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    ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE UM SISTEMA DE LODOS ATIVADOS COM

    REATOR DE LEITO MVEL (MBBR)

    Bibiana Karina Hernndez Izquierdo

    DISSERTAO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAO DOS

    PROGRAMAS DE PS-GRADUAO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE

    FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSRIOS

    PARA A OBTENO DO GRAU DE MESTRE EM CINCIAS EM ENGENHARIA

    CIVIL.

    Aprovada por:

    ____________________________________________

    Prof. Jos Paulo Soares de Azevedo, Ph.D.

    ____________________________________________

    Prof. Eduardo Pacheco Jordo, Dr.Eng

    ____________________________________________

    Prof. Isaac Volschan Junior, D.Sc.

    ____________________________________________

    Prof. Geraldo Lippel SantAnna Junior, Dr.Eng.

    ____________________________________________

    Prof. Pedro Alem Sobrinho, D.Sc.

    RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

    DEZEMBRO DE 2006

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    IZQUIERDO, BIBIANA KARINA HERNNDEZ

    Estudo do Comportamento de um Sistema de

    Lodos Ativados com Reator de Leito Mvel

    [Rio de Janeiro] 2006.

    XV, 116 p. 29,7 cm

    (COPPE/UFRJ, M.Sc., Engenharia Civil,

    2006)

    Dissertao - Universidade Federal do

    Rio de Janeiro, COPPE

    1. Reator de Leito Mvel (MBBR)

    2. Qualidade da gua

    3. Lodos Ativados

    I. COPPE/UFRJ II. Ttulo ( srie )

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    Este trabalho dedicado aos meus pais, Hugo Alberto Hernndez Herdenes e

    Guadalupe Izquierdo de Hernndez, meu esposo, Fabio Orlando Surez Castrilln e

    a meu filho, Gabriel David Surez Hernndez.

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    Agradecimentos

    Muitos foram aqueles que contriburam de algum modo para a concluso deste

    trabalho. No entanto, algumas pessoas tiveram participao mais significativa nesta

    etapa de minha vida, sendo este o momento oportuno para registrar a minha enorme

    gratido a elas.

    Meu primeiro agradecimento dedicado ao Prof. Eduardo Pacheco Jordo, meu

    orientador, pelos conhecimentos transmitidos e pelo acompanhamento na produo da

    dissertao. Registro assim minha admirao por seu talento, seu conhecimento e sua

    inteligncia. Agradeo tambm ao meu orientador Prof. Jos Paulo Soares de

    Azevedo por todas as oportunidades oferecidas ao longo deste perodo de pesquisa.

    Gostaria tambm de agradecer de maneira muito especial o Eng. ngelo, diretor da

    empresa Ambio Engenharia, que foi um colaborador sempre presente nesta pesquisa.

    equipe do LEMA (Laboratrio de Engenharia do Meio Ambiente da Escola

    Politcnica da UFRJ) registro minha gratido por toda a dedicao e empenho durante

    o desenvolvimento do trabalho experimental.

    Ao Laboratrio da FIOCRUZ, em especial ao Wagner, ao Dr. Ernesto Hofer e Dr

    Ana Luca Lauria, agradeo pelo comprometimento durante o desenvolvimento do

    estudo bacteriolgico. Destaco tambm a Eng Simone Vendramel (Laboratorio de

    Poluio das guas PEQ/COPPE), pessoa que me orientou durante o estudo de

    protozorios. Ao PROSAB e ao CT-Hidro que colaboraram diretamente para a

    realizao da Estao de Tratamento (CETE/EFRJ) e as anlises nesta pesquisa.

    Meu reconhecimento aos operadores do Centro Experimental, Paulo Cesar e Marcelo,

    que com tanta responsabilidade e dedicao me ajudaram a encarar todos os

    problemas apresentados nesta pesquisa. Esses, alm de colegas de trabalho, se

    tornaram amigos.

    Agradeo aos colegas e funcionrios do LHC e DRHIMA e, em especial, a Iene por

    sua colaborao direta neste trabalho e por sua amizade. Deixo por fim minha sincera

    gratido a todas as pessoas que convivi durante o mestrado, por colaborarem to

    ricamente para minha aprendizagem aqui no Brasil.

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    Resumo da Dissertao apresentada COPPE/UFRJ como parte dos requisitos

    necessrios para a obteno do grau de Mestre em Cincias (M.Sc.)

    ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE UM SISTEMA DE LODOS ATIVADOS COM

    REATOR DE LEITO MVEL (MBBR)

    Bibiana Karina Hernndez Izquierdo

    Dezembro/2006

    Orientadores: Jos Paulo Soares de Azevedo

    Eduardo Pacheco Jordo

    Programa: Engenharia Civil

    O presente documento busca comparar a performance de um tratamento de Lodos

    Ativados convencional, operando sob condies tpicas, com um Sistema de Lodos

    utilizando Leito Mvel, incrementando sua vazo 2.5 vezes a mais da utilizada no

    tratamento de Lodos Ativados convencional, no qual se obteve eficincia de remoo

    para DQO entre 8893%, para DBO entre 88-94% e para SST entre 88-98%. O meio

    suporte usado nesta pesquisa de forma cilndrica, lisa na superfcie e com divises

    em sua parte interna. Suas dimenses so 23 mm de dimetro e 25 mm de altura. Amassa especfica de cada meio suporte encontra-se entre 0,99 e 1,00 g/cm3, sua rea

    de 0,0222 m2 e rea superficial ou de contacto equivalente a 443,50 m2/m3. O

    sistema foi instalado na unidade de lodos ativados do CETE/UFRJ, com vazo varivel

    de 0,39 a 0,95 L/s, tendo operado por 13 meses. Com o uso desta tecnologia (MBBR)

    foi possvel manter a mesma eficincia com aumento das vazes e com relaes A/M

    crescentes desde 0,20 a 1,00 d-1. Pode-se concluir nesta pesquisa que mesmo com o

    crescimento da relao A/M aproximadamente de 5 vezes, e da vazo de 2,5 vezes,

    manteve-se a mesma eficincia, o que significa grande economia no dimensionamentodo tanque de aerao.

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    Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

    requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

    Study of the performance of the activated sludge system with a moving bed biofilmreactor (MBBR).

    Bibiana Karina Hernndez Izquierdo

    Dezember/2006

    Advisors: Jos Paulo Soares de Azevedo

    Eduardo Pacheco Jordo

    Department: Civil Engineering

    The present dissertation seeks to compare the performance of a standard Activated

    Sludge treatment, operating under typical conditions, with that of a Sludge System

    using Moving Bed, increasing the original flow rate up to 2.5 times that employed in the

    standard activated sludge treatment. The resulting removal efficiencies for COD ranged

    from 88 to 93%, that of BOD removal from 88 to 94%, and that of TSS from 88 to 98%.

    The engineered plastic media (carriers) adopted in this research are cylindrical, have

    smooth surfaces and are baffled inside. They are 23 mm long and 25 mm high. The

    density of each carrier lies between 0.99 and 1.00 g/cm3, its area is 0.0222 m2 and its

    surface area or equivalent contact area is 443.50 m2/m3. The system was set up in the

    activated sludge unity of CETE/UFRJ, with variable flow rate ranging from 0.39 to 0.95

    L/s, and was in operation over 13 months. By using this technology (MBBR), it was

    possible to keep the same efficiency with increasing flow rates and increasing food-

    microorganism rates ranging from 0.20 to 1.00 day-1. It can be concluded, from the

    experimental results, that despite the approximately 5 times increase in the food-

    microorganism rate and the 2.5 increase in the flow rate, the same efficiency was kept,

    which means a substantial saving in the dimensioning of the aeration tank.

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    NDICE

    1. INTRODUO 01

    2. OBJETIVOS 022.1. Objetivo Geral 02

    2.2. Objetivos Especficos 02

    3. REVISO BIBLIOGRFICA 03

    3.1. Legislao Ambiental 03

    3.2. Legislaes Ambientais Estaduais 04

    3.3. Reator de Leito Mvel 06

    3.3.1. Breve histrico da tecnologia MBBR 06

    3.3.2. Princpios de funcionamento da tecnologia MBBR 07

    3.3.3. Parmetros clssicos operacionais 103.3.3.1. Tempo de deteno hidrulica 10

    3.3.3.2. Slidos em suspenso no tanque de aerao 11

    3.3.3.3. Matria Orgnica 14

    3.3.3.4. Carga Orgnica 15

    3.4. Desempenho do Processo MBBR 15

    4. METODOLOGIA 18

    4.1. Descrio da unidade experimental 18

    4.2. Caracterizao da unidade experimental 19

    4.2.1. Tratamento preliminar 194.2.2. Reator ou tanque de aerao 21

    4.2.3. Decantadores secundrios 21

    4.2.4. Sistema de recirculao 23

    4.3. Condies operacionais 25

    4.3.1. Fase preliminar 25

    4.3.2. Fase Experimental 25

    4.3.2.1. Fase A 26

    4.3.2.2. Fase B 26

    4.4. Caracterizao do meio suporte mvel (MBBR) 284.5. Monitoramento da unidade 32

    4.5.1. Perodo de monitoramento 32

    4.5.2. Sistema de amostragem 32

    4.5.3. Parmetros Fsico-Qumicos 33

    4.5.4. Clculo do ndice Volumtrico do Lodo (IVL) 33

    4.5.5. Clculo de slidos em suspenso no descarte do lodo em excesso 33

    4.5.6. Caracterizao da Vazo de Recirculao 34

    4.5.7. Parmetros microbiolgicos 34

    4.5.8. Anlises Estatsticas 384.6. Padres de Lanamento de Efluentes 39

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    5. RESULTADOS E DISCUSSO 40

    5.1. Estatstica descritiva 47

    5.1.1. Apresentao dos resultados 47

    5.1.2. Discusso dos resultados 70

    5.2. Slidos em Suspenso Totais e Volteis no Tanque de Aerao 715.2.1. Apresentao dos resultados 71

    5.2.2. Discusso dos resultados 73

    5.3. Determinao de parmetros no tanque de aerao 74

    (A/M, Td, IVL, IL e OD)

    5.3.1. Apresentao dos resultados 74

    5.3.2. Discusso dos resultados 77

    5.4. Anlise microbiolgica 78

    5.4.1. Apresentao dos resultados 78

    5.4.1.1. Protozorios e rotferos 785.4.1.2. Bactrias 81

    5.4.2. Discusso dos resultados 82

    5.4.2.1. Protozorios e rotferos 82

    5.4.2.2. Bactrias 82

    5.4.2.3. Organismos filamentosos 82

    5.5. Anlise de nutrientes 82

    5.6. Caracterizao do lodo de descarte 82

    5.6.1. Apresentao dos resultados 82

    5.6.2. Discusso dos resultados 835.7. Recirculao de Lodo 83

    5.7.1. Apresentao dos resultados 83

    5.7.2. Discusso dos resultados 83

    5.8. Relao ao atendimento aos padres de lanamento do efluente 84

    5.8.1. Apresentao dos resultados 84

    5.8.2. Discusso dos resultados 85

    6. CONCLUSES 86

    7. RECOMENDAES 88

    8. REFRENAS BIBLIOGRFICAS 89ANEXO A 94

    ANEXO B 103

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    LISTA DE ABREVIATURAS

    A/M Relao Alimento Microrganismo

    CETE-Poli/UFRJ Centro Experimental de Tratamento de Esgotos da EscolaPolitcnica da UFRJ

    COT Carbono Orgnico Total (mg/l)

    DBO Demanda Bioqumica de Oxignio (mg/l)

    DQO Demanda Qumica de Oxignio (mg/l)

    DQO a Demanda Qumica de Oxignio do afluente (mg/l)

    DBO e Demanda Bioqumica de Oxignio de eflunte (mg/l)

    DBO sol Demanda Bioqumica de Oxignio Solvel (mg/l)

    DP Desvio Padro

    Ho Hipteses Nula

    H1 Hipteses Alternativa

    IL Idade do Lodo (dia)

    IVL ndice Volumtrico do Lodo

    MBBR Reator de Leito Mvel (Moving Bed Biofilm Reactor)

    OD Oxignio Dissolvido (mg/l)

    Q Vazo (m3/s ou L/d)

    Qa Vazo do afluente (m3/s ou L/d)

    Q Vazo de descarte (m3/s ou L/d)

    SD30 Volume do lodo (ml) que se sedimenta num cone graduado de 1L, aps media hora em repouso

    So Concentrao de DBO5 afluente (mg/l)

    SS Concentrao dos Slidos em Suspenso (mg/l)

    SST Concentrao dos Slidos em Suspenso Totais (mg/l)

    SSTA Concentrao dos Slidos em Suspenso Totais no Tanque de

    Aerao(mg/l)

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    SSTa Concentrao dos Slidos em Suspenso Totais do afluente

    (mg/l)

    SSTe Concentrao dos Slidos em Suspenso Totais do efluente

    (mg/l)

    SSV Concentrao dos Slidos em Suspenso Volteis (mg/l)

    TA Tanque de Aerao

    TAmb Temperatura Ambiente

    TAS Taxa de Aplicao Superficial

    Td Tempo de Deteno Hidrulica (s)

    TL Teor de Slidos (mg/l)

    V Volume (m3)

    Xav Concentrao de Slidos em Suspenso Volteis no Tanque de

    Aerao (mg/l)

    Xuv Concentrao de Slidos em Suspenso Volteis no Descarte

    (mg/l)

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 3.1 Vantagens e desvantagens do processo de Lodos Ativados.

    Tabela 3.2 Condies de sedimentao de lodo segundo valores de IVL.

    Tabela 3.3 Eficincia de remoo mnima ou concentrao mxima de matria

    orgnica exigida.

    Tabela 3.4 Concentraes mximas permitidas para DQO, DBO e SST para

    diferentes estados Brasileiros.

    Tabela 4.1 Resumo das caractersticas das unidades do CETE Poli/UFRJ.

    Tabela 4.2 Caractersticas das Fases A e B

    Tabela 4.3 Nomenclatura das fases com relao as diferentes vazes.

    Tabela 4.4 Pontos de coleta.

    Tabela 4.5 Parmetros analisados nos diferentes pontos de coleta.

    Tabela 5.1 Resultados Mdios de concentraes (DQO, DBO e SST) da Fase

    Preliminar.

    Tabela 5.2 Resultados Mdios de concentraes (DQO, DBO e SST) da Fase A

    Tabela 5.3 Resultados Mdios de concentraes (DQO, DBO e SST) da Fase B

    Tabela 5.4 Valores mdios, mximos e mnimos de resultados complementares

    dentro do Tanque de Aerao.

    Tabela 5.5 Estatsticas descritivas das concentraes afluentes de DQO

    Tabela 5.6 Estatsticas descritivas das concentraes efluentes de DQO

    Tabela 5.7 Estatsticas descritivas das eficincias de DQO

    Tabela 5.8 Estatsticas descritivas das concentraes afluentes de DBO

    Tabela 5.9 Estatsticas descritivas das concentraes efluentes de DBO

    Tabela 5.10 Estatsticas descritivas das eficincias de DBO

    Tabela 5.11 Estatsticas descritivas das concentraes afluentes de DBO solvel

    Fase II

    Tabela 5.12 Estatsticas descritivas das concentraes afluentes de SST

    Tabela 5.13 Estatsticas descritivas das concentraes efluentes de SST

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    Tabela 5.14 Estatsticas descritivas das eficincias de SST

    Tabela 5.15 Resumo das concentraes de DQO e DBO afluentes e efluentes com

    MBBR (mg/l)

    Tabela 5.16 Clculo da mdia do coeficiente X para cada vazo da Fase BTabela 5.17a Resultados Mdios de SS no tanque de aerao na Fase A

    Tabela 5.17b Resultados Mdios de SS no tanque de aerao na Fase B

    Tabela 5.18 Clculo da massa de SSTA

    Tabela 5.19 Valores mdios de A/M, A/M equivalente e IVL na Fase A e B

    Tabela 5.20 Resultados estatsitcos do parmetro A/M e A/M equivalente

    Tabela 5.21 Resultados Td

    Tabela 5.22 Resumo valores mdios de OD

    Tabela 5.23 Resumo da classe predominante de protozorios e rotsfero

    Tabela 5.24 Resumo Bactrias detectadas nas anlises microbiolgicas

    Tabela 5.25 Anlises tpicas do lodo descartado

    Tabela 5.26 Mdias das concentraes (DQO, DBO e SST) e carga orgnica em

    cada nas Fases A e BTabela 5.27 Desempenho das unidades segundo diferentes vazes comparadas s

    legislaes estaduais.

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 3.1 Diferentes modelos de meios suportes para uso da tecnologia MBBR

    Figura 4.1 Fluxograma da CETE Poli/UFRJ.

    Figura 4.2 Fluxograma do processo de Lodos Ativados da CETE Poli/UFRJ.

    Figura 4.3a Entrada de esgoto e grade

    Figura 4.3b Caixa de areia ou desarenador

    Figura 4.4a Tanque de aerao

    Figura 4.4b Entrada do esgoto afluente e recirculao no tanque de aerao

    Figura 4.5a Decantador vazio

    Figura 4.5b Vista geral dos decantadores secundrios

    Figura 4.6 Defletor concntrico ou bafle

    Figura 4.7a Sada do efluente do decantador

    Figura 4.7b Medidor Parshall no decantador secundrio

    Figura 4.8a Vista geral do sistema de recirculao

    Figura 4.8b Sada da tubulao dos decantadores secundrios

    Figura 4.8c Chegada da tubulao a calha de concreto

    Figura 4.8d Entrada do lodo a calha de concreto

    Figura 4.8e Passagem do lodo pela calha parshall

    Figura 4.9a Meio suporte

    Figura 4.9b Tanque de 1 m3 preenchido com meio suporte

    Figura 4.10a Pesagem do meio suporte com biofilme aderido

    Figura 4.10b Meio Suporte na cpsula de porcelana

    Figura 4.10c Meio suporte dentro da estufa

    Figura 4.10d Meio suporte com biofilme seco

    Figura 4.10e Pesagem do meio suporte com biofilme aderido

    Figura 4.10f Pesagem do meio suporte sem biofilme

    Figura 4.11a Placa de Petri com amostra

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    Figura 4.11b Microscpio Hund Wetzlar

    Figura 4.11c Lentes de aumento

    Figura 4.12a Cmara de proteo biolgica ( Veco/Bio-protector 09)

    Figura 4.12b Placas de petri se semeadura

    Figura 4.12c Placas de petri com crescimento de bactrias

    Figura 4.12d Centrfuga ( Eppendorf/Centrifuge 5810R)

    Figura 5.1 Series Temporais - concentrao afluente-efluente DQO

    Figura 5.2 Series Temporais - concentrao efluente DQO

    Figura 5.3 Series Temporais - concentrao afluente-efluente DBO

    Figura 5.4 Series Temporais - concentrao efluente DBO

    Figura 5.5 Series Temporais - concentrao efluente DBO solvel

    Figura 5.6 Series Temporais - concentrao afluente-efluente SST

    Figura 5.7 Series Temporais - concentrao efluente SST

    Figura 5.8 Series Temporais das eficincias DQO

    Figura 5.9 Series Temporais das eficincias DBO

    Figura 5.10 Series Temporais das eficincias SST

    Figura 5.11 Grfico Box-Wiskersda DQO afluente

    Figura 5.12 Grfico Box-Wiskersda DQO efluente

    Figura 5.13 Grfico Box-Wiskersdas eficincias de DQO

    Figura 5.14 Grfico Box-Wiskersda DBO afluente

    Figura 5.15 Grfico Box-Wiskersda DBO efluente

    Figura 5.16 Grfico Box-Wiskersdas eficincias de DBO

    Figura 5.17 Grfico Box-Wiskersda DBO solvel Fase B efluente

    Figura 5.18 Grfico Box-Wiskersda SST afluente

    Figura 5.19 Grfico Box-Wiskersda SST efluente

    Figura 5.20 Grfico Box-Wiskersdas eficincias de SST

    Figura 5.21 Porcentagem de remoo mdia, 75% e 90% em relao as fases para

    DQO

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    Figura 5.22 Porcentagem de remoo mdia, 75% e 90% em relao s fases para

    DBO

    Figura 5.23 Porcentagem de remoo mdia, 75% e 90% em relao s fases para

    SST

    Figura 5.24 Serie Temporal do coeficiente X na Fase B

    Figura 5.25 Concentrao afluente, mg DBO/l Vs Taxa de Aplicao Orgnica

    utilizando o MBBR, g DBOa/m2d

    Figura 5.26 Remoo de DQO ( % ) Vs Taxa de Aplicao Orgnica com MBBR,

    g DBOa/m2d

    Figura 5.27 Concentrao efluente, mg DBO/l Vs Taxa de Aplicao Orgnica com

    MBBR, g DBOa/m2d

    Figura 5.28 Remoo de DBO ( % ) Vs Taxa de Aplicao Orgnica com MBBR,

    g DBOa/m2d

    Figura 5.29 A/M Vs Taxa de Aplicao Orgnica com MBBR, g DQOa/m2d

    Figura 5.30 A/M Vs Taxa de Aplicao Orgnica com MBBR, g DBOa/m2d

    Figura 5.31 A/M Vs Remoo de DQO

    Figura 5.32 A/M Vs Remoo de DBOFigura 5.33 Comparao entre SST e SST equivalentes no Tanque de Aerao com

    MBBR

    Figura 5.34 Comparao entre SSV e SSV equivalentes no Tanque de Aerao

    com MBBR

    Figura 5.35 Sries Temporais de IVL nas fases

    Figura 5.36 Sries Temporais de A/M (Fase A e B) e A/M equivalente (Fase B)

    Figura 5.37 Grfico Box-Wiskersde A/M para as Fases

    Figura 5.38 Metazorio: Classe Rotfera

    Figura 5.39 Protozorio: Classe Ciliado Penduculado (Epistylis)

    Figura 5.40 Protozorio Ameba

    Figura 5.41 Protozorio: Ciliados livres Natantes

    Figura 5.42 Protozorio: Classe Mastigophora

    Figura 5.43 Metazorio: Classe Nematoda

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    1

    1. INTRODUO

    Ao fim do sculo XIX e incio do sculo XX, o estudo do tratamento biolgico de

    esgotos estava apenas iniciando, dando-se maior nfase aos processos de filtraobiolgica. Ento, entre 1913 e 1914, surgiu um novo processo de tratamento biolgico

    que utilizava biomassa suspensa, chamado Lodos Ativados. Tal tecnologia era capaz

    de produzir efluentes claros, lmpidos, sem odor e de alta qualidade.

    Esse processo, atualmente adotado em praticamente todo o mundo, evoluiu e

    estimulou novas pesquisas que buscavam otimiz-lo com vistas a aumentar sua

    capacidade de tratamento e mantendo as eficincias de remoo de matria orgnica

    e nutrientes, sem necessidade de se realizarem obras civis nas estaes jimplantadas. Surgiu, ento, na Noruega, a tecnologia denominada Moving Bed Biofilm

    Reactor, mais conhecida como MBBR ou Reator de Leito Mvel, empregada h mais

    de dez anos nos pases europeus.

    Apesar de pesquisas comprovarem o excelente desempenho do MBBR na remoo

    de matria orgnica, observa-se que a aplicao do processo ainda incipiente no

    Brasil.

    O presente trabalho tem como principal objetivo estudar o desempenho dessa

    tecnologia, utilizando meios suporte de maiores dimenses que quelas conhecidas

    no comrcio internacional, sob condies climticas tpicas e elevada vazo de esgoto

    aplicada a uma unidade de lodos ativados existente. A pesquisa desenvolveu-se

    segundo duas diferentes fases: (i) caracterizao do processo de Lodos Ativados de

    Aerao Prolongada em funcionamento no Centro Experimental de Tratamento de

    Esgoto CETE-Poli/UFRJ (Fase I); (ii) implementao da tecnologia MBBR, com a

    insero de 10% e 20% de recheio no tanque de aerao do processo de Lodos

    Ativados existente e aumento de vazo em at 2,5 vezes quela aplicada na Fase A

    (Fase B).

    No presente trabalho as denominaes de Reator de Leito Mvel ou MBBR sero

    utilizadas como sinnimos para referncia da tecnologia. A utilizao dessa ltima

    mais comum, sendo essa sigla reconhecida por estudiosos do mundo inteiro.

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    2

    2. OBJETIVOS

    2.1. Objetivo Geral

    Avaliar o desempenho de uma unidade de tratamento de Lodos Ativados utilizando a

    tecnologia MBBR quando comparada ao processo de Lodos Ativados de Aerao

    Contnua.

    2.2. Objetivos Especficos

    Avaliar o comportamento de um Sistema de Lodos Ativados de Aerao

    Contnua sob uma determinada relao de A/M.

    Nas mesmas condies anteriores, avaliar o comportamento do Sistema de

    Lodos Ativados aps preenchimento parcial com meio suporte, transformando-

    o em Sistema de Leito Mvel (MBBR).

    Avaliar o comportamento do Sistema MBBR quando so aplicadas diferentes

    vazes, cargas no reator biolgico, crescentes taxas de escoamento superficial

    no decantador e diferentes relaes A/M.

    Para as condies anteriores, verificar o crescimento microbiolgico, atravs

    de observaes preliminares dos principais microrganismos presentes e

    eventual intumescimento do lodo (bulking).

    Verificar a formao do biofilme no meio suporte e sua influncia no processo

    de tratamento.

    Comparar os resultados obtidos com os principais parmetros legais de

    lanamento nos estados de Rio de Janeiro, So Paulo e Minas Gerais.

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    3. REVISO BIBLIOGRFICA

    3.1 Legislao Ambiental

    Por causa da escassez de gua a lei federal n 6938/81 define a POLTICA

    NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, que discorre sobre o uso racional dos recursos

    ambientais.

    A POLTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE est constituda da seguinte maneira:

    SISNAMA (SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE): encarregado de coordenar,

    por meio do Sistema Nacional de Informaes sobre o Meio Ambiente (SISNAMA), o

    intercmbio de informaes entre os rgos a ele integrados, permitindo a obteno

    de subsdios necessrios tomada de decises na rea.

    CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente): rgo consultivo e deliberativo do

    SISNAMA.

    SEMA (Secretaria do Meio Ambiente): rgo de poder executivo que tem como

    finalidade planejar, coordenar, supervisionar e executar aes governamentais

    relacionadas aos recursos do meio ambiente, visando o fortalecimento da economiado Estado e a melhoria da qualidade de vida de sua populao.

    IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis):

    rgo executor das leis ambientais no Brasil.

    A fiscalizao e o controle dos critrios, normas e padres de qualidade ambiental

    cabem aos estados e municpios, atravs dos rgos estaduais ou municipais,

    encarregados de aplicar as normas tanto federais como estaduais e municipais; tal o

    caso da FEEMA (Fundao Estadual de Engenharia do Meio Ambiente no Rio deJaneiro), da FEAM (Fundao Estadual do Meio Ambiente em Minas Gerais) e outros

    organismos.

    Os critrios e padres de qualidade da gua so desenvolvidos em funo do uso das

    guas. No Brasil, a resoluo CONAMA n 357 de 17/03/05 dispe sobre a

    classificao dos corpos dgua e fornece diretrizes ambientais para o seu

    enquadramento, bem como estabelece as condies e os padres de lanamento de

    efluentes aos corpos receptores.

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    3.2 Legislaes Ambientais Estaduais

    As legislaes ambientais de cada estado permitem estabelecer, em complementao

    legislao federal, limites aos parmetros principais que controlam os lanamentos

    de efluentes nos diversos corpos dgua. Entre os principais parmetros considerados,

    tem-se: DBO, DQO e SST.

    Na presente dissertao, alm da legislao do estado do Rio de Janeiro (onde foi

    desenvolvido o trabalho) sero mencionadas outras legislaes, como as de Minas

    Gerais e So Paulo, estados vizinhos ao Rio de Janeiro e de grande importncia na

    rea ambiental.

    No estado do Rio de Janeiro encontra-se em vigor a Diretriz DZ-215R-3, que controla

    as cargas orgnicas biodegradveis em efluentes lquidos de origem no industrial;essa diretriz estabelece exigncias de controle de poluio das guas enfocadas para

    os nveis mnimos de remoo de carga orgnica, baseados em nveis de tecnologia

    existentes, independente da capacidade assimilativa dos corpos receptores. Alm

    dessas, prev exigncias adicionais sempre que for necessria a compatibilizao dos

    lanamentos com os critrios e padres de qualidade de gua, estabelecidos para o

    corpo receptor, segundo seus usos benficos e classes que agrupam determinados

    usos preponderantes (CONAMA n 357).

    A DZ-215R-3 estabelece uma relao para eficincia de remoo mnima ou

    concentrao mxima permitida de DBO e SST (RNFT) com a carga orgnica bruta,

    como parmetro de lanamento, conforme tabela abaixo.

    Tabela 3.1 Eficincia de remoo mnima ou concentrao mxima de matriaorgnica exigida

    Concentraes MximasPermitidas

    (mg/l)Carga Orgnica Bruta (C)(Kg DBO/dia)

    Eficincia Mnima deRemoo

    (%) DBO RNFT

    C 5 30 180 180

    5 < C 25 60 100 100

    25 < C 80 80 60 60

    C > 80 85 40 40

    Fonte: DZ-215.R-3 FEEMA/RJ

    O estado de Minas Gerais encontra-se amparado pela Deliberao Normativa COPAMn 10, de 16 de dezembro de 1986, cujo rgo estadual de gesto do meio ambiente -

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    FEAM, estabelece normas e padres para qualidade das guas e lanamento de

    efluentes nos corpos receptores.

    Para os parmetros de maior importncia (DBO, DQO, SST) no presente estudo, a

    COPAM N 10 define como valores mximos:

    DBO 60 mg/l (Com tolerncia de 80%)

    DQO 90 mg/l

    SST100 mg/l (diria) ou

    60 mg/l (mdia aritmtica mensal)

    No estado de So Paulo, encontra-se em vigor o Decreto n 8468 que aprova oregulamento da Lei n 997, de 31 de maio de 1976, supervisionado pela Companhia

    Estadual de Tecnologia de Saneamento Bsico e de Defesa do Meio Ambiente

    CETESB. Essa lei dispe sobre a preveno e o controle da poluio do meio

    ambiente.

    O Decreto N 8468 prev concentrao mxima permitida para lanamento de

    efluentes em corpos dgua receptores, somente de DBO, cuja concentrao pode ser,

    no mximo, de 60mg/l, podendo esse valor ser ultrapassado somente no caso deefluentes de sistema de tratamento de guas residurias que reduzam a DBO em no

    mnimo 80%.

    Apresenta-se um quadro resumo das concentraes mximas permitidas para

    diferentes parmetros, para os estados citados.

    Tabela 3.2 Concentraes mximas permitidas para DQO, DBO e SST, para

    diferentes estados brasileiros

    Concentraes Mximas PermitidasEstado Legislao

    DQO (mg/l) DBO (mg/l) SST (mg/l)

    RJ DZ-215 - 40 180 (a) 40 180 (a)

    MG COPAM n 10 90 (b) 60 (c) 60/100 (d)

    SP Decreto 8468 - 60 (e) -

    (a) Valor varivel de acordo com a carga orgnica afluente ao sistema de tratamento(b) Concentrao mxima permitida ou eficincia mnima de 90%(c) Concentrao mxima permitida ou eficincia mnima de 85%

    (d) 60 mg/l de concentrao mdia aritmtica mensal ou 100 mg/l de concentrao mxima diria(e) Concentrao mxima permitida ou eficincia mnima de 80%

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    Existem restries para casos especiais em alguns estados mencionados, a saber:

    No Rio de Janeiro para cargas poluidoras de 80 kg DBO/d e uma populao

    em torno de 1500 habitantes, a concentrao mxima permitida de DBO de

    40 mg/l.

    O estado de Minas Gerais prev um limite para DQO fixado em 90 mg/l e, de

    acordo com a Deliberao Normativa COPAM n32, de 18 de dezembro de

    1998, Artigo 15, alnea h, esse limite para DQO s poder ser ultrapassado

    no caso do sistema de tratamento de guas residurias reduzir a carga

    poluidora de efluente em, no mnimo, 90%.

    Vale mencionar que o Rio de Janeiro o nico estado entre os pesquisados que fixa

    os valores de acordo com a carga orgnica bruta, fornecendo dessa forma maior

    flexibilidade s empresas envolvidas no tratamento de guas residuais.

    3.3 Reator de Leito Mvel (Moving Bed Biofilm Reactor- MBBR)

    3.3.1 Breve Histrico da tecnologia MBBR

    Em 1988 as autoridades de Controle de Poluio da Noruega recomendaram o

    desenvolvimento de um projeto de estaes pequenas de tratamento de esgoto com

    grande capacidade de tratamento, baseando-se em processos biolgicos e qumicos.Esse interesse visava aproveitar a maioria das estaes existentes (aproximadamente

    70% do total existente), j que elas eram de pequeno porte (leia-se estaes que

    tratavam o esgoto para uma populao de 50 a 2000 pessoas).

    Tomando o mencionado anteriormente como referncia comea-se a trabalhar com

    diferentes cenrios de biofilmes aderidos a um meio suporte no interior do reator.

    Esses tratamentos eram combinados com pr-tratamentos de grandes tanques

    spticos e ps-tratamento com uso de reagentes qumicos que faziam o papel decoagulantes. Ento, uma companhia da Noruega (Kaldnes Miljoteknologi) desenvolveu

    uma tecnologia chamada Reator de Leito Mvel, tambm conhecida como MBBR

    (Moving Bed Biofilm Reactor). Esse trabalho contou com a ajuda da Fundao de

    Pesquisa Cientfica e Industrial para Cincia e Tecnologia, da Universidade da

    Noruega (SINTEF) (RUSTEN et al, 1998); a qual leva em conta a recomendao feita

    pela autoridade do estado. Sua experincia foi realizada em 1992, durante o outono,

    em duas estaes existentes (ODEGAARD et al, 1993). Os resultados desse trabalho

    demonstraram bom desempenho do MBBR, devido principalmente otimizao dacapacidade do reator, aproveitando-se o volume j construdo da unidade. Em relao

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    aos nutrientes (N e P) requeria-se maior quantidade de recheio como meio suporte no

    reator ou a execuo de outros processos para facilitar a remoo de nutrientes,

    como, por exemplo, a f loculao. (OBEGAARD et al, 1993; ODEGAARD, 2006).

    3.3.2 Princpio de Funcionamento da Tecnologia MBBRA Tecnologia MBBR pode ser caracterizada como uma variante do processo de Lodos

    Ativados. Trata-se, portanto, de um processo biolgico de tratamento de esgoto,

    aplicvel para despejos domsticos e industriais. As unidades que fazem parte desse

    processo so:

    Tanque de aerao ou reator

    Tanque de decantao ou decantador

    Sistema de recirculao e de descarte do lodo

    O Processo de Lodos Ativados consiste em, primeiramente, fazer passar o esgoto

    afluente por um tratamento primrio (gradeamento, caixa de areia e decantao

    primria) e, depois, submet-lo aerao com lodo ativado produzido em um reator

    biolgico. A ocorrero as reaes bioqumicas de degradao da matria orgnica

    carboncea e, em algumas condies, da parcela nitrogenada. O tempo de reteno

    do reator deve permitir uma relao adequada entre carga orgnica emicroorganismos no tanque de aerao (relao A/M) e uma idade de lodo - tempo de

    reteno celular - apropriada. Esse efluente , ento, encaminhado para o decantador

    secundrio onde, atravs de sedimentao, sero depositados no fundo os flocos ou

    slidos que tero se desenvolvido e floculado no reator.

    A maior parte desses slidos ser recirculada para o reator, aumentando a biomassa

    no mesmo; esse processo o responsvel pela eficincia do sistema. A outra parte de

    slidos sedimentados, denominada lodo em excesso, ser retirada do processo. Oesgoto que verte na superfcie do decantador pela canaleta o efluente j tratado.

    Segundo JORDO & PESSOA (2005) o Lodo Ativado o floco produzido no

    tratamento do esgoto bruto ou decantado, devido o crescimento de bactrias zooglias

    ou outros organismos e a presena de oxignio dissolvido, e acumulado em

    concentrao suficiente graas ao retorno de outros flocos previamente formados.

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    Vale ressaltar que esse processo apresenta algumas vantagens e desvantagens em

    relao a outros processos; dentre as principais, descritas por JORDO & PESSOA

    (2005), esto:

    Tabela 3.3 Vantagens e desvantagens do processo de Lodos Ativados

    VANTAGENS DESVANTAGENS

    Maior eficincia no tratamento Operao mais delicada

    Maior flexibilidade na operao Necessidade de completo controle delaboratrio

    Menor rea ocupada em relao filtraobiolgica e lagoas

    Custo maior de operao em relao ao filtrobiolgico

    O funcionamento da Tecnologia MBBR consiste em introduzir, no tanque de aerao

    de um processo de Lodos Ativados, peas plsticas cilndricas (meios de suporte), que

    ficaro flutuando e movimentando-se dentro dele. s peas plsticas ficar aderida

    uma biomassa, ou biofilme, que permitir o aumento da massa e da concentrao de

    slidos no tanque de aerao, sendo possvel obter-se uma concentrao de slidos

    disponveis no tanque de aerao superior que se mantm apenas em suspenso,

    permitindo melhor eficincia do processo e utilizando um mesmo volume de reator.

    O material utilizado para sua fabricao polietileno, cuja densidade varia de acordo

    com o fabricante. Segundo PASTORELLI et al. (1997) a densidade deve ser menor

    que 1g/cm3. ODEGAARD et al (1994) prope que as dimenses dos cilindros com

    densidade de 0,95 g/cm3 sejam: dimetro entre 10 e 20 mm; largura entre 7 e 30 mm.

    Apresentam-se, na figura 3.1, alguns tipos de meio suporte utilizados, atualmente, no

    MBBR (ODEGAARD et al, 1993; ODEGAARD et al, 1994; RUSTEN et al, 1998;

    ANDREOTTOLA et al, 2000).

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    No presente estudo foi usado um meio suporte fabricado pela empresa AMBIO,

    detalhado no item 4.4 adiante, cujas dimenses so: 23 mm de dimetro e 25 mm de

    altura.

    O conceito bsico para a introduo desses pequenos meios suporte no tanque de

    aerao obter maior rea de superfcie para o crescimento de biofilme ou biomassa

    nessa unidade. Assim, em volumes menores de reator biolgico, aumentar-se-ia a

    atividade biolgica e promover-se-ia alto tempo de reteno celular. Desse modo,

    facilita-se o aumento da capacidade de remoo de matria orgnica e nitrogenada.

    Para saber a quantidade adequada de meios suporte que se deve introduzir no tanque

    de aerao, preciso conhecer a superfcie especfica potencial de crescimento do

    biofilme, o que depende do tamanho e do desenho da pea. usual referir-se

    quantidade de peas a adicionar no tanque de aerao como um percentual do seu

    volume. Segundo estudos feitos por ODEGAARD et al (1993); ODEGAARD et al

    (1994); RUSTEN et al (1998); ANDREOTTOLA et al(2000), o mximo que deve ser

    adicionado em um tanque de aerao 70% do seu volume. ODEGAARD et al(1994)

    introduziu em seus estudos 70% de meios suporte no tanque de aerao, sendo a

    rea especfica da pea de 500m2/m3, portanto, a rea mxima efetiva especfica de

    criao de biofilme de 350m2/m3 de tanque.

    O percentual adicionado, em termos de volume do tanque de aerao, e a superfcie

    especfica de cada pea, indicam a rea total disponvel para criao do biofilme.

    Assim, assume grande importncia a superfcie especfica da pea, sendo usual

    Figura 3.1 Diferentes modelos de meio

    suporte para uso da tecnologia MBBR

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    encontrarem-se valores na faixa de 335 a 350 m2/m3 para 70% do volume

    (ODEGAARD, 2006).

    Dentre as principais vantagens da tecnologia de Leito Mvel (MBBR) tem-se ento:

    Permite o uso de sistemas reduzidos e compactos.

    No se observa colmatao das peas, como pode acontecer nos leitos

    fixos, evitando saturao do sistema.

    Permite a supresso da etapa de recirculao do lodo.

    Apresenta menor sensibilidade aos picos de carga hidrulica e orgnica.

    Apresenta menor sensibilidade s variaes de pH e de temperatura.

    Apresenta menor custo operacional.

    Permite a reduo do custo de implantao.

    Apresenta-se como soluo para upgradeem ETEs existentes.

    3.3.3 Parmetros Clssicos Operacionais

    Como a tecnologia MBBR funciona dentro de um processo de Lodos Ativados

    Convencional ou de Aerao Prolongada, os parmetros operacionais de controle de

    qualidade do efluente so os mesmos, alterando-se, no entanto, suas faixas usuais de

    aplicao. Na continuao so mencionados os principais parmetros e os aspectos

    interferentes na tecnologia MBBR.

    3.3.3.1 Tempo de Deteno Hidrulica (Td)

    O tempo de deteno hidrulica a relao entre o volume do reator e a vazo do

    esgoto afluente.

    Td = V/Q

    Onde:

    V = volume do reator ou tanque de aerao

    Q= vazo afluente

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    3.3.3.2 Slidos em Suspenso no Tanque de Aerao (SSTA ou Xa)

    O controle dos SSTA de grande importncia j que representa a biomassa no reator

    e um parmetro selecionado no projeto para a operao do sistema.

    Segundo a Norma ABNT 570, a concentrao de slidos em suspenso no interior dotanque de aerao deve estar compreendida entre 1500 e 6000 mg/l.

    Os principais parmetros que sofrem variao no processo de Lodos Ativados esto

    descritos a seguir.

    Relao Alimento / Microrganismo (A/M)

    Essa relao mede a razo entre o alimento presente no esgoto afluente ao reator e

    os organismos. um parmetro de grande importncia no controle operacional do

    tratamento por lodos ativados, tambm utilizado no dimensionamento desse processo.

    A equao para calcular a relao A/M :

    A/M = Q.So / (V.Xav)

    Onde:

    Q = vazo do afluente

    So = Concentrao de DBO5 afluente

    V = Volume reator

    Xav = Concentrao dos SSV no reator

    O aumento de Xav tambm influencia esse parmetro, devido ao fato de existir um

    aumento de biomassa dentro do tanque, gerando, dessa forma, maior capacidade de

    recebimento de substrato e, conseqentemente, beneficiando o aumento da

    quantidade de esgoto a tratar.

    Segundo a Norma ABNT-570, a relao A/M deve ser encontrada entre 0,07 e 1,1 Kg

    DBO5 / Kg SSVTA.d.

    Idade do Lodo ou Tempo de Residncia Celular (IL)

    Representa o tempo mdio que uma partcula em suspenso permanece sob aerao

    (JORDO & PESSOA,2005). Pode ser calculado atravs da relao entre a massa de

    slidos no sistema e a massa de slidos retirada do sistema, por unidade de tempo.

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    IL = Xav.V / (Xuv.Q)

    Onde:

    Xav = Concentraes de Slidos em Suspenso Volteis no reator.

    V = Volume do reator.

    Q = Vazo de descarte.

    Xuv = Concentraes de Slidos em Suspenso Volteis no descarte.

    Tipicamente o processo de Lodos Ativados convencional tem como valores de IL entre

    5 e 15 dias. Estudos apresentados com MBBR por RUSTEN et al(1998) obtiveram IL

    at 6,4 dias. Segundo a Norma ABNT 570, a IL deve estar compreendida entre 2 e 40

    dias.

    Condies Relativas do Lodo

    A qualidade do floco formado exerce um papel fundamental no processo de

    sedimentao e adensamento no decantador secundrio, porquanto a sedimentao

    uma operao fsica de separao de partculas slidas com densidade superior do

    lquido circulante. Por tal razo os decantadores secundrios so a ltima unidade do

    sistema, j que eles so responsveis por um efluente lmpido, com baixa turbidez emenor concentrao de slidos em suspenso e de DBO, e mesmo de nutrientes

    (SPERLING, 1996).

    Para fins de controle operacional, os decantadores e o reator devem ser analisados

    conjuntamente, visto que as duas unidades so partes integrantes e indissociveis da

    etapa biolgica de tratamento.

    A concentrao do teor de slidos (TL - teor de lodo) no reator pode ser determinada

    atravs do cone Imhoff, que define o volume de lodo (em ml) que sedimenta num cone

    graduado de um litro, aps meia hora em repouso (SD30).

    Existem alguns ndices de lodo usados como ferramenta de controle do processo e

    sedimentabilidade do lodo, com o objetivo de avaliar o seu comportamento na fase

    biolgica. O ndice mais usado o ndice Volumtrico do Lodo(IVL), que significa o

    volume, em mililitros, ocupados por um grama de lodo aps uma sedimentao de

    trinta minutos. Pode ser definido como a razo entre SD30min e sua concentrao no

    tanque de aerao.

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    IVL = SD30min / Xa

    Onde:

    SD30min = volume de lodo (em ml) que sedimenta num cone graduado de um litro, aps

    meia hora em repouso (mg/l).

    Xa = Slidos em suspenso no reator.

    Segundo SPERLING (1994a e 1994b), FRES E SPERLING (1995) e FRES (1996),

    os diferentes valores do IVL correspondem a diversas condies de sedimentao de

    lodo, conforme mostra a tabela 3.4.

    Tabela 3.4 Condies de sedimentao de Lodo, segundo valores de IVL

    SEDIMENTAO IVL (ml/g)

    tima 0 50

    Boa 50 100

    Mdia 100 200

    Ruim 200 300

    Pssima > 300

    Por outro lado, JORDO & PESSOA (2005) indicam que os valores do IVL entre 40 e

    150 ml/g apresentam, geralmente, lodo de boa qualidade e os valores superiores a

    200 ml/g indicam menor qualidade do lodo (slidos muito leves); por esse motivo, sua

    sedimentao no boa.

    Com a tecnologia MBBR o IVL sofreria uma considervel diminuio devido

    ocorrncia de uma maior quantidade de slidos no tanque, incluindo a massa aderida,

    obtendo dessa forma um menor valor do IVL. No obstante, como o IVL calculado

    com a relao entre o volume de slidos que sedimenta no Cone Imhoff ou na proveta

    graduada, e a concentrao de SS nesse mesmo cone ou proveta, a concentrao de

    slidos a ser tomada no clculo do IVL a de Slidos em Suspenso no tanque de

    aerao.

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    3.3.3.3 Matria Orgnica

    A matria orgnica a principal causa de poluio das guas, devido ao consumo de

    oxignio dissolvido pelos microrganismos para realizar, atravs de processos

    metablicos, sua degradao.

    Existem dois mtodos indiretos para quantific-la: o primeiro atravs da medio de

    oxignio usando como parmetros a Demanda Qumica de Oxignio (DQO), a

    Demanda Bioqumica de Oxignio (DBO) e Oxignio Dissolvido (OD); o segundo

    mtodo atravs da medio de Carbono Orgnico Total (COT).

    Os parmetros controladores mais utilizados para verificar a eficincia de remoo de

    matria orgnica no processo de Lodos Ativados esto descritos a seguir.

    Demanda Qumica de Oxignio (DQO)

    Mede o consumo de oxignio ocorrido durante a oxidao qumica da matria

    orgnica. Segundo VON SPERLING (1997), a eficincia de remoo para esse

    parmetro na modalidade de Lodos Ativados Convencional pode estar entre 85 e 90%

    e na modalidade de Aerao Prolongada entre 90 e 95%.

    Demanda Bioqumica de Oxignio (DBO)

    Esse parmetro retrata a quantidade de oxignio requerida para estabilizar,

    biologicamente, a matria carboncea, a 20C, aps 5 dias. A DBO usada como

    parmetro bsico para o dimensionamento de uma estao de tratamento de esgoto.

    A DBO efluente total do processo de Lodos Ativados composta pela DBO solvel e

    pela DBO particulada ou em suspenso.

    Segudo VON SPERLING (1997), a eficincia de remoo para esse parmetro na

    modalidade de Lodos Ativados Convencional est entre 85 e 95% e na modalidade de

    Aerao Prolongada entre 93 e 98%.

    Oxignio Dissolvido (OD)

    Tal como no processo de Lodos Ativados Convencional, a aerao cumpre um papel

    importante na aplicao da tecnologia MBBR; primeiro por manter em movimento o

    meio suporte adicionado no tanque e, segundo, por proporcionar o oxignio

    necessrio para manter ativa a biomassa no tanque.

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    Segundo a Norma ABNT 570, a concentrao de Oxignio Dissolvido no tanque de

    aerao a ser considerada no dimensionamento do equipamento de aerao deve ser

    de 1,5 mg/l, nos casos onde a idade do lodo superior a 18 dias, e 2,0 mg/l quando a

    idade do lodo for inferior a 18 dias.

    3.3.3.4 Carga Orgnica

    A Carga Orgnica a concentrao de matria orgnica (DQO ou DBO) multiplicada

    pelo volume, por unidade de tempo. Para a tecnologia MBBR, possvel relacionar a

    carga orgnica rea de superfcie de contato do meio de suporte. A unidade de

    referncia ser carga orgnica dividida pela rea de contato, dada em mg de DQO ou

    DBO/m2.d.

    3.4 Desempenho do Processo MBBRBORGHEI & HOSSEINI (2004) trabalharam com dois MBBR com volume unitrio igual

    a 22 litros, preenchido com meio suporte de densidade e superfcie especfica igual a

    0,96 g/cm e 350 m/m, respectivamente. Os tempos de deteno utilizados foram: 8,

    12, 16, 20, 24 horas. A maior eficincia de remoo de DQO, equivalente a 96%, foi

    obtida para Td de 8 horas. Para as cargas orgnicas volumtricas (COV) aplicadas de

    0,044 kg DQO/m3.d e 0,0088 kg DQO/m3.d a eficincia de remoo da DQO foi de

    75% e de 96%, respectivamente. A concentrao de OD nesse trabalho manteve-se

    em torno de 4,5 mg/l.

    WANG et al (2006) utilizou no seu estudo em escala de laboratrio um MBBR de

    volume efetivo igual a 13 litros, a uma temperatura controlada entre 18 e 20C. A

    razo entre o volume do meio suporte e o volume do reator foi de 50%. A densidade

    desses meios suporte estava compreendida entre 0,95 e 0,99 g/cm e sua superfcie

    especfica 320 m/m. Durante o trabalho, o Td de 6 horas manteve-se constante; j a

    concentrao de OD variou entre 1, 2, 4, 6 mg/l; a DQO entre 145 e 432 mg/l; o pH

    entre 6,2 e 7,5 e a relao entre DBO/DQO entre 0,31 e 0,52. Observou-se que aeficincia de remoo de DQO aumentou de 71,3 para 77,1% com o aumento da

    concertrao de OD de 2 para 6 mg/l, entretanto, essa eficincia foi de 57,6% quando

    a concentrao de OD usada era de 1 mg/l. A COV variou de 1,17 a 1,29 kg DQO/m3d,

    para uma concentrao de OD igual a 6 mg/l; para COV igual a 1,29 kg DQO/m 3d

    apresentou eficincia de remoo de DQO de 77,1%. A razo entre DBO/DQO ficou

    entre 0,07 e 0,15 para concentrao de OD maior que 2 mg/l, ou seja, houve uma

    maior biodegradabilidade.

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    LUOSTARINEN et al (2006) trabalhou com quatro unidades MBBR, em escala de

    laboratrio, com 2 litros cada. Desses reatores apenas um trabalhou de forma

    contnua e com a introduo de meio suporte equivalente a 50% do seu volume; o

    meio suporte apresentava 150 kg/m de densidade e 500 m/m de superfcie

    especfica. O sistema MBBR era precedido de um processo anaerbio de tratamento

    composto por um reator UASB seguido de tanque sptico. A vazo de operao foi de

    1l/d com Td de 2,4 0,7 horas; o pH variando entre 5,7 e 7,4; nitrognio total de 15

    2,6 mg/l; DQO de 57 19 mg/l; DQO dissolvida de 34 12 mg/l, mantendo a

    concentrao de OD em torno de 9 mg/l e COV de 0,023 0,027 kg DQO/m3.d.

    Obtm-se assim um afluente final com uma mdia de eficincia de remoo de DQO

    de 68 % e DQO dissolvida de 57%. Em relao a DBO7 e SST, o efluente manteve-se

    menor que 3 mg/l e em torno de 19 mg/l, respectivamente.

    JAHREN et al(2002) trabalhou com um MBBR em escala laboratorial, com 8,55 litros,

    onde foi introduzida uma razo, entre o volume do meio suporte e o volume do reator

    de 11%, de densidade igual a 0,95 g/cm, dimetro 10mm e altura 7mm. A

    temperatura foi mantida em 55C, a concentrao de OD ficou entre 2 3 mg/l. Vale

    ressaltar que o aparato experimental no continha o decantador secundrio. O estudo

    foi realizado com um efluente de empresa de celulose e papel denominado gua

    Branca de Polpa Termoqumica. O reator foi inoculado com lodo ativado (36 g de

    SSV) de um planta mesoflica que trata gua residuria de uma fbrica de papel. A

    relao de SSV/SS do inculo era 0,71.O Td foi diminudo, gradualmente, de 30 h

    para 14 h, depois de 70 dias de operao. O pH no reator era 8,0 8,5. Inicialmente, a

    COV era de 1,5 2 kg DQO/m3.d, com aumento gradual, at atingir um valor mximo

    de 3,8 kg DQO solvel/m3.d (aps 70 dias de operao). A eficincia de remoo de

    DQO solvel foi de 60 65% ao longo de todo experimento, atingindo taxas de

    degradao de 1,5 2,4 kg DQO solvel/m3.d. Aproximadamente 70% do nitrognio

    de afluente e 40 45% do fsforo saram com o efluente. A relao de DQO

    solvel/DBO solvel era 2,0 para o afluente e 3,1 para o efluente. A eficincia de

    remoo de DBO solvel foi de 74 76%.

    O concentrao de SSV no efluente foi de 220 600 mg/L. A quantidade de biomassa

    fixa nos meios suporte aumentaram gradualmente at que chegou a um estado fixo de

    1200 1600 mg SSV/l aps 78 106 dias de operao. J a quantidade total de

    biomassa no reator era 1400 1900 mg SSV/l, sendo que o crescimento fixo

    equivaleu a 80 85%. A relao de SSV/SS era de 0,78 no efluente e 0,91 na

    biomassa fixa. O crescimento de lodo durante os 107 dias de operao do reator,

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    baseado em determinaes de biomassa suspensas no efluente, teve uma mdia de

    0,19 g SSV/DQO solvel removida e 0.25 g SS/g DQO solvel removida.

    Estudos de RUSTEN et al(1998) mostram que possvel se obter boa qualidade do

    efluente na carga da hora pico de at 40 g DQO solvel/m2

    .d, mantendo-se aconcentrao de Oxignio Dissolvido acima de 3 mg O2/l. RUSTEN et al (1998)

    observou tambm nesse trabalho que o percentual de eficincia de remoo de DBO

    fica entre 50 80%, independente da carga orgnica aplicada. As concentraes dos

    efluentes para a DBO filtrada mantiveram-se na faixa de 10 30 mg/l para carga

    orgnica de at 25 g DBO filtrada/m2.d. O aumento da carga para valores superiores a

    esse provocaram uma notvel deteriorao da qualidade do efluente.

    A concentrao tipica de biomassa, observada por RUSTEN et al. (1994, 1995a,1998), encontra-se na faixa de 2 5 Kg SS/m3, similar a verificada nos processos de

    Lodos Ativados Convencionais.

    ODEGAARD (1993 e 1994) obteve eficincias de remoo de DQO total na faixa de

    93,3 97,5%. No caso das estaes de Steinsholt (Noruega), a eficincia mdia de

    remoo da DQO total foi de 94,4% e no Svarstad de 89%. Quando considerada a

    remoo de DBO7, os resultados mdios obtidos foram de: 97,4% para Steinsholt,

    98,9% para Tretten e 97,7% para Frya. Os tempos de deteno observados foram

    inferiores a 1 hora (ODEGAARD, 2006).

    ANDREATTOLA et al (2003), em seu estudo realizado na Itlia, observou que a

    capacidade hidrulica pode ser incrementada em at 60% com o uso de MBBR. Desse

    modo, possvel diminuir o tempo de deteno hidrulica em relao ao processo de

    Lodos Ativados Convencional.

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    4. METODOLOGIA

    4.1 Descrio da Unidade Experimental

    A pesquisa foi desenvolvida no Centro Experimental de Tratamento de Esgoto da

    Escola Politcnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CETE Poli/UFRJ),

    localizado no Campus da Cidade Universitria da UFRJ Ilha do Fundo.

    O CETE Poli/UFRJ consiste em uma central de operaes, processos e tecnologias

    de tratamento de esgotos, tendo como objetivo principal a realizao de pesquisas dos

    cursos de graduao e ps-graduao (especializaes, mestrados e doutorados)

    voltados engenharia de recursos hdricos, sanitria e ambiental.

    Essa central dotada de 13 diferentes unidades, apresentadas na figura 4.1. Na figura

    4.2 apresenta-se o fluxograma da unidade experimental utilizada durante essa

    pesquisa.

    Figura 4.1 Fluxograma do CETE Poli/UFRJ.

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    Figura 4.2: Fluxograma do Processo de Lodos Ativados da CETE Poli/UFRJ

    O CETE Poli/UFRJ encontra-se instalado ao lado da Estao Elevatria da CEDAE

    (Companhia Estadual de guas e Esgoto do Rio de Janeiro), que recalca esgotogerado no Campus Universitrio para a ETE-Penha.

    4.2 Caracterizao das Unidades Experimentais

    4.2.1 Tratamento Preliminar

    O tratamento preliminar do CETE Poli/UFRJ comum para todos os processos de

    tratamento nele implantados e constitudo por uma grade e por um desarenador,

    como se observa na Figura 4.3a e 4.3b

    1 Elevatria de esgoto CEDAE RJ (Bomba submersvel de alimentao do CETE Poli/UFRJ)

    2 Tratamento preliminar (grade de barras)

    3 Tratamento preliminar (desarenador)

    4 Elevatria de alimentao do Castelo (bomba submersvel)

    5 Castelo (alimenta tanque equalizador e tanque de aerao)

    6 Tanque Equalizador

    7 Tanque de Aerao8 Decantadores

    PC 01 Ponto de coleta 01 (afluente ao CETE Poli/UFRJ)

    PC 02 Ponto de coleta 02 (efluente tratado do sistema de lodos ativados)

    PC 03 Ponto de coleta 03 (Tanque de Aerao)

    PC 04 Ponto de coleta 04 (Recirculao)

    14

    32

    PC 03

    PC 01

    Esgoto

    bruto

    8

    PC 02

    Esgoto

    tratado

    7

    Lodo Mistura Esgoto

    Misturado

    PC 04

    5

    6

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    A grade tem como objetivo a remoo de slidos grosseiros e est localizada a jusante

    da elevatria de esgoto bruto e a montante da caixa de areia. O material empregado

    para sua confeco fibra de vidro. A grade tem espessura de 0,64 cm (),

    comprimento de 5 cm e espaamento de 2,5 cm. Com essas dimenses, pode-se

    consider-la como uma grade do tipo mdia. Sua profundidade de 80 cm e sua

    limpeza realizada, periodicamente, duas vezes por semana, de forma manual.

    O desarenador tem a funo de remover os minerais de maior densidade, evitando,

    dessa forma, o comprometimento de diversos equipamentos. A caixa de areia

    apresenta as seguintes dimenses: largura de 0,40 m, comprimento de 2,50 m e

    profundidade de 1,0 m. Ela est instalada a jusante da grade de barras e sua limpeza

    tambm feita manualmente, duas vezes por semana.

    Figura 4.3a - Entrada de Esgoto e Grade.

    Figura 4.3b - Caixa de Areia ou Desarenador.

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    Aps a passagem pelo tratamento preliminar, o esgoto encaminhado a uma

    elevatria onde se realiza sua mistura com o efluente do tanque equalizador,

    composto pela diluio de lodo seco digerido com esgoto. Essa mistura garante que

    os esgotos utilizados nos experimentos tenham suas caractersticas prximas quelas

    tpicas de esgoto domstico. Na elevatria, encontra-se instalada uma bomba

    submersvel ABS 400 com 3450 rpm e capacidade de recalque mxima de 34 m3/h.

    Essa bomba recalca o esgoto at uma torre ou castelo responsvel pela alimentao

    do tanque de aerao da unidade de Lodos Ativados, mostrado na figura 4.2.

    4.2.2 Reator ou Tanque de Aerao

    O reator a unidade responsvel por promover a decomposio aerbica do substrato

    orgnico solvel do esgoto e pela formao de flocos biolgicos, que, posteriormente,

    sero removidos por sedimentao no decantador secundrio. A recirculao desses

    slidos eleva a concentrao de biomassa, garantindo assim a eficincia da remoo

    da matria orgnica, aqui representada pela DBO e DQO.

    O tanque instalado no CETE Poli/UFRJ possui extenso de 4,5 m, largura de 1,5 m

    e profundidade de 3,0 m. O sistema de aerao consta de um compressor de ar Omell

    (Potencia 2,2 HP) e de uma malha difusora de bolhas finas Sanitaire (20 cermicos

    porosos) instalada no fundo do tanque. O tanque pode ser visto nas figuras 4.4a e

    4.4b.

    4.2.3 Decantadores Secundrios

    O efluente do Tanque de Aerao encaminhado para dois decantadores

    secundrios, fabricados em fibra de vidro, com superfcie quadrada de 1,70 m de lado

    por 2,20 m de altura. Seu formato tronco piramidal apresenta inclinao de paredes,formando um ngulo de 60, como se observa nas figuras 4.5a e 4.5b.

    Figura 4.4a Tanque Aerao Figura 4.4b Entrada do Esgoto afluente e derecirculao

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    A alimentao dos decantadores d-se pela parte superior, atravs de uma tubulao

    que se estende at o espelho da gua, onde se instalou um defletor concntrico ou

    baffle de 50 cm de altura, minimizando a turbulncia do escoamento. Tal detalhe

    pode ser observado na figura 4.6.

    Figura 4.6 - Defletor concntrico ou Baffle

    A utilizao dos dois decantadores visou atender norma da ABNT NB 570/1990

    Projeto de Estao de Esgoto Sanitrio, que recomenda como taxa mxima de

    aplicao em um decantador secundrio o valor de 36 m3/m2d. Por considerar esse

    valor elevado, Jordo & Pessoa (2005) recomendam a adoo de uma taxa inferior a24 m3/m2d, com vistas obteno de um efluente mais lmpido. Sendo assim, a taxa

    mxima adotada nesse trabalho foi 24 m3/m2d, atendendo s duas referncias acima

    citadas.

    O efluente decantado em cada decantador verte por meio de vertedores triangulares

    v-notch, seguindo para uma calha coletora (figura 4.7a), onde se encontra instalado

    um medidor tipo Parshall com uma garganta de 1 (2,54 cm), que permite a medio

    de vazo dos esgotos tratados (figura 4.7b) em cada um dos decantadores.

    Figura 4.5b - Vista Geral dos DecantadoresSecundrios

    Figura 4.5a - Decantador Vazio

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    4.2.4 Sistema de RecirculaoA retirada do lodo do fundo dos decantadores para recirculao feita por meio de um

    sistema air-lift, usando o mesmo compressor que proporciona ar ao tanque de

    aerao. A vazo aproximada de retirada de cada decantador oscila entre 70 e 100 l/h,

    sendo essa operao realizada continuamente.

    O lodo recirculado retirado do decantador por meio de tubulaes de PVC ( = 50

    mm) e Ferro Fundido ( = 60 mm) e lanado em uma calha de concreto onde se

    encontra instalado um medidor de vazo tipo Parshall de garganta de 1 (2,54 cm),seguindo ento para a entrada do tanque de aerao. Esse aparato ilustrado nas

    figuras 4.8a a 4.8e.

    Figura 4.7a - Sada do efluente doDecantador

    Figura 4.7b - Medidor Parshall noDecantador Secundrio

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    Figura 4.8d - Entrada do Lodo a Calha deConcreto

    Figura 4.8e - Passagem do Lodo pela Calha Parshall

    Figura 4.8a - Vista Geral do Sistema deRecirculao

    Figura 4.8c - Chegada da Tubulao a Calhade Concreto

    Figura 4.8b Sada da tubulao

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    Alm dos sistemas mencionados anteriormente, existe uma tubulao responsvel por

    retirar o lodo em excesso depositado no fundo dos decantadores. Esse lodo retirado

    por gravidade e levado elevatria da CEDAE atravs de uma tubulao subterrnea

    de PVC ( = 100 mm).

    A tabela 4.1 apresenta um resumo das principais caractersticas das unidades

    descritas anteriormente.

    Tabela 4.1 Resumo das caractersticas das unidades do CETE Poli/UFRJ

    TratamentoPreliminar

    Descrio

    Grade Caixa deAreia

    Reator ouTanque deAerao

    DecantadorSecundrio

    Material Concreto ArmadoConcretoArmado Fibra de Vidro

    Comprimento (m) 2,5 4,5 1,7

    Largura (m) 0,4 1,5 1,7

    Altura (m) 0,8 1,0 3,0 2,2

    Volume (m3) 0,8 1,0 20,25 2,7

    4.3 Condies Operacionais

    4.3.1 Fase Preliminar

    O objetivo dessa fase foi aclimatar o processo, permitindo a obteno de algumas

    informaes caractersticas de operao da unidade. O perodo de coleta ocorreu

    entre os dias 08/07/2004 e 13/10/2004, cujas informaes encontram-se apresentadas

    no anexo A1.

    A periodicidade de coleta foi de uma vez por semana. A vazo de operao foi de 0,45

    L/s encaminhada a um decantador secundrio apenas. Os parmetros analisados

    foram os slidos volteis no tanque de aerao (Xav), slidos sedimentveis aps 30

    minutos de decantao (SD30), ndice volumtrico de lodo (IVL) e DQO.

    4.3.2 Fase Experimental

    Essa pesquisa foi desenvolvida entre outubro de 2004 at outubro de 2005, dividindo-

    se em duas fases operacionais descritas a seguir.

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    4.3.2.1 Fase A

    Teve como objetivo principal operar o sistema como Lodos Ativados Convencional de

    Aerao Contnua e caracterizar os parmetros do processo. Seu monitoramento teve

    incio no dia 20/10/2004 e estendeu-se at o dia 17/03/2005.

    Os principais parmetros analisados foram DQO, DBO5, SST (afluente, efluente,

    recirculao e reator), SSV (afluente, efluente, recirculao e reator), DBOsol, SD30.

    Adicionalmente, foram determinados parmetros importantes, a saber: idade do lodo

    (IL) e relao alimento/microrganismos (A/M). Parmetros como SST e SSV no

    descarte foram amostrados a partir do dia 16/02/2005.

    Inicialmente, o descarte do lodo era dado s segundas-feiras, quartas, sextas e aos

    domingos, s 7 horas e nos outros dias s 13 horas. O volume descartado era de 170litros, uma vez que a concentrao de slidos no tanque de aerao era baixa em

    funo das caractersticas operacionais da fase preliminar (cinco descartes dirios e

    pequena recirculao). A partir do dia 16/02/05 o descarte passou a ocorrer

    diariamente s 13 horas (volume de 170 L), buscando o aumento da concentrao de

    slidos no reator.

    A vazo de operao inicial foi igual a utilizada na Fase Preliminar (0,45 L/s), obtendo

    uma taxa de aplicao superficial no decantador (TAS) de 23 m3/m2d. Aps quatro

    dias de operao nessas condies optou-se por diminuir a vazo de operao para

    0,39 l/s com o objetivo de diminuir a taxa de aplicao superficial para 20 m3/m2d.

    Aps tal alterao observou-se um melhor desempenho do processo, evidenciado por

    seus parmetros de controle. Durante a Fase A, a sedimentao secundria fez uso

    de apenas um decantador.

    No anexo A2 encontram-se os dados de DQO, DBO e SS determinados nessa fase,

    juntamente com suas respectivas vazes e os demais parmetros obtidos ou

    calculados, respectivamente.

    4.3.2.2 Fase B

    Essa fase teve como caracterstica a introduo do meio de suporte plstico no

    Tanque de Aerao. O incio do monitoramento ocorreu em 03/05/2005, um ms aps

    a insero das peas plsticas, garantindo assim a formao de biofilme na sua

    superfcie.

    O descarte do lodo era feito todos os dias de operao, s 13 horas, exceto algunsdias, nos quais os teores de slidos no tanque abaixavam por causa de problemas

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    tcnicos. O volume descartado era de 370 L por cada decantador, ou seja, eram

    descartados 740 L por dia.

    A vazo de operao na Fase B foi de 0,59 L/s, equivalente a 1,5 vezes a vazo da

    Fase A (0,39 l/s). Para evitar a elevao excessiva da taxa de aplicao superficial nodecantador, optou-se por empregar dois decantadores secundrios em paralelo. O

    volume inicialmente introduzido de peas plsticas foi de 2,0 m3, equivalente a 10% do

    volume do tanque de aerao. Aps duas semanas de operao nessas condies,

    adicionaram-se mais 2,0 m3 de peas plsticas, operando sob a mesma vazo (0,59

    l/s) e mesma TAS (15 m3/m2d). Num segundo momento, adotou-se a vazo de 0,78 l/s

    e TAS de 20 m3/m2d como nova condio operacional, cujo monitoramento foi feito por

    12 semanas.

    Por ltimo testou-se o comportamento do sistema de tratamento para as vazes de

    0,88 L/s e 0,95 L/s, com as TAS de 22 m 3/m2d e 24 m3/m2d, respectivamente. As

    quantidades do meio suporte suspensas no tanque de aerao foram as mesmas

    utilizadas anteriormente.

    Os resultados de concentraes de DQO, DBO e SS podem ser observados no anexo

    A3. No mesmo anexo apresentam-se os demais parmetros determinados para essa

    fase. A tabela 4.2 apresenta um resumo das principais caractersticas das Fases A e

    B. A tabela 4.3 apresenta como ser denominada cada fase com relao s mudanas

    de vazes, sendo essa a nomenclatura utilizada durante a pesquisa nos grficos e

    tabelas.

    Tabela 4.2 - Caractersticas das Fases A e B

    TAS = Taxa de aplicao superficial %V = Porcentagem de volume do reator

    FaseN

    AmostrasQ (l/s)

    NDecantadores

    A/MA/M

    equivalenteTAS

    m3/m2d%V

    NdePeas(und)

    Tempo deoperao

    (dias)0,45 0,56 23 40,39 0,16 20 21

    0,59 0,73 0,36 15 10 40000 60,59 0,52 0,28 15 20 80000 30,78 0,98 0,39 20 20 80000 280,88 0,78 0,35 22 20 80000 80,95 1,00 0,47 24 20 80000 8

    - -1

    2

    -A

    B

    25

    51

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    28

    Tabela 4.3 Nomenclatura das Fases com relao s diferentes vazes.

    4.4 Caracterizao do Meio Suporte Mvel (MBBR)

    O meio suporte usado nessa pesquisa foi fabricado e fornecido pela empresa Ambio

    Engenharia. Essa pea cilndrica, lisa na superfcie e com divises em sua parteinterna, como mostra a figura 4.9a. Suas dimenses so 23 mm de dimetro e 25 mm

    de altura. A densidade de cada meio suporte encontra-se entre 0,99 a 1 g/cm 3, sua

    rea de 0,0222 m2 e rea superficial ou de contacto equivalente a 443.50 m2/m3.

    Esse ltimo dado foi calculado nessa pesquisa e seus resultados encontram-se no

    anexo A5. A determinao da quantidade de peas contidas em 1,0 m3 foi feita com

    auxlio de um tanque com esse volume (figura 4.9b). O valor encontrado foi de 20.000

    peas por metro cbico.

    Figura 4.9a - Meio Suporte

    Fase Q (l/s) %V% Vazo

    aumentadaA/M

    0,45 - - A"0,39 - Q1 A"0,59 10 1,5 Q1 B110,59 20 1,5 Q1 B120,78 20 2,0 Q1 B20,88 20 2,25 Q1 B30,95 20 2,5 Q1 B4

    B

    A

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    29

    Procederam-se quatro ensaios com objetivo de estimar a quantidade de biomassa

    acumulada no interior das peas. Esses testes foram realizados no Laboratrio de

    Engenharia do Meio Ambiente da Poli/UFRJ (LEMA Poli/UFRJ). Os primeiros trs

    ensaios seguiram o seguinte protocolo (Figuras 4.10a at 4.10f):

    Para cada ensaio tomaram-se 20 peas com biofilme, colocadas

    separadamente em cpsulas de porcelana, sendo devidamente pesadas emuma balana analtica eletrnica (Quimis/RS232). O peso mdio da pea sem

    biofilme definido como P1.

    Levaram-se essas cpsulas para a estufa (Quimis/Q-317B) a uma temperatura

    de 103C, por no mnimo uma hora, de forma a permitir a evaporao do

    lquido.

    Deixaram-se as amostras esfriarem por 40 minutos para, a seguir, serem

    pesadas novamente, obtendo assim P2.

    A diferena entre os pesos P1 e P2 determinou a massa de slidos retidos em

    cada pea = P total.

    A partir desses resultados determinou-se uma mdia para cada ensaio e uma

    mdia geral; essa foi ento utilizada na determinao de SS aderida pea em

    cada fase da Fase B, como est apresentada na tabela 5.18, no captulo 5.

    Figura 4.9b - Tanque de 1 mpreenchido com Meio Suporte

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    30

    Figura 4.10a - Pesagem do Meio Suporte

    com biofilme aderido

    Figura 4.10c - Meio Suporte dentro daEstufa

    Figura 4.10d - Meio Suporte com biofilmeseco

    Figura 4.10f - Pesagem do Meio Suportesem biofilme

    Figura 4.10e - Pesagem do MeioSuporte com biofilme aderido

    Figura 4.10b - Meio Suporte na

    cpsula de porcelana

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    31

    No captulo 5, a tabela 5.18 formada por dez colunas. O significado de cada coluna

    explicado a seguir:

    Coluna 1: Indica a Fase de clculo.

    Coluna 2: Indica a Quantidade de Slidos em Suspenso Total aderidos s peas.

    Considera-se esse valor constante, pois o ensaio feito para esse clculo foi realizado

    durante uma fase da pesquisa.

    Coluna 3: Indica a rea de contato da pea. Esse valor tambm constante durante a

    pesquisa, pois as peas so iguais.

    Coluna 4: Indica as Gramas de Slidos em Suspenso por metro quadrado. Calcula-se

    esse valor baseando-se na relao existente entre a quantidade de SST aderidos pea e a rea de contato da pea.

    Coluna 5: Indica o Nmero de pea. Esse valor calculado com dados subministrados

    pela empresa fabricante, segundo a qual, por cada metro quadrado, existem 20000

    peas. Durante essa fase trabalha-se com dois (40000 peas) e quatro (80000 peas)

    metros quadrados.

    Coluna 6: Indica a Massa Aderida, a qual se calcula ao multiplicar a coluna 2 (SST

    aderidos s peas) com a 5 (Nmero de peas).

    Coluna 7: Indica os Slidos em Suspenso no Tanque de Aerao, clculo obtido no

    laboratrio pela mdia para cada fase.

    Coluna 8: Indica a Massa em Suspenso no Tanque de Aerao. Calcula-se esse

    valor ao multiplicar a coluna 7 (SSTA) pelo volume do tanque de aerao.

    Coluna 9: Indica a Massa Total, a qual se calcula com a somatria entre a coluna 6

    (massa aderida pea) e a coluna 8 (massa em suspenso no tanque de aerao).

    Coluna 10: Indica os Slidos em Suspenso Totais Equivalentes; valor calculado pela

    relao entre a coluna 9 (massa total) e o volume do tanque de aerao.

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    32

    4.5 Monitoramento da Unidade

    4.5.1 Perodo de Monitoramento

    Como foi mencionado anteriormente, o monitoramento foi feito de outubro de 2004 at

    outubro de 2005. As amostragens foram do tipo amostra composta, de 8h da manhat 15h da tarde.

    Na Fase A, eram realizadas duas amostragens semanais, ocorridas s quartas-feiras

    e quintas-feiras. Esse procedimento estendeu-se at fevereiro de 2005. A partir de

    maro de 2005 as coletas passaram a ocorrer tambm s teras-feiras, totalizando

    trs amostragens semanais.

    A Fase B, iniciada em maio de 2005, procedeu s coletas s teras-feiras, quartas-

    feiras e quintas-feiras. Esporadicamente algumas coletas foram realizadas s

    segundas-feiras.

    4.5.2 Sistema de Amostragem

    Os pontos de coleta de amostras e os parmetros de controle foram escolhidos de

    modo a melhor monitorar o desempenho da unidade. Esses pontos esto identificados

    na figura 4.2 e descritos na tabela 4.4, abaixo.

    Tabela 4.4 - Pontos de Coleta.

    1. A coleta composta foi feita de hora em hora, comeando s 8 horas e terminando s 15 horas, com freqncia de 3a 4 vezes por semana.

    2. OD foi feito s 15 horas, diariamente.

    3. A coleta simples foi do tipo pontual, realizada no horrio da manh (8-9 h) com freqncia de 4 vezes por semana.

    DQODBO5

    SS

    DQO

    DBO5SS

    TurbidezpHSS

    OD 2

    SD30

    P04 Recirculao SS Simples

    Anlise Fsico-Qumico

    DecantadorSecundrio

    P02

    P01

    Ponto LocalForma de

    Coleta

    TanqueEqualizador Composta

    1

    Composta

    P03Reator ouTanque deAerao

    Simples 3

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    33

    4.5.3 Parmetros Fsicos Qumicos

    Os parmetros analisados durante a pesquisa foram determinados no LEMA

    Poli/UFRJ, segundo o Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater

    (WEF,1998) e encontram-se listados na tabela 4.5, juntamente com os respectivos

    pontos de coleta.

    Tabela 4.5. Parmetros analisados nos diferentes pontos de coleta.

    ParmetroLugar de

    Coleta Analise RealizadoP01P02P01 TotaisP02 SolvelP01

    P02P03P04

    OD* P03 Oxignio dissolvidoTurbidez** P04 Turbidez

    Temp P03 C

    Quantidade de lodosedimentado (ml) em um litro

    de amostra aps 30 min

    (Cone Imhoff)

    SD30*** P03

    Totais

    Volteis

    DQO Totais

    DBO

    SS

    * OD foi determinado com auxlio de um Oxmetro Tipo OX1/SET - marca SCHOTT, com eletrodo e cabo flexvel. Esseparmetro foi medido em trs diferentes pontos na vertical do tanque de aerao: superfcie (a 2,50 m do fundo), mdio(1,25 m do fundo) e fundo (0,50 m do fundo).

    ** Turbidez foi medida com auxlio de dois aparelhos: Turbidmetro Nefelomtrico (OBBERCO-HELLIGE) determinao de campo, e Datalogin Porttil Spectrofotometro (unidade em FAU) determinao de laboratrio. NoAnexo A4 encontra-se uma curva que trabalha a equivalncia desse parmetro medido no campo com o medido nolaboratrio.

    *** Esse parmetro foi determinado no campo com auxlio do Cone Imhoff.

    4.5.4 Clculo do ndice Volumtrico do Lodo (IVL)

    Embora tradicionalmente o ensaio de IVL seja feito com proveta graduada de 1000 ml,

    nessa pesquisa utiliza-se Cone Imhoff de 1000 ml com decantao de 30 minutos,

    tomando-se essas medidas para o clculo IVL atravs da equao 3.4. No se prev

    resultados dspares.

    4.5.5 Clculo de Slidos em Suspenso no Descarte do Lodo em Excesso

    Para fazer tal avaliao, optou-se por conduzir o lodo acumulado nos dois

    decantadores ao poo de suco da CETE Poli/UFRJ por meio das tubulaes

    intercomunicantes. No tanque (de fibra de vidro) com dimenses conhecidas e vazias

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    34

    no momento do ensaio, tornou-se possvel medir o volume descartado atravs da

    altura de lmina lquida de lodo.

    Para permitir a limpeza da tubulao, nenhuma coleta foi realizada nos primeiros 30

    segundos de teste. Aps esse intervalo de tempo as amostragens foram realizadasaps 30 segundos, 50 segundos e 60 segundos. Os resultados obtidos encontram-se

    na tabela 5.25 do captulo 5.

    4.5.6 Caracterizao da Vazo de Recirculao

    Para determinar a vazo de recirculao ao reator foram realizados dois ensaios

    diferentes. O primeiro consistiu em tomar o tempo requerido pelo lodo recirculado para

    preencher um recipiente de volume conhecido. O ponto de monitoramento foi na sada

    da tubulao que liga o fundo dos decantadores calha Parshall, precedente aotanque de aerao. Com esses valores calculou-se a vazo de recirculao. O

    segundo recurso utilizado foi o controle peridico da vazo de recirculao, medida

    diretamente na calha Parshall instalada a montante do tanque de aerao. Os

    resultados encontrados encontram-se resumidos no anexo A.6.

    4.5.7 Parmetros Microbiolgicos

    As anlises microbiolgicas foram realizadas pelo Laboratrio de Controle de Poluio

    de guas COPPE (Protozorios) e pelo Laboratrio de Zoonoses Bacterianas doDepartamento de Bacteriologia (IOC/FIOCRUZ), com o objetivo de identificar os

    microrganismos predominantes no tanque de aerao e no meio suporte.

    Microscopia de Protozorios e outros

    A identificao dos protozorios predominantes foi realizada em trs diferentes

    amostras, que apresentaram resultados semelhantes. O protocolo de anlises,

    mostrado nas figuras 4.11a at 4.11c, est descrito a seguir:

    Coletou-se em um frasco o esgoto do tanque de aerao, juntamente com

    vrias peas de meio suporte;

    Foi adicionada, em duas diferentes placas de Petri, uma gota de esgoto e

    biomassa removida do meio suporte;

    As duas placas foram levadas ao microscpio Hund Wetzlar H500, cujo

    aumento usado foi de 100 e 400 vezes, possibilitando assim a identificao dos

    protozorios.

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    A identificao de protozorios e metazorios utilizou como referncia a classificao

    proposta pelo manual da CETESB (1989), presente no anexo A.7 e A.8.

    Bacterioscopia pelo Mtodo de Gram

    As anlises para identificao das bactrias predominantes foram realizadas noIOC/FIOCRUZ. Para tanto foram coletadas 10 amostras, no perodo de operao da

    Fase II, sob as vazes de 0,88 L/s e 0,95 L/s. A metodologia de ensaio dividiu-se em

    duas etapas, descritas a seguir.

    a. Coleta

    Foram coletadas as amostras em dois frascos de 120 ml e num swab esterilizado

    (meio de Carry & Blair). No primeiro frasco foi armazenado esgoto do tanque de

    Figura 4.11a - Placa de Petri comamostra

    Figura 4.11b - Microscpio Hund

    Wetzlar H500

    Figura 4.11c - Lentes de Aumento

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    aerao e no segundo esgoto, acrescido de meio suporte. A biomassa aderida ao

    meio suporte foi previamente raspada e depositada nesse ltimo frasco.

    b. Atividades Laboratoriais

    Os procedimentos adotados em laboratrio foram:

    O contedo coletado foi distribudo em tubos com volumes idnticos (40 ml)

    dentro de uma cmara de proteo biolgica (Veco/Bio-protector09) e

    centrifugada a 3500 rpm por 30 minutos a uma temperatura de 4 C

    (Eppendorf/Centrifuge5810R). Feita a centrifugao eliminou-se o lquido

    excedente em cada tubo;

    Dos tubos com os sedimentos (frascos 1 e 2) e do swab, fez-se a semeadurapor esgotamento com ala bacteriolgica em placas de Petri, utilizando trs

    diferentes meios: Agar Mac Conkey (recomendado para identificao de

    membros das famlias Esterobacterincesee de Baciliosde Gram-positivo no

    fermentadores), Agar Nutrientes 0001 (recomendado como meio de cultivo

    geral para a maior parte de microrganismos menos exigentes) e Agar

    Cetrimide (recomendado como meio seletivo para Psedomonas e afins);

    Aps a semeadura dos meios, feita em duplicata, as placas foram encubadasa 37C e a temperatura ambiente (28 30C) por um perodo entre 24 a 48

    horas;

    As colnias desenvolvidas nos diferentes meios foram selecionadas a partir

    de suas caractersticas morfolgicas. Aquelas predominantes foram

    inoculadas em um meio de triagem (Costa & Vrnin) e incubadas a 37C por

    24 horas. Esse meio de triagem fornece as informaes sobre o

    comportamento bioqumico das colnias isoladas, tais como: aes sobre alactose e/ou sacarose, hidrlise da uria, mobilidade e produo de H2S;

    A leitura do comportamento fisiolgico das bactrias no meio de triagem

    permitiu uma identificao presuntiva (anexo A9).

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    37

    As figuras 4.12a at 4.12d mostram os aparelhos e materiais usados IOC/FIOCRUZ

    para esse estudo.

    Figura 4.11a - Cmara de proteo

    biolgica (Veco/Bio-protector09)

    Figura 4.11b - Placas de Petri sem

    semeadura

    Figura 4.11c - Placas de Petri com crescimento de bactrias

    Figura 4.11d - Centrfuga (Eppendorf/Centrifuge5810R)

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    38

    4.5.8 Anlises Estatsticas

    Apresenta-se um resumo das estatsticas descritivas das concentraes (DQO, DBO e

    SST) afluentes e efluentes da Fase A e da Fase B e as eficincias de suas respectivas

    concentraes, com seus respectivos grficos Box and Wiskers (grficos obtidosmediante as planilhas de Von Sperling) dos resultados das tabelas anteriores. Os

    grficos ilustram a eficincia de remoo das concentraes mdias, com 75% e com

    90% percentil (DQO, DBO e SST) para cada vazo usada nessa pesquisa.

    Para a Fase B, necessrio:

    Aplicar, para esses mesmos parmetros (DQO, DBO e SST), a prova de

    Kolmogorov, o que indica a normalidade dos dados no afluente, efluente e

    eficincia. Essa informao encontrada utilizando como ferramenta um

    programa de estatstica (SPSS). necessrio formular duas hipteses:

    Ho = Dados que se ajustam a uma distribuio normal

    H1 = Dados que no se ajustam a uma distribuio normal

    Aceitando Ho quando o valor de P for superior a 0.05 e rejeitando caso contrrio,

    obtm-se uma confiabilidade de 95% nos resultados.

    Se o resultado apresentar normalidade nas amostras do afluente e efluente, ento o

    estudo de comparao entre vazes far-se- com eficincia.

    Achar a anlise de varincia para testar se existem diferenas significativas entre

    as mdias dos parmetros DQO, DBO e SST, utilizando ANOVA (anlises de

    varincia). Para essa anlise tomam-se as seguintes hipteses:

    Ho = no existem diferenas significativas entre as mdias

    H1 = existem diferenas significativas entre as mdias

    Aceita-se Ho quando o valor de significncia superior a 0.05, caso contrrio

    aceita-se H1, com uma confiabilidade de 95% nos resultados.

    A Prova de T-Student feita para verificar qual o melhor comportamento dentre

    as vazes testadas nessa pesquisa. Para a aplicao dessa prova toma-se como

    referncia a nomenclatura utilizada na tabela 4.3 desse captulo, utilizando como

    B1 os valores B11 e B12 juntos. Essa prova aplicada para as concentraes

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    (DQO, DBO e SST), para suas eficincias e para comparar os parmetros

    anteriormente mencionados com os parmetros de lanamento das legislaes de

    RJ, SP e MG.

    No caso da avaliao das mdias considera-se o seguinte:

    Ho = no existem diferenas significativas entre as mdias (1 = 2)

    H1 = existem diferenas significativas entre as mdias (1 2)

    4.6 Padres de Lanamento de Efluente

    Para a anlise dos padres de lanamento de efluentes lquidos foram considerados

    os instrumentos legais vigentes nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e So

    Paulo, que so respectivamente: Diretriz FEEMA-RJ DZ.215-R.3, Deliberao

    FEAMMG COPAM n 10 e CETESB-SP Decreto n 8.468.

    A DZ.215-R.3 (RJ) estabelece diretriz de controle da carga orgnica biodegradvel em

    efluentes lquidos de origem no industrial, definindo concentraes mximas de DBO

    e SST efluentes e eficincia mnima de remoo de matria orgnica em funo da

    carga orgnica afluente unidade de tratamento. Os valores estabelecidos por essa

    normativa so: (1) para carga orgnica afluente superior a 80 kgDBO/dia, a

    concentrao mxima de DBO e SST deve ser de 40 mg/l; (2) para carga orgnicaafluente entre 25 kgDBO/dia e 80 kgDBO/dia, a concentrao mxima de DBO e SST

    deve ser de 60 mg/l.

    A Deliberao Normativa FEAM-MG COPAM n 10 estabelece normas e padres para

    qualidade das guas e lanamento de efluentes nas colees de gua impondo

    concentraes efluentes mximas de DBO e SST de 60mg/l e de DQO de 90mg/l

    (esse limite poder ser ultrapassado no caso do sistema de tratamento reduzir a carga

    poluidora de efluente em no mnimo 90%).

    O Decreto n 8.468 da CETESB-SP regulamenta a Lei n 997, que dispe sobre a

    preveno e o controle da poluio do meio ambiente e prev concentraes efluentes

    mximas de DBO de 60mg/l.

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    5. RESULTADOS E DISCUSSO

    Nessa pesquisa foram analisados os seguintes parmetros:

    DQO, DBO, SST, SSV (concentraes, eficincias de remoo) no afluente ao

    tanque de aerao e no efluente do decantador secundrio.

    DBO solvel no efluente do decantador secundrio na Fase B.

    Slidos em Suspenso no tanque de aerao (SSTA) e slidos em suspenso

    volteis no tanque de aerao (SSVTA).

    Slidos em suspenso aderidos a peas (meio suporte) no interior do tanquede aerao.

    Slidos sedimentveis aps 30 minutos no Cone Imhoff.

    Oxignio dissolvido no interior do tanque de aerao.

    Microbiologia (observada na Fase B).

    pH, turbidez e temperatura do afluente ao tanque de aerao.

    Teor de Slidos do lodo descartado.

    Foi tambm avaliado o atendimento aos padres de lanamento dos efluentes lquidos

    nos estados de Rio de Janeiro, Minas Gerais e So Paulo.

    Cada item compreende duas partes:

    Apresentao dos resultados obtidos.

    Discusso dos resultados apresentados.

    A tabela 5.1 indica os resultados mdios no afluente, efluente e porcentagem de

    remoo das concentraes de DQO, DBO, SST e dentro do Tanque de Aerao da

    Fase Preliminar. No anexo B1 tem-se uma amostra de todos os valores com os quais

    as mdias foram calculadas.

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    41

    Tabela 5.1: Resultados mdios de Concentraes (DBO, DQO e SST) da FasePreliminar.

    Afluente Efluente % Afluente Efluente % Afluente Efluente % SST SSV

    Mdia 461 134 70 210 55 73 250 30 86 3118 2256Fase com Q= 0,45 l/s

    DQO DBO SST Tanque Aerao

    A tabela 5.2 apresenta os resultados mdios no afluente, efluente e porcentagem de

    remoo das concentraes de DQO, DBO e SST da Fase A, operando sob condies

    convencionais do processo de lodos ativados. O anexo B2 apresenta uma amostra de

    todos os valores usados para o clculo das mdias.

    Tabela 5.2: Resultados mdios de Concentraes (DBO, DQO e SST) da Fase A

    Afluente Efluente % Afluente Efluente % Afluente Efluente %

    Mdia 409 54 87 128 30 77 272 46 76

    Mdia 531 92 81 168 26 84 385 33 91

    Fase A" (Q= 0,45 l/s)

    Fase A (Q= 0,39 l/s )

    DQO (mg/l) DBO (mg/l) SST (mg/l)

    A tabela 5.3 apresenta os resultados mdios no afluente, efluente e porcentagem de

    remoo das concentraes de DQO, DBO e SST da Fase B, utilizando a tecnologia

    MBBR. No anexo B3 tem-se uma amostra de todos os valores a partir dos quais as

    mdias foram calculadas.

    Tabela 5.3: Resultados mdias de Concentraes (DQO, DBO, DBOsol e SST) da

    Fase BDBOsol mg/l

    Afluente Efluente % Afluente Efluente % Efluente Afluente Efluente %

    Mdia 406 37 91 145 16 89 7 427 9 98

    Mdia 491 26 93 227 11 94 6 443 28 93

    Mdia 527 55 88 215 23 89 10 386 35 89

    Mdia 434 48 88 155 20 87 10 349 35 88

    Mdia 559 63 88 246 28 88 17 500 29 93

    DQO mg/l DBO mg/l SST mg/l

    Fase B4 (Q= 0,95 l/s 20%V)

    Fase B11 (Q= 0,59 l/s 10%V)

    Fase B12 (Q= 0,59 l/s 20%V)

    Fase B2 (Q= 0,78 l/s 20%V)

    Fase B3 (Q= 0,88 l/s 20%V)

    Em relao aos resultados complementares, mostram-se, atravs da tabela 5.4, osvalores mdios, mximos e mnimos que foram verificados durante a pesquisa no caso

    de pH, temperatura (C) e turbidez (nefelometrico / FAU), dados obtidos dentro do

    Tanque de Aerao. No anexo B4 tem-se uma amostra de todos os valores de onde

    as mdias foram calculadas.

  • 7/30/2019 Lodo Ativado Mbb

    57/131

    42

    Tabela 5.4: Valores mdios, mximos e mnimos de resultados complementaresdentro do Tanque de Aerao.

    Valores pHTemperatura

    (C) Nefelomtrico FAU

    Mdia 6,58 26,9 47 85Mximo 8,03 33,1 784 1224Mnimo 5,33 20,4 7 24

    Turbidez

    Vale recordar que a nomenclatura utilizada durante a pesquisa nos grficos e tabelas

    a mesma mencionada na tabela 4.3 do captulo da metodologia. Na Fase A, tem-se:

    A a vazo de 0,45 l/s e A a v