LPT I 2011

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LEITURA PRODUÇÃO TEXTUAL I Material organizado pelos professores de LPT do departamento de Pedagogia - UNINOVE (1 º semestre / 2011)

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LEITURA PRODUÇÃO

TEXTUAL I

Material organizado pelos professores de LPT do departamento de Pedagogia - UNINOVE

(1º semestre / 2011)

ALUNO: R.A. SALA:

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CURSO: PEDAGOGIA UNIDADE: VILA MARIA

TURMA: SEMESTRE/ANO: 1O./2011

PROFESSORA: YARA MARISOL CONTIPELLI Blog: www. [email protected]

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Pedagogia  1 sem 2011

Campus:  ( x ) Vila Maria  ( x ) Memorial   ( x ) Vergueiro   ( x  ) Santo Amaro

Disciplina:   LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL  I

Professor(es):  Adriana Lílian, Ana Paula Oliveira, Thiago Lauriti, Wendel Christal, Yara Marisol

DISCIPLINA: LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL I CÓDIGO:POSIÇÃO NA GRADE DO CURSO: 1º SEMESTRE LETIVO CARGA HORÁRIA SEMESTRAL: 80

HORAS / AULA

EMENTA: O curso explora os aspectos linguísticos, gramaticais e discursivos, focando especificamente o uso da Língua, as estratégias de leitura, a articulação dos parágrafos nos textos e os aspectos da coerência e da coesão, inserindo, ainda, temas políticos, sociais e econômicos contemporâneos, aderentes à área específica da carreira.OBJETIVOS: Desenvolver no aluno competências para o uso da Língua escrita e falada, as habilidades e estratégias de leitura e o uso de coerência e coesão nos textos escritos.CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: CRONOGRAMA

1. - Língua, Linguagem e Variação Linguística 2. - Diferenças e semelhanças entre fala e escrita.3. - Análise de textos com linguagem formal e informal.4. - Conceito de texto: Textos verbais e não-verbais5. - Gramática de uso: homônimas e parônimas- dificuldades ortográficas6. - Interpretação de enunciados – Verbos de comando.7. - Análise Textual – Identificação dos objetivos, dos argumentos, das conclusões.8. - Identificação das palavras-chave9. - Paragrafação e articulação entre os parágrafos. 10. - A Estrutura do parágrafo e o tópico frasal11. - Formas de começar o parágrafo12. - Interpretação de textos. 13. - Os conectivos como elementos de coesão e coerência textuais.14. - Trabalhando o texto: Coerência e Coesão.15. - Sinais de pontuação16. - Usos da vírgula17. - Acentuação gráfica segundo a nova ortografia18. - Regência verbal: palavras cotidianas19. - Acento grave (crase)20. - Concordância Nominal e Verbal

 METODOLOGIA DE ENSINO: A metodologia de ensino consiste em aulas expositivas e interativas

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que contribuem para a consolidação dos conceitos das práticas de comunicação, além de permitir e avaliar o grau da aprendizagem do discente em relação ao conteúdo ministrado. A utilização de periódicos acadêmicos possibilitará a aproximação e interrelação com as disciplinas profissionalizantes do curso.

SISTEMA DE AVALIAÇÃO: O processo avaliativo será composto pela soma das notas dos alunos em atividades distintas, a saber:AV1:

Avaliação individual: revisão gramatical Exercícios gramaticais em grupo e individual;

AV2: Apresentação de Seminário Elaboração de resumo/fichamento de livro (A língua de Eulália – Marcos Bagno);

AV3: Análise/resenha do filme Tempos Modernos (atividade interdisciplinar); Avaliação individual final.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA: FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristóvão. Prática de texto para estudantes universitários. Petrópolis: Vozes,1999.GARCIA, Othon Marques. Comunicação em prosa moderna. 14. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1988. VIANA. Antônio Carlos et alii. Roteiro de Redação – lendo e argumentando. 1 ed. São Paulo. Scipione, 2004.BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: ABREU, Ântônio Suarez. (2001). Curso de Redação.11ª ed. São Paulo: Ática.BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: novela sociolingüística. São Paulo: Contexto, 2010.FIORIN, José Luiz & SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e redação. 11. ed. São Paulo: Ática, 1995.MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 2007. Col. Primeiros Passos.

UNIDADE 1

LÍNGUA E LINGUAGEM E FALA

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A Língua pode ser definida como um código formado por signos (palavras) e leis

combinatórias usados por uma mesma comunidade.

Por sua vez, a linguagem serve como instrumento de comunicação que faz uso de

um código, permitindo, assim, a interação entre as pessoas - é a atividade comunicativa.

As linguagens apresentam características próprias de composição para

adequarem-se aos veículos específicos, aos receptores, às épocas e às situações

determinadas - são os diversos tipos de linguagem: linguagem de teatro, linguagem de

programação, linguagem de cinema, linguagem popular.

Há inúmeros tipos de linguagem: a fala, os gestos, o desenho, a pintura, a música,

a dança, o código Morse, o código de trânsito.

As linguagens podem ser organizadas em dois grupos: a linguagem verbal,

modelo de todas as outras, e as linguagens não verbais. A linguagem verbal é aquela que

tem por unidade a palavra; as linguagens não verbais têm outros tipos de unidade, como

o gesto, o movimento, a imagem.

Cada indivíduo pode fazer uso próprio e personalizado da língua, dando origem à

fala, embora esta prática deva estar sempre condicionada às regras socialmente

estabelecidas da língua.

Nesse sentido convém ressaltar que a colocação das palavras na frase e a

mudança de relação entre elas são fatores de mudança de significado. Além disso, a

leitura dos sinais de pontuação é também significativa, influenciando todo o significado

de um enunciado.

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Quanto maior o domínio que temos da língua, maior é a

possibilidade de um desempenho lingüístico eficiente.

Língua: sistema de signos, pertencente a toda uma comunidade de falantes.Linguagem: é a faculdade humana através da qual o homem se comunica.Fala é o uso que cada indivíduo faz da língua comunitária.

( NICOLA, de José & INFANTE, Ulisses. Gramática Contemporânea da Língua Portuguesa.. 15 ed. São Paulo, Scipione, 2003)

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2. VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA E NORMA

Como falantes da Língua Portuguesa, percebemos que existem situações em que a

língua apresenta-se sob uma forma bastante diferente daquela que nos habituamos a

ouvir em casa ou nos meios de comunicação. Essa diferença pode manifestar-se tanto

pelo vocabulário utilizado, como pela pronúncia ou organização da frase.

Nas relações sociais, observamos que nem todos falam da mesma forma. Isso

ocorre porque as línguas naturais são sistemas dinâmicos e extremamente sensíveis a

fatores como, por exemplo, a região geográfica, o sexo, a idade, a classe social dos

falantes e o grau de formalidade do contexto. Essas diferenças constituem as variações

lingüísticas.

Entre as variedades da língua, há uma que tem maior prestígio: a variedade padrão

conhecida também como língua padrão e norma culta. Essa variedade é utilizada nos

livros, jornais, textos científicos e didáticos e é ensinada na escola. As outras variedades

lingüísticas são chamadas de variedades não padrão.

Observe no quadro abaixo as especificidades de cada variação:

EXERCÍCIOS

1) Coloque um “X” quanto à linguagem utilizada para cada função:

Função Linguagem

Culta Popular

Aula universitária, conferências, sermões

Conversa entre amigos ou em família

Discursos políticos

Programas culturais e noticiários de TV ou rádio

Novelas de rádio e televisão

Comunidades científicas

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Conversas e entrevistas com intelectuais a propósito de temas científicos

ou artísticos Irradiação de esportes

Expressão de estados emocionais, confissões, anedotas, narrativas

2) Complete as lacunas de acordo com a linguagem solicitada abaixo:

Culta Popular

tênue fraco

ausentar-se _________________

presenciar _________________

repleto _________________

divergir _________________

tendência, pendor _________________

bofetada _________________

acompanhado _________________

odor _________________

_________________ sombra

_________________ conversa

_________________ “gandaia”

_________________ fazer

_________________ pilantra

3) Reescreva, usando o nível culto, as expressões do nível informal destacadas nas

frases:

1. Você não aproveita as oportunidades. Ainda vai ficar a ver navios.

2. Pode tirar o cavalo da chuva, que não irá a festa.

3. Que pressa! Parece que vai tirar o pai da forca.

4. Xi!!! Você embarcou em canoa furada.

5. Não estudou nada. Vai dar com os burros n’água nesta prova.

6. Você vai ficar boiando.

7. Eles sabem com quantos paus se faz uma canoa.

8. Ele joga verde pra colher maduro.6

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9. Ele saiu para tomar a fresca.

4) Observe o texto a seguir, extraído de um conto. É a fala de um protagonista, um sitiante:

“... Com perdão da pergunta, mas será que mecê não tem lá alguma enxada assim meio velha pra ceder pra gente?”

Assinale a alternativa que propõe a transposição dessa frase para uma forma adequada à linguagem urbana culta:

a) ( ) Me perdoe de perguntar, mas será que você não tem por lá alguma enxada assim meio velha que a gente pudesse usar?b) ( ) Desculpa a gente perguntar, mas o senhor não tem alguma enxada assim meio velha pra emprestar pra nós?c) ( ) Me perdoa a pergunta, mas será que o senhor não poderia ceder para nós alguma enxada que tem por lá assim meio velha?d) ( ) Desculpa a pergunta, mas o senhor não teria alguma enxada meio velha para nos ceder?e) ( ) Desculpe-me a pergunta, mas será que você não tem, para nos emprestar, alguma enxada assim do tipo meio velha?

Os componentes da comunicação humana

Ato de fala: uso concreto e particular que um indivíduo faz da língua Na fala há a atuação conjunta dos seguintes elementos:

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Emissor: aquele que diz algo a alguém;Receptor: aquele que recebe a mensagem do emissor;Mensagem: aquilo que o emissor transmite ao receptor;Código: convenção social que permite ao receptor compreender a mensagem;Canal: meio físico que conduz a mensagem ao receptor;Referente: é o assunto da mensagem.

Esquema da comunicação humana

ReferenteMensagem

Emissor...........................................................................................ReceptorCanal

Código

UNIDADE 2

Variação linguistica8

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como falantes da língua portuguesa, percebemos que existem situações em que a língua apresenta-se sob uma forma bastante diferente daquela que nos habituamos a ouvir em casa ou nos meios de comunicação. Essa diferença pode manifestar-se tanto pelo vocabulário utilizado, como pela pronúncia ou organização da frase.

Nas relações sociais, observamos que nem todos falam da mesma forma. Isso ocorre porque as línguas naturais são sistemas dinâmicos e extremamente sensíveis a fatores como, por exemplo, a região geográfica, o sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de formalidade do contexto. Essas diferenças constituem as variações lingüísticas.

Observe abaixo as especificidades de algumas variações:

1) Profissional : no exercício de algumas atividades profissionais, o domínio de certas formas de línguas técnicas é essencial. As variações profissionais são abundantes em termos específicos e têm seu uso restrito ao intercâmbio técnico.

2) Situacional : as diferentes situações comunicativas exigem de um mesmo indivíduo diferentes modalidades da língua. Empregam-se, em situações formais, modalidades diferentes das usadas em situações informais, com o objetivo de adequar o nível vocabular e sintático ao ambiente lingüístico em que se está.

3) Geográfica : há variações entre as formas que a língua portuguesa assume nas diferentes regiões em que é falada. Basta prestar atenção na expressão de um gaúcho em contraste com a de um amazonense. Essas variações regionais constituem os falares e os dialetos. Não há motivo lingüístico algum para que se considere qualquer uma dessas formas superior ou inferior às outras.

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4) Social : o português empregado pelas pessoas que têm acesso à escola e aos meios de instrução difere do português empregado pelas pessoas privadas de escolaridade. Algumas classes sociais, assim, dominam uma forma de língua que goza prestígio, enquanto outras são vítimas de preconceito por empregarem estilos menos prestigiados. Cria-se, dessa maneira, uma modalidade de língua – a norma culta -, que deve ser adquirida durante a vida escolar e cujo domínio é solicitado como modo de ascensão profissional e social. Também são socialmente condicionadas certas formas de língua que alguns grupos desenvolvem a fim de evitar a compreensão por aqueles que não fazem parte do grupo. O emprego dessas formas de língua proporciona o reconhecimento fácil dos integrantes de uma comunidade restrita. Assim se formam, por exemplo, as gírias, as línguas técnicas. Pode-se citar ainda a variante de acordo com a faixa etária e o sexo.

UNIDADE 3AS DIFERENÇAS ENTRE FALA E ESCRITA

Enquanto a língua falada é espontânea e natural, a língua escrita precisa seguir algumas regras. Embora sejam expressões de um mesmo idioma, cada uma tem a sua especificidade. A língua falada é a mais natural, aprendemos a falar imitando o que ouvimos. A língua escrita, por seu lado, só é aprendida depois que dominamos a língua falada. E ela não é uma simples transcrição do que falamos; está mais subordinada às normas gramaticais. Portanto requer mais atenção e conhecimento de quem fala. Além disso, a língua escrita é um registro, permanece ao longo do tempo, não tem o caráter efêmero da língua falada.

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O primeiro mito que deve ser desfeito na relação entre fala e escrita é o de

que a fala é o lugar da informalidade, da liberdade, do dizer tudo e da forma que

quiser, e a escrita, por sua vez, é o lugar da realização formal, controlada e bem

elaborada.

Na verdade, fala e escrita são duas realizações possíveis de uma mesma

língua que tanto podem ser elaboradas quanto informais. O que determinará o

grau maior ou menor de formalidade é o contexto em que o falante ou escritor

estará inserido.

O que existe é uma maior valorização da escrita pela sociedade, justamente

pelo fato de esta ser aprendida e desenvolvida em uma instituição social que é a

escola. Entretanto, assim como a fala não possui uma propriedade negativa, a

escrita também não é uma modalidade privilegiada, ou seja, não existe

superioridade de uma modalidade em relação à outra.

As diferenças entre língua oral e língua escrita permitem traçar um quadro

contrativo dos componentes básicos dessas modalidades.

Quanto à... Fala Escrita

InteraçãoInteração face a face. Mesmo

contexto situacional.

Interação à distância (espaço

temporal). Contexto situacional

diverso.

PlanejamentoSimultâneo ou quase simultâneo

à produção. Anterior à produção.

Criação Coletiva, administrada passo a Individual.

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passo.

Memória Impossibilidade de apagamento. Possibilidade de revisão.

ConsultaSem condições de consulta a

outros textos. Livre consulta.

Reformulação

A reformulação pode ser

promovida tanto pelo falante

como pelo interlocutor.

A reformulação é promovida

apenas pelo escritor.

AcessoAcesso imediato às reações do

interlocutor.

Sem possibilidade de acesso

imediato.

ProcessamentoO falante pode processar o texto,

redirecionando-o a partir das

reações do interlocutor.

O escritor pode processar o

texto a partir das possíveis

reações do leitor.

Processo de

Criação

O texto mostra todo o seu

processo de criação.

O texto tende a esconder o seu

processo de criação,

mostrando apenas o resultado.

Adaptado de Fávero (2000, p. 74)

EXERCÍCIOS

1. O articulista Luiz Nassif em seu artigo “O FMI vem aí. Viva o FMI”, publicado

na revista Ícaro, fez uso do registro culto típico do jornalismo, mas utilizou

também algumas expressões da linguagem técnica dos economistas e outras

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próprias da linguagem informal. Leia o trecho abaixo e

resolva as questões propostas a seguir.

“Países já chegam ao FMI com todos esses impasses, denotando a incapacidade

de suas elites de chegarem a fórmulas consensuais para enfrentar a crise –

mesmo porque essas fórmulas implicam prejuízos aos interesses de alguns

grupos poderosos. Aí a burocracia do FMI deita e rola. Há, em geral, economistas

especializados em determinadas regiões do globo. Mas, na maioria das vezes, as

fórmulas aplicadas aos países são homogêneas, burocráticas, de quem está por

cima da carne-seca e não quer saber de limitações de ordem social ou política.(...)

Sem os recursos adicionais do Fundo, a travessia de 1999 seria um inferno, com

as reservas cambiais se esvaindo e o país sendo obrigado ou a fechar sua

economia ou a entrar em parafuso. O desafio será produzir um acordo que

obrigue, sim, o governo e Congresso a acelerarem as formas essenciais.” ( Ícaro,

170, outubro de 1998 – questão adaptada do vestibular da Unicamp)

a) Transcreva as expressões que nos remetem ao universo econômico.

b) Transcreva as expressões que têm características de informalidade.

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c) Substitua essas expressões apresentadas no nível coloquial por outras típicas da linguagem

formal.

2. Abaixo, temos a simulação de uma entrevista para a ocupação de um cargo

numa empresa. É nítido nesta entrevista o uso de duas variações lingüísticas bem

marcadas pelos interlocutores. A nossa atividade é assumir o pa

pel do entrevistado e tentar adequar o nível

de linguagem ao da entrevistadora.

- Bom dia. Sente-se, por favor, preciso fazer algumas perguntas para o senhor a fim de saber se está devidamente qualificado para a nossa empresa.

- Ah. Falô, na boa.

- Qual o nome do Sr., por favor?

- José Carlos, mas o pessoal lá de casa e da rua me chama de zé.

- Muito bem Sr. José Carlos, temos uma vaga para o cargo de Assistente Administrativo, mas precisamos que o candidato tenha domínio de algumas habilidades.

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- Certo! É só perguntar.

- O Sr. Possui algum conhecimento na área de informática? Nos dias de hoje ela é imprescindível para qualquer profissional da área administrativa.

- Sim, eu manjo bastante de informática, você sabe, aqueles programas de sempre: Window, Word, Excel, esses baratos todos.

- O Sr. costuma acessar a Internet? Conhece as principais ferramentas desse instrumento de comunicação?

- OH! Nossa! Eu costumo viajar bastante na Internet, conheço muitos sites.

- Qual o grau de escolaridade do Sr.?

- Bem, eu estudei Administração Geral numa faculdade e agora tô pensando em me especializar em Marketing.

- O Sr. fala algum idioma: inglês, espanhol?

- Bem, fiz um cursinho de espanhol rápido por causa do barato do Mercosul né. Inglês só no the book is on the table.

- O Sr. é casado? Qual sua Idade?

- Não, por enquanto tô fora... Só namoro mesmo! Tô com 25 anos.

- Qual a sua experiência profissional? O Sr. já trabalhou numa empresa de grande porte como esta?

- AH! pra falar a verdade eu trabalhei sempre como boy em empresas pequenas, mas o meu último trampo foi numa distribuidora de medicamentos - empresa grande.

- E quais eram as atividades do Sr. nessa empresa?

- Nossa! Eu fazia um pouco de tudo. Às vezes fazia umas coisas no departamento pessoal, depois fui para o financeiro, passei uns meses também no CPD... rodei bastante por lá.

- Muito bem Sr. José Carlos, estou com os dados do Sr. aqui. Assim que tivermos uma posição entramos em contato. Bom dia.

- Certo, bom dia, mas o trampo é meu?

(Texto elaborado pelo Professor Jorge Torresan)

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EXERCÍCIOS

1. Reescreva as frases abaixo substituindo os lugares-comuns, expressões

típicas da linguagem falada, por uma linguagem mais elaborada, pertinente

à escrita formal.

a. O mal de certos políticos é querer agradar a gregos e troianos.

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b. O brasileiro aprendeu a viver numa verdadeira corda bamba.

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c. É muito difícil estudar sob um calor tão escaldante.

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d. Ele achava que aquele emprego seria a tábua da salvação de sua vida.

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e. Durante o depoimento houve um momento em que o réu deu com os burros n’água.

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f. A vida do funcionário público está em petição de miséria.

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g. Temos às vezes a impressão de que estamos numa nau sem rumo.

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h. O deputado demonstrou todo o seu poder de fogo.

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i. Durante a reunião o diretor e a professora trocaram farpas o tempo todo.

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j. Depois de todo o trabalho feito, voltamos à estaca zero.

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2.Substitua as marcas de oralidade, os termos em negrito, por outros mais apropriados à linguagem escrita.

a. A educação é uma coisa com que todo governo devia se preocupar.__________________________________________________________________________________________________________________________________

b. Os projetos para retirar as crianças da rua não passam de conversa fiada.__________________________________________________________________________________________________________________________________

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c. A justiça não deveria ser tão frouxa com quem rouba o dinheiro público.__________________________________________________________________________________________________________________________________

d. Se o governo não jogar duro com o crime organizado, a violência será cada vez maior nas grandes cidades.

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e. Gasta-se muito com computadores para as escolas, mas não é por aí que se vai melhorar a educação.

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f. Fica difícil acreditar no futuro de um país que tem tanto ladrão ocupando cargos importantes.

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g. A tecnologia está cada vez mais agindo sobre a vida do homem.__________________________________________________________________________________________________________________________________

h. A escola pública ensaia os primeiros passos para melhorar sua qualidade.________________________________________________________________________________________________________________________________

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O urso que sabia voar

Era uma vez um urso selvagem e livre, mas que invejava os pássaros porque sabiam voar. Só que um dia um circo carioca pegou o urso para fazer um show no Rio de Janeiro, mas ele continuava com aquele velho sonho. Um dia ele fugiu do circo, e saiu andando pela cidade, todos que o viam quase morriam de susto. Até que ele olhou pro céu e viu um monte de homens com asa delta e chegou a seguinte conclusão: os homens também voam e ficou fascinado com aquilo, mas continuou a andar até que chegou no alto do pão de açúcar lá tinha vários homens saltando de asa delta mas quando ele chegou perto de um homem o homem saltou sem asa delta (só de medo) aí o urso pegou a asa delta e saltou por aí, muito feliz.

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UNIDADE 4

Língua falada

A palavra sonora; requer a presença dos interlocutores; ganha em vivacidade; é espontânea e imediata; uso de frases feitas; é repetitiva e redundante; o contexto extralingüístico é importante; a expressividade permite prescindir de certas regras; a informação é permeada de subjetividade e influenciada pela presença do interlocutor; recursos: signos acústicos e extralingüísticos, gestos, entorno físico e

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psíquico.

Língua escrita:

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A palavra gráfica; é possível esquecer o interlocutor; é mais sintética e objetiva; a redundância é apenas um recurso estilístico; ganha em permanência; mais correção na elaboração das frases; evita a improvisação; exigüidade de recursos não lingüísticos; uso de letras, sinais de pontuação; é mais precisa e elaborada; ausência de cacoetes lingüísticos e vulgarismos; o contexto extralingüístico tem menos influência.

EXERCÍCIOS

1. Identifique os tipos de língua abaixo (culta, coloquial, vulgar, regional, grupal). A primeira frase vem como exemplo:

a) Temos conhecimento de que alguns casos de delinqüência juvenil no mundo hodierno decorrem da violência que se projeta, através dos meios de comunicação, com programas que enfatizam a guerra, o roubo e a venalidade. Culta

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b)Cadê o livro que te emprestei? Me devolve em seguida, tá?

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c) “Nóis ouvimo falá do pograma da televisão.”

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d) “A la pucha, tchê! O índio está mais por fora do que cusco em procissão – o negócio hoje é a tal de comunicação, seu guasca!”

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e) O materialismo dialético rejeita o empirismo idealista e considera que as premissas do empirismo materialista são justas no essencial.

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“O negócio agora é comunicação, e comunicação o cara aprende com material vivo, descolando um papo legal. Morou?”

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f) “Meus camaradinhas:Não entendi bulufas dessa jogada de fazerem o papai aqui apresentar o seu

Antenor Nascentes, um cara tão crânio, cheio de mumunhas, que é manjado até na Europa. Estou meio cabrero até achando que foi crocodilagem do diretor do curso, o professor Odorico Mendes, para eu entrar pelo cano.

O seu Antenor Nascentes é um chapa legal, é bárbaro e, em Filologia, bota banca. Escreveu um dicionário etimológico que é uma lenha. Dois volumes que vou te contar. Um deles é desta idade... mais grosso que trocador de ônibus. O homem é o Pelé da Gramática, está mais por dentro que bicho de goiaba. Manda brasa, professor Nascentes!”

(Correio do Povo, 20/04/1966.)

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h) Me faz um favor: vai ao banco pra mim.

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i) (Trecho de uma lista de compras)25

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assucar, basora (= vassoura), qejo (= queijo), maizena

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g) “Deu-lhe com a boleadeira nos cascos, e o índio correu mais que cusco em procissão.”

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(Fonte: MARTINS, D.S. e ZILBERKNOP, L.S. Português instrumental. Porto Alegre: Sagra-Dc Luzzatto, 1998.)

2-FUVEST 2000- “Orientação para uso deste medicamento: antes de você usar este medicamento, verifica se o rótulo consta as seguintes informações, seu nome, nome de seu médico, data de manipulação e validade e fórmula do medicamento solicitado.”a) Há no texto desvios em relação à norma culta. Reescreva-o, fazendo as correções necessárias.

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b) A que se refere, no contexto, o pronome SEU da expressão "seu nome"? Justifique sua resposta.

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3-UFES 1996

A história do gerente apressado

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Certa vez, um apressado gerente de uma grande empresa precisava de ir ao Rio de Janeiro para tratar de alguns assuntos urgentes. Como tivesse muito medo de viajar, deixou o seguinte bilhete para sua recém-contratada secretária:

“Maria: devo ir ao Rio amanhã sem falta. Quero que você me 'rezerve', um lugar, 'à noite', no trem das 8 para o Rio.”

Sabe o leitor o que aconteceu? O gerente, simplesmente, perdeu o trem! Por quê?"

(BLIKSTEIN, Izidoro. Técnicas de comunicação escrita São Paulo: Ática, 1990, p.5)

O gerente perdeu o trem, porque a secretária não decodificou a problemática mensagem. Qual bilhete é mais adequado para que a comunicação se dê, de fato:

a) Maria: devo ir ao Rio amanhã sem falta. Quero que você reserve um lugar, à noite, no trem das 8 para o Rio.b) Maria: devo ir ao Rio amanhã. Quero que você me compre um lugar, à noite, no trem das 8 para o Rio.c) Maria: Compre, para mim, uma passagem, em cabina com leito, no trem das 20h de amanhã (4a feira), para o Rio de Janeiro.d) Maria: vou ao Rio amanhã impreterivelmente. Quero que você me compre, à noite uma passagem para o Rio no trem das 8.e) Maria: devo ir no Rio amanhã. Quero que, à noite você me reserve, sem falta, um, lugar, no trem das oito.

4- UFMT 1996Tem dias que a gente se senteComo quem partiu ou morreu.A gente estancou de repenteOu foi o mundo, então, que cresceu.

(Roda Viva - Chico Buarque)Na(s) questão(ões) a seguir julgue os itens e escreva nos parênteses (V) se for verdadeiro ou (F) se for falso.( ) A expressão "a gente" é uma forma característica da linguagem coloquial para substituir o pronome "nós".( ) O uso do verbo "ter" em lugar de "haver" e a supressão da preposição "em" junto ao relativo são marcas da oralidade no texto.( ) A modalidade oral e o registro coloquial envolvem o ouvinte-leitor numa relação de familiaridade.

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UNIDADE 5

TEXTO VERBAL E NÃO-VERBAL

A capacidade humana ligada ao pensamento que se manifesta por meio de palavras (verbum, em latim) de uma determinada língua caracteriza o texto ou linguagem verbal.

Existem, porém, outras formas de linguagem de que o homem lança mão para representar o mundo, expressar-se, comunicar-se: os gestos, a música, a pintura, a mímica, as cores. Trata-se da linguagem ou do texto não-verbal.

É possível apontar semelhanças e diferenças entre os dois tipos de textos. A análise criteriosa (leitura) dos signos utilizados nos textos não-verbais permite que o sentido seja apreendido e que se estabeleça comunicação, mesmo que a correspondência não seja absoluta e um mesmo tipo de mecanismo assuma contornos específicos em cada tipo de linguagem.

A utilização de recursos não-verbais na comunicação é freqüente e exige que o leitor esteja atento a essas formas de interação que, muitas vezes tomam o lugar dos textos verbais -ou a eles se associam -com o objetivo de produzir sentido de maneira mais rápida e eficiente – é o caso das tabelas, dos gráficos, dos sinais de trânsito, charges.

Analise as charges abaixo:

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Textos escritos não são nossa única fonte importante de informações.Fotografias, desenhos, pinturas e imagens também podem ser lidos e interpretados e nosajudam a compreender melhor o mundo em que vivemos.

A figura aolado é um texto, poispodemos identificar umsentido naquilo queestamos vendo: dentrode uma lata, o queparece ser a planta de

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um apartamento ( sãoidentificados o quarto, a

sala, a cozinha e obanheiro). Se juntarmosa imagem da lata desardinha com a plantade um apartamento,concluímos que o autordesse desenho procuraindicar que háapartamentos muitopequenos, dentro dosquais as pessoas se sentem como sardinhas em latas.

A capa da revista Veja, apresentada abaixo, associa a linguagem verbal e a

linguagem não-verbal. Analise-a e, a seguir, comente a mensagem transmitida.

((http://veja.abril.com.br/busca/resultadoCapas)

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Sapassado, era sessetembro,

taveu na cuzinha tomando uma

pincumel e cuzinhando um

kidicarne cumastumate pra fazer

uma macarronada cum

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galinhassada. Quascaí de susto

quanduvi um barui vinde

denduforno parecenum tidiguerra.

A receita mandopô midipipoca

denda galinha prassá.

O forno isquentô,o mistorô, e o

fiofó da galinhispludiu!

Nossinhora! Fiquei branco quinein

um lidileite. Foi um trem doidimais!

Quascaí dendapia! Fiquei

sensabê doncovim, noncotô,

proncovô. Ópceve quilocura!

Grazadeus ninguém semaxucô!

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RECEITA: REPÔI NU AI I ÓI

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QuickTime™ and a decompressor

are needed to see this picture.

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EXERCÍCIO

1. ESCOLHA UM DOS QUADROS ACIMA E REESCREVA-O NA NORMA CULTA:

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NATUREZA E CULTURA (Fonte: ARANHA, M.L. & MARTINS, M.H. A cultura. In: Filosofando: introdução à filosofia. SP: Moderna, 1993, p.2-8)

Identifique a região em que cada um dos assaltos teria ocorrido:

1. Ei, bichim . Isso é um assalto . Arriba os braços e num se bula ....e num faça munganga. Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim se não enfio a peixeira no teu bucho e boto teu fato pra fora:. Perdão meu Padim Ciço, mas é que eu tô com uma fome da moléstia.

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2. Ô sô, prestenção: isso é um assarto, uai: Levanta os braço e fica quetin quesse trem na minha mão tá cheio de bala . Mió passá logo os trocados que eu num tô bão hoje. Vai andando, uai! Ta esperando o que , uai!

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3. O gurí, ficas atento:. Báh, isso é um assalto:. Levantas os braços e te aquieta, tchê ! Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê. Passa as pilas prá cá ! E te manda a la cria, senão o quarenta e quatro fala.

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4. Seguiiiinnte, bicho: Tu te. Isso é um assalto... Passa a grana e levanta os braços rapá:. Não fica de bobeira que eu atiro bem .... Vai andando e se olhar pra traz vira presunto.

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5. Ô meu rei . (longa pausa ) Isso é um assalto . (longa pausa ) Levanta os braços, mas não se avexe não .(longa pausa ) Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado:. Vai passando a grana, bem devagarinho (longa pausa ) Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado:. Não esquenta, meu irmãozinho ( longa pausa ) Vou deixar teus documentos na encruzilhada.

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6. Ôrra, meu:. Isso é um assalto, meu . Alevanta os braços, meu:. Passa a grana logo, meu! Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pa comprar o ingresso do jogo do Curintia, meu: Pô, se manda, meu:.

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7. Querido povo brasileiro, estou aqui no horário nobre da TV para dizer que no final do mês, aumentaremos as seguintes tarifas: Energia, Água, Esgoto, Gás, Passagem de ônibus, IPTU, IPVA, Licenciamento de veículos, Seguro Obrigatório, Gasolina, Álcool, Imposto de Renda, IPI, CMS, PIS, COFINS, mas não se preocupe, somos PENTA!!!

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UNIDADE 640

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CONCEITO DE TEXTOS - LINGUAGEM VERBAL E NÃO-VERBAL

   

 

 

  O que é linguagem?   É o uso da língua como forma deexpressão e comunicação entre as pessoas. Agora, a nossalíngua não é somente um conjunto de palavras faladas ouescritas, mas também dos gestos e imagens. Afinal, não noscomunicamos apenas pela fala ou escrita, não é verdade?  LINGUAGEM NÃO-VERBAL:  As pessoas não se comunicamapenas por palavras. Os movimentos faciais e corporais, ascores, o desenho, a dança, os sons, os gestos, os olhares, aentoação são também importantes: são os elementos nãoverbais da comunicação.Os significados de determinados gestos ecomportamentos variam muito de uma cultura para outra e deépoca para época.A comunicação verbal é plenamente voluntária; ocomportamento não-verbal pode ser uma reação involuntária ouum ato comunicativo propositado.

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Alguns psicólogos afirmam que os sinais não-verbaistêm as funções específicas de regular e encadear as interaçõessociais e de expressar emoções e atitudes interpessoais.  

a)    expressão facial:   Não é fácil avaliar as emoções de alguém

apenas a partir da sua expressão fisionômica. Por vezes osrostos transmitem espontaneamente os sentimentos, masmuitas pessoas tentam inibir a expressão emocional.

 b) movimento dos olhos: desempenha um papel muitoimportante na comunicação. Um olhar fixo pode ser entendidocomo prova de interesse, mas noutro contesto pode significarameaça, provocação.Desviar os olhos quando o emissor fala é uma atitude que tanto

pode transmitir a idéia de submissão como a de desinteresse.42

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 c) movimentos da cabeça: tendem a reforçar e sincronizar a

emissão de mensagens.

 d) postura e movimentos do corpo: os movimentos corporaispodem fornecer pistas mais seguras do que a expressão facialpara se detectar determinados estados emocionais. Por ex.:inferiores hierárquicos adotam posturas atenciosas e maisrígidas do que os seus superiores, que tendem a mostrar-sedescontraídos.

 e) comportamentos não-verbais da voz: a entoação(qualidade, velocidade e ritmo da voz) revela-se importante   

noprocesso de comunicação. Uma voz calma geralmente transmitemensagens mais claras do que uma voz agitada.

 f) a aparência: a aparência de uma pessoa reflete normalmenteo tipo de imagem que ela gostaria de passar. Através do

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vestuário, penteado, maquiagem, apetrechos pessoais, postura,gestos, modo de falar, etc, as pessoas criam uma projeção de

como são e de como gostariam de ser tratadas. As relaçõesinterpessoais serão menos tensas se a pessoa fornecer aosoutros a sua projeção particular e se os outros respeitarem essaprojeção.

 Conclusão: na interação pessoal, tanto os elementos verbaiscomo os não-verbais são importantes para que o processo decomunicação seja eficiente.Veja bem nos exemplos a seguir:   

 “Quem não compreende um olhar,tampouco compreenderá uma longa explicação”Mário Quintana

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 LINGUAGEM VERBAL:  Existem várias formas de comunicação.Quando o homem se utiliza da palavra, ou seja, da linguagemoral ou escrita, dizemos que ele está utilizando uma linguagemverbal, pois o código usado é a palavra. Tal código estápresente, quando falamos com alguém, quando lemos, quandoescrevemos. A linguagem verbal é a forma de comunicaçãomais presente em nosso cotidiano. Mediante a palavra falada ouescrita, expomos aos outros as nossas idéias e pensamentos,comunicando-nos por meio desse código verbal imprescindívelem nossas vidas. ela está presente em textos em propagandas;  Veja bem nos exemplos a seguir de Rosângela EspinossiBeber água gelada ou chá verde,comer alguns tipos de pimenta, ingerirgengibre e produtos que contenhamômega 3 são uma ajuda e tanto paraacelerar o metabolismo e, por sua vez,favorecer a perda de peso.A nutricionista AlessandraNunes, mestre em ciências aplicadas àcardiologia, explica que tais alimentos sãochamados de termogênicos. "Quando digeridos, aumentam ometabolismo e a temperatura interna corporal. Com isso,queimam calorias e ajudam a emagrecer. Mas para terem efeitodevem ser ingeridos com regularidade no dia-a-dia", explica.[...]O metabolismo é o conjunto de transformações que osnutrientes e outras substâncias químicas sofrem no interior donosso corpo, produzindo energia suficiente para mantê-lofuncionando. "É influenciado por inúmeros fatores, tais como

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genética, idade, peso, altura, sexo, temperatura ambiente, dietae prática de exercícios", afirma.http://saude.terra.com.br/interna/0,,OI3503453-EI1501

,00-Alimentos+aceleram+o+metabolismo+e+ajudam+a+perder+peso.html[acessado em 10/02/2011] Agora veja e leia esse outro exemplo:

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UNIDADE 7

 

Linguagem verbal: realização concreta da língua através da fala humana (sons e escrita).

 

Linguagem verbal x linguagem não verbal   Pense sobre o símbolo de um cigarro desenhado sobre uma placa, cortado por uma faixa vermelha. Agora, pense na mesma placa, tirando o desenho e colocando-se Não Fume. Qual é a mais eficaz? 

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Linguagem não verbal: mais econômica e rápida na veiculação.

Base da linguagem visual: ícone (figura ou imagem), que substitui a linguagem verbal mais economicamente, logo com mais rapidez.

 Linguagem verbal:-   transmissão completa do que sentimos, pensamos, desejamos;-   única capaz de traduzir as outras linguagens;-  quando o que temos que comunicar é complexo, optamos pela linguagem verbal. 

Você já percebeu que, ao produzir um texto, pode utilizar alguns recursos da linguagem não verbal (como a disposição das palavras no papel, a forma final do texto) para obter maior expressividade.

Mas não se esqueça: para produzir textos cada vez melhores, você deve ser um bom leitor dos mais variados “textos”, escritos com as mais variadas “palavras” (desenhos, pinturas, filmes, o branco do vestido de noiva, a bandeira a meio-pau, o minuto de silêncio, a seleção de notícias do telejornal, etc.).

 EXERCÍCIOS

 1. Na publicidade, qual texto chama mais a atenção do consumidor: verbal, não verbal ou mista? E no jornalismo? 

 2-UFSM 2000 - Considere o que se afirma sobre o papel da linguagem verbal e não-verbal na organização da história. I. O desenho é auto-suficiente. Mesmo sem os diálogos, entende-se que um homem foi punido por ter chamado o outro de gordo.II. As falas das personagens são auto-suficientes. Mesmo sem os desenhos, entende-se que um homem foi punido por acusar o outro de medroso.III. O desenho e as falas são interdependentes. É pela fala do segundo quadrinho que se entende que o homem foi punido principalmente por chamar o outro de "gordão". Está(ão) correta(s)

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a) apenas I.b) apenas II.c) apenas III.d) apenas I e II.b)    apenas I e III. 

Registros, variantes ou níveis de língua(gem)

DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS

A comunicação não é regida por normas fixas e imutáveis. Ela pode transformar-se, através do tempo, e, se compararmos textos antigos com atuais, perceberemos grandes mudanças no estilo e nas expressões. Por que as pessoas se comunicam de formas diferentes? Temos que considerar múltiplos fatores: época, região geográfica, ambiente e status cultural dos falantes.

Há uma língua-padrão? O modelo de língua-padrão é uma decorrência dos parâmetros utilizados pelo grupo social mais culto. Às vezes, a mesma pessoa, dependendo do meio em que se encontra, da situação sociocultural dos indivíduos com quem se comunica, usará níveis diferentes de língua. Dentro desse critério, podemos reconhecer, num primeiro momento, dois tipos de língua: a falada e a escrita.

A língua falada pode ser culta ou coloquial, vulgar ou inculta, regional, grupal (gíria ou técnica). Quando a gíria é grosseira, recebe o nome de calão.

Quando redigimos um texto, não devemos mudar o registro, a não ser que o estilo permita, ou seja, se estamos dissertando – e, nesse tipo de redação, usa-se, geralmente, a língua-padrão – não podemos passar desse nível para um como a gíria, por exemplo.

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Formas de adequação da linguagem

Todos os seres humanos se comunicam de alguma forma. Seja através da fala, da escrita, gestos, sinais luminosos e até através da arte, haja vista as cores de um quadro, o doce som de uma música...Qualquer sistema organizado que serve de meio de comunicação é chamado de linguagem.

A linguagem tem uma função social. Sempre estamos nos comunicando com alguém, com algum objetivo. A vida em sociedade exige que as linguagem sejam adequadas para cada momento. Sabemos que não seria adequado, por exemplo, cantar uma música, toda vez que alguém perguntasse o nosso nome. Seria um caos, não? Também pareceria estranho, você apresentar-se para uma entrevista de emprego vestindo a camisa do seu time favorito e aqueles chinelos confortáveis. Ah, mas por que não? Porque simplesmente não é o que esperam de você!!!!!

A sociedade estabeleceu algumas regras de convivência que servem, num plano maior, para regulamentar as relações humanas, ou viveríamos em completa confusão. O uso da linguagem também tem suas regras, que vamos chamar de adequações.

Leia os diálogos abaixo:

1- No tribunal:

Juiz: Senhor Moreira, dirija-se ao júri e apresente sua defesa. Moreira: Falô, mano. Seguinte, galera. Olha pro chapa aqui e diz: sô ou num sô um cara de bem? Os truta lá da comu pódi assiná.

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2- Uma entrevista de emprego: Entrevistador: Por favor, Sr.Juarez,sente-se. Juarez: Tô sussa em pé mesmo. E não precisa chamar de Sr.Juarez. O povo lá de casa me chama de Jura. 3- Um torpedo de celular enviado por uma colega de classe a outra:

Prezada Fabiana. É com imenso pesar que comunico que não finalizei as tarefas a contento e, portanto, infelizmente ficaremos com a menção zero na disciplina de Leitura e Produção Textual.Desculpe-me e um grande beijo!

Nem é preciso dizer que dentro das situações apresentadas, a linguagem utilizada pelo Sr.Moreira, o Juarez e a aluna foram totalmente inadequadas!

Assim, podemos inferir que: situações formais (tribunal, entrevista de emprego...) pedem uma linguagem formal e que em situações informais (com amigos, familiares), em que podemos usar uma linguagem mais informal, coloquial.

Dessa forma, a linguagem deve se adequar ao momento e ao local em que é produzida e para quem se dirige. Toda vez que o emissor precisar se comunicar deve atentar para vários aspectos, antes mesmo de criar sua mensagem. Seja ela escrita ou falada. Quem nunca quis que o chão se abrisse sobre seus pés assim que disse algo sem pensar e imediatamente se arrependeu?

Leitura:

BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: novela sociolingüística.

UNIDADE 8

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INTERPRETAÇÃO DE ENUNCIADOS - VERBOS DE COMANDO

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Antes de iniciar o uso desta apostila, pergunte-se: VOCÊ FAZ O QUE REALMENTE SE PEDE? Para medir o nível do aproveitamento e o desenvolvimento dos alunos em sala de aula, o professor pode utilizar vários instrumentos de avaliação. Entre esses instrumentos, é muito comum o emprego de provas e/ou testes dissertativos, nos quais os alunos têm um espaço para mostrar, sobre algum assunto determinado, a sua capacidade de análise, criação, comparação, identificação, conceituação etc.

É muito comum nas discussões entre professores comentários sobre a dificuldade que os alunos têm diante do momento de dissertar numa prova, mesmo que ela seja composta por questões breves. Essa dificuldade pode ocorrer, muitas vezes, porque eles não conseguem compreender exatamente o que é pedido em uma questão. Se observarmos com atenção, todas as questões se iniciam ou se desenvolvem tendo como base um verbo-comando (geralmente na forma do imperativo) que especifica para o aluno a forma como ele deve responder a uma questão. A tabela abaixo demonstra alguns dos verbos-comando mais utilizados.

Verbos de comando

Definição dos verbos(adaptada do Moderno Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis e Aurélio)

Especificação dos procedimentos

Analise Determinar os componentes ou elementos fundamentais de alguma idéia, teoria, fato etc.; determinar por discernimento natureza, significado, aspectos ou qualidades do que está sendo examinado.

Exige a elaboração de um texto como resposta.

Justifique Explique

Explicar ou demonstrar a veracidade ou não de algum fato ou ocorrência por meio de elementos/argumentos plausíveis. Tornar claro e coerente os elementos levantados.

Exige a elaboração de um texto como resposta.

Transcreva Cite Destaque

Reproduzir, extrair, copiar algum trecho de algum texto sem qualquer tipo de modificação.

A resposta não pode ser elaborada e sim apenas recortada utilizando-se sinais adequados com aspas

CompareConfronte

Examinar, simultaneamente, as particularidades de duas ou mais idéias, fatos, ocorrências.

Exige a elaboração de um texto como resposta.

Critique(“faça um comentário crítico”)

Examinar com muito critério alguma idéia, noção ou entendimento tentando perceber qualidades e/ou defeitos, pontos negativos e/ou positivos etc.

Exige a elaboração de um texto como resposta. Importante observar que criticar não é somente levantar aspectos negativos do que se está

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observando – a crítica pode ser também de caráter positivo.

Reescreva Tornar a escrever; escrever uma segunda vez.

Exige a reelaboração de um texto, consertando os defeitos do primeiro texto.

Sugestões para responder melhor às questões dissertativas : Leia atentamente, se necessário várias vezes, os enunciados das questões

detectando os verbos-comando que estruturam as questões. Responda exatamente o que está sendo pedido, não tente “complementar” suas

respostas com informações desnecessárias achando que elas irão compensar o que você não souber responder.

Não se esqueça de que uma resposta a uma questão dissertativa, por menor que seja, é sempre um texto, sendo assim, seja claro, coeso, coerente.

Suas respostas deverão ter, como em qualquer outro texto, um início, um desenvolvimento e, quando necessário, uma conclusão.

Não responda às questões utilizando frases inteiras de textos, leia atentamente o material que está sendo analisado e construa a resposta com o seu próprio discurso. Os recortes de frases devem ser feitos apenas quando se tratar de verbos-comando como “transcreva”, “retire” etc.

Respeite o número de linhas especificado para as suas respostas. Não seja muito sucinto nem muito prolixo – responda de maneira que você dê conta do que está sendo pedido.

Toda boa resposta geralmente se inicia com traços da questão que a originou. Ex.: Pergunta: De acordo com o texto, qual o nível financeiro daquela população?Resposta: De acordo com o texto, o nível financeiro daquela população é muito baixo. Não use em suas respostas gírias e/ou construções típicas da linguagem

coloquial.

Nesta apostila, e nas provas/avaliações que serão dadas para você elaborar, muitos destes verbos serão solicitados.

Fique atento!

(Fonte: Profs. Patrícia Quel e Jorge Luís Torresan)

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EXERCÍCIOS

1-UNICAMP 1993 - A leitura literal do texto a seguir produz um efeito de humor.

"As videolocadoras de São Carlos estão escondendo suas fitas de sexo explícito. A decisão atende a uma portaria de dezembro de 91, do Juizado de Menores, que proíbe que as casas de vídeo aluguem, exponham e vendam fitas pornográficas a menores de 18 anos. A portaria proíbe ainda os menores de 18 anos de irem a motéis e rodeios sem a companhia ou autorização dos pais."

("Folha Sudeste", 06/06/92)a) Transcreva a passagem que produz efeito de humor.b) Qual a situação engraçada que essa passagem permite imaginar?c) Reescreva o trecho de forma a impedir tal interpretação.

2. Faça o que se pede de acordo com os textos OBESIDADE INFANTIL, e EDUCANDO O PALADAR.

OBESIDADE INFANTIL

O papel dos hábitos sedentários, da publicidade e da educação alimentar na globalização de uma epidemia

.Nos últimos 20 anos, a obesidade infantil tornou-se epidemia mundial. O

número de casos pode ser atribuído à farta disponibilidade de alimentos densamente calóricos e à vida sedentária das crianças nas cidades.

Não existe um gene único que possa ser responsabilizado pela obesidade. A predisposição é causada por uma interação complexa de cerca de 250 genes envolvidos no controle de peso do organismo.

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Células especiais para armazenar gordura (adipócitos) surgem no feto ao redor da 15ª semana de gestação. Durante o primeiro ano de vida elas não mais se multiplicam, apenas crescem e se enchem de gordura para armazenar energia que será utilizada quando a criança começar a andar.

À medida que a criança cresce em altura, essas reservas são consumidas até atingir seus níveis mais baixos aos 5 ou 6 anos. Meninos e meninas que chegam gordinhos a essa idade apresentarão maior probabilidade de desenvolver obesidade na adolescência e na vida adulta.

Na criança de peso normal, entre 2 e 10 anos, ocorre apenas um pequeno aumento do número de adipócitos. Já nas obesas, quando a quantidade de gordura contida em cada célula atinge 1 grama — o limite máximo de sua capacidade —, ocorre a multiplicação celular com formação de novos adipócitos.

Quando a criança obesa perde peso, a velocidade de formação de novas células gordurosas diminui. Mas, ainda assim, são formadas mais células novas do que aquelas das crianças magras.

A obesidade materna durante a gravidez interfere com a troca de nutrientes com o feto e favorece o aparecimento de obesidade infantil. Ao contrário, má nutrição durante a gravidez também pode levar à obesidade como mecanismo compensatório.

Crianças negligenciadas, solitárias ou deprimidas tendem a apresentar maiores índices de obesidade quando adultas.

A falta de atividade física é fator crucial. A redução dos espaços urbanos disponíveis para brincar em segurança, os computadores, os jogos eletrônicos e, especialmente, o número de horas diante da tevê, expostas a comerciais de alimentos com alta densidade calórica, são fatores de risco associados à explosão de obesidade nas crianças.

Pesquisas conduzidas na Inglaterra e nos Estados Unidos mostram que, nesses países, elas estão expostas, em média, a dez comerciais de alimentos por hora diante da tevê; a maioria sobre doces, refrigerantes e salgadinhos.

Da mesma forma que nos adultos, a obesidade na infância causa hipertensão arterial, aumento de colesterol e triglicérides, inflamação crônica, facilita a formação de coágulos, altera a parede interna das artérias e aumenta a produção de insulina. Esse conjunto de fatores de risco para doença cardiovascular, conhecido como síndrome da resistência à insulina ou síndrome metabólica, tem sido descrito até em crianças com 5 anos de idade.

Anteriormente conhecido como diabetes do adulto, o diabetes do tipo 2 é cada vez mais encontrado na infância. Em certas populações, seus portadores chegam a representar metade do total de crianças diabéticas.

(Drauzio Varella)EDUCANDO O PALADAR

O sabor do leite materno não é o mesmo em todas as mamadas, pois ocorrem

modificações no decorrer do dia por causa da alimentação da mãe. Bebês

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alimentados com mamadeira não experimentam tal variedade de sabores, já que o gosto do leite em pó é sempre o mesmo.

Estudos mostram que a diversidade de sensações gustativas associadas à amamentação facilita mais tarde a instalação de paladares mais variados.

As crianças têm preferência inata por sabores doces e salgados, rejeição pelos amargos e azedos, e apresentam dificuldade para aceitar novas experiências gustativas.

Calcula-se que devam ser expostas de cinco a dez vezes, em média, para adaptar-se ao gosto de um novo alimento.

Nessa fase da vida, existe nítida predisposição para alimentos com alta densidade calórica, como as gorduras e os doces, por causa do gosto agradável e por levar à saciedade mais prontamente. Se não houver insistência na oferta, o paladar poderá fixar-se exclusivamente em doces e gorduras, com graves conseqüências futuras.

(In: Carta Capital, n.º 332, 08/03/2005.)

a) Cite as causas do número de casos de obesidade infantil.b) Explique por que uma criança que é gordinha aos cinco ou seis anos de idade

tem maiores chances de desenvolver obesidade na vida adulta.c) Analise as conseqüências da obesidade para a saúde da criança.d) Explique a importância da amamentação no processo de desenvolvimento do

paladar da criança.e) Compare os dois textos e explique a relação entre os dois.

3-UNICAMP 1995Defender a língua é, de modo geral, uma tarefa ambígua e até certo ponto

inútil. Mas também é quase inútil e ambíguo dar conselhos aos jovens de uma perspectiva adulta e no entanto todo adulto cumpre o que julga seu dever. (...) Ora, no que se refere à língua, o choque ou oposição situam-se normalmente na linha divisória do novo e do antigo. Mas fixar no antigo a norma para o atual obrigaria este antigo a recorrer a um mais antigo, até ao limite das origens da língua. A própria língua, como ser vivo que é, decidirá o que lhe importa assimilar ou recusar. A língua mastiga e joga fora inúmeros arranjos de frase e vocábulos. Outros, ela absorve e integra a seu modo de ser.

(Vergílio Ferreira, "Em Defesa da Língua", em: Estão a Assassinar o Português! trecho adaptado)

a) Transcreva a tese de Vergílio Ferreira, isto é, a afirmação básica que o autor aceita como verdadeira e defende nesse trecho.b) Transcreva o argumento no qual o autor se baseia para defender sua tese.

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UNIDADE 9

IDENTIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS, DOS ARGUMENTOS E

DAS CONCLUSÕES DO TEXTO

Algumas definições:

Assunto: de que fala o texto, idéia ampla e geral, germe a partir do qual se

desenvolverão as idéias do texto.

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Tema: delimitação do assunto, aspecto a ser abordado, enfoque, tratamento especial

dado pelo autor.

Objetivo do texto: para que é escrito o texto, finalidade com que se elabora o texto.

Tese ou frase-núcleo: o que fala o texto expressão verbal de um juízo, afirmação

básica, ponto de vista do autor.

Argumentos: provas que sustentam a tese: exemplos, informações que comprovam a

tese (dados, fatos).

Exercício: Leia o artigo de opinião a seguir e identifique cada item acima.

Brasileiro não gosta de ler?Lya Luft*

“A meninada precisa ser seduzida. Ler pode ser divertido e interessante, pode entusiasmar, distrair e dar prazer”

Não é a primeira vez que falo nesse assunto, o da quantidade assustadora de analfabetos deste nosso Brasil. Não sei bem a cifra oficial, e não acredito muito em cifras oficiais. Primeiro, precisa ser esclarecida a questão do que é analfabetismo. E, para mim, alfabetizado não é quem assina o nome, talvez embaixo de um documento, mas quem assina um documento que conseguiu ler e... entender. A imensa maioria dos ditos meramente alfabetizados não está nessa lista, portanto são analfabetos – um dado melancólico para qualquer país civilizado. Nem sempre um povo leitor interessa a um governo (falo de algum

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país ficcional), pois quem lê é informado, e vai votar com relativa lucidez. Ler e escrever faz parte de ser gente.

Sempre fui de muito ler, não por virtude, mas porque em nossa casa livro era um objeto cotidiano, como o pão e o leite. Lembro de minhas avós de livro na mão quando não estavam lidando na casa. Minha cama de menina e mocinha era embutida em prateleiras. Criança insone, meu conforto nas noites intermináveis era acender o abajur, estender a mão, e ali estavam os meus amigos. Algumas vezes acordei minha mãe esquecendo a hora e dando risadas com a boneca Emília, de Monteiro Lobato, meu ídolo em criança: fazia mil artes e todo mundo achava graça.

E a escola não conseguiu estragar esse meu amor pelas histórias e pelas palavras. Digo isso com um pouco de ironia, mas sem nenhuma depreciação ao excelente colégio onde estudei, quando criança e adolescente, que muito me preparou para o mundo maior que eu conheceria saindo de minha cidadezinha aos 18 anos. Falo da impropriedade, que talvez exista até hoje (e que não era culpa das escolas, mas dos programas educacionais), de fazer adolescentes ler os clássicos brasileiros, os românticos, seja o que for, quando eles ainda nem têm o prazer da leitura. Qualquer menino ou menina se assusta ao ler Macedo, Alencar e outros: vai achar enfadonho, não vai entender, não vai se entusiasmar. Para mim esses programas cometem um pecado básico e fatal, afastando da leitura estudantes ainda imaturos.

Como ler é um hábito raro entre nós, e a meninada chega ao colégio achando livro uma coisa quase esquisita, e leitura uma chatice, talvez ela precise ser seduzida: percebendo que ler pode ser divertido, interessante, pode entusiasmar, distrair, dar prazer. Eu sugiro crônicas, pois temos grandes cronistas no Brasil, a começar por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, além dos vivos como Verissimo e outros tantos. Além disso, cada um deve descobrir o que gosta de ler, e vai gostar, talvez, pela vida afora. Não é preciso que todos amem os clássicos nem apreciem romance ou poesia. Há quem goste de ler sobre esportes, explorações, viagens, astronáutica ou astronomia, história, artes, computação, seja o que for.

O que é preciso é ler. Revista serve, jornal é ótimo, qualquer coisa que nos faça exercitar esse órgão tão esquecido: o cérebro. Lendo a gente aprende até sem sentir, cresce, fica mais poderoso e mais forte como indivíduo, mais integrado no mundo, mais curioso, mais ligado. Mas para isso é preciso, primeiro, alfabetizar-se, e não só lá pelo ensino médio, como ainda ocorre. Os primeiros anos são fundamentais não apenas por serem os primeiros, mas por construírem a base do que seremos, faremos e aprenderemos depois. Ali nasce a atitude em relação ao nosso lugar no mundo, escolhas pessoais e profissionais, pela vida afora. Por isso, esses primeiros anos, em que se aprende a ler e a escrever, deviam ser estimulantes, firmes, fortes e eficientes (não perversamente severos). Já se faz um grande trabalho de leitura em muitas escolas. Mas, naquelas em que com 9 ou 10 anos o aluno ainda não usa com naturalidade a língua materna, pouco se pode esperar. E não há como se queixar depois, com a eterna reclamação de que brasileiro não gosta de ler: essa porta nem lhe foi aberta.(Extraído de: http://veja.abril.com.br/120809/brasileiro-nao-gosta-de-ler-p-022.shtml)

*Lya Luft é escritora.

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UNIDADE 10IDENTIFICAÇÃO DAS PALAVRAS-CHAVE

Palavra Chave: são aquelas que estão mais de perto associadas especificamente

ao assunto do texto, podendo aparecer repetidas e algumas vezes na forma de

sinônimos. A identificação das palavras-chave através do skimming (estratégia ou

procedimento que consiste em lançar os olhos rapidamente sobre o texto, numa

breve leitura para captar o assunto geral apenas, se esse for o objetivo da leitura)

leva-nos a ter uma identificação do assunto no texto.

Normalmente as palavras-chave perpassam todo o texto podendo aparecer

modificadas ou substituídas por sinônimos.

para seus piores desastres. A mobilização da população da capital mexicana em 1985 para reconstruir partes da cidade arrasadas por um violentíssimo terremoto evitou o pior, e mostrou que as mobilizações coletivas podem driblar o apocalipse anunciado para as megalópoles.

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IDENTIFICAÇÃO DAS PALAVRAS-CHAVE

Palavra Chave: são aquelas que estão mais de perto associadas especificamente

ao assunto do texto, podendo aparecer repetidas e algumas vezes na forma de

sinônimos. A identificação das palavras-chave através do skimming (estratégia ou

procedimento que consiste em lançar os olhos rapidamente sobre o texto, numa

breve leitura para captar o assunto geral apenas, se esse for o objetivo da leitura)

leva-nos a ter uma identificação do assunto no texto.

Normalmente as palavras-chave perpassam todo o texto podendo aparecer

modificadas ou substituídas por sinônimos.

Exercício:

Os megaproblemas das grandes cidades

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A população das megacidades cresce muito mais depressa do que sua capacidade de prover empregos e fornecer serviços decentes a seus novos moradores. O fenômeno, detectado no relatório da ONU sobre a população, é tanto mais grave porque atinge em cheio justamente os países mais pobres. Das dez megacidades de 2000, sete estarão fincadas no Terceiro Mundo. As pessoas saem do campo para as cidades por um razão tão antiga quanto a Revolução Industrial: querem melhorar de vida. Mesmo apinhadas em periferias, suas chances de prosperar são maiores do que na área rural. As cidades, escreveu o historiador Lewis Mumford, “são o lugar certo para multiplicar oportunidades”.

A típica explosão urbana é registrada em várias cidades da África e da Índia, que dobram de população a cada doze anos e não dão conta da demanda por emprego, educação e saneamento. Mesmo as que crescem a uma taxa menos selvagem, como a de veículos e 35.000 fábricas da capital mexicana, por exemplo, pode chegar como em fevereiro passado, a um nível quatro vezes além do ponto em que o ar é considerado seguro.

Ainda que todos os prognósticos sejam pessimistas, não se deve desprezar a capacidade de as megacidades encontrarem soluções até para seus piores desastres. A mobilização da população da capital mexicana em 1985 para reconstruir partes da cidade arrasadas por um violentíssimo terremoto evitou o pior, e mostrou que as mobilizações coletivas podem driblar o apocalipse anunciado para as megalópoles.

a.Retire do texto acima as palavras-chave:

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b.Qual a ideia-chave de cada parágrafo?

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c.Elabore o resumo do texto, a partir das idéias-chave.

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UNIDADE 11

A ESTRUTURA DO PARÁGRAFO - TÓPICO FRASAL – PARAGRAFAÇÃONOÇÕES DE TIPOLOGIA TEXTUAL

AS PALAVRAS-CHAVE

Ninguém chega à escrita sem antes ter passado pela leitura. Mas leitura aqui não significa somente a capacidade de juntar letras, palavras, frases. Ler é muito mais que isso. É compreender a forma como está tecido o texto. Ultrapassar sua superfície e aferir da leitura seu sentido maior, que muitas vezes passa despercebido a uma grande maioria de leitores. Só uma relação mais estreita do leitor com o texto lhe dará esse sentido. Ler bem exige tanta habilidade quanto escrever bem. Leitura e escrita complementam-se. Lendo textos bem estruturados, podemos apreender os procedimentos lingüísticos necessários a uma boa redação.

Numa primeira leitura, temos sempre uma noção muito vaga do que o autor disse. Uma leitura bem feita é aquela capaz de depreender de um texto ou de um

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livro a informação essencial. Tudo deve ajustar-se a elas de forma precisa. A tarefa do leitor é detectá-las, a fim de realizar uma leitura capaz de dar conta da totalidade do texto.

Por adquirir tal importância na arquitetura textual, as palavras-chave normalmente aparecem ao longo de todo o texto das mais variadas formas: repetidas, modificadas, retomadas por sinônimos. Elas pavimentam o caminho da leitura, levando-nos a compreender melhor o texto. Além disso, fornece a pista para uma leitura reconstrutiva porque nos levam à essência da informação.

Após encontrar as palavras-chave de um texto, devemos tentar reescrevê-lo, tomando-as como base. Elas constituem seu esqueleto.

AS IDÉIAS-CHAVE

Muitas vezes temos dificuldades para chegar à síntese de um texto só pelas palavras-chave. Quando isso acontece, a melhor solução é buscar suas idéias-chave. Para tanto é necessário sintetizar a idéia de cada parágrafo.

TÓPICO FRASAL

Um parágrafo padrão inicia-se por uma introdução em que se encontra a idéia principal desenvolvida em mais períodos. Segundo a lição de Othon M. Garcia em sua Comunicação em prosa moderna (p. 192), denomina-se tópico frasal essa introdução. Depois dela, vem o desenvolvimento e pode haver a conclusão. Um texto de parágrafo:

“Em todos os níveis de sua manifestação, a vida requer certas condições dinâmicas, que atestam a dependência mútua dos seres vivos. Necessidades associadas à alimentação, ao crescimento, à reprodução ou a outros processos biológicos criam, com freqüência, relações que fazem

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do bem-estar, da segurança e da sobrevivência dos indivíduos matérias de interesse coletivo”.

(FERNANDES, Florestan. Elementos de sociologia teórica 2 ed. SP: Nacional,

1974, p. 35.)

Neste parágrafo, o tópico frasal é o primeiro período (Em .... vivos). Segue-se o desenvolvimento especificando o que é dito na introdução.

Se o tópico frasal é uma generalização, e o desenvolvimento constitui-se de especificações, o parágrafo é, então, a expressão de um raciocínio dedutivo. Vai do geral para o particular: Todos devem colaborar no combate às drogas. Você não pode se omitir.

Se não há tópico frasal no início do parágrafo e a síntese está na conclusão, então o método é indutivo, ou seja, vai do particular para o geral, dos exemplos para a regra: João pesquisou, o grupo discutiu, Lea redigiu. Todos colaborando, o trabalho é bem feito.

EXERCÍCIOS

1. Relacione as palavras-chave do texto a seguir:

AMEAÇA AO SIGILO DO PACIENTE

As seguradoras podem ter acesso ao diagnóstico. Os médicos temem interferências.

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O novo padrão de preenchimento das guias de consultas e exames clínicos, implantado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no início de junho, provocou atritos entre a comunidade médica e as operadoras de planos de saúde. Pelo atual sistema, os documentos podem revelar o tipo de doença do paciente. Os profissionais da área temem que as seguradoras tenham acesso às informações e possam criar obstáculos para a realização de procedimentos dispendiosos a doentes crônicos ou impor sanções, como o descredenciamento, aos médicos que os solicitam.

O Conselho Federal de Medicina considera que a prática fere o direito de sigilo sobre as condições de saúde do paciente. Alertou que os médicos devem acatar uma resolução anterior da entidade, que proíbe a “colocação do diagnóstico em guias de papel e solicitação de exames”. O vice-presidente da Associação Paulista de Medicina, Florisval Meinão, destaca que os dados só podem ser divulgados com a anuência dos doentes. “Caso contrário, seria uma grave violação ética, passível de punições.”

Meinão pondera que o novo modelo, batizado de Troca de Informações em Saúde Suplementar (TISS), tem o mérito de uniformizar procedimentos e contribuir para a obtenção de dados epidemiológicos atualizados, indispensáveis para orientar as políticas públicas de controle e prevenção de moléstias. No entanto, exige garantias de que o sigilo na relação entre médico e paciente seja preservado. “As informações do formulário eletrônico são criptografadas e omitem a identidade dos usuários. O mesmo não está assegurado nos documentos em papel. Não deveria existir um campo para relatar o diagnóstico nessas guias.”

A ANS garante que a privacidade das informações não corre perigo. Por meio de nota, a agência diz que o preenchimento de dados sobre a enfermidade “permanece opcional nas guias de consulta e só pode ser efetuado com autorização expressa do beneficiário”.

Ainda assim, o Conselho Federal de Medicina reitera as críticas no site oficial: “Ao tornar opcional a anotação, a ANS possibilitou que algumas operadoras exijam que médicos quebrem esse direito do paciente”. Recentemente, uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, a pedido do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), revelou que 43% dos médicos da rede privada paulista sofreram ou sofrem restrições dos planos de saúde na requisição de exames e tratamentos aos segurados.

(In: Carta Capital, nº 450, 21/06/2007)2. Leia o texto abaixo e responda às questões a seguir:

A INTENÇÃO E A REALIDADE

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Não se pode negar que a decisão a que chegaram os juízes de menores de dezessete municípios do Vale do Paraíba, proibindo a venda de cigarros a menores de 18 anos, tenha sido tomada com a melhor das intenções. Os magistrados que assinaram provimento nesse sentido o fizeram com o objetivo de proteger a saúde da juventude contra o hábito cujos efeitos perniciosos serão tanto mais graves quanto mais cedo tenha sido adquirido. Se o motivo é justo, e a intenção louvável, a medida é certamente irrealista: não haverá necessidade de muito esforço imaginativo para burlar a determinação, principalmente por estar dirigida a uma faixa etária que, em sua natural necessidade de auto-afirmação, não perde ocasião para rebelar-se contra a autoridade. E é este, aliás, um dos motivos que levam o adolescente a experimentar o primeiro cigarro, falsamente convencido de que, com tal gesto, está pondo em xeque instituições e valores considerados tradicionais e obsoletos.

Não se pode ignorar, por outro lado, o poder persuasivo dos meios de divulgação, e especialmente a TV, a que os jovens estão expostos. Numa fase de desenvolvimento da personalidade marcada por uma difícil e angustiosa construção da própria identidade, o jovem é particularmente sensível a apelos cujos conteúdos – justamente pelo grau de ilusão que encerram – são os mais atrativos.

É o caso da sofisticada e insistente publicidade em torno do cigarro feita na televisão. Associado ao lazer, a profissões e atividades socialmente reconhecidas como símbolo de status e – contraditoriamente – ao esporte; desfrutado por personagens jovens dinâmicos e cheios de vida; suporte de valores relacionados com projetos de ascensão social – o cigarro é apresentado ou como a chave para ingressar nesse mundo mágico e exclusivo, ou como a marca distintiva dos que dele fazem parte.

Não resta a menor dúvida de que a irrealidade de tais apelos não resiste à mais elementar análise. Não é à razão, contudo, que se dirigem, pois seu poder evocativo reside justamente na relação imaginária que estabelecem com o telespectador, convencendo antes pelo clima especial que produzem do que por meio de argumentações.

Nesse sentido, qualquer medida contra o tabagismo, para ser eficaz, deve levar em consideração as determinações tanto psicológicas como sociais vinculadas ao hábito de fumar, visando antes às motivações que o vício em si. É por esta razão que a simples proibição da venda de cigarros a menores de 18 anos seguramente não atingirá os objetivos que a motivaram. A decisão dos magistrados, no entanto, tem o mérito de chamar a atenção para o problema.

O tabagismo, tanto pelos riscos que representa para a saúde da população, como pela complexidade dos fatores que o determinam, não pode ser encarado com gestos apenas bem intencionados. Só será eficazmente combatido na medida em que o Juizado de Menores, as instituições médicas, pedagógicas, os meios de divulgação conjugarem esforços numa ampla campanha destinada não só a divulgar os males que origina, mas a atacar as causas que o determinam.

(Editorial, Folha de S. Paulo, 1981)a) Delimite o tópico frasal de cada parágrafo.b) Delimite o tema.c) Selecione as idéias-chave do texto.d) Elabore um parágrafo concordando ou discordando do autor.

3 – FGV 1996(Articulação entre os componentes do texto):Crie um tópico frasal às idéias exploradas no parágrafo a seguir.

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O brasileiro esperou 15 anos por este momento. Com a queda da inflação, a vida ficaria mais tranqüila, as pessoas teriam de volta segurança no emprego, bons salários e a confiança no progresso das empresas. Isso não aconteceu. A vida tornou-se mais competitiva e não há mais posições garantidas nem para as empresas nem para as pessoas. As mudanças virão cada vez mais rápidas. É preciso ficar atento: o dinheiro está mudando de mãos rapidamente no Brasil e é importante conhecer esse movimento.

(Adaptado de KANITZ, Stephen. "Era de risco". Veja, 04-10-1995.)

4. Relacione as palavras-chave do texto a seguir:

Em nenhum outro lugar a vida está sendo um jogo tão perigoso como nas grandes cidades. Na cidade grande tudo pode acontecer, quando tudo é possível está instalado o absurdo. Com este, o seu filho mais direto: o medo.

Assim, o medo é o pão cotidiano dos cidadãos, fruto das ameaças a que estão submetidos. E onde estão as ameaças está a violência. Mas abordar o tema da violência torna-se um tanto difícil, pois sua realidade percorre desde as violências vermelhas (sangrentas) até as violências brancas (como a que esmaga o empregado de linha-de-montagem que, nas grandes indústrias, é, na verdade, o prisioneiro de um campo de concentração habilmente disfarçado).

Para muitas pessoas, essas afirmações podem parecer exageradas. Isto se explica pelo fato de que escapam da nossa percepção diária aquelas situações a que estamos excessivamente habituados. Se vivêssemos no fundo do mar, a coisa da qual teríamos menos consciência constante seria a própria água. Esse comportamento abriga, primeiro, a virtude que o ser humano tem de ser muito adaptativo; segundo, o defeito que o homem tem de se adaptar até àquilo que deveria, que precisaria contestar.

(Fonte desconhecida)

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UNIDADE 12

A PARAGRAFAÇÃO NO/DO TEXTO

DISSERTATIVO

(Partes deste capítulo foram adaptados/extraídos de PACHECO, Agnelo C. A dissertação. São Paulo: Atual, 1993 e de SOBRAL, João Jonas Veiga. Redação: Escrevendo com prática. São Paulo: Iglu, 1997)

O texto dissertativo é o tipo de texto que expõe uma tese (idéias gerais sobre um assunto/tema) seguida de um ponto de vista, apoiada em argumentos, dados e fatos que a comprovem.

“A leitura auxilia o desenvolvimento da escrita, pois, lendo, o indivíduo tem contato com modelos de textos bem redigidos que, ao longo do tempo, farão parte de sua bagagem lingüística; e também porque entrará em contato com vários pontos de vista de intelectuais diversos, ampliando, dessa forma, sua própria visão em relação aos assuntos. Como a produção escrita se baseia praticamente na exposição de idéias por meio de palavras, certamente aquele que lê desenvolverá sua habilidade devido ao enriquecimento lingüístico adquirido através da leitura de bons autores.”

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No texto acima temos uma idéia defendida pelo autor:

TESE/TÓPICO FRASAL: “A leitura auxilia o desenvolvimento da escrita.”

Em seguida o autor defende seu ponto de vista com os seguintes argumentos:

ARGUMENTOS:

(1)“...lendo o indivíduo tem contato com modelos de textos bem redigidos que ao longo do tempo farão parte de sua bagagem lingüística e, também,(2) porque entrará em contato com vários pontos de vista de intelectuais diversos, (3) ampliando, dessa forma, a sua própria visão em relação aos assuntos.”

E por fim, comprovada a sua tese, veja que a idéia desta é recuperada:

CONCLUSÃO: “Como a produção escrita se baseia praticamente na exposição de idéias por meio de palavras, certamente aquele que lê desenvolverá sua habilidade devido ao enriquecimento lingüístico adquirido através da leitura de bons autores.”

Observe como o texto dissertativo tem por objetivo expressar um determinado ponto de vista em relação a um assunto qualquer e convencer o leitor de que este ponto de vista está correto. Poderíamos afirmar que o texto dissertativo é um exercício de cidadania, pois nele o indivíduo exerce seu papel de cidadão, questionando valores, reivindicando algo, expondo pontos de vista, etc.

Pode-se dizer que: A paragrafação com tópico frasal seguido pelo desenvolvimento é uma forma de organizar o raciocínio e a exposição das idéias de maneira clara e facilmente compreensível. Quando se tem um plano em que os tópicos principais foram selecionados e dispostos de modo a haver transição harmoniosa de um para outro, é fácil redigir.

O TÓPICO FRASAL DO PARÁGRAFO: geralmente vem no começo do parágrafo, seguido de outros períodos que explicam ou detalham a idéia central e podem ou não concluir a idéia deste parágrafo.

O DESENVOLVIMENTO DO PARÁGRAFO : é a explanação da idéia exposta no tópico frasal. Devemos desenvolver nossas idéias de maneira clara e convincente, utilizando argumentos e/ou idéias sempre tendo em vista a forma como iniciamos o parágrafo.

A CONCLUSÃO DO PARÁGRAFO: encerra o desenvolvimento, completa a discussão do assunto (opcional)

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UNIDADE 13

FORMAS DISCURSIVAS DO PARÁGRAFO

A) DESCRITIVA: a matéria da descrição é o objeto. Não há personagens em movimento (atemporal). O autor/produtor deve apresentar o objeto, pessoa, paisagem etc., de tal forma que o leitor consiga distinguir o ser descrito.

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B) NARRATIVA: a matéria da narração é o fato. Uma maneira eficiente de organizá-lo é respondendo a seis perguntas: O quê? Quem? Quando? Onde? Como? Por quê?

C) DISSERTATIVA: a matéria da dissertação é a análise (discussão).

ELABORAÇÃO/ PLANEJAMENTO DE PARÁGRAFOS- Ter um assunto- Delimitá-lo, traçando um objetivo: o que se pretende transmitir?- Elaborar o tópico frasal; desenvolvê-lo e concluí-lo

PARÁGRAFO-CHAVE: FORMAS PARA COMEÇAR UM TEXTO

Ao escrever seu primeiro parágrafo, você pode fazê-lo de forma criativa. Ele deve atrair a atenção do leitor. Por isso, evite os lugares-comuns como: atualmente, hoje em dia, desde épocas remotas, o mundo hoje, a cada dia que passa, no mundo em que vivemos, na atualidade, cada um deve fazer sua parte, etc.

Listamos aqui algumas formas de começar um texto. Elas vão das mais simples às mais complexas.

(Fonte: VIANA. A. C. et alii. Roteiro de Redação – lendo e argumentando. 1 ed. SP: Scipione, 2004.)

1. Uma declaração(Tema: Liberação da maconha)

“É um grave erro a liberação da maconha. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda”.

Alberto Corazza, Istoé, 20 dez. 1995.

A declaração é a forma mais comum de começar um texto. Procure fazer uma declaração forte, capaz de surpreender o leitor.

2. Definição(Tema: O mito)

“O mito, entre os primitivos, é uma forma de se situar no mundo, isto é, de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. É um modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda reflexão e não-crítico de estabelecer algumas verdades que não só explicam parte dos fenômenos naturais ou mesmo a construção cultural, mas que dão também, as formas da ação humana.”

(ARANHA, M.L. de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. SP: Moderna, 1992. p. 62.)

A definição é uma forma simples e muito usada em parágrafos-chave, sobretudo em texto dissertativos. Pode ocupar só a primeira frase ou todo o primeiro parágrafo.

3. Divisão(Tema: Exclusão social)

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“Predominam ainda no Brasil duas convicções errôneas sobre o problema da exclusão social: a de que ela deve ser enfrentada apenas pelo poder público e a de que sua superação envolve muitos recursos e esforços extraordinários. Experiências relatadas nesta Folha mostram que o combate à marginalidade social em Nova York vem contando com intensivos esforços do poder público e ampla participação da iniciativa privada.”

(Folha de S. Paulo, 17 dez. 1996.)

Ao dizer que há duas convicções errôneas, fica logo clara a direção que o parágrafo vai tomar. O autor terá de explicitá-las na frase seguinte.

4. Uma pergunta(Tema: Saúde no Brasil)

“Será que é com novos impostos que a saúde melhorará no Brasil? Os contribuintes já estão cansados de tirar dinheiro do bolso para tapar um buraco que parece não ter fim. A cada ano, somos lesados por novos impostos para alimentar um sistema que só parece piorar.”

A pergunta não é respondida de imediato. Ela serve para despertar a atenção do leitor para o tema e será respondida ao longo da argumentação.5. Oposição(Tema: A educação no Brasil)

“De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo governo. De outro, gastos excessivos com computadores, antenas parabólicas, aparelhos de videocassete. É este o paradoxo que vive hoje a educação no Brasil.”

As duas primeiras frases criam uma oposição (de um lado / de outro) que estabelecerá o rumo da argumentação.

Também se pode criar uma oposição dentro da frase, como neste exemplo:

“Vários motivos me levaram a este livro. Dois se destacam pelo grau de envolvimento: raiva e esperança. Explico-me: raiva por ver o quanto a cultura ainda é vista como algo supérfluo em nossa terra; esperança por observar quantos movimentos culturais têm acontecido em nossa história, e quase sempre como forma de resistência e/ou transformação. (...)”

(FEIJÓ, Martin César. O que é política cultural. São Paulo, Brasiliense, 1985. p. 7.)

O autor estabelece a oposição e logo depois explica os termos que a compõem.

6. Alusão histórica(Tema: Globalização)

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“Após a queda do Muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste-oeste e o mundo parece ter aberto de vez as portas para a globalização. As fronteiras foram derrubadas e a economia entrou em rota acelerada de competição.”

O conhecimento dos principais fatos históricos ajuda a iniciar um texto. O leitor é situado no tempo e pode ter uma melhor dimensão do problema.

7. Uma frase nominal seguida de explicação(Tema: A educação no Brasil)

“Uma tragédia. Essa é a conclusão da própria Secretaria de Avaliação e Informação Educacional do Ministério da Educação e Cultura sobre o desempenho dos alunos do 3o ano do 2o grau submetidos ao Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), que ainda avaliou estudantes da 4a série e da 8a série do 1o grau em todas as regiões do território nacional.”

Folha de S. Paulo, 17 dez. 1996.

A palavra “tragédia” é explicada logo depois, retomada por essa é a conclusão.

8. Adjetivação(Tema: A educação no Brasil)

“Equívoca e pouco racional. Esta é a verdadeira adjetivação para a política educacional do governo.”

(Anderson Sanches, Infocus, n. 5, ano 1, out. 1966. p. 2.)

A adjetivação inicial será a base para desenvolver o tema. O autor dirá, nos parágrafos seguintes, por que acha a política educacional do governo equivocada e pouco racional.

9. Citação(Tema: Política demográfica)

“As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não chorarem mais, trazerem a criança, jogarem num bolo de mortos, virarem as costas e irem embora.” O comentário, do fotógrafo Sebastião Salgado, falando sobre o que viu em Ruanda, é um acicate no estado de letargia ética que domina algumas nações do Primeiro Mundo.

(DI FRANCO, Carlos Alberto. Jornalismo, ética e qualidade. Rio de Janeiro, Vozes, 1995. p. 73.)

(Acicate: estímulo)

A citação inicial facilita a continuidade do texto, pois ela é retomada pela palavra comentário da segunda frase.

10. Citação de forma indireta(Tema: Consumismo)

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“Para Marx a religião é o ópio do povo. Raymond Aron deu o troco: marxismo é o ópio dos intelectuais. Mas nos Estados Unidos o ópio do povo é mesmo ir às compras. Como as modas americanas são contagiosas, é bom ver de que se trata.”

(Cláudio de Moura e Castro, Veja, 13 nov. 1996.)

Esse recurso deve ser usado quando não sabemos textualmente a citação. É melhor citar de forma indireta que de forma errada.

11. Exposição de ponto de vista oposto(Tema: O provão)

“O ministro da Educação se esforça para convencer de que o provão é fundamental para a melhoria da qualidade de ensino superior. Para isso, vem ocupando generosos espaços na mídia e fazendo milionária campanha publicitária, ensinando como gastar mal o dinheiro que deveria ser investido na educação.”

(Orlando Silva Júnior e Eder Roberto Silva, Folha de S. Paulo, 5 nov. 1996.)

Ao começar o texto com a opinião contrária, delineia-se, de imediato, qual a posição dos autores. Seu objetivo será refutar os argumentos do opositor, numa espécie de contra-argumentação.

12. Comparação(Tema: Reforma agrária)

“O tema da reforma agrária está presente há bastante tempo nas discussões sobre os problemas mais graves que afetam o Brasil. Numa comparação entre o movimento pela abolição da escravidão no Brasil, no final do século passado e, atualmente, o movimento pela reforma agrária, podemos perceber algumas semelhanças. Como na época da abolição da escravidão existiam elementos favoráveis e contrários a ela, também hoje há os que são a favor e os que são contra a implantação da reforma agrária no Brasil.”(OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à sociologia. São Paulo, Ática, 1991. p. 101.)

Para introduzir o tema da reforma agrária, o autor comparou a sociedade de hoje com a do final do século XIX, mostrando a semelhança de comportamento entre elas.

13. Retomada de um provérbio(Tema: Mídia e tecnologia)

“O corriqueiro adágio de que o pior cego é o que não quer ver se aplica com perfeição na análise sobre o atual estágio da mídia: desconhecer ou tentar ignorar os incríveis avanços tecnológicos de nossos dias, e supor que eles não terão reflexos profundos no futuro dos jornais é simplesmente impossível.”

(Jayme Sirotsky, Folha de S. Paulo, 5 dez. 1995.)

Sempre que você usar esse recurso, não escreva o provérbio simplesmente. Faça um comentário sobre ele para quebrar a idéia de lugar-comum que todos eles trazem. No exemplo acima, o autor diz “o corriqueiro adágio” e assim demonstra que está consciente de que está partindo de algo por demais conhecido.

14. Ilustração(Tema: Aborto)

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“O Jornal do Comércio, de Manaus, publicou um anúncio em que uma jovem de dezoito anos, já é mãe de duas filhas, dizia estar grávida mas não queria a criança. Ela entregaria a quem se dispusesse a pagar sua ligação de trompas. Preferia dar o filho a ter que fazer um aborto.O tema é tabu no Brasil. (...)”

(Antonio Carlos Viana, O Quê, edição de 16 a 22 jul. 1994.)

Você pode começar narrando um fato para ilustrar o tema. Veja que a coesão do parágrafo seguinte se faz de forma fácil: a palavra tema retoma a questão que vai ser discutida.

15. Uma seqüência de frases nominais (frases sem verbos) (Tema: A impunidade no Brasil)

“Desabamento de shopping em Osasco. Morte de velhinhos numa clínica do Rio. Meia centena de mortes numa clínica de hemodiálise em Caruaru. Chacina de sem-terra em Eldorado dos Carajás. Muitos meses já se passaram e esses fatos continuam impunes.”

O que se deve observar nesse tipo de introdução são os paralelismos que dão equilíbrio às diversas frases nominais. A estrutura de cada frase deve ser semelhante.

16. Alusão a um romance, um conto, um poema, um filme(Tema: A intolerância religiosa)

“Quem assistiu ao filme A rainha Margot, com a deslumbrante Isabelle Adjani, ainda deve ter os fatos vivos na memória. Na madrugada de 24 de agosto de 1572, as tropas do rei da França, sob as ordens de Catarina de Médicis, a rainha-mãe e verdadeira governante, desencadearam uma das mais tenebrosas carnificinas da História. (...) Desse horror a História do Brasil está praticamente livre. (...)”

(Veja, 25 out. 1995.)

O resumo do filme A rainha Margot serve de introdução para desenvolver o tema da intolerância religiosa. A coesão com o segundo parágrafo dá-se através da palavra horror, que sintetiza o enredo do filme contado no parágrafo inicial.

17. Descrição de um fato de forma cinematográfica(Tema: Violência urbana)

“Madrugada de 11 de agosto. Moema, bairro paulistano de classe média. Choperia Bodega – um bar da moda, freqüentado por jovens bem-nascidos.Um assalto. Cinco ladrões. Todos truculentos. Duas pessoas mortas: Adriana Ciola, 23, e José Renato Tahan, 25. Ela, estudante. Ele, dentista.”

(Josias de Souza, Folha de S.Paulo, 30 set. 1996.)

O parágrafo é desenvolvido por flashes, o que dá agilidade ao texto e prende a atenção do leitor. Depois desses dois parágrafos, o autor fala da origem do movimento “Reage São Paulo”.

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18. Omissão de dados identificadores(Tema: Ética)

“Mas o que significa, afinal, esta palavra, que virou bandeira da juventude? Com certeza não é algo que se refira somente à política ou às grandes decisões do Brasil e do mundo. Segundo Tarcísio Padilha, ética é um estudo filosófico da ação e da conduta humanas cujos valores provêm da própria natureza do homem e se adaptam às mudanças da história e da sociedade.”

(O Globo, 13 set. 1992.)

As duas primeiras frases criam no leitor certa expectativa em relação ao tema que se mantém em suspenso até a terceira frase. Pode-se também construir todo o primeiro parágrafo omitindo o tema, esclarecendo-o apenas no parágrafo seguinte.

EXERCÍCIOS

1. Leia os textos abaixo e identifique os tipos de introdução utilizados pelos autores.a) Já são quase 32 milhões de brasileiros famintos, num país que desperdiça somente o equivalente a US$ 4 milhões. Apenas 20% desse desperdício saciariam a fome de todos esses brasileiros miseráveis.

(“O avesso da fome, Jornal do Brasil, 12/9/93).

b) Betinho – Há uma relação estreita entre conjuntura e estrutura. Se eu não sou capaz de mudar alguma coisa aqui e agora, seguramente não seria capaz de mudar no futuro. Toda vitória que eu consiga hoje, por menor que seja, está criando condições para a reforma estrutural.Folha – O movimento tem um caráter filantrópico, assistencialista. A filantropia sempre foi considerada inócua e muitas vezes associada à picaretagem.Betinho – Pilantropia (ri). Esse movimento está nos obrigando a diferenciar solidariedade de assistencialismo e filantropia de Pilantropia. Para mim, solidariedade é um gesto ético, de alguém que quer acabar com uma situação, e não perpetuá-la. Já o assistencialismo é exatamente o contrário.

(De uma entrevista de Betinho ao Jornal Folha de S. Paulo, 05/09/93).

c) Mas eis que Chico Buarque, justificando sua participação no show do Memorial, veio com um argumento curioso. Você pode dizer que distribuir alimentos não resolve nada, lembrava ele, “mas não distribuir resolve alguma coisa?” Já que nada vale nada, um pouco de caridade é melhor do que nenhuma.

(Marcelo Coelho, Folha de S. Paulo, 08/09/93.)

d) Na piscina do Clube Harmonia ouvi uma senhora gordinha dizendo que a campanha contra a fome era comandada pelo PT e que tinha por objetivo arrasar com o nosso país. Outras senhoras gordinhas concordaram, repetindo a velha história de que era melhor ensinar a pescar do que dar o peixe.

(Geraldo Anhaia Mello , Painel do Leitor, Folha de S. Paulo, 09/09/93)

e) Na esperança da revolução redentora, a palavra de ordem era ensinar a pescar. Dar o peixe era o pecado assistencialista, que retardava o processo revolucionário.

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(...) Hoje sabe-se: o capitalismo não acaba com o miséria. O socialismo também não. Não há mais sonho nem utopia. Resta apenas a concretude tenebrosa da miséria (...) não se está sugerindo que a sociedade assuma o papel do Estado. Mas é importante compreender: é a sociedade que muda o Estado, não o contrário. (...) (o cidadão) morrerá, como têm morrido milhares, se alguém não lhe der comida.

(Alcione Araújo, Caderno FOME, Jornal do Brasil, 12/09/93.)

2. Leia o texto a seguir e analise-o de acordo com o que você aprendeu neste capítulo

3. Indique o tópico frasal, os três argumentos e a conclusão do seguinte texto:

“O fumo deve ser proibido em qualquer lugar fechado que reúna várias pessoas, pois

é sabido por todos que, tanto fumantes como não-fumantes, são prejudicados pela

fumaça do cigarro. Além de atacar o pulmão de todos provocando o câncer, ele

contribui consideravelmente para o aumento da poluição do ar, que já não anda

muito bom devido ao excesso de automóveis e gases poluentes das indústrias.

Portanto, a proibição do fumo em lugares fechados, além de uma medida saudável, é

uma prevenção de futuras doenças para a sociedade em geral.”

Leia o texto a seguir para responder às questões propostas.

Sobre Política e Jardinagem Leia o texto a seguir para responder às questões propostas.

Rubem Alves" Escrevo para você, jovem, para seduzi-lo à vocação política. Talvez haja um jardineiro adormecido dentro de você"

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De todas as vocações, a política é a mais nobre. Vocação, do latim "vocare", quer dizer "chamado". Vocação é um chamado de amor por um "fazer". No lugar desse "fazer" o vocacionado quer "fazer amor" com o mundo. Psicologia de amante: faria, mesmo que não ganhasse nada.

" Política" vem de "polis", cidade. A cidade era, para os gregos, um espaço seguro, ordenado e manso, onde os homens podiam se dedicar à busca da felicidade. O político seria aquele que cuidaria deste espaço. A vocação política, assim, estaria a serviço da felicidade dos moradores da cidade.

Talvez por terem sido nômades no deserto, os hebreus não sonhavam com cidades; sonhavam com jardins. Quem mora no deserto sonha com oásis. Deus não criou uma cidade. Ele criou um jardim. Se perguntássemos a um profeta hebreu "o que é política?", ele nos responderia: "A arte da jardinagem aplicada às coisas públicas".

O político por vocação é um apaixonado pelo grande jardim para todos. Seu amor é tão grande que ele abre mão do pequeno jardim que ele poderia plantar para si mesmo. De que vale um pequeno jardim se a sua volta está o deserto? É preciso que o deserto inteiro se transforme em jardim.

Amo a minha vocação que é escrever. Literatura é uma vocação bela e fraca. O escritor tem amor, mas não tem poder. Mas o político tem. Um político por vocação é um poeta forte: ele tem o poder de transformar poemas sobre jardins em jardins de verdade.

A vocação política é transformar sonhos em realidade. É uma vocação tão feliz que Platão sugeriu que os políticos não precisavam possuir nada: bastar-lhes-ia o grande jardim para todos. Seria indigno que o jardineiro tivesse um espaço privilegiado, melhor e diferente do espaço

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ocupado por todos. Conheci e conheço muitos políticos por vocação. Sua vida foi e continua a ser um motivo de esperança.

Vocação é diferente de profissão. Na vocação a pessoa encontra a felicidade na própria ação. Na profissão o prazer se encontra não na ação. O prazer está no ganho que dela se deriva. O homem movido pela vocação é um amante. Faz amor com a amada pela alegria de fazer amor. O profissional não ama a mulher. Ele ama o dinheiro que recebe dela. É um gigolô.

Todas as vocações podem ser transformadas em profissões. O jardineiro por vocação ama o jardim de todos. O jardineiro por profissão usa o jardim de todos para construir seu jardim privado, ainda que, para que isso aconteça, ao seu redor aumente o deserto e o sofrimento.

Assim é a política. São muitos os políticos profissionais. Posso, então, enunciar minha segunda tese: de todas as profissões, a política é a mais vil. O que explica o desencantamento total do povo, em relação à política. Guimarães Rosa, questionado por Günter Lorenz se ele se considerava político, respondeu: "Eu jamais poderia ser político com toda essa charlatanice da realidade. Ao contrário dos legítimos políticos, acredito no homem e lhe desejo um futuro. O político pensa apenas em minutos. Sou escritor e penso em eternidades. Eu penso na ressurreição do homem".

Quem pensa em minutos não tem paciência para plantar árvores. Uma árvore leva anos para crescer. É mais lucrativo cortá-las.

Nosso futuro depende dessa luta entre políticos por vocação e políticos por profissão. O triste é que muitos que sentem o chamado da política não têm coragem de atendê-lo, por medo da vergonha de ser confundido com gigolôs e de ter de conviver com gigolôs.

Escrevo para você, jovem, para seduzi-lo à vocação política. Talvez haja um jardineiro adormecido dentro de você. A escuta da vocação é difícil, porque ela é perturbada pela gritaria das escolhas esperadas, normais, medicina, engenharia, computação, direito, ciência. Todas elas são legítimas, se forem vocação. Mas todas elas são afunilantes: vão colocá-lo num pequeno canto do jardim, muito distante do lugar onde o destino do jardim é decidido. Não seria muito mais fascinante participar dos destinos do jardim?

Acabamos de celebrar os 500 anos do Descobrimento do Brasil. Os descobridores, ao chegarem, não encontraram um jardim. Encontraram uma selva. Selva não é jardim. Selvas são cruéis e insensíveis, indiferentes ao sofrimento e à morte. Uma selva é uma parte da natureza ainda não tocada pela mão do homem.

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Aquela selva poderia ter sido transformada num jardim. Não foi. Os que sobre ela agiram não eram jardineiros, mas lenhadores e madeireiros. Foi assim que a selva, que poderia ter se tornado jardim, para a felicidade de todos, foi sendo transformada em desertos salpicados de luxuriantes jardins privados onde poucos encontram vida e prazer.

Há descobrimentos de origens. Mais belos são os descobrimentos de destinos. Talvez, então, se os políticos por vocação se apossarem do jardim, poderemos começar a traçar um novo destino. Então, em vez de desertos e jardins privados, teremos um grande jardim para todos, obra de homens que tiverem o amor e a paciência de plantar árvores em cuja sombra nunca se assentariam.

Rubem Alves é educador, escritor, psicanalista e professor emérito da Unicamp.

(Folha de S. Paulo, Tendências e Debates, 19/05/2000.)

Exercícios

1. Podemos afirmar que o texto de Rubem Alves é uma carta argumentativa. Que elementos estruturais nos levam a essa afirmação? Justifique sua resposta com elementos do texto.

2. Centre sua atenção no assunto tratado pela carta. Poderíamos afirmar que há um “tema” abordado pelo autor. Que tema é esse?

3. Com base na leitura dos quatro primeiros parágrafos, responda:

a. De qual argumento/afirmação parte Rubem Alves no primeiro parágrafo?b. Retire do texto dois argumentos por definição empregados pelo autor para

justificar/explicar tal afirmação.c. Há algum argumento por alusão histórica? Qual?d. A partir daí, o autor conclui que “político por vocação

é............................................................

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e. .”, abrindo mão do “...................................................................................................................”

f. Dessa forma, o autor pretende fazer com que o leitor aceite como ( ) válida ( ) falsa a primeira afirmação sobre a “natureza política”.

4. No 5º parágrafo, o autor afirma que a “literatura é uma vocação bela e fraca”.a. Qual o sentido dessa afirmação na estrutura argumentativa da carta?b. Em qual parágrafo ele retoma esse argumento? Por quê?

5. Agora, volte sua atenção para as idéias que estão expostas nos parágrafos 7 e 8. a. O autor explica a diferença entre vocação e profissão. Que diferença é essa?b. O objetivo do autor é, a partir dessa diferenciação, definir um outro tipo de político: o

“político profissional”. O que significa, segundo o autor, ser esse tipo de político?

6. No 9º parágrafo, Rubem Alves enuncia uma outra tese, conforme ele próprio afirma. Que tese é essa?

7. De que maneira Rubem Alves conclui seu texto?

UNIDADE 14

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ARTICULAÇÃO ENTRE PARÁGRAFOS - COESÃO E COERÊNCIA

Quando escrevemos um texto, uma das maiores preocupações é como amarrar a frase seguinte à anterior. Isso só é possível se dominarmos os princípios básicos de coesão. A casa frase enunciada devemos ver se ela mantém um vínculo com a anterior ou anteriores para não perdermos o fio do pensamento. De outra forma, teremos uma seqüência de frases sem sentido, sucedendo-se umas às outras sem muita lógica, sem nenhuma coerência.

A coesão, no entanto, não é só esse processo de olhar constantemente para trás. É também o de olhar adiante. Um termo pode esclarecer-se somente na frase seguinte. Se minha frase inicial for Pedro tinha um grande desejo, estou criando um movimento para adiante. Só vamos saber de que desejo se trata na próxima frase: Ele queria ser escritor. O importante é cada enunciado estabelecer relações estreitas com os outros a fim de se tornar sólida a estrutura do texto.

A coerência exige uma concatenação perfeita entre as diversas frases, sempre em busca de uma unidade de sentido. Você não pode dizer, por exemplo, numa frase, que o “desarmamento da população pode contribuir para diminuir a violência”, e, na seguinte, escrever: “Além disso, ele não viajou ontem”. É flagrante a incoerência existente entre elas.

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Alguns recursos de coesãoPara escrever de forma coesa, há uma série de recursos, como:

1. Epítetos: Palavra ou frase que qualifica pessoa ou coisa: Ex. Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta mais famoso do cinema brasileiro tenha morrido tão cedo. Glauber rocha foi substituído pelo qualificativo o cineasta mais famoso do cinema brasileiro.

2. Nominalizações: Quando se emprega um substantivo que remete a um verbo enunciado anteriormente, ou o contrário: um verbo retoma um substantivo já enunciado. Ex. Eles foram testemunhar o caso. O juiz disse que o testemunho não era válido por serem parentes do assassino. Ex.2: Os grevistas paralisaram as atividades da fábrica. A paralisação durou uma semana. Ex. 3: Ele não suportou a agressão das palavras. Agredir uma pessoa causa implicações sérias.

3. Palavras ou expressões sinônimas ou quase-sinônimas. Ex. Os quadros de Van Gogh não tinham valor em sua época. Houve telas que serviram até de porta de galinheiro. Ex.2: A porta se abriu e apareceu uma menina. A garotinha tinha olhos verdes e pele morena.

4. Um termo-síntese: Palavra ou expressão que sintetiza o que foi dito: O país é cheio de entraves burocráticos. É preciso preencher um sem-número de papéis. Depois, pagar uma infinidade de taxas. Todas essas limitações acabam prejudicando o importador.

5. Pronomes. Ex.1. Vitaminas fazem bem à saúde. Mas não devemos tomá-las ao acaso. Ex.2: O colégio é um dos melhores da cidade. Seus dirigentes se preocupam muito com a educação integral. Ex.3: Aquele político tem um discurso muito convincente. Ele já foi eleito três vezes. Ex.4: Há uma grande diferença entre Paulo e Maurício. Este guarda rancor de todos, enquanto aquele tende a perdoar.

6. Numerais. Ex.1: Não se pode dizer que a turma esteja mal preparada. Um terço pelo menos parece estar dominando o assunto. Ex.2: Recebemos dois telegramas. O primeiro confirmava a sua chegada; o segundo dizia justamente o contrário.

7. Advérbios pronominais (aqui, lá, ali, aí...). Ex. Não podíamos deixar de ir ao Louvre. Lá está a obra-prima de Leonardo da Vinci: a “Mona Lisa”.

8. Elipse: É a omissão de uma ou mais palavras que facilmente se subentendem. Ex. O ministro foi o primeiro a chegar. (Ele) Abriu a sessão às oito em ponto e (ele) fez então o seu discurso emocionado.

9. Metonímia: É o processo de substituição de uma palavra por outra, pelo emprego da causa em vez do efeito, do todo pela parte, do continente pelo conteúdo, etc., e vice-versa. Ex. O governo tem se preocupado com os índices de inflação. O Planalto diz que não aceita qualquer demarcação de preço. Ex.2: Santos Dumont chamou a atenção de toda Paris. O Sena curvou-se diante de sua invenção.

10.Associação. Quando uma palavra retoma outra porque mantém com ela, em determinado contexto, vínculos precisos de significação. Ex. São Paulo é sempre vítima das enchentes de verão. Os alagamentos prejudicam o trânsito, provocando grandes engarrafamentos. A palavra alagamentos surgiu por estar associada a enchentes. Mas poderia ter sido usada uma outra como transtornos, acidentes, transbordamentos etc.

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Exercício 1.Utilizando os elementos de coesão, reescreva o texto, substituindo os

elementos repetidos quando necessário:Todos ficam sempre atentos quando se fala de uma um casamento de

Elizabeth Taylor. Casadoura inveterada, Elizabeth Taylor já está em seu oitavo casamento. Agora, diferentemente das outras vezes, o casamento de Elizabeth Taylor foi com um homem do povo que Elizabeth Taylor encontrou numa clínica para tratamento de alcoólatras, onde Elizabeth Taylor estava. Com toda pompa, o casamento foi realizado na casa do cantor Michael Jakson e a imprensa ficou proibida de assistir ao casamento de Elizabeth Taylor com um homem do povo. Ninguém sabia se será o último casamento de Elizabeth Taylor.

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2. Complete as lacunas de modo a tornar os textos claros e coesos.

a) O dia ......................................................conheci você foi muito importante.

b) A cidade ..........................................passei era maravilhosa.

c) A sala .................................................tudo ocorreu tornou-se inesquecível.

d) A garota ......................................................... pais são médicos é fascinante.

e) Muitos candidatos ........................................ compareceram não reuniam condições favoráveis.

f) O filme, ....................................... gostaram muito, é uma produção européia.

g) Estudei algumas línguas, ....................................................não falo muito bem.

h) Freqüentei escolas .............................................................cursos não eram bons.

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i) A faculdade ...................................................... estudo agora está abrindo meus horizontes.

j) O livro, ....................................me referi, é aquele, de capa azul.

3. Abaixo temos alguns fragmentos de textos que apresentam algum tipo de

incoerência. Aponte-os e discuta a razão dessas incoerências.

a) Conheci Sheng no primeiro colegial e aí começou um namoro apaixonado

que dura até hoje e talvez para sempre. Mas não gosto da sua família:

repressora, preconceituosa, preocupada em manter as milenares tradições

chinesas. O pior é que sou brasileira, detesto comida chinesa e não sei

comer com pauzinhos. Em casa, só falam chinês e de chinês eu só sei o

nome do Sheing. No dia do seu aniversário, já fazia dois anos de namoro,

ele ganhou coragem e me convidou para jantar em sua casa. Eu não podia

recusar e fui. Fiquei conhecendo os velhos, conversei com eles, ouvi muitas

histórias da família e da China, comi tantas coisas diferentes que nem sei.

Depois fomos ao cinema eu e o Sheing.

b) O quarto espelha características de seu dono: um esportista, que adorava a

vida ao ar livre e não tinha o menor gosto pelas atividades intelectuais. Por

toda a parte, havia sinais disso: raquetes de tênis, prancha de surf,

equipamento de alpinismo, skate, um tabuleiro de xadrez com as peças arrumadas

sobre uma mesinha, as obras completas de um poeta inglês.

c) Era meia-noite. Oswald preparou o despertador para acordar às seis da manhã e encarar

mais um dia de trabalho. Ouvindo o rádio, deu conta de que fizera sozinho a quina da loto.

Fora de si, acordou toda a sua família e bebeu durante a noite inteira. Às quinze para as

seis, sem forças sequer para erguer-se da cadeira, o filho mais velho teve de carregá-lo 90

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para a cama. Não tinhas mais força nem para erguer o braço. Quando o despertador tocou,

Oswald, esquecido da loteria, pôs-se imediatamente de pé e ia preparar-se para ir trabalhar.

Mas o filho, rindo, disse: pai, você não precisa trabalhar nunca mais na vida.

4. Leia o texto abaixo e responda às questões propostas:

Diário de um Louco

Era noite e o sol raiava no horizonte. Estava eu andando parado e sentado numa pedra de algodão. Longe dali e bem perto, havia um bosque sem árvores, onde os passarinhos pastavam, vacas pulavam de galho em galho e os elefantes tomavam sol à sombra de um pé de alface. Mais à direita, seguindo pela esquerda, havia um lago com solo pedregoso, no qual os peixinhos nadavam e aos poucos morriam afogados. Resolvi voltar pra casa e entrei pela porta da frente, que ficava nos fundos. Entrei sem sair do meu quarto, onde deitei o paletó na cama e pendurei-o no cabide. Passei a noite em claro pois esqueci a luz acesa. Almocei no banheiro e, assim que terminei o almoço, senti um gosto horrível na boca, e concluí que havia almoçado um guardanapo e limpado a boca com o bife. Fui rápido e vagarosamente para o jardim onde, na falta de flores, substituí-as por canetas bic e encontrei um papel em branco onde estava escrito (...)

Autor Anônimo

a) O trecho transcrito acima pode provocar risos no leitor. A que se deve esse efeito cômico do texto? Dê exemplos.

5. Leia o texto abaixo e responda às questões propostas:

A Televisão e a Sociedade

É evidente que a televisão é uma realidade no cotidiano de inúmeras sociedades. Não há dúvida, também, de que este meio de comunicação leva as pessoas a serem bem informadas e instruídas. É um fato que uma boa parte do nosso conhecimento vem da televisão. São inúmeros, por exemplo, os programas televisivos educativos, que falam sobre a natureza, sobre a saúde, sobre as artes, etc. Ela pode ser igualmente considerada como um instrumento de cultura e de lazer. Ou seja, permite que o homem conheça lugares que, muitas vezes, não terá a oportunidade de conhecer pessoalmente; dá acesso a espetáculos, como peças de teatro, filmes ou apresentações musicais; apresenta histórias, debates e

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curiosidades sobre os mais variados assuntos. Enfim, cabe ao espectador escolher de que forma ele irá se entreter ou de que forma ele irá aprender. A TV, como a vemos hoje em dia, acaba menosprezando o espectador. Há uma quantidade enorme de informações provenientes da televisão, e estas informações podem ser extremamente superficiais e manipuladoras. Muitos programas televisivos transmitem as informações de maneira que faça com que o espectador seja influenciado e aceite tudo passivamente. Assim, informações que possam ser contraditórias são omitidas. Grandes reportagens, por exemplo, podem ser constituídas de montagens, com corte de imagens ou deturpação de falas. Outro aspecto negativo da televisão atual é a baixa qualidade de conteúdo. A televisão pode contribuir para que o homem adquira conhecimento. Se levarmos em consideração a programação de um canal televisivo durante um dia, veremos que o número de programas que têm um bom conteúdo e que são realmente interessantes é muito menor do que o número de programas que têm como objetivo apenas "distrair" o espectador por algumas horas, subestimando-o. É possível dizer que a televisão, atualmente, é o meio de comunicação com maior repercussão na sociedade, por isso, deixa muito a desejar.

a) O texto acima pode ser considerado incoerente. Por quê?

b) Faça modificações que tornem o texto coerente.

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Leia o texto a seguir e observe sua construção.

COMO SE CONJUGA UM EMPRESÁRIOMino

Acordou. Levantou-se. Aprontou-se. Lavou-se. Barbeou-se. Enxugou-se. Perfumou-se. Lanchou. Escovou. Abraçou. Saiu. Entrou. Cumprimentou. Orientou. Controlou. Advertiu. Chegou. Desceu. Subiu. Entrou. Cumprimentou. Assentou-se. Preparou-se. Examinou. Leu. Convocou. Leu. Comentou. Interrompeu. Leu. Despachou. Vendeu. Vendeu. Ganhou. Ganhou. Ganhou. Lucrou. Lucrou. Lucrou. Lesou. Explorou. Escondeu. Burlou. Safou-se. Comprou. Vendeu. Assinou. Sacou. Depositou. Depositou. Associou-se. Vendeu-se. Entregou. Sacou. Depositou. Despachou. Repreendeu. Suspendeu. Demitiu. Negou. Explorou. Desconfiou. Vigiou. Ordenou. Telefonou. Despachou. Esperou. Chegou. Vendeu. Lucrou. Lesou. Demitiu. Convocou. Elogiou. Bolinou. Estimulou. Beijou. Convidou. Saiu. Chegou. Despiu-se. Abraçou. Deitou-se. Mexeu. Gemeu. Fungou. Babou. Antecipou. Frustrou. Virou-se. Relaxou-se. Envergonhou-se. Presenteou. Saiu. Despiu-se. Dirigiu-se. Chegou. Beijou. Negou. Lamentou. Justificou-se. Dormiu. Roncou. Sonhou. Sobressaltou-se. Acordou. Preocupou-se. Temeu. Suou. Ansiou. Tentou. Despertou. Insistiu. Irritou-se. Temeu. Levantou. Apanhou. Rasgou. Engoliu. Bebeu. Dormiu. Dormiu. Dormiu. Dormiu. Acordou. Levantou-se. Aprontou-se...

Analisando e interpretando1. O que nos mostra o texto?2. Que classe de palavras foi usada no texto?3. O que falta ao texto lido?4. Mesmo com essa falta, pode-se entender o texto?3. O que quer retratar o autor do texto?

ARTICULAÇÃO ENTRE OS PARÁGRAFOS

A articulação dos/entre parágrafos depende da coesão e coerência. Sem um deles, ainda assim, é possível haver entendimento textual, entretanto, há necessidade de ter domínio da língua e do contexto para escrever um texto de tal forma. Dependendo da tipologia textual, a articulação textual se dá de forma diferente. Na narração, por exemplo, não há necessidade de ter um parágrafo com mais de um período. Um parágrafo narrativo pode ser apenas “Oi”. Já a dissertação necessita ter ao menos um parágrafo com introdução e desenvolvimento (conclusão; opcional). Assim também varia a necessidade de números de parágrafos para cada texto. Para se obter um bom texto, são necessários também: concisão, clareza, correção, adequação de linguagem, expressividade.

UNIDADE 15

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COERÊNCIA E COESÃO

Para não ser ludibriado pela articulação do contexto, é necessário que se esteja atento à coesão e à coerência textuais.

Coesão textual É o que permite a ligação entre as diversas partes de um texto. Pode-se dividir em três segmentos:

1. Coesão referencial

É a que se refere a outro(s) elemento(s) do mundo textual. Exemplos:

a) O presidente George W.Bush ficou indignado com o ataque no World Trade Center. Ele afirmou que “castigará” os culpados. (retomada de uma palavra gramatical – referente “Ele” + “ Presidente George W. Bush”)

b) De você só quero isto: a sua amizade (antecipação de uma palavra gramatical – “isto” = “a sua amizade”

c) O homem acordou feliz naquele dia. O felizardo ganhou um bom dinheiro na loteria. ( retomada por palavra lexical – “o felizardo” = “o homem”)

2. Coesão seqüencial – é feita por conectores ou operadores discursivos, isto é, palavras ou expressões responsáveis pela criação de relações semânticas (causa, condição, finalidade, etc.). São exemplos de conectores: mas, dessa forma, portanto, então, etc. (olhar a lista no final desse capítulo ). Exemplo:

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a) Ele é rico, mas não paga suas dívidas.

Observe que o vocábulo “mas” não faz referência a outro vocábulo; apenas conecta (liga) uma idéia a outra, transmitindo a idéia de compensação.

3. Coesão recorrencial – é realizada pela repetição de vocábulos ou de estruturas frasais semelhantes.Exemplos:

a) Os carros corriam, corriam, corriam.b) O aluno finge que lê, finge que ouve, finge que estuda.c)

Coerência textual é a relação que se estabelece entre as diversas partes do texto, criando uma unidade de sentido. Está ligada ao entendimento, à possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou lê.

OBS: pode haver texto com a presença de elementos coesivos, e não apresentar coerência. Exemplo:

O presidente George W.Bush está descontente com o grupo Talibã. Estes eram estudantes da escola fundamentalista. Eles, hoje, governam o Afeganistão. Os afegãos apóiam o líder Osama Bin Laden. Este foi aliado dos Estados Unidos quando da invasão da União Soviética ao Afeganistão.

Comentário: Ninguém pode dizer que falta coesão a este parágrafo. Mas de que se trata mesmo? Do descontentamento do presidente dos Estados Unidos? Do grupo Talibã? Do povo Afegão? De Osama Bin Laden? Embora o parágrafo tenha coesão, não apresenta coerência, entendimento.

Ao construir-se um texto, há palavras e expressões que garantem transições bem feitas e que estabelecem relações lógicas entre as diferentes idéias apresentadas no texto. Vejamos algumas palavras que ajudam a dar coesão e coerência ao texto:

RELAÇÃO LÓGICA PALAVRAS E EXPRESSÕES

Adição, seqüência de informações, progressão discursiva

E, não só...mas também, não só...como também, bem como, não só... mas ainda

Alternativas, escolhas Ou, ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...sejaOposição entre significados explícitos ou implícitos de duas partes do texto

Mas, porém, contudo, entretanto, todavia, no entanto

Conclusão Logo,pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim, para concluir, finalmente, em resumo, então

Justificativa ou explicação de Que, porque, pois, porquanto, como, pois que, uma

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um fato vez que, visto que, já que

Contradição e concessão (admissão de um argumento como válido pra, em seguida, negar seu valor argumentativo)

Embora, ainda que, mesmo que, se bem que, posto que, por mais que

Condição ou hipótese necessária para que se realize o fato

Se, contanto que, salvo se, desde que, a menos que, a não ser que, caso

Explicitar, confirmar ou ilustrar o que se disse anteriormente

Assim, desse modo

Introdução de argumento ou inclusão de um elemento a mais dentro de um conjunto

Ainda, ademais, igualmente importante, adicionalmente, também.

Conformidade de um pensamento com outro

Conforme, de acordo com, como, segundo

Introdução de argumento decisivo

Além do mais, além de tudo, além disso

Finalidade ou objetivo do fato Para que, a fim de que, porque, que

Tempo Quando, enquanto, assim que, logo que, todas as vezes que, desde que, mal, sempre que, assim que, antes, após, previamente, subseqüentemente, simultaneamente,Recentemente, imediatamente, atualmente

Comparação Como, assim como, tal como, como se, tão ...como, tanto ...como, tanto quanto, tal, qual, tal qual, que (combinado com menos ou mais)

Conseqüência De sorte que, de modo que, de forma que, sem que, tal ...que, tamanho... que, tanto ...que

Similaridade Igualmente, da mesma forma, assim como

Causalidade Em decorrência de, devido a, por causa de

Esclarecimentos ou retificações

Isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras

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Verossimilhança Na verdade

Proporcionalidades À medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais...menos, quanto mais ...mais, quanto menos... mais, quanto menos... menos

Obs.: As preposições também são importantes elementos de coesão: de, em, por, a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, por , perante, sem, sobre, sob, trás

EXERCÍCIOS

1. Use os mecanismos de coesão textual nas frases a seguir:

a) O presidente esteve na França ontem. O presidente disse na França que o Brasil está controlando bem a inflação.

b) Comprei muitas frutas e coloquei as frutas na geladeira.

c) Acabamos de receber dez caixas de canetas. Estas canetas devem ser encaminhadas para o almoxarifado.d) As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os seus automóveis a fim de vender automóveis mais barato. O cliente vai à revendedora de automóveis com pouco dinheiro e, se tiver que pagar mais caro pelo automóvel, terá prejuízo.

e) Eu fui à escola, na escola encontrei meus amigos que há muito tempo não via, eu convidei alguns amigos da escola para ir ao cinema.

f) O professor chegou atrasado, e ele começou a ditar matérias sem parar um instante, o professor é meio estranho, ele mal conversa com a classe, a classe não gosta muito do professor.

i) Minha namorada estuda inglês. Minha namorada sempre gostou de inglês.

2. Ligue os períodos com auxílio de conjunções (conectivos):

a) Todos participaram das festas. Alguns não gostaram muito.

b) Estudamos muito para o vestibular. Conseguiremos a vaga tranqüilamente.

c) O réu não depôs. Não se sentia bem no dia.

d) É importante a contribuição de todos no revezamento de veículos. Possamos respirar um ar saudável.

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e) O tempo vai passando, vamos ficando mais experientes.

f) O fumo deveria ser proibido em locais públicos. O fumo faz muito mal à saúde.

g) Você tenha tempo, apareça aqui para tomarmos um café.

h) Ela tem bastante dinheiro. Ela viajará nas férias.

i) O professor de matemática é muito sério. O professor de redação é um figurão.

3. Leia o texto a seguir e responda às questões propostas:

“João Carlos vivia em uma pequena casa construída no alto de uma colina, cuja frente dava para leste. Desde o pé da colina se espalhava em todas as direções, até o horizonte, uma planície de areia. Na noite em que completava 30 anos, João, sentado nos degraus da escada colocada à frente de sua casa, olhava o sol poente e observava como a sua sombra ia diminuindo no caminho coberto de grama. De repente, viu um cavalo que descia para a sua casa. As árvores e as folhagens não o permitiam ver distintamente; entretanto observou que o cavalo era manco. Ao olhar de mais perto verificou que o visitante era seu filho Guilherme, que há 20 anos tinha partido para alistar-se no exército, e, em todo este tempo, não havia dado sinal de vida. Guilherme, ao ver seu pai, desmontou imediatamente, correu até ele, lançando-se nos seus braços e começando a chorar”.

(Fonte: CEREJA, R. W. e MAGALHÃES, T.C. Gramática reflexiva. São Paulo: Atual, 1999, p. 38)

a) Além do domínio vocabular e sintático da língua, o texto também apresenta marcas de coesão. Destaque do texto:

b) dois exemplos de coesão, nos quais uma palavra retoma um termo já expresso;____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

c) dois exemplos de marcadores temporais que dão idéia de seqüência dos fatos;____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

d) um conector (conectivo, conjunção) que estabeleça uma relação de oposição entre duas idéias.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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e) Apesar de aparentemente bem redigido, o texto apresenta sérios problemas de coerência, o que o torna inadequado. A fim de constatar os problemas de coerência do texto, encontre pelo menos duas incoerências e explique-as.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Reelabore as seguintes frases, usando o conectivo apropriado que está entre parênteses:

a) Faça o trabalho prometido, ou você terá problemas. (sem que, embora, a menos que, contanto que)

Você terá problemas...

b) Ele não teve condições de se preparar, no entanto esforçou-se em fazer uma boa apresentação. (embora, visto que, desde que, porque)

Esforçou-se em fazer uma boa apresentação, ...

c) Insiste em entrar na reunião, ainda que não pertença à diretoria do clube. (porém, se bem que, portanto, por isso).

Não pertence à diretoria do clube...

d) Não sabendo a resposta, quis olhar a prova do colega. (logo que, porque, para que, por isso).

Quis olhar a prova do colega...

5. Reescreva os trechos a seguir de forma a eliminar a incoerência:

a) Fazendo sucesso com a sua nova clínica, a psicóloga Iracema Leite Ferreira Duarte, localizada na rua Campo Grande, 159...

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) Embarcou para São Paulo Maria Helena Arruda, onde ficará hospedada no luxuoso hotel Maksoud Plaza.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

c) “A oncocercose é uma doença típica de comunidades primitivas. Não foi desenvolvido ainda nenhum medicamento ou tratamento que possibilite o restabelecimento da visão. Após ser picado pelo mosquito, o parasita (agente da

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doença) cai na circulação sangüínea e passa a provocar irritações oculares até a perda total da visão.” (F.S.P., 2/11/90)

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

d) “O presidente americano (...) produziu um espetáculo cinematográfico em novembro passado na Arábia Saudita, onde comeu peru fantasiado de marine no mesmo bandejão em que era servido aos soldados americanos”.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

(Veja, 9/1/91)

e) “Zélia Cardoso de Mello decidiu amanhã oficializar sua união com Chico Anysio”.

(A Tarde, 16/9/94) ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6. Explique como poderíamos solucionar estes problemas:

a) O marido desconfia que sua esposa o trai com seu chefe, um colega mostra a foto dos dois, possíveis amantes, em uma loja de roupas íntimas femininas.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) (Unicamp/SP) Quando o treinador Leão foi escolhido para dirigir a seleção brasileira de futebol, o jornal Correio Popular publicou um texto com muitas imprecisões, do qual consta a seguinte passagem:

“Durante sua carreira de goleiro, iniciada no Comercial de Ribeirão Preto, sua terra natal, Leão, de 51 anos, sempre impôs seu estilo ao mesmo tempo arredio e disciplinado. Por outro lado, costumava ficar horas aprimorando seus defeitos após os treinos. Ao chegar à seleção brasileira em 1970, quando fez parte do grupo que conquistou o tricampeonato mundial, Leão não dava um passo em falso. Cada atitude e cada declaração eram pensadas com um racionalismo típico de sua família, já que seus outros dois irmãos, Edmilson, 53 anos, e Édson, 58, são médicos”.

(Correio Popular, Campinas, 20.10.00)I) O que aconteceria com Leão se ele, efetivamente, ficasse “aprimorando seus defeitos”? Reescreva o trecho de maneira a eliminar o equívoco.

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________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Por que o emprego da palavra “racionalismo” é inadequado na passagem “Cada atitude e cada declaração eram pensadas com um racionalismo típico de sua família, já que seus outros dois irmãos, Edmilson, 53 anos, e Édson, 58, são médicos”? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

UNIDADE 16101

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ESTRATÉGIAS DE ANÁLISE DE TEXTOS – ESTRATÉGIAS DE LEITURAIDENTIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS, DOS ARGUMENTOS E DAS CONCLUSÕES NUM TEXTO

Vejamos a seguinte situação:

“Os habitantes de certas comunidades, como algumas da Síria e da África, consideram o amor como um empecilho ao sucesso de um casamento. Para eles, a vida em comum é assunto muito sério para ser tratado por jovens inexperientes. Pessoas apaixonadas não estão capacitadas a discutir assuntos tão pouco românticos como ‘status’ social, multiplicação de fortunas, saúde, linguagem familiar e meios de sobrevivência. Sentimentos amorosos e atração física são fatores secundários quando se trata de arranjos de interesse social ¾ como é o casamento para aqueles povos. À família cabe, portanto, todos os acertos para o matrimônio, e o namoro é um assunto à parte, um divertimento próprio para a juventude.”

(Livro da Vida. Enciclopédia Semanal Ilustrada nº 5)Portanto temos:

Assunto: O amor ¾ Delimitação do assunto: O amor como empecilho ao casamentoObjetivo: Evidenciar que certas culturas consideram o amor como um obstáculo ao sucesso da união conjugal.Tópico frasal: “Os habitantes de certas comunidades, como algumas da Síria e da África, consideram o amor como um empecilho ao sucesso de um casamento”.Desenvolvimento:1. A seriedade da vida conjugal e a inexperiência dos jovens;2. A incapacidade dos apaixonados no trato de determinados assuntos;3. A preponderância do interesse social em relação aos sentimentos amorosos e à atração física.Conclusão: “À família cabe, portanto, todos os acertos para o matrimônio, e o namoro é um assunto à parte, um divertimento próprio para a juventude”.

ANÁLISE DE TEXTO

Leia o texto com atenção e, a seguir, indique o que se pede abaixo:(Fonte desta análise: Profa. Alice Yoko Horikawa)

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A EUTANÁSIA EM DISCUSSÃORoberto Pompeu de Toledo

O médico Bernard Kouchner, ministro da Saúde da França, é das pessoas mais respeitadas do país. Com certeza é a mais respeitada do governo, dona de autoridade moral construída ao longo de uma vida de dedicação aos doentes, feridos e carentes. Kouchner foi um dos fundadores, em 1971, da organização Médicos sem Fronteiras, contemplada, em 1999, com o Prêmio Nobel da Paz. Como médico sem fronteira, esteve nos lugares onde menos valia a pena estar, e nos momentos em que menos valia a pena se deslocar até eles – Vietnã, Camboja, Biafra, Líbano, El Salvador, Honduras. Quer dizer: menos valia a pena para uma pessoa comum. Para ele, como pessoa incomum, só valiam a pena esses lugares, e só em ocasiões em que estivessem assolados por guerras, fomes ou pestes.

Na semana passada, Kouchner reavivou uma polêmica ao revelar, numa entrevista publicada pela revista holandesa Vrij Nederland, que "muitas vezes" praticou a eutanásia, nos anos 70, à época em que assistia vítimas de guerra no Vietnã e no Líbano. "Quando as pessoas sofriam muito e eu sabia que iam morrer, eu as ajudava", disse. Kouchner dava-lhes injeção de morfina, "muita morfina". "São pessoas das quais me lembro muito bem", acrescentou. "Todos os médicos do mundo conhecem esse tipo de pessoa." Eutanásia – é essa a palavra? Kouchner não admite que se chame de eutanásia aquilo que praticou. "Tratava-se de cuidados paliativos em período de guerra e de forma alguma de práticas programadas, do tipo reivindicado por associações em favor 'do direito de morrer com dignidade'", diz ele. Os pacientes de que fala não eram doentes de câncer ou Aids que pedissem para morrer. Sobre esses casos, o médico francês se diz aberto à discussão. Ele convida a um debate – e um debate "sem arrogância, sem certezas nem posições ideológicas".

A diferença entre os "cuidados paliativos" de que fala Kouchner e a eutanásia é sutil. Deve-se possivelmente à sua própria experiência de médico de guerra. Ele não enfrentava doentes num hospital de país desenvolvido, com tempo para pensar, avaliar o caso sob todos os ângulos, conferenciar com os parentes, além de com o próprio paciente, e marcar dia e hora para o desenlace, como já vinha acontecendo havia algum tempo na Holanda, de forma informal, e ultimamente ganhou amparo legal. Seus casos eram de um desespero urgente. Ocorriam nas circunstâncias mais adversas, nos locais mais precários. De toda forma, as declarações de Kouchner

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tendem a relançar na França um debate que há três anos esteve na ordem do dia, por força das aventuras e desventuras de Christine Malèvre – jovem enfermeira que admitiu ter abreviado a vida de cerca de trinta pacientes do hospital onde trabalhava, em Mantes-la-Jolie, nos arredores de Paris. Christine Malèvre, que está na iminência de ter seu caso apreciado na Justiça, agiu de forma arbitrária e insensata, talvez criminosa, não se duvida, ao atribuir-se a decisão de encaminhar os pacientes à morte. Mas o fez por compaixão. Por isso, ganhou a compreensão da opinião pública.

O debate da eutanásia (chamemo-la assim, apesar das restrições de Kouchner, e apesar da maldição que impregnou a palavra desde que os nazistas a empregaram para apelidar a eliminação das crianças que nasciam defeituosas, em nome do aprimoramento da raça) mexe com os recônditos do ser humano mais ainda que o do aborto. O aborto, muitos países permitem. A eutanásia, só a Holanda. "Será que o homem ocidental quer tornar-se senhor de sua própria morte?", perguntava um documento divulgado há alguns anos pela Igreja Católica da Holanda, a maior adversária das práticas que, de tanto amiudar-se, acabaram legalizadas no país. Em outras palavras, a escolha da hora e da modalidade equivaleria a uma intolerável dessacralização da morte, indicativa da prepotência do homem contemporâneo.

E nós com isso? Nós, brasileiros, que temos a ver com esse debate? Nada. Rigorosamente nada. O Brasil não está no ponto nem de cogitar em eutanásia, por uma questão de base: ela só é admissível numa sociedade estruturada e igualitária como a holandesa, consciente dos próprios direitos, respeitadora dos alheios, com instituições sólidas e regras iguais para todos. O nosso é um país com hospitais que matam os pacientes por descuidos tão aterradores quanto usar água envenenada no processamento da hemodiálise, como aconteceu em Pernambuco, e – para chegar mais perto do assunto em tela – com profissionais tão desqualificados quanto o enfermeiro que eliminava pacientes para ganhar dinheiro de funerárias, como ocorreu no Rio de Janeiro. Não se trata de ambiente onde a eutanásia possa ser minimamente administrável. O tema não é apenas complexo. Só faz sentido numa sociedade madura e sadia. Eis então a conclusão melancólica, quando se depara com discussões como a suscitada por Kouchner: isso não é para o nosso bico. Ficar fora delas é mais um preço a pagar pelo subdesenvolvimento.

(VEJA, agosto de 2001)Observe a análise do texto:

1. Veículo de circulação do texto e público-alvo: O texto é veiculado na Revista Veja, destinada a um público com boa formação intelectual e cultural, interessado em manter-se informado acerca dos acontecimentos políticos, sociais e artísticos da atualidade.

2. Autor: O autor do texto é Roberto Pompeu de Toledo. A revista não oferece nenhuma informação sobre ele, o que dificulta o processo de levantamento de hipóteses e de expectativa por parte do leitor.

3. Tema: O autor elege como tema de seu texto a eutanásia.

4. Tipo de texto: O tipo de texto é o argumentativo, pois pretende fundamentalmente apresentar um ponto de vista acerca da eutanásia e argumentar em sua defesa.

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5. Gênero: O gênero textual utilizado pelo autor é o artigo de opinião, freqüentemente publicado em revistas e jornais.

6. Objetivo fundamental: O autor pretende, com seu texto, argumentar sobre a idéia de que a eutanásia é um tema extremamente polêmico, pois pode ser aceitável em certas condições, mas inaceitável em outras.

7. Como o autor atinge esse objetivo:

Parágrafo 1 Idéia principal/ tópico frasal: O médico Bernard Kouchner é uma das pessoas mais respeitadas da França.Desenvolvimento: 1. Bernard Kouchner possui uma longa história de dedicação aos doentes, feridos e

carentes.2. Kouchner foi um dos fundadores da organização Médicos sem Fronteiras.3. A organização ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1999.4. Como médico sem fronteira, esteve em lugares que enfrentavam tragédias como

a fome, a guerra ou a peste.5. Kouchner é pessoa incomum.

Parágrafo 2Idéia principal/ tópico frasal: Kouchner reavivou uma polêmica ao revelar em entrevista que praticou a eutanásia.Desenvolvimento:6. Kouchner aplicava injeção de morfina quando os feridos das guerras do Vietnã e

do Líbano sofriam muito e não tinham a menor condição de se recuperar.7. Kouchner não admite que se chame de eutanásia aquilo que praticou; tratava-se

de cuidados paliativos.8. Os doentes de Kouchner não eram condenados que pediam para morrer com

dignidade, eram pessoas que enfrentavam situações adversas que não lhes ofereciam a menor possibilidade de salvação.

9. Em condições diferentes das que enfrentou, Kouchner diz-se aberto ao debate, desde que seja realizado sem arrogância, sem certezas, nem posições ideológicas.

Parágrafo 3Idéia principal/ tópico frasal: A diferença entre ‘cuidados paliativos’ e eutanásia é sutil.Desenvolvimento:10.Kouchner não enfrentava doentes num hospital de país desenvolvido, como a

Holanda, por exemplo, com tempo para pensar, avaliar o caso sob todos os ângulos, conferenciar com os parentes e com o próprio paciente.

11.Os casos de Kouchner eram de um desespero urgente. Ocorriam nas circunstâncias mais adversas, nos locais mais precários.

12.As declarações de Kouchner tendem a relançar um debate que já esteve em pauta quando a enfermeira Christine Malévre admitiu ter praticado a eutanásia.

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13.Christine Malèvre ganha compreensão da opinião pública ao justificar seu ato com o argumento da compaixão.

Parágrafo 4Idéia principal/tópico frasal: O debate da eutanásia mexe com recônditos do ser humano mais do que o do aborto.Desenvolvimento: 14.Muitos países já permitem o aborto.15.Apenas a Holanda permite a eutanásia.16.Apesar de a Igreja Católica colocar-se contrariamente à eutanásia, a Holanda a

legalizou.17.Para a Igreja, a eutanásia dessacraliza a morte, indicando a prepotência do

homem contemporâneo.

Parágrafo 5Idéia principal/ tópico frasal: O Brasil não está no ponto nem de cogitar em eutanásia.18.A eutanásia só é admissível em sociedade estruturada e igualitária como a

holandesa.19.O nosso é um país com hospitais que matam por descuido e por despreparo dos

profissionais da saúde.20.O Brasil não se trata de ambiente em que a eutanásia possa ser minimamente

administrável. 21.O tema da eutanásia, além de complexo, só faz sentido numa sociedade madura

e sadia.

Conclusão: Ficar fora das discussões sobre a eutanásia é mais um preço que o Brasil tem de pagar por conta de seu subdesenvolvimento.

Síntese dos argumentos:22.Kouchber praticou ‘eutanásia’ em situações em que não havia a menor condição

de garantir a vida do paciente.23.Há diferenças entre ‘eutanásia’ e cuidados paliativos.24.Apenas a Holanda legalizou a eutanásia.25.Christine Malèvre praticou eutanásia, mas ganhou compreensão da opinião

pública por tê-lo, segundo ela, praticado por compaixão.26.Segundo a Igreja Católica, a eutanásia dessacriliza a morte.27.O Brasil não tem a menor possibilidade de discutir o tema da eutanásia, pois a

discussão só faz sentido em sociedades maduras e sadias.

Síntese do artigo28.Apresentação geral do texto e do objetivo do autor: Em artigo ‘A eutanásia em discussão’, publicado na Revista Veja, de 01.08.2001, Roberto Pompeu de Toledo pretende argumentar acerca do aspecto polêmico que envolve o tema da eutanásia. Para isso, inicia relatando a experiência do renomado médico Bernard Kouchner, ministro da Saúde da França, que declarou numa revista holandesa ter praticado por diversas vezes aquilo que algumas pessoas denominam de eutanásia. Para justificar o ato, o médico refere-se às condições em que foi realizada: eram situações de guerra ou de grande miséria que não propiciavam a menor condição de manter a vida dos pacientes. Em virtude dessas circunstâncias, Kouchner associa o ato a ‘cuidados paliativos’, recusando-se a aceitar a idéia da eutanásia.1) Argumentação do autor:

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Para Toledo, a experiência de Kouchner permite traçar uma sutil distinção entre eutanásia e cuidados paliativos: em se tratando de condições adversas e subumanas, a eutanásia pode transformar-se em tratamento terapêutico; em condições ideais, tais como as oferecidas pela Holanda, onde os direitos do homem são preservados, o termo eutanásia pode ser plausível, pois há a possibilidade de se avaliar cada caso sob todos os ângulos e de se tomar a decisão mais razoável. A distinção é tão viável que Christine Malèvre, enfermeira francesa que cometeu, sozinha, a eutanásia, tem sido perdoada pela opinião pública, utilizando-se do argumento da compaixão.

Para reforçar a idéia do quão polêmico é o tema da eutanásia, Toledo procede uma comparação com o aborto. Embora seja, sem dúvida, tema bastante controverso, o aborto já foi legalizado em muitos países. Todavia, o mesmo não acontece com a eutanásia: de todos os países do mundo, apenas a Holanda lhe dá amparo legal. O autor lança mão nesse contexto do argumento da Igreja Católica: tanto o aborto quanto a eutanásia são indicativos da prepotência do homem contemporâneo, pois a vida e a morte já não são decisão de Deus.

2) Conclusão do autor:Em virtude de tamanha polêmica, o autor questiona: como o Brasil pode se

comportar diante dela? E apresenta a resposta: não pode. Para Toledo, um país que não garante a vida de seu povo, como é o caso do Brasil, não pode tratar de sua morte. O debate sobre a eutanásia só faz sentido em sociedades maduras e sadias.

EXERCÍCIOS

1. Leia atentamente o texto abaixo, divida-o em parágrafos e, a seguir, responda ao que se pede.

VIVER EM SOCIEDADE

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A sociedade humana é um conjunto de pessoas ligadas pela necessidade de se ajudarem umas às outras, a fim de que possam garantir a continuidade da vida e satisfazer seus interesses e desejos. Sem vida em sociedade, as pessoas não conseguiriam sobreviver, pois o ser humano, durante muito tempo, necessita de outros para conseguir alimentação e abrigo. E no mundo moderno, com a grande maioria das pessoas morando na cidade, com hábitos que tornam necessários muitos bens produzidos pela indústria, não há quem não necessite dos outros muitas vezes por dia. Mas as necessidades dos seres humanos não são apenas de ordem material, como os alimentos, a roupa, a moradia, os meios de transportes e os cuidados de saúde. Elas são também de ordem espiritual e psicológica. Toda pessoa humana necessita de afeto, precisa amar e sentir-se amada, quer sempre que alguém lhe dê atenção e que todos a respeitem. Além disso, todo ser humano tem suas crenças, tem sua fé em alguma coisa, que é a base de suas esperanças. Os seres humanos não vivem juntos, não vivem em sociedade, apenas porque escolhem esse modo de vida; mas porque a vida em sociedade é uma necessidade da natureza humana. Assim, por exemplo, se dependesse apenas da vontade, seria possível uma pessoa muito rica isolar-se em algum lugar, onde tivesse armazenado grande quantidade de alimentos. Mas essa pessoa estaria, em pouco tempo, sentindo falta de companhia, sofrendo a tristeza da solidão, precisando de alguém com quem falar e trocar idéias, necessitada de dar e receber afeto. E muito provavelmente ficaria louca se continuasse sozinha por muito tempo. Mas, justamente porque vivendo em sociedade é que a pessoa humana pode satisfazer suas necessidades, é preciso que a sociedade seja organizada de tal modo que sirva, realmente, para esse fim. E não basta que a vida social permita apenas a satisfação de algumas necessidades da pessoa humana ou de todas as necessidades de apenas algumas pessoas. A sociedade organizada com justiça é aquela em que se procura fazer com que todas as pessoas possam satisfazer todas as suas necessidades, é aquela em que todos, desde o momento em que nascem, têm as mesmas oportunidades, aquela em que os benefícios e encargos são repartidos igualmente entre todos. Para que essa repartição se faça com justiça, é preciso que todos procurem conhecer seus direitos e exijam que eles sejam respeitados, como também devem conhecer e cumprir seus deveres e suas responsabilidades sociais.

(DALLARI, Dalmo de D Viver em sociedade. São Paulo: Moderna, 1985. p. 5-6)

a) Que idéia Dalmo de Abreu Dalari defende em seu texto?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________b) Releia o primeiro parágrafo e responda: qual é a sua função em relação aos demais parágrafos que formam o texto?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

c) No texto, o autor nos apresenta uma série de argumentos, ordenados logicamente, a fim de convencer o leitor. Quais são esses argumentos e como eles nos são apresentados?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Page 110: LPT I 2011

c) Qual a função do último parágrafo? Que idéias ele defende?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

UNIDADE 17

GRAMÁTICA DE USO

Palavras homônimas e palavras parônimas – Exercícios

1. Preencha as lacunas com um dos termos entre parênteses:

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Page 111: LPT I 2011

      1. Em tempos de crise, é necessário.......................a despensa de alimentos. (sortir -

surtir)

      2. Os direitos de cidadania do rapaz foram........................pelo governo. (caçados -

cassados)

      3. O..........................dos senadores é de oito anos. (mandado- mandato)

      4. A Marechal Rondon estava coberta pela...............................(cerração - serração)

      5. César não teve..........................de justiça. (censo - senso)

      6. Todos os....................................haviam sido ocupados. (acentos - assentos)

      7. Devemos uma......................quantia ao banco. (vultosa - vultuosa)

      8. A próxima..............................começará atrasada. (seção - sessão)

      9. ..................................-.se, mas havia hostilidade entre eles. (cumprimentaram -

comprimentaram)

      10. Na........................das avenidas, houve uma colisão. (intersecção - intercessão)

      11. O.....................................no final do dia estava insuportável. (tráfego - tráfico)

12. O marido entrou vagarosamente e passou.....................................(despercebido -

desapercebido)

      13. Não costume .......................................as leis. (infligir - infringir)

      14. Após o bombardeio, o navio atingido............................. (emergiu - imergiu)

      15. Vários....................................japoneses chegaram a São Paulo nas primeiras

décadas do século. (emigrantes - imigrantes)

      16. Não há.......................................de raças naquele país. (discriminação -

descriminação)

      17. Após anos de luta, consegui a ........................... (dispensa - despensa)

      18. A chegada do....................................... diplomata era........................ (eminente -

iminente).

      19. O corpo..................................... era formado por doutores. (docente- discente)

      20. Houve alguns.......................................no Congresso. (acidentes - incidentes)

      21. Fomos...................................pelos anfitriões. (destratados - distratados)

      22. A..................................... dos direitos da emissora foi uma das tarefas do

governo. (seção - cessão)

      23. Ali, na...................................... de eletrodomésticos, há uma grande liquidação.

(seção - cessão)

110

Page 112: LPT I 2011

      24. É um senhor......................................(distinto - destinto)

      25. Dei o .......................................mate ao gerente, por causa do........................ sem

fundos. (cheque - xeque)

      26. A nuvem de gafanhotos ..................................a plantação. (infestou - enfestou)

      27. Quando Joana toca piano é mais um........................que um............................

(conserto - concerto)

      28. Todos eles.............................o prazer da bela melodia. (fruem - fluem)

      29. Estava muito.....................para..................quanto custava aquele aparelho.

(apreçar - apressar)

      30. Nas festas de São João é comum ......................balões e vê-los.................... .

(ascender - acender)

      31. As pessoas foram recolhidas a suas........................ .(celas - selas)

      32. Segui a...............................médica, mas não obtive resultados. (proscrição -

prescrição)

      33. Alguns modelos.................................serão vendidos. (recreados - recriados)

      34. A bandeira de São Paulo tem...................pretas. (listas - listras)

      35. Para passar, precisava ..............................mais das lições. (apreender -aprender)

      36. O réu..............................suas culpas. (expiará - espiará)

      37. Encontrei uma carteira com .........................de cem dólares. (cédulas - sédulas)

      38. Iremos à..............para lermos deliciosa....... ................medieval. (xácara - chácara)

      39. Na hora da................................., os mexicanos dormem. (cesta-sesta)

      40. Percebe-se que ele ainda é meio...................., pois não tem prática de comércio.

(incipiente - insipiente)

DIFICULDADES COM A LINGUAGEM ESCRITA

POR QUE, POR QUÊ, PORQUE OU PORQUÊ?

POR QUE – Utilizado no início de frases interrogativas diretas. Com sentido de razão / motivo pelo(a) qual.

Por que você não foi à festa?111

Page 113: LPT I 2011

Também empregado nas interrogativas indiretas (frases em que se pergunta algo, mas sem o ponto de interrogação ao final):

Gostaria de saber por que você não foi à festa.

POR QUÊ – Utilizado no final de frases interrogativas ou quando estiver isolado.

Você não foi à festa, por quê?

PORQUE – Utilizado em respostas, na introdução de causa ou explicação.

Não fui à festa porque estava doente.

PORQUÊ – Com valor substantivo, precedido de determinante. Pode ser substituído por motivo.

Quero saber o porquê de tanta gritaria.

A FIM DE ou AFIM?

A FIM DE – Com intuito: Nós procuramos a fim de estabelecermos relações comerciais.

AFIM – Com afinidade: São pessoas afins.

ONDE ou AONDE?

ONDE – Usado quando o verbo indica permanência (em que lugar). Onde está o meu carro?

AONDE – Usado quando o verbo indica movimento (a que lugar). Aonde você vai agora?

112

Page 114: LPT I 2011

HÁ CERCA DE, ACERCA DE ou CERCA DE?

HÁ CERCA DE – Indica tempo decorrido.

A peça teatral está sendo apresentada há cerca de dois anos.

ACERCA DE – a respeito de. Falávamos acerca de sua demissão.

CERCA DE – Indica arredondamento (perto de, coisa de, por volta de, em torno de, aproximadamente)

Cerca de 10 mil pessoas compareceram à manifestação.

Obs: Não usar para números exatos. Ex.: “Cerca de 543 pessoas...”

HAJA VISTO ou HAJA VISTA?

A expressão correta é HAJA VISTA, mesmo antes de palavras masculinas.

Vamos repetir a demonstração, haja vista o interesse dos participantes.

TAMPOUCO ou TÃO POUCO?

TAMPOUCO – Também não. Não compareci a festa tampouco ao almoço.

TÃO POUCO – Muito pouco. Tenho tão pouco tempo disponível para essa tarefa.

A ou HÁ?

A – Preposição, indica tempo futuro, idéia de distância e na expressão a tempo.

Ele chegará daqui a duas semanas. / A cidade fica a 20 km daqui.

113

Page 115: LPT I 2011

Não chegaremos a tempo de ver o espetáculo.

HÁ – Indica tempo decorrido, passado.

Há tempo que não trabalho tanto quanto agora. Saiu há pouco do Rio de Janeiro.

A PAR ou AO PAR?

A PAR – Estar ciente de, sabedor. Estou a par do ocorrido.

AO PAR – Termo usado em Operadores de Mercado Financeiro (indica paridade ou igualdade).

O lançamento de ações foi feito ao par (com base no valor nominal).

MENOS ou MENAS?

Forma correta é : “Há menos pessoas aqui do que lá”.

Não esqueça que NÃO existe a forma MENAS.

MÁS, MAS ou MAIS?

MÁS – Ruins. Essas pessoas são muito más.

MAS – Conjunção coordenativa adversativa: entretanto, porém.

A virtude é comunicável. Mas o vício é contagioso.

MAIS – Antônimo de menos. O jornal de hoje publicou mais fotos da vencedora do festival.

MAL ou MAU?

114

Page 116: LPT I 2011

MAL – Antônimo de bem. A criança estava passando mal desde ontem.

MAU – Antônimo de bom. Houve mau uso dos equipamentos eletrônicos.

AO INVÉS DE ou EM VEZ DE?

AO INVÉS DE – Significa ao contrário de.

Maura, ao invés de Alice, resolveu se dedicar à música.

EM VEZ DE – É o mesmo que em lugar de. Em vez de José, Carlos esteve presente.

A NÍVEL DE ou EM NÍVEL DE?

A forma A NÍVEL DE dita com tanta propriedade não existe, portanto deve ser eliminada ou substituída por EM RELAÇÃO A, NO QUE DIZ RESPEITO A.

A nível de presidente, eu acredito que...(INCORRETO)

No que diz respeito ao presidente, eu acredito que...(CORRETO)

A expressão EM NÍVEL DE pode ser usada quando for possível estabelecer níveis /patamares em relação ao que se fala.

As decisões tomadas em nível federal (estadual, municipal) poderão ser definitivas.

Obs: Em relação ao mar, aceita-se ao nível do mar ou no nível do mar.

A PRINCÍPIO ou EM PRINCÍPIO?

A PRINCÍPIO – Significa inicialmente, no começo, num primeiro momento.

A princípio havia um homem e uma mulher.

115

Page 117: LPT I 2011

EM PRINCÍPIO – Quer dizer em tese, por princípios, teoricamente.

Em princípio, sou contra a pena de morte.

Ou use simplesmente: Em tese, sou contra a pena de morte.

EM CORES (A cores: incorreto)

O pronunciamento do presidente foi filmado em cores ontem. / Conserta-se TV em cores.

NA RUA

Todos moramos em algum lugar e não a algum lugar. / Roberto residia na rua Augusta.

EM DOMICÍLIO ou A DOMICÍLIO?

O correto é entregas em domicílio. É o mesmo que fazer entregas em casa, no escritório: Fazemos entregas em domicílio.

Obs.: Só usamos a domicílio com verbos de movimento.

Conduziram o doente a domicílio (melhor: ...ao seu domicílio).

SITO A ou SITO EM?

Nosso escritório situa-se na Avenida Brasil.

DIA-A-DIA ou DIA A DIA?

DIA-A-DIA – Cotidiano. Isso é freqüente no nosso dia-a-dia.

DIA A DIA – Diariamente. Suas chances de vitória aumentam dia a dia.

116

Page 118: LPT I 2011

SE NÃO ou SENÃO?

SE NÃO – Pode ser substituído por caso não. / Devolva o relatório se não estiver de acordo.

SENÃO – Pode ser substituído por somente, apenas. / Não vejo outra alternativa senão concordar.

SENÃO – Substantivo, significando contratempo. / O show não teve nenhum senão.

PORISSO ou POR ISSO?

NÃO existe a forma PORISSO. / A forma correta é POR ISSO. / É por isso que você...

AO ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A?

AO ENCONTRO DE – Designa uma situação favorável.

Nossas propostas vão ao encontro das atuais tendências do mercado.

DE ENCONTRO A – Dá a idéia de oposição, contrariedade, choque.

Temos pontos de vista diferentes: minhas idéias vão de encontro às suas.

COM CERTEZA OU CONCERTEZA?

Com certeza, é com certeza, separado!

CONTUDO OU COM TUDO?

COM TUDO – Faz referência a algo mencionado anteriormente, invariavelmente acompanhado do pronome ISSO.

Com tudo isso é possível perceber que estudar é essencial!

CONTUDO – Introduz uma idéia oposta ao que foi mencionado anteriormente, pode ser substituído por entretanto, porém, todavia, mas.

Contudo não é possível afirmar que todas as pessoas são felizes.

117

Page 119: LPT I 2011

DERREPENTE OU DE REPENTE?

Só existe a forma DE REPENTE.

INFELIZMENTE OU INFELISMENTE?

Grafa-se infeliz com Z, portanto o advérbio INFELIZMENTE, derivado de infeliz, deve também ser grafado com Z.

OQUE OU O QUE?

Trata-se de uma expressão formada por duas palavras, portanto O QUE.

A falta de desenvolvimento sustentável é O QUE acarreta tantos problemas ao meio ambiente.

QUIS OU QUIS?

O verbo querer deve ser grafado com S, assim:

Eu não QUIS incomodar você. Ele também não QUIS. Talvez os outros QUISESSEM...

AGENTE OU A GENTE?

AGENTE – é substantivo. Este é o AGENTE 007. Ele é um AGENTE da Polícia Federal.

A GENTE – forma oral que na linguagem coloquial substitui o pronome NÓS.

- Vocês preferem ir ao cinema ou ao teatro?

- É claro que A GENTE preferi ir ao cinema.

OPNIÃO OU OPINIÃO? / OPITAR OU OPTAR? CORRUPTO OU CORRUPITO?

As formas corretas são OPTAR, OPINIÃO E CORRUPTO.

118

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5.2. ERRO NA ACENTUAÇÃO DE ALGUMAS PALAVRAS

Em algumas situações, a acentuação altera não só a classe gramatical, mas também o sentido da palavra.

influência Influencia

Pronúncia Pronuncia

Tecnológico Tecnologia

Maquinaria maquinária não existe

Mês Meses

Vocês Voces, vocêis, voçês não existem

Secretária Secretaria

5.3. ERRO NA PRONÚNCIA DE ALGUMAS PALAVRAS

PRONÚNCIA CORRETA PRONÚNCIA ERRADA

Aeronáutica Areonáutica

Bandeja Bandeija

Emagrecer Esmagrecer

Progresso Pogresso

Coincidência Conhicidência

Advogado Adevogado

Mortadela Mortandela

Bicarbonato Bicarbornato

Problema Poblema, probrema, ploblema

Salsicha Shalchicha

Próprio Póprio

Sobrancelha Sombrancelha

Perturbar Pertubar

119

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Frustrado Frustado

Cabeleireiro Cabelereiro, cabeleileiro

Entretela Entertela

Engajamento Enganjamento

Mendigo Mendingo

Meteorologia Metereologia

Ignorante Inguinorante

Reivindicação Reinvidicação

Privilégio Previlégio

Superstição Supertição

Lagartixa Largatixa

Receoso Receioso

Digladiar Degladiar

Subsídio Subzidio

Rubrica Rubrica

Disenteria Desinteria

Empecilho Impecilho

Estupro Estrupo

Beneficente Beneficiente

Irrequieto Irriquieto

Prazerosamente Prazeirosamente

Misto Mixto

Caderneta Cardeneta

Xifópagos Xipófagos

120

Page 122: LPT I 2011

Dignitário Dignatário

Cinqüenta Cincoenta

Asterisco Asterístico

EXERCÍCIOS

1. Preencha os espaços com por que, por quê, porque ou porquê:

a)__________________você pretende sair mais cedo?

b)________________ jamais levanta a voz, todos o admiram.

c) Você se julga uma pessoa melhor do que as outras __________________?

d) _____________leio? Ora. Leio _________________a leitura me faz sonhar.

e) As cidades ____________________ passei são magníficas.

2. Preencha os espaços com mal ou mau:a) Você fez um _______________ acordo.b) Era um casa _______________feita.c) Que_______________ gosto você tem!d) Isso tudo que você disse faz muito _______________ aos seus amigos.e) Um edifício _______________ construído é um perigo.f) Todos falam _________________ de você.

3. Preencha as lacunas das frases seguintes com as formas entre parênteses.

a) Tenho muito o............................... fazer. (que/quê)

b) É preciso um............................... de louco para poder fazer isso. (que/quê)

c) Estamos rindo sem ter de........................... (que/quê)

d) .................................... você quer saber? É ....................sua curiosidade é maior que

sua inteligência? (por que/porque/por quê/porquê)

e) Você quer saber............................. ? Não lhe direi.............. (por que, porque, por quê,

121

Page 123: LPT I 2011

porquê)

f) Resta ainda descobrir o.......................... dessas declarações. É difícil

entender..............ele teria

dito tudo aquilo. (por que, porque, por quê, porquê)

g) ................................... está seu orgulho? (onde, aonde)

h) Irei.................................... você quiser que eu vá. (onde, aonde)

i) Não gosto muito dela, ..........tenho de admitir que é..........inteligente do que eu

supunha. (mas, mais)

j) Comportou-se...................... durante a reunião. Não creio que seja um......sujeito, po-

rém. (mal, mau)

l) Às vezes, penso que o........................... anda vencendo o bem de goleada neste

nosso mundo. Isso é tão.....................! (mal, mau)

m) ........................... -humorados de todo o mundo, uni-vos! (mal, mau)

n) Deixe-me............................. de tudo o que estiver acontecendo. (a par, ao par)

o) Várias pessoas expuseram opiniões que vieram................................. minhas durante

o debate, o que muito me animou. (ao encontro das, de encontro às)

p) Muitas pessoas têm opiniões que vêm........................................ minhas, o que não

chega a me desanimar. (ao encontro das, de encontro às)

q) ............................... anos não nos vemos. E só poderei reencontrá-lo daqui........dois

meses! (há, a)

r) Dali...................... três meses, eu mudaria de vida. (há, a)

s) Nada sei ........................................ das manifestações que ocorreram no

país ...................... de

dois anos. (acerca, há cerca)

t) Já que temos ideias........................... , deveríamos trabalhar juntos.............. de

conseguir melhores resultados. (afins, a fim)

u) Não há nada...................................... em gostar................... de doces. (de mais,

demais)

v) ............................ se fizer alguma coisa, o país escorregará para o caos. E ainda há

quem não faça nada ................................. perseguir privilégios. (se não, senão)

4. Preencha os espaços com eu ou mim:122

Page 124: LPT I 2011

a) Traga os documentos para ________________ assinar.

b) Entre _________________e você não pode haver nenhuma espécie de segredo.

c) Para _______________é difícil dizer não.

d) Venham até ___________________ para que eu possa explicar o que realmente ocorreu.

e) São projetos para ____________________ construir um hotel.

5. Preencha, agora, utilizando más, mas ou mais:

a) Suas intenções não são __________________ .

b) É um bom homem ___________________ ninguém reconhece.

c) Você está ___________________ perto da vitória.

d) Fez o jantar ____________________ não comeu..

e) Chegou tarde, _________________chegou.

f) Apesar de tentarem sempre praticar boas ações, elas são realmente ___________________.

g) Não sei _______________________ nada sobre isso.

h) Hoje você está ______________________ cansado do que ontem.

6. Complete as lacunas com uma das opções entre parênteses.

a) ______________ encontrar seu gerente, entregue os documentos à secretária. (se não – senão)

b) Nunca entraremos em acordo: suas opiniões vão __________________ meus princípios. (de encontro a – ao encontro de)

c) Não vejo ________________________ algum em ocupar tal cargo. ( previlégio – privilégio)

d) Todas as entregas serão feitas ____________________. ( a domicílio – em domicílio)

e) Por favor, coloque os clientes _____________________ do andamento de seus processos. (a par – ao par)

f) ________________ de evitar problemas e criar _________________ expectativas, o gerente de vendas resolveu cancelar o evento de lançamento marcado para a próxima semana. ( afim de – a fim de / menas – menos)

123

Page 125: LPT I 2011

7. Preencha os espaços vazios com porque, porquê, por que, por quê.

a. ______ desistir agora de um projeto_______debatemos há tanto tempo?

b. A situação haveria de mudar___________? Não há razões _______ isso deva

ocorrer.

c. __________ águas estamos navegando ninguém sabe dizer. Todos ignoram o

________ dessa instabilidade.

d. __________ exigir essas coisas dos candidatos aos nossos cargos públicos?

e. Perguntava __________ aquele espinho doía tanto no peito.

f.“O trenzinho seguia danado para Belém___________ o maquinista não tinha

jantado até aquela hora.” (Antônio de Alcântara Machado)

8. Elimine o que está sobrando:

a) O gerente tem certeza absoluta do prazo estipulado.

b) A taxa vigente no mercado, no momento, é igual à do mês passado.

c) A data máxima para pagamento da mensalidade não pode passar além do dia 30

do mês de janeiro.

d) As visitas opcionais são de sua livre escolha.

e) Os transportes públicos são alvo de vandalismo criminoso.

f) Na eleição para presidente, houve unanimidade absoluta de todos os integrantes

do grupo.

g) Há dois meses atrás, foi comunicado o cancelamento da compra do imóvel.

h) A solução para o problema é iminente e imediata.

i) Ainda não foi encontrado um elo de ligação entre as versões apresentadas pelas

testemunhas.

124

Page 126: LPT I 2011

j) O lançamento do novo tipo de computador foi um sucesso positivo e excedeu

muito às expectativas do fabricante.

125

Page 127: LPT I 2011

REGÊNCIA VERBAL

     Regência verbal é a relação de dependência que se estabelece entre o verbo e seu

complemento.

     Dependendo da regência, os verbos podem  ter o seu sentido modificado. Veja:

Ele aspira o perfume das flores.Ele aspira ao cargo de diretor.

REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS

AS

SISTIR

Exige a preposição a quando significa “ver”,  “presenciar”.

     Assistimos a um belo espetáculo. / Assistiu ao filme. / Assistimos à novela.

Usa-se sem preposição quando significa  “socorrer”,  “ prestar ajuda”.

     O médico assistiu o ferido. / Assistiu o doente com carinho. / A enfermeira assistiu

a criança.

   Exige a preposição em quando significa  “morar”,  “residir”.

O presidente assiste em Brasília. /   Assisto em João Pessoa.

    

ASPIRAR

É usado sem preposição quando significa  “ sorver”,  “cheirar”, “inalar”

   

Page 128: LPT I 2011

      Aspirou o perfume da rosa.      Aspiro o ar da manhã.      O doente aspirou o álcool e começou a melhorar.       

Exige a preposição a quando significa “desejar”, “almejar”, “pretender”.

       Ele aspirava ao cargo político.       Aspirei ao cargo de chefe da seção.       Os trabalhadores aspiravam a maior segurança no trabalho.

  AGRADECER

É usado com a preposição a quando significa “demonstrar gratidão por

alguém”.

      Agradeço ao amigo. /  Agradeci à professora.

É usado sem preposição quando se refere a coisas. 

       Agradeço o presente que me deram. / Agradeci o  presente.

CHEGAR

É usado com a preposição a quando indica  “direção”, “alcançar”.        Cheguei atrasado ao colégio. / Chegamos à faculdade muito cedo.

É usado com a preposição em quando se refere a tempo.        A ambulância chegou em meia hora.

ESQUECER / LEMBRAR

São usados sem preposição quando não estão acompanhados de pronomes.         Esqueci o livro de História. / Ele esqueceu o dinheiro. / Lembrei o nome do artista.        Não esqueça os amigos.

Exigem a preposição de quando estão acompanhados de pronomes.

        Esqueci-me de seu endereço. / Mário esqueceu-se do dinheiro.        Lembrei-me do nome do artista. /   Não se esqueça dos amigos.   

OBEDECER / DESOBEDECER

  Exigem a preposição a

    Obedecia  aos seus instintos. / Obedeça à sua mãe. / Paulo obedece ao regulamento.    Não desobedeça às leis do trânsito. / O motorista desobedece ao sinal.    Poucos desobedeciam à faixa de pedestre.

Page 129: LPT I 2011

PRECISAR

É empregado sem preposição quando indica  “precisão”,  “certeza”.     O legista precisou a hora do acidente. /     Ele precisou o lugar do encontro.

Exige a preposição de quando indica “ter necessidade”.

      Os presos precisam de melhores condições de tratamento.      O homem do campo precisa de terra para trabalhar.

PREFERIR

  Sem preposição, (ter preferência, sem sugerir a escolha).   O menino prefere chocolate.  / Ele prefere cinema.

Com preposição, (ter preferência, sugerindo a escolha).

   O menino prefere chocolate a doce de leite. /   Ele prefere jogar futebol a jogar tênis.    Preferia a dura verdade do filho à doce mentira do marido.

VISAR

É usado com a preposição a quando significa “ter em vista”, “ desejar”

    Ele visava ao cargo de gerente da firma. /   Eles visam ao lucro..    Nós visávamos a um pouco de sol e aos dias calmos da praia.

É suado sem preposição quando significa “ apontar”,  “mirar”  “ assinar”,

“rubricar”.

   O caçador visou o animal. /   O homem visou o alvo e disparou o tiro.   Elas visaram o passaporte. /   Para nossa segurança, visamos o cheque antes de viajar.

EXERCÍCIOS

I - Complete as frases com a preposição exigida pelos verbos em destaque.

1) Aqui está a ferramenta _______  que preciso. 2) Esse é o documento _____ que necessito. 3) Essa é a pessoa ______ quem devemos entregar a encomenda.4) Essa é a comida _____ que mais gosto. 5) O prêmio ______ que aspiramos é valioso. 6) A piada ____ que ele lembrou é muita engraçada. de7) A causa _____ que lutamos é justa. 8) Esse é o homem _____ quem a justiça perdoou.

Page 130: LPT I 2011

9) Esse é o regulamento _____ que todos devem obedecer. 10) Ele preferia multiplicar os seus ganhos ____ dividir com os empregados os seus lucros. 11) Os condôminos não obedeciam _____ regulamento do prédio. 12) Não me refiro _____ você e sim ____ seu irmão.  13) Fomos ____ cinema mais próximo. 14) Os espectadores  assistiam ____ peça de teatro muito emocionados. 

II – Dê o significado dos verbos em destaque.

1) Algumas rádios assistem os doentes com programações assistencialistas. 2) Os turistas assistiram a apresentações folclóricas na Bahia.  3) O jogador visou as traves e chutou a bola certeira.   4) Tudo que fazia era visando à tranqüilidade dos pais. 5) O gerente do banco visou o cheque. 6) Na primavera, aspiramos o perfume das flores.  7) Há homens que aspiram ao poder pela força.   8) O helicóptero precisou o local onde o avião havia caído. 

III - Em cada item você encontrará uma frase típica da linguagem coloquial. Adapte cada uma dessas frases à regência verbal da língua culta.

a. Não brigue comigo, querida: eu lhe amo muito.b. Desde que lhe vi, ando muito feliz.c. Não me simpatizo muito com essas idéias.d. Não obedeço sinal fechado, não.e. Respondi o e-mail que você me mandou.f. Não posso lhe proteger contra ele.g. Se Deus lhe ajudar, tudo vai dar certo.h. Não vou lhe amolar mais, não.i. Só queria lhe abraçar.j. Lembro sempre de você.k. Nunca esqueci do que passamos juntos.l. Antipatizei-me com ela desde o começo.m. Prefiro mil vezes ficar aqui do que ir com você.n. Prefiro ser o que sou do que ser como vocês.o. Antes prefiro física do que química.p. Preferimos dormir que trabalhar.q. Informo-lhe de que não pode ficar aqui.r. Informo-a que seu financiamento foi concedido.

IV - Aponte as diferenças de sentido existentes entre as frases seguintes:

O estagiário disse que assistira a várias cirurgias enquanto estivera no hospital.

O estagiário disse que assistira várias cirurgias enquanto estivera no hospital.

Page 131: LPT I 2011

CONCORDÂNCIA NOMINAL

a) Adjetivos com substantivos de números e gêneros diferentes.1) Adjetivo depois do substantivo: concorda com o masculino plural ou o mais próximo:

Paletó e camisa velhos, ou Paletó e camisa velha.

2) Adjetivo antes do substantivo: concorda com o mais próximo:Comprei uma linda camisa e sapatos.Comprei lindos sapatos e camisa.

b) Cores. Quando a cor é expressa por um substantivo fica invariável; quando por adjetivo é variável.

Cortinas azuis – adjetivoCortinas geloToalhas brancas – adjetivoToalhas laranja

OBS.: as cores bege, azul-marinho e azul-celeste não possuem plural.

c) Menos e alerta: são invariáveis (NÃO EXISTE “MENAS”)Na classe, havia menos meninas hoje.Na classe, havia meninos alerta.

d) Meio.Quando significa um pouco ou um tanto, é variável:

Ela está meio cansada. (Ela está um pouco cansada.)A mulher do vizinho é meio zangada.

Quando significa metade, é variável:Comi meia laranja. (Comi metade da laranja.)Preciso de meias garrafas.Quero meio melão.

e) Bastante.É semelhante à palavra muito, possui a mesma flexão.

Ele é muito calmo = Ele é bastante calmo.Vi muitas estrelas = Vi bastantes estrelas.

f) Caro e barato.Quando adjetivos, são variáveis:

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As camisas são caras. Os carros estão baratos.Quando advérbios (refere-se normalmente ao verbo), são invariáveis:

As camisas custam caro.g) Próprio e mesmo: concordam com a palavra a que se referem:

Ele mesmo pegou o livro.Ela mesma pegou o livro.Elas mesmas pegaram o livro.Nós próprios pegamos o livro.

h) É bom, é proibido.Concordam com o artigo ou permanecem no masculino.

Manteiga é bom.A manteiga é boa.É proibido entrada de estranhos.É proibida a entrada de estranhos.

i) Mau e mal.Observe: mal é o contrário de bem, e mau é o contrário de bom:

Ele é mau (Ele é bom.)Ele está muito mal. (Ele está muito bem.)

j) Anexo e incluso.Concordam com a palavra a que se referem:

A ficha está anexa.O relatório está anexo.O disquete vai incluso.A fita está inclusa.

EXERCÍCIOS

1) Corrija as frases que apresentem erros de concordância.

a) Naquela sala, haviam muitas coisas para serem arrumadas.

b) A turma de alunos chegou gritando na sala de aula.

c) Quarenta por cento dos estudantes escrevem muito bem.

d) João ou Jonas serão escolhidos como presidente.

e) Naquele local, ultimamente, acontece muitos fatos estranhos.f) Neste estabelecimento, revela-se na hora fotos coloridas.

g) Dá-se aulas particulares de português.

h) Cem quilos de carne é suficiente para todo o pessoal.

Page 133: LPT I 2011

\

O USO DE AONDE OU ONDE

Aonde indica movimento, sempre acompanhado de verbos que contenham essa noção:Vou aonde me chamam.Aonde chegaremos desse jeito?

Onde, ao contrário, indica o lugar em que se está, sem idéia de movimento, acompanhado de verbos que indicam permanência:

Onde estão os velhos amigos e a beleza dos dias?Fico onde me querem bem.

Por outro lado, a palavra onde tem sido usada indevidamente com o significado de por isso, mas, de que, uma vez que, quando, e outros. Nas frases abaixo, observe o uso correto e o incorreto;Morei em Itabuna, onde há muitas fazendas de cacau. O uso está correto, pois indica lugar físico.

Governo que dirige uma nação, além de ter ministros, deputados, senadores que formam um conjunto, onde todos participam para poderem fazer seu dever... Uso errado, pois conjunto não é lugar físico; o correto seria do qual.

EXERCÍCIOS

1. Preencha as lacunas com onde/aonde:

a) __________encontraram o Alfredo?

b) Gostaria que você me dissesse __________estão os talheres.

c) __________foram todos os alunos?

2. A palavra onde foi usada de forma inadequada. Troque-a pelo termo mais apropriado:

a) Essa porção nos fez imaginar um lugar isolado, solitário, apenas freqüentado por alguns animais e vegetais, onde procuram com algumas dificuldades manter sua sobrevivência.

______________________________________________________________________________

Page 134: LPT I 2011

b) Mas então lhe chega à frente o seu último inimigo, o mais cruel dos obstáculos, na forma de velhice, onde ele luta para não perder as posições conquistadas.

______________________________________________________________________________

(Fonte: Caderno de Pesquisa, 23, Fundação Carlos Chagas, dez. 77)

c) “Nessa mesma semana desses ataques, o delegado Godofredo do DEIC deu uma entrevista a um canal de televisão e considerou o PCC um “câncer”, onde não existe possibilidade alguma de se acabar com esse grupo organizado.”

______________________________________________________________________________

POR QUE / POR QUÊ / PORQUE / PORQUÊ

TIPO EMPREGO EXEMPLOS

Por que a. Orações interrogativas diretas.

b. Orações interrogativas indiretas

c. Pronomes relativos

Por que você viajou?Não sei por que você viajou.O caminho por que passei era ruim. (= pelo qual).

Por quê Grafa-se separadamente com acento, quando ocorrer no final de frases interrogativas diretas e indiretas e quando houver pausa.

Ela saiu cedo, por quê?Pedro saiu? Por quê?Vocês não conversaram com o diretor, por quê?Não sei por quê, ele não veio.

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Porque

Usa-se nas respostas explicativas. Pode ser substituído por “pois”. Grafa-se numa única palavra, quando for empregada como conjunção causal ou explicativa.

Ele saiu cedo, porque tinha uma reunião.Ele foi reprovado, porque não estudou. (causa da reprovação)

Porquê

Grafa-se numa única palavra e acentua-se, quando for substantivo. Pode ser substituído pelo substantivo motivo.

Não sei o porquê de sua rebeldia.

Seria interessante saber o porquê de sua tristeza.

EXERCÍCIOS

1. Complete as lacunas com a conjunção porque adequado a cada sentença:

a) Foram esses os ideais_________ sempre lutei.

b) Eis __________ houve pane no avião.

c) Não disse toda a verdade, ___________?

d) __________ não disse toda a verdade?

e) Saberia o __________ de tantas desgraças?

EMPREGO DO S – Z – G – J – X – CH – Ç – SS – S - EXERCÍCIOS

1. Use S/Z, S/Ç, SS/Ç ou X/CH, conforme o caso:

pobre__a despe__a empre__ a redonde__a francê__ poeti__a altive__ marque__a

campone__a reali__ar preci__ar improvi__ar pesqui__ar repri__ar civili__ar

preten__ão compreen__ão disten__ão exten__ão

2. Use X/CH, conforme o caso:

encai__e me__erico en__ada __ingar en__arcar __u__u ta__ar (pregar) ta__a

(imposto)

4. Use G/J:

fu__ir via__em (verbo) via__em (subst.) arran__ei via__ante via__ei re__er a__iota

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Referências Bibliográficas

ABAURRE, Maria Luiza et alii. (2003). Português: língua e literatura. 2. ed. São Paulo: Moderna.

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CASTRO, Adriane Belluci Belório de et alii .(2000). Os degraus da leitura. São Paulo: Edusc.

EMEDIATO, Wander (2004). A fórmula do texto: redação, argumentação e leitura. São Paulo: Geração editorial.

FARACO, Carlos Alberto & TEZZA, Cristóvão. Prática de texto para estudantes universitários. 7. ed. Petrópolis: Vozes,1999.

FIORIN, José Luiz & SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e redação. 11. ed. São Paulo: Ática, 1995.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

PACHECO, Agnelo de Carvalho. A dissertação: teoria e prática. 19 ed. São Paulo: Atual, 1988.

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SOBRAL, João Jonas Veiga. Redação: Escrevendo com prática. São Paulo: Iglu, 1997.

TERRA, Ermani & NICOLA, José de.( Gramática, literatura e redação. São Paulo: Scipione, 1997.

VIANA. Antônio Carlos et alii. Roteiro de Redação – lendo e argumentando. 1 ed. São Paulo. Scipione, 2004.