LOGÍSTICA REVERSA DO ÓLEO LUBRIFICANTE USADO ...3 Segundo à Resolução CONAMA 362/2005 Art. 1º:...
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LOGÍSTICA REVERSA DO ÓLEO LUBRIFICANTE USADO OU CONTAMINADO
EM MANAUS/AM
LIMA, Edinara Cunha1
RESUMOA Logística Reversa tem se tornado um instrumento vital para a administração das empresas, hajavista, o interesse das mesmas nesta área por ela planejar o retorno dos materiais aos fornecedores.O rerrefino de óleos minerais lubrificantes permite que o produto já utilizado seja transformado emóleos básicos, podendo ser novamente utilizado. Temos como objetivo analisar a logística reversa doóleo lubrificante usado ou contaminado em Manaus-Am, visando principalmente benefícios ao meioambiente. Para o desenvolvimento deste trabalho, fez-se um estudo de caso nem uma empresa doramo. Foi utilizado como instrumento de coleta de dados: pesquisa bibliográfica, foto dadocumentação da área, levantamento de planilhas, observações diretas do processo de rerrefino.Identificou-se que o ciclo do óleo lubrificante é um ciclo fechado, evitando que seja destinado demaneira inadequada. O processo de rerrefino realizado pela empresa consegue extrair óleo básicocom todas as especificações e parâmetros exigido pelas classificadoras internacionais. Verificou-seque a logística reversa proporciona dois importantes resultados a sociedade, a proteção ambientalpor colaborar com a preservação dos recursos naturais e o foco econômico com o reabastecimentodo mercado com o óleo acabado proporcionando a reutilização por diversos consumidores.Identificou-se o ciclo reverso do óleo lubrificante usado ou contaminado; avaliou-se a quantidade deOLUC coletado pela empresa; descreveu-se o processo de rerrefino; explicou-se o retorno do óleolubrificante rerrefinado ao mercado. Entende-se que a conscientização da destinação correta doOLUC deve ser trabalho de todos.
Palavras-chave: Rerrefino; Meio Ambiente; Impactos Ambientais.
ABSTRACT
Reverse Logistics has become a vital tool for the management of companies, given their interest inthis area because it plans to return materials to suppliers. The rerrefino of lubricating mineral oilsallows the product already used to be transformed into basic oils and can be used again. We aim toanalyze the reverse logistics of used or contaminated lubricating oil in Manaus-Am, mainly aimingenvironmental benefits. For the development of this work, a case study was carried out at thecompany Eternal da Amazônia, the only company that performs the rerrefino process in the northernregion of Brazil. It was used as an instrument of data collection: bibliographic research, photodocumentation of the area, spreadsheet survey, direct observations of the rerrefino process. It hasbeen identified that the lubricating oil cycle is a closed cycle, preventing it from being improperlydesigned. The re-refining process carried out by the company Eternal was able to extract basic oil withall the specifications and parameters required by the international classifiers. It was found that reverselogistics provides two important results to society, environmental protection by collaborating with thepreservation of natural resources and the economic focus by restocking the market with the finished oilproviding reuse by several consumers. The reverse cycle of used or contaminated lubricating oil wasidentified; the amount of OLUC collected by the company was evaluated; the re-refining process wasdescribed; the return of the re-refined lubricating oil to the market was explained. It is understood thatthe awareness of the correct destination of the OLUC should be everyone's work.
Keywords: Re-refining; Environment; Environmental Impacts.
1 Discente do Curso de Bacharelado em Engenharia Ambiental do Centro Universitário do Norte –UNINORTE. E-mail: [email protected]
mailto:[email protected]
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INTRODUÇÃO
Com o alto consumo de óleo lubrificante automotivo consequentemente há o
aumento do volume do Òleo Lubrificante Usado ou Contaminado – OLUC, seno um
produto altamente nocivo ao meio ambiente e à vida humana (MOTA; FIGUEREDO,
2017). Porém se por um lado o óleo lubrificante é de fundamental importância para o
crescimento do cenário econômico e industrial, por outro lado, o descarte
inadequado pós-uso o torna um perigoso risco à saúde da população e do meio
ambiente (GONÇALVES, 2012).
As empresas tem se preocupado e se interessado pelas questões da ordem
ambiental, em consequência dos danos sofridos e causados por um consumo
irresponsável (SANTOS, 2017). A logística reversa oferece novas oportunidades de
negócios, por meios de planejamento. Para que as empresas pratiquem a logística
reversa é necessário que os resultados obtidos sejam positivos, não apenas para o
meio ambiente, mas também que obtenham importância econômica para as
empresas, pois sua utilização agrega valores (REGO, 2010).
Logística reversa sempre esteve entre os assuntos estudados no âmbito
empresarial, mas por vários motivos ela nunca tinha sido abordada com tanta ênfase
como na atualidade (GUARNIERI, 2011). Recentemente tem se visto a grande
importância dessa atividade, que hoje vai além da reciclagem do produto, que seria
o retorno do material à empresa. A visão que se tem agora é também de interesses
econômicos, competitividade, responsabilidade social, ética e de infraestrutura para
a empresa (GERMANO, 2010).
O OLUC, por não ser biodegradável, leva dezenas de anos para desaparecer
do ambiente e quando descartado indevidamente, causa grandes prejuízos, a toda
sociedade (GENTIL, 2010).
O rerrefino de óleos minerais lubrificantes permite que o produto já utilizado
seja transformado em óleos básicos, e novamente como matéria-prima. O rerrefino
é um processo físico e químico que transforma o óleo lubrificante usado em “óleo
novo”, podendo ser reutilizado infinitas vezes (SILVA, 2006). Este processo resgata
as propriedades originais do produto e cumpre o princípio para a sustentabilidade
quando retorna ao mercado, por meio das diversas distribuidoras e formuladoras de
óleo lubrificante acabado - OLAC do país, garantindo o reabastecimento, sem danos
ambientais (ETERNAL, 2014).
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Segundo à Resolução CONAMA 362/2005
Art. 1º: Todo óleo lubrificante usado ou contaminado deverá ser recolhido,coletado e ter destinação final, de modo que não afete negativamente omeio ambiente e propicie a máxima recuperação dos constituintes nelecontidos, na forma prevista nesta Resolução, porém grande parte dapopulação desconhece os impactos causados pelo OLUC quando esteresíduo é destinado de maneira inadequada.
Com base no citado acima, o objetivo do estudo foi analisar a logística
reversa do óleo lubrificante em Manaus-AM, visando principalmente benefícios ao
meio ambiente.
1. METODOLOGIA
1.1.Tipo de estudo
Pode-se afirmar que a pesquisa se caracteriza como aplicada, uma vez que
busca, através de seus resultados, compor relatório técnico que servirá como
instrumento caracterizador geral da problemática, podendo servir, também, como
ferramenta de aporte à tomada de decisão. Neste caso específico, a problemática do
OLUC e a necessidade da Logística Reversa do mesmo justificam a classificação.
A pesquisa usou o método indutivo, pois o resultado foi obtido através de um
conjunto de observações, fatos e acontecimentos que foram recolhidos e analisados
em campo (Manaus-AM) e laboratório em uma empresa que atua no ramo de
indústria comércio, serviços e tratamento de resíduos.
A pesquisa é descritiva, uma vez que teve por objetivo descrever determinado
fenômeno, e de acordo com suas finalidades verificar como ocorre o processo de
rerrefino, evidenciando os principais benefícios desse processo e sua importância
para a manutenção do ambiente em Manaus-AM.
1.2.Local de coleta
A área de estudo compreende diretamente as instalações da empresa de uma
empresa que atua nos seguimentos de destinação de resíduos sólidos e líquidos,
borras oleosas, rerrefino de lubrificante usado e/ou contaminado, fabricação de
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lubrificantes automotivos e industriais. instalada na Zona Franca da cidade de
Manaus-AM.
1.3.Coleta de dados
Para efetiva coleta de dados foi realizada foto documentação da área,
levantamento de planilhas com os dados de coleta do OLUC e observações direta
do processo de rerrefino que foram recolhidos na empresa.
A coleta de dados ocorreu no turno matutino, no mês de fevereiro/2019
durante 20 dias, no horário das 08:00 às 12:00 h., pois o OLUC chega à empresa
pela parte da tarde e somente pela manhã é feito o processo de rerrefino.
1.4.Análises de dados
As análises dos dados coletados foram feitas de forma qualitativa e
quantitativa. Os valores feitos em planilhas foram manuseados para apresentação
em forma de tabelas. Para as observações do processo de rerrefino foi feito um
fluxograma com as etapas realizadas na empresa.
2. RESULTADOS E DISCUSSÃO
2.1.Ciclo Reverso do Óleo Lubrificante
Segundo Canchumani (2013), o ciclo do óleo lubrificante tem início nas
refinarias de petróleo onde são produzidos os óleos básicos. Os produtores
adquirem o óleo básico das refinarias nacionais (Petrobrás) e adicionam aditivos,
transformando-o em Óleo Lubrificante Acabado-OLAC. Após o descarte do óleo pelo
consumidor, o qual acontece em postos de troca (postos de combustíveis, posto de
serviços e/ ou concessionárias), começa o ciclo reverso do óleo lubrificante (Figura
1).
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Figura 1: Cadeia do ciclo de vida do setor lubrificante
Fonte: Canchumani (2013)
Os postos geradores armazenam o OLUC, que é recolhido por coletores
registrados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Os coletores, registrados pela ANP, devem recolher esses resíduos
obrigatoriamente de acordo à Resolução CONAMA 362/2005, para as rerrefinadoras
de óleo lubrificante.
Art. 1º: Todo óleo lubrificante usado ou contaminado deverá ser recolhido,coletado e ter destinação final, de modo que não afete negativamente o meioambiente e propicie a máxima recuperação dos constituintes nele contidos, naforma prevista nesta Resolução.
O rerrefino introduz no sistema uma parte da matéria e da energia que se
tornaria lixo com grande potencial de contaminação ambiental. Assim, os OLUC,
separados e regenerados para utilização como matéria-prima, os quais eram feitos
anteriormente com matéria-prima virgem. Dessa forma, os recursos naturais ficam
menos comprometidos.
Com base nos dados supracitados o ciclo reverso identificado na figura 1,
demonstra que a cadeia do óleo lubrificante se torna um ciclo fechado evitando que
o OLUC possa ter a destinação ilegal como a queima ou descarte que afetam
negativamente o meio ambiente.
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Em conformidade com Comper (2016), no caso dos óleos lubrificantes usados
o foco está nos retornos do consumidor, ou seja, eles se iniciam uma vez que os
produtos chegam ao consumidor final. Eles deverão efetuar a devolução, após o
uso, aos comerciantes ou distribuidores, dos produtos e embalagens de OLUC.
2.2.Coleta de OLUC
Segundo relatos da empresa estudada a coleta do OLUC é efetuada em
inúmeros estabelecimentos geradores dispersos em Manaus e concorre com um
mercado clandestino do uso ilegal do resíduo para finalidades diversas daquela
estabelecida pela legislação atual. O OLUC é um resíduo de característica tóxica e
persistente, portanto, perigoso para o meio ambiente e para a saúde humana se não
gerenciado de forma adequada.
2.3.Percentual Mínimo de Coleta e Cumprimento das Metas
Para o estabelecimento do percentual mínimo de coleta de OLUC, o
Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Ministério de Minas e Energia (MME)
atendem os seguintes critérios especificados no Art. 7, parágrafo único, da
Resolução CONAMA nº 362/2005:
I - análise do mercado de óleos lubrificantes acabados, na qual serãoconsiderados os dados dos últimos três anos; II - tendência da frota nacional quer seja rodoviária, ferroviária, naval ou aérea;III - tendência do parque máquinas industriais consumidoras de óleo, inclusiveagroindustriais;IV - capacidade instalada de rerrefino;V - avaliação do sistema de recolhimento e destinação de óleo lubrificanteusado ou contaminado;VI - novas destinações do óleo lubrificante usado ou contaminado,devidamente autorizadas;VII - critérios regionais; eVIII - as quantidades de óleo usado ou contaminado efetivamente coletadas.
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Esses ministérios têm a atribuição de acompanhar o cumprimento das metas
de coleta de OLUC. Nesse sentido, a Portaria MMA/MME nº 100/2016 (Tabela 1)
definiu o percentual mínimo de coleta de OLUC. Para o ano de 2017, o percentual
mínimo de coleta para o Brasil foi de 39,20% do volume de óleo lubrificante acabado
comercializado no país.
Tabela 1: Percentual mínimo de coleta de OLUC.
ANO Nordeste Norte CentroOeste Sudeste Sul BRASIL
2016 33% 32% 36% 42% 38% 38,90%
2017 34% 33% 36% 42% 38% 39,20%
2018 35% 35% 37% 42% 39% 39,70%
2019 36% 36% 38% 42% 40% 40,10%Fonte: Ministério de Meio Ambiente e de Minas e Energia, 2016.
Partindo como referência as metas estabelecidas pela Portaria Interministerial
MME/MMA Nº 100/2016 (tabela 1), na tabela 2, são apresentados os dados
extraídos dos controles da Agência Nacional do Petróleo - Boletim de Lubrificantes-
Nº 7/ 2017, indicando os volumes (em litros) de óleos lubrificantes comercializados e
coletados por Região, no ano de 2017.
Tabela 2: Balanço da coleta de óleo lubrificante usado no ano de 2017.
Região Comercializado Meta Coletado % % MetaNorte 59.075.494,00 17.928.950,82 18.206.164,00 33,51% 33,00%
Nordeste 116.778.352,00 36.723.297,66 36.234.569,00 33,55% 34,00%
Centro-Oeste 83.044.020,00 27.841.869,00 27.471.634,00 35,52% 36,00%
Sudeste 393.742.833,00 129.975.846,84 134.118.829,00 43,34 42,00%
Sul 158.586.432,00 52.646.250,70 54.156.780,00 39,09% 38,00%
Brasil 811.227.131,00 269.573.478,44 270.187.978,00 39,29 39,20%Fonte: Agência Nacional de Petróleo, 2017.
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2.4.OLUC coletado pela empresa estudada
A empresa estudada executa a coleta em posto de serviços, centro de troca
de óleo, oficinas mecânicas, transportadoras, concessionárias, navios petroleiros,
indústrias entre outras; emitindo o Certificado de Coleta (CCO), que comprova que a
fonte geradora está agindo de acordo com a lei, destinando o óleo lubrificante usado
de forma sustentável. Durante a pesquisa referente à coleta do OLUC foi evidenciado que apesar de
todo potencial poluidor, boa parte do OLUC ainda não é descartado de forma
adequada, pois muitos estabelecimentos preferem vender de forma clandestina,
porem a casos em que revendedores tem dificuldades em encontrar a empresa
coletora , pelo fato da empresa pesquisada ser a única empresa no norte do Brasil a
coletar o OLUC para o processo de rerrefino.
Segundo Gerhardt; Drum (2014), os coletores autorizados pela ANP
enfrentam uma concorrência desleal para realizar a coleta de OLUC. O desvio para
fins ilegais é um grande impasse. De acordo com Nycz (2008), o OLUC tem seu uso
de maneira inadequada para os devidos fins: graxas, lubrificação de motosserras,
queima ou incineração como combustível, uso como desinfetante em animais, etc.
Conforme estabelecido pelo MMA/MME (tabela 1) o percentual mínimo de
coleta para região Norte foi de 33% no ano de 2017, em relação ao Boletim de
Lubrificantes- Nº 7/2017 (tabela 2), a empresa estudada ficou acima da meta
regional com um volume de óleo coletado de 33,51%, superando a meta estipulada,
ainda sim menos de 50% do total do óleo consumido é descartado de forma correta.
De acordo com Muniz; Braga (2015), a coleta de OLUC apresenta
dificuldades principalmente nas regiões Norte e Nordeste devido à falta de postos de
recolhimento e, no caso da região Norte, a dificuldade se deve a problemas
relacionados com a logística de acesso aos núcleos urbanos e sua ligação com o
Sudeste do país, onde estão instaladas as principais indústrias de rerrefino. Dessa
forma, as metas de coleta foram estabelecidas conforme a realidade atual de cada
região brasileira, tendo em vista a necessidade de avanço do sistema e dificuldade
da logística.
2.5.Processo Industrial de Rerrefino na Empresa Estudada
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Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Rerrefino de Óleos Minerais,
SINDIRREFINO (2011), considera-se rerrefino o processo industrial de remoção de
contaminantes, produtos de degradação e aditivo do OLUC, conferindo aos
mesmos, características de óleos básicos, conforme especificação do órgão
regulador da Indústria do Petróleo (ANP).
De acordo com a Resolução do CONAMA 362/2005 - Art. 3º Todo o óleo
lubrificante usado ou contaminado coletado deverá ser destinado à reciclagem por
meio do processo de rerrefino.
2.5.1. Recebimento do Óleo
O óleo lubrificante contaminado é coletado por meio de veículos autorizados
pela ANP seguindo os procedimentos estabelecidos para o registro da coleta. Logo
o veículo coletor é recebido pelo pessoal de Rerrefino na área de tanques de
armazenamento onde é retirada uma amostra para análise em laboratório (tabela 3).
Tabela 3: Análises de Óleos Lubrificantes Contaminados ou Usados.
ANÁLISES OBJETIVO MÉTODO RESULTADOSENCONTRADOS
Destilação de água eleves
Determinação de % deágua e % de leves em
OLUC.ASTM D1744 Água: 7%;
SaponificaçãoDeterminação da
presença de materialsaponificável em OLUC.
Teste qualitativo.Aquecimento e
agitação de umamistura de OLUC e
Base
Leves: 2%
Teste de pingo
Determinação dapresença de
hidrocarbonetos leves eoutros tipos de
compostos.
Percolação em papelsemipermeável
Aumento deviscosidade: sim/não
DensidadeMedir a densidade do
OLUC, e determinaçãoda existência decontaminantes.
ASTM D1298; ASTMD4052 Pingo: bom/ruim
Fonte: Empresa Pesquisada, 2017.
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Somente quando o óleo é aprovado para o rerrefino pelo laboratório é, ocorre
o descarregamento e filtração para os tanques de armazenamento de OLUC. O
processo de rerrefino acontece da seguinte forma (figura 2):
Figura 2: Fluxograma do processo de Rerrefino.
Fonte: Empresa Estudada, 2018.
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2.5.2. Desidratação por Destilação Atmosférica
O óleo lubrificante contaminado geralmente vem com um teor de água que
inicialmente é separado por simples decantação e drenado nos tanques de
armazenamento. Posteriormente é transferido para o vaso de craqueamento e
destilação, onde o óleo é aquecido até atingir uma temperatura de 150°C para
eliminar o teor de água presente no óleo.
Segundo Santos (2013), a desidratação ocorre no tanque de armazenamento
onde é feita a drenagem de água e sedimentos. O tanque é pré-aquecido para
induzir a destilação e decantação, retirando-se o excesso de água existente no
OLUC por meio de tubulações.
2.5.3. Craqueamento por Destilação à Vácuo
Uma vez o óleo foi desidratado, é ligado o sistema de vácuo para aquecê-lo a
altas temperaturas com o objetivo de quebrar as cadeias de hidrocarbonetos,
extraindo os compostos leves, concluída a etapa de aquecimento o óleo é esfriado
através de um trocador de calor até uma temperatura ambiente, com o objetivo de
poder ser transferido ao tanque temporário de óleo craqueado.
Castro (2011), relata que após o tratamento térmico deve ser feito o
craqueamento ainda no mesmo tanque. A temperatura é então elevada a 310 °C.
Depois do craqueamento, o óleo permanece por cerca de 3 horas destilando no
mesmo tanque, sem aquecimento.
2.5.4. Sulfonação e Decantação
Logo depois de concluído o processo de sulfonação, o óleo é transferido para
os tanques decantadores onde ficará em repouso com o objetivo de que o ácido
sulfúrico provoque a corrosão dos compostos metálicos que se encontra no óleo.
Esses contaminantes sedimentam no fundo formando uma borra ácida que é
drenada, ficando no tanque somente o óleo sulfonado que é transferido para um
tanque temporário de armazenamento.
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Gusmão (2013), expõe que na etapa de sulfonação o óleo craqueado é
transferido para um tanque reator onde é adicionado uma porcentagem de ácido
sulfúrico e misturado por um período de tempo que permita homogeneizar a mescla.
2.5.5. Neutralização e Clarificação
Nesta etapa é transferido óleo sulfonado para o Vaso de Clarificação e
adicionado uma porcentagem de argila aditivada para promover a clarificação. Além
da argila é injetado na mistura vapor de água saturada que tem a função de ajudar a
arrastar os leves volatizados e neutralizar a acidez do óleo. A mistura é aquecida até
atingir a temperatura ideal de processo. Nessa temperatura é retirada uma amostra
para ser analisada no laboratório.
O processo só passará para a seguinte etapa quando todas as análises
estiverem dentro dos padrões de qualidade exigidas pela ANP resolução 18.
Liberado o óleo pelo laboratório, o óleo é esfriado através de um trocador de calor
até atingir a temperatura ótima para passar pelo filtro prensa.
De acordo com Santos (2013), o processo de clarificação acontece quando o
óleo dos decantadores é transferido com o auxilio de uma bomba para o tanque
clarificador, onde recebe tratamento térmico e neutralização (pois estava ácido até
então). Em conformidade com Costa (2012), esta bomba cria um sistema a vácuo,
tornando o tanque como um aspecto de “panela de pressão”. No clarificador, a
temperatura do óleo é elevada a 310 ° C para facilitar a separação do óleo básico
dos contaminantes. Recebe argila (agente clarificante), que fará a adsorção dos
contaminantes, e vapor da caldeira para auxiliar no aumento da temperatura. O
tanque é aquecido e a argila realiza a adsorção. Faz-se então um teste laboratorial
para verificar a qualidade do óleo.
2.5.6. Filtração e Centrifugação
Segundo Cachumani (2013), é feita pelo filtro prensa, o qual consiste em
passar o óleo através de um certo número de papeis de filtro, os quais estão
colocados entre placas que estão as ranhuradas verticais e horizontais, permitindo
assim a passagem do óleo. Placas, suportes e papéis têm furo em cada lado inferior,
formando a entrada e a saída do óleo.
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A purificação centrífuga é um processo mecânico pelo qual a separação das
impurezas dos líquidos é acelerada, fazendo-se girar em altas velocidades
periféricas, assim a força centrífuga serve de agente acelerador.
2.5.7. Análises Finais
O óleo já clarificado, filtrado e centrifugado passa por uma última análise
antes de ser transferido para o tanque de armazenamento de Neutro Médio
Rerrefinado, conforme exposto por Certificado de Análises da empresa estudada,
conforme Figura 3.
Figura 3: Certificado de Análises do Neutro Médio Rerrefinado.
Fonte: Empresa estudada, 2017
Verificamos que o processo realizado pela empresa estudada consegue
extrair óleo básico com todas as especificações e parâmetros exigidos pelas
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classificadoras internacionais: American Petroleum Institute (API), Society of
Automotive Engineers (SAE) e Japanese Automotive Standard Organization (JASO),
sendo fiscalizada constantemente pela ANP.
2.5.8. Produção do Óleo Lubrificante
Na fabricação de óleo lubrificante não ocorrem reações químicas. É um
processo de simples mistura, com rendimento de 99% sendo um processo
descontinuo realizado por batelada.
São utilizados como matérias primas óleos básicos rerrefinados e de primeiro
refino do grupo I, pacotes de aditivos multifuncionais, MIV (Melhorador de Índice de
Viscosidade), e outros aditivos.
Segundo Silveira (2012), os óleos lubrificantes acabados são produzidos por
meio da mistura de óleos lubrificantes básicos com aditivos que são substâncias
empregadas para melhorar ou conferir determinadas características aos óleos
lubrificantes básicos, para que estes desempenhem uma finalidade específica.
O processo de fabricação utiliza três tanques de aço carbono onde se inicia a
mistura com auxílio de agitadores mecânicos a frio ou com aquecimento (camisas
com vapor) temperatura máxima de 60°C adicionando-se óleos básicos com pacotes
aditivos multifuncionais (contendo antiespumantes, antidesgaste, detergentes,
dispersantes, antioxidante e melhorador índice de viscosidade).
A mistura é homogeneizada por 30 minutos. Posteriormente é enviado para
análises no laboratório para verificação e ajustes nas especificações internacionais
estabelecidas pela API (American Petroleum Institute), SAE (Society of Automotive
Engineers), ASTM (American Society for Testing and Materials) para óleos de
motores e ISO (International Standarization Organization) para óleos industriais.
Após a aprovação, o óleo lubrificante é transferido para a linha de envase
utilizando as bombas de engrenagens, passando por filtros Bag com malha de no
máximo 5µ, onde são retidas eventuais impurezas para posterior estocagem e
comercialização.
Durante a fabricação, eventuais respingos ou vazamentos são contidos e
reaproveitados no processo do rerrefino. As perdas nesta operação são no Máximo
de 1%.
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Os resíduos oleosos (impurezas do filtro, trapos de limpeza e caixas de
papelão contaminado), são enviados para a incineração da própria unidade da
empresa estudada.
Constatou-se que a etapa de produção do óleo lubrificante, utilizando como
base o óleo básico rerrefinado.
A empresa estudada produz óleos automotivos e indústriais com bases de até
90% de óleo básico rerrefinado. Todos esses óleos passam por análises de
qualidade que verificam que o OLUC respeite as especificações segundo as
características do tipo de óleo lubrificante.
Santos (2013), o óleo básico rerrefinado pela empresa estudada apresenta
qualidade semelhante à de um óleo básico de primeiro refino e os testes
laboratoriais realizados comprovam que se enquadra nos padrões exigidos pela
ABNT e ANP.
3. CONCLUSÃO
Esta pesquisa teve como objetivo analisar a logística reversa do óleo
lubrificante usado ou contaminado em Manaus-Am, visando principalmente
benefícios ao meio ambiente tendo em vista que com o alto consumo de óleo
lubrificante automotivo consequentemente há o aumento do volume do Òleo
Lubrificante Usado ou Contaminado – OLUC, sendo um produto altamente nocivo ao
meio ambiente e à vida humana as empresas tem se preocupado e se interessado
pelas questões da ordem ambiental, em consequência dos danos sofridos e
causados por um consumo irresponsável.
Tendo em vista o ciclo reverso identificado, verificou-se que a logística
reversa proporciona dois importantes resultados a sociedade, a proteção ambiental
por colaborar com a preservação dos recursos naturais e o foco econômico com o
reabastecimento do mercado com o óleo acabado proporcionando a reutilização por
diversos consumidores. Levando em conta as quantidades de OLUC coletado, a
destinação correta deve ser fiscalizada com maior rigor, para evitar os impactos ao
meio ambiente e problemas a saúde humana. O processo de rerrefino de óleos
lubrificante realizado pela empresa estudada é capaz de extrair óleos básicos com a
mesma qualidade dos que passaram pelo primeiro refino.
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Em virtude do que foi mencionado referente ao retorno do óleo lubrificante
rerrefinado ao mercado, entende-se que a conscientização da destinação correta do
OLUC deve ser trabalho de todos e seria interessante que os órgãos ambientais da
região trabalhassem na divulgação das atividades de coleta e rerrefino,
conscientizando o cidadão, proprietário de transporte automotivo, sobre a
importância econômica do OLUC e os malefícios que seu descarte indevido ou
desvio para fins impróprios pode acarretar.
Assim conclui-se que O processo de rerrefino realizado pela empresa
consegue extrair óleo básico com todas as especificações e parâmetros exigido
pelas classificadoras internacionais. Verificou-se que a logística reversa proporciona
dois importantes resultados a sociedade, a proteção ambiental por colaborar com a
preservação dos recursos naturais e o foco econômico com o reabastecimento do
mercado com o óleo acabado proporcionando a reutilização por diversos
consumidores.
4. REFERÊNCIAS
ANP - AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO. Boletim de Lubrificantes - Nº 7. Riode Janeiro, 2017.
CANCHUMANI, Giancarlos Alfonso Lovón. Óleos lubrificantes usados: um estudode caso de avaliação de ciclo de vida do sistema de rerrefino no Brasil. 2013.157f. Tese (Doutorado em Planejamento Energético) – Universidade Federal do Riode Janeiro, Rio de Janeiro.
CASTRO, Marcos Daniel. Caracterização do processo de reciclagem do óleolubrificante usado em postos de combustíveis e identificação de desafiosfrente à política nacional de resíduos sólidos. Encontro nacional de Engenhariade Produção, Bauru, 2011.
COMPER, Indiana. Caracterização e desafios da logística reversa de óleoslubrificantes. Congresso Inovação e Sustentabilidade, São Paulo, 2016.
CONAMA - CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução n° 362, de23 de Junho de 2005. Brasília, 2005.
COSTA, Gisele. Descarte de óleos lubrificantes e suas embalagens nas oficinasmecânicas de laranjal do Jari, Amapá. Amapá, 2012.
GENTIL, Ubiratan Leope. Estudo da indústria de rerrefino de lubrificante usadoou contaminado, e o desenvolvimento de um lubrificante formulado com óleobásico rerrefinado. São Paulo, 2010.
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ABSTRACTSegundo à Resolução CONAMA 362/2005Art. 1º: Todo óleo lubrificante usado ou contaminado deverá ser recolhido, coletado e ter destinação final, de modo que não afete negativamente o meio ambiente e propicie a máxima recuperação dos constituintes nele contidos, na forma prevista nesta Resolução, porém grande parte da população desconhece os impactos causados pelo OLUC quando este resíduo é destinado de maneira inadequada.2. RESULTADOS E DISCUSSÃO2.1. Ciclo Reverso do Óleo LubrificanteOs postos geradores armazenam o OLUC, que é recolhido por coletores registrados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).Os coletores, registrados pela ANP, devem recolher esses resíduos obrigatoriamente de acordo à Resolução CONAMA 362/2005, para as rerrefinadoras de óleo lubrificante.Art. 1º: Todo óleo lubrificante usado ou contaminado deverá ser recolhido, coletado e ter destinação final, de modo que não afete negativamente o meio ambiente e propicie a máxima recuperação dos constituintes nele contidos, na forma prevista nesta Resolução.O rerrefino introduz no sistema uma parte da matéria e da energia que se tornaria lixo com grande potencial de contaminação ambiental. Assim, os OLUC, separados e regenerados para utilização como matéria-prima, os quais eram feitos anteriormente com matéria-prima virgem. Dessa forma, os recursos naturais ficam menos comprometidos.Segundo relatos da empresa estudada a coleta do OLUC é efetuada em inúmeros estabelecimentos geradores dispersos em Manaus e concorre com um mercado clandestino do uso ilegal do resíduo para finalidades diversas daquela estabelecida pela legislação atual. O OLUC é um resíduo de característica tóxica e persistente, portanto, perigoso para o meio ambiente e para a saúde humana se não gerenciado de forma adequada.2.3. Percentual Mínimo de Coleta e Cumprimento das MetasPara o estabelecimento do percentual mínimo de coleta de OLUC, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Ministério de Minas e Energia (MME) atendem os seguintes critérios especificados no Art. 7, parágrafo único, da Resolução CONAMA nº 362/2005:I - análise do mercado de óleos lubrificantes acabados, na qual serão considerados os dados dos últimos três anos;II - tendência da frota nacional quer seja rodoviária, ferroviária, naval ou aérea;III - tendência do parque máquinas industriais consumidoras de óleo, inclusive agroindustriais;IV - capacidade instalada de rerrefino;V - avaliação do sistema de recolhimento e destinação de óleo lubrificante usado ou contaminado;VI - novas destinações do óleo lubrificante usado ou contaminado, devidamente autorizadas;VII - critérios regionais; eVIII - as quantidades de óleo usado ou contaminado efetivamente coletadas.Esses ministérios têm a atribuição de acompanhar o cumprimento das metas de coleta de OLUC. Nesse sentido, a Portaria MMA/MME nº 100/2016 (Tabela 1) definiu o percentual mínimo de coleta de OLUC. Para o ano de 2017, o percentual mínimo de coleta para o Brasil foi de 39,20% do volume de óleo lubrificante acabado comercializado no país.2.4. OLUC coletado pela empresa estudadaA empresa estudada executa a coleta em posto de serviços, centro de troca de óleo, oficinas mecânicas, transportadoras, concessionárias, navios petroleiros, indústrias entre outras; emitindo o Certificado de Coleta (CCO), que comprova que a fonte geradora está agindo de acordo com a lei, destinando o óleo lubrificante usado de forma sustentável.2.5. Processo Industrial de Rerrefino na Empresa Estudada2.5.1. Recebimento do ÓleoO óleo lubrificante contaminado é coletado por meio de veículos autorizados pela ANP seguindo os procedimentos estabelecidos para o registro da coleta. Logo o veículo coletor é recebido pelo pessoal de Rerrefino na área de tanques de armazenamento onde é retirada uma amostra para análise em laboratório (tabela 3).Tabela 3: Análises de Óleos Lubrificantes Contaminados ou Usados.ANÁLISESOBJETIVOMÉTODORESULTADOS ENCONTRADOSDestilação de água e levesDeterminação de % de água e % de leves em OLUC.ASTM D1744SaponificaçãoDeterminação da presença de material saponificável em OLUC.Teste de pingoDeterminação da presença de hidrocarbonetos leves e outros tipos de compostos.DensidadeMedir a densidade do OLUC, e determinação da existência de contaminantes.Somente quando o óleo é aprovado para o rerrefino pelo laboratório é, ocorre o descarregamento e filtração para os tanques de armazenamento de OLUC. O processo de rerrefino acontece da seguinte forma (figura 2):2.5.2. Desidratação por Destilação AtmosféricaO óleo lubrificante contaminado geralmente vem com um teor de água que inicialmente é separado por simples decantação e drenado nos tanques de armazenamento. Posteriormente é transferido para o vaso de craqueamento e destilação, onde o óleo é aquecido até atingir uma temperatura de 150°C para eliminar o teor de água presente no óleo.2.5.3. Craqueamento por Destilação à VácuoUma vez o óleo foi desidratado, é ligado o sistema de vácuo para aquecê-lo a altas temperaturas com o objetivo de quebrar as cadeias de hidrocarbonetos, extraindo os compostos leves, concluída a etapa de aquecimento o óleo é esfriado através de um trocador de calor até uma temperatura ambiente, com o objetivo de poder ser transferido ao tanque temporário de óleo craqueado.2.5.4. Sulfonação e DecantaçãoGusmão (2013), expõe que na etapa de sulfonação o óleo craqueado é transferido para um tanque reator onde é adicionado uma porcentagem de ácido sulfúrico e misturado por um período de tempo que permita homogeneizar a mescla.2.5.5. Neutralização e ClarificaçãoA purificação centrífuga é um processo mecânico pelo qual a separação das impurezas dos líquidos é acelerada, fazendo-se girar em altas velocidades periféricas, assim a força centrífuga serve de agente acelerador.2.5.7. Análises Finais2.5.8. Produção do Óleo LubrificanteANP - AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO. Boletim de Lubrificantes - Nº 7. Rio de Janeiro, 2017.CANCHUMANI, Giancarlos Alfonso Lovón. Óleos lubrificantes usados: um estudo de caso de avaliação de ciclo de vida do sistema de rerrefino no Brasil. 2013. 157f. Tese (Doutorado em Planejamento Energético) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.CASTRO, Marcos Daniel. 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