PortefólioO Algarve na lente de Vasco Célio.

tête-à-têteReinaldo Teixeira numa entrevista sobre turismo residencial.

2008 | J U N H o N °0 : : r e v i s ta da r e g i ã o d e t U r i s m o d o a lg a r v e

o nome da rosaTem nome de flore foi em tempos fábrica de conservas. Hoje é museu que alberga a história de um concelho ligado ao mar.

rePortagem

em p

ersp

ectiv

aíndice

03 editorial Novos tempos, Novos desafios

em perspectiva eveNtos Na região

04 acontece o que se faz Na rta

05 ouvindo... mário CaNdeias, direCtor-geral do tivoli mariNa portimão

06 cá se fazem por «mariaziNha da Costa»

notas Breves de turismo

07 tête-à-tête Com reiNaldo teixeira, admiNistrador exeCutivo da garvetur

08 reportagem a fáBriCa de CoNservas que virou museu

10 portefólio o algarve Na leNte de vasCo Célio

11 caminhos Na rota da Cortiça

12 radar estatístiCas do turismo No algarve

14 diz que disse Citações

trade em notícia

ficha

té

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ProPriedade região de tUrismo do algarveSede aveNida 5 de oUtUbro, 18-20, 8000-076 faroTelefoneS 289 800 423 / 498 / 438 / 458fax 289 800 421SíTio www.rtalgarve.Ptcorreio elecTrónico lUgar.sol@rtalgarve.PtdirecTor aNtóNio veNtUra PiNadirecTor adjunTo NUNo airesSubdirecTor assis CoelHoediTora PatríCia oliveiracolaboração gabiNete de ComUNiCação e relações PúbliCas, divisão de estUdos e ProJeCtos, divisão de marketiNg (rta)concePção gráfica e Paginação dCb desigNfoTografia arQUivo rta, CÂmara mUNiCiPal de Portimão/fotógrafo filiPe Palma (CaPa e PÁgs. 8 e 9), dCb desigNimPreSSão grÁfiCa ComerCialTiragem do número 0 1000 exemPlaresdiSTribuição gratUitadePóSiTo legal 278349/08

Para Publicidade contactar: telefones: 289 800 487 / 490Correio electrónico: marketing@rtalgarve.pt

editorial

Num tempo acelerado, em que o fenómeno da globalização influencia culturas, economias, comunidades e nações, muitos são os desafios com que nos deparamos. principalmente se falarmos em linguagem turística: pressão de destinos concorrentes, eclosão de produtos com potencial noutros pontos geográficos, volume de procura instável, sazonalidade e complexa gestão de preços.

Para que o algarve respire no meio destes constrangimentos deve aplicar uma estratégia de reflexão simples, já ouvida e debatida, mas até à data pouco concretizada: a política dos três actos, como lhe apelidarei, que é renovar, qualificar e diversificar. Com ela, estaremos a enraizar o turismo sustentável na região.

renovemos o que existe, em primeiro lugar, apostando em intervenções no parque hoteleiro e no melhoramento ou na criação de sinalização rodoviária turística, por exemplo. saibamos tirar proveito dos apoios financeiros ao nosso dispor, como os do Programa de intervenção do turismo, para recuperar espaços e infra- -estruturas de monta para a região.

olhemos depois para a qualificação dos recursos humanos, porque a formação é a alavanca do desenvolvimento económico e social. aqui, o grande objectivo deve ser a organização de planos de formação contínua para gestores, empresários

e colaboradores, numa lógica de competências para o turismo.

e por fim diversifiquemos a nossa oferta, sempre em concordância, claro está, com o Plano estratégico Nacional de turismo.

perante estas linhas, uma pergunta salta à vista: de que estamos à espera para elevarmos o algarve ao expoente da excelência?

Um «lUgar ao sol»espaço ainda para dizer que estão diante da nova revista da região de turismo do algarve (rta). este «lugar ao sol» brilhará para todos e está aberto à participação das entidades do sector do turismo, que aqui poderão publicar as suas notícias e que serão o leitor privilegiado destas páginas.

este número é experimental. É um zero que é tudo. daqui para a frente, teremos conteúdos, publicidade, vários géneros jornalísticos e o melhor design com periodicidade bimestral. e os canais de distribuição vão garantir um fácil acesso à publicação, que seguirá num jornal regional em forma de encarte, que será distribuída através de correio personalizado e que estará disponível para download no sítio da rta (www.rtalgarve.pt).

Como últimas palavras, resta-me dizer: bem-vindos ao mundo do turismo no algarve!

novos tempos, novos desafios

aNtóNio veNtUra PiNa

Concentração de motos do algarve Os motociclistas chegam no dia 17 de Julho ao Algarve para soltarem o espírito de aventura, liberdade e convívio que há anos inspira a maior concentração de motas do país. Acrobacias em duas, três ou quatro rodas e vários concertos animam a capital algarvia até 19 de Julho.

festival med O Festival MED está de volta para cinco dias com grandes nomes da world music nacional e internacional. Deolinda, Ana Moura, Ori Kaplan e Tamir Muskat, Solomon Burke e Amadou e Mariam estão entre os convidados da quinta edição. De 25 a 29 de Junho, no centro histórico de Loulé, impera a fusão entre música, teatro, animação de rua e artes plásticas.

allgarve O programa de eventos Allgarve 2008 arrancou em Maio e prolonga-se até Novembro com quase 60 espectáculos multidisciplinares, entre música, animação, arte, jazz, gastronomia, desporto, golfe ou vela. A festa pública de início oficial do Allgarve decorre no dia 21 de Junho, em Faro, numa cidade repleta de experiências que marcam.

04 : : aCoNteCe

a localização dos núcleos vai depender da iniciativa dos municípios algarvios e só o concurso público determinará onde serão fixados os novos empreendimentos turísticos. sistema logo elogiado pelo vice-presidente da Comissão de Coordenação e desenvolvimento regional do algarve, e orador convidado, Porfírio maia: «o processo é transparente, por colocar em igualdade os candidatos às 24 mil camas», frisou.

mas, para Porfírio maia, quem vai «ditar as regras» é o observatório do Protal, estrutura de acompanhamento e avaliação dos núcleos constituída por representantes do ordenamento do território, do turismo e da administração local.

segundo o presidente da associação de municípios do algarve, o que realmente importa é a «qualidade e não a quantidade» dos projectos. Perante uma plateia de arquitectos, autarcas, agentes económicos e jornalistas, macário Correia elegeu o interior a norte da via do infante como área privilegiada para a aplicação de novos investimentos e defendeu que os direitos adquiridos de alvarás antigos para uma construção «não podem ser eternos».

o debate, que teve ainda no painel de intervenientes o responsável pela delegação regional da associação dos arquitectos, filipe Cunha, integrou-se num ciclo promovido pela rta que irá ainda discutir a nova legislação sobre empreendimentos turísticos.

turismo do algarve quer intervir no observatório

o turismo do algarve quer integrar a equipa do observatório do Protal para intervir no processo de licenciamento dos núcleos de desenvolvimento turístico, que prevêem mais 24 mil camas para o interior da região. a pretensão foi anunciada por Nuno aires, membro da Comissão instaladora da região de turismo do algarve (rta).

«devíamos ter competências para intervir no observatório, uma vez que somos o organismo responsável pelo turismo no algarve», sugeriu Nuno aires no debate sobre os núcleos de desenvolvimento turístico, o primeiro do ciclo «turismo, o farol da economia regional», que decorreu em abril no auditório da rta.

os núcleos, criados ao abrigo do Plano regional de ordenamento do território para o algarve (Protal), desafiam à construção de resorts fora dos perímetros urbanos num patamar de 24 mil camas turísticas, limite de alojamento passível, no entanto, de sofrer variações por existirem outras formas de desenvolvimento e ocupação turística no Protal que permitem aumentar aquele número de camas.

rta e almargem firmam protocoloa região de turismo do algarve e a almargem assinaram um protocolo de cooperação em março para promover o projecto «via algarviana». ao abrigo do documento, a associação de defesa do património cultural e ambiental do algarve usufruirá de um apoio de 10 mil euros para dar a conhecer aquela rota pedestre aos portugueses.

votação nos Maximus até 15 de agostoa votação on-line para escolher os projectos e as personalidades que mais contribuíram para a qualidade do turismo no algarve em 2007 continua a decorrer em www.rtalgarve.pt. até ao dia 15 de agosto, o público poderá eleger os seus preferidos nas seis categorias a concurso.

o sistema de votação decorre no âmbito da primeira edição dos prémios de turismo «algarve maximus», instituídos pela região de turismo do algarve para «promover a qualidade do turismo no algarve», lê-se no preâmbulo do regulamento.

oUviNdo : : 05

assalto ao turismo

Mário Candeias

direCtor-geral do Hotel tivoli mariNa Portimão e do Hotel tivoli lagos

vivemos tempos ásperos na geoestratégia mundial… 11 de setembro, al-qaeda, afeganistão, iraque, paquistão, irão, Balcãs, myanmar.

vivemos tempos ásperos na economia mundial… globalização, briC, subprime, credit crunch, bolhas imobiliárias, desvalorização do dólar, crise dos combustíveis, alimentar e dos mercados financeiros, taxas de juro elevadas na europa, inflação a subir.

vivemos tempos ásperos na economia nacional… Deficit orçamental, baixo crescimento, elevada carga fiscal, endividamento das famílias, baixa qualificação dos recursos humanos, legislação laboral rígida, quebra no investimento directo estrangeiro.

Progressões geométricas que levam ao aumento de tensões, falta de confiança, depressão, desinvestimento, demissão.

de acordo com george soros, temos maior capacidade de reacção e maior motivação para criar novos paradigmas quanto mais distantes estivermos da normalidade. somos obrigados a pensar diferente, a cortar com a continuidade, pois a alternativa é pior ou inexistente.

e no meio de tanta tormenta, o desafio reside em abstrairmo- -nos e inspirarmo-nos em quem está a conseguir fazer face às dificuldades. sem complexos, em ritmo acelerado e altamente focalizados.

destinos como dubai, austrália, macau, Canadá e espanha colocaram a indústria do turismo como a sua principal bandeira e assumiram-no globalmente. mesmo aqui ao lado, assistimos à espanha a transformar-se no segundo maior destino turístico mundial, logo a seguir à frança.

de acordo com previsões da omt, a indústria do turismo vai duplicar o seu tamanho até 2020. a europa manterá a sua posição de principal região turística e o sul da europa a de maior destino turístico do mundo. É nele que geograficamente nos encontramos.

as férias e as deslocações tornaram- -se necessidades básicas das sociedades desenvolvidas. Prova disso é o facto de que mesmo após o 11 de setembro, ou após atentados terroristas (veja-se espanha ou o egipto), os fluxos turísticos globais continuaram a aumentar. esta é uma indústria consideravelmente resiliente às crises.

em Portugal, a conjuntura institucional a favor de um crescimento turístico exponencial nunca foi tão favorável… ministério da economia com visão integrada e progressista do sector, nova legislação hoteleira e das regiões de turismo, redesenho da contratualização da promoção, estabilidade do elenco governativo no sector, ambição por projectos de elevada qualidade.

o algarve, como principal player nacional, está a saber responder

a este enquadramento. tem no pipeline hotéis, golfes, marinas, resorts, centros de congressos, autódromos, aeródromos, centros desportivos internacionais e marcas de prestígio. o urbanismo, fruto do esforço autárquico, está mais apurado. os PooC conseguiram efectivamente produzir um upgrade nas praias e nos seus equipamentos. e os calendários de eventos também estão cada vez mais high profile.

estamos no rumo certo, mas no ritmo errado.

Na oferta, temos de cativar investimento nacional e estrangeiro, ambicionar marcas social e de luxo, acelerar os projectos estruturantes e apostar noutros de altíssima qualidade na linha costeira, na serra, no oeste e no próprio mar algarvio. Na procura, apoio continuado a charters e low cost, campanhas promocionais de operadores turísticos, webmarketing, marketing directo e organização de eventos internacionais.

Um antigo primeiro-ministro mencionou que Portugal deveria ambicionar chegar ao top 10 dos destinos turísticos mundiais. estruturalmente, estamos mais perto do 20.º lugar.

Não temos, pois, outra alternativa.

acabou o tempo de limpar as armas.

a lei da discórdia

06 : : CÁ se fazem

Mariazinha da Costa

ria formosa recebe mais de 87 milhõesa ria formosa vai ser alvo de um investimento de mais de 87 milhões de euros até 2012 no âmbito de um conjunto de projectos coordenados por uma sociedade participada pelo estado e pelos municípios de loulé, faro, olhão e tavira.

o plano de intervenção abrange 19 245 hectares, com 48 quilómetros de frente costeira e 57 quilómetros de frente de ria, num total de 12 praias. inclui a requalificação dos ilhotes-barreira e das infra-estruturas portuárias de acostagem e prevê a recuperação de lagoas e dunas.

algarve com 8 nomeações para óscareso algarve pode ganhar oito óscares, não da academia de Hollywood, mas dos world travel awards, prémios da indústria das viagens e turismo equivalentes às estatuetas douradas do cinema. entre os nomeados, a região figura em quatro categorias da europa e em quatro de Portugal. os vencedores a nível europeu serão anunciados a 7 de outubro, em Creta, na grécia.

Notas : :

a vida é feita de mudança. mudar é bom. revitalizam-se conceitos, fazem-se balanços, equacionam- -se novas perspectivas, reflecte-se sobre novas oportunidades, implementam- -se medidas mais dinâmicas, etc., etc., etc.

foi esta reflexão, e a necessidade de actualizar o modelo de gestão das marcas do turismo em Portugal, que pensamos ter estado na origem da nova lei que redefine as denominadas regiões de turismo, senão não fazia sentido tanto trabalho, tanta celeuma, tanta contestação.

É certo que sendo Portugal um país pequeno, não se justificava haver tão grande dispersão de recursos, tão pouca consolidação de imagem de marcas regionais, de destinos fortes que efectivamente sejam «âncoras» em matéria de promoção e de capitalização do investimento, através de economias de escala que derivam da união de interesses e da conjugação de esforços até agora repartidos por 19 quintaizinhos (alguns muito pouco produtivos ou representativos, não trazendo valor acrescido para o bem da nação).

a nova lei estabelece a divisão em cinco grandes regiões: alentejo, algarve, Centro, lisboa e Norte. até aqui tudo certo, pois a lógica é consolidar estas marcas, dar-lhes relevo, gerando maior retorno. Não se entende pois a dispersão pelos designados pólos de desenvolvimento turístico.

salvo o douro, que é de facto uma marca instituída desde o século xviii por via da associação ao vinho do porto, e fátima, um marco em termos de turismo religioso, todo o resto não tem expressão quando comparamos a Cornualha vs. litoral alentejano ou a andorra vs. serra da estrela.

Portugal detém ainda um brand awareness muito baixo nos principais mercados emissores internacionais. Porquê então dispersar as atenções? Para já não falar no facto de a constante mudança de modelos de promoção ser tida por alguns observadores e entendidos na matéria como não aconselhável no momento em que a estabilidade é também a base do sucesso. mas é assim que por cá se fazem…

«...Portugal detém ainda um brand awareness muito baixo...»

Cruzou-se cedo com o turismo: tinha apenas 19 anos. actualmente administra dez empresas, é sócio- -gerente de outra dezena e gerente de oito. Números que levam até reinaldo teixeira, administrador executivo da garvetur, para quem a visão de futuro deve sobrepor-se à do hoje na ideia e na acção. o turismo residencial no algarve serviu de pretexto à conversa.

Como perspectiva a evolução do turismo residencial no algarve?

Não tenho dúvidas de que continuará a evoluir. mas o fundamental é que o segmento cresça com base num modelo económico sustentável, servindo os seus investidores e utilizadores, e que dignifique o algarve e o país. É importante que os projectos contemplem, mais do que uma visão actual, uma perspectiva de futuro com qualidade arquitectónica e paisagística e com bons equipamentos e serviços de gestão e rentabilização.

especialistas afirmam que as áreas de portimão, vale do lobo e lagos e vilamoura têm mais futuro no segmento. Concorda?

em qualquer área das poucas que restam na faixa litoral, desde que com muito baixa densidade, ou em algumas no interior algarvio este segmento terá sucesso. todavia, importa adaptar os projectos em função do público-alvo e da sua área de localização. Naturalmente que nas

tête-à-tête : : 07

reinaldo teixeira

«a região é a mãe do turismo

residencial»zonas já consolidadas e com marcas reconhecidas, como as citadas, o risco será menor. entendo contudo que as motivações para investimento são semelhantes ao longo de todo o território.

Considera que a região já não comporta mais projectos de turismo residencial e que os grandes investidores apostarão noutras áreas geográficas como alternativas ao algarve?

o algarve é a região «mãe» do turismo residencial. existem zonas onde esta oferta também terá procura, nomeadamente nas proximidades dos grandes centros urbanos do nosso país, como na zona oeste ou tróia, ou nos novos destinos, como o alentejo. No entanto, as motivações nessas áreas não são as mesmas do que as no algarve. Não as considero assim alternativas, mas nossas complementares.

o que devem fazer os responsáveis pelo turismo do algarve para combater a eventual fuga de investidores da região?

Não para combater uma fuga, que considero não existir, mas deviam fazer muito para melhorar a qualidade e para implementar uma política de gestão global na região. Por exemplo, dinamizar a formação prática dos recursos humanos, reforçar a segurança e sensibilizar os agentes para a importância das acções pedagógicas e preventivas,

melhorar os serviços de saúde e continuar a dinamizar acções de promoção.

seria ainda crucial assegurarem que as políticas de ordenamento, através do Prot e do Pdm, salvaguardam as necessidades e carências de cada área do algarve, proibindo de forma veemente a edificação de novos projectos sem qualidade.

o turismo residencial parece estar mais voltado para projectos que contemplam golfe, ténis, desportos aquáticos, spas… serão precisos novos atractivos para este segmento crescer?

Naturalmente que essas componentes têm sido – e continuarão a ser – factores críticos de sucesso para a comercialização e rentabilização dos empreendimentos ao longo do seu ciclo de vida. mas é também importante criar atractivos para captar novos segmentos de mercado, sensíveis a outras motivações, e para actualizar o produto imobiliário.

«Não tenho dúvidas de que o turismo residencial no algarve continuará a evoluir»

08 : : rePortagem

o nome da rosa

Nem a fachada, nem a inscrição a preto dão lugar a dúvidas: estamos diante de uma fábrica. a chaminé não projecta fumo, as máquinas estão insonorizadas e o rebuliço que se vê não é de operários, mas de alguns dos 6500 visitantes que em apenas quatro dias percorreram o novo museu municipal de Portimão, inaugurado a 17 de maio. «Número astronómico para equipamento local», diz, com entusiasmo estampado nas palavras, José gameiro, director e um dos mentores do espaço.

mas afinal falamos de uma fábrica ou de um museu? de ambos – confusão desfeita. a antiga fábrica de conservas la rose, situada à beira do rio arade, tornou- -se num pólo museológico dedicado

à indústria do mar e à história de Portimão. o edifício principal, que foi preservado, está cheio de lastros da actividade passada. vêem-se ainda as salas mais representativas do processo operatório das conservas, as armações de ferro, as grandes naves e os vãos numa estrutura que manteve a sua volumetria. o museu implantou-se num espaço que é por si só «objecto de museu», afirma José gameiro.

façamos a cronologia do projecto cultural. esta é uma narrativa cujo fio nos leva ao princípio da década de 80, quando três professores – Jaime Palhinha, alberto Piscarreta e José gameiro – formaram uma Comissão instaladora do museu, afecta à câmara, para resgatar os objectos que chegavam aos areais após as dragagens do rio arade. antiga via navegável entre o atlântico e o interior algarvio, o rio reúne sob as

suas águas um valioso património arqueológico náutico e subaquático. Com as dragagens, parte dele foi encontrado e então armazenado para não se deteriorar. tudo começou aqui, num período em que a indústria conserveira já estava declínio.

em 1996, a autarquia adquire a antiga fábrica de conservas ao empresário antónio feu e em 2004 começam as obras de adaptação. Quase três décadas depois do início do projecto, surge o segundo museu do país – e o primeiro do sul – sobre a indústria das conservas em Portugal. e com estatuto semelhante ao de relíquia, embora seja daquelas partilhadas com o mundo. Porque um museu é isso: «potencial de memórias, vidas e patrimónios locais próximo das suas populações e que ocupa o lugar dos contadores de histórias para todos», sustenta José gameiro.

tem nome de flor e foi em tempos fábrica de conservas. Hoje é museu que alberga a história de um concelho ligado ao mar.

artes do cheio e do vazioNuns imensos 5000 metros quadrados, o museu de Portimão recria as denominadas artes do cheio e do vazio. o mesmo é dizer que no interior do edifício estão representadas todas as fases de criação da conserva: desde a produção da lata vazia até ao seu enchimento com peixe e ao seu acondicionamento final em caixas de madeira.

logo à entrada do percurso está a máquina do tempo, mapa interactivo que mostra Portimão ao longo dos vários períodos da História. Não é por acaso que a visita por aí principia: pela cidade que foi e que é, pois até à saída este dualismo está sempre presente. atenção agora à direita, onde passa um filme com imagens da lota nos anos 40 e onde se pica o ponto para dar entrada na fábrica – um conjunto de operárias prepara-se para mais um dia de trabalho.

de seguida, vem a única sala de «descabeço» da sardinha do país. «quando o peixe chegava da lota do cais de portimão, começava o frenesim da fábrica. Nesta sala arrancavam a cabeça ao peixe e colocavam-no nos tanques de salmoura. era depois posto em grelhas, lavado e cozido», explica o director.

Perto das máquinas gigantescas usadas para cozer a sardinha – máquinas que fazem barulho como antigamente, uma vez que o museu recupera alguns dos sons da unidade fabril, como o da água que lava o peixe ou o das engrenagens das portas rangentes – está uma fileira na qual as sardinhas são enlatadas e cobertas de azeite

(simbolicamente imitado pela resina). a cravadeira manual, usada para adicionar a tampa à lata, também tem lugar próprio. e todo o processo é acompanhado de ecrãs que transmitem ao visitante, no preto e branco da época, como se concebiam as conservas la rose.

aproximamo-nos do núcleo artístico da fábrica. Pouco ao lado de algumas ripas de madeira dos caixotes que transportavam as latas rumo à comercialização está uma grande máquina litográfica, totalmente recuperada, que imprimia as chapas. dela nasciam as latas coloridas.

a lata de conservas que se conserva na memóriaos spots de rádio, cuja função sempre foi vender produtos, mantêm aqui idêntico propósito. de um rádio clássico ainda saem vozes que entoam «la rose, uma lata de conservas que se conserva na memória de todos». e ao lado estão vinis publicitários das conservas que ocupam, com mimo, parte da exposição.

o acervo do museu, composto por colecções dos herdeiros de Júdice fialho e armando feu, aquisições do município em leilões e doações de particulares, integra ainda uma colecção do antigo Presidente da

república manuel teixeira gomes, natural de Portimão. depois deste núcleo, momento de conhecer o abate da madeira, os estaleiros de Portimão, os frutos secos e fumeiros e os monumentos funerários de alcalar em pequena escala, todos eles temas relacionados com a evolução do concelho até aos nossos dias. Precisamente no campo do testemunho civilizacional estão os pólos do rio arade e das presenças islâmica e romana no território.

No fim da mostra, uma espécie de estrada subterrânea com cheiro a humidade e água por baixo. trata- -se da antiga cisterna da fábrica que agora propõe a quem nela passa imagens em movimento, captadas no rio arade e no mar, sobre a fauna e flora subaquáticas locais.

emergimos, outra vez, à nave central para acrescentar que o museu dispõe de um auditório com funções polivalentes e capacidade para 180 lugares, de um centro de documentação, de uma oficina educativa e de uma sala de exposições temporárias que em breve irá acolher as obras do fotógrafo catalão ignasi aballí, no âmbito do programa de eventos allgarve 2008.

o museu de Portimão, que resulta de um investimento da autarquia de cerca de 10 milhões de euros, comparticipados em 50 por cento pelo Programa operacional da Cultura, é já uma «aposta ganha», considera José gameiro. Comprova-o a integração na rede Portuguesa de museus e o recente manifesto público de apoio do ministro da Cultura, José Pinto ribeiro, a uma eventual candidatura do equipamento a um prémio europeu. eventual, não. Corrija-se: «obviamente que vamos concorrer. Não merecemos?», pergunta o director.

rePortagem : : 09

uma foto e legenda

10 : : Portefólio

Da série SEAS, trabalho em desenvolvimento sobre paisagens marítimas onde predomina o mar nos seus vários estados.

vasCo CÉlio «seas 2002». info@f32.pt

esta podia ser uma história como tantas outras. o que a distingue das demais é apenas uma palavra: originalidade. em 2007, a Câmara municipal de são brás de alportel decidiu formar uma equipa para desenvolver a rota da Cortiça, projecto que recapitula a importância da casca do sobreiro para o concelho algarvio.

em cinco pontos de interesse, os exploradores do trilho – sempre acompanhados de guias – vão desdobrar o mapa do mundo da cortiça que os levará até museus, fábricas e aldeolas.

a porta de entrada é o museu do trajo algarvio. a sala que actualmente acolhe uma exposição permanente sobre a indústria corticeira vai ser remodelada e irá incluir um espaço de experiências para os mais novos. Porque a rota, deve dizer-se, é adaptável aos interesses dos diferentes grupos de visitantes. «para os jovens teremos actividades radicais, para os seniores provas gastronómicas e um reforço da temática patrimonial e para os estudantes do primeiro e do segundo ciclos haverá actividades lúdicas», explica o presidente da direcção da associação rota da Cortiça, vítor guerreiro.

mais metros para palmilhar até à serra do Caldeirão, conhecida por dar a melhor cortiça do mundo. entre o som da sola a cravar a terra ou o chilrear canoro dos pássaros, o turista

poderá descobrir sobreirais e pilhas de cortiça. este interior arborizado desembocará depois na passagem por aldeias do interior, como a de alportel ou a dos Parises, e em provas de gastronomia. Hora de degustar a aguardente de medronho, os licores, os figos secos, o mel, as amêndoas e os doces regionais.

de barriga satisfeita, marca-se passo até uma fábrica tradicional de produção e preparação de rolhas. aqui avoluma-se a caldeira que coze a cortiça dois dias por semana e as mãos que mais tarde vão empilhá-la, traçá-la e enfardá-la. «pretendemos nesta parte do percurso mostrar as pessoas que escolhem e trabalham a cortiça com o método tradicional», conta márcia Jacinto, um dos três elementos da equipa de implementação da rota, além de artur gregório (coordenador) e de Hélio alves.

Perto do final, cruza-se outra fábrica no itinerário. desta feita com tecnologia de ponta que produz discos para rolhas de champanhe com a cortiça de são brás de alportel. «os discos de maior qualidade vão para frança, para as garrafas do famoso moët & Chandon», afirma vítor guerreiro.

a apresentação pública da rota da Cortiça será feita em Julho, durante a feira da serra de são brás (dias 25, 26 e 27). e espera-se grande entusiasmo do público por este projecto, não fosse esta indústria a mais importante do concelho e a

cortiça um material versátil, por isso usado em escudos protectores de naves espaciais, rolhas, pavimentos e peças de vestuário. só faltava mesmo ser produto turístico. agora já é.

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CamiNHos : : 11

turismo de cortiçaPoderá a casca de uma árvore dar origem a um novo produto turístico no

algarve? a resposta é sim, estranheza à parte. tanto assim é que a ideia saiu do papel e em Julho é apresentada sob a forma de rota – a da cortiça.

12 : : radar

o sítio promocional do algarve na internet - visitalgarve.pt - teve cerca de cinco mil visitas no dia em que foi apresentado o novo grafismo (30 de abril), totalizando um aumento de 102,20 por cento face ao mesmo dia de 2007.

do total de entradas ocorridas na semana seguinte à colocação do sítio on-line, verificam-se somente variações positivas comparativamente ao ano anterior (entre os 35% e os 124%).

em abril, entraram na homepage cerca de 53 mil cibernautas, responsáveis por perto de 103 mil visitas. Neste indicador, os dados equivalem a um aumento de 26,5 por cento em relação ao período homólogo.

a maioria das visitas em abril (53,4%) resultou de tráfego directo, ou seja, de utilizadores que digitaram directamente o endereço ou que o tinham em bookmarks, e 14,1 por cento de pesquisas no motor de busca google.

Postos atendem 160 mil visitantesos vinte postos de informação turística da região de turismo do algarve atenderam cerca de 160 mil visitantes entre Janeiro e abril de 2008.

Comparativamente com o mesmo período de 2007, assistiu- -se a um ligeiro decréscimo no número de visitas (- 4%), justificado pela introdução de uma nova metodologia na contagem e no registo do atendimento nos postos.

No período em análise, março foi o mês com o maior número de atendimentos (52 mil), traduzindo-se num acréscimo de 13,1 por cento em relação ao período homólogo.

Quanto ao tipo de atendimento prestado, a informação turística presencial representou, no primeiro quadrimestre do ano, a maior fatia (96%). o atendimento telefónico perfez cerca de 2,8 por cento do total do atendimento. o peso das vendas de produtos regionais ou de merchandising da marca algarve foi ainda pouco expressivo (1,2%), devido à sua recente implementação na totalidade dos postos.

fonte: 20 postos de turismo da rta Nota metodológica: em 2008, introduziu-se um novo método de contagem e registo de atendimento

atendimento postos de turismo 1.º Quadrimestre: 2 007/ 2008 2007

2008

60.000

50.000

40.000

30.000

20.000

10.000

0 Janeiro fevereiro março abril

(lançamento novo sítio)

6 de maio

5 de maio

4 de maio

3 de maio

2 de maio

1 de maio

30 de abril

29 de abril

28 de abri

27 de abril

26 de abril

25 de abril

24 de abril

23 de abril

lançamento novo sítio - 30 de abril de 2008 - Número de visitas -

N.º visit as 2007

N.º visit as 2008

decreto-lei n.º 39/2008 de 07 de março

aprova o regime jurídico dos empreendimentos turísticos.

declaração de rectificação n.º 25/2008 de 06 de maio

rectifica o decreto-lei n.º 39/2008.

portaria n.º 327/2008 de 28 de abril

aprova o sistema de classificação dos estabelecimentos hoteleiros, aldeamentos turísticos e apartamentos turísticos.

a saber

Novo visitalgarve.pt com mais visitas

(número de visitas)0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 5.000

fonte: webtrends

o número de turistas no mundo atingiu um recorde em 2007, com cerca de 898 milhões de chegadas internacionais traduzidas num crescimento de seis por cento em comparação com 2006, revela a organização mundial de turismo (omt).

dos 52 milhões de chegadas registadas a mais em 2007, face a 2006, a europa recebeu 19 milhões (+ 4%), mantendo-se como a primeira região de destino mundial, com uma quota de 53,4 por cento de todas as chegadas turísticas internacionais.

No período em análise, os destinos que mais contribuíram para a evolução positiva na europa foram a turquia (+ 18%), a grécia (+ 12%) e Portugal (+ 10%), adianta a omt.

resultados positivos para Portugal Portugal ultrapassou o patamar dos 13 milhões de hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros, a que corresponderam 39,5 milhões de dormidas, representando acréscimos homólogos de 7,3 e 5,2 por cento, respectivamente. os proveitos totais na hotelaria aproximaram-se dos 1 926,5 milhões de euros, equivalendo a uma variação homóloga positiva de 10,6 por cento.

Para estes resultados, em muito contribuiu a performance do algarve. o aeroporto de faro movimentou, durante 2007, cerca

radar : : 13

turismo mundial bate recorde

de 5,4 milhões de passageiros, o que significa um crescimento de 7,4 por cento face a 2006. de entre os principais mercados emissores para a região, salientam-se os acréscimos homólogos de espanha, (+ 60,9%), irlanda (+ 13,1%) e reino Unido (+ 8,6%).

Quanto às dormidas, e tendo como base de comparação o ano de 2006, o algarve registou um crescimento de três por cento e representou 37 por cento do total das dormidas no país.

os proveitos totais nos estabelecimentos hoteleiros atingiram 575 milhões de euros (+ 8,1% relativamente a 2006), um recorde para a região do algarve, equivalendo a 30 por cento do total nacional.

Perspectivas para 2008as previsões avançadas pela world travel and tourism Council (wttC) para 2008 apontam para um abrandamento da taxa de crescimento do turismo mundial, medido pelo impacto directo e indirecto na economia, para os três por cento, depois dos 4,1 por cento registados em 2007 e dos 5,2 por cento em 2006.

também a omt indica a mesma desaceleração. de acordo com esta organização, a confiança diminuiu em alguns mercados devido à crise do mercado imobiliário, aos

desequilíbrios no cenário económico internacional e ao aumento do preço do petróleo.

Para Portugal, e para o algarve em particular, há ainda que contar com o agravamento da situação do mercado britânico – o principal mercado emissor para a região –, uma vez que a valorização do euro face à libra poderá desviar estes fluxos turísticos para destinos fora da zona euro.

apesar desta antevisão do desempenho do ano turístico, a tendência registada no algarve no primeiro trimestre de 2008 mostra um crescimento sustentado dos principais indicadores que regulam o sector.

de Janeiro a março, avança o iNe, verificaram-se acréscimos homólogos no número de hóspedes (+ 7%), dormidas (+ 6,2%) e receitas (+ 8,7%) dos estabelecimentos hoteleiros classificados da região, valores para os quais terá contribuído o efeito Páscoa, que este ano ocorreu em março.

mantendo-se o comportamento da procura turística dos meses anteriores, o impactur prevê ainda assim, para 2008, a manutenção ou ligeira desaceleração no número de dormidas no algarve.

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14 : : trade em NotíCia

Natureza de volta ao algarveo papel do ecoturismo na conservação da natureza dá o mote ao programa da 3.ª edição da feira Nacional de Parques Naturais e ambiente, a decorrer entre 24 e 27 de Julho, no Jardim Pescador olhanense. serão quatro dias intensos de debates, provas de produtos tradicionais e biológicos, lançamentos de livros e de actividades ao ar livre, entre as quais observar aves, fazer montanhismo, campismo, parapente ou mergulho. a feira é organizada pela Câmara municipal de olhão e pelo instituto de Conservação da Natureza e da biodiversidade.

Água de monchique é «Chic»a Água de monchique está agora mais «Chic». este é o nome da nova garrafa desenhada em exclusivo para momentos de degustação com glamour, segundo a sociedade da Água de monchique. apresentada em maio, a «Chic» está disponível em duas versões – cristal e azul – e foi concebida por designers portugueses.

tivoli marina renova imagemCores luminosas e uma linha decorativa moderna distinguem a nova imagem do tivoli marina vilamoura, beach resort Conference & angsana spa, designação actual do hotel de cinco estrelas. Nesta fase, foram remodeladas sete áreas e renovados 172 quartos. em dezembro será iniciada a modificação dos restantes cinco pisos de quartos.

santa eulália dá jantar de beneficênciao grande real santa eulália resort & Hotel spa organiza um jantar com concerto integrado, no próximo dia 11 de Julho, às 20h30, com o intuito de apoiar o projecto «amar, amar – saúde sexual e reprodutiva para tod@s», da associação para o Planeamento da família. o montante reunido na acção de beneficência, que fixa como preço de entrada 80 euros por pessoa, reverterá a favor da associação. orquestra do algarve e os batoto Yetu asseguram a animação desta iniciativa que contará ainda com a presença de Catarina furtado.

diz que disse«No algarve não se construiu muito, construiu-se mal e portanto essa é uma questão que é preciso ultrapassar»elidérico viegas, presidente da associação dos hotéis e empreendimentos turísticos do algarve, in O Primeiro de Janeiro

«[dentro de três a quatro anos] teremos em albufeira 12 hotéis de cinco estrelas, o que aumenta consideravelmente a qualidade do destino»desidério silva, presidente da Câmara municipal de albufeira, in Turisver.com

«[o algarve é] uma boa localização para olharmos. Há já resorts muito bons, por isso se formos para lá será sempre para fazer algo melhor do que já existe»simon Cooper, presidente mundial da ritz-Carlton hotel Company, in Lusa

«o mercado interno ultrapassou a alemanha na segunda posição no caso do algarve (subida de 16,6% em 1990 para 23,4% em 2006) [em dormidas na hotelaria]»In «A caracterização do turismo interno em Portugal», estudo do Centro de Estudos de Turismo da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril

postos de turismoAeroporto Internacional de Faro 8001 - 701 Faro Tel. 289 818 582

Albufeira Rua 5 de Outubro 8200 -109 Albufeira Tel. 289 585 279

Alcoutim Rua 1.º de Maio 8970 - 056 Alcoutim Tel. 281 546 179

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Alvor Rua Dr. Afonso Costa, 51 8500 - 016 Alvor Tel. 282 457 540

Armação de Pêra Av. Marginal 8365 Armação de Pêra Tel. 282 312 145

Carvoeiro Praia do Carvoeiro 8400 - 517 Lagoa Tel. 282 357 728

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Faro Rua da Misericórdia, 8-11 8000 - 269 Faro Tel. 289 803 604

Lagos Rua Belchior Moreira de Barbudo (S. João) 8600 - 722 Lagos Tel. 282 763 031

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