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Unidade II – ABORDAGEM ECONÔMICA Objetivo Prezado Aluno (a), LOGÍSTICA REVERSA Luiz Alberto Nogueira Morato - 2012 Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de: - Entender as principais características das cadeias reversas de suprimentos. 23

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Unidade II – ABORDAGEM ECONÔMICA

Objetivo

Prezado Aluno (a),

LOGÍSTICA REVERSALuiz Alberto Nogueira Morato - 2012

Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de:

- Entender as principais características das cadeias reversas de suprimentos.

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2.1. Canais de DistribuiçãoReversos de Bens de Pós-Consumo e de Pós-Venda

Existem três grandes categorias debens produzidos: os bensdescartáveis, os bens semiduráveise os bens duráveis classificados deacordo com a sua vida útil. Estasdefinições são fundamentais paraum melhor entendimento dasatividades dos canais dedistribuição reversos.

Bens descartáveis: são bens queapresentam duração de vida útilmédia de algumas semanas,raramente superior a seis meses.São exemplos de bens

Bens semiduráveis: são os bens queapresentam duração média de vida útilde alguns meses, raramente superior adois anos. Sob o enfoque dos canais dedistribuição reversos dos materiais,apresenta características ora de bensduráveis, ora de bens descartáveis.Exemplos: baterias de veículos, óleoslubrificantes, baterias de celulares,computadores e seus periféricos,revistas especializadas, etc.

O acelerado desenvolvimentotecnológico vivenciado pela sociedadenas últimas décadas, a introdução denovos materiais que têm substituídooutros com melhoria de desempenhotécnico do produto e de sua embalagemSão exemplos de bens

descartáveis os produtos deembalagens, brinquedos, materiaispara escritório, suprimentos paracomputadores, artigos cirúrgicos,pilhas de equipamentos eletrônicos,fraldas, jornais, revistas, etc.

Bens Duráveis: são os bens queapresentam duração de vida útilvariando de alguns anos a algumasdécadas. Exemplos: automóveis,eletrodomésticos, eletro-eletrônicos, as máquinas e osequipamentos industriais, edifícios,aviões, navios, etc.

e redução de custos dos produtos,associados ao acirramento dacompetitividade, como conseqüência daglobalização e da própria tecnologia,têm feito que empresas passem a sediferenciar pela constante inovação,reduzindo drasticamente o ciclo de vidados produtos causando um alto grau deobsolescência e assim sendo uma altatendência à descartabilidade. Estatendência têm causado modificaçõesnos hábitos mercadológicos e logísticosdas empresas modernas, exigindo altavelocidade no fluxo de distribuiçãofísica dos produtos.

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O acelerado desenvolvimentotecnológico vivenciado pelasociedade nas últimas décadas, aintrodução de novos materiais quetêm substituído outros commelhoria de desempenho técnicodo produto e de sua embalagem eredução de custos dos produtos,associados ao acirramento dacompetitividade, comoconseqüência da globalização e daprópria tecnologia, têm feito queempresas passem a se diferenciarpela constante inovação, reduzindodrasticamente o ciclo de vida dosprodutos causando um alto grau deobsolescência e assim sendo umaalta tendência à descartabilidade.

Por outro lado, com os ciclos de vidacada vez menores, os produtos ditosduráveis serão descartados maisrapidamente transformando-se emsemiduráveis. Da mesma forma, osprodutos semiduráveis se tornarãodescartáveis. Assim sendo, os produtosde pós-consumo aumentam e exauremos meios de disposição final, tornando-se necessário equacionar o problemade retorno dos bens de pós-consumo.

Os canais de distribuição reversos depós-consumo são constituídos pelofluxo reverso de uma parcela deprodutos e de materiais constituintesoriginados no descarte dos produtosapós a sua utilização pelo usuário

Esta tendência têm causadomodificações nos hábitosmercadológicos e logísticos dasempresas modernas, exigindo altavelocidade no fluxo de distribuiçãofísica dos produtos.Uma das conseqüências é aredução do ciclo de compra,observando-se um aumento dasquantidades de produtos devolvidosnas cadeias reversas de pós-venda, exigindo um sistema delogística reversa mais eficiente.

original e retornando ao ciclo produtivo.

Os canais reversos de pós-venda sãoconstituídos pelas diferentes formas epossibilidades de retorno de umaparcela de produtos, com pouco enenhum uso, que fluem no sentidoinverso, do consumidor ao varejista ouao fabricante, do varejista ao fabricante,entre as empresas, motivado em geralpor problemas de qualidade, garantia,processos comerciais entre empresas eretornando ao ciclo de negócios dealguma forma.

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Dois são os subsistemas reversos: os canais reversos de reciclagem e os canaisreversos de reuso.

A figura a seguir ilustra o fluxo de produtos nos canais de distribuição diretos,desde as matérias-primas até o mercado, chamado de mercado primário dosprodutos.

Canais de distribuição diretos e reversos

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2.2. Logística Reversa de Pós-Venda

A logística reversa de pós-venda deve,portanto, planejar, operar e controlar ofluxo de retorno dos produtos de pós-venda por motivos agrupados nasclassificações: “Garantia / Qualidade”,“Comerciais” e de “Substituição deComponentes”.

Classificam-se como devoluções por“Garantia / Qualidade”, aquelas nasquais os produtos apresentam defeitosde fabricação ou de funcionamento(verdadeiros ou não), avarias noproduto ou na embalagem, etc. Essesprodutos poderão ser submetidos aconsertos ou reformas que ospermitam retornar ao mercado

Devido ao término de validade deprodutos ou a problemasobservados após a venda, odenominado recall, os produtosserão devolvidos por motivo legaisou por diferenciação de serviço aocliente e se constituirão naclassificação “Validade” em nossoesquema.

A classificação “Substituição deComponentes” decorre dasubstituição de componentes debens duráveis e semiduráveis emmanutenções e consertos ao longode sua vida útil e que sãoremanufaturados, quandotecnicamente possível, e retornamao mercado primário oupermitam retornar ao mercado

primário, ou a mercados diferenciadosque denominam-se secundários,agregando-lhes valor comercialnovamente.

Na classificação “Comerciais” sãodestacadas a categoria de “Estoques”,caracterizada pelo retorno devido aerros de expedição, excesso deestoques no canal de distribuição,mercadorias em consignação,liquidação de estação de vendas,pontas de estoques, etc., que serãoretornados ao ciclo de negócios pelaredistribuição em outros canais devendas.

ao mercado primário ousecundário, ou são enviados àreciclagem ou para um destinofinal, na impossibilidade dereaproveitamento.

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Fluxograma Logística Reversa de Pós-venda

Fonte: Leite Consultorias / *Cadeia Logística de Pós-consumo28

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2.3. Logística Reversa de Pós-Consumo

A logística reversa de pós-consumodeverá planejar, operar e controlaro fluxo de retorno dos produtos depós-consumo ou de seus materiaisconstituintes, classificados emfunção de seu estado de vida eorigem: “Em condições de uso”,“Fim de vida útil”, e “Resíduosindustriais”.

A classificação “Em condições deuso” refere-se às atividades em que

Na área de atuação de duráveis ousemiduráveis, estes entrarão no canalreverso de Desmontagem eReciclagem Industrial; sendodesmontados na etapa de“desmanche”, seus componentespoderão ser aproveitados ouremanufaturados, retornando aomercado secundário ou à própriaindustria que o reutilizará, sendo umaparcela destinada ao canal reversode “Reciclagem”.

No caso de bens de pós-consumodescartáveis, havendo condiçõesuso” refere-se às atividades em que

o bem durável e semidurávelapresenta interesse de reutilização,sendo sua vida útil estendidaadentrando no canal reverso de“Reuso” em mercado de segundamão até atingir o “fim de vida útil”do produto.

Nas atividades da classificação“Fim de vida útil”, a logísticareversa poderá atuar em duasáreas não destacadas no esquema:dos bens duráveis ou descartáveis.

descartáveis, havendo condiçõeslogísticas, tecnológicas eeconômicas, os produtos sãoretornados por meio do canal reversode “Reciclagem Industrial”, onde osmateriais constituintes sãoreaproveitados e se constituirão emmatérias-primas secundárias, queretornam ao ciclo produtivo pelomercado correspondente, ou no casode não haver as condições acimamencionadas, serão destinadas ao“Destino Final”, os aterros sanitários,lixões e incineração com recuperaçãoenergética.

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Fluxograma Logística Reversa de Pós-consumo

Fonte: Leite Consultorias / *Cadeia Logística de Pós-consumo30

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2.3.1. Ciclos reversos de pós-consumo abertos e fechados

Uma parcela dos bens de pós-consumo será reintegrada ao cicloprodutivo e irá fluir pelos canaisreveros de reciclagem. Com arevalorização dos seus materiaisconstituintes, estes podem serreintegrados ao ciclo produtivo nafabricação de um produto similar aoque lhe deu origem ou de umproduto distinto.

Em função dessa diferença, há adistinção de duas categorias deciclos reversos de retorno ao cicloprodutivo:

como matéria-prima secundária nafabricação de chapas de aço, barrasde ferro e vigas, entre outros.

• Canais de distribuição reversos deciclo fechado: são constituídos porbens de pós-consumo em que osmateriais constituintes de determinadoproduto descartado são extraídosseletivamente e aproveitados nafabricação de um produto similar ao deorigem. Das baterias de veículosdescartadas, por exemplo, podem serextraídas a liga de chumbo e a carcaçade plástico, materiais que sãoreutilizados na fabricação de umanova bateria.

É importante esclarecer que no canal• Canais de distribuição reversos deciclo aberto: são constituídos pelasdiversas etapas de retorno dosmateriais constituintes dos produtosde pós-consumo, tais comoplásticos, papéis, vidros, metaisetc., que são reintegrados ao cicloprodutivo e substituem as matérias-primas virgens necessárias para afabricação de itens diversos. Pode-se citar como exemplo oseletrodomésticos descartados, deonde são extraídos diversoscomponentes, sendo um deles omaterial ferroso que seráreintegrado

É importante esclarecer que no canalde ciclo aberto a matéria-primaextraída será utilizada na elaboraçãode produtos diferentes daqueles dosquais os materiais foram extraídos,pois nessa categoria o material éprimeiramente reprocessado paradepois se tornar uma nova matéria-prima.

Já no caso do canal de ciclo fechado,após seleção, o material classificadocomo aproveitável é separado ecolocado em um novo produto similar,que poderá ser novamentedisponibilizado no mercado.

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2.3.2 Redução de consumo

O mais comum é as pessoasassociarem consumo a compras, oque está correto, mas incompleto,pois não engloba todo o sentido doverbo. A compra é apenas uma etapado consumo. Antes dela, temos quedecidir o que consumir, por queconsumir, como consumir e de quemconsumir. Depois de refletir a respeitodesses pontos é que partimos para acompra. E após a compra, existe ouso e o descarte do que foi adquirido.

Considerando todos esses aspectosdo consumo, você vai ver que eleestá presente praticamente o tempotodo em nossas vidas. Ao acordar,vamos ao banheiro e consumimos

Por isso o consumo é algo muitoimportante e que provoca diversosimpactos. Primeiro em nós mesmos,já que temos que arcar com asdespesas do consumo e também nosbeneficiamos do bem estar derivadodele. Depois, o impacto na economia,porque ao adquirirmos algo,movimentamos a máquina deprodução e distribuição, ativando aeconomia. Também afeta asociedade, porque é dentro dela queocorrem a produção, as trocas e astransformações provocadas peloconsumo. E por fim, o impacto sobrea natureza, que nos fornece asmatérias-primas para a produção detudo o que consumimos.vamos ao banheiro e consumimos

água, eletricidade, pasta de dente esabonete. Depois tomamos café-da-manhã e lá vai café, pão, manteiga,geléia, frutas, água, eletricidade. Emais água para fazer o café e paralavar a louça. Quando saímos para otrabalho, a menos que se vá a pé oude bicicleta, consumimoscombustível, mesmo que seja doônibus, e no caso do metrô, energiaelétrica. Dependendo da ocupação decada um, haverá diferentes tipos deconsumo, mas é quase certo quehaverá uso de eletricidade, papel ecafezinho, por exemplo. Portanto,mesmo que você passe o dia todosem sequer abrir a carteira, teráconsumido muita coisa.

O consumo é um dos nossos grandesinstrumentos de bem estar, masprecisamos aprender a produzir econsumir os bens e serviços de umamaneira diferente da atual, visto queo modelo hoje utilizado de produção econsumo contribuiu para aprofundaralguns aspectos da desigualdadesocial e do desequilíbrio ambiental.Mas as coisas não precisam serassim e existe um enorme potencialpara que o consumo que nos trouxe aessa situação, se exercido de outraforma, nos tire dela. Vamos vercomo?

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Consumo Consciente

Bem, agora que você já sabe quemuitos dos nossos atos são atos deconsumo e que eles impactam asua vida e as condições da vida noplaneta, chegou a hora de sabercomo você pode usar suasescolhas de consumo para ajudar aconstruir um mundo social eambientalmente melhor. O caminhopassa pela adoção do consumoconsciente. E o que é consumoconsciente? É consumir levandoem consideração os impactosprovocados pelo consumo.Explicando melhor: o consumidorpode, por meio de suas escolhas,buscar maximizar os impactospositivos e minimizar os negativos

só sobre si mesmo, mas também sobreas relações sociais, a economia e anatureza. O consumidor conscientetambém busca disseminar o conceito ea prática do consumo consciente,fazendo com que pequenos gestos deconsumo realizados por um númeromuito grande de pessoas promovamgrandes transformações.

O consumo consciente pode serpraticado no dia-a-dia, por meio degestos simples que levem em conta osimpactos da compra, uso ou descartede produtos ou serviços. Tais gestosincluem o uso e descarte de recursosnaturais como a água, a compra, uso edescarte dos diversos produtos ouserviços, e a escolha das empresasdas quais comprar, em função de suapositivos e minimizar os negativos

dos seus atos de consumo, e destaforma contribuir com seu poder deconsumo para construir um mundomelhor. Isso é ConsumoConsciente. Em poucas palavras, éum consumo com consciência deseu impacto e voltado àsustentabilidade.

O consumidor consciente busca oequilíbrio entre a sua satisfaçãopessoal e a sustentabilidade doplaneta, lembrando que asustentabilidade implica em ummodelo ambientalmente correto,socialmente justo eeconomicamente viável. Oconsumidor consciente reflete arespeito de seus atos de consumoe como eles irão repercutir não

responsabilidade sócio-ambiental.

Assim, o consumo consciente é umacontribuição voluntária, cotidiana esolidária para garantir asustentabilidade da vida no planeta.

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CONSUMO CONSCIENTE

É consumir diferente: tendo no consumo um instrumento de bem estar e não fim em si mesmo.

É consumir solidariamente: buscando os impactos positivos do consumo para o bem estar da sociedade e do meio ambiente.

É consumir sustentavelmente: deixando um mundo melhor para as próximas gerações.

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2.3.3 Bens remanufaturados

São bens usados que passam pelo oprocesso industrial da remanufatura.Em geral, algumas condições devemser cumpridas para que um bem sejaconsiderado remanufaturado, sãoelas: os componentes primáriosdeverão ser provindos de um produtousado; o produto usado deverá serdesmontado na extensão necessáriaa se determinar as condições de seuscomponentes; os componentes doproduto usado deverão sercompletamente limpos e livres deferrugem e corrosão; todas as peçasfaltantes, defeituosas, quebradas oudesgastadas deverão ser restauradasou substituídas por novas ou usadas

industrial específico e uma definiçãopara o que é um produtoremanufaturado irá variardependendo do tipo de produto.Atualmente há diversos termoscorrelatos aos bens remanufaturados,dentre eles:

Bem reconstruído (rebuilt): ésinônimo de remanufaturado quandoaplicado a peças de motores esistemas automotivos, mas não aoveículo todo.

Bem recarregado (recharged):também é sinônimo deremanufaturado, geralmente aplicadoa produtos de imagem, comocartuchos de tinta.

ou substituídas por novas ou usadasde forma que apresentem boascondições de funcionamento; oproduto deverá passar por operaçõescomo usinagem, rebobinagem,acabamento entre outras para chegara plenas condições de funcionamentoe o produto deverá ser remontado eoperar com a mesma segurança eeficiência de um produto novo.

Para alguns segmentos da indústriaoutros termos são sinônimos deremanufaturado, desde quesatisfaçam os requisitos mínimosacima. Deve-se ter em mente que aremanufatura é um processo

Bem recondicionado (refurbished):esse termo se refere sobretudoàqueles produtos que apresentaramdefeito ainda dentro da fábrica e sãoali mesmo reparados. Tal termo éutilizado principalmente para artigoseletrônicos.

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2.3.4 Reciclagem

O objetivo principal da logísticareversa é o de atender aos princípiosde sustentabilidade ambiental como oda produção limpa, em que aresponsabilidade é do "início ao fim",ou seja, quem produz deveresponsabilizar-se também pelodestino final dos produtos gerados,de forma a reduzir o impactoambiental que eles causam. Assim,as empresas organizam canaisreversos, ou seja, de retorno dosmateriais, seja para conserto ou apóso seu ciclo de utilização, para terem amelhor destinação, seja por reparo,

A expressão vem do inglês recycle(re = repetir, e cycle = ciclo).

Os resultados da reciclagem sãoexpressivos tanto no campoambiental, como nos camposeconômico e social.

No aspecto econômico, a reciclagemcontribui para a utilização maisracional dos recursos naturais e areposição daqueles recursos que sãopassíveis de reaproveitamento.

No meio-ambiente a reciclagem podereduzir a acumulação progressiva de

melhor destinação, seja por reparo,reutilização ou reciclagem.

A reciclagem é o reaproveitamentodos materiais como matéria-primapara um novo produto. Muitosmateriais podem ser reciclados e osexemplos mais comuns são o papel,o vidro, o metal e o plástico.

A palavra reciclagem difundiu-se namídia a partir do final da década de1980, quando foi constatado que asfontes de petróleo e de outrasmatérias-primas não renováveisestavam se esgotando rapidamente,e que havia falta de espaço para adisposição de lixo e de outros dejetosna natureza.

reduzir a acumulação progressiva deresíduos a produção de novosmateriais, como por exemplo opapel, que exigiria o corte de maisárvores; as emissões de gases comometano e gás carbônico; asagressões ao solo, ar e água; entreoutros tantos fatores negativos.

No âmbito social, a reciclagem nãosó proporciona melhor qualidade devida para as pessoas, através dasmelhorias ambientais, como tambémtem gerado muitos postos detrabalho e rendimento para pessoasque vivem nas camadas maispobres.

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No Brasil existem os carroceiros oucatadores de papel, que vivem davenda de sucatas, papéis, alumínio eoutros materiais recicláveis deixadosno lixo.Eles também trabalham nacolecta ou na classificação demateriais para a reciclagem. Como éum serviço penoso, pesado e sujo,não tem grande poder atrativo paraas fatias mais qualificadas dapopulação.

Assim, para muitas das pessoas quetrabalham na reciclagem, esta setorna uma das únicas alternativas deganhar o seu sustento.

Reciclagem de aço

A reciclagem de aço é oreaproveitamento do aço utilizadoem objetos que já não estãofuncionando para produzir novosobjetos.

O aço é utilizado em diversosmateriais, desde latas até carros.Sua reciclagem é tão antiga quanto aprópria história de sua utilização. Oaço pode ser reciclado infinitasvezes, com custos menores e menosdispêndio de energia do que na suacriação inicial.ganhar o seu sustento. criação inicial.

Ele pode ser separado de outrosresíduos por diversos processosquímico-industriais e voltar a serutilizado sem perder suascaracterísticas iniciais.

A lata de aço é uma das embalagensmais utilizadas em todo mundo paraacondicionar alimentos e produtosdiversos. A embalagem pode serbiodegradada pelo próprio ambiente,através do processo de ferrugem,num prazo médio de três anos.Porém o aço, se aproveitado, podegerar economias e menos agressãoao meio ambiente.

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Estudos dizem que a cada 75 latasde aço recicladas, uma árvore ésalva, pois, do contrário, virariacarvão vegetal.

O aço também é muito utilizado naconstrução civil para sustentarestruturas de concreto. A reciclagemde entulho da construção civiltambém é bastante importante.

Reciclagem de papel

A reciclagem do papel consiste noreaproveitamento das fibrascelulósicas de papéis usados paraprodução de um novo artefato depapel. O papel reciclado pode seraplicado em caixas de papelão,sacolas, embalagens para ovos,bandejas para frutas, papel higiênico,cadernos e livros, material deescritório, envelopes, papel paraimpressão, entre outros usos.

Para a reciclagem, o papel éclassificado em papel branco, papel

RECICLAGEM DE AÇO

classificado em papel branco, papeljornal, papel misto, papelão e longavida. Os papéis brancos são ospapéis de carta, folhetos, papéis decopiadoras e impressoras. O papeljornal é produzido com menoscelulose e mais fibras de madeira,obtidas na primeira etapa dafabricação do papel, e por isso,apresenta menor qualidade. Ospapéis mistos apresentam diferentesfibras e cores, como por exemplo,aqueles que encontramos emrevistas.

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O papelão ou papel ondulado éaquele utilizado em caixas paratransportar produtos em fábricas,depósitos, escritórios e residências.Este material apresenta uma camadaintermediária de papel entre suaspartes exteriores, disposta emondulações, na forma de umasanfona.

A embalagem longa vida, tambémchamada de cartonada oumulticamadas, é composta por váriascamadas de papel, polietileno debaixa densidade e alumínio. Essesmateriais em camadas criam uma

RECICLAGEM DE PAPEL

materiais em camadas criam umabarreira que impede a entrada daluz, ar, água, microorganismos eodores externos, e, ao mesmo,tempo preserva o aroma dosalimentos dentro da embalagem.

É importante lembrar que os papéispara fins sanitários (toalhas ehigiênicos) não são encaminhadospara reciclagem, assim como papéisvegetais, parafinados, carbono,plastificados e metalizados.

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Reciclagem do vidro

A reciclagem possui papel dedestaque na indústria vidreira. Comum quilo de vidro se faz outro quilo devidro, com perda zero e sem poluiçãopara o meio ambiente. Além davantagem do reaproveitamento de100% do caco, a reciclagem permitepoupar matérias-primas naturaiscomo areia, barrilha e calcáreo.(Fonte: site ABIVIDRO – AssociaçãoTécnica Brasileira das IndústriasAutomáticas de Vidro).

Como normalmente os vidros deembalagem são do tipo sodo-cálcico,

RECICLAGEM DO VIDRO

embalagem são do tipo sodo-cálcico,apenas as sucatas de vidro com essanatureza química são aceitas parareciclagem, como garrafas, potes efrascos.Os vidros de janelas, espelhos,cristais, pirex e similares podem serreciclados, porém não devem serincluídos junto com os vidros deembalagem.

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Reciclagem de alumínio

A reciclagem de alumínio é oprocesso pelo qual o alumínio podeser reutilizado em determinadosprodutos, após ter sido inicialmenteproduzido. O processo resume-se noderretimento do metal, o que é muitomenos dispendioso e consome muitomenos energia do que produzir oalumínio através da mineração debauxita. A mineração e o refino desterequerem enormes gastos deeletricidade, enquanto que areciclagem requer apenas 5% daenergia para produzi-lo. Por isto, areciclagem tornou-se uma atividadeimportante para esta indústria.

O alumínio pode ser reciclado tanto apartir de sucatas geradas porprodutos de vida útil esgotada, comode sobras do processo produtivo. O

Pelo seu valor de mercado, a sucatade alumínio permite a geração derenda para milhares de famíliasbrasileiras envolvidas da coleta àtransformação final da sucata.

Desta forma, a reciclagem doalumínio gera benefícios para o paíse o meio ambiente, além de sermenos custoso de obter do queatravés da sua produção pormineração.

Curiosidades• O alumínio líquido (700 °C),demora até duas horas e meia paraatingir o estado sólido, dependendodo volume de metal assim comotemperatúra ambiente, local de

de sobras do processo produtivo. Oalumínio reciclado pode ser obtido apartir de esquadrias de janelas,componentes automotivos,eletrodomésticos, latas de bebidas,entre outros. A reciclagem nãodanifica a estrutura do metal, quepode ainda ser reciclado infinitamentee reutilizado na produção de qualquerproduto com o mesmo nível dequalidade de um alumínio recémproduzido por mineração.

armazenagem, etc.• Um quilo de alumínio reciclado,evita a extração de cinco quilos debauxita.• O ciclo médio de vida de uma latade alumínio é de 30 dias, desde suacolocação na prateleira dosupermercado, até seu retornoreciclada.• A reciclagem de uma única lata dealumínio, pode economizar a energianecessária para manter um televisorligado durante 3 horas ou umalâmpada de 100 watts por 20 horas.• Em média um quilo equivale a 74latas.

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Reciclagem secundária ou pós-consumo: Acontece com osresíduos plásticos recolhidos emlixões, sistemas de coleta seletiva,sucatas, etc. É feita com os maisdiversos tipos de materiais e resinasque são separados e passam por umprocesso ou por uma combinação deoperações para seremtransformados em outros produtos.

Reciclagem terciária. É aconversão de resíduos plásticos emprodutos químicos e combustíveis,por processos termoquímicos. Essesplásticos são convertidos em

RECICLAGEM DO ALUMÍNIO

Reciclagem de plástico

Existem três tipos de reciclagem doplástico:

Reciclagem primária ou pré-consumo: É feita com os materiaistermoplásticos provenientes deresíduos industriais, que são limpos efáceis de identificar. Tecnologiasconvencionais de processamentotransformam esses resíduos emprodutos com características dedesempenho equivalentes àsdaqueles fabricados a partir deresinas virgens.

plásticos são convertidos emmatérias-primas que podem originarnovamente as resinas virgens ououtras substâncias interessantespara a indústria, como gases e óleoscombustíveis.

Para se reciclar o plástico, é precisoseparar, moer e lavar o material,secar com batedores e sopradores(que farão uma secagem parcial) edepois com aglutinadores (que farãoa secagem definitiva). Depois essematerial será fundido, resfriado,granulado e transformado, enfim, emmatéria-prima.

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Essa “nova” substância poderáser utilizada na fabricação deinúmeros produtos, comogarrafas, frascos, baldes,cabides, pentes, “madeira-plástica”, cerdas, vassouras,sacolas, filmes, painéis para aconstrução civil e outra infinidadede opções.

Os plásticos recicláveis são:garrafas, tampas, embalagensde higiene e limpeza, garrafasPET, CD e DVD, tubos vazios decreme dental, utensíliosplásticos, como canetas eplásticos, como canetas eescovas de dente, potes detodos os tipos, sacos desupermercado, embalagens paraalimentos, vasilhas, recipientes etubulações.

Os não recicláveis são: fraudasdescartáveis, adesivos eembalagens com lâminasmetalizadas, como bombons,biscoitos e outros produtosalimentícios, cabos de panela,botões de rádio, pratos, canetas,bijuterias, espuma e embalagensa vácuo.

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2.3.5. Coleta seletiva de lixo

É a atividade de separar o lixo, paraque ele seja enviado para reciclagem.Separar o lixo é não misturar osmateriais passíveis de seremreaproveitados ou reciclados(usualmente plásticos, vidros, papéis,metais) com o resto do lixo (restos dealimentos, papéis sujos, lixo dobanheiro) . A coleta seletiva tanto podeser realizada por uma pessoa sozinha,que esteja preocupada com omontante de lixo que estamos gerando(desde que ela planeje comantecedência para onde vaiencaminhar o material separado) ,quanto por um grupo de pessoas(empresas, condomínios, escolas,(empresas, condomínios, escolas,cidades, etc.). Organizar um programade coleta seletiva não é tãocomplicado, mas exige planejamentocuidadoso.

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2.4. Logística Reversa deEmbalagem

Apesar de se enquadrar nalogística reversa de pós venda oupós consumo, queremos subdividiro conceito de logística reversa deembalagem pela sua importância.

Com a concentração da produção,verifica-se o atendimento dedistribuição a mercados cada vezmais afastados. Consequentementehá um aumento da distância médiade transporte e o retorno dos

- implementarsistemas derecuperação;- reciclar.

Existe uma tendênciamundial em utilizarembalagensretornáveis,reutilizáveis ou demúltiplas viagens,tendo em vista que ototal de resíduosaumenta a cada ano,causando impactonegativo ao meiode transporte e o retorno dos

caminhões vazios (unicamente comas embalagens de transporte) queimplica em um incremento dosgastos e repercute no custo final doproduto.

Com a finalidade de reduzir oimpacto negativo das embalagens,alguns medidas poderão seradotadas para a redução deresíduos deste material: (Diretiva94/62 adotada pela ComunidadeEuropeia)- reduzir os resíduos na origem dosmesmos;- utilizar materiais recicláveis;- reutilizar os materiais,maximizando o nível de rotação;

negativo ao meioambiente.

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2.5. Inibidores das cadeiasreversas

Destacamos seis categorias deinibidores das cadeias reversas, quepodem influir diferentemente emcadeias reversas de pós-venda ou depós-consumo, denominando-as:conhecimento, legislação, projeto doproduto, cultura empresarial e social,organização logística e riscosdiversos.

2.5.1. Conhecimento

O conhecimento aqui é entendidocomo um conjunto de aspectos quepermitem ao homem social ouempresarial fundamentar ações. Emlogística reversa refere-se ao

Processos: o mapeamento dosprocessos envolvidos no retorno dosprodutos e bens em geral permitiráentender seus custos, oportunidadesde ganhos, novos centros de lucro eos caminhos críticos a seremenfrentados no equacionamento doseu retorno. A utilização de sistemasde custeio apropriado permitirámelhor identificar os aspectos querequerem maior atenção doempresário.

Informações: A experiência temensinado que uma das maioresdificuldades e motivos deineficiências nas cadeias reversassão a falta de informações relativasao produto, às embalagens, aologística reversa refere-se ao

conhecimento do mercado, dosprocessos, das informações, datecnologia, de indicadores, entreoutros aspectos, que serão de formabreve sintetizados nas linhasseguintes:

Mercado: entender o mercado deaplicação da Logística Reversasignifica conhecer as oportunidadesde reaproveitamentos diversos noretorno de produtos e materiais, asempresas atuando ou potencialmenteprontas a atuar nestes mercados, asdiversas categorias de cadeiasreversas e suas características, omercado de destino dos produtosreaproveitados, etc.

ao produto, às embalagens, aomomento de retorno, às quantidadesde retorno, ao detalhamento daforma de tratar tecnologicamente osprodutos no momento dereaproveitamento, etc.

Tecnologia: em todas as fases doretorno de produtos o uso detecnologias adequadas garante aeficiência. A tecnologia no momentoda coleta dos produtos, noprocessamento inicial, nodesmanche, na remanufatura, nareciclagem, no destino final, sãoalguns dos tópicos que muitas vezesimpedem a correta eficiência dacadeia reversa.

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Certificação de qualidade: da mesmaforma que para os produtos novos énecessário garantir certificação dequalidade aos produtosreaproveitados ou que contenhamparte de reaproveitamentos, evitandoa generalizada desconfiança de máqualidade ainda presente emmuitas atividades dereaproveitamento de produtos emateriais.

Indicadores: nenhuma atividade podeser conduzida sem que haja oestabelecimento de indicadores queavaliem a eficiência das operações epermitam comparações entre os

Tributação: a legislação tributáriainflui negativamente na eficiência dascadeias reversas na medida em quenão privilegie as atividades dereaproveitamento dos bens em gerale a adequação legislativa para acorreta movimentação dos produtosem suas diversas fases de retorno.Governos proativos poderãoregulamentar leis que modificarão osmercados gerando novasnecessidades e oportunidadesempresariais.

Incentivos: como players de grandeporte no cenário econômico,governos poderão catalisar açõespermitam comparações entre os

players do mercado. Indicadoresrelativos às quantidades retornadas,aos processos utilizados, aos tipos decoletas, às cotas dos participantes nomercado, etc.

2.5.2. Legislações

Entendida aqui como o nível deintervenção dos governos nasatividades de logística reversa.Alguns destes aspectos merecemespecial atenção no caso da logísticareversa, embora se reconheça quesuas prioridades estão relacionadasao grau de desenvolvimento daregião referida:

governos poderão catalisar açõesque incentivem a aquisição deprodutos e materiais reaproveitados,seja para seu próprio uso seja emsuas redes operacionais, a exemplodaqueles em regiões maisdesenvolvidas.

Penalização: a adequadapenalização das contravenções nasdiversas áreas envolvidas com oretorno de produtos, principalmentena área de pós-consumo, permitirá aatuação de empresas de boa índolenos negócios de retorno de bens emgeral, alterando o mercado e abrindooportunidades.

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Participação empresarial eResponsabilidades: a participação deempresas e sociedade na elaboraçãodas legislações relativas ao retornode produtos e materiais, bem como aexplícita declaração deresponsabilidades de cada elo dacadeia direta e reversa frente a lei écondição fundamental para o êxito.

2.5.3. Projeto do produto e dosserviços

É na fase do projeto, ou em suarevisão, que será possível adequarproduto, componentes, serviços,informações a respeito do produto, àsnecessidades das cadeias reversas.

Componentes: a preocupação com o

mistura de materiais de diversasnaturezas em sua constituição, entreoutros aspectos, elevam os custosde reaproveitamento e reduzem aeficiência da cadeia de retorno.

Informações: neste caso ainformação se refere a instruçõessobre o produto, seuscomponentes, os procedimentos eoperações de processamento dosprodutos retornados parao seu reaproveitamento, etc.

2.5.4. Cultura empresarial e social

Gestão ambiental e qualidade: aspreocupações empresariais sobreestes dois aspectos intimamenterelacionados são inerentes aempresas que já passaram por

Componentes: a preocupação com oimpacto de seus componentes nomeio ambiente torna-se de grandeinteresse para o seureaproveitamento. É importantelembrar que por menor que seja aquantidade contida em um produtoisoladamente o impacto seráimportante quando grandesquantidades destes produtos foremdisponibilizadas ou descartadas pelasociedade.

Desmontagem ou reciclagem: oprojeto deve levar em consideraçãoos custos destas fases no retorno dosprodutos e materiais. Dificuldades emdesmontar produtos e separar seuscomponentes,

empresas que já passaram porprocessos de cultura reativa eincorporaram as idéias de ganhoestratégico através da visão desustentabilidade.Certamente um ambiente destanatureza facilitará ao entendimentodas vantagens em favorecer asatividades de reaproveitamento deseus produtos e materiaiscomponentes, em todas as açõesempresariais.

Ética empresarial e de gestão: avisão ética é um dos preceitos para apreocupação do impacto de seusprodutos ao meio ambiente e àssuas ações sociais correspondentes.

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Educação e hábitos: certamente umdos aspectos vitais para a eficiênciadas cadeias reversas é oconhecimento através da educação,que permitirá o entendimentopragmático das dimensões dosefeitos da conduta não sustentável deempresas e da sociedade em geral.

2.5.5. Organização Logística noretorno dos produtos

Sistemas especializados: tendo emvista que as condições de retorno dosprodutos e materiais são peculiaresna Logística Reversa, tratando-se emgeral de produtos com natureza

Recaptura de valor dos itensretornados: um dos objetivos nestaárea é o de recapturar o melhor valorpossível dos produtos e materiaisreaproveitados o que requer damesma forma especialização nosserviços.

Rastreabilidade dos produtos: umdos aspectos complexos no retornodos produtos é a identificação deonde coletar, como coletar de formaeficiente, bem como garantir aeficiência nas demais etapasreversas. Torna-se importante destamaneira conhecer e rastrear osprodutos de forma a identificar suasgeral de produtos com natureza

heterogênea, fluxos com freqüência equantidades pouco regulares, comprevisibilidade menor, embalagensindefinidas em muitos casos,sistemas de informaçõesespecializados, relacionamento entreos atores, precificação e vendas dosprodutos e materiais, entre outrosaspectos exigem sistemas eprestadores de serviçosespecializados. A aplicação detécnicas de planejamento logísticoequivalentes às utilizadas na logísticadireta é um caminho para maioreficiência. Tratar as redes dedistribuição e de retornosimultaneamente certamenteconduzirá a resultados maiseficientes.

produtos de forma a identificar suasfontes para o eficiente planejamentoda rede logística reversa.

2.5.6. Riscos à imagem e reputaçãodas empresas

A conscientização dos riscosempresariais inerentes à baixaeficiência da cadeia reversa permitiráreduzi-los e mitigá-losconvenientemente. Alguns exemplos:

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Descaracterização dos produtos: ocorreto equacionamento do retornodos produtos no momento certo e deforma adequada evitará o usoindevido de suas embalagens, de seuproduto e de sua marca.

Despreparo para novas legislações: afalta de preparo para a legislação, anão participação no equacionamentodo retorno poderá representar umadesvantagens competitiva.

Disruptura de mercados: mercadossecundários de produtosreaproveitados por remanufatura oureciclados podem conduzir areciclados podem conduzir amodificações de hábitos de consumoe tornarem-se concorrentesinesperados aos agentes de produtosoriginais. Trabalhar antecipadamenteestes mercados e estar preparadoestrategicamente para estasmudanças é importante pois nãoraros são os registros de casoshistóricos de perdas importantes demercados.

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Bibliografia

DONATO, Vitório. Logística Verde: uma abordagemsócio-ambiental. São Paulo: Ciência Moderna, 2009.

LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa. 2 ed. SãoPaulo: Pearson / Prentice Hall, 2009.

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