Livro Gestão Como Doença Social - Vincent de Gaulejac

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Tweetar 11 pessoas curtiram isso. Curtir Compartilhar 3 Livro "Gestão como Doença Social" Vincent de Gaulejac Dando sequência a minha saga para entender por que todo mundo está ficando louco work edition rs terminei essa semana o livro Gestão como Doença Social, do Vincent de Gaulejac. Na primeira parte do livro, ele afirma que o paradigma atual da gestão, apesar de uma aparente racionalidade e imparcialidade, não é isento nem é a forma definitiva de se organizar o trabalho. Configurase mais em uma ideologia, que apesar dos benefícios (progresso técnico inegável), descarta muito da complexidade humana, gera, dissimula, naturaliza e externaliza muitos prejuízos, e sua difusão converte cada vez mais áreas a seu serviço (corrigindo: de uma hiper elite, interessada apenas nos ganhos do mercado financeiro global). A educação, as famílias, a saúde, as artes, a política e todo tempo livre passam a ser dedicados a produzir apenas indivíduos empregáveis e tirar entraves ao crescimento econômico das empresas, sob a justificativa de sobrevivência na Guerra Econômica, sendo o único caminho possível a intensificação da luta. O foco apenas na rentabilidade crescente impõe uma postura de "fins justificam os meios" e uma visão de curtoprazo, seja alcançada pela destruição do meioambiente ou pela precarização das condições de trabalho, por exemplo. Ainda na primeira parte, aponta os paradoxos e critica os principais fundamentos em que a ideologia se baseia para ganhar adeptos: a aparente racionalidade, a imparcialidade dos números, o ser humano como recurso, a ilusão da qualidade total, inovação vs normalização, autonomia vs controle, desempenho vs redução de custos, mais engajamento do funcionário vs menos comprometimento da empresa, etc. Adicione ao seu leitor de RSS Receba os textos por Email Buscar MELHORES POSTS 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 Nicholas Fernandes Gimenes , especialista em Marketing e mestrando pela Unicamp na linha de Gestão da Inovação do programa de Política Científica e Tecnológica. Há 10 anos atuo no setor de TI e Telecom, na região de CampinasSP. Entre em Contato Perfil no Google+ Assuntos Página Inicial * Melhores Posts (11) Arte e Design (112) Comportamento e Inspiração (364) Educação (215) Engraçado (40) Fotografia (62) Idolos (48) Infográfico (7) Livros (90) Marketing e Empreendedorismo (338) Músicas e Filmes (163) Pessoal (170) Psicologia (122) Tecnologia e Inovação (70) Textos e Frases (231) Viagens e Esportes (149) VÍDEOS Canção da Estrada Aberta Walt Whitman HOME CONSULTORIA DE MARKETING CURSOS E TREINAMENTOS CONTATO

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07/04/2015 Livro "Gestão como Doença Social" Vincent de Gaulejac Nicholas Gimenes Marketing, Tecnologia e Inovação

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Livro "Gestão como Doença Social" Vincent deGaulejac

Dando sequência a minha saga para entender por que todomundo está ficando louco work edition rs terminei essasemana o livro Gestão como Doença Social, do Vincent deGaulejac.

Na primeira parte do livro, ele afirma que o paradigma atual dagestão, apesar de uma aparente racionalidade e imparcialidade,não é isento nem é a forma definitiva de se organizar o trabalho.

Configurase mais em uma ideologia, que apesar dos benefícios(progresso técnico inegável), descarta muito da complexidadehumana, gera, dissimula, naturaliza e externaliza muitosprejuízos, e sua difusão converte cada vez mais áreas a seuserviço (corrigindo: de uma hiper elite, interessada apenas nosganhos do mercado financeiro global).

A educação, as famílias, a saúde, as artes, a política e todotempo livre passam a ser dedicados a produzir apenas indivíduosempregáveis e tirar entraves ao crescimento econômico dasempresas, sob a justificativa de sobrevivência na GuerraEconômica, sendo o único caminho possível a intensificação daluta.

O foco apenas na rentabilidade crescente impõe uma postura de"fins justificam os meios" e uma visão de curtoprazo, sejaalcançada pela destruição do meioambiente ou pela precarizaçãodas condições de trabalho, por exemplo.

Ainda na primeira parte, aponta os paradoxos e critica osprincipais fundamentos em que a ideologia se baseia para ganharadeptos: a aparente racionalidade, a imparcialidade dos números,o ser humano como recurso, a ilusão da qualidade total, inovaçãovs normalização, autonomia vs controle, desempenho vs reduçãode custos, mais engajamento do funcionário vs menoscomprometimento da empresa, etc.

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Na segunda parte, aponta porque esse ambiente paradoxal, deguerra permanente e exigências crescentes produz doenças,dentre os principais fatores desencadeadores: falta de sentido,contradições, mecanismos de vício, individualização, alienação,inibição da criatividade, estresse, esgotamento, assédios eestímulo à agressividade (sem vazão, é direcionada a colegas e asi mesmo).

Ao final, tenta delinear alguns caminhos, indo na direção de umavisão mais ampla do ser humano, levando em consideração o queciências sociais já sabem (antropologia, psicologia, sociologia) etambém a subjetividade dos trabalhadores, introduzindo maisdiálogo, transparência, participação, autonomia e sentido, comvista na sustentabilidade e bem comum a longo prazo, mais doque na rentabilidade financeira de curto prazo.

Grifei quase o livro inteiro. Abaixo, vai alguns trechos, vídeo deuma entrevista muito boa e outras referências. Próxima etapaserá ler mais sobre AutoGestão e Colaboração, o próximo livrona minha lista é o "Juntos", do Richard Sennett.

Melhores Trechos:

Essa cultura do alto desempenho, porém, e o clima de competiçãogeneralizada, põe o mundo sob pressão. O assédio se banaliza,acarretando o esgotamento profissional, o estresse e o sofrimento notrabalho. A sociedade é apenas um mercado, um campo de batalhainsensata, em que o remédio proposto aos malefícios da guerraeconômica consiste sempre em agravar a luta.

A guerra econômica substituiu a guerra fria [...] Em tempo de guerra, amoral habitual não entra cm questão. Podese matar, desculpar osexcessos, admitir os maustratos, tolerar certas violências. Podese atéconsiderar que a mentira é estratégica, que a deslealdade é necessária,que a dupla linguagem é uma condição da vitória. Nesse contexto, apressão para melhorar a rentabilidade é contínua. A prática generalizadadas demissões, as violações do direito do trabalho e até o cerco socialnão são verdadeiramente repreensíveis, pois são necessários para osucesso da empresa e, portanto, para sua sobrevivência.

Parecenos crucial compreender profundamente com situações, quelevam assim, a cada dia, homens e mulheres equilibrados, de boavontade, a produzir tal violência. Compreender e analisar por que aempresa se tornou um mundo guerreiro e destrutivo, ao mesmo temposuscitando a adesão de seus membros. Atingir os fundamentos da “lutados lugares” que se desenvolve no coração de nossas sociedades.Compreender por que, enquanto a riqueza não pára de aumentar, a vidaparece sempre mais difícil para muitos.

A gestão gerencialista é uma mistura não só de regras racionais, deprescrições precisas, de instrumentos de medida sofisticados, de técnicasde avaliação objetivas, mas também de regras irracionais, de prescriçõesirrealistas, de painéis de bordo inaplicáveis e de julgamentos arbitrários.

Trechos Selecionados

Canção de Mim Mesmo Walt Whitman Trechos Selecionados

Responsabilidade Social e Ética no

Marketing

PSICOLOGIA AMBIENTAL: Por quê não

agimos?

SLIDES

Marketing Digital Usando a Tecnologia para

Entender e Conquistar ...

Marketing para ONGs

50 Frases e Pensamentos Vol. 1

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Por trás da racionalidade fria e “objetiva” dos números dissimulase umprojeto “quantofrênico” (a obsessão do número) que faz os homensperderem o senso da medida.

Sob uma aparência objetiva, operatória e pragmática a gestãogerencialista é uma ideologia que traduz as atividades humanas emindicadores de desempenhos, e esses desempenhos em custos ou embenefícios. Indo buscar do lado das ciências exatas uma cientificidadeque elas não puderam conquistar por si mesmas, as ciências da gestão[...] legitimam um pensamento objetivista, utilitarista, racionalista epositivista. Constroem uma representação do humano como um recursoa serviço da empresa, contribuindo, assim, para sua instrumentalização.

Aqui tocamos na ambiguidade permanente do poder gerencialista, quereside na defasagem entre as intenções anunciadas de autonomia, deinovação, de criatividade, de desabrochamento no trabalho, e a aplicaçãode dispositivos organizacionais, produtores de prescrição, denormalização, de objetivação, de instrumentalização e de dependência.

Hoje, as consequências psicopatológicas são conhecidas.Particularmente, a depressão o esgotamento profissional e o vício aotrabalho. A depressão é frequentemente larvar, dissimulada, pois épreciso parecer estar bem, sempre em forma. A pessoa ressente ummalestar contínuo, uma “repulsa”, um sentimento de lassidão, aimpressão de não aguentar. Ela não se sente de fato doente [...] Ospsiquiatras recebem cada vez mais pacientes “drogados” por suaatividade profissional.

Os work addicts desenvolvem uma relação de dependência do trabalho,apresentando os mesmos sintomas que os drogados. Em um primeirotempo, o hiperativismo, tem efeitos psicoestimulantes: hiperestimulaçãosensorial, ilusões narcísicas, forte reforço grupal sobre a empresa,fantasia de fusão entre o Ego e o Ideal, etc. Rapidamente, porém, outrosefeitos se fazem sentir, como a impossibilidade de se descontrair, anecessidade incoercível de atividade, a dordecabeça dos fins desemana, a angústia das férias, o enfraquecimento das capacidadescriativas.

Um contexto violento e paradoxal, no qual as regras do jogo sãoincertas, o quadro instável, as formas de sanção ou de reconhecimentosão incertas, as promessas não são mantidas, pode suscitarcomportamentos sadomasoquistas, sentimento de onipotência para uns,submissão incondicional para os outros, e muitas outras formas dcperversões. Sabemos que a prática da dupla linguagem pode produzirloucura. Quando o conjunto do sistema de organização se tornaparadoxal, quando ele se apresenta como perfeitamente racional, osempregados “enlouquecem”; Convém, portanto, analisar essa “loucura”como uma violência e não tanto como uma patologia. O sofrimentopsíquico c os problemas relacionais são os efeitos dos modos degerenciamento. [...]

Quando o assédio, o estresse, a depressão ou, mais geralmente, osofrimento psíquico, se desenvolvem, é a própria gestão da empresa quedeve ser questionada. Na maioria dos casos, o cerco não é o fato de umapessoa particular, mas de uma situação de conjunto.

Os empregados, em sua maioria, sentemse individualmente assediadosporque são coletivamente submetidos a uma pressão intensa. Todavia,por não poder intervir sobre as faltas cometidas pela organização dotrabalho, eles se agridem mutuamente, até se ferindo, como nasexperiências de Hemi Laboril. Quando um rato, fechado em uma gaiola,recebe uma descarga elétrica, ele agride seu “colega”. Se estiversozinho, desenvolve perturbações psicossomáticas. Por não poder agirsobre as causas do sofrimento, no caso o experimentador que provocaas descargas, volta suas armas contra ele mesmo.

Nosso diagnóstico põe em evidência diferentes sintomas: perda desentido, perversão dos valores, comunicação paradoxal, explosão doscoletivos, vontade de poder desmedida, transformação do humano emrecurso, pressão sobre os indivíduos em uma competição sem limites,assédio generalizado, exclusão para uns, estresse para outros, perda daconfiança no político.

50 Frases e Pensamentos Vol. 2

60 Frases e Pensamentos Vol. 3

Responsabilidade Social e Ética no Marketing

PSICOLOGIA AMBIENTAL: Por quê não agimos?

Case Zappos Resumo do Livro Satisfação

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Sistemas de Marketing

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Para o indivíduo não resta mais nem tempo, nem força, nemdisponibilidade para outra coisas para encontrar o sentido das palavras,o sentido de seu desejo, inventar uma existência para si mesmo.

Entrevista

Vincent de Gaulejac A doença do management FGV 2013 YouTube

Outras Referências

Resenha do Livro "A Loucura do Trabalho" Christophe Dejours

Livro "A Banalização da Injustiça Social" Christophe Dejours

A Teologia do Empreendedorismo Leandro Karnal YouTube

Perda do Trabalho, Perda da Identidade Eugène Enriquez

Responsabilidade Social e Ética no Marketing Nicholas Gimenes

Gary Hamel: Reinventing the Technology of HumanAccomplishment YouTube

Richard Sennett Entrevista Exclusiva YouTube

Filmes

O Corte (Le Couperet)O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street)Sucesso a Qualquer Preço (GlenGarry Glen Ross)A Grande Virada (The Company Men).

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Marcadores: Comportamento e Inspiração, Livros, Marketing eEmpreendedorismo, Psicologia

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