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2 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Edição 232

EDITORIALAmigos(as), nossa

vida continua, mesmodepois da visita do PapaFrancisco ao Brasil.

Nosso jornal Rumostambém continua, mes-mo depois da dolorosainformação da tesoura-ria de nossa Associaçãoque dispomos de verbafinanceira para apenasmais duas edições dojornal: esta e a de no-vembro.

Mas talvez continuapor pouco tempo, poissua sobrevivência para

2014 é duvidosa, talvezimpraticável!

Conforme publico emnota na contracapa (pági-na 16), o jornal escapará damorte se os muitos leitoresdo jornal eletrônico e ospoucos assinantes do jor-nal impresso assumiremuma postura amiga e cola-boradora de presentearemneste final de ano (presen-te de Natal!) a tesourariacom um bom número deassinaturas (40,00).

Que nosso jornal, jácom 31 anos de existên-

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Diretoria Executiva da Associação Rumos:biênio 2010/2012

Presidente: José Edson da SilvaVice-Presidente: Maria Lucia de Moura

1º. Secretário: José Carlos P. S. de Andrade2º. Secretário: Rosa Silvério. De Andrade

1º. Tesoureiro: Enoch Brasil de Matos Neto2º. Tesoureiro: Maria de Fátima Lima Brasil

Organismos de Apoio da AR e Conselho Gestor do Movimento de PadresCasados e suas Famílias:Presidente da AR - José Edson da SilvaCoordenadores do XX Encontro Nacional: Armando e Altiva HolyszewskiModerador do e-grupo padrescasados: João Correia TavaresCoordenadores do site www.padrescasados.org: Gilberto Luiz Gonzagae José Araujo Moura

Coordenadora do Grupo de viúvos e Viúvas: Benizzeth ZortheaCoordenadores do Grupo dos jovens do MFPC:José E. Rolim Mota e Rejane

E-mail para enviar matérias para o site: [email protected] internacionalArmando HolocheskiCoordenador da comissão de teologiaFrancisco Salatiel A. BarbosaAssessor Jurídico e Curador do Patrimônio da AR:Antônio Evangelista AndradeAssessores bíblico-teológicos:Eduardo Hoornaert e Geraldo FrenckenObs. - As respectivas esposas estão incluídas nas funções acima.

O JORNAL RUMOS é uma publicação bimestralda Associação Rumos/Movimento das Famílias

dos Padres Casados do Brasil (MFPC). AAssociação Rumos é uma sociedade civil de

direito privado, de âmbito nacional, comfinalidades assistenciais, filantrópicas,

culturais e educacionais, sem fins lucrativos.

Conselho Fiscal da AR: Joarez Virgolino Aires e Ausilia Moraes Aires (PR), Luís Guerreiro PintoCacais e Irene Ortlieb Guerreiro Cacais (DF) e Fernando Spagnolo e Telma Araujo de OliveiraSpagnolo (DF).JORNAL RUMOS:Coordenador do Conselho Editorial do Jornal Rumos: Gilberto Luiz GonzagaDiagramação Rodrigo Maierhofer MacedoJornalista Responsável: Mauro Queiroz (MTb 15025)Correspondência: artigos, comunicações, artigos, sugestões e críticas devem ser dirigidos para o e-mail: [email protected] de Gilberto Luiz Gonzaga, Porto Belo SC, fone 47-33694672Os textos assinados não representam necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsa-bilidade de seus autores.Assinatura anual:Assinatura anual: R$ 40,00 (quarenta reais)Pagamento pelo BANCO ITAÚ AGÊNCIA: 4453 Nº DA CONTA: 07294-6 OUComunique imediatamente ao nosso tesoureiro José Colaço Martins Dourado por e-mail([email protected]), por carta (José Colaço Martins Dourado Rua Mário Mamede, 1209 - Aptº 602 -Bairro de Fátima CEP: 60415-000 Fortaleza-CE) ou telefone (85-8899-9287)Associação Rumos: Anuidade de sócio - 150,00 (138,00 + 12,00 para Fundo de mútua ajuda);Pague sua anuidade exclusivamente através de depósito bancário noBANCO ITAÚ AGÊNCIA: 4453 Nº DA CONTA: 07294-6Remeta cópia do comprovante para José Colaço Martins Dourado por e-mail ([email protected]),por carta (José Colaço Martins Dourado Rua Mário Mamede, 1209 - Aptº 602 - Bairro de FátimaCEP: 60415-000 Fortaleza-CE) ou telefone (85-3334-1876)

Caríssimos irmãos e ir-mãs, saúde e paz!

O nosso Jornal Rumoschega a mais um número desuas edições e é exatamen-te com muita dedicação donosso Gilberto (famosoGiba) que ainda temos fô-lego para mantê-lo.

No nosso último en-contro nacional em For-taleza decidimos que fi-caríamos com o jornal im-presso para atender aoscolegas que não domi-nam com facilidade a in-ternet. Mas queremospartilhar que tal decisãotem um preço. Necessita-mos da contribuição fi-nanceiro de todos os as-sinantes para continuar-mos com nosso trabalhoinformativo e que na ver-dade é a voz do nossoMovimento de Famíliasdos Padres Casados noBrasil e que se espalhapelas redes sociais parao mundo inteiro.

Ao longo da nossa ca-minhada todos nós sabe-mos como nosso Movi-mento tem visibilidade namídia e na sociedade Bra-sileira. O Jornal Rumos temo caráter de não só infor-

Carta do Presidente aos leitores

mar, mas formar opiniões,por ser um trabalho elabo-rado por gente competente,com o diferencial de tratá-locomo um filho, pleno de cui-dado e dedicação.

Nesta perspectiva mereporto ao grande filósofoSócrates que inteligente-mente fez da ironia a me-lhor forma para se chegarao conhecimento. O seumétodo denominado mai-êutica nos apresentou deforma brilhante a melhorforma de chegar ao conhe-cimento, e neste sentidotodos somos interpeladosa produzir novas idéias aserviço da vida para edifi-cação de uma sociedademais justa e humana.

Quero convocar a to-dos os padres casados,nossas cunhadas, sobri-nhos, bispos e padres daativa, religiosos(as), ami-gos e amigas leigas a as-sumir o nosso Jornal commuita generosidade, assi-nando-o ou renovando aassinatura para 2014.

Dentre outras ativida-des ainda necessitamoselaborar o nosso catálogode endereços em âmbitonacional. Com a graça de

Deus e o apoio de todosalmejamos finalizá-lo atéo próximo Encontro Naci-onal em Curitiba - PR, emjaneiro de 2015.

Não esqueçamos,também, de contribuircom reflexões para onosso Encontro Nacio-nal; e que ele seja, defato, um momento de va-lorização das nossas Fa-mílias. E que nossos fi-lhos possam se sentirparticipantes ativos enão meros convidados.Semeemos, então, irmãose irmãs, a boa nova deque o nosso Movimentonão está engessado nasamarras de uma igrejaconservadora, mas queestamos a serviço da co-munidade e no seguimen-to dos passos de Jesus.

Caro Giba, sou padre Casado Ander-son Menezes esposo de Paula Ro-berta. Infelizmente, não pudemos

comparecer no encontro de Fortaleza, poisPaula fez um concurso na mesma data doencontro.

Fui Padre Salesiano e deixei o ministérioem 2011. Moro em Maceió e sou professorda Universidade Federal de Alagoas.

A Editora Paulus lançou uma coleçãode DVDs sobre Jurgen Habermas da minhaautoria. O 1º volume (Habermas e a Reli-gião); o 2º volume (Habermas e Ratzinger),

Gostaria de noticiar para a Associa-ção Rumos que acabo de lançar olivro Fora da Ordem: Do claustro ao

mundo secular. Ele resulta de pesquisa que fizsobre a adaptação de ex-religiosos à vida civil.

Entrevistei ex-jesuítas que deixaram aOrdem nos anos 60 ou 70 e que haviam tidosua formação no período anterior ao Concí-lio. As entrevistas focalizaram a experiênciadaqueles tempos, a adaptação pós-saída e aatual atitude para com a Igreja, a fé cristã e areligião. Entrevistei também ex-seminaristas,todos eles tendo saído com dez anos ou maisde claustro, mas não ordenados padres.

Com esse texto espero trazer uma pe-

1. Igreja Católica Apostólica Salvadorenha2. Igreja Católica Apostólica Argentina3. Igreja Católica Ecumênica Renovada emGuatemala4. Igreja Católica Apostólica Livre Iberoa-mericana5. Igreja Apostólica e Ecumênica SantaMaria ao Pé da Cruz6. Igreja Católica Apostólica Renovada7. Igreja Apostólica Católica Nossa Senho-ra de Guadalupe8. Igreja Católica Antiga do Rio da Prata9. Igreja Apostólica Sacramental10. Igreja Católica Apostólica Nacional deColômbia11. Igreja Católica Apostólica CarismáticaJesus Rei12. Igreja Fraternidade Maria Mãe dos Mis-sionários13. Igreja Católica Apostólica Nacional deParaguai14. Igreja Católica Apostólica Mexicana15. Igreja Católica Reformada16. Igreja Cristã Apostólica Católica - Peru17. Igreja Missionária Universal Nossa Se-nhora de Guadalupe

cia, possa continuar vivopor muitos outros.

É o que espero, comoeditor.

[email protected]

COLEÇÃO DE DVDo 3º volume (Habermas e a Educação) e porfim, no 4º volume (Habermas e a Escola deFrankfurt). Lancei esta coleção na Univer-sidade Católica de Recife e estarei lançan-do em agosto na Faculdade Católica SãoTomás de Aquino e na Faculdade Salesianado Nordeste em Recife.

Gostaria muitíssimo que este materialfosse divulgado no Jornal Rumos pela cir-culação que tem e pela minha adesão espi-ritual e afetiva ao mesmo.

Anderson [email protected]

LIVROquena contribuição para o entendimen-to do modo como a Igreja tradicionalmen-te formava seus quadros - com os pon-tos positivos daquela pedagogia e tam-bém suas limitações.

Ficarei agradecido pelo apoio no senti-do de que sua existência se torne conheci-da pelos que poderão ter interesse em lê-lo.

Se aparecerem outros interessadosno tema, Fora da Ordem pode ser adqui-rido nas grandes redes de livrarias ouno site da área comercial da editorawww.educaredistribuidora.com.br

Antonio Carlos Bôa NovaSociólogo (São Paulo)

IGREJAS LATINOAMERICANASDE TRADIÇÃO CATÓLICA NÃO ROMANA

18. Igreja Apostólica Sacramental19. Igreja Apostólica Ecumênica Santa Ma-ria ao Pé da Cruz (Puerto Montt, Chile)20. Igreja Cristã Católica Apostólica Nacio-nal Paraguaia21. Comunidade de Comunidades NossaSenhora de Guadalupe - Costa Rica.22. Igreja Episcopal Antiga em Argentina eUruguai23. Igreja Presbiteriana Episcopal SantoAndré Argentina .24. Igreja Apostólica Ecumênica Santa Ma-ria ao pé da Cruz. (Chile)25. Igreja Velho Católica em América26. Igreja Missionários Véteros Nossa Se-nhora da Alegria. (Colômbia y Argentina)27. Igreja Ortodoxa Bielorrussa no Estran-geiro.28. Igreja Católica Apostólica Carismática"Jesus Rei".29. Igreja Apostólica Carismática da RetaDoutrina30. Igreja Apostólica Renovada no Espírito- Colômbia31. Igreja Missionários Véteros de NossaSenhora da Alegria - Perú

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Jornal RUMOS

3Jornal RUMOSEdição 232

Recebi o jornal, bom como sempre.Abraço,

Antonio Evangelista [email protected]

Acabo de ler o jornal Rumos nº 231.Achei-o excelente, principalmente no pon-to em que fala da ordenação das mulheres.Coragem. A discriminação tem de acabar. AIdade média acabou há muito. É altura decada um dizer o que pensa e na Igreja fazmuita falta a sensibilidade feminina. Gosteiparticularmente dos artigos que dizem: "Ido-sos que ingerem álcool melhoram" "outramulher enfrenta o Vaticano e ordena-se sa-cerdote nos EUA" e ainda "Mulher de Pa-dre - Lúcia e Edson" e "a freira e o Pároco".Imprimi-o porque o achei extraordinário.

Parabéns e muita força e saúde.Serafim de Sousa

[email protected]

Agradeço mais uma vez pelo jornal, eaguardo um dia que possamos nos encon-trar, para colocar as conversas em dia. Umbeijo e abraço para vocês, fiquem com Deus.

[email protected]

Oi, Giba, eu vou fazer a assinatura dojornal e filiar-me em breve. Gosto muitodo jornal e pretendo inclusive mandar al-gumas matérias para apreciação. Eu estu-dei comunicação social e é este segmen-to da comunicação que quero desenvol-ver: a evangelização através do "mass me-dia". Aqui em nossa paróquia estamos ini-ciando a pastoral da comunicação. Temosuma rádio comunitária, o jornal e o site.Agradeço-te pelo jornal e em breve esta-rei entrando em contato para a minha fili-ação ao movimento, se é que é possíveluma leiga filiar-se. De qualquer formaquero contribuir porque acredito que otrabalho de vocês e o ideal do movimentoé a igreja que acredito.

Sandra Martins [email protected]

Resposta: Sandra, pode filiar-se comosócia, sim. Será uma alegria para nossoMFPC. Giba

Gilberto, agradeço o "Rumos". Já li.Pedro Camilo Telles

[email protected]

Meu caro Gilberto, há dias recebi pelosite "Padres Casados" o Rumos.

Parabéns, como sempre está muito bom.Sem sucesso tentei motivar alguns co-

legas de Belo Horizonte para assinaremRumos.

Eu e minha esposa estamos, há uns doismeses, fazendo uso diário do Cloreto demagnésio. Estamos muito satisfeitos.

Envio-lhe agora uma informação sobreo limão, que recebi de uma amiga. Acho quevale a pena divulgar. Fazer mal, tenho certe-za, não fará. Um abraço.

José Lino de Araú[email protected]

Agradezco el envio de Rumos. Leí, cu-anto pude, los artículos de la presentaciónde il papa Francisco al papa Juan XXIII,como modelo de santidad.

La reunión de la Confederación de reli-giosos de AL y el Caribe, con el papa Fran-cisco, en donde se manifiesta que abran laspuertas de la renovación de la Iglesia

Maciel aliado del papa Juan Pablo II,sabría la verdad sobre ese hombre?

La contribución de las mujeres en la Igle-sia, siempre hubo desde su nacimiento, sin

ellas no se habría hecho realidad el cristia-nismo, muchas dieron la vida y continúantrabajando por el reino de Dios.

Los divorciados y el acceso a los sacra-mentos. En el estudio de dogma aprendíque Sacramenta propter homines, entoncesporque negar a los hombres que mas nece-sitan de Dios?

En el proximo numero informen sobre laraiz de los problemas sociales de Brasil. Fe-licitaciones

Mario Mullo [email protected]

Sempre leio seus textos e jornais, sem-pre atualizados e interessantes.

Cinéria [email protected]

Gostaria de agradecê-lo pelo envio daúltima edição do Jornal Rumos.

Como sempre de excelente qualidade ecom um incontestável compromisso com averdade e a justiça.

Ivan Sales [email protected]

(Entre muitas outras linhas ele escreve:)Com a vinda do Papa ao Brasil todo mundoficou mais feliz e eu também. Para evangeli-zar, na ausência do Papa está o jornal Ru-mos. Parabéns!

O centralismo do Vaticano se opõe aoEspírito da Igreja de Jesus.

Com o Papa no Brasil vi os avanços dosexo feminino e da raça negra.

Com 81 anos continuo cuidando do po-mar aonde até as aves jacus vem comer fru-tas.

Já renovei minha assinatura do jornalhá poucos dias.

Pe. Emérito Mariano CallegariCasa do Padre - Caxias do Sul - RS

Estimado "mano" em Jesus e Maria.Fui lendo com interesse Rumos 231, ex-

cluindo os artigos que o moderador doMFPC tem partilhado para o secretariadoda Fraternitas, com tanta gentileza, emboralhes desse uma olhadela.

Mas como eu não percebo nada de fu-tebol, nem gosto, apreciei deveras o artigoda página 4, que li com tanto entusiasmo:"O futebol como filosofia".

Como tributo, passei para doc. Word"Oração do futebolista", para integrar, seentender, em RUMOS 232.

FORÇA! O nosso abraço fraterno.A secretária, Urtélia Silva

Associação Fraternitas Movimentohttp://fraternitasmovimento.blogspot.pt

Estimado amigo João Tavares, percorrirapidamente os conteúdos do Jornal Rumos.

Muito bons! E trazendo informaçõesmuito importantes para esclarecer algumasrealidades bastante obscuras na Igreja,

como os episódios referentes ao fundadordos Legionários de Cristo.

Agradeço a gentileza do envio destaedição. Transmita minha saudação a todos.

Com o meu abraço,D. Demétrio Valentini

[email protected]

Agradezco como siempre el envío delJornal Rumos.

Como siempre, el jornal es interesante,ágil, agradable.

Pero esta vez, lamento haber encontra-do en Rumos un artículo de sociología ex-tremadamente superficial, que desentonacon el nivel generalmente honesto de lapublicación.

Me refiero al artículo anónimo de la pá-gina 13 : "Profesor reprova clase socialistainteira".

Rogelio [email protected]

Amigo Sr. Gilberto. A edição do JornalRumos nº 231 está uma beleza.

Obrigada pela dedicação e esforço paraque possamos receber tão importante meiode comunicação. Parabéns pelos ricos arti-gos, informações e humor.

Raimunda Gil [email protected]

Sou gaúcho, participei dos primeirosmovimentos dos Padres casados aqui emPorto Alegre até alguns anos atrás. Hoje,não têm havido encontros,que eu tenhasido informado. Algumas lideranças se afas-taram, por diversos motivos pessoais.

Eu gostaria de assinar o jornal da Asso-ciação Rumos.

Casei, fui professor da PUC - PORTOALEGRE .Estou aposentado, auxilio noHospital Conceição em POA e acabei de lan-çar um livro pela Editora Buqui - VATICA-NO FÁBRICA DE CONTRADIÇÕES

Maximiliano Zambom [email protected]

Fui jesuíta durante alguns anos, masnão cheguei à ordenação - deixei a ordemantes de começar a Teologia.

Não sou ligado à Associação Rumos,de cuja existência fiquei sabendo recente-mente, ao ler o livro "Entre a Batina e a Ali-ança", da Profa. Edlene Silva.

Na ocasião, eu já havia concluído mi-nha pesquisa e estava na fase final da reda-ção do livro. Desde então, passei a entrarperiodicamente no site para acompanhar asnovidades, publicações etc.

Ainda não conheço o jornal RUMOS eteria prazer em lê-lo; como devo fazer?

Antonio Carlos Bôa [email protected]

Meu prezado Gilberto, é pouco dizer queo RUMOS está bom. Ele está excelente! Pa-rabéns! Tenho certeza de que nosso Jornalestá plantando uma semente profética que,em breve, estará dando bons frutos. Umgrande abraço

José Lino de Araú[email protected]

Grato pelo envio do exemplar do jornal,muito bom; os artigos e assuntos.

Por ter "sido" padre já lhe tenho admi-ração e pelo fato de deixar de exercer o sa-cerdócio, mas continuar com uma atuaçãoque ajuda e esclarece as pessoas neste uni-verso espiritual e assuntos diversos da igre-ja, aumenta ainda mais.

Wilson Roberto Corrê[email protected]

LIVRO DE PADRE CASADOCONTA SUA HISTÓRIA

Estou enviando o prefácio de nosso li-vro que foi lançado no dia 13 de Julhoaqui em Recife. O prefácio é de Paulo

Camelo, meu cunhado. Bernardo Eyre.Prefácio do livro: Só quero que você seja

feliz - a história de amor entre um padre euma freira, de Marta Eyre e Brian Eyre

Algumas pessoas acreditam em destino.Outras têm a convicção de que há almas gême-as. Ainda outras creditam tudo à vontade deDeus. De uma forma ou de outra, ou talveznão existindo nenhuma razão aparente, ocorreque muitas vezes vemos duas vidas - que, peloseu passado ou pela sua história, não teriamcomo se imaginarem unidas, pois galgam ca-minhos distintos e distantes - confirmando oque a física diz das paralelas: no infinito estásua união. O infinito, na visão física, pode sero inatingível. Porém o homem, imagem e se-melhança de Deus, tem como infinito todo oseu plano de vida mixado ao plano espiritual,algo que não tem início nem fim permeado pormomentos que podemos dimensionar: nossoviver individual.

Brian Eyre nasceu na - para nós, brasilei-ros - longínqua Irlanda. Teve sua educaçãofirmada em pilares aparentemente - só apa-rentemente - diferentes dos nossos. Educou-se religiosamente e tomou como meta a vidamissionária. E algo além de nossa imaginaçãoo direcionou para o Brasil. Tão grande Bra-sil, veio apegar-se a uma pequena comunida-de cristã em uma cidade do Nordeste.

Marta Isabel nasceu nessa cidade do Nor-deste brasileiro, porém em um momento emque Brian era um longínquo desconhecido.Os exemplos de vida de sua família e suafirme religiosidade também a fizeram seguir acarreira religiosa, na área de educação de jo-vens. E foi com esse matiz que ela cumpriuordens de difundir a educação em outras pla-gas do Nordeste para, em um determinadomomento, chegar àquela comunidade quepouco tempo antes recebera Brian.

Um homem e uma mulher, com firmes pro-pósitos de difundir a educação e a religião, enesse propósito poderiam seguir seus caminhosparalelos, encontraram aquele ponto infinito esuas vidas paralelas sentiram a atração mútua: aforça que une um homem e uma mulher.

Estavam os dois sob ordens e decisõeshumanas que determinavam a vida celibatá-ria, solitária quanto ao sexo, embora solidáriaquanto ao aspecto humano. Ordens huma-nas não se sobrepõem a desígnios divinos,desígnios que se revelam por característicasfísicas ainda tão estudadas e não elucidadas:a atração entre um determinado homem e umadeterminada mulher.

Ora, não há condições excludentes, nãodo ponto de vista de um homem e uma mu-lher ao olhar de Deus. As normas podem seraplainadas e - se não o forem - contornadas.

Se por um lado - o de Brian - houve demo-ra na aceitação de seu pedido de dispensa docelibato, mas uma boa receptividade por par-te de seus superiores, por outro - o de Marta- a aceitação foi rápida, mas a receptividadedas superioras deixou a desejar, e muito!

O exemplo de vida, resignação, supera-ção e perseverança dos dois religiosos que seuniram em matrimônio sem perder a religio-sidade mereceu - como merece - ser contadoem um livro como este, para deleite se seusnumerosos amigos que presenciaram, acata-ram e apoiaram essa união, com suas precese palavras carinhosas, bem como para umaimensa massa que ainda resiste á quebra depreceitos esdrúxulos, para que, nesses ca-sos, a bela história sirva de exemplo.

Paulo CameloBrian Eyre

[email protected]

PÁGINA DOS LEITORES

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4 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Edição 232

Queridos irmãos no episcopado,15/08/2013

Somos três bispos eméritos que, deacordo com o ensinamento do ConcílioVaticano II, apesar de não sermos maispastores de uma Igreja local, somossempre participantes do Colégio epis-copal, e junto com o Papa, nos sentimosresponsáveis pela comunhão universalda Igreja Católica.

Alegrou-nos muito a eleição do PapaFrancisco no pastoreio da Igreja, pelassuas mensagens de renovação e con-versão, com seus seguidos apelos a umamaior simplicidade evangélica e maiorzelo de amor pastoral por toda a Igreja.Tocou-nos também a sua recente visitaao Brasil, particularmente suas palavrasaos jovens e aos bispos. Isso até nostrouxe a memória do histórico Pacto dasCatacumbas.

Será que nós bispos nos damos contado que, teologicamente, significa essenovo horizonte eclesial? No Brasil, emuma entrevista, o Papa recordou a fa-mosa máxima medieval: "Ecclesia sem-per renovanda".

Por pensar nessa nossa responsabi-lidade como bispos da Igreja Católica, nospermitimos esse gesto de confiança delhes escrever essas reflexões, com umpedido fraterno para que desenvolva-mos um maior diálogo a respeito.

1. A Teologia do Vaticano II sobreo ministério episcopal

O Decreto Christus Dominus de-dica o 2º capítulo à relação entre bis-po e Igreja Particular. Cada Diocese éapresentada como "porção do Povode Deus" (não é mais apenas um terri-tório) e afirma que, "em cada Igrejalocal está e opera verdadeiramente aIgreja de Cristo, una, santa, católica eapostólica" (CD 11), pois toda Igrejalocal não é apenas um pedaço de Igre-ja ou filial do Vaticano, mas é verda-deiramente Igreja de Cristo e, assim adesigna o Novo Testamento (LG 22)."Cada Igreja local é congregada peloEspírito Santo, por meio do Evangelho,tem sua consistência própria no servi-ço da caridade, isto é, na missão detransformar o mundo e testemunhar oReino de Deus. Essa missão é expres-sa na Eucaristia e nos sacramentos.Isso é vivido na comunhão com seupastor, o bispo".

Essa teologia situa o bispo não aci-ma ou fora de sua Igreja, mas comocristão inserido no rebanho e com umministério de serviço a seus irmãos. É apartir dessa inserção que cada bispo,local ou emérito, assim como os auxilia-res e os que trabalham em funçõespastorais sem dioceses,todos, enquantoportadores do dom recebido de Deusna ordenação são membros do ColégioEpiscopal e responsáveis pela catolici-dade da Igreja.

3 BISPOS EMÉRITOS ESCREVEM AOS BISPOS DO BRASIL

2. A sinodalidade necessária noséculo XXI

A organização do papado como es-trutura monárquica centralizada foi ins-tituída a partir do pontificado de Gregó-rio VII, em 1078. Durante o 1º milêniodo Cristianismo, o primado do bispo deRoma estava organizado de forma maiscolegial e a Igreja toda era mais sinodal.

O Concílio Vaticano II orientou aIgreja para a compreensão do episco-pado como um ministério colegial. Essainovação encontrou, durante o Concí-lio, a oposição de uma minoria incon-formada. O assunto, na verdade, nãofoi suficientemente amarrado. Alémdisso, o Código de Direito Canônico,de 1983 e os documentos emanadospelo Vaticano, a partir de então, nãopriorizaram a colegialidade, mas res-tringiram a sua compreensão e cria-ram barreiras ao seu exercício. Issofoi em prol da centralização e crescentepoder da Cúria romana, em detrimen-to das Conferências nacionais e conti-nentais e do próprio Sínodo dos bis-pos, este de caráter apenas consultivoe não deliberativo, sendo que tais or-ganismos detêm, junto com o Bispo deRoma, o supremo e pleno poder emrelação à Igreja inteira.

Agora, o Papa Francisco parecedesejar restituir às estruturas da IgrejaCatólica e a cada uma de nossas dioce-ses uma organização mais sinodal e decomunhão colegiada. Nessa orientação,ele constituiu uma comissão de carde-ais de todos os continentes para estu-dar uma possível reforma da Cúria Ro-mana. Entretanto, para dar passos con-cretos e eficientes nesse caminho - eque já está acontecendo - ele precisada nossa participação ativa e conscien-te. Devemos fazer isso como forma decompreender a própria função de bis-pos, não como meros conselheiros eauxiliares do papa, que o ajudam à me-dida que ele pede ou deseja e sim comopastores, encarregados com o papa dezelar pela comunhão universal e o cui-dado de todas as Igrejas.

3. O cinquentenário do ConcílioNesse momento histórico, que co-

incide também com o cinqüentenáriodo Concílio Vaticano II, a primeiracontribuição que podemos dar à Igrejaé assumir nossa missão de pastores queexercem o sacerdócio do Novo Testa-mento, não como sacerdotes da antigalei e sim, como profetas. Isso nos obri-ga colaborar efetivamente com o bis-po de Roma, expressando com maisliberdade e autonomia nossa opiniãosobre os assuntos que pedem uma re-visão pastoral e teológica. Se os bis-pos de todo o mundo exercessem commais liberdade e responsabilidade fra-ternas o dever do diálogo e dessem suaopinião mais livre sobre vários assun-tos, certamente, se quebrariam certostabus e a Igreja conseguiria retomar odiálogo com a humanidade, que o PapaJoão XXIII iniciou e o Papa Francis-co está acenando.

A ocasião, pois, é de assumir o Con-cílio Vaticano II atualizado, superar deuma vez por todas a tentação de Cris-tandade, viver dentro de uma Igrejaplural e pobre, de opção pelos pobres,uma eclesiologia de participação, de li-bertação, de diaconia, de profecia, demartírio... Uma Igreja explicitamenteecumênica, de fé e política, de integra-ção da Nossa América, reivindicandoos plenos direitos da mulher, superandoa respeito os fechamentos advindos deuma eclesiologia equivocada.

Concluído o Concílio, alguns bis-pos - sendo muitos do Brasil - cele-braram o Pacto das Catacumbas deSanta Domitila. Eles foram seguidospor aproximadamente 500 bispos nes-se compromisso de radical e profun-da conversão pessoal. Foi assim quese inaugurou a recepção corajosa eprofética do Concílio.

Hoje, várias pessoas, em diversaspartes do mundo, estão pensando numnovo Pacto das Catacumbas. Por isso,desejando contribuir com a reflexãoeclesial de vocês, enviamos anexo otexto original do Primeiro Pacto.

O clericalismo denunciado pelo PapaFrancisco está sequestrando a centra-lidade do Povo de Deus na compreen-são de uma Igreja, cujos membros, pelobatismo, são alçados à dignidade de "sa-cerdotes, profetas e reis". O mesmoclericalismo vem excluindo o protago-nismo eclesial dos leigos e leigas, fa-zendo o sacramento da ordem se so-brepor ao sacramento do batismo e àradical igualdade em Cristo de todos osbatizados e batizadas.

Além disso, em um contexto demundo no qual a maioria dos católicosestá nos países do sul (América Latinae África), se torna importante dar à Igre-ja outros rostos além do costumeiroexpresso na cultura ocidental. Nos nos-sos países, é preciso ter a liberdade dedesocidentalizar a linguagem da fé e daliturgia latina, não para criarmos umaIgreja diferente, mas para enriquecer-mos a catolicidade eclesial.

Finalmente, está em jogo o nossodiálogo com o mundo. Está em ques-tão qual a imagem de Deus que da-mos ao mundo e o testemunhamospelo nosso modo de ser, pela lingua-gem de nossas celebrações e pelaforma que toma nossa pastoral. Esseponto é o que deve mais nos preocu-par e exigir nossa atenção. Na Bíblia,para o Povo de Israel, "voltar ao pri-meiro amor", significava retomar amística e a espiritualidade do Êxodo.

Para as nossas Igrejas da Améri-ca Latina, "voltar ao primeiro amor" éretomar a mística do Reino de Deusna caminhada junto com os pobres ea serviço de sua libertação. Em nos-sas dioceses, as pastorais sociais nãopodem ser meros apêndices da orga-nização eclesial ou expressões meno-res do nosso cuidado pastoral. Aocontrário, é o que nos constitui comoIgreja, assembleia reunida pelo Espí-rito para testemunhar que o Reinoestá vindo e que de fato oramos edesejamos: venha o teu Reino!

Esta hora é, sem dúvida, sobretu-do para nós bispos, com urgência, ahora da ação. O Papa Francisco aodirigir-se aos jovens na Jornada Mun-dial e ao dar-lhes apoio nas suas mo-bilizações, assim se expressou: "Que-ro que a Igreja saia às ruas". Isso fazeco à entusiástica palavra do apósto-lo Paulo aos Romanos: "É hora dedespertar, é hora e de vestir as armasda luz" (13,11). Seja essa a nossamística e nosso mais profundo amor.

Abraços, com fraterna amizade.Dom José Maria Pires, arcebispo

emérito da Paraíba.Dom Tomás Balduino, bispo emé-

rito de Goiás.Dom Pedro Casaldáliga, bispo

emérito de São Félix do Araguaia.www.ihu.unisinos.br

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Jornal RUMOS

5Jornal RUMOSEdição 232

A REVOLUÇÃO DE UMA VERDADEIRA TEOLOGIA DA MULHER

Muitos profissionais emrestaurantes, além denutricionistas, estão

usando ou consumindo o li-mão inteiro, em que nada édesperdiçado.

Como você pode usar o li-mão inteiro sem desperdício?

Simples... Lave bem e co-loque o limão na seção do fre-ezer de sua geladeira. Umavez que o limão esteja conge-lado, use seu ralador e o limãointeiro (sem necessidade dedescascá-lo) e polvilhe-o emcima de seus alimentos, emsuas bebidas, saladas, sorvete,sopa, macarrão, molho de ma-carrão, arroz, sushi...

Todos os alimentos inespe-radamente terão um gosto ma-ravilhoso, algo que você talveznunca tenha provado antes.

Provavelmente, você acha-va que só o suco de limão teriavitamina C. Bem, saiba que ascascas do limão contêm vitami-nas 5 a 10 vezes mais do que o

LIMÃO CONGELADO

O significado da Assun-ção não se refere ape-nas às mulheres na

Igreja, mas ilumina, e não ape-nas simbolicamente, a ambiva-lente figura da mulher: onipo-tente, mas também submissa.

A opinião é da historiado-ra e senadora italiana EmmaFattorini. O artigo foi publi-cado no jornal L'Unità, 17-08-2013. A tradução é de Moi-sés Sbardelotto.

Eis o texto.O papel da mulher e a sua

"dignidade" na Igreja devem sercompreendidos e exaltados. OPapa Francisco falou isso aosfiéis na praça de Castel Gan-dolfo, antes de recitar o Ânge-lus na Solenidade da Assunção."Compreendidos e exaltados",ainda na viagem ao Brasil elehavia falado da necessidade deuma verdadeira "teologia damulher": referências, passa-gens, mas muito importantes.

O fato de retomá-las no diade Ferragosto tem um signifi-cado todo particular. Na anti-guidade, as Feriae eram umacelebração da fertilidade e damaternidade, de origem orien-tal, a deusa-mãe Sira, padroei-ra do trabalho dos campos,prerrogativas que, ao longo dos

suco de limão propriamente dito.E, sim, isso é o que você vem

desperdiçando. Mas de agoraem diante, por seguir esse pro-cedimento simples de congelaro limão inteiro e salpicá-lo emcima de seus pratos, você podeconsumir todos os nutrientes.

As cascas do limão são re-juvenescedoras da saúde naerradicação de elementos tóxi-cos do corpo.

Limão (Citrus) é um produtomilagroso para matar célulascancerosas. 10.000 vezes maisforte do que a quimioterapia.

Por que não sabemos nadasobre isso? Porque existem la-boratórios interessados em fa-zer uma versão sintética quelhes trará enormes lucros. Seusabor é agradável e não produzos efeitos horríveis da quimio-terapia. Quantas pessoas mor-rem enquanto esse segredo émantido, para não pôr em peri-go as grandes corporaçõesmultimilionárias.

Como sabem, a árvore do li-mão é conhecida por suas vari-edades de limões e limas. Vocêpode comer as frutas de dife-rentes maneiras: a polpa, suco,preparando bebidas, sorvetes,bolos, etc... A ele são credita-das muitas virtudes, mas o maisinteressante é o efeito que pro-duz sobre cistos e tumores.

Essa planta é uma soluçãocomprovada de todos os tiposde doenças

Alguns dizem que é muitoútil para todas as variantes docancro.

Ele é considerado tambémcomo um espectro antimicrobi-ano contra infecções por bac-térias e fungos, eficaz contraparasitas internas e vermes, queregula a pressão de sangue,quando muito alto; e um anti-depressivo, combatendo o es-tresse e distúrbios nervosos.

A fonte desta informação éfascinante: vem de uma dasmaiores fabricantes de drogas

no mundo. Diz que, após maisde 20 testes desde 1970, os ex-tratos revelaram que: destrói ascélulas malignas, incluindo có-lon, mama, próstata, pulmão epâncreas... Os compostos des-sa árvore mostraram-se 10.000vezes melhores do que o pro-duto Adriamycin, uma droganormalmente utilizada comoquimioterápico no mundo, retar-dando o crescimento das célu-

las cancerosas.E o que é ainda mais sur-

preendente: este tipo de te-rapia com extrato de limãoapenas destrói células decâncer maligno e não afeta ascélulas saudáveis.

Antes tarde do que nunca!Repassem aos seus amigos econhecidos.

José Lino de Araú[email protected]

séculos, a tradição popular atri-buiu à Virgem Maria.

Mas, em Ferragosto, nãose celebra uma das tantas fes-tas dedicadas à Nossa Senho-ra, mas sim a festa muito es-pecial da Assunção, o últimodogma mariano declarado porPio XII em 1950. E por queseria tão especial? Carl Gus-tav Jung o explicou muito bemem um texto, que se tornouimportante para a história dasmulheres no Ocidente.

O fundador da psicologiaprofunda, baseada nos símbo-los e nos arquétipos de origemprotestante, no livro Respostaa Jó, escrevia: "O dogma da As-sunção de Maria ao céu é oacontecimento religioso maisimportante da era moderna de-

pois da Reforma". Porque era,segundo Jung, o evento simbo-licamente mais importante paraa história das mulheres moder-nas, para a sua emancipação eo seu reconhecimento.

Para Jung, o fato de que oúnico ser humano já assunto aocéu, antes do fim dos tempos,além do filho de Deus, era umamulher representava uma revo-lução no imaginário coletivo eum reconhecimento do enormepoder. No limite da onipotênciae, portanto, da heresia, porquecorria o risco de equiparar pe-rigosamente demais a mãe, so-mente mulher e totalmente hu-mana, ao filho, homem, sim,mas também filho de Deus.

Um belo emaranhado teoló-gico e histórico. Tanto que, na

história da Igreja, os movimen-tos assuncionistas tiveram umavida muito difícil, porque, entreoutras tantas razões, corriam orisco de dilatar demais as prer-rogativas de Nossa Senhora e,assim, das mulheres.

Creio, portanto, que é degrande relevância que o PapaFrancisco, escolha uma oca-sião tão significativa para fa-lar do novo papel da mulhere para celebrar o 25º aniver-sário da Carta ApostólicaMulieris dignitatem, de JoãoPaulo II, sobre a dignidade ea vocação da mulher.

O significado da Assunçãonão se refere apenas às mulhe-res na Igreja, mas ilumina, e nãoapenas simbolicamente, a am-bivalente figura da mulher me-diterrânea: onipotente - paraJung, a Assunção era o retornoa uma deusa feminina -, mastambém submissa. Muito pode-rosa como mãe, mas tambémsubalterna ao homem-marido.Uma natureza muito frágil emuito forte, a da mulher medi-terrânea, diferente da emanci-pada mulher protestante.

É importante voltar a essasraízes profundas da identidadefeminina contemporânea dian-te do crescimento da violência

contra as mulheres. É daí quedevemos recomeçar, todos etodas. A sensibilidade ao femi-nicídio cresce a cada dia, e es-tamos contentes com isso. Osmovimentos das mulheres es-tão em alerta permanente, asdeputadas e as senadoras, to-das, têm trabalhado com umempenho extraordinário; maisrecentemente, o decreto do go-verno italiano vai estabelecerprocedimentos urgentes.

Tudo isso nos deixa justa-mente orgulhosas. O "mas"que se segue obrigatoriamen-te a essas observações falajustamente de prevenção. Masnenhuma prevenção é maiseficaz do que recomeçar daforça das mulheres mediter-râneas, e não somente da suafraqueza. Porque hoje é a suaforça que assusta, quando de-saparecem os contrapesosque a cultura ocidental mas-culina tinha posto de pé, a fimde chegar a um acordo comela e de fazer dela o fruto deum relacionamento amoroso.Nesse sentido, as culturas re-ligiosas podem ser valiosasaliadas das mulheres e da suacapacidade de construir bonsrelacionamentos.

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6 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Edição 232

Foi um encontro histórico,sem precedentes.Poraquilo que se disse e pela

forma como se disse. Duranteuma hora, Francisco dialogoucom franqueza com a diretoriada Conferência Latino-Ameri-cana e Caribenha de Religiosase Religiosos (CLAR).

Conversaram sentados emcírculo, entre iguais, como nasprimeiras comunidades funda-das por Jesus...

Eis um breve resumo dessehistórico encontro.

1. Abram portas... Abramportas!

Vocês vão se equivocar, vãofazer bobagem, isso acontece!Talvez até vão receber umacarta da Congregação para aDoutrina [da Fé] dizendo quevocês disseram tal e tal coisa...Mas não se preocupem. Expli-quem o que tenham que expli-car, mas sigam em frente...Abram portas, façam algo aíonde a vida clama. Prefiro umaIgreja que se equivoca por fa-zer algo do que uma que adoe-ce por ficar fechada...

2. Sobre a sua eleiçãoEu não perdi a paz em ne-

nhum momento, sabem? E issonão é meu, eu sou mais de mepreocupar, de ficar nervoso...Mas não perdi a paz em ne-nhum momento. Isso me con-firma que isso é de Deus...

3. Sobre a esperança queseus gestos trouxeram, como ofato de ter ficado em SantaMarta

Esses gestos... não vieramde mim. Não fui eu que os in-ventei. Eu não trouxe um pla-no, nem fiz um plano quando meelegeram. Eu faço isso porquesenti que era o que o Senhorqueria. Mas esses gestos nãosão meus, há Outro aqui... issome dá confiança...

Eu trazia a roupa estritamen-te necessária, a lavava de noite,e de repente isso... Eu não tinhanenhuma chance! Nas apostasde Londres, eu estava em 44ºlugar, vejam vocês! Quem apos-tou em mim ganhou muito, cla-ro...! Isso não vem de mim...

4 . Sobre as correntes daIgreja

Compartilho com vocês duas

"Eu quero ser como a bolade futebol, disponível para to-dos e para cada um, que ale-gra e diverte todos os que ausam, sobretudo as crianças.

Eu não quero causar ne-nhum mal a ninguém.

Gostava de jogar não só nocampo, mas na vida toda comespírito de equipe.

Gostava de saber entrarem campo, cheio do Teu bomespírito, de jogar para ganharmas sem fazer rasteiras a nin-guém, de aceitar perder comdignidade, e de ganhar comhumildade.

Gostava de ser um despor-tista feliz.

Ajuda-me a dar o melhorque tenho, o melhor que sou.

Ajuda-me a jogar a vidacomo Tu, pelos outros.

Ajuda-me a encontrar amelhor estratégia para por to-dos os outros a jogar também.

Sê o meu modelo no jogoda vida.

Faz comigo o que quiseres.Estou disponível para jogar

na tua seleção, se Tu quise-res.

Faze de mim um instru-mento de felicidade".

Autor [email protected]ária Urtélia Silva

ORAÇÃO DOFUTEBOLISTA

Acesse o site

www.padrescasados.org

"ABRAM AS PORTAS"

preocupações. Uma delas é umacorrente pelagiana que existe naIgreja neste momento. Há cer-tos grupos restauracionistas. Euconheço alguns, eu tive que re-cebê-los em Buenos Aires Aires.E sentimos que é como voltar 60anos atrás! Antes do Concílio...Sentimo-nos em 1940... Umaanedota, só para ilustrar, não pararir - eu a tomei com respeito, masme preocupa: quando me elege-ram, eu recebi uma carta de umdesses grupos, e me diziam: "San-tidade, oferecemos-lhe este te-souro espiritual: 3.525 rosários".Por que não dizem 'rezamos pelosenhor, pedimos'... Mas isso defazer contas...

A segunda é uma correntegnóstica. Esses panteísmos...As duas são correntes de elite,mas esta é de uma elite maisformada... Eu soube de umasuperiora geral que incentiva-va as irmãs da sua congrega-ção a não rezar pela manhã,mas sim a tomarem um banhoespiritual no cosmos, coisas as-sim... Isso me preocupa porquepulam a encarnação! E o Filhode Deus se fez nossa carne, oVerbo se fez carne, e na Amé-rica Latina temos carne aosmontes! O que acontece comos pobres, as dores, essa é nos-sa carne...

O evangelho não é a regraantiga, nem esse panteísmo. Sevocê olhar para as periferias, osindigentes, os drogados, o tráfi-co de pessoas... Esse é o evan-gelho. Os pobres são o evan-gelho...

5. Sobre a Cúria Romana e

a comissão de cardeaisE, sim... é difícil. Na Cúria,

há pessoas santas, de verdade,há pessoas santas. Mas tam-bém há uma corrente de cor-rupção, também existe, é ver-dade... Fala-se do "lobby gay",e é verdade, está aí... É preci-so ver o que podemos fazer...

A reforma da Cúria Roma-na é algo que quase todos nós,cardeais, pedimos nas congre-gações prévias ao conclave. Eutambém pedi. Eu não posso fa-zer a reforma, esses temas degestão... Eu sou muito desor-ganizado, nunca fui bom nisso.Mas os cardeais da comissãovão levá-la adiante. Aí estáRodríguez Maradiaga, que élatino-americano, que leva abatuta, stá Errázuriz, eles sãomuito ordenados. O [cardeal] deMunique também é muito orde-nado. Eles vão levá-la adiante.Rezem por mim para que eu meequivoque o menos possível...

6. Sobre AparecidaAparecida não terminou.

Aparecida não é só um docu-mento. Foi um acontecimento.Aparecida foi algo diferente.Para começar, porque não tevedocumento de trabalho. Tevecontribuições, mas não um do-cumento. E, ao terminar, tambémnão tinha um documento - no diaanterior tínhamos 2,300 "mo-dos"... Aparecida enviou à mis-são continental. Aí termina Apa-recida, no impulso da missão.

O que Aparecida teve deespecial é que não foi celebra-da nem em um hotel, nem emuma casa de retiros... Foi cele-brada em um santuário maria-no. Durante a semana, celebrá-vamos a Eucaristia e haviaumas 250 pessoas, porque eraum dia normal de trabalho. Maso fim de semana ele estava

cheio...! O povo de Deus acom-panhava os bispos, pedindo oEspírito Santo...

Tínhamos as salas de reu-niões debaixo do Santuário.Assim, a música de fundoeram os cantos, as celebra-ções no Santuário... Isso deualgo muito especial.

7. Sobre as congregaçõesreligiosas

Há algo que me preocupa,embora eu não saiba como lê-lo. Há congregações religiosas,grupos muito, muito pequenos,algumas poucas pessoas, pes-soas muito velhas... Não têmvocações, sei lá... O EspíritoSanto não quer que continuem,talvez já cumpriram a sua mis-são na Igreja, não sei... Mas aíestão, aferradas aos seus edifí-cios, aferradas ao dinheiro... Eunão sei por que isso acontece,eu não sei como lê-lo. Maspeço-lhes que se preocupemcom esses grupos... A gestãodo dinheiro é algo que precisaser refletido.

8. Sobre a Congregaçãopara a Vida Consagrada

Aproveitem este momentoque vivemos na Congregaçãopara a Vida Consagrada... É ummomento de sol... Aproveitem.O prefeito é bom. E o secretá-rio [José Rodríguez Carballo],que foi "lobiado" por vocês! Não,na realidade, sendo o presiden-te da USG [União dos Superio-res Gerais], o lógico era que fos-se ele! Quem melhor...

Ponham todo o seu empenhono diálogo com os bispos. Com oCelam [Conselho Episcopal La-tino-Americano], com as Confe-rências nacionais... Eu sei que háalguns que têm outra ideia dacomunhão, mas... Falem, conver-sem com eles, digam-lhes...

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Jornal RUMOS

7Jornal RUMOSEdição 232

Num desses dias assistium psicopedagogo fa-lando na tevê a respei-

to dos descaminhos da vida hu-mana em sociedade. No anda-mento da palestra ele se refe-riu a três períodos distintos desua vida, dos quais ele colheulições e exemplos capazes deformar uma base para sua exis-tência, e de profissional do com-portamento.

Ele aprendeu com os paisque o que importava era ser; serdistinto, amigo, bom filho, cida-dão, digno, honesto, respeitador.Mais tarde ele testemunhou afase do ter. Era imperioso terboa aparência, dinheiro, boasroupas, ter bens, status, ter,ter... Hoje, disse ele, na fasemadura, presencia a fase do"faz de conta". Na atualidade,as pessoas fazem de conta -mesmo que não esteja - queestá tudo bem...

Quem acompanha os pas-sos da ação política la-tino-americana, no inicio

deste século, pode ficar com aimpressão de que os governan-tes de alguns países saíram dostrilhos. Acostumados a uma di-plomacia de reciprocidade e res-peito às regras democráticas,algumas nações surpreendemcom a dissonância dos métodosque adotam. Quando candida-tos, os governantes têm feitouso das regras democráticaspara alcançar o poder e, elei-tos, passaram a jogar contra aDemocracia. Hoje pautam suasações por conceitos e procedi-mentos altamente ambíguos.Assim, agem os mentores da-quilo que se denominou de "so-cialismo do século 21". Os no-vos dirigentes, como Hugo Cha-ves, na Venezuela, têm feito usodas regras democráticas paraassumir o poder e, em seguida,as pisoteiam sem pudor. Cria-ram escola. Produziram umaconfusão generalizada. Propo-sitadamente, têm agido de for-ma ambígua. Parece que as ex-periências frustradas do Nazis-mo alemão, do Fascismo italia-no e do Comunismo da ex-União Soviética - que levou 70anos para perceber o autoen-gano - nada lhes ensinaram.

AMBIGUIDADES DA POLÍTICA BOLIVARIANANo Brasil, aos insistentes

reclamos por investimento nasaúde pública, os dirigentes re-correram a um projeto - "MaisMédicos"- arquitetado nos bas-tidores, confuso e ambíguo. Di-ficulta à sociedade entender,com precisão, em quais parâ-metros filosóficos, políticos elegais se fundamenta. Médi-cos de diferentes países estãosendo atraídos, por dez mil re-ais mensais. Há critérios deenquadramento diferentes da-queles que a lei trabalhista bra-sileira impõe ao empregadornacional. Recebem FGTS, 13ºsalário, Previdência, horas ex-tras? Por que são dispensadosdo Revalida, exigência paraque médico formado fora dopaís possa exercer a profissãode forma legal? O que há a es-conder? O caso dos médicosprovenientes de Cuba é aindamais estranho. Estes são sub-metidos a diferentes critériosde remuneração pelo mesmoserviço. A mídia tem divulga-do que, os dez mil reais pro-postos serão enviados, peloGoverno Brasileiro, ao gover-no de Cuba, mediante uma tri-angulação com a OPAS, (Or-ganização Pan-Americana daSaúde). Cuba repassará entre25% a 40% ao médico, reten-

do os outros 60%. É uma for-ma de financiar o Governo dailha dos irmãos Castro? Alémda retenção de parte dos salá-rios, os médicos ficam impedi-dos de se fazerem acompanharde suas famílias, que perma-necerão em Cuba. Para pa-drões civilizados, isso é vergo-nhoso. Com sua economia su-cateada por uma forma de so-cialismo que não reconhece ainventividade e o mérito, Cubapouco tem a exportar. Então,exporta médicos. Mas, lhesretém bens preciosos, como afamília e parte dos salários. Éou não um regime de privaçãode liberdades essenciais? Umaforma reciclada de "escravidãomoderna"? Assim, todos ficamnivelados. Nivelados por bai-xo. Menos a casta dos dirigen-tes, uma categoria social supe-rior, a perpetuar-se no poder.Haja desprendimento para es-ses abnegados trabalhadores!Isso, sim, que é idealismo pelobem de sua pátria! Ver-se-á oque vai acontecer, quando acontrapartida esperada dasPrefeituras, no tocante à mo-radia, transporte e alimentaçãocomeçar a minguar. Então serápossível avaliar o grau de pro-fundidade do suposto idealismodesses profissionais. Tomara

que essa crítica esteja total eredondamente equivocada.

Em sã consciência, nin-guém se diria contra a vindade médicos estrangeiros paraatender as populações caren-tes dos rincões brasileiros de-sassistidos da saúde. Mas, épreciso entender que a faltade médicos nos grotões doBrasil se deve, acima de tudo,à falta de condições mínimaspara o exercício adequado edigno da medicina. Equiparhospitais e postos de saúde;fiscalizar a correta aplicaçãodos recursos; punir os corrup-tos e seus corruptores; sanaro estado de indigência de re-cursos dos Estados e Prefei-turas. Esse é um bom cami-nho. As condições atuais nãosão nada atrativas. Não se fazmedicina com estetoscópio ecaneta, disse alguém. Quemviveu nessas regiões sabe doque se trata. As imagens vei-culadas pela mídia mostrambem o drama vivido por quemprecisa de assistência em pos-tos de saúde e hospitais pú-blicos. Diariamente, a mídiaapresenta dramas imensurá-veis vividos por desassistidosnos grotões e periferias.

Ser verdadeiro. É o que seespera de todo dirigente de

bens públicos. Não se trata daverdade ideológica, que é par-cial, relativista e reducionista.Trata-se da verdade que liber-ta, aproxima, solidariza, serve."A verdade vos libertará" (Jo8,32). É a verdade que cum-pre a lei. Protege o fraco. Pro-move o bem-comum. Busca ajustiça, respeita. As Democra-cias modernas nasceram soba égide do princípio do respei-to às regras do jogo. Sua ori-gem está na cultura hebraico-cristã. Aos trancos e barran-cos, sim, mas foi ela que de-senvolveu a base para a rela-ção respeitosa entre indivídu-os e povos. Os atuais dirigen-tes máximos do país norteiam-se por princípios ideológicos deoutra natureza. Parecem odi-ar o esforço individual, a cria-ção, o mérito, o sucesso. Massugam e minguam o ganho dequem trabalha e cria riqueza.A confusão e ambiguidade daideologia bolivariana fazemmuito mal aos países que aadotaram. Corrompe princípi-os e distorce valores. É preci-so voltar à reta reflexão sobrea natureza humana e a partirdela reconstruir a justiça nasrelações coletivas.Antônio Frederico Zancanaro

[email protected]

VIVENDO DE MÁSCARASOs pais fazem de conta que

educam, os professores fazemde conta que ensinam, os alu-nos fazem de conta que apren-dem, os profissionais fazem deconta que são competentes, osgovernantes fazem de conta quese preocupam com o bem-co-mum e a felicidade do povo, eeste faz de conta que acredita.

Nessa conjuntura de másca-ras e falsas posturas sociais, amaioria das pessoas faz de con-ta que são honestas, os líderesreligiosos fazem de conta quesão representantes de Deus econhecem a sua vontade; os fi-éis fazem de conta que têm fé,os doentes fazem de conta quetêm saúde; os bandidos fazemde conta que são dignos e a jus-tiça faz de conta que funcionae é imparcial.

Enquanto os corruptos sefazem passar por probos idea-listas, os terroristas querem

passar uma imagem de justicei-ros. É por isso que a maioria dapopulação se omite e faz deconta que está tudo bem. Mas,uma coisa é certa, irrefutável:não podemos fazer de conta,quando nos olhamos no espe-lho da nossa própria consciên-cia. Podemos sair à cata de mildesculpas para explicar nossofaz-de-conta, mas não há comojustificar a omissão.

É salutar, porém, salientarque todo esse circo que a soci-edade arma, causa prejuízo atodos, a partir dos que teimamem não ver. Quem age destemodo termina caindo nos bura-cos que ele mesmo cavou, eacaba frustrado, deprimido ederrotado. É hora de buscar-mos a autenticidade, deixandocair todas as nossas máscaras.Quem vive sem máscara nun-

ca será confundido e jamaiscairá no anonimato dos medío-cres, mas obterá sucesso emtodos os seus empreendimen-tos.

O indivíduo autêntico jamaisrepresenta papéis falsos; eleapenas é o que é sem maioresalardes. As pessoas autênticastêm maior possibilidade de se-rem felizes que as demais.Como ensina Dráuzio Varella"se não quiser adoecer não vivade aparências. Nada pior paraa saúde do que viver de facha-das". Se é fácil enganar os ou-tros, é impossível enganar a nósmesmos. No fim, prestaremoscontas à nossa consciência enão aos outros. Quem vive demáscaras é pessoa de muitoverniz pouca raiz.

Antônio Mesquita Galvã[email protected]

Doutor em Teologia Moral,Filósofo e Escritor.

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8 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Edição 232

E SE FICARMOS SEM SACERDOTES?

Num jornal de grande circulação emMinas Gerais, alguém fez publicar,no dia 18 de julho de 2013, a seguin-

te notícia, no mínimo, curiosa: "Oportuni-dade aos pecadores: o papa Francisco daráindulgência aos fiéis que seguirem a Jorna-da Mundial da Juventude pelo Twitter, peloFacebook ou pela televisão". A passagempelo purgatório será bem menor.

Primeira hipótese: Absurda! Ninguém,em sã consciência, vai pensar que o papamandou publicar esse disparate no jornal.Um esclarecimento se faz necessário.

Segunda hipótese: Condenável! Al-guém, movido por segundas intenções, se-ria o infeliz autor dessa sandice, para divul-gar, pelos meios eletrônicos, a vinda do papaao Brasil, apesar de estar explorando a boa-fé do povo. Nestes termos, fica caracteriza-da uma "propaganda enganosa".

Mas o que é mesmo INDULGÊNCIAS?O dicionário "Novo Aurélio" 4ª edição,

diz o seguinte: "clemência", "misericórdia","tolerância", "benevolência".

Na linguagem da doutrina católica, "in-dulgência" - que provém do verbo latinoindulgeo (= ser gentil) é o perdão fora dossacramentos, total ou parcialmente, da penatemporal devida pelos pecados que já fo-ram perdoados. Diz mais: "Embora no Sa-cramento da Penitência a culpa do pecadoé removida, e com ele o castigo eterno devi-do aos pecados mortais, ainda permanece apena temporal exigida pela justiça Divina, eessa exigência deve ser cumprida na vidapresente ou no mundo vindouro, isto é, noPurgatório".

Sem adentrar na exegese, vejo aqui al-gumas afirmações que, aparentemente, con-trariam o que está claro no Evangelho, eminúmeras passagens. Sabe-se, a priori, queos sacramentos não têm eficácia ex opereoperato, ou seja, não agem única e exclusi-vamente por força própria, independente davontade da pessoa que os recebe. Assimfosse, pouca diferença teriam de uma "pa-nacéia". Dentro desse viés estar-se-ia afir-mando que quem administra um sacramen-to tem um poder igual ou maior do que o dopróprio Deus, que respeita, acima de tudo,a vontade de suas criaturas.

INDULGÊNCIAS

O cristianismo tem sua origem em Je-sus de Nazaré. Porém, Jesus não foisacerdote. Jesus foi um leigo, que

viveu e ensinou sua mensagem como leigo.Jesus reuniu um grupo de discípulos e no-meou doze apóstolos

Recordemos como a Igreja do primeiromilênio teve um conceito da vocação sa-cerdotal muito distinto do que temos ago-ra. Hoje, pensamos que a vocação é o "cha-mado de Deus" para que um cristão, com aaprovação do bispo, possa ser ordenadosacerdote. Nos primeiros dez séculos daIgreja, se pensava que a vocação era o "cha-mado da comunidade" para que um cristãofosse ordenado sacerdote. Porém, aconte-ce que, nesse momento, a escassez de vo-cações é um fato tão notável que até ospolíticos democrata-cristãos da Alemanhadivulgaram uma carta na qual pedem aoepiscopado que homens casados possamser ordenados sacerdotes. Até os homens

da política andam preocupados com a for-ma pela qual as coisas acontecem na Igreja,entre outros motivos, pela alarmante faltade sacerdotes para atender as necessida-des espirituais dos católicos.

Assim estão as coisas nesse momento.Os bispos - já disseram os alemães - nãoestão dispostos a suprimir a lei do celibato.E estariam menos dispostos ainda a tomardecisões mais radicais no que se refere aoclero, especialmente no que diz respeito ànecessidade de que na Igreja haja sacerdo-tes para ministrar os sacramentos. Não seise os bispos cederão nesse delicado assun-to. E caso cedam, quanto? Independentede tudo isso, me parece que chegou o mo-mento de enfrentar esta pergunta: E se che-ga o dia em que fiquemos praticamente semsacerdotes? Seria o fim da Igreja?

O cristianismo tem sua origem em Jesusde Nazaré. Porém, Jesus não foi sacerdote.Jesus foi um leigo, que viveu e ensinou sua

mensagem como leigo. Jesus reuniu um gru-po de discípulos e nomeou doze apóstolos.Porém, aquele grupo estava composto porhomens e mulheres que iam com ele de po-voado em povoado (Lc 8, 1-3; Mc 15, 40-41).

A morte de Jesus na cruz não foi umritual religioso, mas a execução civil de umsubversivo. Por isso, a Carta aos Hebreusdiz que Cristo foi sacerdote. Porém, esseescrito é o mais radicalmente leigo de todoo Novo Testamento. Porque o sacerdóciode Cristo não foi "ritual", mas "existenci-al". Ou seja, o que Cristo ofereceu não foium rito cerimonial em um templo, mas suaexistência inteira, no trabalho, na vida comos demais e, sobretudo, na horrível morteque sofreu. Nem mais, nem menos queisso. O sacerdócio cristão, tal como sevive na Igreja, não tem fundamento bíbli-co algum. Por isso, na Igreja não tem quehaver homens "consagrados". O que temque haver são homens e mulheres "exem-

plares". O "sacerdócio santo" e o "sacer-dócio real" do qual fala a 1ª Carta de Pe-dro (1, 5.9) é uma mera denominação "es-piritual" de todos os cristãos.

Além, em todo o Novo Testamento, ja-mais se fala de "sacerdotes" na Igreja. Émais, está bem demonstrado que os auto-res do Novo Testamento, desde São Pauloaté o Apocalipse, evitam cuidadosamenteaplicar a palavra ou o conceito de "sacer-dote" aos que presidiam nas comunidadesque iam formando. Essa situação manteve-se até o século III. Isto é, a Igreja viveudurante quase duzentos anos sem sacer-dotes. A comunidade celebrava a Eucaris-tia; porém, nunca se diz que era presididapor um "sacerdote". Nas comunidades cris-tãs havia responsáveis ou encarregados dediversas tarefas; porém, não eram conside-rados homens presbíteros.

José María Castillowww.ihu.unisinos.br

Sabemos que no tempo de Jesus, a do-ença, a paralisia, a lepra, a possessão de-moníaca e muitas outras situações seme-lhantes eram atribuídas ao pecado ou mes-mo identificados com ele.

Nos episódios da cura do leproso (Mt.8, 1-4); da cura do servo do Centurião (Mt.8, 13) ; da cura dos dois cegos (Mt. 9, 29);da cura dos cegos de Jericó (Mt. 29, 32); dacura dos dez leprosos (Lc. 17, 19), e outros,Jesus operou os "milagres" (perdoou ospecados?) dependendo, unicamente, da fédemonstrada pelos suplicantes. Em nenhumdos casos Ele falou que alguma coisa aindaestava pendente, ou seja, que eles precisa-vam de indulgências.

Essa situação fica mais clara ainda quan-do a gente se depara com a parábola do"filho pródigo". Aquele filho, depois de ig-norar o amor e o carinho do pai e, que nalinguagem evangélica, devorou com pros-titutas os bens que o pai lhe tinha dado, foirecebido com um abraço, anel no dedo, rou-pa nova, sandálias nos pés e banquete. E oque foi que ele fez para merecer tudo isso?

Dentro da lógica das "indulgências",seria, no mínimo, razoável, que o pai, de-pois de perdoá-lo na porta da casa e antesde botá-lo pra dentro, o mandasse ir ajudaro outro irmão que estava "dando o duro naroça". Mas não foi isso que aconteceu.

Então o quê foi?

Vamos ao texto do Evangelho de Lucas,cap. 15, 11-30: … "e caindo em si, disse:Vou-me embora, procurar meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o céu e contra ti".

E qual foi a atitude do pai?- Misericórdia, bondade, acolhimento e

perdão.Logo, com duas premissas verdadeiras:

pecador arrependido + Pai misericordioso,a "conclusão" única e lógica só pode ser:perdão total.

Consequentemente, não haveria aqui,lugar para um possível "purgatório" paraexpiar penas remanescentes.

Ad rgumentandum tantum, voltemosno tempo, e paremos no topo de uma pe-quena colina nos arredores da cidade deJerusalém, numa lúgubre tarde de umasexta-feira. Aí, entre dois ladrões, a inve-ja dos poderosos de Israel tinha manda-do crucificar um homem chamado Jesus."Em determinado momento um dos la-drões, arrependido de seus crimes e reco-nhecendo Deus em Jesus, pediu perdão eouviu de sua boca a seguinte resposta:Em verdade, eu te digo, hoje mesmo esta-rá comigo no paraíso" (Lc. 23,43).

Mas, qual é a origem deste termo "in-dulgência" na história da Igreja?

A partir do século III as autoridadeseclesiásticas concediam aos cristãos indul-gências para reduzir as penitências físicasque, naquele tempo, eram longas e severas.Nada, contudo, relativo à remissão de su-postas penas devidas aos pecados já per-doados. No século VI o Concílio de Borgo-nha comutou as graves penitências canô-nicas, que geralmente eram aplicadas àspessoas que se diziam pecadoras, por peni-tências ditas leves, como orações, esmolase jejuns, a que se atribuía força expiatória.

Até o século XII donativos pecuniáriose em gêneros, para a Igreja, eram aceitoscomo práticas penitenciais que, também,perdoavam penas devidas pelos pecados.

Em 1300 o Papa Bonifácio VIII instituiuo primeiro jubileu cristão, concedendo "in-dulgência extraordinária e plenária" a quemfizesse uma peregrinação à cidade eterna,Roma, para visitar o túmulo do ApóstoloPedro e, aí depositar seus donativos que

tinham força remissiva de penas eternas...A partir daí, a cada 50 anos um "novo jubi-leu" era proclamado, para que as pessoas,num determinado tempo preestabelecidopelo Papa, pudessem praticar exercíciosespirituais ou não, mas com objetivo espe-cífico, que, afinal lhes mereceriam reduçãode penas (…) devidas pelos pecados. Aí afebre das "indulgências" chegou a explodiro termômetro... Aliaram-se a má-fé do cleroe a ignorância do povo, de tal sorte que osabusos com vendas de indulgências era oque mais se via nas portas das igrejas. Essaabominável prática tornou-se tão comumque se dizia de "boca cheia": "Assim queuma moeda tilinta no cofre (da igreja) umaalma sai do purgatório".

Em 1517 o papa Leão X vendo os cofresdo Vaticano vazios, e como ele estava cons-truindo a Basílica de São Pedro, a únicasolução foi oferecer "indulgências" (remis-são de penas) em troca de dinheiro. Marti-nho Lutero, que, há muito, não via com bonsolhos os desmandos do Vaticano, mas ago-ra, com a venda escancarada de indulgên-cias, abriu dissidência contra o Papa, origi-nando-se, assim o protestantismo.

Em 1562 o Concílio de Trento, reconhe-cendo os absurdos que até aí eram cometi-dos, tentou ditar normas que proibiam es-sas práticas abomináveis, e determinou queos benefícios das indulgências deveriam serconcedidos a todos os fiéis por "meio deuma via piedosa, santa e livre de corrup-ção" (Sessão 25 - Decreto sobre indulgên-cia), mas não cortou o mal pela raiz.

Infelizmente essas orientações concili-ares, por algum tempo ainda, continuaramsendo "letra morta". Em 1567 o Papa SãoPio V cancelou definitivamente todas asconcessões de indulgências, envolvendotaxas ou outras transações financeiras.

De lá até nós já se passaram séculos,mas ao que parece, ainda não foram sufi-cientes para que a hierarquia católica ex-plicasse e esclarecesse em que, de fato,consistem as tais "indulgências", e, naprática, "tudo continua como dantes noquartel d'Abrantes".

Belo Horizonte, 19/07/2013José Lino de Araújo

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Jornal RUMOS

9Jornal RUMOSEdição 232

Em torno à visita do PapaFrancisco ao Brasil, nosúltimos dias de julho, o

teólogo brasileiro da libertaçãoe da ecologia, Leonardo Boff,não poupou elogios para o novoBispo de Roma, a quem consi-dera um homem "livre de espí-rito"; o compara, em certas vir-tudes, ao próprio Francisco deAssis e o reivindica por seu "es-plêndido resgate da razão cor-dial". Para Boff, o chefe vati-cano é "uma figura fascinanteque chega ao coração dos cris-tãos e de outras pessoas".

O legado maior durante suavisita ao Brasil foi sua (própria)figura, enfatizou Boff em umaentrevista concedida a essecorrespondente, após a conclu-são da viagem do Pontífice."Representou o mais nobre doslíderes, o líder servidor que nãofaz referência a si mesmo, masaos demais, com carinho e cui-dado, evocando esperança econfiança no futuro...".

No diálogo, Boff, que haviasido duramente condenado ao"silêncio e à obediência" peloVaticano, em 1985, por sua con-ceitualização e compromissocom a Teologia da Libertação,reivindicou o que para ele sãoos aspectos essenciais deixadospor esse primeiro contato doPapa com a América Latina.

Apresentou uma "visãohumanística na política, naeconomia, na erradicação dapobreza". Criticou duramen-te o sistema financeiro...; de-finiu a democracia como 'hu-mildade social'; reivindicou odireito dos jovens a ser escu-tados", enumera Boff.

Ressaltando a contribuiçãodo Pontífice no campo da éti-ca, "fundada na dignidade trans-cendente da pessoa", e expres-sada dessa forma em seu "dis-curso recorrente".

O teólogo brasileiro e Prê-mio Nobel Alternativo da Pazde 2001 considerou, no entan-to, que durante a estadia bra-sileira do Sumo Pontífice "ocampo religioso foi o mais fe-cundo e direto". O discurso"mais severo foi reservadopara os bispos e cardeais lati-no-americanos (Celam). Re-conheceu que a Igreja -e tam-bém se incluía- está atrasadano que se refere à reforma desuas estruturas... Criticou a

A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO E O NOVO PONTÍFICEO outro Papa, o outro Boff...

'psicologia principesca' de al-guns membros da hierarquia".

Antecipando também osdois eixos principais da pas-toral segundo a visão do novoPapa: "a proximidade ao povoe o encontro marcado de ca-rinho e ternura...". Falou, in-clusive -enfatiza Boff- "darevolução da ternura, coisaque ele demonstrou viverpessoalmente".

Desde o dia da eleição doCardeal Jorge Bergoglio ao pa-pado, Leonardo Boff, que, em1992, chateado pelo mau tratovaticano havia se retirado dosacerdócio, reorientou brusca-mente sua respeitada voz paraa defesa do novo Pontífice.Nunca entrou no debate sobreo papel que o Cardeal e a hie-rarquia argentina jogaram du-rante a última ditadura militar.

Apenas seis anos atrás, emmaio de 2007, às portas da 5ªConferência Geral do Episco-pado Latino-americano e doCaribe, que se realizaria maistarde em Aparecida e ondeBergoglio jogou um papel mui-to importante, Boff havia ca-talogado uma boa parte da hi-erarquia católica como de "bu-rocratas do sagrado", em umaentrevista anterior com essecorrespondente. Exteriorizan-do sua leitura então cépticaem relação à situação geralda Igreja; sua capacidade es-trutural à mudança; e sua ri-gidez para abrir-se aos gran-des temas desafiadores da hu-manidade, em particular aecologia e a própria renova-ção institucional interna.

Os dois Papas anteriores,João Paulo II e Bento XVI, fo-ram para Boff e para inúmerosteólogos, principalmente daAmérica Latina, os principaisresponsáveis por tentar desle-gitimar a Teologia da Liberta-ção, seus teóricos e promoto-res, bem como suas propostasorganizativas, em particular asComunidades Eclesiais deBase, tão amplamente desen-volvidas em todo o continente.

Havia sido o Cardeal Rat-zinger, então Prefeito da Con-gregação da Doutrina da Fé e,posteriormente, Papa BentoXVI, um dos responsáveis di-retos da sanção vaticana con-tra Boff.

No entanto, a eleição do

Primeiro Papa latino-america-no, em março passado, conver-teu-se em um verdadeiro cho-que de esperança e ponto departida de uma mudança radi-cal de percepção e valorizaçãopor parte do teólogo da liberta-ção. Quem não escondeu seudesejo explícito, antes ou de-pois, de ser recebido por Fran-cisco I e o presenteou, por oca-sião de sua estadia no Rio deJaneiro, com um exemplar deseu último e sugestivo livro'Francisco de Assis e Francis-co de Roma: Uma nova prima-vera na Igreja".

Todos os sinais que indica-riam a abertura de um proces-so paulatino para a eventual"normalização" de relações en-tre Boff - enquanto cabeça vi-sível desse setor castigado daigreja popular - e o poder hie-rárquico romano.

Apesar de que o desenlacedo processo de aproximaçãopermanece em aberto, os sig-nos indicativos, reforçados du-rante a viagem do Papa Fran-cisco ao Brasil, são relevantes.

Em primeiro lugar, a von-tade explícita de Boff e Fran-cisco de avançar no processode encontro. A existência deimportantes canais que facili-tam a comunicação quase di-reta entre ambos. Sem me-nosprezar, adicionalmente, asatualizadas reflexões de Boff- e outros referentes do setorpopular da Igreja - que, nosúltimos quatro meses não dei-xou de reivindicar as virtudesdo novo papa. A partir dequem, o teólogo brasileiroacredita perceber a possibili-dade de mudança interna deuma Igreja até agora dirigida,quase exclusivamente, por

dois burocratas do sagrado.Comentário: Os teólogos da

libertação e o Papa FranciscoOs gestos de simplicidade,

de modéstia e de aproxima-ção às pessoas por parte dopapa Francisco, até agora,têm sido, para teólogos comoLeonardo Boff, a prova maiscontundente de uma mudan-ça positiva dentro da Igrejadesde março desse ano.

É possível que no caso doPrêmio Nobel Alternativo2001, pesem também fatoressubjetivos para enfatizar os si-nais de abertura. Chegandoaos 75 anos, Boff, que nuncarenunciou à sua profunda fé,à sua pertença à Igreja e à suaadesão aos valores cristãos,quer terminar seus dias em"paz" com a instituição ondenasceu, cresceu e "militou". Areconciliação da Igreja comBoff - após ser condenado aosilêncio total em 1985 - seria,formalmente, o reconheci-mento de um erro ou excessoinstitucional. Não só para como teólogo brasileiro, mas, so-bretudo, para com a Teologiada Libertação, nascida naAmérica Latina e enraizadasolidamente nesse continente.

A visão positiva para comFrancisco é partilhada total ouparcialmente por outros refe-rentes dessa linha de pensa-mento. Seu compatriota e ami-go, Frei Betto, em uma cartapública enviada ao Papa diasantes de sua viagem ao Brasil,enfatizava: "O senhor injetouem todos nós renovadas espe-ranças na Igreja Católica aoadotar atitudes mais próximasao Evangelho de Jesus que asrubricas monárquicas predomi-nantes no Vaticano...". E rei-

vindica o gesto do Papa decriticar abertamente, na Ilhade Lampedusa, "a globaliza-ção da indiferença".

Por seu lado, o teólogo je-suíta salvadorenho-espanholJon Sobrino, outro referentedo setor popular da Igreja,ressaltava, em junho, em umartigo publicado na revista daUniversidade Centro-ameri-cana de seu país, que "depoisde dois meses e meio de tersido eleito, o Papa Franciscocontinua seu caminho de ummodo claro e coerente". In-sistindo que se respiram aresde mudança, como os do Va-ticano II (Concílio reforma-dor que aconteceu nos anos60) e de João XXIII (o Papabom). Apesar de que enfati-zava que está por ver-secomo se posicionará ante ocapitalismo internacional ecomo empreenderá de verda-de a reforma da Cúria...

O sacerdote peruano Gus-tavo Gutiérrez, um dos paisfundadores da Teologia da Li-bertação, manifestou nos últi-mos meses uma particular es-perança na dinâmica atual daIgreja. Gutiérrez acaba de pu-blicar na Itália o livro "De laparte de los pobres, Teologíade la Liberación, Teología dela Iglesia" (Edições Messa-ggero, Padua, Emi). Antologiade ensaios impressa na Ale-manha, em 2004 e escrita aquatro mãos com o arcebispoalemão Gerhard Ludwig Mül-ler, atual Prefeito da Congre-gação para a Doutrina da Fée amigo íntimo de Gutiérrez.Recentemente, Müller decla-rou que "O movimento eclesi-al teológico da América Lati-na, conhecido como 'Teologiada Libertação', que após oVaticano II encontrou eco emtodo o mundo, deve ser con-siderado, segundo meu pare-cer, entre as correntes maissignificativas da teologia ca-tólica do século XX".

Apesar de que os sinais deaproximação entre Roma e aTeologia da Libertação, transi-tam uma primeira etapa, nuncanos últimos trinta anos haviamsido tão significativas, bilateraise consequentes como nos últi-mos cinco meses.

Sergio Ferrariwww.adital.com.br

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10 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Edição 232

FRANCISCO E O PÂNICO DA ''DIREITA'' ECLESIAL

A REFORMA POLÍTICA QUE AS RUAS ESTÃO PEDINDO

Os protestos populares domês de junho são reflexodo esgotamento da paci-

ência, uma virtude cristã muito re-comendada. Representam a gotad´agua que faltava para o copotransbordar. Graças à imprensa li-vre, a troca intensa de informa-ções, ideias e sentimentos, foi pos-sível a explosão de manifestaçõesque sintetizam a insatisfação degrande parte da sociedade, contraa falta de seriedade, corrupção edesmandos daqueles que recebe-ram a incumbência de reger a cons-trução do bem comum. A socieda-de sinalizou com um basta à gran-de maioria dos políticos que, apósa eleição, se portam como se a vi-tória fosse puro mérito seu e "selixam" para aqueles que neles vo-taram. Cansou-se da dança do de-boche. Apercebeu-se que a cria-tura Dilma, fruto de marketing po-lítico de seu criador e assessoradapor ideólogos que regem seu pen-samento por uma única verdade -a do comunismo bolivariano - é fra-ca e despreparada. Foi o que per-cebeu uma das líderes do passelivre. Agora que o copo transbor-dou apresenta à sociedade 5 pac-tos - um deles político - na tentati-va de acalmar os ânimos. As pro-postas apresentadas são um equí-voco, disse Joaquim Barbosa, Pre-sidente do STF. Sim, parece quenão entendeu o grito cansado dasruas. O povo não foi às ruas porplebiscito nem por referendo.

Se os dirigentes do país tives-sem estudado, cuidadosa e calma-mente, o processo de evolução dopensamento político que permitiu

O arcebispo Charles Chaput, da Fila-délfia, nos Estados Unidos, expres-sa em palavras a ansiedade que mui-

tos católicos da ala direita devem estar sen-tindo diante da extraordinária popularidadeque o Papa Francisco vem desfrutando.

Em uma entrevista com John L. Allen Jr.,Chaput, falando em nome dos seus segui-dores conservadores, disse que os mem-bros da ala direita da Igreja Católica "geral-mente não têm ficado muito felizes com asua eleição". O papa, disse Chaput, "teráque cuidar deles também".

O que preocupa Chaput, em particu-lar, é o súbito interesse pelo novo papaem ambientes não familiares. Os católi-cos praticantes amam o papa, é claro,"mas, na verdade, eles não são os querealmente falam comigo sobre o novopapa. Quem faz isso são os católicos nãopraticantes, ou pessoas que não são ca-tólicas ou nem mesmo cristãs".

E por que deveria ser assim? Chaput temas suas suspeitas: sim, esses forasteirosestão entusiasmados com a afabilidade e ocalor do novo papa, mas "eu acho que eles

prefeririam uma Igreja que não tivesse nor-mas e ideias rígidas sobre a vida moral esobre a doutrina".

Uau! Por onde começamos? Poderíamosfalar da parábola do filho pródigo, já queChaput realmente soa muito como o irmãomais velho do jovem aventureiro, aquele queficou em casa e trabalhava duro com o seupai e que se ressentiu quando o velho ho-mem matou o vitelo gordo por causa do re-torno do seu irmão. Ou poderíamos falar do

pastor que se regozijou ao encontrar a suaovelha perdida.

Mas, ao contrário, foquemo-nos no quesignifica ser uma Igreja evangélica. Há jáalgum tempo, décadas, na realidade, a Igre-ja tem se curvado sobre si mesma. Isso émais especialmente perceptível em círculosconservadores. A cultura é vista como hos-til. A cultura ambiente é "pagã", para usar adescrição de Chaput. De fato, ele até cha-mou alguns católicos de pagãos com rela-ção à abordagem deles à fé.

Mas gritar "pagão, pagão!" não é formade ganhar almas. E isso fica evidente atémesmo pela mais breve consideração dasestatísticas dos membros católicos. A filia-ção católica cresceu na África, mas perdeumembros na América Latina para formas maisentusiastas de protestantismo evangélico.E, nos Estados Unidos, a adesão católicaestaria em declínio se não fosse impulsio-nada pela imigração.

A resposta favorita da ala direita a essastendências sombrias é culpar a esquerda. Masa ala direita precisa saber que ela controlou ahierarquia da Igreja durante cerca de três

décadas. É a ala direita que deve se olhar noespelho. Uma forma mais rigorosa da políciade fronteira não vai atrair forasteiros; ela irárepeli-los. E, de fato, os repeliu.

Francisco captou exatamente a mensa-gem e o tom. Jesus, afinal, não veio para ossalvos, mas sim para os pecadores. Ele ceoucom os cobradores de impostos. Ele roti-neira e frequentemente perdoava prostitu-tas. Ele foi seguido na sua evangelizaçãopor mulheres que não vinham de lares res-peitáveis. Ele prometeu a água da vida eter-na a uma mulher que, até então, coabitavafora do casamento.

A nova evangelização, sobre a qualmuitos na direita católica falam, não se tratade novas e melhores formas de segurançade fronteira. Trata-se da imitatio Christi - aimitação de Cristo. Como Cristo, Franciscobusca ser evangélico, e isso significa en-contrar as pessoas onde Cristo as encon-trou - desesperadas, precisando de perdãoe de amor - e oferecer-lhes esperança.

Charles J. Reid Jr, formado em direitocanônico e civil

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à história gerar as modernas de-mocracias, teriam percebido queelas nasceram a partir de um "pac-to" social, a CONSTITUIÇÃO. AConstituição foi o instrumentousado para tornar todos iguais apartir da Lei. Mas, os governantesparecem longe de entender isso.Portam-se como cidadãos de cate-goria superior. Concedem-se todosos tipos de privilégios, ignorandoo princípio constitucional básicoda igualdade. Aposentadorias es-peciais, que são verdadeiros aten-tados contra quem trabalha e pro-duz; polpuda verba de gabinete,passagens aéreas, carro com mo-torista particular, auxílio moradia,

paletó, gasolina, correio, telefone,e, agora, carregador de mala e es-tafeta de check-in em aeroporto,tudo às custas dos cidadãos quetrabalham e produzem para garan-tir-lhes a boa vida. Essa é a per-cepção da sociedade.

O que mais as ruas dizem? Pac-to bolivariano para legitimar esper-talhões corruptos que se apossa-ram da "res publica"? Não! As pro-postas que vem das ruas são mui-to simples e didáticas.

1. Redução, de 513 para 250,o número de deputados, que se-jam produtivos e trabalhem 44horas semanais, como todos osdemais cidadãos;

2. Redução de 81, para 50 onúmero de senadores e fim do se-nador suplente;

3. Fim da reeleição para Presi-dente;

4. Fim da figura de Vice-Presi-dente;

5. Fim do privilégio dos cartõescorporativos;

6. Eliminação de 80% dos car-gos comissionados e assessores;

7. Fim das aposentadorias es-peciais, com contribuição ao INSScomo os demais cidadãos.

O Parlamento sueco é excelen-te local de inspiração. Só com aredução a 250 do número de depu-tados, sobrariam por ano mais de

2 bilhões de reais, dinheiro bem-vindo para educação, saúde, trans-porte, infraestrutura, etc.

E, mais: Para que servem 39Ministérios? Para satisfazer parti-dos e garantir mais um mandato?Eliminem-se 29; pelo que produ-zem, 10 são suficientes.

Se não se deram conta ain-da, sintam-se avisados. Esse éo sinal que vem das ruas. O povoestá cansado de desvios, de cor-rupção e de ser enganado. En-tendam sua vocação políticacomo serviço à sociedade, dojeito que propalaram quando vi-eram, em campanha, pedir ovoto. Para que 5 pactos? A Cons-tituição já contém os princípiose os valores que devem emba-sar as reformas. Diz o que deveser feito. É preciso fazer.

Em nome da liberdade, igual-dade e fraternidade, valores dacultura hebraico-cristã base dasmodernas democracias sejamsinceros, corretos, justos e éti-cos. Respeitem a Constituição efaçam as reformas pontuais quea conjuntura dos novos temposestá a exigir. Sem arranjos casu-ísticos e segundas intenções.Estudem para compreenderquais mecanismos devem seradotados para tornar a socieda-de mais livre, fraterna e justa. Opovo quer evoluir. Não lhe ne-guem o que ele está pedindo demais sagrado: educação, cultu-ra, saúde, meios dignos detransporte e a possibilidade decrescer em liberdade.

Antônio Frederico [email protected]

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Jornal RUMOS

11Jornal RUMOSEdição 232

A esperança é que se abram oscanais entre a plebe e o trono, oclamor popular encontre ouvi-

dos no castelo, as demandas sejam pron-tamente atendidas.

Era uma vez um reino governadopor um rei despótico. Sua majestadeoprimia os súditos e mandava prender,torturar, assassinar quem lhe fizesseoposição. O reino de terror prolongou-se por 21 anos.

Os plebeus, inconformados, reagi-ram ao déspota. Provaram que ele es-tava nu, denunciaram suas atrocidades,ocuparam os caminhos e as praças doreino, até que o rei perdesse a coroa.

Vários ministros do rei deposto ocu-param sucessivamente o trono, sem queas condições econômicas dos súditosconhecessem melhoras. Decidiu-se in-clusive mudar a moeda e batizar a novacom um título nobiliárquico: real.

Tal medida, se não trouxe benefíci-os expressivos à plebe, ao menos redu-ziu as turbulências que, com frequên-cia, afetavam as finanças da corte.

Ainda insatisfeita, a plebe logrouconduzir ao trono um dos seus. Uma vezcoroado, o rei plebeu tratou de comba-ter a fome no reino, facilitar créditos aossúditos, desonerar produtos de primeiranecessidade, ao mesmo tempo em quefavorecia os negócios de duques, con-des e barões, sem atender aos apelosdos servos que labutavam nas terras deextensos feudos e clamavam pelo direi-to de possuir a própria gleba.

O reino obteve, de fato, sucessivasmelhoras com o rei plebeu. Este, porém,aos poucos deixou de dar ouvidos à vas-salagem comum e cercou-se de nobrese senhores feudais, de quem escutava

Inutilmente, irmãos, abraçoua fé, inutilmente viveu quemjulga ter nascido só para pe-

recer.Ó homem, que coisa vês que

tenha ocaso sem renascer? Demanhã se ergue o dia e à tardeé sepultado na noite, para res-surgir na manhã seguinte.

O sol diariamente nasce, di-ariamente morre, também dia-riamente ressurge.

As estações, quando pas-sam, morrem; quando retor-nam, revivem.

Portanto, ó homem, se nãocrês em Deus, se não aceitas aLei, se não concordas com oque ouves, acredita ao menosem teus olhos, não resistas aoselementos que incessantemen-te anunciam tua ressurreição.

A PLEBE E A NOBREZA

conselhos e beneficiava com recursosdo tesouro real. Obras suntuosas foramerguidas, devastando matas, poluindorios e, o mais grave, ameaçando a vidados primitivos habitantes do reino.

Para assegurar-se no poder, acasa real fez um pacto com todas asestirpes de sangue azul, ainda quemuitos tivessem os dedos multiplica-dos sobre o tesouro real.

Do lado de fora do castelo, os ple-beus sentiam-se contemplados por me-lhorias de vida, viam a miséria se redu-zir, tinham até acesso a créditos paraadquirirem carruagens próprias.

Porém, uma insatisfação pairava noreino. Os vassalos eram conduzidos aotrabalho em carroças apertadas e pa-gavam caros reais pelo transporte pre-cário. As escolas quase nada ensinavamalém do beabá, e os cuidados com asaúde eram tão inacessíveis quanto asjoias da coroa. Em caso de doença, ossúditos padeciam, além das dores domal que os afetava, o descaso da casa

real e a inoperância de um SUStemaque, com frequência, matava na fila opaciente em busca de cura.

Os plebeus se queixavam. Mas acasa real não dava ouvidos, exceto aosaplausos refletidos nas pesquisas reali-zadas pelos arautos do reino.

O castelo isolou-se do clamor dos sú-ditos, sobretudo depois que o rei abdicouem favor da rainha. Infestado de croco-dilos o fosso em torno, as pontes levadi-ças foram recolhidas e as audiências comos representantes da plebe canceladas ou,quando muito, concedidas por um afávelministro que quase nenhum poder tinhapara mudar o rumo das coisas.

Em meados do ano, a corte promo-veu, com grande alarde, os jogos reais.Vieram atletas de todos os recantos domundo. Arenas magníficas foram cons-truídas em tempo recorde, e o tesouroreal fez a alegria e a fortuna de muitosque orçavam um e embolsavam cem.

Foi então que o caldo entornou. Aplebe, inconformada com o alto preço

dos ingressos e o aumento dos bilhe-tes de transporte em carroças, ocu-pou caminhos e praças. Pesou aindaa indignação frente à impunidade doscorruptos e a tentativa de calar os de-fensores dos direitos dos súditos con-tra os abusos dos nobres.

A vassalagem queria mais: educa-ção da qualidade à que se ofereciaaos filhos da nobreza; saúde assegu-rada a todos; controle do dragão in-flacionário cuja bocarra voltara avomitar chamas ameaçadoras.

Então a casa real acordou! Archo-tes foram acesos no castelo. A rainha,perplexa, buscou conselhos junto ao reique abdicara. Os preços dos bilhetes decarroças foram logo reduzidos.

Agora, o reino, em meio à turbulên-cia, lembra que o povo existe e detémum poder invencível. O castelo prometeabrir o diálogo com representantes daplebe. Príncipes hostis à rainha amea-çam tomar-lhe o trono. Paira no horizonteo perigo de algum déspota se valer dodescontentamento popular para, de novo,impor ao reino o regime de terror.

A esperança é que se abram os ca-nais entre a plebe e o trono, o clamorpopular encontre ouvidos no castelo, asdemandas sejam prontamente atendidas.

Sobretudo, dê a casa real ouvidos àvoz dos jovens reinóis que ainda nãosabem como transformar sua indigna-ção e revolta em propostas e projetosde uma verdadeira democracia, paraque não haja o risco de retornarem aocastelo déspotas corruptos e demago-gos, lacaios dos senhores feudais e decasas reais estrangeiras.

Frei BettoCorreio Riograndense

OS ELEMENTOS DA NATUREZA ENSINAM A RESSURREIÇÃOE se te são inferiores, se são

sujeitos a teu poder, se ressur-gem por obra de tua mão, ensi-nem-te que podes ressurgir porobra de Deus.

Vê a semente, como te con-vida o Apóstolo (Icor 15,36ss.).Toma um grão seco de trigo, des-tituído de sentidos, destituído demovimento; traça um sulco, es-cava a terra, faz um sepulcro,enterra o trigo, olha como morre,como os humores o intumescem,como o desfaz a podridão. Equando chega ao ponto que pre-sumiam tua falta de fé, tua faltade esperança e a própria corrup-ção, imprevisivelmente revive,germina, cresce na erva, se enri-jece no caule, amadurece na es-piga e ressurge em toda a belezae forma que lastimavas morta. O

trigo, ó homem, não se oferecetanto à alimentação quanto à

compreensão, não te convida tan-to a trabalhar quanto a crer.

São Pedro Crisólogo(+ c. 450)

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12 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Edição 232

Como aprendiz de Alquimiana Psicologia, cada vezfica mais notório para mim

o significado e a importância damitologia e dos deuses gregos,romanos e outros para o conheci-mento de nossa psique, de nossaessência humana e, consequente-mente, para o nosso crescimentocomo pessoa e entendimento dosdemais. Pois deuses e deusas nadamais são que aspectos de nossapsique inconsciente.

Mas e a denominada "Históriado Povo de Deus" que nos relata aBíblia em seu Primeiro Testamento?

O meu interesse a esse respei-to surgiu desde cedo, quando mi-nha mãe me deu a denominada"História Sagrada". E se intensifi-cou aos meus 15 anos, quandoganhei de minha irmã a minha pri-meira Bíblia, por sinal um livromuito bonito com capa de madre-pérola amarelo-ocre.

Comecei a ler a Bíblia como selê um livro comum - era o que eusabia fazer na época.

Entendi nada! Aquelas históri-as, tal qual os mitos, não têm comoser interpretadas literalmente e aca-bei por duvidar delas. Mas de al-guma forma elas me atraíam e medeixavam intrigada principalmen-te porque a Bíblia é conhecidacomo sendo a "Palavra de Deus".

Queria entender. Procurava as-sistir às Missas nas quais, a meuver, os padres explicavam melhor a"Palavra de Deus". E, aos poucos,fui captando algumas mensagens.

Minha mãe, por sua vez, pes-soa que tenho como sábia, falavaque não precisamos ficar buscan-do fora os conhecimentos, poisDeus nos deu a consciência quenos ensina como viver. Que lá nofundo sabemos bem o que é certo eo que é errado, o que devemos ounão fazer - é só aprender a ouvir a"voz da consciência" e segui-la.

Fiz essa pequena introduçãopara situar o contexto no qual eucresci. Minha mãe, sábia profes-sora que ajudou muita gente e meupai, ferroviário, homem correto quesempre viveu para a família e parao trabalho. Ambos católicos, fre-quentavam a Missa e os Sacra-mentos, mas sem pieguice. Procu-rando sempre fazer o que era certoe transmitindo esses valores parasuas duas filhas. Ambos muito exi-gentes em questão de valores.

Agora vamos ao núcleo doassunto - "Alquimia e a Históriado Povo de Deus".

Depois que passei a frequen-tar o curso de Alquimia na Psico-logia, além de ir me afirmando comopessoa, ou seja, confirmando meuspensamentos que às vezes eramcontrários aos de pessoas que merodeiam, e também crescendo noconhecimento humano, o que mui-to ajuda a conviver com os demais,

Desde o dia 10 de junhoestamos fora do Brasilem nossa terceira viagem

à Europa.Chegamos dia 24/06 da Tur-

quia, região da Antalya ondeficam os melhores Resorts espas e amanhã 26 iremos a Mu-nich acompanhados de uma pri-ma de Italva e esposo que fa-lam o alemão. Em Zurich visi-tamos as igrejas de Gross-munster e Fraumunster véteroreformistas que foram palcodos debates entre Lutero eZwingli sobre a Eucaristia.

Realmente é uma viagem poroutro mundo, com uma culturatotalmente diferente. A Suíça nãoé apenas o Pais dos grandes tú-neis, picos, nevascas, grandeslagos, melhores queijos e relógi-os do mundo; é sobretudo umpaís da racionalidade, doarmazenamento,da segurança,qualidade de vida, disciplina,

estabilidade econômica, tudoisto fruto de uma educação e ín-dole do povo.

O perigo aqui não é a infla-ção mas a deflação.

É de admirar que num Paísquase perfeito e de tanto bemestar exista o maior índice de de-pressão e suicídio do mundo.Talvez por que por aqui o solpouco apareça.

Deixamos Antalya com qua-se 40 graus e chegamos a Zurichcom seis.

No feriado de 2 de Julho comfé em Deus retornaremos a Sal-vador. Já sentimos o cheirinho decasa. Rezamos a Deus para queao regressarmos ao nosso Paísos baderneiros que sempre semanifestam em véspera de anoeleitoral já tenham se acalmadoe o Brasil faça urgentemente a suareforma política.

Pretendo comemorar comDom Antônio em GovernadorValadares os seus 97 anos.

Almir Dias Simõ[email protected]

VIAGEMDE ALMIRÀ EUROPA

ALQUIMIA E O POVO DE DEUS

comecei a desvendar os significa-dos dos relatos Bíblicos. Juntei osconhecimentos que fui adquirin-do na Alquimia com as conclusõesadquiridas na convivência com oLino, meu marido, e idéias de seuscolegas, padres casados, sobreReligião.

E agora já posso colocar algu-mas descobertas singelas que fiz,mas que para mim são respostasimportantes, que eu mesma estoume dando:

Na realidade, é linda a "Histó-ria do Povo de Deus"! Ela relatauma história de Amor de Deus paracom seu povo e de seu povo paracom seu Deus. Deus sempre fiel,chamando o povo à crescer, a evo-luir, através da boca dos Profetas,a aprender a amar e, por outro lado,o povo às vezes fiel, seguindo asPalavras dos Profetas, outras ve-zes caindo no oposto, duvidando,sendo infiel e se revoltando e re-clamando contra Deus.

É a própria Alquimia da Vida. Éa caminhada do "povo de Deus",como seu entendimento foi setransformando, como foi aconte-cendo seu crescimento espiritual.O Primeiro Testamento nos mos-tra a evolução da consciência deum povo e a evolução de sua vi-são em relação a Deus.

Hoje, por exemplo, entendoperfeitamente como Abraão es-cutou a voz de Deus, através do"Anjo" que não o deixou sacri-ficar seu filho. Esse Anjo podeter sido uma projeção externa desua própria consciência, criadaà imagem de Deus.

Naquela época era costume devários povos sacrificar a Deus ouaos deuses o que se tinha de me-lhor, fossem animais ou até mesmopessoas. Era um tempo de muitoatraso ainda. E Abraão, "homemcorreto e temente a Deus", teve asensibilidade mais aguçada que osdemais e percebeu que sacrificarseu filho era um crime terrível, queisso não poderia agradar à Deus.

E assim substituiu o sacrifíciode seu filho pelo de um cordeiro.

Essa passagem bíblica mostrauma grande evolução na consci-ência de um povo.

Outro relato bíblico - Jardim doÉden, com suas duas árvores: a"Árvore da Vida" no centro e a "ár-vore do conhecimento do bem e domal". Adão e Eva, ou seja, nós, ahumanidade, podemos crescer,evoluir, nos alimentando do frutoda Árvore da Vida (Self, Si-Mesmo).

Mas se nos alimentarmos daárvore do bem e do mal (elemen-tos inconscientes), seremos comodeuses, conhecedores do bem edo mal e sofreremos (passagemindevidamente interpretada comocastigo). É a célebre "queda", ouseja, o chamado "pecado original",pois está não lá no começo da his-tória, mas na origem de uma novafase mais consciente. A própriaBíblia nos diz sobre a "Felix Cul-pa" que nos mereceu tão grandeSalvador (Jesus). Tudo isso nosmostra que o tão falado "pecado"de Adão e Eva, na realidade foi umatomada de consciência. Foi a en-trada da humanidade na idade darazão, por assim dizer, do conheci-mento do bem e do mal.

Aprendi também, desta veznum curso bíblico que frequen-tei, que a Bíblia tem várias lin-guagens: mitológica, de parábo-las, poética, romântica, teatral emuitas outras. Dessa forma, ou-tra história intrigante sobre aqual C.G.Jung até escreveu umlivro - "Resposta a Jó" (Ed. Vo-zes), eu tentei compreendê-la.

Pedindo desculpas ao nossomestre Jung, fico com a interpre-tação do teólogo Ivo Storniolo,exposta em seu livro "O Livro deJó" - o desafio da verdadeira reli-gião (Editora Paulus): primeiro, nósnem podemos afirmar que Jó te-nha realmente existido como pes-soa ou se é apenas uma históriapara trazer uma mensagem.

Storniolo diz que a linguagem

do livro de Jó é teatral. Que todoaquele cenário é para nos mostraroutra mudança de pensamento, deentendimento, pois até então aspessoas pensavam que aquelesque possuíam bens eram abençoa-dos por Deus e os que nada tinhameram amaldiçoados, era uma puni-ção por seus pecados. E essa pas-sagem quer mostrar que mesmo umhomem justo como Jó também podeperder tudo, que o sofrimento éuma contingência humana e nãocastigo por algum pecado.

Até hoje ainda tendemos a nosquestionar o que eu fiz para mere-cer isso? O sofrimento continuasendo um enigma que não com-preendemos. Mas sabemos quecastigo de Deus não é. Até Jesus,em sua grande sabedoria nos dei-xou isso bastante claro.

Outra reflexão minha é sobreos "Anjos" que falavam com osprofetas. Podem ser espíritos ex-ternos? Talvez. Não conhecemosa outra dimensão da Vida. Mastambém podem ser espíritos "in-ternos". A hierarquia dos Anjoscoincide com a hierarquia nossa,interna, à procura do "Si-Mesmo",da autenticidade, da consciência.Os "Anjos" que falaram com osProfetas podem ser uma projeçãoexterna da própria consciência sen-sível que eles tinham.

Que mistério o Ser-Humano!Quem é esse Deus que gravousua imagem no fundo de nossaconsciência, que nós Junguia-nos denominamos de "Si-Mes-mo", de "Self"?

"História do povo de Deus",Alquimia, Mitos e Contos de Fa-das - tudo converge para o cresci-mento e evolução humana. Bastater sensibilidade, basta aperfeiço-ar nossa consciência, basta pro-curarmos crescer na verdadeira fé,para conseguirmos atingir nossaindividuação, o "Reino de Deus"que começa aqui nesta terra.

José Lino de Araú[email protected]

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Jornal RUMOS

13Jornal RUMOSEdição 232

No dia 10 de maio completaram-se 27anos da morte por assassinato doPADRE JOSIMO MORAIS TAVA-

RES. Desejo refletir um instante sobre mais estesangue derramado sobre o solo brasileiro.

Josimo, nascido em Marabá (PA), rece-beu a ordenação para o serviço no meio dopovo em 1979. Logo em seguida foi nomea-do para trabalhar numa área cheia de confli-tos de terra, região situada, hoje em dia, nonorte do estado do Tocantins, chamada de'Bico do Papagaio'. Ele se tornou um doscoordenadores da Comissão da Pastoral daTerra (CPT), com sede na cidade de Impera-triz (MA). Em abril de 1985 recebeu amea-ças de morte, que se concretizaram logo emseguida, no dia 10 de maio daquele mesmoano, quando Padre Josimo covardementefoi assassinado, pelas costas, ao entrar nasede da CPT. O pistoleiro e mais quatro en-volvidos foram presos e condenados a 18anos de prisão. Os mandantes, porém, sen-do eles dois fazendeiros e um juiz, nuncaforam chamados, nem para prestar algumdepoimento.

Estes fatos ocorreram há 27 anos. Tal-vez alguém pergunte, porque relembrar umacontecimento de tanto tempo atrás e tãodistante da nossa vida.

Precisamos ficar bem informados sobreo que acontece em nosso país. A morte dePadre Josimo não é um fato isolado e distan-te de nós, ou então um assunto que não in-teressaria. O relatório da Comissão da Pas-toral da Terra de 2011 (ainda não disponhodos dados sobre o ano de 2012), a respeitoda situação em que se encontra o homem nocampo, nos dá uma idéia da realidade vivida

O dia em que este velho não for maiso mesmo, tenha paciência e me com-preenda. Quando derramar comida

sobre minha camisa e esquecer como amar-rar meus sapatos, tenhas paciência comigoe lembra-te das horas em que passei te en-sinando a fazer as mesmas coisas.

Se quando conversares comigo, eurepetir as mesmas histórias, que sabesde sobra como terminam, não me inter-rompas e me escute. Quando eras peque-no, para que dormisses, tive que te con-tar milhares de vezes a mesma estória atéque fechasses os olhinhos.

Quando estivermos reunidos e sem que-rer fizer minhas necessidades, não fiquescom vergonha. Compreendas que não te-nho culpa disso, pois já não as posso con-trolar. Penses, quantas vezes, pacientemen-te, troquei tuas roupas para que estivessessempre limpinho e cheiroso.

Não me reproves se eu não quiser tomarbanho, sejas paciente comigo.

Lembra-te dos momentos que te perse-gui e os mil pretextos que inventava pra teconvencer a tomar banho.

Quando me vires inútil e ignorante nafrente de novas tecnologias que já não po-derei entender, te suplico que me dê todo otempo que seja necessário, e que não memachuques com um sorriso sarcástico.

Lembra-te que fui eu quem te ensi-nou tantas coisas. Comer, se vestir e

PADRE JOSIMO MORAIS TAVARES

CARTA DE UM IDOSO: TEXTO PARA LER E REFLETIR

por tanta gente. Apresento apenas os dadosmais alarmantes e preocupantes:

* em 2011 foram assassinados 29 cam-poneses, isto é, gente pobre e simples docampo; destes 29, só no Pará foram ceifa-das doze vidas;

* foram registradas 347 ameaças de mor-te de trabalhadores rurais;

* 89 trabalhadores do campo foram pre-sos em 2011;

* 215 foram agredidos;* em total foram envolvidas 603.355 pes-

soas em conflitos de terra, sendo quase ametade nos estados do Nordeste.

A situação no campo é de total insegu-rança, de guerra, de morte. A cada ano onúmero de assassinatos aumenta, a quanti-dade de conflitos cresce. Mortes sempre dolado dos posseiros e pobres agricultores.Do lado dos fazendeiros e poderosos, difi-cilmente alguém é preso. O famoso massa-cre, em 1996, de Eldorado dos Carajás, noPará, no qual foram assassinados 19 pos-seiros, ainda não resultou na prisão de to-dos os envolvidos por parte da Polícia Mi-litar do Pará. O processo em razão da morteda irmã Dorothy Stang, morta em 2005, ain-da não resultou em justiça de verdade. Nãoaquela justiça triunfante de prender algumassassino ou, muito raramente, um mandan-te de assassinatos. A verdadeira justiçaacontece, como nos diz Dom Helder, "quan-do acabam as grandes injustiças de uns semsaber o que fazer com tanta terra e milhõessem um palmo de terra para morar" (em suasúplica "Mariama", da Missa dos Quilom-bos). Justiça se concretiza quando, no cam-po, os pequenos agricultores com suas fa-

mílias possam possuir um pedaço de chãosuficiente para o sustento de sua família, afim de construir vida digna, isto é, com con-dições para lavrar a terra e escoar sua pro-dução, com estradas trafegáveis, com edu-cação escolar para os filhos, assistência nasaúde para todos, ou seja, quando os go-vernos municipais, estaduais e federal, co-loquem em prática, de fato, políticas públi-cas que visem o bem desta parcela do povobrasileiro no meio da mata amazônica ou nosertão nordestino. Aqui, no Nordeste, essasituação do homem no campo ainda é agra-vada quando o povo, mais uma vez, passapor um período de seca que aflige milharese milhares de famílias. Nós nos pergunta-mos: porque nunca tem dinheiro para for-necer água à população no sertão, ao me-nos água para beber? Como um governantepode dormir em paz, gastando bilhões e bi-lhões de reais em estádios, ou para aqueleridículo aquário em Fortaleza (350 milhõesde reais!), e em outras obras supérfluas,enquanto o povo não tem nem sequer águapara beber, dividindo com os animais o res-

tinho sujo, contido num poço ou em algumaçude!? Até quando deixamo-nos enganarpor aquela velha e contínua política de "pa-nis et circenses"? Também é preocupanteconstatarmos que, diante de problemas tãograves, as igrejas cristãs, todas elas, ficamnum silêncio cada vez mais ensurdecedor.Ninguém mais fala nada! Não há mais ob-servância da tanta problemática vivida pelopovo. Não há mais senso crítico e, conse-quentemente, sumiu a denúncia, enquantosabemos que é de tradição bíblica a denún-cia do mal anteceder ao anúncio do bem.Sem denúncia, o anúncio se torna um vazio,sem fundamento e sem sentido, um meropalavratório "como um metal que ressoa,um címbalo retumbante" (cf. 1 Cor 13, 1),pois a verdadeira denúncia é feita por amor.

A morte do Padre Josimo, dos posseirosde Carajás, da irmã Dorothy, de tantos ou-tros e de tantas outras não pode ser em vão.Um dia deverá "raiar o dia, no qual a luz bri-lhará como a aurora, a justiça irá à nossa fren-te e a glória de Javé nos acompanhará" (cf.Isaias 58). Isto, porém, depende também denós. Não temos o direito de jogar os proble-mas criados pela própria humanidade lá paracima, para ver se Deus dê um jeito. Ele fez aparte dEle e estará sempre ao nosso lado, senós fizermos a nossa! Paulo Freire dizia: "Nãoé no silêncio que os homens se fazem, masna palavra, no trabalho, na ação-reflexão".Ou seja, o nosso papel não é assistirmos,calados e passivos, o trem da história pas-sar, e sim assumirmos a nossa responsabili-dade pela sociedade em que vivemos.

Fortaleza, 07/05/2013Geraldo Frencken

como enfrentar a vida tão bem como hojeo fazes. Isso é resultado do meu esforçoda minha perseverança.

Se em algum momento, quando con-versarmos, eu me esquecer do que está-vamos falando, tenhas paciência e me aju-de a lembrar. Talvez a única coisa impor-tante pra mim naquele momento seja ofato de ver você perto de mim, me dandoatenção, e não o que falávamos.

Se alguma vez eu não quiser comer,saibas insistir com carinho. Assim comofiz contigo.

Também compreendas que com o tem-po não terei dentes fortes, e nem agilidadepara engolir.

E quando minhas pernas falharem porestar tão cansadas, e eu já não conseguirmais me equilibrar…

Com ternura, dá-me tua mão para me

apoiar, como eu o fiz quando tu começastesa caminhar com tuas perninhas tão frágeis.

E se algum dia me ouvires dizer quenão quero mais viver, não te aborreçascomigo. Algum dia entenderás que istonão tem a ver com teu carinho ou com oquanto te amo.

Compreendas que é difícil ver a vidaabandonando aos poucos o meu corpo, eque é duro admitir que já não tenho mais ovigor para correr ao teu lado, ou para tomá-lo em meus braços, como antes.

Sempre quis o melhor para ti e sempreme esforcei para que teu mundo fosse maisconfortável, mais belo, mais florido.

E até quando me for, construirei para tioutra rota em outro tempo, mas estarei sem-pre contigo e zelando por ti.

Não te sintas triste ou impotente porme ver assim. Não me olhes com cara dedó. Dá-me apenas o teu coração, com-preenda-me e me apoie como o fiz quan-do começastes a viver. Isso me dará for-ças e muita coragem.

Da mesma maneira que te acompanheino início da tua jornada, te peço que meacompanhes para terminar a minha. Trata-me com amor e paciência, e eu te devolvereisorrisos e gratidão, com o imenso amor quesempre tive por ti.

Atenciosamente, teu velho.Autor Desconhecido

Envia: [email protected]

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14 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Edição 232

Há poucos dias recebiuma carta interessan-te, escrita por Olga

Lucia Álvarez Benjumea, daColômbia. Na qual dá seu tes-temunho de como sente e viveo ministério sacerdotal católicoque recebeu.

Quero compartilhar umasbreves reflexões sobre estetema importante.

Estou de acordo que o mi-nistério feminino é um dom parao serviço, para todos sem ex-clusão, especialmente para osdesprovidos e excluidos. Domrecebido igual como os homensno batismo, o qual conferiu agraça de Deus de serem sacer-dotes, profetas e reis.

Creio que este dom foi con-

- Em justiça: antes de tudosolicitamos tenha-se presenteem forma irrefutável o valorinfinito do Batismo, o qual éigual para todos, em sua dimen-são divina.

O Canon 1024 da Igrejahierárquica nos marginalizacomo mulheres, uma vez quediz que só os varões podemreceber validamente o Sacra-mento da Ordem.

Na Igreja institucional e con-forme consta nas certidões debatismo, que nos foram expe-didas, nós mulheres tambémfomos batizadas, fazendo uso domesmo rito batismal com quese batiza um varão. Sendo tes-temunha a comunidade paro-quial, que representa a IgrejaPovo de Deus.

"Não há judeu nem grego,não há escravo nem livre, nãohá homem nem mulher, porquetodos sois um em Cristo Jesus(Gál. 3:28).

- Em justiça: deve-se reco-nhecer o caminhar da IgrejaPovo de Deus nas primeiras co-munidades sustentadas, manti-das e organizadas por mulheres.Começando por Maria mãe deJesus, que o apoiou em sua pro-posta libertadora, seguindo Ma-

PÁGINA DA MULHER

AS MULHERES PRESBÍTERAS EXIGEM DA IGREJAria Madalena, Marta, Maria deCléofas, prima de Maria de Na-zaré, Suzana, Joana mulher deCusa, e outras mais (Lucas 8:3).Lídia, conhecida como a vende-dora de púrpura (Atos 16:12-15), as 4 filhas de Felipe (Atos21:9), Febe, a diaconisa da Igrejade Centrea (Rom. 16:1-2), Pris-cila (Rom. 16:3), Júlia ou Júnia(Rom. 16:7). De todas estasmulheres temos ouvido falar.

- Em justiça: enquanto o va-rão necessita da certeza de verpara crer, como no caso de Tomé(Jo 20:19-31), se reconhece queàs mulheres nos assuntos rela-cionados com a essência divinanos basta a chave do AMOR!Não em vão as mulheres foramas primeiras a anunciar e comu-nicar como testemunhas a BoaNotícia (Jo. 20:17).

- Em justiça: em nome deDeus pedimos nos deixem tra-balhar no Gólgota. É ali ondeconhecemos a redenção divinae de maneira inexplicável é alionde todos os dias se crucifica,martiriza, marginaliza, oprime,rechaça os inocentes, homense mulheres, por direntes ideias,opiniões, racismo, pobreza, ori-entação sexual, negando e ig-norando cada vez a UNIDA-

DE (Jo. 17:21). Estamos cons-cientes que isto é um direito defiliação, já que fomos salvaspela mesma morte e ressurrei-ção, e nosso compromisso irre-versível é compartilhar esta BoaNova; a meta é sem fronteiras!(MT. 28:18-20).

- Em justiça: não cremosque por anunciar o Evangelhocomo mulheres ordenadas me-reçamos a "Latae sententiae",sendo olhadas de cima para bai-xo como seres estranhos a quemnão se deve acolher e sim aban-donar, burlar, difamar, ridiculari-zar, dentro de qualquer grupohumano chamado "católico"cristão. Assim mesmo cremosque antes de condenar-nos me-recemos ser escutadas pelos

que nos julgam e decidem o quetemos que fazer ou não fazer,sem nos consultar em nenhummomento. O Espírito pode tam-bém falar por nós, não se podeperder esta voz (Jo. 10:27).

- Em justiça: rechaçamosa "Delicta Graviora" revisadaem 2001, onde se põe a orde-nação das mulheres no mesmonível dos graves crimes da pe-dofilia do clero, o que conside-ramos como um grave insulto ànossa dignidade.

- Nossas pretensões não sãode poder mas de JUSTIÇA, ser-vindo na Igreja para a Igreja,com a Igreja Povo de Deus. Li-bertando dos medos, curandodas injustiças e opressões tantoda sociedade como da religião,

curando em comunhão ao po-bre, ao rechaçado, margializado,por sua conduta sexual. Sendoa Eucaristia uma medicina, écontraditório negá-la a quemverdadeiramente dela necessita,que com fome e sede de justiçase aproxima a buscá-la.

Aqui o prioritário não é ogênero, nem situação civil, nemorientação sexual, mas o servi-ço aos filhos e filhas de Deus,de uma maneira inclusiva.

Nosso movimento crescecada vez mais; não somos a"igreja das mulheres", nem ou-tra "igreja".

Cada vez temos mais can-didatas solicando seu ingressoe formação.

Como discípulas e discípu-los, criadas/os à imagem daDivindade, porém diferentes,seguiremos anunciando a BoaNova na Igreja, com a Igreja,desde a Igreja.

Por sermos batizados e ba-tizadas, tudo que sucede naIgreja é nossa responsabilida-de e nos compete a TODOS/AS, papa, cardeais, bispos, sa-cerdotes, religiosos e leigos.

Olga Lucia ÁlvarezBenjumea - ARCWP

Tradução de Giba

É O MINISTÉRIO FEMININO UM DOM OU UM DIREITO?ca, Sara, Esther, Débora, Judi-th e a todas as mulheres queacompanharam Jesus durantesua vida pública e o assistiramem sua morte e ressurreição.

Igualmente, quando o AnjoGabriel visitou Maria e lhe dis-se: "Alegra-te, cheia de graça,o Senhor está contigo; não te-mas, Maria, porque encontrasteo favor de Deus"(Lc.1, 26-30).

Precisamente, o dom é ofavor de Deus para ti, OlgaLucia, que junto com tuascompanheiras tens sido eleitapara "abrir portas", como dis-se o papa Francisco na recen-te conversação que teve comos dirigentes da Congregaçãode religiosos da América La-tina e Caribe

Vocês estão fazendo pon-ta de lança na renovação daIgreja e na luta contra o reinodo mal, que ataca o plano doreino de Deus. E porque o tra-balho de vocês é uma missãode evangelização que enrique-ce o povo de Deus.

Estou também de acordoque é absurdo que através docanon 1024 do direito canôni-co se negue às mulheres estedom. No livro IV do código tra-ta da função de santificar daIgreja, no título VI que trata daordem, capítulo II, dos orde-nandos, diz: "só o varão bati-zado recebe validamente a sa-grada ordenação". Acaso amulher também não recebe omesmo dom no batismo, comoeu já disse acima, a graça queconcede a grande missão desermos sacerdotes, profetas ereis neste mundo?

Considero que a admissãodas mulheres ao sacerdócio ea abolição da lei do celibatoobrigatório dos presbíteros se-rão um benefício para o Povode Deus, o qual será melhoratendido através da promoçãohumana e da evangelização.

Quito 1º de Julho 2013Mario Mullo Sandoval

[email protected]ção de Giba

cedido por Deus gratuitamen-te, e por sua vontade divina nos

elegeu para a missão do servi-ço. Assim como elegeu Rebe-

www.padrescasados.org

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Jornal RUMOS

15Jornal RUMOSEdição 232

Celebramos 50 anos damorte do Papa JoãoXXIII (1881-1963), segu-

ramente o Papa mais importantedo século XX. A ela se deve arenovação da Igreja Católica quetentou definir o seu lugar dentrodo mundo moderno.

No dia 25 de janeiro de1959, sem avisar a ninguém,declarou diante dos Cardeaisestupefatos, reunidos na abadiabeneditina de São Paulo juntoaos muros, que iria convocar umConcílio Ecumênico. Por suaprópria conta havia feito um ju-ízo crítico sobre a situação domundo e da Igreja. Perceberaque estávamos diante de umanova fase histórica: a fase domundo moderno com sua ciên-cia, técnica, com suas liberda-des e direitos. A Igreja precisa-va situar-se positivamente den-tro deste fato emergente. Atéentão a atitude era de descon-fiança e de condenação. OPapa entendeu que este com-portamento levava a Igreja aoisolamento e à estagnação paraseu próprio dano e para danode sua missão no mundo.

Ele repetiu a velho dito: "voxtemporis vox Dei("a voz do tem-po é a voz de Deus");" isso nãosignifica", disse ele, "que tudono mundo, assim como se en-contra, representa a voz de

Hipnose é, hoje, uma ci-ência reconhecida pelamedicina, odontologia,

psicologia, psicanálise e outrasciências. Fiz cursos, assimcomo ministro cursos de hip-nose, onde profissionais dasaúde buscam conhecer estesaber que tanto influencia amente humana, inclusive comreprogramações de traumasprofundos.

Há duas formas de co-nhecimento da hipnose: a de

Dia 30 de junho faleceu em Maringá PR o Padre. casadoAristeu Barbosa da Silva.

Frequentou o grupo dos Padres casados por algum tempo.Tinha 64 anos. Morava sozinho. Foi encontrado morto por

um vizinho.Envia Antônio F. Zancanaro

[email protected]

FALECIMENTO

HIPNOSE CURA?palco e a clínica. A primeiraserve para demonstrar o po-der da mente humana incons-ciente. É a forma que des-perta curiosidades, mitos ealegrias. É o lado humorísti-co da hipnose. A segunda é olado sério da hipnose. É suadimensão científica, que es-tuda a mente com o objetivode libertar as pessoas detraumas inconscientes. A suaimportância é tornar possívelo acesso ao inconsciente, por

regressão, indo às causas dossintomas. Chegando-se àscausas, faz-se a ressignifica-ção das mesmas, eliminando-se os sintomas, podendo, en-tão, acontecer cura.

Hipnose acontece por moti-vação, relaxamento, sensibilida-de e sugestões com imagina-ções. Ela implica a dissociaçãoentre o consciente e o incons-ciente, ou seja, sair do foco ra-cional, lógico e entrar no imagi-nário, no mundo da imaginação.O segredo é que o inconscien-te não faz a distinção entre arealidade e a imaginação. Aimaginação é real no inconsci-ente. Por isso, hipnotizada, apessoa é capaz de comer umacebola e sentir gosto de umamaçã. A imaginação é mais for-te que a vontade. Ora, se amente inconsciente tem essepoder, pode ressignificar trau-mas. Pode curar.

O hipnólogo cura? Ele nãotem nenhum poder de cura.Como, então, esta acontece?Toda hipnose é auto-hipnose:A pessoa recebe a sugestão ea sua mente passa a executá-la. Isto é possível por a menteinconsciente ser autocurativa:Ela gera o problema e o refazatravés de sugestões adequa-das à situação. O que é neces-sário para isso? Que a pessoaacredite no que está vivenci-ando. Não há mudança semcrença. É fundamental acredi-tar no hipnólogo e nas suges-tões apresentadas. Na técnicahipnótica chamada ponte hu-mana, por exemplo, a pessoaa vivencia quando, a partir dasugestão de que vai virar umabarra de ferro, ela se imagi-na, acredita e se sente viran-do uma barra de ferro. Só as-sim é capaz de ficar dura en-tre duas cadeiras. Portanto,

para haver cura em hipnose,são essenciais crença e emo-ção juntas. A tarefa do hipnó-logo é ser um guia nas suges-tões e, assim, a mente da pes-soa passa a reprogramar-se,acolhendo novas perspectivasde vida. Conheça este fantás-tico poder da mente.

Luciano SampaioPsicanalista e hipnólogo

UM CONCÍLIO DE TODA A CRISTANDADE?Deus; significa que tudo carre-ga uma mensagem de Deus, seboa para ser seguida, se ruimpara ser mudada".

Efetivamente, o Concílio Va-ticano II se realizou em Roma(1962-1965); o Papa o abriu masmorreu antes de sua conclusão(1963). Seu espírito, entretanto,marcou todo o evento, com con-sequências até os dias de hoje.

Dois eram seus mottos prin-cipais: aggionamentoe Concíliopastoral. Aggiornamento é di-zer: sim para o novo, sim paraa atualização da Igreja em sualinguagem, em sua estrutura eem sua forma de se apresentarno mundo. Concílio pastoralqueria exprimir uma relaçãopara com as pessoas e paracom o mundo de abertura, dediálogo, de acolhida e de fra-ternidade. Portanto, nada decondenações do modernismo eda "nouvelle théologie" como sefizera furiosamente antes. Emvez de doutrinas, diálogo, mú-tuo aprendizado e trocas.

Talvez esta afirmação deJoão XXIII resuma todo o seuespírito: "A vida do cristão nãoé uma coleção de antiguidades.Não se trata de visitar um mu-seu ou uma academia do pas-sado. Isto, sem dúvida, pode serútil - como o é a visita aos mo-numentos antigos - mas não é

suficiente. Vive-se para progre-dir, embora tirando seu provei-to das práticas, e mesmo dasexperiências do passado, parair sempre mais longe na trilhaque Nosso Senhor nos mostra".

De fato, o Concílio colocoua Igreja dentro do mundo mo-derno, participando de seus ava-tares e de suas conquistas. AIgreja da América Latina logopercebeu que não havia apenaso mundo moderno; mas, o sub-mundo sobre o qual pouco sedisse no Concílio. Em Medellín(1969) e Puebla (1979) viu-se

que a missão da Igreja no sub-mundo, feito de pobreza e deopressão, deve ser de promoçãoda justiça social e de libertação.

Passaram-se já 50 anos doConcílio. O mundo e o submun-do mudaram muito. Surgiramnovos desafios: da globalizaçãoeconômico-financeira e a con-sequente consciência planetá-ria, a dissolução do império so-viético, as novas formas de co-municação social (internet, re-des sociais e outras) que unifi-caram o mundo, a erosão dabiodiversidade, a percepção

dos limites da Terra e da possi-bilidade de extermínio da espé-cie humana e com ela do proje-to planetário humano.

Só com as categorias do Con-cílio Vaticano II não daremosmais conta desta nova realidadeameaçadora. Tudo aponta paraa necessidade de um novo Con-cílio Ecumênico. Agora não setrata apenas de convocar só osbispos da Igreja Católica. Faceaos perigos que nos ameaçam,todo o Cristianismo.

Leonardo Boffleonardoboff.wordpress.com

Page 16: LIVRO DE PADRE CASADO PÁGINA DOS LEITORES CONTA …BANCO ITAÚ AGÊNCIA: 4453 Nº DA CONTA: 07294-6 Remeta cópia do comprovante para José Colaço Martins Dourado por e-mail (trinusuva@ig.com.br),

16 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Edição 232

Em reunião realizada no dia 20 dejulho último foi montado por to-dos o "PLANO DE AÇÃO

PARA O BIÊNIO 2013-2014". Dese-jamos desenvolver trabalhos em cincofrentes, sendo que cada uma delas te-nha uma equipe responsável, formadapor três pessoas ou casais. Este planode ação deverá ser reavaliado em 2015.

FORMAÇÃO PERMANENTE /A NOSSA ESPIRITUALIDADE

O Encontro Nacional de junho/ju-lho de 2012 seguiu as seguintes etapas:

- pré-encontro: estudo de textos re-ferentes ao tema;

- o próprio encontro: palestras e de-bates;

- pós-encontro: discutir e aprofundarencaminhamentos do encontro; desen-cadear ações concretas; provocar no-vas reflexões e ações.

Como concretizar estas idéias pro-positivas para o pós-encontro?

Vida e fé caminham de mãos dadas.Todas e todos nós precisamos nos enri-quecer e fortalecer, mutuamente e emconjunto, alimentando a nossa espiritu-alidade.

Há práticas alternativas de nos en-contrarmos em momentos de reflexãoem comunidade?

EQUIPE: Rosa e Gil, Socorro eDourado, Claudete e Geraldo, Brandão

O Dia de Finados éo dia da celebra-ção da vida eter-

na das pessoas queridasque já faleceram. É o Diado Amor, porque amar ésentir que o outro nãomorrerá nunca.

É celebrar essa vidaeterna que não vai termi-nar nunca. Pois, a vidacristã é viver em comu-nhão íntima com Deus,agora e para sempre.

Desde o século 1º, oscristãos rezam pelos fa-lecidos; costumavam visi-tar os túmulos dos márti-res nas catacumbas pararezar pelos que morreramsem martírio. No século4º, já encontramos a Me-mória dos Mortos na ce-lebração da missa. Des-de o século 5º, a Igrejadedica um dia por anopara rezar por todos osmortos, pelos quais nin-guém rezava e dos quais

Lamento comunicar que nosso jor-nal RUMOS está em situaçãocrítica e pede socorro.

A tesouraria de nossa Associação -AR - comunicou-me que dispõe de fun-do financeiro apenas para esta ediçãoe a de novembro.

Para 2014 está duvidosa e prati-camente impossibilitada a continuida-de de nosso jornal!

Eu tenho feito repetidos apelos aosassinantes do jornal impresso e leitoresdo jornal eletrônico pela "campanha domais um". Mas quase inutilmente.

A esperança é que neste final deano os amigos assinantes e leitores

MFPC CEARÁPLANO DE AÇÃO 2013-2014

CHAMAR NOVOS PARTICI-PANTES PARA O MFPC

É desejo de todas e de todos quehaja mais participantes ativos nos en-contros e em outras atividades doMFPC-Ceará.

Como atrair novos casais para for-talecer e, ao mesmo tempo, rejuvenes-cer o MFPC-Ceará?

EQUIPE: Lucia e Edson, EsterMota, Margarida e Aroldo, Homéria eLuciano

VIDA SOCIALProcurar meios e planejar momen-

tos a fim de promover encontros quetêm por finalidade nosso encontro comoamigos e amigas de uma mesma famí-lia

Quais encontros/atividades podemser propostos?

EQUIPE: Rosa e Carlos, MirianFrota, Wilma e Venceslau, Rejane ePepé, Luana e Wodson

O MFPC DE DENTRO PARAFORA

Desejamos apresentar-nos mais parafora, tanto no âmbito da Igreja, comona sociedade em geral através de co-municações, entrevistas, publicações,seminários, etc.

Como concretizar isso? EQUIPE: Lourenço e Cecília, Eno-

ch e Fátima, Elmas, Carlos

DIA DE FINADOS

ninguém se lembrava.Desde o século XI,

os Papas Silvestre II(1009), João XVIII(1009) e Leão IX (1015)obrigam a comunidadea dedicar um dia porano aos mortos.

Desde o século XIII,esse dia anual por todosos mortos é comemoradono dia 2 de novembro,porque no dia 1º de no-

vembro é a festa de "To-dos os Santos".

O Dia de Todos osSantos celebra todos osque morreram em esta-do de graça e não foramcanonizados. O Dia deTodos os Mortos cele-bra todos os que morre-ram e não são lembra-dos na oração.Mons. Arnaldo Beltramiarquidiocese-sp.org.br

Em 08-09-2013 reuniu-se a Diretoria do MFPCem Fortaleza, debatendodiversos assuntos:

1) Angariar dinheiropara a continuidade dojornal Rumos impresso.

2) Temas de interes-se para o XX EncontroNacional de Curitiba

3) Data da reuniãopreparatória para o XXEncontro.

4) Nova conta da ARno Banco do Brasil.

Os detalhes constarãono site www.padrescasados.org

REUNIÃO DA DIRETORIADO MFPC

JORNAL RUMOSPEDE SOCORRO

do jornal RUMOS e do site dos pa-dres casados renovem suas assina-turas (quem já é), tornem-se assi-nantes (quem não é), e conquistemmais alguns assinantes entre paren-tes e amigos.

É um belo e barato presente de Na-tal para si mesmos e para amigos e/oufamiliares (40,00).

Confesso - sem falsa modéstia - queminha esposa e eu conseguimos 16 as-sinantes em um ano.

Só assim nosso querido jornal sobre-viverá em 2014.

Giba (Gilberto, editor do jornal)[email protected]