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ISSN 1679-2645 FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA SISTEMA FIEB ANO XVIII Nº 223 NOV/DEZ 2012 Bahia Levantamento realizado pela CNI revela os principais gargalos e investimentos prioritários LOGíSTICA IMPACTA CUSTO NORDESTE

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ISSN 1679-2645

Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB aNo XVIII Nº 223 NoV/deZ 2012

Bahia

Levantamento realizado pela CNI revela os

principais gargalos e investimentos prioritários

Logística impacta custo

Nordeste

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2 Bahia Indústria

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Soluções para redução de custosCompetitividade é a palavra-chave em uma economia globalizada, em

que a concorrência, não somente externa, como também interna, po-

de ser determinante para assegurar a viabilidade econômica de uma

região, estado, município, ou de uma indústria. Para atingir competi-

tividade entram em jogo diversos fatores, um deles é a logística, res-

ponsável por encarecer os custos da produção no Nordeste.

Para dimensionar estes custos, mas também contribuir para apon-

tar soluções, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou o

estudo Nordeste Competitivo, que aponta a necessidade de R$ 28 bi-

lhões em investimentos para viabilizar 83 projetos prioritários nos no-

ve estados da região. O objetivo é não apenas facilitar o escoamento

de cargas entre os estados e regiões do país, mas também reduzir os

custos dos produtos destinados à exportação.

O estudo também reforça uma verdade histórica: a concentração do

transporte de cargas em um único modal, o rodoviário, em detrimento

do transporte ferroviário, hidroviário e da cabotagem. Apenas para

ilustrar esta realidade, na Bahia, o modal rodoviário concentra em

90% o volume de carga transportada, com o agravante de que o esta-

do também é rota de passagem para as demais regiões do país. Diante

disso, algumas das suas principais rodovias estão com 95% da sua

capacidade de utilização comprometida pelo transporte de cargas,

como é o caso do trecho de Vitória da Conquista a Feira de Santana.

Se nenhum novo investimento em infraestrutura logística for feito até

2020, esta utilização chegará a 251%, por exemplo.

Além do comprometimento da capacidade de transporte, o cus-

to logístico também se manterá elevado caso não sejam efetivados

investimentos como na implantação da Ferrovia Oeste-Leste (FIOL),

que ligará o oeste da Bahia ao Porto de Ilhéus, também a ser cons-

truído. O custo para levar granel sólido agrícola do Oeste Baiano

(Barreiras) até Rotterdam, atualmente, chega a R$ 123 por tonela-

da, utilizando a BR-242 até o porto de Aratu. No entanto, se a FIOL

for viabilizada, este custo logístico cairia para R$ 114 por tonelada,

saindo pelo porto Sul em Ilhéus, gerando redução de 7,3% no custo

logístico total de transportes.

A situação da Bahia neste cenário é destacada na reportagem de

capa desta edição, que traz também um diagnóstico da situação da

Região Metropolitana de Salvador, que também requer investimentos

conjuntos para solucionar um outro gargalo: a mobilidade urbana,

problema que tem reflexos também sobre a produtividade da RMS.

editoriaL

Algumas das principais rodovias do estado estão com 95% da sua capacidade comprometida pelo transporte de cargas

A opção pelo modal rodoviário é

responsável pela elevação dos

custos de transporte no Nordeste

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4 Bahia Indústria

SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação

e tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia,[email protected] / Sindicato da

indúStria do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de

ÓleoS VegetaiS e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da

cerVeja e de BeBidaS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão,

PaSta de madeira Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúS-

triaS do trigo, milho, mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

da indúStria de mineração de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conS-

trução do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS

no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do

eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] /

Sindicato daS indúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro

de FreitaS, camaçari, diaS d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS

indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de PaniFicação e conFeitaria

da cidade do SalVador, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS Sintéti-

caS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da

indúStria de mineração de Pedra Britada do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS Quími-

coS Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de

mÁrmoreS, granitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS,

SorVeteS, SucoS, concentradoS e lioFilizadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS

e deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria

de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de

conStrução ciVil de itaBuna e ilhéuS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindica-

to daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e

itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira de Santana,

[email protected] / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de

coSméticoS e de PerFumaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de PlÁSticoS,

BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS hoSPitalareS, [email protected]

fiEBPresideNte José de Freitas Mascarenhas. 1º Vice-

PresideNte: Victor Fernando Ollero Ventin. Vice-

PresideNtes Carlos Gilberto Cavalcante Farias;

Emmanuel Silva Maluf; Reinaldo Dantas Sampaio;

Vicente Mário Visco Mattos. diretores titulAres Alberto Cânovas Ruiz; Antonio Ricardo Alvarez Al-

ban; André Régis Andrade; Carlos Henrique Jorge

Gantois; Claudio Murilo Micheli Xavier; Eduardo Ca-

tharino Gordilho; Josair Santos Bastos; Leovegildo

Oliveira De Souza; Luiz Antonio de Oliveira; Manuel

Ventin Ventin; Maria Eunice de Souza Habibe; Re-

ginaldo Rossi; Sérgio Pedreira de Oliveira Souza;

Wilson Galvão Andrade. diretores suPleNtes Adal-

berto de Souza Coelho; Alexi Pelagio Gonçalves

Portela Júnior; Carlos Alberto Matos Vieira Lima;

Juan José Rosário Lorenzo; Marcos Galindo Pereira

Lopes; Mário Augusto Rocha Pithon; Noêmia Pinto

de Almeida Daltro; Paulo José Cintra Santos; Ricar-

do de Agostini Lagoeiro

conSElhoScoNselho de ecoNomiA e deseNVolVimeNto iN-

dustriAl Antônio Sérgio Alípio; coNselho de

AssuNtos FiscAis e tributários Cláudio Murilo

Micheli Xavier; coNselho de comércio exterior Reinaldo Dantas Sampaio; coNselho dA micro

e PequeNA emPresA iNdustriAl Carlos Henrique

Jorge Gantois; coNselho de iNFrAestruturA Marcos Galindo Pereira Lopes; coNselho de meio

AmbieNte Irundi Sampaio Edelweiss; comitê de

Petróleo e Gás Eduardo Rappel; coNselho de

iNoVAção e tecNoloGiA José Luís Gonçalves de

Almeida; coNselho de resPoNsAbilidAde sociAl

emPresAriAl Marconi Andraos Oliveira; coNse-

lho de relAções trAbAlhistAs Homero Ruben

Rocha Arandas; comitê de Portos Reinaldo Dan-

tas Sampaio

Editada pela Superintendência

de Comunicação Institucional

do Sistema Fieb

coNselho editoriAl Irundi Ede-

lweiss, Adriana Mira, Cleber Borges

e Patrícia Moreira. coordeNAção

editoriAl Cleber Borges. editorA

Patrícia Moreira. rePortAGem Pa-

trícia Moreira, Carolina Mendonça,

Marta Erhardt e Fábio Bito Teles. FotoGrAFiA João Alvarez. Projeto

GráFico e diAGrAmAção Ana Clélia

Rebouças. ilustrAção e iNFoGrAFiA Bamboo Editora.

FederAção dAs iNdÚstriAs

do estAdo dA bAhiARua Edístio Pondé, 342 –

Stiep, CEP.: 41770-395 / Fone: 71

3343-1280 /

www.f ieb.org.br/bahia_ indus-

tria_online

As opiniões contidas em artigos

assinados não refletem necessa-

riamente o pensamento da FIEB.

Filiada à

BahiaciEBdiretor-PresideNte José de Freitas Mascarenhas.

Vice-PresideNtes José Carlos Boulhosa Baqueiro;

Irundi Sampaio Edelweiss; Carlos Antônio Borges

Cohim Silva. diretores titulAres Clovis Torres Ju-

nior; Fernando Elias Salamoni Cassis; João de Tei-

ve e Argollo; João Ricardo Aquino; Luís Fernando

Galvão de Almeida; Luiz Antunes Athayde Andrade

Nery; Marconi Andraos Oliveira; Roberto Fiamen-

ghi; Rogelio Golfarb; Ronaldo Marquez Alcântara;

diretores suPleNtes Davidson de Magalhães San-

tos; Erwin Reis Coelho de Araujo; Givaldo Alves

Sobrinho; Heitor Morais Lima; Jorge Robledo de

Oliveira Chiachio; José Luiz Poças Leitão Filho;

Mauricio Lassmann diretor reGioNAl oeste Pedro

Ovídio Tassi

SESi

PresideNte do coNselho e diretor reGioNAl José

de Freitas Mascarenhas. suPeriNteNdeNte José Wagner Fernandes

SEnaiPresideNte do coNselho José de Freitas

Mascarenhas. diretor reGioNAl: Leone Peter Andrade

iElPresideNte do coNselho e diretor reGioNAl

José de Freitas Mascarenhas. suPeriNteNdeNte Armando da Costa Neto

diretor executiVo do sistemA Fieb Alexandre Beduschi

Para informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato

Unidades do Sistema FIEB

sesi – serViço sociAl dA iNdÚstriA

sede: 3343-1301@Educação de Jovens e Adultos – RMS: (71) 3343-1429 @Responsabilidade Social: (71) 3343-1490@Camaçari: (71) 3205 1801 / 3205 1805@Candeias: (71) 3601-2013 / 3601-1513@Itapagipe: (71) 3254-9930@Itaigara: (71) 3444-4250 / 4251 / 4253@Lucaia: (71) 3205-1801@Piatã: (71) 3503 7401@Retiro: (71) 3234 8200 / 3234 8221@Rio Vermelho: (71) 3616 7080 / 3616 7081@Simões Filho: (71) 3296-9300 / 3296-9330@Eunápolis: (73) 8822-1125@Feira de Santana: (75) 3602 9762@Sul: (73) 3639 9331 / 3639 9326@Jequié: (73) 3526-5518@Norte: (74) 2102-7114 / 2102 7133@Valença: (75) 3641 3040@Sudoeste: (77) 3422-2939 @Oeste: (77) 3628-2080

seNAi – serViço NAcioNAl de APreNdizAGem iNdustriAl

sede: 71 3343-8090@Cimatec: (71) 3534-8090@Dendezeiros: (71) 3534-8090 @Cetind: (71) 3534-8090@Feira de Santana: (73) 3639-9302 @Ilhéus: (73) 3639-9302 @Luís Eduardo Magalhães: (77) 3628-5609@Barreiras: (77) 3612-2188

iel – iNstituto euVAldo lodi

sede: 71 3343-1384/1328/1256@Barreiras: (77) 3611-6136@Camaçari: (71) 3621- 0774@Eunápolis: (73) 3281- 7954@Feira de Santana: (75) 3229- 9150@Ilhéus: (73) 3639-1720@Itabuna: 3613-5805@Jacobina: (74) 3621-3502@Juazeiro: (74) 3611-0155@Teixeira de Freitas: (73) 3291-0621@Vitória da Conquista: (77) 3424-2558

cieb - ceNtro dAs iNdÚstriAs do estAdo dA bAhiA

sede: (71) 3343-1214

sistema fieb nas mídias sociais

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Faculdade SENAI

Cimatec é uma

das instituições

mais bem

avaliadas do país

CimateC é nota4 do meC

Bahia Moda

Design discutiu a

profissionalização

e a valorização da

moda local

moda Com estilo baiano

A edição 2012 dos Jogos Regionais do

SESI reuniu na Bahia 700 atletas

industriários da Bahia, Sergipe,

Pernambuco, Alagoas e Paraíba, na

unidade do SESI Simões Filho

atletas da indústria nos Jogos regionais do sesi

Mapeamento da Superintendência

de Desenvolvimento Industrial da FIEB

faz um diagnóstico das empresas

exportadoras baianas e de seu potencial

para o mercado externo

diretrizes para ampliar as exportações baianas

Estudo revela que

o Nordeste

necessita de

importantes

investimentos

para solucionar

seus gargalos

logísticos

Custo da produção

sumário nov/dez 2012

28

modal rodoviário

apresenta sinais

de colapso

Foto: joão Alvarez

29

16

6 24

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6 Bahia Indústria

Potencial baiano para exportaçãoFIEB lança estudo sobre comércio exterior na Bahia, mapeando as principais dificuldades enfrentadas pelos empresários

por carolina mendonça Foto João alvarez

Um diagnóstico da situação

das empresas exportado-

ras baianas e potenciais

exportadoras, os entraves

ao comércio com outros países e

as propostas para a criação de um

ambiente mais propício aos que

desejam alcançar mercados no

exterior compõem o conteúdo do

Estudo das Indústrias Exporta-

doras e Potenciais Exportadoras

da Bahia, lançado no dia 15 de

outubro, durante a realização da

mesa-redonda “Caminhos para a

Internacionalização da Indústria

Baiana”. O evento foi a segunda

edição do projeto, promovido pela

Federação das Indústrias do Es-

tado da Bahia (FIEB), em parceria

com a Rede Bandeirantes na Bahia.

A iniciativa tem por intuito promo-

ver o debate da conjuntura econô-

mica nacional e internacional e o

seu impacto nos diferentes setores

industriais do Estado da Bahia.

Produzida pela Superinten-

dência de Desenvolvimento

Industrial da FIEB, com apoio

do Sebrae e da Apex-Brasil, a

pesquisa é um instrumento de

análise do comércio exterior no

estado. Com o objetivo de apoiar

a atividade, o trabalho traça um

perfil das empresas exportadoras

e mapeia os principais obstáculos

enfrentados por quem quer levar

seu produto para fora do país.

Foram entrevistadas 186 em-

presas industriais exportadoras

identificadas no cadastro do Guia

Industrial do Estado da Bahia/

FIEB e na relação do MDIC/Se-

cex (dados referentes a 2011). Já a

amostra de potenciais exportado-

ras foi de 276 empresas, seleciona-

das a partir do Guia ou pela par-

ticipação no Projeto de Extensão

Industrial Exportadora (Peiex) da

Apex-Brasil, realizado na Bahia

pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL).

Alguns dos resultados chamam

a atenção, entre eles os relativos ao

setor de transportes. Identificou-

-se que o principal meio utilizado

pelas empresas baianas da fábri-

ca ao porto/estação aduaneira é

o rodoviário, representando 88%

dos modais utilizados. O uso do

modal ferroviário é praticamente

inexistente (0,5%). Em relação ao

embarque dos produtos, a maior

parte das empresas (70%) o faz via

portos e aeroportos do estado.

Além da taxa de câmbio, que é

um fator conjuntural, os principais

obstáculos à exportação aponta-

dos foram os custos e a burocracia.

"As queixas se repetem: excesso de

tributos e procedimentos burocrá-

ticos, altos custos de transporte e

logística, além da falta de infraes-

trutura”, afirma o superintenden-

te de Desenvolvimento Industrial

da FIEB, João Marcelo Alves. Os

empresários consultados sugerem

ações para aumentar a competiti-

vidade, como a simplificação dos

procedimentos aduaneiros e a ope-

ração contínua e ininterrupta das

aduanas nos principais pontos de

saída do país.

PotencialMesmo num cenário conside-

rado difícil para quem deseja ex-

portar, a pesquisa mostra que há

motivos para acreditar na ativida-

de. Aproximadamente 25% delas

têm excedente de 16% a 30% da

produção para vender para outros

países. Outras razões são a diver-

sificação de mercados e os preços

atraentes.

De acordo com o analista da

Apex-Brasil, Luiz Augusto Rocha,

superando a carência de infor-

mações, os empresários podem

descobrir mercados não-conven-

cionais em expansão que podem

absorver produtos brasileiros e

baianos, como China, Oriente Mé-

dio, África, Bangladesh e Vietnã.

“Faltam conhecimentos básicos

para chegar a mercados externos.

Este é um dos fatores que pesam

contra o processo de internaciona-

lização”, disse Rocha.

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Bahia Indústria 7

Giannetti aponta a

baixa produtividade

como principal entrave

bi - o brasil consegue ter um bom desempenho nas

exportações de seus produtos?

eG – O Brasil ainda representa apenas 1,4% da pau-

ta do comércio exterior, é uma participação pífia. E

o principal fator é a nossa baixa produtividade. Isso

afeta nossa possibilidade de vender para o resto do

mundo e nos torna vulneráveis às importações, que

concorrem aqui com preços desleais. Para piorar,

nossos principais parceiros comerciais, a Zona do Eu-

ro, os EUA e a Argentina, estão reduzindo sua deman-

da por produtos de todo o mundo. Particularmente,

as exportações brasileiras para a Argentina já caíram

cerca de 40% desde 2009 para cá. A boa notícia é que

há muito espaço para conquistar. No caso das peque-

nas e médias empresas, o caminho é investir na cria-

tividade, na inovação e em um processo de associa-

ção em grupo que fortaleça o caminho até o exterior.

bi - o que é preciso fazer para avançar nesta área?

eG – Acredito que o patamar do câmbio já chegou a

um nível razoável. O que precisam ser feitas são as re-

formas que aumentariam a competitividade brasileira,

principalmente as de à infraestrutura e de tributação.

Há uma agenda sobre a qual trabalhar: a insegurança

jurídica, que afasta investidores; a excessiva oneração

da folha de pagamento; a burocracia. Precisamos au-

mentar a eficiência da atividade econômica no país,

melhorar nossa condição de produtor doméstico não

só para exportar, mas para garantir a predominância

de produtos nacionais no mercado interno.

bi – como o sr. avalia as medidas do governo federal?

eG – Há uma curva de aprendizado no governo Dilma.

Parece que o governo acordou para a necessidade de

se reduzir o custo de produção horizontalmente, para

todos os segmentos. Neste caso, considero um gran-

de retrocesso o regime automotivo, que tem um viés

protecionista disfarçado de incentivo à inovação. [bi]

“Precisamos aumentar a eficiência da atividade econômica”Convidado da mesa-redonda realizada na FIEB,

o economista Eduardo Giannetti fala sobre a

participação do Brasil nas exportações mundiais

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8 Bahia Indústria

Um dos três centros de tecno-

logia do país escolhidos pa-

ra participar da experiência-

-piloto da Empresa Brasileira de

Pesquisa e Inovação Industrial

(Embrapii), o SENAI Cimatec con-

tabiliza nove projetos (entre auto-

rizados e em andamento) e come-

mora a perspectiva da realização

de muitos outros, já que a unidade

tem sido procurada por empresas

de todo o Brasil. “Temos recebido

semanalmente a visita de repre-

sentantes de várias empresas inte-

ressadas, algumas delas líderes de

mercado em seus segmentos, para

desenvolver pesquisas e produtos

com nossas equipes”, afirmou o

consultor do Núcleo Estratégico

do SENAI, Silmar Nunes.

O contrato mais recente, assi-

nado no final de outubro, é com a

Daxoil Refino S/A. A parceria vai

viabilizar o desenvolvimento de

um dispositivo de transporte mul-

Inovação na indústriaSENAI-BA fecha o ano com nove contratos da Embrapii, projeto piloto de pesquisa de novas tecnologias para a indústria

timodal de gás natural pelas áreas

tecnológicas de Materiais, Desen-

volvimento de produtos Industriais

e Automação do Cimatec. Com

investimento de R$ 1.175.625,00 –

divididos entre a empresa proces-

sadora de petróleo e derivados e a

FINEP, com recursos financeiros, e

o SENAI-BA, que entra com o capi-

tal humano e suas instalações –, o

projeto deve resultar num primeiro

protótipo, que deve ser testado no

segundo semestre de 2013.

O dispositivo, um cilindro feito

de compósito de resina poliéster

com fibra de vidro, permitirá o

transporte de gás natural por meio

de adsorção em carvão ativado,

aplicado em situações em que a

vazão do poço explorado não justi-

fica a implantação de um gasoduto.

Se os resultados forem positivos,

como se espera, o produto vai re-

presentar redução de custos e de

poluição para o meio ambiente.

representantes

da dexoil

durante a

assinatura de

contrato

perBras

»Desenvolvimento de um blowout

preventer BOP automatizado

cambuci s.a. – penalty

»Desenvolvimento de um novo

processo de manufatura de câmara

de ar para bolas esportivas

general motors do Brasil

»Pesquisa de tensões residuais e

análise dimensional/deformação

em chapas automotivas

estampadas quando submetidas a

soldagem a ponto por resistência e

a temperatura do processo de

pintura

»Pesquisa e análise quantitativa

dos fenômenos de superfície em

chapas metálicas

storeid desenvolvimento

de tecnologias

»Pesquisa e desenvolvimento

sistema de automação

storeid desenvolvimento de

tecnologias e Valid soluções e

serviços de segurança em meios

de pagamento e identificação

»Pesquisa e desenvolvimento de

um novo produto e sistema de

automação inteligente para

aplicação na gestão

pollux automation

»Desenvolvimento de processo

automatizado para linha de tijolos

refratários

daxoil

»Dispositivo de transporte

descontínuo multimodal de gás

natural adsorvido

projetos em andamento

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circuito

Bahia Indústria 9

impacto do novo marco nos portos baianos iAnunciado pela presidente

Dilma, no início de dezembro

último, com a finalidade de

induzir investimentos, o

Pograma de Investimento em

Logística Portuária traz impactos

importantes para o setor na

Bahia. No caso do Porto de

Salvador, por exemplo, contratos

anteriores à Lei dos Portos (de

1993) serão licitados. Além disso,

o novo marco regulatório

permitirá mais agilidade ao

processo de concessão de um

novo terminal de contêineres,

aproveitando o espaço disponível

na área norte do porto. Alguns

investidores já manifestaram

interesse.

impacto do novo marco nos portos baianos iiEm relação ao Porto de Aratu,

cujos terminais estão com

capacidade saturada desde

meados da década de 1990, com

equipamentos e infraestrutura

deficientes, o novo marco

regulatório trará importantes

impactos. Contratos de terminais

anteriores à Lei dos Portos

também serão licitados. Podem

ocorrer ainda mudanças para

empresas do Polo Industrial de

Camaçari que operam carga

própria no porto e têm contratos

vencidos.

por Cleber borges

rodovias vão transportar menos cargasMais de metade da produção industrial e do

agronegócio no Brasil é transportada por

rodovias, em geral mal conservadas, o que

encarece o frete e, por conseguinte, o preço final

dos produtos. Segundo dados do Ministério dos

Transportes, em 2005, o modal rodoviário foi

utilizado para transportar 58% das cargas; em

2012, passou a 52%. Por ferrovias, foram 25%, em

2005; e 30%, em 2012. E por modal aquaviário,

permaneceu, no período, estagnado em 13%.

Previsão do ministério aponta um decréscimo

contínuo do modal rodoviário, de modo que, em

2015, ele representará apenas 30% do volume de

carga a ser transportado. A ferrovia passará a

36%, mas o destaque caberá às aquavias, que

deverão transportar 28%, mais que dobrando o

volume de carga em relação a 2012.

otimismo do empresário diminuiDezembro fechou com diminuição

do otimismo dos industriais

brasileiros, de acordo com

pesquisa feita pela CNI. O Índice

de Confiança do Empresário

Industrial (Icei), que varia de 0 a

100, oscilou e 58,3 pontos

percentuais em outubro para 57,4

em dezembro. A lenta

recuperação da economia

mundial e o fim das encomendas

de fim de ano deram o tom da

pesquisa. O ICEI ficou estável na

indústria da construção e na

indústria extrativa. Na indústria

de transformação, o índice caiu

em 19 dos 28 setores pesquisados.

Os empresários também estão

menos otimistas em relação ao

futuro. O indicador de

expectativas para os próximos

seis meses recuou de 62 pontos

para 61,1 pontos.

“se os indivíduos deFinem as situações Como reais, elas são reais em suas ConsequênCias.”W. i. thomas (1863-1947), sociólogo americano, no teorema segundo o qual a interpretação de uma situação causa a ação, gerando o chamado “efeito Pigmalião.”

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10 Bahia Indústria

FOTOS HAROLDO ABRANTES/COPERPHOTO/SISTEMA FIEB

Visitantes

da Fenagro

conhecem

stand do

sindipacel/Abaf

sindileite pede prorrogação da isenção do icms

Por conta da seca que atinge

260 dos 417 municípios baianos,

a estimativa de queda da produ-

ção de leite do estado para 2012

deve fechar em 30%, segundo

cálculos do Sindicato das Indús-

trias de Laticínios e Produtos

Derivados do Leite do Estado da

Bahia (Sindileite). Para amenizar

os danos causados pela estia-

gem, a entidade pediu, no dia 30

de novembro, a prorrogação da

isenção do ICMS até dezembro

de 2013.

De acordo com o presidente do

sindicato, Paulo Cintra Santos, o

governo se mostrou sensível ao

pleito por entender que a recu-

peração da cadeia vai demorar

por estar associada ao retorno da

normalidade pluviométrica. A

falta de água no semiárido dimi-

nuiu os rebanhos e obrigou os la-

ticínios a comprar leite de outros

estados. A situação é mais grave

para as micro e pequenas empre-

sas, que não têm como importar

o produto. De acordo com o Sin-

dileite, até outubro, 12 empresas

fecharam as portas, gerando o

corte de 100 empregos diretos e

cerca de 500 indiretos.

Sindpacel apresenta manejo de florestas na Fenagro

sindicatos

sindratar-bA comemora 15 anos de fundação

No dia 30 de novembro, o Sindicato da Indústria

de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar do

Estado da Bahia (Sindratar-BA) comemorou 15 anos

de sua fundação com a presença dos empresários do

segmento, profissionais e organizações parceiras.

Na oportunidade, foram homenageados todos os ex-

-presidentes do Sindratar-BA. De acordo com o atual

presidente da entidade, Raimundo Dunezeu, esta foi

uma maneira de reconhecer o importante trabalho

que realizaram em prol da entidade.

O Sindicato das Indústrias do Papel, Papelão e Celulose do Estado da

Bahia (Sindpacel), em parceria com a Associação Baiana das Empresas

de Base Florestal (Abaf), marcou presença na Fenagro, que aconteceu

de 28.11 a 2.12, no Parque de Exposições de Salvador. As duas entidades

tiveram um espaço na área de 200m² destinada às cadeias produtivas,

onde os stands foram construídos em eucalipto, bem como o parque de

diversões e as áreas das secretarias de governo. A Fenagro recebeu mais

de 200 mil visitantes, entre os quais 15 mil alunos de escolas públicas

e privadas, que conheceram as diversas cadeias produtivas em visitas

assistidas. Os professores e monitores de cada turma receberam uma

cartilha educativa e folder do Sindpacel/Abaf.

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Bahia Indústria 11

qualidade de

impressão

foi discutida

em seminário

desfile

apresentou

as tendências

da moda da

indústria de

vestuário

sindicer avalia a produtividade na indústria cerâmica

Empresas da indústria cerâmica de várias regiões

do estado participaram do encontro promovido pelo

Sindicato das Indústrias de Cerâmica para Constru-

ção e Olaria do Estado da Bahia (Sindicer), Sistema

FIEB e Sebrae, dia 20 de novembro, no Hotel Marina

Riverside, em Lauro de Freitas.

As discussões giraram em torno das formas de me-

lhorar resultados na indústria cerâmica. O presidente

do Sindicer, Jamilton Nunes, destacou a importância

do evento pela oportunidade de congregar os cera-

mistas e conscientizá-los para a importância de unir

esforços para assegurar o desenvolvimento do seg-

mento. O assessor-técnico da Associação Nacional da

Indústria Cerâmica (Anicer), Edvaldo Maia, apontou

a implantação de um sistema de gestão da qualida-

de como fundamental para a melhoria dos processos

produtivos.

indústria gráfica debate gestão e novas tecnologias

Gestão e novas tecnologias voltadas para a área

gráfica foram debatidos durante o XI Seminário da

Indústria Gráfica, realizado pelo SENAI-BA, em par-

ceria com o Sindicato das Indústrias Gráficas do Esta-

do da Bahia (Sigeb). O presidente do sindicato, Josair

Bastos, fez a abertura do evento, realizado nos dias

28 e 29 de novembro, no SENAI Dendezeiros, em Sal-

vador. O seminário reuniu renomados profissionais

do mercado gráfico brasileiro, como o engenheiro

gráfico e consultor de empresas, Thomaz Caspary, o

supervisor de produto de pré-impressão e impressão

digital da Heidelberg do Brasil, Márcio Ribeiro, e o

economista Silvio Araujo Netto, consultor da CNI pa-

ra a Indústria Gráfica, que falou sobre os segredos de

sucesso dos empresários gráficos.

Feira ganha centro de designEm parceria com o Sindicato da Indústria do Vestuário de Feira de San-

tana e Região (Sindvest), foi inaugurado, no dia 12 de dezembro, no SENAI

de Feira de Santana, o Centro de Design, que vai oferecer os serviços de

impressão de risco, digitalização e desenvolvimento de modelagem, gra-

duação e design estratégico. O objetivo é aumentar a competitividade da

indústria de confecção da região. O evento contou com palestras sobre

Modelagem 3D e as tendências do inverno de 2013, além de desfile e co-

quetel. Na ocasião, foram coletadas as doações de material de vestuário,

feitas pelos empresários, que serão entregues a entidades assistenciais.

encontro discute melhoria dos produtos da cadeia da construção

A necessidade de modernização e inovação

nas técnicas de produção e a melhoria da qualida-

de dos produtos foi um dos temas discutidos du-

rante o Encontro Nacional Empresarial da Cadeia

Produtiva da Indústria da Construção, realizado

no dia 22 de novembro, no auditório da Federação

das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB). Com o

objetivo de melhoria da qualidade dos produtos

da cadeia, foi lançado durante o encontro o Selo

de Qualidade Sinprocim-BA (SQS).

O presidente do Sinprocim-BA, Carlos Gantois,

observou que é preciso difundir os produtos de

cimento, racionalizando processos e garantindo

produtividade, sem perder de vista o desempe-

nho e a qualidade. O evento contou com a parti-

cipação do secretário de Infraestrutura do Estado

e vice-governador, Otto Alencar, e do presidente

executivo do Sindicato Nacional das Indústrias

de Produtos de Cimento (Sinaprocim), Rober-

to Petrini. O presidente da FIEB, José de Freitas

Mascarenhas, anunciou durante o evento que o

SENAI já está autorizado a implantar nas Facul-

dades SENAI curso de engenharia civil voltado

para as necessidades da indústria.

REGINALDO PEREIRA/COPERPHOTO/SISTEMA FIEB

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12 Bahia Indústria

Até 2015, o setor de mine-

ração da Bahia deve mo-

vimentar R$ 7,5 bilhões

ao ano, com investimen-

tos privados de R$ 18,8 bilhões

anunciados. Em 2012, o setor deve

fechar o ano com uma movimen-

tação de R$ 2,5 bilhões, segundo

estimativa da Secretaria da In-

dústria, Comércio e Mineração do

Estado da Bahia (SICM). Os dados

foram anunciados durante o IX Se-

minário Nacional de Arranjos Pro-

dutivos Locais de Base Mineral, na

Federação das Indústrias do Esta-

do da Bahia (FIEB).

Na cerimônia de abertura, o

então superintendente da indús-

tria e Mineração da SICM, Albert

Hartmann, ressaltou que, essa

alavancagem será possível com

a realização de projetos de infra-

estrutura, a exemplo da constru-

ção da Ferrovia Oeste–Leste e do

Porto Sul. Além disso, foram des-

tacadas as ações do governo pa-

ra o setor, com destaque para os

projetos de fomento da produção

de mármore, cerâmica vermelha,

gemas e joias.

Com o objetivo de estimular a

integração das entidades repre-

sentativas de diversos setores de

atividades econômicas de base

mineral, o seminário discutiu

ideias para ajudar os APLs a se

inserirem de forma competitiva

no mercado globalizado. “As so-

luções que estaremos discutindo

para o futuro devem contemplar

ideias inovadoras para a transfor-

mação da nossa realidade”, pon-

tuou o vice-presidente da FIEB,

Reinaldo Sampaio.

E essa transformação precisa

ocorrer logo. Segundo o diretor do

departamento das Indústrias In-

tensivas em Mão de Obra e Recur-

sos Naturais da Secretaria do De-

um setor em crescimento

por marta erhardt Foto João alvarez

MinerAçãoEstimativas apontam que o setor deve receber, até 2015, investimentos de R$ 187 bilhões da iniciativa privada

senvolvimento da Produção do Ministério de Desen-

volvimento, Indústria e Comércio Exterior, Marcos

Otávio Prates, o setor de construção civil deve crescer

1% acima do PIB brasileiro em 2012 e a cadeia produ-

tiva precisa estar preparada para atender à crescente

demanda.

entravesA dificuldade de acesso das micro e pequenas em-

presas (MPEs) às políticas de inovação e a recursos

foram apontadas, pelos empresários do setor, como

um dos principais entraves para o desenvolvimento

dos APLs de base mineral.

No módulo Visão Empresarial

das Políticas Públicas de Apoio aos

APLs de Base Mineral, Reinaldo

Sampaio, também diretor-presi-

dente da Associação Brasileira da

Indústria das Rochas Ornamentais

(Abirochas), criticou a ausência

de políticas de inovação para as

MPEs. “É preciso compreender o

universo das micro e pequenas em-

presas para que se possa elaborar

políticas públicas de inovação pa-

ra as empresas do setor”, defendeu.

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Bahia Indústria 13

Já o presidente do Sindicato da

Indústria da Cerâmica Vermelha

(Sindicer) e vice-presidente da

Associação Nacional da Indústria

Cerâmica (Anicer), Jamilton Nu-

nes, apontou como empecilhos a

falta de integração das ações de-

senvolvidas pelos órgãos públicos

e instituições privadas parceiras

e a morosidade na execução das

ações e burocracia excessiva por

parte dos órgãos públicos.

Como sugestão para melhoria

deste cenário, ele propôs a criação

de ações de fortalecimento e pro-

moção das governanças compro-

metidas com resultados; a oferta

de linhas de crédito com juros

especiais, propícias às pequenas

empresas, além da criação de cur-

sos de qualificação técnica em ce-

râmica e a inserção de matérias na

grade curricular de cursos técni-

cos em edificação e mineração. O

seminário aconteceu entre os dias

8 e 11 de outubro.

A capacidade produtiva do setor

de mármore Bege Bahia cresceu

40% em 5 anos. O crescimento

ocorreu depois da implantação do

APL Bege Bahia, que contribuiu,

ainda, para o incremento de R$ 1,5

milhão dos negócios gerados pelo

setor. Os dados foram apresenta-

dos durante o módulo “Práticas de

governança em APLs”, que inte-

grou a programação do seminário.

O exemplo do APL Bege Bahia

foi uma das experiências exitosas

de governança de APLs de base

mineral apresentadas durante o

evento. De acordo com o presi-

dente do Sindicato das Indústrias

de Mármores, Granitos e Similares

da Bahia (Simagran-BA), Marcos

Regis Andrade, o crescimento da

capacidade produtiva foi possível

com a inovação tecnológica e a

mudança de atitude por parte do

empresariado. As nove empresas

que integram o Polo das Regiões

Metropolitanas de Salvador e Fei-

ra de Santana, que antes atuavam

apenas com beneficiamento, pas-

saram a atuar em toda a cadeia

produtiva, com distribuição, lo-

gística e consultoria.

Constituído em 2007, o APL

adota atualmente, no Polo das

Regiões Metropolitanas de Salva-

dor e Feira de Santana, o modelo

de gestão participativa induzida.

“Nós ouvimos as necessidades

dos empresários e apresentamos

novas demandas do arranjo pro-

dutivo, fomentamos novas situ-

ações”, explica o presidente do

Simagran-BA. [bi]

Bege Bahia apresenta experiência de governança

cadeia

produtiva do

bege bahia

registrou

crescimento de

40% em 5 anos

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14 Bahia Indústria

Considerada estratégica para assegurar a mo-

dernização industrial e da própria indústria de

tecnologia da informação local, a Federação das

Indústrias do Estado da Bahia promoveu, no dia 23

de novembro, o seminário O Cenário de TI na Bahia:

Perspectivas e Oportunidades. Nos discursos, pales-

tras e debates, uma certeza: o setor necessita de uma

sinergia de ações para fomentar iniciativas que con-

tribuam para seu desenvolvimento na Bahia.

A indústria eletrônica movimentou US$ 96 bilhões

em 2011 em todo o Brasil e os serviços relacionados à

TI apresentaram crescimento de 61% nos últimos três

anos, segundo dados da Brasscom (Associação Bra-

sileira das Empresas de Tecnologia da Informação e

Comunicação). Esses números apontam a importân-

cia da área, fundamental para dar suporte à competi-

tividade e modernização da indústria local.

“O desenvolvimento da TI é decisivo para a compe-

titividade e o crescimento do país, pois ela participa

do desempenho de todos os setores da vida moderna

e seu maior uso traz ganhos reais para toda a econo-

mia”, defendeu o presidente da FIEB.

Articulação pelo avanço da TIFIEB mobiliza empresários e governo para discutir destinos da tecnologia da informação e seus desafios na Bahia

A indústria

eletrônica

movimenta

us$ 96 bilhões

no brasil

em 2011

Ele ressaltou, também, que a Bahia não conseguiu

avançar consideravelmente no desenvolvimento da

TI, mas reconheceu ações importantes neste senti-

do, como a inauguração do Parque Tecnológico, em

setembro deste ano. “O que diagnosticamos é que

temos ações isoladas. Creio que se agirmos em con-

junto teremos sinergia e ousadia para avançar. Essa

união vai apontar o que precisamos fazer em pesqui-

sa, capacitação de pessoal e programas de financia-

mento”, pontuou Mascarenhas.

A articulação entre governo, academia e empresas

para a melhoria do setor também foi defendida pelo

presidente da Associação para Promoção da Excelên-

cia do Software Brasileiro (Softex), Rubén Delgado,

que apontou como principais necessidades a cria-

ção de um planejamento estratégico para a área na

Bahia, a capacitação de mão de obra de acordo com

as necessidades das empresas locais e o incentivo à

elaboração de projetos de pesquisa.

Entre as ações para a melhoria do setor no estado,

foi apresentada a criação da Associação das Indús-

trias de Eletroeletrônicos, Telecomunicações e In-

formática do Polo de Ilhéus (Assipi), constituída em

abril deste ano.

No que diz respeito à capacitação de mão de obra

para a área, o diretor Regional do SENAI-BA, Leone

Peter, apresentou as ações da instituição, a exem-

plo dos cursos técnicos, de qualificação, graduação

e pós-graduação, além de outras iniciativas, como o

Programa de Aprendizado Jovem (Proaj), realizado

em parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia

e Inovação (Secti), com o objetivo de capacitar alunos

do ensino médio da rede pública em Tecnologia da

Informação e Comunicação (TIC).

Os projetos do governo estadual para a expansão

do setor foram apresentados pelo secretário da Tec-

nologia, Paulo Câmera, incluindo a inauguração do

Parque Tecnológico. [bi]

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Bahia Indústria 15

Baianos destacam-se em premiação nacionalNo Prêmio IEL Nacional de 2012, três empresas da Bahia se destacaram pelo incentivo a ideias inovadoras desenvolvidas por seus estagiários

A Bahia destacou-se no Prêmio IEL de Estágio

2012, com três empresas contempladas na pre-

miação, realizada na sede da Confederação Na-

cional da Indústria (CNI), em Brasília, no dia 16 de

outubro. As empresas Lacerta Ambiental e Petrobras

foram vencedoras das categorias Micro e Pequenas

Empresas e Grande Empresa, respectivamente. Já a

Portugal Telecom Inovação Brasil ficou com o segun-

do lugar na categoria Média Empresa.

O vencedor na categoria Micro e Pequena Empre-

sa, Cecil Pergentino Fazolato, de 25 anos, fez estágio

na Lacerta Ambiental, empresa de análises biológi-

cas, instalada em Salvador. Ele desenvolveu uma

técnica de análise que serve para o monitoramento

ambiental e avaliação da qualidade da água para or-

ganismos vivos, como peixes e camarões.

“Um teste semelhante custa em média R$ 1.200

e leva 45 dias para ficar pronto. Ele conseguiu de-

senvolver um teste no laboratório que custa de R$

10 e a resposta sai em 12 horas. Resposta muito mais

imediata e um ganho de custo”, contou o diretor de

Projetos da Lacerta Ambiental, Henrique Browne,

que também recebeu um troféu pelo incentivo dado

ao desenvolvimento de Cecil no estágio. “Sou muito

grato ao suporte que a empresa me deu para conse-

guir fazer o projeto e continuar a desenvolver conhe-

cimento, fazendo pesquisa na minha área”, afirmou o

estudante de biologia, hoje contratado pela empresa.

Já Tiago Cabral Santos Pestana, de 24 anos, de

Salvador, fez estágio na Petrobras e atualmente mo-

ra na Alemanha, onde faz mestrado em Engenharia

Mecânica. O estudante, que desenvolveu a primeira

versão de um simulador que visa otimizar a produção

de poços de petróleo, foi orientado pelo engenheiro

de petróleo Manuel de Almeida Barreto Filho.

“Mediante um programa estruturado, estamos

dando oportunidade, incentivando e contribuindo

para a formação de centenas de jovens que estão an-

siosos para se capacitar e se lançar no mercado de

trabalho. Ao mesmo tempo, aproveitamos a motiva-

ção, a iniciativa e a criatividade demonstradas por

estes jovens, para produzir conhecimento, aprimorar

práticas e antecipar etapas”, avalia Barreto Filho.

Outro baiano, Raphael Augusto de Souza, da Por-

tugal Telecom Inovação Brasil, ficou com o segundo

lugar na categoria Média Empresa. “O programa de

estágio da Portugal Telecom é uma importante fonte

de contratação de novos pesquisadores, funcionando

como uma porta de entrada de novos conhecimentos,

competências e inovação, e a atribuição destes prê-

mios pelo IEL vem reconhecer nossa atitude e traba-

lho diferencial com os estagiários e com os projetos

que eles desenvolvem na empresa”, destaca o diretor

do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Softwa-

re da Portugal Telecom, Fernando Alves.

O Prêmio IEL de Estágio identifica e divulga as me-

lhores práticas de estágio no país. [bi]

solenidade

ocorreu na

sede da cNi,

em brasília

CNI DIVuLGAçãO

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16 Bahia Indústria

ogística. Na equação do desempenho eco-

nômico, esta é uma das variáveis mais sig-

nificativas quando se trata de aferir com-

petitividade. Neste contexto, o Nordeste

brasileiro, em razão de um processo histó-

rico de falta de investimentos, vem apre-

sentando gargalos infraestruturais que

elevam os custos da produção na região, altamente

concentrada no modal rodoviário, que é mais oneroso.

No sentido de contribuir para propor soluções pa-

ra minimizar os efeitos destes gargalos, a Confede-

ração Nacional da Indústria (CNI) realizou o estudo

Nordeste Competitivo, que aponta a necessidade de

R$ 25,8 bilhões em investimentos na infraestrutura

logística. Os recursos seriam necessários para reali-

zar 83 projetos listados no levantamento como prio-

ritários, a serem implementados até 2020, sob pena

de a região assistir ao travamento do escoamento da

produção dos seus nove estados para o mercado in-

terno e para exportação.

Embora o levantamento tenha levado em conta o

cenário da região como um todo, sem se concentrar

ao estudo de cada estado individualmente, Olivier

Girard, diretor da Macrologística, consultoria que

executou o Nordeste Competitivo, faz algumas consi-

derações sobre a situação da Bahia.

Na avaliação dele, o que se vê é um estado com um

grande potencial de crescimento, tanto de produção

nos setores do agronegócio, quanto extrativista e in-

dustrial. Mas a concentração da matriz de transporte

no modal rodoviário, que representa 90% do trans-

porte de cargas no estado, além do subaproveitamen-

to dos modais hidroviário e ferroviário, eleva os cus-

tos logísticos de transporte na Bahia.

Girard aponta a utilização da hidrovia do São

Francisco e a implantação da Ferrovia Oeste Les-

te (Fiol) como soluções para amenizar o excesso de

carga transportadas nas rodovias baianas, a exem-

plo da BR-242. Mas o maior problema do estado, na

avaliação do consultor, são as dimensões territoriais

que exigem investimentos muito altos, elevando os

custos de transporte. “Trazer produção do oeste do es-

tado por via ferroviária é um investimento muito alto

e ainda não há volume de carga para baixar os custos.

por Patrícia moreiraFotos João alvarez

Estudo da CNI aponta a necessidade de investimentos de R$ 25,8 bilhões em 83 projetos prioritários para reduzir o custo da produção no Nordeste

o transporte

rodoviário

concentra a

movimentação

de cargas no

Nordeste

infrAestrUtUrA e CoMPetitividAde

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Bahia Indústria 17

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18 Bahia Indústria

por carolina mendonça

se, de um lado, para alcançar competitividade o

Brasil precisa de investimentos na macroinfra-

estrutura, é no âmbito das cidades, especifica-

mente das metrópoles, que a falta de investimentos

está afetando a vida das pessoas e comprometendo o

desempenho dos diversos setores produtivos, inclu-

sive, da indústria. O principal fator, neste caso, é o

comprometimento do tempo de deslocamento do tra-

balhador de casa para o trabalho.

Pensar as cidades que integram a Região Metropo-

litana de Salvador como um sistema integrado foi a

proposta defendida pelos especialistas convidados

do seminário da Agenda Bahia 2012, sobre “Infraes-

trutura - Metrópole Baiana”. O seminário aconteceu

na sede da Federação das Indústrias do Estado da

Bahia (FIEB), no dia 31 de outubro, realizado pelo jor-

nal Correio e pela rádio CBN.

Responsável pela palestra de abertura, o presiden-

te da Federação das Indústrias do Estado da Bahia,

José Mascarenhas, sintetizou a proposta fazendo

uma crítica à atual forma de administrar: “Deve-se

pensar as cidades como um todo. Os governos não es-

tão omissos, os gestores têm buscado soluções, mas

estas são pontuais e isoladas”, disse.

Mascarenhas apresentou dados que mostram a

situação caótica em que a capital baiana e seu entor-

no se encontram. Apontado como um dos locais com

qualidade de vida mais baixa entre 21 cidades pes-

quisadas pela Proteste este ano, Salvador teve a pior

pontuação no quesito mobilidade urbana. De acordo

com o estudo, aproximadamente 61% dos soteropoli-

Repensar e integrar a RMSEspecialistas em arquitetura e urbanismo defendem planejamento para as 13 cidades que compõem a RMS a fim de amenizar gargalos

Logo, é preciso um volume maior de movimentação e

isso só vai viabilizar o modal se ele também escoar a

produção das minas de Caetité”, destaca Girard.

O coordenador do estudo também aponta a cabo-

tagem como um potencial de transporte pouco ex-

plorado ao longo do litoral do Nordeste e que poderia

contribuir para reduzir os custos produtivos. Mas a

Bahia também carece de investimentos nos portos:

“O terminal de contêineres de Salvador já está satu-

rado; o Porto de Aratu tem grande potencial, mas é

pouco explorado, e o de Ilhéus é pouco representati-

vo, é preciso fazer investimento em um novo porto”,

destaca Olivier Girard.

PrioridadesAs ferrovias e os portos são os modais que mais

precisam de investimentos na região. Juntas, as du-

as malhas vão demandar 90% dos R$ 25,8 bilhões de

recursos para atender aos projetos de logística priori-

tários. Outros 9% devem ser investidos nas rodovias

e 1% nas hidrovias.

Os investimentos teriam retorno em pouco mais

de quatro anos com a economia de gastos logísticos.

Atualmente, o Nordeste despende em torno de R$

30,2 bilhões com transportes, incluindo gastos com

frete interno, pedágios, transbordo e terminais, tari-

fas portuárias e frete marítimo. Entretanto, no longo

prazo, a infraestrutura da região demanda investi-

mentos mais robustos. Seriam necessários R$ 71 bi-

lhões para contemplar os 196 projetos.

Com a realização do Nordeste Competitivo, o setor

produtivo quer contribuir com um volume maior de

investimentos. Atualmente, 15,7% dos projetos que

estão em estudo ou em andamento na região Nordes-

te contam com a participação da iniciativa privada.

A conclusão é que aumentar esse volume é neces-

sário para alavancar a competitividade da indústria

nacional. "A infraestrutura não está colaborando

como poderia, e deveria, para aumentar a competi-

tividade do nosso país. A infraestrutura é um meio

de elevação da eficiência da indústria", explica o

presidente da Federação das Indústrias do Estado da

Bahia (FIEB), José de Freitas Mascarenhas, que coor-

dena o Conselho de Infraestrutura da CNI.

Uma simulação do crescimento da produção até

2020 mostra que, se nenhum investimento for feito

nos próximos oito anos, nove rodovias estarão sendo

utilizadas acima de suas capacidades, entre elas os

trechos das BR-116 e a BR-242 que cortam a Bahia.

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Bahia Indústria 19

o presidente

da Fieb

defende que é

preciso definir

prioridades no

longo prazo

tanos levam até mais de duas horas, diariamente, em

seu percurso para o trabalho.

O problema é a consequência mais evidente de

muitos anos sem um planejamento global para a in-

fraestrutura da cidade, que envolve serviços de trans-

porte, fornecimento de energia, água e esgoto, coleta

de lixo, entre outros. “É preciso reunir os prefeitos

com arquitetos e urbanistas para definir prioridades

de longo prazo”, defendeu o presidente da FIEB.

O economista e diretor-geral do Instituto de Pes-

quisas Sociais, Fernando Pedrão, lembrou que o esta-

do já teve planos diretores pioneiros elaborados pela

Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado

da Bahia (Conder), órgão que, em sua opinião, preci-

sa ter o seu papel resgatado pelo governo. “A Bahia já

contou com bons projetos de planejamento e equipes

competentes; é preciso reativar esta função da Con-

der”, acredita.

Por conta do impacto que gera na vida de sotero-

politanos e dos habitantes da RMS como um todo,

o tema mobilidade e a questão do caos no trânsito

ganhou destaque no debate. Como solução para o

problema, os representantes do governo estadual – o

vice-governador e secretário de Infraestrutura (Sein-

fra), Otto Alencar, e o secretário de Planejamento,

José Sérgio Gabrielli – defenderam a realização de

grandes obras viárias, como os viadutos e a amplia-

ção de pistas.

Já a professora de Arquitetura e Urbanismo da Uni-

versidade Federal da Bahia (Ufba), Ana Fernandes,

se posicionou a favor da ampliação e melhoria dos

espaços públicos, em detrimento dos interesses de

alguns segmentos empresariais. “Como fazer política

pública sem privilegiar os setores automobilístico e

da construção? É preciso pensar prioritariamente nas

pessoas que utilizam a cidade, atuando por meio de

consórcios municipais. Uma cidade não se faz só de

objetos, de conjuntos de concreto”, criticou.

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20 Bahia Indústria

» maNueL HerceUrbanista espanhol, um dos autores do projeto de reurbanização de Barcelona

propostas e soLuçõesEspecialistas convidados da Agenda Bahia apontam caminhos para melhorar a infraestrutura das cidades da RMS com foco na integração

» carLos LeiteArquiteto e urbanista, sócio do escritório Stuchi & Leite

» aNa FerNaNdesProfessora de arquitetura e urbanismo da UFBA

» sérgio magaLHãesUrbanista, ex-secretário de Habitação do Rio de Janeiro

“o povo tem uma inteligência objetiva; ele sabe o que é melhor e precisa ser ouvido e participar das decisões”

“o problema não são os carros em si, mas os espaços que os engenheiros projetam para os carros circularem”

“o patrimônio não pode ficar congelado no tempo e as praias têm que voltar a ser utilizadas”

Um dos responsáveis pelo projeto de reurbanização de Barcelona no fim dos anos 1990, ele acredita que as intervenções na cidade devem ser pautadas por investimentos privados adequados a um projeto municipal. O especialista criticou a falta de espaço para os pedestres em Salvador e fez sugestões para a capital baiana, entre elas, a construção de calçadões em algumas áreas, como no trecho Iguatemi-Rio Vermelho, melhoria dos acessos às praias, reocupação da área do Comércio com novas tecnologias e interligação da Arena Fonte Nova com o Centro Histórico. Herce enfatizou que é contra o aumento de vias como solução para o trânsito da cidade. O investimento deve ser concentrado no transporte coletivo.

Na opinião dele, Salvador não precisa crescer um metro quadrado sequer para atender à demanda dos seus habitantes”, garante. Na avaliação do urbanista, a população brasileira já demonstrou capacidade de encontrar soluções interessantes para os problemas das cidades e, portanto, deve ser incluída nas ações de intervenção urbana. Ele também defende o adensamento eficiente das cidades e a ocupação de áreas pouco exploradas, mesclando habitação e comércio. Ele chamou a atenção, porém, para os passivos ambiental e social resultantes da ausência do Estado na maior parte do território das cidades.

“a maior parte das intervenções beneficiam este ou aquele grupo empresarial e todos pagamos o preço”

Decisão política em favor da população é o que é preciso para mudar a infraestrutura das cidades. A avaliação dela é que as pessoas acabam se isolando em suas áreas e, fechadas em seus muros, cada vez mais amedrontadas, buscando soluções individuais para os problemas da segurança, de estacionamento e de trânsito. Ela criticou o que chamou de "padronização de projetos urbanísticos", que sufocam a cultura e as soluções criadas por cada população.

O arquiteto defende que é preciso dar um freio na expansão. Em vez de construir pontes, ruas, avenidas, bairros, a solução que tem se mostrado mais inteligente e viável é o adensamento vertical com qualidade de vida. Os exemplos de sucesso no processo de “reinvenção” urbana – Bogotá, na Colômbia; Portland, nos EUA, e Barcelona, na Espanha – passam por medidas que privilegiam o espaço dos pedestres, a recuperação dos centros históricos e a ocupação mista (residencial e comercial) de áreas pouco habitadas. Ele defende que o modelo de expansão praticado até o fim dos anos 2000 está caduco, pois aposta em grandes obras que acabam excluindo a população, e uma cidade tem que ser boa para as pessoas.

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Bahia Indústria 21

KIPP School: um pacto pela excelência no ensinoFundador de programa americano que vem transformando a vida escolar de estudantes de baixa renda apresenta a experiência em seminário do SESI

o sucesso na educação é, na

opinião de Michael Fein-

berg, um dos fundadores

do programa americano Knowled-

ge Is Power Program (programa

conhecimento é o poder, na tra-

dução do inglês), ou KIPP School,

uma questão conceitual. A convic-

ção é que tudo é uma questão de

mentalidade. Neste caso especí-

fico, de encarar a experiência do

sucesso na educação como algo re-

compensador e assim conduzir os

alunos a encararem a experiência

de estudar como uma conquista.

Se à primeira vista os objetivos

de Feinberg parecem ser intangí-

veis, a realidade é que, na práti-

ca, ele se concretiza para 39 mil

estudantes americanos das 125

KIPP Schools espalhadas por 20

estados americanos e Distrito de

Columbia. Com um programa que

envolve professores qualificados e

motivados, alunos e a comunida-

de, o KIPP School está conseguin-

do elevar os índices de aproveita-

mento escolar de estudantes de

baixa renda das escolas públicas

dos Estados Unidos.

Para apresentar a experiência,

o Serviço Social da Indústria (SE-

SI), em parceria com o Instituto

Fernando Braudel, convidou o

professor Michael Feinberg, um

dos fundadores da KIPP School,

para participar do I Seminário de

Práticas de Excelência em Educa-

ção, no auditório da Escola Djalma

Pessoa, do SESI Piatã.

O superintendente do SESI,

Wagner Fernandes, destacou a

importância de se partilhar esta

experiência, que vem conseguin-

do um índice de aprovação de 94%

dos estudantes envolvidos na pro-

posta. O americano naturalizado

brasileiro Norman Gall, do Insti-

tuto Fernando Braudel, deu seu

testemunho: “Vimos uma mobili-

zação de talentos, um amor pelo

trabalho e pelos estudos, que nos

surpreendeu.” Para Gall, a expe-

riência serve de referência para o

Brasil. “Todo mundo faz o que po-

de, mas é preciso uma visão mais

estratégica do problema.

O trabalho que vem transfor-

mando a realidade de estudan-

tes de baixa renda americanos é

baseado na ampliação do tempo

diário de estudo – os estudantes

têm a jornada ampliada até as 17

horas – e em uma forte cultura de

liderança, somada a uma liberdade

de inovação na proposta de ensino

atribuída aos professores, além de

foco na obtenção de resultados pa-

ra monitorar e preservar os níveis

de sucesso obtidos. “O KIPP não é

uma mágica, mas uma experiência

a ser vivenciada”, acrescenta. [bi]

Feinberg

apresenta o

modelo de

competência

de liderança da

KiPP school

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22 Bahia Indústria

marconi

Andraos na

abertura do

seminário

na Bahia, metade das pe-

quenas e médias empresas

desenvolvem alguma ação,

ainda que, pontual, na área de res-

ponsabilidade social, o que revela

a necessidade de avanços neste

campo. A conclusão é da II Pesqui-

sa FIEB de Responsabilidade So-

cial Empresarial nas Indústrias do

Estado da Bahia, divulgada duran-

te o Seminário Gestão Sustentável,

que aconteceu no dia 29 de novem-

bro, no auditório da FIEB.

O levantamento mostra que

54,7% das pequenas empresas e

52,9% das médias empresas pes-

quisadas desenvolvem ações pon-

tuais de responsabilidade social.

Além disso, o foco de investimento

está em programas voltados para

a qualidade de vida e desenvolvi-

mento dos empregados, com mé-

dia de 39,2% entre as empresas de

pequeno porte e 47,1% nas médias

um desafio para as pequenas empresasMetade das pequenas e médias empresas engajam-se em programas de responsabilidade social na Bahia

indústrias baianas cadastradas

no Guia Industrial responderam

ao questionário no período de no-

vembro de 2010 a maio de 2011.

A coordenadora de Respon-

sabilidade Social Corporativa da

Gerência de Desenvolvimento Sus-

tentável da FIEB, Luciana Abud,

que coordenou a pesquisa, desta-

cou a dificuldade de se fazer uma

análise comparativa entre o estu-

do atual e o realizado em 2005, por

conta da diferença do perfil das

empresas participantes.

Em 2005, a pesquisa contou

com a participação de 163 empre-

sas, sendo que 46% deste total era

de pequenas empresas, 37% de

médias e 17% de grandes. Já em

2010, entre as 200 empresas pes-

quisadas, 74% eram de pequeno

porte, 17% de médio e 9% de gran-

de porte. Além disso, houve uma

mudança da localização geográ-

fica. Enquanto em 2005 70% das

empresas pesquisadas estavam

localizadas em Salvador e Região

Metropolitana, em 2010, 75% do

total estava no interior do estado.

A coordenadora do estudo des-

taca que, em relação à forma de

gerenciamento da responsabilida-

de social nas empresas, o percen-

tual das que já contam com uma

política sobre o assunto explici-

tada saltou de 50% em 2005, para

77,8% em 2010 entre as grandes

empresas. [bi]

empresas. Já entre as grandes ins-

tituições, 88,9% atuam com pro-

gramas que consideram todas as

partes interessadas.

“Nossa ação principal é conti-

nuar nesse esforço de sensibiliza-

ção. Nós entendemos as dificul-

dades diárias operacionais das

micro e pequenas empresas, mas

precisamos trabalhar ainda mais

para disseminar a cultura da res-

ponsabilidade social, lembrando

que isso afeta a sustentabilidade

delas no mercado”, destacou o

coordenador do Conselho da Res-

ponsabilidade Social Empresarial

(Cores) da FIEB, Marconi Andraos

de Oliveira.

Um dos principais objetivos da

pesquisa, elaborada pelo SESI-BA,

foi identificar a situação atual das

práticas de RSE na indústria da

Bahia e as principais tendências

para os próximos anos. Duzentas

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Os conselhos da Micro e Pequena

Empresa (Compem) e de Relações

Trabalhistas (CRT), coordena-

dos, respectivamente, por Carlos

Gantois e Homero Arandas, con-

vidaram o deputado federal Júlio

Delgado (PSB-MG), autor da pro-

posta que institui o Programa de

Inclusão Social do Trabalhador

Informal (Simples Trabalhista)

para as Microempresas e Empre-

sas de Pequeno Porte, para parti-

cipar da reunião conjunta, no dia

26 de novembro, na sede da Fede-

ração das Indústrias do Estado da

Bahia (FIEB).

Na ocasião, representantes dos

sindicatos da indústria, juristas,

advogados e magistrados fizeram

Bahia Indústria 23

conselhos

A ISO 26000 – Diretrizes sobre Responsabilidade

Social foi lançada em 8 de dezembro de 2010, na

Suíça. De acordo com a norma, “a responsabili-

dade social se expressa pelo desejo e pelo pro-

pósito das organizações em incorporarem con-

siderações socioambientais em seus processos

decisórios e a responsabilizar-se pelos impactos

de suas decisões e atividades”.

O presidente do Sindicato da Indústria de

Papel e Celulose da Bahia (Sindpacel), Jorge Ca-

jazeira, é o presidente mundial da ISO 26000, à

frente de um comitê que congrega 200 pessoas

de 110 países. Ele comemora os resultados. Desde

que foi criada, a norma teve 20 mil cópias impres-

sas, em 34 idiomas. O Brasil é o terceiro país em

cópias vendidas da ISO, com 3 mil exemplares.

Entre as empresas que já estão adotando a IS0

26000 estão Suzano, Petrobras e Serasa.

Autor do Simples Trabalhista apresenta proposta na FIEB

Além do conhecimento técnico, o

profissional de engenharia precisa

agregar competências nas áreas de

ciências humanas, como gestão,

psicologia e comunicação, da mes-

ma forma que as instituições de

ensino precisam investir mais em

cursos de extensão, especialmente

em áreas como a engenharia naval.

Esta é a principal conclusão

do seminário Formação de Enge-

nheiros para a próxima década: a

visão do setor industrial da Bahia,

realizado no dia 5 de dezembro, no

auditório da Federação das Indús-

trias do Estado da Bahia (FIEB),

durante o qual se discutiu o perfil

profissional que as empresas baia-

nas buscam no mercado.

Promovido pelo Fórum de Ino-

comentários e proposições sobre

o projeto. Na avaliação do deputa-

do, esta foi uma das reuniões mais

qualificadas que já participou e

prometeu levar em conta as suges-

tões apresentadas.

Para o coordenador do Com-

pem, Carlos Gantois, o projeto de

lei, se bem engendrado, estimula

a formação de empregos formais e,

com isso, uma relação mais equâ-

nime das relações trabalhistas,

beneficiando empresários e traba-

lhadores. Homero Arandas consi-

dera que a proposta representa um

grande avanço na equidade das

relações trabalhistas ao colocar na

formalidade e dar a estas pessoas

direitos que elas não tinham.

conselho de inovação e tecnologia participou de painel sobre o peril do engenheiro

vação da Bahia, o evento contou

com a participação de representan-

tes de indústrias das áreas petro-

química, metal-mecânica, minera-

ção, energia e construção civil, que

participaram de painéis temáticos.

Todos apontaram a urgente neces-

sidade de ampliação do número

de egressos na área de engenharia

para atender às demandas do mer-

cado e a dificuldade na contratação

e retenção de profissionais no esta-

do. O painel que discutiu o perfil do

engenheiro do Complexo Petroquí-

mico contou com a participação de

José Luis Gonçalves Almeida, coor-

denador do Conselho de Inovação

e Tecnologia da FIEB (Citec), e dos

conselheiros Roberto Fiamenghi e

Mauro Guimarães.

júlio delgado durante reunião dos conselhos

criada em 2010, a iso 26000 já soma mais de 20 mil cópias vendidas

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24 Bahia Indústria

Cerca de 700 atletas indus-

triários das delegações da

Bahia, Sergipe, Pernam-

buco, Alagoas e Paraíba

tiveram um encontro na Bahia, no

SESI Simões Filho, de 15 a 18 de no-

vembro, para participar da edição

2012 dos Jogos do SESI Regional II.

Competindo em 10 diferentes mo-

dalidades, os atletas fizeram valer

os valores do esporte, em uma com-

petição marcada pela integração.

No balanço final, a Bahia, que

participou com 130 trabalhadores

atletas, representantes de 27 em-

presas, foi destaque no vôlei de

praia masculino, com a conquista

da medalha de ouro pela equipe

da Cargill. O ouro também ficou

com a Bahia no tênis masculino

45+, conquistado pelo atleta Paulo

Souza, da Embasa; no tênis femi-

nino 45+, com Angela Mondini, da

Coelba; e no tênis 35+ feminino,

conquistado por Renia Borges, da

RM de Borges. A Bahia destacou-

-se ainda no tênis de mesa mascu-

lino, com o ouro conquistado por

Edjailson Arruda, da Xerox.

A Bahia conquistou medalhas

de prata no futsal, com a conquista da equipe da

Ibar/BA; no tênis masculino 35+, com Marco Anto-

nio, da Yazaki-BA; no tênis masculino 16+, com João

Carlos, que defendeu a Delfi, e também no tênis de

mesa, com a conquista de Simone Santos, da Gertec.

No xadrez pensado, a Bahia também foi prata com

Jaime de Castilho Pinto, da Petrobras. A Bahia par-

ticipou dos jogos com 130 trabalhadores atletas da

Bahia, representantes de 27 empresas.

Os atletas também conquistaram para a Bahia me-

dalhas de bronze no futebol de campo, com a M. Dias

Branco; no futsal feminino, com

a conquista das Azaleia; no vôlei

masculino, com os Correios, e no

xadrez rápido, com Vicente Maia,

da Braskem. A Coelba também foi

destaque na classificação geral en-

tre as empresas, ficando com o se-

gundo lugar na natação feminina e

em terceiro no masculino.

» mais informações, no portal www.

fieb.org.br/jogosdosesi

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Bahia Indústria 25

superação e iNtegraçãoRepresentantes de cinco estados participaram da edição 2012 dos Jogos do SESI Regionais II

por Patrícia moreira Fotos João alvarez

campeonato

contemplou

diversas

modalidades

esportivas

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26 Bahia Indústria

iNdicadores Números da Indústria

indústria baiana tem lenta recuperaçãoEnquanto a produção da Bahia cresceu 1,4%, em termos anualizados até outubro, no Brasil ocorreu queda de 2,9%

em outubro de 2012, a taxa

anualizada da produção

física da indústria de trans-

formação da Bahia aumen-

tou 1,4%, após ter registrado alta

de 1% em setembro. Esse desem-

penho revela trajetória de lenta re-

cuperação da atividade produtiva

industrial, na contramão do que

ocorre com o Brasil, onde a indús-

tria de transformação registrou

queda de 2,9%, de acordo com

avaliação da Superintendência de

Desenvolvimento Industrial, da

FIEB.

No ranking dos 13 estados nos

quais o IBGE pesquisa a produção

industrial, seis apresentaram de-

sempenho positivo: Bahia, Goiás,

Pernambuco, Paraná, Minas Ge-

rais e Pará. Os outros sete estados

registraram resultados negativos

e foram: Espírito Santo, Rio de Ja-

neiro, Amazonas, São Paulo, San-

ta Catarina, Rio Grande do Sul e

Ceará.

Na Bahia, dos oito segmentos

industriais pesquisados pelo IB-

GE, três apresentaram desempe-

nho negativo: Metalurgia Básica

(queda de 11,2%), Veículos Auto-

motores (-9,1%) e Refino de Petró-

leo e Produção de Álcool (-5,2%).

Por outro lado, apresentaram re-

sultados positivos os segmentos:

Borracha e Plástico (10%), Produ-

tos Químicos/Petroquímicos (9%),

Alimentos e Bebidas (3,8%), Mine-

rais não-Metálicos (2,6%) e Celulo-

se e Papel (0,9%).

aUtoMotivo cresce 62%No comparativo de outubro de

2012 com igual mês do ano ante-

rior, a produção física da indústria

de transformação baiana apresen-

tou crescimento de 0,7%, contra

um aumento de 2,2% na média

Brasil, de acordo com o IBGE. Seis

dos oito segmentos do setor pes-

quisados registraram aumento

da atividade: Veículos Automoto-

res (com 62,2%, influenciado em

grande parte pela baixa base de

comparação, uma vez que em ou-

tubro de 2011 o segmento havia re-

cuado 43,1%); Borracha e Plástico

(18,4%, devido ao incremento na

produção de garrafões, garrafas

e frascos de plástico); Metalurgia

Básica (9,3%); Celulose e Papel

(9,1%, por conta da expansão na

produção de celulose); Minerais

não-Metálicos (5,5%); e Alimentos

e Bebidas (4%).

Por outro lado, verificou-se que-

da na produção em Produtos Quí-

GO PE PR BA MG

BR CE RS SC SP AM RJ ES

PA

6,7

2,0 1,5 1,4 1,2

-2,9-3,2 -3,2

-3,8 -4,4

-6,2 -6,5

-8,9

1,0

Fonte: IBGE; elaboração FIEB/SDI

*Taxa de crescimento (%)

acumulada em 12 meses

(Nov 11 - Out 12 / Nov 10 - Out 11

em %*

BRASIL – PRODUÇÃO FÍSICA DAINDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO

Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14)

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Bahia Indústria 27

micos/Petroquímicos (-6,6%, in-

fluenciado pelo recuo da produção

de adubos e fertilizantes, etileno

não-saturado e polietileno linear);

e Refino de Petróleo e Produção de

Álcool (4,2%, em função da redu-

ção da produção de óleo diesel e

outros óleos combustíveis).

Levando em conta o resultado

acumulado nos dez primeiros me-

ses de 2012, em comparação com

igual período de 2011, verifica-se

um crescimento de 2,5% na in-

dústria de transformação baiana.

Tal desempenho foi determinado

pelos seguintes resultados: Borra-

cha e Plástico (alta de 10,7%, com

maior fabricação de garrafões,

garrafas e frascos de plástico);

Produtos Químicos/Petroquími-

cos (8,6%, ainda refletindo a bai-

xa base de comparação, por conta

das paralisações causadas pelo

apagão de energia ocorrido em fe-

produção física por estado: indústria de transformação

Fonte IBGe; elaboração Fieb/SdI

estAdos VARIAçãO (%)

out12/ jAN-out 12/ NoV11-out12/ out11 jAN-out 11 NoV10-out11

são Paulo 3,1 -4,4 -4,4

minas gerais 11,1 1,4 1,2

rio de Janeiro -2,7 -7,5 -6,5

paraná -5,4 -1,3 1,5

rio grande do sul -6,3 -3,6 -3,2

bahia 0,7 2,5 1,4

santa Catarina 1,2 -2,9 -3,8

amazonas -11,5 -7,6 -6,2

espírito santo -3,0 -9,6 -8,9

pará 2,5 1,6 1,0

goiás 17,1 5,2 6,7

pernambuco -5,7 1,9 2,0

Ceará -5,0 -2,4 -3,2

brasil 2,2 -3,0 -2,9

vereiro do ano passado, com forte

impacto na produção de etileno

não-saturado, polietileno de alta e

baixa densidade, sulfato de amô-

nio e poliestileno linear); Minerais

não Metálicos (3,8%); Alimentos

e Bebidas (2,6%, com a maior fa-

bricação de cervejas, farinhas e

“pellets” da extração do óleo de

soja, óleo de soja bruto, farinha de

trigo, manteiga, gordura e óleo de

cacau) e Celulose e Papel (1,9%).

Contrariamente, registrou-se

decréscimo nos setores de Meta-

lurgia Básica (-12,4%), decorrente

de período de ajustes na sua linha

produtiva e Refino de Petróleo e

Produção de Álcool (-0,7%).

De modo geral permanece a

tendência negativa dos segmen-

tos produtores de commodities,

influenciados pela conjuntura in-

ternacional adversa com a crise

da Europa e a desaceleração dos

BRICs, que seguem apresentando

resultados inferiores aos de seg-

mentos mais voltados ao atendi-

mento do mercado interno e pro-

dutores de bens finais.

Ressalte-se que a indústria de

transformação baiana segue apre-

sentando resultado positivo no

acumulado de 2012, devido à base

de comparação deprimida de 2011,

relacionada aos efeitos da inter-

rupção por vários dias do forne-

cimento de energia elétrica, o que

comprometeu parte da produção

de empresas localizadas no Polo

Industrial de Camaçari. [bi]

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28 Bahia Indústria

Olhar para dentroBahia Moda Design reúne representantes da indústria do vestuário para reafirmar identidade dos produtos baianos

A necessidade de profissio-

nalizar ainda mais a cadeia

produtiva da Moda na Bahia

valorizando as referências locais

foi consenso entre os promotores

do Bahia Moda Design (BMD), re-

alizado na Casa do Comércio entre

12 e 13 de novembro. Promovido

pelo Senac e o Sindvest (Sindicato

Industrial do Vestuário) de Salva-

dor e Feira de Santana, o evento

deu visibilidade aos talentos baia-

nos e produtos feitos no estado.

“A Bahia precisa pensar no

mercado nacional, buscando re-

ferências na sua própria cultura,

sam nos ajudar”, pontuou. Para a

presidente do Sindivest de Feira,

Ane Rose Lula, o evento mostrou

a importância do apoio dos sindi-

catos industriais. “É uma ação que

exige muitos investimentos e que

não se consegue fazer sozinho, é

preciso juntar forças, e o resultado

é este: muito cuidado e profissio-

nalismo”, disse. Ela garantiu que

o BMD terá nova edição em 2013 e

que o grau de exigência de quali-

dade deve aumentar.

A presidente do Sindivest de

Salvador, Maria Eunice Habibe,

reforçou que a possibilidade de

participar do evento é apenas uma

das vantagens para as empresas

que se associam ao sindicato.

“Temos convênios com cursos de

moda e de inglês, descontos nos

cursos de qualificação do SENAI,

parcerias com o SESI para promo-

ção da qualidade de vida do traba-

lhador, assessoria jurídica online

e defesa de interesses por meio do

Sistema FIEB”, explicou. Em rela-

ção ao próprio BMD, Maria Eunice

contou que o Sindvest pretende

utilizar o editorial de moda para

fazer uma publicação impressa.

“O evento será desdobrado em ou-

tras ações”, assegurou. [bi]

que é tão rica”, reiterou a coordenadora do SENAI

Moda Design (RJ), Valéria Delgado, que falou sobre

a importância do Design para o desenvolvimento da

indústria. Neste sentido, a edição 2012 do BMD teve,

na união das instituições parceiras, um diferencial

de atuação. “É a primeira vez que vejo a participação

direta dos sindicatos num evento de moda, acho es-

sencial apoiar as iniciativas de estilistas, artesãos,

costureiros e empresários”, disse o idealizador do

evento, Claudio Silveira.

A estilista e proprietária da Ousa Brasil, de Feira

de Santana, Kel Alves, elogiou o novo formato do

evento e acredita que o entrosamento entre empre-

sários e as instituições apoiadoras precisa aumen-

tar. “Nós temos que apresentar projetos e expressar

nossas necessidades para que essas instituições pos-

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Bahia Indústria 29

Gestão eficiente e responsável é premiadaA 15ª edição do Prêmio SESI Qualidade no Trabalho contou com 29 indústrias inscritas, concorrendo em 40 diferentes categorias

Promovido pelo Serviço Social

da Indústria com o objetivo

de reconhecer a adoção de

práticas socialmente responsá-

veis de gestão, a 15ª edição do Prê-

mio SESI Qualidade no Trabalho

(PSQT) premiou 11 empresas in-

dustriais, em solenidade realizada

no dia 29.11, no Teatro do SESI Rio

Vermelho. A premiação, que visa

incentivar as empresas a agrega-

rem benefícios sociais, ambientais

e econômicos ao seu negócio, teve

um total de 29 indústrias inscritas,

que concorreram com 40 boas prá-

ticas empresariais.

Entre as micro e pequenas em-

presas, foram premiadas a Livete-

ch da Bahia Indústria e Comércio

Ltda., de Ilhéus, fabricante de

produtos de informática, eletrôni-

cos e ópticos; a Indeba Indústria

e Comércio Ltda, de Salvador, fa-

bricante de sabões, detergentes e

produtos de limpeza, perfumaria,

cosméticos e higiene pessoal; e a

IPS de R. Lorenzo, fabricante de

produtos eletrônicos, ópticos e de

informática de Salvador.

Na categoria médio porte foram

premiadas duas empresas: a Cro-

mex S.A., fabricante de produtos

de borracha e de material plástico

de Simões Filho e a IBPC Pré-mol-

dados de Concreto S/A. As duas

grandes empresas premiadas fo-

ram a Braskem e a Paranapanema.

Na mesma categoria, a Tenace En-

genharia recebeu menção honrosa.

O Programa de Educação do

Trabalhador, que permitiu a er-

radicação do analfabetismo nos

quadros da Companhia de En-

genharia Ambiental da Bahia –

Cerb, venceu na categoria Educa-

ção e Desenvolvimento. Já na área

de Gestão de Pessoas, os prémios

foram para a Eternit S/A e para a

Gerdau.

O superintendente do SESI,

Wagner Fernandes, parabenizou

as empresas que participaram

da premiação, ressaltando que

o grande benefício do PSQT é de

criar um movimento em busca de

boas práticas nas mais diversas

áreas. Ele destacou que a Bahia

ocupa o 9º lugar entre as 1.500

práticas inscritas na premiação,

que é nacional, observando que a

posição é significativa. Ele obser-

vou ainda que 50% das empresas

que concorreram ao prêmio este

ano se inscreveram pela primeira

vez, o que revela o crescimento da

adesão. [bi]

representantes

das 11

empresas

premiadas da

edição 2012 do

Psqt

RO

BER

TO A

BREu

/CO

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PHO

TO/S

ISTE

MA F

IEB

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30 Bahia Indústria

inés sagrario realizou o estudo design nas cidades da copa

megaeventos esportivos abrem oportunidades na área de designO impacto econômico dos megaeventos esportivos

programados para 2012, 2014 e 2016 no Brasil é calculado

em R$ 86 bilhões, de acordo com o estudo Design nas

Cidades da Copa 2014: Oportunidades de Negócios,

apresentado no dia 27 de novembro, na sede da Federação

das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB). A estimativa faz

parte do levantamento que mapeia as oportunidades de

atuação para a área de design e aponta os setores de

construção civil e infraestrutura, mídia, tecnologia da

informação, turismo e segurança como os que concentram

a maior parte dos investimentos. O estudo, encomendado

pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

Exterior (MDIC), foi apresentado em evento promovido

pelo Centro Internacional de Negócios (CIN), da

Superintendência de Desenvolvimento Industrial da FIEB.

painel

basf apresenta política de comprasA política de compras da

Basf foi apresentada aos

empresários baianos durante

o Café Empresarial Basf, no

Hotel Fiesta, realizado no dia

28 de novembro. O evento,

que contou com o apoio do

IEL-BA, foi organizado a

partir da demanda das

empresas locais interessadas

em fornecer produtos e

serviços para o Polo Acrílico,

que tem previsão de iniciar

as atividades na cidade de

Camaçari em 2014. O projeto

tem investimentos da ordem

de US$ 750 milhões e deve

gerar cerca de 230 empregos

diretos e 600 indiretos. O

superintendente do Instituto

Euvaldo Lodi na Bahia

(IEL-Bahia), Armando Neto,

desejou sucesso aos

fornecedores locais e

apresentou o Programa de

Qualificação de

Fornecedores (PQF).

circuito sesi 10k reuniu 2.617 atletasCom a participação de 2.617 atletas, profissionais e amadores, que cumpriram as provas de 5 e 10

Km, Salvador sediou uma das etapas regionais do Circuito SESI 10K, promovido pelo SESI, em

parceria com a Federação Baiana de Atletismo. O SESI disponibilizou mil vagas gratuitas para

os trabalhadores da indústria. Na prova masculina dos 10 k, o vencedor foi o atleta José Marcio

Leão da Silva, que fez o percurso da Avenida Oceânica em 30 minutos. No feminino, a grande

vencedora foi a atleta Marily dos Santos, que cumpriu o percurso de 10 quilômetros em 35:59

minutos. Entre os industriários, Sueli Colucci, que trabalha na MFX do Brasil Equipamentos de

Petróleo Ltda e Jackson de Souza Bispo, da Arm Telecomunicações e Serviços de Engenharia

Ltda, ficaram em primeiro lugar na prova dos 10k e se habilitaram para disputar a São Silvestre.

A prova teve largada no Farol da barra e percorreu 10 km da Avenida oceânica

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Bahia Indústria 31

toque musical na festa literária Mais de 100 meninos e meninas do Núcleo de Prática

Orquestral do SESI Bahia foram responsáveis pelo show de

abertura da 2ª Festa Literária Internacional de Cachoeira

(Flica), que aconteceu dia 17 de outubro na cidade histórica do

Recôncavo. Durante 40 minutos, a orquestra dos estudantes do

SESI Itapagipe, que forma o novo núcleo do Neojibá, encantou

a plateia. A Flica é uma realização da PutzGrilo e IContent

(Rede Bahia), com apoio do SESI Bahia, dentre outros, e reuniu

escritores brasileiros, como Xico Sá, Marcia Tiburi, Capinam e

Tabajara Ruas, e do exterior, como o angolano José Eduardo

Agualusa e a americana Mary Ann Mahony. Além da

orquestra, o SESI participou do evento com a Varanda do SESI

e performances de poetas industriários. Além disso, fez uma

doação à prefeitura de Cachoeira de mil exemplares do

conjunto de biografias de Jorge Amado e Zélia Gattai, editadas

pela CNI e pelo Departamento Nacional do SESI.

Programa de ecoeficiência do iel-bA reduz consumo de energiaUma economia mensal de 10% de energia, que equivale a 20 mil KWh/mês, foi o resultado

obtido pela Civil Mineração, mineradora baiana do Grupo Civil, depois da adesão ao Programa

Indústria Ecoeficiente. O programa é uma iniciativa do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-BA), que

conta com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), da Confederação

Nacional da Indústria (CNI), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

(Sebrae-BA), da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração do Estado da Bahia (Sicm) e da

Petrobras. A Civil Mineração aderiu ao programa em outubro de 2011 e foi a primeira concluir a

etapa inicial, voltada para o atendimento em gestão da ecoeficiência, atestada por

representantes do IEL e do BID. Entre os benefícios de ordem econômico-financeira apontados

pelo sócio da Civil Mineração, Rafael Valente, estão a redução dos custos operacionais e o

melhor funcionamento das instalações elétricas. Setenta empresas baianas já aderiram ao

programa, voltado para micro, pequenas e médias empresas integrantes das cadeias da

construção civil, petroquímica e automotiva.

orquestra juvenil do sesi fez a abertura da Flica

Faculdade seNAi cimatec Os resultados do Índice

Geral de Cursos (IGC) de

2011, divulgados pelo

Ministério da Educação em

dezembro, revelam que a

Faculdade SENAI Cimatec

está entre as mais bem

avaliadas no Brasil. A

instituição recebeu conceito

4 no IGC, o maior do

Norte-Nordeste dentre todas

as Instituições de Ensino

Superior. Outras quatro

faculdades e três

universidades do estado

receberam a mesma

pontuação. Todas elas estão

entre as 217 que obtiveram 4

ou 5 (a nota máxima) no IGC

em todo o país, cerca de

10% das que passaram pela

análise do MEC.O Índice,

utilizado para atestar a

qualidade das IES, é uma

média ponderada que leva

em conta as notas de

reconhecimento de cursos

de graduação, o

desempenho dos alunos da

instituição no Exame

Nacional de Desempenho de

Estudantes (Enade) e as

notas de avaliação dos

programas de pós-

graduação stricto sensu

(mestrados e doutorados).

As faixas de conceito vão de

SC (sem conceito) até o

conceito 5. Entre as

instituições que receberam

o conceito 4 estão:

Universidade Federal da

Bahia (UFBA); Universidade

Federal do Recôncavo

(UFRC) e Universidade

Estadual de Santa Cruz.

Prêmio Fapesb Os estudantes e projetos

do SENAI foram destaque

no Prêmio Fapesb Ideias

Inovadoras 2012. Ao todo,

125 projetos foram

submetidos ao Concurso

Ideias Inovadoras, dos

quais 35 passaram para a

fase de defesa oral.

Destes, 11 foram

premiados com cheques

no valor de R$ 15 mil, R$

10 mil e R$ 5 mil para o

primeiro, segundo e

terceiro lugares

respectivamente.

Além do prêmio em

dinheiro, os primeiros

colocados de cada

categoria receberam um

vale-consultoria da

Vilage Marcas e Patentes

para redigir o pedido de

sua patente junto ao

Instituto Nacional de

Propriedade Industrial

– INPI. O SENAI ficou

entre os 10 melhores nas

categorias graduando e

pesquisador.

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32 Bahia Indústria

A necessidade de mais inves-

timentos para exploração da

Bacia do Recôncavo e uma

nova regulamentação para explo-

ração do gás estão entre as provi-

dências para assegurar a explo-

ração dos reservatórios não con-

vencionais existentes na Bahia.

O tema foi tratado no seminário,

realizado no dia 3 de dezembro,

em Salvador, que teve como tema

Oportunidades para o shale gas e

shale oil nas Bacias do Recôncavo

e Tucano Sul, na Bahia, durante

o qual se discutiu ainda as pers-

pectivas econômicas, os aspectos

regulatórios e os impactos am-

bientais da exploração de gás em

reservatórios não convencionais.

A diretora geral da ANP, Magda

Chambriard, destacou o potencial

Potencial inexplorado para investimentosBahia tem pela frente desafios regulatórios e de logística para exploração dos reservatórios de gás não convencionais

da Bacia do Recôncavo e concluiu:

“a região, que hoje não produz um

terço do que já produziu, ainda

tem espaço para a exploração con-

vencional e não convencional de

petróleo e gás”, afirmou.

O diretor do IBP, Maurício

Figueiredo, chamou a atenção

para a necessidade de se rever a

regulamentação sobre gás e para

a necessidade de se investir em

infraestrutura de transporte e em

equipamentos para realizar o fra-

turamento do solo. O secretário

estadual de Planejamento, José

Sérgio Gabrielli, lembrou que este

tipo de exploração requer tecno-

logias específicas e muita atenção

aos impactos ambientais, pois a

quebra das rochas para a extra-

ção do material gera resíduos e

demanda grandes quantidades

de água.

Para o coordenador do Comitê

de Petróleo e Gás da FIEB, Eduar-

do Rappel, enquanto o governo

não regulamentar a atividade, nin-

guém poderá explorar ou produzir

o gás não convencional, a não ser

as poucas empresas que já têm con-

cessões para isso. “Se não houver

uma movimentação do governo, a

exploração não vai deslanchar em

quantidade, por isso a importância

deste seminário”, afirmou.

No entanto, aponta Rappel, a

Bahia pode sair na frente por ter a

bacia sedimentar mais conhecida

do Brasil e porque já existem áre-

as concedidas para a exploração

convencional, mas ainda de forma

limitada. “O momento é oportuno

para mobilizar e pedir ao governo

que dê as regras do jogo, pois a ini-

ciativa privada tem interesse, as

empresas de serviços têm tecno-

logia, estão todos esperando para

entrar em campo em produzir”,

afirmou.

O evento foi uma iniciativa do

Comitê de Petróleo e Gás da Fe-

deração das Indústrias do Estado

da Bahia (FIEB) e teve o apoio do

Ministério de Minas e Energia,

Agência Nacional (ANP) e Institu-

to Brasileiro (IBP) de Petróleo, Gás

e Biocombustíveis, além da Secre-

taria de Planejamento do Estado

da Bahia. [bi]

eduardo rappel

alerta para a

necessidade de

regulamentar a

exploração

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Bahia Indústria 33

ideias

por ricardo teixeira

Frequentemente ouvimos nas dis-

cussões empresariais que a gover-

nança corporativa é algo exclusivo

às organizações de grande porte

ou de capital aberto. Durante es-

ses debates, busco contribuir com

aspectos importantes e relevantes

sobre os benefícios da implanta-

ção da governança em empresas

familiares. Tenho participado de

diversos projetos e gostaria de

compartilhar dois casos reais.

O primeiro deles é o de uma

empresa emergente, cujo fatura-

mento não ultrapassa R$ 60 mi-

lhões ao ano e que teve um desen-

tendimento entre dois sócios. Um

deles resolveu deixar a sociedade.

Feitas as contas, estabeleceu-se o

valor de suas cotas e acertou-se o

pagamento. Logo após a saída, o

que fez o ex-sócio? Montou uma

empresa concorrente, recrutou

uma parte importante dos profis-

sionais de sua antiga corporação

– pagando mais, já que estava ca-

pitalizado – e avançou sobre a sua

carteira de clientes. O sócio que

permaneceu na empresa original

foi prejudicado, pois além de ter

sido desfalcado no quadro pro-

fissional, se descapitalizou para

comprar a parte do sócio retiran-

te, ficando com pouca margem de

manobra para uma reação estru-

turada no mercado.

Na outra situação, uma empre-

sa com faturamento de R$ 50 mi-

lhões e que possuía dois irmãos

como sócios passou por uma fata-

lidade. Um deles faleceu precoce-

mente. A esposa do sócio falecido,

herdeira das suas cotas, entrou no

Sociedade para a vida toda e com governança

negócio. Até então tinha uma boa

relação com seu cunhado. Porém,

bastaram alguns meses para a re-

lação azedar. Com o clima criado,

a viúva decidiu sair do dia a dia

do negócio e colocou o irmão pa-

ra tocar os interesses na empresa.

Detalhe: o irmão não possuía ex-

periência alguma no segmento de

atuação da empresa, mas já assu-

miu um cargo de direção e passou

a opinar em assuntos dos quais

não tinha a mínima noção. A cor-

poração começou a ter queda de

desempenho e a sociedade foi des-

feita de forma litigiosa, causando

um prejuízo para ambas as partes.

Você deve estar se perguntan-

do: onde entra a governança cor-

porativa nos dois exemplos? Den-

tre os diversos instrumentos de

governança disponíveis, o acordo

de sócios poderia ter evitado am-

bas as situações. O acordo, que

pertence à categoria dos contratos

como modalidade de negócio jurí-

dico, se perfaz pela manifestação

de vontade dos sócios, que se ajus-

tam, compondo e regulamentando

os interesses de cada parte, para

obter o equilíbrio da sociedade.

Ele é pactuado pelos sócios num

momento de estabilidade, em que

não há discórdias.

O acordo de sócios busca tratar

de temas que não constam normal-

mente nos contratos sociais. Nele

são tratados temas não sujeitos à

lei. Os tópicos citados nas situa-

ções acima como causadores de

conflitos e prejuízos são comuns

nos acordos de sócios. Em relação

ao primeiro exemplo, geralmente,

se estabelece que o sócio retiran-

te, uma vez indenizado pela sua

ricardo teixeira é sócio da deloitte, responsável pelo atendimento às empresas emergentes no

Brasil

independentemente do porte da empresa, grau de complexidade ou tempo de existência, fique certo de que a governança corporativa é um tema que o empresário sempre deve ter em mente

“participação, deve passar por um

período de quarentena (cláusula

de não competição), não podendo

abrir um novo negócio no mesmo

segmento, abordar clientes ou

contratar funcionários da sua an-

tiga empresa, entre outros.

Na segunda situação é comum

o acordo prever que, em caso de

falecimento, o herdeiro será inde-

nizado pelas suas cotas, mas não

poderá participar da gestão, a não

ser que possua as qualificações

necessárias (as quais são detalha-

das no acordo de sócios) e que seja

aceito na gestão pelos sócios re-

manescentes; contratos pré-nup-

ciais (entre eles, separação total

de bens para herdeiros), testamen-

tos, contratos de convivência e

cláusulas de incomunicabilidade,

impenhorabilidade, inalienabi-

lidade e/ou usufruto; restrições

no uso das cotas dos sócios (por

exemplo, proibição quanto a dar

em garantia), entre outros.

Independentemente do porte

da empresa, fique certo de que a

governança corporativa é um te-

ma que o empresário sempre deve

ter em mente, visando proteger a

si, seus sócios e a perenidade do

negócio.

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livros

leitura&entretenimento

reconstituição biográficaSteven Naifeh e Gregory White Smith

apresentam nesta reconstituição

biográfica uma visão erudita e apaixonada

sobre o artista holandês. Os autores

esmiúçam o conturbado relacionamento

com os pais, a amizade com o irmão Theo,

a relação intensa com a religião, a errância

entre diversas cidades, a vida sexual

desregrada, o fracasso em vender suas

obras e sugerem uma explicação

surpreendente para o suposto suicídio,

amparados em ampla documentação.

laura Vince: entre o tempo e o espaçoA artista visual paulista Laura Vinci questiona o tempo e a

relação do espectador em sua obra No Ar, modificando o

espaço onde se instala. Além de No Ar, que dá nome à

exposição, a instalação inédita Diurna foi produzida

especialmente para a Capela do MAM-BA, na qual o texto e

a passagem da luz falam poeticamente sobre a ação do

tempo. Através das janelas do espaço, que permanecem

sempre abertas, o público poderá acompanhar os desenhos

de luz refletidos, enquanto leem o texto gravado na parede,

que descreve a situação espacial da capela em relação ao

movimento do sol.

Ação do estado e petróleoAs recentes descobertas de petróleo na

camada pré-sal levaram a mudanças

importantes na legislação no Brasil. Os

autores analisam estas mudanças de

orientação na ação do Estado diante das

atividades de exploração e produção de

petróleo e gás, com impactos sobre toda a

economia brasileira. É uma leitura que

vem contribuir para o debate sobre o

modelo mais adequado de

desenvolvimento da indústria petrolífera

no Brasil.

Van Gogh - A Vida Steven Naifeh e Gregory White SmithCia das Letrasr$ 79,50

reforma e contrarreforma do setor Petrolífero brasileiroFabio Giambiagi e Luiz Paulo Vellozo Lucaselsevier/Campus r$ 79,90

IRIS SCuCCATO/DIVuLGAçãO

ROSA DE LuCCA /DIVuLGAçãO

um Passarinho me contou... O espetáculo Um Passarinho me Contou...Histórias para

Ouvir, Cantar e Encantar tem a narrativa inspirada em

contos populares brasileiros e revela a jornada de uma

menininha em busca de seu periquito que fugiu da gaiola.

Ao deparar-se com as histórias contadas por diferentes

personagens, ela reflete sobre a importância da liberdade.

A montagem é uma realização da companhia Teatro Griô,

que se inspira na arte dos contadores de história de matriz

africana, artistas populares e palhaços. O elenco conta

com os artistas Alcides Valente, Alice Carvalho, Clara

Morais e Ivana Luckesi.

Não perca Teatro do SESI, sáb. e dom., às 16 horas, até 27.01, R$ 20 e R$ 10 (meia). Gratuito para industriários e dependentes. (71) 3616-7060

Não perca Capela do MAM-BA, terça a sexta, das 13h às 19h, sáb., dom. e feriados, das 14h às 19h, até 17. 3, gratuito. (71) 3117-6141

exposição

teatro

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