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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

    PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS

    Mathias Seie! L"#e

    O s"i$%e&ia!is$' &asi!ei&' &e(isita)'*

    a %'!+ti#a )e i,te&a./' &ei',a! )' '(e&,' L"!a

    01223-12245

    Orientação: Carlos Schmidt Arturi

    P'&t' A!e&e 0RS-6&asi!5

    1224

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    A6STRACT

    The 6&a?i!ia, s"i$%e&ia!is$ &e(isite)*Rei',a! i,te&ati', %'!i#@ ",)e& L"!as '(e&,$e,t 01223-12245=

    Be@-'&)s:Subimperialism – Ruy Mauro Marini – Marxism – Dependency heory – !ula – "o#ernment $Re%ional &nte%ration – 'inances – A!CSA – &&RSA – ()D*S – Social Classes $ 'orei%n +olicy $Anta%onistic Cooperation $ South America – (ra,il – -nited States.

    he main %oal o/ this 0or1 is to analy,e the South America re%ional inte%ration policy o/ +resident!ulas %o#ernment in (ra,il. he analytical /rame0or1 /or this research 0as pro#ided by anupdated #ersion o/ Ruy Mauro Marinis subimperialism thesis and the Marxist heory o/Dependency. Accordin% to this conceptual /rame0or13 the current (ra,ilian /orei%n policiesto0ards South America both &e9!e#t  the current production /orces le#el o/ de#elopment in thiscountry and are a#ti(e!@ tryin% to hammer out a ne0 re%ional di#ision o/ labor 0hich mostly

     bene/its the (ra,ilian bour%eoisie and the %lobally dominant imperialist /orces. he closeassociation bet0een the (ra,ilian %o#ernment and (ra,ilian /irms and capitals operatin% abroad0ere unco#ered throu%h close examination o/ economic data 4trade3 /inancial and directin#estments5 in most South American countries3 as 0ell as con/irmed by diplomatic e#idence /oundout at the (ra,ilian Ministry o/ 'orei%n Relations 6istorical Archi#es in (rasilia. As (ra,il and-nited States o/ America stru%%le to control the South American re%ional system3 the resultin%con/lict and cooperation dynamics bet0een the t0o actors rein/orces the true nature o/ !ula7s

     policies. (ra,il does pre/er consensual approaches 0hile -nited States seem to rely upon a moreexplicit coercion policy3 but that does not alter their common desire o/ a#oidin% the radical and anti$imperialist a%enda o/ se#eral other %o#ernments in the re%ion. &n short3 the economics and politicso/ (ra,ilian subimperialism in South America clearly sho0 the #itality o/ Marini7s Marxist heoryo/ Dependency and remind us to not ta1e thou%htlessly initiati#es li1e the &nitiati#e /or the&nte%ration o/ Re%ional &n/rastructure in South America 4&&RSA5.

    Be@-'&)s:Subimperialism – Ruy Mauro Marini – Marxism – Dependency heory – !ula – "o#ernment $Re%ional &nte%ration – 'inances – A!CSA – &&RSA – ()D*S – Social Classes $ 'orei%n +olicy $Anta%onistic Cooperation $ South America – (ra,il – -nited States.

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    RESUMO

    O s"i$%e&ia!is$' &asi!ei&' &e(isita)'*a %'!+ti#a )e i,te&a./' &ei',a! )' '(e&,' L"!a= 1223-1224=

    Pa!a(&as-#ha(e: Subimperialismo. Ruy Mauro Marini. eoria Marxista da Depend9ncia. "o#erno!ula. &nte%ração re%ional. *xportação de capitais. A!CSA. &&RSA. ()D*S. +oltica externa erelaç;es de classe. Cooperação anta% an?lise da poltica de

    inte%ração re%ional do %o#erno !ui, &n?cio !ula da Sil#a3 no contexto atual das relaç;es

    interamericanas. +artindo dos nexos cate%oriais da tese sobre o subimperialismo3 busca$se examinar

    criticamente o papel do *stado nas iniciati#as de inte%ração econ

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    AGRADECIMENTOS

    A%radeço ao meu orientador3 o pro/essor Carlos Arturi3 com uem tenho o pri#il=%io de

    aprender e me desen#ol#er intelectualmente e de cuos conselhos tenho des/rutado desde o perodo

    da %raduação. )ão poderia deixar de mencionar a paci9ncia ue demonstrou o pro/essor Arturi ao

    me acompanhar nos sinuosos meandros ue ti#eram de ser percorridos at= che%armos ao tema da

     presente pesuisa. *ssa atitude constitui3 sem dE#ida3 pro#a ineu#oca do respeito >s opç;es doorientando e do compromisso com a pesuisa acad9mica e a Fpro#ocaçãoG do conhecimento.

    Sou %rato a Claudia Hasserman e Marco Cepi13 ue inte%raram a banca de pr=$

    uali/icação e aportaram contribuiç;es importantes. O pro/essor Cepi13 em especial3 = respons?#el

     por %rande incenti#o aos meus estudos.

    enho uma enorme d#ida com o pro/essor !ui, Dario Ribeiro. Meu mestre nos estudos

    marxistas3 nos uais me inicio como inuieto aprendi,3 = o respons?#el por ter$me desperto

    interesse pela eoria Marxista da Depend9ncia.A%radeço a Ricardo Antunes e Claudia Ma,,ei3 por ha#erem oportuni,ado3 durante o

    encontro da A!AS de 2IIJ3 o contato com Adri?n Sotelo e &rma (alderas. Os dois pesuisadores

    mexicanos – mesmo tal#e, sem o saber – /oram respons?#eis por mais uma parcela do incenti#o

    ue me le#ou a buscar apro/undar o conhecimento sobre a obra de Marini. A Ana *sther CeceKa3

     pelo menos desde o semin?rio ue untos promo#emos no Lo  '@rum Social Mundial3 de#o o

    interesse pela uestão do subimperialismo e os recursos naturais.

    *ssa dissertação não teria sido poss#el sem o apoio irrestrito de minha esposa3 Carla

    'erreira – amor e revolução  – incenti#adora de todos os dias e exemplo de persist9ncia3 não

    importem as ad#ersidades. Al=m dela3 sou muito %rato >s demais pessoas ueridas do con##io

    /amiliar ue3 de uma /orma ou de outra e em distintos momentos3 tamb=m apoiaram a reali,ação

    destes estudos: Ceclia Campos 'erreira3 Re%ina +io de Almeida Seibel3 Maurcio Seibel !uce3

    (eatri, e Raul Seibel e eresa Maldonado.

    Durante a pesuisa documental3 em (raslia3 contei com a hospitalidade de Ant

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    SUMRIO

    INTRODUÇÃO =====================================================================================================================

    A TEORIA DO SU6IMPERIALISMO=================================================================================== 3= GÊNESE DO CONCEITO DE SU6IMPERIALISMO ======================================================== 3=1 CONCEITO DE SU6IMPERIALISMO* COMPOSIÇÃO ORGNICA MDIA;POLTICA EJPANSIONISTA RELATIVAMENTE AUTKNOMA E COOPERAÇÃO

    ANTAGKNICA ======================================================================================================================= =3 O SU6IMPERIALISMO EM DE6ATE ============================================================================== 1= O RESGATE DO CONCEITO DE SU6IMPERIALISMO NA ATUALIDADE ==================== 13OPERACIONALIANDO A COOPERAÇÃO ANTAGKNICA* ESCALA DE ALINHAMETOREGIONAL ======================================================================================================================================= 1== Es#a!a a,ta',is$' - #''%e&a./'* $')e!'s )e a!i,ha$e,t' &ei',a! ================================= 321.5.1.1 Interdependência assimétrica (cooperação antagônica tout court ) ............................................ 321.5.1.2 Competição antagônica.............................................................................................................. 311.5.1.3 Integração hierárquica vertical (hiato de poder) ..................................................................... 311.5.1. !ntiimperiali"mo ....................................................................................................................... 3

    1= A ESTRATGIA DOS EUA PARA A AMRICA LATINA E A POLTICA EJTERNA6RASILEIRA ======================================================================================================================================== 31= ESTRATGIA DOS EUA PARA A AMRICA LATINA ========================================================= 21=1 A POLTICA EJTERNA 6RASILEIRA FACE ESTRATGIA DOS EUA ======================= 1=1= O 6&asi! 9&e,te Q ae,)a )a !ie&a!i?a./' ================================================================================== 11=1=1 O 6&asi! 9&e,te Q ae,)a )a estai!i?a./' ================================================================================== 1=3=O GOVERNO LULA E A COOPERAÇÃO ANTAGKNICA=====================================================

    3 # $%!&I' # &$&I&*+,! %+-I#!' + /#+% &'0!,+%IC!# I*+%C,$I# +&I-!' + +-+,#I! ................................................................................................................ 1

    3= O NOVO REGIONALISMO CONTINENTAL =========================================================================== 3=1 ALCSA E O NOVO REGIONALISMO SUL-AMERICANO===================================================== 3=3 IIRSA* AS VEIAS DA GEOECONOMIA SUL-AMERICANA================================================== 413= A IIRSA NO GOVERNO LULA===================================================================================================== 43= EJPORTAÇÃO DE CAPITAIS E GEOECONOMIA ================================================================ 33= O 6NDES E A INTERNACIONALIAÇÃO DAS EMPRESAS 6RASILEIRAS =================== 3=4 A INTERNACIONALIAÇÃO DAS EMPRESAS 6RASILEIRAS NA AMRICA DOSUL  ....................................................................................................................................................... 43= A INTERNACIONALIAÇÃO DAS EMPRESAS 6RASILEIRAS E A IIRSA ===================== 23= SU6IMPERIALISMO; HEGEMONIA E INTERCM6IO DESIGUAL ================================ 23=2 COMUNINADE SUL-AMERICANA DE NAÇÕES - CASA ==================================================== 1

    CONCLUSÃO========================================================================================================================================= 16I6LIOGRAFIA ==================================================================================================================================== 13

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    INTRODUÇÃO

    *ssa pesuisa est? inserida no campo das Relaç;es &nternacionais3 na sub$?rea de

    inte%ração re%ional e seu obeto = a poltica de inte%ração re%ional do %o#erno do +residente !ui,

    &n?cio !ula da Sil#a 42II8$2II5. em3 tamb=m3 conex;es com a economia poltica e pretende ser a

     parte bastante inicial de um proeto de maior /

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    in/lu9ncia pr@pria na Am=rica do Sul. Y neste cen?rio ue o (rasil se depara /reZentemente com o

     poder dos *-A como uma /orça intrusi#a ao seu proeto he%em

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    intelectual de nosso autor3 /omos pesuisar nos documentos da +O!O+ ue se encontram no

    Arui#o +Eblico do *stado do Rio de aneiro. * a descoberta a ue che%amos /oi de ue a

    introdução da cate%oria do te@rico alemão /ora in/lu9ncia de outro autor de ori%em %ermBnica $ *ric

    Sachs3 companheiro de Marini na +O!O+. Os textos de Sachs re#elaram$nos um conunto de

    re/lex;es ue muito enriuecem a moldura conceitual proposta para o exame da #ari?#el da política

    expansionista relativamente autônoma3 sendo3 pois3 de #alia para o apro/undamento da teoria do

    subimperialismo.

    Considerando necess?rio tornar o conceito de cooperação anta%

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     biblio%ra/ia dispon#el. )osso /oco = o proeto da %eoeconomia sul$americana3 composto dos

    esuemas de inte%ração econ

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     )a traet@ria dos estudos da poltica externa do (rasil3 um en/oue ino#ador sur%ido nos

    anos JI e I /oi a tese de Ruy Mauro Marini sobre o subimperialismo brasileiro 4M&]AMOO3

    VWWW5. Sua %9nese este#e associada ao debate suscitado pelo ad#ento3 no p@s$&& "uerra3 de atores

    intermedi?rios entre centro e peri/eria e a complexi/icação das relaç;es internacionais da

    decorrente. Mas > di/erença de outras aborda%ens deste debate3 in/luenciadas pela teoria cl?ssica do

    desen#ol#imento econ

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    desen#ol#imento capitalista aut poltica de he%emonia

    mundial le#ada a cabo pelos *-A3 produ,ia atritos em di#ersos assuntos3 #isando a extrair

    concess;es da pot9ncia dominante3 na busca por uma autonomia relati#a no marco de sua

    depend9ncia 4MAR&)&3 VWJL3 VW VWXI5. Marini chamou essa dinBmica contradit@ria decooperação antagônica $ conceito cunhado pelo marxista alemão Au%ust halheimer e aplicado

     pelo soci@lo%o brasileiro na an?lise das relaç;es interamericanas.

    A posição intermedi?ria da economia brasileira na di#isão internacional do trabalho seria

    acompanhada pelo en%aamento do *stado em uma relação de cooperação anta%

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    desi%ual do trabalho3 na ual o (rasil compra mat=rias$primas dos pases #i,inhos e #ende$lhes

    manu/aturas exporta$lhes capitais e lhes extrai di#idendos. *ntretanto3 o pr@prio pas

    subimperialista est? submetido a relaç;es de depend9ncia. Da ue essa poltica expansionista sea

    somente relativamente aut

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    4mais$#alia absoluta5. "rosso modo3 a primeira en#ol#e modi/icaç;es na mauinaria 4capital

    constante5 e a se%unda na exploração da /orça de trabalho 4capital #ari?#el5.

    +ara /ins de operacionali,ação do conceito nas relaç;es internacionais3 Marini prop

    /alta de dados mais precisos3 ue a composição or%Bnica do capital de uma nação pode ser in/erida

    da participação de seu produto manu/atureiro no produto interno brutoG. )o perodo em ue

    escre#ia3 o expoente da eoria Marxista da Depend9ncia constatara ue

    c?lculos da -)CAD3 para meados da d=cada passada anos JI3 re/erentes a W2 pases subdesen#ol#idos3 mostram ue3 excluindo$se naturalmente a &u%osl?#ia 4ademais3 oEnico pas socialista contemplado53 assim como 'ilipinas 4dado o predomnio ali daindEstria de ma2uila53 s@ seis pases apresenta#am3 sob este aspecto3 um ndice docoe/iciente da produção manu/atureira no +&( de participação i%ual ou superior a 2Lf.*ntre eles3 os tr9s pases latino$americanos de maior desen#ol#imento relati#o3 a respeitodos uais se re%istraram – desde o ponto de #ista estritamente econ se%unda #ari?#el 4 política expansionista relativamente autônoma53 Marini não

    che%ou a elaborar al%uma metodolo%ia ou tipolo%ia para examin?$la3 mas recorreu3 sim3 a uma

    interpretação dos /atos em perspecti#a hist@rico$estrutural3 a /im de depreend9$la da realidade

    emprica. )o tempo da ditadura militar brasileira3 a poltica expansionista relati#amente aut

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    examina as causas ue instauraram a ditadura militar o car?ter do no#o re%ime e os

    desdobramentos ue a tomada do poder no (rasil pelos militares pro#ocaram na poltica latino$

    americana.

    +or tr?s da inter#enção militar conunta ue *-A e (rasil le#a#am a cabo na RepEblica

    Dominicana3 com o en#io de tropas pelo %eneral Castelo (ranco para conter pela /orça as

    mobili,aç;es ue exi%iam a restituição do %o#erno de uan (osch3 Marini ante#iu o incio de uma

    no#a etapa do capitalismo brasileiro. Seu traço de/inidor seria uma poltica expansionista a%ressi#a

     praticada pela elite tecnocr?tico$militar ue assumira o comando do aparato de *stado – poltica

    esta ue ditaria os rumos do (rasil como intermedi?rio do imperialismo estadunidense na Am=rica

    !atina3 nas pr@ximas d=cadas.

    *ntretanto3 > di/erença de an?lises ue se proli/era#am em se%mentos como o +artidoComunista (rasileiro3 ue #iam o %olpe contra oão "oulart como emanação do Departamento de

    *stado e caracteri,a#am a poltica instaurada pelo re%ime militar como mera linha de transmissão

    dos interesses estadunidenses3 Marini identi/icou um processo mais complexo nas entrelinhas

    daueles acontecimentos. +ara ele3 ademais da pressão dos *-A e dos /atores dom=sticos da

     poltica brasileira3 esta#a em curso um processo econindustriali,ação e > condição de pot9ncia re%ional3 Marini identi/icou a cooperação anta% escala mundial isto =3 nas relaç;es internacionais a cooperaçãoanta%

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     peri%o re#olucion?rio latente. &sso exclui a possibilidade da solução das contradiç;esinterimperialistas mediante %uerrasVI.

    +rosse%uindo suas consideraç;es a #rundlinien und #rundbegrie...3 Sachs procuroure/letir sobre a situação dos pases dependentes a partir da no#a cate%oria de halheimer:

    A 6ist@ria do p@s$%uerra mostrou ue a Fcooperação anta% or%ani,ação marxista +oltica Oper?ria 4+O!O+53 na ual atuou3 na clandestinidade imposta pelo re%imemilitar3 sob o codinome de *rnesto Martins. 'oi com essa alcunha ue Sachs publicou di#ersas contribuiç;es nosdocumentos da +O!O+. *ntre elas3 a introdução da cate%oria da cooperação anta% an?lise da

    situação latino$americana.VV *rnesto Martins. Contribuição ao Debate +oltico3 n.8. Reprodução de edição mimeo%ra/ada. S[d. A+*R3 ColeçãoDAR'3 Dossi9 VX3 Documento L22.V2 *rnesto Martins. A+*R3 Coleção DAR'3 Documento LL3 p..

    VX

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     perodo marcado pelo ad#ento de dissensos como no#o componente3 uando

    começaram a Fbar%anhar por melhores relaç;es dentro da sua subordinação –

    melhores preços3 melhores acordos3 ?reas pr@prias para exploração3 etc.G

    485 nem todo *stado subdesen#ol#ido = dotado de capacidades para exercer essas

     bar%anhas. Sachs menciona os pases exportadores de petr@leo – ue possuem um

    recurso estrat=%ico $ e3 no caso do (rasil3 o peso espec/ico da bur%uesia brasileira3

    como pas medianamente industriali,ado

    45 a bur%uesia dos pases subdesen#ol#idos3 por ser dependente3 ap@ia3

    e#entualmente3 atritos com o imperialismo3 mas a /im de conuistar melhores

     posiç;es Fdentro da sua subordinaçãoG. )ão existe possibilidade de

    desen#ol#imento capitalista aut

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    intercBmbio desi%ual e a superexploração do trabalho3 na ual os crticos de Marini3 al=m de

    distorcerem os conceitos ao Fapresent?$lo aos o#ens brasileirosG3 a%re%am a/irmaç;es e an?lises

    nunca praticadas por Marini. Os demais ar%umentos lançados contra o autor iam em torno do papel

    do *stado como /ator de reali,ação do capitalismo brasileiro e são baseadas em %rosseiras

    manipulaç;es de dados sobre o +&( e em con/us;es de datas ue in#alidam a crtica por sua

    ob#iedade em distorcer in/ormaç;es.

    O debate Cardoso e Serra #ersus Marini pode ser /acilmente remontado a partir da leitura

    dos arti%os e /oi abordado mais exausti#amente por Ha%ner 42IIL5. Aui3 ele = apenas re/erido a

     partir da nossa pr@pria interpretação da superioridade e #alidade dos ar%umentos de Marini3 a ttulo

    de ilustração sobre a rele#Bncia ue o tema assumiu no Bmbito da sociolo%ia brasileira.

    A tese de Marini enseou o debate com outros autores latino$americanos ue tamb=m se

    debruça#am > uestão do papel dos pases rec=m industriali,ados ou semiperi/=ricos na Am=rica

    !atina3 especialmente no tocante ao seu relacionamento com os *stados -nidos. Assim3 a tese do

    subimperialismo recebeu a crtica do #ene,uelano os= A%ustn Michelena 4VWJ53 ue props crticas do

     primeiro a/irmando ue Michelena não da#a conta de explicar o papel econ

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    de Flumpen$europei,ação ou lumpen$desen#ol#imento dão conta deste /en

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     )o estudo da realidade latino$americana3 a perspecti#a do subimperialismo apresentou

    #italidade para explicar o relacionamento contradit@rio de mais de duas d=cadas entre a ditadura

     brasileira3 com seu proeto  3rasil #rande !otência3 os *-A e a Am=rica !atina. *mbora tenha

    e#oludo oscilando ao sabor de F#icissitudesG3 o subimperialismo persistiu como um /en

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     podemos mencionar os casos do /im da reser#a de in/orm?tica com Collor de Mello e o da

     pri#ati,ação do sistema de telecomunicaç;es por 'ernando 6enriue Cardoso. O primeiro epis@dio

    representou a renEncia > poltica de /omento a um setor estrat=%ico3 cedendo >s press;es do %o#erno

    Rea%an3 aliado aos /abricantes dos *-A. O caso das telecomunicaç;es ilustra tamb=m outro ramo

    ue passou ao controle do capital estadunidense3 atra#=s da empresa Horld ComVL.

     )o terreno da poltica interamericana3 o ad#ento da doutrina Carter e o processo de

    reconversão não deixaram de ser instrumentali,ados em resposta > ascensão de poderes re%ionais

    como o (rasil3 ue passa#am a ri#ali,ar com o imperialismo estadunidense em terrenos não

    consentidos por sua estrat=%ia. Ao mesmo tempo3 a doutrina da nação$cha#e perdia importBncia3

     porue tornara$se obsoleta.

    A recon#ersão3 em suma3 seria /ruto de uma conunção de /atores marcada pela resposta >crise da d#ida3 a escalada da militari,ação da Am=rica !atina nos anos XI e as polticas de auste

    neoliberais3 en%endrando uma inserção passi#a do (rasil no cen?rio poltico e econ

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    Comecemos pelas consideraç;es do autor an%lo$saxão. )a literatura sobre pot9ncias

    m=dias3 Michael Morris apresentou uma tentati#a de sistemati,ação dos atributos reunidos pelos

    *stados ue atin%iram uma condição de he%emonia re%ional. *m sua an?lise comparada de (rasil e

    Nndia como pot9ncias m=dias do erceiro Mundo3 Morris identi/icou componentes ue seriam uma

    re%ularidade entre pot9ncias intermedi?rias3 tanto em seu relacionamento com *stados mais d=beis3

    como com as pot9ncias dominantes.

    Se%undo Morris3 um dado pas aduire o status de pot9ncia m=dia uando seu poder =

     proetado he%emonicamente dentro de um subsistema re%ional. +ara a/irmar e manter sua condição

    de &egemon3 um *stado n de#e suplantar o poder ri#al re%ional e %arantir o controle de es/eras de

    in/lu9ncia no interior do espaço do subsistema. Ao mesmo tempo3 tem de se deparar com as

     pot9ncias dominantes ue controlam o sistema re%ional mais amplo no ual o subsistema est?contido. -ma #e, ue as pot9ncias dominantes apresentam$se como poderes externos intrusi#os no

    espaço onde uma pot9ncia m=dia pode #ir a exercer uma poltica expansionista3 a Eltima de#er?

    %anhar terreno sobre as primeiras a /im de conuistar uma situação de he%emonia no subsistema. Os

    ar%umentos aui descritos encontram$se representados na abela V3 ue retrata o papel de (rasil e

    Nndia em seus correspondentes sistemas re%ionais e sub$re%ionais.

    '&"-RA VA 6e%emonia Re%ional de +ot9ncias M=dias do erceiro Mundo

    Sistemas re%ionais Am=rica !atina \sia

    Sistemas sub$re%ionais Am=rica do Sul Sudeste Asi?tico

    6e%emon re%ional (rasil Nndia

    +oder ri#al re%ional Ar%entina +auistão

    *stados$tampão 4buer states5

     potenciais ou es/eras de in/lu9ncia

    incipientes 4do he%emon re%ional5

    (ol#ia3 +ara%uai e -ru%uai (utão3 )epal e Si11im

    4absor#ido pela Nndia em

    VW5Outros *stados re%ionais Chile3 Col

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    Como /oi exposto3 a che%ada e manutenção da condição de pot9ncia m=dia depende tanto

    da suplantação do ri#al re%ionalV3 como da exploração econ he%emonia de um centro mundial3 nocaso a Am=rica !atina sob a in/lu9ncia dominante dos *stados -nidos. A se%undarepresenta um deslocamento das pretens;es de concorrentes no Bmbito re%ional3 no caso aAr%entina3 ue at= recentemente era a mais importante economia da Am=rica ao sul do*uador. A terceira expressa o controle poltico do territ@rio e da sociedade ue no (rasilassumiu a /orma de um proeto nacional autorit?rio 4(*C`*R e *"!*R3 VWW3 p.VX5.

    De ue meios disp;em as pot9ncias m=dias do erceiro Mundo para asse%urar espaços de

    domnio relati#o3 /ace aos centros dominantes e aos concorrentes no Bmbito re%ionalU Morris aponta

     para uatro poss#eis instrumentos de poltica exterior > sua disposição: 4V5 a criação de uma ,ona

    tampão de in/lu9ncia 4a buer "one5 425 a di#ersi/icação das relaç;es exteriores 485 a busca da

    auto$su/ici9ncia em ?reas cruciais 45 a busca de uma ordem internacional mais euilibrada. +aralançar mão desses expedientes3 as pot9ncias m=dias exercem uma poltica cuo car?ter enuadra$se

     per/eitamente nos termos da cooperação anta%

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    indiscriminadamente aos *-A3 não importa o assunto 4MORR&S3 VWXV3 p.22. raduçãoli#re. M.S.!.5.

    A caracteri,ação acima auda$nos a detectar em ue mat=rias a cooperação anta%

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    &nte%ração hier?ruica+iramidal 4cooperação anta% ne%ação inscrita em toda ruptura3 optamos3 no entanto3 por con/erir o sinal ne%ati#oao anta%onismo.

    2

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    A cooperação anta% id=ia de Fbar%anha lealG3 preconi,ada pelo %eneral "olbery doCouto e Sil#a para re%er as relaç;es do (rasil com os *-A. A bar%anha leal seria a acomodação >

    he%emonia dominante3 mas sob a repartição de es/eras de in/lu9ncia $ precisamente a maneira como

    Marini de/iniu a poltica do subimperialismo no seu relacionamento com a pot9ncia estadunidense.

     )esse modelo3 pre#alece uma inte%ração hier?ruica piramidal – outra /orma de nomear a

    cooperação anta% Alemanha na,ista no

     perodo inicial da && "uerra Mundial3 uando /oi not@rio seu discurso de VV de unho de VWI ue parecia tradu,irinclinaç;es pr@$6itler53 #er tamb=m "ambini 4VW5.2I )o plano te@rico3 esse tipo de bar%anha inscre#e$se no padrão apontado pelas pesuisas de (ernard Hood3 ue t9mcomo premissa b?sica ue Fas +ot9ncias M=dias3 dada sua condição de pases intermedi?rios uanto > capacidade deação internacional3 teriam um especial interesse em buscar a cooperação como a melhor /orma de se contrapor >s aç;esuase sempre coerciti#as e unilaterais das "randes +ot9ncias3 pois a estruturação oli%opolista do sistema internacional3

     baseada nos interesses dessas Eltimas3 tende a3 sistematicamente3 preudicar as primeirasG 4S*))*S3 2II83 p.VW5. Sachsressaltou esta mesma id=ia3 mas a%re%ou a componente da depend9ncia econ

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    nosso caso3 encontramos a correlação conceitual com os dados empricos > disposição. Senão

    #eamos.

    As caractersticas a%rupadas no modelo da cooperação anta%

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    estrat=%ia dos *-A3 a de impedir ue pot9ncias intermedi?rias ti#essem posse de armas nucleares22.

    emos3 então3 como traço do modelo da competição anta% ascensão de poderes re%ionais como o (rasil3 ue passa#am a ri#ali,ar com o

    imperialismo estadunidense em terrenos não consentidos por sua estrat=%ia.

    +ara /icar completa nossa escala3 /altam ainda as consideraç;es sobre outros dois modelos.

    1.5.1.@ Integração &ier-r2uica vertical (&iato de poder)

    Assim como um pas subimperialista pode desen#ol#er uma poltica de competição

    anta%

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    relação com o arre/ecimento do subimperialismo. Mas = uma conseZ9ncia clara e ue est?

    implcita na id=ia da recon#ersão. O subimperialismo = um traço estrutural cua #i%9ncia depende

    de /atores internos e externos.

    *3 com e/eito3 a partir d=cada de VWXI3 ocorre uma mudança na estrat=%ia da e;nation.

    Marini denominou esse /en remessa de lucros3 etc3

    4Collor e Cardoso5 o /im da reser#a de mercado para o setor de in/orm?tica 4Collor5 a adesão ao mecanismo decontrole de tecnolo%ia de msseis3 o acordo de alu%uel da base de AlcBntara e o assentimento >s press;es da Raytheon

     para #encer a licitação de radares para o Sistema de Pi%ilBncia da Ama,

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    articuladas com uma ideolo%ia de resist9ncia ue uestione explicitamente a he%emonia

    imperialista.

    *ssas são uatro orientaç;es de poltica exterior ue uma pot9ncia re%ional como o (rasil

     pode exercer perante o imperialismo. ? #imos ue as pot9ncias m=dias podem desen#ol#er

    cooperação anta%

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    1= A ESTRATGIA DOS EUA PARA A AMRICA LATINA E A POLTICA EJTERNA

    6RASILEIRA

    A tese do subimperialismo encontra$se umbilicalmente relacionada > poltica de

    cooperação anta% a%enda dos *stados dominantes3 especialmente os *-A. O

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    intensi/icação de parcerias com pases do Sul a prioridade con/erida ao Mercosul e > construção de

    um bloco de naç;es sul$americano o prota%onismo em /@runs multilaterais como o "$2I3 no

    combate aos subsdios ue os pases dominantes praticam com relação a seus produtos.

    odo esse es/orço de arre%imentação de no#as parcerias e de apoio internacional para as causas do desen#ol#imento #oltam$se3 em Eltima instBncia3 para o declaradoobeti#o de manter relaç;es mais euilibradas com as %randes pot9ncias3 de /orma %eral3 ecom os *stados -nidos3 em particular 4PA3 2II5.

    *ssa atitude seria complementada pelo ati#ismo na a%enda por uma ordem mundial

    multipolar atra#=s do sistema das )aç;es -nidas3 sea criticando a #iolação do direito internacional

    no epis@dio da in#asão do &raue 4março de 2II853 sea sustentando a necessidade de re/orma no

    Conselho de Se%urança3 /a,endo causa da aspiração por um assento brasileiro entre os membros

     permanentes.

    Moni, (andeira – em seu li#ro +s relaç=es perigosasA 3rasil;9stados Bnidos (de ollor a

     7ula$ 1CCD;EDDF) – apresenta uma interpretação ue se assemelha aos ar%umentos rec=m expostos.

    Considerando o estado das relaç;es do (rasil com os *-A no %o#erno !ula3 (andeira a/irma ue

    a contenda3 sobretudo em torno da A!CA[M*RCOS-!3 recrudesceu3 a%ra#ada por outros lit%ios3 na medida em ue os interesses nacionais do (rasil passaram a pre#alecer como #etor de sua poltica exterior3 em contradição com as pretens;es imperiaisdos *stados -nidos3 exacerbadas na administração de "eor%e H. (ush 4(A)D*&RA32II3 p.8V52X.

    Como /ica e#idente3 o ue h? de comum a todas essas an?lises – e#ouem ou não a

    ima%em da +*& – = a posição de ue a poltica externa #oltaria a ser#ir os interesses nacionais do

     3rasil 3 en/rentando3 de uma maneira ou de outra3 o poder dos *-A atra#=s do aumento da

    in/lu9ncia da poltica exterior. A id=ia de in/lu9ncia tamb=m = ressaltada por *mir Sader 42IIJa3

    2IIJb53 ue atribui > atual poltica externa brasileira a in#iabili,ação do proeto estadunidense daA!CA3 adotando nauelas ne%ociaç;es3 bem como na rodada Doha da OMC3 uma postura crtica >s

     polticas de li#re com=rcio. Se%undo ele3 o %o#erno brasileiro3 al=m disso3 ha#eria colocado um

    obst?culo > militari,ação do continente3 /a,endo do (rasil um elo essencial > criação Fde espaços de

    articulação aut he%emonia estadunidense3 ao tornar poss#el um amplo arco de

    alianças ue #ai da (ol#ia3 Pene,uela3 Cuba3 at= -ru%uai e Ar%entina3 passando pelo nosso pasG2W.

    *m parte3 Sader tem ra,ão – assim como (andeira e H. "onçal#es –3 uando #9 uma

    mudança de orientação na poltica exterior3 com uma conduta mais /irme perante determinadas

    2X +ara um ensaio biblio%r?/ico sobre di/erentes interpretaç;es da poltica externa do %o#erno !ula3 #er Almeida3 2IIL.2W Sader3 2IIJa.

    8

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     press;es da a%enda dos *-A. 'oram esses dissensos3 articulados com o es/orço de di#ersi/icação de

     parcerias polticas e comerciais3 ue moti#aram o r@tulo de FantiamericanismoG3 por correntes de

    opinião no (rasil comprometidas com o %o#erno anterior 8I. Contudo3 a id=ia de uma poltica

    exterior independente3 ue a interpretação destes autores le#anta3 padece3 em nosso ponto de #ista3

    de um problema metodol@%ico ue não = de importBncia secund?ria. Peamos.

    *m primeiro lu%ar3 uando #oltam$se ao exame das relaç;es econ es/era urdico$institucional dos acordos celebrados ou dos discursos

     pro/eridos pelos a%entes da diplomacia3 adentrando super/icialmente na ess9ncia dos mecanismos

    do poder. Assim3 a reeição > assinatura da A!CA nos termos propostos pelos *-A e o

    en%aamento pelo /im dos subsdios dos pases ricos são tomados como sintoma de uma postura

    soberana e at= contr?ria aos preceitos liberali,antes da %lobali,ação neoliberal8V. *nuanto isso3escapam do escopo de sua a#aliação processos si%ni/icati#os ue #9m acontecendo3 como = o caso

    do a#anço da desnacionali,ação da economia brasileira3 em ue di#ersos se%mentos da economia

    nacional #9m sendo absor#idos por capital estadunidense e mediante o concurso /a#or?#el de

     polticas do %o#erno brasileiro82.

    +or outro lado3 uando ar%umentam acerca do proeto de inte%ração le#ado a cabo pela

     poltica exterior3 parecem supor ue a 9n/ase no re%ionalismo sul$americano seria su/iciente para

    apontar uma posição na contramão da poltica de he%emonia exercida pelos *-A no continente. *mnosso ponto de #ista3 embora a inte%ração sul$americana ala#ancada pelo %o#erno brasileiro sea um

    contraponto ao pan$americanismo da A!CA3 ela pode estar reprodu,indo a mesma l@%ica do

    intercBmbio desi%ual na re%ião. Ao adotar o mesmo princpio de li#re com=rcio3 nos marcos do

    modelo do re%ionalismo aberto T ue pre#9 a criação de um ambiente /a#or?#el > presença das

    corporaç;es T o bin

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    Com o ue acabamos de expor3 constatamos ue = i%norado por uma #ertente interpretati#a

    da atual poltica externa brasileira tanto o a#anço da inserção re%ressi#a da economia brasileira no

    mercado mundial3 bem como sua posição ambi#alente entre os interesses dos pases peri/=ricos e a

    a%enda dos *stados dominantes.

    A /im de problemati,ar a dinBmica duplamente cooperati#a e con/lituosa em sua interação

    com o /en an?lise emprica a discussão te@rica ue

    /i,emos no Captulo V. +ara isso3 adotaremos o procedimento de examinar al%umas das mais

    representati#as posiç;es da poltica externa brasileira diante da poltica dos *-A para a Am=rica

    !atina3 utili,ando a escala antagonismo;cooperação.

     )esses termos3 con/rontaremos os momentos de con#er%9ncia e atrito da poltica externa

     brasileira com a atual estrat=%ia dos *-A para a Am=rica !atina. Com #istas a discutir essa uestão3tomaremos como base a caracteri,ação da poltica dos *-A /eita por autores contemporBneos. *m

    se%uida3 examinaremos a posição do (rasil naueles e#entos de maior rele#Bncia relacionados >

    a%enda dos *-A3 no perodo de ue nos ocupamos 42II8$2II5. Os /atos /oram extrados de

    notcias publicadas na imprensa nacional e estran%eira de comunicados o/iciais e dos respecti#os

    corpos diplom?ticos3 em particular e da literatura especiali,ada da ?rea de R& ue se dedica ao

    estudo da mesma temporalidade de nossa in#esti%ação.

    Con/rontar os momentos de cooperação e con/lito entre (rasil e *-A > lu, dos /atos uecaracteri,am a a%enda dos *-A poder? condu,ir$nos a um dia%n@stico aproximado do padrão

    #i%ente nas relaç;es entre os dois pases3 o ual nos permitir? a/irmar ou não se o (rasil representa

    o status de aliado especial dos *-A na Am=rica do Sul3 na presente conuntura hist@rica. +assemos

    > caracteri,ação da estrat=%ia dos *-A.

    1= ESTRATGIA DOS EUA PARA A AMRICA LATINA

    *xiste um debate de ue3 ao começo do s=culo ^^&3 os *-A ha#eriam deixado a Am=rica

    !atina em se%undo plano em sua estrat=%ia3 ao en%aar$se nas %uerras do A/e%anistão e do &raue.

    Ana *sther CeceKa 42IIL5 uestionou essa hip@tese3 ar%umentando ue o +ent?%ono e o conunto

    do aparato dos *-A #9m se preparando para lidar3 simultaneamente3 com con/litos em cinco

    re%i;es3 correspondentes aos continentes do planeta.

    A autora coloca ue a Am=rica !atina cumpre3 sim3 papel importante na atual estrat=%ia

    dos *-A de preser#ação de sua he%emonia. *sta abarca dois obeti#os principais. )o terreno

    econ

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    ampliada de seu capital. )o Bmbito poltico3 busca$se blouear as resist9ncias ue t9m se le#antado

    contra o exerccio de sua dominação3 não hesitando em recorrer ao poder militar sempre ue

    necess?rio. Chamaremos esse duplo obeti#o3 ao lon%o deste trabalho3 de agenda da liberali"ação e

    agenda da estabili"açãoGmilitari"ação.

    CeceKa des#ela os planos dos *-A para o continente3 a partir da an?lise de documentos

    o/iciais da poltica exterior estadunidense. Sua principal /onte = o  ovo 4apa do !ent-gono3 um

    relat@rio da Marinha dos *-A3 de autoria de homas (arnett 42II853 ue esuadrinha o %lobo em

    tr9s %randes re%i;es e orienta a ação do imperialismo para asse%urar o controle das mesmas.

     )o F)o#o Mapa do +ent?%onoG apresentado por (arnett = /eita uma subdi#isão domundo em tr9s re%i;es: o centro 4t&e core5 ue en%loba todos os pases desen#ol#idos3com estruturas estatais s@lidas e normati#idades le%itimadas os pases Fcostura ou eloG4 seam states53 em todos os sentidos do termo3 ue o%am o papel de ,onas deamortecimento e de mediadores para o disciplinamento dos ue se encontram na terceirare%ião3 chamada a FbrechaG 4t&e gap53 na ual se situam as ,onas de peri%o sobre as uaisos *stados -nidos de#em ter uma poltica a%ressi#a de #i%ilBncia3 controle e de imposiçãode normas de /uncionamento 4tanto dos *stados como dos ex=rcitos e dos corpos dese%urança3 do com=rcio e dos in#estimentos5 adeuadas para o estabelecimento real de umsistema %lobali,ado 4C*C*A3 2IILa3 pp.J$. &t?lico nosso588.

    'oi orientando o modo de implementar essas duas a%endas ue o ovo 4apa concebeu a

    di#isão do mundo nas ,onas acima. )o ue tan%e > poltica de estabili"açãoGmilitari"ação3 os *-A

    #9m contando com a instalação de bases militares em todo o continente para estender seu poder. )a

    Am=rica do Sul3 a presença militar na Col

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    +ara al%uns3 o sentido do discurso do no#o presidente brasileiro poderia ser compreendido

    como /ormalidade diplom?tica /rente ao *stado mais poderoso do planeta3 lançando mão de uma

    manobra di#ersionista no momento em ue a economia do (rasil encontra#a$se sob ameaça de

    ataues especulati#os 4(A)D*&RA3 2IIL3 p.2XJ et se.5. Mas uma outra possibilidade de an?lise

    desse mesmo discurso aponta ue o no#o presidente realmente esti#esse empenhado no

    estabelecimento de uma parceria mais abran%ente3 mo#ido pela crença na possibilidade de uma

    con#i#9ncia mutuamente ben=/ica entre *-A e (rasil. *xistiria a possibilidade do estabelecimento

    de uma poltica mutuamente ben=/ica para ambos os *stadosU Do ponto de #ista de uais

    interessesU

    1=1= O 6&asi! 9&e,te Q ae,)a )a !ie&a!i?a./'

    Com a che%ada de !ula > presid9ncia do (rasil3 a expectati#a do mo#imento social era de

    ue as capacidades de um pas com tais dimens;es /ossem usadas a ser#iço da luta antiimperialista3

    o ue reueria rechaçar a proposta da A!CA e a a%enda neoliberal em seu conunto3 a/irmando um

    modelo alternati#o de desen#ol#imento. Abandonando3 na campanha eleitoral de 2II23 o discurso

    antiimperialista ue sustentara durante anos3 !ula re#elou uma no#a orientação. Assim3 o proeto

    de plebiscito o/icial sobre a A!CA3 ue o no#o presidente de/endera at= pouco antes3 seriaen%a#etado8L.  O %o#erno brasileiro participaria das ne%ociaç;es da A!CA de /orma pra%m?tica3

    sem apresentar crticas mais ostensi#as e /ormulando suas propostas3 enuanto acompanha#a o

    comportamento das contradiç;es internas aos *-A3 como os obst?culos postos pelo lobbing

     protecionista no Con%resso dauele pas.

    Com relação ao tema das ne%ociaç;es da A!CA3 +aulo )o%ueira (atista r. 42IIL3 p.V2V58J 

    acredita ue Fo no#o %o#erno brasileiro mudou o en/oue de maneira si%ni/icati#a3 passando a

    uestionar aspectos essenciais do /ormato da A!CA e a buscar um maior euilbrio na a%enda dane%ociaçãoG. De nossa parte3 pensamos ser necess?rio problemati,ar o /ato de ha#er ocorrido ou

    não re/erida Fmudança si%ni/icati#aG na postura brasileira uanto > A!CA. Se 'ernando 6enriue

    Cardoso /osse hoe o presidente3 rea%iria ele de maneira di/erente diante da recusa #eemente do

    %o#erno (ush em redu,ir os subsdios a%rcolas dos *-AU

    O /ato = ue3 > medida ue os *-A demonstraram$se resolutos em não aceitar discutir na

    A!CA uest;es como subsdios a%rcolas e re%ras anti;dumping  e os remeteram para a Or%ani,ação

    Mundial do Com=rcio 4OMC53 a postura do %o#erno brasileiro /oi de reeitar uma A!CA

    8L !eher3 op. cit.8J rata$se de uma das melhores crticas > A!CA elaborada no (rasil desde a perspecti#a desen#ol#imentista. +ara umacrtica contundente a partir da #isão marxista3 #er o arti%o ? citado de !eher.

    8W

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    Contudo3 se /i,ermos uma leitura atenta de ual = a posição brasileira diante das ne%ociaç;es3

    #eremos ue o uadro = di/erente. -m exame mais ri%oroso dos posicionamentos do (rasil nessas

    uest;es re#elar? uma poltica ue não est? na contramão da a%enda do li#re com=rcio3 nem resiste

    >s press;es das corporaç;es do capitalismo dominante3 como se su%ere.

    Al%umas semanas ap@s a reunião ministerial reali,ada no balne?rio mexicano3 o chanceler

    Celso Amorim publicou um arti%o rebatendo as acusaç;es da imprensa de ue o (rasil e os demais

     pases da aliança do "$2I seriam os respons?#eis pelo /racasso das ne%ociaç;es 4Amorim3

    2II8$2II5. )o texto3 o diplomata /alou da relutBncia dos pases ricos em redu,irem os subsdios >

    a%ricultura como a principal causa do impasse. Mas deixou claro3 nas entrelinhas3 ue o (rasil

    estaria disposto a ne%ociar os emas de Cin%apura se os *-A e a -nião *urop=ia cumprissem com

    a demanda sobre os subsdios aos produtos a%rcolasI.*ssa sinali,ação ilustra a colocação /eita por Reinaldo "onçal#es de ue3 se o %o#erno !ula

    se%ue a a%enda de Hashin%ton na %estão macroecon

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    concordando com a retirada de tra#as > ne%ociação sobre ser#iços. Ao assumir tal postura3 atuou

     por medidas ue si%ni/icarão o apro/undamento do intercBmbio desi%ual3 ue se incrementar?

    mesmo se cumprido o acordado – o ue não est? %arantido 4(*!!O3 2IIL5.

    Com relação aos acordos comerciais no continente americano3 embora o %o#erno brasileiro

    tenha /echado posição contr?ria > assinatura da A!CA em Mar del +lata – ue esta#a pre#ista no

    crono%rama para entrar em #i%9ncia at= o /inal de 2IIL –3 o modelo de li#re com=rcio = o ue

     preside sua poltica de inte%ração re%ional. )ão basta a/irmar ue o %o#erno !ula não tenha

    assinado a A!CA para poder sustentar ue sua poltica externa sea independente dos *-A.

    Al=m disso3 se = um /ato ine%?#el ue o principal al#o dos *-A na A!CA era o mercado

     brasileiro3 por seu potencial de com=rcio e in#estimento3 = tamb=m #erdade ue a ?rea hemis/=rica

    sur%iu com a ambição da pot9ncia do )orte de controlar os recursos naturais abundantes da re%ião3como aponta a pesuisa ? mencionada de CeceKa. *sse obeti#o3 no entanto3 #em sendo alcançado

    atra#=s de outro proeto de inte%ração re%ional liderado pelo pr@prio (rasil3 a &niciati#a para a

    &nte%ração da &n/ra$estrutura Re%ional Sul$Americana 4&&RSA5.

    +roposta pelo (&D em 2III3 a &&RSA assumiu maior proeção com o %o#erno de !ula3 ue

     p sua disposição #olumosos /inanciamentos atra#=s do (anco )acional de Desen#ol#imento

    *con

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    re%ional3 na medida em ue utili,a a conti%Zidade /sica da Am=rica do Sul para indu,ir o

    adensamento da economia re%ional3 mediante %anhos de escala.

    O bin dimensão econ A!CA3 compreende$se a t?tica de %anhar tempo3

    articulada com a de/esa de setores da bur%uesia industrial brasileira3 como o setor de m?uinas e

    euipamentos3 ue perderiam com a liberali,ação do ramo /rente aos *-AL. *ntretanto3 se existem

    /ricç;es com os *-A na opção pela A!CSA3 esta não deixa de apresentar$se como um proeto de

    desen#ol#imento inte%rado ao imperialismo.

     )ão h? nada na opção pela Am=rica do Sul ue si%ni/iue em si mesmo contraposição aomodelo he%ems expectati#as do %rande capital3 ue encontram na re%ião um meio propcio para instalar

     plata/ormas de exportação de seus produtos3 como as montadoras de autom@#eis. )o setor

    industrial3 um dado bem ilustrati#o = o dos eletrodom=sticos3 cua indEstria era predominantemente

    de capital nacional at= o começo dos anos WI e3 com o processo de reconversão3 passou para ocontrole de corporaç;es estran%eiras3 especialmente de %rupos estadunidenses.

    *nuanto os de/ensores da poltica externa brasileira or%ulham$se por serem estes produtos

    FbrasileirosG3 at= mesmo ramos do setor prim?rio passaram para o controle de corporaç;es

    estran%eiras. O a%rone%@cio3 de /ato3 = um caso not@rio. Carro$che/e do crescimento das

    exportaç;es do (rasil nos Eltimos anos3 tem se%mentos inteiros passando ao controle de

    transnacionais estadunidenses como Car%ill e Monsanto3 em cadeias produti#as como o complexo

    da soa. +ensemos numa uestão ue lhe di, respeito: a autori,ação3 no %o#erno !ula3 das sementestrans%9nicas3 /ortalecendo a penetração dessas corporaç;es no (rasil. Deixaria essa medida de ser Abordaremos3 com maiores detalhes3 no Captulo 83 o papel cumprido pela &&RSA e demais iniciati#as na poltica deinte%ração re%ional.L +or essa ra,ão3 a Associação (rasileira das &ndEstrias de M?uinas e *uipamentos adotou posição cautelosa perante> A!CA3 con/orme citado em (andeira 42IIL3 p.2IW5: FO presidente da A(&MAg3 !ui, Carlos Delben !eite3encaminhou carta a Celso !a/er3 declarando ue3 se a %ota d?%ua para a demissão de Samuel +inheiro "uimarães /orasua mani/estação contr?ria a respeito da A!CA3 no debate promo#ido pela A(&MAg3 seria pro/undamentelament?#el3 dada a propriedade e a seriedade de seus ar%umentosG. +ara uma an?lise dos impactos potenciais da A!CAsobre a indEstria brasileira3 #er Coutinho 42IIL5.J O Con#9nio Cr=dito Recproco3 criado nos marcos da A!AD&3 seria um elemento promissor. Mas sua utili,ação =irris@ria se desarticulada com medidas de en/rentamento ao sistema /inanceiro e aos interesses das corporaç;es do

    %rande capital. Mesmo discordando da opinião da autora3 ue #9 com positi#idade o processo de desnacionali,ação da indEstria

     brasileira de eletrodom=sticos3 a tese de Cunha 42II85 = elucidati#a uanto > trans/er9ncia de propriedade neste ramo daeconomia. Per reporta%em de Al#es 'ilho 42II85 sobre esta tese.

    8

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    um elemento da poltica exterior simplesmente porue não /oi decisão direta do Minist=rio das

    Relaç;es *xterioresU -m /ato de#e ser considerado de política externa pelo mecanismo de tomada

    de decisão en#ol#ido ou pelas conseZ9ncias ue implica para a inserção do pas no mercado e na

     poltica internacionaisU gual tend9ncia estaria impactando mais si%ni/icati#amente sobre a

    economia brasileira: a desnacionali,ação ou o ati#ismo pela conuista de mercados para as

    exportaç;es do a%rone%@cio inte%rado > malha econ

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    -ru%uai e +ara%uai. +elo peso diminuto de al%uns destes mercados3 não se pode desconsiderar os

    /atores polticos ue moti#aram tamb=m esse tratados. )o caso do CA'A3 as normati,aç;es

    criadas tamb=m t9m o obeti#o de redu,ir a in/lu9ncia da Pene,uela ue3 atra#=s do con#9nio

    +etrocaribe3 criou #nculos mais pr@ximos com pases mesoamericanosLI. )o caso dos s@cios

    menores do Mercosul3 encontra$se o obeti#o de exercer /orça centr/u%a na ?rea de in/lu9ncia do

    *stado brasileiro. A reação do %o#erno brasileiro3 por seu turno3 = a de culpar os %o#ernantes do

    Mercosul pela opção adotada. De um lado3 = #erdade ue a escolha se%uida inscre#e$se na aceitação

    de uma subordinação. Mas a uestão do subimperialismo de#e ser considerada na hora de se

    analisar esses e#entos. A manutenção do intercBmbio desi%ual no Mercosul re/lete o insucesso da

    estrat=%ia F%enerosaG proclamada pelo %o#erno !ula3 ue pode ser #isto como co$respons?#el pela

    adesão dos pases a acordos com os *-A3 ao lado da cooptação por estes praticadaLV.Com o ue /oi exposto at= aui3 constata$se ue a poltica de inte%ração re%ional do

    %o#erno !ula atende não s@ > bur%uesia brasileira3 mas ao capital estadunidense3 cuos

    in#estimentos #9m crescendo na re%ião. Com isso3 apesar da di/erença na abertura direta3 esse

     proeto não ser? um /reio ao a#anço das corporaç;es transnacionais3 ue3 pelo contr?rio3 utili,arão a

    re%ião como plata/orma de exportação ou para uso intensi#o dos recursos naturais. *sse dado

    atende ao obeti#o tanto do (rasil uanto dos *-A de explorar os recursos da ,ona da brecha

    crtica. * = esse obeti#o ue orienta declaraç;es como a do assessor de poltica internacional do presidente !ula3 Marco Aur=lio "arcia:

    h? muitos anos as relaç;es com Hashin%ton e com outros centros desen#ol#idos nãoatra#essa#am perodo tão promissor. Mesmo em dossi9s mais problem?ticos3 como asdi/erenças ue ti#emos com os *stados -nidos sobre a A!CA 4\rea de !i#re Com=rciodas Am=ricas53 /oi poss#el estabelecer ne%ociaç;es expur%adas de ualuer rançoideol@%ico 4"ARC&A3 2IIL5.

    1=1=1 O 6&asi! 9&e,te Q ae,)a )a estai!i?a./'

     

    -m estudioso da poltica externa brasileira e do re%ionalismo continental colocou3 ainda no

     primeiro ano de mandato do presidente !ula3 ue

    do ponto de #ista da poltica brasileira no continente3 uma per%unta /undamental = como os*stados -nidos rea%irão a um continuado ati#ismo do (rasil na Am=rica do Sul ... OMinistro Celso Amorim3 então ainda não empossado3 mani/estou$se otimista3 achando

     poss#el os dois pases che%arem a uma #isão mais estrat=%ica3 na ual Hashin%ton

    LI Sobre o con#9nio +etrocaribe3 #er Pel?,ue, 42IIL5.LV )ão ueremos3 com isso3 insinuar ue o (rasil por si s@ poderia deter esses processos. 'a,$se necess?ria disposição

     poltica dos demais %o#ernantes. Mas uma outra orientação poderia exercer in/lu9ncia si%ni/icati#a nas escolhas de%est;es como a de abar= P?,ue,3 por exemplo.

    L

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    reconheceria no (rasil um parceiro indispens?#el para a estabilidade da Am=rica do Sul emesmo da \/rica. Ao analista independente = lcito3 por=m3 um certo ceticismo. Ootimismo $ pelo menos ostensi#o $ do nosso chanceler  s, seria plenamente undado se$dentro da visão estratégica 2ue supostamente marcaria as relaç=es bilaterais$ os dois

     países perseguissem obHetivos coincidentes ou complementares. Ora3 na pr?tica3 a

    estabilidade da Am=rica do Sul3 supostamente deseada por ambos3 s@ = rele#ante para os*stados -nidos na medida em ue sir#a aos interesses americanos. *m outras pala#ras3 s@de#em ser est?#eis aueles %o#ernos ue seam /a#or?#eis a Hashin%ton3 como /icoudemonstrado pela atitude americana em relação ao ? re/erido %olpe de *stado de abril de2II23 na pr@pria Pene,uela 4SO-O MA&OR3 2II8. "ri/o nosso5L2. 

     )os obeti#os preconi,ados pelo autor para a inserção internacional do (rasil3 inexistiria

    uma con#er%9ncia estrat=%ica entre (rasil e *-A uanto > estabilidade re%ional3 sobretudo porue

    na #isão da poltica externa estadunidense Fs@ de#em ser est?#eis aueles %o#ernos ue seam

    /a#or?#eis a Hashin%tonG. )o discurso de posse de !ula destacam$se os obeti#os da polticaexterna brasileira no sentido de contribuir para uma FAm=rica do Sul est?#el3 pr@spera e unidaG.

    Mas ual estabilidade seria almeada na sntese de interesses articulados pela poltica externa

     brasileiraU

    'ace > presença crescente dos *-A na re%ião3 a eleição do presidente !ula em 2II23

    marcada por expectati#as de mudanças3 tinha como uma de suas mais ?rduas tare/as lidar com Fo

     peri%oso balanço das /orçasG /rente aos *-AL8. )o a/ã de ampliar o controle de ?reas estrat=%icas3 o

    +ent?%ono esta#a prestes a obter a concessão de outra base3 desta #e, no (rasil3 no centro de

    lançamento de /o%uetes de AlcBntara3 no estado do Maranhão. O acordo ue concedia a base de

    AlcBntara em alu%uel para os *-A3 encaminhado por 'ernando 6enriue Cardoso para o

    Con%resso3 tramita#a no !e%islati#o > espera de apro#ação. )os primeiros meses de %o#erno3 o

     presidente !ula retirou o proeto do Con%resso )acionalL. amb=m no incio de seu %o#erno3 em

    março de 2II83 se deu o ataue e in#asão do &raue pelos *-A. A a%ressão contra o &raue /oi

    criticada por !ula e pelo ministro Celso Amorim como desrespeito > decisão das )aç;es -nidas e

    como expressão de um unilaterialismo conden?#el nas relaç;es internacionais. Os dois /atos3

    isoladamente3 su%eririam uma poltica externa independente3 parecendo dar ra,ão a autores3 como

    (andeira3 ue interpretaram as declaraç;es otimistas a respeito dos *-A como manobra

    di#ersionista no marco de uma poltica ue seria terceiromundista na pr?tica.

    L2 A re/er9ncia = a uma entre#ista concedida pelo então /uturo no#o ministro das relaç;es exteriores. Per Amorim42II25.L8 *m sua edição especial sobre a posse do presidente !ula3 a re#ista Carta Capital publicou mat=ria sobre os desa/ios deresistir >s press;es dos *-A para de/inir no#os rumos para a Am=rica !atina.L O interesse pela base de AlcBntara era de duas ordens: ter uma presença em posição pr@xima > Ama,

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     )o plano das relaç;es re%ionais3 uma das primeiras medidas /oi a /ormação do "rupo de

    Ami%os da Pene,uela3 iniciati#a concebida ainda antes da posse de !ula. )o contexto em ue a

    Pene,uela encontra#a$se em meio a um locaute empresarial e com a paralisação dos altos diri%entes

    da indEstria petroleira3 o presidente !ula en#iou ao pas #i,inho seu assessor de poltica

    internacional3 Marco Aur=lio "arcia3 com #istas a che%ar a uma sada ne%ociada para o impasse

    entre as /orças cha#istas e oposicionistas. Ao dar /orma >uele %rupo mediador3 o (rasil con#idou

    os %o#ernos dos *-A e *spanha para sua composição. O reconhecimento como interlocutores

     precisamente daueles ue ha#iam sido os apoiadores internacionais do %olpe perpetrado contra

    Ch?#e, desa%radou o presidente #ene,uelano3 ue emitiu crticas abertas contra a atitude brasileira.

    Os *-A3 principalmente3 ha#iam exercido uma /unção prota% lei norte$americana de declassi/icação. +ara uma re#isão do locaute e a sabota%em petroleira3 #er dossi9 da  *evista ene"olanade 9conomía iencias ociales 42II25.LJ  -m ex$/uncion?rio do Departamento de *stado no %o#erno Clinton3 Arturo Palen,uela3 citou um relat@rio do

    inspetor$%eral da instituição a/irmando ue os *-A Ftrabalharam para apoiar a democracia e a constitucionalidade naPene,uelaG ap@s o /racasso do %olpe 4M&!!*R3 2II25.L  *sta /oi uma preocupação clara do assessor Marco Aur=lio "arcia: o problema ue esta#a colocado nauelemomento era a possibilidade de ue3 se o S?nche, de !o,ada não renunciasse3 pro#a#elmente ha#eria uma insurreição

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    andinos era #ista como uma ameaça ao plano de controle da re%ião. +rimeiramente3 pela concessão

    da base de Manta usu/ruda pelos *-A no *uador3 desde 2IIV3 ue poderia ser re#ista. Al=m

    disso3 na (ol#ia ocorreria um re#=s em sua poltica de erradicação da /olha de coca3 se hou#esse a

    ascensão de um bloco ind%ena ao %o#erno. +or /im3 mas não menos importante3 de#e$se mencionar

    os interesses de suas corporaç;esLX. +or isso a mediação brasileira acabou recebendo reiterados

    elo%ios do Departamento de *stadoLW. 

    +or outro lado3 por ocasião da in#asão /ranco$estadunidense ao 6aiti3 em 2II3 uando a

    incursão de tropas estran%eiras deu seZ9ncia ao %olpe de *stado contra Aristide3 o %o#erno !ula

    não pronunciou$se condenando a derrubada do %o#erno pela /orça. *m nota3 o &tamaraty apenas

    a/irmou preocupação com a situação poltica do pas3 em contraste com o Caricom ue denunciou a

    in%er9ncia externa e o descumprimento do direito internacional. Ao assumir o comando da missãomilitar da O)- na ilha caribenha3 meses depois3 /icaria e#idente a opção do *stado brasileiro de ser

    co$partcipe na inter#enção no 6aiti e tentar3 com isso3 habilitar$se a uma #a%a como membro

     permanente no Conselho de Se%urança das )aç;es -nidas. O %o#erno brasileiro procurou sustentar

    ue não estaria sendo coni#ente com a #iolação de nenhuma norma internacional ao rei#indicar uma

    resolução da O)- 4D&)&V3 2IIL5JI.

    Ao assumir o comando da Minustah 4Missão &nternacional das )aç;es -nidas para a

    *stabili,ação do 6aiti5 e o en#io de maior contin%ente de tropas ao 6aiti3 o (rasil poupou maiores/orço aos *-A no momento em ue estes so/rem des%aste com a resist9ncia > ocupação do

    &raue. +or essa ra,ão3 a Minustah #eio a se constituir no principal elemento de cooperação do

    %o#erno brasileiro com o Departamento de *stado na estabili,ação da con/liti#idade social da

    Am=rica !atina.

    4"ARC&A3 2IIJ3 p.VI5. A (ol#ia = o pas ue recebeu a maior soma de in#estimentos da +etrobr?s na Am=rica do Sul.!?3 a +etrobr?s controla WXf da capacidade de re/ino do %?s extrado das a,idas boli#ianas3 resultando em lucrosaltssimos para o (rasil3 como #eremos no captulo se%uinte.LX A (ol#ia3 em particular3 desperta %rande cobiça por sua riue,a em recursos naturais. A transnacional estadunidense

    (echtel3 cua subsidi?ria boli#iana chama$se A%uas de unari3 encontra$se diretamente #inculada com o con/litode/la%rado em 2III3 ue /icou conhecido como #uerra del +guar CeceKa 42II25. A (echtel3 al=m do interesse pelocontrole da ?%ua na (ol#ia3 = uma das maiores entre as %i%antes corporaç;es do complexo militar$industrial dos *-A.LW Per3 por exemplo3 Departamento de *stado 42II5.JI +ara o ministro Celso Amorim3 a missão militar do (rasil no 6aiti cumpriria um papel de inter#enção humanit?ria:F)ossa participação na Missão da O)- no 6aiti3 ademais3 parte do princpio de ue a pa, não = um bem internacionalli#re: a manutenção da pa, tem um preço. *sse preço = o da participação. Ausentar$se ou eximir$se de opinar diante deuma situação de crise pode si%ni/icar pode si%ni/icar a exclusão do processo de tomada de decis;es3 ou3 pior3 adepend9ncia em relação a outros pases ou re%i;esG AMOR&M3 2II5. +osição similar = de/endida por Seiten/us4 2IIJ5. *ssa interpretação altrusta = criticada por *u%enio Dini, 42IIL5 ue des#ela o interesse da diplomacia

     brasileira de habitar$se a uma #a%a no Conselho de Se%urança da O)-3 participando da inter#enção no 6aiti3silenciando inclusi#e sobre o /ato de #iolação do direito internacional no epis@dio ue resultou na ueda do +residenteAristide3 em /e#ereiro de 2II. +ara uma explicação ri%orosa da in#asão e do %olpe contra Aristide3 #er 6allard 42IIJ5.

    +ara uma crtica > doutrina da &nter#enção 6umanit?ria3 #er  7os derec&os &umanos como espadas del imperio$  de(artholome0 e (rea1spear 42IIL5. A #isão de um diplomata sobre FO (rasil nas miss;es de pa, da O)-G3 at= a d=cadade VWWI3 encontra$se em Cardoso 4VWWX5. -m relato crtico da Minustah3 contado por um soldado brasileiro ue /e,

     parte da missão3 encontra$se em Ruppenthal 42II5.

    X

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    Ressalte$se3 ainda3 ue os meios da estabili,ação e os interesses en#ol#idos na poltica

    exterior brasileira #ariam dependendo do pas em uestão3 se este est? na ,ona de in/lu9ncia do

    (rasil ou para al=m dela. A cooperação com a militari,ação no Caribe contrasta com o m=todo ue

    assume na Am=rica do Sul. )o subcontinente3 onde busca consolidar uma ?rea de in/lu9ncia3 nos

    termos colocados por Morris para consolidar uma he%emonia re%ional3 não interessa ao (rasil uma

    in%er9ncia externa e3 menos ainda3 militar.

    &denti/icamos um padrão ue demonstra descon/orto com a expansão da presença militar e

    da in%er9ncia dos *-A3 mas e#ita critic?$la ou o /a, com cautela. *ssa orientação nos auxilia na

    compreensão da resposta do (rasil > instalação de base dos  4arine orps3 em Marechal

    *sti%arribia3 no +ara%uai. *nuanto o chanceler brasileiro a/irma#a ue os pases da re%ião disp;em

    de capacidade de de/esa e não necessitam de tropas estran%eiras3 o ex=rcito reali,a#a manobradissuasi#a na /ronteira com o +ara%uai. Outro e#ento ue merece atenção /oram as declaraç;es na

    imprensa norte$americana de ue a rplice 'ronteira seria re%ião de c=lulas terroristas – re/er9ncias

    ue /a,em parte de uma t?tica de intimidação do aparato estadunidense e ue suscitaram irritação

    do lado brasileiro.

    A /aceta da liberali"ação econômica tamb=m cont=m elementos de estabili,ação da

    re%ião. -m exemplo claro neste sentido /oi a rene%ociação da d#ida ar%entina.

    FO %o#erno ar%entino interpretou ue o (rasil – !ula3 em especial – tinha%uardado um inuietante sil9ncio ante o acordo obtido em setembro pela Ar%entina com o'M&3 ue contempla#a metas /iscais menos onerosas do ue as acordadas por (raslia comesse or%anismoG 4R-SS*!! e O`A!&A)3 2II5.

    Com relação ainda > Pene,uela3 o %o#erno brasileiro procurou uma sada conciliadora >

    crise diplom?tica estabelecida entre -ribe e Ch?#e, em começos de 2IIL3 uando os *-A tinham a

    intenção de isolar o Eltimo. &niciada pela incursão clandestina de militares colombianos em

    territ@rio #ene,uelano3 resultando na captura do porta$#o, das 'ARC Rodri%o "randa3 ocontencioso op /rente3 o Departamento de *stado procura#a aumentar o cerco a

    Ch?#e,3 no ue não pode deixar de ser entendido como uma tentati#a remota de re%ionali,ação do

    +lano Col

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    en#ol#eu interesses comerciais3 como no caso do #eto estadunidense > #enda de a#i;es militares da

    *mbraer > Pene,uela. Depois de tentar em #ão obter o recuo das restriç;es dos *-A3 o (rasil

    subordinou$se ao #eto3 embora não hou#esse nenhum tratado internacional ue barrasse a

    comerciali,ação. Ao mesmo tempo3 o pas acabara de #ender 2L aerona#es do mesmo modelo >

    Col

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    interesses da +oltica *xterna (rasileira 4+*(5 en#ol#idos interesses da poltica externa dos *-A

    en#ol#idos desdobramentos resultante da relação (rasil$*-A na balança anta%onismo$

    cooperação. A se%uir apresentamos o guadro da Cooperação Anta% dos*-A: remete para aOMC temasconsideradossens#eis para aeconomia brasileira."arantir mercados para

     produtos brasileiros3

    sobretudo a%rone%@cio

    'orçar a abertura demercados3 sem abrirmão do

     protecionismo ue praticam

    k$

     )e%ociaç;es na OMC4CancEn5

    'ormação do "$2I3recusando ne%ociar osemas de Cin%apura semredução de subsdiosa%rcolas

    Ampliação do poder de bar%anha para extrairconcess;es para asexportaç;es a%rcolas

    !iberali,ação dosemas de Cin%apura4compras%o#ernamentais3ser#iços3in#estimentos5

    k$

     )e%ociaç;es na OMC46on% `on%5

    +articipação no "$3aceitando redu,ir tari/asaduaneiras paraindustriali,ados e a#ançarna ne%ociação sobreser#iços. *m troca3 obte#e

    a promessa da diminuiçãodos subsdios a%rcolaseuropeus e dos *-A para2IV8

    &nteresses doa%rone%@cio brasileiro

    &nteresses emconuistar mercados

     para produtosmanu/aturados e pararamos como ser#iços/inanceiros3 entreoutros

    kk

    Autori,ação paraculti#os trans%9nicos

    Autori,ou3 no (rasil3 asoa trans%9nica daMonsanto e outrosculti#os %eneticamentemodi/icados

    &nteresses doa%rone%@cio brasileiro3associado >scorporaç;es desementes e herbicidas

    &nteresses detransnacionais decapital estadunidensecomo Monsanto eCar%ill

    kk

    &&RSA

    +articipação asserti#a3

    com /inanciamentos#olumosos do ()D*S

    *xplorar conti%Zidade/sica da Am=rica doSul para obter %anhosde escala e /a#orecer

    empresas brasileiras.Controlesubimperialitas dosrecursos naturais

    Obter /acilidadeslo%sticas para oincremento do

    com=rcio e docontrole dos recursosnaturais

    k$

    LV

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    +oltica dosa%rocombust#eis

    Aliança ener%=tica com(ush para o etanol

    Controlar mercadomundial de etanol

    Obter outras /ontesener%=ticas een/rauecer %o#ernoscomo o de Ch?#e,3 naAm=rica !atina

    kk

     Agenda da estabilização/militarização

    Criação do "rupo deAmi%os da Pene,uela

    &nte%ra ao %rupodiplom?tico *-A e*spanha3 ue participaramati#amente do %olpe de2II2

    Obterreconhecimento deHashin%ton comomediador poltico

    !e%itimar oposição aCh?#e, e transmitirima%em dos *-Acomo pas preocupadocom a democracia naPene,uela

    kk

    Crise boli#iana de 2II8 )e%ocia sada pac/ica.A#ião da 'orça A=rea(rasileira res%atou

     presidente deposto3"on,alo S?nche, de!osada3 e seu #ice3 CarlosMesa3 tomou posse

    Obter prest%io

    como mediadorre%ional. "arantirinteresses da+etrobras

     preser#ando ainstitucionalidade

    &mpedir ascensão de/orças antiimperialistas

    kk

    Crise colombo$#ene,uelana de 2IIL4/e#ereiro5

    Atua3 com +eru e Cuba3 por sada diplom?tica3di/erenciando$se da

     postura do Departamentode *stado de tentar isolara Pene,uela

    Obter prest%iocomo mediadorre%ional. Conterinter/er9ncia naes/era dein/lu9ncia do(rasil na Am=ricado Sul

    entati#a de isolar o%o#erno Ch?#e,

    k$

    +lano Col

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    2II8> #iolação ao direitointernacional

    do multilateralismointer#enção no OrienteM=dio

    &nstalação de base dos

    Marine Corps3 emMariscal *sti%arribia3 no+ara%uai

    O %o#erno brasileiroreali,a3 em resposta3manobras conuntas do

    *x=rcito e da 'orça A=reana re%ião de 'o, do&%uaçu. O chanceler CelsoAmorim declara ueinexistem ra,;es para uma

     base dos *-A na re%ião

    *#itar in%er9nciaexterna em sua

    ?rea de in/lu9ncia.Crtica > presençamilitar dos *-A3mas emlinha não$con/rontati#a

    A%enda damilitari,ação. +oss#el#nculo com controledos recursos naturais

    k$

    Contencioso da #endade a#i;es militares >Pene,uela

    Reclamaç;es sobre o #etodos *-A3 masobedecendo$o3 ao /inal

    *liminarobst?culos para asexportaç;es

     brasileiras deeuipamento

     b=lico

    &mpedir cooperaçãomilitar com %o#ernoCh?#e, k$

    'onte: elaboração do autor.

    Como toda classi/icação3 o uadro expressa a inter#enção do intelectual no obeto ue

    ocupa sua atenção. * enuanto tal3 tem seu lado arbitr?rio na escolha das #ari?#eis analisadas. O

    ue lhe con/erir? ri%or explicati#o = a aproximação ue pode ter com o real. +or conse%uinte3 =

    mister /a,er mais dois coment?rios. guando um e#ento encaixar$se claramente em mais de uma

    a%enda ou tradu,ir mais de um interesse de uma das partes en#ol#idas3 salientaremos aueles ue

    /orem mais e#identes e ti#erem maior importBncia no /ato em uestão. guanto > resultante3 cabe a

    mesma colocação sobre as classi/icaç;es. Os modelos /oram pensados para caracteri,ar a dinBmicada poltica externa de conunto. *les não podem ser analisados nem isoladamente3 nem em estado

     puro3 mas indicam tend9ncias marcadas por uma re%ularidade3 tradu,indo a dinBmica ue polari,a o

    relacionamento com a pot9ncia dominante3 dentro de um momento hist@rico determinado. Diante

    disso3 uando hou#er dE#ida entre duas %raduaç;es da escala para classi/icar um e#ento x3 ele ser?

    coteado com e#entos correlatos3 pertencentes > mesma a%enda3 e a comparação ser? le#ada em

    consideração para lhe Fatribuir um #alorG da escala anta%onismo$cooperação.

     )a 'i%ura 23 o tratamento analtico dos dados3 mediante exame ualitati#o das in/ormaç;escoletadas e o seu cru,amento3 permite$nos concluir ue as relaç;es entre (rasil e *-A atra#essam

    no perodo #i%ente uma poltica inscrita no modelo da cooperação anta%

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    /a#or?#el > presença das corporaç;es estran%eiras3 seam de capital estadunidense ou de outra

    matri,.

     )o campo da estabili,ação3 a cooperação se d? na mediação poltica de situaç;es dos

     pases sul$americanos onde se desen#ol#em as lutas antiimperialistas mais radicali,adas – (ol#ia3

    *uador e Pene,uela –3 onde o (rasil desempenha um papel de amortecedor das mobili,aç;es

     populares3 respaldando a um s@ tempo interesses brasileiros e estadunidenses. Assim3 os elementos

    da realidade permitem$nos a/irmar ue #em sendo cumprida a /unção Findispens?#el para a

    estabilidade da Am=rica do SulG3 tal como preconi,ada pelo ministro Celso AmorimJ2. * permitem$

    nos3 principalmente3 #eri/icar em ue sentido = exercido esse papel estabili,ador. )a poltica do

    subsistema re%ional sul$americano3 existem3 ao mesmo tempo3 pontos de atrito ue se relacionam

    com o obeti#o da poltica externa brasileira de constituir uma es/era de in/lu9ncia pr@pria3competindo com os *-A pela de/inição dos rumos da Am=rica do Sul. +or isso a contrariedade >

    militari,ação do subcontinente e a tomada de posiç;es di#er%entes como na crise colombo$

    #ene,uelana3 buscando impedir o isolamento de pases ue representam importBncia na ,ona de

    in/lu9ncia brasileira. guanto >s reser#as > militari,ação3 estas deixam de existir uando se trata de

    um pas como o 6aiti3 circunscrito > es/era de in/lu9ncia direta dos *-A. Caso utili,ado como meio

     para habilitar$se ao Conselho de Se%urançaJ8. 

    Mas os dissensos produ,idos não atin%em um n#el de maior intensidade. )ãodesembocam em uma escalada ri#al como no modelo da competição anta% poltica externa de Cardoso. *nuanto esta /ora marcada pela

    acomodação > he%emonia dos *-A na inte%ração hier?ruica #ertical3 o no#o %o#erno imprimiu

    uma poltica aos moldes da cooperação anta%

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    O (rasil ? atuara como mediador em con/litos como a "uerra do Cenepa ou a crise interna

    no +ara%uai3 no caso !ino O#iedoJ. Mas nada comparado ao #olume e > proeção ue assumiu o

    en#ol#imento em nossos dias3 re%istrado pelo prota%onismo na mediação de crises polticas internas

    na Pene,uela3 (ol#ia3 *uador e 6aiti e de uma crise bilateral3 no caso entre Col

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    * acrescenta salientando o aspecto onde acredita residir o moti#o da cooperação dos dois

     pases nessa a%enda comum:

    4...5 A respeito do tema da estabilidade na re%ião sul$americana3 parecemmani/estar muita satis/ação os norte$americanos pela capacidade %erencial da diplomacia

     brasileira de administrar crises acumuladas e em %estação na re%ião.  + movimentação do 3rasil$ nesse sentido$ além de reorçar a liderança brasileira na região$ não é

    incompatível com os interesses norte;americanos de não se desgastarem mais em outras

    regi=es do globo$ ap,s o iasco da invasão do Ira2ue. 9m outros termos$ o 3rasil é 2uem

     se desgasta$ se or o caso$ mas mantém a disciplina e tran2Kilidade na região 4SARA&PA32IIJ3 p.X. "ri/o nosso5.

     )essas condiç;es3 os *-A contam com o (rasil como mediador ue lhe poupa es/orços e

    um maior des%aste no cen?rio re%ional. Ao mesmo tempo3 Sombra Sarai#a ar%umenta ue a

    mo#imentação do (rasil re/orça sua liderança na re%ião. A liderança tamb=m est? associada >

     preser#ação de interesses econ

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    3 O 6RASIL NO SU6SISTEMA REGIONAL DE PODER SUL-AMERICANO*INTERCM6IO DESIGUAL E HEGEMONIA

     O (rasil = a economia de maior desen#ol#imento relati#o na Am=rica do Sul. Com um

     parue industrial di#ersi/icado3 apresenta uma composição or%Bnica m=dia do capital com LJf de

    sua pauta de exportaç;es %lobais composta de produtos manu/aturados 4SO(**3 2IIL5J. O

    exame ualitati#o das trocas comerciais entre o (rasil e os demais pases sul$americanos denota

    uma especiali,ação desi%ual na di#isão re%ional do trabalho. *ssa realidade econ

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     pases torna$se des/a#or?#el3 empresas de capital brasileiro aumentam presença na re%ião e seus

    in#estimentos são obeto de lit%io3 com são os super$noticiados casos da +etrobras na (ol#ia e no

    *uador.

    A proposta de campanha do então candidato > presid9ncia !ui, &n?cio !ula da Sil#a

    a/irma#a a disposição de seu %o#erno em le#ar a cabo uma inte%ração solid?ria e %enerosa3

     partindo do reconhecimento dos deseuilbrios re%ionais. Apesar disso3 os lit%ios com os #i,inhos

     prosse%uem. Como #eremos nesse captulo3 o proeto de inte%ração sul$americana3 priori,ado com

    relação > A!CA pelo %o#erno !ula3 não se a/irma como um contraponto >s re%ras do li#re com=rcio

    e ao modelo neoliberal. Ao contr?rio3 rea/irma$as no plano re%ional. Sobre esse aspecto dos proetos

    de inte%ração3 escre#eu *d%ardo !ander:

    não h? nada na id=ia de inte%ração ue em si mesma possamos considerar como /a#or?#el para o /uturo dos po#os do continente.  ão basta 2ue seHa uma integração latino;americana ou sul;americana para 2ue corresponda aos interesses populares. udodepende do modelo de inte%ração em uestão. guem a impulsaU +ara u9U +ara uemU *m/unção de ue interesses e de ue #alores se desenhaU Dependendo das respostas a estasinterro%antes3 a inte%ração pode a/iançar as relaç;es de dominação atualmentehe%ems uest;es /ormuladas por !ander.

    Salientamos ue3 embora sea cedo para a/irmar o alcance ue terão todas essas polticas no lon%o

     pra,o3 ? podemos delinear seus obeti#os – seam explcitos ou implcitos – bem como seus

     pro#?#eis impactos imediatos para a dinBmica re%ional.

    LX

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    Optamos por ordenar o captulo con/orme cada iniciati#a em particular ue ul%amos parte

    do proeto de inte%ração re%ional em tela. &niciaremos a an?lise com a uestão do re%ionalismo

    continental e seu lu%ar na teoria da inte%ração. *ssa re/lexão ter? importBncia subseZente em toda

    a crtica ue proporemos ao lon%o de nosso trabalho3 > lu, da teoria do subimperialismo de Marini.

    3= O NOVO REGIONALISMO CONTINENTAL

    As an?lises sobre a poltica externa do %o#erno !ula #9m destacando a 9n/ase ue a atual

    administração con/ere > Am=rica do Sul3 diretri, enunciada desde a posse em aneiro de 2II8 e

    con/irmada atra#=s de di#ersas decis;es. O car?ter de no#idade3 comparati#amente ao %o#erno

    anterior3 = assinalado numa postura mais asserti#a ou pr@$ati#a ue estaria se a/irmando.*m seu discurso de posse3 o presidente !ula de/iniu a Am=rica do Sul como espaço priorit?rio para

    a inserção internacional do (rasil 4S&!PA3 2II85. Ao t=rmino de seu primeiro mandato3 podemos

    #eri/icar ue a escolha enunciada /oi cumprida. O re%ionalismo continental sul$americano3 embora

    não /osse no#idade ao começo do %o#erno !ula3 com ele assumiu car?ter mais pr@$ati#o e asserti#o3

    consolidando$se mediante a concreti,ação de di/erentes esuemas de inte%ração re%ional. Como

     principais medidas3 destacamos a conclusão dos acordos ue deram /orma > \rea de !i#re

    Com=rcio Sul$Americana 4A!CSA5 a criação da Comunidade Sul$Americana de )aç;es 4CASA5o no#o en%aamento do *stado brasileiro no /inanciamento > internacionali,ação das empresas

     brasileiras atra#=s da &niciati#a para &nte%ração da &n/raestrutura Re%ional Sul Americana 4&&RSA53

     por meio do (anco )acional de Desen#ol#imento *con

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    de/inimos re%ionalismo como toda poltica tendente > /ormação de laços especiais entre os pases de uma determinada ?rea %eo%r?/ica. Y claro3 por=m3 ue a construção de tais#nculos s@ ser? politicamente le%tima e est?#el na medida em ue se baseie numa decisãocomum li#remente consentida. * tal decisão subentende a percepção coletiva de umacoerência b-sica de interesses e obHetivos 2ue tenderiam a ser avorecidos pela atuação

    coordenada dos participantes 4"ri/o nosso5.

    Se%undo o autor3 as Am=ricas caracteri,aram$se3 desde o primeiro uartel do s=culo ^&^3

     pela coexist9ncia de duas tend9ncias do re%ionalismo continental ue co$habitaram em al%uns

    momentos3 mas contrapuseram$se em outros. rata$se do F pan;americanismo  paternalista de

    inspiração norte$americanaG3 com suas pretens;es he%em

    inter#enção sobre a re%ião e o latino;americanismo3 aspirando > autonomia /rente ao poder da

    %rande pot9ncia. Com os aportes da C*+A!3 principalmente a teoria sobre a deterioração dos

    termos de intercBmbio3 o latino;americanismo  assumiria na d=cada de VWLI a /aceta

    desen#ol#imentista3 em proetos como o MC!A. *sse mesmo en/oue latino;americanista  da

    inte%ração %anharia3 com as or%ani,aç;es de esuerda3 especialmente ap@s a Re#olução Cubana3

    uma orientação e /ormulação antiimperialista.

    Desse modo3 como bem caracteri,ou Pilla/aKe Santos3 o latino;americanismo assumiu a

    condição de identidade re%ional enuanto Fcontra$conceito assim=tricoG3 ou sea3 por oposição e

    resist9ncia ao domnio do poder representado pelos *-A2. *mbora a poltica exterior do re%ime

    militar não /osse expressão da #ertente latino$americanista3 a partir do %o#erno "eisel tornou$se

    not@ria a aspiração de uma multilaterali,ação das relaç;es internacionais3 le#ando al%uns autores a

    caracteri,arem$na como terceiromundista8.

    Mas a partir dos anos XI3 com a o/ensi#a neoliberal3 o latino;americanismo entrou em crise

    4MAR&)&3 VWW8 6-RR*!!3 2II5. A C*+A!3 in/luenciada pelos Eltimos #entos do mercado

    capitalista3 prop

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    *m busca de um conceito mais FoperacionalG para atuação na re%ião3 desde o %o#ernoCollor passou$se a denunciar a in#enção do conceito de Am=rica !atina por )apoleão &&&uando de sua a#entura imperial no M=xico3 propondo$se a concepção da Am=rica do Sulcomo a nossa F#erdadeiraG circunstBncia.

    -m exemplo da re/erida denEncia ao conceito de Am=rica !atina /oi Chacon 42II853

    enuanto o embaixador 'ernando "uimarães Reis /ala#a da Am=rica do Sul como a Fnossa

    #erdadeira circunstBnciaG 4R*&S3 VWW5. Se%undo u%aib 42IIL3 p.853 a re#isão do conceito de

    Am=rica !atina pela diplomacia brasileira deu$se

    em decorr9ncia do sur%imento de /orças contradit@rias da %lobali,ação e da re%ionali,ação3contexto em ue a dimensão %eoecon

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    s@brio exerccio de realismo poltico3 não do tipo con/ormista3 mas pra%m?tico3 criati#o 4...5Da Am=rica !atina tal#e, tenham roubado o nome. Apro#eitemos esta oportunidade paradar a esta outra Am=rica3 a Am=rica do Sul3 a identidade e o proeto ue a hist@ria lhe temne%ado 4DA)*S*3 2II5.

     )ão anteciparemos aui a discussão sobre o papel da CASA na poltica externa brasileira.

     )osso obeti#o3 por ora3 = salientar ue a substituição do re%ionalismo latino$americano pela no#a

    identidade sul$americana3 le#ada a cabo3 %radati#amente3 no decurso da d=cada de VWWI3

    consolidou$se recentemente no %o#erno !ula.

     )este perodo recente3 al=m do en%aamento mais proeminente do (rasil em iniciati#as sul$

    americanas3 #eri/icamos mudanças internas ao Minist=rio das Relaç;es *xteriores3 as uais

    implicam pap=is não menos rele#antes para a poltica de inte%ração re%ional. A primeira delas /oi a

    criação da Di#isão *con Subsecretaria "eral de Assuntos de &nte%ração3 *con

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    diplomacia brasileira a partir dos anos WI. )esse processo3 como ar%umentaremos3 o no#o

    re%ionalismo torna$se uma das pedras /undamentais do proeto de inte%ração em uestão3 assim

    como a A!CSA3 a &&RSA e a CASA. São destas tr9s Eltimas iniciati#as3 pois3 ue nos ocuparemos

    nas pr@ximas p?%inas.

    3=1 ALCSA E O NOVO REGIONALISMO SUL-AMERICANO

    -m marco para a explicitação do re%ionalismo continental sul$americano3 como #imos

    acima3 /oi o anEncio da proposta da A!CSA3 por oc