Livro_Conservação Ambiental (2)
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Conservao AmbientalCarmen Ballo Watanabe
2011Curitiba-PR
PARAN
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Matemtica Ie-Tec Brasil 2
Catalogao na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia - Paran
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA - PARAN - EDUCAO A DISTNCIAEste Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paran para o Sistema Escola Tcnica Aberta do Brasil - e-Tec Brasil.
Presidncia da Repblica Federativa do Brasil
Ministrio da Educao
Secretaria de Educao a Distncia
Prof. Irineu Mario ColomboReitor
Prof. Mara Christina Vilas BoasChefe de Gabinete
Prof. Ezequiel WestphalPr-Reitoria de Ensino - PROENS
Prof. Gilmar Jos Ferreira dos SantosPr-Reitoria de Administrao - PROAD
Prof. Paulo Tetuo YamamotoPr-Reitoria de Extenso, Pesquisa e Inovao - PROEPI
Neide AlvesPr-Reitoria de Gesto de Pessoas e Assuntos Estudantis - PROGEPE
Prof. Carlos Alberto de vilaPr-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional - PROPLADI
Prof. Jos Carlos CiccarinoDiretor Geral de Educao a Distncia
Prof. Ricardo HerreraDiretor de Planejamento e Administrao de Educao a Distncia
Prof Mrcia Freire Rocha Cordeiro MachadoDiretora de Ensino, Pesquisa e Extenso de Educao a Distncia
Prof Cristina Maria AyrozaCoordenadora Pedaggica de Educao aDistncia
Prof. Monica BeltramiCoordenadora do Curso
Prof. Srgio Silveira de BarrosVice-coordenador do Curso
Adriana Valore de Sousa BelloCassiano Luiz GonzagaDenise Glovaski Faria SoutoRafaela VarellaAssistncia Pedaggica
Prof Ester dos Santos OliveiraLidia Emi Ogura FujikawaProf Izabel Regina BastosProf Maria Angela da MottaReviso Editorial
Eduardo Artigas AntoniacomiDiagramao
e-Tec/MECProjeto Grfico
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e-Tec Brasil
Apresentao e-Tec Brasil
Prezado estudante,
Bem-vindo ao e-Tec Brasil!
Voc faz parte de uma rede nacional pblica de ensino, a Escola Tcnica
Aberta do Brasil, instituda pelo Decreto n 6.301, de 12 de dezembro 2007,
com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino tcnico pblico, na
modalidade a distncia. O programa resultado de uma parceria entre o
Ministrio da Educao, por meio das Secretarias de Educao a Distncia
(SEED) e de Educao Profissional e Tecnolgica (SETEC), as universidades e
escolas tcnicas estaduais e federais.
A educao a distncia no nosso pas, de dimenses continentais e grande
diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao
garantir acesso educao de qualidade, e promover o fortalecimento da
formao de jovens moradores de regies distantes, geograficamente ou
economicamente, dos grandes centros.
O e-Tec Brasil leva os cursos tcnicos a locais distantes das instituies de
ensino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a
concluir o ensino mdio. Os cursos so ofertados pelas instituies pblicas
de ensino e o atendimento ao estudante realizado em escolas-polo
integrantes das redes pblicas municipais e estaduais.
O Ministrio da Educao, as instituies pblicas de ensino tcnico, seus
servidores tcnicos e professores acreditam que uma educao profissional
qualificada integradora do ensino mdio e educao tcnica, capaz
de promover o cidado com capacidades para produzir, mas tambm com
autonomia diante das diferentes dimenses da realidade: cultural, social,
familiar, esportiva, poltica e tica.
Ns acreditamos em voc!
Desejamos sucesso na sua formao profissional!
Ministrio da Educao
Janeiro de 2010
Nosso contato
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Indicao de cones
Os cones so elementos grficos utilizados para ampliar as formas de
linguagem e facilitar a organizao e a leitura hipertextual.
Ateno: indica pontos de maior relevncia no texto.
Saiba mais: oferece novas informaes que enriquecem o assunto ou curiosidades e notcias recentes relacionadas ao
tema estudado.
Glossrio: indica a definio de um termo, palavra ou expresso utilizada no texto.
Mdias integradas: sempre que se desejar que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes mdias: vdeos,
filmes, jornais, ambiente AVEA e outras.
Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes nveis de aprendizagem para que o estudante possa
realiz-las e conferir o seu domnio do tema estudado.
e-Tec Brasil
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e-Tec Brasil
Sumrio
Palavra do professor-autor 13
Aula 1 O meio ambiente 151.1 O meio ambiente 15
1.2 Conceitos de meio ambiente 18
Aula 2 - A abordagem naturalista do meio ambiente 212.1 A abordagem naturalista do meio ambiente 21
Aula 3 - A abordagem sistmica do meio ambiente 233.1 O sistema meio ambiente 23
3.2 Transio da abordagem naturalista para a abordagem sistmica do meio ambiente 24
Aula 4 - O estado de equilbrio de um sistema 274.1 O equilbrio do sistema 27
4.2 Do que depende o equilbrio de um sistema? 28
Aula 5 - A relao homem/natureza nos estgios iniciais do desenvolvimento humano 31
5.1 Coleta, caa e pesca 31
5.2 Pastoreio 31
5.3 Agricultura 32
Aula 6 - A Relao homem/natureza nos recentes estgios do desenvolvimento humano 33
6.1 Industrializao e urbanizao 33
6.2 Uma breve concluso sobre a interferncia humana na natureza 33
Aula 7 A conservao do meio ambiente 35
Aula 8 Consumo versus meio ambiente 398.1 O consumo 39
Aula 9 O consumo no uma escolha livre 439.1 Liberdade de consumo 43
9.2 O consumo de signos (marcas) 43
9.3 A busca da renovao dos valores sociais 44
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e-Tec Brasil
Aula 10 Conservao dos recursos naturais e gerenciamento de resduos 47
10.1 Do que depende a conservao dos recursos naturais? 47
10.2 A problemtica dos resduos slidos no Brasil 49
Aula 11 Problemas ambientais 5311.1 Os principais problemas ambientais 53
Aula 12 O fenmeno poluio 5512.1 Poluio 55
12.2 O conceito de poluio na legislao brasileira 56
12.3 A poluio resultante da industrializao 56
Aula 13 O controle ambiental do ar 5913.1 Controle ambiental do ar 59
13.2 A atmosfera limpa 60
13.3 Efeitos da poluio do ar 62
13.4 Medidas de preveno e controle da qualidade do ar 62
Aula 14 Controle ambiental do solo 6514.1 Problemas relacionados degradao do solo 65
Aula 15 Controle ambiental da gua 6915.1 Conceitos fundamentais 69
15.2 Ciclo hidrolgico 69
15.3 Hidrologia 70
15.4 Distribuio e disponibilidade da gua no planeta 70
Aula 16 Classificao, uso e poluio das guas 7316.1 Resoluo CONAMA 357/05 classificao
das guas 73
16.2 A poluio das guas 76
16.3 Os efeitos da poluio das guas 76
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e-Tec Brasil
Aula 17 O processo de conscientizao mundial 7717.1 O processo de construo de uma conscincia sobre
a conservao ambiental 77
17.2 O Fordismo foi responsvel pelo crescimento da preocupao com o meio ambiente 78
17.3 Limites do crescimento econmico: a ideia de crescimento zero 79
17.4 A temtica ambiental na Conferncia de Estocolmo,1972 79
Aula 18 Desenvolvimento sustentvel 8118.1 A busca pelo desenvolvimento sustentvel 81
Aula 19 A relao entre a indstria e o meio ambiente 85
19.1 Indstria e meio ambiente 85
Aula 20 Gesto ambiental 8920.1 A gesto ambiental 89
20.2 Histrico da gesto ambiental no Brasil 91
20.3 A gesto ambiental brasileira na segunda metade do sculo XX 91
20.4 Tratados mundiais de conservao ambiental 93
20.5 Aes nacionais para a conservao do meio ambiente 93
20.6 O novo perfil da gesto ambiental brasileira 94
20.7 Vantagens da gesto ambiental 94
Aula 21 Instrumentos de gesto ambiental 9521.1 Os instrumentos de gesto ambiental 95
21.2 Avaliao de impacto ambiental 95
21.3 Anlise do ciclo de vida 96
21.4 Rtulo ecolgico 96
21.5 Ecodesign 97
21.6 Auditoria ambiental 97
21.7 Avaliao de desempenho ambiental 97
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e-Tec Brasil
Aula 22 Sistema de gesto ambiental 9922.1 O Sistema de Gesto Ambiental (SGA) 99
22.2 Objetivos de um Sistema de Gesto Ambiental 100
Aula 23 Documentos relativos aos instrumentos de gesto ambiental 101
23.1 Normas ISO 14000 101
23.2 Benefcios econmicos resultantes da gesto ambiental 102
23.3 Crditos no interior resultantes da gesto ambiental 103
23.4 Vantagens do SGA para a empresa 103
Aula 24 Aspectos legais do meio ambiente 10524.1 Aspectos legais do meio ambiente 105
24.2 Histrico do direito ambiental 105
24.3 A legislao ambiental na modernidade 106
24.4 A proteo ambiental no mbito jurdico 107
Aula 25 Aspectos institucionais e regulamentadores do meio ambiente 109
25.1 A poltica nacional do meio ambiente 109
25.2 Objetivos da Poltica Nacional do Meio Ambiente 109
25.3 O Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA 110
25.4 Os instrumentos da poltica nacional do meio ambiente 112
Aula 26 Sistemtica a seguir na preparao de um estudo de proteo do meio ambiente 115
26.1 Preveno de acidentes ao meio ambiente 115
26.2 Conceito de acidente 115
26.3 Exemplos de acidentes ambientais 115
26.4 - Estudo de proteao ao meio ambiente 116
26.5 Preveno 116
26.6 Princpios gerais da preveno 117
26.7 Controle 117
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e-Tec Brasil
Aula 27 Plano de controle de emergncias ou plano de contingncia 119
27.1 O plano de controle de emergncia ou plano de contingncia 119
Aula 28 Estudo de impactos ambientais 12328.1 O conceito de Impacto Ambiental 123
28.2 Estudo de Impacto Ambiental (EIA) 124
28.3 Avaliao de impacto ambiental 125
Aula 29 Licenciamento ambiental 12729.1 O que Licenciamento Ambiental? 127
29.2 Tipos de licena 128
Aula 30 Recuperao e controle de ambientes degradados e/ou poludos 131
30.1 Recuperao de ambientes degradados 131
30.2 O que so reas degradadas? 136
30.3 Como recuperar as reas degradadas? 136
30.4 Identificao de problemas potenciais 137
30.5 A aplicao do plano de gesto 138
Referncias 139
Atividades autoinstrutivas 143
Currculo do professor-autor 165
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e-Tec Brasil13
Prezado (a) aluno (a),
A conservao ambiental assumiu posio de destaque na pauta das
discusses internacionais.
evidente que o final do sculo XX representou um momento de rompimento
com o descaso em relao questo ambiental. Diversos eventos mundiais
foram promovidos com o intuito de discutir o futuro do Planeta. A concluso
foi unnime e o desenvolvimento sustentvel foi apontado como um meio
especfico para esse fim.
Desde ento cresceu a conscientizao ambiental. Diferentes agentes da
sociedade (governo, cientistas, estudantes, empresrios, etc.) passaram a
controlar suas aes sobre o meio ambiente visando o retorno ao equilbrio
ambiental.
As empresas estimuladas pela aquisio de certificaes ambientais, que
passaram a ser consideradas um elemento de competitividade, alteraram os
padres de descarte de seus resduos e emisses poluentes. O atendimento
legislao foi outro fator que levou as empresas reduo dos impactos ao
meio ambiente, tornando indispensvel a atuao de profissionais atuantes
na rea ambiental.
Dentro desse contexto, a disciplina Conservao Ambiental foi inserida no
Curso Tcnico em Segurana do Trabalho, com o objetivo de apresentar e
discutir temas que auxiliaro voc a enfrentar os problemas ambientais que,
porventura, possam surgir na empresa onde atuar.
Bom trabalho!
Prof Dr Carmen Ballo Watanabe
Palavra do professor-autor
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e-Tec Brasil15
Aula 1 O meio ambiente
Nesta primeira aula, o objetivo ser conceituar o meio ambiente, para que
possamos seguir um nico entendimento durante nossas discusses e aes
em prol da melhoria da qualidade de vida.
Segundo Watanabe, 2010 atualmente evidente que a gesto ambiental
assumiu uma posio notria entre as preocupaes da sociedade, do governo
e das empresas. A constante e crescente degradao ambiental atingiu
propores alarmantes, colocando em questo a sustentabilidade do planeta.
Diante desse contexto, a temtica ambiental passou a fazer parte do rol
de disciplinas de diversos cursos, como o Curso Tcnico em Segurana do
Trabalho. O Tema Meio Ambiente ser discutido nesta e nas prximas aulas
que integram a presente disciplina, intitulada Conservao Ambiental.
Conceito durante todas as nossas aulas.
1.1 O meio ambiente
Figura 1.1: Meio ambienteFonte: www.shutterstock.com
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Conservao Ambientale-Tec Brasil 16
As sociedades sempre estiveram em contato direto e permanente interao
com o ambiente natural, fatos que se refletiram nas complexas inter-rela-
es das prticas sociais e ambientais. Os resultados dessas inter-relaes
frequentemente degradaram o meio natural e muitas vezes, se reverteram
em perda da qualidade de vida para muitas sociedades. (WATANABE, 2010).
O meio ambiente o conjunto de elementos naturais e sociais que intera-
gem provocando alteraes no espao e no tempo.
A queda da qualidade ambiental comeou a ser percebida com mais intensi-
dade a partir do momento em que o meio ambiente passou a ser explorado
demasiadamente, ocorrendo uma transformao dos ecossistemas naturais
em ecossistemas humanos.
Antes de verificarmos detalhadamente como essa mudana aconteceu se
faz necessrio discutirmos o conceito de meio ambiente. Embora esteja em
voga esse conceito nem sempre assimilado de maneira correta. Muitas pessoas associam o meio ambiente natureza, no entanto esses termos no
so sinnimos.
E para voc, o que meio ambiente?
Espero que a sua resposta no tenha sido a mesma dada pela maioria dos
brasileiros que afirmaram, no final da dcada de 90, que o meio ambiente
a prpria natureza.
Em 1998, o Instituto Brasileiro de Opinio Pblica e Estatstica (Ibope) rea-
lizou uma pesquisa para saber o que os brasileiros pensavam sobre o meio
ambiente. O resultado revelou que para a maioria dos entrevistados o meio
ambiente era formado apenas pela fauna e flora, ou seja, no se sentiam
parte integrante do mesmo.
E voc, se sente includo no meio ambiente?
Vamos aos conceitos!
O Meio Ambiente pode ser considerado um conceito de mltiplas facetas, isto , pode ser analisado a partir de diversos aspectos. Cabeda (2000), ao discutir esse conceito, destaca que o meio ambiente se aplica:
Voga:Ato ou efeito de vogar. Pr em
voga, tornar muito aceito ou conhecido; propagar.
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e-Tec BrasilAula 1 - O meio ambiente 17
Fato um rio desgua no mar, um homem pega o nibus, e outros. Lugar uma praa, um parque, e outros. Fenmemos chuva de granizo, mortalidade de peixes, e outros. Constataes perda de biodiversidade, aquecimento global e outros. Produtos ou substncias bio-combustveis, clorofluorcarbono e outros. Processos eroso do solo, eutrofizao de um rio e outros. Estado qualidade do ar, salubridade de um habitat e outros. Problemas poluio hdrica, vazamento de gs txico de indstria qumica
e outros.
Atividades adubao, minerao e outros. Procedimentos realizao de um estudo de impacto ambiental e outros. Impacto ou efeito chuvas cidas e degradao da floresta, buraco na
camada de oznio e cncer de pele e outros.
Interveno tratamento de efluentes, controle do nvel de rudo e vibrao e outros.
Estratgias programas de educao ambiental, criao de reservas naturais, gerao de taxas ambientais e outros.
Instituies Ministrio do Meio Ambiente, IBAMA, rgos ambientais estaduais e municipais.
Vejamos algumas imagens que representam os elementos naturais e sociais que integram o meio ambiente:
Figura 1.2: Elementos naturais e sociaisFonte: http://www.bcio.orgFonte: http://www.webwallpapers.netFonte: http://www.inetgiant.com.brFonte: http://sobain.deviantart.com
Eutrofizao:Enriquecimento da gua, doce ou salgada, atravs de elemen-tos nutritivos que aceleram o crescimento de algas e outros vegetais, provocando uma de-gradao da qualidade da gua em questo.
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Conservao Ambientale-Tec Brasil 18
Portanto, o entendimento sobre o Meio Ambiente vai muito alm de uma
concepo natural, envolve tanto aspectos naturais como sociais, conforme
veremos a seguir.
1.2 Conceitos de meio ambienteSegundo Sachs (1986), o meio ambiente formado por trs subconjun-tos que interagem: a natureza, a tcnica e a sociedade.
Para o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais - IBAMA
(1994), o meio ambiente o conjunto de elementos naturais e sociais que interagem provocando alteraes no espao e no tempo.
Outro conceito de meio ambiente, considerado de grande importncia,
constitudo na Conferncia de Tbilisi (Gergia), em 1977, considera o meio
ambiente como o conjunto de sistemas naturais e sociais em que vi-vem o homem e os demais organismos e de onde obtm sua subsis-tncia (IBAMA, 1994).
Para efeitos legais, segundo o inciso I do Art. 3 da Poltica Nacional do
Meio Ambiente, o meio ambiente deve ser entendido como o conjunto de condies, leis, influncias e interaes de ordem fsica, qumica e biolgica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.
Notamos que a definio legal procurou abranger todas as formas de vida
sobre o planeta, assim como englobou os aspectos sociais ao defini-lo como
um conjunto em que so processadas interaes de seus elementos entre si
e destes com o meio, dentre os quais est o homem.
O meio ambiente no somente o conjunto de elementos naturais, muito
mais do que isso, conforme acabamos de ver.
O conceito de meio ambiente evoluiu muito no decorrer dos tempos. Em
primeiro lugar foi considerado apenas sob seus aspectos biolgicos e fsicos,
passando a uma concepo mais ampla que leva em conta a interao entre
os aspectos naturais e sociais (Watanabe, 2002).
ResumoNesta aula percebemos que o conceito de meio ambiente evoluiu de acordo
com o desenvolvimento humano. Constatamos que o meio ambiente difere
da natureza, pois a natureza apenas um dos elementos que o compem,
juntamente com a tcnica e a sociedade.
Para saber mais sobre o IBAMA acesse o site: www.ibama.gov.br
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e-Tec BrasilAula 1 - O meio ambiente 19
Atividades de aprendizagemDiscuta com seus colegas as seguintes questes:
1. Justifique a afirmao de Sachs: O meio ambiente formado por trs subconjuntos que interagem: a natureza, a tcnica e a sociedade.
2. Entreviste trs pessoas perguntando-lhes: O que Meio Ambiente? Anote as respostas. Rena-se com seus colegas e discuta a viso dos entrevistados.
Anotaes
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e-Tec Brasil21
Conforme vimos na aula anterior, o conceito de Meio Ambiente evoluiu
muito no decorrer do tempo. Desta maneira, importante conhecermos
as diferentes abordagens que fundamentaram e fundamentam a questo
ambiental. Portanto, o objetivo desta aula ser analisar a abordagem
naturalista do meio ambiente.
2.1 A abordagem naturalista do meio ambiente
A abordagem naturalista do meio ambiente predominou nas cincias naturais e humanas desde o sculo XVI at meados do sculo XX, devido concepo cartesiana adotada pelas mesmas.
O cartesianismo, derivado da filosofia de Ren Des-
cartes (15961650), est fundamentado no princpio
de que objeto e sujeito so partes distintas, ocor-rendo o mesmo com a natureza e a cultura.
Figura 2.1: Ren DescartesFonte: http://fabiomesquita.wordpress.com Essa separao dos elementos foi apontada como
um dos principais motivos da degradao
ambiental, pois o homem assumiu uma posio de superioridade, entendendo
que estava separado do meio natural.
Com o desenvolvimento da Teoria Geral dos Sistemas o meio ambiente
passou a ser estudado como um sistema.
Foi somente a partir da dcada de 1960, com o desenvolvimento da Teoria Geral dos Sistemas, proposta nos anos 1950 por Von Bertalanffy, que o meio ambiente passou a ser estudado como um conjunto de elementos naturais e sociais, ou seja, o homem foi includo como parte integrante do mesmo, conforme veremos na prxima aula.
Para saber mais sobre o Cartesianismo acesse: http://www.infoescola.com/filosofia/cartesianismo
Aula 2 A abordagem naturalista do meio ambiente
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Conservao Ambientale-Tec Brasil 22
Voc sabia?
Karl Ludwig Von Bertalanffy, bilogo austraco, nascido em 1901, desenvolveu os seus estudos em Biologia, interessando-se pelo
desenvolvimento dos organismos. Ope-se s concesses mecanicistas
do Mundo e da cincia vigentes na poca. Na dcada de 30 desenvolve
o fundamental da sua teoria: o ser humano e os animais funcionam como
um todo, como um sistema. Em 1950 publica uma srie de artigos onde
desenvolve a noo de sistema aberto que constituir a base da Teoria
Geral dos Sistemas. Em 1954 funda, com um grupo de amigos, a Society for General Systems Research com o objetivo de aprofundar o estudo da Teoria dos Sistemas. Em 1968 publica a sua obra fundamental - General System Theory - onde perspectiva a aplicao da sua teoria Matemtica, s Cincias da Natureza, s Cincias Sociais, etc. Manteve intensa atividade
na defesa das suas concesses at a data da sua morte, em 1972.
ResumoNesta aula vimos que o meio ambiente, em sua concepo naturalista, foi
explorado alm de sua capacidade de regenerao. Vimos tambm que a
abordagem naturalista cedeu lugar a uma nova concepo de meio am-
biente, na qual o homem passou a ser parte integrante. Percebemos que foi
somente a partir da dcada de 1960 que o meio ambiente passou a ser visto
de forma sistmica.
Atividades de aprendizagemResponda as seguintes questes:
1. Quais foram s implicaes da viso reducionista ao meio ambiente?
2. Pesquise os fundamentos da Teoria Geral dos Sistemas e redija um texto de at 10 linhas explicando sua influncia nas cincias voltadas questo
ambiental.
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e-Tec Brasil23
Aula 3 A abordagem sistmica do meio ambiente
Conforme vimos na aula anterior, a abordagem naturalista cedeu lugar
a uma nova concepo de meio ambiente, na qual o homem passou a
ser parte integrante. Sendo assim, nesta aula analisaremos a abordagem
sistmica do meio ambiente, para que possamos compreender o processo
de transio da abordagem naturalista para a sistmica.
3.1 O sistema meio ambienteA abordagem sistmica foi adotada como mtodo cientfico por diversos ramos do conhecimento, com o objetivo de promover uma anlise integrada
do meio ambiente, ou seja, analis-lo como um sistema.
De acordo com Almeida e Tertuliano (1999), um sistema pode ser enten-dido como um conjunto de elementos que interagem. Esse conjunto pode
atingir um grau de organizao suficiente para assumir a funo do todo
integrado.
O avano decisivo da concepo sistmica da vida foi o de ter abandonado
a viso cartesiana da mente como uma coisa, e de ter percebido que a mente
e a conscincia no so coisas, mas processos. (CAPRA, 2003).
Sobre o assunto Capra (2000) destaca que:
Sistemas vivos incluem mais que organismos individuais e suas partes.
Eles incluem sistemas sociais famlia ou comunidade - e tambm
ecossistemas. Muitos organismos esto no apenas inscritos em
ecossistemas, mas so eles mesmos ecossistemas complexos, contendo
organismos menores que tm considervel autonomia e esto
integrados harmonicamente no todo. Todos esses organismos vivos
so totalidades cuja estrutura especfica surge das interaes e
interdependncia de suas partes.
Portanto, essa viso sistmica ou holstica diz respeito, essencialmente,
interao e interdependncia de todos os aspectos ambientais: fsicos,
biolgicos, econmicos, psicolgicos, religiosos, sociais e culturais.
Ampliando seus conhecimentos...Para obter a obra parcial de Capra (2002) Conexes Ocultas acesse: http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=lC42rd54nWcC&oi=fnd&pg=PA7&dq=obra+de+capra+conex%C3%B5es+ocultas&ots=-WNryTQXYr&sig=V7G0i5NtB1lwW9ZjwKPpb3HlsmQ#v=onepage&-q=obra%20de%20capra%20conex%C3%B5es%20ocultas&f=false
Assista a entrevista exclusiva com o fsico e ambientalista Fritjof Capra, considerado um dos mais renomados representantes do pensamento ecolgico da atualidade.Acesso em: http://www2.tvcultura.com.br/reportereco/materia.asp?materiaid=338
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Conservao Ambientale-Tec Brasil 24
3.2 Transio da abordagem naturalista para a abordagem sistmica do meio ambiente
A abordagem sistmica do meio ambiente vem substituindo a viso reducio-
nista, derivada do cartesianismo, nas diversas reas do conhecimento cien-
tfico, por permitir:
A construo de um esquema relacional e dinmico.
Uma viso em longo prazo.
O aumento da abordagem local e global.
O planejamento de diversas solues.
O desenvolvimento de um processo multidimensional, interdisciplinar e transdisciplinar.
A abordagem sistmica passou a ser adotada como mtodo de anlise da
problemtica ambiental, conforme observamos na figura 3.1.
Figura 3.1: Abordagem sistmica de uma problemtica ambiental.Fonte: Versalhes (2005), adaptado por Watanabe (2008)
ResumoNesta aula pudemos perceber que a partir do momento em que o meio am-
biente passou a ser analisado de forma sistmica, mais ateno foi dada
questo ambiental, buscando-se assim o equilbrio ambiental.
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e-Tec BrasilAula 3 - A abordagem sistmica do meio ambiente 25
Atividades de aprendizagemPara fazer em grupo:
1. Identifiquem um problema ambiental existente em seu municpio. Discu-tam-no e elaborem um esquema de abordagem sistemtica do problema
ambiental identificado.
2. Qual o diferencial da abordagem sistmica em relao abordagem reducionista?
Anotaes
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e-Tec Brasil27
Aula 4 O estado de equilbrio de um sistema
Conforme estudamos na aula anterior, um sistema pode ser entendido
como um conjunto de elementos que interagem. Considerando que o Meio
Ambiente um sistema, importante entendermos como este se mantm
em estado de equilbrio, portanto, o objetivo desta aula ser de conhecer o
estado de equilbrio de um sistema.
4.1 O equilbrio do sistemaO estado de equilbrio de um sistema
est diretamente relacionado ao es-
tado de todos os elementos, pois so
interdependentes. Seu estado pode
ser avaliado por sua organizao, composio e fluxo de energia e matria. A mensurao do estado pode ser obtida atravs das variveis
apresentadas pelo sistema em deter-
minado momento. Quando a estru-
tura e as relaes apresentam valores
aproximadamente constantes das
variveis, em razo da adaptao dos Figura 4.1:EquilbrioFonte: http://criacoescaseiras.blogspot.com
inputs (entradas) dizemos que o sis-tema est em estado estacionrio ou
constante. Ocorrendo alteraes nos inputs ao ponto do sistema no possuir capacidade de absorv-los haver mudana de estado, mas o sistema tende
a se ajustar novamente. Por exemplo: quando ocorre a disposio de efluen-
tes sem tratamento em um rio, esse sistema alterado pela quantidade ex-
cessiva de poluentes, mas tende a retornar ao seu estado de equilbrio em
longo prazo, caso o lanamento no ocorra novamente.
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Conservao Ambientale-Tec Brasil 28
4.2 Do que depende o equilbrio de um sistema?
O equilbrio de um sistema depende da perfeita adaptao das variveis in-
ternas s condies externas. Quando as condies externas no mudam, o
equilbrio pode chegar condio esttica de mxima entropia. Esse estado
de estabilidade ser atingido quando o prprio sistema fizer os ajustes das
entradas e sadas de matria e energia. Voltando ao exemplo do rio, caso
no ocorra contaminao das guas, o sistema estar em estado de equi-
lbrio, fazendo os ajustes de maneira natural, isto , as entradas no sero
superiores a sua capacidade de absoro.
A quantidade de matria e energia fornecida ao sistema varia de acordo com
o evento. Os valores expressos por essas quantidades representam a magni-
tude da interferncia no sistema.
Quanto maior for o nmero de conexes com o ambiente maior ser o
nmero de fontes e de estmulos passveis de afetar o sistema, mas tambm
ser maior a sua organizao.
Quando a magnitude do evento ultrapassa a capacidade de absoro do
sistema o estado de equilbrio rompido. A readaptao, ou seja, a transio
de um estado de equilbrio para outro, depender do grau de abertura do
sistema, pois s ocorre em sistemas abertos. Quanto maior for o nmero
de conexes com o ambiente maior ser o nmero de fontes e de estmulos
passveis de afetar o sistema, mas tambm ser maior a sua organizao.
(ALMEIDA; TERTULIANO, 1999).
Segundo os mesmos autores, o tempo de readaptao do sistema contro-
lado principalmente por fatores como:
A resistncia dos elementos s alteraes do sistema;
A complexidade do sistema;
A magnitude do evento.
ResumoNesta aula verificamos que o estado de equilbrio de um sistema ambiental
pode ser avaliado por sua organizao, composio, fluxo de energia e ma-
tria. Vimos tambm que o equilbrio de um sistema depende da perfeita
adaptao das variveis internas s condies externas.
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e-Tec BrasilAula 4 - O estado de equilbrio de um sistema 29
Atividades de aprendizagemResponda as seguintes questes:
1. Do que depende o equilbrio de um sistema ambiental?
2. Sabendo que a mensurao do estado de um sistema ambiental pode ser obtida atravs das variveis apresentadas pelo sistema em determinado
momento, cite exemplo de variveis que podem interferir no estado de
equilbrio de um rio.
Anotaes
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e-Tec Brasil31
Aula 5 A relao homem/natureza nos estgios iniciais do desenvolvimento humano
O objetivo desta aula ser analisar as principais alteraes ocasionadas ao
meio ambiente pela ao do homem, observando sua evoluo histrica
atravs dos seguintes estgios do desenvolvimento humano: coleta, caa
e pesca.
5.1 Coleta, caa e pescaNo primeiro estgio da evoluo
humana a relao homem/natureza permaneceu equilibrada. A extrao dos recursos naturais respeitava os
ritmos naturais do meio.
Figura 5.1: Primeiro estgioFonte: http://www.arthursclipart.org
No segundo estgio, o homem (Homo Erectus) que havia descoberto o fogo atuou como predador. Suas atividades
perturbavam o equilbrio ecolgico, pois caava e pescava, mas no o suficiente para colocar em vias
de extino as espcies animais.
Figura 5.2: Segundo estgioFonte: http://maantunesemversoeprosa.blogspot.com
5.2 PastoreioO terceiro estgio foi marcado pelo
progresso do domnio humano sobre
a natureza, com a domesticao de
animais e a transformao de
grandes extenses de florestas e
savanas em campos de pastos, o que
imprimiu grandes modificaes na paisagem natural.
Figura 5.3: Terceiro estgioFonte: http://www.estadao.com.br
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Conservao Ambientale-Tec Brasil 32
Desde a Mesopotmia at a Idade Mdia o homem esqueceu seu lugar na
natureza.
5.3 AgriculturaO surgimento da agricultura
marcou o incio do quarto estgio.
Atravs da observao dos ciclos
naturais de reproduo dos
vegetais, o homem descobriu que
podia criar ecossistemas artificiais
para suprir suas necessidades.
Desde a mesopotmia at a Idade
Mdia o homem esqueceu seu Figura 5.4: AgriculturaFonte: http://meioambiente.culturamix.com lugar na natureza. Essa viso antropocntrica colocou o homem numa posio de superioridade em relao natureza, resultando na crescente explorao dos recursos naturais.
ResumoNesta aula, percebemos que nos primeiros estgios do desenvolvimento
humano a relao do homem com a natureza foi harmnica, a ponto de
no implicar em grandes modificaes. Porm, a partir do pastoreio e com
a agricultura as interferncias e modificaes na paisagem natural passaram
a ser mais acentuadas devido crescente explorao dos recursos naturais.
Atividades de aprendizagemConverse com seus colegas e responda a seguinte questo:
1. Como foi a relao do homem com a natureza nos primeiros estgios do desenvolvimento humano?
Antropocntrica:o homem como centro de tudo.
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e-Tec Brasil33
Aula 6 A Relao homem/natureza nos recentes estgios do desenvolvimento humano
Nos estgios mais recentes do desenvolvimento humano, as interferncias
no meio natural comearam a se processar de maneira mais rpida e intensa.
O objetivo desta aula ser identificar como ocorreram essas interferncias.
6.1 Industrializao e urbanizaoA Revoluo Industrial, ou quinto estgio, acentuou as relaes de dominao
e explorao ambiental, resultando em profundas rupturas nos ritmos e processos naturais. A velocidade de regenerao natural passou a ser menor que a velocidade da extrao dos recursos naturais.
A consolidao do capitalismo atravs da industrializao marcou o incio
do sexto estgio. As mudanas nas relaes econmicas de produo e nas
relaes entre produtor e consumidor se refletiram no aumento significativo
da extrao dos recursos naturais.
6.2 Uma breve concluso sobre a interferncia humana na natureza
Atravs da anlise da evoluo histrica da relao homem/natureza,
verificamos que nos primeiros estgios o ambiente no sofreu perturbaes intensas, pois o homem se sentia integrado ao meio. No tinha inteno de explor-lo e nem tcnicas para isso.
A interferncia mais significativa na natureza ocorreu com o advento da
industrializao.
Foi com o surgimento da agricultura que o processo de degradao ambiental
tomou maiores propores, porm, a interferncia mais significativa na natureza ocorreu com o advento da industrializao. No s a paisagem natural deu lugar s indstrias e, consequentemente, urbanizao, como
todo o meio ambiente passou a ser agredido. A explorao dos recursos
naturais foi acentuada para suprir a demanda de produtos consumidos por
uma populao que no parou de crescer e exigir melhores padres de vida.
Os gradientes ar, gua e solo sofreram alteraes com o processo de
Gradientes:Um gradiente a razo segundo a qual uma quantidade varivel aumenta ou diminui. Por exemplo, o gradiente de temperatura ao longo de uma regio ocenica a diferena de temperatura por unidade de comprimento (distncia);
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Conservao Ambientale-Tec Brasil 34
poluio industrial e urbano. A sade humana comeou a ser afetada pelos mais variados problemas ambientais. O ritmo de crescimento econmico foi
acelerado, sendo necessrio produzir cada vez mais para gerar mais lucro.
ResumoNesta aula percebemos que, a partir da viso capitalista de mundo, o meio
ambiente foi explorado at se perceber que o ritmo de extrao dos recursos
naturais estava acelerado demais ao ser comparado com o ritmo de sua
regenerao, ocasionando perdas na qualidade ambiental.
Atividades de aprendizagem1. Faa uma pesquisa em jornais, revistas e livros, e extraia dois exemplos de
grandes modificaes na paisagem natural brasileira com o advento da
industrializao da dcada de 1950.
2. Cite dois exemplos de problemas ambientais que passaram a afetar a sade humana a partir da Revoluo Industrial.
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e-Tec Brasil35
Aula 7 A conservao do meio ambiente
Conforme vimos nas aulas anteriores, a sociedade contempornea pode ser
considerada como aquela que mais interferncia causou ao meio ambiente.
Problemas como a poluio do ar, da gua e do solo, atingem direta ou
indiretamente os mais de seis bilhes de habitantes do planeta. Dessa maneira,
o objetivo da presente aula refletir sobre a importncia da conservao
ambiental para o futuro sustentvel da humanidade sobre a Terra.
Iniciaremos fazendo a leitura do seguinte texto:
A natureza saqueada
Em 1999, a Terra ultrapassou os seis bilhes de habitantes, trs vezes mais
do que os pessimistas acreditavam ser prudente para evitar que os recursos
naturais entrem em colapso. Apesar da cifra impressionante, o alarmismo
malthusiano est em baixa. A humanidade tem enfrentado com relativo
sucesso o desafio de produzir alimento. Sabe-se que o problema distribui-
lo para todos ao menos quando se considera a produo per capita.
Mas no esto afastadas todas as dvidas sobre a capacidade de o planeta
sustentar tanta gente. Nesse contexto, a deteriorizao das reservas de gua
superficiais e subterrneas ocorre ao mesmo tempo em que no se racionaliza
o consumo e a populao aumenta, traando um novo quadro preocupante.
Fonte: Folha de So Paulo, 02/07/1999
O texto anterior apresenta evidncias da crescente desarmonia entre os
homens e a natureza no Planeta como um todo. Nas ltimas dcadas,
a globalizao do modelo de desenvolvimento econmico capitalista
globalizou no s a economia de mercado, mas a cultura do desperdcio, da descartabilidade, do individualismo, do consumismo, intensificando os conflitos entre a humanidade e o meio natural.
Devemos reconhecer que a natureza tem capacidade limitada...
Voc faz ideia da quantidade de recursos naturais que consumir durante sua vida?
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Conservao Ambientale-Tec Brasil 36
Temos aqui alguns dados que revelam o consumo aproximado de recursos
naturais de um europeu ocidental, com expectativa de vida de 75 anos. Os
europeus ocidentais consomem quatro vezes mais que os brasileiros.
70 toneladas de alimentos;
Trs milhes de kwh de energia (equivalente a 225 toneladas de petrleo);
Emisso de 20 toneladas de CO2;
21 toneladas de resduos domsticos;
Ocupao do solo 4.300 m / pessoa para agricultura, estradas, reas urbanizadas, etc.;
Quatro milhes de litros de gua (at 12 milhes de litros incluindo co-mrcio e indstria).
A partir desses dados, podemos perceber que precisamos alterar nosso pa-
dro de consumo, fazendo escolhas dentro da capacidade de carga do Pla-
neta. Devemos reconhecer que a natureza tem capacidade limitada, caso
contrrio, a tendncia que os problemas ambientais avancem proporcio-
nalmente inadequada extrao dos recursos naturais.
ResumoNesta aula verificamos que consumimos muito mais do que realmente ne-
cessitamos. Estamos vivendo em uma sociedade caracterizada pela cultura
do desperdcio, da descartabilidade, do individualismo, do consumismo e
portanto, precisamos urgentemente rever nossos valores em relao ao meio
ambiente para que possamos reverter o quadro de degradao j instaurado
em nosso planeta.
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e-Tec BrasilAula 7 - A conservao do meio ambiente 37
Atividades de aprendizagem1. Analise a figura a seguir e redija um comentrio respondendo: Ser que
precisamos de tudo o que consumimos?
Figura:7.1: ConsumismoFonte: http://economia.culturamix.com
2. As relaes conflitantes entre o homem e o meio ambiente so reveladas por fenmenos como a poluio, a degradao dos recursos naturais,
e o esgotamento dos recursos naturais no-renovveis (SOUZA, 2000).
Estes problemas j fazem parte do cotidiano de cada um de ns, muitas
vezes esto diante dos nossos olhos, e o que fazemos pela conservao
ambiental? Expresse sua opinio.
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e-Tec Brasil39
Aula 8 Consumo versus meio ambiente
Nesta aula, discutiremos os tipos de consumo que podem ser prejudiciais
conservao do meio ambiente. Iniciaremos nossa reflexo respondendo as
seguintes questes:
Ser que precisamos consumir de fato tudo o que compramos? Nossas necessidades so reais ou fictcias? Que preo estamos pagando e que preo as futuras geraes pagaro
para satisfazer as necessidades bsicas ou suprfluas?
8.1 O consumoCom a produo em massa advinda da Revoluo Industrial, aumentou o
acesso a bens e produtos antes limitados a um nmero reduzido de indivduos.
Pela lgica do capitalismo, o aumento da oferta reduziu o preo, inserindo grande parcela dos excludos do consumo em contato direto com diferentes
produtos.
A cada ano milhares de bens e servios so lanados pelas empresas,
atraindo cada vez mais o pblico. No Brasil, por exemplo, atualmente
comum crianas entre 6 e 12 anos de idade possurem celulares, algo que
j era comum nos pases desenvolvidos (Estados Unidos, Austrlia, Japo)
na dcada passada. Ser que toda criana nessa faixa etria necessita de
um aparelho como esse? Tambm comum entre jovens o desejo de usar
roupas e tnis de marcas (signos) conhecidas mundialmente. A necessidade
real, foi criada pela mdia, ou trata-se do desejo de distino social?
Quais critrios voc utiliza para escolher um bem que considera uma
necessidade? Compra porque realmente precisa us-lo ou porque quer
mostrar aos outros que pode adquiri-lo? Sua necessidade real ou foi
criada?
Voc sabia que a grande maioria dos brasileiros ao comprar um carro d
preferncia a itens de luxo (signos) aos de segurana (utilidade)? E voc, qual
escolha faz?
Capitalismo: o sistema social baseado no reconhecimento dos direitos do indivduo, incluindo o direito propriedade, em que toda propriedade privada.O reconhecimento dos direitos do indivduo inclui o banimento de violncia fsica em relaciona-mentos humanos: basicamente, direitos s podem ser violados com o uso da fora fsica. Em uma sociedade capitalista, nenhum homem ou grupo pode iniciar o uso de fora fsica contra outros. A nica funo do governo, nesta sociedade, a tarefa de proteger os direitos do homem, ou seja, a tarefa de proteg-lo de violncia; o governo age como o agente do direito do homem de autodefesa, e pode usar fora somente em retaliao e somente contra aqueles que iniciaram seu uso; portanto, o governo o jeito de colocar o uso retaliatrio de fora sob controle objetivo.Fonte: http://www.capitalismo.com.br/o-que-e-capitalismo/
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Conservao Ambientale-Tec Brasil 40
Segundo Alphandery (1992), ns no definimos livremente nossas
necessidades, ns consumimos mercadorias e signos, ns somos prisioneiros
da satisfao de nossas necessidades.
A sociedade de consumo, embora embrionria do liberalismo, pode ser considerada a nica sociedade na histria da humanidade que conseguiu
organizar o controle social das necessidades individuais e coletivas.
ResumoNesta aula percebemos como possvel sermos influenciados a consumirmos
produtos que no necessitamos, o que contribui para aumentar a produo
de resduos e, consequentemente, aumentar a degradao ambiental.
Percebemos tambm, que muito importante tomarmos conscincia de que
devemos consumir apenas o necessrio.
Atividades de aprendizagem1. Analise a tira a seguir e redija um texto de at quinze linhas explicando-a.
Fonte: Chris Brown
Liberalismo:Pode ser definido como um
conjunto de princpios e teorias polticas, que apresenta como
ponto principal a defesa da liberdade poltica e econmica.
Neste sentido, os liberais so contrrios ao forte controle do
Estado na economia e na vida das pessoas.
Podemos citar como princpios bsicos do liberalismo:
- Defesa da propriedade privada;- Liberdade econmica
(livre mercado);- Mnima participao do Estado
nos assuntos econmicos da nao (governo limitado);- Igualdade perante a lei
(estado de direito);Fonte: http://www.suapesquisa.
com/o_que_e/liberalismo.htm
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e-Tec BrasilAula 8 - Consumo versus meio ambiente 41
2. Faa uma lista contendo 20 itens que voc consome anualmente e destaque aqueles que podem ser descartados, ou seja, aqueles que no
so realmente necessrios.
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e-Tec Brasil43
Aula 9 O consumo no uma escolha livre
Daremos continuidade discusso sobre consumo, iniciando com o tema da
aula: O consumo no uma escolha livre. Portanto, o objetivo desta aula ser
discutir a liberdade de consumo.
9.1 Liberdade de consumoO consumo no resultado de uma escolha livre, se constitui, h vrias d-
cadas, um verdadeiro dever cvico, inseparvel e complementar da aceitao
da ordem social e poltica (ALPAHANDERY, 1992).
As duas dimenses da instituio da sociedade so a criao no indivduo
de um esquema de autoridade e um esquema de necessidade (CASTORIADI,
apud ALPHANDERY, 1992).
No auge do capitalismo industrial americano criou-se a era do totalitaris-mo dos especialistas. Desde o nascimento at a morte do indivduo, esse grupo de especialistas determinava o que era correto para os outros e tudo
o que precisavam. Era esse grupo que definia as necessidades das pessoas.
O indivduo era induzido a consumir bens e servios que lhe eram indicados
como necessrios, no sentia necessidade autnoma, e fazia suas escolhas a
partir daquilo que os especialistas lhe recomendavam.
Ser que existe alguma semelhana entre a era do totalitarismo dos especialistas e o momento atual na sociedade de consumo?
Na atual fase do capitalismo, podemos observar que as necessidades conti-
nuam sendo definidas por especialistas e reforadas pela mdia.
9.2 O consumo de signos (marcas)A mercadoria apresentada como smbolo de identidade, que estrutura no
s a relao do indivduo com o objeto mas tambm sua relao com a co-
letividade. Dessa maneira, consumimos signos (marcas/objetos) na iluso de
satisfazermos nossas necessidades e nos sentirmos includos na sociedade
de consumo.
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Conservao Ambientale-Tec Brasil 44
Segundo Alphandery (1992), essa identificao do indivduo com a merca-
doria ou signo , sem dvida alguma, a principal explicao para a vitalida-
de demonstrada pela sociedade de consumo.
Como podemos distinguir a real necessidade da necessidade foi criada, se a mercadoria usada ao mesmo tempo um objeto (til) e um signo (ostentao)?
A durabilidade dos objetos no mais respeitada. Embora possa ser utilizado
por mais tempo, o objeto substitudo compulsivamente.
O indivduo busca cada vez mais um signo para distinguir-se socialmente,
pois na sociedade de consumo o homem valorizado pelas coisas que ele
possui e no por aquilo que ele .
Considerando que o aumento do consumo gera aumento da extrao dos
recursos naturais, que por sua vez pode comprometer a sustentabilidade do
planeta, precisamos rever nossos valores e estilo de vida enquanto indivduos
pertencentes sociedade de consumo.
9.3 A busca da renovao dos valores sociaisTorna-se cada vez mais evidente a necessidade de uma mudana de valores
no cenrio mundial, que conduza a humanidade adoo de um novo mo-
delo de desenvolvimento, que consiga aliar crescimento econmico, justia
social e equilbrio ambiental. Para tanto, preciso uma profunda mudana
de paradigma na direo do entendimento completo da vida e sua complexi-
dade. O ponto fundamental dessa dinmica est no despertar de uma nova
maneira de pensar o mundo que supere a atual crise, definida por Capra
(1982) como o ponto de mutao entre o racionalismo mecanicista carte-
siano e a nova tendncia intuitiva de base ecolgica.
Como despertar um novo modo de pensar o meio ambiente em uma sociedade impregnada de valores individualistas e consumistas?
Mudanas to profundas de valores passam inevitavelmente pelo processo
educativo. Dessa maneira, a Educao Ambiental surgiu como alternati-va para amenizar a crise ambiental e contribuir para a construo de uma
conscincia voltada participao crtica e responsvel do indivduo e da
coletividade.
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e-Tec BrasilAula 9 - O consumo no uma escolha livre 45
Resumo Nesta aula percebemos que consumimos mais do que realmente necessita-
mos. Isto caracterstica de uma sociedade de consumo, na qual estamos
inseridos. Com isso contribumos ainda mais para o aumento da degradao
ambiental, sendo necessria a educao ambiental de todos ns para que
possamos modificar esse quadro.
Atividades de aprendizagemDiscuta com seus colegas as seguintes questes:
1. Ser que cada um de ns consegue avaliar o impacto que nosso consumo Provoca no meio ambiente?
(Identifique seus hbitos consumistas que comprometem a qualidade ambiental.)
2. Ser que temos condio de mudar hbitos e atitudes abrindo mo de alguns confortos imediatos para melhorar a qualidade do meio ambiente?
Como fazer isso?
(Pense nos hbitos e atitudes que voc seria capaz de alterar para melhorar a qualidade do ambiente coletivo.)
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e-Tec Brasil47
Aula 10 Conservao dos recursos naturais e gerenciamento de resduos
O objetivo desta aula destacar a necessidade de conservao dos recursos
naturais e destacar os principais problemas ambientais.
A conservao dos recursos naturais depende de diversos fatores aliados ao
processo de conscientizao ambiental do poder pblico e da sociedade, con-
forme analisaremos a seguir.
10.1 Do que depende a conservao dos recursos naturais?
Nas ltimas dcadas, a presso da legislao tem surtido efeitos positivos em
relao conservao ambiental. Multiplicam-se em todo o pas aes vol-
tadas a conservao dos recursos naturais como, por exemplo, a separao
dos resduos e a reciclagem. Separando e reciclando os resduos poderemos
evitar o desperdcio de recursos como o alumnio e o petrleo, alm de evitar
o depsito desnecessrio nos aterros sanitrios.
Sendo assim, vamos analisar como ocorre o gerenciamento de resduos em
nosso pas, pois cada brasileiro produz em mdia 0,9kg lixo domstico por dia.
Figura 10.1: Lixo reciclvelhttp://projetoambientalce.wordpress.com
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Conservao Ambientale-Tec Brasil 48
[...] cada brasileiro produz em mdia 0,9kg de lixo domstico por dia [...]
Notamos que em diversos lugares do pas tem aumentado, por exemplo, a
coleta seletiva de lixo e, consequentemente, a reciclagem, embora os nmeros
ainda sejam pequenos. Todo o lixo reciclvel recolhido no Brasil durante um
ano abate, em mdia 2,8kg por pessoa. Considerando que cada brasileiro
produz em mdia 0,9kg de lixo domstico por dia, a reciclagem ainda no se
tornou um hbito no pas.
A reciclagem comeou a ser priorizada a partir da dcada de 1970, quando a
sociedade demonstrou maior grau de conscientizao ambiental ao pressionar
empresrios e governos a adotarem medidas ecologicamente corretas.
Figura 10.2: ReciclagemFonte: http://meioambiente.culturamix.com
Entre 1970 e 1994 cresceu a percentagem de papel reciclado em todo o
mundo, passando de 23% para 37%. O Brasil um dos pases que mais
recicla latas de alumnio (cervejas e refrigerantes), reaproveitando aproxima-
damente 80% do material coletado. (JAMES; MENDES, 2005).
Entre as vantagens da reciclagem esto: a reduo da explorao de recursos
naturais; a reduo nos custos de produo de alguns produtos; gerao de
emprego e renda; reduo de impactos ambientais; e outros.
A produo e a disposio inadequada do lixo, a poluio do ar junto com
o desgaste do solo, a contaminao e o desperdcio da gua fazem parte
do rol de problemas ambientais enfrentados pela sociedade como um todo.
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e-Tec BrasilAula 10 - Conservao dos recursos naturais e gerenciamento de resduos 49
10.2 A problemtica dos resduos slidos no Brasil
Segundo SILVA (2000), no Brasil a urbanizao intensificou-se aps os anos
50, como resultado de um acirrado xodo rural, que deu origem a in-meras novas cidades e crescimento das j existentes. Entre 1960 e 1970,
ocorreu a inverso quanto ao lugar de residncia da populao brasileira, da
zona rural para a urbana. Entre 1960 e 1980, houve um grande crescimento
da populao urbana, mais de 50 milhes de novos habitantes, e na dcada
posterior mais de 30 milhes foram acrescidos.
O ndice de urbanizao em 1991 era superior a 77%, e estima-se que para
o sculo 21 mais de 80% da populao brasileira residir nos grandes cen-
tros urbanos, evidenciando a tendncia de irreversibilidade da urbanizao
que se manifesta no mundo (SANTOS 1993).
Atualmente, a populao brasileira conta com aproximadamente 185 mi-
lhes de habitantes e taxa de crescimento em torno de 1,4% ano (IBGE,
2008). A gerao de RSU prxima de 241 mil toneladas dirias, o que cor-
responde a quase 35 milhes de ton/ano. Destes, 54% so lanados a cu
aberto, 16% em aterros controlados, 13% destina-se ao aterro sanitrio,
7% vai para o aterro de resduos especiais, 2% para a usina de composta-
gem, 5% para a reciclagem e apenas 3% destinado para a incinerao (IPT
e CEMPRE, 2000).
Os resduos demonstram claramente a densidade demogrfica e nveis de
renda da populao sendo que, nos estados da federao mais desenvolvidos
economicamente, a gerao per capita maior que nos pobres. Nas capitais
isto no diferente. So Paulo, por exemplo, produz diariamente 11 mil ton/
dia, enquanto Porto Velho produz 260 ton/dia. Assim, a gerao per capita de resduos varia entre 0, 450 e 0, 700 Kg para os municpios com populao
inferior a 200 mil habitantes e entre 0, 700 e 1, 200 Kg para os municpios
com populao superior a 200 mil habitantes (IBGE, 2008).
Boa parte da constituio dos RSU do Brasil orgnica (mais de 50%). Isto
se deve a uma cultura de desperdcio de alimentos. Os brasileiros no tm o
hbito de aproveitar sobras ou de aproveitar cascas, por exemplo, em suas
receitas dirias, o que causa um aumento desnecessrio no envio aos aterros
sanitrios (IPT e CEMPRE, 2000).
Podemos definir xodo rural como sendo o deslocamento de pessoas da zona rural (campo) para a zona urbana (cidades). Ele ocorre quando os habitantes do campo visam obter condies de vida melhor.Causas: os principais motivos que fazem com que grandes quantidades de habitantes saiam da zona rural para as grandes cidades so: busca de empregos com boa remunera-o, mecanizao da produo rural, fuga de desastres naturais (secas, enchentes, etc), qualidade de ensino e necessidade de infra-estrutura e servios (hospitais, transportes, educao, etc). Fonte: http://www.suapesquisa.com/geografia/exodo_rural.htm
Para conhecer a Poltica Nacional de Resduos Slidos acesse: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm
No original em latim, a expresso per capita significa por cabea, portanto trata-se de uma renda por cabea, ou seja, considerando-se membros da populao em particular e sua participao na renda total do pas.
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Conservao Ambientale-Tec Brasil 50
De acordo com o IBGE (2008), 68,5% dos RSU gerados em municpios com
at 20 mil habitantes, o que corresponde a 73% das cidades brasileiras,
so depositados em locais inadequados. Esses municpios vm se deparando
com problemas sociais, sanitrios, ambientais e de sade pblica decorrentes
da gesto inadequada de seus resduos (JUCA, 2003).
A Pesquisa Nacional por Amostragem de Domiclios (PNAD) 2006, realizada
pelo IBGE em 2005, mostrou que 1.758 milhes de domiclios possuem co-
leta de resduos, o que representa 86,6% dos domiclios do Brasil. (MINIST-
RIO DAS CIDADES, 2008).
J a problemtica dos resduos industriais ainda maior. Segundo o IBGE
(2008), 1.682 municpios produzem resduos txicos e cerca de 97% (5.398)
dos municpios brasileiros no possuem aterro industrial dentro de seus li-
mites territoriais. Existe certo descaso com resduos txicos, principalmente
nos municpios com mais de 100 mil habitantes, pois dos 1.682 que no
possuem aterro industrial e produzem resduos perigosos em quantidade
significativa, mais de 80% (1.406) esto no Nordeste, Sudeste e Sul. Quanto
ao destino deste resduo, apenas 10% dos municpios enviam o material
txico para aterro em outra cidade, e os 37% restantes depositam detritos
txicos em vazadouro a cu aberto (lixo) no prprio territrio. Entre os mu-
nicpios de porte mdio, de 20 mil a 100 mil habitantes, 73% destinam res-
duos txicos a lixes dentro de seus limites. Nos municpios do Norte (68%),
Nordeste (57%) e Centro-Oeste (44%) o destino final dos resduos txicos,
enquanto nos municpios do Sul (45%) e Sudeste (33%) a destinao no
especificada. possvel que esta elevada proporo de municpios que no
especificam os destinos dos resduos txicos deva-se desinformao ou
falta de um plano de gesto de resduos, uma vez que a destinao de res-
duos responsabilidade do gerador, conforme a Lei 6438/81. (IBGE, 2008).
ResumoNesta aula, pudemos perceber que ainda elevada a gerao de resduos
slidos no Brasil, sendo necessrio ampliar o desenvolvimento de projetos
educativos que incentivem o consumo sustentvel, para que possamos evitar
o desperdcio dos recursos naturais.
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e-Tec BrasilAula 10 - Conservao dos recursos naturais e gerenciamento de resduos 51
Atividades de aprendizagemFaa uma pesquisa sobre seu municpio para responder as seguintes questes:
1. Seu municpio possui programa de coleta seletiva?
2. Seu municpio possui algum programa de incentivo coleta seletiva? Em caso afirmativo, descreva-o sucintamente.
3. Em seu municpio existem projetos de educao ambiental que visem estimular a reduo da gerao de resduos? Em caso afirmativo,
descreva-o sucintamente.
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e-Tec Brasil53
Aula 11 Problemas ambientais
No s no Brasil, mas no mundo inteiro convive-se diariamente com uma
variedade de problemas ambientais que afetam a sade humana e alteram
o ciclo reprodutivo da flora e da fauna. necessrio que voc conhea os
principais problemas ambientais que afetam nossa qualidade de vida, bem
como os meios para para minimiz-los, portanto, este ser o nosso objetivo
durante esta aula.
11.1 Os principais problemas ambientaisOs principais problemas ambientais, sua abrangncia e seus agentes
causadores, podem ser analisados no quadro 11.1.
Quadro 11.1: Principais problemas ambientais e seus agentes causadoresPROBLEMA ABRANGNCIA PRINCIPAL AGENTE
POLUIO
Efeito estufa/mudana climtica GlobalEmisso de C02, N2O, CH4, CFCs(e HFCs), O3 (baixo nvel) Desmatamento
Destruio da camada de oznio Global Emisso de CFCs
Acidificao Continental Emisso de, NOx, NH3, 03 (baixo nvel)
Poluio txica ContinentalEmisso de S02, NOx, particulados, metais pesados, hidrocarbonetos, monxido de carbono, agroqumicos, organo-clorados eutrficos, radiao, rudo
DEGRADAO DOS RECURSOS NATURAIS RENOVVEIS
Extino de espcies Global
Mudana no uso da terra (modernizao, desmatamento)Presso populacional Produo insustentvel (superpastejo, caa e pesca) Mudana climtica (possvel) Destruio da camada de oznio (no futuro)
Desmatamento Global e regionalMudana no uso da terra.Presso insustentvel por produo de madeira.Mudana climtica (possvel no futuro) Chuva cida
Degradao do solo/perda de fertilidade do solo
Regional e nacionalPresso populacional,desmatamento, superpastejo, agricultura insustentvel, urbanizao, mudana climtica (possvel no futuro)
Degradao da gua Regional e nacionalUso insustentvelMudana climtica (possvel no futuro)
Degradao dos recursos pesqueiros Nacional e localSuper explorao pesqueiraPoluioDestruio do habitat aqutico
ESGOTAMENTO DOS RECURSOS NATURAIS NO-RENOVVEIS
Esgotamento de vrios recursos (combustveis fsseis, minerais etc.)
Global e nacional Alto nvel de consumo
Superpastejo: Refere-se ao nmero excessivo de animais em relao quan-tidade de forragem existente. Esta situao leva degradao da pastagem, aumento de inva-sores, eroso etc. importante salientar que tanto o sub como o superpastejo podem ocorrer simultaneamente em pastagens mal divididas, principalmente em reas muito grandes e/ou com erros na presso de pastejo. Deste modo, em reas com predominncia de espcies forrageiras mais palatveis, ou reas de maior fertilidade de solos (manchas), ocorre o su-perpastejo, enquanto em outras reas dentro do mesmo piquete acontece o subpastejo.Fonte: Gomide (1977)
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Conservao Ambientale-Tec Brasil 54
Todos os problemas apresentados no quadro 11.1 representam o desequil-
brio entre o desenvolvimento econmico e o meio ambiente. Dentre esses,
analisaremos apenas trs: poluio atmosfrica, degradao do solo e degradao da gua. A restrio da nossa anlise no significa que os outros problemas no tenham a mesma importncia, pois sendo o meio am-
biente um sistema, a alterao em uma de suas partes pode afetar o todo.
ResumoNesta aula, verificamos que existem muitos problemas que afetam a qua-
lidade de vida, entre os quais esto a poluio atmosfrica, a degradao
do solo e a degradao da gua. Percebemos que cada um deles afeta de
maneira significativa a vida no planeta, portanto precisamos rever nossas
atitudes diante destes problemas.
Atividades de aprendizagemFaa uma pesquisa em livros e revistas cientficas para responder as seguintes
questes:
1. Quais as consequncias da mudana climtica para a humanidade?
2. Quais aes contriburam para a reduo do buraco na camada de oznio?
Para saber mais sobre os protocolos de Montreal e de
Kyoto acesse o link http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S0034-73292009000200009 e leia o artigo Protocolos
de Montreal e Kyoto: pontos em comum e diferenas
fundamentais.
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e-Tec Brasil55
Aula 12 O fenmeno poluio
A poluio um fenmeno que incomoda a todos, provocando das mais sim-
ples s mais complicadas doenas. Lembrando ainda que no s o homem
afetado, mas todos os seres vivos do planeta. Desta maneira, temos como
objetivo da nossa aula, compreender o que poluio.
Figura 12.1: PoluioFonte: www.shutterstock.com
12.1 PoluioO termo poluio deriva do latim polluere, que significa sujar. Desde os tempos mais remotos, a humanidade polui o planeta dispondo
inadequadamente os resduos de suas atividades. Contudo, quando a
densidade demogrfica mundial era pequena os efeitos dessas interferncias
sobre a sade humana eram quase imperceptveis e o ritmo de regenerao
da natureza era maior que o ritmo da degradao ambiental.
Com o acelerado crescimento populacional, a desordenada expanso
urbana, o aumento da produo industrial e do consumo, os impactos sobre
o meio ambiente foram ampliados no mundo todo.
Provavelmente, voc j deve ter identificado algum tipo de poluio em seu
municpio.
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Conservao Ambientale-Tec Brasil 56
Mas, o que poluio? Como defini-la?
12.2 O conceito de poluio na legislao brasileira
Na legislao ambiental, poluio definida no art. 3, III, da Lei 6.938/81, como:
[...] a degradao da qualidade ambiental resultante de atividades
que, direta ou indiretamente, prejudiquem a sade, segurana e o bem
estar da populao; criem condies adversas s atividades sociais e
econmicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condies
estticas ou sanitrias do meio ambiente; lancem matrias ou energia
em desacordo com os padres ambientais estabelecidos.
Podemos perceber que, juridicamente, a poluio associada insero de
qualquer fator no meio ambiente que provoque alterao de suas qualidades
originais.
Para Bastos e Freitas (1999) a poluio o resultado indesejvel das aes de
transformao das caractersticas naturais de um ambiente, atribuindo um
carter nocivo a qualquer utilizao que se faa do mesmo.
12.3 A poluio resultante da industrializaoCom a chegada da industrializao a poluio passou a fazer parte do coti-
diano de muitas pessoas, principalmente de moradores dos grandes centros
urbanos.
Dentre as atividades poluentes a indstria tem sido apontada como uma das
mais impactantes, por emitir diariamente na atmosfera diversas substncias
qumicas que agem sobre o meio ambiente provocando alteraes na estru-
tura dos diversos organismos que o compem. Alm dos poluentes atmosf-
ricos, os resduos industriais representam outro grave problema quando so
dispostos inadequadamente.
A absoro excessiva dos poluentes txicos pelos organismos vivos pode
comprometer seriamente a sobrevivncia das espcies do planeta, inclusive
da espcie humana.
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e-Tec BrasilAula 12 - O fenmeno poluio 57
Dessa maneira, o controle da poluio se tornou um dos mais importantes
fatores na busca da conservao ambiental, que certamente resultar na
melhoria da qualidade de vida das geraes presentes e futuras.
ResumoNesta aula, compreendemos que a poluio o resultado indesejvel das
aes de transformao das caractersticas naturais de um ambiente, que
em muito pode afetar a sade humana. Percebemos que trata-se de um fe-
nmeno resultante das aes de transformao das caractersticas naturais
de um ambiente realizadas pelo homem.
Atividades de aprendizagemObserve a imagem a seguir e elabore uma definio de POLUIO.
A seguir responda a seguinte questo:
1. Discuta com seus colegas o conceito de poluio e liste as reas poludas em seu municpio.
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e-Tec Brasil59
Aula 13 O controle ambiental do ar
Dando continuidade discusso sobre os problemas ambientais, nas prxi-
mas aulas analisaremos o controle ambiental dos gradientes ar, solo e gua.
As interferncias das atividades humanas nestes trs gradientes e as medidas
corretivas para a problemtica so os temas centrais das aulas 13, 14 e 15.
Sendo assim, o objetivo desta aula compreender como pode ser realizado o
controle ambiental do ar.
13.1 Controle ambiental do arA poluio atmosfrica um dos mais antigos problemas ambientais
enfrentados pela humanidade. Seus efeitos negativos sobre a sade humana
comearam a ser sentidos com mais intensidade, pela populao concentrada
nos centros urbanos, a partir da Primeira Revoluo Industrial (carvo e ao),
iniciada em meados do sculo XVIII. Com a Segunda Revoluo Industrial
(petrleo e eletricidade) a poluio do ar foi acentuada pela ampliao dos
complexos industriais, pela utilizao acentuada do petrleo como fonte
energtica, e pela ausncia de polticas ambientais preventivas.
... a atmosfera possui capacidade limitada de autodepurao...
Ao contrrio que se pensou por muito tempo, a atmosfera possui
capacidade limitada de autodepurao. Este fato foi evidenciado pela
enorme quantidade de poluentes emitidos na atmosfera nos ltimos anos.
Entre esses gases os que mais contriburam para elevar os ndices da poluio
atmosfrica foram: o gs carbnico (CO2), o metano (CH4), o xido nitroso
(N2O) e os clorofluorcarbonos (CFCs), os chamados gases de efeito estufa.
(ASSUNO, 2004).
Vejamos, a ttulo de exemplo, o caso da concentrao mundial de CO2 na
figura 13.1 Partes por milho (PPM).
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Conservao Ambientale-Tec Brasil 60
Figura 13.1: Concentrao mundial de CO2 na atmosferahttp://www.apolo11.com
A anlise do grfico 13.1 confirma que o aumento de CO2 na atmosfera re-
sultou do processo de industrializao mundial e da queima de combustveis
fsseis, pois a concentrao de CO2 na atmosfera aumentou de 310 PPM
(partes por milho) em 1960 para 390 PPM em 2010 e, segundo pesquisas
recentes, continua subindo.
13.2 A atmosfera limpaPara que a atmosfera possa ser considerada limpa, o nvel mximo de po-
luentes constantes no deve ocasionar efeitos indesejveis sobre a sade e
o ambiente. A Organizao Mundial da Sade (OMS) estabeleceu alguns
nveis de referncia para a determinao da pureza da atmosfera, conforme
podemos observar no quadro 13.1.
Quadro 13.1: Nveis mximos de poluentes recomendados pela OMS
IndicadorConcentrao MximaRecomendada (ug/m3 ) Tempo de exposio
Dixido de enxofre (SO2 )
500 10 min.
125 24 horas
50 Anual
Dixido de Nitrognio (NO2 )200 1 hora
40 Anual
Monxido de carbono (CO) 10.000 8 horas
Oznio 120 8 horas
Material Particulado No estipulada*
* O material particulado tratado pela OMS como poluente sem limiar, ou seja, h um risco associado a qualquer exposio. Na Europa foi fixada a mdia de 50g/m3 para material particulado inalvel, mdia de 24 horas, no final da dcada de 2000. Nos Estados Unidos o valor permitido para partculas inalveis de 150 g/m3 , mdia de 24 horas e de 50g/m3 , como mdia anual.Fonte: ASSUNO, (2004)
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e-Tec BrasilAula 13 - O controle ambiental do ar 61
No Brasil, os padres de qualidade do ar so estabelecidos pela Resoluo CONAMA 003/90. Foram estabelecidos padres primrios, referentes proteo da sade pblica, e padres secundrios, para a proteo do
meio ambiente. Os poluentes considerados pelo Conselho Nacional de Meio
Ambiente so apresentados no quadro 13.2.
Quadro 13.2 Padres de qualidade do ar no Brasil segundo a Resoluo CONAMA 003/90.Poluente Padro primrio (ug/m3) Padro secundrio (ug/m3) Perodo de exposio
Partculas totais em suspenso240 150 24 horas
80 60 Anual
Partculas inalveis150 150 24 horas
50 50 Anual
Fumaa150 100 24 horas
60 40 Anual
Dixido de enxofre365 100 24 horas
80 40 Anual
Monxido de carbono40.000* 40.000* 1 hora
10.000** 10.000** 8 hora
Oznio 160 160 8 hora
Dixido de Nitrognio320 190 1 hora
100 100 Anual
Fonte: ASSUNO, (2004)
A qualidade do ar pode ser avaliada pela medio dos poluentes destacados
no quadro 13.2. A emisso desses poluentes resulta principalmente da
queima de combustveis fsseis e da produo industrial.
... a principal fonte poluente para a atmosfera so os automveis.
Atualmente, a principal fonte poluente para a atmosfera so os automveis.
Na regio metropolitana de So Paulo, por exemplo, os veculos motorizados
emitem aproximadamente 98% de monxido de carbono, 97% de
hidrocarbonetos e 96% dos xidos de nitrognio (ASSUNO, 2004).
Dessa maneira, se tornou necessrio minimizar as emisses contaminantes,
definir e aplicar formas corretas de tratamento e disposio de resduos
gerados pelo processo industrial, assim como trocar o transporte individual
pelo coletivo.
Para saber mais sobre as Resolues do CONAMA acesse: www.mma.gov.br
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Conservao Ambientale-Tec Brasil 62
13.3 Efeitos da poluio do ar O controle da qualidade do ar indispensvel para a conservao do meio
ambiente, pois a poluio atmosfrica pode ter efeitos negativos sade e
ao bem-estar humano, fauna e flora, aos materiais, temperatura da
Terra etc.
A sade humana pode ser afetada por doenas dermatolgicas, respiratrias,
pulmonares, cardiovasculares, e outras. Os efeitos sobre os materiais so
visveis no acmulo de poeira, fuligem e na corroso de metais. Na flora,
as modificaes podem ser verificadas no crescimento das plantas, no
envelhecimento precoce, na alterao de cor, necrose no tecido foliar etc. A
fauna recebe influncia direta no seu ciclo de reproduo devido s mudanas
climticas. As alteraes em nvel mundial podem ser o aquecimento global,
a chuva cida, a reduo da camada de oznio.
13.4 Medidas de preveno e controle da qualidade do ar
Medidas de preveno e controle devem ser tomadas pelas empresas
com o objetivo de alcanar o desenvolvimento sustentvel. A preveno da poluio do ar deve comear pela reduo dos poluentes na fonte geradora e na adoo de aes estratgicas que promovam a diminuio das emisses poluentes no ar. O controle est relacionado aplicao de medidas de tratamento das emisses poluentes (ASSUNO,
2004).
De acordo com Assuno (2004), a reduo da quantidade de poluente
do ar pode ser obtida atravs da adoo de medidas como: operao de
equipamentos dentro de sua capacidade nominal; operao e manuteno
adequada de equipamentos produtivos, caldeiras, fornos, veculos etc;
armazenamento adequado de materiais pulverulentos e/ou fragmentados, evitando a ao dos ventos; adequada limpeza do ambiente; utilizao
de processos, equipamentos, operaes, matrias-primas, reagentes e
combustveis de menor potencial poluidor.
Os equipamentos utilizados para controlar a poluio atmosfrica so os de controle de material particulado e de controle de gases e vapores.
Pulverulentos: Em disposio de p muito fino, facilmente levado com o vento.
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e-Tec BrasilAula 13 - O controle ambiental do ar 63
ResumoNesta aula constatamos que a atmosfera possui capacidade limitada de
autodepurao. Compreendemos tambm que para que a atmosfera possa
ser considerada limpa, o nvel mximo de poluentes constantes no deve
ocasionar efeitos indesejveis sobre a sade e o ambiente. Vimos ainda que
a principal fonte poluente para a atmosfera so os automveis, sendo que
a preveno da poluio do ar deve comear pela reduo dos poluentes
na fonte geradora e na adoo de aes estratgicas que promovam a
diminuio das emisses poluentes no ar.
Atividades de aprendizagem1. Faa uma pesquisa sobre os equipamentos de controle de material parti-
culado e de controle de gases e vapores. Faa uma descrio sucinta do
seu funcionamento.
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e-Tec Brasil65
Aula 14 Controle ambiental do solo
Um dos problemas ambientais que afetam diretamente as sociedades locais
e regionais a degradao do solo e a perda de fertilidade. Desta maneira,
nesta aula estudaremos os problemas relacionados degradao do solo,
bem como as medidas corretivas.
14.1 Problemas relacionados degradao do solo
Os principais problemas relacionados degradao do solo so: a eroso, a
desertificao, a salinizao ou saturao por excesso de gua na superfcie.
A contaminao do solo por agrotxicos ou metais pesados representa um
grande problema sociedade. A eroso o problema que mais afeta a
produtividade deste recurso natural de forma generalizada.
Figura 14.1: Degradao dos solos em escala planetriaFonte: http://2.bp.blogspot.com
O efeito da perda de solo e de sua fertilidade se d tanto pela reduo da
capacidade de produo, com perda de produtividade, como pela poluio
e assoreamento de rios e lagos. O assoreamento tem um elevado custo
econmico, quando prejudica a capacidade de gerao de energia de usinas
hidroeltricas, implicando em desgastes de suas turbinas, e necessidade de
dragagem de hidrovias, lagos e canais de irrigao (Souza, 2000).
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Conservao Ambientale-Tec Brasil 66
As estimativas de perdas de solo no mundo vo de moderadas a catastrficas
(figura14.1). De acordo com Programa das Naes Unidas para o Meio
Ambiente (PNUMA), nos ltimos 50 anos a atividade humana degradou de
forma moderada ou grave cerca de 1,2 bilho de hectares de terra (cerca de
12% da superfcie terrestre coberta por vegetao).
De acordo com Souza (2000), no Brasil no existem muitos dados sobre per-
das de solo. Alguns estudos realizados revelam que as estimativas de perdas
de solo variam entre 9,5 a 179 toneladas de solo hectare por ano (ha/a.).
O mesmo autor ao analisar a perda de solo no Brasil, apresenta importantes
informaes, destacando que:
Um estudo feito para o Vale do So Francisco estimou uma perda de
6,77 toneladas de solo por ha/a. A estimativa de custo dessa perda
de solo medida apenas em termos de reposio dos nutrientes, re-
sulta em um custo de cerca de US$ 32.16 por hectare/ano.
No Brasil, o uso inadequado do solo gera impactos negativos no ambiente e na economia. Segundo o IPEA (1997), as perdas de solo pela eroso
associada a uso agrcola e florestal imprimem um custo de cerca de US$ 5,9 bilhes anuais.
Figura 14.2: reas crticas eroso devido ao uso agrcola no BrasilFonte: http://www.geografiaparatodos.com.br
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e-Tec BrasilAula 14 - Controle ambiental do solo 67
A degradao do solo, portanto, alm de resultar em elevados custos para
as geraes presentes, tira a oportunidade de as geraes futuras obterem a
mesma produtividade na produo agrcola.
O solo tambm afetado por atividades no-agrcolas, como a minerao,
as obras de infra-estrutura, os assentamentos urbanos e industriais, entre
outras.
Os metais pesados utilizados pela indstria representam um risco sade
e ao meio ambiente, quando descartados de maneira inadequada. Vamos
analisar o quadro 14.1, que apresenta alguns metais pesados, sua origem e
os efeitos sobre a sade humana.
Quadro 14.1: Origem e efeitos dos metais pesados sobre a sade humanaMetais De onde vem Efeitos
AlumnioProduo de artefatos de alumnio; serralheria; soldagem de medicamentos (anticidos) e tratamento convencional de gua.
Anemia por deficincia de ferro; intoxicao crnica.
Arsnio Metalurgia; manufatura de vidros e fundio. Cncer (seios paranasais).
Cdmio Soldas; tabaco; baterias e pilhas. Cncer de pulmes e prstata; leso nos rins.
ChumboFabricao e reciclagem de baterias de autos; indstria de tintas; pintura em cermica; soldagem.
Saturnismo (clicas abdominais, tremores, fraqueza muscular, leso renal e cerebral).
Cobalto Preparo de ferramentas de corte e furadoras.Fibrose pulmonar (endurecimento do pulmo) que pode levar morte
CromoIndstrias de corantes, esmaltes, tintas, ligas com ao e nquel; cromagem de metais.
Asma (bronquite); cncer
Fsforo amareloVeneno para baratas; rodenticidas (tipo de inse-ticida usado na lavoura) e fogos de artifcio.
Nuseas; gastrite; odor de alho; fezes e vmitos fosforescentes; dor muscular; torpor; choque; coma e at morte
MercrioMoldes industriais; certas indstrias de cloro--soda; garimpo de ouro; lmpadas fluorescentes.
Intoxicao do sistema nervoso central
NquelBaterias; aramados; fundio e niquelagem de metais; refinarias.
Cncer de pulmo e seios paranasais
Fumos metlicosVapores (de cobre, cdmio, ferro, mangans, nquel e zinco) da soldagem industrial ou da galvanizao de metais.
Febre dos fumos metlicos (febre, tosse, cansao e dores musculares) - parecido com pneumonia
Fonte: CUT RJ/ Comisso de Meio Ambiente
A institucionalizao da conservao do solo complexa. Segundo o Mi-
nistrio do Meio Ambiente (2000), no existe definio clara de respon-
sabilidades dos rgos pblicos, considerando as esferas federal, estadual
e municipal. Portanto, o planejamento e o controle do recurso solo no
prioridade para os governos.
Para saber mais sobre a desertificao mundial acesse: http://dialogospoliticos.wordpress.com/2010/08/16/desertificacao-atinge-1-bilhao-de-pessoas-em-todo-o-mundo-aponta-onu/ e leia o texto Desertificao atinge 1 bilho de pessoas em todo o mundo, aponta ONU.
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Conservao Ambientale-Tec Brasil 68
ResumoNesta aula, vimos que os principais problemas relacionados degradao do
solo so: a eroso, a desertificao, a salinizao ou saturao por excesso
de gua na superfcie. Compreendemos que efeito da perda de solo e de sua
fertilidade se d tanto pela reduo da capacidade de produo, com perda
de produtividade, como pela poluio e o assoreamento de rios e lagos.
Vimos que a degradao do solo no est somente relacionada atividade
agrcola, a minerao tambm contribui para este fim.
Anotaes
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e-Tec Brasil69
So inmeros os setores que utilizam a gua no processamento de suas
atividades. Entre eles esto os seguintes: industrial, agrcola, energtico,
mineral e outros. Sabemos que, diferentemente do que se pensou at o final
do sculo XX, a gua no pode ser considerada um recurso natural renovvel
e infinito. Sua renovao depende do grau de influncia que sofre, portanto,
se no dada condio para a autodepurao, a gua pode se tornar finita.
Atualmente, j existem tecnologias capazes de despoluir a gua porm, ainda
no podem ser utilizadas em larga escala, pois seus custos so elevados. Desta
maneira, nos resta apenas a alternativa de conservar os recursos hdricos para
manter e melhorar a qualidade de vida em todo o planeta. Sendo assim, o
objetivo desta aula entender como isso possvel. Comearemos analisando
os conceitos fundamentais da gua.
15.1 Conceitos fundamentaisUm recurso natural indispensvel vida a gua. Assim como o solo e o ar,
esse recurso vem sendo degradado ao longo do tempo.
Antes de discutirmos este srio problema, vamos relembrar algumas
importantes informaes que, provavelmente voc j tenha conhecimento.
15.2 Ciclo hidrolgicoO movimento cclico da gua presente nos mares, rios e lagos para a
atmosfera e desta para os recursos hdricos chamado de ciclo hidrolgico,
conforme a figura 15.1.
Aula 15 Controle ambiental da gua
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Conservao Ambientale-Tec Brasil 70
Figura 15.1: O Ciclo HidrolgicoFonte: http://upload.wikimedia.org
15.3 Hidrologia A Hidrologia a cincia que estuda a ocorrncia e o movimento da gua no
planeta. Estuda a gua em seus diversos estados lquido, slido e gasoso
encontrados na atmosfera e na superfcie da Terra.
15.4 Distribuio e disponibilidade da gua no planeta
De todo o volume de gua presente na Terra, aproximadamente 97% est
concentrada nos mares e oceanos. Portanto, apenas 3% da gua doce, desse
total 70% est concentrada em geleiras e icebergs, 29% em lenis freticos, e somente 1% est disponvel em rios, lagos, solo e biota (figura 15.2).
Figura 15.2: Distribuio da gua no PlanetaFonte: http://proflilian5serie.do.comunidades.net
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e-Tec BrasilAula 15 - Controle ambiental da gua 71
Oito pases detm 60% do volume de gua disponvel para o consumo humano
- Brasil, Rssia, Indonsia, Peru, Colmbia, Estados Unidos, Canad, China.
Essa m distribuio dos recursos hdricos torna-se grave em 22 pases em
que a disponibilidade de gua por ano se aproxima da escassez, enquanto
outros 18 tm disponibilidade baixa. Existem ainda pases que j enfren-
tam a escassez da gua, no somente para o abastecimento domstico,
mas tambm para o desenvolvimento de suas atividades econmicas (Banco
Mundial, 1992).
O Brasil possui a maior disponibilidade de gua do mundo...
O Brasil possui a maior disponibilidade de gua do mundo, chegando a 13,8%
do deflvio mdio mundial. Vale lembrar que esse recurso mal distribudo
entre as cinco regies brasileiras. H uma inverso entre a disponibilidade
de gua e a populao absoluta. Na Regio Norte onde vivem apenas 7%
dos brasileiros esto dispostos cerca de 68% dos recursos hdricos do pas,
enquanto no Sudeste aproximadamente 43% da populao absoluta do
Brasil disponibiliza de apenas 6% desses recursos (BASSOI; GUAZELLI, 2004).
Figura 15.3: Disponibilidade de gua potvel no mundo em 2000.Fonte: UNEP, 2000.
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Conservao Ambientale-Tec Brasil 72
certo que a gua tem sido a base para o desenvolvimento do pas, pois
95% da energia eltrica provm de usinas hidreltricas, razo que explica
o grande interesse das companhias energticas pelos recursos hdricos. At
mesmo onde h escassez do recurso o crescimento estimado s custas da
degradao, principalmente atravs do lanamento inadequado de esgoto
domstico e efluentes industriais.
A partir do final dos anos 1970, diante do acelerado crescimento econmico
do pas, foram colocadas em prtica vrias aes de gerenciamento dos
recursos hdricos, mas foi somente com a promulgao da Constituio
Federal de 1988 que a gua passou a ser tema prioritrio nas agendas do
governo e das empresas. A Carta Magna determinou a instituio do Sistema
Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hdricos, alterando o Cdigo das
guas de 1934. Este foi instituido apenas em 1997, quando foi promulgada
a Lei Federal n.9.433 que definiu a Poltica de Recursos Hdricos do Brasil.
ResumoNesta aula vimos que o Brasil possui a maior disponibilidade de gua do
mundo, chegando a 13,8% do deflvio mdio mundial, contudo, h
uma inverso entre a disponibilidade de gua e a populao absoluta.
Percebemos que embora tenham sido colocadas em prtica vrias aes de
gerenciamento dos recursos hdricos a partir da dcada de 1970, foi somente
com a promulgao da Constituio Federal de 1988 que a gua passou a
ser tema prioritrio nas agendas do governo e das empresas.
Atividades de aprendizagemResponda as seguintes questes:
1. Qual a importncia de reduzir o desperdcio de gua no planeta?
2. Quais so suas atitudes cotidianas para reduzir o desperdcio da gua?
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e-Tec Brasil73
Embora muitas vezes no consigamos distinguir os diferentes tipos de
gua, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), estabelece uma
classificao indicando o consumo adequado para cada tipo. O objetivo desta
aula de conhecer esta classificao, bem como, entender como a gua
utilizada e ao mesmo tempo poluda. Vamos l!
16.1 Resoluo CONAMA 357/05 classificao das guas
No Brasil, a classificao das guas doces, salobras e salinas estabelecida
pela Resoluo CONAMA 357/05 conforme quadro a seguir:
DAS GUAS DOCES
Art. 4. As guas doces so classificadas em:
I. classe especial: guas destinadas:
b) ao abastecimento para consumo humano, com desinfeco;
c) preservao do equilbrio natural das comunidades aquticas;
d) preservao dos ambientes aquticos em unidades de conservao de proteo integral.
II. classe 1: guas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, aps tratamento simplificado;
b) proteo das comunidades aquticas;
c) recreao de contato primrio, tais como natao, esqui aqutico e mergulho, conforme Resoluo CONAMA no 274, de 2000;
d) irrigao de hortalias que so consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoo
de pelcula;
e) proteo das comunidades aquticas em Terras Indgenas.
Aula 16 Classificao, uso e poluio das guas
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Conservao Ambientale-Tec Brasil 74
III. classe 2: guas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, aps tratamento convencional;
b) proteo das comunidades aquticas;
c) recreao de contato primrio, tais como natao, esqui aqutico e mergulho, Conforme Resoluo CONAMA no 274, de 2000;
d) irrigao de hortalias, plantas frutferas e de parques, jardins, cam-pos de esporte e lazer, com os quais o pblico possa vir a ter contato
direto;
e) aquicultura e atividade de pesca.
VI. classe 3: guas que podem ser destinadas: