Livro Proprietário - Planejamento de Carreira e Sucesso

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PAULA CALEFFI NEUZA CHAVES GABRIEL CHALITA GUSTAVO CERBASI LEYLA NASCIMENTO MAX GEHRINGER ILONA BECSKEHÁZY WILLIAM DOUGLAS ARMANDO CLEMENTE MARÍLIA DE SANT’ANNA FARIA ORGANIZAÇÃO HUGO SANTOS JR. 1ª edição SESES rio de janeiro 2014 Da graduação para o mercado de trabalho: caminhos para o sucesso

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carreiea, sucesso

Transcript of Livro Proprietário - Planejamento de Carreira e Sucesso

  • PAULA CALEFFINEUZA CHAVESGABRIEL CHALITAGUSTAVO CERBASILEYLA NASCIMENTOMAX GEHRINGERILONA BECSKEHZYWILLIAM DOUGLASARMANDO CLEMENTEMARLIA DE SANTANNA FARIA

    ORGANIZAO HUGO SANTOS JR.1 edio

    SESES

    rio de janeiro 2014

    Da graduao para o mercado de trabalho: caminhos para o sucesso

  • Comit editorial externo armando clemente, leyla nascimento e marlia de sant'anna faria

    Comit editorial interno rogrio melzi, marcos lemos e miguel de paula

    Organizador do livro hugo santos jr.

    Autores dos originais paula caleffi (captulo 1), neuza chaves (captulo 2), gabriel chalita

    (captulo 3), gustavo cerbasi (captulo 4), leyla nascimento (captulo 5), max gehringer

    (captulo 6), ilona becskehzy (captulo 7), william douglas (captulo 8), armando clemente e

    marlia de santanna faria (captulo 9)

    Projeto editorial roberto paes

    Coordenao de produo rodrigo azevedo de oliveira

    Projeto grfico paulo vitor fernandes bastos

    Diagramao paulo vitor fernandes bastos

    Superviso de reviso aderbal torres bezerra

    Redao final e desenho didtico roberto paes, rodrigo azevedo de oliveira e jarclen ribeiro

    Reviso lingustica ione nascimento, aderbal torres bezerra e daniela reis

    Capa thiago lopes amaral

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por quais-

    quer meios (eletrnico ou mecnico, incluindo fotocpia e gravao) ou arquivada em qualquer sistema ou

    banco de dados sem permisso escrita da Editora. Copyright seses, 2014.

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (cip)

    D111 Da graduao para o mercado de trabalho: caminhos para o sucesso

    Hugo Santos Jr. [organizador].

    Rio de Janeiro: Editora Universidade Estcio de S, 2014.

    240 p

    isbn: 978-85-60923-17-5

    1. Carreira. 2. Planejamento. I. Ttulo.

    cdd 658.401 2

    Diretoria de Ensino Fbrica de Conhecimento

    Rua do Bispo, 83, bloco F, Campus Joo Ucha

    Rio Comprido Rio de Janeiro rj cep 20261-063

  • Sumrio

    Prefcio 11

    1. Panorama do Ensino Superior brasileiro: o caso Estcio 17

    Por que vamos para a Universidade? 18

    Quem vem primeiro: o professor ou a Universidade? 19

    Explorando o conceito 19

    Ps-graduao: avanando no estudo superior 21

    Do geral para o particular: a Estcio na sociedade do conhecimento 23

    Entendendo o currculo de seu curso 24

    Premissas dos currculos da Estcio 25

    Atividades curriculares 25

    Avaliao nacional da Estcio 26

    A Educao a Distncia na Estcio (EAD) 27

    SINAES: Sistema Nacional de Avaliao da Educao Superior 29

    ENADE: Exame Nacional de Desempenho de Estudante 29

    Por que devo fazer o ENADE? 30

    Tendncias da educao superior no Brasil e no mundo 30

    Sala de aula invertida 31

    Learning analytics (dados analticos de aprendizagem) 32

    Concluso 32

    2. Chaves para o sucesso do seu curso 33

    Introduo 34

    Ensino a distncia 35

    Por que vale a pena gerenciar o curso e persistir? 35

    Chaves para o sucesso 36

    1. Chave da conscincia do objetivo: por que esse curso? 36

    2. Chave da gesto dos recursos 38

    3. A chave da meta e do mtodo para se chegar l 42

    4. Chave da gesto da qualidade do curso 45

    5. Chave da organizao dos estudos 46

    6. Chave da concluso e plano de futuro 50

    3. Inteligncia Alpha: uma reflexo sobre o potencial humano 53

    Inteligncia 54

    Prazer e foco 54

    QI 54

  • Inteligncia emocional e inteligncias mltiplas 55

    Habilidades cognitiva, social e emocional 56

    Habilidade cognitiva 57

    Habilidade social 57

    Habilidade emocional 58

    Inteligncia Alpha, reflexes iniciais 58

    Felicidade 58

    Aspirao, escolha, desejos 60

    Desejos 60

    Escolhas 61

    Aspirao 62

    Inteligncia Alpha aspirao 63

    Inteligncia intrapessoal 63

    Inteligncia interpessoal 64

    Caixa de Aspiraes 66

    Desenvolvimento da habilidade cognitiva 66

    Quebrando paradigmas 67

    Nenhum aluno burro 68

    Foco essencial 68

    Foco externo 68

    Ateno seletiva 69

    Tipos de barulhos 70

    Aprendizagem significativa 70

    Digresses pedaggicas 71

    Desenvolvimento da habilidade social 71

    O significado da tica 72

    Construindo relaes de solidariedade 74

    Solucionando problemas em equipe 74

    Valores e vcios 75

    Humildade 76

    Responsabilidade 76

    Coragem 76

    Gentileza 76

    Desenvolvimento da habilidade emocional 77

    Influncia das artes 78

    O papel da escola 78

    Amor e emoes 78

    A carncia e os vnculos 79

    A leveza nas escolhas 80

    O necessrio dilogo interior 81

    A beleza dos encontros inteis 82

    Inteligncia Alpha 84

    Gesto de pessoas 85

    Poder 86

    A busca da felicidade 87

  • 4. Escolhas inteligentes para seu bolso e sua vida 89

    A certeza do futuro 90

    Voc est em vantagem 90

    Entendendo o jogo: quem trabalha para voc? 91

    Esquea muito do que voc j ouviu 93

    Preservando a flexibilidade 93

    A frmula para enriquecer 95

    1. Por que a frmula no d certo? 95

    2. O que fazer para a frmula funcionar em sua vida? 96

    A teoria dos baldes 97

    O segredo est na ordem das escolhas 98

    O efeito do tempo sobre o dinheiro 99

    O consumo alm do que comporta o oramento 100

    O erro que todos querem cometer 101

    Dvidas? Por que no? 104

    O financiamento estudantil FIES 105

    Transforme seus sonhos em realidade 106

    Investimentos: como multiplicar seu dinheiro 107

    Roteiro para equilibrar suas finanas 109

    5. Cenrios do mundo do trabalho 113

    Acompanhando as mudanas 114

    O mercado de trabalho e voc 114

    Dificuldades no processo seletivo 115

    Mapeando as empresas de interesse 116

    As empresas e seus recursos humanos 116

    Etapas dos processos seletivos extensos 116

    Primeira etapa 116

    Segunda etapa 117

    Terceira etapa 117

    Quarta etapa 117

    Nova fase no Planejamento de Carreira 118

    Como acontecem as relaes de trabalho? 118

    Nossa legislao no acompanha as atuais necessidades 119

    Programas de Estgios e Trainees 120

    Programas de Trainees 120

    Programa de Estgio 120

  • 6. Planejamento e carreira: habilidades e competncias para a empregabilidade 123

    Curso e Carreira 124

    Profisses do futuro 124

    Caractersticas dos cursos com maior taxa da aderncia 126

    Networking 126

    Exerccio do bom networking 127

    Rede social no networking 128

    Outra coisa que no d certo em networking a ttica do ataque-surpresa 128

    Relacionamento 129

    Como lidar com os chatos? 129

    O perfil 130

    O que as empresas avaliam no estagirio? 131

    Relacionamento com o chefe direto 131

    Flexibilidade 132

    Esta discusso vale a pena? 133

    Preparao para a flexibilidade 133

    Flexibilidade com uma dose de empatia 134

    Coerncia 135

    Aprendendo a ser um chefe 136

    O que mostram as estatsticas? 137

    Nem todo lder ser chefe, mas ningum ser chefe sem ser lder 137

    Categorias de lderes 138

    Como se aprende a ser lder? 138

    Delegao temporria 138

    Hierarquia e disciplina 139

    Marketing Pessoal 140

    Enfatizando apenas o lado positivo 141

    E o famoso happy hour de trabalho? 143

    Divulgao dos bons resultados 143

    Entrevistas de Emprego 145

    Preparando-se para a entrevista 145

    Regras das entrevistas 146

    Perguntas e respostas 147

    Perodo de agonia 151

    Currculos 151

    Tecnolgico 152

    Convencional 152

    Educao Continuada 154

    Intercmbio vale a pena? 156

    Educao continuada sem sair de casa 157

    Ser o dono de seu prprio nariz profissionalmente 158

  • 7. possvel melhorar o mundo e ganhar bem trabalhando em ONGs? 161

    O mercado de trabalho no Brasil 162

    Conhecendo o Terceiro Setor 165

    O caso Greenpeace 169

    O caso Mdicos Sem Fronteiras 170

    Caso do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho 171

    Caso do Teto 172

    Das Fasfil para as empresas sem fins lucrativos 173

    O caso Fundao Bradesco 173

    O caso GRAACC 174

    Cultura e estruturao do Terceiro Setor 174

    Nem tudo so flores... 175

    As ONGs de celebridades 176

    ltimas consideraes 177

    8. O concurso pblico como opo de carreira 181

    Ampliando a percepo 182

    Vantagens no quesito qualidade de vida 182

    Como ter um bom quadro de servidores? 183

    Servio pblico X iniciativa privada 183

    Concurso como opo 184

    Como comeou o funcionalismo pblico? 184

    Salrios 185

    Qualidade de vida e estabilidade 185

    Flexibilidade 186

    Vagas especializadas 186

    Qual concurso? 187

    Escolhas 188

    Vagas abertas 189

    Queremos contratar voc 189

    Fazer Direito 190

    Semeando 191

    Guerra do sucesso 191

    A guerra silenciosa 192

    Para passar em concursos preciso comprar todos os materiais disponveis? 193

    Quais prticas bsicas no podem faltar na rotina de quem

    se prepara para um concurso? Como se preparar adequadamente? 194

    Quais so os pontos mais importantes a serem lidos em um edital? 194

    Quais so os principais erros cometidos pelos concurseiros nos dias de hoje? 195

  • Quais dicas de estudo e comportamento voc daria para

    quem est buscando uma vaga no servio pblico? 195

    Quais as qualidades dos bons profissionais? 196

    Qual a principal dica para quem quer passar em um concurso pblico? 197

    9. Empreendedorismo e inovao em uma era de mudanas significativas 199

    Introduo 200

    Termos e conceitos 201

    Empreendedorismo 201

    Empreendedor 202

    Intraempreendedor 202

    Empreendedor social 202

    Empreendedor pblico 202

    Empresrio 202

    EIRELI 203

    Caractersticas e comportamentos praticados por empreendedores 203

    Pesquisa GEM Brasil (Global Entrepreneurship Monitor) 204

    Motivos que levam as pessoas a abrirem seus negcios 205

    Empreendedorismo e prestgio social 206

    Classificao das atividades empreendedoras 206

    Empreendedores iniciais ou em estgio inicial 207

    Motivao para a atividade empreendedora:

    empreendedores por necessidade e por oportunidade 207

    Empreendedores estabelecidos 208

    Caractersticas dos empreendimentos abertos no Brasil 208

    Fatores limitantes para empreender no Brasil 208

    Linhas de financiamento 209

    Cenrio nacional 209

    Classificao das micro e pequenas empresas 209

    Microempreendedor Individual (MEI) 210

    Microempresa (ME) 210

    Empresa de Pequeno Porte (EPP) 210

    Relao existente entre empreendedores e grau de escolaridade 210

    Microempreendedores individuais 211

    Empreendedores iniciais e estabelecidos 211

    Empresrios de empresas constitudas 211

    Empreendedores digitais (Startup) 212

    Empreendedores criativos 213

    Tecnologia e negcios digitais 214

    Empresas brasileiras fazem pouco uso de novas tecnologias 214

    Empresas Startups 214

  • Incubadora de empresas e parques tecnolgicos 215

    Inovao e Competividade das micro e pequenas empresas MPE 216

    Canvas Business Model 217

    Plano de negcio 217

    Design Thinking 218

    Franchising 219

    Sucesso familiar 219

    A Universidade e o empreendedorismo 219

    As Universidades brasileiras e a temtica empreendedora 220

    As universidades e os quatro pilares da educao

    apresentados em relatrio da Unesco 220

    Jogo de negcio: Desafio Universitrio Empreendedor 221

    Estudo de caso 1 222

    Empreender respondendo s questes da vida 222

    Para a sua inspirao, leia mais um caso de sucesso no Brasil 227

    O professor que se tornou um dos maiores empreendedores do Brasil:

    Carlos Wizard Martins 227

    Concluso 233

    Espao E3 em todas as unidades da Estcio 233

    Espao N.A.V.E. 234

    Palestras e Aulas Nacionais 234

    Eventos Locais 234

    Programas de Nivelamento 234

    Atividades Estruturadas 234

    Cursos Livres 234

    Cursos de Idiomas 235

    Parcerias Nacionais e Internacionais 235

    Atividades de Extenso e Responsabilidade Social 235

    Atividades Acadmicas Complementares 235

    Sala de Aula Virtual 235

    Cursos de Ps-graduao Lato Sensu e Stricto Sensu 235

  • 11

    Prefcio

    No dia 20 de janeiro de 1961, durante o seu discurso ao tomar posse como o 35 Presidente dos

    Estados Unidos da Amrica, John F. Kennedy proferiu uma daquelas frases que parecem fazer

    sentido e gerar impacto para sempre. Disse o presidente: Por isso, meus compatriotas, no per-

    guntem o que seu pas pode fazer por vocs - mas o que vocs podem fazer pelo seu pas.

    No acho essa frase brilhante apenas pelo seu teor patritico e pela sua fortssima men-

    sagem - alis muito propcia no atual momento que vivemos no nosso pas - contra aquilo

    que parece ter se tornado um hbito internacionalmente difundido, o de jogar a respon-

    sabilidade pelo sucesso de um povo e de cada indivduo dentro de uma sociedade sobre

    as costas dos seus respectivos governos. O que verdadeiramente me encanta nessa frase

    a mensagem subliminar de que, no final das contas, ns mesmos somos os senhores dos

    nossos destinos, tanto como indivduos quanto como uma coletividade.

    Mas, considerando que a vida no fcil para ningum, e que muitos de ns nascemos

    no meio de adversidades e barreiras que parecem intransponveis, o ato de assumir as rde-

    as da sua trajetria, e assim no permitir que seu caminho seja traado de forma aleatria,

    acaba no sendo trivial embora parea ser possvel. De um modo geral, acredito que as

    pessoas que se tornam bem sucedidas nas suas reas de atuao respeitam uma sequncia

    que, com maiores ou menores variaes, passam por trs grandes etapas.

    Primeiro, essas pessoas tm a capacidade, quase que a ousadia, de sonhargrande, de

    acreditar que as barreiras esto a para serem vencidas e que as coisas boas do mundo no so

    apenas para aqueles que parecem ter mais sorte nos seus primeiros anos de vida. So incon-

    tveis os relatos de esportistas que nasceram nos lugares mais improvveis, de empresrios

    que se tornaram milionrios mas que passaram fome na tenra infncia, de grandes mdicos,

    artistas, executivos, enfim, para quem a vida parecia no sorrir at um determinado ponto.

    Segundo, as pessoas que vencem nas suas carreiras demonstram uma capacidade mui-

    to interessante de planejar os seus passos com alguma antecedncia, uma habilidade de

    pensarnolongoprazo e de mirar em resultados que vo alm do que ocorre no presente,

    um foco no como as coisas esto sendo feitas, e no necessariamente no o que est sen-

    do obtido naquele momento e, por fim, uma pacincia enorme para respeitarem o tempo

    e aguardarem a sua vez. Sabem que as oportunidades vo aparecer um dia e, ao invs de

    reclamarem que a sorte parece no vir nunca, preferem trabalhar duro e se preparar para

    quando aquela janela, por menor que seja, finalmente se abrir Porque tm a conscincia

    de que de nada adianta assistir a um desfile de oportunidades quando no se est prepara-

    do para aproveitar nenhuma dessas.

    Terceiro, essas pessoas tm uma disciplina quase militar para executarem os seus pla-

    nos. Pensem nos atletas que chegam elite de qualquer esporte, aqueles que choram ao ouvir

    o Hino Nacional na hora de receber a sua to sonhada medalha. Esses atletas choram porque

    naquele momento mgico acabam se lembrando de toda a jornada que tiveram que cumprir,

    dos sacrifcios que tiveram que ser feitos, de todas as coisas boas da vida que no puderam

    aproveitar, para que enfim pudessem um dia ouvir o seu Hino ao vivo e em cores tocado para

    todo o planeta. Quanto treino, suor, quantas horas extras, quantos finais de semana! Bem, no

    achem que a vida de um executivo muito bem sucedido, ou de uma mdica de ponta, um artista

    famoso, um pesquisador, uma juza, um general, uma cientista, so muito diferentes. Cada um

    ao seu modo, cada um no seu tempo, passou pela mesma dose de sacrifcios e teve o mesmo

  • 12

    rigor, a mesma disciplina para com as suas atividades que os grandes atletas demonstram. E

    ainda mais... todas as pessoas bem sucedidas muito provavelmente j pensaram em desistir,

    certamente j tiveram motivos de sobra para no irem alm, mas por alguma razo tm uma

    persistncia que sempre, mas sempre mesmo, os levam at a linha de chegada. Costumam di-

    zer que No final tudo d certo. Se no deu certo, porque no chegou o final.

    A boa notcia que, se por um lado no existem atalhos para o sucesso, por outro lado

    existem vias que nos levam por um caminho mais seguro, nos mantendo afastados dos pe-

    rigos e das tentaes da vida, e oferecendo algumas janelas de oportunidades que podem

    sempre mudar a sorte de toda uma famlia. E, pelo menos at onde eu saiba, nenhuma

    dessas vias to segura, eficiente e transformadora como a EDUCAO.

    Aconteceu comigo. Eu venho de uma famlia de classe mdia do interior de So Paulo,

    uma famlia que sempre viveu sem luxos, embora nunca tenha passado por necessidades

    mais alarmantes como a que tantas famlias brasileiras injustamente enfrentam. Nunca ti-

    vemos um carro zero, roupas de marca, eletrnicos modernos, nem viagens internacionais.

    Mas sempre vi meus pais se sacrificando e deixando de fazer as coisas para eles, para que eu

    e meus irmos pudssemos frequentar boas escolas, estudar um segundo idioma, aprender

    e desenvolver outas habilidades que mais tarde poderiam fazer a diferena. Tambm fomos

    estimulados a ler desde muito cedo, e crescemos o tempo todo aprendendo a respeitar igual-

    mente todos os seres humanos, a tratar a todos com educao e cordialidade, e a nunca, mas

    nunca mesmo, desrespeitar as leis ou agir de modo que pudesse prejudicar qualquer pessoa.

    Eu aproveitei a chance, e estudei muito, o tempo todo. Acreditei no que ouvia dos mais

    velhos, ganhei tempo, procurei sempre os caminhos onde as oportunidades poderiam apare-

    cer mais naturalmente, mesmo que isso significasse muito sacrifcio no curto prazo. Enfim,

    sonhei grande, planejei meus passos com cuidado, e tive muita pacincia e disciplina para

    seguir a trilha que eu imaginei. Acabei, sem querer, contribuindo para corroborar uma das

    teses que atualmente se formam muito claras para mim a de que estamos assistindo a uma

    mudana no sistema Capitalista, que gradativamente v o poder migrando do Capital Finan-

    ceiro para o Capital Intelectual. Nasce assim a chamada Sociedade do Conhecimento.

    A realidade que o mundo est se tornando muito complexo, e isso est ocorrendo a

    uma velocidade exponencial. So inmeras as novas tecnologias, que parecem surgir do

    nada a cada dia que passa e que, ao se tornarem de domnio pblico, potencializam todas

    as atividades desenvolvidas pelos seres humanos, e assim as tornam ainda mais desafiado-

    ras. Para no ficar no vazio, pense na complexidade que gerir um sistema financeiro atu-

    almente, com todas as interligaes entre indivduos, bancos, empresas, governos e pases.

    Pense na dificuldade que dirigir uma empresa em qualquer segmento, com cada vez mais

    grupos de interesse (stakeholders, no jargo) atuando de forma proativa nas demandas pe-

    los seus direitos. Pense como difcil ser profissional liberal atualmente, com os advoga-

    dos tendo que acompanhar leis que mudam a cada dia, mdicas e enfermeiros precisando

    aprender novos protocolos criados do outro lado do mundo, questes ticas aflorando luz

    da tecnologia (por exemplo, algum j pensou que no futuro os robs, cada vez mais pareci-

    dos com seres humanos, podero ter tambm os seus direitos?). Pense como complicado

    atuar no setor pblico, com tantos interesses em jogo e com tanta exposio pela mdia que

    parece ver tudo o tempo inteiro. Pense, pense, pense...

    E estude para aproveitar a chance! Porque nesse novo contexto, os Donos do Capital

    fsico (dinheiro, metais, terras, ttulos etc.), tenha sido esse capital criado com muito

  • 13

    suor, herdado, ampliado, ou mesmo ganho numa tarde de sorte em uma loteria qual-

    quer, no encontram mais a mesma facilidade que encontravam at algum tempo atrs

    para manter ou ampliar a sua riqueza. Sabem que a competio muito dura, que o fu-

    turo incerto, que a qualquer momento pode aparecer um jovem empreendedor com

    solues muito mais inteligentes para um problema ainda tratado moda antiga (nossos

    leitores com mais de 35 anos ho de se lembrar, por exemplo, que antigamente amos s

    lojas comprar discos de vinil... at que um dia apareceu um tal de Napster em uma univer-

    sidade americana, e o vinil virou uma srie de zeros e 1s). Por isso, os donos do capital

    fsico atualmente disputam os melhores crebros. Querem atrair os jovens talentosos,

    as grandes cientistas, os artistas, esportistas, pesquisadores, tecnlogos, engenheiras...

    Porque sabem que sem essa inteligncia toda, sem esse Capital Intelectual, seu Capital

    fsico, por maior que seja, pode no resistir s intempries.

    E mais, os donos do capital fsico sabem que para atrarem e manterem esses talentos

    sob as suas guardas, precisam estar dispostos a fazer coisas que antes pareciam imposs-

    veis entre as quais, compartilhar o prprio capital fsico. Muitos empresrios e muitas

    empresas de grande porte, em diversas reas, j compartilham h muitos anos atravs de

    tcnicas como remunerao varivel, planos de aes (ou planos de opo), planos

    de reteno, benefcios, e por a afora. No necessariamente fazem isso por amor ou cari-

    dade, mas sim por uma questo de sobrevivncia.

    Pode parecer paradoxal, mas de repente o prprio sistema Capitalista, com todas as

    injustias, ineficincias e imperfeies que podem ser geradas na ausncia de mecanismos

    de fiscalizao eficientes pelos rgos governamentais, acabar eventualmente no apenas

    permitindo um aumento na renda da sociedade, mas tambm gerando uma distribuio

    mais justa de toda essa renda. Isto , pelo menos para aqueles que se prepararem a con-

    tento, que sonharem grande, planejarem os seus passos, e demonstrarem disciplina e per-

    sistncia para fazer o seu caminho. Provavelmente para aqueles que no assumirem uma

    posio de espera, aguardando que algum dia algum (talvez o Governo?) v fazer alguma

    coisa para melhorar a sua situao. Especialmente para aqueles que buscarem a melhor

    formao possvel atravs da Educao, mesmo que isso leve muitos anos e exija muitos

    sacrifcios individuais e em famlia. Quase que certamente para os que virem na Educao

    uma chance de mudar de vida, e no apenas uma oportunidade de buscar um diploma.

    Esse o Capital Intelectual que pode mudar as regras do jogo para voc tambm, da mesma

    forma que aconteceu comigo.

    Quis o destino que, aps ocupar vrias posies em algumas das grandes empresas

    brasileiras, eu tivesse a maravilhosa oportunidade de trabalhar com Educao, e que isso

    acontecesse em um lugar to especial como a Estcio. Afinal, no em todo lugar que se

    tem a chance de educar milhares de pessoas, ou melhor, centenas de milhares de pessoas,

    com todas as responsabilidades que isso certamente pressupe. Conscientes dessa respon-

    sabilidade, eu e meu time nos pusemos a andar pelo Brasil todo para conhecer a nossa

    Instituio cada vez mais a fundo, bem como para interagir com os nossos pblicos. Pri-

    meiro falamos muito com os nossos colegas administrativos, para depois chegarmos aos

    coordenadores e professores, para ento finalmente estabelecer uma relao mais direta

    com a nossa razo de ser... os nossos alunos.

    Ao longo desses ltimos anos, medida em que amplivamos essas conversas, foi fican-

    do muito claro para todos ns que faltava alguma coisa no nosso currculo, algo que no

  • 14

    necessariamente tinha a ver com as frmulas, as leis, os protocolos, ou a lngua portuguesa.

    Sabemos que nossos alunos chegam s nossas salas de aula com diversas lacunas em re-

    as de conhecimento variadas, mas confiamos plenamente no nosso Modelo Acadmico e

    tambm no nosso Corpo Docente para preencher essas lacunas e assim prover uma forma-

    o adequada aos nossos discentes. Mas via de regra, praticamente em todas as palestras,

    as questes dos alunos acabavam migrando para outros temas, sempre ligados ao plane-

    jamento de carreira, aos concursos pblicos, s ONGs, a como estudar melhor, como pla-

    nejar a sua vida financeira, enfim, a variveis de ordem mais prtica, mas que infelizmente

    no constavam do nosso currculo.

    De tanto ouvirmos e respondermos tais questionamentos, finalmente nos veio a ideia

    de criar uma disciplina para tratar desses temas de modo mais organizado, com a ajuda

    de diversos especialistas nessas reas. Foi assim que nasceu a disciplina Planejamento de

    Carreira e Sucesso Profissional, atualmente disponvel para todos os alunos que chegam

    nossa Instituio. Passados alguns semestres, diante do sucesso da disciplina e do feedback

    dos nossos milhares de alunos, ficou claro que poderamos dar um prximo passo e ento

    publicarmos um livro aprofundando os conceitos que so tratados durante o curso. Esse li-

    vro, que certamente ser muito til para tantas vidas acadmicas e profissionais, foi escrito

    por gente pensando quase que diariamente nos problemas que afligem os nossos alunos, e

    que se esmerou para comunicar os seus conceitos como se estivessem em uma sala de aula,

    diante dos nossos discentes vidos por informao e formao.

    No primeiro captulo, passeamos um pouco pela histria da Educao e da Universi-

    dade com a nossa ex-Reitora Paula Caleffi, uma Doutora em Histria com larga experin-

    cia em Educao, que depois explica como composto o sistema de Educao Superior

    no Brasil, passando pela exposio do modelo acadmico utilizado pela Estcio, e con-

    cluindo com uma discusso sobre as tendncias verificadas no segmento da Educao.

    Na sequncia, temos um captulo escrito pela Professora Neusa Chaves, autora de livros

    sobre educao e consultora snior advisor na Falconi Consultores de Resultado, dando

    dicas valiosas de como um aluno pode se organizar para estudar de modo eficiente e pr-

    tico. Vale destacar que a Professora desenvolve todo o seu raciocnio utilizando ferramen-

    tas criadas por algumas das maiores autoridades em gesto empresarial do Brasil, entre

    os quais o Professor Vicente Falconi, e aplicando esses conceitos para o cotidiano dos

    alunos. Ainda na abordagem sobre Educao, a seguir temos um captulo escrito pelo

    brilhante Gabriel Chalita, ele mesmo um prodgio da Educao (aos 24 anos de idade j

    tinha dois mestrados e fazia o seu segundo doutorado). Utilizando exemplos pessoais e

    uma linguagem muito acessvel, Chalita descreve o que chama de Inteligncia Alpha, que

    diferentemente dos conceitos anteriores ligados inteligncia (QI, ou quociente de inte-

    ligncia, e QE, ou inteligncia emocional), trata das motivaes, ou das aspiraes, que

    podem levar os indivduos ao sucesso.

    Damos ento uma guinada para aprender com o escritor Gustavo Cerbasi (o mesmo de

    Casais Inteligentes enriquecem juntos e outros best-sellers no Brasil) como planejar a nossa vida

    no aspecto financeiro. Utilizando diversos exemplos do nosso cotidiano e oferecendo ferra-

    mentas prticas para auxiliar os alunos, Cerbasi explica de modo bastante simplificado como

    fazer para evitar as turbulncias causadas pelo aperto financeiro que parece nos perseguir

    de modo impiedoso e assim sufocar os nossos sonhos, e ao mesmo tempo se preparar desde

    cedo para um dia deixar de ser um trabalhador e passar a ser um capitalista.

  • 15

    Aps abordar um pouco o aspecto financeiro, passamos a tratar do Mercado de Trabalho,

    iniciando com um captulo preparado pela Professora Leyla Nascimento, atual presidente da

    Associao Brasileira de Recursos Humanos ABRH e scia diretora do Instituto Capa-

    citare, para explicar a organizao do mercado de trabalho, descrevendo as diversas formas

    que podem caracterizar uma empresa e passando por temas de interesse como os estgios e os

    programas trainee. Na sequncia, apresentamos um captulo preparado por Max Gehringer,

    profissional de sucesso em diversas empresas e atualmente escritor e comentarista reno-

    mado em todo o Brasil. Com o jeito despojado e simptico que lhe peculiar, Max d dicas

    preciosas sobre temas espinhosos como, por exemplo, curso versus carreira, networking,

    marketing pessoal, relacionamento empresarial, como ser chefe, e at mesmo sobre

    como se comportar em entrevistas e como escrever um bom currculo.

    Na parte final do livro, procuramos oferecer uma viso sobre os possveis caminhos

    que podem ser percorridos pelos nossos alunos, alm das carreiras mais tradicionais em

    empresas do setor privado. Comeamos com uma verdadeira aula sobre o Terceiro Se-

    tor, sua organizao, e a possibilidade de desenvolver uma carreira nessa trilha, prepa-

    rada pela Ilona Becskehzy, uma das grandes pesquisadoras e especialistas sobre o tema

    no Brasil. A seguir, o juiz e autor de sucesso William Douglas, um grande entusiasta da

    Educao e do Ser Humano, discorre sobre o Setor Pblico no Brasil, oferecendo dicas

    muito especiais entre outras coisas sobre como se preparar de modo efetivo para os con-

    cursos pblicos. Por fim, temos toda uma seo escrita por Armando Augusto Clemente,

    diretor do Sebrae/RJ, com vasta experincia nas reas de inovao e tecnologia, mestre

    em Engenharia do Produto e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e tam-

    bm Marlia de SantAnna Faria, analista do Sebrae/RJ, professora universitria, autora

    de livros e artigos sobre o universo empreendedor, para tratar do tema Empreendedoris-

    mo, ou seja, para orientar os nossos alunos que queiram ousar ainda mais e abrir o seu

    prprio negcio. Alm de explicar diversos itens de interesse para quem quer ter o seu

    prprio negcio, usando muito conhecimento adquirido pelo Sebrae, Armando e Marlia

    concluem oferecendo um estudo de caso muito interessante com um jovem talento bra-

    sileiro. Ao final da obra, temos ainda mais um caso inspirador, desta feita protagonizada

    pelo fundador da rede Wizard de Idiomas, o empresrio Carlos Martins.

    Acredito que assim, cobrindo todos esses temas com a ajuda de tanta gente to capaci-

    tada, poderemos ajudar os nossos alunos a escolherem os seus caminhos e assim planeja-

    rem melhor as suas jornadas. bem verdade, entretanto, que no existe obra completa, ou

    seja, no existe texto que possa ser abrangente o suficiente para cobrir todos os temas de

    interesse dos nossos alunos. Isso mais verdade ainda quando o verdadeiro tema do livro,

    como o caso aqui na nossa atividade, a prpria vida de cada aluno... Ou seja, estamos

    falando de milhares de obras que ainda esto a para serem escritas, vidas para serem vivi-

    das de modo intenso e responsvel, e histrias para serem contadas de modo que um dia

    possam ser compartilhadas com outros que estaro comeando as suas trajetrias. por

    isso que aqui na Estcio ns acreditamos muito em cada um de vocs, e queremos ajudar

    cada um a escrever a melhor histria possvel a SUA histria!

    Vamos juntos ento, mos na obra... e depois mos obra!

    rogrio melzi

  • Panorama do Ensino Superior brasileiro: o caso Estcio

    paula caleffi

    11

  • 18 captulo 1

    Por que vamos para a Universidade?

    Educar talvez uma das prticas mais antigas da humanidade. O ho-

    mem, quando nasce, um mamfero desprotegido e inbil. Nos primei-

    ros meses precisamos ser cuidados, alimentados, precisamos que nos

    faam a higiene, que nos protejam etc.

    REFLEXO

    Logo, precisamos ser educados: dependemos disto para falar uma lngua, por exemplo,

    j nenhum ser humano aprende a falar se no estiver em uma comunidade de falantes.

    Nossa educao segue ao aprendermos: como andar, para evitarmos

    tombos; como nos alimentarmos sozinhos; como nos relacionarmos

    com pessoas da mesma idade e tambm com os mais velhos. E assim

    vamos aprendendocoisasfundamentais que nos constituiro como hu-

    manos/adultos/membros de determinadas comunidades.

    Com o passar do tempo a humanidade comeou a gerar um tipo de

    conhecimento que vai alm do necessrio para vivermos o dia a dia. Um

    conhecimento que procura explicaroporqu das coisas.

    Esse tipo de conhecimento reflexivo e que vai procurar responder o

    porqu das coisas, o que depois, integrado por uma metodologia, vir

    a chamar-se conhecimento cientfico. Para a aprendizagem desse tipo

    de conhecimento especializado faz-se necessria a Educao Formal

    as escolas e, posteriormente, as universidades.

    ATENO

    Vamos para a Universidade para aprendermos tcnicas e mtodos profissionais, mas

    to importante quanto isso, que vamos para aprender o porqu das coisas a

    teoria e, ao refletirmos sobre esse aprendizado, podemos seguir melhorando as

    prprias tcnicas e mtodos de trabalho, bem como o enunciado e a teoria que

    embasa cada profisso.

    Em continuidade, nos tornamos sujeitos produtores de conheci-

    mento, com espao no mercadode trabalho, onde progredimos com

    nossa condio de vida, bem como de nossa famlia, e acrescentamos

    um tijolo a mais no legado do conhecimento humano.

    1COMENTRIO

    Aprendendo coisas fundamentais

    Nesse processo, chamado educao

    informal, somos todos aprendizes e pro-

    fessores. Aprendemos porque nos ensi-

    nam e tambm aprendemos sozinhos,

    observando e refletindo. Educamos fi-

    lhos, ajudamos a educar irmos, sobri-

    nhos, netos, vizinhos etc.

    COMENTRIO

    Explicar o porqu

    No nos contentamos mais em saber

    que as plantas necessitam de chuva para

    crescer, mas queremos saber e entender

    porque a gua necessria vida.

    COMENTRIO

    Mercado de trabalho

    Segundo relatrio da OCDE (Organiza-

    o para Cooperao e Desenvolvimen-

    to Econmico), divulgado em 2013, as

    pessoas com nvel superior no Brasil tm

    uma taxa de emprego na ordem de 85%.

    Segundo a mesma entidade, em pesqui-

    sa realizada no ano de 2011, a renda

    de pessoas com nvel superior de at

    156% maior que a de trabalhadores com

    ensino mdio.

    Panorama do Ensino Superior brasileiro: o caso Estcio

  • captulo 1 19

    Quem vem primeiro: o professor ou a Universidade?

    Antes da Universidade, que surge

    na Idade Mdia, existiram escolas

    importantssimas j com o objetivo

    de construo de um saber cient-

    fico, especializado, que buscasse a

    compreenso do motivo dos fen-

    menos. Como exemplo, temos a famosa escola dos filsofos, na qual

    Scrates era o professor.

    Existiram tambm outras escolas, como a academia de Plato, e

    muitas outras no mesmo estilo, porm elas no eram uma instituio

    assentadas aos moldes da Universidade, pois dependiam fundamental-

    mente de seus mestres. Se o mestre viajasse, os alunos deveriam viajar

    com ele ou ficariam sem a sua formao.

    REFLEXO

    Essas escolas personalizadas tambm no estavam preocupadas em testar e atestar

    o conhecimento dos alunos atravs de avaliaes e diplomas ou outros certificados.

    Como vimos, o professor antecede a Universidade. No entanto, a Uni-

    versidade a instituio que vai criar as melhores condies de trabalho

    para que ele possa educar sobre o conhecimento cientfico, formal, bem

    como sobre os valores envolvidos nesse conhecimento.

    O professor segue sendo indispensvel no processo educacional

    mesmo no mundo contemporneo, onde ele no mais a nica fonte

    de informao. Cabe a ele mostrar aos seus alunos como transformar

    a mera informao (dados) em conhecimento, ou seja, em informao

    selecionada e contextualizada e que faa sentido muitas vezes para a re-

    soluo de problemas objetivos.

    REFLEXO

    Tambm papel do professor instigar o aluno a ir alm, usando o conhecimento ad-

    quirido para refletir sobre diferentes situaes, transformando-se assim em sabedoria.

    Alis, o bom professor se renova permanentemente aprendendo com seus alunos.

    Explorando o conceito

    O termo Universidade vem do latim Universitas magistrorum et

    scholarium (Comunidade de mestres e estudiosos).

    A Universidade fundamentalmente multidisciplinar, j que deve

    ser constituda por uma oferta variada de cursos. uma das instituies

    Sem dvida o professor antecedeu a instituio Universidade.

    AUTOR

    Scrates

    Scrates (Atenas,

    469 a.C. - 399 a.C)

    foi um filsofo cls-

    sico da Grcia Anti-

    ga. Ele inventou o

    famoso mtodo so-

    crtico de ensino, no qual respondia s

    questes dos alunos com outra pergunta,

    desafiando seus alunos a irem em busca

    das respostas e assim aprofundando

    cada vez mais seus conhecimentos.

    COMENTRIO

    Fonte de informao

    A internet, por exemplo, prov inmeras

    fontes de informao. Entretanto, o pro-

    fessor no professor porque tem mais

    informao que a internet, mas sim por-

    que sabe os caminhos e desafia seus

    alunos para transformar a informao

    em conhecimento, e o conhecimento

    em sabedoria.

    CURIOSIDADE

    Universidade

    A primeira Universidade a surgir no

    mundo foi durante a Idade Mdia, no

    sculo XI, a Universidade de Bologna,

    mais precisamente em 1088. No Brasil,

    foi a Universidade do Brasil, j no sculo

    XX (1922). Antes havia instituies de

    educao superior como, por exemplo,

    as tradicionais faculdades de direito de

    So Paulo e de Olinda, mas que ainda

    no possuam o ttulo de Universidade.

  • 20 captulo 1

    mais antigas da cultura ocidental e, como toda a instituio que sobrevi-

    ve a passagem da histria, ela vem se transformando para seguir corres-

    pondendo aos anseios sociais.

    As Universidades no Brasil podem ser instituies de origem pblica

    ou privada; porm, as mesmas esto submetidassleis maiores do pas,

    como a Constituio Federal de 1988, que assim afirma: as Universida-

    des gozam de autonomia didtico-cientfica, administrativa e de gesto

    financeira e patrimonial, dizendo tambm que as mesmas obedecero

    ao princpio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extenso.

    Est prevista na legislao brasileira a possibilidade de outras insti-

    tuies, pblicas ou privadas, ministrarem a Educao Superior, como as

    faculdades, os centros universitrios e os institutos superiores. As diferen-

    as entre Faculdade, Centro Universitrio e Universidades no esto direta-

    mente relacionadas com a qualidade dos cursos ofertados, mas sim com a

    autonomia e a complexidade institucional, como no quadro a seguir:

    FACULDADE

    AUTO

    NOMI

    A

    COMPLEXIDADE

    CENTRO UNIVERSITRIO

    UNIVERSIDADE

    As faculdades no tm autonomia para abrirem ou encerrarem cursos

    sem a prvia autorizao do Ministrio da Educao, porm tambm no

    tm a exigncia de serem multidisciplinares nem de oferecerem cursos de

    ps-graduao. J os Centros Universitrios possuem maior autonomia na

    abertura ou encerramento de seus cursos, da mesma forma deve corres-

    ponder a uma maior complexidade no nmero de cursos ofertados para a

    comunidade (ainda, desejvel a oferta de cursos de ps-graduao).

    As universidades so as que possuem maior grau de autonomia den-

    tro do sistema, inclusive para a abertura e encerramento no apenas de

    cursos, mas tambm de novos campi.

    ATENO

    As universidades, em compensao, tm a responsabilidade da oferta multidisciplinar,

    oferecendo cursos preferencialmente em todas as reas de conhecimento: humanas,

    sociais, sade, tecnolgica e engenharias. Ainda, devem se comprometer no apenas

    COMENTRIO

    Submetidas s leis

    As instituies estaduais esto subme-

    tidas tambm Legislao e regula-

    o estaduais, apesar de haver muitas

    discusses sobre isto entre o MEC e

    as Secretarias Estaduais de Educao.

    Alm da Constituio, esto submetidas

    Legislao Federal e Regulao por

    parte do Ministrio da Educao MEC.

  • captulo 1 21

    com o ensino, mas tambm com o desenvolvimento da pesquisa e a promoo da

    extenso. A ps-graduao stricto sensu, composta pelos cursos de mestrado e dou-

    torado, obrigatria para que uma instituio seja reconhecida como Universidade.

    Faculdades, centros universitrios e universidades podem oferecer

    cursos de graduao de bacharelado, de licenciatura e tambm tecnol-

    gicos. Estes ltimos possuem a caracterstica de serem cursos de menor

    durao, em torno de 2000 horas, focados em nichos especficos de mer-

    cado, como Logstica, Recursos Humanos, entre muitos outros.

    Nos ltimos 15 anos, o Brasil vem abrigando um excelente crescimen-

    to da classe mdia, atualmente 52% da populao brasileira est enqua-

    drada nesta classe. Essa melhoriaeconmica despertou o interesse dos jo-

    vens e adultos pela educao superior. difcil trabalhar e estudar noite,

    mas o esforo recompensado para aquele que atinge a formatura.

    EXEMPLO

    80%

    70%

    60%

    50%

    40%

    30%

    20%1960 1970

    PBLICAS

    PRIVADAS

    DISTRIBUIO DE MATRCULAS EMINSTITUIES PBLICAS E PRIVADAS

    1980 1990 2000 2012

    Com o objetivo de incentivar os jovens e adultos a ingressarem na

    educao superior, o governo criou dois importantes programas para

    auxiliar no pagamento das mensalidades das instituies privadas: O

    PROUNI e o FIES.

    Ps-graduao: avanando no estudo superior

    No Brasil existem duas categorias de ps-graduao: a latosensu, dirigi-

    da especializao profissional; e a strictosensu, composta de mestra-

    do e doutorado, que visa formao de pesquisadores.

    Ps-graduao lato sensu

    Os cursos da categoria lato sensu so os de especializao e os MBAs

    (Master in Business Administration). A especializao costuma ter um

    foco mais delimitado e busca aprofundar o tema proposto, j os MBAs

    atuam no campo da Administrao, ou nos estudos relacionados ges-

    to. Os cursos de especializao tm durao mnima de 360 horas; os

    MBAs costumam ter uma carga-horria maior.

    COMENTRIO

    Tecnolgicos

    Os cursos superiores de tecnologia, ou

    tecnolgicos, conferem diploma de gra-

    duao, estando os formandos desses

    cursos aptos para cursarem qualquer

    categoria de cursos de ps-graduao.

    COMENTRIO

    Melhoria econmica

    Informe-se sobre o Programa Universi-

    dade para Todos (PROUNI) e sobre o

    Programa de Financiamento Estudantil

    (FIES) na sua instituio de ensino ou

    no site do MEC.

    COMENTRIO

    PROUNI e FIES

    Em 2012, o total de matrculas no en-

    sino superior saltou para 7.037.688. E

    a participao das instituies particu-

    lares (com 5.140.312 matrculas), subiu

    para 73%. Grande parte destes alunos

    escolhe estudar no turno da noite, pois

    trabalha durante o dia.

    CONCEITO

    Lato sensu e stricto sensu

    Em traduo literal do latim, a expresso

    lato sensu significa em sentido amplo;

    stricto sensu, por sua vez, significa em

    sentido estrito.

  • 22 captulo 1

    ATENO

    A ps-graduao lato sensu concede certificado de concluso, enquanto a ps-

    graduao stricto sensu concede diploma.

    Ps-graduao stricto sensu

    A ps-graduao stricto sensu compreende cursos de mestrado e douto-

    rado. No mestrado, como produto final, o mestrando deve elaborar e de-

    fender uma dissertao frente a uma banca de professores qualificados.

    A dissertao deve demonstrar familiaridade com o tema escolhido, e

    apresentar bibliografia pertinente ao assunto. No doutorado, como

    produto final, o doutorando deve elaborar e defender uma tese, frente

    a uma bancaqualificada. A tese de doutorado deve conter proposies

    e elementos inditos para que a rea de conhecimento nela utilizada se

    desenvolva e avance.

    Atualmente a ps-graduao stricto sensu regulamentada e avaliada

    no pas pela CAPES. A avaliao dos chamados programas de stricto sensu

    (mestrado e doutorado), tem como principais indicadores a qualidade da

    produo cientfica, materializada em artigos cientficos; produtos tecnol-

    gicos e patentes; ainda, currculo dos professores e qualidade da produo

    das dissertaes e teses produzidas pelos alunos, entre outros elementos.

    Como expresso dessa avaliao, a CAPES utiliza uma rgua de zero

    a 7, sendo que 3 o mnimo para que um programa possa operar du-

    rante 3 anos dever obrigatoriamente subir para 4, sob pena de ter

    seu fechamento estabelecido pela CAPES. O nvel 7 o mais difcil de

    atingir e exige uma importante insero no cenrio internacional das

    universidades e da produo cientfica.

    ATENO

    O Brasil possui vrios rgos responsveis pelo desenvolvimento cientfico tec-

    nolgico e a formao de pesquisadores, como o CNPQ Conselho Nacional de

    Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico que integra o Ministrio da Cincia,

    Tecnologia e Inovao; e a FINEP Financiadora de Estudos e Projetos que tem

    por misso promover o desenvolvimento do pas, a partir do fomento cincia, tec-

    nologia e inovao e tambm esta vinculada ao Ministrio da Cincia e Tecnologia e

    Inovao. A maioria dos estados possui suas fundaes de amparo pesquisa, como

    a FAPERJ do Rio de Janeiro, ou FAPESP de So Paulo, entre vrias outras.

    O Brasil desenvolveu uma ps-graduao stricto sensu muito respei-

    tada internacionalmente, porm, e apesar de toda a malha de fomento e

    suporte pesquisa, ainda ocupamos um dos ltimos lugares do mundo

    no ranking internacional de patentes, ou seja, temos muito para avanar

    em pesquisa e inovao.

    COMENTRIO

    Banca qualificada

    A aprovao da dissertao (mestrado)

    e/ou da tese (doutorado) pela banca

    especializada fundamental para a ob-

    teno do respectivo ttulo.

    COMENTRIO

    CAPES

    A Coordenadoria de Aperfeioamento

    de Pessoal de Nvel Superior (CAPES)

    composta por representantes das reas

    de conhecimento escolhidos e organi-

    zados em grupos de trabalho, respons-

    veis pela avaliao dos cursos das reas

    as quais pertencem. a metodologia da

    avaliao pelos prprios pares.

  • captulo 1 23

    Do geral para o particular: a Estcio na sociedade do conhecimento

    A Estcio a nica instituio no pas e uma das poucas no mundo

    que desenvolveu um projeto nacional de Educao Superior baseado

    nos conceitos contemporne-

    os da sociedade do conheci-

    mento, focado no desenvolvi-

    mento dos seus alunos para o

    mundo do trabalho.

    A sociedade do conheci-

    mento, presente no conceito de

    Educao da Estcio, foi possvel em decorrncia do desenvolvimento

    tcnico-cientfico nas transmisses de dados por satlites/fibras pti-

    cas, levando ao desenvolvimento da internet, ao armazenamento de in-

    formaes em nuvens etc., baixando o custo de transao das informa-

    es, democratizandooacesso s mesmas e ao conhecimento.

    A Estcio composta por faculdades, centros universitrios e uni-

    versidade presentes em todo o territrio nacional. Preocupada em levar

    qualidade de educao para todos os seus alunos nacionalmente, garan-

    tindo um espao e crescimento no mercado de trabalho, iniciou-se um

    projeto que teve por base os conceitos de sociedade do conhecimento e

    de economia do conhecimento.

    RESUMO

    Na economia do conhecimento, o que tem valor o conhecimento produzido coleti-

    vamente mediado por plataformas digitais. Ou seja, cabeas pensantes trabalhando

    colaborativamente tendem a construir um conhecimento de maior qualidade, inde-

    pendente do local onde cada um se encontre, pois hoje podemos construir conheci-

    mento coletivo distncia usando plataformas digitais.

    A Estcio possui em torno de 7.000 especialistas na produo de co-

    nhecimento, so 7.000 professores espalhados pelo territrio nacional.

    Para que estes 7.000 professores pudessem discutircomseuspares em

    todo o Brasil, criou-se uma plataforma de uso exclusivo dos professores

    chamada SGC Sistema de Gesto do Conhecimento.

    Foi atravs desta plataforma que os professores do grupo Estcio dis-

    cutiram e elaboraram os melhores currculos nas diferentes reas do co-

    nhecimento, formando a Rede de Conhecimento Estcio, tendo como

    consequncia a gerao de mais de 70 currculos integrados nacional-

    mente. Todos estes com uma metodologia apropriada para a aprendiza-

    gem do adulto com qualidade e com foco no desenvolvimento de com-

    petncias para o mercado de trabalho.

    Pela primeira vez na histria da humanidade o que tem mais valor um bem intangvel, o conhecimento.

    COMENTRIO

    Democratizando o acesso

    At o sc. XXI, apenas poucos privile-

    giados tinham a possibilidade de viajar

    aos Estados Unidos para pesquisar nas

    bibliotecas do Congresso ou de Harvard,

    por exemplo, ou em outras bibliotecas

    importantes do mundo como a de Paris,

    Berlim entre outras, e o mesmo ocorreu

    com institutos de pesquisa e outras ins-

    tituies produtoras de conhecimento.

    COMENTRIO

    Discutir com seus pares

    Por exemplo, professores de Direito dis-

    cutindo com professores de Direito; de

    Administrao com Administrao; de

    Enfermagem com os de Enfermagem, e

    assim sucessivamente.

  • 24 captulo 1

    O curso que voc ingressou tem um currculo integrado nacional-

    mente, a partir da construo coletiva de conhecimento, e que tambm

    abre a possibilidade da mobilidade estudantil pelo territrio nacional.

    RESUMO

    Na Estcio, os padres de qualidade no so criados por pequenos grupos e impos-

    tos de cima para baixo, eles so consequncia do acordo de qualidade construdo

    pelos especialistas nas diferentes reas de conhecimento: os professores.

    No Sistema de Gesto de Conhecimento, os professores elaboraram

    coletivamente a melhor proposta pedaggica, os planos de ensino de

    cada disciplina, os quais se subdividem em planosdeaulasemanais.

    A bibliografia que ser indicada para o aluno tambm um dos compo-

    nentes de discusso nacional pelos professores.

    E o mais importante que nesse sistema a discusso retomada de

    tempos em tempos, para que os alunos tenham sempre um currculo

    atualizado e valorizado no mercadodetrabalho.

    Esse um debate difcil e interessante, pois uma formao univer-

    sitria deve sim ter foco na empregabilidade do aluno, no apenas no

    curto prazo, mas para a vida toda.

    ATENO

    Muitas vezes, o mercado de trabalho imediatista e pensa apenas em preencher

    vagas em curto prazo.

    Nesse ponto, torna-se ainda mais importante a expertise do cor-

    po docente da Estcio, que busca o equilbrio entre uma formao

    que traga a possibilidade do aluno ingressar no mercado (ou mesmo

    melhorar a sua posio nele em curto prazo) e, paralelamente, com

    a competncia para manter-se e crescer, de forma sustentvel, nesse

    mesmo mercado.

    Entendendo o currculo de seu curso

    O currculo s se realiza com a

    participao do aluno construin-

    do a sua aprendizagem. Cabe

    instituio, organizadora do

    currculo, a avaliao da apren-

    dizagem do aluno e a outorga do

    grau, bem como do diploma de

    concluso de curso. Um currculo deve tambm prever os recursos neces-

    srios s metodologias e aos processos de ensino-aprendizagem.

    COMENTRIO

    Planos de aula semanais

    Os planos de aula so um pacto de qua-

    lidade feito pelos prprios professores

    sobre competncias (contedo, habilida-

    de, atitude), metodologias e tcnicas que

    devem ser desenvolvidas em cada aula.

    COMENTRIO

    Mercado de trabalho

    Anualmente so convidadas pessoas

    de destaque em cada uma das carrei-

    ras oferecidas pela Estcio para que

    elas debatam e faam sugestes aos

    coordenadores de curso e professores

    sobre como manter os currculos alinha-

    dos com o mundo do trabalho.

    COMENTRIO

    Currculo

    As atividades curriculares variam de cur-

    so para curso, e as exigncias tambm,

    dependendo se o seu curso tecnolgi-

    co, bacharelado, licenciatura... Todos so

    cursos de graduao, mas com suas pe-

    culiaridades. Por isso, informe-se sobre

    quais atividades integram seu currculo.

    O currculo o caminho formativo que o aluno deve percorrer no aprendizado de uma carreira/profisso.

  • captulo 1 25

    ATENO

    O currculo integra o Projeto Pedaggico de um curso e prev as atividades de aprendizado que devem

    ocorrer na sala de aula, mas no apenas isso, pois o aprendizado no ocorre somente nesse ambiente. Assim,

    dependendo do curso, um currculo integrado tambm por atividades prticas, estgio, atividades comple-

    mentares, atividades estruturadas, trabalhos de concluso de curso etc. A soma dessas atividades compe a

    carga horria mnima do curso exigida pelo MEC (Ministrio da Educao).

    Premissas dos currculos da Estcio

    Trabalhar as competncias na formao do aluno

    Neste mundo, a informao se torna obsoleta muito rapidamente, mas o aluno que aprende a

    aprender sempre ter condies de se atualizar ao longo da vida. Tambm precisa saber fazer,

    que a habilidade da aplicao do saber terico no desenvolvimento de algo ou na resoluo de

    problemas, pois teoria e prtica so as duas faces da mesma moeda e uma no deve existir sem

    a outra. Ainda, o saber ser, que diz respeito atitude frente s situaes e vida, valores esco-

    lhemos para pautar a nossa conduta: a tica, a solidariedade, a honestidade (fonte: UNESCO).

    No mercado de trabalho, muitos profissionais so selecionados pelos seus conhecimen-

    tos e demitidos pelas suas atitudes, por isso a Estcio tem como objetivo proporcionar espa-

    os de discusso sobre valores e atitudes, como ocorre na disciplina que adota este livro como

    material didtico, e que devero permear vrias outras atividades dentro do seu currculo.

    Disciplinas na modalidade EAD

    O domnio de novas tecnologias, bem como o desenvolvimento cerebral de compreenso

    e interao com as linguagens virtuais atualmente uma condio bsica no mercado de

    trabalho e na prpria vida (veremos um pouco mais no item EAD).

    Sustentabilidade

    O tema sustentabilidade tambm aparecer como transversal ao seu currculo e voc vai

    encontr-lo em vrios momentos do seu percurso.

    Atividades curriculares

    Como j dissemos, a exigncia de atividades curriculares vai variar com as caractersticas

    do curso que voc escolheu. Vejamos as mais recorrentes:

    Estgios e prticas

    Os estgios e as prticas, na maior parte das vezes, integram os currculos por serem re-

    quisito legal daquela carreira. Seu tempo deve ser muito bem aproveitado, pois concebido

    para que o aluno comece a ter a experincia real da prtica da profisso, com a vantagem de

    ainda no estar sozinho e de poder recorrer a dvidas com um professor/supervisor.

  • 26 captulo 1

    Atividades Acadmicas Complementares (AAC)

    As atividades complementares tambm integram a carga horria de vrios cursos, como

    requisito legal do MEC. Elas devem ser valorizadas por voc, pois trazem um espao de li-

    berdade orientada dentro do currculo, quando o aluno tem opo de desenvolver atividades

    que j possam ir auxiliando a sua formao para temas que mais lhe interesse dentro da

    sua careira. Normalmente so participaes em palestras, congressos, eventos cientficos e

    culturais, iniciao cientfica etc.

    Cada curso possui uma lista das atividades complementares aceitas naquela formao,

    procure se informar sobre quais so as pertinentes para o seu curso para no perder tem-

    po. Estas atividades sero mais bem aproveitadas se forem feitas ao longo do curso e no

    apenas no ltimo ano.

    Atividades estruturadas

    As atividades estruturadas so pertinentes e integram a carga horria de algumas discipli-

    nas. So desenvolvidas e propostas pelos professores para serem executadas pelos alunos,

    individual ou coletivamente, dependendo da atividade. Nessas atividades, so trabalhados

    temas que sero necessrios para o desenvolvimento do restante da disciplina, inclusive

    alguns deles sero solicitados na sua avaliao.

    As atividades estruturadas tm por objetivo o desenvolvimento da autonomia do aluno

    no seu processo formativo, assumindo a responsabilidade que lhe cabe na aprendizagem.

    A autonomia uma competncia muito valorizada no mercado de trabalho.

    Trabalhos de Concluso de Curso (TCC)

    As carreiras que exigem os TCCs escolhem o tipo de trabalho que melhor sistematiza aquela

    formao. Assim, o TCC pode ser um trabalho de pesquisa mais acadmico, um artigo para

    publicao, um produto tecnolgico, entre outros.

    O importante desse trabalho que ele vai exigir que voc mobilize vrias competncias

    desenvolvidas ou aprimoradas ao longo do curso na aplicao de uma situao concreta.

    Alm disso, o TCC costuma ser um marco acadmico: sinaliza que o aluno atingiu as condi-

    es para seu prximo passo, a vida profissional.

    A sala de aula

    As atividades de sala de aula, poderamos dizer que so as mais clssicas dentro de um

    currculo. Assim como as outras atividades curriculares, a sala de aula deve ser aproveitada

    ao mximo pelo aluno. Para isso, a prvia leitura do material didtico aconselhvel, assim

    como uma pequena pesquisa (na internet, por exemplo) sobre o que ser o tema da aula.

    Avaliao nacional da Estcio

    Atualmente no se justifica mais que toda a formao dos alunos seja de nica responsabi-

    lidade do professor da disciplina em sala de aula. necessrio que as instituies assumam

  • captulo 1 27

    a responsabilidade sobre seus projetos de educao, criando indicado-

    resdequalidade para o acompanhamento da aprendizagem dos alunos.

    A Estcio estabeleceu, como ponto fundamental do seu modelo de

    educao, as provas nacionais. Elas so realizadas por todos os alunos,

    a partir de um bancodequestes, tambm fruto da construo coletiva

    dos professores. Para que seja efetivo, o banco de questes gera provas

    diferentes (processo randmico), porm com o mesmo grau de dificul-

    dade, seja onde for aplicada a prova.

    A partir da, a Diretoria Acadmica tem condies de acompanhar o

    desempenho das turmas em todo o Brasil, avaliando a qualidade de seu

    modelo de ensino, bem como dos professores que o ministram.

    ATENO

    CinciasJurdicas

    Comunicao eArtes

    Educao eLicenciatura Engenharia Gesto Sade Tecnologias TOTAL

    6,9 7,4 7,3 7,0 7,1 7,2 6,7 7,06,5 6,8 7,2 7,3 6,9 7,0 6,7 6,86,1 6,4 7,0 6,0 6,6 6,2 6,3 6,46,4 6,7 7,0 6,7 6,5 6,5 6,4 6,75,2 5,1 5,5 5,0 5,3 5,3 4,7 5,2

    6,9

    7,4 7,3

    7,07,1

    7,2

    6,7

    7,0

    6,5

    6,8

    7,27,3

    6,97,0

    6,76,8

    6,1

    6,4

    7,0

    6,0

    6,6

    6,26,3

    6,46,4

    6,7

    7,0

    6,76,5

    6,5 6,4 6,7

    5,25,1

    5,5

    5,0

    5,3 5,3

    4,75,2

    4,54,74,95,15,35,55,75,96,16,36,56,76,97,17,37,5

    Mdia

    das

    not

    as

    Na anlise das provas nacionais, possvel determinar quais turmas esto com di-

    ficuldades e em que parte da matria, bem como compar-las nacionalmente e ao

    longo do tempo. Com isso, possvel estabelecer um processo de melhoria contnua

    nos Projetos Pedaggicos dos Cursos, bem como nas metodologias e prticas utili-

    zadas pelos professores.

    A prova nacional inclui uma parte das questes elaboradas luz

    de questes utilizadas em concursos externos, pertinente a cada rea

    de conhecimento, como concursos pblicos, ENADE, entre outros.

    Utilize a sua prova nacional corrigida, para que voc tambm possa

    estar consciente do seu desenvolvimento frente s exigncias exter-

    nas do mercado de trabalho.

    A Educao a Distncia na Estcio (EAD)

    A modalidade EAD hoje a que mais cresce no ensino superior brasilei-

    ro. Com os atuais problemas de trnsito, segurana, longas distncias

    nas grandes cidades, a EAD est se tornando uma opo cada vez mais

    COMENTRIO

    Indicadores de qualidade

    A educao superior deixa de ser uma

    proposta basicamente autoral, exclusiva

    do professor da disciplina, para tornar-

    se um pacto de qualidade entre os pro-

    fessores especialistas e as instituies

    de ensino.

    COMENTRIO

    Banco de questes

    As questes so elaboradas em seis

    nveis de complexidade, sendo que o

    quinto e o sexto nveis incluem ques-

    tes discursivas. O grau de dificuldade

    das provas parametrizado no banco de

    questes, pelo coordenador pedaggico

    nacional de curso, que integra a direto-

    ria acadmica da Estcio.

  • 28 captulo 1

    frequente para os habitantes das grandes cidades, ao contrrio do que

    imaginavam os especialistas que apostavam no crescimentodessamo-

    dalidade para o interior do pas.

    A familiaridade dos jovens e adultos que ingressam no ensino su-

    perior com a internet e as linguagens virtuais, bem como as exign-

    cias dessas competncias no mercado de trabalho, colaboram para

    impulsionar este crescimento.

    REFLEXO

    A Estcio oferece uma variedade de cursos a distncia. Por opo estratgica, visan-

    do a uma possvel mobilidade dos alunos, os currculos presenciais e a distncia so

    iguais, respeitando apenas as caractersticas de cada modalidade.

    Os currculos de EAD tambm so integrados por atividades dife-

    rentes, que completam o percurso formativo do aluno. Por exemplo,

    nos cursos em que h previso de atividades prticas, prticas em labo-

    ratrios, estgios, entre outras, estas devem ser realizadas presencial-

    mente nas dependncias do polo de apoio presencial em que o aluno

    est matriculado, ou nos locais l indicados. Esse ponto muito im-

    portante, pois podemos ensinar e aprender quase tudo sem estarmos

    presentes fisicamente, mas determinadashabilidades devem ser trei-

    nadas e testadas presencialmente.

    Na parte virtual da aula a distncia, o aluno vai encontrar uma gama

    de materiais elaborados de forma adequada para essa modalidade de

    aprendizado: materiais tericos, videoaulas e palestras, exerccios

    (como games e simuladores), frum temtico de discusso e os espaos

    de interao com o tutor da disciplina.

    ATENO

    Os cursos ou disciplinas EAD pressupem um ritmo de aprendizagem que deve ser

    mantido pelo aluno para que ele obtenha xito ao estudar nessa modalidade.

    A plataforma LMS utilizada pelos alunos no presencial ou no EAD

    a mesma, pois, no mundo atual, presencial e virtual esto cada vez mais

    prximos, compondo uma verdadeira sntese da realidade. Boa parte do

    materialvirtual disponibilizado para os alunos dos cursos EAD pode

    ser acessada pelos alunos dos cursos presenciais.

    Como ter acesso ao projeto pedaggico (planos de ensino, pla-

    nos de aula e atividades estruturadas)

    Os professores constroem os PPCs e os currculos coletivamente no SGC,

    e os alunos da Estcio tm acesso a todo esse material atravs de uma

    COMENTRIO

    Crescimento dessa modalidade

    2001

    Presencial distncia

    1.000.

    0002.000

    .0003.0

    00.0004.

    000.00

    05.000.

    0006.000

    .0007.0

    00.0008.

    000.00

    0

    2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

    15,8%

    EVOLUO DA MATRCULA NA EDUCAO SUPERIORPOR MODALIDADE DE ENSINO BRASIL 2012

    84,2%

    Fonte: MEC / Inep

    A educao a distncia (EAD) cresceu

    mais que a educao presencial de

    2011 a 2012. Em um ano, houve um

    aumento de 12,2% nas matrculas da

    EAD, enquanto a educao presencial

    teve um aumento de 3,1%. Apesar do

    crescimento, o ensino a distncia ainda

    representa 15,8% das matrculas (Cen-

    so da Educao Superior de 2012, Mi-

    nistrio da Educao).

    COMENTRIO

    Determinadas habilidades

    Por exemplo, o aluno que est cursando

    Enfermagem vai aprender por intermdio

    de explicaes e simuladores como se

    ministra uma injeo no paciente, mas

    para que ele realmente domine essa habi-

    lidade ter de execut-la presencialmente

    com a superviso de seu professor.

    COMENTRIO

    Material virtual

    Esto disponveis nas lojas de apps

    (Apple, Android e Windows Phone) al-

    guns aplicativos produzidos pela Estcio

    para apoiar o processo de aprendizagem

    dos seus alunos e de outros que queiram

    baix-los, j que so gratuitos.

  • captulo 1 29

    plataforma LMS. o princpio da transparncia, um dos valores da Estcio.

    Ao matricular-se no curso escolhido, sugerimos que voc acesse o

    ambiente virtual do aluno e conhea os componentes curriculares do

    seu curso. Leia atentamente os planos de ensino das disciplinas que

    voc vai cursar e acompanhe antecipadamente as aulas atravs da

    leitura prvia dos planos de aula. Isso vai permitir que voc tenha pre-

    visibilidade do que ser trabalhado e possa se preparar e aproveitar

    melhor o tempo com seus professores e colegas.

    SINAES: Sistema Nacional de Avaliao da Educao Superior

    O Sistema Nacional de Avaliao da Educao Superior (SINAES) foi

    criado pela lei n. 10.861, de 14 de abril de 2004, e formado por trs

    componentes principais: a avaliaodasinstituies, dos cursos e do

    desempenho dos estudantes.

    ATENO

    O SINAES gera os indicadores de qualidade dos cursos CPC (Conceito Preliminar

    de Curso) e IGC (ndice Geral de Cursos). Esses dois indicadores so utilizados pelo

    MEC para regular as instituies de ensino superior e pela imprensa na publicao

    do ranking das mesmas instituies. Tanto o CPC quanto o IGC usam uma faixa de

    conceito entre 0 e 5, sendo o 3 a faixa de corte considerada satisfatria para o MEC.

    ENADE: Exame Nacional de Desempenho de Estudante

    O Exame Nacional de Desempenho de Estudante, o ENADE, integra o

    SINAES e tem o objetivo de aferir o rendimento dos alunos dos cursos

    de graduao em relao aos contedos programticos, suas habili-

    dades e competncias.

    ATENO

    O ENADE acontece todo ano, porm, para diferentes reas de conhecimento. O

    MEC, para efeitos de ENADE, divide os cursos em trs reas de conhecimento; logo,

    seu curso dever passar pelo ENADE de 3 em 3 anos.

    COMENTRIO

    Avaliao das instituies

    A avaliao externa feita pelo MEC,

    utilizando o SINAES, uma importante

    iniciativa para que os brasileiros possam

    conhecer a qualidade dos cursos supe-

    riores das faculdades, centros universi-

    trios e universidades de todo o pas.

  • 30 captulo 1

    Para o aluno, o ENADE constitudo de uma importante prova

    que traz muitas vezes questes com enunciados amplos, como forma

    de testar a competncia leitora do aluno, bem como seu raciocnio.

    O seu currculo certamente vai contemplar os contedos solicitados.

    Alm disso, a Estcio organiza inmeras atividadesdeapoio ao alu-

    no que vai prestar o ENADE.

    Os professores da Estcio estudam profundamente os critrios e a

    forma de elaborao das provas do ENADE, inclusive vrios professores

    da Estcio so selecionados pelo MEC para serem elaboradores de ques-

    tes daquele exame. Alm disso, muitas questes do ENADE integram o

    banco de questes das provas nacionais.

    Por que devo fazer o ENADE?

    O ENADE o componente mais importante na gerao do CPC Con-

    ceito Preliminar de Curso. A sua nota individual, apesar de no ser

    publicada, fica arquivada no MEC e, atualmente, vrias organizaes

    que oferecem vagas de seleo pedem que conste no currculo a sua

    nota do ENADE.

    ATENO

    Sendo o ENADE o componente com maior peso dentro do CPC, o desempenho

    dos alunos na prova pode gerar um bom indicador, ou pode compromet-lo. Quanto

    mais alto o CPC, maior ser o IGC da sua instituio e, por consequncia, maior a

    valorizao do seu diploma no mercado de trabalho.

    Com anlises feitas a partir de indicadores de qualidade srios, po-

    demos corrigir erros ou desvios, realinhar metas e avanar no desenvol-

    vimento de todo o sistema brasileiro de educao. Quanto mais transpa-

    rente for o sistema de avaliao, melhor conheceremos as competncias

    dos egressos e, por consequncia, o potencial produtivo do pas.

    Tendncias da educao superior no Brasil e no mundo

    Os caminhos da educao so motivo de grandes debates em diferen-

    tes fruns. O mesmo est ocorrendo tambm em outras reas, como

    sade, produo, segurana etc., pois vivemos em um mundo de rpi-

    das transformaes e quebras de paradigmas. Quando isso acontece,

    no podemos analisar apenas o fenmeno e os fatos, eles so a es-

    puma da onda do mar, temos de entender os grandes fundamentos

    das mudanas.

    COMENTRIO

    Atividades de apoio

    Algumas atividades de apoio desenvol-

    vidas pela Estcio para o aluno que ir

    realizar o ENADE: aplicativos para mobile

    com questes das ltimas provas, hotsite

    com games, provas anteriores resolvidas

    e comentadas pelos professores e simu-

    lados elaborados com os mesmos crit-

    rios da prova do ENADE.

  • captulo 1 31

    REFLEXO

    Um dos fundamentos, causa e consequncia do que est acontecendo, a mudan-

    a na percepo de tempo que a sociedade humana vem experimentando. Hoje o

    tempo um elemento precioso, fazemos muito mais coisas em uma hora do que

    fazamos h 20 anos e temos a sensao que no temos tempo para nada.

    De acordo com a teoria da relatividade restrita de Einstein, o tempo e o

    espao so duas faces da mesma moeda: quando um se compacta o outro

    se alarga. O espao se compactou atravs dos meios de transporte velo-

    zes e dos recursos virtuais; por consequncia, o tempo se alargou (por isto

    conseguimos fazer muito mais coisas em uma hora), porm mesmo as-

    sim no nos sobra tempo: quanto mais fazemos, mais demandas temos.

    REFLEXO

    Nesse sentido, as tendncias que persistiro sero aquelas que levem valorizao

    e melhor aproveitamento do fator tempo.

    Sala de aula invertida

    A chamada sala de aula invertida uma forte tendncia de modalidade hbri-

    da, pois envolve em uma mesma disciplina dimenses virtuais e presenciais.

    Parte do contedo aprendido por meio de plataformas digitais, com

    games, simuladores, leituras, exerccios etc., no lugar onde o aluno dese-

    jar, sem precisar se deslocar instituio na qual estuda. Os momentos

    presenciais so aproveitados para debates com os professores e colegas,

    discusses, sanar dvidas e treinar o desenvolvimento de algumas habili-

    dades que exigem presena fsica ou comprovao in loco. Tanto a parte vir-

    tual quanto a presencial integraro a carga horria da disciplina e do curso.

    REFLEXO

    Na sala de aula invertida, os momentos presenciais sero realmente valorizados e utili-

    zados com atividades onde a presencialidade necessria para o processo de apren-

    dizagem, e no mais para atividades que os alunos podem desenvolver virtualmente.

    Essa metodologia vai exigir uma grandemudana no perfil dos

    professores, que de eruditos, fontes de saber, tendem a se torna-

    rem muito mais mentores que orientam e desafiam seus alunos no

    processo de aprendizagem. Os professores se tornaro muito mais

    socrticos: em vez de serem baluartes das respostas certas, faro

    perguntas inteligentes aos seus alunos, instigando-os a construrem

    e aprofundarem seu prprio conhecimento.

    COMENTRIO

    Grande mudana

    A prpria organizao das instituies

    de ensino dever mudar, pois a produ-

    o virtual de materiais pedaggicos

    crescer substancialmente nos prxi-

    mos anos.

  • 32 captulo 1

    Learning analytics (dados analticos de aprendizagem)

    A outra tendncia que j est sendo posta em prtica, mas que ainda re-

    quer muito desenvolvimento, principalmente para ser usada em grande

    escala, o Learninganalytics.

    A partir dele possvel personalizar a chamada educao em mas-

    sa, quebrando um falso paradoxo estabelecido sobre aquilo que fei-

    to em grande volume no customizvel. Com a tecnologia, perfeita-

    mente possvel personalizar a educao de cada aluno, independente do

    nmero total de estudantes que a instituio possua.

    RESUMO

    A partir dos resultados do learning analytics teremos a base de informao que

    vai definir quais as competncias que cada aluno precisa desenvolver ou aprimorar,

    direcionando e orientando o que precisa ser trabalhado, permitindo potencializar a

    formao individual de cada um dos alunos.

    Concluso

    Apesar de todas as transformaes no cenrio da educao superior, o

    ato de educar mantm os mesmos objetivos ao longo de toda histria

    humana, como nos lembra Edgar Morin:

    Convm, pois, reconhecer o que o ser humano, que pertence ao mes-

    mo tempo natureza e cultura, que est submetido morte como todo

    o animal, mas que o nico ser vivo que cr numa vida alm da morte e

    cuja aventura histrica conduziu-nos era planetria. S assim se pode

    obedecer finalidade do ensino, que ajudar o aluno a se reconhecer

    em sua prpria humanidade, situando-a no mundo e assumindo-a.

    MORIN, Edgar. Os sete saberes necessrios educao do futuro. 3.

    ed. Braslia: UNESCO, 2001, p.19.

    COMENTRIO

    Learning analytics

    Professores tm acesso ao rastro dei-

    xado pelos alunos quando esto desen-

    volvendo atividades, em especial aque-

    las suportadas por meios tecnolgicos.

    Esse rastreamento permite apontar in-

    dicadores importantssimos de desem-

    penho, de comportamento, de previso

    de sucesso/fracasso, de adaptao do

    contedo para o perfil do aluno etc.

  • Chaves para o sucesso do seu curso

    neuza chaves

    12

  • 34 captulo 2

    Introduo

    Conforme visto no captulo anterior, a educao faz parte da vida do indivduo desde a sua

    infncia e sua qualidade ir interferir nas oportunidades e possibilidades de escolhas fu-

    turas. por isso que desde antigamente os pais sonham com os filhos formados e muitos

    deles residentes no interior ou nos meios rurais. Chegavam a se desfazer de bens da sobre-

    vivncia para custear os estudos dos filhos em outras cidades ou at pases.

    Hoje existem vrios meios para facilitar a insero do aluno na escola, e, como j foi

    dito, o principal deles a internet, que elimina as distncias, reduz os custos e permite o

    compartilhamento de informaes em bibliotecas e universidades do mundo. Atualmente,

    alunos em qualquer fase de formao encontram uma base ampla de apoio nas redes e

    podem ir muito alm dos contedos propostos pela escola. claro que, se por um lado h

    um oceano de possibilidades de aprendizado, junto a ele vm as correntes martimas com

    fluxos de informaes desordenados e dispersos que, por vezes, confundem e distraem os

    estudantes de cumprirem a sua meta de aprendizagem.

    Embora a internet j faa parte da sua vida acadmica, o aluno do ensino superior ter

    que lidar com ela de uma forma muito diferente daquela a que estava acostumado no co-

    lgio ou no cursinho. Outros fatores tambm se somaro a esta nova etapa. Se, at ento,

    vivia-se em uma cultura de turma em que todos seguiam pelo mesmo caminho com disci-

    plinas e preocupaes semelhantes, o ensino superior desafia a diferenciao desses estu-

    dantes a partir do momento em que escolhem o seu respectivo curso.

    So colegas e professores novos, no h mais um coordenador para conversar com

    os pais daqueles que no estiverem apresentando bons resultados e no mais exigido

    o uso de uniforme. Essa sensao de liberdade pode dar aos alunos a ideia de que tudo

    permitido se no estiverem preparados para assumir a responsabilidade por essa nova

    etapa de vida.

    ATENO

    Ateno, aluno do primeiro perodo, voc est comeando a construir suas referncias. Seu empenho,

    desempenho, a forma como trata os professores, colegas e funcionrios, como cumpre os prazos,

    como capricha nas entregas, as notas das avaliaes, a frequncia, so pontos que sero acumulados

    ao longo da sua formao.

    A construo de referncias algo que ser exigido tanto dos alunos presenciais quan-

    to daqueles que estudam a distncia. Nesse caso, o esforo de mudana para organizar o

    tempo, o oramento e outros recursos, ainda mais exigido. Para todas as modalidades do

    ensino superior as recompensas sero proporcionais ao comprometimento.

    2 Chaves para o sucesso do seu curso

  • captulo 2 35

    Ensino a distncia

    Segundo a Associao Brasileira de Ensino a Distncia, a idade mdia predominante dos

    alunos na modalidade EAD de 30 anos. Se por um lado o aluno nessa idade tem um nvel

    de maturidade maior, o que pode facilitar que ele exera responsabilidade sobre o seu de-

    sempenho e se comprometa com os resultados, ele por outro lado j est no mercado de

    trabalho, o que poder dispers-lo do foco dos estudos. comum ouvir os alunos alegarem

    a falta de tempo para as leituras e deixar acumular trabalhos ou exerccios.

    COMENTRIO

    A responsabilidade tem um embrio dentro de cada um desde o nascimento e vai se desenvolvendo por

    toda a vida, mas a Faculdade o ambiente que mais desafia a sua evoluo. Tal qual a presencial, a mo-

    dalidade de educao a distncia requer um planejamento e execuo disciplinada, focada nos objetivos

    definidos pelo aluno. Voc o responsvel pelo seu desempenho e resultados e comear a acumular

    decises que sero os pontos que influenciaro todas as outras transies que far na sua vida. Lembre-

    se: voc est criando a sua marca.

    A responsabilidade tem uma relao direta com o planejamento do tempo, ou seja,

    com antecipao de tudo que possvel: revisar contedos diariamente aps as aulas,

    fazer os exerccios propostos pelos professores, corrigi-los, tirar dvidas, ler as bibliogra-

    fias passadas, tudo isso quando feito com antecedncia permite ao seu crebro processar

    a informao e absorv-las. O sistema nervoso nesse aspecto anlogo ao sistema diges-

    tivo: se voc fica sem se alimentar por dois dias e no 3 tenta comer todos aqueles alimen-

    tos que no comeu nos dias anteriores, com certeza voc passar mal com indigesto.

    Da mesma forma, acumular contedos de um ms ou mais e tentar digeri-los em 2 ou

    3 dias no vai promover o aprendizado no seu crebro. Voc at pode conseguir decorar

    algumas partes e fazer a prova, mas em menos de uma semana j ter esquecido todo o

    contedo, acumulando assim mais trabalho para a prxima prova (ter que estudar nova-

    mente todo esse contedo em adio ao prximo).

    Por que vale a pena gerenciar o curso e persistir?

    COMENTRIO

    Alguns alunos comeam a desanimar com os estudos, pensam em adiar, talvez por falta de tempo ou

    porque querem utilizar o dinheiro em outras coisas, mas tomara que encontrem algum para lhes dar um

    conselho sensato: NO FAA ISSO! Todos que fazem se arrependem, s vezes muitos anos depois.

    E por que tamanho esforo para conseguir um diploma? De acordo com a Organizao

    para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico (OCDE), investir em uma formao de en-

    sino superior garantia de ganhos futuros. A concluso faz parte de um relatrio que pesqui-

    sou 30 pases e demonstrou aumento nos rendimentos de quem conclui o curso superior.

  • 36 captulo 2

    Conforme dito anteriormente pela prof. Paula Caleffi e, pela sua importncia, destaco no-

    vamente aqui: no Brasil, ter concludo uma graduao resulta em um aumento de at 156%

    nos rendimentos. Sendo assim, o curso superior amplia a liberdade de escolha, oferece mais

    chances para ocupar melhores posies, promove melhor remunerao e, assim, contribui

    para melhorar a qualidade de vida do estudante e at de outras pessoas com quem convive.

    Alm disso, a pessoa se torna um cidado mais crtico para escolher com maior conscincia

    os lderes polticos que tomaro as decises para o seu pas, para escolher as empresas onde

    vai trabalhar, para exercer o empreendedorismo, para fazer um bom concurso pblico, para

    se candidatar a bolsas de estudo no exterior, enfim, so inmeras as oportunidades.

    Por outro lado, quando voc permanece mais tempo na faculdade do que o programa-

    do, perde-se o dinheiro das mensalidades extras e tambm aquele que se deixa de ganhar

    por postergar a entrada no mercado. ainda um fator de atraso social multiplicativo,

    pois se toma a vaga do aluno que est no tempo certo para entrar para a Faculdade. Ento,

    porque no se organizar para usufruir o mais cedo possvel dessa oportunidade?

    Chaves para o sucesso

    Para tornar mais didtico o seu gerenciamento do curso, criei algumas chaves que con-

    sidero fundamentais para auxiliar a abrir as portas do seu aprendizado. Esse processo se

    baseia no autogerenciamento e pode ser estruturado de forma a ir respondendo perguntas

    e gerando informaes para que se consiga ao final criar o planejamento. So elas:

    1 Chave da conscincia do objetivo: por que esse curso?

    2 Chave da gesto dos recursos: tempo de durao do curso, tempo

    disponvel para estudar, oramento, materiais, transporte etc.

    3 Chave da meta e do mtodo para se chegar l

    4 Chave da gesto da qualidade do curso (plano de estudos e agenda)

    5 Chave da organizao dos estudos

    6 Chave da concluso e plano de futuro

    A seguir, vamos explicar cada uma delas:

    1. Chave da conscincia do objetivo: por que esse curso?

    Voc sente que esse curso vai lev-lo at o seu sonho?

    Essa resposta muito importante para que voc esteja motivado a fazer um bom curso,

    sem se deter diante de qualquer dificuldade. Mesmo que a certeza no seja total, pare um

    pouco e reflita sobre isso para evitar que voc desista no meio do caminho, que mude de

    curso ou at que o conclua mas no d sequncia profissionalmente.

  • captulo 2 37

    Para ajudar nessa reflexo, proponho algumas perguntas provocativas. Voc vai conver-

    sar com a sua conscincia e ela vai realar os pontos que devem ser cuidados para que voc

    atinja seu objetivo no prazo, com qualidade, e que voc se sinta realizado ao alcan-lo.

    frustrante ver o aluno concluir um curso sem se identificar com ele e depois ainda ficar per-

    dido, sem saber o que fazer dali para frente. Antes de responder as questes abaixo, pense

    que voc est em um exerccio com voc mesmo. Portanto, no precisa dar uma resposta

    que considera mais interessante ou mais positiva. Esse um exerccio de autoconhecimen-

    to e ser muito til sua funo de gestor de si mesmo.

    ATIVIDADE

    Avalie se o curso que escolheu tem afinidade com o seu sonho de carreira. Mesmo no caso de quem j est

    trabalhando, responda pensando no desenvolvimento de sua carreira ou em uma nova opo no futuro.

    Ao final, vamos conversar sobre como ir em frente. Responda as seguintes perguntas apenas com

    Sim ou No.

    1. Quando voc se imagina exercendo a sua profisso voc sente que realmente o que gostaria de fazer?

    ( ) No ( ) Sim

    2. Voc sabe em quais reas pode trabalhar ao concluir esse curso?

    ( ) No ( ) Sim

    3. Voc sabe onde gostaria de trabalhar? (reas de interesse, empresas que admira, cidades referncia

    nessa rea etc.)

    ( ) No ( ) Sim

    4. Voc sente que esse curso vai te ajudar a chegar at o seu sonho?

    ( ) No ( ) Sim

    5. Voc pretende estabelecer metas para concluir esse curso no prazo?

    ( ) No ( ) Sim

    6. Voc pretende elaborar um plano maior para os prximos cinco anos?

    ( ) No ( ) Sim

    8. Voc costuma ter uma agenda semanal das suas atividades e revis-la todo final de semana para

    se programar?

    ( ) No ( ) Sim

    9. Voc do tipo que, quando faz uma pesquisa, consegue se manter focado e no se distrair com

    links diferentes?

    ( ) No ( ) Sim

    10. Nos trabalhos da escola voc tem habilidade para distribuir atividades com os colegas e at cobrar se

    for preciso, sem centralizar as tarefas?

    ( ) No ( ) Sim

    11. Voc consegue separar o que urgente e o que prioritrio?

    ( ) No ( ) Sim

    12. Voc gosta de se planejar e nunca sai fazendo para depois ver o que vai dar?

    ( ) No ( ) Sim

    13. Voc consegue estudar as matrias aos poucos sem deixar para a vspera das provas?

    ( ) No ( ) Sim

  • 38 captulo 2

    14. Voc costuma fazer uma triagem dos convites sociais e consegue dizer no tranquilamente quando

    v que vai se prejudicar nos estudos?

    ( ) No ( ) Sim

    15. Voc criterioso no uso das redes sociais?

    ( ) No ( ) Sim

    16. Voc mantm o telefone ou computador sem os sinais de alerta de mensagens quando est estudando?

    ( ) No ( ) Sim

    17. Voc gosta de se aprofundar nos temas das matrias e pesquisar mais sobre os assuntos que so

    dados em sala?

    ( ) No ( ) Sim

    18. Voc se abala com as crticas dos colegas por se dedicar mais aos estudos?

    ( ) No ( ) Sim

    19. Em situaes de conflito ou discordncia voc capaz de manter o controle emocional?

    ( ) No ( ) Sim

    20. Quando discorda de algum professor ou dos colegas voc mantm a calma e deixa claro que est

    combatendo as ideias e no as pessoas?

    ( ) No ( ) Sim

    Aps responder as questes acima, vamos refletir sobre a sua relao com o curso e o

    que poder ser feito para alcanar as suas metas.

    As questes 1 a 4 tm o objetivo de ajudar a refletir sobre a relao do curso que voc

    escolheu com a sua realizao. Mesmo que voc tenha demonstrado no ter certeza ab-

    soluta quanto sua escolha, avalie se na maioria das vezes voc se sente bem ao pensar

    nesse curso e consegue relacion-lo ao seu sonho de carreira. Nem sempre na vida conse-

    guimos ter a resposta com 100% de certeza e essa dvida normal para grande parte dos

    estudantes, mesmo quando j esto se formando e a at mesmo trabalhando. Ningum

    estuda apenas para ter um diploma.

    COMENTRIO

    Recomendo que voc gaste um tempinho buscando encontrar o seu sonho de vida e pode estar certo

    que ele est dentro de voc. S