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Curitiba, segunda-feira, 10 de maio de 2010 - Ano XII - Número 554 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected] DIÁRIO d o B R A S I L UP homenageou José Marques de Melo com o título de Doutor Honoris Causa Os videogames ultramodernos conquistam cada vez mais consumidores, sobretu- do aqueles que conheceram os primeiros aparelhos. Apesar dis- so, o alto preço dos jogos originais estimula a pirataria. Nossa arti- culista faz uma análise desse problema. Pág. 2 Tecnologia Ensino mal aplicado, metodologia errada, pouca mobilização da comu- nidade e do governo. Muitos são os motivos que levam milhares de alunos e alunas a abandonar a escola, tanto que uma pesquisa da FGV acusou que os números de evasão escolar não diminuirão se não houver conscien- tização de pais e estudantes. Pág. 4 e 5 Divulgação Opinião Longe da escola Pág. 3 Cultura Na estreia da coluna, confi- ra um pouco sobre como é o mer- cado nessa área tão importante da comunicação para as empre- sas quanto para organizações do terceiro setor. Pág. 6 Comunicação empresarial Colunas Andy é pop Exposição na Estação Pina- coteca, em São Paulo, reúne os principais trabalhos do artista pop norte-americano Andy Wa- rhol. Pág. 8 Moda A onda das unhas multicoloridas que anda fazen- do a cabeça de muitas mulheres. Pág. 6 Fábio Muniz

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JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO

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Curitiba, segunda-feira, 10 de maio de 2010 - Ano XII - Número 554Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected]

DIÁRIO

do

BRASIL

UP homenageou José Marques de Melocom o título de Doutor Honoris Causa

Os videogamesultramodernos conquistam cadavez mais consumidores, sobretu-do aqueles que conheceram osprimeiros aparelhos. Apesar dis-so, o alto preço dos jogos originaisestimula a pirataria. Nossa arti-culista faz uma análise desseproblema.

Pág. 2

Tecnologia

Ensino mal aplicado, metodologia errada, pouca mobilização da comu-nidade e do governo. Muitos são os motivos que levam milhares de alunose alunas a abandonar a escola, tanto que uma pesquisa da FGV acusouque os números de evasão escolar não diminuirão se não houver conscien-tização de pais e estudantes.

Pág. 4 e 5

Divulgação Opinião

Longeda escola

Pág. 3

Cultura

Na estreia da coluna, confi-ra um pouco sobre como é o mer-cado nessa área tão importanteda comunicação para as empre-sas quanto para organizaçõesdo terceiro setor.

Pág. 6

Comunicaçãoempresarial

Colunas

Andy épop

Exposição na Estação Pina-coteca, em São Paulo, reúne osprincipais trabalhos do artistapop norte-americano Andy Wa-rhol.

Pág. 8

ModaA onda das unhas

multicoloridas que anda fazen-do a cabeça de muitas mulheres.

Pág. 6

Fábio Muniz

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Espaço

do Leitor

Uma criança ganha de seus pais o seu primeiro videoga-me, logo começa a jogar e a chamar os amigos para dividir onovo brinquedo, que vai ganhando alguns novos cartuchos efazendo novos fãs.

Certamente, muitos já viram ou passaram por uma situa-ção como essa quando tinham pouca idade, porém o que mu-dou nos dias de hoje é que não são mais só as crianças queestão comprando jogos.

Hoje, elas cresceram e estão na faixa dos seus 25, 35 anose se tornaram consumidores em potencial desse mercado queatualmente se desenvolve mais que o do cinema. Nem a criseem 2008 foi capaz de desacelerar esse crescimento.

Os videogames de última geração estão quebrando os re-cordes de venda das gerações anteriores, sem contar o popu-lar aparelho Nintendo Wii, que, com seu controle de sensorde movimentos, tem a proposta de trazer novos jogadores parao mercado eletrônico.

Porém, no Brasil a vida dos jogadores não é acessível eco-nomicamente como no resto do mundo. A carga de tributosem cima dos jogos e consoles (aparelhos que executam video-games) é muito alta, pois eles vêm até o país classificadoscomo "jogos de azar", somando-se isso a despesa que se tempara trazer esse tipo de produto importado dos Estados Uni-dos ou Europa.

O que chega às lojas brasileiras são produtos com preçosbem mais altos do que os praticados em outros países. Issoacaba inibindo muito o mercado eletrônico e incentivando omercado paralelo e ilegal que já não é pequeno no país.

Apesar de serem produtos atrativos para quase todas asidades, os jogos originais de videogames não são acessíveispara grande parte da população do Brasil. O preço alto aca-ba incentivando os meios alternativos a se aproveitar do in-teresse das pessoas em comprar jogos, dentre esses meios estáa pirataria, que não é novidade e já faz parte do mercado mu-sical do Brasil a alguns anos.

A diferença é que os impostos em cima de CDs e DVDs demúsica e filmes vêm caindo a cada ano, deixando o preçomais acessível a todos. Com os jogos e consoles parece acon-tecer o contrário, cada vez mais o mercado se mostra elitiza-do devido aos seus altos preços.

A pirataria de jogos não afeta apenas o comércio legal, mastambém os jogadores que optam por comprar o jogo original

Piratariae jogos eletrônicos

Reitor: José Pio Martins. Vice-Rei-tor: Arno Antonio Gnoatto; Pró-Reitor de Graduação: Renato Ca-sagrande ; Pró-Reitor de Planeja-mento e Avaliação Institucional:Cosme Damião Massi; Pró-Reitorde Pós-Graduação e Pesquisa ePró-Reitor de Extensão: BrunoFernandes; Pró-Reitor de Adminis-tração: Arno Antonio Gnoatto; Co-ordenador do Curso de Jornalis-mo: Carlos Alexandre Gruber deCastro; Professores-orientadores:Ana Paula Mira e Marcelo Lima;Editores-chefes : Aline Reis([email protected]), Daniel Cas-tro ([email protected]) e Di-ego Henrique da Silva([email protected]).

“Formar jornalistas com abrangen-tes conhecimentos gerais e humanís-ticos, capacitação técnica, espíritocriativo e empreendedor, sólidosprincípios éticos e responsabilidadesocial que contribuam com seu tra-balho para o enriquecimento cultu-ral, social, político e econômico dasociedade”.

O LONA é o jornal-laboratóriodiário do Curso de Jornalismo daUniversidade Positivo – UPRedação LONA: (41) 3317-3044Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300– Conectora 5. Campo Comprido.Curitiba-PR - CEP 81280-30. Fone(41) 3317-3000

Expediente

Missão do cursode Jornalismo

Caroline [email protected]

Fiquei entusiasmado aover o jornal Lona este ano.Notícias abrangentes e comuma bela diagramação fazemcom que o jornal chame aatenção dos leitores.

Nestas primeiras edições,podemos perceber que valeua pena a expectativa geradapela espera das primeirasproduções, pois o Lona traba-lha com matérias que retra-tam simples curiosidades dodia a dia, ou até mesmo ou-tros temas mais aprofunda-dos, que satisfazem a capaci-dade do leitor, despertandosua curiosidade de maneiraa suprir sua necessidade deinformação.

Isso faz com que o jornalcumpra sua missão de formarjornalistas capacitados eabrangentes, oferecendo, so-bretudo, informação de qua-lidade para sociedade.Sidney da Silva, estudantede Jornalismo do 5° períodonoturno.

Opinião

Carlos Gustavo Curado/ SXC

e se veem cada vez mais sozinhos, pois o público dos pira-tas é bem maior, especialmente nas classes mais baixas. Oestudante Marcos Henrique Tavares diz que prefere o origi-nal, mas que os preços não ajudam e a maioria dos jogos desua coleção são piratas.

Outro ponto que prejudica o comércio legal no Brasil é ocomércio paralelo, que vende jogos sem pagar imposto e ofe-rece um preço bem mais vantajoso do que as lojas que traba-lham com preços taxados. Isso não ajuda no crescimento domercado nacional de forma direta, pois são vendas que nãoentram nas estatísticas das grandes empresas que desenvol-vem os jogos e nem nas do governo.

As grandes empresas Nintendo, Sony e Microsoft respon-sáveis pelos aparelhos eletrônicos Nintendo Wii, Playstati-ons 3 e Xbox 360 respectivamente, agem de forma diferenteno combate a pirataria.

A Sony chegou nessa geração com seu console "blinda-do" contra a pirataria, já se passaram mais de três anos deseu lançamento e ainda ninguém conseguiu desbloquear osaparelhos para usar jogos piratas.

Porém, as empresas Nintendo e Microsoft não consegui-ram fazer o mesmo, seus consoles são vítimas da piratariapraticamente desde o lançamento. Um dos aparelhos maisfamosos da Microsoft, o Xbox 360, ainda se defende da pira-taria através de seu sistema de jogo online, que pode sepa-rar os jogadores piratas e tirá-los de sua rede.

Já a Nintendo parece fechar os olhos para os altos índi-ces de pirataria do Ocidente e olhar apenas para o mercadojaponês, que têm altas vendas e pouco índice de pirataria,seus aparelhos são os mais frágeis de todos e nenhuma ati-tude vem sendo tomada para mudar isso. Jogos para Nin-tendo falsificados correm soltos pelo Brasil.

Talvez o motivo de poucas investidas contra a piratariadas empresas se deva aos lucros e vendas nos grandes mer-cados como Europa e EUA, ignorando assim o problema quefica mais nos países em desenvolvimento, onde seus jogoschegam por importação.

Os altos impostos também não ajudam o nosso país a teruma empresa dessas produzindo produtos dentro do Brasil.Resta ao brasileiro guardar o seu dinheiro e esperar promo-ções e queimas de estoque cada vez mais frequentes nas lo-jas legais no Brasil.

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Nem sempre escolher o lugar mais barato é a melhoropção: o barato sai caro e pode custar a saúde

“Há aqueles que não veem a necessidade de ir aomédico, pois pensam que é algo passageiro. E serealmente for uma infecção e não for tratada de

imediato, pode levar a morte”.

Danniela de Azevedo, nutricionistaDanniela de Azevedo, nutricionistaDanniela de Azevedo, nutricionistaDanniela de Azevedo, nutricionistaDanniela de Azevedo, nutricionista

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Tatiane Godinho

Hoje em dia, são muitas aspreocupações do dia a dia. Sejacom a aparência, com os estu-dos, com o trabalho e muitas ou-tras. Motivos que por muitas ve-zes nos fazem perder o sono. Noentanto, há uma preocupaçãoque quase não se vê. A preocu-pação com os alimentos que seingerem fora de casa, nos restau-rantes e lanchonetes. E esse simé um motivo capaz de tirar maisdo que o sono, pode tirar a vida.

Mesmo com as inspeções fre-quentes das agências e dos ór-gãos públicos responsáveis pelasegurança dos alimentos expos-tos, há restaurantes que infrin-gem as regras nos quesitos deprodução, transporte e armaze-namento de alimentos. E quemmais sofre com isso são os con-sumidores, que podem contrairuma série de doenças e bactéri-as.

É o que explica a nutricionis-ta Danniela de Azevedo. “Osprimeiros sintomas de quemconsome um alimento contami-

nado são náuseas, fraqueza ge-ral, cansaço, dor de cabeça, dorabdominal, cólicas, vômitos ediarreia. Esses sinais se carac-terizam como intoxicação ali-mentar”, relatou.

Segundo ela, muitas pesso-as desconhecem a gravidade doproblema e acabam abusando.“Há aqueles que não veem a ne-cessidade de ir ao médico, poispensam que é algo passageiro.E se realmente for uma infecçãoe não for tratada de imediatopode levar à morte, como já vi-mos vários casos este ano”, afir-ma.

Foi o que aconteceu com oempresário Diego Mendes deOliveira, de 26 anos, que mor-reu a bordo de um cruzeiro nolitoral de São Paulo, de intoxi-cação alimentar. Médicos com-provaram que o problema sedeu devido à ingestão de ostrascontaminadas. Esse não foi oúnico caso. No mês passado,três marinheiros morreram como mesmo problema a bordo de

um petroleiro que navegava emdireção aos Países Baixos. Ain-da não se sabe o que foi queeles comeram.

O médico José Alfredo, es-pecializado em Saúde Públicada Agência Nacional de Vigi-lância Sanitária (Anvisa), aler-ta sobre os cuidados que aspessoas devem ter ao procurarum lugar para comer. De acor-do com o especialista, é preci-so ser analisado mais do quea aparência do estabelecimen-to. “A maioria das pessoascome em determinados lugarespelo gosto dos alimentos oupelo preço, mas se esquecem doprincipal: a cozinha, a grandevilã e causadora desses ma-les”, diz.

Ele ressalta a importânciade procurar lugares onde hajavisão do ambiente de preparodos alimentos. Deve-se notarse os funcionários usam luvas,toca nos cabelos, aliados de ou-tros cuidados necessários. “Oambiente deve estar livre de in-setos, protegidos do calor, lon-ge de dinheiro e de produtosde limpeza”.

ServiçoA vigilância sanitária aler-

ta que qualquer pessoa que verou desconfiar de alguma irre-gularidade deve denunciar notelefone (41) 3330-4594.

Cuidado com oque você come

Saúde

Os alimentos que causam a intoxicação alimentar não têm necessariamente uma aparência ruimAline Reis

A c o n t e c e u n a ú l t i m asexta-feira, pela manhã, noauditório do Bloco Azul daUnivers idade Pos i t ivo , aentrega do título de DoutorHonoris Causa ao profes-sor e pesquisador José Mar-ques de Melo.

A solenidade reuniu pro-fessores e professoras doscursos de Jornalismo e Pu-b l i c i d a d e e Pr o p a g a n d a ,bem como seus respectivoscoordenadores, AlexandreCastro e André Tezza, além

Na UniversidadePositivo, JoséMarques deMelo éhomenageadoEm cerimônia solene, UP oferece seuprimeiro título de Doutor HonorisCausa ao pesquisador alagoano

de acadêmicos de ambosos cursos.

O Pró-reitor de Gradua-ção da Universidade, Rena-to Casagrande, fez a entre-ga do título e quebrou o pro-tocolo ao dizer algumas pa-lavras diretamente a JoséMarques de Melo.

As professoras ZaclisVeiga e Elza Aparecida deOliveira Filha também fize-ram elogios ao trabalho de-senvolvido por Marques deMelo. “É uma grande satis-fação para nós da Universi-dade oferecer essa homena-gem ao professor José Mar-ques de Melo”, disse a pro-fessora Elza.

O pesquisador, por suavez, fez um agradecimentoemocionado à UP. “Fiqueisurpreso quando recebi o te-lefonema da [professora]Elza me falando disso. Ge-ralmente isso acontece nasinstituições que você deuaula, por ex-alunos, masaqui foi porque os professo-res usam meus livros emsala de aula”.

A Rede Teia de Jornalis-mo fez a cobertura da sole-nidade com todos os seusveículos: LONA, RádioTeia, TelaUN e Naco. “Émuito importante dentro dauniversidade nós termos aoportunidade de cobrir umacontecimento como esse,além de estar próximo a umpesquisador como JoséMarques de Melo”, comentao estudante de jornalismoFernando Luiz Favero.

Academia

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Programas não conseguemreduzir o problema

Sidney Silva

O estudo, coordenado pelochefe do Centro de PesquisasSociais da FGV, Marcelo Neri,busca analisar, por meio deperguntas diretas, a causa daevasão escolar na visão dos jo-vens e de seus pais.

Contudo, a mestre em edu-cação e coordenadora do Pro-grama Nacional de Inclusão deJovens no Paraná (Projovem),Carmem de Sá Brito Sigwalt,acredita que, nos dias atuais, jánão é uma questão da famíliainterferir neste processo.

“Se formos analisar, temoscasos em que o aluno trabalhana roça e depois de um dia pe-noso de trabalho não tem con-dições físicas de assistir à aula.A evasão enquanto a criança é

dependente do contexto famili-ar é muito pequena. A evasãona juventude é muito maismarcante”.

Sigwalt cita ainda o exem-plo do Projovem que, mesmooferecendo vários benefíciosaos alunos e familiares, apre-senta um alto grau de evasão.“Os critérios para participardo programa nos levariam àideia de que, aparentemente,nenhum aluno vai se evadir.A estrutura pedagógica é exce-lente, e o aluno tem três di-mensões: escolaridade, quali-ficação profissional e uma for-mação para viver em socieda-de (participação cidadã). Ape-sar desta articulação, umabolsa mensal de R$ 120, vale-transporte e outros benefícios,ele abandona.”

Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que o Brasil não terá umamelhora significativa em sua estrutura educacional se não conseguir convenceros principais responsáveis pela evasão: pais e alunos

Eles são jovens, tendema ser de classe baixa e mo-ram em periferias. Esta é arealidade social de grandeparte das pessoas que inte-gram o universo da evasãoescolar. Embora não sejauma regra, o número depessoas que abandonam osestudos nestas regiões éalarmante.

Atualmente, o Brasilpossui em torno de 9% deanalfabetos (pessoas quenão sabem ler ou sequer es-crever seu próprio nome),cerca de 18 milhões de bra-sileiros. Se formos conside-

rar aqueles que não conseguemproduzir e compreender textos,os chamados analfabetos funci-onais, este percentual pode su-bir para 75%.

Este é um dos últimos levan-tamentos feito pelo IBGE, em se-tembro de 2004. Muitas destaspessoas sequer tiveram a opor-tunidade de estudar. No come-ço da década de 1960, com a in-tensificação da urbanização,pessoas vindas do campo parao meio urbano se viram obriga-das a abdicar deste direito e, atémesmo as que se mantinham nomeio rural, não possuíam con-dições favoráveis para isto.

A necessidade de trabalho, afalta de incentivo e de programaseducacionais, além da distânciaconsiderável em relação à insti-tuição de ensino fizeram comque o país se mantivesse atrasa-do em relação à formação escolar.

Segundo Josélia ElianeMartins e Márcia Luzia Ros-si, pedagogas do Colégio Es-tadual Plínio Alves MonteiroTourinho, em Colombo, osmotivos da evasão escolarsão os mais variados. Ingres-so precoce no mercado de tra-balho, conflitos familiares,repetência, gravidez na ado-lescência e o uso de entorpe-centes encabeçam a l ista.

evasão escolarCausas da

ultrapassam os muros do colégio

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Muitos alunos são responsáveispelo sustento da família e nãoconseguem conciliar o trabalhocom os estudos

“Muitos alunos são respon-sáveis pelo sustento da famí-lia e não conseguem concili-ar o trabalho com os estu-dos”, afirmam.

Para Carmen de Sá BritoSigwalt, mestre em educaçãopela UFPR e coordenadorado Programa Nacional de In-clusão de Jovens no Paraná(Projovem), os programas so-ciais não foram capazes demanter os jovens na escola.Para a coordenadora, asprincipais causas da evasãoescolar são os problemas so-ciais, e não questões pedagó-gicas. “Da forma como estáorganizada a sociedade,muitos alunos têm que lutarpela sua sobrevivência demaneira adversa, muitos de-les com trabalhos marginais.A ausência desta estruturade trabalho faz com que osujeito tenha uma jornadapenosa, incompatível com aescola”.

De acordo com os estudan-tes Jean Carlos Frezer e Débo-ra Regina Ribeiro, o principalproblema são as más influên-cias, que, no caso deles, pesa-ram na decisão de parar deestudar. Jean afirma que mui-tos de seus amigos tentavamlevá-lo para a marginalidade.Débora também se viu rodea-da de amigos que lhe mostra-vam as “vantagens” de não irà escola.

Atualmente com 15 anos,Jean está na 5ª série do Ensi-no Fundamental. Três anos deabandono escolar custaram-lhe retrocesso. “Eu estavavendo que ficar aí (sem estu-dar) não leva a nada. A gentetem que ter um pouquinho defuturo. Quero ter meu traba-lho, quero ter minha família,um emprego. Tudo certo.”

Largar a escola, além doatraso para conclusão dos es-tudos, traz outras consequên-cias. De acordo com o estu-dante, o retorno às aulas écomplicado, e o aluno sentedificuldade para lembrar-se

dos conteúdos.Para a pedagoga Rossi, a

maior parte dos alunos queretomam os estudos volta noperíodo da noite. Tudo isto,porque, teoricamente, a co-brança das disciplinas e doconteúdo é menor, além de osalunos não se sentirem tãoincomodados em relação aoscolegas de classe, que com-partilham histórias seme-lhantes. Ela reforça o pensa-mento dos alunos e concordaque a readaptação é difícil.

Esta opinião é divididapela aluna Débora Regina Ri-beiro, que, assim como Jean,resolveu retomar os estudosneste ano. “Eu já tinha para-do um ano, depois reproveimais dois”, afirma.

Débora ressalta que nun-ca gostou muito de estudar eaté mesmo o fato de ter quelevantar cedo a incomodava:“Eu estudo de manhã e tododia t inha que acordar às5h30. Eu não gosto de acor-dar cedo, então esta foi umadas principais dificuldadesque eu encontrei”.

Além disso, Débora recla-ma da violência da região emque mora, o que faz com queela não possa estudar nocontraturno, devido ao fatode o local estar controladopor traficantes. Rossi relataque a escola sofre muito como conflito entre gangues, oque acaba por afastar os alu-nos. Ela conta que a maiorparte da evasão ocorre no pe-ríodo noturno. “Muitos alu-nos se afastam do colégio,pois têm medo de tiroteio. Es-tima-se que de 2005 para cámorreram de 10 a 12 alunosdo colégio vítimas de homicí-dio”.

Segundo as pedagogas, ocolégio possui acompanha-mento para os alunos que re-solvem retomar os estudos.Martins afirma que a escolapossui acompanhamentoscoletivos e individuais, tudoisto visando que o aluno não

volte a abandonar a escolapor causa da repetência oudesestímulo escolar. “A es-cola atua tentando fazer in-tegração com os alunos eseus familiares por meio dereuniões pedagógicas, le-vantando as dificuldades deaprendizagem e possibilida-des de melhorias em relaçãoà estrutura escolar”, diz.

De acordo com a pedago-ga, o colégio possui ainda oprograma “Fica”, de incenti-vo à permanência, visandoorientar os pais em relaçãoaos alunos que estão exce-dendo o número de faltas per-mitido. “Antes é avisado parafamília. Caso ela não se ma-nifeste, passamos o caso parao conselho tutelar, que vai ve-rificar os motivos pelo qual oaluno não está comparecen-do à escola. Dentre outras me-didas de apoio e incentivoaos alunos, o colégio oferecea possibilidade de os que es-tão mais atrasados realiza-rem uma prova de ‘reclassifi-cação’, de forma que eles pos-sam ser adiantados de turmaou não”, conta.

Para a mestre em educa-ção Sigwalt, este também éoutro problema enfrentadopelo sistema educacionalbrasileiro, pois ela acreditaque há uma grande parcelade alunos que frequentam aescola somente em busca datitulação, e não do apren-

Divulgação

dizado. “O conhecimento e otítulo tem que estar articula-dos. Neste contexto, o traba-lho e o não trabalho interfe-rem na evasão escolar. Mui-tos, por causa do trabalho,não podem estudar. Outros,que podem, buscam apenas atitulação”.

Para a especialista, o pro-grama Bolsa-Escola, assimcomo outros programas de in-serção social como o Bolsa-Família e o Vale-Gás têm fei-to com que haja uma signifi-cativa melhora em relação aosíndices de evasão escolar. Po-rém, é necessária uma maiorconscientização das pessoas,além de parcerias entre asinstituições públicas e priva-das, para que incentivem osalunos a se manter na escola,já que a maioria dos casos deevasão ocorre no período emque o jovem ingressa no mer-

cado de trabalho e não en-contra uma estrutura adequa-da.

“Eu acredito que a evasãoescolar está mais vinculadaao aluno jovem e ao alunoadulto. Se formos analisar sócom base no ensino público,temos 40% de evasão. Comoé que abandona se é um in-gresso tão penoso? Eles (pro-gramas sociais) têm auxilia-do, mas não como a genteimaginava. Há cinco, dezanos, os educadores e a aca-demia imaginavam que se ti-vesse um programa que ofe-recesse bolsa aos alunos, elesnão se evadiriam. Mas, infe-lizmente, as bolsas não con-seguiram reverter totalmentea baixa frequência ou desis-tência. Elas ajudam, mas nãosolucionam totalmente. Mini-mizam o problema, mas nãoresolvem”, diz Sigwalt.

“Eu acredito que a evasão escolarestá mais vinculada ao aluno joveme ao aluno adulto. Se formosanalisar só com base no ensinopúblico, temos 40% de evasão”Carmen de Sá Brito Sigwalt, pedagoga

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Neste verão houve uma febre de esmaltes flu-orescentes. Essa tendência não se prendeu so-mente às mãos e pés da mulherada. A moda dasregatas flúor com sobreposição também “bom-bou”, além de sapatilhas e linhas de lingeriefluorescente. Quem gostou desta moda deveaproveitar, porque o sucesso dos esmaltes “mar-ca-texto” está com os dias contados.

Para o inverno as cores que vão predominarnas roupas também vão ser coringas nos esmal-tes. As cores principais são cinza, preto, azul,roxo, pink e claro os clássicos vermelhos. Nes-tes tons as marcas estão inovando em algunsaspectos, o vermelho vem reinventado com tex-tura fosca, o azul fosco também já é sucesso ga-rantido. O preto e o cinza vêm metalizados e opink mais encorpado passando por nuancesvermelhas e cereja.

Para as mulheres mais discretas, a ausênciade cores nas mãos também é uma tendência paraa estação gelada. Esmaltes que deixam as unhaspraticamente invisíveis estão com tudo, exem-plos deles são: o nude, os cores de pele e os ro-sas claros.

Cores para fazera cabeça e as mãos

O jornalistae uma área promissora

Vanessa DaskoEscreve semanalmente sobre comunicaçã[email protected]

Moda

Comunicação empresarial

Tamyres AntunesEscreve quinzenalmente sobre [email protected]@[email protected]@[email protected]

Cada vez mais os esmaltes se tornamparte vital do figurino das mulheres

DICA: Uma tendência “fresca” naqual muitos estilistas estão apostandoneste inverno são rendas e transparên-cias. Em algumas peças, essas texturaspodem vir casadas. Mas cuidado: sem-pre quando falamos de rendas e trans-parências devemos ser prudentes, poisum pouco de exagero pode deixar umapeça moderna com ar vulgar.

Olá, leitor, leitora. Começo esta primeira coluna apresenta-do a área de comunicação empresarial e a função dos comu-nicadores nas organizações privadas ou públicas. Essa áreavem crescendo muito e há grandes possibilidades de estágiose empregos para jornalistas neste setor. As instituições vêmse preocupando cada vez mais com a comunicação interna eexterna, e a sociedade tem exigido o compromisso social des-sas organizações. Nas próximas colunas, vou buscar detalharas atividades, mostrando possibilidades e oportunidades nesteramo do mercado de trabalho.

As funções mais corriqueiras da profissão de jornalistaabrangem os veículos de comunicação radiofônicos, televisivos,jornais e revistas impressas e eletrônicas. Mas além dessas áreasde atuação o jornalista dispõe de mais uma: é a chamada comu-nicação empresarial. Esta é uma das atividades com a qual serápossível ter um encontro durante e após a vida acadêmica. E mes-mo que não seja diretamente perceptível, estamos o tempo todovendo a comunicação empresarial. E você vai notar o porquê. As-sessores de imprensa de empresas privadas ou públicas estãoem constante contato com os veículos de comunicação.

As empresas também precisam se comunicar com a socieda-de e mostrar os trabalhos que promovem o desenvolvimento so-cial. Não é propaganda de graça, como dizem, mas são assuntosque interessam as pessoas e que permitem romper barreiras en-tre o setor empresarial e a sociedade. É um diálogo constante en-tre empresas e jornalistas, que são a ponte entre este setor e asociedade.

Muitas das matérias que vemos em jornalismo são pautadaspor jornalistas, comunicadores empresariais, que dispõem dasinformações que são importantes para a sociedade e que vêm dasorganizações. É a empresa mostrando o que fez, faz e pode fazerpara as pessoas. Mas o comunicador empresarial não está ape-nas em empresas privadas. Organizações não governamentais(ONGs) também necessitam de comunicadores para auxiliar nes-ta ponte entre empresa e sociedade. E essa ação também faz par-te da área de comunicação empresarial.

Tudo é uma questão de público-alvo na comunicação. O jor-nalista, independente da área de atuação, atende a uma deman-da de público, os chamados “stakeholders”. Quando se escre-ve para uma revista ou se produz um telejornal, é preciso pen-sar para quem está se querendo comunicar. As empresas tam-bém possuem seus stakeholders e eles precisam de informaçõessobre o que acontece dentro e fora da organização. São os seuscolaboradores, fornecedores, acionistas e a sociedade para aqual produzem determinado produto ou serviço. Isto quer di-zer que para tratar de questões internas e externas temos na em-presa os chamados comunicadores empresariais. Profissionaisde Relações Públicas, Publicidade e Propaganda e Jornalismotrabalham juntos no alinhamento de estratégias de comunica-ção nas organizações. Todas as ações são trabalhadas em con-vergência com os valores e missão organizacional. As notíciasinstitucionais seguem a mesma característica do texto jornalís-tico e precisa ter clareza, simplicidade e objetividade. Com umaprimeira dica e estreia da coluna sugiro a leitura de dois livros:“Comunicação Empresarial” e “Assessoria de Imprensa: comofazer”, ambos de Rivaldo Chinem.

Até a próxima!

CUSTOMIZAÇÃO: A lavanderiaRestaura Jeans oferece dois serviços su-per bacanas. Já que estamos vivendo emcrise ambiental e a nova onda é reciclar,isso vale também para dar uma repagi-nada em roupas e tênis. Por R$37,90,você pode levar seus tênis velhos, e aRestaura Jeans oferece cinco tipos de es-tampas para dar um up no visual dospisantes.

Outro serviço super personalizado éo estilista para customização, basta tiraruma foto de uma roupa e encaminharpor e-mail para a lavanderia e o estilistafaz um projeto de customização para aroupa, quando o projeto estiver pronto ésó passar em uma das lojas e averiguar.O cliente só paga pelo projeto se resol-ver utilizá-lo.

No site da Restaura Jeans você encon-tra mais informações e serviços oferecidospelas franquias, www.restaurajeans.com.

Rapidinhas

Fotos: Dilvugação

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Alunos da UP têm desconto de 50% namensalidade do Centro de LínguasPositivo; ideia é aliar necessidades ecarências específicas dos universitários

Hi!, hola, how are you e¿cómo estás?. Expressões comoestas estão cada vez mais pre-sentes no dia a dia, reforçandoo clichê de que ter o domínio depelo menos uma língua estran-geira é algo imprescindível parase conseguir posição melhor nomercado de trabalho. Apesardisso, muitos chegam ao ensinosuperior sem o domínio de ou-tro idioma.

A estudante de jornalismoda UP Mônica Rodrigues Amo-rim faz parte dessa estatística.“Só tinha tido inglês no colégio,

mas não era nada avançado.Até cheguei a estudar em umsite, mas depois parei”, conta.

Uma pesquisa realizada em2001 pelo Centro de LínguasPositivo (CLP) constatou quecerca de 70% dos alunos nãofalavam ou não dominavamuma segunda língua, o que, se-gundo o diretor do CLP, LuizFernando Schibelbain, foi umagrande surpresa. “Por se tratarde uma universidade privada,imaginava-se que a maioria ti-vesse tido a oportunidade deestudar isso anteriormente, e jádominasse um idioma, o quenão se verificou na prática”, ex-

plica ele.A partir desses resultados,

o Centro de Línguas montouum programa diferenciado,que atende especificamente àsexigências e carências dos aca-dêmicos. Trata-se do inglês ouespanhol instrumental, queproporciona ao estudante, logono primeiro semestre, um gran-de contato com a leitura.

No primeiro semestre, osalunos aprendem a ler os maisdiversos gêneros de textos. Dosegundo ao quinto semestre, háuma maior dedicação ao in-glês comunicativo, elevando oaluno do nível básico ao inter-mediário. “É um tempo bompara quem está iniciando agraduação, pois, em dois anose meio, ele já terá um dos idio-mas e poderá se dedicar aotrabalho de conclusão de cur-so, que, às vezes, exige referên-

Willian Bressan

Projeto daUniversidadePositivo facilitaacesso deacadêmicos alínguasestrangeiras Schibelbain conta que o inglês continua sendo o idioma mais procurado

“Esse descontoacaba sendobastante atraente,pois nós queremosque os acadêmicostenham um segundoidioma”.Luiz FernandoSchibelbain, diretordo Centro de LínguasPositivo

cias estrangeiras”, afirma Schi-belbain.

O material usado pelo CLPprovém da Universidade deOxford, da Inglaterra, e alia atecnologia ao ensino do idioma,fazendo com que as aulas fi-quem mais interativas. Os alu-nos têm acesso a lousas intera-tivas, laboratórios de informáti-ca e softwares específicos, alémde textos voltados para áreasde graduação.

Um dos grandes diferenciaisestá no horário das aulas: elassão realizadas sempre aos sába-dos, das 9h às 12h, na sedeChampagnat, facilitando a vidade quem estuda e trabalha du-rante a semana.

Os alunos da UniversidadePositivo têm desconto de 50%na mensalidade do CLP. “Essedesconto acaba sendo bastanteatraente, pois nós queremos que

Willian Bressan

Willian Bressan

No ensino do inglês há fila para o segundo semestre

A língua

de Shakespeare Serviço Para se matricular, basta sedirigir até o CLP com um compro-vante de vínculo com a universi-dade (carteirinha da biblioteca ouboleto da mensalidade), preen-cher a ficha cadastral e realizaro pagamento da primeira parce-la. Não há taxa de matrícula.

Na conclusão do curso, o aluno presta um exame ela-borado pela Universidade de Cambridge, que garante aele o nível de proficiência em inglês. Segundo Schibelba-in, há oferta de novas turmas em todos semestres, enquan-to que as turmas de espanhol são abertas anualmente. Abusca pela língua de Shakespeare é explicada devido aoseu reconhecimento como padrão de comunicação pelacomunidade internacional. A procura acaba sendo tãogrande que as turmas estão lotadas e há lista de esperapara o próximo semestre.

os acadêmicos tenham um se-gundo idioma, o que é muitoimportante para o seu currícu-lo e sua vida, além de o cursoter um bom nível de aprovaçãono exterior”, expõe o diretor.

Academia

Page 8: LONA 554 - 10/05/2010

Curitiba, segunda-feira, 10 de maio de 20108

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Imagine entrar em uma caixa de acrílico no meio de uma praçapara assistir a uma peça de Teatro. Agora, imagine que esta peçaacontece fora da caixa, no meio das pessoas que estão passando.Este inusitado espetáculo se chama “Espaço Outro” e está sendoapresentado na Praça Andrade pela Companhia ACRUEL. Nele,o público é convidado a participar e intervir nas apresentações.Onde: Praça Santos AndradeQuando: Terça a sexta, às 16h30Preço: Gratuito

Arte em praça pública

Música Brasileira

Rodrigo Cintra

A Cinemateca exibe o filme “Paris”, do diretor Cédric Klapisch,sobre o jovem professor de dança Pierre. O rapaz está doente eacha que vai morrer em breve. A expectativa da morte faz Pierreolhar as outras pessoas de maneira diferente. Agora, ele procuraum novo significado para a vida e acaba interferindo na rotina detodos a sua volta. Classificação: 14 anosOnde: Cinemateca de Curitiba:Quando: Sessões às 15h45Preço: R$ 5

Os músicos Cauê e Claudio Moreno são as atrações daedição desta semana do projeto Terça Brasileira, no Teatro doPaiol. O duo apresenta o show “Menandrices”, com composiçõespróprias tocadas em violões, rabeca, bandolim, viola caipira epercussão. Durante a apresentação, eles passeiam por diversosgêneros musicais brasileiros como choro, samba, bossa nova, entreoutros.

Onde: Teatro do Paiol(Praca Guido Viaro, s/nPrado Velho)Quando: Terça, às 20hPreço: R$ 10

Cinema Francês

Descobrindo a AméricaA mostra “Menos Tempo que Lugar”, em cartaz no Museu daGravura do Centro Cultural Solar do Barão, reúne vdeoinstalaçõesque retratam as transformações sofridas pelos países hispânicosda América Latina depois de 200 anos de independência. Asobras foram feitas por dez artistas de diferentes países que viajampor grandes centros urbanos e locais isolados para registrar ocotidiano de diferentes povos.Onde: Centro Cultural Solar do Barão (R. Presidente CarlosCavalcanti, 533, Centro)Quando: Terça a sexta, das 9h às 12h e 13h às 18h; sábado edomingo, das 12h às 18hPreço: Gratuito

Divulgação

Divu

lgaçã

o FCC

Natasha Virmond

Quase todo brasileiro já sedeparou com uma obra deAndy Warhol, embora a maio-ria não saiba reconhecer que setrata de um trabalho do artistanorte-americano. Seja nas ban-cas de jornal, em quiosques es-palhados por shoppings ou atémesmo na televisão, a imagemde Marilyn Monroe, com coresdiferentes, na versão de Warhol,chama a atenção até mesmo dequem não entende de arte. Senão fosse suficiente, a frasemais famosa proferida pelo ar-tista é: “No futuro, todos terãoseus quinze minutos de fama”.

Considerado um dos maio-res nomes da Pop Art, AndyWarhol criou alguns dos traba-lhos mais icônicos da atualida-de. Sua obra é exposta na Esta-ção Pinacoteca, até o dia 23 demaio, e passa pelas fases maisimportantes do artista. Desdeas serigrafias de Marilyn Mon-roe até o filme que Warhol fezdo edifício do Empire State Buil-ding, passando pelas inúmerasfotografias de seus amigos fa-mosos, que frequentavam suaFactory. A exibição, em SãoPaulo, não fica para trás de ne-nhum dos maiores museus domundo.

O que foi?A Pop Art foi o movimento

artístico que criticou a socieda-de capitalista e o consumismoque surgia com ele. Essas pou-cas palavras já seriam suficien-tes para discorrer sobre a im-portância da Pop Art na histó-ria, mas, fazendo uma retros-pectiva, entende-se por arte popa busca por uma junção entrearte e vida.

Não seria possível separar oque se deseja da arte, pois alémda arte ser um objeto de desejo,entende-se que a vanguarda ar-tística deveria incorporar os ele-mentos mais importantes à épo-ca, como a publicidade, os qua-drinhos e o american-way-of-life. Mesmo tendo surgido naInglaterra, a Pop Art teve seu

Explosão Popem São Paulo

maior desenvolvimento com osartistas norte-americanos.

Embora nos EUA não hajaqualquer registro de manifestoou mesmo uma exposição emque os artistas criam com umtema em comum, a arte acabouafunilando os estilos de algunsartistas, entre eles Andy Wa-rhol.

Quem foi ele?Andy Warhol está para a

Pop Art como Da Vinci estápara o Renascimento. Eles nãoexistem separados, principal-mente no que diz respeito à for-ma com que ambos são vistosdentro de seus movimentos.Warhol não só foi uma figuraicônica da Pop Art, como criouícones memoráveis para a his-tória da arte e da sociedade.

Nascido em Pittsburgh, noestado da Pensilvânia, Warholconheceu desde criança o isola-mento. Diagnosticado com umadoença rara, que causava es-pasmos musculares e manchasna pele, se excluía dos colegasde classe.

Quando em casa coleciona-va figuras de estrelas do cine-ma, desenhava e escutava rádiopara passar o tempo. Esse perí-odo, mais tarde, seria descritopelo artista como um dos maisimportantes, pois ajudaram aformar a essência de Warhol.

Anos mais tarde se formouem design, indo morar em NovaYork para procurar emprego.Não muito tempo depois já tra-balhava para revistas de gran-de porte no mercado norte-ame-ricano, como Harper’s Bazaar eThe New Yorker.

No tempo livre ainda faziao design de vitrines e criavacampanhas publicitárias, o quelhe rendeu inúmeros prêmiosda associação americana de de-sign. Mas foi com a chegadados anos 60 que Warhol real-mente descobriria a carreira deartista plástico.

Foi nessa época em que co-meçou a utilizar elementos pu-blicitários, cores fortes e tintasbrilhantes para incorporar os

elementos do cotidiano na arte.Suas serigrafias foram muitosignificativas para o período.

Como aconteceu com os fa-mosos que Warhol utilizou emseus trabalhos, algumas mar-cas importantes também foramalvo da crítica do artista. As cai-xas do sabão em pó Brillo e aslatas de sopa da Campbell’stambém são parte do repertório.

Além da arte, Warhol foi umdos criadores do Velvet Under-ground, banda formada em1964, e que tocava art rock.Para os ensaios utilizava umgalpão, chamado de Factory,que ficou famoso por abrigar,além da banda, vários amigosfamosos e onde foram produzi-das algumas das melhoresobras do pintor e cineasta.

Monroe em massaMarilyn Monroe foi uma

atriz de sucesso, mas foi pelasmãos de Andy Warhol que apopulação e a cultura de mas-sa desenvolveram o apego asua imagem. O que Warholtentava mostrar por meio dorosto de Monroe ele tambémfez com vários outros ícones,como Elvis Presley e MarlonBrando.

Segundo o próprio artista, avida de uma celebridade é su-pervalorizada mas vazia noque diz respeito ao ser huma-no, pois as pessoas não queremconsumir o ser humano e sima ideia de beleza e felicidadeque a idealização dessa pessoarepresenta. E assim Andy Wa-rhol produzia suas obras, coma mesma frieza com que eramtratadas as pessoas por trás dafama.

Superficial e utilizando umprocesso de produção emmassa, reproduzia várias ima-gens da mesma figura. Esseprocesso pode ser entendidocomo o inverso do que acon-tecia com a arte nos períodosanteriores, em que, para se ob-ter um retrato de alguém, eranecessário todo o trabalho ma-nual e o entendimento das téc-nicas acadêmicas.