outros fizeram porele. Vale lembrar que as ações referentes a decisões curriculares (objetivos, conteúdo, ênfase de estudo), fogemmor das vezes à ação do estudante, e isto fere a autonomia.

É mister concluir com a inexcedível observação interrogada e instigante do mestre alemão: “que pode um ensino adistância durante anos contribuir para a formação da autodeterminação e auto-responsabilidade, se seusobjetivos, conteúdos e métodos de exposição estão inteiramente heterodeterminados? Como pode viver uma vidaem liberdade, se o estudo é prescrito passo a passo durante anos? Como se pode pretender que os estudantescheguem à emancipação, se não lhes dá condições para agirem com responsabilidade própria inclusive noestudo? Como podem eles desenvolver iniciativa, criatividade e disposição para assumir riscos, se em questõescurriculares se lhes nega, durante anos, uma atividade própria responsável? Como podem chegar a umconhecimento próprio, ao uso autônomo da razão, na compreensão de Kant, se na leitura recebem, em grandeparte, apenas idéias pré-pensadas?” (Op. Cit.).

Aventurando-se, em princípio (com certeza futuramente vitorioso) de uma universidade virtual, ainda o ilustre luminaralemão proclama que as vantagens de sua implantação na adoção de suas múltiplas estratégias de ensino-aprendizagem com o suporte dos recursos midiáticos “Os serviços da universidade estão à disposição essencial eeficazmente, ainda que invisíveis em sua realidade. Isto é um triunfo da tecnologia da informação ecomunicação”. Ele ainda conclui sobre o devir da universidade virtual que deveria ser não um modelo deuniversidade futurística, mas, sim vir a “contribuir com sua extraordinária eficiência, flexibilidade, capacidade deadaptar-se e sua variabilidade para a universidade do futuro, deveria aparecer nos eventos face a face com amesma naturalidade como outras formas de ensino e aprendizagem, tanto do ensino a distância quanto do ensinopresencial.” (Op. Cit.)

11.2 - A InteratividadeQuanto se trata de avaliação de forma colaborativa, de logo, está ela investida de intensa interatividade. Nãodeve-se olvidar que esta é obtida principalmente com a expansão visível de rede de computadores, o querevolucionando as formas de comunicação, possibilitou o uso de um variegado e eficaz formas de comunicar einteragir, sem restrições de localização e/ou horário de pessoas (em ação).

o entanto, é fundamental para o processo de avaliação colaborativa, salientar a diversidade de sentidos entreinteração e interatividade. A primeira, por sua própria etimologia desenvolve. uma ação que contém reciprocidadeentre pessoas ou coisas. Já a interatividade pode ser vista como uma interação técnica, com característicaeletrônico-digital (diferentemente da interação analógica da mídia tradicional), constituindo seu agir como a“extensão em que os usuários podem participar modificando a forma e o conteúdo do ambiente mediado emtempo real” [42], onde sua principal diretriz é o envolvimento, o engajamento entre os atores.

Verdadeiramente o diálogo, o informe de posições e posicionamento, mesmo de sentimentos frente a uma ação,verdadeira conversa digital e virtual, que influenciam poderosamente o aprendizado em EAD e, consequentemente,contribui significativamente para a avaliação colaborativa, que levará a uma verdadeira e efetiva criação econstrução de conhecimentos.

O ex-reitor alemão já pontificava com toda propriedade, sobre a importância do fenômeno comunicacional a serestabelecido, quando entendeu que a educação mediada e conduzida pela tecnologia apóia-se no tripé constituídopela estrutura, diálogo e autonomia.

A atual disposição para uso de ferramentas altamente eficazes no mundo virtual garante a interação de diferentesformas, possibilitando interações bidirecionais ou multidirecionais, independente de constituírem-se em formasíncrona ou assíncrona. Isto sim, possibilita a constituição de uma lógica comunicacional substituindo a lógica datransmissão pura e tradicional, em que o receptor pode liberar-se para a livre criação, e que mensagem com suaintervenção, surge com o resultado dessa interação na aprendizagem.

11.3 - A avaliação colaborativaÉ inegável a tendência tradicional e histórica e milenar que acompanha a educação formal desde seus primórdios,em abominar e muitas vezes execrar inovações e avanços em suas práticas pedagógicas. Mesmo assim, éconsabido na experiência, sobretudo em nossos dias, que há é absolutamente indispensável proceder ao

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desvencilhamento inevitável de velhas e ultrapassadas ações frente aos ambientes educacionais tradicionais,sobretudo frente aos novos espaços.

O tema avaliação, em nossa cultura, em especial em se tratando de ensino, em especial à distância, constitui-se emgrande dificuldades, com grandes problemas a sanar. No ambiente presencial, o processo avaliativo prescinde demecanismos de controle e verificação que, como tais, são difíceis de implantar no ambiente virtual.

Justamente por isso, quando se transmuda do ambiente presencial de estudo para o virtual, os alunos necessitamde apoio extra e base de equipamentos que os ajudem a, não receber a informação e avaliação de seu progresso,mas, e sobretudo, acompanhar, intervir, interagir e perceber seu progresso, sobretudo estando consciente erecebendo (e percebendo) as reações às suas atividades e participações.

Forçoso é reconhecer que as estratégias e métodos de avaliação comumente utilizadas em aprendizagempresencial são absolutamente insuficientes para a aprendizagem colaborativa utilizando em educação à distância.

Sacristán [36] entende a avaliação como um processo no qual as características de um aluno, de uma classe, de umprofessor, o ambiente educativo, dos objetivos de ensino, dos métodos de ensino, dos materiais didáticos “recebema atenção de quem avalias na medida em que são analisados em função de critérios ou pontos de referência paraemitir um julgamento que seja relevante para a educação.

Esse mesmo julgamento e sua relevância torna-se destacado justamente porque vai contribuir para a própriamelhoria do processo, e seu provável reencaminhamento, tendo em frente opções necessárias, frente a dificuldadesencontradas e sua forma de superação. Esta avaliação não somente atem-se ao aluno, mas amplia seu raio deatenção para o professor e seu material de ensino, o material didático.

Numa verdadeira ressignificação de conceitos de interação, condensam-se as idéias de colaboração e cooperação,justamente porque com o apoio de tecnologias de informação e de comunicação associadas ao caráter interativo deque se reveste na junção de inteligência com o suporte da web, constitui-se, na verdade, no dizer de Lévy [22], umaverdadeira inteligência coletiva.

Concomitantemente a este fenômeno, os inúmeros recursos e possibilidades virtuais levam a construir novas áreas,espaços e tempos de interatividade.

É inegável que é um dos grandes desafios de nosso tempo a busca de criação de metodologias ideais parautilização em uma avaliação revestida de dinamismo e com absoluta interatividade em EAD. É forçoso reconhecerque a busca de metodologias desse tipo de educação que esteja envolvido em uma ação e trabalho comuns, eporisso mesmo, coletivos e compartilhados, são um grande desafio para atendimento ás carências educacionais denosso país continental, que para esse objetivo carece de busca (pesquisa) objetiva e com urgência que requeremnossas necessidades.

Em nosso século, considera-se um dos requisitos básicos para a educação, a inserção dos agentes envolvidos noprocesso educativo no universo virtual e globalizado, para que est4ejam integrados nele, munidos com a arma maiordo conhecimento, eminentemente constituído em moeda para a economia. Surge a necessidade, então, de que oaluno venha a integrar-se na economia globalizada, que é baseada no puro conhecimento, vez que este último valorvirá a ser o recurso mais crítico e primordial para o desenvolvimento social e econômico global.

Evidentemente o ensino tradicional que tem o eixo de transmissão de conhecimentos estático e na aprendizagempassiva e individual não pode oferecer aos alunos condições efetivas de receber essas transformações.

Aí é que desponta a colaboração, que via aprendizagem desta forma, compondo-0se, evidentemente com aavaliação cooperativa, é realmente a alternativa que irá transmudar a aprendizagem em base flexível, ativa ecentrada no aluno.

Um dado interessante sobre a performance da avaliação colaborativa, pode ser espelhado pelo exame aposto emaprendizagem colaborativa, e no estudo de Naomi Miyake (apud KUM) [17], “aproximadamente 80% do processode autocrítica (reflexão) ocorrem durante a aprendizagem colaborativa e apenas 20% ocorrem durante aaprendizagem individual", o que leva a implicar que a autocrítica e a auto-reflexão podem ser constituir como umadas responsáveis pelo sucesso da avaliação que, com certeza na interatividade, na coesão, na compartilhação, eporque não dizer, na comum-união, irá proporcionar um sucesso mais valioso no resultado da aprendizado.

Peters já alertava sobre as dificuldades que podem ser enfrentadas na dialogicidade de educação à distância, quesão a falta de (reconhecimento do potencial didático dos grupos de trabalho auto-organizados e a falta de clarezapor parte dos estudantes denominados) denominados “lutadores individuais” no tocante à relevância de diálogovirtual tanto para a formação científica, socialização acadêmica e para o seu próprio desenvolvimento.

Notório é destacar alguma ocorrência de falta de fluência digital do público envolvido, podendo transmudar-se emuma verdadeira ojeriza do mundo digital e seus equipamentos.

É que, embora a maioria dos programas em EAD utilizem uma linguagem simples e programas de computadoramigáveis e de fácil manuseio, vê-se que uma boa parte dos usuários têm reação diversa frente ao incontávelnúmero de operações a serem efetuadas no ambiente virtual, e considerando também o seu incomensurável volumede informações.

No ambiente multimídia, não é suficiente ter uma noção do cenário virtual e de educação. Muito mais ainda é

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necessário e recomendável é conhecer também um pouco de psicologia humana para entender e estabelecercondições para que o ambiente educacional incentive (e incite) os alunos ao desafio da discussão interativa e àbusca de construir o conhecimento, em comum-unidade.

Na avaliação colaborativa, o aluno torna-se também responsável pelo resultado de sua avaliação, pois,interativamente, atuou e colaborou para o resultado em união com os outros agentes do processo de aprendizado.

A avaliação cooperativa afinal tem ainda a missão que envolve o aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender aviver juntos, e, naturalmente aprender a ser. Para isso há que ter a instigação na busca do c conhecimento emcoletividade de seus pares.

11.4 - ConclusãoA inter-comunicação virtual desenvolvida e mediada nas comunidades, além, de ser um coadjutor do aprendizado,serve, evidentemente de estímulo à interação social e colaboração no processo como um todo.

A construção e disponibilidade de novas ferramentas que proporcionem a conter com maior otimização a quantidadede ações e respostas dos agentes envolvidos no processo de EAD, deve ser buscado, ao lado de mister serprocurar e ter um acompanhamento sistemático de todas as ações.

O acompanhamento das ações não deve constituir-se, pelo menos em sede de avaliação colaborativa, emperspectiva de controle. Mister é buscar-se a capacidade de liberar-se do ranço de ações advindas de uma culturaque foi centrada no viés da individualidade, ainda perpassada da visão lógica e pragmática do resultado do produtoe estreitado sua finalidade na visão estreita do possível de alguma visão de verdade e na vergonha do erro.

A avaliação colaborativa, centrada na cooperação, na comum-união de atuações, por outro lado, não deve perderde vista a qualidade formal do conteúdo programático.

Extremamente saudável constitui-se a interação, perpassada com todas as peculiaridades de todos os agentes, naavaliação interativada com a ajuda do uso otimizado da tecnologia em prol do resultado final avaliativo mais justo,humano e ético.

12 - Avaliação da interatividadeMatias Gonzalez de Souza

12.1 - Interação versus InteratividadeCreio ser essencial fazer a distinção entre a interação e a interatividade. A primeira pode ocorrer de diversasformas, utilizando-se ou não a tecnologia e pode ser presencial ou virtual. Por outro lado a interatividade pressupõea possibilidade dos envolvidos (professor-aluno) interagirem com uma máquina para a troca de informações. Assim,para que o uso de tecnologias interativas faça diferença na qualidade da educação a distância e assegure suaexpansão é necessário o uso de metodologias de interação não presenciais próprias e eficientes.

Segundo Belloni (1999):

“É fundamental esclarecer com precisão a diferença entre o conceito sociológico de interação – ação recíprocaentre dois ou mais atores onde ocorre intersubjetividade, isto é encontro de dois sujeitos – que pode ser direta ouindireta (mediatizada por algum veículo técnico de comunicação, por exemplo, carta ou telefone); e a interatividade,termo que vem sendo usado indistintamente com dois significados diferentes em geral confundidos: de um lado apotencialidade técnica oferecida por determinado meio (por exemplo CD-ROMs de consulta, hipertextos em geral,ou jogos informatizados), e, de outro, a atividade humana, do usuário, de agir sobre a máquina, e de receber emtroca uma “retroação” da máquina sobre ele.”

Para realçar a importância da interatividade na educação a distância, temos as palavras de Wickert (2000):

"... o futuro da EAD não se fundamentará no estudo solitário, em que o indivíduo conte somente com o materialeducativo para desenvolver a sua aprendizagem. E, sim, em ambientes em que a autonomia na condução do seuprocesso educativo, conviva com a interatividade. Esta pode ser conseguida e prevista no planejamento, das maisdiferentes formas: entre aluno/professor; aluno/com suas próprias experiências e conhecimentos anteriores;aluno/aluno; aluno/conteúdo; e aluno/meio, utilizando os mais diversos recursos tecnológicos e de comunicação."

Deste modo, considero fundamental que ao iniciarmos um estudo sobre avaliação da interatividade em EaDtenhamos o mesmo foco e critérios utilizados para outros tipos de avaliação, considerando aqui a especificidade:

os objetivos da avaliação1.os instrumentos a serem usados na avaliação2.o tipo de avaliação que será feito3.a competência do avaliador4.as variáveis intervenientes na avaliacão5.

Creio que este é um bom ponto de partida.

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12.2 - Avaliação da Interatividade em Ambientes de EaDSegundo Lewis Platt, presidente da Hewlett-Packard em 1997, empresa considerada campeã em inovaçãopermanente:

"Nesta época de mudanças intermináveis, a regra de ouro é sempre molhar os pés, porque só se aprendefazendo... Acredito que hoje a causa principal do fracasso seja a incapacidade de assimilar mudanças... A boanotícia é que a mudança sempre traz oportunidades. Sempre há muitas oportunidades para compensar asameaças... Geralmente o tipo de pessoa que contratamos prospera com mudanças, procura mudanças. Tentamossempre escolher gente assim". (Platt,1997)

A Educação a Distância (EAD) é um processo educativo sistemático e organizado que exige não somente a duplavia de comunicação mas também a instauração de um processo continuado, onde os meios devem estar presentesna estratégia de comunicação. Assim, a escolha do meio deve satisfazer o público alvo, nesse caso profissionaisgraduados, e deve ser eficaz na transmissão, recepção, transformação e criação do processo educativo.

O EAD tem uma característica própria que pressupõe uma grande ênfase no auto-aprendizado. O aprendiz deve serincentivado a estudar e pesquisar de modo independente e o aprendizado colaborativo, dinamizando a comunicaçãoe a troca de informação entre os alunos, deve ser intensificado de modo a consolidar a aprendizagem através deatividades individuais ou em grupo. Essas atividades em grupos virtuais podem ser feitas em espaços de reuniõeson-line (chats) ou off-line (e-mail), disponíveis no ambiente virtual de aprendizagem.

12.3 - A abordagem téorico-construtivistaPensar, não se reduz, acreditamos, em falar, classificar em categorias, nem mesmo abstrair. Pensar é agir sobre oobjeto e transforma-lo. Piaget

Construtivismo é uma "concepção teórica que parte do princípio de que o desenvolvimento da inteligência édeterminado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio. A idéia central é a de que o homem não nasceinteligente, mas também não é passivo sob a influência do meio. Ao contrário, responde aos estímulos externos,agindo sobre eles para construir e organizar seu próprio conhecimento, de forma cada vez mais elaborada",(LOPES, 1996).

O construtivismo procura demonstrar o papel central do sujeito na produção do saber. Não apresenta umametodologia ou sugestões de técnicas de como ensinar, sua preocupação científica é com a aprendizagem/como oindivíduo aprende. A aprendizagem começa com uma dificuldade/problema e com a necessidade de resolvê-la. Aoperceber essas dificuldades, o próprio sujeito desencadeia um movimento de busca de novas soluções no mundoexterno. Entram em ação uma série de operações mentais visando voltar ao estado de equilíbrio (conhecimento).

Dentro da concepção construtivista é essencial que os alunos desenvolvam a flexibilidade operatória de seusesquemas mentais e não um repertório de respostas aprendidas. Dessa forma, rui toda a Pedagogia da"exercitação" e do cultivo das "faculdades mentais" através de repetições e fixação de soluções.

O aprendiz passa de uma situação de receptor passivo e, numa nova postura de busca participativa e reflexiva,constrói seu conhecimento a partir do contato, da interação com os mais variados objetos e possibilidades de novosconhecimentos. 0 aprendiz, numa proposta de EAD, interage com o assunto focalizado observando, analisando,levantando hipóteses, aplicando estratégias, que poderão confirmar ou não as hipóteses levantadas. Assim, partindodo encadeamento de idéias e das inferências realizadas, maior será a capacidade do aprendiz em comparar,contrastar, verificar e concluir.

Dessa forma a aprendizagem é repensada. O aprendiz deixa de ser aquele a quem se ensina e passa a ser umsujeito que aprende a aprender. No entanto, assumir essa nova proposta requer preparação, estudo e disposiçãopara mudar paradigmas.

12.4 - Circunstância da aprendizagemO aprendiz que optar por se atualizar através de um programa de EAD deverá estar pronto para mudar paradigmas.Mesmo em cursos que oferecem sistema de tutoria ele necessitará de uma nova postura, diferente daquela adotadana maioria dos cursos ministrados em sala de aula tradicional. Estará diante de uma nova possibilidade deaprendizagem, onde será o ator principal, e isso exige o desenvolvimento de atitudes imprescindíveis ao seusucesso, como adquirir hábitos de estudo sistemáticos e eficientes através da utilização de métodos e técnicasadequadas.

É preciso estar consciente da necessidade de se utilizar uma metodologia de trabalho especialmente voltada para oensino individualizado e fundamentada em técnicas de estudo. Essa atitude ajudará a desenvolver estudos com maisracionalidade, sistematização e aproveitamento. Em programas de EAD onde o seu processo de aprendizagemocorre, na maioria das vezes, de maneira solitária esta postura torna-se mais do que recomendável, éimprescindível no seu processo de construção de conhecimento.

De acordo com Matos (1994) estudar é ir à procura da verdade. Trata-se de um processo dinâmico de ësaber,buscar, saber de novo e recomeçar para buscar ainda mais. A meta é chegar a aprender, a ver com os própriosolhos, a expressar-se com as próprias palavras.

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As características comportamentais necessárias ao desenvolvimento do aprendiz são: estar motivado paraaprender; ter constância, perseverança e responsabilidade; ter hábito de planejamento; ter visão de futuro; ser pró -ativo; e ser comprometido e auto-disciplinado.

12.5 - Recursos tecnológicosUma visão parcial sobre a tecnologia nos leva a pensar somente nos seus aspectos tangíveis (instrumentos) etendemos a considerar perigosos aqueles instrumentos que desconhecemos. No entanto, atualmente tem crescido ouso de tecnologia na educação, o que tem permitido a otimização dos recursos disponíveis, possibilitando multiplicaro acesso ao conhecimento. Porém, segundo Litwin (1997), é de suma importância, na hora de pensar em inovações,reconhecer a necessidade de criá-las nos contextos educacionais específicos a fim de que sua implantação sejasignificativa.

"A tecnologia posta à disposição dos estudantes tem por objetivo desenvolver as possibilidades individuais, tantocognitivas como estéticas, através de múltiplas utilizações que o docente pode realizar nos espaços de interaçãogrupal" (Litwin, 1997:10)

A tecnologia da informação como elemento facilitador da aprendizagem, oferece uma amplitude de recursos comexigência de amigabilidade, performance, integridade e segurança.

O ambiente de estudo do aprendiz quer seja no trabalho ou em casa, requer os atributos de disponibilidade demáquina com acesso seguro e contínuo a redes de comunicação, atualização técnica permanente, softwares decomunicação e interação configurados e suporte técnico de manutenção.

A utilização de tais recursos exige do aprendiz noções básicas de informática das ferramentas cognitivas(Struchiner,1999) tais como: hipertexto/mídia; aplicativos em geral ( banco de dados, planilhas, etc...) e simulações;e navegação em ambientes virtuais.

12.6 - Suporte ao alunoNa EAD o professor assume um novo papel, surge a função do tutor, que apoiado em diferentes ferramentaspedagógicas irá propiciar a interação do aprendiz com os diversos objetos de estudo/conhecimento, colocando-ocomo sujeito participativo da sua aprendizagem.

Segundo Struchiner (1999) "o tutor nesta nova modalidade aparece como uma figura desvinculada do modelotradicional e que no modo de pensar sob o âmbito do construtivismo, tenha um novo perfil seria um potencializador,que no processo do E.A.D. atuaria como mediador, utilizando todos os espaços como forma de objetivar aparticipação coletiva, a independência, possibilitando a plena ação dos sujeitos no processo ensino-aprendizagem".

O EAD, utilizando-se dos variados recursos pedagógicos e tecnológicos e de todo o apelo motivador intrínseco àmídia eletrônica, possibilita uma interação dinâmica que pode tornar-se bastante produtiva se corretamentedirecionada. Assim, o tutor deve atuar junto ao aprendiz como facilitador, incentivador dessa constante interaçãocom os diversos objetos de conhecimento, numa atitude de co-autor nesse processo de construção/produção doconhecimento.

12.7 - Interatividade do estudoA interação professor-aprendiz na EAD se faz intermediada por um meio, recurso ou material estrategicamenteelaborado, que estimule a auto-aprendizagem no aprendiz, suprindo a ausência física dos participantes do curso.

A metodologia utilizada deve permitir a comunicação ativa entre todos os participantes do ambiente, fazendo comque toda a informação necessária ao desenvolvimento e aquisição do conhecimento seja acessível a todos. Alémdisso, é indispensável que esse ambiente virtual permita a realização de questionamentos coordenados pelos tutores(professores) que gerem discussões permitindo a comunicação a qualquer hora entre alunos e professores.

Em um ambiente virtual de aprendizagem (AVA), os alunos costumam participar do aprendizado de um modo maisativo pois é decisivo que haja uma atuação pessoal para obter informações dos outros alunos participantes,recuperar material de apoio na rede, estudar um assunto e discuti-lo com os colegas, tirar dúvidas com osprofessores, fazer trabalho em conjunto ou mesmo expor o próprio conhecimento ou obter o dos outros(Barros,1994 e Lander, 1997).

Os métodos de EAD devem buscar reduzir a distância interpessoal promovendo a interação entre professor-aprendiz e aluno-aluno, garantindo a aprendizagem e a transferência de mensagens. A Internet é um espaço detroca e produção coletiva de conhecimento e informação que propicia uma maior interação entre os professores ealunos. Essa interação se dá através de um Site WWW disponível para todos os indivíduos envolvidos no curso.Nesse Site devem estar disponíveis as ferramentas necessárias para o aprendiz se comunicar com os professores ecom os outros alunos; questionar e discutir temas relacionados ao curso; enviar sua produção ao professor; acessarbiblioteca virtual e outras informações importantes ao curso. O e-mail, chats e fóruns de discussões são outrasferramentas importantes que devem estar disponibilizadas afim de promover discussões entre todos os indivíduos docurso.

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A interatividade é uma função absolutamente crítica do processo de aprendizagem em EAD e um fator importante aser considerado, pois trata-se não só da interatividade entre tutor-aluno, aluno e material didático de apoio, alunosentre si ou alunos e instituição de ensino, mas sim da cultura grupal no que se refere às dificuldades individuais decada um.

A interação constante reforça significativamente a aquisição de conhecimentos, na medida que o aprendiz é tambémestimulado pelas interações sociais.

Se desejar escutar um arquivo de Áudio sobre o tema clique neste endereço:

http://www.geocities.com/mathiasgonzalez2005/blog1.mp3

12.8 - Instrumentos para avaliaçãoQuais os melhores instrumentos para se avaliar a interatividade em ambientes virtuais de aprendizagem?

Após uma série de pesquisas em plataformas utilizadas por diferentes instituições de ensino a distância, verifiqueique pelo menos dez critérios devem ser adotados quando se desejar efetuar uma avaliação da interatividade nosambientes de aprendizagem. Tais critérios ajudarão a nortear os objetivos pedagógicos desejados pelos gestores,professores com suas repsercussões positivas para os aprendizes. Esta tabela não esgota as possibilidades umavez que sendo um processo dinâmico, está sempre sujeito a contínuas modificações e aperfeiçoamento.

TABELA PARA AVALIAÇÃO DA INTERATIVIDADE EM AVAs (copyleft)

CRITÉRIOS:Plenamente Satisfatório (A)Satisfatório (B)Insatisfatório (C)

Critério PlenamenteSatisfatório (A)

Satisfatório(B)

Insatisfatório(C)

1. Design e layout amigáveis, permitindo ao usuárioentendimento das funções dos botões de acesso enavegação;

2. Disponibilização de meios síncronos de comunicaçãoentre usuários;

3. Sistema de auto-avaliação com respostasautomatizadas (feed-back instantâneo);

4. Disponibilização de meios assíncronos de comunicaçãoentre usuários;

5. Acessibilidade a indivíduos com necessidades especiais(surdos e cegos);

6. Metodologia dinâmica favorável à interatividade (aluno-máquina-professor-aluno);

7. Prontidão de respostas (da Administração);

8. Prontidão de respostas (dos Professores);

9. Sistema de Tutoria dinâmico e atuante na relação com oaluno;

10. Existência de Chatterbots ou outros FAQs interativos.

TOTAL PARCIAL DOS PONTOS

AVALIAÇÃO TOTAL (a+b+c)

PONTUAÇÃO: 0,6 - 1,0 - (Plenamente satisfatório)PONTUAÇÃO: 0,5 - (Satisfatório)PONTUAÇÃO: 0,4 - 0,0 - (Não satisfatório)

Baixe esta tabela acima neste endereço:

http://pt.wikinourau.org/pub/EaD/AvaliacaoDaInteratividade/avalia_interatividade.doc

12.9 - O processo de avaliaçãoAinda que o texto aqui se refira apenas a uma visão sobre avaliação da interatividade em EaD, convém abordarmoso tema levando em conta o processo da avaliação na educação a distância. Sabemos que a apropriação doconhecimento tecnológico, onde a informática e as redes de comunicação assumem novos papéis no processo detransformação social é fundamental na sociedade moderna. Acredita-se que este conhecimento deva ser uminstrumento de apropriação e construção de novos conhecimentos. A rede mundial de computadores pode apoiar

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formas inovadoras de aprender, ensinar e avaliar, sendo vista como uma aliada no processo de reestruturação doambiente de ensino e aprendizagem.

Para se entender o processo de avaliação, especificamente a avaliação na modalidade de ensino a distância,torna-se necessário compreender como a educação utiliza-se da avaliação, dentro de enfoques distintos, tal comoresumido abaixo levando-se em conta o ENFOQUE e o MÉTODO DE AVALIAÇÃO:

Tradicional

Utilização de verificações de curto prazo e prazo mais longo; punição (reprovação, notas baixas) e reforço positivo(aprovação, bons conceitos).

Tecnicista

Avaliação de comportamentos observáveis e mensuráveis; controle de comportamento face a objetivospré-estabelecidos.

Libertadora

Verificação direta da aprendizagem é desnecessária; avaliação da prática vivenciada entre educador/educando;auto-avaliação em termos de compromisso assumido com a prática social.

Progressista

A avaliação é realizada a qualquer momento, pois sua preocupação é diagnosticar falhas; observação dodesempenho; valorização de outros instrumentos que não a "prova".

13 - Avaliação de softwares educativosFrancisco Maciel Lima Alves

O presente capítulo pretende: Discutir os critérios para uma avaliação de um software para uso educacional,segundo uma concepção construtivista de aprendizagem e refletir sobre a classificação dos mesmos quanto ao tipoe nível de aprendizagem e apresentar uma sugestão para registro desta avaliação.

13.1 - IntroduçãoPara iniciar uma discussão sobre os critérios para uma avaliação de softwares educativos torna-se necessária umareflexão sobre o papel do computador nas escolas, a influência do mesmo no processo de aprendizagem dos alunose uma contextualização do conceito de avaliação do ponto de vista construtivista. É indiscutível o poder defascinação das máquinas sobre alunos e professores. Mas, sob o êxtase da utilização dessa poderosa ferramenta,os professores devem estar atentos no intuito de garantir que o computador seja usado de uma forma responsável ecom potencialidades pedagógicas verdadeiras, não sendo utilizado apenas como máquinas com programasdivertidos e agradáveis.

O uso do computador na educação tem como objetivo promover a aprendizagem dos alunos e ajudar na construçãodo processo de conceituação e no desenvolvimento de habilidades importantes para que ele participe da sociedadedo conhecimento e não simplesmente facilitar o seu processo de aprendizagem. Para Valente, o principal objetivo daescola é criar ambientes de aprendizagens que ensejam a existência de um ambiente rico, desafiador e estimulador,no qual qualquer indivíduo será capaz de aprender algo sobre alguma coisa.

Apesar do termo avaliar possuir inúmeros significados, na expressão "avaliação de softwares educativos", avaliarsignifica analisar como um software pode ter um uso educacional, como ele pode ajudar o aprendiz a construir seuconhecimento e a modificar sua compreensão de mundo elevando sua capacidade de participar da realidade queestá vivendo. Nesta perspectiva, uma avaliação bem criteriosa pode contribuir para apontar para que tipo deproposta pedagógica o software em questão poderá ser melhor aproveitado.

Tomando por base essas considerações, a seguir serão tecidos alguns comentários sobre aspectos importantes ,que podem contribuir para uma análise criteriosa de softwares educativos.

13.2 - Base Pedagógica de um Software EducativoA primeira tarefa do professor que se propõe a analisar um software educativo é identificar a concepção teórica deaprendizagem que o orienta, pois um software para ser educativo deve ser pensado segundo uma teoria sobrecomo o sujeito aprende, como ele se apropria e constrói seu conhecimento. Numa perspectiva construtivista, aaprendizagem ocorre quando a informação é processada pelos esquemas mentais e agregadas a esses esquemas.Assim, o conhecimento construído vai sendo incorporado aos esquemas mentais que são colocados para funcionardiante de situações desafiadoras e problematizadoras.

Essa construção tem a base biológica, mas vai se dando à medida em que ocorre a interação, troca recíprocas deação com o objeto do conhecimento, onde a ação intelectual sobre esse objeto refere-se a retirar dele qualidadesque a ação e a coordenação das ações do sujeito colocaram neles. O conhecimento lógico - matemático provém daabstração sobre a própria ação.

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Baseado na teoria do ensaio e erro, um software educativo que se propõe a ser construtivista deve propiciar àcriança a chance de aprender com seus próprios erros. O simples fato de um software possuir sons e animaçõesnão são indicativos para que o mesmo seja classificado como construtivista.

Do ponto de vista do Behaviorismo ( comportamentalismo), aprender significa exibir comportamento apropriado; oobjetivo da educação nessa perspectiva é treinar os estudantes a exibirem um determinado comportamento, porisso usam o reforço positivo para o comportamento desejado e o negativo para o indesejado. A instruçãoprogramada é uma ferramenta de trabalho nessa linha de ação e aplica os princípios de Skiner para odesenvolvimento do comportamento humano.

Outro ponto a ser considerado na avaliação de um software para uso educacional está no fato de verificar se elebusca ser autônomo, descartando, desconsiderando a figura do professor como "agente de aprendizagem" ou seele permite a interação do aluno com esse agente, com outro aluno ou mesmo com um grupo de alunos.

Se o software tem a pretensão de ser autônomo, tem como fundamento o ensino programático, onde asinformações padronizadas, por si só, promovem o ensino de qualquer conteúdo, independente das condiçõesespecíficas da realidade educacional de uma escola. Além do mais, qualquer software que se propõe a sereducativo tem que permitir a intervenção do professor, como agente de aprendizagem, como desencadeador econstrutor de uma prática específica e qualificada que objetiva a promoção do aprendiz. O "feedback' dado ao"erro" do aluno é um ponto fundamental na análise do software educativo. Se o mesmo não dá um feedbackimediato e subjetivo, podemos classificá-lo como "comportamentalista", onde só há estímulo e resposta e estaresposta não permite a continuidade do processo.

13.3 - ClassificaçãoOs diversos tipos de softwares usados na educação podem ser classificados em algumas categorias, de acordocom seus objetivos pedagógicos: tutoriais, programação, aplicativos, exercícios e práticas, multimídia e Internet,simulação e modelagem e jogos.

13.3.1 - Tutoriais

Caracterizam-se por transmitir informações pedagogicamente organizadas, como se fossem um livro animado, umvídeo interativo ou um professor eletrônico. A informação é apresentada ao aprendiz seguindo uma seqüência, e oaprendiz pode escolher a informação que desejar.

A informação que está disponível para o aluno é definida e organizada previamente, assim o computador assume opapel de uma máquina de ensinar. A interação entre o aprendiz e o computador consiste na leitura da tela ou escutada informação fornecida, avanço pelo material, apertando a tecla ENTER ou usando o mouse para escolher ainformação.

"Esse programa só permite ao "agente de aprendizagem" verificar o produto final e não os processos utilizados paraalcançá-lo. A sua limitação se encontra justamente em não possibilitar a verificação se a informação processadapassou a ser conhecimento agregado aos esquemas mentais", afirma Valente.

13.3.2 - Exercícios e Práticas

Enfatizam a apresentação das lições ou exercícios, a ação do aprendiz se restringe a virar a página de um livroeletrônico ou realizar exercícios, cujo resultado pode ser avaliado pelo próprio computador. As atividades exigemapenas o fazer, o memorizar informação, não importando a compreensão do que se está fazendo.

13.3.3 - Programação

Esses softwares permitem que pessoas, professores ou alunos, criem seus próprios protótipos de programas, semque tenham que possuir conhecimentos avançados de programação.

Ao programar o computador utilizando conceitos, estratégias, este pode ser visto como uma ferramenta pararesolver problemas. A realização de um programa exige que o aprendiz processe a informação, transformando-a emconhecimento. As características disponíveis no processo de programação ajudam o aprendiz a encontrar seuserros, e ao professor compreender o processo pelo qual o aprendiz construiu conceitos e estratégias envolvidas noprograma.

13.3.4 - Aplicativos

São programas voltados para aplicações específicas, como processadores de texto, planilhas eletrônicas, egerenciadores de banco de dados. Embora não tenham sido desenvolvidos para uso educacional, permiteminteressantes usos em diferentes ramo do conhecimento.

Quando o aprendiz está digitando um texto no processador de texto, a interação com o computador é mediada peloidioma materno e pelos comandos de formatação. Apesar de simples de serem usados e de facilitar a expressão dopensamento, o processador de texto não pode executar o conteúdo do mesmo e apresentar um feedback doconteúdo e do seu significado para o aprendiz. A única possibilidade, em se tratando de reflexão, é comparar asidéias originais do formato com o resultado apresentado, não dando margem para a reflexão e depuração do

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conteúdo. Nesse sentido, o processador de textos não dispõe de características que auxiliam o processo deconstrução do conhecimento e a compreensão das idéias.

13.3.5 - Multimídia e Internet

Em relação à multimídia, chamamos a atenção para a diferenciação entre o uso de uma multimídia já pronta e o usode sistemas de autoria para o aprendiz desenvolver sua multimídia. Na primeira situação, o uso de multimídia ésemelhante ao tutorial, apesar de oferecer muitas possibilidades de combinações com textos, imagens, sons, aação do aprendiz se resume em escolher opções oferecidas pelo software. Após a escolha, o computadorapresenta a informação disponível e o aprendiz pode refletir sobre a mesma. Às vezes o software pode oferecertambém ao aprendiz, oportunidade de selecionar outras opções e navegar entre elas.

Na segunda situação, o aprendiz seleciona as informações em diferentes fontes e programas construindo assim umsistema de multimídia. Dessa forma é possibilitado ao aprendiz refletir sobre os resultados obtidos, compará-lascom suas idéias iniciais e depurar em termos de qualidade, profundidade e significado da informação apresentada.

13.3.6 - Simulação e Modelagem

Constituem o ponto forte do computador na escola, pois possibilitam a vivência de situações difíceis ou atéperigosas de serem reproduzidas em aula, permitem desde a realização de experiências químicas ou de balística,dissecação de cadáveres, até a criação de planetas e viagens na história. Para que um fenômeno possa sersimulado no computador, basta que um modelo desse fenômeno seja implementado no computador. Assim, aescolha do fenômeno a ser desenvolvido é feito a priori e fornecido ao aprendiz.

A simulação pode ser fechada ou aberta, fechada quando o fenômeno é previamente implementado no computador,não exigindo que o aprendiz desenvolva suas hipóteses, teste-as, análise os resultados e refine seus conceitos.Nessa perspectiva a simulação se aproxima muito do tutorial. A simulação pode ser aberta quando fornece algumassituações previamente definidas e encoraja o aprendiz a elaborar suas hipóteses que deverão ser validadas porintermédio do processo de simulação no computador. Neste caso, o computador permite a elaboração do nível decompreensão por meio do ciclo descrição - execução - reflexão - depuração - descrição, onde o aprendiz define edescreve o fenômeno em estudo.

Na modelagem, o modelo do fenômeno é criado pelo aprendiz que utiliza recursos de um sistema computacionalpara implementar esse modelo no computador, utilizando-o como se fosse uma simulação. Esse tipo de softwareexige um certo grau de envolvimento na definição e representação computacional do fenômeno e, portanto, cria umasituação bastante semelhante à atividade de programação e possibilita a realização do ciclo descrição - execução -reflexão - depuração - descrição. Na programação o aprendiz pode implementar o fenômeno que desejar,dependendo somente da linguagem de programação que for utilizada. Na modelagem, a descrição é limitada pelosistema fornecido e pode-se restringir a uma série de fenômenos de um mesmo tipo. Na simulação aberta, ofenômeno pode estar definido e o aprendiz deverá implementar as leis e definir os parâmetros envolvidos. Nasimulação fechada, a descrição se limita a definição dos valores de alguns parâmetros do fenômeno.

13.3.7 - Jogos

Geralmente são desenvolvidos com a finalidade de desafiar e motivar o aprendiz, envolvendo-o em uma competiçãocom a máquina e os colegas. Os jogos permitem interessantes usos educacionais, principalmente se integrados aoutras atividades. Vale lembrar que os jogos têm a função de envolver o aprendiz em uma competição e essacompetição pode dificultar o processo da aprendizagem uma vez que, enquanto estiver jogando, o interesse doaprendiz está voltado para ganhar o jogo e não em refletir sobre os processos e estratégias envolvidos no mesmo.Sem essa consciência é difícil uma transformação dos esquemas de ação em operação.

13.4 - Outros critérios de classificaçãoAlém da classificação geral, os softwares educacionais pode se classificar em:

13.4.1 - Classificação por níveis de Aprendizagem

Seqüencial: a preocupação é só transferir a informação; o objetivo do ensino é apresentar o conteúdo para oaprendiz e ele por sua vez deverá memorizá-la e repeti-la quando for solicitado. Esse nível de aprendizado leva a umaprendiz passivo.

Relacional: objetiva a aquisição de determinadas habilidades, permitindo que o aprendiz faça relações com outrosfatos ou outras fontes de informação. A ênfase é dada ao aprendiz e a aprendizagem se processa somente com ainteração do aprendiz com a tecnologia. Esse nível de aprendizagem leva a um aprendiz isolado.

Criativo: associado à criação de novos esquemas mentais, possibilita a interação entre pessoas e tecnologiascompartilhando objetivos comuns. Esse nível de aprendizado leva a um aprendiz participativo.

13.4.2 - Classificação de acordo com a função

A concepção de um dado produto de software destina-se, em princípio, a uma dada função e é esta que importa

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apurar, quando o pretendemos classificar. Neste sentido, inicialmente foi apresentado uma classificação muitosimples, dividindo o software em três grandes grupos de acordo com a sua função:

Tutor: Este software é concebido para funcionar como "professor substituto". O computador apresenta certamaterial de uma dada disciplina, o aluno responde, o computador classifica a resposta e segundo os resultados daavaliação, determina dos passos seguintes. Trata-se de um tipo de produtos baseados em exercícios depergunta/estímulo-resposta.

Ferramenta de Trabalho: Este software é concebido para desempenhar um conjunto de tarefas específicas, comoa elaboração de gráficos, pesquisa de bases de dados, etc.

Tutelados: Este tipo de software é concebido de modo que o aluno ponha à prova a capacidade dos computadorespara resolver certos problemas ou concretizar certas idéias.

13.4.3 - Classificação segundo os Fundamentos Educativos

Paradigma Instrucional: Este software assenta no pressuposto que o ensino é uma simples transmissão deconteúdos, utilizando para tal um conjunto de metodologias e técnicas mais ou menos eficazes. O centro da atençãoé o programa. O aluno é visto como um mero receptor de mensagens. A instrução apresenta-se como umaseqüência de operações previamente definidas das mais simples para as mais complexas.

Paradigma da Descoberta: Este software assenta no pressuposto que a aprendizagem é sobretudo umadescoberta, devendo por isso ser facultado aos alunos meios para desenvolverem a sua intuição em relação aocampo de estudo. O centro da atenção são os alunos. O software procura criar ambientes de exploração e dedescobrimento, sendo muito freqüentes as simulações de ambientes reais. Os alunos avançam na aprendizagemintroduzindo dados para descobrirem as reações ou os efeitos que os mesmos provocam.

Paradigma das Hipóteses Construtivas: Este software assenta no pressuposto que o saber é essencialmenteuma construção, O centro da atenção são os alunos na sua interação com o meio. O software procura criar umaespécie de micro-mundos informáticos que possibilitem que os alunos manipularem idéias, conceitos ou modelos nacompreensão da realidade. Os alunos avançam na aprendizagem construindo saberes.

Paradigma Utilitarista: Não se trata de um novo tipo de software, mas sim de uma maneira de encarar qualquer autilização dos computadores em geral, e os programas informáticos em particular. Estes são vistos como merasferramentas, cuja grande utilidade consiste na libertação dos alunos de tarefas penosas e repetitivas. Esta atitudeanda em geral associada a uma concepção utilitarista da educação, na qual esta é reduzida a uma mera respostamais ou menos eficaz a necessidades específicas do cotidiano.

13.5 - Avaliação de um softwareAlém da base pedagógica, um software deverá também ser analisado do ponto de vista técnico, uma vez que estesaspectos orientam para uma adequada utilização. Do ponto de vista técnico, deverão ser observados os seguintesaspectos: mídias empregadas, qualidade de telas, interface disponíveis, clareza de instruções, compartilhamentoem rede local e Internet, compatibilização com outros softwares, hardware e funcionalidade em rede ( importação eexportação de objetos), apresentação auto-executável, recursos hipertexto e hiperlink, disponibilidade de help-desk,manual técnico com linguagem apropriada ao professor - usuário, facilidade de instalação, desinstalação emanuseio, etc.

Podemos pensar, agora, em critérios de avaliação da qualidade de um software educacional. Quando professoresvão adquirir um software ou vão trabalhar em uma equipe de desenvolvimento, o que devem olhar? O que devemanalisar e privilegiar? Abaixo estão listados alguns aspectos que devem ser considerados e que foram retirados depesquisa realizada com professores do Estado do Rio de Janeiro:

Possibilidade de correção de conteúdo (Alterabilidade)Facilidade de leitura da tela (Amenidade ao uso)Clareza dos comandos (Amenidade ao uso)Independência da linguagem (independência do ambiente)Adaptabilidade ao nível do usuário (Eficiência do processamento)Adequação do programa ao nível do usuário (Validabilidade)Facilidade de leitura do programa (Clareza)Ausência de erros no processamento do programa (Correção)Adequação do programa às necessidades curriculares (Rentabilidade)Independência de hardware (Independência do ambiente)Existência de recursos motivacionais (Amenidade de uso)Previsão de atualizações (Validabilidade)Ausência de erros de conteúdo (Validabilidade)Possibilidade de inclusão de novos elementos (Alterabilidade)Resistência do programa a respostas inadequadas (Robustez)Adequação do vocabulário (Amenidade ao uso)Fornecimento de feedback (Amenidade ao uso)Apresentação dos escores aos alunos (Validabilidade)Uso do tempo do equipamento (Rentabilidade)

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Integração do programa com outros recursos (Rentabilidade)Capacidade de armazenamento das respostas (Eficiência do processamento)Existência de tratamento de erro (Amenidade ao uso)Controle da seqüência do programa (Amenidade ao uso)Diagramação das telas (Amenidade ao uso)Tempo de resposta (Eficiência do processamento)Existência de ramificações para enfoques alternativos (Amenidade ao uso)Existência de mensagem de erro (Amenidade ao uso)Acesso a helps (Amenidade ao uso)Existência de manual do usuário (Amenidade ao uso)Uso de ilustrações (Amenidade ao uso)Uso de cor (Amenidade ao uso)Tempo de exposição de telas (Amenidade ao uso)Uso de animação (Amenidade ao uso)Existência de geração randômica de atividades (Amenidade ao uso)Uso de recursos sonoros (Amenidade ao uso)

13.6 - Papel do Professor na avaliação dos SoftwaresÉ conveniente que o professor possa refletir e decidir sobre a qualidade técnica-estética e curricular, a suaadequação às características dos alunos, bem como às concepções teóricas que lhe dão suporte e, não somentede softwares, mas de quaisquer outros materiais que lhe são apresentados.

É claro que parta tal é necessário que o professor receba em sua formação inicial, uma capacitação adequada,tanto para a utilização destes recursos, como para sua avaliação.

14 - Avaliação de sistemas de EaD

14.1 - Direcionando nosso olharFalar em Avaliação já é tema difícil. Avaliação em Educação a Distância então, trata-se de tema da maiorcomplexidade. Tal complexidade está relacionada à necessidade de se estabelecer rupturas ao modelo tradicionalde educação e à conseqüente necessidade de criar formas de avaliação, em sintonia com a dinâmica de nossotempo.

Para Neder a avaliação como prática educativa, deve ser compreendida sempre como uma atividade política, cujaprincipal função é a de propiciar subsídios para tomadas de decisões quanto ao direcionamento das ações emdeterminado contexto educacional. (Neder,2006).

Destaco do trecho acima, algumas palavras chave na colocação da autora: prática educacional, atividade política,subsídios para a tomada de decisões e contexto educativo. Como prática educacional, a avaliação não se resumeunicamente à mecânica da atribuição do conceito ou nota, definindo avanços ou não do aluno. Deve sim fornecer aodocente, informações sobre o esforço, realizado pelo aluno, em seu desenvolvimento como sujeito de seu processode ensino e aprendizagem (Demo,1998).

No que se refere à atividade política, é importante esclarecer que não há avaliação sem uma emissão de juízo devalor, mesmo porque na percepção da realidade a ser avaliada, cada um de nós acentua mais a subjetividade ou aobjetividade. Nesse contexto, afirma Dias Sobrinho que a avaliação envolve concepções políticas, visões de mundo eportanto valores.

Por serem múltiplos os públicos a que podem destinar-se as avaliações, essas podem ser definidas a partir dediferentes ângulos e dessa forma lhes são atribuídos diferentes fins, funções ou propósitos. Podem ser vistas naperspectiva de sua função ou finalidade e, então são classificadas ora como formativas, centradas no processo,tendo em vista a melhoria da qualidade, ora como somativas, finalísticas, quase sempre levando à classificação deindivíduos, grupos ou instituições.

Podem ter uma intencionalidade educativa ou ser um instrumento de controle e modelação exercido pelo poderpolítico e pelas organizações coercitivas. Podem se pretender técnicas, neutras e objetivas, mas no fundo jamaisdeixam de ser também subjetivas, mergulhadas em valores e comprometidas com posições políticas. (Dias Sobrinho,2000:90.).

A avaliação é portanto multidimensional, isto é, apresenta inúmeras formas e conteúdos, como também umapluralidade de funções e finalidades. Pode-se citar ainda como exemplo a avaliação utilizada como forma de controleque tem por objetivo verificar correspondências entre o realizado e o planejado, entre resultados alcançados eregras estabelecidas, sejam elas, educacionais ou não. Já a avaliação como processo de formação edesenvolvimento humano tem foco na construção de sentidos, favorecendo não só o objetivo mas também osubjetivo, a diversidade, as contradições e o qualitativo.

Nesse sentido a avaliação tem importante papel, seja ele institucional como também no processo de ensinoaprendizagem enquanto como elemento integrador e de cooperação, produzindo questionamentos, reflexões éticas,construindo sentidos e oferecendo subsidios para a tomada de decisão, tão importante nos processos de gestão da

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aprendizagem e das ações acadêmico-administrativas.

No contexto educativo, a avaliação educacional, como elemento relevante de um projeto político pedagógico, deveestar fundamentada na autonomia e na cooperação dos atores envolvidos, enquanto princípios básicos da educaçãoproposta. A escolha dos instrumentos de avaliação da aprendizagem deve ser baseada na concepção pedagógicadefinida no desenho pedagógico do curso. Ou seja à concepção de currículo, metodologia do ensino, à organizaçãopedagógica, matriz curricular e seu conteúdo. Dessa forma a teoria da aprendizagem adotada poderá conduzir auma avaliação mais tradicional e conservadora, ou a uma proposta inovadora, mais flexível e colaborativa.

14.2 - A importância da Avaliação no contexto educacionalTais critérios citados buscam nortear os sistemas que compõem o projeto de Ead, em uma proposta integrativa e dequalidade, criando um contexto educativo propiciador ou adequado ao que Peters considera Didática do ensino àdistância.

Falando em Qualidade, palavra de origem latina: “qualitas”, que significa essência, ou parte mais importante esignificativa, poderia dizer que a dimensão dialógica, a aprendizagem autônoma e as ações colaborativas, formamum tripé essencial, sendo que seu grau maior ou menor imprime um referencial de qualidade relevante aodesenvolvimento de um projeto de Ead.

Afirma Peters que passa a haver uma melhoria da qualidade em diferentes modelos de Ead quando se integraprocessos citando por exemplo à acessibilidade e encontros presenciais, como aconteceu na Austrália. Para eles, aparticipação indireta em atividades didáticas do estudo com presença pessoal é modelo decisivo. ( PETERS,2003)

Isto posto, é importante considerar os sistemas que compõem um projeto em Ead, lembrando que os três critériosdeverão permear cada sistema e seus respectivos subsistemas integrando-os e dando-lhes a qualidade necessáriapara o desenvolvimento de sujeitos pedagógicos ativos.

Na Ead, como a interatividade e a aprendizagem autônoma individual e colaborativa, são processos fundamentais deconstrução do conhecimento, faz-se necessário acompanhar de perto, de forma cuidadosa , todas as atividadesdesenvolvidas, seja com abordagem quantitativa quanto qualitativa.

Dessa forma, todos os sistemas, que integrados, compõem a proposta pedagógica de um projeto em Ead, devemestar organizados com o mesmo cuidado e olhar, de tal forma a proporcionar cenário e ambiente de aprendizagemadequados para o desenvolvimento e evolução e expansão de todos os atores envolvidos no processo. Assim , ossistemas devem oferecer o desenvolvimento de um ambiente aberto, colaborativo, organizado, dialógico,favorecendo a linguagem cuidadosa e afetiva, e que seja ao mesmo tempo crítica e construtiva.

Nesse sentido, construir tais sistemas, como também avaliá-los revela-se tarefa complexa, necessária, sensível erelevante. Muitas vezes não possuímos o instrumental e metodologias para executar os processos avaliativos deforma assertiva e empática. Muitos têm a dificuldade de articular ações de auto-avaliação, avaliação individual eavaliação coletiva. Porém todos concordam que é preciso acompanhar o processo como um todo e fazerintervenções sempre que necessário.

Avaliação portanto, é componente de um processo e não um momento isolado de atividade. Deve ser planejadadesde a concepção do projeto do curso ou programa e refletir-se na elaboração do material didático, noatendimento aos alunos pelo sistema tutorial, no desempenho da equipe de gestão, nos serviços que a instituiçãooferece.

Avaliar, portanto, inclui diferentes olhares sobre processos, construindo coletivamente uma teia de sentidos.

14.3 - Os principais indicadores de um projeto em EadO Ministério da Educação – MEC, por meio da Secretaria do Ensino Superior SESu, com o objetivo de orientar eregulamentar as instituições de ensino na oferta de programas de Ead, tornou público os referencias de qualidadepara a área, sendo que tais referenciais servem também de padrão de avaliação in loco dos cursos ofertados, que érealizada pela comissão de avaliadores do MEC/INEP, órgão oficial responsável pelas avaliações das condições deensino dos cursos superiores de graduação - ACE. São eles:

compromisso dos gestores;1.desenho do projeto;2.equipe profissional multidisciplinar;3.comunicação/interação entre os agentes;4.recursos educacionais;5.infra-estrutura de apoio;6.avaliação contínua e abrangente;7.convênios e parcerias;8.transparência nas informações;9.sustentabilidade financeira.10.

Pode-se portanto perceber a complexidade dos projetos pedagógicos dos cursos a serem ofertados na modalidadea distância, uma vez que sua implantação exige a integração entre os diferentes setores e áreas da instituição paraque sejam evitados o isolamento acadêmico e administrativo.

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Os instrumentos de avaliação dos Sistemas em Ead, devem facilitar o registro, analise e sistematização dosinúmeros aspectos a serem observados em aprendizagem na modalidade a distância.

A visão crítica sobre o processo e suas ferramentas, podem proporcionar a necessidade e o desenvolvimento denovas dinâmicas de interação, colaboração e ainda para a produção textual.

Para se obter tais resultados podem ser utilizadas técnicas de avaliação quantitativas ou qualitativas tais comoquestionários, pesquisa de opinião, entrevistas estruturadas, discussões abertas, tabelas automáticas no próprioambiente virtual, diários dos alunos, observações de todos os atores do processo, principalmente dos mediadores.

14.4 - Os sistemas em EadQuando se fala em EAD, não se deve perder de vista conceitos importantes como a ergonomia cognitiva, já que asTIC são fundamentais para o processo de mediação pedagógica ocorrer de forma efetiva, qualitativamente falando.

Faz-se importante apresentar agora os diferentes sistemas de Ead, para que se possa perceber a complexidadedas variáveis envolvidas. Para tanto adoto o esquema apresentado por Sartori e Roesler, ( 2005) que apresento aseguir, com o objetivo de tornar didático o tema, para que melhor possa ser relacionado à pratica.

Sistema pedagógico : a Gestão da aprendizagemDesenho PedagógicoMaterial didáticoSistema TutoriaSecretaria Acadêmica

1.

Sistema Administrativo: a Gestão financeira e de pessoasAnálise, Planejamento, controle dos custos fixos e variáveisPolíticas de contratação, remuneração e capacitação pessoalSetorização das atividades e atribuição de responsabilidadesInfra-estrutura física e tecnológica

2.

Sistema de Gestão do ConhecimentoSistema de gestão da Informaçãopolíticas de formação da equipeelaboração de relatórios oficiaisPesquisasPublicaçõesAvaliação

3.

Na gestão da aprendizagem a principal ação avaliativa a ser desenvolvida refere-se à avaliação do processo deensino e aprendizagem.

Já no sistema administrativo a principal ação de avaliação é a avaliação do projeto de Ead e finalmente na gestãodo conhecimento a principal ação avaliativa é a avaliação do programa, por meio da elaboração de relatórios oficiaise acadêmicos e a socialização do conhecimento.

De forma geral, pode-se perceber que o foco principal de diversos autores como Peters, Neder, Otsuka, Rocha é aqualidade do desenho pedagógico do projeto de Ead, tendo em vista que a aprendizagem autônoma e colaborativa,está baseada na interatividade entre os diferentes atores do processo educativo . Nesse contexto, os já citadosautores realçam em suas colocações, as concepções pedagógicas que estimulam o desenvolvimento de projetopedagógico inovador, que permita a construção do conhecimento de forma autônoma e colaborativa e segundoMercado, que permitam o desenvolvimento de espaços diversificados para a construção do conhecimento, à medidaque, ao revolucionar processos e metodologias de aprendizagem, permitem à escola um novo dialogo com osindividuos e com o mundo.(MERCADO 2005).

Ainda nessa direção gostaria de me referir ao conceito de Distancia Transacional, considerado por Peters como:

Contribuição significativa para a didatica da Ead, no momento em que e considerada não como grandeza fixa mascomo variável, que resulta do conjunto de dialogo, estruturação dos programas de ensino a serem apresentados eda autonomia dos estudantes, diferente, em cada caso, ela explica de modo convincente a enorme flexibilidadedessa forma do ensino acadêmico. (PETERS, 2003:66)

Assim, é importante considerar a proximidade virtual, qualidade da distância transacional, no sentido de que na Eadtal conceito ao ser praticado não apenas otimiza o dialogo, mas sim também a estrutura, uma vez que reduz ointervalo entro os aos de ensinar e estudar. (SABA apud PETERS, 2003: p67).

14.5 - ConclusãoHá diferentes modelos de projetos em Ead, mas há uma convergência de opiniões, no que se refere aos elementosprincipais que o compõem e que lhes dão qualidade . Da mesma forma, são inúmeros os objetivos institucionais quepermeiam as ofertas de programa e de cursos, porém a Universidade do futuro citada por Peters contempla oincremento da utilização das tecnologias de Informação e Comunicação no ensino, transformando estruturalmente ossistemas de ensino e aprendizagem tradicionais, promovendo mudanças, flexibilizando as estruturas curriculares,abrindo espaços para a aprendizagem autônoma e colaborativa, caracterizando-se como escola superior flexível e

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variável por excelência. (PETERS,2005:382)

Como resultado de todo esse avanço em ágil movimento, pode-se desenvolver um modelo específico de gestão desistemas em Ead em que a soma dos saberes individuais e coletivos dá origem a uma gestão denominadacolegiada, uma vez que todos os sistemas em funcionamento são interdependentes, interrelacionados, além deintegrados.

Nessa direção é importante ressaltar o papel do líder em uma organização do conhecimento, no caso de umaUniversidade que busca aprender com seus processos, a chamada “organização aprendente” baseada nosensinamentos de Senge (2005), que apresenta cinco elementos ou disciplinas fundamentais na aprendizagemorganizacional: o domínio pessoal, a visão compartilhada, os modelos mentais, a aprendizagem em equipe e opensamento sistêmico.

Concluindo, a gestão de sistemas complexos envolve a necessidade de modelos inovadores, igualmente complexose criativos, que permitam a vazão da potencialidade e dos saberes humanos. Por meio de um conjuntointerdisciplinar de abordagens, que proporcione o cruzamento e a multiplicação dos diferentes níveis deconhecimento, é que será possível interpretar a realidade em questão, assim como construí-la e reconstruí-la emsua integralidade. DESAFIADOR NÃO!

14.6 - Referências:Dias Sobrinho. J. Avaliação da Educação Superior . São Paulo: Vozes,2000.________ Avaliação: Politicas Educacionais e Reforma da Educação Superior . São Paulo: Cortez.2003Assis, E. Avaliação em Ead: Reflexões . Blog educativo,acessado em outubro 2006http://elisamestradoead.blogspot.comMercado, L.P.P. Recursos Avaliativos em Aulas virtuais . Acessado em novembro 2006http://aprender.unb.br.Neder, M.L.C *Avaliação da Educação a Distância: Significações para definição de percursos. Acessado emoutubro 2006 http://aprender.unb.br.Peters, O Didatica do Ensino a Distancia Rio Grande do Sul: Unisul, 2003Sartori, A; Roesler, J. Educação Superior a Distância . Rio Grande do Sul :Unisul, 2005http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/ReferenciaisQualidadeEAD.pdfhttp://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/formverifinloco-ead.pdf consultados em setembro 2006.

15 - Avaliação de recursos audiovisuais para EaDViviane Viana

15.1 - IntroduçãoAvaliar a utilização de recursos audiovisuais na Educação a Distância (EaD) implica na análise de diversoselementos que não apenas a qualidade técnica e estética do vídeo. É fundamental, portanto, que as ações parautilização do audiovisual sejam fundamentadas e planejadas, de modo que o recurso esteja em consonância com aproposta e os objetivos do curso.

Assim sendo, alguns itens devem ser, necessariamente, verificados ao se tratar da avaliação de audiovisual na EaD,como:

O recurso audiovisual é condizente com a política do curso?a.O recuso audiovisual é um instrumento que potencializa a ação pretendida no curso?b.O conteúdo é simplesmente transcrito para a mídia televisão ou é tratado de forma a tirar proveito dalinguagem audiovisual?

c.

O conteúdo está bem distribuído ao longo do programa ou série? Ou há muito conteúdo em pouco tempo deprograma, levando à dispersão dos alunos?

d.

O vídeo dialoga, eficientemente, com o público-alvo do material? A linguagem e o formato são condizentescom as características desse público?

e.

O programa funciona como motivador de debates e pesquisas mais aprofundadas?f.O programa é importante ferramenta/recurso pedagógico, sem o qual o curso ficaria empobrecido ou édispensável?

g.

O audiovisual mostra situações e experiências que perderiam sua riqueza pedagógica se apenas contadasem texto?

h.

As imagens reforçam estereótipos? Ou são instigantes e sedutoras?i.* A finalidade do audiovisual é clara?j.

15.2 - Por que usar o audiovisual?A linguagem audiovisual esteve, durante muitos anos, excluída da atividade pedagógica. Ela era considerada menosrecomendada diante, por exemplo, da linguagem verbal, o foco do ato de ensinar.

No entanto, na chamada sociedade midiática, é imperativo que os educadores se apropriem da linguagemaudiovisual e compreendam seus mecanismos e dinâmicas, de modo a aproveitar seu potencial no fazer

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pedagógico.

Otto Peters , no livro Didática do Ensino a Distância , observa que a possibilidade de aprender também com oauxílio de imagens animadas é importante porque as pessoas, de uma forma em geral, estão acostumadas desde ainfância/juventude a assimilarem as informações pela televisão e que, por essa razão, já desenvolveram o hábitovisual.

A televisão formou e ainda hoje forma o comportamento social e a visão de mundo de muitos indivíduos. A relaçãode cada meio é, portanto, diferente com seu público. Enquanto a televisão é sobreposição de imagens, rapidez nafala, instantaneidade, por exemplo, o texto escrito requer reflexão, quietude, atenção focada.

Ou seja, cada recurso tem a sua natureza e deve ser aplicado em situações que requeiram suas especificidades.Por isso, Peters aponta a complexa missão do especialista em EaD que muitas vezes deve integrar, de formaeficaz, três ou mais meios de transmissão de informações, dos quais cada um desencadeia um comportamentodiferente em relação ao estudo.

No entanto, ele adverte os profissionais a respeito do pensamento equivocado de acreditar, por exemplo, que ummeio é sempre mais eficaz, independentemente de suas potencialidades e limitações. Ou seja, é preciso entenderque às vezes um texto escrito funciona melhor que o vídeo e vice-versa. “A combinação e integração de formas deapresentação tão diferentes serão, sem dúvida, uma tarefa central no desenvolvimento da aprendizagem emambientes de estudo digital”, afirma ele.

Portanto, caros leitores, a utilização ou não do recurso audiovisual depende, essencialmente, da informação que sepretende passar e do público-alvo, sem perder de vista, é claro, a natureza e os objetivos do projeto político-pedagógico que norteiam o respectivo curso a distância.

15.3 - Audiovisual e público-alvoAo avaliar o recurso audiovisual na EaD, é preciso observar se o material tem formato e linguagem adequados aopúblico de alunos a que se destina. Essa questão é fundamental, visto que se isso não for levado em consideraçãona produção de um programa, por exemplo, pode comprometer o curso como um todo, principalmente se esteestiver apoiado no meio televisivo.

Se, por exemplo, um curso de EaD tem como objetivo formar professores para trabalhar, interdisciplinarmente, como controle do tabaco nas escolas, não é recomendado produzir um vídeo em formato de animação compersonagens infantilizados. Da mesma forma, o extremo oposto é perigoso. Ou seja, também não adiantariaproduzir um programa apenas com depoimentos de especialistas da área de Saúde que tratem do assunto numalinguagem rebuscada.

Portanto, antes de iniciar qualquer produção audiovisual – e a regra vale para elaboração de impressos, objetos deaprendizagem, sites, programas radiofônicos e até novos produtos para consumo – é preciso identificar o público.

Otto Peters , no livro Didática do Ensino a Distância , chama os estudantes da educação a distância de uma“clientela especial”. Segundo ele, esses alunos, no geral, têm média de idade maior do que aqueles da educaçãopresencial e esse fato modifica o ponto de partida didático em relação ao estudo, já que

Os estudantes costumam ter mais experiência de vida;a.A maioria deles leva para as discussões científicas a bagagem profissional adquirida em suas respectivasáreas de atuação, principalmente quando estudo e trabalho são afins;

b.

Os estudantes a distância, no geral, estão complementando os estudos e, portanto, tendem a ser maisqualificados;

c.

O estudo numa idade mais avançada tem outra função do que entre estudantes de 19 anos porque estádiretamente relacionado aos planos de futuro e ciclo de vida.

d.

Apesar de se ter uma idéia do perfil geral dos estudantes em EaD, são vários os grupos de alunos, comcaracterísticas bastante distintas. É preciso levar em consideração, por exemplo, onde estão localizados, aexpectativa deles, se já fizeram cursos a distância, se estão preparados para a EaD etc.

Para quem se fala e com quais objetivos são respostas que, necessariamente, devem ser dadas na pré-produçãodo material. Em Educação a Distância, um erro de percurso é muito mais complicado de ser, digamos, corrigido,justamente pelo distanciamento geográfico dos participantes.

15.4 - Produção audiovisualA produção audiovisual requer o estabelecimento de políticas claras por parte do grupo interdisciplinar que estáresponsável pela organização do curso. É imprescindível que sejam organizadas reuniões com coordenadores,professores, tutores, monitores sobre o papel pedagógico do respectivo recurso.

Os programas e séries televisivos podem ser produzidos pela própria instituição que oferece o curso na modalidadeEaD. Assim sendo, é necessária a contratação de uma equipe técnica especializada (com diretores de tevê,produtores, roteiristas, iluminadores e cinegrafistas, entre outros) mais os conteudistas, que são os profissionaisresponsáveis pelos aspectos pedagógicos.

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Trata-se de um trabalho bastante complexo e delicado, que envolve profissionais de diversas áreas. Deve-se evitar,por um lado, o tom professoral do antigo paradigma educacional, do tipo que afugenta a platéia, e, por outro, oprograma não pode ser apenas um vídeo com qualidade estética, conforme dito no início deste capítulo. Portanto,para o sucesso da empreitada, é preciso que os objetivos do programa sejam perfeitamente compreendidos portodos.

O formato do programa (documentário, dramatização, entrevista, animação) deve ser deliberado em conjunto pelaequipe. E a escolha deve ser feita em função dos objetivos de aprendizagem que se deseja alcançar, levando-se emconsideração, é claro, o orçamento que pode ser comprometido e o tempo que deverá levar a respectiva produção.

A falta de diálogo efetivo entre a equipe pedagógica e a equipe de tevê é a causa recorrente dos vídeospedagógicos considerados "chatos", até mesmo pelos professores, ou aqueles sem conteúdo.

Aos educadores, no geral, falta formação específica para adequar o conteúdo à linguagem de televisão, faltatambém a habilidade de contar audiovisualmente o que eles sabem repassar verbalmente. Já aos comunicadores,falta o entendimento sincero que a arte está a serviço da formação e que, portanto, o produto deve conter oselementos pedagógicos necessários.

15.5 - Estudo de caso: a TV EscolaA TV Escola é um canal da Secretaria de Educação a Distância (SEED) do Ministério da Educação (MEC), quedestina-se ao aperfeiçoamento e à valorização dos professores da rede pública de ensino, ao enriquecimento doprocesso de aprendizagem e à melhoria da qualidade da Educação.

A TV Escola transmite 24 horas de programação diretamente relacionada ao currículo escolar da Educação Básica,com programas e séries nas áreas de Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Artes, PluralidadeCultural, Orientação Sexual, Filosofia, entre outras.

O Canal diferencia-se das televisões educativas em geral, como TV Cultura, TVE e Canal Futura, porque tem focoespecífico na escola e seus atores: alunos, professores e gestores.

De acordo com o censo de 2004 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), mais de 45 milescolas públicas no País recebem o sinal da TV Escola.

O número representa potencial de alcance de cerca de 29,5 milhões de alunos e 1,2 milhão de professores querecebem diariamente o sinal da TV Escola, sem contar a audiência do sistema DTH (Direct to Home), já que o Canalfaz parte da programação básica das televisões por satélite Sky (canal 27), Directv (canal 237) e Tecsat (canal 4).

A grade horária da TV Escola é composta de cinco faixas de programação: Educação Infantil, Ensino Fundamental,Ensino Médio, Salto para o Futuro e Escola Aberta. Esta última é veiculada aos sábados, domingos e feriados, comprogramação especialmente selecionada para as famílias e a comunidade em geral.

Relatos indicam um número significativo de professores que assiste ao Canal e grava os programas em casa.Organizações não-governamentais, associações, hospitais, bibliotecas e outras instituições também declaram utilizaro programa em projetos educacionais.

Segundo pesquisa amostral realizada pelo MEC em 2005 com as coordenações estaduais do programa, o Canalcontribui para:

Melhoria da qualidade do ensino nas escolas da rede pública;Formação de educadores e alunos críticos, criativos e conscientes do potencial e dos limites da mídia;Aperfeiçoamento e atualização continuada de professores;Aprimoramento do processo de ensino-aprendizagem.

A TV Escola, além de comprar direitos de exibição de programas nacionais e estrangeiros, mantém uma produçãoprópria para atender diretamente aos interesses e demandas das escolas e órgãos do Ministério da Educação,além de cobrir áreas do currículo cujos conteúdos não são encontrados no mercado. Um exemplo dessa produçãoforam os vídeos para o curso de Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, ministrado na modalidade a distância e quecapacitou mais de dois mil professores.

Nessas produções, é fundamental o esforço conjunto e o entendimento dos objetivos do recurso audioviosual detoda a equipe. Isso porque a TV Escola, sendo um canal do Ministério da Educação, tem como preocupação oconteúdo, sem, no entanto, perder de vista a qualidade técnica e estética dos produtos.

Desde a pré-produção, pedagogos e comunicólogos trabalham juntos. Não interessa à TV Escola produzir uma sérietecnicamente bem realizada que não promova melhorias significativas no contexto escolar. Da mesma forma, aintenção não é elaborar programas que apresentem bastante conteúdo e que não sejam utilizados, devido àimpropriedade da linguagem audiovisual, pelos alunos, professores ou professores-alunos.

15.6 - Novo cenárioA Educação a Distância ainda tem um caminho crescente a trilhar, principalmente no que concerne ao uso dalinguagem audiovisual. Conforme afirmou Moacir Gadotti , no artigo Perspectivas atuais da Educação , de 2000(http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392000000200002&lng=es&nrm=iso&tlng=pt), os

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sistemas educacionais ainda não apreenderam o impacto da comunicação audiovisual.

“A escola não pode ficar a reboque das inovações tecnológicas. Ela precisa ser um centro de inovação. Temos umatradição de dar pouca importância à educação tecnológica, a qual deveria começar já na educação infantil”, defendeo autor.

Por outro lado, há também que se considerar a falta de infra-estrutura, que leva muitos cursos a distância no País aadotar materiais didáticos tecnologicamente menos sofisticados. No artigo Avaliação na Educação a Distância ,Maria Lúcia Cavalli Neder , ao descrever a criação de licenciatura em Educação Básica (1ª a 4ª série) namodalidade EaD, explica, por exemplo, que o material didático básico do curso é o o texto escrito "em razão,principalmente, da falta de recursos estruturais da região onde se desenvolve o curso, como falta de energia emalgumas comunidades (...) e a falta de disponibilidade financeira dos alunos para obtenção de recursos tecnológicospróprios".

É impossível não levar tudo isso em consideração quando se trata de discutir a avaliação do audiovisual naEducação a Distância. Até porque as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) causaram mudançasprofundas nesse campo.

Maria Luiza Belloni , no Ensaio sobre a Educação a Distância no Brasil (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302002000200008&lng=pt&nrm=isso), de 2002, observa que todas asmídias fazem parte do universo de socialização das crianças, da socialização das novas gerações.

“Novos ‘textos’ surgem na paisagem audiovisual que os jovens contemplam e aprendem, sozinhos ou com outrosjovens, a ler e a interpretar. Imagens coloridas fixas e em movimento, sons ambientes, música, linguagem oral eescrita, teatro, todas estas formas de expressão – ‘linguagens’ - estão mixadas numa mesma mensagem,construindo significados, carregando representações, difundindo símbolos”, afirma.

Em resumo: a utilização do audiovisual na EaD, assim como a das outras mídias, é defensável na medida em que asociedade atual é midiática e que todas as áreas vivem o impacto das tecnologias. No entanto, a inserção dessaslinguagens não deve ser aleatória. É preciso compreender a especificidade da respectiva mídia, no caso destecapítulo o audiovisual, e avaliar a necessidade de seu uso no curso, o contexto apropriado e seus objetivos. Tudoisso, portanto, deve ser apreciado na avaliação.

15.7 - ConclusãoConforme dito em capítulos anteriores, um dos objetivos da EaD é desenvolver a autonomia crítica do aprendiz e daavaliação, oferecer elementos que possam contribuir para o direcionamento das ações pedagógicas. A avaliação,nesse novo paradigma, é definida como uma atividade política diretamente relacionada ao respectivo projetoeducacional.

Dito isso, é possível concluir que o trabalho de avaliação da coordenação do curso e dos professores e tutores deveser realizado no sentido de verificar se o material audiovisual contribui, efetivamente, para que os alunos ampliemsua capacidade de reflexão crítica, seja fomentando debates, seja motivando pesquisas e estudos maisaprofundados.

É importante ressaltar, no entanto, que essa avaliação pode - e deve - ser realizada também pelos alunos. Cabe aeles analisar, por exemplo, se o conteúdo abordado no vídeo foi plenamente compreendido, se permite algumainteratividade ou dialogicidade e em que medida propicia o enriquecimento do processo de aprendizagem.

Assim sendo e de acordo com Maria Lúcia Cavalli Neder, a avaliação deve ser entendida como um processocontínio, que possibilite analisar o objetivo de oportunizar uma atitude crítica-reflexiva frente à realidade concreta."Uma avaliação que apenas busque verificar em que medida houve ou não retenção de informações e em quequantidade deixa de ter sentido", afirma a autora.

16 - Avaliação de AVAsWoquiton Fernandes

16.1 - Concepções GeraisAo longo deste livro colaborativo, temos observado a importância do processo avaliativo em EaD, no sentido detranspor a discussão de vê-la negativamente, como injusta e perseguidora e aplica-la conscientemente no sentido deobter resultados, antes, durante e depois, colhendo informações necessárias para tomada de decisões.

A este respeito Neder descreve a avaliação como prática educativa, como uma atividade política, cuja principalfunção é a de propiciar subsídios para tomadas de decisões quanto ao direcionamento das ações em umdeterminado contexto educacional.

Ambientes Virtuais de Aprendizagem – AVA são programas WEB desenvolvidos para proporcionar a interatividadeentre professor-aluno, aluno-aluno, mediado por computador, num processo colaborativo de aprendizagem mediadapelo professor, de forma a oferecer recursos (ferramentas) importantes para tal fim, conforme pode ser observadona Figura 1.

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Figura1: Composição básica de um AVA:

Nesse sentido, para a realização das atividades - das quais posteriormente serão também importantes na avaliação- um Ambiente Virtual de Aprendizagem deve atender alguns aspectos importantes para que não comprometa aaprendizagem, vistos ao longo deste capítulo. Alguns destes, detalhados em funcionalidades, podemos observar naTabela 1 analisada por Silva e Vieira em 18 AVAs:

Tabela 1: Aspectos avaliados em 18 AVAs por Silva e Vieira:

Peters (2001) descreve a terceira geração da Educação a Distância, na qual passa integrar o aprendizado com oauxílio do computador pessoal, oferecendo orientação ao auto-estudos e também na comunicação mediada porcomputador (CMC). Desta forma, a avaliação de AVA se faz necessária para não comprometer o processo deaprendizagem, tanto num aspecto técnico e pedagógico, quanto na relação entre os dois (técnico-pedagógico).

16.2 - Qualidade de AVAA importância de se preocupar em avaliar este ponto se fortifica como bem aborda Peters (2001), ao afirmar que ocomputador pessoal, sempre mais rápido, transforma-se além disso, num meio de comunicação polivalente, com oqual se pode trocar cartas por via eletrônica com outras pessoas, elaborar ou desenvolver e aperfeiçoar, mesmo adistância, vídeos, textos ou representações gráficas.

Nesse sentido, sabendo da relação AVA e Aprendizagem mediada por computador. O que deve possuir um AVApara ser caracterizado como de qualidade? O que poderia descrevê-lo como bom ou ruim? Quais característicasdevem ser observadas?

No momento de definir qual AVA utilizar, uma instituição deve levar em consideração alguns critérios mínimos,entretanto, estamos lidando com situações diversas, o caso que se aplica a uma, pode não se aplicar a outra.Nesse sentido, abordaremos aqueles principais comuns a todos:

• Estabilidade

Talvez este seja o principal aspecto quanto a utilização de um AVA, a ponto de se tornar uma exigência. O bomfuncionamento do sistema, chegando próximo de zero em número de erros, quedas, ajuda na motivação do aluno,no bom andamento do curso, na própria aprendizagem.

Manter o fluxo de mensagens, garantir que as mesmas sejam entregues, num processo contínuo de comunicação, évital para sobrevivência do curso e mesmo da instituição.

Conforme podemos observar na figura 2, diversos são os recursos que constituem um AVA, desta forma, qualquer

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problema em um destes, seja banco de dados, servidor ou rede, pode ocasionar em falha de todo o serviço.

Figura 2: Estrutura física simplificada de um AVA

A escolha de cada um destes servidores, deve ser cuidadosamente avaliada, preocupando-se com o número detráfego diário de informações, por exemplo, quanto maior o número de alunos, maior deve ser o investimento emrecursos estáveis que garantam o bom funcionamento, não comprometendo o processo de aprendizagem.

Manter o serviço firme requer uma política de manutenção e suporte, realizando as alterações necessárias noambiente em horários de menor acesso e atender os usuários (suporte) minimizando problemas como simplesacesso.

Por fim, conforme ilustrado na figura 3, vale observar que na balança entre tecnologia (AVA) e aprendizagem, quemdeve pesar é a aprendizagem. O AVA, ganhando peso com seus problemas de instabilidade, poderá por venceraspectos motivacionais, de mediação, de colaboração e interatividade, ou seja, de aprendizagem.

Figura 3: Balança Ilustrativa do AVA instável:

• Ergonomia

Segundo o Novo Aurélio Ergonomia é um conjunto de estudos que visam à organização metódica do trabalho emfunção do fim proposto e das relações entre o homem e a máquina.

Um AVA é desenvolvido por analistas-programadores e administradores de banco de dados, entretanto, éimportante não perder o foco para qual fim foi desenvolvido, nesse sentido, a ergonomia de um AVA se faznecessária, ou seja, profissionais especialistas em Educação a Distância, devem estar a todo instante envolvidos noprojeto, para que seu fim tenha sucesso. Assim ressalvando as características de aprendizagem.

Um exemplo nesse sentido pode ser dado com o recurso fórum, a ergonomia desta ferramenta quando posta numaperspectiva educativa, a sua estrutura é colocada a fim de atender um público alvo, numa organização clara eobjetiva das mensagens e de quem as postou, além de possibilidades respostas coletivas e individuais, amarradas aoutros recursos do ambiente.

• Navegabilidade e Design

O número de acessos em um ambiente pode ser alto, o que exige um hardware e estrutura de redes boas,entretanto apenas isso não resolve o problema.

O que não deixar de ser também ergonomia, a navegabilidade do AVA deve evitar ao máximo o uso do hardware eda rede (do servidor), ou seja, em seu desenvolvimento é preciso preocupar-se com a menor utilização possível deacessos a banco de dados com consultas desnecessárias ou repetitivas, e apenas através de uma boanavegabilidade, levando o usuário exatamente onde quer estar.

A este respeito Wingert apud Perters (2001) falando sobre as características de hipertexto/hipermídia do AVA,afirma que a rápida localização de conteúdo e a imediata disponibilidade de informações desejadas colocam osestudantes na condição de, conforme seu interesse, necessidade e desejo, penetrar a fundo num contexto.

Junto a isso, o AVA é um sistema largamente utilizado, respeitando o ritmo de cada usuário, assim algunspermanecem muito tempo frente ao computador. O que faz necessário um design agradável e não-cansativo, ou

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seja, a utilização de fontes legíveis, cores suaves, sem recursos que desviem a atenção do aluno do fim proposto.

16.3 - AVA e Recursos• Interatividade

Ao que nos parece, o motivo de ser de um Ambiente Virtual de Aprendizagem é a interatividade (a comunicação),ilustrada pela figura 4. Dos diversos ambientes que possuímos no mercado, todos possuem estas ferramentas, asmais conhecidas são:

- Fórum: - Chat:

Figura 4: Ilustração de interatividade mediada por computador:

Encontramos outras ferramentas como o Diálogo, que proporciona conversas particulares entre professor-aluno ealuno-aluno, também importante pois mantém a privacidade.

O fórum é de longe um dos recursos mais utilizados, por isso não basta apenas o AVA oferece-lo, o mesmo devedar controle ao tutor/professor, organizar as mensagens enviadas de forma clara, proporcionar respostas entre osusuários – deixando claro o processo colaborativo, possibilitar a edição das mensagens, inserção de imagens,gráficos e anexos.

O Chat (Bate-papo) é uma atividade em que, alunos, tutores e professores estabelecem uma comunicação porescrito, on-line, com dia e hora previamente determinados. É semelhante, em tudo, às ferramentas disponíveis nainternet com este mesmo nome. É um ótimo recurso para papos informais, aproximação entre os participantes docurso. Entretanto, como funciona de forma síncrona, exige muito do servidor (computador) que possui o AVA.

• Produção de Material Didático

A produção de material didático deve possuir uma ergonomia clara, de forma a proporcionar o estudando umainteratividade dialógica a partir do mesmo. O AVA deve oferecer a possibilidade de desenvolvimento de Blogs, Wikis,páginas web, assim como postagem de materiais, o que ajuda no desenvolvimento do conteúdo, indicando ao alunoque material seguir.

• Controle e Manutenção

Em um AVA além do módulo de interatividade e material didático encontramos com o módulo de Controle eManutenção, que deve garantir a criação de novos cursos, com possibilidade configurações particulares, definindoacessibilidade, estrutura da navegação que se adapte ao planejado pelo professor.

Outro fator importante é a realização automática de Backup, ou seja, cópias extras dos arquivos, desta forma,evitando problemas futuros, como a perda de todo trabalho.

• Melhoria e Continuidade

Por que algumas universidades optam por desenvolver um AVA ao invés de utilizar um já existente, muitas vezesgratuitos?

Vamos tentar responder esta pergunta com algumas hipóteses caso opte por implantar uma ferramenta gratuita(livre) e observando o resultado ilustrado na Figura 5: - Todos os recursos desta ferramenta lhe atendem? - Existe apossibilidade de integrar a outros sistemas? - E se acontecer à descontinuidade do desenvolvimento deste AVA, jáque não lhe pertence?

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Figura 5: Situação Ilustrada de Dependência do AVA:

Assim, não é tão simples decidir por um AVA gratuito, é certo ao escolher um AVA avaliar:

Se o mesmo possui a possibilidade de incorporação de novos recursos, tendo em mente que este é o negócio daUniversidade, possuir um AVA que atenda suas necessidade de Educação a Distância são importantíssimas.

Pensar na evolução do AVA, é pensar na incorporação de novos recursos e integração com outros sistemas.

16.4 - Avaliação on-line (Avaliação Em AVA)Gipps apud Otsuka e Rocha, observam uma mudança no processo avaliativo, que passa de um modelo de testes eexames (quantitativa), para um modelo que valoriza o quantitativo e o qualitativo, de forma que os aprendizes tem aoportunidade de demonstrar o conhecimento que construíram.

Nesse sentido referencia-se a linha que valoriza a autonomia e o diálogo posta por Perters (2001), de forma a partirda utilização de um AVA construir um processo quantitativo e qualitativo observando a construção do conhecimentopor parte do estudante.

Os recursos avaliativos são parte integrante do AVA no que diz respeito à avaliação do processo de aprendizagemem EaD. Estas interfaces podem ser lições, questionários, tarefas, portfólios, elaborados pelo professor.

Vale ressaltar que o professor deve possuir uma estratégia ao elaborar algum tipo de avaliação, seja de formacontinuada, diagnóstica ou somativa, o importante é que o docente tenha em mente o porquê de sua aplicabilidade.A esse respeito Silva e Vieira afirmam que para acompanhar o processo de ensino/aprendizagem em EaD énecessário definir um conjunto de informações que se julgue relevante ao acompanhamento. Então é preciso,estipular quais informações sobre o aluno e suas atividades são parâmetros para delinear o perfil do aluno e paramedir o quanto ele aprendeu.

Notas1 – Figura extraída do site: http://www.distance.uvic.ca2 – Figura extraída do site: http:// www.rev.vagnerqueiroz.nom.br

17 - Avaliação de chatsAntonio Rangel Costa

Lembrei-me de Aristóteles em "Metafísica":"Todos os homens têm, por natureza, um desejo de conhecer:

uma prova disso é o prazer das sensações, pois, fora até de sua utilidade,elas nos agradam por si mesmas, e, mais que todas as outras, as visuais...".

Acho que ele errou. Isso não é verdade para os adultos.Os adultos já foram deformados. Acho que ele estaria mais próximo da verdade se tivesse dito:

"Todos os homens, enquanto são crianças, têm, por natureza, desejo de conhecer..."Rubens Alves.

17.1 - Avaliando chats - uma mudança no processo de avaliação noscursos a distânciaNos últimos anos, temos observado a preocupação dos gestores, técnicos, analistas, programadores, professores epedagogos, das várias Instituições de Ensino Superior, que se propõem a trabalharem cursos na modalidade emEaD, totalmente On Line, em virtude do grande avanço tecnológico proporcionados pela modernização dasferramentas de informação e comunicação e o grande interesse destas instituições em formar cidadãos paraviverem neste novo século. O desafio está na busca por pensar em desenvolver ambientes virtuais deaprendizagens, que funcionem como espaços pedagógicos em substituição as salas de aulas tradicionais, quecontenham em seu bojo recursos interativos síncronos e assíncronos como: chats, fórum, listas de discussão ee-mails, que facilitem as trocas de informações entre alunos X professores, alunos X alunos ou todos com todos e

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favoreçam o desenvolvimento de atividades colaborativas e de troca de experiências que facilitem a construção doconhecimento, motivando o processo de ensino e aprendizagem. Esses ambientes inclusive devem possuir sistemasde controles das atividades, atendam as exigências dos alunos e professores no que se referem a avaliação e oacompanhamento dos alunos..

Esses Ambientes Virtuais de Aprendizagens, são espaços criados na WEB (ambientes estruturados em forma deum enorme hipertexto na internet), utilizados tanto na área educacional como na área de treinamento pelasempresas na capacitação de seus funcionários.

Segundo BELLONI, “O aumento da adequação e da produtividade dos sistemas educacionais vai exigirnecessariamente, nesta passagem de século e de milênio, a integração das novas tecnologias de informação ecomunicação, não apenas como meios de melhorar a eficiência dos sistemas, mas principalmente como ferramentaspedagógicas efetivamente a serviço da formação do individuo autônomo”. 2003, p.6.

No cenário atual em atendimento a Lei 9.394/96 e Decreto de nº 5.622 vem regulamentar o artigo 80 da LDB, dandoao ensino através da modalidade Ead uma nova direção, uma base legal de referência para as instituições queforem atuar na modalidade de ensino EaD, inclusive criando um diferencial de competências e habilidades, para osprofissionais que irão atuar em EAD.

Essa modalidade de educação principalmente as executadas On Line, vem ganhando frente e numa nova visão deimportância dentro das ações de governo e no cenário nacional, abrindo espaço para a que as Instituições de EnsinoPúblicas e Privadas, possam atuar nos vários seguimentos da educação tanto de formação como continuada,permitindo e incentivando as parcerias, a formação de consórcios entre as instituições, visando agilizar e viabilizar aimplantação de projetos mais onerosos com cunho educacionais, para serem aplicados à Distância, visandomelhorar as dificuldades existentes nessa modalidade de ensino, como a relação da superação de comunicaçõesexistentes entre os sujeitos do processo ensino aprendizagem.

Pesquisas realizadas em universidades brasileiras sinalizam que as novas tecnologias digitais podem se constituirem ferramentas importantes para o desenvolvimento de processos construtivos de aprendizagem, para a criação denovos espaços de aprendizagem, de novas formas de representação da realidade, para ampliação de contextos emaior incentivo aos processos cooperativos de produção do conhecimento (Moraes, 2002, p. 04).

17.2 - Avaliar para quem?Nossa sociedade vive preocupada em estabelecer parâmetros, formulando critérios para medir, avaliar todas asatividades que desempenhamos, ou desenvolvemos, ou seja, vivemos em um constante processo de avaliaçãocontínuo, seja na vida pessoal, nosso comportamento na comunidade, em casa, no trabalho através da avaliação decompetências, nos grupos de amigos do qual participamos e na escola visando a promoção.

Ao longo da história da educação, a avaliação vem passando por vários processos de mudanças, na busca por seencontrar um modelo ou uma forma mais humana de se avaliar a aprendizagem escolar, sem acarretar osprevisíveis descontentamentos para uns, e uma certa alegria para outros.

Conforme os depoimentos de diversos autores e pesquisadores da área na educação, estes buscam encontrar nasociologia, filosofia e psicologia, fundamentação teórica que permitam a criação de ferramentas, mecanismos queatenuem a angustia de alunos, pais, professores e gestores, sobre os traumas sofridos durante a vida escolar, emface dos vários processos de avaliação, vivenciados ao longo da vida estudantil.

Segundo Luckesi, Tanto os pais como o sistema de ensino e os profissionais da educação; professores e alunos,todos tem suas atenções centradas na promoção, ou não do estudante de uma série de escolaridade para outra.2006, p. 18.

A avaliação para os alunos e os pais, tem um valor para a promoção, existe uma preocupação exagerada dos paissobre o desempenho dos filhos nas disciplinas de uma maneira geral, pois precisam tirar notas boas para passar deano, se tiram notas baixas, os pais ameaçam os filhos de pseudos castigos, tirando-lhes ou privando-os de algo quegostem, como lazer e a diversão, e em contrapartida contratam os serviços de um outro professor, para ministraraulas de reforço, ou seja, fazem todos os esforços possíveis, para que os filhos tenham sucesso, e que consigampassar de ano.

Já os alunos estão preocupados em saber como é a elaboração da prova, como é feita pelo professor, se elerepete as mesmas provas do ano ou semestre anterior, como ele elabora as questões, onde ele faz a reprodução,assim o aluno pressionado, precisa tirar a qualquer custo uma nota boa para poder passar de ano. Já o professorutiliza a avaliação como um instrumento de dominação, para manter a sua autoridade em classe e o respeito dosdemais colegas e gestores da instituição.

17.3 - Mudando as formas de avaliar em cursos a distânciaA avaliação do rendimento na EAD é definida, no nosso país, pelo Decreto nº 2.494, de 10 de fevereiro de 1998,que "regulamenta o Art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e dá outras providências".

No caput do Art. 1º, o Decreto adota um conceito de educação a distância, entendida como:"uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem";a.

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"com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados";b."apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculadospelos diversos meios de comunicação";

c.

A "avaliação do rendimento do aluno para fins de promoção, certificação ou diplomação" nos cursos a distância deveser feita no processo e por meio de exames presenciais que, nos termos do Artigo 7º, "deverão avaliarcompetências descritas nas diretrizes curriculares nacionais, quando for o caso, bem como conteúdos e habilidadesque cada curso se propõe a desenvolver". A responsabilidade pela avaliação cabe à instituição credenciada pararealizar o curso e deve refletir procedimentos e critérios definidos no projeto autorizado.

Fica também prevista, no Artigo 8º, a possibilidade de credenciamento de instituições "exclusivamente pararealização de exames finais" nos níveis fundamental para jovens e adultos, médio e educação profissional, questãoda qual discordamos. Neste caso, ficam estabelecidas algumas condições:

a "construção e manutenção de banco de itens que será objeto de avaliação"Que exames para educação profissional “devem contemplar conhecimentos práticos, avaliados em ambientesapropriados admitindo convênio ou parceria com outras instituições, inclusive empresas, "adequadamenteaparelhadas"?

Como o objeto primordial a ser avaliado é o mesmo – a aprendizagem do aluno– há semelhanças entre estaavaliação e aquela que é realizada em ambientes presenciais de aprendizagem. Vimos em nossas leituras e emnossas discussões que não existem diferenças entre avaliar no sistema presencial e no sistema à distância, pois emambos podem ser aplicadas, a avaliação diagnóstica, a avaliação formativa e a avaliação somativa. A avaliaçãoformativa decorre de um processo contínuo que pode ocorrer a qualquer momento no decorrer do curso. Aavaliação formativa desencadeia na relação professor X aluno um processo de cumplicidade, possibilitando oacompanhamento permanente do processo ensino-aprendizagem, dando a oportunidade de o professor valorizar aqualidade da atuação do aluno, dá atenção, incentiva e motiva, e permite ao professor fazer determinados ajustesno rumo do curso, buscando assim atingir os objetivos traçados para o ensino e aprendizagem do aluno, funcionandocomo uma espécie de feed-back.

Como vimos apesar de toda evolução dos procedimentos da avaliação, ela continua sendo o centro das atenções deeducadores, gestores e pesquisadores, pois continua sendo conflito e insatisfações entre alunos e professor. Masafinal para que avaliar o aluno no ensino presencial ou em EaD? Avaliação tanto na modalidade de ensino presencialcomo em EaD, deve ser vista como uma ferramenta que oferece possibilidades para o professor/tutor possam:

Medir a evolução do aluno a partir de critérios pré-definidos e objetivos;Observar o comportamento da performance do aluno;Acompanhar a evolução dos alunos.

Com o advento das novas tecnologias de comunicação e da informação, a democratização da Internet, ocasiona umnovo impulso nos modelos de curso ministrados a distância. Esses cursos agora ministrados On Line, são abrigadosem ambientes conhecidos como AVAs – Ambientes virtuais de Aprendizagens, que trazem no seu bojo ferramentascomo: correio eletrônico, lista de discussão, fórum, vídeo-conferência e ferramentas de bate papo ou chats. Essasferramentas permitem a comunicação, a interação entre os atores desses cursos de maneira síncrona e assíncrona,criando assim novas maneiras e possibilidades de avaliar e de ser avaliado.

Mas o que avaliar em uma interação ou uma sessão de Chat’s? Após algumas e observações e chegamos algumasconclusões. O Chat é um ambiente de aprendizagem com potencial a ser explorado dentro do planejamento traçadopelo professor, visando o ensino-aprendizado do aluno. Os Chat´s tem como característica a comunicação informalsendo que os participantes possuem uma linguagem própria e a atividade se desenrola sobre o acompanhamento doprofessor/tutor que vai alimentando, conduzindo o processo de discussão visando atender os seus objetivos que é oaprendizado do aluno. Geralmente a avaliação dos alunos é feita fundamentada nos seguintes critérios:

Quantidade de mensagens enviadas pelos alunos nos debate;Qualidade das mensagens enviadas pelos alunos no debate;Quantidade de vezes que o aluno é acionado durante o debate pelos colegas;Qualidade das respostas oferecidas pelo aluno quando instigado pelos alunos;Suas intervenções provocam, estimulam a interação, a cooperação e o crescimento do grupo.

Nos cursos de natureza On line o professor não conta com a presença corpo a corpo do aluno, ou seja, é tododesenvolvimento através dos computadores, conectados pela rede mundial, daí a necessidades desses ambientesAVA´s, onde esses cursos são hospedados e dispõem de ferramentas de controle que auxiliem o professoracompanhar e avaliar o aluno através da participação, grau de interesse, seu comportamento em relação ao grupo,seu nível de atuação nas atividades, e a qualidade nas interações a colaboração. Lembrando que em um curso Online o processo de avaliação, tende a ser diferenciado devido a natureza das atividades. As atividades Síncronascomo o Chat exigem um planejamento diferenciado na sua execução, devido a agilidade em que o processo deinteração acontece, para que ganhe em qualidade nas propostas e respostas das discussões.

Apesar de que em EaD, o professor/tutor, pode-se utilizar dependendo do planejamento traçado qualquermodalidade de avaliação, lembramos que face a peculiaridade do curso o processo de avaliação, deverá ser feitode maneira a estimular a aprendizagem e o conseqüente sucesso dos atores, concedendo-lhe a autonomia noapreender a aprender e ganhar o discernimento para avaliar e se auto avaliar em sua trajetória durante o curso,devendo através de feed-back, estar constantemente informado de sua atuação, seus avanços pessoal, no grupo eno curso.

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17.4 - Bibliografia.MORAN. José Manoel; MASSETO. Marcos T. BEHERENS. Marilda Aparecida. Novas Tecnologias eMediação Pedagógica. Campinas – SP.: Papirus, 2000.CAMPOS. Fernanda C. A.; SANTORO. Flavia Maria; BORGES. Marcos R. S. Borges; SANTOS. Neide;Cooperação e aprendizagem on-line. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.COSCARELLI. Carla; RIBEIRO. Ana Elisa (org), Letramento Digital. Belo Horizonte, Ceale; Autentica, 2005.PALLOF. Rena M; PRATT. Keith; O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on – line. PortoAlegre, Artemed, 2004.LUCKESI. Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem escolar: estudos e proposições – SP. Cortez, 2006.BELLONI. Maria Luiza. Educação a Distância. Campinas , SP. Autores Associados. 2003.

18 - Avaliação de fóruns de discussãoElidiani Domingues

18.1 - IntroduçãoConforme já abordado, a avaliação é um elemento fundamental do processo ensino e de aprendizagem e éconsiderada uma das questões mais delicadas da prática docente. Visa à reflexão, estabelecimento de objetivos emetas e o planejamento a serviço da aprendizagem. Porém, para se avaliar, faz-se necessário a definição deparâmetros e padrões, os quais são determinados por vários outros fatores, tais como: econômicos, sociais,políticos dentre outros.

A avaliação em EAD deve ser um processo contínuo, de modo a provocar e promover uma aprendizagemsignificativa.

Segundo Hopper (1998), avaliar e acompanhar o aprendizado do aluno em um curso a distância não são tarefastriviais, pois envolvem, além das teorias pedagógicas sobre as quais os professores estruturam seus cursos,questões tecnológicas, como autenticação e rastreamento do aluno e apoio à tomada de decisão por parte doprofessor, mediante situações problemáticas na dinâmica de ensino-aprendizagem. Para o professor, a avaliaçãotem com objetivo principal repensar todo o processo de aprendizagem, as estratégias e ferramentas, ou seja, todo oprocesso, e, quando necessário, corrigir possíveis falhas.

A avaliação no contexto de uma aprendizagem significativa ocorre no próprio processo de trabalho dos alunos, nodia-a-dia, no momento das discussões coletivas e da realização de tarefas em grupos ou individuais. É nessesmomentos que o professor pode perceber se os alunos estão ou não se aproximando dos conceitos que consideraimportantes, e localizar dificuldades, auxiliando para que elas sejam superadas por meio de intervenções,questionamentos, complementando informações e buscando novos caminhos que levem à aprendizagem.

“Avaliar é um processo que deve servir para diagnosticar as dificuldades e potencialidades do aluno e não paraexcluir ou reprovar (Luckesi)”.

Dentre os recursos de avaliação mais utilizados nos ambientes virtuais de aprendizagem, estão os Fóruns deDiscussão, nos quais as experiências trocadas/partilhadas promovem a interatividade, a troca de experiências, alémde favorecer a aprendizagem colaborativa.

Na aprendizagem colaborativa, os aprendizes constroem conhecimentos por meio de discussão em grupo. Essastrocas incentivam e provocam o interesse e o pensamento crítico, possibilitando, assim, aos participantesalcançarem melhores resultados do que quando estudam individualmente. Nesse modelo de colaboração, osprofessores deixam de ser uma autoridade para se transformarem em orientadores (Lucena e Funks, 2000).

O professor, perante um Fórum, deve ter uma atitude de mediador, incentivando e motivando seus alunos áaprendizagem por meio do estabelecimento de diálogos permanente, disponibilizando a opção de troca deexperiências e o compartilhamento do conhecimento entre os participantes.

O fórum é uma interface que possibilita a disponibilização de um tema para debate, que pode ser aberta, quando oaluno disponibiliza o tema para a discussão, ou fechada, quando é o professor quem disponibiliza (Silva, 2006).

A possibilidade de compartilhamento de informações é extremamente importante para o desenvolvimento de umtrabalho colaborativo e coletivo, pois é na troca de experiências, reflexões e sentimentos que os trabalhos sefortalecem.

18.2 - Relação entre Avaliação e PlanejamentoA avaliação está intimamente relacionada ao planejamento, uma vez que a intervenção, na realidade, exige que seconstrua juízo de valor. É fonte de dúvidas e incertezas porque se baseia em julgamento, e exige critérios que atransformem em instrumento seguro de diagnóstico para reconstrução da realidade e das práticas pedagógicas.

Enquanto o planejamento tem uma identidade que o define como um processo constituído de fases nítidas eespecíficas, a avaliação é objeto de diferentes interpretações e, conseqüentemente, de diferentes usos no ambienteeducativo.

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Desde a forma de classificar alunos, determinando-lhes o grau de competência e a quantidade de informaçõesadquiridas, até a prática permanente, que, simultaneamente, promove relações sócio-pedagógicas e possibilitaaperfeiçoá-las durante o processo ensino-aprendizagem. A avaliação depende fundamentalmente da referência doavaliador, do modo como ele entende o que seja educar.

18.3 - Desafios da Avaliação em EADO processo de avaliação de aprendizagem em EAD, embora possa se sustentar em princípios análogos ao daeducação presencial, requer tratamento e considerações especiais em alguns casos.

Os objetivos fundamentais da EAD devem ser o de obter dos alunos a capacidade de produzir conhecimentos,analisar práticas e posicionar-se criticamente em situações concretas, e não a capacidade de reproduzir idéias ouinformações. Assim, o foco da avaliação está na análise da capacidade de reflexão crítica e colaborativa do alunodiante das próprias experiências e das vivências compartilhadas com colegas.

Portanto, avaliar os alunos nessa perspectiva formativa, em um curso online, pode ser algo desafiador, tanto para otutor, que precisará analisar continuamente quanto de conhecimento cada aluno construiu individualmente, quantopara o próprio aluno, que não está familiarizado com essa dimensão avaliativa.

18.4 - A avaliação da aprendizagem em Fóruns de DiscussãoAbordaremos a avaliação de Fóruns de Discussão – um dos espaços pedagógicos de construção de conhecimentona modalidade Educação a Distância, que têm por objetivo debater temas e idéias referentes a um determinadoconteúdo.

No entanto, para iniciarmos o estudo sobre o assunto, é fundamental que levemos em consideração os critériosutilizados para avaliação da aprendizagem de maneira geral, observando ainda, as especificidades dessamodalidade de ensino.

Segundo Silva (2006), Fórum de Discussão é uma área de interação assíncrona, onde os participantes podemtrocar opiniões e debater temas propostos (”provocações”). Nesse espaço, o aluno pode participar, emitindo opiniãosobre determinado(s) tema(s), acompanhar o andamento das discussões e, também, iniciar um debate propondo umnovo tema.

Assim, sendo o Fórum de Discussão espaço privilegiado de construção de conhecimento, deve ser acompanhadosistematicamente pelo professor, já que avaliar é mediar o processo de ensino e de aprendizagem.

18.5 - Fórum de Discussão, utilizado como Recurso Avaliativo.É essencial para o acompanhamento do processo de ensino – aprendizagem que o professor oriente seus alunosquanto à dinâmica do Fórum e o que se espera dele, conscientizando-o da importância da sua participação ativaneste contexto de aprendizagem. Então, deve ser definido um conjunto de informações que se julga relevante ao seuacompanhamento, ou seja, os critérios utilizados pelo professor para decidir se foram cumpridos ou não pelosalunos.

O Fórum de Discussão, conforme já mencionado, é um meio de discussão assíncrona. E em Ambientes Virtuais deEnsino e Aprendizagem, conduzidos por professores ou tutores, visa ao incentivo de trocas de idéias e experiências.Sua natureza assíncrona favorece a reflexão e a elaboração das participações, possibilitando maior qualidade eaprofundamento.

Para Santos et al (2003), o fórum permite o registro e a comunicação de significados por todo o coletivo,possibilitando que a mensagem circulada seja comentada por todos os sujeitos envolvidos.

18.6 - Procedimentos para Construção e Desenvolvimento do Fórum deDiscussãoAntes de discutirmos os critérios para a avaliação de Fóruns de Discussão, serão relacionados abaixo algunsprocedimentos considerados importantes para sua construção e desenvolvimento.

Sendo um fórum temático, a definição do assunto, assim como a leitura que orientará a discussão, deverãoser previamente definidas;O início do fórum é desencadeado por uma questão ou afirmativa que sirva de ponto de partida para odesenvolvimento da atividade;Deve-se elaborar questões abertas e provocativas que possam ser facilmente interpretadas pelos alunos;Os critérios de avaliação devem ser apresentados previamente.

18.6.1 - Critérios Avaliativos

Dentre os diversos critérios avaliativos que podem ser adotados para sua avaliação, apresentaremos, abaixo, algunsdeles. Iniciaremos com o quesito participação.

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1.Avaliando a “Participação” do Aluno no Fórum de Discussão.

O sucesso desse espaço de ensino e de aprendizagem, na educação a distância, depende de todos osparticipantes e requer disciplina, respeito e coerência.

Existem vários critérios para avaliar a Participação dos alunos nos Fóruns de Discussão. No entanto, nestemomento, vamos nos limitar à quantidade de mensagens postadas e, ainda, à relevância dessas para as discussõespropostas. Numa discussão, todos devem dar contribuições significativas e equiparáveis.

Segundo Silva (2006), quem participa sem se preparar ilude e desaponta o grupo. Quem apenas lê ou vêmensagens não está participando, apenas assisti. Quando uma pessoa participa muito mais que as outras, estámonopolizando a discussão. Portanto, para avaliar a participação de um aprendiz num fórum de discussão, éadequado considerar tanto a qualidade de suas mensagens como a freqüência de sua participação (Fuks, Cunha,Gerosa e Lucena, 2003).

Para isso, serão utilizados como referência de análise os perfis dos alunos a seguir relacionados:Questionador – questiona posições e sugere solução para os problemas apresentados, instigando adiscussão.Ausente - recebe as mensagens sem contribuir/posicionar-se, em nenhum momento, sobre a discussão.Passivo - não contribui para uma discussão aprofundada sobre o tema em questão, sendo superficial emsuas posições, e a quantidade de mensagens postadas é pequena, geralmente uma ou duas.Debatedor – contribui, com sua experiência, apresentando argumentações bem fundamentadas, responde aquestionamentos e comenta as contribuições dos demais participantes.

Apresentamos ainda uma tabela que também serve de referenciais de Avaliação de Fóruns de Discussão.

Fonte: (Silva,2006, p.373)

2. Avaliando “Conteúdo” no Fórum de Discussão.

Abordaremos agora outro critério como referência de análise de Fóruns de Discussão, trata-se do Conteúdo.Podemos avaliar o conteúdo das postagens dos alunos quanto à:

Articulação entre o tema proposto e as considerações apresentadas, sejam na forma de questionamento,dúvidas, contraposições, concordâncias e/ou aprofundamento;Coerência na apresentação das considerações;Demonstração de compreensão do tema estudado;Condição de apropriação do conhecimento e autonomia na busca de novos conhecimentos.

3. Avaliando “Procedimentos de Comunicação” em Fórum de Discussão.

Podemos também considerar como referencial de análise os Procedimentos de Comunicação, no tocante à:Clareza e objetividade na apresentação das considerações apresentadas;Capacidade de articulação e diálogo com os demais participantes do fórum, demonstrando condição dedialogar e superando a apresentação unilateral de idéias;Capacidade de análise do conteúdo e síntese de idéias;Polidez, cortesia e respeito às opiniões apresentadas.

Ressalta Peters (2001) que o ensino a distância se constitui essencialmente pela integração de diálogos didáticos,de programas de ensino, de estudos estruturados e de atividades de estudo autônomo. Afirma que esse tipo dediálogo/comunicação em muito contribuiu para o ensino- aprendizagem.

Segundo Moore(1993), um diálogo é direcionado, construtivo e é apreciado pelos participantes. Cada uma daspartes presta respeitosa atenção ao que o outro tem a dizer. Cada uma das partes contribui com algo para o seudesenvolvimento e se refere às contribuições do outro. Podem ocorrer interações negativas e neutras. O termodiálogo, no entanto, reporta-se a interações positivas. Dá-se importância a uma solução conjunta do problemadiscutido, desejando chegar a uma compreensão mais profunda dos estudantes.

No conceito de Reinhard Tausch & Anne-Marie Tausch (1997), a aprendizagem dialogal exige dos estudantesparcerias, respeito, considerações, compreensão empática, sinceridade e autenticidade.

4. Fórum - Instrumento de Avaliação de Curso, na modalidade de EAD e Presencial

Dentre os vários recursos avaliativos que envolvem registros disponíveis na Internet estão os Fóruns, pois propiciamuma avaliação contínua para atender às comunidades de aprendizagem.

Muitas instituições de ensino também utilizam os Fóruns como apoio à participação de sala aula presencial, queestão se tornando um grande aliado para o aluno e para o professor.

Essa ferramenta possibilita o aprofundamento das discussões iniciadas em salas de aula, e é utilizada tambémcomo uma forma de preparação para a discussão presencial.

Trata-se ainda de uma forma alternativa de participação de aluno, que apresenta traços de timidez e de falta deassertividade para interromper discussões mais acirradas em salas de aulas presenciais.

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18.7 - Dinâmica de Gerenciamento de FórunsSegundo Prado (2001), a dinâmica e o gerenciamento de Fóruns de Discussão, visando à provocação daparticipação e à interação entre os alunos, demandam ao professor atentar para alguns aspectos, tais como:escolher um tema que seja pertinente aos participantes; elaborar questões abertas e provocativas que possam serfacilmente interpretadas pelos alunos; utilizar uma linguagem clara, não muito extensa, nem demasiadamenteacadêmica; (re) alimentar as discussões de forma equilibrada, para que os participantes encontrem espaço parainteragir entre si; e cuidar para que as discussões possam ampliar as idéias, podendo, com isso, gerar subtemas,porém sem perder o foco, para que não ocorra uma pulverização de questões desarticuladas.

18.8 - Regulamentando Fórum de DiscussãoJá discutimos vários quesitos, aspectos e critérios referentes a um Fórum de Discussão. Contudo, ainda faz-senecessária a disponibilização de algumas orientações aos participantes para otimizar e potencializar o uso daferramenta Fórum.

De acordo com Gonzales (2006), o Fórum de Discussão deve ser “regulamentado”, ou seja, deve seguir normaspré-estabelecidas, principalmente quanto aos seguintes itens:

tamanho das mensagens; mensagens muito longas que inviabilizam as leituras e muitas vezes desestimulam oleitor;

a.

quantidade máxima de participantes, pois em grupos muito extensos o número excessivo de postagens tornao fórum desgastante correndo o risco de desviar do foco;

b.

quantidade de postagens máxima e mínima por participante, visto que, muitas vezes devido à exigência de umgrande número de postagens, faz com que algumas mensagens pouco ou nada acrescentam ou sãoincoerentes com o objetivo do fórum postagens.

c.

Ainda segundo o autor, a regulamentação possibilita maior rendimento para todos.

18.9 - Pensar o Fórum – Docente e DiscenteNo processo educativo e, conseqüentemente, avaliativo, sabemos da importância do diálogo entre os atoresenvolvidos.

O professor deve estar sempre dando feedback aos alunos, pois este é um elemento extremamente importante noprocesso de aprendizagem, permitindo estabelecer diálogo, onde o aluno interage com o objeto de aprendizagem demodo contextualizado e, durante o processo, ajusta suas ações.

Diante da importância desse diálogo e em consonância com as informações até então disponibilizadas, foramrealizadas quatro entrevistas sobre a utilização de Avaliação de Fórum de Discussão como recurso avaliativo,visando ao enriquecimento do trabalho ora desenvolvido e, conseqüentemente, do leitor.

Os entrevistados são professores e alunos de cursos de Pós-Graduação em Educação a Distância, sendo duascom docentes e duas com discentes. As entrevista foram realizadas no mês de novembro de 2006.

A seguir, relacionamos a síntese das respostas dos professores entrevistados a respeito do tema mencionado.Seu objetivo é promover a aprendizagem por meio do debate sobre um determinado assunto/tema. É umespaço de debate e reflexão apoiado em referenciais teóricos ou informativos.Local onde o aluno tem oportunidade de ampliar sua compreensão, expressar dúvidas e discordâncias,indicar questionamentos.O fórum de discussão cumpre o seu papel de ferramenta colaborativa de aprendizagem, por sintetizar osdiversos ângulos pelos quais podem ser vistos determinados assuntos, desequilibrando visões ao mesmotempo em que amplia conceitos e argumentações.Professor e alunos são interlocutores ativos do processo.Permite o refinamento do processo comunicativo, dando tratamento clareza e objetividade das mensagens,estrutura da argumentação, desenvolvimento do poder de análise e síntese, comparação e julgamento.O fórum é um instrumento de aprendizagem, é para isso que ele é utilizado, para promover a aprendizagem.E como todo objeto de aprendizagem ele pode vir a ser avaliado. Dizendo melhor, ele não é usado paraavaliar, ele é avaliado. Para avaliar um fórum de discussão, é utilizado como instrumento uma tabela decritérios onde estão elencadas as competências esperadas durante o processo de discussão.Um fórum de discussão pré-estabelecido como atividade extra, opcional ou que permite ao aluno abrir novostópicos de discussão, sem um questionamento central, polêmico e sem a mediação constante do professor,corre o risco de se tornar uma troca de idéias vazias, que não chega a lugar algum, dificultando e até mesmoinviabilizando uma avaliação de qualidade. Avaliar pura e isoladamente o conteúdo da mensagem postadapode levar à falsa compreensão de aprendizagem e domínio de conhecimento, porque o alunoinvariavelmente é levado a reproduzir com suas palavras, os conceitos e idéias dos autores dos textos queservem de base para a discussão.Dentre as vantagens de se avaliar fóruns de discussão está a possibilidade de análise da aprendizagem nosdois âmbitos: individual e coletivo. Individualmente, é possível acompanhar pelas diversas postagens de cadaaluno, seus momentos de reflexão, questionamento, exemplificação, extrapolação, ampliação, negação(pensamento reverso), crítica, contextualização, síntese etc. Esse conjunto de ações compõe a dinâmica

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esperada pelos alunos num fórum de discussão. E comparando a evolução das postagens e argumentaçõesdo aluno, ao longo do fórum, é possível observar em que medida ele aprendeu (re-significou seusconhecimentos, ampliou suas relações conceituais, fortaleceu suas argumentações).O fórum de discussão permite acompanhar e avaliar também a trajetória do grupo, do coletivo. Oconhecimento, embora individualmente apreendido, é socialmente construído isso porque há uma relação dereciprocidade, de troca entre o indivíduo e o seu grupo. Quando o grupo não interage, não estabelecerelação de confiança, de colaboração, o receio se instala, o aluno se recolhe, evita a exposição e poucoargumenta. Como resultado não há discussão nem aprendizagem significativa. O aluno se sairá melhor numfórum onde a educação, a urbanidade e o respeito por toda e qualquer intervenção são praticados por todos.Onde o grupo interage, discordando elegantemente, instigando com delicadeza o colega a explicitar melhorsua argumentação, gerando polêmicas saudáveis, com humor e com tranqüilidade.O grupo constrói uma consciência coletiva, gerando aprendizagens não apenas conceituais, masprincipalmente atitudinais e afetivas.Uma de suas vantagens é a possibilidade do aluno expressar sua reflexão e, em um período de tempodeterminado, estruturar correções, ampliação, novas compreensões.O desenvolvimento do processo viabiliza que o aluno forneça ao professor indicativos para correção doprocesso no caso de aspectos que não correspondem a conceitos ou informações que devem serasseguradas, bem como a evolução de aprendizagens diferenciadas, de acordo com o ritmo e condição dopróprio estudante.Não há desvantagens em se avaliar fóruns de discussão, pois se a avaliação é para promover a regulação doplanejamento de ensino pelo professor e a auto-regulação da aprendizagem pelo aluno, sempre seráfundamental em qualquer situação educacional.O fórum não é avaliado para classificar, nem certificar os alunos, embora tenha que a ele atribuir nota porexigência legal. Retira-se o foco da nota e atribui-se aos comentários escrito (feedback avaliativo) sobre aparticipação no fórum.

Os critérios utilizados na avaliação dos fóruns são:O aluno discute no fórum? Ou seja, apresenta comentário próprio + concordâncias + discordâncias +complementos + novos questionamentos + exemplos da prática + sínteses?

a.

O aluno publicou freqüentemente comentários e questões relevantes que contribuíram para o tópico dadiscussão, não deixando a discussão se desviar do foco principal?

b.

O aluno freqüentemente ajudou a esclarecer e sintetizar as idéias de outros participantes?c.Quando não concordou com as idéias de outros participantes, o aluno comentou sua discordância de formaeducada?

d.

Expressa sua opinião e observações fazendo uma conexão com a discussão anterior, sua experiência pessoalou conceitos do artigo lido?

e.

O aluno demonstra sua aprendizagem sintetizando as discussões levantadas?f.Como o aluno se auto-avaliou no fórum?g.Número de postagens: 0 – Ausente; 1- Passivo; 2 – Questionador e 3- Debatedor.h.

Sempre são feitas algumas recomendações aos alunos que, embora não sejam critérios de avaliação, sãoimportantes para um bom desempenho nos fóruns:

O aluno deve ater-se ao tema proposto no debate. Mensagens particulares, de interesse restrito, não devemser postadas no fórum, mas enviadas por e-mail.

a.

Evitar postar intervenções muito longas ou muitas intervenções no mesmo dia, para não cansar osinterlocutores. Antes de escrever o que tem a dizer, leia o que já foi dito, procurando estabelecer realmenteum contato/diálogo com os demais participantes.

b.

Como uma intervenção é um discurso escrito, cuidar da forma como estiver escrevendo, pois ela pode tantoajudar os outros a compreendê-lo quanto atrapalhá-los. Evitar expressões rebuscadas e linguajarexcessivamente formal; ter cuidado com colocações muito informais, e excesso de intimidade. Reler o textofazendo correções ortográficas antes das postagens.

c.

Por fim, é importante lembrar que a urbanidade e o bom trato ao discutir as questões devem sempre se fazerpresente, afinal, ninguém é dono da verdade, ninguém é obrigado a demonstrar que sabe muito, pois todosestão aqui para aprender. As divergências, caso existam, só vão enriquecer e ampliar nossa própriaargumentação, portanto nada de ter medo de “errar” ou de ser criticado.

d.

Não é uma tarefa fácil avaliar fóruns de discussão. Requer tempo, atenção e muitas idas e vindas nas leituras. Alémdisso, o tutor deve sempre lembrar que todos, incondicionalmente, têm a sua forma particular e histórica de analisare discutir os temas, portanto todas as intervenções devem ser respeitas e creditadas.

18.10 - Pensar o Fórum - DiscenteA seguir, relacionamos a síntese das respostas dos alunos entrevistados a respeito do tema mencionado.

Acreditam que o fórum de discussão é um importante instrumento de interação entre discentes e entrediscentes e professor(a), podendo, através do mesmo, ser desenvolvido conteúdos de aprendizagem etrabalhado conceitos, informações e intensas manifestações dos indivíduos envolvidos nessa modalidade deensino/aprendizagem, de forma mais interativa e menos cartesiana.É uma das estratégias que mais possibilita a aprendizagem no modelo, comparado aos exercícios em grupoe as atividades individuais. Porém, a efetividade do fórum está associada à efetiva participação do grupo: oscolegas devem discutir as mensagens postadas pelos outros colegas e não apenas responder as perguntas

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deixadas pelo professor.Os fóruns devem ter objetivos bem definidos e claros para os alunos.Não é muito confortável ser avaliado por meio dessa ferramenta, visto que cada pessoa tem sua própriainterpretação ao ler as postagens. Portanto, é necessário procurar se manifestar em fóruns de uma formaclara e objetiva se desejar ser bem avaliado.A avaliação do fórum é bem diferente da avaliação de uma discussão em sala de aula presencial. Em sala deaula presencial, estamos presentes na sala, ouvindo a discussão, e todo mundo sabe que você está ali,anotando, prestando atenção, checando alguma questão trazida pelo colega no texto, etc Em sala de aula,essa postura não é muito problemática (apesar de não ser a mais esperada pelos professores), mas nofórum sim. Quando você não posta mensagens é como se tivesse recebido FALTA em sala de aula (apesarde o tutor saber se você esteve na página ou não). Mas concordo que o professor só conseguirá avaliar oaluno se realmente estiver acompanhando a discussão e, portanto trocando informações, contribuindo econstruindo conhecimento apenas com as postagens.A maior dificuldade na utilização dessa ferramenta a timidez seja, pelo menos no início do uso destaferramenta e esse é um fator limitante. Porém, algumas pessoas se manifestam com muito mais confortoquando estão na frente de um computador do que pessoalmente.Outra dificuldade é quando o grupo de alunos é grande, o volume de postagens diariamenteconseqüentemente também é grande fator esse que dificulta a participação efetiva na discussão.As interações com colegas e professores utilizando essa ferramenta se dá quando conseguimos expor asidéias com clareza e quando os participantes fazem comentários a respeito do assunto e também oscomentários por parte do professor.Para que um fórum tenha sucesso, faz-se necessário: participação efetiva dos alunos; não fugir ao tema e aoseu objetivo; as pontuações devem ser aliadas ao desenvolvimento ou não do objetivo proposto; asdiscussões devem ser embasadas em textos ou experiências dos alunos; deve ter espaço para ouvir o que osparticipantes têm a expor , respeito às suas experiências, questionamentos para que haja interação eraciocínio lógico, trocar idéias, de forma respeitosa e ética.O fracasso de um Fórum se dá pela falta de motivação e participação dos alunos, quando se desvia do temae quando há participantes agressivo, desagradáveis e senhores da verdade.

18.11 - ReferênciasPETERS, Otto. Didática do ensino a distância. Trad. Ilson Kayser. Porto Alegre, RS: Unisinos, 2001.NEDER, Maria Lucia Cavalli. Avaliação em educação a distância: Significações para definição de percursos.www.nead.ufmt.br/documentos/AVALIArtf.rtfSILVA, Daniela Resende e VIEIRA, Marina Teresa Pires. Modelo para acompanhamento do aprendizado emeducação a distância.São Carlos. http://www.dc.ufscar.br/~marina/pub/Wie2001.pdfSILVA, Marco. Avaliação da aprendizagem em educação online.São Paulo, SP: Loyola, 2006.OTSUDA, Joice Lee e ROCHA, Heloisa Vieira. Avaliação formativa em ambientes de EaD.Campinas, 2002.http://teleduc.nied.unicamp.br/pagina/publicacoes/17_jh_sbie2002.pdfGONZALES, Mathias (2006). http://blog.eadsenacdf.com.br

19 - Avaliação de blogs educativosJuliana Telles Faria Suzuki

19.1 - IntroduçãoA utilização das novas tecnologias da informação e da comunicação, sobretudo a internet, em situações deaprendizagem é um tema que cada dia desperta o interesse de professores e pesquisadores na área educacional.Tanto no cenário nacional quanto internacional cresce o número de pesquisas sobre o assunto.

Neste sentido são necessários “novos olhares” acerca dos processos educacionais, que revelam novas posturas,novos desdobramentos. Por este motivo estaremos tratando neste capítulo acerca de um aspecto importantíssimopara o processo de ensino e aprendizagem: a avaliação.

Como avaliar? De que forma? Quais os instrumentos? Enfim, vários são os questionamentos quando falamos emavaliação e mais em avaliação para EaD. Diante disto pretendemos discutir uma das formas de avaliação para EaDutilizando blogs educativos.

19.2 - Avaliação e suas formasPara discutimos este assunto primeiramente é necessário pensarmos por que avaliar? Segundo Cipriano CarlosLuckesi [21], avaliação é um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista umatomada de decisão. Por este motivo ela é uma função permanente no trabalho docente, acompanhando passo apasso a trajetória do conhecimento. Os resultados obtidos comparados com os objetivos propostos darãosustentação ao processo de ensino e aprendizagem, revelando os progressos conquistados, as dificuldadesencontradas e por fim re-orientando os trabalhos futuros. Sendo assim, a prática da avaliação não pode acontecerde forma ingênua ou inconsciente, como se fosse apenas uma formalidade do sistema educacional. É preciso, énecessário, é urgente a reflexão sobre a avaliação da aprendizagem. Avaliar é abrir as portas para novas

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conquistas, avaliar é descortinar novas possibilidades. Ser um avaliador é mais que ser um simples docente é ter aoportunidade de abrir caminhos para a estrada do conhecimento.

O processo de avaliação tem que ser uma constante. A avaliação deve ser compreendida como um processoamplo, complexo, interativo e de formação, por isto são necessárias várias formas de avaliar. Didaticamente, ostipos de avaliação são classificados como: diagnóstica, somativa e formativa. De forma resumida podemos dizer quena avaliação diagnóstica o objetivo é realizar um levantamento sobre os conhecimentos prévios do aluno para darelementos ao professor no sentido de adequar seu planejamento. Já na avaliação somativa, obtemos os resultadosem um determinado momento verificando o quanto de uma meta foi atingido. Em avaliação formativa a tomada deconhecimento ocorre a todo o momento. Como uma bússola, a avaliação dará sustentação ao processo de ensino eaprendizagem.

A escolha de um determinado modelo de avaliação deve estar atrelada aos objetivos propostos para cada situaçãode ensino. Por este motivo é necessário definir as propostas dentro do Projeto Político Pedagógico, sendo estenorteador de toda prática educativa. Em EaD isto também é válido.

19.3 - Avaliação em EaDA avaliação em Educação à Distância não é um processo tão simples. Por vários momentos em sua trajetóriahistórica foi considerada o “calcanhar de Aquiles” da EaD em função da não credibilidade aos processos que nãopermitiam verificar ou aferir o real aprendizado do aluno.

Segundo Hopper, (apud SILVA & VIEIRA [40]), avaliar é acompanhar o aprendizado do aluno em um curso adistância não são tarefas triviais, pois envolvem, além das teorias pedagógicas sobre as quais os professoresestruturam seus cursos, questões tecnológicas, como autenticação e rastreamento do aluno e apoio à tomada dedecisão por parte do professor, mediante situações problemáticas na dinâmica de ensino-aprendizagem.

Sabemos que a avaliação formal da forma como tem sido realizada em grande parte das instituições de ensino nãosão tão eficazes, trazendo resultados ruins para educação. E é neste cenário que surgem as tecnologias que vêmproporcionar novas formas para o fazer educativo.

Hoje com as ferramentas da internet várias possibilidades têm se descortinado, mas ainda é um desafio para osprofessores, devido à necessidade de estarmos preparados para conduzir o trabalho em grupo, ser dinâmico, saberguiar diversas situações simultâneas e dominar o conteúdo. Ainda há muito a se aprender sobre avaliaçõesdinâmicas e interativas no contexto da EaD, principalmente avaliações que possam acompanhar o processo deautonomia implícito nesta modalidade de ensino.

“Essa independência é incomum no sistema de ensino tradicional, e por isso é a primeira coisa que dá na vista.Ela não apenas concede aos estudantes a ocasião de desdobrarem iniciativas no planejamento e na organizaçãode seu estudo, revelando atividades especiais como, inclusive, os obriga a isso. Com efeito, eles podem e têmque decidir onde, por quanto tempo, quanto, com que intensidade, em que ordem e em que ritmo irá estudar. Comisso assumem maior responsabilidade de seu próprio estudo do que outros estudantes” Otto Peters [29] (pg 156).

A autonomia em EaD constitui um grande diferencial em relação aos modelos presenciais de educação. E paraacompanhar este processo autônomo, é necessário repensar a avaliação, que não pode ser praticada como ummomento único no processo de ensino e aprendizagem, mas sim como uma observação de todo o percurso do alunodurante um curso. Assim a avaliação formativa torna-se imprescindível.

Atualmente a criação de vários Ambientes Virtuais de Aprendizagem como Aula Net, Moodle, Teleduc e tantosoutros têm proporcionado ao docente uma visão acerca do trabalho individual de cada aluno. Aliados a estes AVAsobservamos que as instituições de ensino também têm procurado explorar ferramentas que a própria internetoferece como listas de discussão, fóruns, chats, blogs, webfólios e etc. Estas ferramentas potencializam o processoavaliativo, uma vez que possibilitam gerar experiências de aprendizagens diferenciadas, mas com registrosconcretos através das demarcações de dia, hora e conteúdos postados pelos alunos.

Desta forma, estaremos falando sobre Blogs pedagógicos como uma alternativa para cumprir a avaliação formativa.Tal abordagem poderá ser utilizada tanto num modelo presencial quanto a distância. Para isto iremos primeiramenterefletir sobre alguns conceitos relacionados a esta ferramenta e depois articulá-la com a avaliação.

19.4 - Utilizando BlogsUm Blog é uma página da Web cujas atualizações (chamadas posts) são registradas cronologicamente. Como numdiário, ele é atualizado freqüentemente. Neste espaço são inseridas informações, opiniões, emoções, imagens,enfim qualquer tipo de conteúdo que o autor desejar. Atualmente um grande número de pessoas tem se dedicado autilizar esta ferramenta quer para relatar o que acontece durante uma gravidez ou até mesmo paraacompanhamento de cursos. Algumas instituições já estão utilizando o Blog como ferramenta de acompanhamentode estágio dos alunos.

Um Blog pode ser individual (criado e mantido por uma pessoa) ou em conjunto (criado e mantido por mais de umapessoa). Por este motivo ele pode ser utilizado em salas de aulas com poucos ou muitos alunos.

A diferença entre um Blog e uma Homepage (página pessoal) é o fato de o Blog ser atualizado constantemente e a

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Homepage não. Esta atualização constante permite em avaliação ter uma noção mais clara a respeito dodesenvolvimento dos alunos.

Os objetivos de um Blog podem ser bem variados. Existem Blogs cuja finalidade é servir de diário pessoal on-line,outros servem de sustentação para interatividade como ferramenta de comunicação entre indivíduos; outros apenasregistram um processo em desenvolvimento, como é o caso um curso de mestrado. Enfim, os objetivos de um Blogserão definidos sempre pelo seu autor.

“Todas estas possibilidades permitidas pelos blogs parecem colocar-nos perante um alargamento do espaçopúblico. Vozes e olhares sobre a realidade envolvente encontram assim uma nova forma de se afirmarem. Oespaço público é alargado no âmbito da apresentação de diferentes pontos de vista sobre determinados assuntos.”[35] (p. 5 )

Os indivíduos que descobrem esta nova forma de publicar a sua fala passam a fazer parte de uma comunidade deblogueiros. E esta nova possibilidade fascina os autores pelo fato de publicarem um conteúdo que é seu. Numaavaliação escrita tradicional, o aluno muitas vezes reproduz a fala ou o pensamento de um professor. Num blogeducacional o aluno traduz o seu pensamento, as suas reflexões. Além disso, a utilização dos Blogs comoferramentas pedagógicas também vêm conquistando espaços entre professores e alunos, re-significando não só aavaliação, mas o próprio trabalho pedagógico. Utilizados como ferramenta educacional serve como apoio paraconteúdo das aulas, pesquisas, oficinas, debates, produção de material em conjunto, etc.

A utilização dos Blogs em educação proporciona algumas vantagens, sobretudo em avaliação. Para iniciarmospoderíamos falar sobre a possibilidade de elaborar o pensamento. No processo de ensino e aprendizagem a escritaassume papel imprescindível uma vez que envolve certa reflexão e análise sobre o conteúdo. A possibilidade deescrever conteúdo de autoria própria num Blog pedagógico também cumpre esta função.

Outra vantagem refere-se á linguagem utilizada. Num Blog se utiliza linguagem cotidiana, sem compromissos comtextos longos, embora não sejam proibidos. Também é possível explorar a linguagem visual através das imagens,tornando seu conteúdo mais prazeroso. Também auxiliam no desenvolvimento de habilidades importantes como geriro próprio recurso, administrar, gerenciar as informações contidas. Os posts podem ser comentados, com isso épossível refletir sobre as colocações feitas.

Enfim, professores podem utilizar os Blogs com diversas finalidades, como o desenvolvimento de projetos escolaresou a produção de seu próprio material didático. Além disso, ele poderá ampliar as aulas que geralmente são de 50minutos em média, discutindo diversos assuntos, permitindo a troca de experiências com os colegas. Alunospoderão ser beneficiados ao produzir resumos, sínteses dos conteúdos estudados, descrição do desenvolvimentode projetos ou pesquisas escolares e também na aprendizagem colaborativa.

19.5 - Avaliação e Blogs em educaçãoSegundo Silva & Vieira [40], o uso do computador torna possível capturar algumas características do aprendiz àdistância, e analisá-las de uma maneira análoga ao comportamento de um aluno de um curso presencial. Ou seja, astecnologias podem proporcionar ao professor mesmo à distância uma visão bem próxima ou até a mesma visão dealuno que teria um professor no ensino presencial. Mas para isto é necessária primeiramente uma mudança deparadigma.

“Está em curso uma mudança de paradigma na área de avaliação, passando de um modelo de testes e examesque valoriza a medição das quantidades aprendidas de conhecimentos transmitidos, para um modelo em que osaprendizes terão oportunidade de demonstrar o conhecimento que construíram, como construíram, o queentendem e o que podem fazer, isto é, um modelo que valoriza as aprendizagens quantitativas e qualitativas nodecorrer do próprio processo de aprendizagem” (GIPPS, 1998, apud OTSUKA & ROCHA [27]- p. 12 )

A utilização de novas ferramentas tecnológicas em educação passa por uma mudança radical nos paradigmasdocentes. O professor deixa de ser o único detentor do conhecimento e passa a compartilhar de uma sociedadeaprendente. A utilização de Blogs em avaliação também reflete esta nova postura dentro da sociedade doconhecimento, abrindo portas para novas conquistas, descortinando novas possibilidades.

Adriane Lizbehd Halmann em seu artigo “Diário de professor: histórias que se cruzam na sociedade aprendente” vêmnos mostrar como a utilização das novas tecnologias tem beneficiado o processo de avaliação (principalmenteformativa). Em cursos de graduação que contemplam as práticas de estágio, percebe-se uma dificuldade emoferecer o acompanhamento necessário ao discente, uma vez que o professor responsável não pode estar comaluno no campo de estágio o tempo inteiro. Desta forma a autora propõe a utilização destas ferramentas, como porexemplo, o Blog, os fóruns, chats, etc. para que não se perca de vista todo o processo trilhado pelo aluno.

Os Blogs publicados em caráter educacional também podem ser considerados um material didático. E esta é umaótima possibilidade para os professores, sendo possível manter um material de autoria própria para cada disciplina,adequando conforme a necessidade dos alunos e sem custo algum.

Neste sentido precisamos pensar que são necessários alguns critérios gerais para o desenvolvimento de um bomblog educacional. São eles:

Conter a biografia do autor: um blog educacional deve apresentar o nome do autor, e não um pseudônimo, etrazer dados principalmente acadêmicos a respeito do autor.

1.

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O título geral deve ser coerente com o assunto a ser tratado no Blog: o autor deve ter bem definido um nortepara articular todo o conteúdo postado, e não perder de vista o foco central no qual se propõe o blog.

2.

Os títulos dos posts devem descrever o seu conteúdo: isto facilita a localização feita pelos leitores.3.Tratar de um determinado assunto e não de vários: não fazer desvios no assunto proposto confere aomaterial maior coesão.

4.

Utilizar linguagem clara, objetiva: o conteúdo de um blog não é o conteúdo de um artigo científico.5.Links devem funcionar perfeitamente indicando o caminho.6.Ter freqüência de novidade, atualização contínua.7.Promover a interação, espaços para interlocução dos leitores: é necessário provocar, instigar os leitores aparticiparem da sua discussão.

8.

Possuir uma estética agradável, evitar poluições visuais.9.

Tais critérios apresentados não são normas ou regras, mas sim observações que podem auxiliar no processo deconstrução de um material que se destina a ser didático.

19.6 - Considerações finaisO crescente uso da tecnologia nas diversas áreas aponta para mudanças significativas na forma como o ser humanointerage na sociedade em que vive. Em educação não é diferente. As novas tecnologias têm alteradosubstancialmente o processo de ensino e aprendizagem, suscitando novas formas de pensar o fazer educativo e osvelhos paradigmas.

Dentre as diversas ferramentas tecnológicas disponíveis os blogs surgem como a mais recente novidade e com eletantas possibilidades educacionais. O seu uso em educação ainda ocupa um pequeno espaço na blogosfera,entretanto conquistam cada dia mais adeptos.

As novas tecnologias e, sobretudo a utilização de blogs em avaliação surgem como uma nova possibilidade noespaço educacional que ficou por muitos anos estagnados em seus velhos modelos. Por isto ainda surgemresistências ao seu uso, porém, quem se aventurou nestes novos modelos aprovou e recomenda.

20 - Avaliação do professorVilma Aparecida Gimenes da Cruz

Avaliar! O que é avaliar? Por que se avalia? Como se avalia? Estase outras perguntas sobre a avaliação,principalmente sobrea avaliação da aprendizagem em educação adistância nos inquietam muito.

O processo de avaliação educacional é sempre muitocomplexo. São muitas as variáveis que dificultam a suaimplementação de forma adequada.

No caso da avaliação no ensino a distância nãoé diferente. Muitos autores (OTSUKA; ROCHA, 2002; NEDER,2006;GOMEZ, 2006;) inclusive, afirmam que é muito mais difícile problemático o processo de avaliação nestamodalidadede ensino. Podemos citar a distância física entre professor/aluno,o que dificulta um acompanhamentomais direto por parte do professor,apenas para citar uma variável.

Existem vários tipos de avaliação: formativa, somativa,diagnóstica, auto-avaliação.

A avaliação, independentemente do tipo, deve ser feita continuamentee de forma planejada assegurando assim, oseu desenvolvimento e a suaimplementação.

Avaliações que refletem a melhoria da qualidade da educaçãoe expressam o significado das suas própriasfunçõesdevem constituir-se preocupação constante dos professorestornando-os mais consciente do processo deensinar e avaliar.

Integrar ensino, avaliação e aprendizagem é uma demonstraçãode esforço dos professores para alcançar aautonomia nodesenvolvimento do aluno, o que vem se tornando cada vez mais importantecom o crescimento datecnologia e a rapidez das mudanças sociais.A aprendizagem realmente significativa extrapola a área doconteúdodas disciplinas. Nela está presente a intenção deproporcionar aos alunos "compreensão dos conceitosfundamentaisde um determinado conteúdo e utilização da suas váriashabilidades intelectuaisxbf na manipulaçãodesse conteúdo"(WARREN, apud GODOY, 1995, p. 11). Essa aprendizagem significa a adoçãode práticas deavaliação condizentes com seus objetivos,o que possibilita a formação de alunos independentes e capazesdemanipularem dados e informações, em melhores condiçõesde trabalho com inovações. Por outro lado, exige dosdocentesum melhor preparo técnico e didático sobre a avaliaçãoe a aprendizagem.

Observa-se, nesse sentido, que, se por um lado toda a aprendizagem significativadepende necessariamente deprocedimentos de ensino e métodos deavaliação inovadores, por outro lado "[..]. a qualidadedo ensino aumentaquando a própria avaliação converte-seem instrumento de ensino [...]" (WARREN, citado por GODOY, 1995,p.17),favorecendo o desenvolvimento de habilidades de aprendizagem independente,o controle do aprendizado pelo aluno,ou seja, característicasque são próprias do ensino a distância.

Nesse contexto, o professor deve assumir maior responsabilidade pelo processode avaliação da aprendizagem eportanto, além deavaliar os seus aprendizes de forma adequada e à luz dos pressupostosaprendizagemindependente, também deverá ser avaliado. Trataremosassim, nesse capítulo de discutir como deve ser a

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avaliaçãodo professor nesse contexto.

Para discutir a avaliação do professor levantaremos inicialmentealguns pontos que devem ser investigados, emrelação aotema, tais como:

Por quem o professor deve ser avaliado? Pelos alunos? Pelos colegas?Por ele mesmo por meio da auto-avaliação?;" Quais os aspectos, referentes ao professor, devem ser avaliados?;" E, como deve ser feita a avaliação.

Considerando a complexidade do tema em questão, tentaremos encontrarrespostas para estas questões e outrasmais que com certeza surgirão

Podemos afirmar categoricamente que a avaliação da aprendizagemse faz necessária em qualquer modalidade deensino, portanto nãopoderia ser diferente no ensino a distância. Acreditamos nãohaver dúvidas quanto à importânciada avaliaçãodo professor nessa modalidade de ensino, no entanto, a literatura específicasobre o assunto é escassa.Para saber mais sobre o assunto podemos buscar subsídios na avaliaçãoinstitucional, na avaliação do aluno etambém nosprocessos de avaliação.

A avaliação institucional, que é mais abrangente,reúne uma série de instrumentos para que a somatóriade todosapresente os resultados da avaliação, incluindoa do professor também.

Segundo Requena (1995), o processo avaliativo deixou de limitar-se somenteao rendimento dos alunos pois passoua englobar os aspectos - cognitivo,sociais, comportamentais - a avaliação do professor observandoseu rendimento,sua satisfação, sua motivação;a avaliação do currículo, programas e cursos; avaliaçãodo ambiente escolar einstitucional; avaliação de departamentose de instituições. CITAR AS AVALAIÇÕES O INEO/MEC/SINAE

A avaliação institucional somente terá sentido quandoestiver articulada com o projeto pedagógico do curso, eainda,segundo Abromowicz (1998) "[...] só tem sentido quando searticula a um projeto pedagógico mais abrangente,da instituiçãoou do sistema escolar". O professor precisa ser considerado comoum sujeito ativo do processo, dandoa ele a oportunidade de participarativamente da construção do modelo de avaliaçãode desempenho a serimplantado na escola. Caso contrário corre-seo risco de perder-se a credibilidade dos resultados dessa forma deavaliação.

A avaliação do professor pelos alunos permeia a maioriados sistemas implantados nas instituições de ensino.Nessetipo de avaliação é solicitado aos alunos que respondamum questionário elaborado com o objetivo específicode avaliaro professor e a disciplina que ele ministra.

No ensino a distância, que usa o ambiente on-line, o amor àmatéria, o compromisso com os alunos, o senso dehumor e a disposiçãopara a adaptação talvez não transpareçam claramente.Mas sabemos que esses fatorespodem influenciar, e muito, a imagem queo aluno tem do professor. E é certo também que a relaçãode afeto que oaluno estabelece com o professor pode interferir positivaou negativamente, no momento da avaliação. Portanto aelaboraçãodesse instrumento deve ser muito cuidadosa para que todas essas variáveissejam contempladas paraque o aluno possa fazer uma avaliaçãoconsciente e justa.

A título de sugestão listamos, a seguir, alguns aspectosque podem fazer parte de um instrumento de avaliaçãoparaos alunos responderem a partir da pergunta - O professor deve:

Demonstrar domínio do conteúdo da disciplina;a.Desenvolver o conteúdo de forma organizada;b.Exigir na avaliação conteúdos que correspondem aos que foram trabalhados durante a disciplina;c.Discutir os conteúdos da avaliação após a.divulgação dos resultadosd.Utilizar técnicas de ensino que facilitam a aprendizagem;e.Instigar a participação dos alunos em todas as atividades programadas para o desenvolvimento da disciplina;f.Atribuir notas que expressam a aprendizagem do aluno.g.Demonstrar respeito na sua relação com os alunos independentemente do recurso (chat, fórum etc.) utilizadopara o desenvolvimento da disciplina;

h.

Fazer a mediação do material didático com o aluno de forma satisfatória.i.

Certamente muito outros itens poderiam ser acrescentados nesta lista. Mas o importante é não perder de vista queo projeto pedagógico do curso precisa ser considerado no momento da elaboraçãodo instrumento e sendo assimcada um terá as suas peculiaridades..Neder (2006) reforça esse ponto de a vista ao afirmar:

"A avaliação não pode ser vista,pois, isolada de uma proposta educacional, de um projeto de educaçãoquetraga em seu bojo um processo de transformação, umaproposta de ação que busque modificações deumadeterminada situação"Na avaliação do professor pelos alunos no sistema de ensinoa distância, faz-se necessário considerar todasas variáveisque podem interferir no resultado desse processo. É preciso considerara subjetividade que comcerteza estará presente no olhar do alunosobre o professor. É importante que o instrumento de avaliaçãoaser construído considere também o sistema de EaD comoum todo. Não é possível para o professor dar umatendimentode qualidade se a modalidade de EaD em que o curso é oferecido,não tiver uma estruturaadequada. Por exemplo, o Ambiente Virtualde Aprendizagem (AVA) não possibilita que o professorestabeleçaatividades síncronas com os alunos.

Ao discutirmos a avaliação do professor por meio de questionáriorespondido pelos alunos percebemos que esse

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instrumento pode sim ser utilizado,mas não isoladamente. É necessário que se agregueoutros instrumentos ou meiospara que a avaliação possaser utilizada como um processo e o professor possa então , a partirdela, refletir sobre asua prática pedagógica

Como tudo em avaliação, também a auto-avaliaçãoé polêmica. Mas ela também é importante naavaliação doprocesso ensino aprendizagem. Atravésdela o professor faz uma reflexão sobre a sua atuaçãopedagógica dentro deuma ambiente virtual de aprendizagem. Eleprecisa refletir para ter respostas sobre algumas questões quesãofundamentais para que o aluno obtenha sucesso na aprendizagem.Ele precisa, por exemplo, saber como é o seudesempenho na mediação,se as suas críticas aos alunos, embora de cunho construtivo, sãorecebidas pelo aluno,como um fator motivador ou desestimulador. Muitosaspectos do fazer pedagógico precisam ser revisitados peloprofessor.

A título de ilustração apresentamos no Quadro 1 ositens que constam do modelo do questionário "Auto-AvaliaçãodeProfessor" (AAVAP) que foi desenvolvido pela Universidade da Califórnia- Berkeley pelo professor Robert Wilson evem sendo utilizado como partedo seu Programa de Aperfeiçoamento dos Professores.

Quando Estou Ensinando Eu:Discute outros pontos de vista diferentes do seu1.Destaco as implicações contrastantes das várias teorias2.Discuto desenvolvimentos mais recentes do assunto3.Cito referências a respeito dos pontos mais interessantes4.Enfatizo a compreensão dos conceitos5.Explico o mais claramente possível6.Estou bem preparado7.Apresento aulas que são fáceis de acompanhar8.Sumarizo os pontos principais9.Defino os objetivos em cada aula10.Identifico o que acho ser importante11.Encorajo a discussão entre alunos12.Incentivo os alunos a compartilhar suas experiências e conhecimento13.Encorajo os alunos a criticar meus pontos de vista14.Sei quando os alunos estão me compreendendo ou não15.Sei quando os alunos estão confusos ou entediados16.Tenho um interesse genuíno em relação aos alunos17.Presto auxílio pessoal aos alunos com dificuldade no curso18.Relaciona-se com os alunos como seres humanos19.Mostro-me acessível aos alunos fora da sala de aula20.Tenho um estilo interessante de apresentar as aulas21.Sou entusiasmado pelo assunto que ensino22.Procuro variar o tom e a velocidade de voz23.Tenho interesse e preocupação pela qualidade do meu ensino24.Motivo os alunos a fazer tudo com a melhor qualidade possível25.Dou exercícios e tarefas que sejam interessantes e estimulantes26.Dou os testes e exames que representam sínteses de parte docurso27.Dou testes e exames que permitam aos alunos demonstrar seus conhecimentose habilidades28.Mantenho os alunos informados de seu progresso29.

Podemos observar que a maior parte dos itens estão relacionadoscom a prática pedagógica do professor e com oseu relacionamentocom o aluno. Também na elaboração do instrumentode auto avaliação deve estar presente apreocupaçãocom o modelo de ensino a distância que está sendo aplicado.E o professor precisa ter muitaauto-crítica para ser verdadeirona sua própria avaliação.

Podemos constatar que os modelos de avaliação existentespara a avaliação os professores de um modo geral,nãosão suficientes o bastante para avaliação dos professoresque atuam em EaD. Partindo dessa premissaacreditamos que seria interessantebuscar, na literatura, quais são as características quese espera de um bomprofessor que atua no ensino a distância.

Encontramos em Jonassen et al., 1999 apud Lima, que existem cinco característicasda aprendizagem construtivistaque devem estar presentes no processo deensino aprendizagem que se dá através das Tecnologias deComunicaçãoe Informação (TICS), sendo elasa interatividade, a reflexividade, a colaboratividade, a contextualizaçãoe aintencionalidade.

Ao entender como se dá a avaliação da aprendizgeme como deve ser a avaliação de sistemas de EaD teremosmaissubsídios para identificar o que se espera de um ótimo professorde ensino a distância.

Começaremos apontando os aspectos que devem ser considerados emum sistema de ensino a distância e para issoiremos considerar asrecomendações de Willis (1996) apud Isoni (2003):

Uso da tecnologia - familiaridade, problemas, aspectos positivos, atitudesno uso da tecnologia;1.Formatos das aulas - eficácia das exposições doprofessor, discussões, perguntas e respostas, qualidade dasquestõesou problemas levantados nas aulas, incentivo aos alunos se expressarem;

2.

Atmosfera das aulas - na condução do aprendizado dosalunos;3.

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Quantidade e qualidade das interações com outros alunose com o instrutor;4.Conteúdo do curso - relevância, adequaçãodo conteúdo, organização;5.Atividades - relevância, grau de dificuldade e tempo requerido,rapidez das respostas, nível de legibilidade dosmateriais impressos;

6.

Testes - freqüência, relevância, quantidade da matéria,dificuldade, retorno das avaliações;7.Estrutura de suporte - Facilitadores, tecnologia, bibliotecas, disponibilidadedos instrutores;8.Produção dos alunos - adequação, propriedade,rapidez, envolvimento dos alunos;9.Atitudes dos alunos - freqüência, trabalhos apresentados,participação nas aulas;10.Instrutor - contribuições como líder das discussões,efetividade, organização, preparação,entusiasmo,abertura aos pontos de vista dos alunos.

11.

Portanto baseado nos itens levantados pelo autor citado acima, podemosconsiderar que um bom professor em EaDdeverá ter: Competênciano uso das TICs; Competência Didática; Competênciapara a mediação e Domínio deConteúdo. Na visão de Peters (2006) o ensino a distância se amparano diálogo, na autonomia do aluno e noconhecimento científicoe, portanto ele os considera como elementos indispensáveis paraque a prática do EaD sejaeficiente. Através do diálogo que é estabelecido atravésda distância transacional é possível associar alémdos dadosa voz e a imagem dos docentes e discentes de uma forma síncronae interativa. Essa possibilidade é muito útil parao processode avaliação. Peters (2006, p.67) afirma que:

[...] docentes e discentes a distância podem trabalhar simultaneamentee em conjunto o mesmo programa deestudo e discutir imediatamente problemasque surgem, discutir e corrigir simultaneamente em conjunto o mesmotextode uma solução de tarefa enviada [...].

O diálogo permite ao aluno ter um contato mais direto com o professorindependentemente da distância física que ossepara e issocolabora para que ele tenha uma percepção maior das qualidadesdo professor, facilitando a sua tarefano momento de avaliá-lo.Podemos inferir que o mesmo ocorre também com o professor, propiciandouma visãoabrangente sobre o aprendizado do aluno e assim dandocondições de se autoavaliar conscientemente.

A questão da autonomia do aluno defendida por Peters (2006) tambémcolabora e, muito na avaliação do professor.Seja a avaliaçãofeita pelo aluno, à avaliação institucional ou aauto-avaliação, pois as mesmas possibilitam verificarsealuno conseguiu atingir a autonomia desejável para o perfil quedele se espera na modalidade de ensino adistância.

Ao finalizarmos estas reflexões podemos, em primeiro lugar, destacarque o perfil do bom professor de EaD, temque estar estreitamente voltadopara o modelo pedagógico do curso. Aliás, o projeto pedagógicoé a linha mestra dequalquer curso. Outro ponto a ser consideradoé o modelo do ensino a distância no qual o curso estásendooferecido. O modelo influencia, e muito o que se espera do professorpara conduzir adequadamente o fio condutordo curso proporcionando assim,ao aluno a oportunidade de desenvolver com sucesso a sua própriaaprendizagem.

20.1 - REFERÊNCIASAUTO-AVALIAÇÃO de professor. Disponível em: http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=5&texto=158 Acesso em: 17 nov. 2006 Acesso em: 17 nov. 2006

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21 - Avaliação do tutorValessa Cristiane Paiano

É inegável que o mundo está se modernizando em todos os segmentos com uma rapidez assustadora e não poderiadeixar de atingir a educação como um todo, uma vez que, esta representa uma das facetas dessa sociedade, ecomo tal, sofre suas influências e também influencia este cenário, trazendo facilidade do conhecimento, dinamizandoa forma de transmitir o saber, agilizando a informação, quebrando paradigmas e fornecendo a liberdade para umaatualização contínua, provocando inclusive mudanças no ambiente de trabalho que redirecionaram eredimensionaram seu rumo, em busca de novas habilidades e perfis, demandando modificações no sistema deensino.

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Quando se fala em educação, precisa-se ter em mente que educação é sempre educação independente damodalidade em que é oferecida, dada que possui os mesmos princípios e finalidade: a formação do homem.

Não é a forma como é ofertada que qualifica esta ou aquela modalidade educativa, o que importa na proposta é aclareza pedagógica, o que se deseja, com quem se deseja e porque isso é desejado, afinal, o que se almeja é que oindivíduo possa adquirir e construir conhecimentos mediante postura participativa, autônoma e crítica.

Neste cenário, o autor do livro Didática do Ensino a Distância, Otto Peters(2006) afirma que, "...a Educação aDistância despontou como mais uma modalidade de ensino e como uma solução solidária e igualitária paracompensar a escassez de vagas nas universidades com ensino tradicional e os impedimentos que grande parcelada população de todos os países tem, no que se refere à conciliação das necessidades individuais de estudo equalificação com as exigências diárias familiar e de trabalho" .

Segundo ele, a Educação a Distância tem suas raízes na educação convencional, mas ao longo da sua evolução,através de práticas, concepções e modelos, passou a incorporar peculiaridades próprias dessa modalidade, motivopelo qual, o autor propõe em seu livro uma Didática de EAD.

Tal Didática terá como objetivo acompanhar o ensino a distância em seu difícil caminho para a era da informação eda comunicação, facilitando muitos processos de replanejamento, uma vez, que se ocupará com problemas própriosdesta modalidade, principalmente com aqueles que não ocorrem em outros contextos de ensino, buscando a soluçãoem princípios teóricos, interpretações e experiências específicas próprias, já que na prática da EAD podem seridentificados muitos cursos com estruturas didáticas diversas, cada uma com o objetivo de enriquecer ainda mais oprocesso de ensino-aprendizagem, que para Peters(2006) é determinado entre outras causas, pelas pessoasenvolvidas, pela mentalidade e pelos posicionamentos dominantes da sociedade da época, pois segundo ele, asdiferentes tradições culturais, acadêmicas e outras circunstâncias sociais influenciaram e influenciam a estrutura daEAD.

Para acompanhar a evolução e as mudanças que aconteceram ao longo da história da EAD, e que segundoPeters(2006) apontaram mudanças significativas nessa modalidade, muitos elementos que compõem a totalidadedesse processo educacional foram reelaborados, ganharam importância, tiveram que assumir novas posturas, reveras práticas pedagógicas, assim como, as concepções e práticas de avaliação, incorporando a essa última aspectoscomo interesse, cooperação e participação nas atividades propostas.

Assim, para contribuir com a potencialização dessas exigências, é imprescindível a presença de um novo profissional– o Tutor, cuja responsabilidade é proporcionar orientação sobre os caminhos a seguir, propor exercíciosinteligentes, acompanhar e participar do processo de avaliação da aprendizagem dos alunos.

A prática da tutoria está presente em alguns modelos de EAD e universidades citadas por Peters(2006) em seulivro, assunto que será tratado a seguir.

21.1 - A Tutoria na visão de Otto PetersA principal característica atribuída a EAD, está relacionada com o fato do indivíduo que ensina - o professor, estarfisicamente e/ou temporalmente separado do indivíduo que aprende - o aluno.

Para atenuar essa distância física, vários modos didáticos de proceder foram propostos ao longo da história daEAD, são propostos por Peters(2006), e continuarão a serem propostos pelos estudiosos e especialistas em EAD,cada qual com suas vantagens e desvantagens, contribuindo assim de modo significativo para o processo de ensinoe aprendizagem a distância no contexto e época onde estão inseridos.

Alguns deles, se agregam e determinam a prática da EAD atualmente, mas passam despercebidos pelos atoresenvolvidos no processo de ensino-aprendizagem. São eles:

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modelo da correspondênciamodelo da conversaçãomodelo professoralmodelo tutorialmodelo tecnológico de extensãomodelo da distância transacional

Dentre eles, daremos destaque ao modelo tutorial, uma vez que esse modelo está diretamente ligado ao assuntoprincipal desse capítulo.

Na visão de Petters(2006), o modelo tutorial pressupõe que o aluno seja capaz de elaboração autônoma dosestudos, tendo na figura da pessoa do Tutor ou em um Tutorial por escrito, um conselheiro incentivador para casosonde haja dificuldades.

Esse modelo se aproxima mais do sentido da orientação, do aconselhamento e do incentivo, do que do ensinopropriamente dito.

Entre as universidades que oferecem a EAD, fazem uso do modelo tutorial a Open University e o Empire StateCollege Americano.

21.2 - Avaliação – o papel do Tutor nesse processoComo citado anteriormente, a própria definição e características da EAD assenta uma construção e reconstruçãoprogressiva do conceito, com base na interação dos sujeitos com as realidades inerentes a uma sociedade empermanente transformação e a um desenvolvimento e expansão de novas tecnologias.

Nesse sentido, Peters(2006) diz que o ensino-aprendizagem a distância exige métodos específicos e abordagemtotalmente diversa do ensino presencial e que apesar das especificidades de cada país ou região, é preciso adotar3(três) elementos fundamentais e indispensáveis para uma prática eficiente:

diálogo - pedagogicamente importante, porque nele, linguagem, pensamento e ação estão intimamenterelacionados, realizando o desenvolvimento individual e social do ser humano;estrutura - definição dos objetivos do ensino e da aprendizagem, dos conteúdos, da estratégias de ensino, damídia, do material didático, da avaliação, entre outros.autonomia - consiste em o aluno deixar a postura passiva e desenvolver novos hábitos, assumindoresponsabilidades em sua própria educação, deixando de se ver como um receptor no final de uma linha epassando a se ver como um nó de transmissão numa teia de linhas de comunicação.

Para conseguir alcançar êxito frente a esses 3(três) elementos, o Tutor, personagem a que se refere esse capítulo,assume um papel relevante no contexto da EAD, pois além de atuar como intérprete do curso junto ao aluno, secolocando de ponte, como elo entre os alunos e o processo de aprendizagem e de colaboração, muitas vezes tendoque negociar, equilibrar e ajustar situações, esclarecendo dúvidas, estimulando o aluno a prosseguir com autonomia,e ao mesmo tempo, participando do processo de avaliação da aprendizagem.

Segundo Michael Moore apud Peters(2006), a relação dinâmica entre esses 3(três) elementos: diálogo, estrutura eautonomia, define o grau de distância ou proximidade transacional no processo ensino-aprendizagem, por isso, nestamodalidade de ensino, como não há proximidade física entre professores e alunos, e como o contato é fundamentalem todos os processos de socialização e educação, é preciso que se estabeleçam novas formas de proximidadeque propiciem o desenvolvimento do ensinar e do aprender, e o mais importante, que haja interação constante entreos atores do processo e os meios disponibilizados.

Ainda que essas interações não ocorram no mesmo espaço e tempo, é importante que elas sejam facilitadas e

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reforçadas sempre que possível, uma vez que quanto maior for o grau de interação e comunicação entre osparticipantes do processo, mais significativa se torna a aprendizagem, por isso, em EAD, Peters(2006) dáimportância para a aprendizagem dialógica e para todas as formas de comunicação, pois elas ajudam a diminuir oisolamento dos alunos.

Na EAD, a linguagem, qualquer que seja a forma como é expressada, é a principal ferramenta no processo deconstrução do conhecimento, devendo ser explorada, dada que é mediante a linguagem que compreendemos ooutro, nos mostramos ao outro.

Nesse processo, compartilhamos conhecimentos e compatibilizamos comportamentos, além de conseqüentemente,amenizarmos a distância transacional, um dos grandes desafios para o processo de aprendizagem e de avaliaçãona EAD.

É importante destacar que o que se pretende, não é extinguir a distância transacional, mas sim alcançar umadosagem certa para cada modelo de EAD, até mesmo porque, a presença da distância transacional contribui para oestudo autônomo, ao passo que sua extinção impede essa forma de estudar, mas o diálogo e a comunicação,mesmo que dosados, ainda assumem um papel de extrema importância nesse contexto.

Peters(2006) afirma que ... “a aprendizagem dialógica deve abranger mais do que a ajuda complementar etreinamento para o estudo por parte do Tutor, deve também ajudar realmente os estudantes a fortaleceremestruturas cognitivas, construídas por meio de subsídios para o estudo, diferencia-las, colocá-las sobre outra luz emodifica-las, proporcionando um aproveitamento maior no estudo por parte dos estudantes”.

Assim como Peters(2006), Neder(1998), em seu artigo intitulado “Avaliação na EAD – significações para definiçõesde percurso”, valoriza o diálogo e o acompanhamento do aluno e diz que o serviço de tutoria em um curso de EAD éfundamental para verificar e acompanhar a aprendizagem do aluno e contribuir na avaliação dos mesmos, por issomerece cuidado, uma vez que ainda constitui um dos pontos nevrálgicos dessa modalidade.

Com o intuito de amenizar e até mesmo sanar tal dificuldade, é preciso que a escolha das pessoas para atuaremcomo Tutor na EAD seja realizada com cautela, uma vez que serão os responsáveis por realizar a intercomunicaçãoentre os elementos que intervêm no sistema, reunindo-os em uma função tríplice: orientação/acompanhamento/avaliação, tornando possível traçar um perfil completo do aluno por meio do trabalho desenvolvido, do seu interessee da aplicação do conhecimento.

Assim, as bases teóricas da formação inicial do Tutor deverão ser as mesmas que formam o professor de classespresenciais. No entanto, à sua formação, devem ser acrescentados conhecimentos e habilidades específicasnecessárias ao desempenho de funções que envolvam a responsabilidade pela mediação pedagógica, pelaexecução, acompanhamento e avaliação da aprendizagem do aluno.

Outro fator que deve ser levado em conta são os conhecimentos tecnológicos do Tutor, ou seja, é preciso que omesmo possua certa familiaridade com a tecnologia, uma vez que, em muitos modelos de EAD, alguns delespontuados por Peters(2006) em Didática do Ensino a Distância, o aluno tem contato com meios tecnológicos eambientes, sendo estes grandes aliados do Tutor no processo avaliativo, pois permite ao mesmo, flexibilidade e umagama de opções para observar e acompanhar o aluno na busca pelo seu conhecimento e crescimento.

Mediante ao exposto, Silva e Vieira(2001), no artigo “Modelo para acompanhamento do aprendizado em EAD”afirmam que ”... para acompanhar o processo ensino-aprendizagem em EAD é necessário definir um conjunto deinformações que se julgue relevante ao acompanhamento. Então, é preciso estipular quais informações sobre oaluno e suas atividades são parâmetros para delinear o perfil do aluno e para medir o quanto ele aprendeu”.

Os resultados das informações colhidas em conseqüência desse acompanhamento, só serão alcançados pelo Tutoratravés de um processo contínuo, que possibilite analisar em que medida o objetivo de oportunizar uma atitudecrítico reflexiva frente a realidade concreta se expressa.

Mediante a isso, a prática de avaliação em EAD feita por ele, deve considerar um aluno pró-ativo, prevendo o usode métodos, técnicas e instrumentos que estimulem o processo autônomo de aprendizagem, que conformePeters(2006), como já foi dito anteriormente, desempenha um papel importante na educação, uma vez que o alunopassa a ser sujeito de sua própria educação, transformando sua receptividade em atividade.

O Tutor deve ter consciência que a prática de avaliar deverá estar a serviço da aprendizagem, numa intenção

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formativa e processual da avaliação, deixando esta de ser uma ação final para se tornar uma ação contínua,cumulativa, descritiva e compreensiva, que permita formar pessoas capazes de realizar tarefas, construir novosconhecimentos e de resolver problemas, assim como, de acordo com as considerações de Neder(1998) “...propiciarsubsídios para tomadas de decisões quanto ao direcionamento ou redirecionamento e ações em determinadocontexto educacional”.

É preciso, resgatar a avaliação como uma possibilidade de comunicação no contexto educativo da EAD, com aconstrução de processos criativos e inovadores.

Diante desse contexto, aconselha-se ao Tutor fazer uso da Avaliação Formativa, onde Otsuka e Rocha(2002) aconceituam como uma avaliação baseada no acompanhamento e orientação do aprendiz durante o desenvolvimentode tarefas significativas e relevantes ao mesmo, planejadas para levarem o aprendiz a um engajamento ativo naconstrução dos seus conhecimentos, uma vez que é continuada, contextualizada, flexível e interativa, por permitir odiálogo constante entre avaliado e avaliador.

Para finalizar este capítulo, não poderia deixar de citar, a importância da presença do feedback no processo deensino-aprendizagem, uma vez que é a luz dos resultados da avaliação que o Tutor re-orienta e intervêm, por isso,sua avaliação deve ser calcada em uma estrutura flexível e ao mesmo tempo sólida, aliada a um diálogodemocrático, claro e pedagogicamente estimulador, seja ele através de qualquer meio, fazendo com que os alunosse sintam confiantes e tenham a certeza de que mesmo distantes estão sendo vistos, observados e que suascontribuições e criações estão sendo analisadas e até mesmo questionadas.

Daí, a importância do retorno da avaliação, onde Peters(2006) afirma que “.... em nenhuma outra situação, osalunos a distância estão tão atentos e receptivos como quando seu trabalho é avaliado e comentado ..... ai não secorrigem e comentam resultados errados, mas, sim, também resultados corretos são reconhecidos e apreciados,exposições distorcidas são criticadas, argumentações inconsistentes são indicadas, outros modos de proceder sãoconsiderados possíveis...” , porém, e o mais importante, o resultado será justificado e o feedback feito.

Muitos são os modelos, os métodos e os meios de trabalhar a aprendizagem e a avaliação na EAD. Essamodalidade, atualmente, demonstra seu potencial de gerar novos modelos de ensino e aprendizagem, que poderãoinfluenciar o modo como a educação em geral é provida. Mas, a escolha certa do modelo, do método e dos meios,dependerá entre outros fatores, principalmente da proposta pedagógica do curso, e do tipo de homem que sepretende formar.

21.3 - Referências Bibliográficas usadas nesse capítuloNEDER, M. L. C.. Avaliação na Educação a Distância: significações para definição de percursos. Disponívelem: www.nead.ufmt.br/documentos/AVALIArtf.rtf. Acesso em 03/11/2006

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22 - Referências Bibliográficas

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VYGOTSKY_FORMACAOVYGOTSKY L.S. (1988). Aformação social da mente. 2ª ed.bras. São Paulo: Martins Fontes.

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