Lucas C. Vieira - Sentimentos Em Mim e No Outro - Semana de Prática

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA LICENCIATURA Lucas Carboni Vieira Sentimentos em Mim e no Outro: pensando e experenciando emoções na Semana de Prática Trabalho apresentado à disciplina EDU02073 Seminário de Docência: Organização Curricular: fundamentos e possibilidades 4 a 7 anos. Professora Dra. Roseli Ines Hickmann Porto Alegre 1. Sem. 2015

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Trabalho apresentado a Disciplina de Didática, Curriculo e Avaliação

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    FACULDADE DE EDUCAO

    CURSO DE PEDAGOGIA LICENCIATURA

    Lucas Carboni Vieira

    Sentimentos em Mim e no Outro:

    pensando e experenciando emoes na Semana de Prtica

    Trabalho apresentado disciplina EDU02073

    Seminrio de Docncia: Organizao Curricular:

    fundamentos e possibilidades 4 a 7 anos.

    Professora Dra. Roseli Ines Hickmann

    Porto Alegre

    1. Sem. 2015

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    SUMRIO

    1 APRESENTAO ........................................................................................................... 3

    2 FUNDAMENTOS E PRINCPIOS ORIENTADORES DA PRTICA DOCENTE 4

    3 DADOS DE IDENTIFICAO DA ESCOLA E DA TURMA ................................... 8

    3.1 DADOS DA INSTITUIO .......................................................................................... 8

    3.2 DADOS DA TURMA ..................................................................................................... 8

    4 TEMTICA INTEGRADORA ....................................................................................... 8

    5 JUSTIFICATIVA E CONTEXTUALIZAO DA TEMTICA INTEGRADORA

    DO PLANEJAMENTO ....................................................................................................... 9

    6 OBJETIVOS ................................................................................................................... 11

    7 SABERES ABORDADOS ............................................................................................. 11

    8 PROCEDIMENTOS DIDTICOS ............................................................................... 12

    9 RECURSOS DIDTICOS ............................................................................................. 13

    10 AVALIAO ............................................................................................................... 14

    11 PLANOS DE AULA ..................................................................................................... 15

    11.1 ATIVIDADES TRANSVERSAIS DA SEMANA ..................................................... 15

    11.2 PLANO DE AULA DO DIA 18/05 SEGUNDA-FEIRA ........................................ 17

    11.3 PLANO DE AULA DO DIA 19/05 - TERA-FEIRA ............................................... 21

    11.4 PLANO DE AULA DO DIA 20/05 - QUARTA-FEIRA ........................................... 24

    11.5 PLANO DE AULA DO DIA 21/05 QUINTA-FEIRA .............................................. 1

    11.6 PLANO DE AULA DO DIA 22/05 SEXTA-FEIRA ................................................. 5

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    1 APRESENTAO

    Nestas pginas estruturei o planejamento para uma semana de prtica pedaggica em

    uma escola municipal de Viamo (Rio Grande do Sul) em uma turma de 2 ano. Neste escrito

    esto as reflexes tericas sobre os princpios orientadores da prtica, os objetivos, as

    fundamentaes tericas, reflexes sobre avaliao, concepo de currculo e de fazer

    docente. Entretanto, planejar no um ato simples e destitudo de emoo e

    intencionalidade. Materializaram aqui, com um esforo de dar vida a um grande conjunto de

    crenas, ideias e sonhos que tenho como educador. A temtica Sentimentos em Mim e no

    Outro surge como um rasgo de expresso daquilo que acredito essencial que esteja pulsante

    e vivo dentro do espao escolar: as emoes. Como tambm acredito que devem ser tratadas

    como saberes escolares recebendo o olhar atencioso e contnuo dos professores.

    Pretendi realmente possibilitar que a emoo e os sentimentos fossem nosso tema de

    estudo e com isso, recheei esta proposta com msica, com desenhos, com literatura, com

    conversas, com risadas, com incitaes para que as/os alunas/os olhem para dentro de si e

    olhem para seus colegas com uma viso mais sensvel e mais receptiva. Procurei colocar

    neste planejamento doses da Vida que pulsa e vibra fora da escola, e que por vezes

    desaparece ao ultrapassar das crianas pelo umbral da sala. Espero ter atingido este propsito

    e desejo a leitora ou ao leitor um momento repleto de sentimentos e emoes.

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    2 FUNDAMENTOS E PRINCPIOS ORIENTADORES DA PRTICA DOCENTE

    Para pensar a escola contempornea acredito seja necessrio voltar o olhar para dois

    movimentos ocorridos na histria: o primeiro remete ao sculo XIV e tem seu pice no

    sculo XVIII com o Iluminismo. neste movimento que encontra-se toda a lgica

    cientificista, matemtica, seccionadora e racionalista que Boaventura define como

    paradigma dominante (SANTOS, 1988). Este paradigma que prepondera mesmo que em

    fase de desconstruo sobre a produo e a validao dos saberes particiona o ser humano,

    afastando-o da sua subjetividade e da pluralidade de dimenses afetivas, sociais e culturais

    que o compe. Como nos colocam Fiss e Vieira

    [...] este paradigma, entretanto, no se restringiu s cincias. Ele enraizou-se na

    nossa estrutura social, atingindo profundamente a forma como o homem tratado

    e com a qual se relaciona com o outro, consigo mesmo e com a natureza. Essa

    forma de pensar/relacionar-se/viver guiada pela razo, eleita como grande

    qualidade humana no Sculo das Luzes. Seguindo a lgica do pensamento

    matemtico, conhecer significa dividir, quantificar [...] (2014, p. 552)

    Entende-se, nesta lgica, como sujeito pleno aquele que se deixa mover unicamente

    pela razo e pela lgica, ignorando a leviandade das afetividades e do pensamento

    entendido como no cientfico. O segundo movimento se d no sculo XIX e refere-se s

    transformaes socioeconmicas que alteraram a lgica de aproveitamento dos meios de

    produo. Com as filosofias taylorista e fordista, que desvalorizam os trabalhadores

    retirando os seus saberes especficos, subjugando-os simples manuseio das mquinas,

    observamos a precarizao e a degradao da mo de obra. Santom (1998a, s.p) aponta que

    este processo de desqualificao e atomizao de tarefas ocorrido no mbito da produo e

    da distribuio tambm foi reproduzido no interior dos sistemas escolares. Assim,

    professoras/es e alunas/os, destitudos de poder decisrio, vivem o espao escolar em

    relaes de controle e autoridade, em que as/os primeiros subjugam as/os segundas/os.

    Nvoa outra voz que aponta esta situao, ao falar sobre as quatro disposies da sociedade

    em que vivemos hoje: do espetculo, da competio, do consumo e do conhecimento. (2004,

    p.1) Refletindo sobre a dimenso do espetculo assinala o movimento de perda da

    visibilidade pblica dos professores, que ausentes dos espaos de debate social, foram

    isolados no interior da escola. O toyotismo, filosofia que atualiza o taylorismo/fordismo para

    um mercado mais competitivo, por outro lado, avana no sentido da precarizao, atravs de

    um processo mais complexo e stil: acumulando sobre um nico sujeito inmeras funes

    sem o empoderar para a deciso. Ideias como a eliminao dos recursos considerados

  • 5

    desperdcio e o objetivo da qualidade total (SANTOM, 1998a, s.p) passam a atravessar

    os discursos pedaggicos. Dessa forma, o docente responsabilizado, sofre sobrecarga de

    trabalho, mas no possui o poder decisrio para reajustar suas condies profissionais.

    Chega-se, ento, nesta escola do sculo XXI que ainda sustenta traos marcantes dos

    espaos escolares do sculo XX e XIX estruturados sob a gide do paradigma dominante: a

    concepo compartimentalizadora dos saberes - materializada no currculo de disciplinas,

    em que cada saber est limitado a um tempo e a um espao, um momento na grade semanal;

    a preocupao com a conteno/educao dos corpos das/os estudantes que devem

    permanecer sentados, enfileirados e focando o quadro, sem espao para a troca entre os pares

    e sem espao para o brincar; o poder regulador da escola, que legitima alguns saberes em

    detrimento de outros, assumindo o papel de assujeitar as crianas, os jovens e os adultos com

    que trabalhada; a centralizao dos saberes na figura do professor, que o detentor da palavra

    final dentro da sala de aula e que no pode ser questionada. A universalizao da escola

    pblica, geradora do ingresso de camadas sociais que com dificuldade se mantinham ou

    simplesmente no acessavam a escolarizao at ento, desencadeou tensionamentos que

    hoje demonstram a fragilidade da forma de fazer escola que est posta. Culturas antes

    rechaadas deste espao encheram os bancos escolares e metafisicamente (pre)ocuparam os

    discursos pedaggicos. Neste caldeiro de realidades e pontos de vista, entra em jogo a

    fluidez dos tempos lquido-modernos (BAUMAN, 2001), no qual os sujeitos foram e so

    cotidianamente constitudos, desacomodados e transformados.

    Creio que o espao da escola deve estar comprometido com a educao para a

    construo de significados na vida para alm de seus muros (CALDEIRA, 2002) e que esteja

    profundamente comprometida com ideais de justia e igualdade social e por isso torna-se

    um ato poltico, esttico e tico (CORCINO, 2007, p.67). na composio do currculo, nas

    escolhas intencionais feitas para ele, que sedimentamos esta escolarizao para um bem

    viver (SANTOS, 2008). Importante destacar que

    [...] o princpio da igualdade, ainda to justificado e necessrio nas sociedades com

    bases democrticas, no se confunde com homogeneidade e uniformidade, mas

    sim pressupe o convvio com a diversidade. Portanto, o contrrio no a

    diferena mas a desigualdade que se orienta por relaes de superioridade e

    inferioridade, construdas histrica, cultural, social e economicamente.

    (HICKMANN, 2000, p. 23)

    Com isso, as escolhas dos saberes que comporo o currculo escolar devem para

    atingir este princpio de justia social e igualdade versar sobre os negros, os indgenas e os

    quilombolas; sobre a mulher e o seu empoderamento; a comunidade LGBTT; a explorao

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    e a precarizao no mundo do trabalho; pessoas com necessidades especiais; as diferentes

    infncias; a pobreza e a riqueza; (HICKMAN, 2000, p.25; SANTOM, 1998b) enfim, deve

    abranger de forma ampla as diversidades da vida, no apenas para informar as/aos

    estudantes, mas para empoder-los e visibilizar outras formas de ser e estar que

    historicamente so silenciadas na escola. Para que isso seja possvel, defendo que os saberes

    habitem e se operacionalizem na escola desde a perspectiva globalizadora, onde as

    disciplinas no so o epicentro do fazer escolar. Ao contrrio a prpria vida, seus

    problemas e acontecimentos que tomam o palco. Os saberes das diversas reas de

    conhecimento movimentam-se no sentido de esclarecer, possibilitar a interpretao,

    desenvolver hipteses, proporcionar reflexes e viso plural acerca dos temas estudados

    (ZABALA, 1998). Este movimento relacional entre os saberes da cincias e do senso

    comum gera o que nos aponta Hernndez um favorecimento

    [...] de estratgias de indagao, interpretao e apresentao do processo seguido

    ao estudar um tema ou um problema que por sua complexidade, favorece o melhor

    conhecimento dos alunos e dos docentes de si mesmos e do mundo em que vivem.

    (1998a, p. 39)

    Com isso se tem um aluno ativo, que est profundamente envolvido nas suas

    aprendizagens, que toma frente na busca pelos saberes, na organizao, seleo,

    esquematizao, da interpretao, construo das concluses e das relaes que faz com a

    realidade que cerca. Em outras palavras: transformam informao em conhecimento. A/o

    docente assume o papel de organizar este processo. (CALDEIRA, 2002, p. 19). O aluno

    precisa agir sobre os saberes para desenvolver os conceitos necessrios sua aprendizagem.

    (CORCINO, 2007, p. 63)

    Na defesa desta forma de fazer educao, que sonha e busca o desenvolvimento

    humano, crianas, jovens e adultos so vistos como sujeitos socioculturais. Ou seja, so

    sujeitos que esto na sociedade, que a constituem e so por ela constitudos, atravessados

    por suas experincias e suas vivncias (DAYRELL, 2008; CORCINO, 2007). A infncia

    objetivamente heterognea porque existem infncias socialmente diferentes e desiguais. As

    meninas tm experincias diferentes das dos meninos, como diferente a condio da

    criana abandonada se comparada quela que cuidada e desejada por seus responsveis. A

    infncia das classes populares est longe de ser a mesma das classes abastadas: sua durao

    e forma de viv-la so outras. Importante destacar que, mesmo com as ad/diversidades as/os

    estudantes so tambm sujeitos de direito, que devem ter garantido o acesso aos

    conhecimentos acumulados pela humanidade e a uma educao pblica de qualidade. O

  • 7

    currculo e a ao pedaggica pensados nestas perspectivas se movimentam no sentido de

    desenvolver a sensocomunizao dos saberes (BOAVENTURA, 1988), em outras palavras

    [...] saber cientfico amalgamado ao senso comum [...] a cincia est a servio

    do indivduo e no o indivduo a servio da cincia. Isso porque as experincias

    do senso comum, junto das experincias dos saberes cientficos, se tornam

    mecanismos de melhor viver, o entendimento da realidade no est desconexo do

    sujeito e do local onde este sujeito se forma. (FISS e VIEIRA, 2014, p. 558-559)

    Este sujeito, local e atravessado por saberes e experincias deve desenvolver-se para

    valores da criticidade, da autonomia e da responsabilidade, da alteridade e o olhar respeitoso

    sobre as diferentes culturas, como tambm para o exerccio poltico ativo e reflexivo

    na/acerca da sociedade em que se vive. Por criticidade entendo a capacidade de avaliao

    do que est dado, problematizando-o na comparao com outras situaes, outros saberes,

    outros pontos de vista; conceituo autonomia como a ao balizada nas intencionalidades do

    prprio sujeito (LA TAILLE, 1992, p.50). Seu fazer se fundamenta na sua capacidade de

    decidir e de agir sem estar subjugada a deciso de outrem, reforo esta ideia com a definio

    de Caldeira (2002, p. 14) sobre a ao consciente: agir de modo consciente significa

    estabelecer fins e alcan-los por meio de uma ao intencional. Intento este sujeito

    autnomo, cnscio dessa condio, para que desenvolva suas aes dentro de uma relao

    de responsabilidade, compreendendo que sua [...] ao por intencionalidade significa ao

    poltica, comprometida com a construo de um determinado projeto de homem1 e de

    sociedade (CALDEIRA, 2002, p. 14). A alteridade, movimentando a ao consciente e a

    capacidade crtica, ser o exerccio de compreenso do outro por ele mesmo. Em outras

    palavras, quero dizer que o aluno dever desenvolver a capacidade de ceder-se ao outro,

    da escuta ativa, para que possa acessar a realidade do Outro sem mascar-la com a sua

    interpretao dessa realidade (FREIRE, 2008, p.45). Assim, as diferentes culturas, as

    diferentes formas de interpretar o mundo e os diferentes saberes devero ser respeitados,

    estudados e valorizados, possibilitando maior leque de interpretaes sobre a realidade micro

    e macro das e dos estudantes. Entendemos estes princpios como basilares para o exerccio

    poltico ativo e reflexivo na esfera social.

    1 Relativizamos a expresso projeto de homem utilizada pelo autor por acreditarmos na essencial

    valorizao da mulher e da luta pela igualdade de direitos

  • 8

    3 DADOS DE IDENTIFICAO DA ESCOLA E DA TURMA

    3.1 DADOS DA INSTITUIO

    Nome: Escola Municipal de Ensino Fundamental Presidente Getlio Vargas

    Endereo: Rua Naes Unidas, s/n - Viamo/RS.

    Telefone: 3493-6460 E-mail: [email protected]

    Completando 32 anos no dia 19/04, a instituio de ensino possui uma sala dedicada

    a Educao Infantil, 12 atendendo o Ensino Fundamental de nove anos, uma sala multimdia,

    uma biblioteca, uma sala de recursos, uma sala dos professores, secretaria e sala para a

    direo. A equipe escolar no turno da manh composta por 25 membros: trs cozinheiras,

    duas coordenadoras pedaggicas, uma secretria, dezessete professores, a vice-diretora e a

    diretora. A escola opera sobre o regime avaliativo dos conceitos. Passou por reformas

    estruturais profundas, recebendo mesas novas, materiais e cuidados externos como pintura e

    reparos. Entretanto, este ano a sala de Educao Infantil j apresenta goteiras e infiltraes.

    A rua da escola no asfaltada e possui diversos buracos o que dificulta o acesso.

    3.2 DADOS DA TURMA

    A turma com que realizarei a prtica um 2 ano, pela manh, composto por 26

    alunos, 12 meninos e 14 meninas, com faixas etrias de 8 e 9 anos e so moradores do bairro

    onde se situa a escola. A turma muito quieta, dado o controle constante da docente para

    obter silncio, mas toma outra feio quando ela sai da sala e podemos ver movimento, risos

    e ouvi-los falar. A professora apontou que quatro alunos possuem laudo mdico, entretanto,

    por no t-los lido no sabe do parecer mdico. A professora titular Janana Godinho tem 17

    anos de prtica docente, possuindo formao inicial no Magistrio e graduao em

    Pedagogia com especializao em Orientao Pedaggica pela PUC e Especializao em

    Alfabetizao e Letramento na modalidade EAD, atravs da instituio Baro de Mau.

    Leciona tambm para o 2 ano da tarde e coordenadora pedaggica da EJA. De acordo com

    a professora a turma est dividia entre alunos que j conseguem ler e outros que sequer esto

    na hiptese silbica.

    4 TEMTICA INTEGRADORA

    Sentimentos em Mim e no Outro

  • 9

    5 JUSTIFICATIVA E CONTEXTUALIZAO DA TEMTICA INTEGRADORA

    DO PLANEJAMENTO

    Durante a Semana de Observao pude perceber um espao educativo em que os

    sujeitos estavam engessados em posies muito bem demarcadas. O adulto na condio de

    professor, apresentando muito do sentido etimolgico da palavra, como aquele que professa,

    e as crianas como aqueles que escutam, que so alvo da ao docente. Est naturalizada a

    autoridade do adulto sobre a criana, sobre o aluno (SACRISTN, 2005). professora cabe

    ensinar tudo, como epicentro de todo fazer pedaggico: propunha as atividades, as resolvia

    diante da turma que copiava e realizava a discusso das mesmas dando pouco espao para a

    fala das crianas; em um verdadeiro processo de transferncia de conhecimentos. s

    crianas, por sua vez, cabia o silncio, a postura correta na cadeira, o foco contnuo no que

    era proposto, a realizao das atividades. O controle sobre os corpos estava fortemente

    presente em todos os momentos dentro e fora da sala de aula atravs da realizao de filas,

    da organizao dos materiais sobre a mesa, da disposio dos ps embaixo das cadeiras, da

    impossibilidade de transitar pela sala de aula. No terceiro dia de observao dei-me conta

    que s ouvia a risada das crianas quando a professora no estava em sala, por algum motivo

    e me peguei escrevendo em minhas anotaes: quando ela sai, a vida entra...

    Silveira e Abramowicz (2002) esquematizaram em seu artigo, a mesma situao que

    observei atravs de categorias que apresentam: corpos, vozes, tempo e espao. Destas

    destaco as duas primeiras. Na categoria corpos, explicitam o carter disciplinar da

    instituio escolar, que movimentando seu poder de controle subjuga os corpos na busca

    pelo bom aprendiz. Busca essa guiada pela/o educadora/o que faz a manuteno deste

    iderio com as/os alunas/os. O constante pedir de silncio, de imobilidade, como tambm as

    premiaes e punies quelas/es que se submetiam eram constantes (id. ibid., p. 36). Na

    categoria vozes a/o docente

    [...] quais so as vozes que podero ou no se manifestar, para se tornarem

    audveis, conforme a prtica pedaggica instituda [...] a sala de aula deixa de ser

    um local no qual existe liberdade de expresso. (id. Ibid., p. 59).

    Em primeiro momento, ainda imerso pela sensao de silenciamento respirvel na

    sala de aula, e que me atingiu de todo - mesmo que na confortvel posio de observador -

    pensei que Artes seria a temtica integradora. Permitir que a Vida entrasse na sala de aula.

    A partir de uma exerccio de sala de aula, em que deveramos dialogar com a professora

    titular, pude repensar a temtica integradora. Em uma semana de aula, no poderia eu

  • 10

    pretender completa revoluo, mas, se de alguma forma, pudesse gerar um novo olhar, uma

    reflexo, uma sensao diferente, o abrir das cortinas da sala que passaram a semana toda

    fechada consideraria uma vitria. Com isso surgiu o tema Sentimentos em Mim e no Outro.

    No o sentimento como uma simples palavra desligada do humano como um todo, mas como

    um desejo de abordagem mais orgnica dos sujeitos, uma unio da dimenso cognitiva e

    afetiva (OLIVEIRA, 1992, p. 75). Concepo que entra em harmonia com a preocupao de

    desenvolvimento das questes do conhecimento e da expresso de si, do respeito e da escuta

    ativa do outro e de sentidos de coletividade e cooperao.

    Encontrei em Georges Snyders (1993), em seu livro Alunos Felizes reflexes

    interessante que pude transpor para este planejamento. Snyders preocupa-se com o espao

    da alegria em sala de aula, como ela deve estar presente para a construo de um ambiente

    de aprendizagens rico e potente. Diria-o de forma uma pouco diferente: qual o espao da

    vida emocional em sala de aula para que as aprendizagens possam ser potencializadas? Ou

    ainda podemos dizer que rica a aprendizagem do sujeito compartimentalizado,

    subjetivamente anulado? O autor lana reflexo interessante explicitando que:

    Dentro da sala de aula, os alunos vivem a experincia das particularidades individuais e das diferenas de grupos e do todo da classe: os indivduos so

    diferentes entre si, e muitas vezes de difcil acesso. Os grupos sentem e

    desenvolvem frequentemente a excluso, o desprezo, a incompreenso uns em

    relao aos outros. O todo da classe e o todo da escola tm muita dificuldade em

    constituir uma unidade. Na maioria das vezes, eles a encontram mais em fases de

    oposio comum a uma autoridade exterior do que em suas prprias riquezas.

    Assim, uma srie de tenses se superpem umas s outras. O aluno pode sentir sua

    originalidade individual ameaada tanto por seus pares quanto por seus superiores

    ou pela instituio. A questo atingir uma alegria das relaes, superando esses

    graves riscos da no-alegria. [...] Minhas leituras literrias me mostraram que o grupo de colegas em geral muito mais um freio do que um apoio. (ibid. p. 69)

    Certamente este local de desentendimento e silenciamento no um espao propenso

    ao desenvolvimento pleno e sensvel do ser humano. Acredito que um trabalho dedicado

    reflexo e discusso respeitosa dos/sobre os Sentimentos oportunizar que a Vida entre na

    sala de aula. No no enquadramento rgido do paradigma dominante e muito menos em

    descontrole emocional completo, mas sim com o equilbrio perfeito entre Sujeito Razo e

    Sujeito Emoo que existe num mundo atravessado por Razes e Emoes Outras que

    coexistem, se complementam ou se repelem. Assim, educadores/educadoras e alunas/os e

    mesmo a e comunidade escolar - desenvolvem relaes mais proveitosas e enriquecedoras

    no espao da escola.

  • 11

    6 OBJETIVOS

    Oportunizar espaos de reflexo sobre os sentimentos em mim e no outro para que as

    alunas, os alunos e professores possam conhecer melhor a si mesmos, exercitar a

    compreenso e escuta do outro e criar relaes de maior respeito e sensibilidade;

    Proporcionar outras formas de ser e estar no espao da sala de aula para que alunas,

    alunos e professores possam interagir de forma mais significativa, enriquecendo as

    vivncias e os saberes;

    Oportunizar s/aos alunas/os momentos de expresso oral, atravs de debates em grande

    grupo; escrita, atravs da produo e leitura de frases e palavras para que se desenvolva

    s capacidades da comunicao e linguagem.

    Possibilitar momentos de interao de diversos saberes com a temtica proposta para que

    as/os alunas/os possam relacionar-se com as propostas apresentadas de forma

    globalizadora e assim produzir aprendizagens com mais significado.

    Oportunizar o interesse e respeito pelas diferentes culturas e pelo outro de forma

    globalizada, despertando o interesse da turma para que as crianas possam conhecer

    outra forma de relao com os saberes escolares, integrando-os com a vida;

    7 SABERES ABORDADOS

    Saber oral (fala, oralidade) e da escrita

    Saber plstico-visual (desenho, pintura, recorte e colagem)

    Saber sonoro-musical (msica ouvida e cantada)

    Saber lgico-matemtica (classificar, ordenar, seriar, resoluo de problemas

    matemticos)

    Saber dos cuidados, sentimentos e afetos em gerais

    Saberes socioculturais, do interesse e respeito pelas diferentes culturas e pelo outro

    Saberes do tempo e do espao

    Saberes de cooperao e trabalho em grupo

    Saberes do corpo e do teatro

  • 12

    8 PROCEDIMENTOS DIDTICOS

    Utilizao de livros, vdeos, msicas como disparadores. Utilizar conversas no grande e

    pequeno grupo, possibilitando discusses e reflexes sobre as temticas discutidas.

    Utilizar da expresso artstica com recorte e colagem, desenhos com lpis, giz de cera e

    canetas hidrocor, como tambm de tinta.

    Relacionar a msica, os textos e as imagens com sentimentos, proporcionando reflexes

    sobre estas aproximaes.

    Escrita de textos e palavras coletivos e individuais, como tambm de histrias.

    Desenvolvimento de ilustraes a partir dos textos criados

    Leitura individual e leitura no grande grupo

    Esquematizao de encenaes e apresentao da esquete

    Reflexo diria sobre a temtica articuladora atravs da rvore dos Sentimentos e do

    Pensamento do Dia

    Dinmicas de movimento pelo espao da sala

  • 13

    9 RECURSOS DIDTICOS

    Bolas confeccionadas com balo

    Borracha

    Cadernos

    Caneta para quadro branco e canetas hidrocor

    Cola

    Fita adesiva e fitas coloridas

    Folhas A3 brancas e coloridas

    Giz de cera

    Lpis de escrever e de colorir

    Mapa Mundi

    Msica Casta Diva, de Vincenzo Bellini

    Msica Happy , de Pharell Williams

    Msica Home, de Edward Sharpe and Magnetic Zeroes

    Msica Re Dellabiso affrettati, de Giuseppi Verdi

    Msica Slo Le Pido a Dios, de Mercedes Sosa

    Msica folclrica: Escravos de J

    Notebook e caixas de som

    Papel cartaz, celofane e contact

    Quadro branco

    Revistas para recorte

    Tesoura

    Traduo das letras Solo Le Pido a Dios e Gracias a La Vida

    Vdeo Mercedes Sosa cantando Gracias a La Vida

    Vdeo Mercedes Sosa cantando com Len Gieco Slo Le Pido a Dios

    Vdeo Luka Sulic Clair de Lune de Debusy

    Vdeo Lukas Sulic Vocalise de Rachmaninov

    Vdeo 2Cellos Thunderstruck

    Vdeo Sefa Emre Ilikli Applause

  • 14

    10 AVALIAO

    A avaliao o processo que est conectado com todo o desenvolvimento do trabalho

    pedaggico proposto. Deve relacionar-se com os princpios, com os objetivos, auxiliando no

    processo de concretizao da formao das/os alunas/os de acordo com o que se intenta e

    considera relevante na formao. Hernndez aponta que o processo avaliativo deve ser

    [...] pea chave do ensino e da aprendizagem que possibilite aos docentes pronunciar-se sobre os avanos educativos dos alunos e, a esses, contar com

    pontos de referncia para julgar onde esto, aonde podem chegar e do que vo

    necessitar para continuar aprendendo. (1998b, p. 97)

    Para as/os estudantes, a avaliao formativa deve ser processo de tomada de

    conscincia das aprendizagens e das dificuldades (CALEIRA ,2002, p. 21) auxiliando-o a

    entender o que ficou em aberto e precisa ser retomado. Ao professor permite conferir

    continuamente se os objetivos estipulados esto sendo atingidos, repensar as prticas de

    ensino e reviso do planejamento tendo em vista o desenvolver das/os alunas/os nos temas

    trabalhados.

    Utilizarei como instrumentos avaliativos: rodas de debate e conversa; momentos de

    escrita individual e coletiva; leitura individual e coletiva; jogos e atividades de linguagem e

    lgico-matemticos; observao e escuta nos diversos momentos da semana; jogos e

    dinmicas musicais; registros pessoais feitos durante a semana. Os critrios de avaliao,

    acerca da/o aluna/o, sero:

    Cria relaes entre o tema proposto e a vida fora da escola?

    Consegue fazer relaes entre o tema e os outros saberes utilizados?

    Traz o tema proposto em suas falas, escritos e produes artsticas?

    Consegue fazer uso das formas de expressividade (fala, escrita, desenho...)

    para comunicar-se?

    Demonstra conhecer melhor a si mesmo e aos Outros?

    Exercita a alteridade? Apresenta-se sensvel ao Outro?

    Sente-se mais vontade consigo mesmo e com os colegas?

    Sente-se mais vontade no espao da sala de aula?

  • 15

    11 PLANOS DE AULA

    11.1 ATIVIDADES TRANSVERSAIS DA SEMANA

    Estas atividades transversais (A.T) sero feitas em todos os dias durante a semana em

    momentos diversos. Em Vivncias de Hoje vamos apresentar a agenda do dia, o que ser

    feito no incio das aulas, com exceo de segunda-feira, na qual duas atividades ldicas

    serviro de gatilho para apresentao da temtica e minha apresentao e das crianas. As

    atividades seguinte rvore dos Sentimentos e Um Pensamento em uma Frase podem

    ser feitas ao longo do dia, como atividade alternativa da aula. Para garantir que todos

    participem dela ao final da aula teremos um momento reservado para isso. A atividade Um

    Pensamento em Uma Frase ser facultativa.

    11.1.1 Vivencias de Hoje

    No comeo de todas as aulas apresentarei brevemente as propostas de atividade do dia,

    utilizando um cartaz confeccionado previamente. Nele estar disposta a data e as atividades

    programadas para o dia com os horrios especficos de realizao. No prprio cartaz haver

    um relgio com os nmeros, permitindo a atualizao das horas.

    o Materiais de apoio

    Cartaz;

    Cartelas com atividades e horrios;

    Fita durex;

    o Objetivos especficos

    Expor as atividades do dia para que as crianas possam experimentar outras

    formas de ser e estar no espao e tempo da sala de aula.

    o Saberes abordados

    Saberes do espao e tempo

    11.1.2 rvore dos Sentimentos

    Em uma instalao em forma de rvore cada aluno ir pendurar um pensamento que teve

    ao longo do dia. Isso pode ser feito em qualquer momento da aula, entretanto a regra da

    rvore que ela s aceita um pensamento de cada pessoa por dia, assim sendo, preciso

  • 16

    pensar que pensamento ser colocado hoje e quando ir at a rvore. A criana pode escrever

    uma frase ou fazer um desenho que expresse o sentimento que deseja colocar na rvore.

    o Materiais de apoio

    Papel celofane e papel pardo para a confeco da rvore;

    Lpis de cor, giz de cera, canetas hidrocor;

    Papel A4;

    Fita durex;

    o Objetivos especficos

    Utilizar da expresso escrita ou plstico-visual para que o aluno possa refletir

    sobre os sentimentos em si mesmo e no outro.

    Possibilitar as/os alunas/os movimentao dentro da sala de aula para que

    possam experenciar outras formas de ser e estar neste espao.

    Propor a utilizao dos saberes plsticos-visuais e/ou da escrita para que a/o

    aluna/o relacionar outros saberes temtica integradora da semana;

    o Saberes abordados

    Plstico-visual, da escrita e dos sentimentos

    11.1.3 Um Pensamento em uma Frase

    Escrever, utilizando no mnimo uma das palavras-chaves, uma frase que expresse um

    pensamento, um encontro, um encanto, um desencanto, enfim, uma vivncia do dia que

    dever ser registrado no caderno. Esta frase pode ou no ser compartilhada com a turma, de

    acordo com a vontade da criana durante estes momentos finais da aula.

    o Materiais de apoio

    Caderno e lpis

    o Objetivos especficos

    Possibilitar a prtica da escrita individual para que o aluno possa refletir sobre

    os sentimentos em si mesmo e no outro;

    Propor a utilizao dos saberes da escrita para que a/o aluna/o relacionar outros

    saberes temtica integradora da semana;

    o Saberes abordados

    Saberes da escrita e dos sentimentos

  • 17

    11.2 PLANO DE AULA DO DIA 18/05 SEGUNDA-FEIRA

    11.2.1 Vivncias de Hoje

    Hoje descobriremos algumas palavras-chave desta semana! Alm de realizarmos

    uma brincadeira para nos conhecermos melhor. Para dar ritmo a essa brincadeira

    usaremos a msica folclrica Escravos de J. Tambm vamos discutir o significado das

    palavras que forem descobertas. Depois disso brincaremos com os nossos nomes fazendo

    uma montagem artstica com recorte e colagem! E voc sabia que podemos escrever outras

    palavras a partir das letras dos nossos nomes? Como o nosso tema o dos sentimentos, que

    sentimentos consegues encontrar no teu nome? E no dos colegas? So muitas palavras, no?

    Por isso aproveitamos para cont-las e organiz-las de diversas formas diferentes! Por fim,

    comeamos plantando emoes na rvore dos Sentimentos e escrevendo uma frase no

    caderno. Ufa! Foi bastante coisa, n? Ah! No se esquea! Dia 22/05, nesta sexta-feira,

    vamos fazer um piquenique! Ento podemos trazer lanches para compartilhar com a

    turma!

    11.2.2 Proposta 1 Acolhimento

    Receber as/os alunas/os na sala de aula. Realizar uma dinmica musical Escravos de

    J para que possamos nos apresentar uns aos outros; nesta apresentao cada uma/um pode

    falar informaes que ache relevante sobre si e que deseja compartilhar. Em roda, canta-se

    a msica, e vamos passando duas bolinhas. Ao encerrar a estrofe da msica as duas crianas

    que esto com as bolas se apresentam. A dinmica segue at que todos tenham se

    apresentado. Existem duas possibilidades de execuo desta dinmica: podemos realiz-la

    no espao externo a sala de aula, ou podemos rearranjar o espao interno. A depender do

    tempo e da liberao da professora titular. Em caso de rearranjarmos a sala, solicitarei a

    colaborao das crianas para faz-lo, deixando um espao maior no seu centro. Isso,

    entretanto, s acontecer se todas e todos concordarem que deveremos arrumar a sala depois.

    o Materiais de apoio:

    Duas bolas pequenas;

    Msica folclrica Escravos de J;

  • 18

    o Objetivos especficos

    Possibilitar atravs da msica e do rearranjar da sala de aula, outras formas

    de ser e estar na sala, gerando interaes mais significativas;

    o Saberes abordados

    Saber sonoro-musical e oral

    11.2.3 Proposta 2 Descobrindo as Palavras-Chave

    Primeira Parte Descobrindo as palavras

    Convidar a turma para conhecer o que proporei para esta semana. Para isso, entretanto,

    h um desafio que precisa ser desvendado: as palavras-chave da semana. Dividir a turma em

    grupos com 4 integrantes. Cada grupo receber um envelope, que contm o mistrio, um

    conjunto com as quatro palavras. Os grupos devem montar as cartelas as letras soltas e

    podem se organizar da forma que desejarem no espao da sala. As palavras so: vida,

    emoo, respeito e sentimentos. Como dica do desafio as letras iniciais e finais de cada

    palavra sero reveladas no envelope.

    o Materiais de apoio

    Cartelas confeccionadas previamente com as letras e envelope

    Papel contact para acabamento;

    o Objetivos especficos

    Utilizar o jogo para que os alunos experenciem a interao dos saberes da

    escrita e da cooperao com a temtica proposta

    Propor o trabalho em grupo para que as crianas vivenciem outras formas de

    ser e estar na sala de aula

    o Saberes trabalhados

    Saber da escrita, saber da cooperao e do trabalho em grupo e saberes dos

    sentimentos

    Segunda Parte Refletindo

    Conduzir debate, em roda, sobre as palavras descobertas. Perguntas norteadoras: O que

    significam? O que temos a dizer sobre elas? O que nos vem cabea quando falamos nisso?

  • 19

    S eu tenho sentimentos? Como posso expressar meus sentimentos? Que sentimentos tenho?

    E o outro? Podemos dizer os sentimentos de outras pessoas? possvel perceb-los? Como

    eu lido com isso? Posso obrigar algum a mudar de sentimentos? Cores expressam

    sentimento? E msicas, imagens?

    o Objetivos especficos

    Proporcionar momentos de discusso em grande grupo a partir das palavras

    oportunizando reflexes sobre os sentimentos em mim e no outro.

    o Saberes trabalhados

    Saber oral e saberes dos sentimentos

    11.2.4 Proposta 3 Sentimentos no Meu Nome

    Cada criana dever criar seu nome com recorte e colagem, montando as letras com

    pedaos menores de papel. A interveno pedaggica ser no sentido de auxiliar as crianas

    a criarem formas de esquematizar sua produo, como tambm refletir sobre a escrita do

    nome, no caso dos alunos que ainda no esto em hiptese alfabtica. Neste processo, tm

    de encontrar os sentimentos que esto em seu nome. Ou seja, partindo das letras que

    compe o nome prprio devem encontrar outras palavras que as contenham. Bruno por

    exemplo pode conter os sentimentos beleza, alegria, contentamento, etc... Estes trabalhos

    sero transformados em um mural para a decorao da sala, onde ser colocado ser

    discutido com as crianas e com a professora titular.

    o Materiais de apoio

    Revistas para recorte

    Tesoura e cola

    Folhas A3

    o Objetivos especficos

    Utilizar dos saberes plstico-visuais e da escrita para que o aluno possa

    refletir sobre os sentimentos em si e no outro

    o Saberes trabalhados

    Saberes da escrita (morfolgicos) e saberes do sentimento

    Segunda Parte

    Aps encontrar os sentimentos no seu nome, procurar se outros colegas possuem os

    mesmos sentimentos nos nomes deles e que outros sentimentos podem ser encontrados.

  • 20

    Neste momento as crianas sero convidadas a caminhar pela sala, olhar os trabalhos dos

    colegas, conversarem sobre suas descobertas, sobre seus encontros com as palavras.

    o Materiais de apoio

    Trabalhos realizados pelas crianas

    o Objetivos especficos

    Proporcionar s crianas momentos de conversa e anlise de seus trabalhos

    para que possam refletir sobre os sentimentos em si mesmos e nos outros.

    Propor o trabalho em grupo para que as crianas vivenciem outras formas de

    ser e estar na sala de aula

    o Saberes trabalhados

    Saber oral, saberes dos sentimentos e da cooperao

    11.2.5 Proposta 4 Quantos sentimentos temos aqui?

    Neste momento vamos quantificar e classificar os sentimentos que surgiram dos trabalhos

    realizados e montaremos um grfico no quadro, em momento coletivo. Primeiro vamos

    contar os sentimentos, organizando-os em grupos. Depois montaremos o grfico, nele vamos

    colocar a quantidade dos sentimentos que apareceram. Para cada unidade utilizaremos um

    quadradinho. Depois deste primeiro grfico feito em turma, convida as crianas a criarem

    outros grficos em grupo, organizando os sentimentos de outras formas. Podemos discutir o

    foco de cada grupo coletivamente.

    Perguntas norteadoras: Quantos sentimentos temos? Quantos so positivos, legais,

    gostamos de sentir e quantos no so? Quantos eu j senti? Quantos eu conheo? Como

    podemos organizar estes nmeros?

    o Materiais de apoio

    Papel cartaz e fita adesiva

    o Objetivos especficos

    Propor a utilizao dos saberes lgico-matemticos, da leitura e da cooperao

    para que a/o aluna/o relacionar outros saberes temtica integradora da

    semana;

    o Saberes trabalhados

    Saberes lgico-matemticos (quantificao e ordenao)

  • 21

    11.2.6 Proposta 5 rvore dos Sentimentos e Pensamento do Dia o Atividade transversal

    11.2.7 Tema de Casa o Escrever a data no caderno e pensar nos nmeros queridos

    Cada criana dever pensar sobre nmeros que tenham significado afetivo

    para elas e trazer para a turma no dia seguinte. Entregarei o enunciado do

    tema em uma folha para ser anexada no caderno

    Enunciado: Tu sabias que os nmeros tambm geram sentimentos? Pense

    em um nmero que tu gostas. Por que gostas dele? Que sentimento ele

    desperta em ti? Anote este nmero aqui no caderno, que na aula de tera-feira

    (19/05) ns vamos falar sobre ele!

    11.3 PLANO DE AULA DO DIA 19/05 - TERA-FEIRA

    11.3.1 Proposta 1 Vivncias de Hoje

    Iniciaremos retomando o que vimos na aula de ontem (segunda-feira, dia 18) e olhando

    que ideias e sentimentos nasceram na rvore. Tnhamos tambm um tema: pensar nos

    nmeros queridos. Vamos estudar um pouco esses nmeros e aprender algumas cosias com

    eles! Esses nmeros queridos tem histria... Por isso vamos registrar essa histria com

    ajuda dos nossos colegas. Alm de pensar nos nmeros queridos, vamos tambm ver que a

    Msica tm muito sentimento. Por isso, vamos ouvir algumas e tentar desenhar o que elas

    esto dizendo, vamos tambm juntar os desenhos e discutir sobre as mensagens que

    surgiram neles! Por mim, vamos fazer nascer outros pensamentos na rvore e escrever o

    Pensamento no caderno.

    11.3.2 Proposta 2 Nmeros Queridos

    Reler o enunciado da atividade proposta e ento convidar as crianas a contarem para

    o grupo dos nmeros que trouxeram, explicando por que o nmero escolhido querido.

    Enquanto isso, vou anotando os nmeros no quadro. A ideia problematizar o aspecto

    cultural dos nmeros, suas diversas leituras de acordo com as situaes e suas funes.

    Perguntas Norteadoras: Como podemos ler estes nmeros? Vocs sabiam que o mesmo

    nmero pode ser lido de diversas formas diferentes? Os nmeros nunca andam sozinhos por

  • 22

    a. Se pegamos este nmero e colocamos esta palavra junto, como vamos l-lo? Fica igual a

    antes?

    o Materiais de apoio

    Quadro branco e caneta

    o Objetivos especficos

    Propor a utilizador dos saberes lgico-matemtico, da leitura e o saber oral para

    que a/o aluna/o relacionar outros saberes temtica integradora da semana;

    Proporcionar s crianas momentos de conversa e anlise da proposta para

    que possam refletir sobre os sentimentos em si mesmos e nos outros;

    Propor o trabalho em grupo para que as crianas vivenciem outras formas de

    ser e estar na sala de aula;

    o Saberes trabalhados

    Saberes lgico-matemticos, saberes da leitura, saber oral

    11.3.3 Proposta 3 A Histria do Nossos Nmeros Queridos

    Primeira Parte

    Propor s crianas que escrevam, em grupo, uma a histria que foi contenha os

    nmeros queridos dos participantes deste grupo. O que est se discutindo tem relao com a

    histria de cada um deles, com as lembranas que geram sentimentos e estas histrias tem

    aproximaes com outras na sala. Os grupos sero divididos de acordo com as aproximaes

    dos nmeros discutidas anteriormente. Feitas as histrias os grupos realizaro a leitura do

    seu trabalho para o grande grupo.

    o Materiais didticos

    Caderno, lpis e borracha

    o Objetivos especficos

    Propor a utilizao dos saberes lgico-matemtico e da escrita em grupo para

    que as/os alunas/os relacionem outros saberes temtica integradora da

    semana;

    Propor momento de produo coletiva para que o aluno possa refletir sobre a

    suas histrias, conhecendo melhor a si mesmo.

    o Saberes trabalhados

    Saberes da escrita, saberes lgico-matemticos, saberes da cooperao;

  • 23

    11.3.4 Proposta 4 - Msicas e Desenho

    Outra forma de pensarmos sobre os sentimentos atravs da msica. O que nos fazem

    sentir? Que sensao despertam? A propostas ouvir as msicas trazidas e desenhar o que

    vier a mente. O desenho pode ter forma, como pode no ter. importante pensar que as

    cores, a forma com que fazemos os traos, as formas que desenhamos ou no desenhamos,

    tudo isso demonstra o que estamos sentindo. Para a realizao desta atividade proporei a

    mudana do organizao da sala de aula.

    o Materiais de apoio

    Papel A3

    Lpis de cor, giz de cera, caneta hidrocor

    o Msicas utilizadas

    Mercedes Sosa Slo Le Pido a Dios

    Vincenzo Bellini Casta Diva

    Pharell Wiliams Happy

    Giuseppi Verdi Re dell'abiso affrettati

    Edward Sharpe and Magnetic Zeros Home

    o Objetivos especficos

    Propor a utilizao dos saberes sonoro musicais e plstico-visuais para que

    a/o aluna/o relacione outros saberes temtica integradora da semana;

    Propor outra organizao espacial na sala para que as crianas vivenciem

    outras formas de ser e estar na sala de aula

    Utilizar as msicas como um primeiro contato com outras formas de

    expresso musical para que os alunos possam entrar em contato com outra

    culturas.

    o Saberes trabalhados

    Saberes sonoro-musicais, saberes plstico-visuais, dos sentimentos e saberes

    socioculturais.

    11.3.5 Proposta 5 Mandala dos Sentimentos

    Juntaremos os desenhos feitos para cada msica e vamos discutir/analisar as

    produes. Perguntas norteadoras: Que cores foram utilizadas para cada msica? H formas

  • 24

    nos desenhos? Que formas? Que traos foram feitos? Que sentimentos podemos tirar dos

    desenhos, assim, unidos? O que vamos fazer com estes trabalhos? Vamos escolher uma das

    mandalas para pendurar em algum lugar? Onde? Como?

    o Materiais de apoio

    Trabalhos realizados na atividade anterior;

    Fita adesiva;

    o Objetivos especficos

    Proporcionar s crianas momentos de conversa e anlise da proposta

    plstico-visual, correlacionando-a com a musical, para que possam refletir

    sobre os sentimentos em si mesmos e nos outros;

    Propor o trabalho em grupo para que as crianas vivenciem outras formas de

    ser e estar na sala de aula;

    o Saberes trabalhados

    Saberes plstico-visuais, saberes sonoro-musicais, saberes dos sentimentos e

    afetos em geral, saberes da cooperao e trabalho em grupo, saber oral.

    11.3.6 Proposta 6 rvore dos Sentimentos e Pensamento do Dia o Atividade transversal

    11.4 PLANO DE AULA DO DIA 20/05 - QUARTA-FEIRA

    11.4.1 Vivncias de Hoje

    Hoje vamos descobrir de onde as msicas que ouvimos ontem vieram. Podemos

    ouvi-las de novo. Vamos olhar estes pases em um material chamado mapa mundi. Tambm

    vou apresentar pra vocs uma das cantora das msicas que ouvimos, a argentina chamada

    Mercedes Sosa, e com duas msicas que ela canta que ns vamos estudar hoje. Vamos

    completar a frase Eu s peo...com um desejo nosso, um pedido. Para este pedido faremos

    um desenho e vamos conversar sobre o que apareceu na nossa arte! Depois disso vamos

    ouvir, sentir e ler a msica Gracias a La Vida. Vamos conversar sobre seu significado e

    o que nos fez sentir. Depois vamos esquematizar e apresentar uma pequena cena com o tema

    Graas a Vida que.... As cenas sero curtas, no se preocupe! E todos vamos ajudar!

    Ser um momento de agradecermos s coisas boas da vida!

  • 25

    11.4.2 Proposta 1 Conhecendo a Histria das Msicas

    Reorganizar a sala para que possamos sentar mais prximos uns dos outros, sem as

    mesas. Utilizando o mapa mundi falar das msicas trabalhadas, utilizando fitas coloridas

    para traar as distncias entre o Brasil e o pas de origem. Mesmo falando das outras msicas

    o foco desta atividade ser a msica da cantora Mercedes Sosa que dar origem a outras

    atividades. Importante destacar que a composio da letra do argentino Len Gico. Trazer

    a traduo das letras de Mercedes Sosa. Contar a histria da cantora. Mostrar vdeos dela

    interpretando msicas.

    o Material de apoio

    Mapa Mundi

    Traduo da letra

    Fitas coloridas

    Vdeos

    Notebook e caixas de som

    o Vdeos Utilizados

    Mercedes Sosa cantando com Len Gieco:

    https://www.youtube.com/watch?v=Gvyl_zdji2k

    Mercedes Sosa cantando Gracias a La Vida

    https://www.youtube.com/watch?v=5VRPKD7JqyI

    o Objetivos especficos

    Utilizar as msicas como um primeiro contato com outras formas de

    expresso musical para que os alunos possam entrar em contato com outra

    culturas.

    Propor a utilizao dos saberes do tempo e espao, socioculturais e lgico

    matemticos para que a/o aluna/o possa relacionar outros saberes temtica

    integradora da semana;

    o Saberes trabalhados

    Saberes lgico-matemticos, saberes do tempo e espao, saberes

    socioculturais, saberes plstico-visuais.

    11.4.3 Proposta 2 Slo Le Pido a Dios

    Primeira Parte Ouvindo, lendo e sentindo

  • 26

    Entregar para a turma a traduo da letra interpretada por Mercedes Sosa, realizando

    uma leitura modelo. Perguntas norteadoras: Que palavras eu desconheo? Que partes no

    ficaram muito claras? O que entendemos da letra? O que pode ser dito? O que sentiram? Que

    sentimentos a cantora pode ter vivido enquanto cantava? No que pensava? Como poderamos

    lidar com isso?

    o Materiais de apoio

    Traduo da letra

    Eu s peo a Deus

    Que a dor no me seja indiferente

    Que a morte no me encontre um dia

    Solitrio sem ter feito o q'eu queria

    Eu s peo a Deus

    Que a dor no me seja indiferente

    Que a morte no me encontre um dia

    Solitrio sem ter feito o que eu queria

    Eu s peo a Deus

    Que a injustia no me seja indiferente

    Pois no posso dar a outra face

    Se j fui machucada brutalmente

    Eu s peo a Deus

    Que a guerra no me seja indiferente

    um monstro grande e pisa forte

    Toda fome e inocncia dessa gente

    Eu s peo a Deus

    Que a mentira no me seja indiferente

    Se um s traidor tem mais poder que um

    povo

    Que este povo no esquea facilmente

    Eu s peo a Deus

    Que o futuro no me seja indiferente

    Sem ter que fugir desenganando

    Pra viver uma cultura diferente

    o Objetivos especficos

    Utilizar a letra da msica para que os alunos possam entrar em contato

    com outras culturas

    Propor o trabalho em grupo para que as crianas vivenciem outras formas

    de ser e estar na sala de aula.

    Utilizar dos saberes musicais para que o aluno possa refletir sobre os

    sentimentos em si mesmo e no outro, exercitando o olhar da alteridade.

    o Saberes trabalhados

    Saberes da escrita, da fala, saberes socioculturais, saberes do sentimento

    Segunda Parte Eu s peo...

    Convidar a turma para pensar sobre um pedido, algo que gostaria muito que

    acontecesse. A msica da cantora Mercedes Sosa um pedido, uma solicitao de

    esperana. O que gostarias que acontecesse? Complete a frase Eu s peo... e faa um

    desenho ilustrando este pedido.

  • 1

    Terceira Parte - Refletindo

    Reflexo em grupo sobre os desenhos feitos. Perguntas norteadoras: O que

    pediste? Por que o desejas? Quem ser favorecido com isso? Como esse pedido pode ser

    realizado? Quantas pessoas precisamos para realizar este pedido? Podemos ajudar a

    concretizar um pedido de algum colega? E aqueles pedidos que em nada me afetam?

    Como lido com eles? O que fao a partir disso?

    o Materiais de apoio

    Papel A3

    Lpis de cor, giz de cera, caneta hidrocor;

    o Objetivos especficos

    Utilizar da expresso escrita ou plstico-visual para que o aluno possa

    refletir sobre os sentimentos em si mesmo e no outro.

    Propor a utilizao dos saberes plsticos-visuais e/ou da escrita para que

    a/o aluna/o relacionar outros saberes temtica integradora da semana;

    o Saberes trabalhados

    Saberes plstico-visuais, saberes da escrita, saberes dos sentimentos

    11.4.4 Proposta 3 Gracias a La Vida

    Primeira Parte Ouvindo, lendo e sentindo

    Entregar a traduo da letra cantada por Mercedes Sosa, que de autoria de

    Violeta Parra, artista chilena. Convidar a turma para ler coletivamente a letra da msica.

    As crianas, divididas em 4 grupos iro preparar a leitura coletivamente, estando

    responsveis cada um por uma estrofe para l-la ao coletivo.

    Segunda Parte - Refletindo

    Momento de reflexo sobre a letra, sobre seu contedo. Perguntas Norteadoras:

    O que entendemos dessa msica? Que palavras eu desconheo? Que partes no ficaram

    muito claras? Que sentimentos encontramos nesta msica? Ela tem os mesmos

    sentimentos da msica anterior? Por qu? Onde podemos identificar essa mudana? E

    nesta msica, o que Mercedes poderia sentir ao cant-la?

    o Traduo da Msica

  • 0

    Graas vida que me deu tanto

    Me deu dois olhos que quando os abro

    Distingo perfeitamente o preto do

    branco

    E no alto cu seu fundo estrelado

    E nas multides o homem que eu amo

    Graas vida que me deu tanto

    Me deu o ouvido que em todo seu

    comprimento

    Grava noite e dia grilos e canrios

    Martrios, turbinas, latidos, aguaceiros

    E a voz to terna de meu bem amado

    Graas vida que me deu tanto

    Me deu o som e o abecedrio

    Com ele, as palavras que penso e

    declaro

    Me, amigo, irmo

    E luz iluminando a rota da alma do que

    estou amando

    Graas vida que me deu tanto

    Me deu a marcha de meus ps cansados

    Com eles andei cidades e charcos

    Praias e desertos, montanhas e plancies

    E a casa sua, sua rua e seu ptio

    Graas vida que me deu tanto

    Me deu o corao que agita seu marco

    Quando olho o fruto do crebro humano

    Quando olho o bom to longe do mal

    Quando olho o fundo de seus olhos

    claros

    Graas vida que me deu tanto

    Me deu o riso e me deu o pranto

    Assim eu distingo fortuna de quebranto

    Os dois materiais que formam meu

    canto

    E o canto de vocs que o mesmo canto

    E o canto de todos que meu prprio

    canto

    Graas vida, graas vida

    Parte 3 Graas a Vida que...

    Antes fizemos uma atividade para pensar no que iramos pedir. Agora vamos

    pensar no que queremos agradecer. Para esta atividade os grupos iro pensar em pequenas

    cenas, que podem inclusive no ter falas. Cada aluno deve pensar ou escrever, caso queira

    registrar, um agradecimento, mas o grupo dever encenar todos, o que significa que todos

    os componentes tero de se ajudar na encenao. Pensar cara cena demanda um certo

    trabalho, ento a sugesto que as crianas registrem, de alguma forma o que pretendem

    encenar. Primeiramente vamos nos dedicar a este registro, a este pensar. Depois

    montamos as pequenas cenas. Perguntas Norteadoras: O que a vida nos deu de bom? O

    que nos deu para nos fazer feliz? A que ou a quem podemos agradecer? Como posso

    ajudar meu colega a expressar este agradecimento?

    o Materiais de apoio

    Registro feito pelas crianas

    o Objetivos especficos

    Utilizar os saberes do corpo e do teatro para que o aluno possa refletir

    sobre os sentimentos em si mesmo e no outro, desenvolvendo tambm

    posturas cooperativas para o trabalho em grupo.

  • 1

    Propor a utilizao dos saberes do corpo e do teatro para que a/o aluna/o

    relacionar outros saberes temtica integradora da semana;

    o Saberes trabalhados

    Saberes do corpo e do teatro, saberes de cooperao, saberes do

    sentimentos e afetos.

    11.4.5 Proposta 4 rvore dos Sentimentos e Pensamento do Dia o Atividade transversal

    11.5 PLANO DE AULA DO DIA 21/05 QUINTA-FEIRA

    11.5.1 Proposta 1 - Vivncias de Hoje

    Olhamos o que tinha na Arvore do Sentimento. Hoje vamos ler o livro O

    Paraso so os Outros, de Valter Hugo Me e Nino Cais. Vamos escrever

    histrias sobre casais e pensar sobre coisas que so diferentes! Vamos fazer

    ilustraes e analisa-las. Vamos tambm investigar o Mundo dos Casais

    Inesperados e procurar por esses casais diferentes e inesperados! Pra no

    esquecermos isso vamos fazer o grande mural do Mundo dos Casais com tinta!

    Finalizaremos com a nossa contribuio para a rvore e o Pensamento do Dia

    11.5.2 Proposta 2 - O Paraso So os Outros

    Primeira Parte A Obra

    Apresentao do livro de Valter Humo Me e Nino Cais. Iniciaremos a conversa

    lendo o portador. Perguntas norteadoras: O que podemos pensar sobre este ttulo? Vamos

    ler o que h no verso dele? O que diz? Podemos tentar adivinhar algo sobre a obra? E a

    capa? O que nos faz pensar? Vamos olhar ento a primeira pgina, o que encontramos

    ali? Trazer informaes sobre os autores e olhar no mapa mundi onde est Portugal com

    relao ao Brasil.

    Realizar a leitura do texto 1 do livro e entregar para as crianas uma cpia do

    texto:

    Reparei desde pequena que os adultos vivem muito em casais. Mesmo que nem

    sempre sejam bvios, porque algumas pessoas tm par mas andam avulsas como as

  • 2

    solteiras, h casais de mulher com homem, h de homem com homem e outros de mulher

    com mulher. H tambm casais de pssaros, coelhos, elefantes, besouros, pinguins que

    so absurdamente fiis -, quero dizer: h casais de pinguins, e at golfinhos podem ser

    casais! Tudo por causa do amor. O amor constri. Gostarmos de algum, mesmo quando

    estamos parados durante o tempo de dormir, como fazer prdios ou cozinhar para

    mesas de mil lugares. Mas amar um trabalho bom. A minha me diz.

    Parte 2 O que lemos?

    Solicitar a turma que discuta em grupos pequenos sobre o que lemos para depois

    conversamos em grande grupo. Perguntas Norteadoras: Do que fala o texto? O que mais

    chamou a ateno? Aparecem sentimentos neste escrito? O que vocs querem falar sobre

    ele?

    o Materiais de Apoio

    Livro O Paraso So os Outros

    Texto 1 retirado do livro

    o Objetivos Especficos

    Propor o trabalho em grupo para que as crianas vivenciem outras formas

    de ser e estar na sala de aula.

    Utilizar do suporte literrio para que o aluno possa refletir sobre os

    sentimentos em si mesmo e no outro, exercitando o olhar da alteridade.

    o Saberes trabalhados

    Saberes da escrita, da fala, saberes socioculturais, saberes do sentimento,

    saberes da cooperao

    11.5.3 Proposta 3 Formando Casais

    As crianas sero convidadas a pensar que outros casais o amor pode juntar. Como

    complemento dessa reflexo realizar a leitura do texto 8, que afirma que os casais no

    eram famlia, antes [...] eram gente desconhecida [...]. Discutiremos brevemente o texto

    para garantir o entendimento de todos.

    Enunciado: Em que tipo de situaes o amor pode se manifestar? Em duplas ou

    trios escrevam uma histria pensado sobre como, quando e onde o amor vai juntar o seu

    casal. Ou seja, vocs devero pensar em tudo: o que estavam fazendo? Estava tocando

  • 3

    alguma msica? Que msica? Como eram as pessoas que se apaixonaram? Como estavam

    se sentindo naquele momento? Elas se apaixonaram e ao final, ficaram juntas ou no?

    Segunda Parte Contando Histrias de Amor... ou no?

    Convidar as crianas para que compartilhem as histrias criadas com a turma. No

    grande grupo conversar sobre as produes. Depois de conversar sobre o que foi escrito

    ser proposto um desafio: recolherei todas as histrias e as distribuirei aos grupos

    aleatoriamente. Cada grupo dever ento ilustrar a histria que recebeu e que no dever

    ser a escrita pelo prprio grupo. A ilustrao deve ser feita em uma folha A3 e de foram

    coletiva, ela no deve ser dividida em pedaos para que cada um faa no seu. O grupo

    dever conversar sobre o que e como realizaro esta atividade. Dever considerar tambm

    o que discutimos, ao longo da semana sobre sentimentos.

    Terceira Parte Lendo as Ilustraes com as Histrias

    Analisar s ilustraes feitas e averiguar se batem com a histria que deveriam

    ilustrar. Perguntas Norteadoras: Essas ilustraes poderiam ilustrar alguma outra dessas

    histrias? Por qu? E os sentimentos que contm nessas ilustraes? Aparecem na

    histria?

    o Materiais de Apoio

    Papel A3 e A4

    Lpis e borracha

    Lapis de cor, giz de cera, canetas hidrocor

    o Objetivos Especficos

    Propor o trabalho em grupo para que as crianas vivenciem outras formas

    de ser e estar na sala de aula.

    Utilizar do suporte literrio para que o aluno possa refletir sobre os

    sentimentos em si mesmo e no outro, exercitando o olhar da alteridade.

    o Saberes trabalhados

    Saberes da escrita e da oralidade, saberes da cooperao, saberes dos

    sentimentos e dos afetos, saberes plstico-visuais

  • 4

    11.5.4 Proposta 4 Investigando Casais Diferentes

    A proposta , saindo do espao da sala de aula, andar pela escola e procurar objetos

    que, em um mundo mgico, fariam casais inesperados. preciso pensar por que estes

    casais so inesperados, o que h neles de diferente? Como se trata de uma investigao,

    preciso fazer anotaes, fazer apontamentos, registrar. As crianas sairo com os

    cadernos e lpis em mos para tomar notas de sua investigao. Ao retornar para sala de

    aula devero organizar as informaes que levantaram, pensando se tudo o que

    observaram esta ali, se alguma informao ficou pendente e deve ser adicionada. Feito

    isso conversaremos em grande grupo sobre as descobertas feitas.

    o Materiais de Apoio

    Caderno

    Lpis e borracha

    o Objetivos Especficos

    Propor o trabalho em grupo para que as crianas vivenciem outras formas

    de ser e estar na sala de aula.

    Utilizar do suporte literrio para que o aluno possa refletir sobre os

    sentimentos em si mesmo e no outro, exercitando o olhar da alteridade.

    o Saberes trabalhados

    Saberes da escrita e da oralidade, saberes da cooperao, saberes dos

    sentimentos e dos afetos.

    11.5.5 Proposta 5 - O Mundo Mgico dos Casais Inesperados

    Retornando para a sala vamos construir o mural com o Mundo Mgico dos Casais

    Inesperados. Depois de conversar sobre a investigao feita, a turma far um grande mural

    com tinta, utilizando os dedos, desenhando este Mundo Mgico.

    o Objetivos Especficos

    Utilizar do saber plstico-visual para que o aluno possa refletir sobre os

    sentimentos em si mesmo e no outro

    Propor a utilizao dos saberes plsticos-visuais para que a/o aluna/o

    relacionar outros saberes temtica integradora da semana;

  • 5

    o Saberes trabalhados

    Saberes da escrita e da oralidade, saberes da cooperao, saberes dos

    sentimentos e dos afetos, saberes plstico-visuais

    11.5.6 Proposta 6 - rvore dos Sentimentos e Pensamento do Dia o Atividade transversal

    11.6 PLANO DE AULA DO DIA 22/05 SEXTA-FEIRA

    11.6.1 Vivncias de Hoje

    Hoje nosso ltimo dia de trabalho. Como havamos falado teremos um

    piquenique na sala! Mas ainda tenho algumas propostas. Contarei a histria D-me a

    Lua! e vamos conversar sobre dois instrumentos musicais que aparecem ali, alm ,

    claro, de falar sobre todos os sentimentos e emoes que esto na histria! Vamos ouvir

    msicas, vamos ver alguns vdeos e vamos observar os nossos colegas, tentando ver que

    sentimentos esto sentindo enquanto so tocados pela msica. um desafio, no acha?

    Vamos terminar a aula escrevendo um pensamento, uma frase, uma ideia, sobre a

    semana!

    11.6.2 Contao de Histria D-me a Lua

    Leitura do livro de Roxane Marie Galliez e Cathy Delassay. Utilizao do suporte

    literrio. O livro conta a histria da criao do violoncelo, com uma potica linda sobre o

    amor de Columbina e Pierro e do violinista Marcello, que sofre por perder Columbina.

    Parte 2 Conversando sobre a Histria

    Em grande grupo vamos conversar sobre as impresses das crianas, sobre as

    emoes que sentiram, sobre os personagens, sobre as ilustraes. Perguntas

    Norteadoras: O que fariam se estivessem no lugar desses personagens? O que Marcelo

    sentia quando tocava? E Columbina quando o ouvia?

    o Materiais de Apoio

    Livro D-me a Lua

  • 6

    o Objetivos Especficos

    Utilizar do suporte literrio para que o aluno possa refletir sobre os

    sentimentos em si mesmo e no outro, exercitando o olhar da alteridade.

    o Saberes trabalhados

    Saberes dos sentimentos e da afetividade, saberes plstico-visuais.

    11.6.3 Conhecendo o Violino e o Celo

    Apresentar para a turma os instrumentos atravs de vdeos para que possam

    conhecer seu som. Mesmo sendo instrumentos tidos como clssicos, podem fazer

    diversos tipos de msica, a proposta apresentar tambm msicas contemporneas.

    Depois de ver os vdeos, ser proposto um desafio: que observem um colega, sem dizer

    quem escolheu para observar. Colocarei uma msica com estes instrumentos. Eles

    devero tentar perceber que sentimentos, ou pensamentos, aquela/e colega est

    experenciando enquanto ouve a msica e se movimentam no (ritmo da msica) pela sala.

    Depois do momento de observao cada aluno falar quem observou, o que percebeu

    daquela pessoa e porqu. A/o colega observado dir se concorda ou no com isso.

    Teremos que, entretanto, rearranjar o espao da sala para que seja possvel transitar por

    ela e j a deixando preparada para o piquenique.

    o Materiais de Apoio

    Caderno

    Papel e borracha

    o Vdeos

    Luka Sulic Vocalise , de Rachmaninov

    https://www.youtube.com/watch?v=SVyza9jzw18

    Luka Sulic Clair de Lune, de Debusy

    https://www.youtube.com/watch?v=93x6nURAIFM

    2Cellos Thunderstruck

    https://www.youtube.com/watch?v=uT3SBzmDxGk

    Sefa Emre Ilikli Applause

    https://www.youtube.com/watch?v=VHrMZQi1E0s

    o Objetivos Especficos

    Utilizar da msica para que o aluno possa refletir sobre os sentimentos em

    si mesmo e no outro, exercitando o olhar da alteridade.

  • 7

    Possibilitar as/os alunas/os movimentao dentro da sala de aula para que

    possam experenciar outras formas de ser e estar neste espao.

    o Saberes trabalhados

    Saberes sonoro-musicais, saberes do sentimento e da afetividade

    11.6.4 Piquenique na Sala de Aula

    Confraternizao com momentos abertos de conversa. Deixarei na sala msicas

    tocando.

    o Materiais de Apoio

    Colchas e tecidos para sentar em cima

    Msicas diversas

    o Objetivos Especficos

    Possibilitar as/os alunas/os experenciar outros espaos da escola/da sala de

    aula para que possam experenciar outras formas de ser e estar neste espao.

    o Saberes trabalhados

    Saberes do sentimento e da afetividade

    11.6.5 Sentimentos que ficaram desta Semana que passou

    Como ltima tarefa da semana, e tarefa de despedida, cada aluno receber uma

    folha colorida e escrever o que quiser sobre a semana e me entregar. Entregarei a cada

    um a minha reflexo da semana, endereada a cada um deles individualmente. Vamos

    recapitular o que vimos na semana, e olhar tudo o que foi colocado na rvore dos

    Sentimentos.

    o Materiais de Apoio

    Folhas A3 coloridas

    Lpis e borracha

    o Objetivos Especficos

    Possibilitar as/os alunas/os experenciar outros espaos da escola/da sala de

    aula para que possam experenciar outras formas de ser e estar neste espao.

    o Saberes trabalhados

    Saberes do sentimento e da afetividade

  • 8

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    BAUMAN, Zygmunt. Modernidade lquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

    BARROCAL, Andr. Dilma prepara guinada direita na economia. Carta Capital, 2014.

    Disponvel em: Acesso em: 19 mar. 2015

    BORBA, Angela Meyer. O brincar como um modo de ser e estar no mundo. In: ____.

    Ensino Fundamental de nove anos - orientaes para a incluso da criana de seis

    anos de idade. Braslia. MEC. 2007. p. 33-45.

    CALDEIRA, Anna Maria Salgueiro. Elaborao de um projeto de ensino. In: Presena

    Pedaggica. Belo Horizonte, MG: Editora Dimenso, v.8, n. 44, mar/abr 2002.

    DAYRELL, Juarez A. A Escola como espao scio cultrual. In: _____. (Org.) Mltiplos

    Olhares sobre educao e Cultura. 2.ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008

    FREIRE, Madalena. Educando o olhar da observao. In: FREIRE, Madalena. Educador,

    educa a dor. So Paulo: Paz e Terra, 2008. p. 130-136.

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    significaes docentes. Revista Contrapontos - Eletrnica, Vol. 14 - n. 3 - set-dez 2014,

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    G1. Educao o ministrio que mais perde com cortes do governo. G1, 2015. Disponvel

    em: Acesso em: 19 mar.2015

    HERNNDEZ, Fernando. Um mapa para iniciar um percurso. In:______. Transgresso

    e mudana na educao: os projetos de trabalho. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1998a.

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    JIMNEZ, Carla. Escndalo na Petrobrs: Dilma busca as sadas do labirinto de seu

    Governo. El Pas, 2014. Disponvel em:

    Acesso

    em: 19 mar. 2015.

    LADEIRA, Pedro. Dilma reeleita na disputa mais apertada da histria; PT ganha 4

    mandato. UOL, 2014. Disponvel em:

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    LATAILLE, Yves de. Desenvolvimento do juzo moral e afetividade na teoria de Jean

    Piaget. In: LATAILLE, Yves de; OLIVEIRA, Marta Kohl de; DANTAS,

    Heloysa. Piaget, Vygostky, Wallon: teorias psicogenticas em discusso. So Paulo:

    Summus, 1992. p. 47-73.

  • 9

    LEO, Geraldo. Entre sonhos e projetos de jovens, a escola. In: DAYRELL, Juarez;

    MOREIRA, Maria Ignez Costa; STENGEL, Mrcia (Orgs.). Juventudes

    Contemporneas:

    um mosaico de possibilidades. Belo Horizonte: Editora PUC, 2011.

    OLIVEIRA, Marta Kohl de. O problema da afetividade em Vygotsky. In: LATAILLE,

    Yves de; OLIVEIRA, Marta Kohl de; DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygostky,

    Wallon:teorias psicogenticas em discusso. So Paulo: Summus, 1992. p. 75-84.

    SACRISTN, Jos Gimeno. O adulto constri o menor e o aluno. IN: _____. O aluno

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    SANTOM, Jurjo Torres. As origens da modalidade de currculo integrado. In:______.

    Globalizao e interdisciplinaridade: o currculo integrado. Porto Alegre: Artes Mdicas,

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    ______. Os Contedos Culturais, a Diversidade Cultural e a Funo das Instituies

    Escolares. IN:______. Globalizao e Interdisciplinaridade: o currculo integrado.

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    SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as cincias. 5. ed. So Paulo: Cortez,

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    SNYDERS, Georges. Aluno Felizes: Reflexo sobre a alegria na escola a partir de textos

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    Silva.

    PORTAL BRASIL. Dilma toma posse e anuncia lema do novo governo: Brasil, Ptria Educadora. Disponvel em: Acesso em:

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    ZABALA, Antoni. A prtica educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. (Cap.

    3 e 6 a organizao dos contedos)