Luiz Carlos Freitas

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Prof Renata Cunha

2011

CICLOS, SERIAO E AVALIAO. CONFRONTO DE LGICAS AUTOR:LUIZ CARLOS DE FREITAS Ciclos de formao, progresso continuada, avaliao promoo automtica, reforo, programas de acelerao eis alguns novos vocbulos introduzidos no cotidiano da escola nos ltimos anos. Sob eles, h uma intrincada rede de relaes , posturas polticas, prticas e concepes que transitam de forma encoberta. A questo inicial a ser examinada nesta temtica dos ciclos e da progresso continuada diz respeito a como se organizam os tempos e os espaos da escola. A escola uma construo histrica. No apareceu do nada. Foi construda com uma determinada forma ao longo de um processo histrico que vai conformando seus tempos e o uso de seus espaos. O espao mais famoso da escola a sala de aula e o tempo mais conhecido o da seriao das atividades e dos anos escolares. Essa construo obedece a certas finalidades sociais, j que a escola uma instituio social . Pode-se mesmo dizer que a escola institui seus espaos e tempos incorporando determinadas funes sociais, as quais organizam seu espao e seu do tempo a mando da organizao social que a cerca. A escola, portanto, no um local ingnuo sob um sistema social qualquer. Dela, espera-se que cumpra uma determinada funo. Tem-se dito ensine tudo a todos que a funo da escola em nossa sociedade prover o ensino de os estudantes, independentemente do nvel socioeconmico destes. qualidade para todos os estudantes, indistintamente. Os liberais propem que a escola Segundo essa verso, a desigualdade social deve ser compensada no interior da escola pelos recursos pedaggicos de que esta dispe. A isso chama-se de EQUIDADE. Cabe escola encontrar os meios de ensinar tudo a todos - essa uma das funes proclamadas com muita fora nos ltimos anos. Os estudos no conseguiram alterar o fato de que o nvel socioeconmico do aluno uma poderosa varivel explicativa de seu rendimento os estudantes aprendem de forma diferenciada na dependncia de seu nvel socioeconmico. Dessa maneira, no se pode transferir o problema da aprendizagem para a adequao ou no dos recursos pedaggicos da escola, ocultando a diversidade de uma sociedade injusta. Vimos ento, que a escola no uma ilha no seio de uma sociedade e que no pode fazer tudo independentemente das condies desta mesma sociedade. Ela tem um papel a jogar na formao do aluno, mas esse papel no pode ser visto de forma ingnua,como se a escola tudo pudesse. H limites srios impostos de fora para dentro. A questo portanto, permanece. O papel da escola o de ensinar com qualidade todos os seus alunos - sabedora de que no

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est isolada e de que os acontecimentos e a forma como a sociedade est organizada ao redor dela afetam o cumprimento desse papel. Em resumo, para os que olham para a eficcia da escola na perspectiva ingnua da equidade, o que resta a fazer estudar e divulgar quais fatores instrinsecos escola (recursos pedaggicos e escolares, tamanho da escola,estilo de gesto treinamento do professor etc.) afetam o aumento da qualidade da aprendizagem (proficincia do aluno), apesar das influncias do nvel socioeconmico sobre o qual, dizem, nada se pode fazer. Vale dizer que, se submetermos os diferentes ritmos dos alunos a um nico tempo de aprendizagem, produziremos a diferenciao dos desempenhos dos alunos. Cada um caminhar a seu ritmo dentro de um mesmo tempo nico logo, uns dominam tudo e outros menso. Caso se queira unificar desempenhos, h que se diversificar o tempo de aprendizagem. Para tal, preciso permitir que cada um avance a seu ritmo usando todo tempo que lhe seja necessrio. Estava desvelado o n da escola a seriao intra e extraclasse das atividades, com tempo nico. No bata dar ao aluno todo tempo necessrio: preciso que ela tenha ajuda igualmente diferenciada para aprender (materiais diversificados, ajuda pontual durante processo de aprendizagem), de forma que esse tempo adicional necessrio possa ser suportvel para a escola e para o prprio aluno em sua aprendizagem. Estava tambm indicado o elemento-chave para tornar a diversificao do tempo eficaz existncia de apropriadas formas de ajuda disponveis para liar com os diferentes alunos. sries, retirando da avaliao o poder de reter o aluno intra-series Esses so antecedentes da progresso continuada. A ideia, neste caso, reorganizar a escola juntando

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